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[[File:Naturkundemuseum Berlin - Archaeopteryx - Eichstätt.jpg|alt= Pedra com ossos fossilizados e marcas de penas|thumb|A ''[[Archaeopteryx lithographica]]'' é geralmente considerada a mais antiga ave verdadeira conhecida..]]
[[File:Naturkundemuseum Berlin - Archaeopteryx - Eichstätt.jpg|alt= Pedra com ossos fossilizados e marcas de penas|thumb|A ''[[Archaeopteryx lithographica]]'' é geralmente considerada a mais antiga ave verdadeira conhecida..]]


A primeira classificação biológica das aves foi publicada por [[Francis Willughby]] e [[John Ray]] em 1676 no volume ''Ornithologiae''.<ref>{{Citar livro| último=del Hoyo | primeiro=Josep | autor2=Andy Elliott| autor3=Jordi Sargatal | título=[[:en:Handbook of Birds of the World|Handbook of Birds of the World]] |volume=1: Ostrich to Ducks | ano=1992 | editora=[[Lynx Edicions]] | local=Barcelona |isbn=84-87334-10-5}}</ref> Em 1758, [[Carolus Linnaeus]] modificou essa classificação para o sistema de [[Taxonomia|classificação taxonómica]] em uso na atualidade.<ref>{{Citar livro| último=Linnaeus | primeiro=Carolus |autorlink=Carolus Linnaeus | título=[[Systema Naturae|Systema naturae per regna tria naturae, secundum classes, ordines, genera, species, cum characteribus, differentiis, synonymis, locis. Tomus I. Editio decima, reformata]] | editora=Holmiae. (Laurentii Salvii) | ano=1758 | páginas=824 |url=}}</ref> No [[Sistema de Linné]], as aves estão categorizadas na [[Classe (biologia)|classe]] homónima. A [[classificação filogenética]] coloca as aves no clado dos dinossauros [[Terópoda|terópodes]].<ref name="Theropoda">{{Citar periódico | data=Janeiro 2007 | título=Higher-order phylogeny of modern birds (Theropoda, Aves: Neornithes) based on comparative anatomy. II. Analysis and discussion | jornal=[[:en:Zoological Journal of the Linnean SocietyZoological Journal of the Linnean Society]] | volume=149 | número=1 | páginas=1–95 | doi=10.1111/j.1096-3642.2006.00293.x | pmid=18784798 | último=Livezey | primeiro=Bradley C. | último2=Zusi | primeiro2=RL | pmc=2517308}}</ref>
A primeira classificação biológica das aves foi publicada por [[Francis Willughby]] e [[John Ray]] em 1676 no volume ''Ornithologiae''.<ref>{{Citar livro| último=del Hoyo | primeiro=Josep | autor2=Andy Elliott| autor3=Jordi Sargatal | título=[[:en:Handbook of Birds of the World|Handbook of Birds of the World]] |volume=1: Ostrich to Ducks | ano=1992 | editora=Lynx Edicions | local=Barcelona |isbn=84-87334-10-5}}</ref> Em 1758, [[Carolus Linnaeus]] modificou essa classificação para o sistema de [[Taxonomia|classificação taxonómica]] em uso na atualidade.<ref>{{Citar livro| último=Linnaeus | primeiro=Carolus |autorlink=Carolus Linnaeus | título=[[Systema Naturae|Systema naturae per regna tria naturae, secundum classes, ordines, genera, species, cum characteribus, differentiis, synonymis, locis. Tomus I. Editio decima, reformata]] | editora=Holmiae. (Laurentii Salvii) | ano=1758 | páginas=824 |url=}}</ref> No [[Sistema de Linné]], as aves estão categorizadas na [[Classe (biologia)|classe]] homónima. A [[classificação filogenética]] coloca as aves no clado dos dinossauros [[Terópoda|terópodes]].<ref name="Theropoda">{{Citar periódico | data=Janeiro 2007 | título=Higher-order phylogeny of modern birds (Theropoda, Aves: Neornithes) based on comparative anatomy. II. Analysis and discussion | jornal=[[:en:Zoological Journal of the Linnean SocietyZoological Journal of the Linnean Society]] | volume=149 | número=1 | páginas=1–95 | doi=10.1111/j.1096-3642.2006.00293.x | pmid=18784798 | último=Livezey | primeiro=Bradley C. | último2=Zusi | primeiro2=RL | pmc=2517308}}</ref>


===Definição===
===Definição===


As Aves, bem como o grupo relacionado do clado [[Crocodilia]], são os únicos representantes vivos do clado [[réptil]] dos ''[[Archosauria]]''. Até finais da década de 1990, as aves eram definidas [[Filogenia|filogeneticamente]] como sendo todas descendentes do [[ancestral comum mais recente]] das aves modernas e do ''[[Archaeopteryx lithographica]]''.<ref>{{Citar livro| último=Padian| primeiro=Kevin| autorlink=Kevin Padian| autor2=L.M. Chiappe Chiappe LM |editor=[[Philip J. Currie]] and Kevin Padian (eds.) | título=Encyclopedia of Dinosaurs| ano=1997| editora=Academic Press| local=San Diego| páginas=41–96| capítulo=Bird Origins|isbn=0-12-226810-5}}</ref> No entanto, no {{séc|XXI}} a definição proposta por [[Jacques Gauthier]] foi obtendo apoio significativo e é atualmente usada por muitos cientistas, incluindo os aderentes do [[PhyloCode]]. Gauthier definiu as Aves de forma a incluir apenas o [[grupo coroa]] do conjunto de aves modernas. Isto foi feito excluindo a maior parte dos grupos que só se conhece a partir de fósseis e atribuindo-os, em vez disso, ao clado ''[[Avialae]]''.<ref>{{Citar livro| último=Gauthier | primeiro=Jacques|editor=Kevin Padian | título=The Origin of Birds and the Evolution of Flight|series= Memoirs of the California Academy of Science '''8'''| ano=1986| páginas=1–55| capítulo=Saurischian Monophyly and the origin of birds|isbn=0-940228-14-9 | editora=Published by California Academy of Sciences | local=San Francisco, CA}}</ref>
As Aves, bem como o grupo relacionado do clado [[Crocodilia]], são os únicos representantes vivos do clado [[réptil]] dos ''[[Archosauria]]''. Até finais da década de 1990, as aves eram definidas [[Filogenia|filogeneticamente]] como sendo todas descendentes do [[ancestral comum mais recente]] das aves modernas e do ''[[Archaeopteryx lithographica]]''.<ref>{{Citar livro| último=Padian| primeiro=Kevin| autorlink=Kevin Padian | coautor=L.M. Chiappe Chiappe LM |editor=[[:en:Philip J. Currie]], Kevin Padian | título=Encyclopedia of Dinosaurs| ano=1997| editora=Academic Press| local=San Diego| páginas=41–96| capítulo=Bird Origins|isbn=0-12-226810-5}}</ref> No entanto, no {{séc|XXI}} a definição proposta por [[Jacques Gauthier]] foi obtendo apoio significativo e é atualmente usada por muitos cientistas, incluindo os aderentes do [[PhyloCode]]. Gauthier definiu as Aves de forma a incluir apenas o [[grupo coroa]] do conjunto de aves modernas. Isto foi feito excluindo a maior parte dos grupos que só se conhece a partir de fósseis e atribuindo-os, em vez disso, ao clado ''[[Avialae]]''.<ref>{{Citar livro| último=Gauthier | primeiro=Jacques|editor=Kevin Padian | título=The Origin of Birds and the Evolution of Flight|series= Memoirs of the California Academy of Science '''8'''| ano=1986| páginas=1–55| capítulo=Saurischian Monophyly and the origin of birds|isbn=0-940228-14-9 | editora=Published by California Academy of Sciences | local=San Francisco, CA}}</ref>


Gauthier identificou quatro formas conflitantes de definir o termo "Aves", o que coloca um problema, uma vez que o mesmo nome biológico é usado de quatro formas diferentes. Gauthier propôs uma solução (4º ponto na lista em baixo) que consiste em reservar o termo "Aves" apenas para o grupo coroa, o último ancestral em comum para todas as aves vivas e todos os seus descendentes, atribuindo outros nomes aos restantes grupos.<ref name="gauthier&dequeiroz2001"/>
Gauthier identificou quatro formas conflitantes de definir o termo "Aves", o que coloca um problema, uma vez que o mesmo nome biológico é usado de quatro formas diferentes. Gauthier propôs uma solução (4º ponto na lista em baixo) que consiste em reservar o termo "Aves" apenas para o grupo coroa, o último ancestral em comum para todas as aves vivas e todos os seus descendentes, atribuindo outros nomes aos restantes grupos.<ref name="gauthier&dequeiroz2001"/>
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# Aves pode significar o último ancestral comum de todas as aves existentes e de todos os seus descendentes (um "grupo coroa"; em alternativa [[Neornithes]])
# Aves pode significar o último ancestral comum de todas as aves existentes e de todos os seus descendentes (um "grupo coroa"; em alternativa [[Neornithes]])


Perante a quarta definição, o ''Archaeopteryx'' é um membro dos Avialae, e não das Aves. As propostas de Gauthier têm sido adotadas por muitos investigadores no campo da [[paleontologia]] e evolução das aves, embora as definições aplicadas não tenham sido consistentes. O clado Avialae, inicialmente proposto para substituir o conteúdo físsil do grupo das Aves, é muitas vezes usado por estes investigadores como sinónimo do termo vernacular "ave".<ref name=Nature>{{Citar periódico| autor=[[Pascal Godefroit]], Andrea Cau, Hu Dong-Yu, François Escuillié, Wu Wenhao and Gareth Dyke | ano=2013 | título=A Jurassic avialan dinosaur from China resolves the early phylogenetic history of birds | jornal=Nature |volume=in press | número= 7454| páginas= 359–62|doi=10.1038/nature12168 |pmid=23719374}}</ref>
Perante a quarta definição, o ''Archaeopteryx'' é um membro dos Avialae, e não das Aves. As propostas de Gauthier têm sido adotadas por muitos investigadores no campo da [[paleontologia]] e evolução das aves, embora as definições aplicadas não tenham sido consistentes. O clado Avialae, inicialmente proposto para substituir o conteúdo físsil do grupo das Aves, é muitas vezes usado por estes investigadores como sinónimo do termo vernacular "ave".<ref name=Nature>{{Citar periódico| autor=Pascal Godefroit, Andrea Cau, Hu Dong-Yu, François Escuillié, Wu Wenhao and Gareth Dyke | ano=2013 | título=A Jurassic avialan dinosaur from China resolves the early phylogenetic history of birds | jornal=Nature |volume=in press | número= 7454| páginas= 359–62|doi=10.1038/nature12168 |pmid=23719374}}</ref>


A maior parte dos cientistas define ''Avialae'' como um clado baseado em ramos, embora as definições precisas possam divergir. Muitos autores têm usado uma definição semelhante a "todos os [[terópode]]s mais perto das aves do que dos ''[[Deinonychus]]''."<ref name="weishampel2004">Weishampel, David B.; Dodson, Peter; Osmólska, Halszka (eds.) (2004). ''The Dinosauria'', Second Edition. University of California Press., 861 pp.</ref><ref name="senter2007">Senter, P. (2007). "A new look at the phylogeny of Coelurosauria (Dinosauria: Theropoda)." ''Journal of Systematic Palaeontology'', ({{doi|10.1017/S1477201907002143}}).</ref> Os Avialae também são por vezes definidos enquanto clado baseado em apomorfia (isto é, um clado baseado em características físicas). [[Jacques Gauthier]], que deu o nome aos ''Avialae'' em 1986, redefiniu-o em 2001 enquanto o conjunto de todos os dinossauros que possuíam asas com penas usadas para voar, e todas as aves que deles descendem.<ref name="gauthier&dequeiroz2001">{{Citar livro |último=Gauthier |primeiro=J. |coautor=de Queiroz, K. |ano=2001|capítulo=Feathered dinosaurs, flying dinosaurs, crown dinosaurs, and the name Aves |páginas=7–41 |título=New perspectives on the origin and early evolution of birds: proceedings of the International Symposium in Honor of John H. Ostrom |editor=J. A. Gauthier e L. F. Gall |editora=Peabody Museum of Natural History, Yale University |local=New Haven, Connecticut}}</ref><ref name="gauthier1986">{{Citar livro |último=Gauthier |primeiro=J. |ano=1986 |capítulo=Saurischian monophyly and the origin of birds |editor=K. Padian |título=The origin of birds and the evolution of flight |local=São Francisco: Califórnia |editora=Acad.Sci. |páginas=1–55}}</ref>
A maior parte dos cientistas define ''Avialae'' como um clado baseado em ramos, embora as definições precisas possam divergir. Muitos autores têm usado uma definição semelhante a "todos os [[terópode]]s mais perto das aves do que dos ''[[Deinonychus]]''."<ref name="weishampel2004">Weishampel, David B.; Dodson, Peter; Osmólska, Halszka (eds.) (2004). ''The Dinosauria'', Second Edition. University of California Press., 861 pp.</ref><ref name="senter2007">Senter, P. (2007). "A new look at the phylogeny of Coelurosauria (Dinosauria: Theropoda)." ''Journal of Systematic Palaeontology'', ({{doi|10.1017/S1477201907002143}}).</ref> Os Avialae também são por vezes definidos enquanto clado baseado em apomorfia (isto é, um clado baseado em características físicas). [[Jacques Gauthier]], que deu o nome aos ''Avialae'' em 1986, redefiniu-o em 2001 enquanto o conjunto de todos os dinossauros que possuíam asas com penas usadas para voar, e todas as aves que deles descendem.<ref name="gauthier&dequeiroz2001">{{Citar livro |último=Gauthier |primeiro=J. |coautor=de Queiroz, K. |ano=2001|capítulo=Feathered dinosaurs, flying dinosaurs, crown dinosaurs, and the name Aves |páginas=7–41 |título=New perspectives on the origin and early evolution of birds: proceedings of the International Symposium in Honor of John H. Ostrom |editor=J. A. Gauthier e L. F. Gall |editora=Peabody Museum of Natural History, Yale University |local=New Haven, Connecticut}}</ref><ref name="gauthier1986">{{Citar livro |último=Gauthier |primeiro=J. |ano=1986 |capítulo=Saurischian monophyly and the origin of birds |editor=K. Padian |título=The origin of birds and the evolution of flight |local=São Francisco: Califórnia |editora=Acad.Sci. |páginas=1–55}}</ref>
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Com base em evidências fósseis e biológicas, a maior parte dos cientistas aceita que as aves são um subgrupo especializado dos [[dinossauro]]s [[terópode]]s,<ref>{{Citar periódico| último=Prum| primeiro=Richard O. Prum| título=Who's Your Daddy| jornal=Science|volume=322| páginas=1799–1800| ano=2008|doi=10.1126/science.1168808|pmid=19095929| número=5909}}</ref> e, mais especificamente, que são membros dos [[Maniraptora]], um grupo de terópodes que inclui os [[Dromaeosauridae|dromeossaurídeos]] e os [[Oviraptoridae|oviraptorídeos]], entre outros.<ref>{{Citar livro| último=Paul | primeiro=Gregory S. | autorlink=Gregory S. Paul | capítulo=Looking for the True Bird Ancestor | ano=2002 | título=Dinosaurs of the Air: The Evolution and Loss of Flight in Dinosaurs and Birds | local=Baltimore| editora=Johns Hopkins University Press |isbn=0-8018-6763-0| páginas=171–224}}</ref> À medida que os cientistas foram descobrindo mais terópodes estreitamente relacionados com as aves, a distinção anteriormente clara entre aves e não aves foi-se esbatendo. As descobertas recentes na província chinesa de [[Liaoning]] de vários [[dinossauros emplumados]] terópodes de pequena dimensão vieram contribuir para esta ambiguidade.<ref>{{Citar livro| último=Norell | primeiro=Mark | autor2=Mick Ellison | ano=2005 | título=Unearthing the Dragon: The Great Feathered Dinosaur Discovery | local=New York| editora=Pi Press |isbn=0-13-186266-9| páginas=}}</ref><ref name="AP-20140731">{{citar web |último=Borenstein |primeiro=Seth |título=Study traces dinosaur evolution into early birds |url=http://apnews.excite.com/article/20140731/us-sci-shrinking-dinosaurs-a5c053f221.html |data=31 de julho de 2014 |publicado=Associated Press |acessodata=3 de agosto de 2014 }}</ref><ref name="SCI-20140731">{{Citar periódico | título=Sustained miniaturization and anatomical innovation in the dinosaurian ancestors of birds |url=http://www.sciencemag.org/content/345/6196/562 | data=1 de agosto de 2014 | jornal=[[Science (journal)|Science]] |volume=345 | número=6196 | páginas=562–566 |doi=10.1126/science.1252243 | acessodata=2 de agosto de 2014 | último=Lee | primeiro=Michael S. Y. | primeiro2=Andrea| último2=Cau | primeiro3=Darren| último3=Naish| primeiro4=Gareth J.| último4=Dyke}}</ref>
Com base em evidências fósseis e biológicas, a maior parte dos cientistas aceita que as aves são um subgrupo especializado dos [[dinossauro]]s [[terópode]]s,<ref>{{Citar periódico| último=Prum| primeiro=Richard O. Prum| título=Who's Your Daddy| jornal=Science|volume=322| páginas=1799–1800| ano=2008|doi=10.1126/science.1168808|pmid=19095929| número=5909}}</ref> e, mais especificamente, que são membros dos [[Maniraptora]], um grupo de terópodes que inclui os [[Dromaeosauridae|dromeossaurídeos]] e os [[Oviraptoridae|oviraptorídeos]], entre outros.<ref>{{Citar livro| último=Paul | primeiro=Gregory S. | capítulo=Looking for the True Bird Ancestor | ano=2002 | título=Dinosaurs of the Air: The Evolution and Loss of Flight in Dinosaurs and Birds | local=Baltimore| editora=Johns Hopkins University Press |isbn=0-8018-6763-0| páginas=171–224}}</ref> À medida que os cientistas foram descobrindo mais terópodes estreitamente relacionados com as aves, a distinção anteriormente clara entre aves e não aves foi-se esbatendo. As descobertas recentes na província chinesa de [[Liaoning]] de vários [[dinossauros emplumados]] terópodes de pequena dimensão vieram contribuir para esta ambiguidade.<ref>{{Citar livro| último=Norell | primeiro=Mark | autor2=Mick Ellison | ano=2005 | título=Unearthing the Dragon: The Great Feathered Dinosaur Discovery | local=New York| editora=Pi Press |isbn=0-13-186266-9| páginas=}}</ref><ref name="AP-20140731">{{citar web |último=Borenstein |primeiro=Seth |título=Study traces dinosaur evolution into early birds |url=http://apnews.excite.com/article/20140731/us-sci-shrinking-dinosaurs-a5c053f221.html |data=31 de julho de 2014 |publicado=Associated Press |acessodata=3 de agosto de 2014 }}</ref><ref name="SCI-20140731">{{Citar periódico | título=Sustained miniaturization and anatomical innovation in the dinosaurian ancestors of birds |url=http://www.sciencemag.org/content/345/6196/562 | data=1 de agosto de 2014 | jornal=[[Science (journal)|Science]] |volume=345 | número=6196 | páginas=562–566 |doi=10.1126/science.1252243 | acessodata=2 de agosto de 2014 | último=Lee | primeiro=Michael S. Y. | primeiro2=Andrea| último2=Cau | primeiro3=Darren| último3=Naish| primeiro4=Gareth J.| último4=Dyke}}</ref>


O consenso na [[paleontologia]] contemporânea é de que os terópodes voadores, ou ''[[Avialae]]'', são os parentes mais próximos dos [[Deinonychosauria|deinonicossauros]], grupo que inclui os dromeossaurídeos e os [[Troodontidae|troodontídeos]].<ref name=Xiaotingia>{{Citar periódico | título=An ''Archaeopteryx''-like theropod from China and the origin of Avialae |url=http://www.nature.com/nature/journal/v475/n7357/full/nature10288.html | data=28 Julho 2011 | jornal=Nature |volume=475 | páginas=465–470 |doi=10.1038/nature10288 | número=7357 | autor=Xing Xu, Hailu You, Kai Du and Fenglu Han |pmid=21796204}}</ref> Em conjunto, estes formam um grupo designado [[Paraves]]. Alguns membros [[Basal (filogenética)|basais]] deste grupo, como o ''[[Microraptor]]'', apresentam características que lhes podem ter permitido planar ou voar. A maior parte dos deinocossauros basais eram muito pequenos. Estas evidências aumentam a possibilidade de que o ancestral de todos os paraves possa ter sido [[arborícola]], ter sido capaz de planar, ou ambos.<ref name="AHTetal07">{{Citar periódico| último=Turner | primeiro=Alan H. | ano=2007 | título=A basal dromaeosaurid and size evolution preceding avian flight |url=http://www.sciencemag.org/cgi/reprint/317/5843/1378.pdf | formato=PDF | jornal=[[Science (journal)|Science]]|volume=317 | páginas=1378–1381 |doi=10.1126/science.1144066 |pmid=17823350 | número=5843 | coautor=Pol, D; Clarke, JA; Erickson, GM; Norell, MA }}</ref><ref name="xuetal2003">{{Citar periódico| ano=2003| título=Four-winged dinosaurs from China| jornal=[[Nature (journal)|Nature]]|volume=421| número=6921| páginas=335–340|doi=10.1038/nature01342|pmid=12540892| último=Xu| primeiro=X| último2=Zhou| primeiro2=Z| último3=Wang| primeiro3=X| último4=Kuang| primeiro4=X| último5=Zhang| primeiro5=F| último6=Du| primeiro6=X}}</ref> Ao contrário do ''Archaeopteryx'' e dos dinossauros emplumados não avianos, que comiam principalmente carne, os estudos mais recentes sugerem que os primeiros avianos eram [[omnívoro]]s.<ref>{{Citar web| url=http://the-scientist.com/2011/07/27/on-the-origin-of-birds | título=On the Origin of Birds | acessodata=11 de junho de 2012 | autor=Luiggi, Christina| data=Julho de 2011| editora=The Scientist}}</ref>
O consenso na [[paleontologia]] contemporânea é de que os terópodes voadores, ou ''[[Avialae]]'', são os parentes mais próximos dos [[Deinonychosauria|deinonicossauros]], grupo que inclui os dromeossaurídeos e os [[Troodontidae|troodontídeos]].<ref name=Xiaotingia>{{Citar periódico | título=An ''Archaeopteryx''-like theropod from China and the origin of Avialae |url=http://www.nature.com/nature/journal/v475/n7357/full/nature10288.html | data=28 Julho 2011 | jornal=Nature |volume=475 | páginas=465–470 |doi=10.1038/nature10288 | número=7357 | autor=Xing Xu, Hailu You, Kai Du and Fenglu Han |pmid=21796204}}</ref> Em conjunto, estes formam um grupo designado [[Paraves]]. Alguns membros [[Basal (filogenética)|basais]] deste grupo, como o ''[[Microraptor]]'', apresentam características que lhes podem ter permitido planar ou voar. A maior parte dos deinocossauros basais eram muito pequenos. Estas evidências aumentam a possibilidade de que o ancestral de todos os paraves possa ter sido [[arborícola]], ter sido capaz de planar, ou ambos.<ref name="AHTetal07">{{Citar periódico| último=Turner | primeiro=Alan H. | ano=2007 | título=A basal dromaeosaurid and size evolution preceding avian flight |url=http://www.sciencemag.org/cgi/reprint/317/5843/1378.pdf | formato=PDF | jornal=[[Science (journal)|Science]]|volume=317 | páginas=1378–1381 |doi=10.1126/science.1144066 |pmid=17823350 | número=5843 | coautor=Pol, D; Clarke, JA; Erickson, GM; Norell, MA }}</ref><ref name="xuetal2003">{{Citar periódico| ano=2003| título=Four-winged dinosaurs from China| jornal=[[Nature (journal)|Nature]]|volume=421| número=6921| páginas=335–340|doi=10.1038/nature01342|pmid=12540892| último=Xu| primeiro=X| último2=Zhou| primeiro2=Z| último3=Wang| primeiro3=X| último4=Kuang| primeiro4=X| último5=Zhang| primeiro5=F| último6=Du| primeiro6=X}}</ref> Ao contrário do ''Archaeopteryx'' e dos dinossauros emplumados não avianos, que comiam principalmente carne, os estudos mais recentes sugerem que os primeiros avianos eram [[omnívoro]]s.<ref>{{Citar web| url=http://the-scientist.com/2011/07/27/on-the-origin-of-birds | título=On the Origin of Birds | acessodata=11 de junho de 2012 | autor=Luiggi, Christina| data=Julho de 2011| editora=The Scientist}}</ref>
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Todas as aves modernas pertencem ao [[grupo coroa]] das Aves (ou, em alternativa, ''Neornithes''), o qual tem duas subdivisões: os ''[[Paleognathae]]'', em que se inclui os [[Struthioniformes|ratitas]] não voadores (como a [[avestruz]]), os [[tinamiformes]] e o extremamente diversificado grupo dos ''[[Neognathae]]'', que contém todas as outras aves.<ref name="Theropoda"/> A estas duas subdivisões dá-se muitas vezes a [[Classificação científica|categoria taxonómica]] de [[Ordem (biologia)|superordem]].<ref>{{Citar web|url=http://people.eku.edu/ritchisong/birdbiogeography1.htm | título=Bird biogeography | último= Ritchison| primeiro=Gary | acessodata=10 de Abril de 2008 |work=Avian Biology| editora=Eastern Kentucky University}}</ref><ref name="Theropoda"/> Dependendo do ponto de vista taxonómico, o número de espécies de aves vivas conhecidas varia entre 9800<ref>{{Citar livro|título=[[:en:The Clements Checklist of Birds of the World|he Clements Checklist of Birds of the World]] |primeiro=James F. |último=Clements |edição=6ª |autorlink=James Clements |local=Ithaca |editora=Cornell University Press |ano=2007 |isbn=978-0-8014-4501-9}}</ref> e {{formatnum:10050}}.<ref>{{Citar livro |último=Gill |primeiro=Frank |autorlink=Frank Gill (ornithologist) |ano=2006 |título=Birds of the World: Recommended English Names |local=Princeton |editora=Princeton University Press |isbn=978-0-691-12827-6}}</ref>
Todas as aves modernas pertencem ao [[grupo coroa]] das Aves (ou, em alternativa, ''Neornithes''), o qual tem duas subdivisões: os ''[[Paleognathae]]'', em que se inclui os [[Struthioniformes|ratitas]] não voadores (como a [[avestruz]]), os [[tinamiformes]] e o extremamente diversificado grupo dos ''[[Neognathae]]'', que contém todas as outras aves.<ref name="Theropoda"/> A estas duas subdivisões dá-se muitas vezes a [[Classificação científica|categoria taxonómica]] de [[Ordem (biologia)|superordem]].<ref>{{Citar web|url=http://people.eku.edu/ritchisong/birdbiogeography1.htm | título=Bird biogeography | último= Ritchison| primeiro=Gary | acessodata=10 de Abril de 2008 |work=Avian Biology| editora=Eastern Kentucky University}}</ref><ref name="Theropoda"/> Dependendo do ponto de vista taxonómico, o número de espécies de aves vivas conhecidas varia entre 9800<ref>{{Citar livro|título=[[:en:The Clements Checklist of Birds of the World|he Clements Checklist of Birds of the World]] |primeiro=James F. |último=Clements |edição=6ª |autorlink=James Clements |local=Ithaca |editora=Cornell University Press |ano=2007 |isbn=978-0-8014-4501-9}}</ref> e {{formatnum:10050}}.<ref>{{Citar livro |último=Gill |primeiro=Frank |autorlink=:en:Frank Gill (ornithologist) |ano=2006 |título=Birds of the World: Recommended English Names |local=Princeton |editora=Princeton University Press |isbn=978-0-691-12827-6}}</ref>


Devido em grande parte à descoberta do ''[[Vegavis]]'', um membro neognato da linhagem dos [[pato]]s, sabe-se que o grupo Aves se dividiu em várias linhagens modernas por volta do fim da era do [[Mesozoico]].<ref>{{Citar periódico| último=Clarke | primeiro=Julia A. | ano=2005 | título=Definitive fossil evidence for the extant avian radiation in the Cretaceous | jornal=[[Nature (journal)|Nature]] |volume=433 | número= 7023| páginas=305–308 |doi=10.1038/nature03150 |pmid=15662422 |url=http://www.digimorph.org/specimens/Vegavis_iaai/nature03150.pdf| formato=PDF | último2=Tambussi | primeiro2=CP | último3=Noriega | primeiro3=JI | último4=Erickson | primeiro4=GM | último5=Ketcham | primeiro5=RA}} [http://www.nature.com/nature/journal/v433/n7023/suppinfo/nature03150.html Nature.com], Informação adicional]</ref> Alguns estudos estimaram que a origem efetiva das aves modernas terá provavelmente ocorrido mais cedo do que os fósseis conhecidos mais antigos, provavelmente a meio do período Cretácico.<ref name=divergence>{{Citar periódico | último = Lee | primeiro = Michael SY | último2 = Cau | primeiro2 = Andrea | último3 = Darren | primeiro3 = Naish | último4 = Gareth J. | primeiro4 = Dyke | ano = 2013 | título = Morphological Clocks in Paleontology, and a Mid-Cretaceous Origin of Crown Aves | jornal = Systematic Biology | editora = Oxford Journals | doi = 10.1093/sysbio/syt110 | volume=63 | páginas=442–449 | pmid=24449041}}</ref>
Devido em grande parte à descoberta do ''[[Vegavis]]'', um membro neognato da linhagem dos [[pato]]s, sabe-se que o grupo Aves se dividiu em várias linhagens modernas por volta do fim da era do [[Mesozoico]].<ref>{{Citar periódico| último=Clarke | primeiro=Julia A. | ano=2005 | título=Definitive fossil evidence for the extant avian radiation in the Cretaceous | jornal=[[Nature (journal)|Nature]] |volume=433 | número= 7023| páginas=305–308 |doi=10.1038/nature03150 |pmid=15662422 |url=http://www.digimorph.org/specimens/Vegavis_iaai/nature03150.pdf| formato=PDF | último2=Tambussi | primeiro2=CP | último3=Noriega | primeiro3=JI | último4=Erickson | primeiro4=GM | último5=Ketcham | primeiro5=RA}} [http://www.nature.com/nature/journal/v433/n7023/suppinfo/nature03150.html Nature.com], Informação adicional]</ref> Alguns estudos estimaram que a origem efetiva das aves modernas terá provavelmente ocorrido mais cedo do que os fósseis conhecidos mais antigos, provavelmente a meio do período Cretácico.<ref name=divergence>{{Citar periódico | último = Lee | primeiro = Michael SY | último2 = Cau | primeiro2 = Andrea | último3 = Darren | primeiro3 = Naish | último4 = Gareth J. | primeiro4 = Dyke | ano = 2013 | título = Morphological Clocks in Paleontology, and a Mid-Cretaceous Origin of Crown Aves | jornal = Systematic Biology | editora = Oxford Journals | doi = 10.1093/sysbio/syt110 | volume=63 | páginas=442–449 | pmid=24449041}}</ref>


A divergência mais antiga dentro dos Neognathes foi a dos [[Galloanserae]], a superordem que contém os [[Anseriformes]] (patos, [[ganso]]s, [[cisne]]s e [[Anhimidae]]) e os [[Galliformes]] ([[Faisão|faisões]], [[tetraz]]es e respetivos aliados, em conjunto com os [[Megapodiidae]], o guano e respetivos aliados). O mais antigo registo fóssil das aves verdadeiras tem origem no possível galliforme ''[[Austinornis lentus]]'', datado de há cerca de 85 milhões de anos,<ref>{{Citar periódico | último = Clarke | primeiro = J.A. | ano = 2004 | título = Morphology, phylogenetic taxonomy, and systematics of ''Ichthyornis'' and ''Apatornis'' (Avialae: Ornithurae) | url = http://digitallibrary.amnh.org/dspace/bitstream/handle/2246/454/B286.?sequence=1 | jornal = Bulletin of the American Museum of Natural History | volume = 286 | número = | páginas = 1–179 | doi=10.1206/0003-0090(2004)286<0001:mptaso>2.0.co;2}}</ref> embora as datas para a divisão efetiva sejam alvo de debate entre os cientistas. Há um consenso de que as Aves se desenvolveram durante o Cretácico e que a divisão dos Galloanseri dos outros neognatos ocorreu antes da [[extinção do Cretáceo-Paleogeno]], embora haja diferentes opiniões sobre se a radiação evolutiva dos restantes neognatos ocorreu antes ou depois da extinção dos restantes dinossauros.<ref name="Ericson">{{Citar periódico| último=Ericson | primeiro=Per G.P. | ano=2006 | título=Diversification of Neoaves: integration of molecular sequence data and fossils | jornal=[[:en:Biology Letters|Biology Letters]] |volume=2 | número=4 | páginas=543–547 |doi=10.1098/rsbl.2006.0523 |pmid=17148284 |url=http://www.senckenberg.de/files/content/forschung/abteilung/terrzool/ornithologie/neoaves.pdf|formaot=PDF |coautor=Anderson, CL; Britton, T; Elzanowski, A; Johansson, US; Källersjö, M; Ohlson, J; Parsons, TJ; Zuccon, D |pmc=1834003}}</ref> Esta discordância deve-se em parte a uma divergência nas evidências. Os dados moleculares sugerem uma radiação durante o Cretácico, enquanto as evidências fósseis sugerem uma radiação durante o [[Cenozoico]]. As tentativas para reconciliar as evidências moleculares e fósseis têm-se revelado controversas,<ref name="Ericson"/><ref>{{Citar periódico| último=Brown | primeiro=Joseph W. | data=Junho de 2007 | título=Nuclear DNA does not reconcile 'rocks' and 'clocks' in Neoaves: a comment on Ericson et al. | jornal=[[Biology Letters]] |volume=3 | número=3 | páginas=257–259 |doi=10.1098/rsbl.2006.0611 |pmid=17389215 | último2=Payne | primeiro2=RB | último3=Mindell | primeiro3=DP |pmc=2464679}}</ref> embora resultados recentes mostrem que todos os grupos existentes de aves tenham tido origem num pequeno grupo de espécies que sobreviveu à extinção do Cretáceo-Paleogeno.<ref>{{Citar web |url=http://www.sci-news.com/biology/science-avian-tree-life-03326.html |título=Ornithologists Publish Most Comprehensive Avian Tree of Life |data=9 de outubro de 2015 |publicado=Sci-news.com |acessodata=14 de fevereiro de 2016}}</ref>
A divergência mais antiga dentro dos Neognathes foi a dos [[Galloanserae]], a superordem que contém os [[Anseriformes]] (patos, [[ganso]]s, [[cisne]]s e [[Anhimidae]]) e os [[Galliformes]] ([[Faisão|faisões]], [[tetraz]]es e respetivos aliados, em conjunto com os [[Megapodiidae]], o guano e respetivos aliados). O mais antigo registo fóssil das aves verdadeiras tem origem no possível galliforme ''[[Austinornis lentus]]'', datado de há cerca de 85 milhões de anos,<ref>{{Citar periódico | último = Clarke | primeiro = J.A. | ano = 2004 | título = Morphology, phylogenetic taxonomy, and systematics of ''Ichthyornis'' and ''Apatornis'' (Avialae: Ornithurae) | url = http://digitallibrary.amnh.org/dspace/bitstream/handle/2246/454/B286.?sequence=1 | jornal = Bulletin of the American Museum of Natural History | volume = 286 | número = | páginas = 1–179 | doi=10.1206/0003-0090(2004)286<0001:mptaso>2.0.co;2}}</ref> embora as datas para a divisão efetiva sejam alvo de debate entre os cientistas. Há um consenso de que as Aves se desenvolveram durante o Cretácico e que a divisão dos Galloanseri dos outros neognatos ocorreu antes da [[extinção do Cretáceo-Paleogeno]], embora haja diferentes opiniões sobre se a radiação evolutiva dos restantes neognatos ocorreu antes ou depois da extinção dos restantes dinossauros.<ref name="Ericson">{{Citar periódico| último=Ericson | primeiro=Per G.P. | ano=2006 | título=Diversification of Neoaves: integration of molecular sequence data and fossils | jornal=Biology Letters |volume=2 | número=4 | páginas=543–547 |doi=10.1098/rsbl.2006.0523 |pmid=17148284 |url=http://www.senckenberg.de/files/content/forschung/abteilung/terrzool/ornithologie/neoaves.pdf|formaot=PDF |coautor=Anderson, CL; Britton, T; Elzanowski, A; Johansson, US; Källersjö, M; Ohlson, J; Parsons, TJ; Zuccon, D |pmc=1834003}}</ref> Esta discordância deve-se em parte a uma divergência nas evidências. Os dados moleculares sugerem uma radiação durante o Cretácico, enquanto as evidências fósseis sugerem uma radiação durante o [[Cenozoico]]. As tentativas para reconciliar as evidências moleculares e fósseis têm-se revelado controversas,<ref name="Ericson"/><ref>{{Citar periódico| último=Brown | primeiro=Joseph W. | data=Junho de 2007 | título=Nuclear DNA does not reconcile 'rocks' and 'clocks' in Neoaves: a comment on Ericson et al. | jornal=Biology Letters |volume=3 | número=3 | páginas=257–259 |doi=10.1098/rsbl.2006.0611 |pmid=17389215 | último2=Payne | primeiro2=RB | último3=Mindell | primeiro3=DP |pmc=2464679}}</ref> embora resultados recentes mostrem que todos os grupos existentes de aves tenham tido origem num pequeno grupo de espécies que sobreviveu à extinção do Cretáceo-Paleogeno.<ref>{{Citar web |url=http://www.sci-news.com/biology/science-avian-tree-life-03326.html |título=Ornithologists Publish Most Comprehensive Avian Tree of Life |data=9 de outubro de 2015 |publicado=Sci-news.com |acessodata=14 de fevereiro de 2016}}</ref>


===Classificação das ordens das aves===
===Classificação das ordens das aves===
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A classificação das aves é um tema controverso. A publicação ''Phylogeny and Classification of Birds'' (1990), da autoria de [[Charles Sibley]] e [[Jon Ahlquist]], é uma das principais obras de referência na classificação das aves,<ref>{{Citar livro| último=Sibley | primeiro=Charles | autorlink=Charles Sibley | autor2=[[Jon Edward Ahlquist]] | ano=1990 | título=Phylogeny and classification of birds | local=New Haven | editora=Yale University Press |isbn=0-300-04085-7}}</ref> embora seja frequentementemente discutida e continuamente revista. A maior parte das evidências sugere que a distribuição das ordens é correta,<ref>{{Citar livro| último=Mayr | primeiro=Ernst | autorlink=Ernst W. Mayr | autor2=Short, Lester L.| título=Species Taxa of North American Birds: A Contribution to Comparative Systematics |series=Publications of the Nuttall Ornithological Club, no. 9 | ano=1970 | editora=Nuttall Ornithological Club| local=Cambridge, Mass. |oclc=517185}}</ref> embora os cientistas discordem entre si quanto às relações entre as ordens. Apesar de a discussão contar com evidências da anatomia das aves modernas, ADN e registos fósseis, ainda não há um consenso determinante. Recentemente, a descoberta de novos fósseis e a obtenção de evidências moleculares está a contribuir para uma panorâmica cada vez mais clara da evolução das ordens de aves modernas. A investigação mais recente tem-se focado na [[sequenciação]] genética de 48 espécies representativas.<ref name=Jarvis2014/>
A classificação das aves é um tema controverso. A publicação ''Phylogeny and Classification of Birds'' (1990), da autoria de [[Charles Sibley]] e [[Jon Ahlquist]], é uma das principais obras de referência na classificação das aves,<ref>{{Citar livro| último=Sibley | primeiro=Charles | coautor=Jon Edward Ahlquist | ano=1990 | título=Phylogeny and classification of birds | local=New Haven | editora=Yale University Press |isbn=0-300-04085-7}}</ref> embora seja frequentementemente discutida e continuamente revista. A maior parte das evidências sugere que a distribuição das ordens é correta,<ref>{{Citar livro| último=Mayr | primeiro=Ernst | autorlink=Ernst W. Mayr | autor2=Short, Lester L.| título=Species Taxa of North American Birds: A Contribution to Comparative Systematics |series=Publications of the Nuttall Ornithological Club, no. 9 | ano=1970 | editora=Nuttall Ornithological Club| local=Cambridge, Mass. |oclc=517185}}</ref> embora os cientistas discordem entre si quanto às relações entre as ordens. Apesar de a discussão contar com evidências da anatomia das aves modernas, ADN e registos fósseis, ainda não há um consenso determinante. Recentemente, a descoberta de novos fósseis e a obtenção de evidências moleculares está a contribuir para uma panorâmica cada vez mais clara da evolução das ordens de aves modernas. A investigação mais recente tem-se focado na [[sequenciação]] genética de 48 espécies representativas.<ref name=Jarvis2014/>


==Distribuição==
==Distribuição==
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As aves vivem e reproduzem-se na maior parte dos [[habitat]]s terrestres e em todos os sete continentes. O [[Pagodroma nivea|petrel-das-neves]] nidifica em colónias que já foram observadas a distâncias de 440 km do litoral da [[Antártida]].<ref>{{Citar livro| último=Brooke | primeiro=Michael | ano=2004 | título=Albatrosses And Petrels Across The World | local=Oxford | editora=Oxford University Press|isbn=0-19-850125-0| páginas=}}</ref> A maior [[biodiversidade]] de aves tem lugar nas [[Trópicos|regiões tropicais]]. Anteriormente, pensava-se que esta maior diversidade era o resultado de uma maior velocidade de [[especiação]] nos trópicos. No entanto, estudos mais recentes verificaram que a especiação é superior nas [[latitude]]s mais elevadas, embora a velocidade de [[extinção]] seja também superior à dos trópicos.<ref>{{Citar periódico| último=Weir | primeiro=Jason T. | ano=2007 | título=The Latitudinal Gradient in Recent Speciation and Extinction Rates of Birds and Mammals | jornal=Science |volume=315 | número=5818 | páginas=1574–76 |doi=10.1126/science.1135590 |pmid=17363673 | coautor=Schluter, D}}</ref> Várias famílias de aves evoluíram para se adaptar à vida nos oceanos. Algumas espécies de [[Ave oceânica|aves marinhas]] regressam à costa apenas para nidificar<ref name = "Burger">{{Citar livro| último=Schreiber | primeiro=Elizabeth Anne | coautor=Joanna Burger | ano=2001 | título=Biology of Marine Birds | local=Boca Raton | editora=CRC Press |isbn=0-8493-9882-7| páginas=}}</ref> e alguns [[Pinguim|pinguins]] são capazes de mergulhar até 300 metros de profundidade.<ref>{{Citar periódico |último=Sato |primeiro=Katsufumi |data=1 de maio de 2002 |título=Buoyancy and maximal diving depth in penguins: do they control inhaling air volume? |jornal=Journal of Experimental Biology |volume=205 |número=9 |páginas=1189–1197 |pmid=11948196 |url=http://jeb.biologists.org/cgi/content/full/205/9/1189 |coautor=Y Naito, A Kato, Y Niizuma, Y Watanuki, JB Charrassin, CA Bost, Y Handrich, Y Le Maho}}</ref>
As aves vivem e reproduzem-se na maior parte dos [[habitat]]s terrestres e em todos os sete continentes. O [[Pagodroma nivea|petrel-das-neves]] nidifica em colónias que já foram observadas a distâncias de 440 km do litoral da [[Antártida]].<ref>{{Citar livro| último=Brooke | primeiro=Michael | ano=2004 | título=Albatrosses And Petrels Across The World | local=Oxford | editora=Oxford University Press|isbn=0-19-850125-0| páginas=}}</ref> A maior [[biodiversidade]] de aves tem lugar nas [[Trópicos|regiões tropicais]]. Anteriormente, pensava-se que esta maior diversidade era o resultado de uma maior velocidade de [[especiação]] nos trópicos. No entanto, estudos mais recentes verificaram que a especiação é superior nas [[latitude]]s mais elevadas, embora a velocidade de [[extinção]] seja também superior à dos trópicos.<ref>{{Citar periódico| último=Weir | primeiro=Jason T. | ano=2007 | título=The Latitudinal Gradient in Recent Speciation and Extinction Rates of Birds and Mammals | jornal=Science |volume=315 | número=5818 | páginas=1574–76 |doi=10.1126/science.1135590 |pmid=17363673 | coautor=Schluter, D}}</ref> Várias famílias de aves evoluíram para se adaptar à vida nos oceanos. Algumas espécies de [[Ave oceânica|aves marinhas]] regressam à costa apenas para nidificar<ref name = "Burger">{{Citar livro| último=Schreiber | primeiro=Elizabeth Anne | coautor=Joanna Burger | ano=2001 | título=Biology of Marine Birds | local=Boca Raton | editora=CRC Press |isbn=0-8493-9882-7| páginas=}}</ref> e alguns [[Pinguim|pinguins]] são capazes de mergulhar até 300 metros de profundidade.<ref>{{Citar periódico |último=Sato |primeiro=Katsufumi |data=1 de maio de 2002 |título=Buoyancy and maximal diving depth in penguins: do they control inhaling air volume? |jornal=Journal of Experimental Biology |volume=205 |número=9 |páginas=1189–1197 |pmid=11948196 |url=http://jeb.biologists.org/cgi/content/full/205/9/1189 |coautor=Y Naito, A Kato, Y Niizuma, Y Watanuki, JB Charrassin, CA Bost, Y Handrich, Y Le Maho}}</ref>


Muitas espécies de aves estabeleceram o seu território nas regiões em que foram [[Espécie introduzida|introduzidas]] pelo ser humano. A introdução de algumas espécies foi deliberada, como por exemplo o [[faisão-comum]], que foi introduzido em todo o mundo como ave de caça.<ref>{{Citar livro| último=Hill | primeiro=David | autor2=Peter Robertson | ano=1988 | título=The Pheasant: Ecology, Management, and Conservation | local=Oxford | editora=BSP Professional |isbn=0-632-02011-3| páginas=}}</ref> Outras introduções foram acidentais, como o [[periquito-monge]] que atualmente está presente em várias cidades norte-americanas como consequência de fugas de cativeiro.<ref>{{Citar web| último=Spreyer | primeiro=Mark F.| coautor=Enrique H. Bucher| ano=1998| título=Monk Parakeet (Myiopsitta monachus)|publicado=The Birds of North America| editora=Cornell Lab of Ornithology|url=http://bna.birds.cornell.edu/bna/species/322 |doi=10.2173/bna.322 | acessodata=2015-12-13}}</ref> Algumas espécies, como a [[garça-boieira]],<ref>{{Citar periódico| último=Arendt | primeiro=Wayne J. | data=1 de janeiro de 1988| título=Range Expansion of the Cattle Egret, (''Bubulcus ibis'') in the Greater Caribbean Basin | jornal=Colonial Waterbirds |volume=11 | número=2 | páginas=252–62 |doi=10.2307/1521007 |jstor=1521007}}</ref> o [[gavião-carrapateiro]]<ref>{{Citar livro| último=Bierregaard | primeiro=R.O. | ano=1994 | capítulo=Yellow-headed Caracara |editor=Josep del Hoyo, Andrew Elliott and Jordi Sargatal (eds.) | título=[[:en:Handbook of the Birds of the World|Handbook of the Birds of the World]]. Volume 2; New World Vultures to Guineafowl | local=Barcelona | editora=Lynx Edicions |isbn=84-87334-15-6| páginas=}}</ref> e a [[Galah|cacatua-galah]]<ref>{{Citar livro| último=Juniper | primeiro=Tony | autor2=Mike Parr | ano=1998 | título=Parrots: A Guide to the Parrots of the World | local=London | editora=[[Helm Identification Guides|Christopher Helm]] |isbn=0-7136-6933-0| páginas=}}</ref> expandiram-se muito para além do seu território inicial de forma natural, à medida que a [[agricultura]] foi criando novos habitats.
Muitas espécies de aves estabeleceram o seu território nas regiões em que foram [[Espécie introduzida|introduzidas]] pelo ser humano. A introdução de algumas espécies foi deliberada, como por exemplo o [[faisão-comum]], que foi introduzido em todo o mundo como ave de caça.<ref>{{Citar livro| último=Hill | primeiro=David | autor2=Peter Robertson | ano=1988 | título=The Pheasant: Ecology, Management, and Conservation | local=Oxford | editora=BSP Professional |isbn=0-632-02011-3| páginas=}}</ref> Outras introduções foram acidentais, como o [[periquito-monge]] que atualmente está presente em várias cidades norte-americanas como consequência de fugas de cativeiro.<ref>{{Citar web| último=Spreyer | primeiro=Mark F.| coautor=Enrique H. Bucher| ano=1998| título=Monk Parakeet (Myiopsitta monachus), The Birds of North America| editora=Cornell Lab of Ornithology|url=http://bna.birds.cornell.edu/bna/species/322 |doi=10.2173/bna.322 | acessodata=2015-12-13}}</ref> Algumas espécies, como a [[garça-boieira]],<ref>{{Citar periódico| último=Arendt | primeiro=Wayne J. | data=1 de janeiro de 1988| título=Range Expansion of the Cattle Egret, (''Bubulcus ibis'') in the Greater Caribbean Basin | jornal=Colonial Waterbirds |volume=11 | número=2 | páginas=252–62 |doi=10.2307/1521007 |jstor=1521007}}</ref> o [[gavião-carrapateiro]]<ref>{{Citar livro| último=Bierregaard | primeiro=R.O. | ano=1994 | capítulo=Yellow-headed Caracara |editor=Josep del Hoyo, Andrew Elliott and Jordi Sargatal (eds.) | título=[[:en:Handbook of the Birds of the World|Handbook of the Birds of the World]]. Volume 2; New World Vultures to Guineafowl | local=Barcelona | editora=Lynx Edicions |isbn=84-87334-15-6| páginas=}}</ref> e a [[Galah|cacatua-galah]]<ref>{{Citar livro| último=Juniper | primeiro=Tony | autor2=Mike Parr | ano=1998 | título=Parrots: A Guide to the Parrots of the World | local=London | editora=[[:en:Helm Identification Guides|Christopher Helm]] |isbn=0-7136-6933-0| páginas=}}</ref> expandiram-se muito para além do seu território inicial de forma natural, à medida que a [[agricultura]] foi criando novos habitats.


==Anatomia e fisiologia==
==Anatomia e fisiologia==
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===Sistemas excretor e digestivo===
===Sistemas excretor e digestivo===


Tal como os [[répteis]], as aves são seres [[Excreção de nitrogênio|uricotélicos]]; isto é, os seus [[Rim|rins]] filtram os resíduos [[Nitrogénio|nitrogenados]] da corrente sanguínea e excretam-no na forma de [[ácido úrico]] (em vez de [[ureia]] ou [[amoníaco]]) ao longo dos [[uréter]]es até ao intestino. As aves não têm [[bexiga]] nem [[uretra]] exterior, pelo que (à exceção das avestruzes) o ácido úrico é expelido em conjunto com as fezes em dejetos semi-sólidos.<ref>{{Citar web| último=Ehrlich | primeiro=Paul R. | autor2=David S. Dobkin| autor3=Darryl Wheye | título=Drinking |url=http://www.stanford.edu/group/stanfordbirds/text/essays/Drinking.html | ano=1988 |work=Birds of Stanford | editora=Stanford University | acessodata=13 de dezembro de 2007}}</ref><ref>{{Citar periódico| último=Tsahar | primeiro=Ella | título=Can birds be ammonotelic? Nitrogen balance and excretion in two frugivores | jornal=Journal of Experimental Biology |volume=208 | número=6 | páginas=1025–34 | ano=2005 |pmid=15767304 |doi=10.1242/jeb.01495 | último2=Martínez Del Rio | primeiro2=C | último3=Izhaki | primeiro3=I | último4=Arad | primeiro4=Z }}</ref><ref name=coprodeum>{{Citar periódico | doi= 10.1016/S1095-6433(03)00006-0 | último= Skadhauge | primeiro= E | último2= Erlwanger | primeiro2= KH | último3= Ruziwa | primeiro3= SD | último4= Dantzer | primeiro4= V | último5= Elbrønd | primeiro5= VS | último6= Chamunorwa | primeiro6= JP | título= Does the ostrich (''Struthio camelus'') coprodeum have the electrophysiological properties and microstructure of other birds? | jornal= Comparative biochemistry and physiology. Part A, Molecular & integrative physiology | volume= 134 | número= 4 | páginas= 749–755 | ano= 2003 | pmid = 12814783 }}</ref> No entanto, algumas aves, como o colibri, podem ser [[amoniotélicos]], excretando a maior parte dos resíduos nitrogenados na forma de [[amoníaco]].<ref>{{Citar periódico| último=Preest | primeiro=Marion R. | data=Abril 1997 | título=Ammonia excretion by hummingbirds | jornal=Nature |volume=386 | número= 6625| páginas=561–62 |doi=10.1038/386561a0 | último2=Beuchat | primeiro2=Carol A.}}</ref> Também excretam [[creatina]], em vez de [[creatinina]] como os [[mamífero]]s.<ref name = "Gill"/> Este material é expulso através da [[cloaca]], em conjunto com os dejetos intestinais.<ref>{{Citar periódico| último=Mora | primeiro=J. | ano=1965 | título=The regulation of urea-biosynthesis enzymes in vertebrates | jornal=[[Biochemical Journal]] |volume=96 | páginas=28–35 | url = http://www.biochemj.org/content/96/1/28.full-text.pdf |pmid=14343146 | último2=Martuscelli | primeiro2=J | último3=Ortiz Pineda | primeiro3=J | último4=Soberon | primeiro4=G |pmc=1206904| número=1}}</ref><ref>{{Citar periódico| último=Packard | primeiro=Gary C.| ano=1966 | título=The Influence of Ambient Temperature and Aridity on Modes of Reproduction and Excretion of Amniote Vertebrates | jornal=[[The American Naturalist]] |volume=100 | número=916 | páginas=667–82 |doi=10.1086/282459 |jstor=2459303}}</ref> A cloaca é um orifício com diversas finalidades. Não só é por aí que são expulsos os dejetos, como maior parte das aves acasalam juntando as cloacas e é também por aí que as fêmeas depositam os ovos. Muitas aves também regurgitam [[Plumada|egregófitos]].<ref>{{Citar periódico| último=Balgooyen | primeiro=Thomas G. | data=1 de outubro de 1971| título=Pellet Regurgitation by Captive Sparrow Hawks (''Falco sparverius'') | jornal=[[:en:Condor (journal)|Condor]] |volume=73 | número=3 | páginas=382–85 |doi=10.2307/1365774 |url=http://sora.unm.edu/sites/default/files/journals/condor/v073n03/p0382-p0385.pdf | arquivourl=http://www.webcitation.org/6GqJOLg1c | arquivodata=2013-05-24| formato=PDF |jstor=1365774 }}</ref> Os machos dos [[Palaeognathae]] (à exceção dos [[Apteryx|quivis]]), dos [[Anseriformes]] (à exceção dos [[Anhimidae]]) e, de forma rudimentar, dos [[Galliformes]] (mas totalmente desenvolvido nos [[Cracidae]]) possuem um [[pénis]], o qual não se observa nas [[Neoaves]].<ref>{{Citar web| último=Yong | primeiro=Ed |url=http://phenomena.nationalgeographic.com/2013/06/06/how-chickens-lost-their-penises-ducks-kept-theirs/ | título=Phenomena: Not Exactly Rocket Science How Chickens Lost Their Penises (And Ducks Kept Theirs) | editora=Phenomena.nationalgeographic.com | acessodata=3 de outubro de 2013}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://bcs.whfreeman.com/gill/bcs-pages/body-right_10.asp?s=10000&n=00010&i=99010.06&v=chapter&o=%7C13000%7C00010%7C&ns=undefined | título=Ornithology, 3rd Edition - Waterfowl: Order Anseriformes | acessodata=3 de outubro de 2013}}</ref> Pensa-se que o comprimento esteja relacionado com a [[competição espermática]].<ref>{{Citar periódico| jornal= The Auk |volume=117| número=3| páginas=820–825| ano= 2000| título=The 20-cm Spiny Penis of the Argentine Lake Duck (Oxyura vittata)| autor=McCracken, KG|url=http://sora.unm.edu/sites/default/files/journals/auk/v117n03/p00820-p00825.pdf| arquivourl=http://www.webcitation.org/6GqJOOgAu| arquivodata=2013-05-24|doi= 10.1642/0004-8038(2000)117[0820:TCSPOT]2.0.CO;2}}</ref> Fora do momento da cópula, encontra-se oculto no interior do [[proctodeu]], um compartimento no interior da cloaca. O [[sistema digestivo]] das aves é constituído por um [[papo]], onde é armazenado o conteúdo digestivo, e uma [[moela]] que contém pedras, que as aves engolem para moer os alimentos como forma de compensar a falta de dentes.<ref>{{Citar periódico| último=Gionfriddo | primeiro=James P. | data=1 Fevereiro de 1995| título=Grit Use by House Sparrows: Effects of Diet and Grit Size | jornal=Condor |volume=97 | número=1 | páginas=57–67 |doi=10.2307/1368983 |url=http://sora.unm.edu/sites/default/files/journals/condor/v097n01/p0057-p0067.pdf| formato=PDF}}</ref> A maior parte das aves apresenta uma digestão bastante rápida, de modo a não interferir com o voo.<ref name = "Attenborough">{{Citar livro| último=Attenborough | primeiro=David | autorlink=David Attenborough | ano=1998 | título=[[The Life of Birds]] | local=Princeton | editora=Princeton University Press |isbn=0-691-01633-X| páginas=}}</ref> Algumas aves migratórias adaptaram-se de modo a usar [[proteína]]s de várias partes do corpo como fonte de energia adicional durante a migração.<ref name = "Battley">{{Citar periódico |último=Battley |primeiro=Phil F. |data=Janeiro de 2000 |título=Empirical evidence for differential organ reductions during trans-oceanic bird flight |jornal=Proceedings of the Royal Society B |volume=267 |número=1439 |páginas=191–5 |doi=10.1098/rspb.2000.0986 |pmid=10687826 |coautor=Piersma,T; Dietz, MW; Tang, S; Dekinga, A; Hulsman, K |pmc=1690512}}</ref>
Tal como os [[répteis]], as aves são seres [[Excreção de nitrogênio|uricotélicos]]; isto é, os seus [[Rim|rins]] filtram os resíduos [[Nitrogénio|nitrogenados]] da corrente sanguínea e excretam-no na forma de [[ácido úrico]] (em vez de [[ureia]] ou [[amoníaco]]) ao longo dos [[uréter]]es até ao intestino. As aves não têm [[bexiga]] nem [[uretra]] exterior, pelo que (à exceção das avestruzes) o ácido úrico é expelido em conjunto com as fezes em dejetos semi-sólidos.<ref>{{Citar web| último=Ehrlich | primeiro=Paul R. | autor2=David S. Dobkin| autor3=Darryl Wheye | título=Drinking |url=http://www.stanford.edu/group/stanfordbirds/text/essays/Drinking.html | ano=1988 |work=Birds of Stanford | editora=Stanford University | acessodata=13 de dezembro de 2007}}</ref><ref>{{Citar periódico| último=Tsahar | primeiro=Ella | título=Can birds be ammonotelic? Nitrogen balance and excretion in two frugivores | jornal=Journal of Experimental Biology |volume=208 | número=6 | páginas=1025–34 | ano=2005 |pmid=15767304 |doi=10.1242/jeb.01495 | último2=Martínez Del Rio | primeiro2=C | último3=Izhaki | primeiro3=I | último4=Arad | primeiro4=Z }}</ref><ref name=coprodeum>{{Citar periódico | doi= 10.1016/S1095-6433(03)00006-0 | último= Skadhauge | primeiro= E | último2= Erlwanger | primeiro2= KH | último3= Ruziwa | primeiro3= SD | último4= Dantzer | primeiro4= V | último5= Elbrønd | primeiro5= VS | último6= Chamunorwa | primeiro6= JP | título= Does the ostrich (''Struthio camelus'') coprodeum have the electrophysiological properties and microstructure of other birds? | jornal= Comparative biochemistry and physiology. Part A, Molecular & integrative physiology | volume= 134 | número= 4 | páginas= 749–755 | ano= 2003 | pmid = 12814783 }}</ref> No entanto, algumas aves, como o colibri, podem ser [[amoniotélicos]], excretando a maior parte dos resíduos nitrogenados na forma de [[amoníaco]].<ref>{{Citar periódico| último=Preest | primeiro=Marion R. | data=Abril 1997 | título=Ammonia excretion by hummingbirds | jornal=Nature |volume=386 | número= 6625| páginas=561–62 |doi=10.1038/386561a0 | último2=Beuchat | primeiro2=Carol A.}}</ref> Também excretam [[creatina]], em vez de [[creatinina]] como os [[mamífero]]s.<ref name = "Gill"/> Este material é expulso através da [[cloaca]], em conjunto com os dejetos intestinais.<ref>{{Citar periódico| último=Mora | primeiro=J. | ano=1965 | título=The regulation of urea-biosynthesis enzymes in vertebrates | jornal=[[:en:Biochemical Journal]] |volume=96 | páginas=28–35 | url = http://www.biochemj.org/content/96/1/28.full-text.pdf |pmid=14343146 | último2=Martuscelli | primeiro2=J | último3=Ortiz Pineda | primeiro3=J | último4=Soberon | primeiro4=G |pmc=1206904| número=1}}</ref><ref>{{Citar periódico| último=Packard | primeiro=Gary C.| ano=1966 | título=The Influence of Ambient Temperature and Aridity on Modes of Reproduction and Excretion of Amniote Vertebrates | jornal=[[The American Naturalist]] |volume=100 | número=916 | páginas=667–82 |doi=10.1086/282459 |jstor=2459303}}</ref> A cloaca é um orifício com diversas finalidades. Não só é por aí que são expulsos os dejetos, como maior parte das aves acasalam juntando as cloacas e é também por aí que as fêmeas depositam os ovos. Muitas aves também regurgitam [[Plumada|egregófitos]].<ref>{{Citar periódico| último=Balgooyen | primeiro=Thomas G. | data=1 de outubro de 1971| título=Pellet Regurgitation by Captive Sparrow Hawks (''Falco sparverius'') | jornal=[[:en:Condor (journal)|Condor]] |volume=73 | número=3 | páginas=382–85 |doi=10.2307/1365774 |url=http://sora.unm.edu/sites/default/files/journals/condor/v073n03/p0382-p0385.pdf | arquivourl=http://www.webcitation.org/6GqJOLg1c | arquivodata=2013-05-24| formato=PDF |jstor=1365774 }}</ref> Os machos dos [[Palaeognathae]] (à exceção dos [[Apteryx|quivis]]), dos [[Anseriformes]] (à exceção dos [[Anhimidae]]) e, de forma rudimentar, dos [[Galliformes]] (mas totalmente desenvolvido nos [[Cracidae]]) possuem um [[pénis]], o qual não se observa nas [[Neoaves]].<ref>{{Citar web| último=Yong | primeiro=Ed |url=http://phenomena.nationalgeographic.com/2013/06/06/how-chickens-lost-their-penises-ducks-kept-theirs/ | título=Phenomena: Not Exactly Rocket Science How Chickens Lost Their Penises (And Ducks Kept Theirs) | editora=Phenomena.nationalgeographic.com | acessodata=3 de outubro de 2013}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://bcs.whfreeman.com/gill/bcs-pages/body-right_10.asp?s=10000&n=00010&i=99010.06&v=chapter&o=%7C13000%7C00010%7C&ns=undefined | título=Ornithology, 3rd Edition - Waterfowl: Order Anseriformes | acessodata=3 de outubro de 2013}}</ref> Pensa-se que o comprimento esteja relacionado com a [[competição espermática]].<ref>{{Citar periódico| jornal= The Auk |volume=117| número=3| páginas=820–825| ano= 2000| título=The 20-cm Spiny Penis of the Argentine Lake Duck (Oxyura vittata)| autor=McCracken, KG|url=http://sora.unm.edu/sites/default/files/journals/auk/v117n03/p00820-p00825.pdf| arquivourl=http://www.webcitation.org/6GqJOOgAu| arquivodata=2013-05-24|doi= 10.1642/0004-8038(2000)117[0820:TCSPOT]2.0.CO;2}}</ref> Fora do momento da cópula, encontra-se oculto no interior do [[proctodeu]], um compartimento no interior da cloaca. O [[sistema digestivo]] das aves é constituído por um [[papo]], onde é armazenado o conteúdo digestivo, e uma [[moela]] que contém pedras, que as aves engolem para moer os alimentos como forma de compensar a falta de dentes.<ref>{{Citar periódico| último=Gionfriddo | primeiro=James P. | data=1 Fevereiro de 1995| título=Grit Use by House Sparrows: Effects of Diet and Grit Size | jornal=Condor |volume=97 | número=1 | páginas=57–67 |doi=10.2307/1368983 |url=http://sora.unm.edu/sites/default/files/journals/condor/v097n01/p0057-p0067.pdf| formato=PDF}}</ref> A maior parte das aves apresenta uma digestão bastante rápida, de modo a não interferir com o voo.<ref name = "Attenborough">{{Citar livro| último=Attenborough | primeiro=David | autorlink=David Attenborough | ano=1998 | título=[[The Life of Birds]] | local=Princeton | editora=Princeton University Press |isbn=0-691-01633-X| páginas=}}</ref> Algumas aves migratórias adaptaram-se de modo a usar [[proteína]]s de várias partes do corpo como fonte de energia adicional durante a migração.<ref name = "Battley">{{Citar periódico |último=Battley |primeiro=Phil F. |data=Janeiro de 2000 |título=Empirical evidence for differential organ reductions during trans-oceanic bird flight |jornal=Proceedings of the Royal Society B |volume=267 |número=1439 |páginas=191–5 |doi=10.1098/rspb.2000.0986 |pmid=10687826 |coautor=Piersma,T; Dietz, MW; Tang, S; Dekinga, A; Hulsman, K |pmc=1690512}}</ref>


===Sistema respiratório===
===Sistema respiratório===
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{{VT|Vocalização das aves}}
{{VT|Vocalização das aves}}
[[File:Stavenn Eurypiga helias 00.jpg|thumb|A plumagem do [[Eurypyga helias|pavão-do-pará]] imita um grande predador.]]
[[File:Stavenn Eurypiga helias 00.jpg|thumb|A plumagem do [[Eurypyga helias|pavão-do-pará]] imita um grande predador.]]
{{Escute|arquivo=Troglodytes aedon - House Wren - XC79974.ogg| título=Canto da curruíra |descrição=<small>A [[curruíra]] é um pássaro comum na América do Norte</small>|posição=direita}}

As aves [[Comunicação animal|comunicam]] principalmente através de sinais visuais e auditivos. Muitas espécies usam a plumagem para procurar ou reafirmar o estauto social,<ref>{{Citar periódico| último=Möller | primeiro=Anders Pape | ano=1988 | título=Badge size in the house sparrow ''Passer domesticus''| jornal=[[:en:Behavioral Ecology and Sociobiology|Behavioral Ecology and Sociobiology]] |volume=22 | número=5 | páginas=373–78|doi=10.1007/BF00295107}}</ref> para mostrar que se encontram na época de acasalamento ou para enviar sinais intimidatórios, como a imitação por parte do [[Eurypyga helias|pavão-do-pará]] de um grande predador, que é capaz de afugentar falcões e proteger as crias.<ref>{{Citar periódico| último=Thomas | primeiro=Betsy Trent | data=1 de agosto de 1990| título=Nesting Behavior of Sunbitterns (''Eurypyga helias'') in Venezuela | jornal=The Condor |volume=92 | número=3 | páginas=576–81 |doi=10.2307/1368675 |url=http://sora.unm.edu/sites/default/files/journals/condor/v092n03/p0576-p0581.pdf | arquivourl=http://www.webcitation.org/6GqJOfkKk | arquivodata=2013-05-24| formato=PDF | autor2=Strahl}}</ref> As variações na plumagem também permitem identificar as aves e diferenciar espécies. Os rituais de exibição fazem também parte da comunicação visual entre as aves, podendo ser usados para demonstrar agressão, submissão ou como forma de criar laços entre indivíduos.<ref name = "Gill"/> Os rituais mais sofisticados ocorrem durante o [[cortejo sexual]] e são acompanhados por danças de movimentos complexos.<ref>{{Citar periódico| último=Pickering | primeiro=S. P. C. | ano=2001 | título=Courtship behaviour of the Wandering Albatross ''Diomedea exulans'' at Bird Island, South Georgia | jornal=Marine Ornithology |volume=29 | número=1 | páginas=29–37 |url=http://www.marineornithology.org/PDF/29_1/29_1_6.pdf| formato=PDF}}</ref> O êxito do macho em acasalar pode depender da qualidade destes rituais.<ref>{{Citar periódico| último=Pruett-Jones | primeiro=S. G. | data=1 de maio de 1990| título=Sexual Selection Through Female Choice in Lawes' Parotia, A Lek-Mating Bird of Paradise | jornal=[[:en:Evolution (journal)|Evolution]] |volume=44 | número=3 | páginas=486–501 |doi=10.2307/2409431 | coautor=Pruett-Jones}}</ref>
As aves [[Comunicação animal|comunicam]] principalmente através de sinais visuais e auditivos. Muitas espécies usam a plumagem para procurar ou reafirmar o estauto social,<ref>{{Citar periódico| último=Möller | primeiro=Anders Pape | ano=1988 | título=Badge size in the house sparrow ''Passer domesticus''| jornal=[[:en:Behavioral Ecology and Sociobiology|Behavioral Ecology and Sociobiology]] |volume=22 | número=5 | páginas=373–78|doi=10.1007/BF00295107}}</ref> para mostrar que se encontram na época de acasalamento ou para enviar sinais intimidatórios, como a imitação por parte do [[Eurypyga helias|pavão-do-pará]] de um grande predador, que é capaz de afugentar falcões e proteger as crias.<ref>{{Citar periódico| último=Thomas | primeiro=Betsy Trent | data=1 de agosto de 1990| título=Nesting Behavior of Sunbitterns (''Eurypyga helias'') in Venezuela | jornal=The Condor |volume=92 | número=3 | páginas=576–81 |doi=10.2307/1368675 |url=http://sora.unm.edu/sites/default/files/journals/condor/v092n03/p0576-p0581.pdf | arquivourl=http://www.webcitation.org/6GqJOfkKk | arquivodata=2013-05-24| formato=PDF | autor2=Strahl}}</ref> As variações na plumagem também permitem identificar as aves e diferenciar espécies. Os rituais de exibição fazem também parte da comunicação visual entre as aves, podendo ser usados para demonstrar agressão, submissão ou como forma de criar laços entre indivíduos.<ref name = "Gill"/> Os rituais mais sofisticados ocorrem durante o [[cortejo sexual]] e são acompanhados por danças de movimentos complexos.<ref>{{Citar periódico| último=Pickering | primeiro=S. P. C. | ano=2001 | título=Courtship behaviour of the Wandering Albatross ''Diomedea exulans'' at Bird Island, South Georgia | jornal=Marine Ornithology |volume=29 | número=1 | páginas=29–37 |url=http://www.marineornithology.org/PDF/29_1/29_1_6.pdf| formato=PDF}}</ref> O êxito do macho em acasalar pode depender da qualidade destes rituais.<ref>{{Citar periódico| último=Pruett-Jones | primeiro=S. G. | data=1 de maio de 1990| título=Sexual Selection Through Female Choice in Lawes' Parotia, A Lek-Mating Bird of Paradise | jornal=[[:en:Evolution (journal)|Evolution]] |volume=44 | número=3 | páginas=486–501 |doi=10.2307/2409431 | coautor=Pruett-Jones}}</ref>


Os [[Vocalização das aves|cantos e chamamentos]] são o principal meio de comunicação sonoro das aves e podem ser bastante complexos. Os sons são produzidos na [[siringe]]. Algumas espécies conseguem usar os dois lados da siringe de forma indepedente, o que lhes permite produzir dois sons diferentes em simultâneo.<ref name = "Suthers"/> Os chamamentos são usados para as mais diversas finalidades, entre as quais a atração do macho,<ref name = "Gill"/> avaliação de potenciais parceiros,<ref>{{Citar periódico|doi=10.1080/08927014.1994.9522988 | último=Genevois | primeiro=F. | ano=1994| último2=Bretagnolle| primeiro2=V. | título=Male Blue Petrels reveal their body mass when calling | jornal=Ethology Ecology and Evolution |volume=6 | número=3 | páginas=377–83 |url=http://ejour-fup.unifi.it/index.php/eee/article/view/667/613}}</ref> criação de laços afetivos, reivindicação e manutenção territorial,<ref name = "Gill"/> identificação de outros indivíduos (como quando os progenitores procuram as crias nas colónias ou quando os parceiros se reúnem no início da época de reprodução),<ref>{{Citar periódico| último=Jouventin | primeiro=Pierre | data=Junho de 1999 | título=Finding a parent in a king penguin colony: the acoustic system of individual recognition | jornal=Animal Behaviour |volume=57 | número=6 | páginas=1175–83 |doi=10.1006/anbe.1999.1086 |pmid=10373249 | coautor=Aubin, T; Lengagne, T}}</ref> e aviso às outras aves de potenciais predadores, por vezes com informação específica sobre a natureza da ameaça.<ref>{{Citar periódico| último=Templeton | primeiro=Christopher N. | ano=2005 | título=Allometry of Alarm Calls: Black-Capped Chickadees Encode Information About Predator Size | jornal=Science |volume=308 | número=5730 | páginas=1934–37 |doi=10.1126/science.1108841 |pmid=15976305 | coautor=Greene, E; Davis, K}}</ref> Algumas espécies também usam sons mecânicos para comunciar. As narcejas neo-zelandesas produzem sons fazendo o ar circular por entre as penas,<ref name = "Miskelly">{{Citar periódico| último=Miskelly | primeiro=C. M. | data=Julho de 1987 | título=The identity of the hakawai | jornal=Notornis |volume=34 | número=2 | páginas=95–116}}</ref> os pica-paus tamboreiam de forma territorial,<ref name = "Attenborough"/> e as [[Probosciger aterrimus|cacatuas-das-palmeiras]] usam instrumentos de percussão.<ref>{{Citar periódico| último=Murphy | primeiro=Stephen | ano=2003 | título=The breeding biology of palm cockatoos (''Probosciger aterrimus''): a case of a slow life history | jornal=[[:en:Journal of Zoology|Journal of Zoology]] |volume=261 | número=4 | páginas=327–39 |doi=10.1017/S0952836903004175 | coautor=Legge, Sarah; Heinsohn, Robert}}</ref>
{{Escute|arquivo=Troglodytes aedon - House Wren - XC79974.ogg| título=Bird song|descrição=Canto da [[curruíra]], um pássaro comum na América do Norte.]]

Os [[Vocalização das aves|cantos e chamamentos]] são o principal meio de comunicação sonoro das aves e podem ser bastante complexos. Os sons são produzidos na [[siringe]]. Algumas espécies conseguem usar os dois lados da siringe de forma indepedente, o que lhes permite produzir dois sons diferentes em simultâneo.<ref name = "Suthers"/> Os chamamentos são usados para as mais diversas finalidades, entre as quais a atração do macho,<ref name = "Gill"/> avaliação de potenciais parceiros,<ref>{{Citar periódico|doi=10.1080/08927014.1994.9522988 | último=Genevois | primeiro=F. | ano=1994| último2=Bretagnolle| primeiro2=V. | título=Male Blue Petrels reveal their body mass when calling | jornal=Ethology Ecology and Evolution |volume=6 | número=3 | páginas=377–83 |url=http://ejour-fup.unifi.it/index.php/eee/article/view/667/613}}</ref> criação de laços afetivos, reivindicação e manutenção territorial,<ref name = "Gill"/> identificação de outros indivíduos (como quando os progenitores procuram as crias nas colónias ou quando os parceiros se reúnem no início da época de reprodução),<ref>{{Citar periódico| último=Jouventin | primeiro=Pierre | data=Junho de 1999 | título=Finding a parent in a king penguin colony: the acoustic system of individual recognition | jornal=Animal Behaviour |volume=57 | número=6 | páginas=1175–83 |doi=10.1006/anbe.1999.1086 |pmid=10373249 | coautor=Aubin, T; Lengagne, T}}</ref> e aviso às outras aves de potenciais predadores, por vezes com informação específica sobre a natureza da ameaça.<ref>{{Citar periódico| último=Templeton | primeiro=Christopher N. | ano=2005 | título=Allometry of Alarm Calls: Black-Capped Chickadees Encode Information About Predator Size | jornal=Science |volume=308 | número=5730 | páginas=1934–37 |doi=10.1126/science.1108841 |pmid=15976305 | coautor=Greene, E; Davis, K}}</ref> Algumas espécies também usam sons mecânicos para comunciar. As narcejas neo-zelandesas produzem sons fazendo o ar circular por entre as penas,<ref name = "Miskelly">{{Citar periódico| último=Miskelly | primeiro=C. M. | data=Julho de 1987 | título=The identity of the hakawai | jornal=Notornis |volume=34 | número=2 | páginas=95–116}}</ref> os pica-paus tamboreiam de forma territorial,<ref name = "Attenborough"/> e as [[Probosciger aterrimus|cacatuas-das-palmeiras]] usam instrumentos de percussão.<ref>{{Citar periódico| último=Murphy | primeiro=Stephen | ano=2003 | título=The breeding biology of palm cockatoos (''Probosciger aterrimus''): a case of a slow life history | jornal=[[Journal of Zoology]] |volume=261 | número=4 | páginas=327–39 |doi=10.1017/S0952836903004175 | coautor=Legge, Sarah; Heinsohn, Robert}}</ref>


===Comportamento de grupo===
===Comportamento de grupo===
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[[File:Ficedula hypoleuca-chicks2.jpg|thumb|Crias [[Altricial|altriciais]] de [[Ficedula hypoleuca|papa-moscas-preto]].]]
[[File:Ficedula hypoleuca-chicks2.jpg|thumb|Crias [[Altricial|altriciais]] de [[Ficedula hypoleuca|papa-moscas-preto]].]]
[[File:Calliope-nest edit.jpg|thumb|Fêmea de [[Selasphorus calliope|colibri calíope]] a alimentar as crias, já plenamente desenvolvidas.]]
[[File:Calliope-nest edit.jpg|thumb|Fêmea de [[Selasphorus calliope|colibri calíope]] a alimentar as crias, já plenamente desenvolvidas.]]



No momento da [[eclosão]] dos ovos, dependendo da espécie, as crias apresentam vários estádios de desenvolvimento, desde completamente indefesas até perfeitamente independentes. As crias indefesas são denominadas [[Altricial|altriciais]] e tendem a nascer pequenas, [[Cegueira|cegas]], imóveis e ainda sem penas. As crias que nascem já com autonomia, mobilidade e penas são denominadas [[Precocial|precociais]]. As crias altriciais necessitam de ajuda para regular a temperatura do corpo e são cuidadas durante mais tempo do que as precociais.<!-- fonte -->
No momento da [[eclosão]] dos ovos, dependendo da espécie, as crias apresentam vários estádios de desenvolvimento, desde completamente indefesas até perfeitamente independentes. As crias indefesas são denominadas [[Altricial|altriciais]] e tendem a nascer pequenas, [[Cegueira|cegas]], imóveis e ainda sem penas. As crias que nascem já com autonomia, mobilidade e penas são denominadas [[Precocial|precociais]]. As crias altriciais necessitam de ajuda para regular a temperatura do corpo e são cuidadas durante mais tempo do que as precociais.<!-- fonte -->
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[[File:Reed warbler cuckoo.jpg|thumb|Uma [[Acrocephalus (ave)|felosa]] a criar um [[Cuco-canoro|cuco]], uma espécie [[parasita de ninhada]].]]
[[File:Reed warbler cuckoo.jpg|thumb|Uma [[Acrocephalus (ave)|felosa]] a criar um [[Cuco-canoro|cuco]], uma espécie [[parasita de ninhada]].]]
O [[parasitismo de ninhada]], ou nidoparasitismo, descreve o comportamento de algumas espécies que põem os ovos nas ninhadas de outras espécies. Este comportamento é mais comum entre aves em comparação com outros animais.<ref name = "brood">{{Citar livro |último=Davies |primeiro=N |ano=2000 |título=Cuckoos, Cowbirds and other Cheats |editora=T. & A. D. Poyser |locla=Londres |isbn=0-85661-135-2}}</ref> Após a ave parasita ter posto os ovos no ninho de outra ave, esses ovos são muitas vezes aceites e cuidados pelo hospedeiro e com prejuízo para a sua própria ninhada. Os nidoparasitas dividem-se entre os que o fazem por necessidade, uma vez que são incapazes de criar as suas próprias crias, e os ocasionais, que apesar de serem capazes de criar a prole põem ovos em ninhos de espécies [[Coespecífico|coespecíficas]] para aumentar a sua capacidade reprodutora.<ref>{{Citar periódico | doi = 10.1093/beheco/8.2.153 | último = Sorenson | primeiro = M | ano = 1997 | título = Effects of intra- and interspecific brood parasitism on a precocial host, the canvasback, ''Aythya valisineria'' | url = http://beheco.oxfordjournals.org/cgi/reprint/8/2/153.pdf | jornal = Behavioral Ecology | volume = 8 | número = 2| páginas = 153–61 }}</ref> Entre os parasitas ocasionais estão mais de cem espécies de aves, incluindo espécies das famílias ''[[Indicatoridae]]'', ''[[Icteridae]]'' e o [[Heteronetta atricapilla|pato-de-cabeça-preta]], embora o exemplo mais conhecido sejam os [[Cuculidae|cucos]].<ref name = "brood"/> Algumas crias de nidoparasitas eclodem antes das crias dos hospedeiros, o que lhes permite destruir os ovos, empurrando-os para fora do ninho ou matando as crias. Isto assegura que toda a comida levada para o ninho servirá para alimentar as crias dos nidoparasitas.<ref>{{Citar periódico| último=Spottiswoode| primeiro=C. N.| último2=Colebrook-Robjent| primeiro2=J. F.R.| título=Egg puncturing by the brood parasitic Greater Honeyguide and potential host counteradaptations| jornal=Behavioral Ecology| volume=18| páginas=792–799| ano=2007| doi=10.1093/beheco/arm025| número=4}}</ref>
O [[parasitismo de ninhada]], ou nidoparasitismo, descreve o comportamento de algumas espécies que põem os ovos nas ninhadas de outras espécies. Este comportamento é mais comum entre aves em comparação com outros animais.<ref name = "brood">{{Citar livro |último=Davies |primeiro=N |ano=2000 |título=Cuckoos, Cowbirds and other Cheats |editora=T. & A. D. Poyser |locla=Londres |isbn=0-85661-135-2}}</ref> Após a ave parasita ter posto os ovos no ninho de outra ave, esses ovos são muitas vezes aceites e cuidados pelo hospedeiro e com prejuízo para a sua própria ninhada. Os nidoparasitas dividem-se entre os que o fazem por necessidade, uma vez que são incapazes de criar as suas próprias crias, e os ocasionais, que apesar de serem capazes de criar a prole põem ovos em ninhos de espécies [[Coespecífico|coespecíficas]] para aumentar a sua capacidade reprodutora.<ref>{{Citar periódico | doi = 10.1093/beheco/8.2.153 | último = Sorenson | primeiro = M | ano = 1997 | título = Effects of intra- and interspecific brood parasitism on a precocial host, the canvasback, ''Aythya valisineria'' | url = http://beheco.oxfordjournals.org/cgi/reprint/8/2/153.pdf | jornal = Behavioral Ecology | volume = 8 | número = 2| páginas = 153–61 }}</ref> Entre os parasitas ocasionais estão mais de cem espécies de aves, incluindo espécies das famílias ''[[Indicatoridae]]'', ''[[Icteridae]]'' e o [[Heteronetta atricapilla|pato-de-cabeça-preta]], embora o exemplo mais conhecido sejam os [[Cuculidae|cucos]].<ref name = "brood"/> Algumas crias de nidoparasitas eclodem antes das crias dos hospedeiros, o que lhes permite destruir os ovos, empurrando-os para fora do ninho ou matando as crias. Isto assegura que toda a comida levada para o ninho servirá para alimentar as crias dos nidoparasitas.<ref>{{Citar periódico| último=Spottiswoode| primeiro=C. N.| último2=Colebrook-Robjent| primeiro2=J. F.R.| título=Egg puncturing by the brood parasitic Greater Honeyguide and potential host counteradaptations| jornal=Behavioral Ecology| volume=18| páginas=792–799| ano=2007| doi=10.1093/beheco/arm025| número=4}}</ref>

====Seleção sexual====

As aves desenvolveram uma diversidade de comportamentos de [[Cópula (biologia)|acasalamento]]. A cauda do [[pavão]] é provavelmente o exemplo mais conhecido de [[seleção sexual]] e de [[seleção fisheriana]] (ou fugitiva). Os [[Dimorfismo sexual|dimorfismos sexuais]], como a diferença de tamanho e de cor, são bastante comuns entre as aves e um indicador de forte competição reprodutiva.<ref name=edwards2012>{{Citar periódico| último=Edwards| primeiro=DB| título=Immune investment is explained by sexual selection and pace-of-life, but not longevity in parrots (Psittaciformes).| jornal=PLOS ONE| ano=2012|volume=7| número=12| páginas=e53066|pmid=23300862|doi=10.1371/journal.pone.0053066}}</ref>

Estão identificados muitos tipos de seleção sexual entre as aves. Na seleção intersexual é a fêmea que escolhe o parceiro, enquanto na competição intrasexual os indivíduos do sexo mais abundante competem entre si pelo privilégio de acasalar. Os traços de seleção sexual muitas vezes evoluem para se tornar mais pronunciados em situações de competição, até ao ponto em que começam a limitar a agilidade do indivíduo. O elevado custo dos comportamentos e ornamentos sexuais exagerados assegura que apenas os indíviduos de melhor qualidade os conseguem apresentar.<ref name=doutrelant2012>{{Citar periódico| último=Doutrelant| primeiro=C| coautor=Grégoire, A; Midamegbe, A; Lambrechts, M; Perret, P; Female plumage coloration is sensitive to the cost of reproduction. An experiment in blue tits.| jornal=[[:en:Journal of Animal Ecology|Journal of Animal Ecology]]| data=Janeiro de 2012|volume=81| número=1| páginas=87–96|pmid=21819397|doi=10.1111/j.1365-2656.2011.01889.x}}</ref>

==Ecologia==

As aves ocupam uma ampla variedade de posições ecológicas.<ref name = "flycatcher"/> Enquanto algumas aves são generalistas, outras são especializadas em relação ao [[habitat]] ou à alimentação. Mesmo num único habitat, como por exemplo numa floresta, os [[Nicho ecológico|nichos ecológicos]] ocupados pelas diferentes espécies variam. Enquanto algumas espécies vivem no [[dossel florestal]], outras vivem nos estratos intermédios e outras ainda junto ao solo. Cada um destes grupos pode conter aves insetívoras, frugívoras e nectarívoras. As aves aquáticas geralmente alimentam-se da pesca, de plantas ou por cleptoparasitismo. As aves de rapina especializam-se na caça de pequenos mamíferos ou outras aves, enquanto os abutres são [[necrófago]]s especializados.<!-- fontes --> Alguns nectarívoros são [[polinizador]]es importantes e muitos frugívoros são essenciais para a dispersão de sementes.<ref name = "Clout">{{Citar periódico | último = Clout | primeiro = M | último2 = Hay | primeiro2 = J | ano = 1989 | título = The importance of birds as browsers, pollinators and seed dispersers in New Zealand forests | url = http://www.newzealandecology.org/nzje/free_issues/NZJEcol12_s_27.pdf | jornal = New Zealand Journal of Ecology | volume = 12 | páginas = 27–33 }}</ref> As plantas e as aves polinizadoras muitas vezes [[Coevolução|coevoluem]],<ref>{{Citar periódico | último=Gary Stiles | primeiro=F. | título=Geographical Aspects of Bird-Flower Coevolution, with Particular Reference to Central America | jornal=Annals of the Missouri Botanical Garden | volume=68 | número=2 | páginas=323–51 | ano=1981 |doi= 10.2307/2398801 | jstor=2398801}}</ref> e, em alguns casos, o principal polinizador de determinada flor é a única espécie de ave capaz de alcançar o seu néctar.<!-- repetição--><ref>{{Citar periódico | último = Temeles | primeiro = E | último2 = Linhart | primeiro2 = Y | último3 = Masonjones | primeiro3 = M | último4 = Masonjones | primeiro4 = H | ano = 2002 | título = The Role of Flower Width in Hummingbird Bill Length–Flower Length Relationships | url = http://www.amherst.edu/~ejtemeles/Temeles%20et%20al%202002%20biotropica.pdf | jornal = Biotropica | volume = 34 | número = 1| páginas = 68–80 | doi=10.1111/j.1744-7429.2002.tb00243.x}}</ref>

As aves são importantes para a ecologia das ilhas. Tendo sido capazes de migrar para ilhas às quais os mamíferos não conseguiram chegar, as aves podem desempenhar papéis ecológicos geralmente realizados por animais de maior porte. Por exemplo, as extintas [[moa]]s tiveram de tal forma impacto no ecossistema da [[Nova Zelândia]], assim como têm o [[kereru]] ou o [[kokako]] na atualidade,<ref name = "Clout"/> pelo que ainda hoje as plantas da ilha mantêm as adaptações defensivas que as protegiam das moas.<ref>{{Citar periódico | último=Bond | primeiro=William J. | último2=Lee | primeiro2=William G. | último3=Craine | primeiro3=Joseph M. | título=Plant structural defences against browsing birds: a legacy of New Zealand's extinct moas | jornal=Oikos | volume=104 | páginas=500–08 | ano=2004 | doi = 10.1111/j.0030-1299.2004.12720.x | número=3}}</ref> Durante a nidação, as aves marinhas também afetam significativamente a ecologia das ilhas e do mar envolvente, principalmente devido à concentração de grandes quantidades de [[guano]] que enriquece o solo da região.<ref>{{Citar periódico | último = Wainright | primeiro = S | último2 = Haney | primeiro2 = J | último3 = Kerr | primeiro3 = C | último4 = Golovkin | primeiro4 = A | último5 = Flint | primeiro5 = M | ano = 1998 | título = Utilization of nitrogen derived from seabird guano by terrestrial and marine plants at St. Paul, Pribilof Islands, Bering Sea, Alaska | url = http://www.springerlink.com/index/DN8D70RYM7TUF42P.pdf | jornal = Marine Ecology | volume = 131 | número = 1| páginas = 63–71 | doi=10.1007/s002270050297}}</ref><ref>{{Citar periódico | doi = 10.3354/meps032247 | último = Bosman | primeiro = A | coautor = Hockey, A | ano = 1986 | título = Seabird guano as a determinant of rocky intertidal community structure | url = http://www.int-res.com/articles/meps/32/m032p247.pdf | jornal = Marine Ecology Progress Series | volume = 32 | páginas = 247–57 }}</ref>

==Relação com o ser humano==
[[File:Industrial-Chicken-Coop.JPG|thumb|Criação intensiva de [[frango]]s num [[aviário]] industrial.]]

Algumas aves têm bastante visibilidade e são animais comuns com os quais o ser humano tem uma estreita relação desde o início da Humanidade.<ref>{{Citar livro| último=Bonney| primeiro=Rick | coautor = Rohrbaugh, Ronald| título=Handbook of Bird Biology| local= Princeton, NJ| editora=Princeton University Press| ano=2004| edição = 2ª|isbn=0-938027-62-X}}</ref> Em alguns casos, estas relações são [[Mutualismo (biologia)|mutualistas]], como na recolha de [[mel]] conjunta entre os ''[[Indicatoridae]]'' e alguns povos africanos, como os [[Boranas]].<ref>{{Citar periódico |último=Dean |primeiro=W |coautor=Siegfried R, MacDonald I |ano=1990 |título=The Fallacy, Fact, and Fate of Guiding Behavior in the Greater Honeyguide |jornal=Conservation Biology |volume=4 |número=1 |páginas=99–101 |url=http://www.blackwell-synergy.com/doi/abs/10.1111/j.1523-1739.1990.tb00272.x }}</ref> Noutros casos, as relações podem ser [[Comensalismo|comensais]], como o benefício que o [[pardal-doméstico]] tira das atividades humanas.<ref>{{Citar periódico | último= Singer | primeiro= R. | último2= Yom-Tov | primeiro2= Y. | título= The Breeding Biology of the House Sparrow Passer domesticus in Israel | jornal= Ornis Scandinavica | volume= 19 | número= 2 | páginas= 139–44 | ano= 1988 |doi= 10.2307/3676463 | jstor=3676463}}</ref>

Por outro lado, algumas espécies tornaram-se [[Praga (organismo)|pragas agrícolas]] de elevado custo económico,<ref>{{Citar periódico | doi = 10.1111/j.1474-919X.1990.tb01048.x | último = Dolbeer | primeiro = R | ano = 1990 | título = Ornithology and integrated pest management: Red-winged blackbirds ''Agleaius phoeniceus'' and corn | jornal = [[:en:Ibis (journal)|Ibis]] | volume = 132 | número = 2| páginas = 309–22 }}</ref> enquanto outras constituem [[Risco aviário|riscos para a aviação]].<ref>{{Citar periódico | último = Dolbeer | primeiro = R | coautor = Belant, J; Sillings, J | ano = 1993 | título = Shooting Gulls Reduces Strikes with Aircraft at John F. Kennedy International Airport | jornal = Wildlife Society Bulletin | volume = 21 | páginas = 442–50 }}</ref> As aves podem também ser [[Vetor (epidemiologia)|vetores]] que propagam ao longo de grandes distâncias doenças como a [[ornitose]], [[salmonelose]], [[campilobacteriose]], [[Mycobacterium|micobacteriose]] ([[tuberculose]] aviária), [[gripe das aves]], [[giardiose]] ou [[criptosporidíase]]. Algumas destas são [[Zoonose|doenças zoonóticas]] que podem também ser transmitidas para os seres humanos.<ref>{{Citar periódico | doi = 10.3121/cmr.1.1.5 | último = Reed | primeiro = KD | coautor = Meece, JK; Henkel, JS; Shukla, SK | título = Birds, Migration and Emerging Zoonoses: West Nile Virus, Lyme Disease, Influenza A and Enteropathogens | jornal = Clinical medicine & research | volume = 1 | número = 1 | páginas = 5–12 | ano = 2003 | pmid = 15931279 | pmc = 1069015 }}</ref>

===Importância económica===
[[File:FishingCormorants.jpg|thumb|A utilização de [[Phalacrocoracidae|corvos marinhos]] por pescadores asiáticos encontra-se em acentuado declínio e é hoje em dia apenas uma tração turística.]]
As [[Ave de capoeira|aves de criação]] são a principal fonte de [[proteína]]s animais consumida pelo ser humano. Em 2003, foram consumidos 76 milhões de toneladas de aves de criação e produzidas 61 milhões de toneladas de ovos em todo o mundo.<ref>{{Citar livro | último=Brown| primeiro=Lester| título=Outgrowing the Earth: The Food Security Challenge in an Age of Falling Water Tables and Rising Temperatures |url= http://www.earth-policy.org/datacenter/xls/book_ote_ch3_2.xls| ano=2005| editora=earthscan |isbn=978-1-84407-185-2| capítulo=3: Moving Up the Food Chain Efficiently. }}</ref> Os [[frango]]s representam a maior parte do consumo de aves, embora o [[peru-doméstico|peru]], o [[Pato#Espécies_domésticas|pato]] e os gansos domesticados sejam também comuns. Muitas espécies de aves são também caçadas para comida. A caça de aves é essencialmente uma atividade recreativa, exceto em regiões bastante subdesenvolvidas. As aves de caça mais comuns são os patos selvagens, faisões, [[Peru selvagem|perus selvagens]], [[perdiz]]es, [[Columbidae|pombos]], tetrazes, [[Scolopacidae|maçaricos]] e [[galinhola]]s.<ref>{{Citar periódico | último = Simeone | primeiro = A | último2 = Navarro | primeiro2 = X | ano = 2002 | título = Human exploitation of seabirds in coastal southern Chile during the mid-Holocene | url=http://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0716-078X2002000200012&lng=es&nrm=iso&tlng=en | jornal = Rev. Chil. Hist. Nat | volume = 75 | número = 2| páginas = 423–31 | doi = 10.4067/S0716-078X2002000200012 }}</ref> Embora alguma caça possa ser [[Sustentabilidade|sustentável]], a caça no geral tem provocado a extinção ou colocado em risco dezenas de espécies.<ref>{{Citar periódico | último=Keane | primeiro=Aidan | coautor=Brooke, M.de L.; McGowan, P.J.K. | título=Correlates of extinction risk and hunting pressure in gamebirds (Galliformes) | jornal=Biological Conservation | volume=126 | páginas=216–33 | ano=2005 |doi= 10.1016/j.biocon.2005.05.011 | número=2}}</ref> Entre os outros produtos avícolas com valor comercial estão as penas, especialmente as dos gansos e patos, que são usadas como isolamento em casacos e na roupa de cama, e o [[guano]] (fezes de aves marinhas), que é uma fonte valiosa de [[fósforo]] e [[nitrogénio]]. A [[Guerra do Pacífico (século XIX)|Guerra do Pacífico]] foi travada devido em parte ao controlo dos depósitos de guano.<ref>{{Citar web|url= http://www.zum.de/whkmla/military/19cen/guanowar.html| título= The Guano War of 1865–1866| publicado= World History at KMLA| acessodata=18 de dezembro de 2007}}</ref>

As aves são domesticadas pelo ser humano, não só como [[Animal de estimação|animais de estimação]] mas também para efeitos utilitários. Muitas aves com cores exóticas, como os [[papagaio]]s ou as [[arara]]s, são criadas em [[cativeiro]] ou vendidas como animais de companhia. No entanto, isto também tem feito crescer o tráfico ilegal de várias [[Espécie ameaçada|espécies ameaçadas]].<ref>{{Citar periódico | doi = 10.1017/S0030605306000056 | último = Cooney | primeiro = R | último2 = Jepson | primeiro2 = P | ano = 2006 | título = The international wild bird trade: what's wrong with blanket bans? | url = http://journals.cambridge.org/production/action/cjoGetFulltext?fulltextid=409231 | jornal = Oryx | volume = 40 | número = 1| páginas = 18–23 }}</ref> A [[falcoaria]] e a pesca com a assistência de [[Phalacrocoracidae|corvos marinhos]] são tradições milenares. Os [[Pombo-correio|pombos-correio]], usados pelo menos desde o {{séc|I|AC}}, foram essenciais nas comunicações até à [[II Guerra Mundial]], No entanto, hoje em dia estas atividades são mais comuns como passatempo ou atração turística.<ref>{{Citar periódico | doi = 10.2307/4140937 | último = Manzi | primeiro = M | último2 = Coomes | ano = 2002 | primeiro2 = O. T. | título = Cormorant fishing in Southwestern China: a Traditional Fishery under Siege. (Geographical Field Note) | jornal = Geographic Review | volume = 92 | número = 4| páginas = 597–603 | jstor = 4140937 }}</ref> Existem milhões de entusiastas amadores que apreciam a [[observação de aves]], ou ''birdwatching'', uma vertente significativa do [[ecoturismo]].<ref>{{Citar livro |último=Pullis La Rouche |primeiro=G.|ano=2006 |capítulo=Birding in the United States: a demographic and economic analysis. |título=Waterbirds around the world |editor=G.C. Boere, C.A. Galbraith, D.A. Stroud |editora=The Stationery Office |local=Edimburgo |páginas=841–46. |url=http://www.jncc.gov.uk/PDF/pub07_waterbirds_part6.2.5.pdf JNCC.gov.uk |formato=PDF}}</ref> Muitos proprietários constroem [[comedouro]]s de pássaros perto de casa para atrair várias espécies.<ref>{{Citar periódico | doi = 10.1111/j.1474-919x.2005.00430.x | último = Chamberlain | primeiro = DE | coautor = Vickery, JA; Glue, DE; Robinson, RA; Conway, GJ; Woodburn, RJW; Cannon, AR | ano = 2005 | título = Annual and seasonal trends in the use of garden feeders by birds in winter | url = http://www.blackwell-synergy.com/doi/pdf/10.1111/j.1474-919x.2005.00430.x | jornal = [[:en:Ibis (journal)|Ibis]] | volume = 147 | número = 3| páginas = 563–75 }}</ref>

===Religião, folclore e cultura===

As aves têm diversos papéis de relevo no [[folclore]], [[religião]] e na [[cultura popular]]. Na religião, as aves são muitas vezes associadas a mensageiros, sacerdotes ou líderes de determinada [[divindade]]. No [[Makemake (mitologia)|culto do Makemake]] os ''[[tangata manu]]'' (homens-pássaro) da [[ilha de Páscoa]] eram nomeados líderes.<ref>{{Citar periódico | último = Routledge | primeiro = S | último2 = Routledge | primeiro2 = K | ano = 1917 | título = The Bird Cult of Easter Island | jornal = Folklore | volume = 28 | número = 4| páginas = 337–55 | doi = 10.1080/0015587X.1917.9719006 }}</ref> Na [[Panteão nórdico|mitologia nórdica]], [[Hugin e Munin]] são dois [[Corvus corax|corvos]] que deram a volta ao mundo para trazer notícias ao deus [[Odin]]. Em várias civilizações da [[História da Itália|Antiguidade italiana]], principalmente na [[mitologia etrusca]] e na [[Religião na Roma Antiga|religião romana]], os sacerdotes praticavam [[Áugure|auguria]], interpretando as palavras das aves enquanto o ''auspex''{{Nota de rodapé|De onde deriva a palavra "auspício"}} as usava para fazer previsões sobre o futuro.<ref>{{Citar livro |último=Ingersoll |primeiro=Ernest |ano=1923 |url=https://archive.org/details/birdsinlegendfab00inge |título=Birds in legend, fable and folklore |local=Longmans |editora=Green and co. |página=214}}</ref> As aves podem também servir como símbolos religiosos, como no caso de [[Jonas]] (hebraico: '''יוֹנָה''', [[pomba]]) que simbolizava o medo, passividade, pesar e beleza tradicionalmente associados às pombas.<ref>{{Citar periódico| último= Hauser| primeiro= A. J.| título= Jonah: In Pursuit of the Dove| jornal= Journal of Biblical Literature| volume= 104| número= 1| páginas= 21–37| ano= 1985 |doi= 10.2307/3260591| jstor=3260591}}</ref> As próprias aves são muitas vezes deificadas, como no caso do [[Pavão-indiano|pavão-comum]], que os [[Dravidianos]] vêm como a Terra-Mãe.<ref>{{Citar periódico | último=Thankappan Nair | primeiro=P. | título=The Peacock Cult in Asia | jornal=Asian Folklore Studies | volume=33 | número=2 | páginas=93–170 | ano=1974 |doi=10.2307/1177550 | jstor=1177550}}</ref> Algumas aves são também vistas como monstros, incluindo o mitológico [[Pássaro Roca|Roc]] e o lendário [[Poukai]], uma ave gigante que para os [[Maoris]] é capaz de raptar seres humanos.<ref>{{Citar livro |último=Tennyson |primeiro=A |coautor=Martinson P |ano=2006 |título=Extinct Birds of New Zealand |editora=Te Papa Press |local=Wellington |isbn=978-0-909010-21-8}}</ref> Os povos indígenas dos [[Andes]] contam lendas de pássaros que atravessam mundos metafísicos. Em imagens religiosas dos impérios [[Inca]] e Tiwanaku, as aves são representadas a transgredir a fronteira entre o reino terrestre e o reino espiritual subterrâneo.<ref name="Smith2011Tiwanaku">{{Citar periódico | autor=Smith, S. | ano=2011 | título=Generative landscapes: the step mountain motif in Tiwanaku iconography. | jornal=Ancient America |volume=12 | páginas=1–69 |url=http://www.precolumbia.com/bearc/CAAS/AA12.pdf | formato=Automatic PDF download}}</ref><ref name="Dransart2002Earth">{{Citar livro | autor=Dransart, P. | ano=2002 | título=Earth, Water, Fleece and Fabric: An Ethnography and Archaeology of Andean Camelid Herding | editora= Routledge | páginas=64, 79 }}</ref>

[[File:17.6-24-1974-Cuerda-seca-flisepanel.jpg|thumb|[[Azulejo]] pintado com motivos de aves da [[Dinastia Qajar]]]]
As aves têm sido representadas na arte e na cultura popular desde as [[Gravura rupestre|gravuras rupestres]] da época [[Pré-histórica|pré-histórica]]<ref>{{Citar periódico | último=Meighan | primeiro=C. W. | título=Prehistoric Rock Paintings in Baja California | jornal=American Antiquity | volume=31 | número=3 | páginas=372–92 | ano=1966 |doi= 10.2307/2694739 | jstor=2694739}}</ref> Ao longo dos séculos, foram usadas como motivo nas mais diversas formas de arte sacra ou simbólica, como por exemplo o [[Trono de Pavão]] dos imperadores [[Império Mogol|mogois]] e [[História do Irão|persas]].<ref>{{Citar periódico | último = Clarke | primeiro = CP | ano = 1908 | título = A Pedestal of the Platform of the Peacock Throne | jornal = The Metropolitan Museum of Art Bulletin | volume = 3 | número = 10| páginas = 182–83 | doi = 10.2307/3252550 | jstor=3252550}}</ref> O despertar do interesse científico nas aves levou a que começassem a ser requisitadas ilustrações para livros em grande número. Um dos mais notáveis destes ilustradores de aves foi [[John James Audubon]], cujas gravuras de aves norte-americanas fizeram sucesso na Europa e deu o nome à [[National Audubon Society]].<ref>{{Citar periódico | último=Boime | primeiro=Albert | título=John James Audubon: a birdwatcher's fanciful flights | jornal=Art History | volume=22 | páginas=728–55 | ano=1999 |doi= 10.1111/1467-8365.00184 | número=5}}</ref> As aves são também um tema importante na [[poesia]]. [[Homero]] escreveu sobre os [[Rouxinol|rouxinóis]] na ]]Odisseia]], enquanto [[Cátulo]] usou um [[pardal]] como símbolo [[Erotismo|erótico]] nos seus poemas.<ref>{{Citar periódico | último = Chandler | primeiro = A | ano = 1934 | título = The Nightingale in Greek and Latin Poetry | journal = The Classical Journal | volume = 30 | número = 2| páginas = 78–84 | jstor = 3289944 }}</ref> O tema central do ''[[The Rime of the Ancient Mariner|Conto do Velho Marinheiro]]'', de [[Samuel Taylor Coleridge|S. T. Coleridge]] é a relação entre um albatroz e um marinheiro.<ref>{{Citar periódico | último= Lasky | primeiro= E. D. | título= A Modern Day Albatross: The Valdez and Some of Life's Other Spills | jornal= The English Journal | volume= 81 | número= 3 | páginas= 44–46 | ano= 1992 |doi= 10.2307/820195 | jstor=820195}}</ref> Algumas metáforas na linguagem têm origem no comportamento das aves, como a associação de investidores ou fundos predatórios aos [[abutre]]s necrófagos.<ref>{{Citar periódico | último = Carson | primeiro = A | ano = 1998 | título = Vulture Investors, Predators of the 90s: An Ethical Examination | url = http://www.springerlink.com/index/W676R8803NL06L38.pdf | jornal = Journal of Business Ethics | volume = 17 | número = 5| páginas = 543–55 | doi = 10.1023/A:1017974505642 }}</ref>

As percepções culturais sobre diversas espécies de aves são muitas vezes diferentes de cultura para cultura. Por exemplo, enquanto em [[África]] as [[curuja]]s são associadas a má sorte, [[bruxaria]] e morte,<ref>{{Citar livro |último=Enriquez |primeiro=PL |coautor=Mikkola H |ano=1997 |capítulo=Comparative study of general public owl knowledge in Costa Rica, Central America and Malawi, Africa |páginas=160–66 |editor=J.R. Duncan, D.H. Johnson, T.H. Nicholls |título=Biology and conservation of owls of the Northern Hemisphere. General Technical Report NC-190 |editora=USDA Forest Service |local=Minnesota |páginas=635}}</ref> na [[Europa]] são vistas como sábias.<ref>{{Citar web |autor=Lewis DP |ano=2005 |url=http://www.owlpages.com/articles.php?section=Owl+Mythology&title=Myth+and+Culture |publicado=Owlpages.com |título=Owls in Mythology and Culture |acessodata=15 de setembro de 2007}}</ref> As [[Poupa-eurasiática|poupas]], consideradas sagradas no [[Antigo Egito]] e símbolo de virtude na [[Pérsia]], são no entanto vistas como ladras em grande parte da Europa e como mau presságio de guerra na [[Escandinávia]].<ref>{{Citar periódico | último = Dupree | primeiro = N | ano = 1974 | título = An Interpretation of the Role of the Hoopoe in Afghan Folklore and Magic | jornal = Folklore | volume = 85 | número = 3| páginas = 173–93 | jstor = 1260073 | doi = 10.1080/0015587X.1974.9716553 }}</ref>

===Conservação===
[[File:California-Condor3-Szmurlo edit.jpg|thumb|O [[condor-da-califórnia]], outrora restrito a apenas 22 indivíduos, conta hoje com 330 graças a medidas de conservação.]]
Embora a presença humana tenha facilitado a expansão de algumas espécies, como a [[Hirundo rustica|andorinha-das-chaminés]] ou o [[estorninho-comum]], foi também a causa da [[extinção]] ou diminuição da população de muitas outras espécies. Embora em tempos históricos tenham sido extintas mais de cem espécies de aves,<ref>{{Citar livro |último=Fuller |primeiro=E |ano=2000 |título=Extinct Birds |editora=[[Oxford University Press]] |locla=Oxford |isbn=0-19-850837-9}}</ref> a mais dramática das extinções de aves causada pelo ser humano, que erradicou entre 750 e 1800 espécies, ocorreu durante a colonização humana das ilhas da [[Melanésia]], [[Polinésia]] e [[Micronésia]].<ref>{{Citar livro |último=Steadman |primeiro=D |ano=2006 |título=Extinction and Biogeography in Tropical Pacific Birds |editora=University of Chicago Press |isbn=978-0-226-77142-7}}</ref> Muitas populações de aves em todo o mundo encontram-se em declínio, com 1227 espécies listadas como [[Espécie ameaçada|ameaçadas]] pela [[BirdLife International]] e pela [[União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais]] em 2009.<ref>{{Citar web| título=BirdLife International announces more Critically Endangered birds than ever before | publicado=[[BirdLife International]] | data=14 de maio de 2009 |url=http://www.birdlife.org/news/pr/2009/05/red_list.html | acessodata=15 de maio de 2009}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/8045971.stm | primeiro=Mark | último=Kinver | título=Birds at risk reach record high | publicado= BBC News Online | data=13 de maio de 2009 | acessodata=15 de maio de 2009}}</ref>

A ameaça humana às aves mais comum é a [[Destruição de habitat|destruição dos habitats]].<ref>{{Citar livro |último=Norris |primeiro=K |coautor=Pain D |ano=2002 |título=Conserving Bird Biodiversity: General Principles and their Application |editora=Cambridge University Press. |isbn=978-0-521-78949-3}}</ref> Entre as outras ameaças estão a caça em excesso, mortalidade acidental devido a [[Risco aviário|colisões aéreas]] ou [[Fauna acompanhante|captura acessória]] na pesca,<ref>{{Citar periódico | doi = 10.1016/0006-3207(91)90031-4 | último = Brothers | primeiro = NP | ano = 1991 | título = Albatross mortality and associated bait loss in the Japanese longline fishery in the southern ocean | journal = Biological Conservation | volume = 55 | número = 3| páginas = 255–68 }}</ref> [[poluição]] (incluindo [[Maré negra|marés negras]] e uso de [[pesticida]]s),<ref>{{Citar periódico | último = Wurster | primeiro = D | coautor = Wurster, C; Strickland, W | ano = 1965 | título = Bird Mortality Following DDT Spray for Dutch Elm Disease | jornal = Ecology | volume = 46 | número = 4| páginas = 488–99 | doi =10.2307/1934880 }}</ref><ref> {{Citar periódico | doi= 10.1126/science.148.3666.90 | título= Bird Mortality after Spraying for Dutch Elm Disease with DDT | ano= 1965 | último= Wurster | primeiro= C. F. | coautor= Wurster, D. H.; Strickland, W. N. | jornal= Science | volume= 148 | número= 3666 | páginas= 90–91 | pmid= 14258730 }}</ref> e competição e predação de espécies invasoras.<ref>{{Citar periódico | último = Blackburn | primeiro = T | coautor = Cassey, P; Duncan, R; Evans, K; Gaston, K | ano = 2004 | título = Avian Extinction and Mammalian Introductions on Oceanic Islands | journal = [[Science (journal)|Science]] | volume = 305 | número = 5692| páginas = 1955–58 | doi = 10.1126/science.1101617 | pmid=15448269}}</ref> Os governos e os [[Biologia da conservação|conservacionistas]] trabalham em conjunto para proteger as aves, criando legislação que promove a conservação ou o [[Restauração ecológica|restauro]] dos habitats ou [[Conservação ex-situ|criando populações de cativeiro]] para futura reintrodução nos habitats. Um estudo estimou que o esforço de conservação salvou da extinção 16 espécies de aves entre 1994 e 2004, incluindo o [[condor-da-califórnia]] e o [[Cyanoramphus cookii|periquito-de-Norfolk]].<ref>{{Citar periódico | doi = 10.1017/S0030605306000950 | último = Butchart | primeiro = S | coautor = Stattersfield, A; Collar, N | ano = 2006 | título = How many bird extinctions have we prevented? | url = http://www.birdlife.org/news/news/2006/08/butchart_et_al_2006.pdf | jornal = Oryx | volume = 40 | número = 3| páginas = 266–79 }}</ref>
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== Ver também ==
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Como ler uma infocaixa de taxonomiaAves
Ocorrência: Jurássico SuperiorRecente, 150–0 Ma
Diversidade das aves
Diversidade das aves
Classificação científica
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Superclasse: Tetrapoda
Classe: Aves
Linnaeus, 1758
Ordens
ver texto

Aves (latim científico: Aves) são uma classe de seres vivos vertebrados endotérmicos caracterizada pela presença de penas, um bico sem dentes, oviparidade de casca rígida, elevado metabolismo, um coração com quatro câmaras e um esqueleto pneumático resistente e leve. As aves estão presentes em todas as regiões do mundo e variam significativamente de tamanho, desde os 5 cm do colibri até aos 2,75 m da avestruz. São a classe de tetrápodes com o maior número de espécies vivas, aproximadamente dez mil, das quais mais de metade são passeriformes. As aves apresentam asas, que são mais ou menos desenvolvidas dependendo da espécie. Os únicos grupos conhecidos sem asas são as moas e as aves-elefante, ambos extintos. As asas, que evoluíram a partir dos membros posteriores, oferecem às aves a capacidade de voar, embora a especiação tenha produzido aves não voadoras, como as avestruzes, pinguins e diversas aves endémicas insulares. Os sistemas digestivo e respiratório das aves estão adaptados ao voo. Algumas espécies de aves que habitam em ecossistemas aquáticos, como os pinguins ou a família dos patos, desenvolveram a capacidade de nadar.

Algumas aves, especialmente os corvos e os papagaios, estão entre os animais mais inteligentes do planeta. Algumas espécies constroem e usam ferramentas e passam o conhecimento entre gerações. Muitas espécies realizam migrações ao longo de grandes distâncias. As aves são animais sociais que comunicam entre si com sinais visuais, chamamentos e cantos, e realizam atividades comunitárias como procriação e caça cooperativa, voo em bando e grupos de defesa contra predadores. A grande maioria das espécies de aves são monogâmicas, geralmente durante uma época de acasalamento e por vezes durante vários anos, mas raramente durante toda a vida. Outras espécies são polígamas ou, mais raramente, poliândricas. As aves reproduzem-se através de ovos, que são fertilizados por reprodução sexual e geralmente colocados num ninho onde são incubados pelos progenitores. A maior parte das aves apresenta um período prolongado de cuidados parentais após a incubação. Algumas aves, como as galinhas, põem ovos mesmo que não sejam fertilizados, embora esses ovos não produzam descendência.

As aves, e em particular os fringilídeos de Darwin, tiveram um papel importante no desenvolvimento da teoria da evolução por seleção natural de Darwin. O registo fóssil indica que as aves são os últimos sobreviventes dos dinossauros, tendo evoluído a partir de dinossauros emplumados dentro do grupo terópode dos saurísquios. As primeiras aves apareceram durante o período cretácico, há cerca de 100 milhões de anos,[1] e estima-se que o último ancestral comum tenha vivido há 95 milhões de anos.[2] As evidências de ADN indicam que as aves se desenvolveram extensivamente durante a extinção do Cretáceo-Paleogeno que matou os dinossauros não avianos. As aves na América do Sul sobreviveram a este evento, tendo depois migrado para as várias partes do mundo através de várias passagens terrestres, ao mesmo tempo que se diversificavam em espécies durante os períodos de arrefecimento global.[3] Algumas aves primitivas dentro do grupo Avialae datam do período Jurássico.[4] Muitos destes ancestrais das aves, como o Archaeopteryx, não tinham plena capacidade de voo e muitos apresentavam ainda características primitivas como mandíbula em vez de bico e cauda vertebrada.[4][5]

Muitas espécies de aves têm importância económica. As aves domesticadas (de capoeira) e não domesticadas (de caça) são fontes importantes de ovos, carne e penas. As aves canoras e os papagaios são animais de estimação populares. O guano é usado como fertilizante. As aves são um elemento de destaque na cultura. No entanto, desde o século XVII que cerca de 120 a 130 espécies foram extintas devido à ação humana e várias centenas foram extintas nos séculos anteriores. Atualmente existem 1200 espécies de aves ameaçadas de extinção, embora haja esforços no sentido de as conservar. A observação de aves é uma atividade importante no setor do ecoturismo.

Evolução e classifcaação

Ver artigo principal: Evolução das aves
Pedra com ossos fossilizados e marcas de penas
A Archaeopteryx lithographica é geralmente considerada a mais antiga ave verdadeira conhecida..

A primeira classificação biológica das aves foi publicada por Francis Willughby e John Ray em 1676 no volume Ornithologiae.[6] Em 1758, Carolus Linnaeus modificou essa classificação para o sistema de classificação taxonómica em uso na atualidade.[7] No Sistema de Linné, as aves estão categorizadas na classe homónima. A classificação filogenética coloca as aves no clado dos dinossauros terópodes.[8]

Definição

As Aves, bem como o grupo relacionado do clado Crocodilia, são os únicos representantes vivos do clado réptil dos Archosauria. Até finais da década de 1990, as aves eram definidas filogeneticamente como sendo todas descendentes do ancestral comum mais recente das aves modernas e do Archaeopteryx lithographica.[9] No entanto, no século XXI a definição proposta por Jacques Gauthier foi obtendo apoio significativo e é atualmente usada por muitos cientistas, incluindo os aderentes do PhyloCode. Gauthier definiu as Aves de forma a incluir apenas o grupo coroa do conjunto de aves modernas. Isto foi feito excluindo a maior parte dos grupos que só se conhece a partir de fósseis e atribuindo-os, em vez disso, ao clado Avialae.[10]

Gauthier identificou quatro formas conflitantes de definir o termo "Aves", o que coloca um problema, uma vez que o mesmo nome biológico é usado de quatro formas diferentes. Gauthier propôs uma solução (4º ponto na lista em baixo) que consiste em reservar o termo "Aves" apenas para o grupo coroa, o último ancestral em comum para todas as aves vivas e todos os seus descendentes, atribuindo outros nomes aos restantes grupos.[11]

Crocodilos

Aves

Tartarugas

Lagartos (incluindo serpentes)

Relações filogenéticas das aves com os principais grupos de répteis vivos.
  1. Aves pode significar os arcossauros mais avançados com penas (em alternativa, o clado avifilopluma)
  2. Aves pode significar aqueles que voam (em alternativa, Avialae)
  3. Aves pode significar todos os répteis mais próximos das aves do que dos crocodilos (em alternativa Avemetatarsalia)
  4. Aves pode significar o último ancestral comum de todas as aves existentes e de todos os seus descendentes (um "grupo coroa"; em alternativa Neornithes)

Perante a quarta definição, o Archaeopteryx é um membro dos Avialae, e não das Aves. As propostas de Gauthier têm sido adotadas por muitos investigadores no campo da paleontologia e evolução das aves, embora as definições aplicadas não tenham sido consistentes. O clado Avialae, inicialmente proposto para substituir o conteúdo físsil do grupo das Aves, é muitas vezes usado por estes investigadores como sinónimo do termo vernacular "ave".[12]

A maior parte dos cientistas define Avialae como um clado baseado em ramos, embora as definições precisas possam divergir. Muitos autores têm usado uma definição semelhante a "todos os terópodes mais perto das aves do que dos Deinonychus."[13][14] Os Avialae também são por vezes definidos enquanto clado baseado em apomorfia (isto é, um clado baseado em características físicas). Jacques Gauthier, que deu o nome aos Avialae em 1986, redefiniu-o em 2001 enquanto o conjunto de todos os dinossauros que possuíam asas com penas usadas para voar, e todas as aves que deles descendem.[11][15]

Dinossauros e a origem das aves

Ver artigo principal: Origem das aves
Paraves

Scansoriopterygidae

Eosinopteryx

Eumaniraptora

Dromaeosauridae

Troodontidae

Avialae

Cladograma segundo o estudo filogenético de Godefroit et al., 2013.[12]

Com base em evidências fósseis e biológicas, a maior parte dos cientistas aceita que as aves são um subgrupo especializado dos dinossauros terópodes,[16] e, mais especificamente, que são membros dos Maniraptora, um grupo de terópodes que inclui os dromeossaurídeos e os oviraptorídeos, entre outros.[17] À medida que os cientistas foram descobrindo mais terópodes estreitamente relacionados com as aves, a distinção anteriormente clara entre aves e não aves foi-se esbatendo. As descobertas recentes na província chinesa de Liaoning de vários dinossauros emplumados terópodes de pequena dimensão vieram contribuir para esta ambiguidade.[18][19][20]

O consenso na paleontologia contemporânea é de que os terópodes voadores, ou Avialae, são os parentes mais próximos dos deinonicossauros, grupo que inclui os dromeossaurídeos e os troodontídeos.[21] Em conjunto, estes formam um grupo designado Paraves. Alguns membros basais deste grupo, como o Microraptor, apresentam características que lhes podem ter permitido planar ou voar. A maior parte dos deinocossauros basais eram muito pequenos. Estas evidências aumentam a possibilidade de que o ancestral de todos os paraves possa ter sido arborícola, ter sido capaz de planar, ou ambos.[22][23] Ao contrário do Archaeopteryx e dos dinossauros emplumados não avianos, que comiam principalmente carne, os estudos mais recentes sugerem que os primeiros avianos eram omnívoros.[24]

Laje de pedra com rachas e o fóssil de penas e ossos de uma ave, incluindo penas de cauda compridas
Confuciusornis sanctus, uma ave do Cretácico descoberta na China.

O Archaeopteryx, que viveu no Jurássico Superior, foi um dos primeiros fósseis de transição descobertos, tendo sido uma das bases para a teoria da evolução em finais do século XIX. O Archaeopteryx foi o primeiro fóssil a exibir não só características claramente de réptil, como os dentes, garras e uma cauda comprida semelhante a um lagarto, mas também asas com penas adaptadas ao voo semelhantes às das aves modernas. No entanto, não é considerado um ancestral direto das aves, embora esteja possivelmente relacionado com o verdadeiro ancestral.[25]

Evolução inicial

Avialae

Aurornis

Eosinopteryx

Anchiornis

Archaeopteryx

Xiaotingia

Rahonavis

Jeholornis

Euavialae

Jixiangornis

Avebrevicauda

Sapeornis

Pygostylia

Confuciusornithiformes

Ornithothoraces

Cladograma segundo os resultados do estudo filogenético de Lefèvre et al., 2014.[26]

Os mais antigos fósseis avianos conhecidos são provenientes da Formação de Tiaojishan, na China, e estão datados do estágio Oxfordiano do período Jurássico Superior, há cerca de 160 milhões de anos.[12] As espécies avianas deste período incluem o Anchiornis huxleyi, Xiaotingia zhengi e o Aurornis xui. O aviano mais conhecido, Archaeopteryx, data de rochas jurássicas alemãs ligeiramente posteriores, de há cerca de 155 milhões de anos. Muitos destes primeiros avianos partilhavam entre si características anatómicas invulgares que podem ter sido ancestrais das aves modernas, mas que foram mais tarde perdidas durante a evolução das aves. Estas características incluem uma garra maior no segundo dedo e asas posteriores que cobriam os membros e pés posteriores e que podem ter sido usadas para manobras no ar.[27]

Durante o Cretácico, os avianos diversificaram-se numa ampla variedade de formas.[28] Muitos grupos mantiveram as características primitivas, como as asas com garras e os dentes. Estes últimos acabaram por se perder em vários grupos avianos, incluindo as aves modernas, embora de forma independente entre si. Enquanto os avianos mais antigos, como o Archaeopteryx e o Shenzhouraptor sinensis, mantiveram as caudas ósseas dos seus ancestrais,[28] as caudas de avianos mais avançados foram sendo encurtadas após o aparecimento dos ossos pigóstilos no grupo Pygostylia. No Cretácico superior, há cerca de 95 milhões de anos, o ancestral de todas as aves modernas desenvolveu também o sentido do olfato.[29]

Diversificação inicial dos ancestrais das aves

Ornithothoraces

Enantiornithes

Euornithes

Archaeorhynchus

Ornithuromorpha

Patagopteryx

Vorona

Schizooura

Hongshanornithidae

Jianchangornis

Songlingornithidae

Gansus

Apsaravis

Ornithurae

Hesperornithes

Ichthyornis

Vegavis

Aves

Filogenia das aves durante o Mesozoico, simplificada de acordo com a análise filogenética de Wang et al de 2015.[30]

A primeira grande e diversificada linhagem de avianos de cauda curta a evoluir foram os enantiornithes, ou "opostos às aves", assim designados porque a construção dos ossos dos ombros se apresenta invertida em relação às aves modernas. Os enantiornithes ocupavam um vasto conjunto de nichos ecológicos, desde os que vasculhavam as areias nas zonas costeiras, passando pelos que se alimentavam de peixe, até aos que viviam nas árvores e se alimentavam de sementes. Embora tenham sido o grupo dominante dentro dos avianos durante o período Cretácico, os enantiornithes extinguiram-se no fim do Mesozoico, a par de muitos outros grupos de dinossauros.[28]

A segunda grande linhagem aviana a desenvolver-se foram os Euornithes, ou "aves verdadeiras", assim designados porque incluem os ancestrais das aves modernas. Muitas das espécies deste grupo eram semi-aquáticas e especializadas na captura de peixe e outros organismos marinhos. Ao contrário dos enantiornithes, que dominavam os habitats terrestres e arbustivos, à maior parte dos primeiros euornithes faltavam adaptações que lhes permitissem empoleirar, pelo que neste grupo se observam sobretudo espécies adaptadas às regiões costeiras ou capazes de nadar e mergulhar. Entre as que possuíam esta última característica estão os hesperornithiformes, que se tornaram de tal forma especializados na pesca de peixe em ambientes marinhos que perderam a capacidade de voar e se tornaram aquáticos.[28] Os primeiros euornithes também assistiram ao desenvolvimento de várias características associadas às aves modernas, como osso esterno com quilha, ausência de dentes e partes da mandíbula em forma de bico. No entento, a maior parte dos euornithes manteve dentes noutras partes da mandíbula.[31] O grupo dos euornithes também inclui os primeiros avianos a desenvolver um verdadeiro pigóstilo e um conjunto completo de penas de cauda,[32] o qual pode ter substituído as asas posteriores como principal meio de manobrabilidade e desaceleração em voo.[27]

Diversificação das aves modernas

Aves  
Palaeognathae 

Struthioniformes

Tinamiformes

 Neognathae 
 

Outras aves (Neoaves)

Galloanserae 

Anseriformes

Galliformes

Divergências basais das aves modernas com base na Taxonomia de Sibley-Ahlquist

Todas as aves modernas pertencem ao grupo coroa das Aves (ou, em alternativa, Neornithes), o qual tem duas subdivisões: os Paleognathae, em que se inclui os ratitas não voadores (como a avestruz), os tinamiformes e o extremamente diversificado grupo dos Neognathae, que contém todas as outras aves.[8] A estas duas subdivisões dá-se muitas vezes a categoria taxonómica de superordem.[33][8] Dependendo do ponto de vista taxonómico, o número de espécies de aves vivas conhecidas varia entre 9800[34] e 10 050.[35]

Devido em grande parte à descoberta do Vegavis, um membro neognato da linhagem dos patos, sabe-se que o grupo Aves se dividiu em várias linhagens modernas por volta do fim da era do Mesozoico.[36] Alguns estudos estimaram que a origem efetiva das aves modernas terá provavelmente ocorrido mais cedo do que os fósseis conhecidos mais antigos, provavelmente a meio do período Cretácico.[4]

A divergência mais antiga dentro dos Neognathes foi a dos Galloanserae, a superordem que contém os Anseriformes (patos, gansos, cisnes e Anhimidae) e os Galliformes (faisões, tetrazes e respetivos aliados, em conjunto com os Megapodiidae, o guano e respetivos aliados). O mais antigo registo fóssil das aves verdadeiras tem origem no possível galliforme Austinornis lentus, datado de há cerca de 85 milhões de anos,[37] embora as datas para a divisão efetiva sejam alvo de debate entre os cientistas. Há um consenso de que as Aves se desenvolveram durante o Cretácico e que a divisão dos Galloanseri dos outros neognatos ocorreu antes da extinção do Cretáceo-Paleogeno, embora haja diferentes opiniões sobre se a radiação evolutiva dos restantes neognatos ocorreu antes ou depois da extinção dos restantes dinossauros.[38] Esta discordância deve-se em parte a uma divergência nas evidências. Os dados moleculares sugerem uma radiação durante o Cretácico, enquanto as evidências fósseis sugerem uma radiação durante o Cenozoico. As tentativas para reconciliar as evidências moleculares e fósseis têm-se revelado controversas,[38][39] embora resultados recentes mostrem que todos os grupos existentes de aves tenham tido origem num pequeno grupo de espécies que sobreviveu à extinção do Cretáceo-Paleogeno.[40]

Classificação das ordens das aves

Cladograma das relações entre aves modernas com base em Jarvis, E.D. et al. (2014),[41] com alguns nomes de clados segundo Yury, T. et al. (2013).[42]

Aves
Palaeognathae

Struthioniformes (avestruzes)

Notopalaeognathae

Rheiformes (emas)

Dinornithiformes (moas)

Lithornithiformes

Tinamiformes

Novaeratitae

Casuariiformes (emus e casuares)

Apterygiformes (quivis)

Aepyornithiformes (pássaros-elefante)

Neognathae
Galloanserae

Galliformes (galinhas, tetrazes, perus, etc.)

Odontoanserae

Pelagornithidae

Anserimorphae

Gastornithiformes

Anseriformes (patos, gansos e cisnes)

Neoaves
Columbea
Mirandornithes

Phoenicopteriformes (flamingos)

Podicipediformes (mergulhões)

Columbimorphae

Columbiformes (pombos)

Mesitornithiformes

Pteroclidiformes (cortiçois)

Passerea

Cypselomorphae (colibris, andorinhões)

Otidimorphae

Cuculiformes (cucos)

Otidiformes (abetardas)

Musophagiformes (turacos)

Opisthocomiformes

Cursorimorphae

Gruiformes (carquejas e grous)

Charadriiformes (gaivotas, araus, aves limícolas)

Aequornithes (pinguins, garças, pelicanos, cegonhas, etc.)

Phaethontimorphae

Eurypygiformes (cagu)

Phaethontiformes

Telluraves
Afroaves
Accipitrimorphae

Cathartiformes (condores e abutres do Novo Mundo)

Accipitriformes (gaviões, águias, abutres do Velho Mundo, etc.)

Strigiformes (corujas)

Coraciimorphae

Coliiformes

Eucavitaves

Leptosomatiformes

Cavitaves

Trogoniformes (surucuá)

Picocoraciae

Bucerotiformes (calaus, poupas, etc.)

Coraciformes (guarda-rios etc.)

Piciformes (pica-paus, tucanos, etc.)

Australaves

Cariamiformes (sariemas, etc)

Eufalconimorphae

Falconiformes (falcões)

Psittacopasserae

Psittaciformes (papagaios, araras, catatuas etc.)

Passeriformes (aves canoras)

A classificação das aves é um tema controverso. A publicação Phylogeny and Classification of Birds (1990), da autoria de Charles Sibley e Jon Ahlquist, é uma das principais obras de referência na classificação das aves,[43] embora seja frequentementemente discutida e continuamente revista. A maior parte das evidências sugere que a distribuição das ordens é correta,[44] embora os cientistas discordem entre si quanto às relações entre as ordens. Apesar de a discussão contar com evidências da anatomia das aves modernas, ADN e registos fósseis, ainda não há um consenso determinante. Recentemente, a descoberta de novos fósseis e a obtenção de evidências moleculares está a contribuir para uma panorâmica cada vez mais clara da evolução das ordens de aves modernas. A investigação mais recente tem-se focado na sequenciação genética de 48 espécies representativas.[41]

Distribuição

pequeno pássaro com barriga esbranquiçada e padrões nas ass e cabeça, pousado sobre cimento
O território do pardal-doméstico foi significativamente alargado devido à atividade humana.[45]

As aves vivem e reproduzem-se na maior parte dos habitats terrestres e em todos os sete continentes. O petrel-das-neves nidifica em colónias que já foram observadas a distâncias de 440 km do litoral da Antártida.[46] A maior biodiversidade de aves tem lugar nas regiões tropicais. Anteriormente, pensava-se que esta maior diversidade era o resultado de uma maior velocidade de especiação nos trópicos. No entanto, estudos mais recentes verificaram que a especiação é superior nas latitudes mais elevadas, embora a velocidade de extinção seja também superior à dos trópicos.[47] Várias famílias de aves evoluíram para se adaptar à vida nos oceanos. Algumas espécies de aves marinhas regressam à costa apenas para nidificar[48] e alguns pinguins são capazes de mergulhar até 300 metros de profundidade.[49]

Muitas espécies de aves estabeleceram o seu território nas regiões em que foram introduzidas pelo ser humano. A introdução de algumas espécies foi deliberada, como por exemplo o faisão-comum, que foi introduzido em todo o mundo como ave de caça.[50] Outras introduções foram acidentais, como o periquito-monge que atualmente está presente em várias cidades norte-americanas como consequência de fugas de cativeiro.[51] Algumas espécies, como a garça-boieira,[52] o gavião-carrapateiro[53] e a cacatua-galah[54] expandiram-se muito para além do seu território inicial de forma natural, à medida que a agricultura foi criando novos habitats.

Anatomia e fisiologia

Ver artigos principais: Anatomia das aves e Visão das aves
Topografia de uma ave (Vanellus malabaricus).

Em comparação com outros vertebrados, as aves apresentam um corpo com diversas adaptações invulgares destinadas a permitir o voo.

Sistema ósseo

O sistema ósseo das aves é constituído por ossos extremamente leves com cavidades de ar ligadas ao sistema respiratório (ossos pneumáticos).[55] Nos adultos, os ossos do crânio estão fundidos entre si e não apresentam suturas cranianas.[56] As órbitas são de grande dimensão e separadas por um septo nasal. A coluna vertebral divide-se nas vértebras cervicais, torácicas, lombares e caudais. As vértebras cervicais (do pescoço), cujo número varia significativamente entre espécies, são particularmente flexíveis. No entanto, o movimento nas vértebras torácicas é limitado e completamente ausente nas vértebras posteriores.[57] As últimas vértebras encontram-se fundidas com a pelve, formando o sinsacro. As costelas são achatadas. O esterno apresenta uma quilha que sustenta os músculos peitorais envolvidos no voo, embora esteja ausente das aves não voadoras. Os membros anteriores encontram-se modificados na forma de asas.[58][56][59]

Sistemas excretor e digestivo

Tal como os répteis, as aves são seres uricotélicos; isto é, os seus rins filtram os resíduos nitrogenados da corrente sanguínea e excretam-no na forma de ácido úrico (em vez de ureia ou amoníaco) ao longo dos uréteres até ao intestino. As aves não têm bexiga nem uretra exterior, pelo que (à exceção das avestruzes) o ácido úrico é expelido em conjunto com as fezes em dejetos semi-sólidos.[60][61][62] No entanto, algumas aves, como o colibri, podem ser amoniotélicos, excretando a maior parte dos resíduos nitrogenados na forma de amoníaco.[63] Também excretam creatina, em vez de creatinina como os mamíferos.[56] Este material é expulso através da cloaca, em conjunto com os dejetos intestinais.[64][65] A cloaca é um orifício com diversas finalidades. Não só é por aí que são expulsos os dejetos, como maior parte das aves acasalam juntando as cloacas e é também por aí que as fêmeas depositam os ovos. Muitas aves também regurgitam egregófitos.[66] Os machos dos Palaeognathae (à exceção dos quivis), dos Anseriformes (à exceção dos Anhimidae) e, de forma rudimentar, dos Galliformes (mas totalmente desenvolvido nos Cracidae) possuem um pénis, o qual não se observa nas Neoaves.[67][68] Pensa-se que o comprimento esteja relacionado com a competição espermática.[69] Fora do momento da cópula, encontra-se oculto no interior do proctodeu, um compartimento no interior da cloaca. O sistema digestivo das aves é constituído por um papo, onde é armazenado o conteúdo digestivo, e uma moela que contém pedras, que as aves engolem para moer os alimentos como forma de compensar a falta de dentes.[70] A maior parte das aves apresenta uma digestão bastante rápida, de modo a não interferir com o voo.[71] Algumas aves migratórias adaptaram-se de modo a usar proteínas de várias partes do corpo como fonte de energia adicional durante a migração.[72]

Sistema respiratório

As aves têm um dos mais complexos sistemas respiratórios de todos os animais.[56] No momento da inalação, apenas 25% do ar inalado vai diretamente para os pulmões, enquanto que o restante 75% atravessa os pulmões e passa diretamente para um saco de ar posterior que se estende a partir dos pulmões e está ligado às cavidades de ar nos ossos, as quais preenche com ar. Quando a ave expira, o ar usado sai dos pulmões e o ar fresco do saco de ar posterior é forçado a passar para os pulmões. Desta forma, os pulmões são constantemente fornecidos de ar fresco, quer durante a inalação quer durante a expiração.[73] A produção de sons é feita através da siringe, uma câmara muscular constituída por várias membranas timpânicas que diverge da extremidade inferior da traqueia.[74] Em algumas espécies, a traqueia é alongada, o que aumenta o volume das vocalizações e a perceção do tamanho da ave.[75]

Sistema circulatório

O sistema circulatório das aves é impulsionado por um coração miogénico de quatro câmaras protegido por um pericárdio fibroso. O pericárdio encontra-se preenchido com fluido seroso que o lubrifica.[76] O coração em si está dividido em duas metades, direita e esquerda, cada uma constituída por uma aurícula e um ventrículo. As aurículas e vetrículos de cada lado estão separados entre si por válvulas cardíacas que impedem que o sangue passe de uma câmara para a outra durante a contração. Sendo miogénico, o ritmo cardíaco é mantido pelas células marca-passo do nó sinusal situado na aurícula direita. O coração das aves é também apresenta arcos musculares, constituídos por camadas espessas de músculo. De forma semelhante ao coração dos mamíferos, o coração das aves é constituído pelas camadas do endocárdio, miocárdio e pericárdio.[76] As paredes auriculares tendem a ser mais delgadas do que as paredes ventriculares, devido à intensa contração ventricular usada para bombear sangue oxigenado pelo corpo. Em comparação com a massa corporal, o coração das aves é geralmente maior do que o dos mamíferos. Esta adaptação permite que seja bombeada maior quantidade de sangue de modo a responder às necessidades metabólicas associadas ao voo.[77] As principais artérias que transportam o sangue do coração têm origem no arco aórtico direito, ao contrário dos mamíferos, em que é o arco aórtico esquerdo que forma esta parte da aorta.[56] A veia cava inferior recebe o sangue dos membros através do sistema venoso portal. Também ao contrário dos mamíferos, os glóbulos vermelhos das aves mantêm o seu núcleo celular.[78]

As aves têm um sistema bastante eficiente de distribuição de oxigénio pelo corpo, uma vez que têm uma superfície de trocas gasosas dez vezes maior do que os mamíferos. Isto faz com que as aves tenham nos vasos capilares mais sangue por unidade de volume dos pulmões do que um mamífero.[77] As artérias das aves são constituídas por músculos elásticos e espessos para resistir à pressão da forte constrição ventricular, que se tornam mais rígidos à medida que se encontram mais afastados do coração. O sangue passa pelas artérias, que sofrem vasoconstrição, em direção às arteríolas, que distribuiem o oxigénio e os nutrientes a todos os tecidos do corpo. À medida que as arteríolas se encontram mais afastadas do coração e próximas dos órgãos e dos tecidos, são cada vez mais ramificadas de modo a aumentar a área de superfície e diminuir a intensidade da corrente sanguínea. A partir das arteríolas, o sangue desloca-se para os vasos capilares onde ocorre a troca de oxigénio pelos resíduos de dióxido de carbono. Após a troca gasosa, o sangue deoxigenado passa pelas vénulas e é transportado pelas []veia]]s de volta ao coração. Ao contrário das artérias, as veias são finas e rígidas, uma vez que não necessitam de resistir a pressões elevadas.[79]

Sistema nervoso, olfato, visão e audição

Olho de um abibe a ser coberto pela membrana nictitante.

A parte mais desenvolvida do cérebro das aves é a que controla as funções relativas ao voo. O cerebelo coordena o movimento e o telencéfalo controla os padrões de comportamento, navegação, acasalamento e nidificação. A maior parte das aves tem olfato pouco apurado, embora os quivis,[80] os abutres do Novo Mundo[81] e os Procellariiformes sejam exceções notáveis.[82]

A visão das aves é geralmente bastante desenvolvida. As aves marinhas apresentam lentes flexíveis, o que lhes permite ver claramente tanto no ar como dentro de água.[56] Algumas espécies têm dupla fóvea. As aves são tetracromáticas, possuindo cones não só sensíveis à luz verde, vermelha e azul como também à luz ultravioleta.[83]

Muitas aves exibem padrões de plumagem refletora ultravioleta que são invisíveis ao olho humano. Algumas aves cujos sexos aparentam ser iguais apresentam, na realidade, padrões diferenciados. Os machos do chapim-azul, por exemplo, têm uma coroa refletora ultravioleta que é exposta durante a corte ao levantar as penas da nuca.[84] A luz ultravioleta é também usada na procura de comida. Alguns falcões procuram presas através da deteção dos rastos de urina dos roedores, que refletem a luz ultravioleta.[85]

As pálpebras das aves não são usadas para pestanejar. Em vez disso, o olho é lubrificado por uma terceira pálpebra que se desloca horizontalmente, denominada membrana nictitante.[86] Esta membrana também cobre o olho e funciona como uma lente de contacto em muitas aves marinhas.[56] A retina das aves tem um sistema irrigatório próprio denominado pécten.[56] A maior parte das aves não consegue mover os olhos, embora haja exceções, como o corvo-marinho-de-faces-brancas.[87] As aves com olhos nas partes laterais da cabeça têm um grande campo visual, enquanto que as aves com olhos na parte da frente da cabeça têm visão binocular e são capazes de estimar a profundidade de campo.[88]

O ouvido das aves não apresenta pavilhão auditivo externo, embora o orifício seja revestido por penas. Em algumas aves de rapina, como as corujas, mochos ou bufos, estas penas formam tufos que se assemelham a orelhas. O ouvido interno apresenta uma cóclea, mas não em espiral como nos mamíferos.[89]

Defesa e combate

Algumas espécies são capazes de usar defesas químicas contra predadores. Alguns Procellariiformes projetam um óleo estomacal desagradável contra agressores,[90] enquanto algumas espécies de pitohuis da Nova Guiné têm a pele e penas revestidas por uma poderosa neurotoxina.[91]

Ocasionalmente, os combates entre espécies resultam em ferimentos ou morte.[92] Os anhimídeos, algumas jaçanãs, o pato-ferrão, o pato-das-torrentes e nove espécies de abibes apresentam um espigão afiado na asa que usam como arma. Os patos-vapor, os cisnes e gansos, as pombas do ártico, os motum e os alcaravões apresentam uma protuberância óssea na álula para esmurrar os oponentes.[92] Algumas jaçanãs apresentam um rádio expandido em forma de lâmina. O extinto ibis jamaicano apresentava um membro anterior alongado que provavelmente funcionava em combate de forma semelhante a um malho. Outras aves, como os cisnes, são capazes de morder ao defender os ovos ou as crias.[92]

Cromossomas

As aves têm dois sexos: macho e fêmea. O sexo das aves é determinado pelos cromossomas Z e W, em vez dos cromossomas X e Y presentes nos mamíferos. Os machos têm dois cromossomas Z (ZZ) e as fêmeas um cromossoma W e um Z (WZ).[56]

Penas, plumagem e escamas

Ver artigos principais: Pena e Penas de voo
A plumagem do Mocho-de-orelhas-africano permite-lhe camuflar nos troncos das árvores.
As cores das penas são o resultado de diferentes pigmentos.
Esquerda: turacina (vermelho) e turacoverdina (verde, com tons iridescentes de azul na extremidade inferior) numa asa de turaco-de-bannerman.
Direita: carotenoides (vermelho) e melaninas (negro) nas asas de um tiê-sangue

As penas são uma característica única e proeminante das aves.[nota 1] As penas permitem às aves voar, fornecem isolamento que facilita a regulação térmica e são usadas como forma de exibicionismo, camuflagem e comunicação.[56] Existem vários tipos de penas, cada um com finalidades específicas. As penas são desenvolvimentos epidérmicos ligados à pele e crescem apenas em regiões específicas da pele denominadas pterilas. O padrão de distribuição da implantação das penas em tratos denomina-se pterilose. Aptérios são zonas desprovidas de penas. A distribuição e aparência do conjunto das penas no corpo é denominado plumagem e é uma das principais características que permitem identificar a espécie de ave. A plumagem pode variar significativamente dentro da própria espécie de acordo com a idade, estatuto social[93] e sexo.[94]

A plumagem das aves muda regularmente. Geralmente a muda é anual, embora em algumas espécies se observem duas mudas, uma antes da época de reprodução e outra depois, podendo ocorrer variações entre espécies e entre indivíduos da mesma espécie.[95] As maiores aves de rapina podem mudar de plumagem apenas uma vez em vários anos. As características da muda variam entre espécies. Em passariformes, as penas de voo são substituídas uma de cada vez, sendo as primárias da face inferior substituídas primeiro. Após a substituição da quinta ou sexta primária, começam a cair as terciárias exteriores, seguidas pelas secundárias e pelas outras penas. As grandes coberturas primárias são substituídas ao mesmo tempo das primárias que cobrem. Este processo denomina-se muda centrífuga.[96] Por outro lado, um pequeno número de espécies, entre as quais os patos e os gansos, perdem todas as penas de voo de uma única vez, ficando temporariamente incapazes de voar.[97]

Regra geral, a muda das penas da cauda segue o mesmo padrão da das asas, do interior para o exterior.[96] No entanto, nos Phasianidae verifica-se muda centrípeta (de fora para o centro),[98] enquanto que na cauda dos pica-paus e das trepadeiras começa a muda começa no segundo par mais interior e acaba no par central de penas, de modo a que a ave possa continuar a trepar.[96][99]

Antes da nidificação, as fêmeas de muitas espécies desenvolvem uma placa de incubação, perdendo penas no abdómen. A pele desta região é bastante irrigada com vasos sanguíneos, o que ajuda a ave durante a Incubação.[100] As escamas das aves encontram-se principalmente nos dedos e no metatarso, embora em algumas aves estejam presentes acima do tornozelo. À semelhança dos bicos, garras e espigões, são constituídas por queratina. A maior parte das escamas não se sobrepõe de forma significativa, exceto nos casos do guarda-rios e do pica-pau. Pensa-se que as escamas das aves sejam homólogas às dos répteis e dos mamíferos.[101]

Voo

Ver artigo principal: Voo das aves
Movimento descendente das asas de uma Myiagra inquieta

A maior parte das aves tem a capacidade de voar, o que as distingue de praticamente todas as outras classes de vertebrados. O voo é a principal forma de deslocação para a maioria das espécies de aves e é usado para a reprodução, alimentação e fuga de predadores. As aves possuem diversas adaptações evolutivas que lhes permitem voar, entre as quais ossos pneumáticos e leves, dois grandes músculos de voo (os peitorais, que correspondem a 15% do peso da ave, e o supracoracoide) e um membro anterior modificado (a asa) que atua como aerofólio.[56] O tamanho e forma da asa geralmente determina o tipo de voo dessa espécie. Muitas aves alternam entre o voo impulsionado pelo bater de asas e o voo planado. No entanto, cerca de 60 espécies vivas de aves são incapazes de voar, assim como muitas das aves extintas.[102] A incapacidade de voo ocorre muitas vezes em ilhas isoladas, provavelmente devido aos recursos limitados e à ausência de predadores terrestres..[103] Embora incapazes de voar ou de percorrer grandes distâncias, algumas aves usam a mesma musculatura e movimentos para nadar na água, como é o caso dos pinguins, tordas ou os melros-d'água.[104]

Comportamento

A maior parte das aves é diurna, embora algumas aves sejam noctívagas ou crepusculares, como as corujas, e muitas aves limícolas se alimentem de acordo com as marés, seja de dia ou de noite.[105]

Alimentação

Adaptação do bico a diversas formas de alimentação.

As dietas das aves são bastante variadas, podendo incluir néctar, fruta, plantas, sementes, carcaças e vários animais de menor dimensão, incluindo outras aves.[56] Uma vez que as aves não têm dentes, o seu sistema digestivo encontra-se adaptado de modo a processar alimentos engolidos inteiros sem mastigar. As aves que usam várias estratégias para adquirir comida ou se alimentam de vários alimentos são denominadas generalistas. As que dedicam tempo e esforço na procura de alimentos específicos são denominadas especialistas.[56] As estratégias de alimentação variam de espécie para espécie. Muitas aves simplesmente recolhem insetos, invertrebrados, fruta ou sementes. Algumas caçam, surpreendendo insetos com ataques súbitos a partir de ramos de árvores.[106]

As espécies que se alimentam de pragas são usadas em programas de controlo biológico.[106]

As aves que se alimentam do néctar das flores, como os beija-flores, apresentam línguas longas e especialmente adaptadas para a recolha do néctar e, em muitos casos, os próprios bicos foram-se adaptando de forma a encaixar em determinadas flores – fenómeno denominado coevolução.[107] Os quivís e as aves limícolas têm bico longos que lhes permitem vasculhar o terreno à procura de pequenos invertebrados. Os diferentes comprimentos do bico e diferentes métodos de procura fazem com que as espécies limícolas se encontrem muitas vezes em nichos ecológicos distintos.[56][108] Algumas espécies, como as mobelhas, os zarros, os pinguins ou as tordas, perseguem a presa debaixo de água, usando as asas e as patas como meio de propulsão.[48] Os predadores aéreos, como os sulídeos, os guarda-rios ou as andorinhas-do-mar mergulham em queda livre atrás das presas. Os flamingos, três espécies de priões e alguns patos são filtram os alimentos da água.[109][110]

Algumas espécies, como as fragatas, gaivotas,[111] ou os moleiros[112] praticam cleptoparasitismo, roubando comida de outras aves. No entanto, pensa-se que o cleptoparasitismo seja apenas um complemento à comida obtida através da caça, e não a principal fonte de alimentação.[113] Outras espécies são necrófagas. Entre estas, algumas, como os abutres, são especializadas no consumo de carcaças, enquanto outras, como as gaivotas, corvídeos ou determinadas aves de rapina, são oportunistas.[114]

Consumo de água

Embora a maior parte das aves necessite de água, as características do seu sistema excretor e a ausência de glândula sudoríparas diminuem a quantidade necessária.[115] Algumas aves do deserto conseguem satisfazer a necessidade de água exclusivamente a partir da água contida nos alimentos e são tolerantes ao aumento da temperatura corporal, o que lhes permite evitar dispender vapor de água em arrefecimento.[116] As aves marinhas estão adaptadas para beber água salgada do mar, possuindo glândulas de sal na cabeça que eliminam o excesso de sal através das narinas.[117]

A maior parte das aves recolhe a água no bico e inclina a cabeça de modo a permitir que a água escorra pela garganta. No entanto, algumas espécies, principalmente de regiões áridas, conseguem beber água sem necessidade de inclinar a cabeça, como é o caso das famílias dos pombos, estrilídeos, coliiformes, toirões e abetardas.[118] Algumas aves do deserto dependem da presença de fontes de água, como os cortiçois, que se agregam à volta de poços de água durante o dia.[119] Algumas espécies levam água às crias humedecendo as penas, enquanto outras a transportam no papo ou a regurgitam juntamente com a comida. As famílias dos pombos, dos flamingos e dos pinguins produzem para as crias um líquido nutritivo denominado leite de papo.[120]

Cuidados com as penas

Papagaio-escarlate durante o alisamento e limpeza das penas.

As penas exigem manutenção constante. Para além do desgaste físico, as penas são atacadas por fungos, parasitas e piolhos.[121] As aves conservam as penas com a limpeza, aplicação de secreções protetoras e banhos de água ou pó. Enquanto algumas aves apenas se banham em água rasa, como bebedouros ou fontes, outras mergulham em águas profundas e e algumas espécies arbustivas aproveitam a água da chuva que se acumula nas folhas. As aves de regiões áridas usam o solo para tomar banhos de poeira. Algumas espécies encorajam formigas a percorrer as penas, reduzindo o número de ectoparasitas. Muitas espécies abrem frequentemente as asas expondo-as à luz direta do sol, o que diminui o número de parasitas e previne o aparecimento de fungos.Algumas aves esfregam as formigas nas penas, o que faz com que libertem ácido fórmico que mata alguns parasitas.[122][123][124]

As aves limpam, alisam e tratam das penas todos os dias, despendendo neste processo cerca de 9% das horas de atividade.[125] O bico é usado para escovar partículas estranhas e para aplicar secreções de uma substância oleosa produzida pela glândula uropigial que mantém as penas flexíveis e atua como agente antimicrobiótico que impede o crescimento de bactérias que degradam as penas.[126]

Migração

Ver artigo principal: Migração de aves

Muitas espécies de aves migram de forma a tirar partido das diferenças sazonais de temperatura que influenciam a disponibilidade de fontes alimentares e dos habitats de reprodução. Estas migrações variam significativamente entre diferentes grupos. Muitas aves terrestres, aves limícolas e aves marinhas realizam migrações anuais ao longo de grandes distâncias, geralmente iniciadas com a mudança do tempo ou da quantidade das horas de luz. Estas aves geralmente alternam entre uma época de reprodução passada nas regiões de clima temperado ou polar e outra época não reprodutiva passada em regiões tropicais ou no hemisfério oposto. Antes da migração, as aves aumentam substancialmente as reservas de gordura corporal e diminuem o tamanho de alguns dos seus órgãos.[72][127] A migração exige uma elevada quantidade de energia, sobretudo quando as aves atravessam desertos e oceanos sem se poder reabastecer. As aves terrestres têm um alcance de voo de cerca de 2500 km e as aves costeiras até 4000 km,[128] embora o fuselo seja capaz de voar 10 200 km sem paragens.[129] Algumas aves marinhas realizam também grandes migrações, a mais longa das quais é realizada pela pardela-preta, que nidifica na Nova Zelândia e no Chile e durante o verão se alimenta no Pacífico norte ao largo do Japão, do Alasca e da Califórnia, viajando por ano 64 000 km.[130] Outras aves marinhas dispersam-se após a reprodução, viajando significativamente sem uma rota de migração fixa. Por exemplo, os albatrozes que nidificam no Oceano Austral realizam viagens circumpolares entre as épocas de acasalamento.[131]

Rotas de migração dos fuselos a partir da Nova Zelândia. Esta espécie realiza a mais longa rota de migração sem paragens que se conhece, voando cerca de 10 200 km.

Outras espécies realizam migrações mais curtas, viajando apenas o que for necessário para evitar o mau tempo ou obter comida. As espécies irruptivas, como os fringilídeos boreais, são um desses grupos, sendo possível que num ano permaneçam em determinado local e no seguinte não. Este tipo de migração está normalmente associado à disponibilidade de comida.[132] Algumas espécies podem também viajar apenas dentro da sua área de distribuição, neste caso migrando os indivíduos de maiores latitudes para os locais da sua espécie a menores latitudes. Outras ainda realizam apenas migrações parciais, em que migra apenas uma parte da população, geralmente as fêmeas e os machos subdominantes.[133] Em algumas regiões, as migrações parciais podem representar uma parte significativa dos movimentos migratórios. Na Austrália, por exemplo, 44% dos não passeiriformes e 32% dos passeiriformes realizam apenas migrações parciais.[134] A migração altitudinal é uma forma de migração de curta distância em que as aves passam a época de reprodução nas altitudes mais elevadas e em condições menos favoráveus migram para zonas mais baixas. Este tipo de migração é desencadeado por alterações na temperatura e quando o território normal se torna inóspito devido à falta de comida.[135] Outras espécies são nómadas, não tendo um território definido e deslocando-se de acordo com o tempo e a disponibilidade de comida.[136]

As aves têm a capacidade de regressar exatamente à mesma localização de onde partiram, mesmo após percorrem grandes distâncias.[137] Durante a migração, as aves navegam através de diversos métodos. Os migrantes diurnos orientam-se pelo Sol durante o dia e pelas estrelas durante a noite. As que usam o sol compensam a deslocação do astro usando um relógio interno,[56] enquanto que a orientação pelas estrelas depende da posição das constelações que circundam a estrela polar.[138] Para além disto, algumas espécias têm a capacidade de sentir o geomagnetismo terrestre através de fotorrecetores especiais.[139]

Comunicação

A plumagem do pavão-do-pará imita um grande predador.
A curruíra é um pássaro comum na América do Norte

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As aves comunicam principalmente através de sinais visuais e auditivos. Muitas espécies usam a plumagem para procurar ou reafirmar o estauto social,[140] para mostrar que se encontram na época de acasalamento ou para enviar sinais intimidatórios, como a imitação por parte do pavão-do-pará de um grande predador, que é capaz de afugentar falcões e proteger as crias.[141] As variações na plumagem também permitem identificar as aves e diferenciar espécies. Os rituais de exibição fazem também parte da comunicação visual entre as aves, podendo ser usados para demonstrar agressão, submissão ou como forma de criar laços entre indivíduos.[56] Os rituais mais sofisticados ocorrem durante o cortejo sexual e são acompanhados por danças de movimentos complexos.[142] O êxito do macho em acasalar pode depender da qualidade destes rituais.[143]

Os cantos e chamamentos são o principal meio de comunicação sonoro das aves e podem ser bastante complexos. Os sons são produzidos na siringe. Algumas espécies conseguem usar os dois lados da siringe de forma indepedente, o que lhes permite produzir dois sons diferentes em simultâneo.[74] Os chamamentos são usados para as mais diversas finalidades, entre as quais a atração do macho,[56] avaliação de potenciais parceiros,[144] criação de laços afetivos, reivindicação e manutenção territorial,[56] identificação de outros indivíduos (como quando os progenitores procuram as crias nas colónias ou quando os parceiros se reúnem no início da época de reprodução),[145] e aviso às outras aves de potenciais predadores, por vezes com informação específica sobre a natureza da ameaça.[146] Algumas espécies também usam sons mecânicos para comunciar. As narcejas neo-zelandesas produzem sons fazendo o ar circular por entre as penas,[147] os pica-paus tamboreiam de forma territorial,[71] e as cacatuas-das-palmeiras usam instrumentos de percussão.[148]

Comportamento de grupo

As queleas-de-bico-vermelho são a espécie de ave mais comum no mundo[149] e formam bandos que chegam às dezenas de milhar de indivíduos.

Enquanto algumas aves são essencialmente territoriais ou vivem em pequenos grupos familiares, outras aves formam bandos de grande dimensão. Os principais benefícios dos bandos são a segurança pelo número e a maior eficácia na procura de comida.[56] A defesa contra eventuais predadores é especialmente relevante em habitats fechados, como nas florestas, em que é a predação por emboscada é comum e um grupo grande aumenta a vigilância. Existem também bandos dedicados à procura de comida que juntam várias espécies que, embora ofereçam segurança, também aumentam a competição pelos recursos.[150]

No entanto, o agrupamento em bando também potencia o assédio, a dominância de algumas aves em relação a outras e, em alguns casos, uma diminuição na eficácia da procura por comida.[151]

As aves por vezes também formam associações com espécies não aviárias. Algumas aves marinhas que caçam por mergulho associam-se a golfinhos e atuns que empurram os cardumes de peixe em direção à superfície.[152] Os calaus têm uma relação mutualista com os mangustos-anão, na qual caçam em conjunto e avisam-se entre si em relação a aves de rapina e outros predadores.[153]

Repouso e empoleiramento

Muitas aves, como este flamingo-americano, repousam a cabeça nas costas ao dormir.

O elevado metabolismo das aves durante a parte ativa do dia é compensado pelo repouso no restante tempo. Ao dormir, as aves incorrem num tipo de sono denominado "sono de vigília", em que os períodos de descanso são intercalados com rápidas "espreitadelas" de olhos abertos, o que lhes permite aperceber de eventuais distúrbios e rapidamente escapar de ameaças.[154] Tem sido sugerido que possa haver determinados tipos de sono que são possíveis até mesmo durante o voo.[155] Por exemplo, acredita-se que os andorinhões sejam capazes de dormir em pleno voo, e as observações de radar sugerem que se orientam na direção do vento durante o sono.[156] Algumas aves têm também demonstrado a capacidade de ter de forma alternada apenas um dos hemisférios cerebrais em sono profundo, o que permite ao olho oposto ao hemisfério que está a dormir continuar vigilante. As aves tendem a exercer esta capacidade quando estão nas orlas dos bandos.[157] O empoleiramento comunitário é comum, uma vez que diminui a perda de calor corporal e diminui os riscos associados com os predadores.[158] Os locais de poleiro são geralmente escolhidos tendo em conta a segurança e regulação de calor.[159]

Duranmte o sono, muitas aves dobram a cabeça e o pescoço sobre as costas e enfiam o bico nas penas do dorso, enquanto outras o fazem nas penas do peito. Muitas aves descansam apoiadas apenas numa perna, enquanto algumas puxam as pernas para baixo das penas, especialmente no inverno. Os pássaros apresentam um mecanismo que bloqueia o tendão que os ajuda a manterem-se no poleiro enquanto dormem. Muitas aves que vivem junto ao solo, como as codornizes e os faisões, empoleiram-se nas árvores. Alguns papagaios do género Loriculus empoleiram-se de cabeça para baixo.[160] Mais de uma centena de espécies, como o colibri ou noitibó, descansam num estado de torpor acompanhado de uma diminuição do metabolismo.[161] Uma espécie, o noitibó-de-nuttall, chega a entrar num estado de hibernação.[162]

Reprodução

Sistemas sociais

Tal como outros membros da sua família, os machos da ave-do-paraíso-de-raggi apresenta uma plumagem de acasalemento exuberante com o intuito de impressionar as fêmeas.[163]

Noventa e cinco por cento das espécies de aves são socialmente monógamas. Os casais destas espécies estão juntos pelo menos durante uma época de reprodução ou, em alguns casos, durante vários anos ou até à morte de um dos parceiros.[164] A monogamia permite que o pai também cuide das crias, o que é fundamental nas espécies em que as fêmeas necessitam da assistência dos machos durante a incubação.[165] No entanto, entre as muitas espécies monógamas a infidelidade é comum.[166] Este comportamento verifica-se geralmente entre os machos dominantes e as fêmeas de machos subordinados, embora possa também ser o resultado de cópula forçada em patos e outros anatídeos.[167] As fêmeas das aves têm mecanismos de armazenamento de esperma que permitem que o esperma do macho se mantenha viável durante bastante tempo depois da cópula, chegando a 100 dias em algumas espécies,[168] e que haja competição entre o esperma de vários machos. Para as fêmeas, entre os possíveis benefícios da cópula extra-par está a possibilidade de melhores genes para a prole e garantia contra uma eventual infertilidade do parceiro.[169] Os machos das espécies que praticam cópula extra-par vigiam de perto a companheira de modo a garantir a paternidade da prole que criam.[170] Nos restantes 5% de espécies verificam-se vários sistemas de acasalamento, incluindo poliginia, poliandria, poligamia, poliginandria e promiscuidade. O acasalamento polígamo ocorre quando as fêmeas são capazes de criar a prole sem a ajuda dos machos.[56] Foi também observado comportamento homossexual em machos ou fêmeas de várias espécies de aves, incluindo cópula, formação de pares e nos cuidados com as crias.[171]

O acasalamento de maior parte das espécie envolve alguma forma de corte, geralmente por parte do maho.[172] A maior parte dos rituais são bastante simples e envolvem apenas algum tipo de canto. No entanto, alguns são bastante elaborados. Dependendo da espécie, podem incluir dança, bater de asas ou cauda, voos aéreos ou lek comunitário. São geralmente as fêmeas que escolhem o parceiro,[173] embora nos falaropos, que são políandros, sejam os machos que escolhem as fêmeas de cor mais vibrante.[174] Após a escolha do parceiro, muitas espécies fazem ofertas de objetos entre os parceiros ou juntam os bicos em sinal de afeto.[71]

Territórios, nidificação e incubação

Durante a época de reprodução, muitas aves defendem ativamente um território de outros indivíduos da mesma espécie para assegurar fontes de comida para as suas crias. As espécies que não são territoriais, como as aves marinhas ou os andorinhões, geralmente reproduzem-se em colónias que oferecem proteção contra predadores. As aves coloniais defendem apenas o ninho, embora a competição pelos melhores locais para construir o ninho possa ser intensa.[175]

Todas as aves põem ovos amnióticos de casca dura, constituída principalmente por carbonato de cálcio.[56] As espécies que constrem o ninho enterrado ou em buracos tendem a por ovos brancos ou claros, enquanto as espécies de ninho aberto põem ovos camuflados. No entanto, existem muitas exceções a este padrão; por exemplo, os noitibós, que colocam os ovos no chão, têm ovos claros e a camuflagem é oferecida pelas próprias penas. As espécies que são vítimas de parasitas de ninhada têm ovos de várias cores de modo a aumentar a probabilidade de detetar o ovo de um parasita, o que obriga as fêmeas parasitas a fazer corresponder os seus ovos com os dos seus hospedeiros.[176]

Os Tecelões-de-dorso-dourado machos constroem ninhos suspensos a partir de erva.

As aves geralmente põem os ovos num ninho. A maior parte das espécies constrói ninhos bastante elaborados, que podem ser em forma de chávena, de prato, em montículo ou dentro de uma toca.[177] No entanto, alguns ninhos são extremamente primitivos. O ninho do albatroz, por exemplo, pouco mais é do alguma terra e ramos secos no chão. A maior parte das aves constrói ninhos em locais abrigados ou escondidos para evitar predadores, embora as aves coloniais ou de grande dimensão, que têm maior capacidade de defesa, possam construir ninhos abertos. Para a construção do ninho, algumas espécies procuram plantas com determinadas toxinas que impedem a propagação de parasitas, de modo a aumentar a sobrevivência das crias,[178] e penas, que pferecem isolamento térmico.[177] Algumas espécies não fazem ninho; por exemplo, o airo põe os ovos na rocha nua e os pinguins-imperador mantêm os ovos entre o corpo e as patas.

Ninho de um piuí ocupado por um ovo de chopim-mulato, um parasita de ninhada.

A incubação dos ovos tem início após a postura do último ovo e tem como finalidade normalizar a temperatura de desenvolvimento da cria.[56] Em espécies monogâmicas a tarefa de incubação é geralmente partilhada entre o casal, enquanto que nas espécies polígamas só um dos progenitores é que é responsável pela incubação. O calor dos progenitores passa para o ovo através de placas de incubação – áreas de pele no abdómen ou peito das aves ricas em vasos sanguíneos. A incubação pode ser um processo exigente em termos energéticos; por exemplo, um albatroz adulto chega a perder 83 g de peso por dia durante a incubação.[179] No entanto, os megápodes aquecem os ovos com energia do sol, da decomposição orgânica ou aproveitando a energia geotérmica.[180] Os períodos de incubação variam entre os 10 dias (nos pica-paus, cucos e passeriformes) e os 80 dias (em albatrozes e quivís).[56]

Cuidados parentais e crias

Crias altriciais de papa-moscas-preto.
Fêmea de colibri calíope a alimentar as crias, já plenamente desenvolvidas.

No momento da eclosão dos ovos, dependendo da espécie, as crias apresentam vários estádios de desenvolvimento, desde completamente indefesas até perfeitamente independentes. As crias indefesas são denominadas altriciais e tendem a nascer pequenas, cegas, imóveis e ainda sem penas. As crias que nascem já com autonomia, mobilidade e penas são denominadas precociais. As crias altriciais necessitam de ajuda para regular a temperatura do corpo e são cuidadas durante mais tempo do que as precociais.

A natureza e duração dos cuidados parentais variam sinificativamente entre as diferentes ordens e espécies. Num dos extremos, os cuidados parentais nos megápodes terminam no momento da eclosão. As crias saem do ovo e escavam sozinhas o caminho para fora do montículo que serve de ninho, começando imediatamente a alimentar-se por si mesmas.[181] No outro extremo, muitas aves marinhas prestam cuidados parentais ao longo de um grande período de tempo. O mais longo é o da fragata-grande, cujas crias levam seis meses até estarem prontas a voar e são alimentadas pelos progenitores ainda por mais 14 meses.[182] O período de guarda é o período imediatamente a seguir à eclosão em que um dos adultos está permanentemente presente no ninho. O propósito principal deste período é ajudar as crias a regular a temperatura e protegê-las dos predadores.[183]

Em muitas espécies, são ambos os progenitores que cuidam das crias. Noutras, os cuidados são da responsabilidade de apenas um dos sexos. Em algumas espécies, outros membros da mesma espécie ajudam a criar a prole, geralmente parentes próximos do casal, como um descendente de uma ninhada anterior.[184] Este comportamento é particularmente comum entre os corvídeos,[185] embora tenha também sido observada em espécies tão diversas como a Carriça-da-nova-zelândia ou o milhafre-real. Embora na maioria dos animais sejam raros os cuidados parentais por parte do macho, nas aves são bastante comuns e mais do que em qualquer outra classe de vertebrados.[56] Embora a defesa do território, do ninho, a incubação e a alimentação das crias sejam geralmente tarefas partilhadas entre o casal, por vezes verifica-se uma divisão do trabalho, em que um dos parceiros realiza toda ou grande parte de determinada tarefa.[186]

O momento em que as penas e os músculos das crias estão suficientemente desenvolvidos para permitir voar varia de forma muito significativa. As crias das tordas abandonam o ninho na noite imediatamente a seguir à eclosão dos ovos, seguindo os progenitores em direção ao mar, onde são criados fora do alcance de predadores terrestres.[187] Mas na maior parte das espécies as crias abandonam o ninho imediatamente antes ou pouco depois de serem capazes de voar. O período de cuidados parentais após as crias conseguirem voar varia. Por exemplo, enquanto as crias de albatroz abandonam o ninho por elas próprias e não recebem mais ajuda, outras espécies continuam a alimentar as crias.[188] As crias de algumas espécies migratórias seguem os pais ao longo da sua primeira migração.[189]

Parasitismo de ninhada

Ver artigo principal: Parasitismo de ninhada
Uma felosa a criar um cuco, uma espécie parasita de ninhada.

O parasitismo de ninhada, ou nidoparasitismo, descreve o comportamento de algumas espécies que põem os ovos nas ninhadas de outras espécies. Este comportamento é mais comum entre aves em comparação com outros animais.[190] Após a ave parasita ter posto os ovos no ninho de outra ave, esses ovos são muitas vezes aceites e cuidados pelo hospedeiro e com prejuízo para a sua própria ninhada. Os nidoparasitas dividem-se entre os que o fazem por necessidade, uma vez que são incapazes de criar as suas próprias crias, e os ocasionais, que apesar de serem capazes de criar a prole põem ovos em ninhos de espécies coespecíficas para aumentar a sua capacidade reprodutora.[191] Entre os parasitas ocasionais estão mais de cem espécies de aves, incluindo espécies das famílias Indicatoridae, Icteridae e o pato-de-cabeça-preta, embora o exemplo mais conhecido sejam os cucos.[190] Algumas crias de nidoparasitas eclodem antes das crias dos hospedeiros, o que lhes permite destruir os ovos, empurrando-os para fora do ninho ou matando as crias. Isto assegura que toda a comida levada para o ninho servirá para alimentar as crias dos nidoparasitas.[192]

Seleção sexual

As aves desenvolveram uma diversidade de comportamentos de acasalamento. A cauda do pavão é provavelmente o exemplo mais conhecido de seleção sexual e de seleção fisheriana (ou fugitiva). Os dimorfismos sexuais, como a diferença de tamanho e de cor, são bastante comuns entre as aves e um indicador de forte competição reprodutiva.[193]

Estão identificados muitos tipos de seleção sexual entre as aves. Na seleção intersexual é a fêmea que escolhe o parceiro, enquanto na competição intrasexual os indivíduos do sexo mais abundante competem entre si pelo privilégio de acasalar. Os traços de seleção sexual muitas vezes evoluem para se tornar mais pronunciados em situações de competição, até ao ponto em que começam a limitar a agilidade do indivíduo. O elevado custo dos comportamentos e ornamentos sexuais exagerados assegura que apenas os indíviduos de melhor qualidade os conseguem apresentar.[194]

Ecologia

As aves ocupam uma ampla variedade de posições ecológicas.[149] Enquanto algumas aves são generalistas, outras são especializadas em relação ao habitat ou à alimentação. Mesmo num único habitat, como por exemplo numa floresta, os nichos ecológicos ocupados pelas diferentes espécies variam. Enquanto algumas espécies vivem no dossel florestal, outras vivem nos estratos intermédios e outras ainda junto ao solo. Cada um destes grupos pode conter aves insetívoras, frugívoras e nectarívoras. As aves aquáticas geralmente alimentam-se da pesca, de plantas ou por cleptoparasitismo. As aves de rapina especializam-se na caça de pequenos mamíferos ou outras aves, enquanto os abutres são necrófagos especializados. Alguns nectarívoros são polinizadores importantes e muitos frugívoros são essenciais para a dispersão de sementes.[195] As plantas e as aves polinizadoras muitas vezes coevoluem,[196] e, em alguns casos, o principal polinizador de determinada flor é a única espécie de ave capaz de alcançar o seu néctar.[197]

As aves são importantes para a ecologia das ilhas. Tendo sido capazes de migrar para ilhas às quais os mamíferos não conseguiram chegar, as aves podem desempenhar papéis ecológicos geralmente realizados por animais de maior porte. Por exemplo, as extintas moas tiveram de tal forma impacto no ecossistema da Nova Zelândia, assim como têm o kereru ou o kokako na atualidade,[195] pelo que ainda hoje as plantas da ilha mantêm as adaptações defensivas que as protegiam das moas.[198] Durante a nidação, as aves marinhas também afetam significativamente a ecologia das ilhas e do mar envolvente, principalmente devido à concentração de grandes quantidades de guano que enriquece o solo da região.[199][200]

Relação com o ser humano

Criação intensiva de frangos num aviário industrial.

Algumas aves têm bastante visibilidade e são animais comuns com os quais o ser humano tem uma estreita relação desde o início da Humanidade.[201] Em alguns casos, estas relações são mutualistas, como na recolha de mel conjunta entre os Indicatoridae e alguns povos africanos, como os Boranas.[202] Noutros casos, as relações podem ser comensais, como o benefício que o pardal-doméstico tira das atividades humanas.[203]

Por outro lado, algumas espécies tornaram-se pragas agrícolas de elevado custo económico,[204] enquanto outras constituem riscos para a aviação.[205] As aves podem também ser vetores que propagam ao longo de grandes distâncias doenças como a ornitose, salmonelose, campilobacteriose, micobacteriose (tuberculose aviária), gripe das aves, giardiose ou criptosporidíase. Algumas destas são doenças zoonóticas que podem também ser transmitidas para os seres humanos.[206]

Importância económica

A utilização de corvos marinhos por pescadores asiáticos encontra-se em acentuado declínio e é hoje em dia apenas uma tração turística.

As aves de criação são a principal fonte de proteínas animais consumida pelo ser humano. Em 2003, foram consumidos 76 milhões de toneladas de aves de criação e produzidas 61 milhões de toneladas de ovos em todo o mundo.[207] Os frangos representam a maior parte do consumo de aves, embora o peru, o pato e os gansos domesticados sejam também comuns. Muitas espécies de aves são também caçadas para comida. A caça de aves é essencialmente uma atividade recreativa, exceto em regiões bastante subdesenvolvidas. As aves de caça mais comuns são os patos selvagens, faisões, perus selvagens, perdizes, pombos, tetrazes, maçaricos e galinholas.[208] Embora alguma caça possa ser sustentável, a caça no geral tem provocado a extinção ou colocado em risco dezenas de espécies.[209] Entre os outros produtos avícolas com valor comercial estão as penas, especialmente as dos gansos e patos, que são usadas como isolamento em casacos e na roupa de cama, e o guano (fezes de aves marinhas), que é uma fonte valiosa de fósforo e nitrogénio. A Guerra do Pacífico foi travada devido em parte ao controlo dos depósitos de guano.[210]

As aves são domesticadas pelo ser humano, não só como animais de estimação mas também para efeitos utilitários. Muitas aves com cores exóticas, como os papagaios ou as araras, são criadas em cativeiro ou vendidas como animais de companhia. No entanto, isto também tem feito crescer o tráfico ilegal de várias espécies ameaçadas.[211] A falcoaria e a pesca com a assistência de corvos marinhos são tradições milenares. Os pombos-correio, usados pelo menos desde o século I, foram essenciais nas comunicações até à II Guerra Mundial, No entanto, hoje em dia estas atividades são mais comuns como passatempo ou atração turística.[212] Existem milhões de entusiastas amadores que apreciam a observação de aves, ou birdwatching, uma vertente significativa do ecoturismo.[213] Muitos proprietários constroem comedouros de pássaros perto de casa para atrair várias espécies.[214]

Religião, folclore e cultura

As aves têm diversos papéis de relevo no folclore, religião e na cultura popular. Na religião, as aves são muitas vezes associadas a mensageiros, sacerdotes ou líderes de determinada divindade. No culto do Makemake os tangata manu (homens-pássaro) da ilha de Páscoa eram nomeados líderes.[215] Na mitologia nórdica, Hugin e Munin são dois corvos que deram a volta ao mundo para trazer notícias ao deus Odin. Em várias civilizações da Antiguidade italiana, principalmente na mitologia etrusca e na religião romana, os sacerdotes praticavam auguria, interpretando as palavras das aves enquanto o auspex[nota 2] as usava para fazer previsões sobre o futuro.[216] As aves podem também servir como símbolos religiosos, como no caso de Jonas (hebraico: יוֹנָה, pomba) que simbolizava o medo, passividade, pesar e beleza tradicionalmente associados às pombas.[217] As próprias aves são muitas vezes deificadas, como no caso do pavão-comum, que os Dravidianos vêm como a Terra-Mãe.[218] Algumas aves são também vistas como monstros, incluindo o mitológico Roc e o lendário Poukai, uma ave gigante que para os Maoris é capaz de raptar seres humanos.[219] Os povos indígenas dos Andes contam lendas de pássaros que atravessam mundos metafísicos. Em imagens religiosas dos impérios Inca e Tiwanaku, as aves são representadas a transgredir a fronteira entre o reino terrestre e o reino espiritual subterrâneo.[220][221]

Azulejo pintado com motivos de aves da Dinastia Qajar

As aves têm sido representadas na arte e na cultura popular desde as gravuras rupestres da época pré-histórica[222] Ao longo dos séculos, foram usadas como motivo nas mais diversas formas de arte sacra ou simbólica, como por exemplo o Trono de Pavão dos imperadores mogois e persas.[223] O despertar do interesse científico nas aves levou a que começassem a ser requisitadas ilustrações para livros em grande número. Um dos mais notáveis destes ilustradores de aves foi John James Audubon, cujas gravuras de aves norte-americanas fizeram sucesso na Europa e deu o nome à National Audubon Society.[224] As aves são também um tema importante na poesia. Homero escreveu sobre os rouxinóis na ]]Odisseia]], enquanto Cátulo usou um pardal como símbolo erótico nos seus poemas.[225] O tema central do Conto do Velho Marinheiro, de S. T. Coleridge é a relação entre um albatroz e um marinheiro.[226] Algumas metáforas na linguagem têm origem no comportamento das aves, como a associação de investidores ou fundos predatórios aos abutres necrófagos.[227]

As percepções culturais sobre diversas espécies de aves são muitas vezes diferentes de cultura para cultura. Por exemplo, enquanto em África as curujas são associadas a má sorte, bruxaria e morte,[228] na Europa são vistas como sábias.[229] As poupas, consideradas sagradas no Antigo Egito e símbolo de virtude na Pérsia, são no entanto vistas como ladras em grande parte da Europa e como mau presságio de guerra na Escandinávia.[230]

Conservação

O condor-da-califórnia, outrora restrito a apenas 22 indivíduos, conta hoje com 330 graças a medidas de conservação.

Embora a presença humana tenha facilitado a expansão de algumas espécies, como a andorinha-das-chaminés ou o estorninho-comum, foi também a causa da extinção ou diminuição da população de muitas outras espécies. Embora em tempos históricos tenham sido extintas mais de cem espécies de aves,[231] a mais dramática das extinções de aves causada pelo ser humano, que erradicou entre 750 e 1800 espécies, ocorreu durante a colonização humana das ilhas da Melanésia, Polinésia e Micronésia.[232] Muitas populações de aves em todo o mundo encontram-se em declínio, com 1227 espécies listadas como ameaçadas pela BirdLife International e pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais em 2009.[233][234]

A ameaça humana às aves mais comum é a destruição dos habitats.[235] Entre as outras ameaças estão a caça em excesso, mortalidade acidental devido a colisões aéreas ou captura acessória na pesca,[236] poluição (incluindo marés negras e uso de pesticidas),[237][238] e competição e predação de espécies invasoras.[239] Os governos e os conservacionistas trabalham em conjunto para proteger as aves, criando legislação que promove a conservação ou o restauro dos habitats ou criando populações de cativeiro para futura reintrodução nos habitats. Um estudo estimou que o esforço de conservação salvou da extinção 16 espécies de aves entre 1994 e 2004, incluindo o condor-da-califórnia e o periquito-de-Norfolk.[240]

Ver também

Notas

  1. Embora também tenham estado presentes em alguns dinossauros, hoje em dia não são considerados verdadeiras Aves.
  2. De onde deriva a palavra "auspício"

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