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Ramal de Tomar

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Ramal de Tomar
Estação Ferroviária de Tomar
Estação Ferroviária de Tomar
Estação Ferroviária de Tomar
Comprimento:14,8 km
Bitola:Bitola larga
Unknown route-map component "exCONTr" Unknown route-map component "exSTRlg"
R. LousãCoimbra-B (des.)
Unknown route-map component "exBHF"
Miranda do Corvo
Unknown route-map component "exLUECKE" + Unknown route-map component "exSTRlf"
Unknown route-map component "exCONTl"
R. LousãSerpins (des.)
Unknown route-map component "exLUECKE"
(proj. abandonado)
Unknown route-map component "exCONTr"
Unknown route-map component "exLUECKE" + Unknown route-map component "exSTRlg"
L. Tomar à Nazaré(proj. abandonado)
Unknown route-map component "exSTR" + Head station
14,8 Tomar
Unknown route-map component "RP2o"
Unknown route-map component "RP2o"
11,2 Carvalhos de Figueiredo(sob a ponte)
Unknown route-map component "RP2u"
Station on track
9,1 Santa Cita
Small bridge over water
P.te Bezelga× Rib.ª da Bezelga
Unknown route-map component "RP2o"
Stop on track
5,7 Curvaceiras
Unknown route-map component "RP2u"
Stop on track
2,4 Carrascal - Delongo
Unknown route-map component "vSTRa"
2,2
Unknown route-map component "vSTR-DST"
R. Lamarosa - Cimpor
Unknown route-map component "vSTRe"
2,0
Unknown route-map component "RP2u"
Stop on track
1,3 Soudos - Vila Nova
Continuation to left Unknown route-map component "vSTRg+r"
L.ª NorteCampanhã
Unknown route-map component "vSTR"
× Rib.ª de Pé de Cão dos Mouchões
Unknown route-map component "vBHFe"
0,0 Lamarosa
Continuation to left Track turning right
L.ª NorteS. Apolónia

O Ramal de Tomar, originalmente conhecido como Caminho de Ferro de Lamarosa a Tomar, é uma ligação ferroviária de bitola ibérica, com cerca de quinze quilómetros[1] , contida integralmente no território do município epónimo, no centro de Portugal, que liga as estações da Lamarosa (Linha do Norte) e de Tomar; foi inaugurada em 24 de Setembro de 1928.[2]

Caracterização

Em Janeiro de 2011, era constituída por via única electrificada, em bitola ibérica, apresentando uma extensão de 14,8 quilómetros.[1]

História

Antecedentes

As primeiras iniciativas para a instalação de uma ligação ferroviária a Tomar datam de 1887, quando três empresários portugueses requereram a concessão para a construção de uma via férrea sobre o leito da estrada, entre Tomar e a Estação de Paialvo, na Linha do Norte, para a circulação de carros americanos.[3]

Planeamento, construção e inauguração

Em 1913, a Câmara municipal de Tomar voltou a debruçar-se sobre esta ligação ferroviária[2], tendo sido autorizada pela lei n.º 76, de 18 de Julho de 1903, a construir e explorar, no prazo máximo de 10 meses, um caminho de ferro entre estas duas localidades, em bitola ibérica, sem apoios do estado, que podia ser nacionalizado em qualquer altura.[4]

Apesar do projecto para esta linha foi aprovado por uma portaria de 19 de Outubro de 1914, tinha vários problemas e a sua execução era demasiado dispendiosa[2] , pelo que a lei n.º 325, de 8 de Julho do ano seguinte, concedeu, à autarquia, a prorrogação do prazo em 6 meses para começar a construção, e a realização de estudos para encontrar um novo ponto de entroncamento na Linha do Norte, entre Paialvo e o Entroncamento;[5] um novo projecto, foi, assim, lavrado, com o ponto de inserção na Estação de Lamarosa, e deferido pelas portarias de 15 de Março de 1916 e 14 de Maio de 1926.[2] A lei n.º 1658, datada de 3 de Setembro de 1921, autorizou a autarquia de Tomar a fazer um empréstimo de 6.000.000$00 na Caixa Geral de Depósitos, devendo a construção e exploração ser efectuados pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses,[6] o que seria confirmado por um contrato entre estas duas entidades, assinado em 19 de Agosto de 1925[2]

Em Julho de 1926, as obras de construção da linha estavam a correr com regularidade, encontrando-se bastante adiantadas.[7]

No entanto, verificou-se que, para concluir as obras, seriam necessários, mais 2.500.000$00, que a Câmara não podia fornecer, pelo que o estado encarregou, pelo decreto n.º 14865, de 3 de Janeiro de 1928, o Fundo Especial de Caminhos de Ferro a emprestar esta soma, que seria paga pelos lucros de exploração.[8]

Após terem sido efectuadas várias provas de carga,[9] o Ramal foi aberto à exploração, com a denominação de Caminho de Ferro de Lamarosa a Tomar, em 24 de Setembro de 1928, tendo sido classificado oficialmente como parte da rede ferroviária do Estado Português por uma portaria de 9 de Abril de 1930.[2]

Planeada ligação a Nazaré e Leiria

Em 6 de Agosto de 1913, foi celebrado um contrato para a construção do Caminho de Ferro de Tomar à Nazaré com o ramal para Leiria, tendo este documento sido rescindido por um decreto de 30 de Março de 1926.[10] O governo publicou, em 21 de Junho do mesmo ano, as bases a seguir para um novo contrato, estabelecendo que a linha deveria partir da estação de Tomar e terminar na Nazaré, passando por Agroal, Ourém, Reguengo do Fetal, Batalha, Porto de Mós, Aljubarrota e Alcobaça.[10]

Século XX

Em 1961, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses assinou um contrato com o consórcio Groupement d'Etude et d'Electrification de Chemins de Fer en Monophase 50Hz, para, entre outros empreendimentos, estudar, fornecer e montar os equipamentos aéreos e de telecomando, telemedida e telessinalização do Ramal de Tomar.[11]

Em Dezembro de 1992, realizou-se uma viagem especial até Tomar, com uma composição rebocada por uma locomotiva a vapor, para celebrar o aniversário da Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos de Ferro.[12]

Ver também

Referências

  1. a b «Directório da Rede 2012». Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. 70 páginas 
  2. a b c d e f TORRES, Carlos Manitto (16 de Fevereiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1684): 94, 95 
  3. «Payalvo a Thomar». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (354): 274, 275. 16 de Setembro de 1902 
  4. PORTUGAL. Lei n.º 76, de 18 de Julho de 1913. Ministério do Fomento - Secretaria Geral, Paços do Governo da República.
  5. PORTUGAL. Lei n.º 325, de 8 de Julho de 1915. Ministério do Fomento - Secretaria Geral, Paços do Governo da República.
  6. PORTUGAL. Lei n.º 1:658, de 3 de Setembro de 1921. Ministério do Comércio e Comunicações - Secretaria Geral do Ministério e dos Serviços de Obras Públicas - Repartição Central, Paços do Governo da República.
  7. «Linhas Portuguesas». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 39 (925). 1 de Julho de 1926. 208 páginas 
  8. PORTUGAL. Decreto n.º 14:865, de 3 de Janeiro de 1928. Ministério do Comércio e Comunicações - Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos, Paços do Governo da República.
  9. Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006, 2006:77
  10. a b «Parte Official». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 39 (926). 219 páginas. 16 de Julho de 1926 
  11. «Jornal do Mês». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 81 (1931). 16 de Novembro de 1968. 145 páginas 
  12. «Concurso Fotografico». Madrid: A. G. B., s. l. Maquetren (em espanhol). 4 (33): II 1995. ISSN 1132-2063 

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre o Ramal de Tomar
  • CP-Comboios de Portugal (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. [S.l.]: Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X 

Ligações externas