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A '''Lua''' é o único [[satélite natural]] da [[Terra]] e o quinto maior no [[Sistema Solar]]. É o maior satélite natural de um planeta no sistema solar em relação ao tamanho do seu [[Primário (astronomia)|corpo primário]], tendo 27% do diâmetro e 60% da densidade da Terra, o que representa {{frac|1|81}} da sua [[massa]]. Entre os satélites cuja densidade é conhecida, a Lua é o segundo mais denso, atrás de [[Io (satélite)|Io]].
A '''Lua''' é o único [[satélite natural]] da [[Terra]] e o quinto maior no [[Sistema Solar]]. É o maior satélite natural de um planeta no sistema solar em relação ao tamanho do seu [[Primário (astronomia)|corpo primário]], tendo 27% do diâmetro e 60% da densidade da Terra, o que representa {{frac|1|81}} da sua [[massa]]. Entre os satélites cuja densidade é conhecida, a Lua é o segundo mais denso, atrás de [[Io (satélite)|Io]].
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== Formação ==
== Formação ==
{{Vertambém|Hipótese do grande impacto}}
[[File:Giantimpact.gif|thumb|left|Impressão artística do impacto entre a Terra e Theia. Os destroços do impacto teriam posteriormente formado a Lua.]]
[[Imagem:Giantimpact.gif|thumb|esquerda|Impressão artística do impacto entre a [[Terra]] e [[Theia]]. Os destroços do impacto teriam posteriormente formado a Lua.]]
Foram formuladas diversas hipóteses que buscam explicar como ocorreu a formação do satélite natural terrestre, mas quatro delas se tornaram mais conhecidas. A primeira delas afirma que o material que hoje forma a Lua surgiu a partir do desprendimento de material da [[crosta terrestre]] por conta de sua extremamente rápida rotação e tais detritos posteriormente formaram o satélite. Outra hipótese sugere que a gravidade terrestre teria capturado um corpo que vagava pelo Sistema Solar, fazendo-o entrar em órbita ao seu redor. Existe ainda a ideia de que, nos primórdios da [[formação e evolução do Sistema Solar|formação do Sistema Solar]], os dois corpos teriam se formado simultaneamente a partir da agregação do material existente na [[nebulosa solar]].<ref>{{harvnb|McFadden|2007|p=247-248}}</ref>


Foram propostos vários mecanismos para a formação da Lua, 4,527 ± 0,010 bilhões de anos atrás, entre 30 e 50 milhões de anos após a origem do [[Sistema Solar]].<ref>{{cite journal|doi= 10.1126/science.1118842 |journal=[[Science (journal)|Science]] |year=2005 |volume=310 |issue=5754 |pages=1671–1674 |title=Hf–W Chronometry of Lunar Metals and the Age and Early Differentiation of the Moon |last=Kleine |first=T. |coauthors=Palme, H.; Mezger, K.; Halliday, A.N. |pmid=16308422|bibcode = 2005Sci...310.1671K }}</ref> Uma pesquisa recente apresentado por Rick Carlson indica uma idade um pouco mais jovem de entre 4,4 e 4,45 bilhões de anos.<ref>{{cite web |url=http://www.space.com/22894-moon-age-100-million-years-younger.html |title=Carnegie Institution for Science research |accessdate=12 de outubro de 2013}}</ref>
Entretanto, a teoria amplamente aceita atualmente no meio científico é a [[hipótese do grande impacto]], segundo a qual a Lua se originou a partir da agregação dos detritos da colisão de um corpo massivo com a Terra. Cerca de cinquenta e cem milhões de anos após a [[Evolução da vida e formação da Terra|formação ]]<nowiki/>do nosso planeta (que ocorreu a cerca de 4,56 bilhões de anos atrás), um corpo do tamanho aproximado do planeta [[Marte (planeta)|Marte]] denominado [[Theia]] veio a colidir com a superfície terrestre. Theia possivelmente formou-se nas proximidades da órbita terrestre, já que a composição química do nosso planeta e da Lua são similares. Com o impacto, o corpo se rompeu completamente e tanto seus destroços quanto material arrancados da crosta passaram a orbitar a Terra. Theia possivelmente era um [[Diferenciação planetária|corpo diferenciado]], ou seja, apresentava camadas e um núcleo característico de ferro, e durante a colisão este núcleo mais pesado afundou através do [[manto terrestre]] e se juntou ao [[núcleo da Terra|núcleo do planeta]]. Parte do material que entrou em órbita por conta do impacto colossal voltou a cair na superfície do planeta, sobretudo a parte composta por elementos pesados como ferro, enquanto materiais mais leves como [[silicato]]s permaneceram ao seu redor. Este material posteriormente coalesceu e formou o satélite natural que, inicialmente, apresentava mais da metade de seu volume fundido, formando o [[oceano de magma lunar]].<ref>{{harvnb|McFadden|2007|p=249}}</ref>
<ref>{{cite web |url=http://phys.org/news/2013-09-moon-younger-thought.html |title=Phys.org's account of Carlson's presentation to the Royal Society |accessdate=13 de outubro de 2013}}</ref> Estes mecanismos incluem a [[fissão]] da Lua a partir da [[crosta terrestre]] através da [[força centrífuga]]<ref name="Binder" /> (o que exigiria um giro inicial muito grande da Terra),<ref name="BotM" /> a captura gravitacional de uma lua pré-formada<ref name="Mitler" /> (o que exigiria uma [[Atmosfera da Terra|atmosfera]] estendida da Terra para [[Dissipação|dissipar]] a energia da passagem da Lua)<ref name="BotM"/> e a co-formação da Terra e da Lua juntas no [[disco de acreção]] primordial (que não explica o esgotamento de [[ferro]] metálico na Lua).<ref name="BotM"/> Estas hipóteses também não pode explicar o alto [[momento angular]] do sistema Terra-Lua.<ref>{{cite journal|last=Stevenson |first=D.J. |title=Origin of the moon–The collision hypothesis |journal=Annual Review of Earth and Planetary Sciences |year=1987 |volume=15|issue=1 |pages=271–315 |bibcode=1987AREPS..15..271S |doi=10.1146/annurev.ea.15.050187.001415}}</ref>


A hipótese mais aceita hoje é a de que o sistema Terra- Lua se formou como resultado de um [[Hipótese do grande impacto|gigantesco impacto]], quando um corpo do tamanho de [[Marte (planeta)|Marte]] (chamado [[Theia]]) colidiu com a recém-formada [[História da Terra|proto-Terra]], explodindo material na [[órbita]] em torno dele que se aglutinaram até formar a Lua.<ref name="taylor1998" /> Dezoito meses antes de uma conferência de outubro de 1984 sobre as possíveis origens da Lua, Bill Hartmann, Roger Phillips e Jeff Taylor desafiaram os colegas cientistas ao dizer: "Vocês tem 18 meses. Volte aos seus dados da [[Apollo 11|Apollo]], voltem aos seus computadores, façam o que tiverem que fazer, mas sejam criativos. Não venha para nossa conferência, a menos que você tem algo a dizer sobre o nascimento da Lua." Na conferência de 1984 em [[Kona]], no [[Havaí]], a [[hipótese do grande impacto]] emergiu como a mais popular. "Antes da conferência, havia partidários das três teorias "tradicionais", além de algumas pessoas que estavam começando a considerar o impacto gigante como uma possibilidade séria e havia um enorme grupo apático que achava que o debate jamais seria resolvido. Posteriormente haviam essencialmente apenas dois grupos: os defensores do grande impacto e os agnósticos."<ref name=Dana-Mackenzie's-book>[http://books.google.com/books?id=omVaG7u4qG8C&pg=PA166&dq=1983+Bill+Hartmann+Roger+Phillips+Jeff+Taylor&hl=en&sa=X&ei=Whv5UebpLoXC9gTmwoHwAQ&ved=0CC8Q6AEwAA#v=onepage&q=1983%20Bill%20Hartmann%20Roger%20Phillips%20Jeff%20Taylor&f=false ''The Big Splat, or How Our Moon Came to Be''], Dana Mackenzie, John Wiley & Sons, Inc., Hoboken, New Jersey, 2003, pages 166-68.</ref>
Esta teoria possui grande aceitação pelo fato de ser capaz de explicar boa parte das características observadas atualmente tanto na Lua quanto na Terra. Uma delas refere-se ao [[momento angular]] dos dois corpos, ou seja, a energia associada ao movimento de cada um ao executarem trajetórias curvas. A teoria do grande impacto explica ainda a razão pela qual a Lua é pobre em metais pesados e apresenta pouco teor de ferro em seu núcleo, além do fato das amostras das rochas lunares apresentarem grandes semelhanças com as rochas terrestres. Acredita-se, ainda, que a colisão tenha sido a responsável pela diminuição do período de [[Rotação da Terra|rotação do planeta Terra]] que, do contrário, seria bem maior.<ref>{{harvnb|McFadden|2007|p=249}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://solarsystem.nasa.gov/scitech/display.cfm?ST_ID=446|arquivourl=http://www.webcitation.org/6KXCILSgJ|arquivodata=21 de outubro de 2013|título=Origin of the Earth and the Moon|autor=G. Jeffrey Taylor|publicado=[[NASA]]|data=21 de fevereiro de 2012|acessodata=21 de outubro de 2013|língua=Inglês}}</ref><ref>{{harvnb|Wlasuk|2000|p=33}}</ref>
[[Imagem:Mare Orientale.JPG|thumb|upright|Mare Orientale, formado a partir do último grande impacto que aconteceu na Lua.]]


Acredita-se que impactos gigantes tenham sido comuns no início do Sistema Solar. Modelos de um grande impacto feitos em simulações de computador são consistentes com as medições do [[momento angular]] do sistema Terra-Lua e com o pequeno tamanho do núcleo lunar. Estas simulações também mostram que a maior parte da Lua veio do impacto e não da proto-Terra.<ref>{{cite journal|last=Canup |first=R. |coauthors=Asphaug, E. |title=Origin of the Moon in a giant impact near the end of the Earth's formation |journal=Nature |volume=412 |pages=708–712 |year=2001 |doi=10.1038/35089010 |pmid=11507633 |issue=6848 |bibcode=2001Natur.412..708C}}</ref> No entanto, testes mais recentes sugerem que a maior parte da Lua se formou a partir da Terra, e não do impacto.<ref>{{cite web|url=http://news.nationalgeographic.com/news/2007/12/071219-moon-collision.html |title=Earth-Asteroid Collision Formed Moon Later Than Thought |publisher=News.nationalgeographic.com |date=28 October 2010 |accessdate=7 May 2012}}</ref><ref>http://digitalcommons.arizona.edu/objectviewer?o=uadc://azu_maps/Volume43/NumberSupplement/Touboul.pdf</ref><ref>{{cite journal | doi = 10.1038/nature06428 | title = Late formation and prolonged differentiation of the Moon inferred from W isotopes in lunar metals | year = 2007 | last1 = Touboul | first1 = M. | last2 = Kleine | first2 = T. | last3 = Bourdon | first3 = B. | last4 = Palme | first4 = H. | last5 = Wieler | first5 = R. | journal = Nature | volume = 450 | issue = 7173 | pages = 1206–9 | pmid = 18097403 |bibcode = 2007Natur.450.1206T }}</ref> [[Meteorito]]s mostram que outros corpos do Sistema Solar interior, como Marte e [[4 Vesta|Vesta]], têm composições isotópicas de de [[oxigênio]] e [[tungstênio]] muito diferentes das encontradas na Terra, enquanto a Terra e a Lua têm composições isotópicas quase idênticas. A mistura do material vaporizado entre a Terra e a Lua em formação após o impacto poderia ter empatado suas composições isotópicas,<ref name="Pahlevan2007" /> embora ainda esteja em debate.<ref>{{cite journal|last=Nield |first=Ted |title=Moonwalk (summary of meeting at Meteoritical Society's 72nd Annual Meeting, Nancy, France) |journal=Geoscientist |volume=19 |page=8 |year=2009|url =http://www.geolsoc.org.uk/gsl/geoscientist/geonews/page6072.html}}</ref>
[[File:Mare Orientale.JPG|thumb|Mare Orientale, formado a partir do último grande impacto que aconteceu na Lua.]]
===Cronologia lunar===
Após a crosta lunar ter se solidificado, o satélite natural passou por diversas transformações que mudaram profundamente seu aspecto levando às características observadas atualmente. Por essa razão existe a classificação dos [[escala de tempo geológico lunar|períodos da história geológica lunar]] similares aos períodos geológicos terrestres, cuja datação se tornou possível através da análise de amostras trazidas da superfície lunar para análise em laboratório.<ref>{{Harvnb|North|2000|p=139}}</ref>


A grande quantidade de energia liberada no evento do grande impacto gigante e a aglutinação subsequente de material na órbita da Terra teria derretido a camada externa terrestre, formando um oceano de [[magma]].<ref name="Warren1985" /><ref>{{cite journal|last=Tonks|first=W. Brian|coauthors=Melosh, H. Jay|year=1993|title=Magma ocean formation due to giant impacts|journal=Journal of Geophysical Research|volume=98|issue=E3|pages=5319–5333|bibcode=1993JGR....98.5319T|doi=10.1029/92JE02726}}</ref> A lua recém-formado também teria tido seu próprio oceano de magma lunar; estima-se que ele teria uma profundidade de cerca de 500 km até o [[raio]] total da Lua.<ref name="Warren1985" />
Um dos grandes marcos selecionados como referência é a formação do [[Mare Nectaris]] através do preenchimento com lava da bacia de impacto de Nectaris, o que aconteceu há 3.92 bilhões de anos. O tempo trascorrido desde a formação do satélite até a formação dessa bacia corresponde ao período [[Pré-Nectárico]]. Durante este intervalo, a Lua foi intensamente atingida por numerosos corpos como [[asteroide]]s, durante o [[intenso bombardeio tardio]], que completamente alterou as características físicas do satélite, desfigurando totalmente boa parte das características superficiais pré-existentes.<ref>{{Harvnb|North|2000|p=139,140}}</ref> A partir da formação do satélite, boa parte da Lua ainda era um grande oceano de magma que teve como contribuição a grande quantidade de impactos ocorridos que liberavam grandes quantidades de energia. Elementos pesados como ferro afundavam nesse oceano enquanto elementos e substâncias voláteis como água, sódio e potássio entravam em ebulição. A superfície, contudo, foi se resfriando gradualmente e, há 4.2 bilhões de anos, praticamente todo o oceano de lava já havia se solidificado e formado a crosta lunar.<ref>{{Harvnb|Wlasuk|2000|p=33}}</ref>


Apesar de sua precisão na explicação de muitas linhas de evidência, ainda existem algumas dificuldades que não são totalmente explicadas pela hipótese do grande impacto, a maioria delas envolvendo a composição da Lua.<ref>{{cite journal | journal = Science | author = Daniel Clery | title = Impact Theory Gets Whacked | volume = 342 | page = 183 | date = 11 de outubro de 2013}}</ref>
Outro marco importante foi a formação da bacia Imbrium há 3.85 bilhões de anos a partir de um impacto gigantesco que provocou alterações geológicas por todo o satélite e que, posteriormente, viria a ser preenchida com lava para formar o [[Mare Imbrium]]. O intervalo de tempo após o fim do período Pré-Nectário e antes da formação desta bacia caracteriza o período [[Nectárico]], ao longo do qual grandes corpos impactantes vieram a criar gigantescas bacias de impacto, além de milhares de crateras por todo o satélite. Contudo, a quantidade de impactos foi gradualmente reduzindo, de forma a permitir que as estruturas formadas nesse período permanecessem sem grandes distorções. Após a colisão que veio a formar o Mare Imbrium (dando início ao período [[Ímbrico]]), o grande impacto que deu origem ao [[Mare Orientale]] foi o último impacto massivo que ocorreu no satélite. Contudo impactos de corpos menores ocorriam continuamente por toda a superfície lunar.<ref>{{Harvnb|North|2000|p=140}}</ref>


Em 2001, uma equipe do [[Instituto Carnegie]] de Washington relatou uma medição mais precisa das assinaturas isotópicas de rochas lunares.<ref name=wiechert>{{Cite journal | title=Oxygen Isotopes and the Moon-Forming Giant Impact | display-authors=1 | last1=Wiechert | first1=U. | last2=Halliday | first2=A. N. | last3=Lee | first3=D.-C. | last4=Snyder | first4=G. A. | last5=Taylor | first5=L. A. | last6=Rumble | first6=D. | volume=294 | issue=12 | pages=345–348 | month=October | year=2001 | doi=10.1126/science.1063037 | url=http://www.sciencemag.org/cgi/content/abstract/294/5541/345 | accessdate=2009-07-05 | publisher=[[Science (journal)]] | pmid=11598294 | journal=Science |bibcode = 2001Sci...294..345W }}</ref> Para sua surpresa, a equipe descobriu que as rochas do programa Apollo apresentavam uma assinatura isotópica que era idêntico a de pedras da Terra e era diferente de quase todos os outros corpos do Sistema Solar. Uma vez que acreditava-se que a maior parte do material que entrou em órbita para formar a Lua tivesse vindo de Theia, esta observação foi inesperada. Em 2007, pesquisadores do [[Instituto de Tecnologia da Califórnia]] anunciaram que havia menos de 1% de chance de que Theia e Terra tenham assinaturas isotópicas idênticas.<ref name=ps2007>{{Cite journal | last1=Pahlevan | first1=Kaveh | last2=Stevenson | first2=David | title=Equilibration in the Aftermath of the Lunar-forming Giant Impact | journal=EPSL | volume=262 | issue=3–4 | month=October | year=2007 | pages=438–449 | doi=10.1016/j.epsl.2007.07.055 | bibcode=2007E&PSL.262..438P |arxiv = 1012.5323 }}</ref> Publicada em 2012, uma análise de [[isótopo]]s de [[titânio]] nas amostras lunares trazidas pela Apollo mostrou que a Lua tem a mesma composição que a Terra, o que entra em conflito com o que se espera se a Lua se formou longe da órbita da Terra ou de Theia. Variações sobre GIH pode explicar estes dados.<ref name="test" />
A colossal intensidade do impacto que formou a bacia do Mare Imbrium, possivelmente causado por um [[asteroide]] com cerca de cem quilômetros de diâmetro, teria desencadeado um intenso período de derramamento de magma por todo o satélite, uma vez que a então fina crosta teria apresentado diversas falhas com a energia do impacto. Com isso grande parte das bacias de impacto preexistentes foram preenchidas formando os imensos [[Mare (Lua)|mares lunares]].<ref>{{Harvnb|Wlasuk|2000|p=34}}</ref>

Há 3.2 bilhões de anos houve a formação da [[Erastótenes (cratera)|Cratera Erastótenes]], que marcou o início do período [[Erastoténico]], marcado pela contínua diminuição da atividade de [[Meteoro|meteoros]] a atingir a superfície lunar e pelos últimos vestígios de derramamento de lava no satélite. Os impactos de pequenos meteoritos ao longo de bilhões de anos, contudo, pulverizaram a superfície e erodiram as montanhas lunares dando-as um aspecto arredondado e suave.<ref>{{Harvnb|Wlasuk|2000|p=35}}</ref> Este período tem como marco final a formação da [[Copernicus (cratera)|cratera Copérnico]], há 0.81 bilhões de anos, que marca o início do período [[Copernicano]], o qual se estende até os dias atuais. O mais recente período é marcado por pouquíssima atividade geológica no satélite e um número extremamente pequeno de impactos significativos quando comparado aos períodos anteriores.<ref>{{Harvnb|North|2000|p=140}}</ref>
{{Predefinição:Linha do tempo da geologia lunar}}
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=== Estrutura interna ===
=== Estrutura interna ===
[[Imagem:Moon diagram.svg|thumb|esquerda|300px|Estrutura lunar]]

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{| class="wikitable" style="float: right; clear: right; margin-left: 1em; text-align: center;"
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|+ Composição química do [[Regolito|regolito lunar]]<ref>{{cite book
|+ Composição química do [[Regolito|regolito lunar]]<ref>{{cite book
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=== Geologia da superfície ===
=== Geologia da superfície ===
{{Artigo principal|Geologia da Lua|Rocha lunar}}

{{multiple image
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|image1 = Moon nearside LRO.jpg
|caption1 = [[Lado visível da Lua]]
|image2 = Moon Farside LRO.jpg
|caption2 = [[Lado oculto da Lua]]. Note-se a quase total ausência dos escuros [[Mare (Lua)|mares lunares]]<ref>{{cite web|title=Landscapes from the ancient and eroded lunar far side |publisher=esa |url=http://www.esa.int/esaSC/SEMDWNWALPE_index_0.html |accessdate=15 February 2010}}</ref>
}}
[[Imagem:MoonTopoLOLA.png|thumb|345px|Topografia da Lua]]
A [[topografia]] da Lua tem vindo a ser medida através de [[LIDAR|altimetria laser]] e [[estereoscopia|análise estereoscópica]].<ref>{{cite journal|title=Topography of the South Polar Region from Clementine Stereo Imaging|author=Spudis, Paul D.; Cook, A.; Robinson, M.; Bussey, B.; Fessler, B.| bibcode=1998nvmi.conf...69S|journal=Workshop on New Views of the Moon: Integrated Remotely Sensed, Geophysical, and Sample Datasets|page=69|date=01/1998|last2=Cook|last3=Robinson|last4=Bussey|last5=Fessler}}</ref> A característica topográfica mais proeminente é a [[Bacia do Polo Sul-Aitken]], com cerca de 2240 km de diâmetro, o que faz dela a maior cratera lunar e e maior cratera conhecida do Sistema Solar.<ref name="Spudis1994" /><ref>{{cite journal|doi =10.1029/97GL01718|url =http://www.agu.org/pubs/crossref/1997/97GL01718.shtml|first1 = C.M.|last1 = Pieters|first2 =S.|last2 =Tompkins|first3 =J.W.|last3 =Head|first4 =P.C.|last4 =Hess|title = Mineralogy of the Mafic Anomaly in the South Pole‐Aitken Basin: Implications for excavation of the lunar mantle|journal = Geophysical Research Letters|volume = 24|issue = 15|pages = 1903–1906|year =1997|bibcode=1997GeoRL..24.1903P}}</ref> Com 13 km de profundidade, a base é o ponto de menor altitude na Lua.<ref name="Spudis1994" /><ref>{{cite web|url = http://www.psrd.hawaii.edu/July98/spa.html|title = The Biggest Hole in the Solar System|last = Taylor|first = G.J.|date = 17 July 1998|publisher = Planetary Science Research Discoveries, Hawai'i Institute of Geophysics and Planetology|accessdate =12 April 2007}}</ref> Os pontos mais altos encontram-se imediatamente a nordeste, tendo sido sugerido que esta área possa ter sido formada através do impacto oblíquo na superfície que deu origem à bacia.<ref>{{cite journal|last=Schultz|first=P. H.|date=03/1997|page=1259|volume=28|title=Forming the south-pole Aitken basin – The extreme games|journal=Conference Paper, 28th Annual Lunar and Planetary Science Conference|bibcode=1997LPI....28.1259S}}</ref> As outras bacias de impacto de grande dimensão, como os mares [[Mare Imbrium|Imbrium]], [[Mare Serenitatis|Serenatis]], [[Mare Crisium|Crisium]], [[Mare Smythii]] e [[Mare Orientale|Orientale]], possuem igualmente pouca altitude e orlas elevadas.<ref name="Spudis1994" /> A face oculta da lua é em média cerca de 1,9 km mais elevado do que a face visível.<ref name="W06" />
A [[topografia]] da Lua tem vindo a ser medida através de [[LIDAR|altimetria laser]] e [[estereoscopia|análise estereoscópica]].<ref>{{cite journal|title=Topography of the South Polar Region from Clementine Stereo Imaging|author=Spudis, Paul D.; Cook, A.; Robinson, M.; Bussey, B.; Fessler, B.| bibcode=1998nvmi.conf...69S|journal=Workshop on New Views of the Moon: Integrated Remotely Sensed, Geophysical, and Sample Datasets|page=69|date=01/1998|last2=Cook|last3=Robinson|last4=Bussey|last5=Fessler}}</ref> A característica topográfica mais proeminente é a [[Bacia do Polo Sul-Aitken]], com cerca de 2240 km de diâmetro, o que faz dela a maior cratera lunar e e maior cratera conhecida do Sistema Solar.<ref name="Spudis1994" /><ref>{{cite journal|doi =10.1029/97GL01718|url =http://www.agu.org/pubs/crossref/1997/97GL01718.shtml|first1 = C.M.|last1 = Pieters|first2 =S.|last2 =Tompkins|first3 =J.W.|last3 =Head|first4 =P.C.|last4 =Hess|title = Mineralogy of the Mafic Anomaly in the South Pole‐Aitken Basin: Implications for excavation of the lunar mantle|journal = Geophysical Research Letters|volume = 24|issue = 15|pages = 1903–1906|year =1997|bibcode=1997GeoRL..24.1903P}}</ref> Com 13 km de profundidade, a base é o ponto de menor altitude na Lua.<ref name="Spudis1994" /><ref>{{cite web|url = http://www.psrd.hawaii.edu/July98/spa.html|title = The Biggest Hole in the Solar System|last = Taylor|first = G.J.|date = 17 July 1998|publisher = Planetary Science Research Discoveries, Hawai'i Institute of Geophysics and Planetology|accessdate =12 April 2007}}</ref> Os pontos mais altos encontram-se imediatamente a nordeste, tendo sido sugerido que esta área possa ter sido formada através do impacto oblíquo na superfície que deu origem à bacia.<ref>{{cite journal|last=Schultz|first=P. H.|date=03/1997|page=1259|volume=28|title=Forming the south-pole Aitken basin – The extreme games|journal=Conference Paper, 28th Annual Lunar and Planetary Science Conference|bibcode=1997LPI....28.1259S}}</ref> As outras bacias de impacto de grande dimensão, como os mares [[Mare Imbrium|Imbrium]], [[Mare Serenitatis|Serenatis]], [[Mare Crisium|Crisium]], [[Mare Smythii]] e [[Mare Orientale|Orientale]], possuem igualmente pouca altitude e orlas elevadas.<ref name="Spudis1994" /> A face oculta da lua é em média cerca de 1,9 km mais elevado do que a face visível.<ref name="W06" />


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==== Crateras de impacto ====
==== Crateras de impacto ====
[[Imagem:Moon-craters.jpg|esquerda|thumb|A cratera lunar [[Daedalus (cratera)|Daedalus]] no lado oculto da Lua]]

O outro principal processo geológico que afetou a superfície lunar foi a formação de [[Cratera de impacto|crateras de impacto]],<ref>{{cite book| last = Melosh| first = H. J.| title = Impact cratering: A geologic process| year = 1989| publisher = Oxford Univ. Press| isbn = 978-0-19-504284-9 }}</ref> em consequência da colisão de asteróides e cometas com a sua superfície. Estima-se que haja cerca de 300.000 crateras com diâmetro superior a 1km, apenas na face visível.<ref>{{cite web|title=Moon Facts|url=http://planck.esa.int/science-e/www/object/index.cfm?fobjectid=31412|work=SMART-1|publisher=European Space Agency|year=2010|accessdate=12 May 2010}}</ref> Algumas são batizadas em homenagem a investigadores, cientistas e exploradores.<ref name="gazetteer" /> A [[escala de tempo geológico lunar]] é baseada nos principais eventos de impacto, como o [[nectárico]], [[Ímbrico Inferior|ímbrico]] ou o [[Mare Orientale]], estruturas caracterizadas por vários anéis de material revolto, normalmente ao longo de centenas ou dezenas de quilómetros de diâmetro e associados a uma gama diversa de depósitos de material projetado que formam um [[Estratigrafia|horizonte estratigráfico]] regional.<ref name="geologic" /> A ausência de atmosfera, meteorologia e processos geológicos recentes significa que muitas destas crateras se encontram perfeitamente preservadas. Embora apenas algumas das bacias com múltiplos anéis tenham sido datadas em definitivo, são no entanto úteis para atribuir datas relativas. Uma vez que as crateras de impacto se acumulam a um ritmo relativamente constante, a contagem do número de crateras em determinada área pode ser usada para estimar a idade da superfície.<ref name="geologic" /> As idades radiométricas das rochas de impacto recolhidas durante as missões Apollo datam de há 3,8-4,1 mil milhões de anos. Isto tem sido usado para propor a existência de um [[Intenso bombardeio tardio]] de impactos.<ref>{{cite journal|last=Hartmann |first=William K. |last2=Quantin |first2=Cathy |last3=Mangold |first3=Nicolas |year=2007 |volume=186|issue=1 |pages=11–23 |journal=Icarus |title=Possible long-term decline in impact rates: 2. Lunar impact-melt data regarding impact history |doi=10.1016/j.icarus.2006.09.009 |postscript=<!--None--> |bibcode=2007Icar..186...11H}}</ref>
O outro principal processo geológico que afetou a superfície lunar foi a formação de [[Cratera de impacto|crateras de impacto]],<ref>{{cite book| last = Melosh| first = H. J.| title = Impact cratering: A geologic process| year = 1989| publisher = Oxford Univ. Press| isbn = 978-0-19-504284-9 }}</ref> em consequência da colisão de asteróides e cometas com a sua superfície. Estima-se que haja cerca de 300.000 crateras com diâmetro superior a 1km, apenas na face visível.<ref>{{cite web|title=Moon Facts|url=http://planck.esa.int/science-e/www/object/index.cfm?fobjectid=31412|work=SMART-1|publisher=European Space Agency|year=2010|accessdate=12 May 2010}}</ref> Algumas são batizadas em homenagem a investigadores, cientistas e exploradores.<ref name="gazetteer" /> A [[escala de tempo geológico lunar]] é baseada nos principais eventos de impacto, como o [[nectárico]], [[Ímbrico Inferior|ímbrico]] ou o [[Mare Orientale]], estruturas caracterizadas por vários anéis de material revolto, normalmente ao longo de centenas ou dezenas de quilómetros de diâmetro e associados a uma gama diversa de depósitos de material projetado que formam um [[Estratigrafia|horizonte estratigráfico]] regional.<ref name="geologic" /> A ausência de atmosfera, meteorologia e processos geológicos recentes significa que muitas destas crateras se encontram perfeitamente preservadas. Embora apenas algumas das bacias com múltiplos anéis tenham sido datadas em definitivo, são no entanto úteis para atribuir datas relativas. Uma vez que as crateras de impacto se acumulam a um ritmo relativamente constante, a contagem do número de crateras em determinada área pode ser usada para estimar a idade da superfície.<ref name="geologic" /> As idades radiométricas das rochas de impacto recolhidas durante as missões Apollo datam de há 3,8-4,1 mil milhões de anos. Isto tem sido usado para propor a existência de um [[Intenso bombardeio tardio]] de impactos.<ref>{{cite journal|last=Hartmann |first=William K. |last2=Quantin |first2=Cathy |last3=Mangold |first3=Nicolas |year=2007 |volume=186|issue=1 |pages=11–23 |journal=Icarus |title=Possible long-term decline in impact rates: 2. Lunar impact-melt data regarding impact history |doi=10.1016/j.icarus.2006.09.009 |postscript=<!--None--> |bibcode=2007Icar..186...11H}}</ref>


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==== Presença de água ====
==== Presença de água ====


[[File:Moon South Pole.jpg|thumb|Composição de imagens do polo sul lunar obtida pela sonda ''[[Clementine_(sonda_espacial)|Clementine]]''.]]
[[Imagem:Moon South Pole.jpg|thumb|Composição de imagens do polo sul lunar obtida pela sonda ''[[Clementine_(sonda_espacial)|Clementine]]''.]]


Não é possível suster água na forma líquida na superfície lunar. Quando exposta à radiação solar, a água decompõe-se rapidamente através de um processo denominado [[fotólise]], perdendo-se no espaço. No entanto, desde a década de 1960 que os cientistas têm levantado a hipótese de haver depositada na lua água na forma de gelo, em consequência de impactos de [[cometa]]s ou prossivelmente produzida pela reação entre as rochas lunares ricas em oxigénio e o hidrogénio do [[vento solar]], deixando vestígios de água que poderiam ter sobrevivido em crateras frias e ausentes de luz nos polos lunares.<ref name="Margot1999" /><ref>
Não é possível suster água na forma líquida na superfície lunar. Quando exposta à radiação solar, a água decompõe-se rapidamente através de um processo denominado [[fotólise]], perdendo-se no espaço. No entanto, desde a década de 1960 que os cientistas têm levantado a hipótese de haver depositada na lua água na forma de gelo, em consequência de impactos de [[cometa]]s ou prossivelmente produzida pela reação entre as rochas lunares ricas em oxigénio e o hidrogénio do [[vento solar]], deixando vestígios de água que poderiam ter sobrevivido em crateras frias e ausentes de luz nos polos lunares.<ref name="Margot1999" /><ref>
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=== Campo gravitacional ===
=== Campo gravitacional ===
{{AP|Campo gravitacional da Lua}}
{{Artigo principal|Campo gravitacional da Lua}}
[[File:PIA16587 - GRAIL's Gravity Field of the Moon.jpg|thumb|Campo gravitacional da Lua]]
[[Imagem:PIA16587 - GRAIL's Gravity Field of the Moon.jpg|thumb|Campo gravitacional da Lua]]


O campo gravitacional da Lua tem sido medido através do rastreio do [[efeito Doppler]] de sinais de rádio eimitidos a partir de veículos em órbita. As principais características da gravidade lunar são [[Concentração de massa|concentrações de massa]], anomalias gravitacionais positivas de grande dimensão, associadas a algumas das maiores bacias de impacto, causadas em parte pelos densos depósitos basálticos que preenchem estas crateras.<ref>{{cite journal|last = Muller|first = P.|coauthors = Sjogren, W.|title = Mascons: lunar mass concentrations|journal = Science|volume = 161 |pages = 680–684|year = 1968|doi = 10.1126/science.161.3842.680|pmid = 17801458|issue = 3842|bibcode = 1968Sci...161..680M }}</ref><ref>{{cite journal | journal = Science | author = Richard A. Kerr | title = The Mystery of Our Moon's Gravitational Bumps Solved? | volume = 340 | page = 128 | date = 12 April 2013}}</ref> Estas anomalias influenciam significativamente a órbita de veículos em torno da Lua. No entanto, há ainda eventos sem explicação; as correntes de magma não explicam por si só todo o mapa gravitacional, e existem algumas concentrações de massa que não têm relação com o vulcanismo dos mares.<ref>{{cite journal|last = Konopliv|first = A.|coauthors = Asmar, S.; Carranza, E.; Sjogren, W.; Yuan, D.|title = Recent gravity models as a result of the Lunar Prospector mission|journal = Icarus|volume = 50|issue = 1|pages = 1–18|year = 2001|doi = 10.1006/icar.2000.6573|bibcode=2001Icar..150....1K}}</ref>
O campo gravitacional da Lua tem sido medido através do rastreio do [[efeito Doppler]] de sinais de rádio eimitidos a partir de veículos em órbita. As principais características da gravidade lunar são [[Concentração de massa|concentrações de massa]], anomalias gravitacionais positivas de grande dimensão, associadas a algumas das maiores bacias de impacto, causadas em parte pelos densos depósitos basálticos que preenchem estas crateras.<ref>{{cite journal|last = Muller|first = P.|coauthors = Sjogren, W.|title = Mascons: lunar mass concentrations|journal = Science|volume = 161 |pages = 680–684|year = 1968|doi = 10.1126/science.161.3842.680|pmid = 17801458|issue = 3842|bibcode = 1968Sci...161..680M }}</ref><ref>{{cite journal | journal = Science | author = Richard A. Kerr | title = The Mystery of Our Moon's Gravitational Bumps Solved? | volume = 340 | page = 128 | date = 12 April 2013}}</ref> Estas anomalias influenciam significativamente a órbita de veículos em torno da Lua. No entanto, há ainda eventos sem explicação; as correntes de magma não explicam por si só todo o mapa gravitacional, e existem algumas concentrações de massa que não têm relação com o vulcanismo dos mares.<ref>{{cite journal|last = Konopliv|first = A.|coauthors = Asmar, S.; Carranza, E.; Sjogren, W.; Yuan, D.|title = Recent gravity models as a result of the Lunar Prospector mission|journal = Icarus|volume = 50|issue = 1|pages = 1–18|year = 2001|doi = 10.1006/icar.2000.6573|bibcode=2001Icar..150....1K}}</ref>
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=== Atmosfera ===
=== Atmosfera ===
{{AP|Atmosfera da Lua}}
{{Artigo principal|Atmosfera da Lua}}
[[Imagem:The Moon's North Pole.jpg|thumb|direita|Polo norte da Lua durante o verão.]]


A atmosfera da Lua é tão rarefeita que praticamente se pode considerar [[vácuo]], correspondente a uma massa total de menos de 10 toneladas.<ref>{{cite book| editor=Richard D. Johnson & Charles Holbrow |last = Globus|first = Ruth|title=Space Settlements: A Design Study|chapter = Chapter 5, Appendix J: Impact Upon Lunar Atmosphere|publisher=NASA|url = http://settlement.arc.nasa.gov/75SummerStudy/5appendJ.html| year = 1977|accessdate=17 March 2010}}</ref> A pressão à superfície desta pequena massa é de cerca de 3 x 10<sup>−15</sup> [[atmosfera padrão|atm]] (0,3 [[Pascal (unidade)|nPa]], e varia conforme o dia lunar. A atmosfera tem origem na [[desgaseificação]] e [[pulverização catódica]] – a libertação de átomos a partir do bombardeio dso solo lunar pelos [[Ião|iões]] do vento solar.<ref name="L06" /><ref>{{cite journal|last=Crotts |first=Arlin P.S. |title=Lunar Outgassing, Transient Phenomena and The Return to The Moon, I: Existing Data |year=2008 |publisher=Department of Astronomy, Columbia University |url=http://www.astro.columbia.edu/~arlin/TLP/paper1.pdf |format=PDF|accessdate=29 September 2009|bibcode=2008ApJ...687..692C|volume=687|page=692|journal=The Astrophysical Journal|doi=10.1086/591634|arxiv = 0706.3949 }}</ref> Entre os elementos detetados estão o [[sódio]] e o [[potássio]], produzidos pela pulverização catódica (também encontrados nas atmosferas de Mercúrio e de Io); o [[Hélio|hélio-4]], produzido pelo vento solar; e [[Árgon|árgon-40]], [[Rádon|rádon-222]] e [[Polónio|polónio-210]], desgaseificados após serem criados por [[decaimento radioativo]] no interior da crosta e do manto.<ref name="Stern1999" /><ref>{{cite journal|last = Lawson|first = S.|coauthors = Feldman, W.; Lawrence, D.; Moore, K.; Elphic, R.; Belian, R.|title = Recent outgassing from the lunar surface: the Lunar Prospector alpha particle spectrometer|journal = J. Geophys. Res.|volume = 110|issue = E9|page=1029|year = 2005|doi = 10.1029/2005JE002433|bibcode=2005JGRE..11009009L}}</ref> A ausência de elementos neutros (átomos ou moléculas) como [[oxigénio]], [[nitrogénio]], [[carbono]], [[hidrogénio]] e [[magnésio]], que estão presentes no regolito, ainda não é compreendida.<ref name="Stern1999" /> A sonda ''Chandrayaan-1'' assinalou a presença de vapor de água, variando de acordo com a latitude, com concontração maior a 60-70º. É possivelmente gerado pela [[sublimação]] de gelo no rególito.<ref name="Sridharan2010" /> Estes gases podem regressar ao monolito devido à gravidade ou então perderem-se no espaço, tanto através da radiação solar como, se tiverem sido ionizados, serem varridos pelo campo magnético do vento solar.<ref name="Stern1999" />
A atmosfera da Lua é tão rarefeita que praticamente se pode considerar [[vácuo]], correspondente a uma massa total de menos de 10 toneladas.<ref>{{cite book| editor=Richard D. Johnson & Charles Holbrow |last = Globus|first = Ruth|title=Space Settlements: A Design Study|chapter = Chapter 5, Appendix J: Impact Upon Lunar Atmosphere|publisher=NASA|url = http://settlement.arc.nasa.gov/75SummerStudy/5appendJ.html| year = 1977|accessdate=17 March 2010}}</ref> A pressão à superfície desta pequena massa é de cerca de 3 x 10<sup>−15</sup> [[atmosfera padrão|atm]] (0,3 [[Pascal (unidade)|nPa]], e varia conforme o dia lunar. A atmosfera tem origem na [[desgaseificação]] e [[pulverização catódica]] – a libertação de átomos a partir do bombardeio dso solo lunar pelos [[Ião|iões]] do vento solar.<ref name="L06" /><ref>{{cite journal|last=Crotts |first=Arlin P.S. |title=Lunar Outgassing, Transient Phenomena and The Return to The Moon, I: Existing Data |year=2008 |publisher=Department of Astronomy, Columbia University |url=http://www.astro.columbia.edu/~arlin/TLP/paper1.pdf |format=PDF|accessdate=29 September 2009|bibcode=2008ApJ...687..692C|volume=687|page=692|journal=The Astrophysical Journal|doi=10.1086/591634|arxiv = 0706.3949 }}</ref> Entre os elementos detetados estão o [[sódio]] e o [[potássio]], produzidos pela pulverização catódica (também encontrados nas atmosferas de Mercúrio e de Io); o [[Hélio|hélio-4]], produzido pelo vento solar; e [[Árgon|árgon-40]], [[Rádon|rádon-222]] e [[Polónio|polónio-210]], desgaseificados após serem criados por [[decaimento radioativo]] no interior da crosta e do manto.<ref name="Stern1999" /><ref>{{cite journal|last = Lawson|first = S.|coauthors = Feldman, W.; Lawrence, D.; Moore, K.; Elphic, R.; Belian, R.|title = Recent outgassing from the lunar surface: the Lunar Prospector alpha particle spectrometer|journal = J. Geophys. Res.|volume = 110|issue = E9|page=1029|year = 2005|doi = 10.1029/2005JE002433|bibcode=2005JGRE..11009009L}}</ref> A ausência de elementos neutros (átomos ou moléculas) como [[oxigénio]], [[nitrogénio]], [[carbono]], [[hidrogénio]] e [[magnésio]], que estão presentes no regolito, ainda não é compreendida.<ref name="Stern1999" /> A sonda ''Chandrayaan-1'' assinalou a presença de vapor de água, variando de acordo com a latitude, com concontração maior a 60-70º. É possivelmente gerado pela [[sublimação]] de gelo no rególito.<ref name="Sridharan2010" /> Estes gases podem regressar ao monolito devido à gravidade ou então perderem-se no espaço, tanto através da radiação solar como, se tiverem sido ionizados, serem varridos pelo campo magnético do vento solar.<ref name="Stern1999" />


=== Estações ===
=== Estações ===
[[File:The Moon's North Pole.jpg|thumb|left|Polo norte da Lua durante o verão.]]

A [[inclinação axial]] da Lua em relação à [[eclíptica]] é de apenas 1,5424º,<ref name="SolarViews" /> muito inferior aos 23,44º da Terra. Devido a isto, a iluminação solar varia muito pouco em função das estações e os elementos topográficos desempenham um papel crucial nos efeitos das estações.<ref name="bbc" /> A partir de imagens obtidas pela sonda ''Clementine'' em 1994, é provável que quatro regiões montanhosas na orla da [[cratera Peary]], no polo norte, estejam permanentemente iluminadas, não existindo regiões semelhantes no polo sul. De igual modo, há locais que se encontram em sombra permanente na base de várias crateras polares,<ref name="M03" /> sendo estes locais extremamente frios. A sonda ''[[Lunar Reconnaissance Orbiter]]'' mediu a temperatura de verão mais baixa nas crateras do polo sul, registando 35 K (-238 ºC),<ref>{{cite web |date=17 September 2009 |url=http://www.diviner.ucla.edu/blog/?p=123 |title=Diviner News |publisher=UCLA |accessdate=17 March 2010 }}</ref> e na [[cratera Hermite]], no polo norte, registando 26 K. Trata-se da mais fria temperatura alguma vez registada por uma sonda espacial no Sistema Solar, inferior até à superfície de [[Plutão]].<ref name="bbc" />
A [[inclinação axial]] da Lua em relação à [[eclíptica]] é de apenas 1,5424º,<ref name="SolarViews" /> muito inferior aos 23,44º da Terra. Devido a isto, a iluminação solar varia muito pouco em função das estações e os elementos topográficos desempenham um papel crucial nos efeitos das estações.<ref name="bbc" /> A partir de imagens obtidas pela sonda ''Clementine'' em 1994, é provável que quatro regiões montanhosas na orla da [[cratera Peary]], no polo norte, estejam permanentemente iluminadas, não existindo regiões semelhantes no polo sul. De igual modo, há locais que se encontram em sombra permanente na base de várias crateras polares,<ref name="M03" /> sendo estes locais extremamente frios. A sonda ''[[Lunar Reconnaissance Orbiter]]'' mediu a temperatura de verão mais baixa nas crateras do polo sul, registando 35 K (-238 ºC),<ref>{{cite web |date=17 September 2009 |url=http://www.diviner.ucla.edu/blog/?p=123 |title=Diviner News |publisher=UCLA |accessdate=17 March 2010 }}</ref> e na [[cratera Hermite]], no polo norte, registando 26 K. Trata-se da mais fria temperatura alguma vez registada por uma sonda espacial no Sistema Solar, inferior até à superfície de [[Plutão]].<ref name="bbc" />


== Relação com a Terra ==
== Relação com a Terra ==
[[Imagem:Earth-Moon.PNG|thumb|280px|Esquema do sistema Terra-Lua (sem escala)]]


=== Órbita ===
=== Órbita ===
{{Artigo principal|Órbita da Lua}}


A Lua descreve uma órbita completa em torno da Terra em relação às estrelas fixas cerca de uma vez a cada 27,3 dias (o seu [[período orbital|período sideral]]). No entanto, uma vez que a Terra descreve ao mesmo tempo a sua órbita em redor do Sol, a luva demora ligeiramente mais tempo a apresentar a mesma [[Fase da Lua|fase lunar]], cujo ciclo demora cerca de 29,5 dias ( o seu [[Período orbital|período sinódico]])<ref name="worldbook" /> Ao contrário de maior parte dos satélites ou de outros planetas, a Lua orbita mais perto do [[Eclíptica|plano eclíptico]] do que do [[Equador celeste|plano equatorial]]. A órbita lunar é ligeiramente [[Perturbação|perturbada]] pelo Sol e pela Terra de várias maneiras e de com mecanismos de interação complexos. Por exemplo, o plano de movimento orbital da Lua [[Precessão|roda gradualmente]], o que efeta por sua vez outros aspetos do movimento lunar. Estas efeitos são descritos em termos matemáticos pelas [[Leis de Cassini]].<ref name="Beletskii2" />
A Lua descreve uma órbita completa em torno da Terra em relação às estrelas fixas cerca de uma vez a cada 27,3 dias (o seu [[período orbital|período sideral]]). No entanto, uma vez que a Terra descreve ao mesmo tempo a sua órbita em redor do Sol, a luva demora ligeiramente mais tempo a apresentar a mesma [[Fase da Lua|fase lunar]], cujo ciclo demora cerca de 29,5 dias ( o seu [[Período orbital|período sinódico]])<ref name="worldbook" /> Ao contrário de maior parte dos satélites ou de outros planetas, a Lua orbita mais perto do [[Eclíptica|plano eclíptico]] do que do [[Equador celeste|plano equatorial]]. A órbita lunar é ligeiramente [[Perturbação|perturbada]] pelo Sol e pela Terra de várias maneiras e de com mecanismos de interação complexos. Por exemplo, o plano de movimento orbital da Lua [[Precessão|roda gradualmente]], o que efeta por sua vez outros aspetos do movimento lunar. Estas efeitos são descritos em termos matemáticos pelas [[Leis de Cassini]].<ref name="Beletskii2" />

[[Imagem:Speed of light from Earth to Moon.gif|thumb|600px|centro|Terra e Lua, mostrando seus tamanhos e distâncias em escala. A barra amarela representa um pulso de luz a viajar da Terra à Lua em 1,26 segundo.]]
{{clear}}


=== Tamanho relativo ===
=== Tamanho relativo ===
[[Imagem:Earth and Moon Visualization.ogg|thumb|280px|A Lua orbitando a Terra a partir de um ponto acima do pólo norte da eclípse. Os objetos estão em escala.]]
A Lua é invulgarmente grande em relação à Terra: cerca de um quarto do diâmetro do planeta e 1/81 da sua massa.<ref name="worldbook" /> É a maior Lua do Sistema Solar proporcionalemte ao temanho do seu planeta, embora [[Caronte (satélite)|Caronte]] seja maior em relação ao [[planeta anão]] [[Plutão]], com cerca de 1/9 da sua massa.<ref>{{cite web|url=http://www.planetary.org/explore/topics/pluto/|title=Space Topics: Pluto and Charon|publisher=The Planetary Society|accessdate=6 de abril de 2010}}</ref>


No entanto, a Terra e a Lua são ainda consideradas um sistema satélite-planeta, em vez de um sistema de [[planeta duplo]], uma vez que o seu [[Coordenadas baricêntricas (astronomia)|baricentro]] (o centro de massa comum) se situa a 1700 km no interior da superfície da Terra.<ref>{{cite web|title=Planet Definition Questions & Answers Sheet|publisher= International Astronomical Union|year=2006|url=http://www.iau.org/public_press/news/release/iau0601/q_answers/|accessdate=24 de março de 2010}}</ref>
A Lua é invulgarmente grande em relação à Terra: cerca de um quarto do diâmetro do planeta e 1/81 da sua massa.<ref name="worldbook" /> É a maior Lua do Sistema Solar proporcionalemte ao temanho do seu planeta, embora [[Caronte (satélite)|Caronte]] seja maior em relação ao [[planeta anão]] [[Plutão]], com cerca de 1/9 da sua massa.<ref>{{cite web|url=http://www.planetary.org/explore/topics/pluto/|title=Space Topics: Pluto and Charon|publisher=The Planetary Society|accessdate=6 April 2010}}</ref>

No entanto, a Terra e a Lua são ainda consideradas um sistema satélite-planeta, em vez de um sistema de [[planeta duplo]], uma vez que o seu [[Coordenadas baricêntricas (astronomia)|baricentro]] (o centro de massa comum) se situa a 1700 km no interior da superfície da Terra.<ref>{{cite web|title=Planet Definition Questions & Answers Sheet|publisher= International Astronomical Union|year=2006|url=http://www.iau.org/public_press/news/release/iau0601/q_answers/|accessdate=24 March 2010}}</ref>


=== Aparência a partir da Terra ===
=== Aparência a partir da Terra ===
{{Artigo principal|Fases da Lua|Luz cinérea}}
[[File:Mountain Moonset.jpg|thumb|right|280px|Vista da Lua sobre o [[deserto da Califórnia]].]]
[[Imagem:Mountain Moonset.jpg|thumb|esquerda|Vista da Lua sobre o [[deserto de Mojave]] na [[Califórnia]], [[Estados Unidos]].]]

[[Imagem:US Navy 041027-N-9500T-001 The moon turns red and orange during a total lunar eclipse.jpg|thumb|esquerda|Tons a avermelhado e alaranjados sobre a Lua quando vista da Terra durante um [[eclipse lunar]], quando a Terra fica entre a Lua e o Sol.]]
A Lua encontra-se em [[rotação sincronizada]]: o tempo que demora a fazer uma rotação em torno do seu eixo é o mesmo que demora a orbitar em volta da Terra. Isto faz com que tenha praticamente sempre a mesma face voltada para a Terra. A Lua já rodou a uma velocidade maior, mas ao longo do período inicial da sua história a velocidade foi diminuindo e sincronizou-se nesta orientação em resultado de efeitos de [[frição]] associados a deformações da [[força de maré]] provocadas pela Terra.<ref>{{cite journal|last = Alexander|first = M. E.|title = The Weak Friction Approximation and Tidal Evolution in Close Binary Systems|journal = Astrophysics and Space Science|year = 1973|volume = 23|issue = 2|pages = 459–508|bibcode = 1973Ap&SS..23..459A|doi = 10.1007/BF00645172}}</ref> O lado da lua que se volta para a Terra é denominado "[[Lado visível da Lua|face visível]]" ou "lado visível", e oposto é denominado "[[Lado oculto da Lua|face oculta]] ou "lado oculto". A face oculta é por vezes denominada "lado negro", embora na realidade seja tão iluminado como a face visível: uma vez por dia lunar.<ref>{{cite web|title=Dark Side of the Moon|author=[[Phil Plait]]|publisher=Bad Astronomy:Misconceptions |url=http://www.badastronomy.com/bad/misc/dark_side.html |accessdate=15 February 2010}}</ref>
A Lua encontra-se em [[rotação sincronizada]]: o tempo que demora a fazer uma rotação em torno do seu eixo é o mesmo que demora a orbitar em volta da Terra. Isto faz com que tenha praticamente sempre a mesma face voltada para a Terra. A Lua já rodou a uma velocidade maior, mas ao longo do período inicial da sua história a velocidade foi diminuindo e sincronizou-se nesta orientação em resultado de efeitos de [[frição]] associados a deformações da [[força de maré]] provocadas pela Terra.<ref>{{cite journal|last = Alexander|first = M. E.|title = The Weak Friction Approximation and Tidal Evolution in Close Binary Systems|journal = Astrophysics and Space Science|year = 1973|volume = 23|issue = 2|pages = 459–508|bibcode = 1973Ap&SS..23..459A|doi = 10.1007/BF00645172}}</ref> O lado da lua que se volta para a Terra é denominado "[[Lado visível da Lua|face visível]]" ou "lado visível", e oposto é denominado "[[Lado oculto da Lua|face oculta]] ou "lado oculto". A face oculta é por vezes denominada "lado negro", embora na realidade seja tão iluminado como a face visível: uma vez por dia lunar.<ref>{{cite web|title=Dark Side of the Moon|author=[[Phil Plait]]|publisher=Bad Astronomy:Misconceptions |url=http://www.badastronomy.com/bad/misc/dark_side.html |accessdate=15 de fevereiro de 2010}}</ref>


A Lua possui um [[albedo]] excecionalmente baixo, o que lhe confere uma refetância um pouco mais brilhante do que [[asfalto]] gasto. Apesar disto, é o segundo corpo mais brilhante no céu a seguir ao [[Sol]].<ref name="worldbook" /> Isto deve-se em parte ao brilho proporcionado pelo [[efeito da oposição]]. Durante as fases de quarto, a Lua aparenta um décimo do brilho da lua cheia, em vez de metade, como seria expectável.<ref name="Moon" />
A Lua possui um [[albedo]] excecionalmente baixo, o que lhe confere uma refetância um pouco mais brilhante do que [[asfalto]] gasto. Apesar disto, é o segundo corpo mais brilhante no céu a seguir ao [[Sol]].<ref name="worldbook" /> Isto deve-se em parte ao brilho proporcionado pelo [[efeito da oposição]]. Durante as fases de quarto, a Lua aparenta um décimo do brilho da lua cheia, em vez de metade, como seria expectável.<ref name="Moon" />
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Para além disso, a constância de cor da [[visão]] recalibra as relações entre as cores de um objeto e a sua envolvente; e uma vez que o céu à volta da Lua é bastante mais escuro, os olhos vêm a lua como um objeto brilhante. As orlas da lua cheia aparentam ser tão brilhantes como o centro, sem [[escurecimento de bordo]], uma vez que o solo lunar reflete mais luz em direção ao sol do que em todas as outras direções. A Lua aparenta ser maior ao estar mais próxima da linha de horizonte; no entanto, isto trata-se apenas de um efeito psicológico conhecido por [[ilusão lunar]], descrito pela primeira vez no séc VII a.C.<ref>{{cite book| last = Hershenson| first = Maurice| title = The Moon illusion| year = 1989| publisher = Routledge| isbn = 978-0-8058-0121-7| page = 5 }}</ref>
Para além disso, a constância de cor da [[visão]] recalibra as relações entre as cores de um objeto e a sua envolvente; e uma vez que o céu à volta da Lua é bastante mais escuro, os olhos vêm a lua como um objeto brilhante. As orlas da lua cheia aparentam ser tão brilhantes como o centro, sem [[escurecimento de bordo]], uma vez que o solo lunar reflete mais luz em direção ao sol do que em todas as outras direções. A Lua aparenta ser maior ao estar mais próxima da linha de horizonte; no entanto, isto trata-se apenas de um efeito psicológico conhecido por [[ilusão lunar]], descrito pela primeira vez no séc VII a.C.<ref>{{cite book| last = Hershenson| first = Maurice| title = The Moon illusion| year = 1989| publisher = Routledge| isbn = 978-0-8058-0121-7| page = 5 }}</ref>


O ponto de maior [[Sistema horizontal de coordenadas|altitude]] da Lua no céu varia. Embora tenha quase o mesmo limite do Sol, este valor difere em função da fase lunar e da estação do ano, sendo o mais alto durante a lua cheia de inverno. O [[Nodo lunar|ciclo de nós]] lunar, com a duração de 18,6 anos, também tem influência: quando o [[nodo orbital|nodo ascendente]] da órbita lunar se encontra no equinócio de verão, a [[declinação]] lunar pode atingir os 28º em cada mês. A orientação do crescente lunar também depende da latitude do observador: em latitudes prózimas do equador, a forma do quarto assemelha-se a um sorriso.<ref>{{cite web|url = http://curious.astro.cornell.edu/question.php?number=393|publisher = Curious About Astronomy|title = Is the Moon seen as a crescent (and not a "boat") all over the world?|date = 18 October 2002|first = K.| last = Spekkens|accessdate =16 March 2010}}</ref>
O ponto de maior [[Sistema horizontal de coordenadas|altitude]] da Lua no céu varia. Embora tenha quase o mesmo limite do Sol, este valor difere em função da fase lunar e da estação do ano, sendo o mais alto durante a lua cheia de inverno. O [[Nodo lunar|ciclo de nós]] lunar, com a duração de 18,6 anos, também tem influência: quando o [[nodo orbital|nodo ascendente]] da órbita lunar se encontra no equinócio de verão, a [[declinação]] lunar pode atingir os 28º em cada mês. A orientação do crescente lunar também depende da latitude do observador: em latitudes prózimas do equador, a forma do quarto assemelha-se a um sorriso.<ref>{{cite web|url = http://curious.astro.cornell.edu/question.php?number=393|publisher = Curious About Astronomy|title = Is the Moon seen as a crescent (and not a "boat") all over the world?|date = 18 October 2002|first = K.| last = Spekkens|accessdate =16 de março de 2010}}</ref>


Tem havido diversas controvérias ao longo da história sobre se as características da superfície lunar se alteram com o decorrer do tempo. Hoje, muitas destas alegações são consideradas ilusórias e resultantes da observação sob diferentes condições de luz, fenómenos de ''[[seeing]]'' ou esquemas incorretos. No entanto, ocasionalmente ocorrem fenómenos de [[desgaseificação]], que podem ser responsáveis por uma pequena percentagem dos [[fenómenos lunares transitórios]]. Recentemente, foi sugerido que uma região com cerca de 3 km de diâmetro na superfície lunar foi modificada por uma libertação de gás há cerca de um milhão de anos.<ref>{{cite web|url = http://www.psrd.hawaii.edu/Nov06/MoonGas.html|last = Taylor|first = G.J.|title = Recent Gas Escape from the Moon|publisher = Planetary Science Research Discoveries, Hawai'i Institute of Geophysics and Planetology|date = 8 November 2006|accessdate =4 April 2007}}</ref><ref>{{cite journal|last = Schultz|first = P.H.|coauthors = Staid, M.I.; Pieters, C.M.|year = 2006|title = Lunar activity from recent gas release|journal= Nature |volume = 444 |pages = 184–186|doi = 10.1038/nature05303|pmid = 17093445|issue = 7116|bibcode = 2006Natur.444..184S }}</ref> A aparência da Lua, tal como a do Sol, pode ser afetada pela atmosfera da Terra. Entre os efeitos mais comuns estão um [[Halo (fenómeno óptico)|halo]] de 22º que se forma quando a luz da Lua é refratada pelos cristais de [[Cirrostratus|cirrostratus]] a elevada altitude, e coroas quando a Lua é observada através de nuvens pouco espessas.<ref>{{cite web|url=http://ww2010.atmos.uiuc.edu/%28Gh%29/guides/mtr/opt/ice/halo/22.rxml|title=22 Degree Halo: a ring of light 22 degrees from the sun or moon |publisher=Department of Atmospheric Sciences at the University of Illinois at Urbana-Champaign.|accessdate=13 April 2010}}</ref>
Tem havido diversas controvérias ao longo da história sobre se as características da superfície lunar se alteram com o decorrer do tempo. Hoje, muitas destas alegações são consideradas ilusórias e resultantes da observação sob diferentes condições de luz, fenómenos de ''[[seeing]]'' ou esquemas incorretos. No entanto, ocasionalmente ocorrem fenómenos de [[desgaseificação]], que podem ser responsáveis por uma pequena percentagem dos [[fenómenos lunares transitórios]]. Recentemente, foi sugerido que uma região com cerca de 3 km de diâmetro na superfície lunar foi modificada por uma libertação de gás há cerca de um milhão de anos.<ref>{{cite web|url = http://www.psrd.hawaii.edu/Nov06/MoonGas.html|last = Taylor|first = G.J.|title = Recent Gas Escape from the Moon|publisher = Planetary Science Research Discoveries, Hawai'i Institute of Geophysics and Planetology|date = 8 November 2006|accessdate =4 April 2007}}</ref><ref>{{cite journal|last = Schultz|first = P.H.|coauthors = Staid, M.I.; Pieters, C.M.|year = 2006|title = Lunar activity from recent gas release|journal= Nature |volume = 444 |pages = 184–186|doi = 10.1038/nature05303|pmid = 17093445|issue = 7116|bibcode = 2006Natur.444..184S }}</ref> A aparência da Lua, tal como a do Sol, pode ser afetada pela atmosfera da Terra. Entre os efeitos mais comuns estão um [[Halo (fenómeno óptico)|halo]] de 22º que se forma quando a luz da Lua é refratada pelos cristais de [[Cirrostratus|cirrostratus]] a elevada altitude, e coroas quando a Lua é observada através de nuvens pouco espessas.<ref>{{cite web|url=http://ww2010.atmos.uiuc.edu/%28Gh%29/guides/mtr/opt/ice/halo/22.rxml|title=22 Degree Halo: a ring of light 22 degrees from the sun or moon |publisher=Department of Atmospheric Sciences at the University of Illinois at Urbana-Champaign.|accessdate=13 de abril de 2010}}</ref>

[[Imagem:Moon_phases_en.jpg|800px|thumb|centro|<center>As variações mensais do ângulo entre a direção de iluminação pelo [[Sol]] e de visualização da Terra, e das [[fases da Lua]], que resultam disso.</center>]]


=== Efeitos nas marés ===
=== Efeitos nas marés ===
{{Artigo principal|Maré|Força de maré|Aceleração de marés}}

{{AP|Maré|Força de maré|Aceleração de marés}}


As [[maré]]s são essencialmente provocadas pela variação de intensidade da força gravitacional da Lua de um lado da Terra para o outro, ou [[força de maré]]. Isto forma duas dilatações de maré na Terra, mais facilmente observáveis em mar alto na forma de [[Maré|marés oecânicas]].<ref name="Lambeck1977" /> Uma vez que a Terra roda cerca de 27 vezes mais rapidamente do que a Lua roda à sua volta, as dilatações são arrastadas pela superfície terrestre mais rapidamente do que o movimento da Lua, fazendo uma rotação em volta da Terra uma vez por dia, à medida que roda no seu eixo.<ref name="Lambeck1977" /> As marés oecânicas são amplificadas por outros efeitos: a fricção no manto oceânico, a [[inércia]] do movimento da água, o estreitamento das bacias oceânicas perto de terra e oscilações entre diferentes bacias oceânicas.<ref>{{cite journal|last=Le Provost|first=C.|coauthors=Bennett, A. F.; Cartwright, D. E.|year=1995|title=Ocean Tides for and from TOPEX/POSEIDON|pages=639–42|journal=Science|pmid=17745840|volume=267|issue=5198|bibcode=1995Sci...267..639L|doi=10.1126/science.267.5198.639}}</ref> A atração gravitacional do Sol nos oceanos da Terra é cerca de metade da Lua, sendo a interação entre ambas a responsável pela mudança das marés.<ref name="Lambeck1977" />
As [[maré]]s são essencialmente provocadas pela variação de intensidade da força gravitacional da Lua de um lado da Terra para o outro, ou [[força de maré]]. Isto forma duas dilatações de maré na Terra, mais facilmente observáveis em mar alto na forma de [[Maré|marés oecânicas]].<ref name="Lambeck1977" /> Uma vez que a Terra roda cerca de 27 vezes mais rapidamente do que a Lua roda à sua volta, as dilatações são arrastadas pela superfície terrestre mais rapidamente do que o movimento da Lua, fazendo uma rotação em volta da Terra uma vez por dia, à medida que roda no seu eixo.<ref name="Lambeck1977" /> As marés oecânicas são amplificadas por outros efeitos: a fricção no manto oceânico, a [[inércia]] do movimento da água, o estreitamento das bacias oceânicas perto de terra e oscilações entre diferentes bacias oceânicas.<ref>{{cite journal|last=Le Provost|first=C.|coauthors=Bennett, A. F.; Cartwright, D. E.|year=1995|title=Ocean Tides for and from TOPEX/POSEIDON|pages=639–42|journal=Science|pmid=17745840|volume=267|issue=5198|bibcode=1995Sci...267..639L|doi=10.1126/science.267.5198.639}}</ref> A atração gravitacional do Sol nos oceanos da Terra é cerca de metade da Lua, sendo a interação entre ambas a responsável pela mudança das marés.<ref name="Lambeck1977" />
[[File:Lunar libration with phase Oct 2007 450px.gif|thumb|thumbtime=0:02|[[Libração]] da Lua ao longo de um mês lunar.]]
[[Imagem:Lunar libration with phase Oct 2007 450px.gif|thumb|thumbtime=0:02|[[Libração]] da Lua ao longo de um mês lunar.]]


O acoplamento gravitacional entre a Lua e o arqueamento mais próximo dela atua como um [[torque]] na [[rotação da Terra]], drenando [[momento angular]] e energia cinética da rotação da Terra.<ref name="Lambeck1977" /><ref name="touma1994" /> Por sua vez, o momento angular é adicionado à [[órbita da Lua]] e a acelera, o que leva a Lua para uma órbita mais elevada com um período mais longo. Como resultado, a distância entre a Terra e a Lua [[Aceleração de marés|está aumentando]], enquanto a rotação da Terra está enfraquecendo.<ref name="touma1994" /> Medidas obtidas a partir de experiências lunares com refletores de laser durante as [[Projeto Apollo|missões Apollo]] descobriram que a distância da Lua à Terra aumenta 38 milímetros todo ano<ref>{{cite journal|last=Chapront|first=J.|coauthors=Chapront-Touzé, M.; Francou, G.|year=2002|title=A new determination of lunar orbital parameters, precession constant and tidal acceleration from LLR measurements|journal=Astronomy and Astrophysics|volume=387|issue=2|pages=700–709|doi=10.1051/0004-6361:20020420|bibcode = 2002A&A...387..700C}}</ref> (embora isto seja apenas 0,10 [[Parte por milhão|ppm]]/ano do raio da órbita da Lua). [[Relógio atômico|Relógios atômicos]] também mostram que o dia terrestre se prolonga por cerca de 15 [[microssegundo]]s a cada ano,<ref>{{cite web|last = Ray|first = R.|date = 15 de maio de 2001|url = http://bowie.gsfc.nasa.gov/ggfc/tides/intro.html|title = Ocean Tides and the Earth's Rotation|publisher = IERS Special Bureau for Tides|accessdate =17 de março de 2010}}</ref> um aumento lento à qual o [[Tempo Universal Coordenado]] (UTC) é ajustado por [[Segundo bissexto|segundos bissextos]]. Ao seguir o seu curso, este movimento de maré continuará até que a rotação da Terra e o período orbital da Lua correspondam. No entanto, o [[Sol]] vai se tornar uma [[gigante vermelha]] muito antes disso, engolindo e destruindo a Terra.<ref>{{cite book| author = Murray, C.D. and Dermott, S.F.| coauthors = Stanley F. Dermott| title = Solar System Dynamics| year = 1999| publisher = Cambridge University Press| isbn = 978-0-521-57295-8| page = 184 }}</ref><ref>{{cite book| last = Dickinson| first = Terence| authorlink = Terence Dickinson| title = From the Big Bang to Planet X| year = 1993| publisher = [[Camden House]]| location = Camden East, Ontario| isbn = 978-0-921820-71-0| pages = 79–81 }}
=== Eclipses ===
</ref>


A superfície lunar também experimenta movimentos de marés de amplitude cerca de 10 centímetros por mais de 27 dias, com dois componentes: um fixo, devido à Terra, porque eles estão em [[rotação sincronizada]], e um variável ao Sol.<ref name="touma1994"/> O componente induzido pela Terra surge a partir da [[libração]], um resultado de excentricidade orbital da Lua; se a órbita da Lua fosse perfeitamente circular, só haveria marés solares.<ref name="touma1994" /> A libração também muda o ângulo a partir do qual a Lua é vista, permitindo que cerca de 59% de sua superfície seja vista a partir da Terra (mas apenas metade, em qualquer momento).<ref name="worldbook" /> os efeitos cumulativos do estresse construído por esses movimentos de maré produzem [[terremoto]]s lunares, que são muito menos comuns e mais fracos do que os tremores na Terra, embora eles possam durar até uma hora — um tempo significativamente mais longo do que os terremotos terrestres — devido à ausência de água para amortecer as vibrações sísmicas. A existência de terremotos lunares foi uma descoberta inesperada feita por [[sismógrafo]]s colocados na Lua pelos [[astronauta]]s das [[Programa Apollo|missões Apollo]] de 1969 a 1972.<ref>{{cite journal|last1 = Latham|first1 = Gary|year = 1972|last2 = Ewing|first2 = Maurice|last3 = Dorman|first3 = James|last4 = Lammlein|first4 = David|last5 = Press|first5 = Frank|last6 = Toksőz|first6 = Naft|last7 = Sutton|first7 = George|last8 = Duennebier|first8 = Fred|last9 = Nakamura|first9 = Yosio|displayauthors=9|title = Moonquakes and lunar tectonism|url = http://www.springerlink.com/content/jt12323560565365/|journal = Earth, Moon, and Planets|volume = 4|issue = 3–4| pages = 373–382|doi = 10.1007/BF00562004|bibcode = 1972Moon....4..373L}}</ref>
{{main|Eclipse solar|Eclipse lunar}}


=== Eclipses ===
Os eclipses ocorrem quando o Sol, Terra e Lua se encontram alinhados. Os [[Eclipse solar|eclipses solares]] ocorrem durante a [[lua nova]], quando a Lua se encontra entre o Sol e a Terra. Por outro lado, os [[Eclipse lunar|eclipses lunares]] ocorrem durante a [[lua cheia]], quando a Terra se encontra entre o Sol e a Lua. O tamanho aparente da Lua é aproximadamente o mesmo do Sol, quando ambos são observados a aproximadamente meio ângulo de largura. O Sol é muito maior do que a Lua, mas é precisamente o afastamento muito maior que por coincidência faz com que tenha o mesmo aparente tamanho da Lua, muito mais perto e mais pequena. As variações entre o tamanho aparente, devido às órbitas não circulares, são também muito coincidentes, embora ocorram em diferentes ciclos. Isto faz com que seja possível ocorrerem [[Eclipse total|eclipses totais]] (em que a Lua aparenta ser maior do que o Sol) e [[Eclipse solar anular|eclipses solares anulares]] (em que a Lua aparenta ser menor do que o Sol).<ref>{{cite web|first = F.|last = Espenak|year = 2000|url = http://www.mreclipse.com/Special/SEprimer.html|title = Solar Eclipses for Beginners|publisher = MrEclipse|accessdate =17 March 2010}}</ref> Durante um eclipse total, a Lua cobre por completo o disco solar e a coroa solar torna-se visível a olho nú. Uma vez que a distância entre a Lua e a Terra aumenta muito devagar ao longo do tempo,<ref name="Lambeck1977" /> o diâmetro angular da Lua também está a diminuir. Isto significa que há centenas de milhões de anos a Lua cobriu por completo o Sol em eclipses solares, e que não era possível ocorrerem eclipses anulares. Da mesma forma, daqui a 600 milhões de anos, a Lua deixará de cobrir o Sol por completo, e só ocorrerão eclipses anulares.<ref name="eclipse" />
{{Artigo principal|Eclipse solar|Eclipse lunar}}
{{multiple image
|width = 150
|footer = A partir da Terra, a Lua e o Sol parecem ter o mesmo tamanho. No entanto, a partir de um satélite na órbita da Terra, a Lua pode parecer menor que o Sol.
|image1 =Solar_eclipse_1999_4_NR.jpg
|caption1 = O eclipse solar de 1999|image2 = STEREO-B solar eclipse.jpg
|caption2 = A Lua passando em frente ao Sol, a partir da espaçonave [[STEREO-B]]t.<ref>{{cite web|author=Phillips, Tony|work=Science@NASA|title= Stereo Eclipse|date=12 de março de 2007|accessdate=17 de março de 2010|url=http://science.nasa.gov/headlines/y2007/12mar_stereoeclipse.htm}}</ref>
}}
Os eclipses ocorrem quando o Sol, Terra e Lua se encontram alinhados. Os [[Eclipse solar|eclipses solares]] ocorrem durante a [[lua nova]], quando a Lua se encontra entre o Sol e a Terra. Por outro lado, os [[Eclipse lunar|eclipses lunares]] ocorrem durante a [[lua cheia]], quando a Terra se encontra entre o Sol e a Lua. O tamanho aparente da Lua é aproximadamente o mesmo do Sol, quando ambos são observados a aproximadamente meio ângulo de largura. O Sol é muito maior do que a Lua, mas é precisamente o afastamento muito maior que por coincidência faz com que tenha o mesmo aparente tamanho da Lua, muito mais perto e mais pequena. As variações entre o tamanho aparente, devido às órbitas não circulares, são também muito coincidentes, embora ocorram em diferentes ciclos. Isto faz com que seja possível ocorrerem [[Eclipse total|eclipses totais]] (em que a Lua aparenta ser maior do que o Sol) e [[Eclipse solar anular|eclipses solares anulares]] (em que a Lua aparenta ser menor do que o Sol).<ref>{{cite web|first = F.|last = Espenak|year = 2000|url = http://www.mreclipse.com/Special/SEprimer.html|title = Solar Eclipses for Beginners|publisher = MrEclipse|accessdate =17 de março de 2010}}</ref> Durante um eclipse total, a Lua cobre por completo o disco solar e a coroa solar torna-se visível a olho nú. Uma vez que a distância entre a Lua e a Terra aumenta muito devagar ao longo do tempo,<ref name="Lambeck1977" /> o diâmetro angular da Lua também está a diminuir. Isto significa que há centenas de milhões de anos a Lua cobriu por completo o Sol em eclipses solares, e que não era possível ocorrerem eclipses anulares. Da mesma forma, daqui a 600 milhões de anos, a Lua deixará de cobrir o Sol por completo, e só ocorrerão eclipses anulares.<ref name="eclipse" />


Uma vez que a órbita da Lua em volta da Terra tem uma inclinação de cerca de 5º em relação à [[Eclíptica|órbota da Terra em volta do Sol]], os eclipses não ocorrem em todas as luas novas e cheias. Para ocorrer um eclipse, a Lua deve estar perto da intersecção dos dois planos orbitais.<ref name="eclipse" /> O intervalo de tempo e recorrência dos eclipses é descrito no ciclo de [[Saros]], que tem uma duração de aproximadamente dezoito anos.<ref>{{cite web|url = http://sunearth.gsfc.nasa.gov/eclipse/SEsaros/SEsaros.html|last = Espenak|first = F. |title = Saros Cycle|publisher = NASA|accessdate =17 March 2010}}</ref>
Uma vez que a órbita da Lua em volta da Terra tem uma inclinação de cerca de 5º em relação à [[Eclíptica|órbota da Terra em volta do Sol]], os eclipses não ocorrem em todas as luas novas e cheias. Para ocorrer um eclipse, a Lua deve estar perto da intersecção dos dois planos orbitais.<ref name="eclipse" /> O intervalo de tempo e recorrência dos eclipses é descrito no ciclo de [[Saros]], que tem uma duração de aproximadamente dezoito anos.<ref>{{cite web|url = http://sunearth.gsfc.nasa.gov/eclipse/SEsaros/SEsaros.html|last = Espenak|first = F. |title = Saros Cycle|publisher = NASA|accessdate =17 de março de 2010}}</ref>


Uma vez que a Lua permanentemente bloqueia a nossa visão de uma área circular de meio grau no céu,<ref>{{cite journal|title=The Square Degree as a Unit of Celestial Area|author=Guthrie, D.V. |year=1947|journal=Popular Astronomy|volume=55|pages=200–203|url=http://adsabs.harvard.edu/abs/1947PA.....55..200|bibcode = 1947PA.....55..200G }}</ref> o fenómeno relacionado de [[ocultação]] ocorre quando uma uma estrela ou planeta brilhante passam perto da Lua e são ocultados. Desta forma, um eclipse solar é uma ocultação do Sol. Como a Lua se encontra relativamente perto da Terra, a ocultação de estrelas individuais não é visível de todos os pontos do planeta, nem ao mesmo tempo. Devido à [[precessão]] da órbita lunar, em cada ano são ocultadas estrelas diferentes.<ref>{{cite web|url = http://occsec.wellington.net.nz/total/totoccs.htm|title = Total Lunar Occultations|publisher = Royal Astronomical Society of New Zealand|accessdate =17 March 2010}}</ref>
Uma vez que a Lua permanentemente bloqueia a nossa visão de uma área circular de meio grau no céu,<ref>{{cite journal|title=The Square Degree as a Unit of Celestial Area|author=Guthrie, D.V. |year=1947|journal=Popular Astronomy|volume=55|pages=200–203|url=http://adsabs.harvard.edu/abs/1947PA.....55..200|bibcode = 1947PA.....55..200G }}</ref> o fenómeno relacionado de [[ocultação]] ocorre quando uma uma estrela ou planeta brilhante passam perto da Lua e são ocultados. Desta forma, um eclipse solar é uma ocultação do Sol. Como a Lua se encontra relativamente perto da Terra, a ocultação de estrelas individuais não é visível de todos os pontos do planeta, nem ao mesmo tempo. Devido à [[precessão]] da órbita lunar, em cada ano são ocultadas estrelas diferentes.<ref>{{cite web|url = http://occsec.wellington.net.nz/total/totoccs.htm|title = Total Lunar Occultations|publisher = Royal Astronomical Society of New Zealand|accessdate =17 de março de 2010}}</ref>


== Estudo e exploração ==
== Estudo e exploração ==
{{Artigo principal|Exploração espacial|Colonização da Lua}}
[[File:Moon by Johannes hevelius 1645.PNG|thumb|Cartografia da Lua por [[Johannes Hevelius]], na sua obra ''[[Selenographia]]'' de 1647, o primeiro mapa a incluir as regiões de [[libração]].]]
{{Anexo|Lista de pessoas que andaram na Lua|Lista de objetos artificiais na Lua}}


=== Primeiros estudos ===
=== Primeiros estudos ===
{{Vertambém|Selenografia}}

[[Imagem:Moon by Johannes hevelius 1645.PNG|thumb|Cartografia da Lua por [[Johannes Hevelius]], na sua obra ''[[Selenographia]]'' de 1647, o primeiro mapa a incluir as regiões de [[libração]].]]
A compreensão dos ciclos lunares iniciou o desenvolvimento da [[astronomia]]. Por volta do séc. V a.C., os astrónomos [[Babilónia|babilónicos]] tinham já registado o [[Saros|ciclo de Saros]] dos [[Eclipse lunar|eclipses lunares]], que decorria ao longo de dezoito anos,<ref>{{cite journal|doi=10.2307/1006543|title=Saros Cycle Dates and Related Babylonian Astronomical Texts|first1=A. |last1 = Aaboe|first2= J. P. |last2 =Britton|first3= J. A. |last3 =Henderson, |first4= Otto|last4 = Neugebauer| authorlink4 = Otto Neugebauer |first5= A. J. |last5 =Sachs|journal=Transactions of the American Philosophical Society |volume=81|issue=6 |year=1991|pages=1–75 |publisher=[[American Philosophical Society]]|quote=One comprises what we have called "Saros Cycle Texts", which give the months of eclipse possibilities arranged in consistent cycles of 223&nbsp;months (or 18&nbsp;years).|postscript=<!--None-->|jstor=1006543}}</ref> enquanto que astrónomos indianos tinham já descrito o alongamento mensal da Lua.<ref name="Sarma-Ast-Ind" /> O astrónomo chinês [[Shi Shen]] {{nowrap|(séc. IV a.C.)}} forneceu instruções sobre como prever eclipses solares e lunares.{{Harvref|Needham|1986|p=411}} Posteriormente veio-se a compreender a forma física da lua e a razão do [[luar]]. O filósofo [[Grécia antiga|grego]] [[Anaxágoras]] {{nowrap|(m. 428 a.C.)}} argumentou que tanto o Sol como a Lua eram rochedos esféricos gigantes, e que a Lua refletia a luz solar.<ref>{{cite web|last = O'Connor|first = J.J.|coauthors = Robertson, E.F.|month = February|year = 1999|url = http://www-history.mcs.st-andrews.ac.uk/Biographies/Anaxagoras.html|title = Anaxagoras of Clazomenae|publisher = University of St Andrews|accessdate =12 April 2007}}</ref>{{harvref|Needham|1986|p=227}} Embora os chineses durante a [[Dinastia Han]] acreditassem que a Lua fosse energia semelhante ao ''[[qi]]'', reconheciam também que a luz da Lua se tratava apenas de uma reflexão da do Sol. [[Jing Fang]] (78–37 a.C.) descreveu a forma esférica da Lua.{{Harvref|Needham|1986|p=413–414}} No séc. II d.C., [[Luciano de Samósata]] escreveu uma novela na qual os protagonistas viajam até à Lua, que encontram desabitada. Em 499 d.C., o astrónomo indiano [[Aryabhata]] menciona na sua obra ''[[Aryabhatiya]]'' que a luz do Sol refletida é o que provoca o brilho da Lua.<ref>{{cite web|url=http://www-history.mcs.st-andrews.ac.uk/Biographies/Aryabhata_I.html|title=Aryabhata the Elder |last1 =Robertson|first1 = E. F.|date = November 2000|publisher=School of Mathematics and Statistics, University of St Andrews|accessdate=15 April 2010|location=Scotland}}</ref> O astrónomo e físico [[Alhazen]] (965–1039) concluiu que a [[luz solar]] não era refletida pela Lua de forma semelhante a um espelho, mas que a luz era emitida por todas as partes da superfície iluminadas em todas as direções.<ref>{{cite book| location=Detroit|year=2008|publisher = Charles Scribner's Sons|title = Dictionary of Scientific Biography|chapter= Ibn Al-Haytham, Abū ʿAlī Al-Ḥasan Ibn Al-Ḥasan|author=A. I. Sabra|pages=189–210, at 195}}</ref>
A compreensão dos ciclos lunares iniciou o desenvolvimento da [[astronomia]]. Por volta do séc. V a.C., os astrónomos [[Babilónia|babilónicos]] tinham já registado o [[Saros|ciclo de Saros]] dos [[Eclipse lunar|eclipses lunares]], que decorria ao longo de dezoito anos,<ref>{{cite journal|doi=10.2307/1006543|title=Saros Cycle Dates and Related Babylonian Astronomical Texts|first1=A. |last1 = Aaboe|first2= J. P. |last2 =Britton|first3= J. A. |last3 =Henderson, |first4= Otto|last4 = Neugebauer| authorlink4 = Otto Neugebauer |first5= A. J. |last5 =Sachs|journal=Transactions of the American Philosophical Society |volume=81|issue=6 |year=1991|pages=1–75 |publisher=[[American Philosophical Society]]|quote=One comprises what we have called "Saros Cycle Texts", which give the months of eclipse possibilities arranged in consistent cycles of 223&nbsp;months (or 18&nbsp;years).|postscript=<!--None-->|jstor=1006543}}</ref> enquanto que astrónomos indianos tinham já descrito o alongamento mensal da Lua.<ref name="Sarma-Ast-Ind" /> O astrónomo chinês [[Shi Shen]] {{nowrap|(séc. IV a.C.)}} forneceu instruções sobre como prever eclipses solares e lunares.{{Harvref|Needham|1986|p=411}} Posteriormente veio-se a compreender a forma física da lua e a razão do [[luar]]. O filósofo [[Grécia antiga|grego]] [[Anaxágoras]] {{nowrap|(m. 428 a.C.)}} argumentou que tanto o Sol como a Lua eram rochedos esféricos gigantes, e que a Lua refletia a luz solar.<ref>{{cite web|last = O'Connor|first = J.J.|coauthors = Robertson, E.F.|month = February|year = 1999|url = http://www-history.mcs.st-andrews.ac.uk/Biographies/Anaxagoras.html|title = Anaxagoras of Clazomenae|publisher = University of St Andrews|accessdate =12 April 2007}}</ref>{{harvref|Needham|1986|p=227}} Embora os chineses durante a [[Dinastia Han]] acreditassem que a Lua fosse energia semelhante ao ''[[qi]]'', reconheciam também que a luz da Lua se tratava apenas de uma reflexão da do Sol. [[Jing Fang]] (78–37 a.C.) descreveu a forma esférica da Lua.{{Harvref|Needham|1986|p=413–414}} No séc. II d.C., [[Luciano de Samósata]] escreveu uma novela na qual os protagonistas viajam até à Lua, que encontram desabitada. Em 499 d.C., o astrónomo indiano [[Aryabhata]] menciona na sua obra ''[[Aryabhatiya]]'' que a luz do Sol refletida é o que provoca o brilho da Lua.<ref>{{cite web|url=http://www-history.mcs.st-andrews.ac.uk/Biographies/Aryabhata_I.html|title=Aryabhata the Elder |last1 =Robertson|first1 = E. F.|date = November 2000|publisher=School of Mathematics and Statistics, University of St Andrews|accessdate=15 April 2010|location=Scotland}}</ref> O astrónomo e físico [[Alhazen]] (965–1039) concluiu que a [[luz solar]] não era refletida pela Lua de forma semelhante a um espelho, mas que a luz era emitida por todas as partes da superfície iluminadas em todas as direções.<ref>{{cite book| location=Detroit|year=2008|publisher = Charles Scribner's Sons|title = Dictionary of Scientific Biography|chapter= Ibn Al-Haytham, Abū ʿAlī Al-Ḥasan Ibn Al-Ḥasan|author=A. I. Sabra|pages=189–210, at 195}}</ref>


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Durante a [[Idade Média]], antes da invenção do [[telescópio]], tinha-se vindo progressivamente a aceitar que a Lua era uma esfera, embora muitos acreditassem que era plana.<ref>{{cite web|last = Van Helden|first = A.|year = 1995|url = http://galileo.rice.edu/sci/observations/moon.html|title = The Moon|publisher = Galileo Project|accessdate =12 April 2007}}</ref> Em 1609, [[Galileu]] é um dos primeiros a cartografar a Lua através de telescópio na sua obra ''[[Sidereus Nuncius]]'', notando que não era plana mas que possuía montanhas e crateras. Seguem-se várias cartografias feitas através de telescópio; em finais do séc. XVII, a obra de [[Giovanni Battista Riccioli]] e [[Francesco Maria Grimaldi]] levou ao sistema de nomenclatura de características lunares ainda hoje em uso. O primeiro estudo [[Trigonometria|trigonometricamente]] preciso das características lunares surge em 1834-36 na obra ''Mappa Selenographica'' de [[Wilhelm Beer]] e [[Johann Heinrich Mädler]], na qual se incluiam as altitudes de mais de um milhar de montanhas.<ref>{{cite journal|last=Consolmagno|first=Guy J.|year=1996|title=Astronomy, Science Fiction and Popular Culture: 1277 to 2001 (And beyond) |journal=Leonardo|publisher=The MIT Press|volume=29|issue=2|page=128|jstor=1576348|doi=10.2307/1576348}}</ref> Pensava-se que as crateras lunares, observadas pela primeira vez por Galileu, seriam de origem vulcânica até a uma proposta de [[Richard Proctor]] em 1870, que sustentava que teriam sido formadas a partir de colisões.<ref name="worldbook" /> Este ponto de vista obteve apoio em 1892 com as experiência do geólogo [[Grove Karl Gilbert]], e através de estudos comparativos entre as décadas de 1920 e 1940,<ref name="Hall1977" /> que estiveram na origem da [[escala de tempo geológico lunar|estratigrafia lunar]], que por volta da década de 1950 era já um ramo da [[astrogeologia]].<ref name="worldbook" />
Durante a [[Idade Média]], antes da invenção do [[telescópio]], tinha-se vindo progressivamente a aceitar que a Lua era uma esfera, embora muitos acreditassem que era plana.<ref>{{cite web|last = Van Helden|first = A.|year = 1995|url = http://galileo.rice.edu/sci/observations/moon.html|title = The Moon|publisher = Galileo Project|accessdate =12 April 2007}}</ref> Em 1609, [[Galileu]] é um dos primeiros a cartografar a Lua através de telescópio na sua obra ''[[Sidereus Nuncius]]'', notando que não era plana mas que possuía montanhas e crateras. Seguem-se várias cartografias feitas através de telescópio; em finais do séc. XVII, a obra de [[Giovanni Battista Riccioli]] e [[Francesco Maria Grimaldi]] levou ao sistema de nomenclatura de características lunares ainda hoje em uso. O primeiro estudo [[Trigonometria|trigonometricamente]] preciso das características lunares surge em 1834-36 na obra ''Mappa Selenographica'' de [[Wilhelm Beer]] e [[Johann Heinrich Mädler]], na qual se incluiam as altitudes de mais de um milhar de montanhas.<ref>{{cite journal|last=Consolmagno|first=Guy J.|year=1996|title=Astronomy, Science Fiction and Popular Culture: 1277 to 2001 (And beyond) |journal=Leonardo|publisher=The MIT Press|volume=29|issue=2|page=128|jstor=1576348|doi=10.2307/1576348}}</ref> Pensava-se que as crateras lunares, observadas pela primeira vez por Galileu, seriam de origem vulcânica até a uma proposta de [[Richard Proctor]] em 1870, que sustentava que teriam sido formadas a partir de colisões.<ref name="worldbook" /> Este ponto de vista obteve apoio em 1892 com as experiência do geólogo [[Grove Karl Gilbert]], e através de estudos comparativos entre as décadas de 1920 e 1940,<ref name="Hall1977" /> que estiveram na origem da [[escala de tempo geológico lunar|estratigrafia lunar]], que por volta da década de 1950 era já um ramo da [[astrogeologia]].<ref name="worldbook" />


=== Primeira exploração direta: 1959–1976 ===
=== Exploração direta (1959–1976) ===


==== Missões soviéticas ====
==== União Soviética ====
{{Artigo principal|Programa Luna|Programa Lunokhod}}
[[Imagem:Lunokhod 1 (high resolution).jpg|thumb|''[[Lunokhod 1]]'', o primeiro ''[[Rover (exploração espacial)|rover]]'' bem sucedido.]]


A [[corrida espacial]] entre a [[União Soviética]] e os [[Estados Unidos]], impulsionada pela [[Guerra Fria]], levou a uma precipitação no interesse pela exploração lunar. A partir do momento em que se construíram lançadores com a capacidade necessária, ambas as nações iniciaram o envio de diversas sondas não tripuladas, tanto para missões de sobrevoo como de impacto ou alunagem. As naves do programa soviético [[Programa Luna|Luna]] foram as primeiras a cumprir uma série de objetivos: posteriormente a uma série de missões mal sucedidas em 1958,<ref>{{cite web|url= http://www.russianspaceweb.com/spacecraft_planetary_lunar.html| first = Anatoly|last = Zak |year = 2009|title = Russia's unmanned missions toward the Moon|accessdate=20 de abril de 2010}}</ref> o primeiro objeto construído pelo Homem a escapar à gravidade terrestre e a se aproximar da Lua foi a sonda ''[[Luna 1]]''; o primeiro objeto a se despenhar contra a superfície lunar foi a ''[[Luna 2]]''; e as primeiras fotografias do até então desconhecido lado oculto foram obtidas pela ''[[Luna 3]]'', todos os eventos ao longo de 1959.
{{AP|Programa Luna|Programa Lunokhod}}
[[File:Lunokhod 1 (high resolution).jpg|thumb|''[[Lunokhod 1]]'', o primeiro ''[[Rover (exploração espacial)|rover]]'' bem sucedido.]]


O primeiro objeto a alunar com sucesso foi a ''[[Luna 9]]'' e o primeiro veículo não tripulado a orbitar a Lua foi a ''[[Luna 10]]'', ambos em 1966.<ref name="worldbook" /> Três [[Missão_de_retorno_de_amostra|missões de retorno de amostras]] trouxeram de regresso à Terra amostras de [[rocha lunar]] (''[[Luna 16]]'' em 1970, ''[[Luna 20]]'' em 1972 e ''[[Luna 24]]'' em 1976), num total de 0,3 kg. O [[programa Lunokhod]] foi o responsável pela alunagem de dois ''[[Rover (exploração espacial)|rovers]]'' pioneiros, em 1970 e 1973.<ref>{{cite web|url=http://curator.jsc.nasa.gov/lunar/index.cfm|title=Rocks and Soils from the Moon|publisher=NASA|accessdate=6 de abril de 2010}}</ref>
A [[corrida espacial]] entre a [[União Soviética]] e os [[Estados Unidos]], impulsionada pela [[Guerra Fria]], levou a uma precipitação no interesse pela exploração lunar. A partir do momento em que se construíram lançadores com a capacidade necessária, ambas as nações iniciaram o envio de diversas sondas não tripuladas, tanto para missões de sobrevoo como de impacto ou alunagem. As naves do programa soviético [[Programa Luna|Luna]] foram as primeiras a cumprir uma série de objetivos: posteriormente a uma série de missões mal sucedidas em 1958,<ref>{{cite web|url= http://www.russianspaceweb.com/spacecraft_planetary_lunar.html| first = Anatoly|last = Zak |year = 2009|title = Russia's unmanned missions toward the Moon|accessdate=20 April 2010}}</ref> o primeiro objeto construído pelo Homem a escapar à gravidade terrestre e a se aproximar da Lua foi a sonda ''[[Luna 1]]''; o primeiro objeto a se despenhar contra a superfície lunar foi a ''[[Luna 2]]''; e as primeiras fotografias do até então desconhecido lado oculto foram obtidas pela ''[[Luna 3]]'', todos os eventos ao longo de 1959.


==== Estados Unidos ====
O primeiro objeto a alunar com sucesso foi a ''[[Luna 9]]'' e o primeiro veículo não tripulado a orbitar a Lua foi a ''[[Luna 10]]'', ambos em 1966.<ref name="worldbook" /> Três [[Missão_de_retorno_de_amostra|missões de retorno de amostras]] trouxeram de regresso à Terra amostras de [[rocha lunar]] (''[[Luna 16]]'' em 1970, ''[[Luna 20]]'' em 1972 e ''[[Luna 24]]'' em 1976), num total de 0,3 kg. O [[programa Lunokhod]] foi o responsável pela alunagem de dois ''[[Rover (exploração espacial)|rovers]]'' pioneiros, em 1970 e 1973.<ref>{{cite web|url=http://curator.jsc.nasa.gov/lunar/index.cfm|title=Rocks and Soils from the Moon|publisher=NASA|accessdate=6 April 2010}}</ref>
{{Artigo principal|Programa Apollo|Alunagem}}
[[Imagem:NASA-Apollo8-Dec24-Earthrise.jpg|thumb|A [[Terra]] observada a partir da órbita lunar durante a missão [[Apollo 8]], na véspera de Natal em 1968.]]
[[Ficheiro:Buzz salutes the U.S. Flag.jpg|thumb|[[Astronauta]] [[Buzz Aldrin]] fotografado por [[Neil Armstrong]] (o primeiro homem a pisar na [[Lua]]) durante a missão [[Apollo 11]], em [[20 de Julho]] de [[1969]].]]
Os Estados Unidos lançaram várias sondas não tripuladas de modo a obter dados tendo em vista uma eventual alunagem tripulada. O [[Programa Surveyor]], coordenado pelo [[Jet Propulsion Laboratory]], fez alunar [[Surveyor 1|a sua primeira sonda]] quatro meses após a ''[[Luna 9]]''. Em paralelo, a [[NASA]] criou o [[programa Apollo|programa tripulado Apollo]], depois de uma série de testes tripulados e não tripulados em órbita terrestre. A posterior alunagem dos primeiros seres humanos na Lua em 1969 é vista por muitos como o culminar da corrida espacial.<ref name="CNN" /> [[Neil Armstrong]] tornou-se a primeira pessoa a caminhar na lua, enquanto comendante da missão [[Apollo 11]], às 02:56 UTC do dia 21 de julho de 1969.<ref>{{cite web|url=http://history.nasa.gov/ap11ann/ap11events.html|title=Record of Lunar Events, 24 July 1969|work=Apollo 11 30th anniversary|publisher=NASA.|accessdate=13 April 2010}}</ref> As missões Apollo 11 a 17 (exceto a [[Apllo 13]] que teve que abortar a alunagem), trouxeram 382 kg de rocha e solo lunar, em 2196 amostras individuais.<ref>{{cite web|url=http://www.psrd.hawaii.edu/Dec09/PSRD-Apollo-lunar-samples.pdf|title=Celebrated Moon Rocks --- Overview and status of the Apollo lunar collection: A unique, but limited, resource of extraterrestrial material.|last=Martel|first=Linda M. V.|date=21 December 2009|publisher=Planetary Science and Research Discoveries|accessdate=6 de abril de 2010}}</ref> A alunagem e respetivo regresso foi possibilitado por consideráveis progressos tecnológicos desde o início da década de 1960, em campos como a química de [[ablação]], [[engenharia de software]] e tecnologia de [[reentrada atmosférica]].<ref>{{cite web|url=http://history.nasa.gov/ap11ann/legacy.htm|title=The Legacy of Project Apollo|last=Launius|first=Roger D.|date=Julho de 1999|publisher=NASA History Office|accessdate=13 de abril de 2010}}</ref><ref>{{cite book|title=SP-287 What Made Apollo a Success? A series of eight articles reprinted by permission from the March 1970 issue of Astronautics & Aeronautics, a publicaion of the American Institute of Aeronautics and Astronautics.|publisher=Scientific and Technical Information Office, National Aeronautics and Space Administration|location=Washington, D.C.|year=1971}}</ref>


Ao longo das missões Apollo, foram instalados na superfície lunar vários conjuntos de instrumentos científicos, como [[sismógrafo]]s, [[magnetómetro]]s e sondas de calor. A transmissão direta dos dados para a Terra foi interrompida em 1977,<ref>{{citar web|título = NASA news release 77-47 page 242| data = 1 de setembro de 1977| url = http://www.nasa.gov/centers/johnson/pdf/83129main_1977.pdf|accessdate =16 de março de 2010|formato=PDF}}</ref> embora como alguns instrumentos sejam passivos e ainda hoje são usados.<ref>{{cite journal|last = Dickey|first = J.|year = 1994|title = Lunar laser ranging: a continuing legacy of the Apollo program|journal = Science|volume = 265 |pages = 482–490|doi = 10.1126/science.265.5171.482|pmid = 17781305|issue = 5171|bibcode=1994Sci...265..482D|display-authors = 1|last2 = Bender|first2 = P. L.|last3 = Faller|first3 = J. E.|last4 = Newhall|first4 = X X|last5 = Ricklefs|first5 = R. L.|last6 = Ries|first6 = J. G.|last7 = Shelus|first7 = P. J.|last8 = Veillet|first8 = C.|last9 = Whipple|first9 = A. L.}}</ref>
==== Missões dos Estados Unidos ====


=== Era atual: 1990-presente ===
{{AP|Programa Apollo|Alunagem}}
Após os programas [[Programa Apollo|Apollo]] e [[Programa Luna|Luna]], muitos outros países têm se envolvido na exploração direta da Lua. Em 1990, o [[Japão]] tornou-se o terceiro país a colocar uma nave espacial na órbita lunar com sua nave ''[[Hiten]]''. A nave espacial lançou uma sonda menor, a ''Hagoromo'', na órbita lunar, mas o transmissor falhou, impedindo o uso mais científico da missão.<ref>{{cite web|title=Hiten-Hagomoro|publisher=NASA|url=http://solarsystem.nasa.gov/missions/profile.cfm?MCode=Hiten&Display=ReadMore|accessdate=29 de março de 2010}}</ref> Em 1994, os Estados Unidos enviaram a nave ''[[Clementine (sonda espacial)|Clementine]]'', um projeto feito pela [[NASA]] e pelo [[Departamento de Defesa dos Estados Unidos|Departamento de Defesa]], à órbita lunar. Esta missão registrou o primeiro mapa topográfico quase total da Lua e as primeiras [[Imagem multiespectral|imagens multiespectrais]] globais da superfície lunar.<ref>{{cite web|title=Clementine information|publisher=NASA|year=1994|url=http://nssdc.gsfc.nasa.gov/planetary/cleminfo.html|accessdate=29 de março de 2010}}</ref> Isto foi seguido em 1998 pela missão ''[[Lunar Prospector]]'', cujos instrumentos indicaram a presença de excesso de [[hidrogênio]] nos pólos lunares, o que é provável que tenha sido causado pela presença de gelo de [[água]] nos poucos metros superiores do [[regolito]] dentro de crateras permanentemente escuras.<ref>{{cite web|title=Lunar Prospector: Neutron Spectrometer|publisher=NASA|url=http://lunar.arc.nasa.gov/results/neutron.htm|year=2001|accessdate=29 de março de 2010}}</ref>
[[File:NASA-Apollo8-Dec24-Earthrise.jpg|thumb| A [[Terra]] observada a partir da órbita lunar durante a missão [[Apollo 8]], na véspera de Natal em 1968.]]
[[File:As11-40-5886, uncropped.jpg|thumb|[[Neil Armstrong]], o primeiro ser humano a pisar a lua.]]


A sonda europeia ''[[SMART-1]]'', a segunda nave espacial movida a [[Propulsor de íons|propulsão de íons]], estava em órbita lunar em 15 de novembro de 2004 até o seu impacto lunar em 3 de setembro de 2006; a nave fez o primeiro levantamento detalhado de elementos químicos na superfície lunar.<ref>{{cite web|url=http://www.esa.int/SPECIALS/SMART-1/SEMSDE1A6BD_0.html|title=SMART-1 factsheet|date=26 February 2007|publisher=European Space Agency|accessdate=29 de março de 2010}}</ref> A [[China]] tem divulgado planos ambiciosos para explorar a Lua e o país orbitou com sucesso a sua primeira sonda, a ''[[Chang'e 1]]'', em 5 de novembro de 2007, até o seu impacto controlado contra a Lua em 1 de março de 2008.<ref name="xinhua_20090301" /> Em sua missão de dezesseis meses, a sonda obteve uma imagem completa da superfície lunar. Entre 4 de outubro de 2007 e 10 de junho de 2009, a ''[[SELENE (sonda espacial)|SELENE]]'' da [[Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial]] (JAXA), uma sonda lunar equipada com uma câmera de vídeo de [[alta definição]], além dois pequenos satélites de [[rádio-transmissor]], obtiveram dados da [[geofísica]] lunar e registraram as primeiras imagens em alta definição feitas além da órbita da Terra.<ref>{{cite web|url=http://www.selene.jaxa.jp/en/profile/index.htm|title=KAGUYA Mission Profile|publisher=JAXA|accessdate=13 de abril de 2010}}</ref><ref>{{cite web|url=http://www.jaxa.jp/press/2007/11/20071107_kaguya_e.html|title=KAGUYA (SELENE) World's First Image Taking of the Moon by HDTV|date=7 de novembro de 2007|publisher=Japan Aerospace Exploration Agency (JAXA) and NHK (Japan Broadcasting Corporation)|accessdate=13 de abril de 2010}}</ref> A primeira missão lunar da [[Índia]], a ''[[Chandrayaan I]]'', orbitou o satélite em 8 de novembro de 2008 até a perda de contato em 27 de agosto de 2009; a sonda criou imagens de alta resolução da composição química, mineralógica e geológica da superfície lunar e confirmou a presença de moléculas de água no solo do satélite.<ref>{{cite web|url=http://www.isro.org/Chandrayaan/htmls/mission_sequence.htm|title=Mission Sequence|date=17 de novembro de 2008|publisher=Indian Space Research Organisation|accessdate=13 de abril de 2010}}</ref> A [[Organização Indiana de Pesquisa Espacial]] planeja lançar a ''[[Chandrayaan II]]'' em 2013, que está prevista para incluir um robô lunar russo.<ref>{{cite web|url=http://www.isro.org/scripts/futureprogramme.aspx#Space|title=Indian Space Research Organisation: Future Program|publisher=Indian Space Research Organisation|accessdate=13 de abril de 2010}}</ref><ref>{{cite web|url=http://isro.org/pressrelease/Nov14_2007.htm |title=India and Russia Sign an Agreement on Chandrayaan-2|date=14 de novembro de 2007|publisher=Indian Space Research Organisation|accessdate=13 April 2010 |archiveurl = http://web.archive.org/web/20071217203828/http://isro.org/pressrelease/Nov14_2007.htm |archivedate = 17 de dezembro de 2007}}</ref>
Os Estados Unidos lançaram várias sondas não tripuladas de modo a obter dados tendo em vista uma eventual alunagem tripulada. O [[Programa Surveyor]], coordenado pelo [[Jet Propulsion Laboratory]], fez alunar [[Surveyor 1|a sua primeira sonda]] quatro meses após a ''[[Luna 9]]''. Em paralelo, a [[NASA]] criou o [[programa Apollo|programa tripulado Apollo]], depois de uma série de testes tripulados e não tripulados em órbita terrestre. A posterior alunagem dos primeiros seres humanos na Lua em 1969 é vista por muitos como o culminar da corrida espacial.<ref name="CNN" /> [[Neil Armstrong]] tornou-se a primeira pessoa a caminhar na lua, enquanto comendante da missão [[Apollo 11]], às 02:56 UTC do dia 21 de julho de 1969.<ref>{{cite web|url=http://history.nasa.gov/ap11ann/ap11events.html|title=Record of Lunar Events, 24 July 1969|work=Apollo 11 30th anniversary|publisher=NASA.|accessdate=13 April 2010}}</ref> As missões Apollo 11 a 17 (exceto a [[Apllo 13]] que teve que abortar a alunagem), trouxeram 382 kg de rocha e solo lunar, em 2196 amostras individuais.<ref>{{cite web|url=http://www.psrd.hawaii.edu/Dec09/PSRD-Apollo-lunar-samples.pdf|title=Celebrated Moon Rocks --- Overview and status of the Apollo lunar collection: A unique, but limited, resource of extraterrestrial material.|last=Martel|first=Linda M. V.|date=21 December 2009|publisher=Planetary Science and Research Discoveries|accessdate=6 April 2010}}</ref> A alunagem e respetivo regresso foi possibilitado por consideráveis progressos tecnológicos desde o início da década de 1960, em campos como a química de [[ablação]], [[engenharia de software]] e tecnologia de [[reentrada atmosférica]].<ref>{{cite web|url=http://history.nasa.gov/ap11ann/legacy.htm|title=The Legacy of Project Apollo|last=Launius|first=Roger D.|date=July 1999|publisher=NASA History Office|accessdate=13 April 2010}}</ref><ref>{{cite book|title=SP-287 What Made Apollo a Success? A series of eight articles reprinted by permission from the March 1970 issue of Astronautics & Aeronautics, a publicaion of the American Institute of Aeronautics and Astronautics.|publisher=Scientific and Technical Information Office, National Aeronautics and Space Administration|location=Washington, D.C.|year=1971}}</ref>
[[Imagem:LRO 2006.jpg|thumb|esquerda|Concepção artística do ''[[Lunar Reconnaissance Orbiter]]''.]]


Os Estados Unidos co-lançaram a ''[[Lunar Reconnaissance Orbiter]]'' (LRO) e o [[Satélite de Detecção e Observação de Crateras Lunares]] (LCROSS) em 18 de junho de 2009; o 'LCROSS'' completou a sua missão, fazendo um impacto planejado e amplamente observado na [[Cabeus (cratera)|cratera Cabeus]] em 9 de outubro de 2009,<ref>{{cite web|url=http://lcross.arc.nasa.gov/observation.htm|title=Lunar CRater Observation and Sensing Satellite (LCROSS): Strategy & Astronomer Observation Campaign|date=Outubro de 2009|publisher=NASA|accessdate=13 de abril de 2010}}</ref> enquanto a ''LRO'' está atualmente em operação para obter de imagens precisas e em alta definição da [[altimetria]] lunar. Em novembro de 2011, a ''LRO'' passou por cima da cratera Aristarco, que se estende por 40 quilômetros e tem uma profunidade de mais de 3,5 quilômetros. A cratera é um dos mais visíveis a partir da Terra. "O planalto Aristarco é um dos mais geologicamente diversos lugares na Lua: um misterioso planalto elevado e plano, um canal gigante esculpido por enormes derramamentos de lava, campos de cinzas vulcânicas explosivas, e tudo rodeado por enormes basaltos de inundação" disse Mark Robinson, o principal pesquisador da câmera do ''Lunar Reconnaissance Orbiter'' na [[Universidade Estadual do Arizona]]. A NASA divulgou fotos da cratera no dia 25 de dezembro de 2011.<ref>{{cite news|url = http://www.msnbc.msn.com/id/45901428#.Twe_flbWxvY|title = Giant moon crater revealed in spectacular up-close photos|publisher=MSNBC|agency = Space.com|date = 6 de janeiro de 2012}}</ref> O ''[[Gravity Recovery and Interior Laboratory]]'' (GRAIL) começou a orbitar a Lua em 1 de janeiro de 2012.<ref>{{cite news|url = http://www.thesunnews.com/2011/12/26/2569001/twin-probes-to-circle-moon-to.html|title = Twin probes to circle moon to study gravity field|last = Chang|first = Alicia |work = [[The Sun News]]|agency = [[Associated Press]]|date = 26 de dezembro de 2011|accessdate =27 de dezembro de 2011}}</ref>
Ao longo das missões Apollo, foram instalados na superfície lunar vários conjuntos de instrumentos científicos, como [[sismógrafo]]s, [[magnetómetro]]s e sondas de calor. A transmissão direta dos dados para a Terra foi interrompida em 1977,<ref>{{citar web|título = NASA news release 77-47 page 242| data = 1 de setembro de 1977| url = http://www.nasa.gov/centers/johnson/pdf/83129main_1977.pdf|accessdate =16 March 2010|formato=PDF}}</ref> embora como alguns instrumentos sejam passivos e ainda hoje são usados.<ref>{{cite journal|last = Dickey|first = J.|year = 1994|title = Lunar laser ranging: a continuing legacy of the Apollo program|journal = Science|volume = 265 |pages = 482–490|doi = 10.1126/science.265.5171.482|pmid = 17781305|issue = 5171|bibcode=1994Sci...265..482D|display-authors = 1|last2 = Bender|first2 = P. L.|last3 = Faller|first3 = J. E.|last4 = Newhall|first4 = X X|last5 = Ricklefs|first5 = R. L.|last6 = Ries|first6 = J. G.|last7 = Shelus|first7 = P. J.|last8 = Veillet|first8 = C.|last9 = Whipple|first9 = A. L.}}</ref>


Outros próximas missões lunares incluem a russa ''Luna-Glob'': uma sonda não tripulada, um conjunto de sismógrafos, e uma sonda com base na sua missão marciana ''[[Fobos-Grunt]]'', lançado em 2012.<ref>{{cite web|url = http://www.aviationnow.com/avnow/news/channel_awst_story.jsp?id=news/aw060506p2.xml|title = Russia Plans Ambitious Robotic Lunar Mission|last = Covault|first = C.|publisher = Aviation Week|date = 4 de junho de 2006|accessdate =12 de abril de 2007}}</ref><ref>{{cite web|url=http://rt.com/Top_News/2009-02-25/Russia_to_send_mission_to_Mars_this_year__Moon_in_three_years_.html|title=Russia to send mission to Mars this year, Moon in three years |date=25 de fevereiro de 2009|publisher="TV-Novosti"|accessdate=13 de abril de 2010}}</ref> A exploração lunar financiada pela iniciativa privada tem sido promovido pelo [[Google Lunar X Prize]], anunciado em 13 de setembro de 2007 e que oferece 20 milhões de dólares para quem conseguir desenvolver um robô lunar e cumprir outros critérios especificados.<ref>{{cite web|title=About the Google Lunar X Prize|publisher=X-Prize Foundation|url=http://www.googlelunarxprize.org/lunar/about-the-prize|year=2010|accessdate=24 de março de 2010|archiveurl=http://web.archive.org/web/20100228024532/http://www.googlelunarxprize.org/lunar/about-the-prize <!--Added by H3llBot-->|archivedate=28 de fevereiro de 2010}}</ref> A ''Shackleton Energy Company'' está construindo um programa para estabelecer operações no pólo sul da Lua para colher água e fornecer seus depósitos propulsores.<ref>{{cite web
== Trajectória lunar ==
| title = Mining the Moon's Water: Q&A with Shackleton Energy's Bill Stone
[[Ficheiro:Moon trajectory.png|right|thumb|A trajectória real da Lua.]]
| publisher = Space News
[[Ficheiro:20110319-SupermoonSpokaneWAUSA.JPG|thumb|200px|direita|[[Superlua]] de [[2011]]. Este fenômeno ocorre quando a Lua cheia coincide com o [[perigeu]] (o momento em que a Lua encontra-se mais próxima da Terra). Em [[19 de março]] de [[2011]], a distância lunar ficou em 356.577 km.]]
| last = Wall
| first = Mike
| date = 14 de janeiro de 2011
| url = http://www.spacenews.com/10619-mining-moon-water-bill-stone-110114.html}}</ref>


A [[NASA]] começou a planejar a retomar as missões tripuladas seguindo ao apelo do ex-presidente estadunidense [[George W. Bush]] em 14 de janeiro de 2004, quando ele anunciou uma missão tripulada à Lua até 2019 e a construção de uma [[base lunar]] em 2024.<ref>{{cite press release|url = http://www.nasa.gov/missions/solarsystem/bush_vision.html| title = President Bush Offers New Vision For NASA|date = 14 de dezembro de 2004| publisher = NASA|accessdate =12 de abril de 2007}}</ref> O [[Projeto Constellation|Programa ''Constellation'']] chegou a ser anunciado e iniciou a construção e os testes de uma [[Orion (nave espacial)|nave espacial tripulada]] e de um [[Veículos derivados do Ônibus Espacial|novo veículo de lançamento]],<ref>{{cite web|url=http://www.nasa.gov/mission_pages/constellation/main/index.html|title=Constellation|publisher=NASA|accessdate=13 de abril de 2010}}</ref> além de estudos sobre o ''design'' de uma base lunar.<ref>{{cite press release|title = NASA Unveils Global Exploration Strategy and Lunar Architecture|publisher = NASA|date = 4 de dezembro de 2006| url = http://www.nasa.gov/home/hqnews/2006/dec/HQ_06361_ESMD_Lunar_Architecture.html|accessdate =12 de abril de 2007}}</ref> No entanto, o programa foi cancelado para priorizar um pouso tripulado em um asteroide até 2025 e uma missão tripulada até a órbita de [[Marte (planeta)|Marte]] até 2035. A Índia também manifestou a sua esperança de enviar uma missão tripulada à Lua até 2020.<ref>{{cite web|url = http://www.space.com/news/061110_india_mannedspace.html| publisher = SPACE.com|title = India's Space Agency Proposes Manned Spaceflight Program| date = 10 de novembro de 2006| accessdate =23 de outubro de 2008}}</ref>
É tentador aceitar que a trajetória da Lua roda em volta da [[Terra]] de tal modo que por vezes anda para trás. Mesmo quando vemos uma representação da sua trajectória como a que se mostra na figura ao lado, a nossa percepção cria-nos uma ilusão: a Lua parece andar para trás. E, na verdade (mesmo nesta figura, em que a sua trajectória é representada como uma [[senoide|curva sinusoidal]]), ela avança sempre.


== {{Ver também}} ==
[[Ficheiro:Lunar libration with phase2.gif|thumb|left|[[Fases da Lua]].]]
{{Portal-Sistema Solar}}
{{Portal-Lua}}
* [[Colonização da Lua]]
* [[Anexo:Outras luas da Terra]]
* [[Corrida espacial]]
* [[Eclipse lunar]]
* [[Sonda espacial#Missões para a Lua|Missões para a Lua]]


{{Referências|col=2|refs=
A principal razão para essa ideia errada é o facto de nas representações do [[sistema solar]], em que as trajectórias dos [[planeta]]s são desenhadas do ponto de vista do observador posicionado no [[Sol]] ao passo que também é comum representar a trajectória da Lua do ponto de vista de um observador na Terra, o que é o observado, mas acontece que esse movimento diário é aparente devido à [[rotação]] da Terra em torno do seu eixo e não da Lua propriamente dito o que contribuiria com outro conceito errado que é a suposta existência de um lado escuro da Lua, quando na realidade tem-se do referencial da terra uma face oculta.
<ref name="W06">
{{cite journal
| last1 = Wieczorek
| first1 = M.
| title = The constitution and structure of the lunar interior
| journal = Reviews in Mineralogy and Geochemistry
| volume = 60
| issue = 1
| pages = 221–364
| year = 2006
| doi = 10.2138/rmg.2006.60.3
| display-authors = 1
| author2 = <Please add first missing authors to populate metadata.>
}}
</ref>


<ref name="Lang2011">
De facto, como a força gravitacional do Sol sobre a Lua é 2,2 vezes mais forte do que a força da Terra sobre a Lua, a Lua descreve uma [[elipse]] de afastamento constante da Terra ao mesmo tempo que, devido a força gravitacional, ambos percorrem uma trajetória de translação deformada em [[espiral]] a volta do Sol. E a sua trajectória é sempre convexa: curva-se sempre na direcção do Sol. Não é esse o caso da maioria dos satélites artificiais, que fazem uma rotação em volta da Terra em menos de 2 [[hora]]s. Mas a rotação da Lua em volta da Terra é umas 4 centenas de vezes mais lenta.
Lang, Kenneth R. (2011); [http://books.google.ca/books?id=S4xDhVCxAQIC&pg=PA184 ''The Cambridge Guide to the Solar System''], 2nd ed., Cambridge University Press
</ref>


<ref name="NSSDC">
[[Ficheiro:Sun earth moon.svg|right|thumb|Ilustração do [[Sol]], da Lua e da [[Terra]].]]
{{cite web
| last = Williams
| first = Dr. David R.
| title = Moon Fact Sheet
| publisher = [[NASA]] (National Space Science Data Center)
| url = http://nssdc.gsfc.nasa.gov/planetary/factsheet/moonfact.html
| date = 2 de fevereiro de 2006
| accessdate =31 de dezembro de 2008
}}
</ref>


<ref name="Saari">
A figura abaixo descreve melhor o que realmente acontece. É mais esclarecedor visualizar o movimento da Lua como se ela fosse uma mota que acompanha um automóvel (a [[Terra]]), ambos em movimento numa mesma estrada. A mota, uma vez por mês acelera e ultrapassa o [[automóvel]] pela direita e depois deixa-se ficar para trás pela esquerda. De facto, a Lua, quando fica para trás (quarto crescente) é acelerada pela atracção gravítica da Terra e quando se adianta (quarto minguante) é travada pela força de gravidade da Terra<ref>http://www.math.nus.edu.sg/aslaksen/teaching/convex.html</ref>.
{{cite journal
| doi = 10.1364/AO.47.004981
| title = Celestial body irradiance determination from an underfilled satellite radiometer: application to albedo and thermal emission measurements of the Moon using CERES
| year = 2008
| last1 = Matthews
| first1 = Grant
| journal = Applied Optics
| volume = 47
| pages = 4981–93
| pmid = 18806861
| issue = 27
| bibcode = 2008ApOpt..47.4981M
}}
</ref>


<ref name="Vasavada1999">
Tanto a Terra como a Lua estão em queda-livre em volta do centro de [[massa]] do sistema Terra-Lua (localizado dentro da Terra) que, por sua vez, está em queda-livre em torno do centro de massa do sistema Sol-Terra-Lua (localizado dentro do [[Sol]]). Por isso, podia ser mais esclarecedor e menos geocêntrico dizer que a Terra e a Lua rodam ligeiramente em torno do seu [[centro de massa]] comum, à medida que seguem a uma [[órbita]] comum em torno do Sol. Alguns astrónomos defendem aliás que o sistema Terra-Lua é um planeta duplo, já que a influência gravitacional do Sol é comparável com sua interação mútua.
{{cite journal
| author=A.R. Vasavada, D.A. Paige, and S.E. Wood
| journal = Icarus
| title = Near-Surface Temperatures on Mercury and the Moon and the Stability of Polar Ice Deposits
| volume = 141
| issue = 2
| page = 179
| bibcode = 1999Icar..141..179V
| doi = 10.1006/icar.1999.6175
| year = 1999
}}
</ref>


<ref name="L06">
== A Lua e a trajectória da Terra ==
{{cite journal
Quando a Lua está em [[Fases da lua|quarto minguante]], a Lua está à frente da Terra. Como a distância da Terra à Lua é de cerca de 384404 [[km]] e a velocidade orbital da Terra é de cerca de 107 mil [[km/h]], a Lua encontra-se num ponto onde a Terra vai estar daí a cerca de 3 horas e meia. Do mesmo modo, quando vemos a Lua em quarto crescente, ela encontra-se aproximadamente no ponto do espaço "onde nós estávamos" 3 [[hora]]s e meia antes.
| last1 = Lucey
| first1 = P.
| last2 = Korotev
| first2 = Randy L.
| title = Understanding the lunar surface and space-Moon interactions
| journal = Reviews in Mineralogy and Geochemistry
| volume = 60
| issue = 1
| pages = 83–219
| year = 2006
| doi = 10.2138/rmg.2006.60.2
| display-authors = 2
| author3 = <Please add first missing authors to populate metadata.>
}}
</ref>


<ref name="Morais2002">
== Eclipses ==
{{cite journal
{{Artigo principal|[[Eclipse]]}}
| last = Morais
Eclipses são fenômenos que ocorrem quando o Sol, a Terra e Lua estão alinhados. [[Eclipse solar|Eclipses solares]] ocorrem durante a [[lua nova]], quando a Lua está entre o Sol e a Terra. [[Eclipse lunar|Eclipses lunares]] ocorrem durante a [[lua cheia]], quando a Terra está entre o Sol e a Lua. Eclipses acontecem quando a Lua alinha-se com o Sol e a Terra, mas devido à orbita elíptica dela de 6°, os eclipses não acontecem em cada lua cheia e nova.
| first = M.H.M.
| coauthors = Morbidelli, A.
| title = The Population of Near-Earth Asteroids in Coorbital Motion with the Earth
| journal = Icarus
| year = 2002
| volume = 160
| issue = 1
| pages = 1–9
| bibcode = 2002Icar..160....1M
| doi = 10.1006/icar.2002.6937
}}
</ref>


<ref name="test">{{cite web|url=http://www.astrobio.net/pressrelease/4673/titanium-paternity-test-says-earth-is-the-moons-only-parent |title=Titanium Paternity Test Says Earth is the Moon's Only Parent (University of Chicago) |publisher=Astrobio.net |date= |accessdate=3 de outubro de 2013}}</ref>
=== Eclipse solar ===
[[Ficheiro:Solar_eclipse_1999_4_NR.jpg|thumb|O eclipse solar de 1999.]]


<ref name="PN-FAQ">
{{Artigo principal|[[Eclipse solar]]}}
{{cite web
| url = http://planetarynames.wr.usgs.gov/nomenFAQ.html
| title = Gazetteer of Planetary Nomenclature: Planetary Nomenclature FAQ
| publisher = USGS Astrogeology Research Program
| accessdate =29 de março de 2010
}}
</ref>


<ref name="barnhart1995">
Eclipses solares ocorrem quando a lua está entre a Terra e o Sol, ocultando completamente a sua luz numa estreita faixa terrestre.
{{cite book| last = Barnhart| first = Robert K.| title = The Barnhart Concise Dictionary of Etymology| year = 1995| publisher = Harper Collins| location = USA| isbn = 978-0-06-270084-1| page = 487 }}
</ref>


<ref name="oed">
Um eclipse do Sol pode ser visto apenas em um ponto da Terra, que move-se devido à rotação da Terra e da translação da Lua. A distância da Lua em relação à Terra determina a quantidade de luz que é coberta do Sol, bem como a largura da [[penumbra]] e escuridão total (mais ou menos cem [[quilômetro]]s). Essa largura estará no máximo se a Lua aparece no [[perélio]], na qual a largura pode atingir até 270 quilômetros.
{{cite web
| url = http://dictionary.oed.com/cgi/entry/50136796?single=1&query_type=word&queryword=lunar&first=&max_to_show=10
| title = Oxford English Dictionary: lunar, a. and n.
| work = Oxford English Dictionary: Second Edition 1989
| publisher = Oxford University Press
| accessdate =23 de março de 2010
}}
</ref>


<ref name="Binder">
Eclipses totais do sol são eventos relativamente raros. Apesar deles ocorrerem em algum lugar da Terra a cada dezoito meses, é estimado que eles recaem (isto é, duas vezes) em um dado lugar apenas a cada trezentos ou quatrocentos anos. Após um longo tempo esperando, eclipse total do Sol dura apenas alguns [[minuto]]s, dado que a umbra da Lua move-se leste a mais de 1700 [[Quilômetro por hora|km/h]]. Escuridão total não dura mais que 7 minutos e 40 segundos. A cada milênio ocorrem menos que 10 eclipses totais do Sol que ultrapassam mais de 7 min de duração. A última vez que isso aconteceu foi em 30 de junho de 1973, e a próxima está a acontecer apenas em 25 de junho de 2150. Para os astrônomos, um eclipse total do Sol é uma rara oportunidade de observar a [[coroa solar]] (a camada externa do Sol). Normalmente, a coroa solar não é visível a olho nu devido ao fato que a [[fotosfera]] é muito mais brilhante do que a coroa solar.
{{cite journal
| last = Binder
| first = A.B.
| title = On the origin of the Moon by rotational fission
| journal = The Moon
| year = 1974
| volume = 11
| issue = 2
| pages = 53–76
| bibcode = 1974Moon...11...53B
| doi = 10.1007/BF01877794
}}
</ref>


<ref name="BotM">
=== Eclipse lunar ===
{{cite book| last = Stroud| first = Rick| title = The Book of the Moon| year = 2009| publisher = Walken and Company| isbn = 978-0-8027-1734-4| pages = 24–27 }}
[[Ficheiro:February 2008 total lunar eclipse John Buonomo.jpg|thumb|esquerda|Um eclipse lunar.]]
</ref>


<ref name="Mitler">
{{Artigo principal|[[Eclipse lunar]]}}
{{cite journal
| last = Mitler
| first = H.E.
| title = Formation of an iron-poor moon by partial capture, or: Yet another exotic theory of lunar origin
| journal = [[Icarus (journal)|Icarus]]
| year = 1975
| volume = 24
| issue = 2
| pages = 256–268
| bibcode = 1975Icar...24..256M
| doi = 10.1016/0019-1035(75)90102-5
}}
</ref>


<ref name="taylor1998">
Um eclipse lunar ocorre quando a Terra está entre a Lua e o Sol, sempre durante a lua cheia. Ao contrário dos eclipses solares, que são vistos apenas em pequenas partes do planeta, o eclipse lunar pode ser visto de várias regiões.
{{cite web
| url = http://www.psrd.hawaii.edu/Dec98/OriginEarthMoon.html
| title = Origin of the Earth and Moon
| last = Taylor
| first = G. Jeffrey
| date = 31 de dezembro de 1998
| publisher = Planetary Science Research Discoveries
| accessdate =7 de abril de 2010
}}
</ref>


<ref name="Pahlevan2007">
A Lua não desaparece completamente na sombra da Terra, mesmo durante um eclipse total, podendo então, assumir uma coloração avermelhada ou alaranjada. Isso é consequência da refração e da dispersão da luz do Sol na [[atmosfera da Terra]] que desvia apenas certos [[comprimentos de onda]] para dentro da região da umbra. Esse fenômeno também é responsável pela coloração avermelhada que o céu assume durante o [[poente]] e o [[nascente]]. De fato se nós observássemos o eclipse a partir da Lua, nós veríamos o Sol se pondo atrás da Terra.
{{cite journal
| last = Pahlevan
| first = Kaveh
| coauthors = Stevenson, David J.
| year = 2007
| title = Equilibration in the aftermath of the lunar-forming giant impact
| journal = Earth and Planetary Science Letters
| volume = 262
| issue = 3–4
| pages = 438–449
| doi = 10.1016/j.epsl.2007.07.055
| bibcode = 2007E&PSL.262..438P
|arxiv = 1012.5323 }}
</ref>


<ref name="Warren1985">
Os eclipses lunares são classificados de acordo com a parte da Lua que é obscurecida pela sombra da Terra, e por qual parte da sombra da Terra ela está sendo obscurecida. Os eclipses penumbrais ocorrem quando a Lua entra na região de [[penumbra]], o que resulta numa variação do brilho da Lua que dificilmente é notada; o eclipse parcial ocorre quando apenas parte da Lua é obscurecida pela sombra da Terra; o eclipse total, quando toda a face visível da Lua é obscurecida pela umbra assim deixando a Lua totalmente obscurecida e com a coloração meio marrom ou avermelhada; e um último tipo de eclipse lunar raro é denominado eclipse horizontal, que ocorre quando o Sol e a Lua, em eclipse, estão visíveis ao mesmo tempo no céu, sempre ou no nascente ou no poente.
{{cite journal
| last = Warren
| first = P. H.
| year = 1985
| title = The magma ocean concept and lunar evolution
| journal = Annual review of earth and planetary sciences.
| volume = 13
| issue = 1
| pages = 201–240
| bibcode = 1985AREPS..13..201W
| doi = 10.1146/annurev.ea.13.050185.001221
}}
</ref>

<ref name="S06">
{{cite journal
| last1 = Shearer
| first1 = C.
| title = Thermal and magmatic evolution of the Moon
| journal = Reviews in Mineralogy and Geochemistry
| volume = 60
| issue = 1
| pages = 365–518
| year = 2006
| doi = 10.2138/rmg.2006.60.4
| display-authors = 1
| author2 = <Please add first missing authors to populate metadata.>
}}
</ref>

<ref name="Schubert2004">
{{cite book| last = Schubert| first = J.| editor = F. Bagenal ''et al.''| title = Jupiter: The Planet, Satellites, and Magnetosphere| year = 2004| publisher = Cambridge University Press| isbn = 978-0-521-81808-7| pages = 281–306| chapter = Interior composition, structure, and dynamics of the Galilean satellites.| display-authors = 1 }}
</ref>

<ref name="Spudis1994">
{{cite journal
| doi = 10.1126/science.266.5192.1848
| last = Spudis
| first = Paul D.
| coauthors = Reisse, Robert A.; Gillis, Jeffrey J.
| year = 1994
| title = Ancient Multiring Basins on the Moon Revealed by Clementine Laser Altimetry
| journal = Science
| volume = 266
| issue = 5192
| pages = 1848–1851
| bibcode = 1994Sci...266.1848S
| pmid = 17737079
}}
</ref>

<ref name="worldbook">
{{cite web
| last = Spudis
| first = P.D.
| year = 2004
| url = http://www.nasa.gov/worldbook/moon_worldbook.html
| title = Moon
| publisher = World Book Online Reference Center, [[NASA]]
| accessdate =12 April 2007}}{{dead link
| date = Maio de 2012
}}
</ref>

<ref name="Papike">
{{cite journal
| last = Papike
| first = J.
| coauthors = Ryder, G.; Shearer, C.
| title = Lunar Samples
| journal = Reviews in Mineralogy and Geochemistry
| volume = 36
| pages = 5.1–5.234
| year = 1998
}}
</ref>

<ref name="Hiesinger">
{{cite journal
| last = Hiesinger
| first = H.
| coauthors = Head, J.W.; Wolf, U.; Jaumanm, R.; Neukum, G.
| title = Ages and stratigraphy of mare basalts in Oceanus Procellarum, Mare Numbium, Mare Cognitum, and Mare Insularum
| journal = J. Geophys. Res.
| volume = 108
| issue = E7
| page = 1029
| year = 2003
| doi = 10.1029/2002JE001985
| bibcode = 2003JGRE..108.5065H
}}
</ref>

<ref name="gazetteer">
{{cite web
| url = http://planetarynames.wr.usgs.gov/append6.html#Moon
| title = Gazetteer of Planetary Nomenclature: Categories for Naming Features on Planets and Satellites
| publisher = U.S. Geological Survey
| accessdate =8 de abril de 2010
}}
</ref>

<ref name="geologic">
{{cite journal
| first = Don
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| url = http://science.nasa.gov/headlines/y2010/18mar_moonwater.htm?list940097
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| last = Feldman
| first = W. C.
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{{cite web
| url = http://planetary.org/news/2009/1113_LCROSS_Lunar_Impactor_Mission_Yes_We.html
| title = LCROSS Lunar Impactor Mission: "Yes, We Found Water!"
| last = Lakdawalla
| first = Emily
| date = 13 de novembro de 2009
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| accessdate =13 de abril de 2010
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<ref name="Colaprete">
{{cite journal
| date = 1–5 de março de 2010
| title = Water and More: An Overview of LCROSS Impact Results
| journal = 41st Lunar and Planetary Science Conference
| volume = 41
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<ref name="Colaprete2010">
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| author=Colaprete, A.; Schultz, P.; Heldmann, J.; Wooden, D.; Shirley, M.; Ennico, K.; Hermalyn, B.; Marshall, W; Ricco, A.; Elphic, R. C.; Goldstein, D.; Summy, D.; Bart, G. D.; Asphaug, E.; Korycansky, D.; Landis, D.; Sollitt, L.
| title = Detection of Water in the LCROSS Ejecta Plume
| journal = Science
| date = 22 de outubro de 2010
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| pmid = 20966242
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| doi = 10.1126/science.1186986
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<ref name="hauri">
{{cite journal
| last = Hauri
| first = Erik
| coauthors = Thomas Weinreich, Albert E. Saal, Malcolm C. Rutherford, James A. Van Orman
| date = 26 de maio de 2011
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{{cite journal
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| first2=iBenjamin P.
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| first3= David L.
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{{cite book| author = V V Belet︠s︡kiĭ| title = Essays on the Motion of Celestial Bodies| url = http://books.google.com/?id=byWZusmVSecC| year = 2001| publisher = Birkhäuser| isbn = 978-3-7643-5866-2| page = 183 }}
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{{cite book| last = Sarma| first = K. V.| authorlink = K. V. Sarma| editor = Helaine Selin| editor-link = Helaine Selin| title = Encyclopaedia of the History of Science, Technology, and Medicine in Non-Western Cultures| edition = 2| year = 2008| publisher = [[Springer Science+Business Media|Springer]]| isbn = 978-1-4020-4559-2| pages = 317–321| contribution = Astronomy in India }}
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{{cite web
| url = http://www.unoosa.org/oosa/en/FAQ/splawfaq.html#Q4
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* {{Citar livro |nome=Peter T.|sobrenome=Wlasuk |url=http://books.google.com.br/books?id=TWtLIOlPwS4C&pg=PT84&dq=moon+crater+copernicus&hl=en&sa=X&ei=AGdqUqmqCIfk9ASmgIGgAQ&ved=0CEIQuwUwBA#v=onepage&q=moon%20crater%20copernicus&f=false |título=Observing the Moon|idioma=Inglês|edição=|local=Londres|editora=Spring|ano=2000|páginas=181|capítulo=|isbn =1-85233-193-3|issn=1431-9756|acessodata=25 de outubro de 2013|ref=harv}}
Linha 283: Linha 1 009:
{{refend}}
{{refend}}


=== Leitura adicional ===


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== {{Ver também}} ==
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{{Portal-Lua}}
* {{cite web |last = Cain|first = Fraser|title= Where does the Moon Come From? |publisher = Universe Today |url=http://www.astronomycast.com/astronomy/episode-17-where-does-the-moon-come-from/ |accessdate =1 April 2008}} (podcast and transcript)
* [[Colonização da Lua]]
* {{cite journal| last = Jolliff| first = B.| coauthors = Wieczorek, M.; Shearer, C.; Neal, C. (eds.)| title = New views of the Moon| url = http://www.minsocam.org/msa/RIM/Rim60.html| accessdate = 12 April 2007| volume = 60| year = 2006| publisher = Min. Soc. Amer.| location = Chantilly, Virginia| isbn = 0-939950-72-3| doi = 10.2138/rmg.2006.60.0| page = 721| issue = 1| journal = Rev. Mineral. Geochem. }}
* [[Anexo:Outras luas da Terra]]
* {{cite web|last = Jones|first = E.M.|title = Apollo Lunar Surface Journal|publisher = NASA|year = 2006|url = http://www.hq.nasa.gov/office/pao/History/alsj/|accessdate =12 April 2007}}
* [[Corrida espacial]]
* {{cite web|title = Exploring the Moon|publisher = Lunar and Planetary Institute|url = http://www.lpi.usra.edu/expmoon/|accessdate =12 April 2007}}
* [[Eclipse lunar]]
* {{cite book| last = Mackenzie| first = Dana| title = The Big Splat, or How Our Moon Came to Be| year = 2003| publisher = John Wiley & Sons, Inc| location = Hoboken, New Jersey| isbn = 0-471-15057-6 }}
* [[Sonda espacial#Missões para a Lua|Missões para a Lua]]
* {{cite book| last = [[Patrick Moore|Moore, P.]]| title = On the Moon| year = 2001| publisher = Sterling Publishing Co.| location = Tucson, Arizona| isbn = 0-304-35469-4 }}
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{{Refend}}


== {{Ligações externas}} ==
== {{Ligações externas}} ==
Linha 307: Linha 1 042:
* [http://www.google.com/moon Atlas da Lua no Google]
* [http://www.google.com/moon Atlas da Lua no Google]
* [http://lroc.sese.asu.edu/ Lunar Reconnaissance Orbiter Camera] - Site da Sonda Espacial que será lançada em breve à Lua {{en}}
* [http://lroc.sese.asu.edu/ Lunar Reconnaissance Orbiter Camera] - Site da Sonda Espacial que será lançada em breve à Lua {{en}}



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Revisão das 08h31min de 22 de novembro de 2013

 Nota: Para outros significados, veja Lua (desambiguação).

A Lua é o único satélite natural da Terra e o quinto maior no Sistema Solar. É o maior satélite natural de um planeta no sistema solar em relação ao tamanho do seu corpo primário, tendo 27% do diâmetro e 60% da densidade da Terra, o que representa 181 da sua massa. Entre os satélites cuja densidade é conhecida, a Lua é o segundo mais denso, atrás de Io.

A Lua econtra-se em rotação sincronizada com a Terra, mostrando sempre a mesma face visível, marcada por mares vulcânicos escuros entre montanhas cristalinas e as proeminantes crateras de impacto. É o mais brilhante objeto no céu a seguir ao Sol, embora a sua superfície seja na realidade escura, com uma refletância pouco acima da do asfalto. A sua proeminência no céu e o seu ciclo regular de fases tornaram a Lua, desde a Antiguidade, numa importante referência cultural na língua, em calendários, na arte e na mitologia. A influência da gravidade da Lua está na origem das marés oceânicas. A sua atual distância orbital, cerca de trinta vezes o diâmetro da Terra, faz com que no céu seja aparentemente do mesmo tamanho do Sol, permitindo-lhe cobri-lo por completo durante um eclipse solar total.

Pensa-se que a Lua tenha sido formada há cerca de 4,5 mil milhões de anos, relativamente pouco tempo após a Terra. Embora no passado tenham sido propostas várias hipóteses para a sua origem, a explicação mais consensual atualmente é a de que a Lua tenha sido formada a partir dos detritos de um impacto de proporções gigantescas entre a Terra e um corpo do temanho de Marte.

A Lua é o único corpo celeste para além da Terra no qual os seres humanos já pisaram. O programa soviético Luna foi o primeiro a atingir a Lua com sondas não tripuladas em 1959. O programa norte-americano Apollo permitiu as únicas missões tripuladas até hoje, desde a primeira viagem tripulada em 1968 pela Apollo 8, até seis alunagens tripuladas entre 1969 e 1972, a primeira das quais a Apollo 11. Estas missões recolheram mais de 380 kg de rochas, que têm sido usadas no estudo geológico da origem, estrutura interna e história geológica da Lua.

Formação

Impressão artística do impacto entre a Terra e Theia. Os destroços do impacto teriam posteriormente formado a Lua.

Foram propostos vários mecanismos para a formação da Lua, 4,527 ± 0,010 bilhões de anos atrás, entre 30 e 50 milhões de anos após a origem do Sistema Solar.[1] Uma pesquisa recente apresentado por Rick Carlson indica uma idade um pouco mais jovem de entre 4,4 e 4,45 bilhões de anos.[2] [3] Estes mecanismos incluem a fissão da Lua a partir da crosta terrestre através da força centrífuga[4] (o que exigiria um giro inicial muito grande da Terra),[5] a captura gravitacional de uma lua pré-formada[6] (o que exigiria uma atmosfera estendida da Terra para dissipar a energia da passagem da Lua)[5] e a co-formação da Terra e da Lua juntas no disco de acreção primordial (que não explica o esgotamento de ferro metálico na Lua).[5] Estas hipóteses também não pode explicar o alto momento angular do sistema Terra-Lua.[7]

A hipótese mais aceita hoje é a de que o sistema Terra- Lua se formou como resultado de um gigantesco impacto, quando um corpo do tamanho de Marte (chamado Theia) colidiu com a recém-formada proto-Terra, explodindo material na órbita em torno dele que se aglutinaram até formar a Lua.[8] Dezoito meses antes de uma conferência de outubro de 1984 sobre as possíveis origens da Lua, Bill Hartmann, Roger Phillips e Jeff Taylor desafiaram os colegas cientistas ao dizer: "Vocês tem 18 meses. Volte aos seus dados da Apollo, voltem aos seus computadores, façam o que tiverem que fazer, mas sejam criativos. Não venha para nossa conferência, a menos que você tem algo a dizer sobre o nascimento da Lua." Na conferência de 1984 em Kona, no Havaí, a hipótese do grande impacto emergiu como a mais popular. "Antes da conferência, havia partidários das três teorias "tradicionais", além de algumas pessoas que estavam começando a considerar o impacto gigante como uma possibilidade séria e havia um enorme grupo apático que achava que o debate jamais seria resolvido. Posteriormente haviam essencialmente apenas dois grupos: os defensores do grande impacto e os agnósticos."[9]

Ficheiro:Mare Orientale.JPG
Mare Orientale, formado a partir do último grande impacto que aconteceu na Lua.

Acredita-se que impactos gigantes tenham sido comuns no início do Sistema Solar. Modelos de um grande impacto feitos em simulações de computador são consistentes com as medições do momento angular do sistema Terra-Lua e com o pequeno tamanho do núcleo lunar. Estas simulações também mostram que a maior parte da Lua veio do impacto e não da proto-Terra.[10] No entanto, testes mais recentes sugerem que a maior parte da Lua se formou a partir da Terra, e não do impacto.[11][12][13] Meteoritos mostram que outros corpos do Sistema Solar interior, como Marte e Vesta, têm composições isotópicas de de oxigênio e tungstênio muito diferentes das encontradas na Terra, enquanto a Terra e a Lua têm composições isotópicas quase idênticas. A mistura do material vaporizado entre a Terra e a Lua em formação após o impacto poderia ter empatado suas composições isotópicas,[14] embora ainda esteja em debate.[15]

A grande quantidade de energia liberada no evento do grande impacto gigante e a aglutinação subsequente de material na órbita da Terra teria derretido a camada externa terrestre, formando um oceano de magma.[16][17] A lua recém-formado também teria tido seu próprio oceano de magma lunar; estima-se que ele teria uma profundidade de cerca de 500 km até o raio total da Lua.[16]

Apesar de sua precisão na explicação de muitas linhas de evidência, ainda existem algumas dificuldades que não são totalmente explicadas pela hipótese do grande impacto, a maioria delas envolvendo a composição da Lua.[18]

Em 2001, uma equipe do Instituto Carnegie de Washington relatou uma medição mais precisa das assinaturas isotópicas de rochas lunares.[19] Para sua surpresa, a equipe descobriu que as rochas do programa Apollo apresentavam uma assinatura isotópica que era idêntico a de pedras da Terra e era diferente de quase todos os outros corpos do Sistema Solar. Uma vez que acreditava-se que a maior parte do material que entrou em órbita para formar a Lua tivesse vindo de Theia, esta observação foi inesperada. Em 2007, pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia anunciaram que havia menos de 1% de chance de que Theia e Terra tenham assinaturas isotópicas idênticas.[20] Publicada em 2012, uma análise de isótopos de titânio nas amostras lunares trazidas pela Apollo mostrou que a Lua tem a mesma composição que a Terra, o que entra em conflito com o que se espera se a Lua se formou longe da órbita da Terra ou de Theia. Variações sobre GIH pode explicar estes dados.[21]

Ímbrico InferiorÍmbrico SuperiorPré-NectáricoNectáricoÍmbricoEratostenianoCopernicano
Milhões de anos antes do presente

Características físicas

Estrutura interna

Estrutura lunar
Composição química do regolito lunar[22]
Composto Fórmula Composição (wt %)
Mares Montanhas
silica SiO2 45.4% 45.5%
alumina Al2O3 14.9% 24.0%
cal CaO 11.8% 15.9%
óxido ferroso FeO 14.1% 5.9%
óxido de magnésio MgO 9.2% 7.5%
dióxido de titânio TiO2 3.9% 0.6%
óxido de sódio Na2O 0.6% 0.6%
Total 99.9% 100.0%

A lua é um corpo diferenciado: a sua crosta, manto e núcleo são distintos em termos geoquímicos. A lua possui um núcleo interno sólido e rico em ferro, com um raio de 240 quilómetros e um núcleo externo fluido composto fundamentalmente por ferro em fusão com um raio de aproximadamente 300 km. O núcleo é envolto por uma camada parcialmente em fusão com um raio de cerca de 500 km.[23] Pensa-se que esta estrutura se tenha desenvolvido a partir da cristalização fracionada de um oceano de magma global, pouco tempo depois da formação da lua, há cerca de 4,5 mil milhões de anos.[24] A cristalização deste oceano de magma teria criado um manto máfico através de precipitação e afundamento dos minerais olivina, piroxena e ortopiroxena. Após a cristalização de cerca de três quartos do oceano de magma, tornou-se possível a formação de Plagioclases que permaneceram à superfície formando a crosta.[25] Os últimos líquidos a cristalizar teriam inicialmente permanecido entre a crosta e o manto, com elevada abundância de elementos incompatíveis e produtores de claro.[26] De forma consistente com esta hipótese, o mapeamento geoquímico a partir da órbita mostra que a crosta é composta principalmente por Anortosito,[27] enquanto que as amostras de rocha lunar dos mantos de lava que emergiram à superfície a partir da fusão parcial do manto confirmam a composição máfica do manto, o qual é mais rico em ferro que aquele da Terra.[26] As análises geofísicas sugerem que o crosta tenha em média 50 km de espessura.[26]

A lua é o segundo satélite mais denso do Sistema Solar, atrás apenas de Io.[28] No entanto, o núcleo interno da Lua é pequeno, com um raio de apenas 350 km ou menos,[26] o que corresponde a apenas cerca de 20% da sua dimensão, em contraste com os cerca de 50% de maior parte dos outros corpos terrestres. A sua composição não está ainda confirmada, mas é provavelmente de ferro metálido ligado com uma pequena quantidade de enxofre e níquel. A análise da rotação da Lua indica que o núcleo seja fundido, pelo menos em parte.[29]

Geologia da superfície

Ver artigos principais: Geologia da Lua e Rocha lunar
Lado oculto da Lua. Note-se a quase total ausência dos escuros mares lunares[30]
Topografia da Lua

A topografia da Lua tem vindo a ser medida através de altimetria laser e análise estereoscópica.[31] A característica topográfica mais proeminente é a Bacia do Polo Sul-Aitken, com cerca de 2240 km de diâmetro, o que faz dela a maior cratera lunar e e maior cratera conhecida do Sistema Solar.[32][33] Com 13 km de profundidade, a base é o ponto de menor altitude na Lua.[32][34] Os pontos mais altos encontram-se imediatamente a nordeste, tendo sido sugerido que esta área possa ter sido formada através do impacto oblíquo na superfície que deu origem à bacia.[35] As outras bacias de impacto de grande dimensão, como os mares Imbrium, Serenatis, Crisium, Mare Smythii e Orientale, possuem igualmente pouca altitude e orlas elevadas.[32] A face oculta da lua é em média cerca de 1,9 km mais elevado do que a face visível.[26]

Características vulcânicas

As planícies lunares escuras e relativamente desertas que podem facilmente ser observadas a olho nú são denominadas mares, uma vez que os astrónomos da Antiguidade acreditavam que continham água.[36] Sabe-se agora que são vastos depósitos de antiga lava basáltica. Embora semelhantes aos basaltos terrestres, os basaltos dos mares têm uma abundância muito maior de ferro, ao mesmo tempo que não possuam quaisquer minareia alterados pela água.[37][38] A maioria destas lavas foi projetada ou afluiu para as depressões formadas por crateras de impacto. Na orla dos mares, encontram-se várias províncias geológicas com vulcões-escudo e domos lunares.[39]

Os mares encontram-se quase exclusivamente na face visível da Lua, cobrindo 31% da superfície,[40] enquanto que na face oculta são raras e apenas cobrem 2% da superfície.[41] Pensa-se que isto seja devido à concentração de elementos produtores de calor na face visível, observada em mapas geoquímicos obtidos através de espectómetros de raios gama, que poderia ter provocado o aquecimento, fusão parcial, subida à superfície e erupção do manto inferior.[25][42][43] A maior parte dos basaltos presentes nos mares surgiu durante erupções no período Imbriano, há cerca de 3-3,5 mil milhões de anos, embora algumas amostras datas através de radiometria sejam de há 4,2 mil milhões de anos.[44] enquanto que as erupções mais recentes datam de há apenas 1,2 mi milhões de anos.[45]

As regiões mais claras da lua são denominadas terrae ou montanhas, uma vez que são mais elevadas do que a maior parte dos mares. Têm sido datadas, através de radiometria, de há 4,4 mil milhões de anos, e podem representar cumulatos de plagioclase do oceano de magma lunar.[44][45] Em contraste com a Terra, pensa-se que nenhuma das principais cadeias montanhosas da Lua tenha sido formada em consequência de eventos tectónicos.[46]

A concentração de mares na face visível é provavelmente o reflexo de uma crosta substancialmente mais espessa das montanhas na face oculta, as quais podem ter sido formadas durante o impacto a pouca velocidade de uma segunda lua terrestre poucas dezenas de milhões de anos após a formação das próprias luas.[47][48]

Crateras de impacto

A cratera lunar Daedalus no lado oculto da Lua

O outro principal processo geológico que afetou a superfície lunar foi a formação de crateras de impacto,[49] em consequência da colisão de asteróides e cometas com a sua superfície. Estima-se que haja cerca de 300.000 crateras com diâmetro superior a 1km, apenas na face visível.[50] Algumas são batizadas em homenagem a investigadores, cientistas e exploradores.[51] A escala de tempo geológico lunar é baseada nos principais eventos de impacto, como o nectárico, ímbrico ou o Mare Orientale, estruturas caracterizadas por vários anéis de material revolto, normalmente ao longo de centenas ou dezenas de quilómetros de diâmetro e associados a uma gama diversa de depósitos de material projetado que formam um horizonte estratigráfico regional.[52] A ausência de atmosfera, meteorologia e processos geológicos recentes significa que muitas destas crateras se encontram perfeitamente preservadas. Embora apenas algumas das bacias com múltiplos anéis tenham sido datadas em definitivo, são no entanto úteis para atribuir datas relativas. Uma vez que as crateras de impacto se acumulam a um ritmo relativamente constante, a contagem do número de crateras em determinada área pode ser usada para estimar a idade da superfície.[52] As idades radiométricas das rochas de impacto recolhidas durante as missões Apollo datam de há 3,8-4,1 mil milhões de anos. Isto tem sido usado para propor a existência de um Intenso bombardeio tardio de impactos.[53]

A crosta lunar é revestida por uma superfície de rocha pulverizada denominada regolito, formada por processos de impacto. O regolito mais fino, o solo lunar de diócido de silício, tem uma textura semelhante à neve e odor semelhante a pólvora usada.[54] O regolito das superfícies mais antigas é geralmente mais espesso que o das superfície mais jovens, variando entre 10 a 20 metros nas terras altas e 3-5 metros nos mares.[55] Por baixo da camada de regolito encontra-se o megaregolito, uma camada de rocha matriz bastante fraturada com vários quilómetros de espessura.[56]

Presença de água

Composição de imagens do polo sul lunar obtida pela sonda Clementine.

Não é possível suster água na forma líquida na superfície lunar. Quando exposta à radiação solar, a água decompõe-se rapidamente através de um processo denominado fotólise, perdendo-se no espaço. No entanto, desde a década de 1960 que os cientistas têm levantado a hipótese de haver depositada na lua água na forma de gelo, em consequência de impactos de cometas ou prossivelmente produzida pela reação entre as rochas lunares ricas em oxigénio e o hidrogénio do vento solar, deixando vestígios de água que poderiam ter sobrevivido em crateras frias e ausentes de luz nos polos lunares.[57][58] As simulações em computador sugerem que até 14.000 km2 da superfície pode estar em sombra permanente.[59] A presença de quantitades utilizáveis de água na Lua é importante para se considerar a viabilidade económica de uma eventual colonização da Lua, sendo a alternativa de transporte a partir da Terra economicamente inviável.[60]

Nas décadas posteriores, têm sido encontrados vestígios da presença de água na superfície lunar.[61] Em 1994, uma experiência com radar biestático pela sonda Clementine indicou a existência de pequenas bolsas de água congelada perto da superfície. No entanto, observações posteriores no radiotelescópio de Arecibo sugerem que estas bolsas se podem tratar, na realidade, de rochas projetadas a partir de crateras de impacto recentes.[62] Em 1998, o espectómetro de neutrões a bordo da sonda Lunar Prospector indicou que há hidrogénio presente em elevada concentração no primeiro metro de profundidade perto das regiões polares.[63] Em 2008, uma análise de rocha vulcânica trazida para a Terra pela Apollo 15 revelou que existiam pequenas quantidades de água no seu interior.[64]

Ainda em 2008, a sonda Chandrayaan-1 confirmou a existência de água líquida à superfície, através do mapeador de mineralogia a bordo. O espectómetro observou linhas de absorção em comum com o hidroxilo, na luz solar refletida, fornecendo avidências de grandes quantidades de água na forma de gelo na superfície lunar. A sonda mostrou que as concentrações podem possivelmente ser tão altas como 1000 ppm.[65] Em 2009, o LCROSS enviou um módulo de impacto para uma cratera polar de sombra permanente, detetando pelo menos 100 kg de água numa pluma de material projetado.[66][67] Uma outra análise dos dados do LCROSS mostrou que a quantidade de água detetada estava próxima dos 155 kg (±12 kg).[68]

Campo gravitacional

Ver artigo principal: Campo gravitacional da Lua
Campo gravitacional da Lua

O campo gravitacional da Lua tem sido medido através do rastreio do efeito Doppler de sinais de rádio eimitidos a partir de veículos em órbita. As principais características da gravidade lunar são concentrações de massa, anomalias gravitacionais positivas de grande dimensão, associadas a algumas das maiores bacias de impacto, causadas em parte pelos densos depósitos basálticos que preenchem estas crateras.[69][70] Estas anomalias influenciam significativamente a órbita de veículos em torno da Lua. No entanto, há ainda eventos sem explicação; as correntes de magma não explicam por si só todo o mapa gravitacional, e existem algumas concentrações de massa que não têm relação com o vulcanismo dos mares.[71]

Campo magnético

A Lua tem um campo magnético exterior de cerca de 1-100 nanoteslas, menos de um centésimo do campo magnético terrestre. A Lua não tem atualmente um campo magnético global dipolar, como os que são gerados por um geodínamo característico de um núcelo de metal líquido, apresentando apenas magnetização da crosta, provavelmente adquirida muito cedo na sua História quando estava ainda em funcionamento um geodínamo.[72][73] Em alternativa, alguma da magnetização restante pode ser de campos magnéticos transitórios gerados durante grandes eventos de impacto, através da expansão de uma nuvem de plasma gerada pelo impacto na presença de um campo magnético ambiente. Isto é suportado pela localização aparente das maiores magnetizações da crosta perto dos antípodas das maiores bacias de impacto.[74]

Atmosfera

Ver artigo principal: Atmosfera da Lua
Polo norte da Lua durante o verão.

A atmosfera da Lua é tão rarefeita que praticamente se pode considerar vácuo, correspondente a uma massa total de menos de 10 toneladas.[75] A pressão à superfície desta pequena massa é de cerca de 3 x 10−15 atm (0,3 nPa, e varia conforme o dia lunar. A atmosfera tem origem na desgaseificação e pulverização catódica – a libertação de átomos a partir do bombardeio dso solo lunar pelos iões do vento solar.[27][76] Entre os elementos detetados estão o sódio e o potássio, produzidos pela pulverização catódica (também encontrados nas atmosferas de Mercúrio e de Io); o hélio-4, produzido pelo vento solar; e árgon-40, rádon-222 e polónio-210, desgaseificados após serem criados por decaimento radioativo no interior da crosta e do manto.[77][78] A ausência de elementos neutros (átomos ou moléculas) como oxigénio, nitrogénio, carbono, hidrogénio e magnésio, que estão presentes no regolito, ainda não é compreendida.[77] A sonda Chandrayaan-1 assinalou a presença de vapor de água, variando de acordo com a latitude, com concontração maior a 60-70º. É possivelmente gerado pela sublimação de gelo no rególito.[79] Estes gases podem regressar ao monolito devido à gravidade ou então perderem-se no espaço, tanto através da radiação solar como, se tiverem sido ionizados, serem varridos pelo campo magnético do vento solar.[77]

Estações

A inclinação axial da Lua em relação à eclíptica é de apenas 1,5424º,[80] muito inferior aos 23,44º da Terra. Devido a isto, a iluminação solar varia muito pouco em função das estações e os elementos topográficos desempenham um papel crucial nos efeitos das estações.[81] A partir de imagens obtidas pela sonda Clementine em 1994, é provável que quatro regiões montanhosas na orla da cratera Peary, no polo norte, estejam permanentemente iluminadas, não existindo regiões semelhantes no polo sul. De igual modo, há locais que se encontram em sombra permanente na base de várias crateras polares,[59] sendo estes locais extremamente frios. A sonda Lunar Reconnaissance Orbiter mediu a temperatura de verão mais baixa nas crateras do polo sul, registando 35 K (-238 ºC),[82] e na cratera Hermite, no polo norte, registando 26 K. Trata-se da mais fria temperatura alguma vez registada por uma sonda espacial no Sistema Solar, inferior até à superfície de Plutão.[81]

Relação com a Terra

Esquema do sistema Terra-Lua (sem escala)

Órbita

Ver artigo principal: Órbita da Lua

A Lua descreve uma órbita completa em torno da Terra em relação às estrelas fixas cerca de uma vez a cada 27,3 dias (o seu período sideral). No entanto, uma vez que a Terra descreve ao mesmo tempo a sua órbita em redor do Sol, a luva demora ligeiramente mais tempo a apresentar a mesma fase lunar, cujo ciclo demora cerca de 29,5 dias ( o seu período sinódico)[40] Ao contrário de maior parte dos satélites ou de outros planetas, a Lua orbita mais perto do plano eclíptico do que do plano equatorial. A órbita lunar é ligeiramente perturbada pelo Sol e pela Terra de várias maneiras e de com mecanismos de interação complexos. Por exemplo, o plano de movimento orbital da Lua roda gradualmente, o que efeta por sua vez outros aspetos do movimento lunar. Estas efeitos são descritos em termos matemáticos pelas Leis de Cassini.[83]

Terra e Lua, mostrando seus tamanhos e distâncias em escala. A barra amarela representa um pulso de luz a viajar da Terra à Lua em 1,26 segundo.

Tamanho relativo

A Lua orbitando a Terra a partir de um ponto acima do pólo norte da eclípse. Os objetos estão em escala.

A Lua é invulgarmente grande em relação à Terra: cerca de um quarto do diâmetro do planeta e 1/81 da sua massa.[40] É a maior Lua do Sistema Solar proporcionalemte ao temanho do seu planeta, embora Caronte seja maior em relação ao planeta anão Plutão, com cerca de 1/9 da sua massa.[84]

No entanto, a Terra e a Lua são ainda consideradas um sistema satélite-planeta, em vez de um sistema de planeta duplo, uma vez que o seu baricentro (o centro de massa comum) se situa a 1700 km no interior da superfície da Terra.[85]

Aparência a partir da Terra

Ver artigos principais: Fases da Lua e Luz cinérea
Vista da Lua sobre o deserto de Mojave na Califórnia, Estados Unidos.
Tons a avermelhado e alaranjados sobre a Lua quando vista da Terra durante um eclipse lunar, quando a Terra fica entre a Lua e o Sol.

A Lua encontra-se em rotação sincronizada: o tempo que demora a fazer uma rotação em torno do seu eixo é o mesmo que demora a orbitar em volta da Terra. Isto faz com que tenha praticamente sempre a mesma face voltada para a Terra. A Lua já rodou a uma velocidade maior, mas ao longo do período inicial da sua história a velocidade foi diminuindo e sincronizou-se nesta orientação em resultado de efeitos de frição associados a deformações da força de maré provocadas pela Terra.[86] O lado da lua que se volta para a Terra é denominado "face visível" ou "lado visível", e oposto é denominado "face oculta ou "lado oculto". A face oculta é por vezes denominada "lado negro", embora na realidade seja tão iluminado como a face visível: uma vez por dia lunar.[87]

A Lua possui um albedo excecionalmente baixo, o que lhe confere uma refetância um pouco mais brilhante do que asfalto gasto. Apesar disto, é o segundo corpo mais brilhante no céu a seguir ao Sol.[40] Isto deve-se em parte ao brilho proporcionado pelo efeito da oposição. Durante as fases de quarto, a Lua aparenta um décimo do brilho da lua cheia, em vez de metade, como seria expectável.[88]

Para além disso, a constância de cor da visão recalibra as relações entre as cores de um objeto e a sua envolvente; e uma vez que o céu à volta da Lua é bastante mais escuro, os olhos vêm a lua como um objeto brilhante. As orlas da lua cheia aparentam ser tão brilhantes como o centro, sem escurecimento de bordo, uma vez que o solo lunar reflete mais luz em direção ao sol do que em todas as outras direções. A Lua aparenta ser maior ao estar mais próxima da linha de horizonte; no entanto, isto trata-se apenas de um efeito psicológico conhecido por ilusão lunar, descrito pela primeira vez no séc VII a.C.[89]

O ponto de maior altitude da Lua no céu varia. Embora tenha quase o mesmo limite do Sol, este valor difere em função da fase lunar e da estação do ano, sendo o mais alto durante a lua cheia de inverno. O ciclo de nós lunar, com a duração de 18,6 anos, também tem influência: quando o nodo ascendente da órbita lunar se encontra no equinócio de verão, a declinação lunar pode atingir os 28º em cada mês. A orientação do crescente lunar também depende da latitude do observador: em latitudes prózimas do equador, a forma do quarto assemelha-se a um sorriso.[90]

Tem havido diversas controvérias ao longo da história sobre se as características da superfície lunar se alteram com o decorrer do tempo. Hoje, muitas destas alegações são consideradas ilusórias e resultantes da observação sob diferentes condições de luz, fenómenos de seeing ou esquemas incorretos. No entanto, ocasionalmente ocorrem fenómenos de desgaseificação, que podem ser responsáveis por uma pequena percentagem dos fenómenos lunares transitórios. Recentemente, foi sugerido que uma região com cerca de 3 km de diâmetro na superfície lunar foi modificada por uma libertação de gás há cerca de um milhão de anos.[91][92] A aparência da Lua, tal como a do Sol, pode ser afetada pela atmosfera da Terra. Entre os efeitos mais comuns estão um halo de 22º que se forma quando a luz da Lua é refratada pelos cristais de cirrostratus a elevada altitude, e coroas quando a Lua é observada através de nuvens pouco espessas.[93]

As variações mensais do ângulo entre a direção de iluminação pelo Sol e de visualização da Terra, e das fases da Lua, que resultam disso.

Efeitos nas marés

Ver artigos principais: Maré, Força de maré e Aceleração de marés

As marés são essencialmente provocadas pela variação de intensidade da força gravitacional da Lua de um lado da Terra para o outro, ou força de maré. Isto forma duas dilatações de maré na Terra, mais facilmente observáveis em mar alto na forma de marés oecânicas.[94] Uma vez que a Terra roda cerca de 27 vezes mais rapidamente do que a Lua roda à sua volta, as dilatações são arrastadas pela superfície terrestre mais rapidamente do que o movimento da Lua, fazendo uma rotação em volta da Terra uma vez por dia, à medida que roda no seu eixo.[94] As marés oecânicas são amplificadas por outros efeitos: a fricção no manto oceânico, a inércia do movimento da água, o estreitamento das bacias oceânicas perto de terra e oscilações entre diferentes bacias oceânicas.[95] A atração gravitacional do Sol nos oceanos da Terra é cerca de metade da Lua, sendo a interação entre ambas a responsável pela mudança das marés.[94]

Libração da Lua ao longo de um mês lunar.

O acoplamento gravitacional entre a Lua e o arqueamento mais próximo dela atua como um torque na rotação da Terra, drenando momento angular e energia cinética da rotação da Terra.[94][96] Por sua vez, o momento angular é adicionado à órbita da Lua e a acelera, o que leva a Lua para uma órbita mais elevada com um período mais longo. Como resultado, a distância entre a Terra e a Lua está aumentando, enquanto a rotação da Terra está enfraquecendo.[96] Medidas obtidas a partir de experiências lunares com refletores de laser durante as missões Apollo descobriram que a distância da Lua à Terra aumenta 38 milímetros todo ano[97] (embora isto seja apenas 0,10 ppm/ano do raio da órbita da Lua). Relógios atômicos também mostram que o dia terrestre se prolonga por cerca de 15 microssegundos a cada ano,[98] um aumento lento à qual o Tempo Universal Coordenado (UTC) é ajustado por segundos bissextos. Ao seguir o seu curso, este movimento de maré continuará até que a rotação da Terra e o período orbital da Lua correspondam. No entanto, o Sol vai se tornar uma gigante vermelha muito antes disso, engolindo e destruindo a Terra.[99][100]

A superfície lunar também experimenta movimentos de marés de amplitude cerca de 10 centímetros por mais de 27 dias, com dois componentes: um fixo, devido à Terra, porque eles estão em rotação sincronizada, e um variável ao Sol.[96] O componente induzido pela Terra surge a partir da libração, um resultado de excentricidade orbital da Lua; se a órbita da Lua fosse perfeitamente circular, só haveria marés solares.[96] A libração também muda o ângulo a partir do qual a Lua é vista, permitindo que cerca de 59% de sua superfície seja vista a partir da Terra (mas apenas metade, em qualquer momento).[40] os efeitos cumulativos do estresse construído por esses movimentos de maré produzem terremotos lunares, que são muito menos comuns e mais fracos do que os tremores na Terra, embora eles possam durar até uma hora — um tempo significativamente mais longo do que os terremotos terrestres — devido à ausência de água para amortecer as vibrações sísmicas. A existência de terremotos lunares foi uma descoberta inesperada feita por sismógrafos colocados na Lua pelos astronautas das missões Apollo de 1969 a 1972.[101]

Eclipses

Ver artigos principais: Eclipse solar e Eclipse lunar
O eclipse solar de 1999
A Lua passando em frente ao Sol, a partir da espaçonave STEREO-Bt.[102]
A partir da Terra, a Lua e o Sol parecem ter o mesmo tamanho. No entanto, a partir de um satélite na órbita da Terra, a Lua pode parecer menor que o Sol.

Os eclipses ocorrem quando o Sol, Terra e Lua se encontram alinhados. Os eclipses solares ocorrem durante a lua nova, quando a Lua se encontra entre o Sol e a Terra. Por outro lado, os eclipses lunares ocorrem durante a lua cheia, quando a Terra se encontra entre o Sol e a Lua. O tamanho aparente da Lua é aproximadamente o mesmo do Sol, quando ambos são observados a aproximadamente meio ângulo de largura. O Sol é muito maior do que a Lua, mas é precisamente o afastamento muito maior que por coincidência faz com que tenha o mesmo aparente tamanho da Lua, muito mais perto e mais pequena. As variações entre o tamanho aparente, devido às órbitas não circulares, são também muito coincidentes, embora ocorram em diferentes ciclos. Isto faz com que seja possível ocorrerem eclipses totais (em que a Lua aparenta ser maior do que o Sol) e eclipses solares anulares (em que a Lua aparenta ser menor do que o Sol).[103] Durante um eclipse total, a Lua cobre por completo o disco solar e a coroa solar torna-se visível a olho nú. Uma vez que a distância entre a Lua e a Terra aumenta muito devagar ao longo do tempo,[94] o diâmetro angular da Lua também está a diminuir. Isto significa que há centenas de milhões de anos a Lua cobriu por completo o Sol em eclipses solares, e que não era possível ocorrerem eclipses anulares. Da mesma forma, daqui a 600 milhões de anos, a Lua deixará de cobrir o Sol por completo, e só ocorrerão eclipses anulares.[104]

Uma vez que a órbita da Lua em volta da Terra tem uma inclinação de cerca de 5º em relação à órbota da Terra em volta do Sol, os eclipses não ocorrem em todas as luas novas e cheias. Para ocorrer um eclipse, a Lua deve estar perto da intersecção dos dois planos orbitais.[104] O intervalo de tempo e recorrência dos eclipses é descrito no ciclo de Saros, que tem uma duração de aproximadamente dezoito anos.[105]

Uma vez que a Lua permanentemente bloqueia a nossa visão de uma área circular de meio grau no céu,[106] o fenómeno relacionado de ocultação ocorre quando uma uma estrela ou planeta brilhante passam perto da Lua e são ocultados. Desta forma, um eclipse solar é uma ocultação do Sol. Como a Lua se encontra relativamente perto da Terra, a ocultação de estrelas individuais não é visível de todos os pontos do planeta, nem ao mesmo tempo. Devido à precessão da órbita lunar, em cada ano são ocultadas estrelas diferentes.[107]

Estudo e exploração

Primeiros estudos

Cartografia da Lua por Johannes Hevelius, na sua obra Selenographia de 1647, o primeiro mapa a incluir as regiões de libração.

A compreensão dos ciclos lunares iniciou o desenvolvimento da astronomia. Por volta do séc. V a.C., os astrónomos babilónicos tinham já registado o ciclo de Saros dos eclipses lunares, que decorria ao longo de dezoito anos,[108] enquanto que astrónomos indianos tinham já descrito o alongamento mensal da Lua.[109] O astrónomo chinês Shi Shen (séc. IV a.C.) forneceu instruções sobre como prever eclipses solares e lunares.[110] Posteriormente veio-se a compreender a forma física da lua e a razão do luar. O filósofo grego Anaxágoras (m. 428 a.C.) argumentou que tanto o Sol como a Lua eram rochedos esféricos gigantes, e que a Lua refletia a luz solar.[111][112] Embora os chineses durante a Dinastia Han acreditassem que a Lua fosse energia semelhante ao qi, reconheciam também que a luz da Lua se tratava apenas de uma reflexão da do Sol. Jing Fang (78–37 a.C.) descreveu a forma esférica da Lua.[113] No séc. II d.C., Luciano de Samósata escreveu uma novela na qual os protagonistas viajam até à Lua, que encontram desabitada. Em 499 d.C., o astrónomo indiano Aryabhata menciona na sua obra Aryabhatiya que a luz do Sol refletida é o que provoca o brilho da Lua.[114] O astrónomo e físico Alhazen (965–1039) concluiu que a luz solar não era refletida pela Lua de forma semelhante a um espelho, mas que a luz era emitida por todas as partes da superfície iluminadas em todas as direções.[115]

Na descrição do universo de Aristóteles (384-322 a.C.), a Lua marca a fronteira entre as esferas dos elementos mutáveis (terra, água, ar e fogo) e as estrelas perecíveis do éter, uma filosofia influente que dominaria o pensamento durante séculos.[116] No entanto, no séc. II a.C., Seleuco de Seleucia propôs a teoria de que as marés se deviam à atração da Lua, e que a sua altura dependia da posição da Lua relativamente ao Sol.[117] No mesmo século, Aristarco de Samos calculou a distância da Lua à Terra, obtendo um valor de cerca de vinte vezes o raio terrestre. Estes valores seriam mais tarde melhorados por Ptolomeu (90-168 d.C.), o qual concluiu que a distância média seria de 59 vezes o raio da terra e que a Lua teria um diâmetro 0,292 vezes o diâmetro terrestre. Estas valores estão muito próximos da medida correta de 60 e 0,273, respetivamente.[118] Arquimedes (287–212 a.C.) inventou um planetário através do cálculo de deslocações da Lua e dos planetas conhecidos.[119]

Durante a Idade Média, antes da invenção do telescópio, tinha-se vindo progressivamente a aceitar que a Lua era uma esfera, embora muitos acreditassem que era plana.[120] Em 1609, Galileu é um dos primeiros a cartografar a Lua através de telescópio na sua obra Sidereus Nuncius, notando que não era plana mas que possuía montanhas e crateras. Seguem-se várias cartografias feitas através de telescópio; em finais do séc. XVII, a obra de Giovanni Battista Riccioli e Francesco Maria Grimaldi levou ao sistema de nomenclatura de características lunares ainda hoje em uso. O primeiro estudo trigonometricamente preciso das características lunares surge em 1834-36 na obra Mappa Selenographica de Wilhelm Beer e Johann Heinrich Mädler, na qual se incluiam as altitudes de mais de um milhar de montanhas.[121] Pensava-se que as crateras lunares, observadas pela primeira vez por Galileu, seriam de origem vulcânica até a uma proposta de Richard Proctor em 1870, que sustentava que teriam sido formadas a partir de colisões.[40] Este ponto de vista obteve apoio em 1892 com as experiência do geólogo Grove Karl Gilbert, e através de estudos comparativos entre as décadas de 1920 e 1940,[122] que estiveram na origem da estratigrafia lunar, que por volta da década de 1950 era já um ramo da astrogeologia.[40]

Exploração direta (1959–1976)

União Soviética

Ver artigos principais: Programa Luna e Programa Lunokhod
Ficheiro:Lunokhod 1 (high resolution).jpg
Lunokhod 1, o primeiro rover bem sucedido.

A corrida espacial entre a União Soviética e os Estados Unidos, impulsionada pela Guerra Fria, levou a uma precipitação no interesse pela exploração lunar. A partir do momento em que se construíram lançadores com a capacidade necessária, ambas as nações iniciaram o envio de diversas sondas não tripuladas, tanto para missões de sobrevoo como de impacto ou alunagem. As naves do programa soviético Luna foram as primeiras a cumprir uma série de objetivos: posteriormente a uma série de missões mal sucedidas em 1958,[123] o primeiro objeto construído pelo Homem a escapar à gravidade terrestre e a se aproximar da Lua foi a sonda Luna 1; o primeiro objeto a se despenhar contra a superfície lunar foi a Luna 2; e as primeiras fotografias do até então desconhecido lado oculto foram obtidas pela Luna 3, todos os eventos ao longo de 1959.

O primeiro objeto a alunar com sucesso foi a Luna 9 e o primeiro veículo não tripulado a orbitar a Lua foi a Luna 10, ambos em 1966.[40] Três missões de retorno de amostras trouxeram de regresso à Terra amostras de rocha lunar (Luna 16 em 1970, Luna 20 em 1972 e Luna 24 em 1976), num total de 0,3 kg. O programa Lunokhod foi o responsável pela alunagem de dois rovers pioneiros, em 1970 e 1973.[124]

Estados Unidos

Ver artigos principais: Programa Apollo e Alunagem
A Terra observada a partir da órbita lunar durante a missão Apollo 8, na véspera de Natal em 1968.
Astronauta Buzz Aldrin fotografado por Neil Armstrong (o primeiro homem a pisar na Lua) durante a missão Apollo 11, em 20 de Julho de 1969.

Os Estados Unidos lançaram várias sondas não tripuladas de modo a obter dados tendo em vista uma eventual alunagem tripulada. O Programa Surveyor, coordenado pelo Jet Propulsion Laboratory, fez alunar a sua primeira sonda quatro meses após a Luna 9. Em paralelo, a NASA criou o programa tripulado Apollo, depois de uma série de testes tripulados e não tripulados em órbita terrestre. A posterior alunagem dos primeiros seres humanos na Lua em 1969 é vista por muitos como o culminar da corrida espacial.[125] Neil Armstrong tornou-se a primeira pessoa a caminhar na lua, enquanto comendante da missão Apollo 11, às 02:56 UTC do dia 21 de julho de 1969.[126] As missões Apollo 11 a 17 (exceto a Apllo 13 que teve que abortar a alunagem), trouxeram 382 kg de rocha e solo lunar, em 2196 amostras individuais.[127] A alunagem e respetivo regresso foi possibilitado por consideráveis progressos tecnológicos desde o início da década de 1960, em campos como a química de ablação, engenharia de software e tecnologia de reentrada atmosférica.[128][129]

Ao longo das missões Apollo, foram instalados na superfície lunar vários conjuntos de instrumentos científicos, como sismógrafos, magnetómetros e sondas de calor. A transmissão direta dos dados para a Terra foi interrompida em 1977,[130] embora como alguns instrumentos sejam passivos e ainda hoje são usados.[131]

Era atual: 1990-presente

Após os programas Apollo e Luna, muitos outros países têm se envolvido na exploração direta da Lua. Em 1990, o Japão tornou-se o terceiro país a colocar uma nave espacial na órbita lunar com sua nave Hiten. A nave espacial lançou uma sonda menor, a Hagoromo, na órbita lunar, mas o transmissor falhou, impedindo o uso mais científico da missão.[132] Em 1994, os Estados Unidos enviaram a nave Clementine, um projeto feito pela NASA e pelo Departamento de Defesa, à órbita lunar. Esta missão registrou o primeiro mapa topográfico quase total da Lua e as primeiras imagens multiespectrais globais da superfície lunar.[133] Isto foi seguido em 1998 pela missão Lunar Prospector, cujos instrumentos indicaram a presença de excesso de hidrogênio nos pólos lunares, o que é provável que tenha sido causado pela presença de gelo de água nos poucos metros superiores do regolito dentro de crateras permanentemente escuras.[134]

A sonda europeia SMART-1, a segunda nave espacial movida a propulsão de íons, estava em órbita lunar em 15 de novembro de 2004 até o seu impacto lunar em 3 de setembro de 2006; a nave fez o primeiro levantamento detalhado de elementos químicos na superfície lunar.[135] A China tem divulgado planos ambiciosos para explorar a Lua e o país orbitou com sucesso a sua primeira sonda, a Chang'e 1, em 5 de novembro de 2007, até o seu impacto controlado contra a Lua em 1 de março de 2008.[136] Em sua missão de dezesseis meses, a sonda obteve uma imagem completa da superfície lunar. Entre 4 de outubro de 2007 e 10 de junho de 2009, a SELENE da Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA), uma sonda lunar equipada com uma câmera de vídeo de alta definição, além dois pequenos satélites de rádio-transmissor, obtiveram dados da geofísica lunar e registraram as primeiras imagens em alta definição feitas além da órbita da Terra.[137][138] A primeira missão lunar da Índia, a Chandrayaan I, orbitou o satélite em 8 de novembro de 2008 até a perda de contato em 27 de agosto de 2009; a sonda criou imagens de alta resolução da composição química, mineralógica e geológica da superfície lunar e confirmou a presença de moléculas de água no solo do satélite.[139] A Organização Indiana de Pesquisa Espacial planeja lançar a Chandrayaan II em 2013, que está prevista para incluir um robô lunar russo.[140][141]

Concepção artística do Lunar Reconnaissance Orbiter.

Os Estados Unidos co-lançaram a Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) e o Satélite de Detecção e Observação de Crateras Lunares (LCROSS) em 18 de junho de 2009; o 'LCROSS completou a sua missão, fazendo um impacto planejado e amplamente observado na cratera Cabeus em 9 de outubro de 2009,[142] enquanto a LRO está atualmente em operação para obter de imagens precisas e em alta definição da altimetria lunar. Em novembro de 2011, a LRO passou por cima da cratera Aristarco, que se estende por 40 quilômetros e tem uma profunidade de mais de 3,5 quilômetros. A cratera é um dos mais visíveis a partir da Terra. "O planalto Aristarco é um dos mais geologicamente diversos lugares na Lua: um misterioso planalto elevado e plano, um canal gigante esculpido por enormes derramamentos de lava, campos de cinzas vulcânicas explosivas, e tudo rodeado por enormes basaltos de inundação" disse Mark Robinson, o principal pesquisador da câmera do Lunar Reconnaissance Orbiter na Universidade Estadual do Arizona. A NASA divulgou fotos da cratera no dia 25 de dezembro de 2011.[143] O Gravity Recovery and Interior Laboratory (GRAIL) começou a orbitar a Lua em 1 de janeiro de 2012.[144]

Outros próximas missões lunares incluem a russa Luna-Glob: uma sonda não tripulada, um conjunto de sismógrafos, e uma sonda com base na sua missão marciana Fobos-Grunt, lançado em 2012.[145][146] A exploração lunar financiada pela iniciativa privada tem sido promovido pelo Google Lunar X Prize, anunciado em 13 de setembro de 2007 e que oferece 20 milhões de dólares para quem conseguir desenvolver um robô lunar e cumprir outros critérios especificados.[147] A Shackleton Energy Company está construindo um programa para estabelecer operações no pólo sul da Lua para colher água e fornecer seus depósitos propulsores.[148]

A NASA começou a planejar a retomar as missões tripuladas seguindo ao apelo do ex-presidente estadunidense George W. Bush em 14 de janeiro de 2004, quando ele anunciou uma missão tripulada à Lua até 2019 e a construção de uma base lunar em 2024.[149] O Programa Constellation chegou a ser anunciado e iniciou a construção e os testes de uma nave espacial tripulada e de um novo veículo de lançamento,[150] além de estudos sobre o design de uma base lunar.[151] No entanto, o programa foi cancelado para priorizar um pouso tripulado em um asteroide até 2025 e uma missão tripulada até a órbita de Marte até 2035. A Índia também manifestou a sua esperança de enviar uma missão tripulada à Lua até 2020.[152]

Ver também

Predefinição:Portal-Sistema Solar Predefinição:Portal-Lua

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