Ramal de Tomar
Ramal de Tomar | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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![]() Estação Ferroviária de Tomar | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Comprimento: | 14,8 km | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Bitola: | Bitola larga | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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O Ramal de Tomar, originalmente conhecido como Caminho de Ferro de Lamarosa a Tomar, é uma ligação ferroviária de bitola ibérica, com cerca de quinze quilómetros[1] , contida integralmente no território do município epónimo, no centro de Portugal, que liga as estações da Lamarosa (Linha do Norte) e de Tomar; foi inaugurada em 24 de Setembro de 1928.[2]
Caracterização
Em Janeiro de 2011, era constituída por via única electrificada, em bitola ibérica, apresentando uma extensão de 14,8 quilómetros.[1]
História
Antecedentes
As primeiras iniciativas para a instalação de uma ligação ferroviária a Tomar datam de 1887, quando três empresários portugueses requereram a concessão para a construção de uma via férrea sobre o leito da estrada, entre Tomar e a Estação de Paialvo, na Linha do Norte, para a circulação de carros americanos.[3]
Planeamento, construção e inauguração
Em 1913, a Câmara municipal de Tomar voltou a debruçar-se sobre esta ligação ferroviária[2], tendo sido autorizada pela lei n.º 76, de 18 de Julho de 1903, a construir e explorar, no prazo máximo de 10 meses, um caminho de ferro entre estas duas localidades, em bitola ibérica, sem apoios do estado, que podia ser nacionalizado em qualquer altura.[4]
Apesar do projecto para esta linha foi aprovado por uma portaria de 19 de Outubro de 1914, tinha vários problemas e a sua execução era demasiado dispendiosa[2] , pelo que a lei n.º 325, de 8 de Julho do ano seguinte, concedeu, à autarquia, a prorrogação do prazo em 6 meses para começar a construção, e a realização de estudos para encontrar um novo ponto de entroncamento na Linha do Norte, entre Paialvo e o Entroncamento;[5] um novo projecto, foi, assim, lavrado, com o ponto de inserção na Estação de Lamarosa, e deferido pelas portarias de 15 de Março de 1916 e 14 de Maio de 1926.[2] A lei n.º 1658, datada de 3 de Setembro de 1921, autorizou a autarquia de Tomar a fazer um empréstimo de 6.000.000$00 na Caixa Geral de Depósitos, devendo a construção e exploração ser efectuados pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses,[6] o que seria confirmado por um contrato entre estas duas entidades, assinado em 19 de Agosto de 1925[2]
Em Julho de 1926, as obras de construção da linha estavam a correr com regularidade, encontrando-se bastante adiantadas.[7]
No entanto, verificou-se que, para concluir as obras, seriam necessários, mais 2.500.000$00, que a Câmara não podia fornecer, pelo que o estado encarregou, pelo decreto n.º 14865, de 3 de Janeiro de 1928, o Fundo Especial de Caminhos de Ferro a emprestar esta soma, que seria paga pelos lucros de exploração.[8]
Após terem sido efectuadas várias provas de carga,[9] o Ramal foi aberto à exploração, com a denominação de Caminho de Ferro de Lamarosa a Tomar, em 24 de Setembro de 1928, tendo sido classificado oficialmente como parte da rede ferroviária do Estado Português por uma portaria de 9 de Abril de 1930.[2]
Planeada ligação a Nazaré e Leiria
Em 6 de Agosto de 1913, foi celebrado um contrato para a construção do Caminho de Ferro de Tomar à Nazaré com o ramal para Leiria, tendo este documento sido rescindido por um decreto de 30 de Março de 1926.[10] O governo publicou, em 21 de Junho do mesmo ano, as bases a seguir para um novo contrato, estabelecendo que a linha deveria partir da estação de Tomar e terminar na Nazaré, passando por Agroal, Ourém, Reguengo do Fetal, Batalha, Porto de Mós, Aljubarrota e Alcobaça.[10]
Século XX
Em 1961, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses assinou um contrato com o consórcio Groupement d'Etude et d'Electrification de Chemins de Fer en Monophase 50Hz, para, entre outros empreendimentos, estudar, fornecer e montar os equipamentos aéreos e de telecomando, telemedida e telessinalização do Ramal de Tomar.[11]
Em Dezembro de 1992, realizou-se uma viagem especial até Tomar, com uma composição rebocada por uma locomotiva a vapor, para celebrar o aniversário da Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos de Ferro.[12]
Ver também
Referências
- ↑ a b «Directório da Rede 2012». Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. 70 páginas
- ↑ a b c d e f TORRES, Carlos Manitto (16 de Fevereiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1684): 94, 95
- ↑ «Payalvo a Thomar». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (354): 274, 275. 16 de Setembro de 1902
- ↑ PORTUGAL. Lei n.º 76, de 18 de Julho de 1913. Ministério do Fomento - Secretaria Geral, Paços do Governo da República.
- ↑ PORTUGAL. Lei n.º 325, de 8 de Julho de 1915. Ministério do Fomento - Secretaria Geral, Paços do Governo da República.
- ↑ PORTUGAL. Lei n.º 1:658, de 3 de Setembro de 1921. Ministério do Comércio e Comunicações - Secretaria Geral do Ministério e dos Serviços de Obras Públicas - Repartição Central, Paços do Governo da República.
- ↑ «Linhas Portuguesas». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 39 (925). 1 de Julho de 1926. 208 páginas
- ↑ PORTUGAL. Decreto n.º 14:865, de 3 de Janeiro de 1928. Ministério do Comércio e Comunicações - Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos, Paços do Governo da República.
- ↑ Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006, 2006:77
- ↑ a b «Parte Official». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 39 (926). 219 páginas. 16 de Julho de 1926
- ↑ «Jornal do Mês». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 81 (1931). 16 de Novembro de 1968. 145 páginas
- ↑ «Concurso Fotografico». Madrid: A. G. B., s. l. Maquetren (em espanhol). 4 (33): II 1995. ISSN 1132-2063
- CP-Comboios de Portugal (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. [S.l.]: Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X
Ligações externas