Saltar para o conteúdo

Ramal de Reguengos

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ramal de Reguengos
Estação Ferroviária de Évora
Estação Ferroviária de Évora
Estação Ferroviária de Évora
Continuation to left Track turning from right
L.ª ÉvoraCasa Branca
Unknown route-map component "exBS2c2"
Unknown route-map component "exBS2lr" + Unknown route-map component "KBHFxe"
Unknown route-map component "exBS2c3"
116,570 Évora
Unknown route-map component "dRP2q"
Unknown route-map component "RP2q" + Unknown route-map component "exvBUE"
Unknown route-map component "dRP2q" + Unknown route-map component "exdBUE"
Unknown route-map component "dRP2q"
× Est. Almeirim
Unknown route-map component "dhRP2aq" Unknown route-map component "exvSKRZ-G2uh" Unknown route-map component "exdSKRZ-G2uh" Unknown route-map component "dhRP2eq"
× IP2
Unknown route-map component "exv-STR" Unknown route-map component "exvSTR-STRl" Unknown route-map component "exdCONTl"
R. MoraMora
Unknown route-map component "dRP2q"
Unknown route-map component "RP2q" + Unknown route-map component "exvBUE"
Unknown route-map component "RP2q"
× R. da Somefe
Unknown route-map component "exBS2c1"
Unknown route-map component "exBS2+r" + Unknown route-map component "exSTRlf"
Unknown route-map component "exCONTl"
L.ª ÉvoraEstremoz
Unknown route-map component "RP2e"
Unknown route-map component "RP2q" + Unknown route-map component "exBUE"
Unknown route-map component "RP2w"
× R. Timor
Unknown route-map component "exWBRÜCKE2"
Unknown route-map component "RD1q" + Unknown route-map component "exBUE"
Unknown route-map component "exHST"
126,145 Paço Saraiva
Unknown route-map component "RD1q" + Unknown route-map component "exBUE"
Unknown route-map component "RD1q" + Unknown route-map component "exBUE"
Unknown route-map component "RD1q" + Unknown route-map component "exBUE"
Water turning from left Unknown route-map component "exWBRÜCKE" Water turning from right
× Rio Degebe (bçº oc.)
Unknown route-map component "WASSERqf" Unknown route-map component "exWBRÜCKE" Unknown route-map component "WASSERqf"
× Rio Degebe
Unknown route-map component "exBHF"
129,585 Machede
Unknown route-map component "exHST"
135,736 Santa Susana
Unknown route-map component "exHST"
140,785 Balancho
Unknown route-map component "exBHF"
146,329 Montoito
Unknown route-map component "exHST"
150,711 Falcoeiras(dem.)
Unknown route-map component "exHST"
153,752 Caridade(dem.)
Unknown route-map component "exBHF"
157,181 R. de Monsaraz
Unknown route-map component "exLUECKE"
(proj. ab.)
Transverse water Unknown route-map component "exWBRÜCKE" Transverse water
× Rio Guadiana
Unknown route-map component "exBHF"
Mourão
Unknown route-map component "exCONTr"
Unknown route-map component "exBS2l" + Unknown route-map component "exSTRrf"
Unknown route-map component "exBS2c3"
R. MouraMoura, Beja
Unknown route-map component "xGRENZE"
PortugalEspanha
Unknown route-map component "exLUECKE"
(proj. ab.)
Unknown route-map component "KBHFxa"
Jerez de los Caballeros
Unknown route-map component "dCONTr" Track turning from right Unknown route-map component "vLUECKE-"
Huelva
Unknown route-map component "dCONTr"
Unknown route-map component "d" + Junction from right
Sevilha
Unknown route-map component "d" Station on track
Zafra
Unknown route-map component "d" Track turning left Continuation to right
Mérida

O Ramal de Reguengos, originalmente designado de Linha do Guadiana, era uma ligação ferroviária entre as localidades de Évora e de Reguengos de Monsaraz, em Portugal. Foi inaugurado em 6 de Abril de 1927.[1]

História

Antecedentes

Os primeiros planos para a construção de uma união ferroviária entre as regiões do Alentejo e a área metropolitana de Lisboa datam dos finais da primeira metade do Século XIX, para providenciar um meio de transporte alternativo às desadequadas ligações rodoviárias naquelas regiões, e, assim, escoar mais facilmente os produtos agrícolas, especialmente os cereais, para Lisboa[2]; assim, o governo contratou a Companhia Nacional dos Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo para instalar um caminho de ferro entre Beja e Évora e a Margem Sul do Tejo, aonde seria estabelecida uma ligação fluvial a Lisboa.[1] Em 1859, no entanto, o governo consignou à Companhia dos Caminhos de Ferro do Sueste o troço entre Vendas Novas e Beja e o respectivo Ramal para Évora; a ligação entre as duas empresas foi estabelecida em 1861, na localidade de Vendas Novas, mas o facto de utilizarem bitolas de via diferentes impedia que as composições continuassem a sua viagem, o que obrigava a transbordos nesta estação.[1] Para resolver este problema, a Companhia Nacional dos Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo foi nacionalizada, e o estado assinou, em 1864, um acordo com a Companhia dos Caminhos de Ferro do Sueste, atribuindo-lhe as antigas linhas daquela empresa para que lhes alterasse a bitola; este documento também previa, entre outros projectos, uma ligação entre Beja e a fronteira com Espanha, e continuar a linha até Évora, que tinha sido inaugurada em 14 de Setembro de 1863, até Estremoz.[1] A Companhia do Sueste enfrentou, no entanto, várias dificuldades financeiras, o que a impediu de pagar as suas dívidas ao Estado Português, pelo que as linhas foram postas em hasta pública; não surgiram, no entanto, quaisquer concorrentes, tendo as linhas passado para o estado em 1869, embora a Companhia continuasse a fazer os seus serviços.[1] Após vários concursos infrutíferos, realizados entre 1873 e 1883, o governo decidiu organizar directamente as obras.[1]

Planeamento

Um projecto, datado de 1884, previa a construção de um caminho de ferro entre Évora e Zafra, em Espanha[1], passando por Reguengos de Monsaraz, e por Mourão ou Cheles; não obstante os benefícios económicos que resultariam desta ligação[3], foi abandonada, devido a receios, por parte dos militares, que prejudicasse a defesa do país.[4]

Assim, no Plano da Rede Ferroviária ao Sul do Tejo, elaborado em 1899 e publicado oficialmente num decreto de 1902, foi apresentado um outro projecto, denominado de Linha do Guadiana[4], devido ao seu traçado, que acompanhava o vale do Rio Guadiana em território nacional.[3] Este caminho de ferro iniciava-se em Évora, passava por Mourão ou Reguengos de Monsaraz, e depois unia-se em Moura à Linha do Sueste; o troço entre Moura e Pias seria comum às duas linhas[4], e continuaria para Sul, a partir de Pias, até Pomarão, passando por Serpa ou Aldeia Nova de São Bento.[3] Em Pomarão, iria ligar-se com a Linha do Baixo Alentejo, que se iria iniciar na Linha do Sul, em Garvão ou Casével.[4] Além disso, em Pomarão, existia um porto fluvial que escoava os produtos da região e os minérios da Mina de São Domingos.[4] Devido às facilidades de navegação no Guadiana a partir deste ponto, não seria necessário continuar a linha até Vila Real de Santo António, cuja construção ficaria demasiado dispendiosa.[3] A Linha do Guadiana era uma das mais importantes, porque iria facilitar o transporte dos produtos mineiros e agrícolas daquela zona do Alentejo; o troço entre Évora e Reguengos de Monsaraz apresentava-se como prioritário, podendo a construção do resto da Linha ser adiada.[3] A instalação da linha até Reguengos era considerada pouco dispendiosa, e de rendimento certo.[5]

O financiamento para a construção das várias ligações projectadas para a região Sul de Portugal, incluindo a Linha do Guadiana, ficaria a cargo do fundo especial dos Caminhos de Ferro do Estado, que iria ser aumentado com os resultados de exploração das linhas, à medida que fossem entrando ao serviço.[3] Com efeito, por iniciativa do Ministro das Obras Públicas, Comércio e Indústria, o Conde de Paçô Vieira, o governo foi autorizado a despender 6.500.000.000 réis, pelo fundo especial, na construção de vários caminhos de ferro, incluindo o troço entre Évora e Reguengos.[5]

O primeiro troço da Linha do Guadiana, entre Pias e Moura, abriu à circulação em 1902[6][7], como parte da Linha do Sueste.[3]

Construção e inauguração

Uma lei, publicada em 24 de Abril de 1903, ordenou a construção do troço entre Évora e Reguengos de Monsaraz, e a realização dos respectivos estudos foi imposta por uma portaria de 19 de Janeiro de 1904; um decreto de 27 de Janeiro de 1912 autorizou a autarquia de Reguengos a contrair um empréstimo de 500.000 escudos para financiar este projecto.[1] As obras iniciaram-se, assim, em 15 de Dezembro do ano seguinte, tendo o sindicato agrícola auxiliado com as expropriações.[1] A lei n.º 675, de 5 de Abril de 1917, autorizou a administração dos Caminhos de Ferro do Estado a continuar os trabalhos[8], e a lei n.º 731, de 11 de Junho, determinou que o estado deveria fazer um empréstimo de 150.000 escudos, para financiar a conclusão da Linha de Évora a Reguengos, e para pagar o empréstimo que a Câmara Municipal realizou em 1912[9]; os decreto 3939 e 4865, publicados, respectivamente, em 16 de Março e 30 de Setembro de 1918, autorizaram o conselho de administração dos Caminhos de Ferro do Estado a realizar um empréstimo com a Caixa Geral de Depósitos e Instituições de Previdência, para distratar o empréstimo da autarquia[10][11], e o decreto 4811, datado de 31 de Agosto, autorizou o Director Geral dos Transportes Terrestres a realizar um outro empréstimo, para continuar as obras em várias linhas, incluindo a de Reguengos.[12]

Em 14 de Dezembro de 1926, reuniram-se, no Instituto Comercial de Lisboa, os representantes de várias autarquias, sindicatos agrícolas e outras instituições, para discutir a construção de diversas linhas, incluindo a ligação de Évora ao Pomarão.[13] A inauguração do troço entre Évora e Reguengos teve lugar em 6 de Abril de 1927.[1]

Continuação até Moura e Mourão

O relatório de 1931-1932 da Direcção-Geral de Caminhos de Ferro incluiu a realização de trabalhos de campo para a construção do troço até Mourão, que totalizava 19,332 metros de comprimento.[14]

Em 1934, o Ministro das Obras Públicas e comunicações recebeu uma representação da autarquia de Barrancos, pedindo uma alteração no traçado entre Moura e Mourão, de forma a que servisse a localidade de Amareleja; nessa altura, este troço estava a ser estudado por uma brigada de técnicos.[15]

Declínio

Em 1950, este caminho de ferro passou para um regime de exploração económica, da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses.[16]

Ver também

Referências

  1. a b c d e f g h i j TORRES, Carlos Manitto (1 de Fevereiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1683): 75, 78 
  2. Viegas, 1988:26
  3. a b c d e f g VARGAS, Manuel Francisco de (16 de Dezembro de 1902). «Parte Official» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (360): 382, 384. Consultado em 14 de Maio de 2012 
  4. a b c d e SOUSA, José (1 de Dezembro de 1902). «A rêde ferro-viaria ao Sul do Tejo» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (359): 354, 355. Consultado em 7 de Junho de 2010 
  5. a b SOUSA, José Francisco de (16 de Abril de 1903). «A proposta de lei sobre construção de caminhos de ferro» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (368): 117, 118. Consultado em 14 de Maio de 2012 
  6. História de Portugal em Datas, 1994:252
  7. Martins et al, 1996:12
  8. PORTUGAL. Lei nº 675, de 11 de Abril de 1917. Ministério do Trabalho e Previdência Social - Caminhos de Ferro do Estado - Conselho de Administração, Paços do Governo da República.
  9. PORTUGAL. Lei nº 731, de 5 de Julho de 1917. Ministério do Trabalho e Previdência Social - Direcção Geral do Trabalho - 2.ª Repartição - 1.ª Secção, Paços do Governo da República.
  10. PORTUGAL. Decreto nº 3939, de 16 de Março de 1918. Ministério das Subsistências e Transportes - Conselho de Administração dos Caminhos de Ferro do Estado, Paços do Governo da República.
  11. PORTUGAL. Decreto nº 4865, de 30 de Setembro de 1918. Secretaria de Estado do Comércio - Direcção Geral dos Transportes Terrestres - Secretaria Geral, Paços do Governo da República.
  12. PORTUGAL. Decreto nº 4811, de 31 de Agosto de 1918. Secretaria de Estado do Comércio - Direcção Geral dos Transportes Terrestres - Secretaria Geral, Paços do Governo da República.
  13. «Arrendamento das linhas do Estado» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (359). 373 páginas. 16 de Dezembro de 1926. Consultado em 14 de Maio de 2012 
  14. SOUSA, José Fernando de (1 de Março de 1934). «Direcção-Geral de Caminhos de Ferro Relatório de 1931-1932» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1109). 130 páginas. Consultado em 14 de Maio de 2012 
  15. «Caminhos de Ferro» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1126). 566 páginas. 16 de Novembro de 1934. Consultado em 6 de Setembro de 2012 
  16. Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006, p. 102

Bibliografia

  • Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. [S.l.]: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 2006. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X 
  • História de Portugal em Datas. [S.l.]: Círculo de Leitores, Lda. e Autores. 1994. 480 páginas. ISBN 972-42-1004-9 
  • MARTINS, João Paulo, BRION, Madalena, SOUSA, Miguel de, LEVY, Maurício, AMORIM, Óscar (1996). O Caminho de Ferro Revisitado. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. [S.l.]: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas 
  • VIEGAS, Francisco José (1988). Comboios Portugueses. Um Guia Sentimental. Lisboa: Círculo de Editores. 185 páginas 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre o Ramal de Reguengos

Ligações externas