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Revisão das 01h30min de 31 de julho de 2018
Gustavo Barroso | |
---|---|
Nascimento | 29 de dezembro de 1888 Fortaleza, CE, Império do Brasil |
Morte | 3 de dezembro de 1959 (70 anos) Rio de Janeiro, Distrito Federal |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | Advogado, professor, político, contista, folclorista, Museólogo, cronista, ensaísta e romancista, tradutor |
Prêmios | Academia Brasileira de Letras |
Magnum opus | Brasil, colônia de banqueiros |
Assinatura | |
Gustavo Adolfo Luiz Guilherme Dodt da Cunha Barroso OC • ComC • GCSE • GCIP (Fortaleza, 29 de dezembro de 1888 — Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 1959) foi um advogado, professor, museólogo, político, contista, folclorista, cronista, ensaísta e romancista brasileiro. Foi um dos líderes nacionais da Ação Integralista Brasileira e um dos seus mais destacados ideólogos.
É considerado por muitos o mais antissemita intelectual brasileiro[1], cujas ideias se aproximavam das dos teóricos nazistas[2].
Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 8 de março de 1923, para a cadeira 19, na sucessão de Dom Silvério Gomes Pimenta, e recebido em 7 de maio de 1923 pelo acadêmico Alberto Faria.
Biografia
Filho de Antônio Filinto Barroso e de Ana Dodt Barroso, fez os seus estudos nos externatos São José, Parthenon Cearense e Liceu do Ceará. Cursou a Faculdade Livre de Direito do Ceará, bacharelando-se em 1911 pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito da UFRJ.
Foi redator do Jornal do Ceará (1908-1909) e do Jornal do Commercio (1911-1913); professor da Escola de Menores, da Polícia do Distrito Federal (1910-1912); secretário da Superintendência da Defesa da Borracha, no Rio de Janeiro (1913); secretário do Interior e da Justiça do Ceará (1914); diretor da revista Fon-Fon (a partir de 1916); deputado federal pelo Ceará (1915 a 1918); secretário da Delegação Brasileira à Conferência da Paz de Venezuela (1918-1919); inspetor escolar do Distrito Federal (1919 a 1922); diretor do Museu Histórico Nacional (a partir de 1922); secretário geral da Junta de Jurisconsultos Americanos (1927); representou o Brasil em várias missões diplomáticas, entre as quais a Comissão Internacional de Monumentos Históricos (criada pela Liga das Nações) e a Exposição Comemorativa dos Centenários de Portugal (1940-1941).
Barroso fez a tradução e comentários para o português do livro apócrifo "Os Protocolos dos Sábios de Sião", uma das obras mais impactantes de teorias conspiratórias antissemitas, que reafirma a existência de uma conspiração judaica para conquistar o mundo. [3]
Estreou na literatura aos vinte e três anos, usando o pseudônimo de João do Norte, com o livro Terra de Sol, ensaio sobre a natureza e os costumes do sertão cearense. Além dos livros publicados, sua obra ficou dispersa em jornais e revistas de Fortaleza e do Rio de Janeiro, para os quais escreveu artigos, crônicas e contos, além de desenhos e caricaturas. A vasta obra de Gustavo Barroso, de cento e vinte e oito livros, abrange história, folclore, ficção, biografias, memórias, política, arqueologia, museologia, economia, crítica e ensaio, além de dicionário e poesia. Pseudônimos: João do Norte, Nautilus, Jotanne e Cláudio França.
Com a criação do Museu Histórico Nacional, em 1922, pelo presidente Epitácio Pessoa,[4] Gustavo Barroso foi nomeado o seu primeiro diretor, ficando à frente da instituição até 1930, quando foi afastado do cargo pelo presidente Getúlio Vargas. Entretanto, voltou à direção do museu em 1932, permanecendo nela até 1959, ano de sua morte.
Gustavo Barroso foi membro da Ação Integralista Brasileira e defendia que o Integralismo põe o interesse da nação acima de todos os interesses parciais ou partidários e se guia por uma doutrina, não por um programa.[5] Embora não concordasse com o rumo dos acontecimentos a partir de 1937, continuou adepto à doutrina do Integralismo.[6]
Em seu livro, publicado em seis volumes a partir de 1937, História Secreta do Brasil, são narrados episódios como a participação por parte dos judeus em rituais de sacrifício no sertão baiano no século XIX até a sociedade secreta da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (chamada 'A Bucha'). Profundamente nacionalista, ele defendeu a integridade do Brasil contra dominação estrangeira e de grupos de banqueiros internacionais.
Sua atividade na Academia Brasileira de Letras também foi das mais relevantes. Em 1923, como tesoureiro da instituição, procedeu à adaptação do prédio do Petit Trianon, que o governo francês ofereceu ao governo brasileiro, para nele instalar-se a sede da Academia. Exerceu alternadamente os cargos de tesoureiro, de segundo e primeiro secretário e secretário-geral, de 1923 a 1959; foi presidente da Academia em 1932, 1933, 1949 e 1950. Em 9 de janeiro de 1941 foi designado, juntamente com Afrânio Peixoto e Manuel Bandeira, para coordenar os estudos e pesquisas relativos ao folclore brasileiro.
Era membro da Academia Portuguesa da História; da Academia das Ciências de Lisboa; da Royal Society of Literature de Londres; da Academia de Belas Artes de Portugal; da Sociedade dos Arqueólogos de Lisboa; do Instituto de Coimbra; da Sociedade Numismática da Bélgica, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e de vários Estados; e das Sociedades de Geografia de Lisboa, do Rio de Janeiro e de Lima.
A 27 de Junho de 1919 foi feito Oficial da Ordem Militar de Cristo, a 7 de Junho de 1923 foi elevado a Comendador da mesma Ordem de Portugal, a 5 de Fevereiro de 1941 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública e a 22 de Maio de 1950 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada de Portugal.[7]
Obras
- Terra de sol. Natureza e costumes do Norte- Benjamin De Aguila-Editor-Rio de Janeiro, DF.(274 pp.) (1912);
- Praias e várzeas (1915);
- Ideias e palavras (1917);
- Heróis e bandidos: os cangaceiros do Nordeste (1917);
- Tradições militares (1918);
- Tratado de Paz (1919);
- A ronda dos séculos (1920);
- Mosquita muerta (1921);
- Casa de marimbondos (1921);
- Ao som da viola (1921);
- Mula sem cabeça (1922);
- Pergaminhos (1922);
- Coração da Europa (1922);
- Uniformes do Exército (1922);
- Alma sertaneja (1923);
- Antes do bolchevismo (1923);
- Mapirunga (1924);
- O anel das maravilhas (1924);
- Livro dos milagres (1924);
- O sertão e o mundo (1924);
- En el tiempo de los Zares (1924);
- O ramo de oliveira (1925);
- Tição do inferno (1926);
- Através dos folclores (1927);
- Almas de lama e de aço (1928);
- A guerra do Lopez (1928);
- A guerra do Flores (1929);
- A guerra do Rosas (1929);
- Mythes, contes et legendes des indiens du Brésil (1930);
- A guerra de Vidéo (1930);
- A guerra de Artigas (1930);
- O Brasil em face do Prata (1930);
- Inscrições primitivas (1930);
- O bracelete de safiras (1931);
- Aquém da Atlântida (1931);
- A ortografia oficial (1931);
- A senhora de Pangim (1932);
- Osório, o Centauro dos pampas (1932);
- Luz e pó (1932);
- Mulheres de Paris (1933);
- As colunas do templo (1933).
- O santo do brejo (1933);
- Tamandaré,
- O Nélson brasileiro (1933);
- O Integralismo em marcha (1933);
- O Integralismo e o mundo (1933);
- Brasil - Colônia de Banqueiros (1934);[8]
- O integralismo de norte a sul (1934);
- O quarto império, integralismo (1935);
- A palavra e o pensamento integralista (1935);
- O que o integralista deve saber (1935);
- A Destruição da Atlântida, 2 vols. (1936);
- O Espírito do Século XX (1936);
- História Secreta do Brasil, 6 vols. (1936, 1937, 1938...);
- Os Protocolos dos Sábios de Sião (1936)Tradução;
- A Sinagoga Paulista (1937);
- A Maçonaria: Seita Judaica (1937);
- Judaísmo, Maçonaria e Comunismo (1937);[9]
- Os Civilizados (1937);
- Integralismo e Catolicismo (1937);
- Pequeno dicionário popular brasileiro (1938);
- Corporativismo, cristianismo e comunismo (1938);
- O livro dos enforcados (1939);
- Coração de menino (1939);
- O Brasil na lenda e na cartografia antiga (1941);
- Liceu do Ceará (1941);
- Consulado da China (1941);
- Portugal - Semente de impérios (1943);
- Anais do Museu Histórico Nacional, vols. I a V (1943-1949);
- Caxias (1945);
- Seca, Meca e Olivais de Santarém, descrições e viagens (1947);
- Fábulas sertanejas (1948);
- As sete vozes do espírito (1950);
- História do Palácio
- Itamarati (1953);
- Letra do Hino de Fortaleza (1957).[10]
Homenagens
Sendo seus ideais declaradamente nacionalistas e conservadores, Gustavo Barroso recebeu muitas homenagens e uma delas faz parte do cotidiano escolar de muitos alunos. O Colégio Estadual Gustavo Barroso localizado no Rio de Janeiro em Belford Roxo, o colégio foi descrito como o terceiro melhor colégio no desempenho escolar dos alunos do Ensino Médio no ENEM (incluindo os colégios privados ou particulares). E também a Escola Estadual Gustavo Barroso, localizado em São Paulo COHAB Jova Rural, foi criado em homenagem a este escritor.
Ver também
Bibliografia
- CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. Nem Rothschild Nem Trotsky: o pensamento anti-semita de Gustavo Barroso. Rev. hist., São Paulo, n. 129-131, 1994. Disponível em <http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-83091994000100024&lng=pt&nrm=iso>.
Referências
- ↑ Carneiro, Maria Luiza Tucci (30 de dezembro de 1994). «Nem Rothschild Nem Trotsky. O pensamento ((( anti-semita ))) de Gustavo Barroso». Revista de História. 0 (129-131): 279–281. ISSN 2316-9141 soft hyphen character character in
|titulo=
at position 53 (ajuda) - ↑ «Gustavo Barroso | CPDOC». cpdoc.fgv.br. Consultado em 5 de dezembro de 2016
- ↑ Barroso, Gustavo (1936). Os protocolos dos sábios de Sião. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira. 238 páginas
- ↑ «DECRETO Nº 15.596, DE 2 DE AGOSTO DE 1922 - Publicação Original - Portal Câmara dos Deputados». www2.camara.leg.br. Consultado em 14 de março de 2018
- ↑ «O Integralismo - Gustavo Barroso | - Integralismo | Frente Integralista Brasileira». www.integralismo.org.br. Consultado em 3 de maio de 2017
- ↑ Tempos modernos - João Paulo dos Reis Velloso: memórias do desenvolvimento. Rio de Janeiro: FGV. 2004. pp. 27–28. Consultado em 29 de março de 2018
- ↑ «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Gustavo Barroso". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 3 de abril de 2016
- ↑ Gustavo Barroso (1934). «Brasil - Colônia de Banqueiros (História dos empréstimos de 1824 a 1934)». Civilização Brasileira. Consultado em 15 de fevereiro de 2015
- ↑ Gustavo Barroso (1937). «Judaismo, Maconaria e Comunismo». Civilização Brasileira. Consultado em 8 de abril de 2015
- ↑ MHN Biblioteca Virtual. «Afinal, Fortaleza Tem Seu Hino». Consultado em 26 de maio de 2017
Ligações externas
Precedido por Silvério Gomes Pimenta |
ABL - terceiro acadêmico da cadeira 19 1923 — 1959 |
Sucedido por Antônio da Silva Melo |
Precedido por Fernando Magalhães |
Presidente da Academia Brasileira de Letras 1932 — 1933 |
Sucedido por Ramiz Galvão |
- Nascidos em 1888
- Mortos em 1959
- Académicos de Portugal
- Antissemitismo
- Comendadores da Ordem Militar de Cristo
- Contistas do Ceará
- Cronistas do Brasil
- Ensaístas do Brasil
- Escritores do Ceará
- Folcloristas do Brasil
- Grã-Cruzes da Ordem da Instrução Pública
- Grã-Cruzes da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada
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- Extrema-direita no Brasil
- Integralistas
- Monárquicos do Brasil
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- Oficiais da Ordem Militar de Cristo
- Presidentes da Academia Brasileira de Letras
- Romancistas do Brasil
- Doutores honoris causa da Universidade Federal do Ceará