Moçambique: diferenças entre revisões
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A [[Frelimo]] foi o movimento que lutou pela libertação desde o início da [[década de 1960|década de sessenta]]. Após a independência, passou a controlar exclusivamente o poder, aliada aos países do então "bloco socialista", e introduzindo um sistema político de partido único, semelhante ao praticado naqueles países.<ref>John Saul, ''A Difficult Road: The transition to socialism in Mozambique'', Nova Iorque: Monthly Review Press, 1985; Christine Verschuur e outros, ''Mozambique: Dix and de solitude'', Paris: L'Harmattan, 1986</ref>. O regime provocou a hostilidade dos estados vizinhos segregacionistas existentes na altura, [[África do Sul]] e [[Rodésia]], que apoiaram elementos brancos recolonizadores e [[guerrilha]]s internas. Esta situação viria a transformar-se numa [[guerra de desestabilização de Moçambique|guerra civil de 16 anos]]. |
A [[Frelimo]] foi o movimento que lutou pela libertação desde o início da [[década de 1960|década de sessenta]]. Após a independência, passou a controlar exclusivamente o poder, aliada aos países do então "bloco socialista", e introduzindo um sistema político de partido único, semelhante ao praticado naqueles países.<ref>John Saul, ''A Difficult Road: The transition to socialism in Mozambique'', Nova Iorque: Monthly Review Press, 1985; Christine Verschuur e outros, ''Mozambique: Dix and de solitude'', Paris: L'Harmattan, 1986</ref>. O regime provocou a hostilidade dos estados vizinhos segregacionistas existentes na altura, [[África do Sul]] e [[Rodésia]], que apoiaram elementos brancos recolonizadores e [[guerrilha]]s internas. Esta situação viria a transformar-se numa [[guerra de desestabilização de Moçambique|guerra civil de 16 anos]]. |
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[[Samora Machel]] foi o primeiro [[presidente]] de Moçambique independente e ocupou este cargo até à sua morte em [[1986]]. O seu sucessor, [[Joaquim Chissano]], negociou o fim da guerra civil e introduziu um sistema multipartidário que integrou o principal movimento rebelde, a Resistência Nacional Moçambicana ([[RENAMO]]). Neste novo sistema, a Frelimo permaneceu no poder até os dias actuais, tendo ganho as eleições parlamentares realizadas em [[1994]], [[1999]], [[2004]] e [[2009]], mesmo com acusações de fraudes. O [[Movimento Democrático de Moçambique]], uma dissidência da RENAMO, que tem oito deputados na Assembleia da República, constituiu-se em bancada parlamentar em Abril de 2010. |
[[Samora Machel]] foi o primeiro [[presidente]] de Moçambique independente e ocupou este cargo até à sua morte em [[1986]]. O seu sucessor, [[Joaquim Chissano]], negociou o fim da guerra civil e introduziu um sistema multipartidário que integrou o principal movimento rebelde, a Resistência Nacional Moçambicana ([[RENAMO]]). Neste novo sistema, a Frelimo permaneceu copiando o trabalho todo , foste apanhado cabrão , acopiar trabalho ham? quero ver a tua cara knd apresentares isto... no poder até os dias actuais, tendo ganho as eleições parlamentares realizadas em [[1994]], [[1999]], [[2004]] e [[2009]], mesmo com acusações de fraudes. O [[Movimento Democrático de Moçambique]], uma dissidência da RENAMO, que tem oito deputados na Assembleia da República, constituiu-se em bancada parlamentar em Abril de 2010. |
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Embora o regime prevalecendo em Moçambique desde inícios dos anos 1990 não acusasse o mesmo grau de autoritarismo como a sua congénere em [[Angola]], evidenciou sempre défices democráticos que o sucessor de Joaquim Chissano, [[Armando Guebuza]], tentou colmatar nos anos 2000.<ref>Vítor Alexandre Lourenço, ''Estado, Autoridades Tradicionais e "Transição Democrática" em Moçambique'', ''Cadernos de Estudos Africanos'' (Lisboa), 16/17, 2008/2009, pp.115-137.</ref> |
Embora o regime prevalecendo em Moçambique desde inícios dos anos 1990 não acusasse o mesmo grau de autoritarismo como a sua congénere em [[Angola]], evidenciou sempre défices democráticos que o sucessor de Joaquim Chissano, [[Armando Guebuza]], tentou colmatar nos anos 2000.<ref>Vítor Alexandre Lourenço, ''Estado, Autoridades Tradicionais e "Transição Democrática" em Moçambique'', ''Cadernos de Estudos Africanos'' (Lisboa), 16/17, 2008/2009, pp.115-137.</ref> |
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As províncias estão divididas em 128 [[Distritos de Moçambique por ordem alfabética|distritos]], os distritos subdividem-se em 394 [[posto administrativo|postos administrativos]] e estes em 1042 [[localidade]]s, o nível mais baixo da administração local do Estado<ref>{{Citar web |url=http://www.portaldogoverno.gov.mz/docs_gov/documento/Agenda2025.ptg.pdf |titulo=Agenda 2025, Visão e Estratégias do País, página 8 ]}}</ref>. |
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República de Moçambique Moçambique | |
---|---|
Bandeira | Brasão de armas |
Hino nacional: Pátria Amada | |
Gentílico: moçambicano(a) | |
Capital | Maputo |
Cidade mais populosa | Maputo |
Língua oficial | Português[1][2] |
Governo | República presidencialista |
• Presidente | Armando Guebuza |
• Primeiro-ministro | Aires Ali |
Independência de Portugal | |
• Data | 25 de Junho de 1975 |
Área | |
• Total | 801 590 km² (35.º) |
Fronteira | Tanzânia, Zâmbia, Malawi, Suazilândia, Zimbabwe e África do Sul. |
População | |
• Estimativa para 2007 | 20 069 738 hab. (52.º) |
• Densidade | 24 hab./km² (158.º) |
PIB (base PPC) | Estimativa de 2007 |
• Total | US$ 18,6 bilhões(121.º) |
• Per capita | US$ 897 (154.º) |
IDH (2010) | 0,284 (165.º) – baixo[3] |
Moeda | Metical (MZN) |
Fuso horário | (UTC+2) |
Cód. ISO | MOZ |
Cód. Internet | .mz |
Cód. telef. | +258 |
Website governamental | www.portaldogoverno.gov.mz |
Moçambique, oficialmente República de Moçambique, é um país localizado na costa oriental da África Austral, limitado a norte pela Tanzania, a noroeste pelo Malawi e Zâmbia, a oeste pelo Zimbabwe e a leste pelo Canal de Moçambique e o Oceano Índico, a sul e sudoeste pela África do Sul e Suazilândia. No Canal de Moçambique, tem fronteiras marítimas com as Comores, Madagáscar, a coletividade departamental francesa de Mayotte e as ilhas Juan de Nova, Bassas da Índia e Ilha Europa, pertencentes às Ilhas Esparsas das Terras Austrais e Antárticas Francesas.
Esta antiga colónia e província ultramarina de Portugal, obteve a sua independência a 25 de Junho de 1975. Faz parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, da SADC, da Commonwealth, da Organização da Conferência Islâmica e da ONU. A sua capital e maior cidade é Maputo.
História
A história de Moçambique encontra-se documentada pelo menos a partir do século X, quando um estudioso viajante árabe, Al-Masudi, descreveu uma importante actividade comercial entre as nações da região do Golfo Pérsico e os "Zanj" da "Bilad as Sofala", que incluía grande parte da costa norte e centro do actual Moçambique.
No entanto, vários achados arqueológicos permitem caracterizar a pré-história do país (antes da escrita). Provavelmente o evento mais importante desse período tenha sido a fixação nesta região dos povos bantus que, não só eram agricultores, mas também introduziram a metalurgia do ferro, entre os séculos I e IV.
Entre os séculos X e XIX existiram no território vários estados bantus, o mais conhecido foi o império dos Mwenemutapas (ou Monomotapa).
A penetração portuguesa em Moçambique, iniciada no início do século XVI[4], só em 1885 — com a partilha de África pelas potências europeias durante a Conferência de Berlim — se transformou numa ocupação militar, com a submissão total dos estados ali existentes, levando, no início do século XX, a uma verdadeira administração colonial.
Depois de uma guerra de libertação que durou cerca de dez anos, Moçambique tornou-se independente a 25 de Junho de 1975, na sequência da Revolução dos Cravos, a seguir à qual o governo português assinou com a Frelimo os Acordos de Lusaka. Após a independência, com a denominação de República Popular de Moçambique, foi instituído no país um regime socialista de partido único, cuja base de sustentação económica se viria a degradar progressivamente até à abertura feita nos anos de 1986-1987, quando foram assinados acordos com o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional. A abertura do regime foi ditada pela crise económica em que o país se encontrava e pela guerra civil que o país atravessou entre 1976 e 1992.
Na sequência do Acordo Geral de Paz, assinado entre os presidentes de Moçambique e da Renamo, o país assumiu o pluripartidarismo, tendo tido as primeiras eleições com a participação de vários partidos em 1994.
Para além de membro da ONU, da União Africana e da Commonwealth, Moçambique é igualmente membro fundador da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral e, desde 1996, da Organização da Conferência Islâmica.
Geografia
Moçambique está situado na costa oriental da África Austral, limitado a norte pela Tanzânia, a noroeste pela Zâmbia e Malawi, a oeste pela Suazilândia e pelo Zimbabwe, a sul e oeste pela África do Sul e a leste pelo Canal de Moçambique.
A norte do rio Zambeze o território é dominado por um grande planalto, com uma pequena planície costeira bordejada de recifes de coral e, no interior, limita com maciços montanhosos pertencentes ao sistema do Grande Vale do Rift. A sul é caracterizado por uma larga planície costeira de aluvião, coberta por savanas e cortada pelos vales de vários rios, entre os quais destacando-se o rio Limpopo.
Clima
O clima do país é húmido e tropical, influenciado pelo regime de monções do Índico e pela corrente quente do canal de Moçambique, com estações secas de Junho a Setembro. As temperaturas médias em Maputo variam entre os 13-24 °C em Julho a 22-31 °C em Fevereiro.
A estação das chuvas ocorre entre Outubro e Abril. A precipitação média nas montanhas ultrapassa os 2000 mm. A humidade relativa é elevada situando-se entre 70 a 80%, embora os valores diários cheguem a oscilar entre 10 e 90%. As temperaturas médias variam entre 20 °C no Sul e 26 °C no norte, sendo os valores mais elevados durante a época das chuvas.
Demografia
Moçambique tem uma população de 20 579 265 de acordo com o censo de 2007[5], o que representa um aumento de 27,8% em relação aos 16 099 246 enumerados no censo de 1997. Ainda segundo o censo de 2007, a população urbana totalizava 6 282 632, equivalendo a 30% do total; e a taxa de masculinidade era de 48,7 como resultado de um total de 9 897 116 homens e 10 682 149 mulheres.
30% da população concentra-se nas cidades, e a restante nos campos. As principais cidades são Maputo (1 178 116 habitantes), Matola (671 556) e Beira (431 583).
Antes da independência (1975), a população total de Moçambique passou de 6 603 651, em 1960, para 8 168 933, em 1970.
Em 1960, a população branca era de 97 268 pessoas. Em 1975 viviam em Moçambique cerca de 200 mil portugueses, na sua maioria ligados à função pública, empresas portuguesas e internacionais, mas também à agricultura e pequeno comércio. A comunidade indiana, em 1975, ligada ao comércio estima-se entre 20 e 30 000 habitantes.
Por alturas da independência existia uma pequena comunidade chinesa de cerca de 4000 pessoas, concentrada em Maputo e na Beira, dedicando-se sobretudo ao pequeno comércio. Os negros constituíam cerca de 98% da população. Os mestiços seriam cerca de 0,5% do total.
Moçambique Censo 2007 | Cidades mais populosas de |||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Maputo Matola | |||||||||||
Posição | Localidade | Província | Pop. | Posição | Localidade | Província | Pop. | ||||
1 | Maputo | Cidade de Maputo | 1 178 116 | 11 | Gurué | Zambézia | 125 042 | ||||
2 | Matola | Maputo | 671 556 | 12 | Maxixe | Inhambane | 119 868 | ||||
3 | Beira | Sofala | 431 583 | 13 | Lichinga | Niassa | 109 839 | ||||
4 | Nampula | Nampula | 388 526 | 14 | Pemba | Cabo Delgado | 108 737 | ||||
5 | Chimoio | Manica | 256 992 | 15 | Angoche | Nampula | 93 777 | ||||
6 | Nacala Porto | Nampula | 224 553 | 16 | Dondo | Sofala | 78 648 | ||||
7 | Quelimane | Zambézia | 188 964 | 17 | Cuamba | Niassa | 73 268 | ||||
8 | Mocuba | Zambézia | 136 393 | 18 | Montepuez | Cabo Delgado | 72 279 | ||||
9 | Tete | Tete | 129 316 | 19 | Chócue | Gaza | 63 695 | ||||
10 | Xai-Xai | Gaza | 127 366 | 20 | Chibuto | Gaza | 59 165 |
Política
Moçambique é uma república presidencialista cujo governo é formado pelo partido político com maioria parlamentar. As eleições são realizadas a cada cinco anos.
A Frelimo foi o movimento que lutou pela libertação desde o início da década de sessenta. Após a independência, passou a controlar exclusivamente o poder, aliada aos países do então "bloco socialista", e introduzindo um sistema político de partido único, semelhante ao praticado naqueles países.[6]. O regime provocou a hostilidade dos estados vizinhos segregacionistas existentes na altura, África do Sul e Rodésia, que apoiaram elementos brancos recolonizadores e guerrilhas internas. Esta situação viria a transformar-se numa guerra civil de 16 anos.
Samora Machel foi o primeiro presidente de Moçambique independente e ocupou este cargo até à sua morte em 1986. O seu sucessor, Joaquim Chissano, negociou o fim da guerra civil e introduziu um sistema multipartidário que integrou o principal movimento rebelde, a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO). Neste novo sistema, a Frelimo permaneceu copiando o trabalho todo , foste apanhado cabrão , acopiar trabalho ham? quero ver a tua cara knd apresentares isto... no poder até os dias actuais, tendo ganho as eleições parlamentares realizadas em 1994, 1999, 2004 e 2009, mesmo com acusações de fraudes. O Movimento Democrático de Moçambique, uma dissidência da RENAMO, que tem oito deputados na Assembleia da República, constituiu-se em bancada parlamentar em Abril de 2010.
Embora o regime prevalecendo em Moçambique desde inícios dos anos 1990 não acusasse o mesmo grau de autoritarismo como a sua congénere em Angola, evidenciou sempre défices democráticos que o sucessor de Joaquim Chissano, Armando Guebuza, tentou colmatar nos anos 2000.[7]
Subdivisões
Moçambique está dividido em 11 províncias:
- Niassa (capital: uimchichilai lao);
- Cabo Delgado (capital: Penha );
- Nampula (capital: Naopula);
- Zambézia (capital: Quelimane);
- Tete (capital: Tetas);
- Manica (capital: Chimoio);
- Sofala (capital: Beira);
- Inhambane (capital: Inhambane);
- Gaza (capital: Xi-Xi);
- Maputo (capital: Matola);
- Cidade de Maputo (capital: Maputa)
As províncias estão divididas em 128 distritos, os distritos subdividem-se em 394 postos administrativos e estes em 1042 localidades, o nível mais baixo da administração local do Estado[8].
Em Moçambique foram criados até ao momento, 43 municípios, 10 dos quais em Abril de 2008.
Economia
Cerca de 45% do território moçambicano tem potencial para a agricultura, porém 80% dela é de subsistência. Há extração de madeira das florestas nativas. A reconstrução da economia, após o fim da guerra civil em 1992 e das enchentes de 2000, foi dificultada pela existência de minas terrestres não desactivadas. O produto interno bruto de Moçambique foi de US$ 3 600 milhões em 2001.
Principais produtos agrícolas
- Algodão
- Cana-de-açúcar
- Chá
- Tabaco
- Sisal
- Castanha-de-caju
- Copra (polpa do coco)
- Mandioca
Pecuária
Pesca
A cifra oficial de capturas era de 30,2 mil toneladas em 1996. O camarão é um dos principais produtos de exportação.
Minérios
Os principais recursos minerais incluem carvão, sal, grafite, bauxita, ouro, pedras preciosas e semipreciosas. Possui também reservas de gás natural e mármore.
Indústria
É pouco desenvolvida, mas auto-suficiente em tabaco e bebidas (cerveja). Em 2000, foi inaugurada uma fundição de alumínio que aumentou o produto interno bruto em 500%.[carece de fontes] Para atrair investimentos estrangeiros, o governo criou os "corredores de desenvolvimento" de Maputo, Beira e Nacala, com acesso rodoviário, suprimento de energia eléctrica, e com ligação ferroviária até aos países vizinhos.
Estradas e pontes
Moçambique é um país percorrido por uma extensão de 30 056 km de estrada. Este foi um dos sectores mais afectados durante a guerra civil, entretanto, nos últimos tempos conseguiu reerguer-se. Através da Administração Nacional de Estradas, vários troços de estradas estão a ser construídos e reabilitados. A grande realização deste sector foi a construção da Ponte Armando Emílio Guebuza sobre o Rio Zambeze, que liga o sul ao norte do país.
Turismo
O país tem um grande potencial turístico, destacando-se as praias e zonas propícias ao mergulho nos seus mais de dois mil quilómetros de litoral, e os parques e reservas da natureza no interior do país.
Cultura
Moçambique é reconhecido pelos seus artistas plásticos: escultores (principalmente da etnia Makonde) e pintores (inclusive em tecido, técnica batik). Artistas como Malangatana, Gemuce, Naguib, Ismael Abdula, Samat e Idasse destacam-se na área de pintura. A música vocal moçambicana também impressiona os visitantes. A timbila chope foi considerada Património Mundial.
Línguas
De acordo com o artigo 10 da nova Constituição , de 2004, "Na República de Moçambique, a língua portuguesa é a língua oficial". No entanto, consoante o Recenseamento Geral da População e Habitação, realizado em 1997, ela é língua materna de apenas 6% da população, número que, na cidade de Maputo, chega aos 25%, apesar de cerca de 40% dos moçambicanos terem declarado que a sabiam falar (em Maputo, 87%).
O artigo 9 da Constituição diz ainda: "O Estado valoriza as línguas nacionais como património cultural e educacional e promove o seu desenvolvimento e utilização crescente como línguas veiculares da nossa identidade". Em Moçambique foram identificadas diversas línguas nacionais, todas da grande família de línguas bantu, sendo as principais (de sul para norte): XiTsonga, XiChope, BiTonga, XiSena, XiShona, ciNyungwe, eChuwabo, eMacua, eKoti, eLomwe, ciNyanja, ciYao, XiMaconde e kiMwani.
Mercê da considerável comunidade asiática radicada em Moçambique, são também falados o urdu e o gujarati.
Culinária
Moçambique é reconhecido por seus dotes culinários. Tem muitos pratos típicos. A maioria são pratos principais. Aqui vem uma lista de alguns pratos:
- Amêijoas com Leite de Coco
- Arroz de Coco e Papaia
- Bifinhos com Caju
- Bolo Catembe
- Bolo de Caju e Batata
- Bolo de Castanha de Caju
- Bolo de Figos
- Bolo de Mandioca
- Bolo do Maputo
- Caldeirada de Cabrito
- Camarão com Alho
- Camarão Tigre Grelhado
- Camarões Fritos
- Caranguejo Recheado
- Cacana
- Caril de amendoim
- Caril de Camarão
- Caril de caranguejo
- Caril à Indiana
- Caril à Moçambicana
- Caril de Galinha
- Caril de Galinha com Amendoim
- Chiguinha
- Chima de Arroz
- Creme de Mandioca
- Delícias de Camarão
- Doce de Amendoim
- Doce de Batata
- Feijoada de Marisco
- Fofos de Arroz
- Galinha à Cafreal
- Galinha Abafada
- Galinha com Amendoim e Caju
- Galinha à Manduca
- Galinha com Caju Verde
- Guisado de Caranguejo
- Matapa (folha de mandioca ou couve com amendoim)
- Molho de Piri-piri
- Patê de Miúdos
- Pato com Bambu
- Peixe à Lumbo
- Sobremesa de Abacate
- Sopa Rica de Mariscos
- Xima
- Cacana
- Matapa
- Tihove
- Xiguinha
- Mbambane
- Mucapata
Desporto
O jogador português Eusébio (nascido em Moçambique antes da independência) é o maior destaque do país, sendo avançado da selecção Portuguesa no Campeonato do Mundo de 1966, levando Portugal às semifinais. A atleta Maria de Lurdes Mutola ganhou 2 medalhas olímpicas nos 800 metros, uma medalha de bronze nas Olimpíadas de 1996, em Atlanta e uma medalha de ouro, nas Olimpíadas de 2000, na Austrália. Os desportos mais populares de Moçambique são basquetebol, futebol e atletismo. A jogadora de basquetebol mais famosa foi Clarisse Machanguana, que jogou na WNBA. A selecção moçambicana de futebol disputou 4 vezes a copa das nações africanas, e nunca disputou uma taça do mundo.
Feriados
Data | Nome em português | Notas |
---|---|---|
1 de Janeiro | Dia da Fraternidade universal | Ano novo |
3 de Fevereiro | Dia dos heróis moçambicanos | Em homenagem a Eduardo Mondlane |
7 de Abril | Dia da mulher moçambicana | Em homenagem a Josina Machel |
1 de Maio | Dia Internacional dos Trabalhadores | Dia do trabalho |
25 de Junho | Dia da Independência Nacional | Proclamação da independência em 1975 (de Portugal) |
7 de Setembro | Dia da Vitória | Em homenagem à assinatura dos Acordos de Lusaka |
25 de Setembro | Dia das Forças Armadas de Libertação Nacional | Em homenagem ao início da luta armada de libertação nacional |
4 de Outubro | Dia da Paz e Reconciliação | Em homenagem ao Acordo Geral de Paz |
25 de Dezembro | Dia da Família | Natal |
Notas e referências
- ↑ Artigo 10 da Constituição
- ↑ Outras línguas nacionais não oficiais, mas protegidas constitucionalmente são, incluindo mas não se limitando a: Emakhuwa, xitsonga, ciyao, cisena, xiChona, echuwabo, cinyanja, xironga, shimakonde, cinyungue, xiChope, bitonga, swahili
- ↑ «Ranking do IDH 2010». PNUD. Consultado em 4 de novembro de 2010
- ↑ Eric Axelson, Portuguese in South-East Africa 1488-1600, Johannesburg: Struik & University of the Witwatersrand, 1973, ISBN 0-85494-193-2
- ↑ «QUADRO 1. POPULAÇÃO RECENSEADA POR ÁREA DE RESIDÊNCIA E CATEGORIA CENSITÁRIA, SEGUNDO SEXO E IDADE». Consultado em 30 de Julho de 2010
- ↑ John Saul, A Difficult Road: The transition to socialism in Mozambique, Nova Iorque: Monthly Review Press, 1985; Christine Verschuur e outros, Mozambique: Dix and de solitude, Paris: L'Harmattan, 1986
- ↑ Vítor Alexandre Lourenço, Estado, Autoridades Tradicionais e "Transição Democrática" em Moçambique, Cadernos de Estudos Africanos (Lisboa), 16/17, 2008/2009, pp.115-137.
- ↑ «Agenda 2025, Visão e Estratégias do País, página 8 ]» (PDF)
Ver também
Predefinição:Portal-Moçambique
- África
- Guerra Civil Moçambicana
- Império Português
- Línguas de Moçambique
- Lista de escritores moçambicanos
- Lista de países
- Partidos políticos de Moçambique
- Responsáveis pela administração colonial de Moçambique
- Lista do património edificado em Moçambique
- Literatura de Moçambique
- Missões diplomáticas de Moçambique
- Português moçambicano
- Tópicos relacionados com Moçambique
- Christian Geffray, A causa das armas, Porto: Afrontamento, 1991 (guerra civil em Moçambique)
- João Mosca, Economia de Moçambique, século XX, Lisboa: Instituto Piaget, 2005
- Malyn Newitt, História de Moçambique, Lisboa: Ed. Europa-América, 1997
- René Pélissier, História de Moçambique: Formação e oposição (1854-1941), Lisboa: Ed. Estampa, 1988
- Anne Pitcher, Transforming Mozambique: The Politics of Privatization, 1975-2000, Cambridge etc.: Cambridge University Press, 2002
- Paul Southern. Portugal: The Scramble for Africa. Bromley, Galago Books, 2010
Ligações externas
- «Portal do Governo de Moçambique»
- «Presidência da República de Moçambique»
- «Ministério dos Negócios Estrangeiros da República de Moçambique»
- «Banco Central da República de Moçambique»
- «Instituto Nacional de Estatística da República de Moçambique»
- «Ministério dos Negócios Estrangeiros da República de Moçambique»
- «Divisão da África II - Itamaraty». Divisão do Ministério das Relações Exteriores do Brasil responsável pelas relações bilaterais com Moçambique
- «Parque Nacional da Gorongosa»
- «MozamBIG-Forum.com - O fórum Moçambicano mais abrangente»
- «Emissão on-line da Rádio Moçambique»
- «Imagens de Maputo e Ilha de Moçambique». Fotografias e Mapa de Maputo e Ilha de Moçambique
- «Administração Nacional de Estradas (ANE)»
- «Instituto Camões» (PDF). Dados históricos da Língua Portuguesa em Moçambique
- «Cronologia da história de Moçambique (BBC)»
- «Moçambique na Lista da Paz Mundial»
- «Federação Moçambicana de Futebol de Moçambique»
- «Mapas de Moçambique»
- «Antigas estrelas do desporto moçambicano». (retrospectiva aos anos 1950-1975)
- «Colonização e independência em Moçambique: hábitos alimentares em mudança»
- «"O Enigma de uma colónia virtual – África Oriental Portuguesa (vulgo Moçambique)" (História de Moçambique desde o século X a 1975 por Tenente-coronel João José de Sousa Cruz, "Revista Militar")»