Meteorito: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Namibie Hoba Meteorite 05.JPG|thumb|O [[meteorito Hoba]] de 2.7 m de comprimento e 60 toneladas na [[Namíbia]] é o maior meteorito intacto conhecido.<ref>{{citar livro|título=Meteorites and their parent planets |último=McSween |primeiro= Harry |autorlink=Harry McSween |data=1999 |publicado=Cambridge University Press |isbn=978-0521583039 |edição=2nd |local=Cambridge |oclc=39210190}}</ref>]]
[[Imagem:Willamette meteorite.jpg|thumb|direita|250px|O meteorito "Willamette", o maior já encontrado nos [[Estados Unidos]], no estado de [[Oregon]]. É o sexto maior encontrado no mundo inteiro.]]
Um '''meteorito''' é um pedaço sólido de detritos de um objeto, como um [[cometa]], [[asteroide]] ou [[meteoroide]], que se origina no [[espaço sideral]] e sobrevive à sua passagem pela [[atmosfera]] para atingir a superfície de um [[planeta]] ou [[Satélite natural|lua]]. Quando o objeto original entra na atmosfera, vários fatores, como [[atrito]], pressão e interações químicas com os gases atmosféricos, fazem com que ele se aqueça e irradie energia. Em seguida, torna-se um [[meteoro]] e forma uma [[Meteoroide#Bola de fogo|bola de fogo]], também conhecida como estrela cadente; os astrônomos chamam os exemplos mais brilhantes de "[[bólido]]s". Uma vez que se instala na superfície do corpo maior, o meteoro se torna um meteorito. Os meteoritos variam muito em tamanho. Para os geólogos, um bólido é um meteorito grande o suficiente para criar uma [[cratera de impacto]].<ref name="WoodsHoleUSGS">{{citation |mode=cs1 |autor=C. Wylie Poag |url=https://woodshole.er.usgs.gov/epubs/bolide/introduction.html|seção=Introduction: What is a Bolide? |título=The Chesapeake Bay Bolide: Modern Consequences of an Ancient Cataclysm |data=1 de abril de 1998 |publicado=US Geological Survey, Woods Hole Field Center |acessodata=16 de setembro de 2011}}</ref>


Os meteoritos que são recuperados após serem observados enquanto transitam pela atmosfera e [[Evento de impacto|impactam]] a [[Terra]] são chamados de [[Queda de meteorito|quedas de meteoritos]]. Todos os outros são conhecidos como [[Achado de meteorito|achados de meteoritos]].
Um '''meteorito''' é a denominação dada quando um [[meteoroide]], formado por fragmentos de [[asteroides]] ou [[cometas]] ou ainda restos de planetas desintegrados ou de planetesimais que deram origem aos planetas, que podem variar de tamanho desde simples poeira a corpos celestes com quilômetros de diâmetro, alcança a [[superfície]] da [[Terra]], podendo ser um [[aerólito]] (rochoso), [[siderito]] (metálico) ou [[siderólito]] (metálico-rochoso).


Os meteoritos têm sido tradicionalmente divididos em três grandes categorias: meteoritos pedregosos que são rochas, compostas principalmente de [[minerais de silicato]]; [[meteoritos de ferro]] que são em grande parte compostos de [[ferroníquel]]; e meteoritos de ferro pedregosos que contêm grandes quantidades de material metálico e rochoso. Os esquemas de [[Classificação de meteoritos|classificação]] modernos dividem os meteoritos em grupos de acordo com sua estrutura, composição química e isotópica e mineralogia. Meteoritos menores que 2 mm são classificados como [[micrometeorito]]s. Meteoritos extraterrestres foram encontrados na [[Lua]] e em [[Marte (planeta)|Marte]].<ref>{{citar periódico|último=McSween Jr. |primeiro=Harry Y. |autorlink=Harry McSween |ano=1976 |título=A new type of chondritic meteorite found in lunar soil |periódico=Earth and Planetary Science Letters |volume=31 |número=2 |pages=193–199 |doi=10.1016/0012-821X(76)90211-9 |bibcode=1976E&PSL..31..193M}}</ref><ref>{{citar periódico|último=Rubin |primeiro=Alan E. |ano=1997 |título=The Hadley Rille enstatite chondrite and its agglutinate-like rim: Impact melting during accretion to the Moon |periódico=Meteoritics & Planetary Science |volume=32 |número=1 |pages=135–141|bibcode=1997M&PS...32..135R |doi=10.1111/j.1945-5100.1997.tb01248.x|doi-access=free }}</ref><ref>{{citar jornal|título=Opportunity Rover Finds an Iron Meteorite on Mars |publicado=JPL |data=19 de janeiro de 2005 | url=http://marsrovers.jpl.nasa.gov/newsroom/pressreleases/20050119a.html |acessodata=12 de dezembro de 2006 }}</ref>
== Composição ==
[[Imagem:Meteorito Marília.jpg|thumb|direita|250px|Meteorito Marília, condrito H4 que caiu em [[Marília]], em 5 de outubro de 1971, às 17 h.]]


== Fenômenos de queda ==
Ao contrário dos [[meteoro]]s (popularmente chamados de [[estrela cadente|estrelas cadentes]]), os meteoritos que atingem a superfície da Terra não são completamente consumidos na sua queda na atmosfera terrestre, apesar da [[temperatura]] elevada que atingem devido ao [[atrito]] com a [[atmosfera]]. Os mais comuns não contêm [[mistura]]s de elementos, sendo compostos por [[côndrulo]]s, podendo também conter [[partícula]]s de [[ferro]]. Os condritos carbonáceos podem conter moléculas complexas de hidrocarbonetos.
{{VT|Entrada atmosférica|Queda de meteorito}}
A maioria dos [[meteoroide]]s se desintegra ao entrar na [[atmosfera da Terra]]. Normalmente, observa-se que cinco a dez por ano caem e são posteriormente recuperados e divulgados aos cientistas.<ref>{{citar web| url = http://www.lpi.usra.edu/meteor/metbull.php?sea=%2A&sfor=names&ants=&falls=yes&valids=&stype=contains&lrec=50&map=ge&browse=&country=All&srt=year&categ=All&mblist=All&rect=&phot=&snew=0&pnt=Normal%20table&dr=&page=1|título= Meteoritical Bulletin}}</ref> Poucos meteoritos são grandes o suficiente para criar grandes [[crateras de impacto]]. Em vez disso, eles normalmente chegam à superfície em sua [[velocidade terminal]] e, no máximo, criam um pequeno poço.


[[Imagem:Oriented Taza Meteorite.jpg|thumb|right|[[Meteorito de ferro]] NWA 859 mostrando efeitos da ablação atmosférica]]
Os meteoritos [[metal|metálicos]] são constituídos por ferro (aproximadamente 85%) e [[níquel]] (aproximadamente 14%), podendo conter outros elementos em menor proporção. São também designados de sideritos.
[[Imagem:Novato Meteorite Impact Pit.jpg|thumb|right|O poço de impacto feito pelo [[meteorito Novato]] de 61.9 gramas quando atingiu o telhado de uma casa em 17 de outubro de 2012]]


Grandes meteoroides podem atingir a [[Terra]] com uma fração significativa de sua [[velocidade de escape]] (segunda velocidade cósmica), deixando para trás uma cratera de impacto de [[hipervelocidade]]. O tipo de cratera dependerá do tamanho, composição, grau de fragmentação e ângulo de entrada do impactor. A força de tais colisões tem o potencial de causar destruição generalizada.<ref>{{citar relatório|primeiro1=Clark R. |último1=Chapman |primeiro2=Daniel D. |último2=Durda |primeiro3=Robert E. |último3=Gold |título=The Comet/Asteroid Impact Hazard: A Systems Approach |ano=2001 |url=http://www.internationalspace.com/pdf/NEOwp_Chapman-Durda-Gold.pdf |arquivourl=https://web.archive.org/web/20160304002442/http://www.internationalspace.com/pdf/NEOwp_Chapman-Durda-Gold.pdf |arquivodata=4 de março de 2016 |publicado=Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory |via=International Space Consultants}}</ref><ref>[http://www.lpl.arizona.edu/impacteffects/ Make your own impact at the University of Arizona]. Lpl.arizona.edu. Retrieved on 17 December 2011.</ref> Os eventos de crateras de hipervelocidade mais frequentes na Terra são causados por meteoroides de ferro, que são mais facilmente capazes de transitar intactos pela atmosfera. Exemplos de crateras causadas por meteoroides de ferro incluem a [[Cratera de Barringer]], [[Cratera de Odessa]], [[Crateras de Wabar]] e a [[Cratera de Wolf Creek]]; meteoritos de ferro são encontrados em associação com todas essas crateras. Em contraste, mesmo corpos pedregosos ou gelados relativamente grandes, como pequenos [[cometa]]s ou [[asteroide]]s, até milhões de toneladas, são interrompidos na atmosfera e não causam crateras de impacto.<ref>{{citar periódico|último1=Bland|primeiro1=P.A. |último2= Artemieva |ano=2006 |primeiro2=Natalya A. |título=The rate of small impacts on Earth |periódico= Meteoritics and Planetary Science |volume=41 |número=4 |pages=607–631 |bibcode=2006M&PS...41..607B |doi=10.1111/j.1945-5100.2006.tb00485.x|s2cid=54627116 |url=https://semanticscholar.org/paper/ffcf951690accc1c80fe83e1394e494bac83c97f }}</ref> Embora esses eventos de interrupção sejam incomuns, eles podem causar uma concussão considerável; o famoso [[evento de Tunguska]] provavelmente resultou de tal incidente. Objetos pedregosos muito grandes, com centenas de metros de diâmetro ou mais, pesando dezenas de milhões de toneladas ou mais, podem atingir a superfície e causar grandes crateras, mas são muito raros. Tais eventos são geralmente tão energéticos que o impactor é completamente destruído, sem deixar meteoritos. (O primeiro exemplo de um meteorito rochoso encontrado em associação com uma grande cratera de impacto, a [[Cratera de Morokweng]] na [[África do Sul]], foi relatado em maio de 2006).<ref>{{citar periódico|último1=Maier |primeiro1=W.D.|primeiro2=M. A. G. |último2=Andreoli |primeiro3=I. |último3=McDonald |primeiro4=M. D. |último4=Higgins |primeiro5=A. J.|último5=Boyce |primeiro6=A. |último6=Shukolyukov |primeiro7=G. W. |último7=Lugmair |primeiro8=L. D. |último8=Ashwal |primeiro9=P. |último9=Gräser |título=Discovery of a 25-cm asteroid clast in the giant Morokweng impact crater, South Africa |periódico=Nature |volume=441 |pages=203–206|ano=2006 |doi=10.1038/nature04751 |pmid=16688173 |número=7090|bibcode = 2006Natur.441..203M |numero-autores=9 |último10=Ripley |primeiro10=E. M. |último11=Hart |primeiro11=R. J. |s2cid=4373614}}</ref>
Além desses, ainda existem os meteoritos ferro-rochosos, que são uma mistura da liga de ferro-níquel (50%) e outros minerais (50%).


Vários fenômenos são bem documentados durante [[Queda de meteorito|quedas de meteoritos]] testemunhadas, pequenas demais para produzir crateras de hipervelocidade.<ref>{{citar livro|último1=Sears |primeiro1=D. W. |ano=1978|título=The Nature and Origin of Meteorites |publicado=Oxford Univ. Press |local=New York |isbn=978-0-85274-374-4}}</ref> A bola de fogo que ocorre quando o meteoroide passa pela atmosfera pode parecer muito brilhante, rivalizando com o [[Sol]] em intensidade, embora a maioria seja muito mais fraca e possa nem ser notada durante o dia. Várias cores foram relatadas, incluindo amarelo, verde e vermelho. Flashes e rajadas de luz podem ocorrer quando o objeto se desfaz. Explosões, detonações e estrondos são frequentemente ouvidos durante quedas de meteoritos, que podem ser causadas por [[estrondos sônicos]], bem como [[ondas de choque]] resultantes de grandes eventos de fragmentação. Esses sons podem ser ouvidos em áreas amplas, com um raio de centenas de quilômetros ou mais. Assobios também são ouvidos às vezes, mas são mal compreendidos. Após a passagem da bola de fogo, não é incomum que um rastro de poeira permaneça na atmosfera por vários minutos.
O material do qual os meteoritos são formados podem esclarecer a formação do nosso sistema solar.<ref name="zucolotto"/>


À medida que os meteoroides são aquecidos durante a [[entrada atmosférica]], suas superfícies derretem e sofrem [[ablação]]. Eles podem ser esculpidos em várias formas durante esse processo, às vezes resultando em recortes rasos semelhantes a impressões digitais em suas superfícies, chamados [[wikt:regmaglypt|regmaglipto]]. Se o meteoroide mantiver uma orientação fixa por algum tempo, sem cair, ele pode desenvolver uma forma cônica de "cone de nariz" ou "escudo térmico". À medida que desacelera, eventualmente a [[camada superficial]] derretida se solidifica em uma fina crosta de fusão, que na maioria dos meteoritos é preta (em alguns [[acondrito]]s, a crosta de fusão pode ser de cor muito clara). Em meteoritos pedregosos, a [[Zona termicamente afetada|zona afetada]] pelo calor tem no máximo alguns milímetros de profundidade; em meteoritos de ferro, que são mais termicamente condutores, a estrutura do metal pode ser afetada pelo calor até 1 cm abaixo da superfície. Os relatórios variam; alguns meteoritos são relatados como "queimando ao toque" ao pousar, enquanto outros são alegadamente frios o suficiente para condensar a água e formar gelo.<ref>[http://www.lpi.usra.edu/meteor/metbull.php?code=16885 Fall of the Muzaffarpur iron meteorite]. Lpi.usra.edu (11 April 1964). Retrieved on 17 December 2011.</ref><ref>[http://www.lpi.usra.edu/meteor/metbull.php?code=15486 Fall of the Menziswyl stone]. Lpi.usra.edu (29 July 2006). Retrieved on 17 December 2011.</ref><ref>[http://articles.adsabs.harvard.edu/cgi-bin/nph-iarticle_query?1934PA.....42...59W&defaultprint=YES&filetype=.pdf The Temperature of Meteorites]. articles.adsabs.harvard.edu (February 1934). Retrieved on 28 May 2014.</ref>
Meteoritos especiais, os carbonáceos, podem ter dado a origem da vida na Terra, por conter compostos carbônicos complexos.<ref name="zucolotto"/>


Meteoroides que se desintegram na atmosfera podem cair como [[chuva de meteoritos]], que podem variar de apenas alguns até milhares de indivíduos separados. A área sobre a qual uma chuva de meteoritos cai é conhecida como seu [[campo disperso]]. Os campos dispersos são comumente de forma [[Elipse|elíptica]], com o eixo maior paralelo à direção do voo. Na maioria dos casos, os maiores meteoritos em uma chuva são encontrados mais distantes no campo disperso.<ref>{{citar livro|último1=Norton|primeiro1=O. Richard |url=https://books.google.com/books?id=OMgDhc8d7v4C&q=meteorite+size+distribution+%22strewn+field%22&pg=PA183|título=Field Guide to Meteors and Meteorites|último2=Chitwood|primeiro2=Lawrence|data=2008-05-25|publicado=Springer Science & Business Media |isbn=978-1-84800-157-2|pages=184|language=en}}</ref>
== Meteoritos encontrados ==
[[Imagem:Namibie Hoba Meteorite 05.JPG|thumb|250px|O meteorito "Hobá West", o maior já encontrado]]
O maior conhecido é o Hobá West, foi encontrado próximo de [[Grootfontein]], [[Namíbia]] tem 2,7 m de comprimento por 2,4 m de largura e peso estimado de 59 toneladas.


== Classificação ==
O maior em exibição em um [[museu]] é o Cabo York que pesa aproximadamente 30 toneladas, foi encontrado perto de Cabo York, [[Groenlândia]] em [[1897]] pela expedição de [[Robert Peary]] e está no [[Museu Americano de História Natural]], em [[Nova Iorque]], nos [[Estados Unidos]].
{{multiple image
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|image1=Murnpeowie meteorite.jpg
|image2=Meteorito Marília.jpg
|image3=Pallasite-Esquel-RoyalOntarioMuseum-Jan18-09.jpg
|caption1=Meteorito de Murnpeowie, um [[meteorito de ferro]] com [[wikt:regmaglypt|regmaglipto]] semelhantes a impressões digitais
|caption2=[[Meteorito de Marília]], um [[condrito]] H4, que caiu em [[Marília]], [[São Paulo (estado)|São Paulo]], [[Brasil]], em 1971
|caption3=Uma fatia cortada e polida do [[meteorito de Esquel]], um [[pallasite]] de ferro pedregoso. Cristais de [[olivina]] amarelo-esverdeados são envoltos na [[Matriz (geologia)|matriz]] de [[ferroníquel]]
}}
{{artigo principal|Classificação de meteoritos}}
A maioria dos meteoritos são meteoritos pedregosos, classificados como [[condrito]]s e [[acondrito]]s. Apenas cerca de 6% dos meteoritos são [[meteoritos de ferro]] ou uma mistura de rocha e metal, os [[Pallasite|meteoritos de ferro pedregoso]]. A classificação moderna de meteoritos é complexa. O artigo de revisão de Krot ''et al''. (2007)<ref name="Krot:2007">{{citar livro|volume=1 |título=Treatise on Geochemistry |capítulo=1.05 Classification of Meteorites |doi=10.1016/B0-08-043751-6/01062-8 |isbn=978-0-08-043751-4 |primeiro1=A.N. |último1=Krot |primeiro2=K. |último2=Keil |primeiro3=E.R.D. |último3=Scott |primeiro4=C.A. |último4=Goodrich |primeiro5=M.K. |último5=Weisberg |editor-last=Holland| editor-first=Heinrich D. |editor2-first=Karl K.|editor2-last=Turekian |pages=83–128 |publicado=Elsevier Ltd |ano=2007}}</ref> resume a taxonomia moderna de meteoritos.


Cerca de 86% dos meteoritos são condritos,<ref name="mbdb-2011">[http://www.lpi.usra.edu/meteor/metbull.php Meteoritical Bulletin Database]. Lpi.usra.edu (1 January 2011). Retrieved on 17 December 2011.</ref><ref>[http://internt.nhm.ac.uk/jdsml/research-curation/projects/metcat// The NHM Catalogue of Meteorites] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20080330004011/http://internt.nhm.ac.uk/jdsml/research-curation/projects/metcat// |data=30 de março de 2008 }}. Internt.nhm.ac.uk. Retrieved on 17 December 2011.</ref><ref>[http://www.metbase.de/ MetBase]. Metbase.de. Retrieved on 17 December 2011.</ref> que são nomeados pelas pequenas partículas redondas que contêm. Essas partículas, ou [[côndrulo]]s, são compostas principalmente de [[minerais de silicato]] que parecem ter sido derretidos enquanto eram objetos flutuantes no espaço. Certos tipos de condritos também contêm pequenas quantidades de [[matéria orgânica]], incluindo [[aminoácidos]] e [[grãos pré-solares]]. Os condritos têm tipicamente cerca de 4.55 bilhões de anos e acredita-se que representem material do [[cinturão de asteroides]] que nunca se aglutinaram em grandes corpos. Como os [[cometa]]s, os [[asteroide]]s condríticos são alguns dos materiais mais antigos e primitivos do [[Sistema Solar]]. Os condritos são frequentemente considerados "os blocos de construção dos planetas".
No Brasil o maior meteorito encontrado é o chamado [[Meteorito do Bendegó|Pedra de Bendegó]], que foi encontrado no sertão da Bahia em 1784 - evidências no local onde foi encontrado indicam que sua queda tenha ocorrido há milhares de anos<ref>[http://megaarquivo.com/2011/02/25/2464-astronomia-o-meteorito-bendengo/ O Meteorito de Bendengó]</ref> - e está exposto no [[Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro|Museu Nacional]], no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] desde 1888. Nesse mesmo museu está exposto o meteorito [[Angra dos Reis (meteorito)|Angra dos Reis]], que caiu em 1869.<ref>{{citar web |url = http://cienciahoje.uol.com.br/blogues/bussola/2013/11/busca-implacavel |titulo = Busca implacável |acessodata = 18 de novembro de 2013 |publicado = Instituto Ciência Hoje |data = 13 de novembro de 2013 |arquivourl = https://web.archive.org/web/20140730145500/http://cienciahoje.uol.com.br/blogues/bussola/2013/11/busca-implacavel# |arquivodata = 30 de julho de 2014 |urlmorta = yes}}</ref> Em junho de 2010, um [[condrito]] caiu na zona rural do município de [[Varre-Sai]], no estado do Rio de Janeiro.<ref>{{citar web |url=http://intertvonline.globo.com/rj/noticias.php?id=9678 |titulo=Clarão visto no último sábado foi a queda de um meteorito |acessodata=25 de junho de 2010 |data=23 de junho de 2010 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20111017191618/http://intertvonline.globo.com/rj/noticias.php?id=9678 |arquivodata=2011-10-17 |urlmorta=yes}}</ref>


Cerca de 8% dos meteoritos são acondritos (o que significa que não contêm côndrulos), alguns dos quais são semelhantes a [[rochas ígneas]] terrestres. A maioria dos acondritos também são rochas antigas, e acredita-se que representem material crustal de [[planetesimais]] diferenciados. Uma grande família de acondritos (os [[meteoritos HED]]) pode ter se originado no corpo parental da [[Família Vesta]], embora essa afirmação seja contestada.<ref>{{citar web |url=http://www.nasa.gov/mission_pages/dawn/ceresvesta/ |título=Dawn's Targets – Vesta and Ceres |publicado=Nasa.gov |data=12 de julho de 2011 |acessodata=4 de maio de 2013}}</ref><ref>{{citar periódico|título=Vesta and extensively melted asteroids: Why HED meteorites are probably not from Vesta |periódico=Earth and Planetary Science Letters |ano=2013 |doi=10.1016/j.epsl.2013.09.002 |bibcode=2013E&PSL.381..138W |volume=381 |pages=138–146|último1=Wasson |primeiro1=John T. }}</ref> Outros derivam de asteroides não identificados. Dois pequenos grupos de acondritos são especiais, pois são mais jovens e não parecem vir do cinturão de asteroides. Um desses grupos vem da [[Lua]] e inclui rochas semelhantes às trazidas de volta à [[Terra]] pelos programas [[Programa Apollo|Apollo]] e [[Programa Luna|Luna]]. O outro grupo é quase certamente de [[Marte (planeta)|Marte]] e constitui os únicos materiais de outros [[planeta]]s já recuperados por [[humano]]s.
O nome dado ao meteorito está sempre relacionado com uma terra na proximidade de onde foi recuperado.<ref name="zucolotto" >{{Citar periódico
| autor = ZUCOLOTTO, Maria Elizabeth; FONSECA, Ariadne do Carmo
| data =
| ano =
| mes =
| titulo = Tem um ET no seu quintal
| jornal = Ciência Hoje
| volume = 46
| numero = 276
| paginas = 41-45
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}}</ref>


Cerca de 5% dos meteoritos que caíram são [[meteoritos de ferro]] compostos de [[Liga metálica|ligas]] de [[ferro]]-[[níquel]], como [[camacite]] e/ou [[tenite]]. Acredita-se que a maioria dos meteoritos de ferro venha dos núcleos de planetesimais que já foram fundidos. Assim como a Terra, o metal mais denso se separou do material silicatado e afundou em direção ao centro do planetesimal, formando seu núcleo. Depois que o planetesimal se solidificou, ele se desfez em uma colisão com outro planetesimal. Devido à baixa abundância de meteoritos de ferro em áreas de coleta como a [[Antártica]], onde a maior parte do material meteórico que caiu pode ser recuperado, é possível que a porcentagem de queda de meteoritos de ferro seja inferior a 5%. Isso seria explicado por um viés de recuperação; os leigos são mais propensos a notar e recuperar massas sólidas de metal do que a maioria dos outros tipos de meteoritos. A abundância de meteoritos de ferro em relação ao total de achados na Antártida é de 0.4%.<ref>{{citar web| url = http://www.lpi.usra.edu/meteor/metbull.php?sea=%2A&sfor=names&ants=&falls=&valids=&stype=contains&lrec=50&map=ge&browse=&country=Antarctica&srt=name&categ=Iron+meteorites&mblist=All&rect=&phot=&snew=0&pnt=Normal%20table&dr=&page=1|título= Meteoritical Bulletin: Antarctic Iron Meteorites}}</ref><ref>{{citar web| url = http://www.lpi.usra.edu/meteor/metbull.php?sea=%2A&sfor=names&ants=&falls=&valids=&stype=contains&lrec=50&map=ge&browse=&country=Antarctica&srt=name&categ=All&mblist=All&rect=&phot=&snew=0&pnt=Normal%20table&dr=&page=1|título= Meteoritical Bulletin: All Antarctic Meteorites}}</ref>
Uma estatueta milenar de um [[buda]], descoberta por uma expedição nazi ao [[Tibete]] em 1938, foi esculpida num meteorito. A estátua, designada "Homem de Ferro", pesa mais de dez quilos, mas não tem mais de 24 centímetros de altura. Pensa-se que representa o deus Vais ravana, o rei búdico do Norte, também chamado Jambalaia no Tibete.<ref>{{citar web|url=http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=2793517|título=Tibetanos esculpiram buda num meteorito|autor=|data=|publicado=|acessodata=|arquivourl=https://web.archive.org/web/20121125012749/http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=2793517|arquivodata=2012-11-25|urlmorta=yes}}</ref>


Os [[meteoritos ferrosos-rochosos]] constituem o 1% restante. Eles são uma mistura de metal de ferro-níquel e minerais de silicato. Acredita-se que um tipo, chamado pallasites, tenha se originado na zona limite acima das regiões centrais onde os meteoritos de ferro se originaram. O outro tipo principal de meteoritos de ferro pedregoso são os [[mesosiderita]]s.
== Pessoas atingidas por meteoritos ==
Não existe nenhum caso totalmente comprovado de algum ser humano ou animal morto por um meteorito, embora a história relate vários eventos, cuja autenticidade tem sido disputada. Por exemplo, dois monges supostamente foram mortos por meteoritos, um em [[Cremona]] em 1511 e outro em [[Milão]] em 1650. Dois marinheiros suecos também teriam sido mortos quando um meteorito atingiu seu barco em 1674.<ref name="Heide">Heide, Fritz & Wlotzka, Frank. [http://books.google.com/books?id=k3Tu0BcNEaoC&pg=PA79&dq=meteorites+killed&hl=pt-BR&ei=5SF5TrmxGIX10gGp4pjjCw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=3&ved=0CDkQ6AEwAg#v=onepage&q=meteorites%20killed&f=false ''Meteorites: messengers from space'']. Springer, 1995, p. 79</ref>


[[Tectito]]s, não são meteoritos, mas sim objetos de vidro natural de até alguns centímetros de tamanho que foram formados, de acordo com a maioria dos cientistas, pelos impactos de grandes meteoritos na superfície da Terra. Alguns pesquisadores favoreceram as tectitos originários da Lua como ejeção vulcânica, mas essa teoria perdeu muito de seu apoio nas últimas décadas.
Entretanto, a possibilidade de alguém ser morto por um meteorito de fato existe, ainda que seja muito pequena. Mas já se registraram casos autenticados de impactos diretos em pessoas, causando ferimentos sem morte, outros de quedas nas proximidades de pessoas, também resultando em ferimentos ou danos materiais. Em 1847, em [[Braunau]], na [[Boêmia]], um meteorito de 17&nbsp;kg destruiu o teto do quarto onde dormiam três crianças, cobrindo-as de destroços, mas não ferindo-as com gravidade.


== Química ==
No estado norte-americano do [[Alabama]], na cidade de Sylacauga em 30 de novembro de 1954, uma mulher ficou ferida quando uma pedra de quase 4&nbsp;kg abriu um buraco no teto de sua casa e acabou atingindo sua perna.<ref name="Heide"/> Em 14 de agosto de 1992 um pequeno fragmento do meteorito Mabel atingiu a cabeça de um jovem em [[Uganda]], mas não o feriu, pois ricocheteou e partiu-se em uma árvore de bananeira antes de atingi-lo.<ref>Weissman, Paul Robert e Johnson, Torrence V. ''Encyclopedia of the solar system''. Academic Press, 2007, p. 256</ref>
Em março de 2015, cientistas da [[NASA]] relataram que [[compostos orgânicos]] complexos encontrados em [[DNA]] e [[RNA]], incluindo [[uracil]], [[citosina]] e [[timina]], foram formados em laboratório sob condições do [[espaço sideral]], usando produtos químicos iniciais, como [[pirimidina]], encontrados em meteoritos. Pirimidina e [[hidrocarbonetos aromáticos policíclicos]] (PAH) podem ter sido formados em [[gigantes vermelhas]] ou em [[poeira interestelar]] e nuvens de gás, de acordo com os cientistas.<ref name="NASA-20150303">{{citar web |último=Marlaire |primeiro=Ruth |título=NASA Ames Reproduces the Building Blocks of Life in Laboratory |url=http://www.nasa.gov/content/nasa-ames-reproduces-the-building-blocks-of-life-in-laboratory |data=3 de março de 2015 |obra=[[NASA]] |acessodata=5 de março de 2015 }}</ref>


Em janeiro de 2018, os pesquisadores descobriram que meteoritos de 4.5 bilhões de anos encontrados na [[Terra]] continham [[água líquida]] junto com substâncias orgânicas complexas prebióticas que podem ser ingredientes para a [[vida]].<ref name="EA-20180110">{{citar jornal|autor=Lawrence Berkeley National laboratory Staff |título=Ingredients for life revealed in meteorites that fell to Earth – Study, based in part at Berkeley Lab, also suggests dwarf planet in asteroid belt may be a source of rich organic matter |url=https://www.eurekalert.org/pub_releases/2018-01/dbnl-ifl010918.php |data=10 de janeiro de 2018 |obra=[[American Association for the Advancement of Science|AAAS-Eureka Alert]] |acessodata=11 de janeiro de 2018 }}</ref><ref name="SA-20180110">{{citar periódico|autor=Chan, Queenie H. S. |numero-autores=etal |título=Organic matter in extraterrestrial water-bearing salt crystals |data=10 de janeiro de 2018 |periódico=[[Science Advances]] |volume=4 |pages=eaao3521 |número=1, eaao3521 |doi=10.1126/sciadv.aao3521 |pmid=29349297 |pmc=5770164 |bibcode=2018SciA....4O3521C }}</ref>
Em 9 de outubro de 1992, em Pekskill no estado de [[Nova Iorque]], um meteorito atingiu um carro Cadillac que estava estacionado. O mesmo ocorreu em 1994, quando um casal de [[Madrid]] viu um meteorito perfurar o seu carro, mas ninguém foi diretamente atingido.<ref>{{Citar web |url=http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=138264 |título=Jornal Sol |língua= Português|autor= |obra= |data= |acessodata=10 de Novembro de 2009}}</ref>


Em novembro de 2019, cientistas relataram a detecção de moléculas de açúcar em meteoritos pela primeira vez, incluindo [[ribose]], sugerindo que processos químicos em [[asteroide]]s podem produzir alguns compostos orgânicos fundamentais para a vida, e apoiando a noção de um [[mundo de RNA]] anterior a uma [[Abiogênese|origem de vida]] baseada em DNA na Terra.<ref name="NASA-20191118">{{citar jornal|último1=Steigerwald |primeiro1=Bill |último2=Jones |primeiro2=Nancy |último3=Furukawa |primeiro3=Yoshihiro |título=First Detection of Sugars in Meteorites Gives Clues to Origin of Life |url=https://www.nasa.gov/press-release/goddard/2019/sugars-in-meteorites |data=18 de novembro de 2019 |obra=[[NASA]] |acessodata=18 de novembro de 2019 }}</ref><ref name="PNAS-20191118">{{citar periódico|autor=Furukawa, Yoshihiro |numero-autores=et al. |título=Extraterrestrial ribose and other sugars in primitive meteorites |data=18 de novembro de 2019 |periódico=[[Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America]] |volume=116 |número=49 |pages=24440–24445 |doi=10.1073/pnas.1907169116 |pmid=31740594 |pmc=6900709 |bibcode=2019PNAS..11624440F |doi-access=free }}</ref>
Em junho de 2009, um jovem de 14 anos foi atingido por um meteorito do tamanho de uma [[ervilha]], na cidade alemã de [[Essen]], que caiu na Terra a mais de 40 mil quilômetros por hora. Apesar de ferido numa mão, Gerrit Blank declara-se orgulhoso por ter sobrevivido a este raro encontro.<ref>{{Citar web |url=http://www.telegraph.co.uk/scienceandtechnology/science/space/5511619/14-year-old-hit-by-30000-mph-space-meteorite.html |título=14-year-old hit by 30,000 mph space meteorite |língua=en |publicado=The Telegraph |data=2009-06-12 |acessodata=2022-03-22 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20090619093552/http://www.telegraph.co.uk/scienceandtechnology/science/space/5511619/14-year-old-hit-by-30000-mph-space-meteorite.html |arquivodata=2009-06-19}}</ref>


Em abril de 2022, um grupo japonês relatou ter encontrado [[adenina]] (A), [[timina]] (T), [[guanina]] (G), [[citosina]] (C) e [[uracila]] (U) dentro de meteoritos ricos em [[carbono]]. Esses compostos são blocos de construção de DNA e RNA, o [[código genético]] de toda a vida na Terra. Esses compostos também ocorreram espontaneamente em ambientes de laboratório emulando condições no espaço sideral.<ref name="NC-20220426">{{citar periódico|autor=Oba, Yasuhiro |numero-autores=et al |título=Identifying the wide diversity of extraterrestrial purine and pyrimidine nucleobases in carbonaceous meteorites |data=26 de abril de 2022 |periódico=[[Nature Communications]] |volume=13 |número=2008 |page=2008 |doi=10.1038/s41467-022-29612-x |pmid=35473908 |pmc=9042847 |bibcode=2022NatCo..13.2008O }}</ref><ref name="LS-20220428">[https://www.livescience.com/more-DNA-building-blocks-found-in-meteorites "These meteorites contain all of the building blocks of DNA"], LiveScience, 28 April 2022</ref>
Em fevereiro de 2016, o diretor do Instituto das Investigações Espaciais russo, Levy Zelvony, comunicou que o único ser vivo no mundo que tinha morrido por causa de um meteorito tinha sido uma [[vaca]], na sequência de um acidente ocorrido a 15 de outubro de 1972 na [[Venezuela]].


== Intemperismo ==
Em 6 de fevereiro de 2016, foi anunciado na imprensa que um homem morreu atingido por um meteorito em [[Tamil Nadu]], [[Índia]]. O meteorito que terá caído no interior de um recinto de uma faculdade de engenharia matou um motorista de [[autocarro]] e feriu três outras pessoas. Será a primeira morte de um homem na sequência da queda de uma rocha vinda do espaço. A morte foi confirmada pela ministra daquele Estado, Jayalalitha Jayaram. O embate no solo foi acompanhado por uma explosão que acabou por partir as janelas do autocarro e de um edifício, e no recinto formou-se uma cratera. Os feridos são jardineiros que estavam a trabalhar no local.<ref>{{citar web|URL=http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/MundoInsolito/Interior.aspx?content_id=5020517&page=-1|título=Homem morre atingido por um meteorito|autor=|data=|publicado=|acessodata=}}</ref> Entretanto, cientistas da [[NASA]] afirmam categoricamente que "não foi um meteorito que matou um homem na Índia". Segundo eles, as imagens divulgadas na imprensa estão muito mais condizentes com uma explosão provocada em solo.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Hauser|primeiro=Christine|data=2016-02-09|titulo=That Wasn’t a Meteorite That Killed a Man in India, NASA Says|jornal=The New York Times|issn=0362-4331|url=https://www.nytimes.com/2016/02/10/world/asia/that-wasnt-a-meteorite-that-killed-a-man-in-india-nasa-says.html|idioma=en-US}}</ref>
{{VT|Intemperismo de meteoritos}}
A maioria dos meteoritos datam do início do [[Sistema Solar]] e são de longe o material mais antigo existente na [[Terra]]. A análise do [[Intemperismo de meteoritos|intemperismo]] terrestre devido à [[água]], [[sal]], [[oxigênio]], etc. é usada para quantificar o grau de alteração que um meteorito experimentou. Vários índices qualitativos de intemperismo foram aplicados a amostras antárticas e desérticas.<ref name=weatheringofchondritic>P. A. Bland, M. E. Zolensky, G. K. Benedix, M. A. Sephton. ''"[http://www.lpi.usra.edu/books/MESSII/9041.pdf Weathering of Chondritic Meteorites]"''</ref>

A escala de intemperismo mais comumente empregada, usada para [[condrito]]s comuns, varia de [[Intemperismo de meteoritos#Escalas de intemperismo|W0]] (estado primitivo) a [[Intemperismo de meteoritos#Escalas de intemperismo|W6]] (alteração pesada).

=== Exemplos de fósseis ===
Meteoritos "fósseis" às vezes são descobertos por geólogos. Eles representam os restos altamente intemperizados de meteoritos que caíram na [[Terra]] no passado remoto e foram preservados em depósitos sedimentares suficientemente bem para que possam ser reconhecidos por meio de estudos mineralógicos e geoquímicos. Uma pedreira de calcário na [[Suécia]] produziu um número anormalmente grande, superior a cem meteoritos fósseis do [[Ordoviciano]], quase todos os quais são condritos-L altamente intemperizados que ainda se assemelham ao meteorito original sob um microscópio petrográfico, mas que tiveram seu material original quase inteiramente substituído por mineralização secundária terrestre. A proveniência extraterrestre foi demonstrada em parte através da análise isotópica de grãos de [[espinela]] relíquias, um mineral que é comum em meteoritos, é insolúvel em [[água]] e é capaz de persistir quimicamente inalterado no ambiente terrestre de intemperismo. Os cientistas acreditam que esses meteoritos, que também foram encontrados na [[Rússia]] e na [[China]], se originaram da mesma fonte, uma colisão que ocorreu em algum lugar entre [[Júpiter (planeta)|Júpiter]] e [[Marte (planeta)|Marte]].<ref>{{citar web |último1=Heck |primeiro1=Philipp |título=Fossil Meteorites Arrive at The Field Museum |url=https://www.fieldmuseum.org/blog/fossil-meteorites-arrive-field-museum |publicado=Field Museum of Natural History |acessodata=4 de março de 2022 |data=12 de novembro de 2014}}</ref> Um desses meteoritos fósseis, apelidado de [[Österplana 065]], parece representar um tipo distinto de meteorito que está "extinto" no sentido de que não está mais caindo na Terra, o corpo original já foi completamente esgotado do reservatório de [[objetos próximos da Terra]].<ref name="New Material">{{citar periódico|último1=Schmitz|primeiro1=B.|último2=Yin|primeiro2=Q. -Z|último3=Sanborn|primeiro3=M.E.|último4=Tassinari |primeiro4=M.|último5=Caplan|primeiro5=C.E.|último6=Huss|primeiro6=G.R.|título=A new type of solar-system material recovered from Ordovician marine limestone|periódico=Nature Communications|data=14 de junho de 2016|volume=7|pages=11851|doi=10.1038/ncomms11851 |pmid=27299793 |pmc=4911632|bibcode=2016NatCo...711851S}}</ref>

== Coleta ==
{{VT|Evento de impacto}}
Uma "[[queda de meteorito]]", também chamada de "queda observada", é um meteorito coletado após sua chegada ter sido observada por pessoas ou dispositivos automatizados. Qualquer outro meteorito é chamado de "[[achado de meteorito]]".<ref>{{citar web |primeiro1=Michael K. |último1=Weisberg |primeiro2=Timothy J. |último2=McCoy |primeiro3=Alexander N. |último3=Krot |url=http://web.pdx.edu/~ruzickaa/meteorites/papers/WeisbergEtal2006-classification.pdf |título=Systematics and Evaluation of Meteorite Classification |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140819125525/http://web.pdx.edu/~ruzickaa/meteorites/papers/WeisbergEtal2006-classification.pdf |arquivodata=19 de agosto de 2014}}</ref><ref>{{citar livro|primeiro1=Ronald A. |último1=Oriti |primeiro2=William B. |último2=Starbird |título=Introduction to astronomy |url=https://books.google.com/books?id=g3vvAAAAMAAJ |ano=1977 |publicado=[[McGraw-Hill Education|Glencoe Press]] |isbn=978-0-02-478560-2 |page=168}}</ref> Existem mais de 1.100 quedas documentadas listadas em bancos de dados amplamente utilizados,[36][37][38] a maioria dos quais possui espécimes em coleções modernas.<ref name=metbulldb>{{citar web |url=http://www.lpi.usra.edu/meteor/ |título=Meteoritical Bulletin Database |arquivourl=https://web.archive.org/web/20151223220959/http://www.lpi.usra.edu/meteor/ |arquivodata=23 de dezembro de 2015}}</ref><ref>{{citar web |url=http://internt.nhm.ac.uk/jdsml/research-curation/projects/metcat/ |título=The Meteorite Catalogue Database at the Natural History Museum |website=internt.nhm.ac.uk |urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20060820092520/http://internt.nhm.ac.uk/jdsml/research-curation/projects/metcat/ |arquivodata=20 de agosto de 2006}}</ref><ref>{{citar web |url=http://www.metbase.de/ |título=MetBase |website=metbase.de |urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20061219010446/http://www.metbase.de/ |arquivodata=19 de dezembro de 2006}}</ref> Em janeiro de 2019, o [[The Meteoritical Society|''Meteoritical Bulletin Database'']] tinha 1.180 quedas confirmadas.<ref name=metbulldb/>

=== Quedas ===
[[Imagem:Benldmeteorite.jpg|thumb|Assento de carro e silenciador atingidos por um meteorito em [[Benld]], [[Illinois]], [[Estados Unidos]] em 1938, com a inserção do meteorito. Uma queda observada]]
A maioria das [[Queda de meteorito|quedas de meteoritos]] é coletada com base em relatos de testemunhas oculares da bola de fogo ou do impacto do objeto no solo, ou ambos. Portanto, apesar do fato de que os meteoritos caem com probabilidade praticamente igual em todos os lugares da [[Terra]], as quedas de meteoritos verificadas tendem a se concentrar em áreas com densidades populacionais humanas mais altas, como [[Europa]], [[Japão]] e norte da [[Índia]].

Um pequeno número de quedas de meteoritos foi observado com câmeras automatizadas e recuperado após o cálculo do ponto de impacto. O primeiro deles foi o [[Přibram (meteorito)|meteorito Přibram]], que caiu na [[Tchecoslováquia]] (atual [[Chéquia]]) em 1959.<ref>{{citar periódico|último=Ceplecha |primeiro=Z. |ano=1961 |título=Multiple fall of Příbram meteorites photographed |periódico=Bull. Astron. Inst. Czechoslovakia |volume=12 |pages=21–46 |bibcode=1961BAICz..12...21C }}</ref> Neste caso, duas câmeras usadas para fotografar meteoros capturaram imagens da bola de fogo. As imagens foram usadas tanto para determinar a localização das pedras no solo quanto, mais significativamente, para calcular pela primeira vez uma [[órbita]] precisa para um meteorito recuperado.

Após a queda de Přibram, outras nações estabeleceram programas de observação automatizados destinados a estudar meteoritos em queda. Uma delas foi a ''Prairie Network'', operado pelo [[Observatório Astrofísico Smithsonian]] de 1963 a 1975 no [[meio-oeste dos Estados Unidos]]. Este programa também observou a queda de um meteorito, o [[condrito]] de ''Lost City'', permitindo sua recuperação e o cálculo de sua órbita.<ref>{{citar periódico|último1=McCrosky |primeiro1=R.E. |primeiro2=A. |último2=Posen |primeiro3=G. |último3=Schwartz |primeiro4=C.-Y. |último4=Shao |título=Lost City Meteorite–Its Recovery and a Comparison with Other Fireballs |ano=1971 |periódico=J. Geophys. Res. |volume=76 |número=17 |pages=4090–4108 |doi=10.1029/JB076i017p04090 |bibcode=1971JGR....76.4090M |hdl=2060/19710010847 |hdl-access=free }}</ref> Outro programa no [[Canadá]], o ''Meteorite Observation and Recovery Project'' (Projeto de Observação e Recuperação de Meteoritos), funcionou de 1971 a 1985. Também recuperou um único meteorito, ''Innisfree'', em 1977.<ref>{{citar periódico|último1=Campbell-Brown |primeiro1=M. D. |último2=Hildebrand |primeiro2=A. |ano=2005 |título=A new analysis of fireball data from the Meteorite Observation and Recovery Project (MORP) |periódico=Earth, Moon, and Planets |volume=95 |pages=489–499|número=1–4 |doi=10.1007/s11038-005-0664-9 |bibcode=2004EM&P...95..489C|s2cid=121255827 }}</ref> Finalmente, observações da [[European Fireball Network]], descendente do programa original tcheco que recuperou o Přibram, levaram à descoberta e cálculos de órbita para o meteorito de [[Castelo de Neuschwanstein|Neuschwanstein]] em 2002.<ref>{{citar periódico|primeiro1=J. |último1= Oberst |primeiro2=D.|último2=Heinlein |primeiro3=U. |último3=Köhler |primeiro4=P. |último4=Spurný |ano=2004 |título=The multiple meteorite fall of Neuschwanstein: Circumstances of the event and meteorite search campaigns |periódico=Meteoritics & Planetary Science |volume=39 |número=10 |pages=1627–1641 |bibcode=2004M&PS...39.1627O |doi=10.1111/j.1945-5100.2004.tb00062.x|s2cid= 59324805 |doi-access=free }}</ref> A [[NASA]] possui um sistema automatizado que detecta meteoros e calcula a órbita, magnitude, [[Rota no solo|trilha terrestre]] e outros parâmetros sobre o [[sudeste dos Estados Unidos]], que geralmente detecta vários eventos a cada noite.<ref>{{citar web|último= Cooke|primeiro= Bill |título= NASA's All Sky Fireball Network|publicado= NASA| url = http://fireballs.ndc.nasa.gov/|acessodata=3 de abril de 2013}}</ref>

=== Achados ===
Até o século XX, apenas algumas centenas de achados de meteoritos haviam sido descobertos. Mais de 80% deles eram meteoritos de ferro e ferro pedregoso, que são facilmente distinguíveis das rochas locais. Até hoje, poucos meteoritos pedregosos são relatados a cada ano que podem ser considerados achados "acidentais". A razão pela qual existem agora mais de 30.000 achados de meteoritos nas coleções do mundo começou com a descoberta por [[Harvey H. Nininger]] de que os meteoritos são muito mais comuns na superfície da [[Terra]] do que se pensava anteriormente.

==== Estados Unidos ====
A estratégia de [[Harvey H. Nininger]] era procurar meteoritos nas [[Grandes Planícies]] dos [[Estados Unidos]], onde a terra era amplamente cultivada e o solo continha poucas rochas. Entre o final da década de 1920 e a década de 1950, ele viajou pela região, educando a população local sobre como eram os meteoritos e o que fazer se achassem que haviam encontrado um, por exemplo, durante a limpeza de um campo. O resultado foi a descoberta de mais de 200 novos meteoritos, principalmente do tipo pedregoso.<ref>[http://www.meteoritearticles.com/mitterlingmain.html Website by A. Mitterling]. Meteoritearticles.com. Retrieved on 17 December 2011.</ref>

No final da década de 1960, o [[Condado de Roosevelt (Novo México)|condado de Roosevelt]], [[Novo México]], foi considerado um lugar particularmente bom para encontrar meteoritos. Após a descoberta de alguns meteoritos em 1967, uma campanha de conscientização pública resultou na descoberta de quase 100 novos espécimes nos próximos anos, muitos sendo de uma única pessoa, Ivan Wilson. No total, quase 140 meteoritos foram encontrados na região desde 1967. Na área dos achados, o solo estava originalmente coberto por um solo raso e solto sobre uma camada de solo rígido. Durante a ''[[Dust Bowl]]'', o solo solto foi arrancado, deixando quaisquer rochas e meteoritos presentes na superfície exposta.<ref>{{citar periódico|último1=Huss |primeiro1=G.I. |último2=Wilson |primeiro2=I.E. |ano=1973 |título=A census of the meteorites of Roosevelt County, New Mexico |periódico=Meteoritics |volume=8 |número=3 |pages=287–290 |bibcode=1973Metic...8..287H |doi=10.1111/j.1945-5100.1973.tb01257.x}}</ref>

[[Imagem:Meteorite hunting in Mojave desert.jpg|thumb|upright|Um meteorito pedregoso (H5) encontrado ao norte de [[Barstow (Califórnia)|Barstow]], [[Califórnia]], em 2006]]

A partir de meados da década de 1960, caçadores de meteoritos amadores começaram a vasculhar as áreas áridas do [[sudoeste dos Estados Unidos]].<ref>[http://adsbit.harvard.edu/cgi-bin/nph-iarticle_query?1964Metic...2..177H&defaultprint=YES&filetype=.pdf A Preliminary Report on the Lucerne Valley, San {{sic|Bern|adino|nolink=y}} County, California, Aerolites] Retrieved on 8 March 2018.</ref> Até o momento, milhares de meteoritos foram recuperados dos desertos de [[Deserto de Mojave|Mojave]], [[Deserto de Sonora|Sonora]], [[Grande Bacia]] e [[Deserto de Chihuahua|Chihuahua]], com muitos sendo recuperados em leitos de [[Lago seco|lagos secos]]. Achados significativos incluem o [[Old Woman (meteorito)|meteorito Old Woman]] de três toneladas, atualmente em exibição no [[Desert Discovery Center]] em [[Barstow (Califórnia)|Barstow]], [[Califórnia]], e os campos dispersos de meteoritos em Franconia e Gold Basin; centenas de quilos de meteoritos foram recuperados de cada um.<ref>[https://www.lpi.usra.edu/meteor/metbull.php?code=10174 Meteoritical Bulletin entry for Franconia]. Lpi.usra.edu. Retrieved on 8 January 2020.</ref><ref>[https://www.lpi.usra.edu/meteor/metbull.php?code=10940 Meteoritical Bulletin entry for Gold Basin]. Lpi.usra.edu. Retrieved on 8 January 2020.</ref><ref>[https://www.hou.usra.edu/meetings/bombardment2018/pdf/2006.pdf Found Locally in Arizona: Collisional Remnants of Planetesimal Affected by Impacts During the First Billion Years of Solar System History]. Bombardment: Shaping Planetary Surfaces and Their Environments 2018 (LPI Contrib. No. 2107). 30 September 2018. Retrieved on 5 February 2020.</ref> Várias descobertas do sudoeste americano foram enviadas com locais falsos, já que muitos descobridores acham que não é sensato compartilhar essas informações publicamente por medo de confisco pelo governo federal e competição com outros caçadores em locais de descoberta publicados.<ref>[https://web.archive.org/web/20110726000445/http://www.discoverytrails.org/about2.html Old Woman Meteorite]. discoverytrails.org</ref><ref>[http://www.lpi.usra.edu/meteor/metbull.php?code=14706 Meteoritical Bulletin entry for Los Angeles meteorite]. Lpi.usra.edu (27 May 2009). Retrieved on 8 January 2020.</ref><ref>[http://www.meteorite-list-archives.com/2011/aug/0517.html The Meteorite List Archives]. meteorite-list-archives.com (24 August 2011). Retrieved on 5 February 2020.</ref> Vários dos meteoritos encontrados recentemente estão atualmente em exibição no [[Observatório Griffith]] e na Galeria de Meteoritos da [[Universidade da Califórnia em Los Angeles|Universidade da Califórnia]] ambos em [[Los Angeles]].<ref>[https://web.archive.org/web/20140725062007/http://www.meteorites.ucla.edu/gallery/ The UCLA Meteorite Collection]. ucla.edu</ref>

==== Antártida ====
[[Imagem:ALH84001 structures.jpg|thumb|Um [[microscópio eletrônico de varredura]] revelou estruturas semelhantes a [[fósseis]] de [[bactéria]]s, no meteorito [[ALH 84001]] descoberto na [[Antártida]] em 1984. Microscopicamente, as características foram inicialmente interpretadas como fósseis de formas de vida semelhantes a bactérias. Desde então, foi demonstrado que estruturas semelhantes de magnetita podem se formar sem a presença de vida microbiana em sistemas hidrotermais<ref>{{citar periódico|último=Golden |primeiro=D. C. |ano=2001 |título=A simple inorganic process for formation of carbonates, magnetite, and sulfides in Martian meteorite ALH84001 |periódico=American Mineralogist |volume=86 |número=3 |pages=370–375|bibcode=2001AmMin..86..370G |doi=10.2138/am-2001-2-321 |s2cid=54573774 }}</ref>]]
Alguns meteoritos foram encontrados na [[Antártida]] entre 1912 e 1964. Em 1969, a 10.ª Expedição Japonesa de Pesquisa Antártica encontrou nove meteoritos em um [[Área de gelo azul|campo de gelo azul]] perto das [[Montanhas Queen Fabiola|Montanhas Yamato]]. Com esta descoberta, veio a percepção de que o movimento das [[Manto de gelo|camadas de gelo]] pode atuar para concentrar meteoritos em determinadas áreas.<ref>{{citar periódico|último=Yoshida|primeiro=Masaru|data=2010|título=Discovery of the Yamato Meteorites in 1969 |periódico=Polar Science|volume=3|número=4|pages=272–284|doi=10.1016/j.polar.2009.11.001|issn=1873-9652|bibcode=2010PolSc...3..272Y |doi-access=free}}</ref> Depois que uma dúzia de outros espécimes foram encontrados no mesmo local em 1973, uma expedição japonesa foi lançada em 1974 dedicada à busca de meteoritos. Esta equipe recuperou cerca de 700 meteoritos.<ref>{{citar livro|título=Meteorites: A Journey Through Space and Time|último1=Bevan|primeiro1=Alex|último2=De Laeter|primeiro2=John|publicado=Smithsonian Institution Press |ano=2002|local=Washington DC|page=55}}</ref>

Pouco tempo depois, os [[Estados Unidos]] iniciaram seu próprio programa de busca de meteoritos antárticos, operando ao longo das [[Montanhas Transantárticas]] do outro lado do continente: o programa [[Antarctic Search for Meteorites]] (Busca Antártica por Meteoritos) (ANSMET).<ref>{{citar livro|último1=Cassidy |primeiro1=William |título=Meteorites, Ice, and Antarctica: A personal account |data=2003 |publicado=Cambridge University Press |local=Cambridge |isbn=9780521258722 |pages=17–20,28–29,337–341}}</ref> Equipes europeias, começando com um consórcio chamado "EUROMET" na temporada 1990/1991, e continuando com um programa do italiano [[Programma Nazionale di Ricerche in Antartide]] (Programa Nacional de Pesquisa na Antártica) (PNRA), também realizaram buscas sistemáticas de meteoritos antárticos.<ref>{{citar periódico|último1=Delisle|primeiro1=George|último2=Franchi|primeiro2=Ian |último3=Rossi |primeiro3=Antonio|último4=Wieler|primeiro4=Rainer|data=1993|título=Meteorite finds by EUROMET near Frontier Mountain, North Victoria Land, Antarctica|periódico=Meteoritics|language=en|volume=28|número=1|pages=126–129|doi=10.1111/j.1945-5100.1993.tb00257.x |bibcode=1993Metic..28..126D|issn=1945-5100}}</ref>

A Exploração Científica Antártica da China realizou pesquisas bem-sucedidas de meteoritos desde 2000. Um programa coreano (KOREAMET) foi lançado em 2007 e coletou alguns meteoritos.<ref>{{citar web |título=The 2nd KOREAMET found 16 meteorites |url=http://fireball.snu.ac.kr/koreamet/ |publicado=KORea Expedition for Antarctic METeorites (KOREAMET) |data=19 de fevereiro de 2008 |urlmorta= sim|arquivourl=https://web.archive.org/web/20080414211419/http://fireball.snu.ac.kr/koreamet/ |arquivodata=14 de abril de 2008 |acessodata=17 de dezembro de 2011}}</ref> Os esforços combinados de todas essas expedições produziram mais de 23.000 espécimes de meteoritos classificados desde 1974, com milhares mais que ainda não foram classificados. Para mais informações veja o artigo de Harvey (2003).<ref>{{citar periódico|último=Harvey |primeiro=Ralph |ano=2003 |título=The origin and significance of Antarctic meteorites |periódico= Geochemistry|volume=63 |número=2 |pages=93–147 |doi=10.1078/0009-2819-00031|bibcode = 2003ChEG...63...93H }}</ref>

==== Austrália ====
Mais ou menos na mesma época em que as concentrações de meteoritos estavam sendo descobertas no deserto frio da [[Antártida]], os colecionadores descobriram que muitos meteoritos também podiam ser encontrados nos [[Desertos da Austrália|desertos quentes da Austrália]]. Várias dezenas de meteoritos já haviam sido encontrados na região de [[Planície de Nullarbor|Nullarbor]], no oeste e [[Austrália Meridional|sul da Austrália]]. Pesquisas sistemáticas entre cerca de 1971 e o presente recuperaram mais de 500 outros,<ref>{{citar periódico|último1=Bevan |primeiro1=A.W.R. |último2=Binns |primeiro2=R.A.|ano=1989 |título=Meteorites from the Nullarbor region, Western Australia: I. A review of past recoveries and a procedure for naming new finds |periódico=Meteorites |volume=24 |número=3 |pages=127–133 |bibcode=1989Metic..24..127B |doi=10.1111/j.1945-5100.1989.tb00954.x}}</ref> ~300 dos quais estão atualmente bem caracterizados. Os meteoritos podem ser encontrados nesta região porque o terreno apresenta uma planície plana, inexpressiva, coberta por [[calcário]]. No clima extremamente árido, houve relativamente pouco [[intemperismo]] ou [[sedimentação]] na superfície por dezenas de milhares de anos, permitindo que os meteoritos se acumulassem sem serem enterrados ou destruídos. Os meteoritos de cor escura podem então ser reconhecidos entre os seixos e rochas de calcário de aparência muito diferente.

==== Deserto do Saara ====
[[Imagem:NWA869Meteorite.jpg|thumb|Este pequeno meteorito é do [[campo disperso]] NWA 869, perto de [[Tindouf]], [[Argélia]]. Atualmente classificado como um [[condrito ordinário]] L3.8-6 apresenta [[brecha]] e [[côndrulo]]s abundantes<ref>Meteoritical Bulletin Database [http://www.lpi.usra.edu/meteor/metbull.php?code=31890 www.lpi.usra.edu]</ref>]]
Em 1986-1987, uma equipe alemã que instalou uma rede de estações sísmicas durante a [[prospecção de petróleo]] descobriu cerca de 65 meteoritos em uma planície desértica a cerca de 100 quilômetros a sudeste de Dirj (Daraj), [[Líbia]]. Alguns anos depois, um entusiasta do deserto viu fotografias de meteoritos sendo recuperados por cientistas na [[Antártida]] e pensou ter visto ocorrências semelhantes no [[norte da África]]. Em 1989, ele recuperou cerca de 100 meteoritos de vários locais distintos na Líbia e na [[Argélia]]. Ao longo dos próximos anos, ele e outros que o seguiram encontraram pelo menos mais 400 meteoritos. Os locais encontrados foram geralmente em regiões conhecidas como [[Deserto|regs]] ou [[Hamada (geografia)|hamadas]]: áreas planas e sem características cobertas apenas por pequenos seixos e pequenas quantidades de areia.<ref>{{citar periódico|último1=Bischoff |primeiro1=A. |último2=Geiger |primeiro2=T.|ano=1995 |título=Meteorites from the Sahara: find locations, shock classification, degree of weathering and pairing |periódico=Meteoritics |volume=30 |número=1 |pages=113–122 |bibcode=1995Metic..30..113B |doi=10.1111/j.1945-5100.1995.tb01219.x}}</ref> Meteoritos de cor escura podem ser facilmente vistos nesses lugares. No caso de vários campos de meteoritos, como [[Dar al Gani]], Dhofar e outros, a geologia de cor clara favorável consistindo em rochas [[Base (química)|básicas]] ([[argila]]s, [[dolomita]]s e [[calcário]]s) torna os meteoritos particularmente fáceis de identificar.<ref>{{citar periódico|bibcode=2002M&PS...37.1079S |último1=Schlüter |primeiro1=J. |último2=Schultz |primeiro2=L. |último3=Thiedig |primeiro3=F. |último4=Al-Mahdi |primeiro4=B. O. |último5=Abu Aghreb |primeiro5=A. E. |periódico=Meteoritics & Planetary Science |volume=37 |número=8 |pages=1079–1093 |ano=2002 |título=The Dar al Gani meteorite field (Libyan Sahara): Geological setting, pairing of meteorites, and recovery density |doi=10.1111/j.1945-5100.2002.tb00879.x|s2cid=96452620 |url=https://semanticscholar.org/paper/4fa5a51a871e71a20dd523714063f03cc088bd17 }}</ref>

Embora os meteoritos tenham sido vendidos comercialmente e coletados por amadores por muitas décadas, até a época das descobertas no [[Deserto do Saara|Saara]] no final da década de 1980 e início da década de 1990, a maioria dos meteoritos foi depositada ou comprada por museus e instituições semelhantes onde foram exibidos e disponibilizados para [[Método científico|pesquisa científica]]. A súbita disponibilidade de um grande número de meteoritos que podiam ser encontrados com relativa facilidade em locais de fácil acesso (especialmente em comparação com a Antártida), levou a um rápido aumento na coleta comercial de meteoritos. Esse processo foi acelerado quando, em 1997, meteoritos vindos da [[Lua]] e de [[Marte (planeta)|Marte]] foram encontrados na Líbia. No final da década de 1990, expedições privadas de coleta de meteoritos foram lançadas em todo o Saara. Espécimes dos meteoritos recuperados dessa forma ainda são depositados em coleções de pesquisa, mas a maior parte do material é vendida para colecionadores particulares. Essas expedições já elevaram o número total de meteoritos bem descritos encontrados na Argélia e na Líbia para mais de 500.<ref>Meteoritical Bulletin Database [http://www.lpi.usra.edu/meteor/index.php?sea=sahara&sfor=names&ants=&falls=&valids=&stype=contains&lrec=50&map=ge&browse=&country=All&srt=name&categ=All&mblist=All&rect=&phot=&snew=0&pnt=Normal%20table&dr=&page=1 www.lpi.usra.edu]</ref>

==== Noroeste da África ====
{{anchor|NWA}}<!-- Usado por redirecionamentos de entrada -->
Os mercados de meteoritos surgiram no final da década de 1990, especialmente no [[Marrocos]]. Este comércio foi impulsionado pela comercialização ocidental e um número crescente de colecionadores. Os meteoritos foram fornecidos por nômades e moradores locais que vasculharam os desertos em busca de espécimes para vender. Muitos milhares de meteoritos foram distribuídos dessa maneira, a maioria dos quais não possui informações sobre como, quando ou onde foram descobertos. Estes são os chamados meteoritos do "[[Noroeste da África]]". Quando eles são classificados, eles são nomeados "Noroeste da África" (abreviado NWA) seguido por um número.<ref>{{citar web| url = http://meteoriticalsociety.org/?page_id=59|título= Guidelines for Meteorite Nomenclature}}</ref> É geralmente aceito que os meteoritos NWA se originam em Marrocos, [[Argélia]], [[Saara Ocidental]], [[Mali]] e possivelmente ainda mais longe. Quase todos esses meteoritos saem da [[África]] através do Marrocos. Dezenas de meteoritos importantes, incluindo da [[Lua]] e de [[Marte (planeta)|Marte]], foram descobertos e disponibilizados para a ciência através desta rota. Alguns dos meteoritos mais notáveis recuperados incluem [[Tissint (meteorito)|Tissint]] e [[Northwest Africa 7034]]. Tissint foi o primeiro meteorito marciano a cair em mais de cinquenta anos; NWA 7034 é o meteorito mais antigo conhecido por vir de Marte, e é uma [[brecha]] única de [[regolito]] contendo [[água]].

==== Península Arábica ====
[[Imagem:Meteoritenfund auf Wüstenpflaster.jpg|thumb|Meteorito encontrado ''[[in situ]]'' no [[pavimento do deserto]], [[Rub' al-Khali]], [[Arábia Saudita]]. [[Condrito]] provável, peso 408.5 gramas]]
Em 1999, caçadores de meteoritos descobriram que o deserto no sul e no centro de [[Omã]] também era propício para a coleta de muitos espécimes. As planícies de cascalho nas regiões de [[Dofar]] e [[Central (Omã)|Al Wusta]] de Omã, ao sul dos desertos arenosos do [[Rub' al-Khali]], produziram cerca de 5.000 meteoritos em meados de 2009. Incluídos entre eles estão um grande número de meteoritos da [[Lua]] e de [[Marte (planeta)|Marte]], tornando Omã uma área particularmente importante tanto para cientistas quanto para colecionadores. As primeiras expedições a Omã foram feitas principalmente por negociantes comerciais de meteoritos, no entanto, equipes internacionais de cientistas omanis e europeus também coletaram espécimes.

A recuperação de meteoritos de Omã é atualmente proibida pela lei nacional, mas vários caçadores internacionais continuam a remover espécimes agora considerados tesouros nacionais. Essa nova lei provocou um pequeno [[incidente internacional]], pois sua implementação antecedeu qualquer notificação pública de tal lei, resultando na prisão prolongada de um grande grupo de caçadores de meteoritos, principalmente da [[Rússia]], mas cujo o grupo também era composto por membros dos [[Estados Unidos]] como vários outros países europeus.

== Nos assuntos humanos ==
[[Imagem:Meteorite iron harpoon.jpg|thumb|Uma lança feita de uma presa de [[narval]] com uma cabeça de [[meteorito de ferro]]]]
Os meteoritos figuram na cultura humana desde a sua primeira descoberta como objetos cerimoniais ou religiosos, como objeto de escrita sobre eventos que ocorrem no céu e como fonte de perigo. Os artefatos de ferro mais antigos conhecidos são nove pequenas contas marteladas de [[meteorito de ferro]]. Eles foram encontrados no norte do [[Egito]] e foram datados com segurança em 3200 a.C.<ref>Thilo Rehren and 14 others (2013), "5,000 years old Egyptian iron beads made from hammered meteoritic iron", ''Journal of Archaeological Science'', [https://dx.doi.org/10.1016/j.jas.2013.06.002 doi]</ref>

=== Uso cerimonial ou religioso ===
Embora o uso do metal encontrado em meteoritos também seja registrado em mitos de muitos países e culturas onde a fonte celeste era frequentemente reconhecida, a documentação científica só começou nos últimos séculos.

Quedas de meteoritos podem ter sido a fonte de [[Templo de Ártemis#Ártemis de Éfeso|adoração culta]]. O culto no [[Templo de Ártemis]] em [[Éfeso]], uma das [[Sete maravilhas do mundo|Sete Maravilhas do Mundo Antigo]], possivelmente se originou com a observação e recuperação de um meteorito que foi entendido pelos contemporâneos como tendo caído na terra de [[Júpiter (mitologia)|Júpiter]], a principal divindade romana.<ref>"And when the townclerk had appeased the people, he said, Ye men of Ephesus, what man is there that knoweth not how that the city of the Ephesians is a worshipper of the great goddess Diana, and of the image which fell down from Jupiter?" {{bibleverse||Acts|19:35|KJV}}</ref> Há relatos de que uma pedra sagrada foi consagrada no templo que pode ter sido um meteorito.

A [[Pedra Negra]] colocada na parede da [[Caaba]] tem sido frequentemente considerada um meteorito, mas a pouca evidência disponível para isso é inconclusiva.<ref>[http://adsabs.harvard.edu/full/1980Metic..15...87T ''New Light on the Origin of the Holy Black Stone of the Ka'ba'']. Author: Thomsen, E. Journal: Meteoritics, vol. 15, no. 1, p. 87</ref><ref>{{citar periódico|último1= Prescott |primeiro1= J.R. |último2= Robertson |primeiro2= G.B. |último3= Shoemaker |primeiro3= C. |último4= Shoemaker |primeiro4= E.M. |último5= Wynn |primeiro5= J. |ano= 2004 |título= Luminescence dating of the Wabar meteorite craters, Saudi Arabia |periódico= Journal of Geophysical Research | volume = 109 |número= E1| page = E01008 | doi = 10.1029/2003JE002136 | bibcode=2004JGRE..109.1008P}}</ref><ref>{{citar livro|título=Catalogue of meteorites: with special reference to those represented in the collection of the Natural History Museum, London|volume=1|page=263|editor=Grady, Monica M.|autor1=Grady, Monica M.|autor2=Graham, A.L.|publicado=Cambridge University Press|ano=2000|isbn=978-0-521-66303-8}}</ref>

Alguns nativos americanos tratavam os meteoritos como objetos cerimoniais. Em 1915, um [[meteorito de ferro]] de 61 kg foi encontrado em um cisto de sepultamento de [[Sinagua]] (c. 1100-1200 d.C.) perto de [[Camp Verde]], [[Arizona]], [[Estados Unidos]] respeitosamente embrulhado em um pano de penas.<ref name="Nininger">H. H. Nininger, 1972, ''Find a Falling Star'' (autobiography), New York, Paul S. Erikson.</ref> Um pequena [[palasita]] foi encontrada em uma jarra de cerâmica em um antigo túmulo encontrado em [[Pojoaque (Novo México)|Pojoaque Pueblo]], [[Novo México]], Estados Unidos. Ninger relata vários outros casos, no [[sudoeste dos Estados Unidos]] e em outros lugares, como a descoberta de contas nativas americanas de [[ferro meteórico]] encontradas em túmulos de Hopewell e a descoberta do meteorito [[Winona (meteorito)|Winona]] em uma cripta de parede de pedra nativa americana.<ref name="Nininger"/><ref>A. L. Christenson, J. W. Simmons' Account of the Discovery of the Winona Meteorite. ''Meteorite'' 10(3):14–16, 2004</ref>

=== Escritos históricos ===
Na China medieval durante a [[Dinastia Sung]], um evento de ataque de meteorito foi registrado por [[Shen Kuo]] em 1064 d.C. perto de [[Changzhou]]. Ele relatou que "um barulho alto que parecia um trovão foi ouvido no céu; uma estrela gigante, quase como a lua, apareceu no sudeste" e depois encontrou a cratera e o meteorito ainda quente dentro, nas proximidades.<ref>{{citar livro|último=Freeman |primeiro=T. W.|url=https://books.google.com/books?id=yNMkCwAAQBAJ&q=Shen+Kuo+meteorite&pg=PT254|título=Geographers: Biobibliographical Studies, Volume 11|data=2015-12-14|publicado=Bloomsbury Publishing|isbn=978-1-4742-2653-0|language=it}}</ref>

Duas das mais antigas [[Queda de meteorito|quedas de meteoritos]] registradas na [[Europa]] são os meteoritos [[Elbogen (meteorito)|Elbogen]] (1400) e [[Ensisheim (meteorito)|Ensisheim]] (1492). O físico alemão [[Ernst Chladni]] foi o primeiro a publicar (em 1794) a ideia de que os meteoritos podem ser rochas originárias não da [[Terra]], mas do [[espaço sideral]].<ref>{{citar livro|último=Williams|primeiro=Henry Smith|título=A history of science|capítulourl=https://books.google.com/books?id=hNEFAAAAIAAJ&pg=PA168 |volume=3|ano=1904|publicado=Harper|pages=168ff|capítulo=5|isbn=978-0-250-40142-0|url=https://archive.org/details/1976solarupdatef0000will/page/168|acessourl=registro}}</ref> Seu livreto era "''On the Origin of the Iron Masses Found by [[Peter Simon Pallas|Pallas]] and Others Similar to it, and on Some Associated Natural Phenomena''" (Sobre a Origem das Massas de Ferro Encontradas por Pallas e Outros Semelhantes, e Sobre Alguns Fenômenos Naturais Associados).<ref>Chladni, Ernst Florens Friedrich, ''Über den Ursprung der von Pallas gefundenen und anderer ihr ähnlicher Eisenmassen und über einige damit in Verbindung stehende Naturerscheinungen'' [On the origin of the iron masses found by [[Peter Simon Pallas|Pallas]] and others similar to it, and on some natural phenomena associated with them] (Riga, Latvia: Johann Friedrich Hartknoch, 1794). Available on-line at: [http://digital.slub-dresden.de/werkansicht/dlf/79533/5/ Saxon State and University Library at Dresden, Germany].</ref> Neste, ele compilou todos os dados disponíveis sobre vários achados e quedas de meteoritos e concluiu que eles devem ter suas origens no espaço sideral. A comunidade científica da época respondeu com resistência e zombaria.<ref>{{citar web|url=http://www.meteorite.fr/en/basics/meteoritics.htm|título=History of Meteoritics – The Pallas Iron and E. F. Chladni|data=7 de janeiro de 2009|publicado=The Earth's Memory|acessodata=10 de outubro de 2009}}</ref> Demorou quase dez anos até que uma aceitação geral da origem dos meteoritos fosse alcançada através do trabalho do cientista francês [[Jean-Baptiste Biot]] e do químico britânico [[Edward Charles Howard]].<ref>Edward Howard, John Lloyd Williams, and Count de Bournon (1802) "Experiments and observations on certain stony and metalline substances, which at different times are said to have fallen on the earth; also on various kinds of native iron," ''Philosophical Transactions of the Royal Society of London'', '''92''' : 168–212. Available on-line at: [http://rstl.royalsocietypublishing.org/content/92/168.full.pdf+html Royal Society]</ref> O estudo de Biot, iniciado pela Academia Francesa de Ciências, foi forçado por uma queda de [[L'Aigle (meteorito)|milhares de meteoritos]] em 26 de abril de 1803 dos céus de [[L'Aigle]], [[Primeira República Francesa|França]].<ref>J.B. Biot (1803) [https://books.google.com/books?id=JPwTAAAAQAAJ&pg=PA3#v=onepage&q&f=false ''Relation d'un voyage fait dans le département de l'Orne, pour constater la réalité d'un météore observé à l'Aigle le 26 floréal an 11''] (Account of a journey made in the department of the Orne [River], in order to ascertain the reality of a meteor observed in l'Aigle on the 26th of Floréal in the year 11) Note: The date "26 floréal" on the title page is a typographical error; the meteor shower actually occurred on '''6''' floréal (i.e., 26 April 1803) and everywhere else in the text the date "6 floréal" is given as the date of the meteor shower. (Paris, France: Baudouin, 1803).</ref><ref name=darlingIES>{{citar enciclopédia|último=Darling|primeiro=David|título=L'Aigle meteorite shower|url=http://www.daviddarling.info/encyclopedia/L/L_Aigle.html|enciclopédia=The Internet Encyclopaedia of Science|acessodata=27 de abril de 2011}}</ref><ref>{{citar livro|título=In Quest of the Solar System|ano=2010|publicado=Jones & Bartlett Learning|isbn=978-0-7637-6629-0|page=294|autor=Theo Koupelis}}</ref>

=== Pessoas ou propriedades atingidas ===
Ao longo da história, muitos relatos de primeira e segunda mão falam de meteoritos matando humanos e outros animais. Um exemplo é de 1490 d.C. na China na [[Dinastia Ming]], que supostamente matou milhares de pessoas.<ref>{{citar periódico|título=Human Casualties in Impact Events|último=Gritzner|primeiro=C.|data=outubro de 1997|pages=222–6|periódico=WGN, Journal of the International Meteor Organization |volume=25|bibcode=1997JIMO...25..222G}}</ref> John Lewis compilou alguns desses relatórios e resume: "Ninguém na história registrada jamais foi morto por um meteorito na presença de um meteorologista e um médico" e "revisores que tiram conclusões negativas abrangentes geralmente não citam nenhuma das publicações primárias em que as testemunhas oculares descrevem suas experiências e não dão evidência de tê-las lido".<ref>''Rain of Iron and Ice'' by John Lewis, 1997, {{ISBN|978-0201154948}}, pp. 162–163.</ref>

Relatórios modernos de ataques de meteoritos incluem:
* Em 1954 em [[Sylacauga (Alabama)|Sylacauga]], [[Alabama]], [[Estados Unidos]].<ref>{{citar web|url= http://imca.repetti.net/metinfo/metstruck.html |arquivourl=https://web.archive.org/web/20070128190630/http://imca.repetti.net/metinfo/metstruck.html |arquivodata=2007-01-28 |título=Meteorite Targets: Keep Watching the Skies! |publicado= repetti.net |acessodata=4 de maio de 2013}}</ref> Um [[condrito]] de pedra de 4 kg,<ref>[http://internt.nhm.ac.uk/jdsml/research-curation/projects/metcat//detail.dsml?Key=S4530&index= Natural History Museum Database] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20070311025321/http://internt.nhm.ac.uk/jdsml/research-curation/projects/metcat/detail.dsml?Key=S4530&index= |data=11 de março de 2007 }}. Internt.nhm.ac.uk. Retrieved on 17 December 2011.</ref> o [[Sylacauga (meteorito)|meteorito Hodges]] ou meteorito Sylacauga, colidiu com um telhado e feriu uma pessoa.
* Um fragmento de aproximadamente 3 gramas da [[queda do meteorito]] em [[Mbale]], [[Uganda]] atingiu um jovem, sem causar ferimentos.<ref>{{citar periódico|último=Jenniskens|primeiro=Peter|título=The Mbale Meteorite Shower|volume=29|número=2|periódico=Meteoritics |pages=246–254 |bibcode=1994Metic..29..246J |doi=10.1111/j.1945-5100.1994.tb00678.x|ano=1994}}</ref>
* Em outubro de 2021, um meteorito penetrou no telhado de uma casa em [[Golden (Colúmbia Britânica)|Golden]], [[Colúmbia Britânica]], [[Canadá]], pousando na cama de uma pessoa.<ref>{{citar web|url=https://www.cbc.ca/news/canada/british-columbia/meteorite-crashes-into-womans-bedroom-golden-bc-1.6207904|título=Woman rocked awake by meteorite chunk crashing into her bedroom}}</ref>

== Exemplos notáveis ==
=== Nomenclatura ===
Os meteoritos são sempre nomeados de acordo com os locais em que foram encontrados, quando possível, geralmente uma cidade próxima ou uma característica geográfica. Nos casos em que muitos meteoritos foram encontrados em um local, o nome pode ser seguido por um número ou letra (por exemplo, [[Allan Hills 84001]] ou Dimmitt (b)). O nome designado pela [[The Meteoritical Society]] é usado por cientistas, catalogadores e pela maioria dos colecionadores.<ref>{{citar web |url=https://www.lpi.usra.edu/meteor/docs/nc-guidelines.pdf|título=Guidelines for Meteorite Nomenclature|último=The Meteoritical Society|primeiro=Committee on Meteorite Nomenclature|data=março de 2019|acessodata=2020-02-16}}</ref>

=== Terrestre ===
{{div col}}
* [[Allende (meteorito)|Allende]] – maior [[condrito carbonáceo]] conhecido ([[Chihuahua]], [[México]], 1969).
* [[Allan Hills A81005]] – Primeiro meteorito determinado como sendo de [[Meteorito lunar|origem lunar]].
* [[Allan Hills 84001]] – [[Meteoritos de Marte|meteorito de Marte]] que foi reivindicado para provar a existência de [[vida em Marte]].
* [[Meteorito de Bacubirito]] – Um meteorito estimado em 20–30 toneladas curtas (18–27 t).
* [[Campo del Cielo]] – um grupo de [[meteoritos de ferro]] associados a um campo de crateras (de mesmo nome) de pelo menos 26 crateras na província de [[Chaco (província)|Chaco Ocidental]], [[Argentina]]. O peso total de meteoritos recuperados excede 100 toneladas.<ref>{{citar web|título=Campo del Cielo|url=http://www.sun.org/meteorites/encyclopedia/campo-del-cielo|acessodata=28 de agosto de 2014}}</ref>
* [[Canyon Diablo (meteorito)|Canyon Diablo]] – Associado à [[Cratera de Barringer]] no [[Arizona]], [[Estados Unidos]].
* [[Cape York (meteorito)|Cape York]] – Um dos maiores meteoritos do mundo. Um fragmento de 34 toneladas chamado "Ahnighito", é exibido no [[Museu Americano de História Natural]]; o maior meteorito em exposição em qualquer museu.
* [[Gibeon (meteorito)|Gibeon]] – Um grande meteorito de ferro na [[Namíbia]], criou o maior [[campo disperso]] conhecido.
* [[Meteorito Hoba|Hoba]] – O maior meteorito intacto conhecido.
* [[Meteorito Kaidun|Kaidun]] – Um condrito carbonáceo incomum.
* [[Meteorito Mbozi|Mbozi]] – Um meteorito de ferro desagrupado de 16 toneladas métricas na [[Tanzânia]].
* [[Meteorito Murchison|Murchison]] – Um condrito carbonáceo encontrado para conter [[nucleobase]]s, o bloco de construção da [[vida]].
* [[Meteorito Nōgata|Nōgata]] - O meteorito mais antigo cuja queda pode ser datada com precisão (19 de maio de 861, em [[Nogata]], [[Japão]]).<ref>{{Citation|primeiro= Ursula B.|último= Marvin| editor-last = McCall| editor-first = G. J. H.| editor2-last = Bowden| editor2-first = A. J.| editor3-last = Howarth| editor3-first = R. J.|contribuição= Meteorites in history: an overview from the Renaissance to the 20th century|título= The History of Meteoritics and Key Meteorite Collections: Fireballs, Falls and Finds| page = 16|ano= 2006|local= London|publicado= The Geological Society| url = https://books.google.com/books?id=7SvtVoa1W-cC&q=nogata+meteorite&pg=PA16| isbn = 9781862391949 }}</ref>
* [[Orgueil (meteorito)|Orgueil]] – Um meteorito famoso devido à sua natureza especialmente primitiva e alto teor de [[grãos pré-solares]].
* [[Meteoro de Sikhote-Alin|Sikhote-Alin]] – Massivo [[evento de impacto]] de meteorito de ferro que ocorreu em 12 de fevereiro de 1947.
* [[Meteorito Tucson Ring|Tucson Ring]] – Meteorito em forma de anel, usado por um [[ferreiro]] como [[bigorna]], em [[Tucson]], Arizona, Estados Unidos, atualmente no [[Smithsonian Institution]].<ref>{{Citation|primeiro1= Roy S., Jr.|último1= Clarke|primeiro2= Howard|último2= Plotkin|primeiro3= Timothy|último3= McCoy| editor-last = McCall| editor-first = G. J. H.| editor2-last = Bowden| editor2-first = A. J.| editor3-last = Bowden| editor3-first = R. J.|contribuição= Meteorites and the Smithsonian Institution|título= The History of Meteoritics and Key Meteorite Collections: Fireballs, Falls and Finds| page = 241|ano= 2006|local= London|publicado= The Geological Society| url = https://books.google.com/books?id=7SvtVoa1W-cC&q=nogata+meteorite&pg=PA16| isbn = 978-1862391949 }}</ref>
* [[Meteorito Willamette|Willamette]] – O maior meteorito já encontrado nos Estados Unidos.
* [[Evento de impacto de Carancas em 2007]] – Em 15 de setembro de 2007, um meteorito rochoso que poderia pesar até 4 toneladas criou uma cratera de 13 metros de diâmetro perto da vila de Carancas, no [[Peru]].<ref>{{citar periódico|autor=J. Borovicka and P. Spurný |título=The Carancas meteorite impact – Encounter with a monolithic meteoroid |periódico=Astronomy & Astrophysics |ano=2008 | volume=485 |número=2 | pages=L1–L4 |doi=10.1051/0004-6361:200809905 | bibcode=2008A&A...485L...1B|último2=Spurný | doi-access=free }}</ref>
* [[Meteoro de Tcheliabinsk]] – um [[asteroide]] de 17 metros de diâmetro e 10.000 toneladas<ref>{{citar web | url=http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?release=2013-061 |autor=JPL |título=Russia Meteor Not Linked to Asteroid Flyby | website=[[Jet Propulsion Laboratory]] |data=16 de fevereiro de 2012 |acessodata=19 de fevereiro de 2013}}</ref> atingiu a atmosfera acima de [[Tcheliabinsk]], [[Rússia]] a 18 km/s por volta das 09:20 hora local (03:20 [[Tempo Universal Coordenado|UTC]]) de 15 de fevereiro de 2013, produzindo um [[Bólido|bola de fogo]]<ref>{{citar web | url=http://www.cbat.eps.harvard.edu/iau/cbet/003400/CBET003423.txt |publicado=International Astronomical Union |título=CBET 3423 : Trajectory and Orbit of the Chelyabinsk Superbolide |obra=Astronomical Telegrams |data=23 de fevereiro de 2013 }}{{dead link|date=August 2020|bot=medic}} [http://www.webalice.it/mizar02/articoli/Meteorb.dat Alt URL]{{registration required}} {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20130423104342/http://www.webalice.it/mizar02/articoli/Meteorb.dat |data=23 de abril de 2013 }}</ref> no céu da manhã. Uma série de pequenos fragmentos de meteoritos foram encontrados nas proximidades.<ref>{{cite news | url=https://www.bbc.co.uk/news/world-europe-21494963 |autor=BBC |título=Meteorite fragments found in Russia's Urals region |data=18 de fevereiro de 2012 |acessodata=19 de fevereiro de 2013|publicado=BBC News }}</ref>
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=== Extraterrestre ===
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* [[Meteorito da Cratera de Bench]] ([[Apollo 12]], 1969) e o [[meteorito Hadley Rille]] ([[Apollo 15]], 1971) − Fragmentos de [[asteroide]]s foram encontrados entre as amostras coletadas na [[Lua]].<ref>[http://www.lpi.usra.edu/meteor/metbull.php?sea=&sfor=names&stype=contains&country=Moon Meteoritical Bulletin Database]. Lpi.usra.edu. Retrieved on 17 December 2011.</ref>
* [[Meteorito Block Island]] e [[Heat Shield Rock]] – Descobertos em [[Marte (planeta)|Marte]] pelo [[Opportunity (sonda espacial)|rover Opportunity]] entre outros quatro [[meteoritos de ferro]].<ref>{{citar periódico|último=Ashley |primeiro=J. W. |título=Evidence for mechanical and chemical alteration of iron-nickel meteorites on Mars: Process insights for Meridiani Planum |periódico=Journal of Geophysical Research: Planets |data=julho de 2011|volume=116 |número=E7 |page=E00F20 |doi=10.1029/2010JE003672 |numero-autores=etal |bibcode=2011JGRE..116.0F20A|hdl=1893/17110 |hdl-access=free }}</ref> Dois meteoritos de níquel-ferro foram identificados pelo [[Spirit (sonda espacial)|rover Spirit]]. (Veja também: [[Predefinição:Rochas de Marte|Rochas de Marte]])
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=== Grandes crateras de impacto ===
{{VT|Lista de crateras de impacto na Terra}}
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* [[Cratera de Acraman]] no [[sul da Austrália]] (90 km de diâmetro)
* [[Cratera Ames]] em [[Condado de Major]], [[Oklahoma]], [[Estados Unidos]] (16 km de diâmetro)
* [[Cratera Brent]] no [[norte de Ontário]], [[Canadá]] (3.8 km de diâmetro)
* [[Cratera da Baía de Chesapeake]], [[Virgínia]], Estados Unidos (90 km de diâmetro)
* [[Cratera de Chicxulub]], costa da [[Península de Iucatã]], [[México]] (170 km de diâmetro)
* [[Lagos Clearwater]], [[cratera de impacto]] duplo em [[Quebec]], Canadá (26 e 36 km de diâmetro)
* [[Cratera Lonar]] na [[Índia]] (1.83 km de diâmetro)
* [[Lumparn]] nas [[Ilhas Åland]], no [[Mar Báltico]] (9 km de diâmetro)
* [[Lago Manicouagan]] em Quebec, Canadá (100 km de diâmetro)
* [[Cratera de Manson]] em [[Iowa]], Estados Unidos (38 km, cratera está enterrada)
* [[Cratera de Barringer]] no [[Arizona]], Estados Unidos, a primeira cratera de impacto terrestre confirmada (1.2 km de diâmetro)
* [[Cratera de Mjølnir]] no [[Mar de Barents]], [[Oceano Ártico]] (40 km de diâmetro)
* [[Cratera Nördlinger Ries]] na [[Baviera]], [[Alemanha]] (25 km de diâmetro)
* [[Cratera de Popigai]] na [[Rússia]] (100 km de diâmetro)
* [[Lago Siljan]] na [[Suécia]], maior cratera da [[Europa]] (52 km de diâmetro)
* [[Bacia de Sudbury]] em [[Ontário]], Canadá (250 km de diâmetro)
* [[Baía de Ungava]] em Quebec, Canadá (260 por 320 km)
* [[Cratera de Vredefort]] na [[África do Sul]], a maior cratera de impacto conhecida na [[Terra]] (300 km de diâmetro de um meteorito estimado de 10 km de largura)
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=== Meteoroides desintegrados ===
* [[Evento de Tunguska]] na [[Sibéria]], [[Império Russo]] em 1908 (nenhuma cratera)
* [[Evento de Vitim de 2002|Evento de Vitim]] na Sibéria, [[Rússia]] em 2002 (nenhuma cratera)
* [[Meteoro de Tcheliabinsk|Evento de Tcheliabinsk]] na Rússia em 2013 (nenhuma cratera conhecida)


== Ver também ==
== Ver também ==
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* [[Aerólito]]
* [[Ferro meteórico]]
* [[Focagem atmosférica]]
* [[Hajar el Aswad]]
* [[Glossário de meteoritos]]
* [[Lista de crateras de impacto na Terra]]
* [[Meteoro]]
* [[Lista de meteoritos de Marte]]
* [[Lista de minerais de meteoritos]]
* [[Lista de rochas em Marte]]
* [[Lista de possíveis estruturas de impacto na Terra]]
* [[Chuva de meteoros]]
* [[Achado de meteorito]]
* [[Meteoroide]]
* [[Micrometeorito]]
* [[Panspermia]]
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== Ligações externas ==
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* [https://web.archive.org/web/20060708062414/http://www.meteorite.com/news/index.htm Current meteorite news articles]
{{Commons|Meteorite}}
* [http://www.bimsociety.org The British and Irish Meteorite Society]
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* [http://www.nhm.ac.uk/research-curation/projects/metcat/ The Natural History Museum's meteorite catalogue database]
* {{Link|pt|2=http://www.meteorito.com.br |3=Meteorito.com.br - Artigos sobre meteoritos}}
* [http://www.meteoriticalsociety.org/ Meteoritical Society]
* {{Link|en|2=http://www.meteorite.fr/en/news/ |3=Meteorite.fr - Tudo sobre os meteoritos}}
* [https://www.unb.ca/passc/ImpactDatabase/ Earth Impact Database]
* {{Link|en|2=http://www.meteoriticalsociety.org/ |3=Meteoritical Society}}
* [http://www.tableausoftware.com/public/gallery/registered-meteorite-impacts Every Recorded Meteorite Impact on Earth] from [[Tableau Software]]
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Revisão das 19h51min de 17 de junho de 2022

O meteorito Hoba de 2.7 m de comprimento e 60 toneladas na Namíbia é o maior meteorito intacto conhecido.[1]

Um meteorito é um pedaço sólido de detritos de um objeto, como um cometa, asteroide ou meteoroide, que se origina no espaço sideral e sobrevive à sua passagem pela atmosfera para atingir a superfície de um planeta ou lua. Quando o objeto original entra na atmosfera, vários fatores, como atrito, pressão e interações químicas com os gases atmosféricos, fazem com que ele se aqueça e irradie energia. Em seguida, torna-se um meteoro e forma uma bola de fogo, também conhecida como estrela cadente; os astrônomos chamam os exemplos mais brilhantes de "bólidos". Uma vez que se instala na superfície do corpo maior, o meteoro se torna um meteorito. Os meteoritos variam muito em tamanho. Para os geólogos, um bólido é um meteorito grande o suficiente para criar uma cratera de impacto.[2]

Os meteoritos que são recuperados após serem observados enquanto transitam pela atmosfera e impactam a Terra são chamados de quedas de meteoritos. Todos os outros são conhecidos como achados de meteoritos.

Os meteoritos têm sido tradicionalmente divididos em três grandes categorias: meteoritos pedregosos que são rochas, compostas principalmente de minerais de silicato; meteoritos de ferro que são em grande parte compostos de ferroníquel; e meteoritos de ferro pedregosos que contêm grandes quantidades de material metálico e rochoso. Os esquemas de classificação modernos dividem os meteoritos em grupos de acordo com sua estrutura, composição química e isotópica e mineralogia. Meteoritos menores que 2 mm são classificados como micrometeoritos. Meteoritos extraterrestres foram encontrados na Lua e em Marte.[3][4][5]

Fenômenos de queda

A maioria dos meteoroides se desintegra ao entrar na atmosfera da Terra. Normalmente, observa-se que cinco a dez por ano caem e são posteriormente recuperados e divulgados aos cientistas.[6] Poucos meteoritos são grandes o suficiente para criar grandes crateras de impacto. Em vez disso, eles normalmente chegam à superfície em sua velocidade terminal e, no máximo, criam um pequeno poço.

Meteorito de ferro NWA 859 mostrando efeitos da ablação atmosférica
O poço de impacto feito pelo meteorito Novato de 61.9 gramas quando atingiu o telhado de uma casa em 17 de outubro de 2012

Grandes meteoroides podem atingir a Terra com uma fração significativa de sua velocidade de escape (segunda velocidade cósmica), deixando para trás uma cratera de impacto de hipervelocidade. O tipo de cratera dependerá do tamanho, composição, grau de fragmentação e ângulo de entrada do impactor. A força de tais colisões tem o potencial de causar destruição generalizada.[7][8] Os eventos de crateras de hipervelocidade mais frequentes na Terra são causados por meteoroides de ferro, que são mais facilmente capazes de transitar intactos pela atmosfera. Exemplos de crateras causadas por meteoroides de ferro incluem a Cratera de Barringer, Cratera de Odessa, Crateras de Wabar e a Cratera de Wolf Creek; meteoritos de ferro são encontrados em associação com todas essas crateras. Em contraste, mesmo corpos pedregosos ou gelados relativamente grandes, como pequenos cometas ou asteroides, até milhões de toneladas, são interrompidos na atmosfera e não causam crateras de impacto.[9] Embora esses eventos de interrupção sejam incomuns, eles podem causar uma concussão considerável; o famoso evento de Tunguska provavelmente resultou de tal incidente. Objetos pedregosos muito grandes, com centenas de metros de diâmetro ou mais, pesando dezenas de milhões de toneladas ou mais, podem atingir a superfície e causar grandes crateras, mas são muito raros. Tais eventos são geralmente tão energéticos que o impactor é completamente destruído, sem deixar meteoritos. (O primeiro exemplo de um meteorito rochoso encontrado em associação com uma grande cratera de impacto, a Cratera de Morokweng na África do Sul, foi relatado em maio de 2006).[10]

Vários fenômenos são bem documentados durante quedas de meteoritos testemunhadas, pequenas demais para produzir crateras de hipervelocidade.[11] A bola de fogo que ocorre quando o meteoroide passa pela atmosfera pode parecer muito brilhante, rivalizando com o Sol em intensidade, embora a maioria seja muito mais fraca e possa nem ser notada durante o dia. Várias cores foram relatadas, incluindo amarelo, verde e vermelho. Flashes e rajadas de luz podem ocorrer quando o objeto se desfaz. Explosões, detonações e estrondos são frequentemente ouvidos durante quedas de meteoritos, que podem ser causadas por estrondos sônicos, bem como ondas de choque resultantes de grandes eventos de fragmentação. Esses sons podem ser ouvidos em áreas amplas, com um raio de centenas de quilômetros ou mais. Assobios também são ouvidos às vezes, mas são mal compreendidos. Após a passagem da bola de fogo, não é incomum que um rastro de poeira permaneça na atmosfera por vários minutos.

À medida que os meteoroides são aquecidos durante a entrada atmosférica, suas superfícies derretem e sofrem ablação. Eles podem ser esculpidos em várias formas durante esse processo, às vezes resultando em recortes rasos semelhantes a impressões digitais em suas superfícies, chamados regmaglipto. Se o meteoroide mantiver uma orientação fixa por algum tempo, sem cair, ele pode desenvolver uma forma cônica de "cone de nariz" ou "escudo térmico". À medida que desacelera, eventualmente a camada superficial derretida se solidifica em uma fina crosta de fusão, que na maioria dos meteoritos é preta (em alguns acondritos, a crosta de fusão pode ser de cor muito clara). Em meteoritos pedregosos, a zona afetada pelo calor tem no máximo alguns milímetros de profundidade; em meteoritos de ferro, que são mais termicamente condutores, a estrutura do metal pode ser afetada pelo calor até 1 cm abaixo da superfície. Os relatórios variam; alguns meteoritos são relatados como "queimando ao toque" ao pousar, enquanto outros são alegadamente frios o suficiente para condensar a água e formar gelo.[12][13][14]

Meteoroides que se desintegram na atmosfera podem cair como chuva de meteoritos, que podem variar de apenas alguns até milhares de indivíduos separados. A área sobre a qual uma chuva de meteoritos cai é conhecida como seu campo disperso. Os campos dispersos são comumente de forma elíptica, com o eixo maior paralelo à direção do voo. Na maioria dos casos, os maiores meteoritos em uma chuva são encontrados mais distantes no campo disperso.[15]

Classificação

Meteorito de Murnpeowie, um meteorito de ferro com regmaglipto semelhantes a impressões digitais
Uma fatia cortada e polida do meteorito de Esquel, um pallasite de ferro pedregoso. Cristais de olivina amarelo-esverdeados são envoltos na matriz de ferroníquel
Ver artigo principal: Classificação de meteoritos

A maioria dos meteoritos são meteoritos pedregosos, classificados como condritos e acondritos. Apenas cerca de 6% dos meteoritos são meteoritos de ferro ou uma mistura de rocha e metal, os meteoritos de ferro pedregoso. A classificação moderna de meteoritos é complexa. O artigo de revisão de Krot et al. (2007)[16] resume a taxonomia moderna de meteoritos.

Cerca de 86% dos meteoritos são condritos,[17][18][19] que são nomeados pelas pequenas partículas redondas que contêm. Essas partículas, ou côndrulos, são compostas principalmente de minerais de silicato que parecem ter sido derretidos enquanto eram objetos flutuantes no espaço. Certos tipos de condritos também contêm pequenas quantidades de matéria orgânica, incluindo aminoácidos e grãos pré-solares. Os condritos têm tipicamente cerca de 4.55 bilhões de anos e acredita-se que representem material do cinturão de asteroides que nunca se aglutinaram em grandes corpos. Como os cometas, os asteroides condríticos são alguns dos materiais mais antigos e primitivos do Sistema Solar. Os condritos são frequentemente considerados "os blocos de construção dos planetas".

Cerca de 8% dos meteoritos são acondritos (o que significa que não contêm côndrulos), alguns dos quais são semelhantes a rochas ígneas terrestres. A maioria dos acondritos também são rochas antigas, e acredita-se que representem material crustal de planetesimais diferenciados. Uma grande família de acondritos (os meteoritos HED) pode ter se originado no corpo parental da Família Vesta, embora essa afirmação seja contestada.[20][21] Outros derivam de asteroides não identificados. Dois pequenos grupos de acondritos são especiais, pois são mais jovens e não parecem vir do cinturão de asteroides. Um desses grupos vem da Lua e inclui rochas semelhantes às trazidas de volta à Terra pelos programas Apollo e Luna. O outro grupo é quase certamente de Marte e constitui os únicos materiais de outros planetas já recuperados por humanos.

Cerca de 5% dos meteoritos que caíram são meteoritos de ferro compostos de ligas de ferro-níquel, como camacite e/ou tenite. Acredita-se que a maioria dos meteoritos de ferro venha dos núcleos de planetesimais que já foram fundidos. Assim como a Terra, o metal mais denso se separou do material silicatado e afundou em direção ao centro do planetesimal, formando seu núcleo. Depois que o planetesimal se solidificou, ele se desfez em uma colisão com outro planetesimal. Devido à baixa abundância de meteoritos de ferro em áreas de coleta como a Antártica, onde a maior parte do material meteórico que caiu pode ser recuperado, é possível que a porcentagem de queda de meteoritos de ferro seja inferior a 5%. Isso seria explicado por um viés de recuperação; os leigos são mais propensos a notar e recuperar massas sólidas de metal do que a maioria dos outros tipos de meteoritos. A abundância de meteoritos de ferro em relação ao total de achados na Antártida é de 0.4%.[22][23]

Os meteoritos ferrosos-rochosos constituem o 1% restante. Eles são uma mistura de metal de ferro-níquel e minerais de silicato. Acredita-se que um tipo, chamado pallasites, tenha se originado na zona limite acima das regiões centrais onde os meteoritos de ferro se originaram. O outro tipo principal de meteoritos de ferro pedregoso são os mesosideritas.

Tectitos, não são meteoritos, mas sim objetos de vidro natural de até alguns centímetros de tamanho que foram formados, de acordo com a maioria dos cientistas, pelos impactos de grandes meteoritos na superfície da Terra. Alguns pesquisadores favoreceram as tectitos originários da Lua como ejeção vulcânica, mas essa teoria perdeu muito de seu apoio nas últimas décadas.

Química

Em março de 2015, cientistas da NASA relataram que compostos orgânicos complexos encontrados em DNA e RNA, incluindo uracil, citosina e timina, foram formados em laboratório sob condições do espaço sideral, usando produtos químicos iniciais, como pirimidina, encontrados em meteoritos. Pirimidina e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAH) podem ter sido formados em gigantes vermelhas ou em poeira interestelar e nuvens de gás, de acordo com os cientistas.[24]

Em janeiro de 2018, os pesquisadores descobriram que meteoritos de 4.5 bilhões de anos encontrados na Terra continham água líquida junto com substâncias orgânicas complexas prebióticas que podem ser ingredientes para a vida.[25][26]

Em novembro de 2019, cientistas relataram a detecção de moléculas de açúcar em meteoritos pela primeira vez, incluindo ribose, sugerindo que processos químicos em asteroides podem produzir alguns compostos orgânicos fundamentais para a vida, e apoiando a noção de um mundo de RNA anterior a uma origem de vida baseada em DNA na Terra.[27][28]

Em abril de 2022, um grupo japonês relatou ter encontrado adenina (A), timina (T), guanina (G), citosina (C) e uracila (U) dentro de meteoritos ricos em carbono. Esses compostos são blocos de construção de DNA e RNA, o código genético de toda a vida na Terra. Esses compostos também ocorreram espontaneamente em ambientes de laboratório emulando condições no espaço sideral.[29][30]

Intemperismo

A maioria dos meteoritos datam do início do Sistema Solar e são de longe o material mais antigo existente na Terra. A análise do intemperismo terrestre devido à água, sal, oxigênio, etc. é usada para quantificar o grau de alteração que um meteorito experimentou. Vários índices qualitativos de intemperismo foram aplicados a amostras antárticas e desérticas.[31]

A escala de intemperismo mais comumente empregada, usada para condritos comuns, varia de W0 (estado primitivo) a W6 (alteração pesada).

Exemplos de fósseis

Meteoritos "fósseis" às vezes são descobertos por geólogos. Eles representam os restos altamente intemperizados de meteoritos que caíram na Terra no passado remoto e foram preservados em depósitos sedimentares suficientemente bem para que possam ser reconhecidos por meio de estudos mineralógicos e geoquímicos. Uma pedreira de calcário na Suécia produziu um número anormalmente grande, superior a cem meteoritos fósseis do Ordoviciano, quase todos os quais são condritos-L altamente intemperizados que ainda se assemelham ao meteorito original sob um microscópio petrográfico, mas que tiveram seu material original quase inteiramente substituído por mineralização secundária terrestre. A proveniência extraterrestre foi demonstrada em parte através da análise isotópica de grãos de espinela relíquias, um mineral que é comum em meteoritos, é insolúvel em água e é capaz de persistir quimicamente inalterado no ambiente terrestre de intemperismo. Os cientistas acreditam que esses meteoritos, que também foram encontrados na Rússia e na China, se originaram da mesma fonte, uma colisão que ocorreu em algum lugar entre Júpiter e Marte.[32] Um desses meteoritos fósseis, apelidado de Österplana 065, parece representar um tipo distinto de meteorito que está "extinto" no sentido de que não está mais caindo na Terra, o corpo original já foi completamente esgotado do reservatório de objetos próximos da Terra.[33]

Coleta

Uma "queda de meteorito", também chamada de "queda observada", é um meteorito coletado após sua chegada ter sido observada por pessoas ou dispositivos automatizados. Qualquer outro meteorito é chamado de "achado de meteorito".[34][35] Existem mais de 1.100 quedas documentadas listadas em bancos de dados amplamente utilizados,[36][37][38] a maioria dos quais possui espécimes em coleções modernas.[36][37][38] Em janeiro de 2019, o Meteoritical Bulletin Database tinha 1.180 quedas confirmadas.[36]

Quedas

Assento de carro e silenciador atingidos por um meteorito em Benld, Illinois, Estados Unidos em 1938, com a inserção do meteorito. Uma queda observada

A maioria das quedas de meteoritos é coletada com base em relatos de testemunhas oculares da bola de fogo ou do impacto do objeto no solo, ou ambos. Portanto, apesar do fato de que os meteoritos caem com probabilidade praticamente igual em todos os lugares da Terra, as quedas de meteoritos verificadas tendem a se concentrar em áreas com densidades populacionais humanas mais altas, como Europa, Japão e norte da Índia.

Um pequeno número de quedas de meteoritos foi observado com câmeras automatizadas e recuperado após o cálculo do ponto de impacto. O primeiro deles foi o meteorito Přibram, que caiu na Tchecoslováquia (atual Chéquia) em 1959.[39] Neste caso, duas câmeras usadas para fotografar meteoros capturaram imagens da bola de fogo. As imagens foram usadas tanto para determinar a localização das pedras no solo quanto, mais significativamente, para calcular pela primeira vez uma órbita precisa para um meteorito recuperado.

Após a queda de Přibram, outras nações estabeleceram programas de observação automatizados destinados a estudar meteoritos em queda. Uma delas foi a Prairie Network, operado pelo Observatório Astrofísico Smithsonian de 1963 a 1975 no meio-oeste dos Estados Unidos. Este programa também observou a queda de um meteorito, o condrito de Lost City, permitindo sua recuperação e o cálculo de sua órbita.[40] Outro programa no Canadá, o Meteorite Observation and Recovery Project (Projeto de Observação e Recuperação de Meteoritos), funcionou de 1971 a 1985. Também recuperou um único meteorito, Innisfree, em 1977.[41] Finalmente, observações da European Fireball Network, descendente do programa original tcheco que recuperou o Přibram, levaram à descoberta e cálculos de órbita para o meteorito de Neuschwanstein em 2002.[42] A NASA possui um sistema automatizado que detecta meteoros e calcula a órbita, magnitude, trilha terrestre e outros parâmetros sobre o sudeste dos Estados Unidos, que geralmente detecta vários eventos a cada noite.[43]

Achados

Até o século XX, apenas algumas centenas de achados de meteoritos haviam sido descobertos. Mais de 80% deles eram meteoritos de ferro e ferro pedregoso, que são facilmente distinguíveis das rochas locais. Até hoje, poucos meteoritos pedregosos são relatados a cada ano que podem ser considerados achados "acidentais". A razão pela qual existem agora mais de 30.000 achados de meteoritos nas coleções do mundo começou com a descoberta por Harvey H. Nininger de que os meteoritos são muito mais comuns na superfície da Terra do que se pensava anteriormente.

Estados Unidos

A estratégia de Harvey H. Nininger era procurar meteoritos nas Grandes Planícies dos Estados Unidos, onde a terra era amplamente cultivada e o solo continha poucas rochas. Entre o final da década de 1920 e a década de 1950, ele viajou pela região, educando a população local sobre como eram os meteoritos e o que fazer se achassem que haviam encontrado um, por exemplo, durante a limpeza de um campo. O resultado foi a descoberta de mais de 200 novos meteoritos, principalmente do tipo pedregoso.[44]

No final da década de 1960, o condado de Roosevelt, Novo México, foi considerado um lugar particularmente bom para encontrar meteoritos. Após a descoberta de alguns meteoritos em 1967, uma campanha de conscientização pública resultou na descoberta de quase 100 novos espécimes nos próximos anos, muitos sendo de uma única pessoa, Ivan Wilson. No total, quase 140 meteoritos foram encontrados na região desde 1967. Na área dos achados, o solo estava originalmente coberto por um solo raso e solto sobre uma camada de solo rígido. Durante a Dust Bowl, o solo solto foi arrancado, deixando quaisquer rochas e meteoritos presentes na superfície exposta.[45]

Um meteorito pedregoso (H5) encontrado ao norte de Barstow, Califórnia, em 2006

A partir de meados da década de 1960, caçadores de meteoritos amadores começaram a vasculhar as áreas áridas do sudoeste dos Estados Unidos.[46] Até o momento, milhares de meteoritos foram recuperados dos desertos de Mojave, Sonora, Grande Bacia e Chihuahua, com muitos sendo recuperados em leitos de lagos secos. Achados significativos incluem o meteorito Old Woman de três toneladas, atualmente em exibição no Desert Discovery Center em Barstow, Califórnia, e os campos dispersos de meteoritos em Franconia e Gold Basin; centenas de quilos de meteoritos foram recuperados de cada um.[47][48][49] Várias descobertas do sudoeste americano foram enviadas com locais falsos, já que muitos descobridores acham que não é sensato compartilhar essas informações publicamente por medo de confisco pelo governo federal e competição com outros caçadores em locais de descoberta publicados.[50][51][52] Vários dos meteoritos encontrados recentemente estão atualmente em exibição no Observatório Griffith e na Galeria de Meteoritos da Universidade da Califórnia ambos em Los Angeles.[53]

Antártida

Um microscópio eletrônico de varredura revelou estruturas semelhantes a fósseis de bactérias, no meteorito ALH 84001 descoberto na Antártida em 1984. Microscopicamente, as características foram inicialmente interpretadas como fósseis de formas de vida semelhantes a bactérias. Desde então, foi demonstrado que estruturas semelhantes de magnetita podem se formar sem a presença de vida microbiana em sistemas hidrotermais[54]

Alguns meteoritos foram encontrados na Antártida entre 1912 e 1964. Em 1969, a 10.ª Expedição Japonesa de Pesquisa Antártica encontrou nove meteoritos em um campo de gelo azul perto das Montanhas Yamato. Com esta descoberta, veio a percepção de que o movimento das camadas de gelo pode atuar para concentrar meteoritos em determinadas áreas.[55] Depois que uma dúzia de outros espécimes foram encontrados no mesmo local em 1973, uma expedição japonesa foi lançada em 1974 dedicada à busca de meteoritos. Esta equipe recuperou cerca de 700 meteoritos.[56]

Pouco tempo depois, os Estados Unidos iniciaram seu próprio programa de busca de meteoritos antárticos, operando ao longo das Montanhas Transantárticas do outro lado do continente: o programa Antarctic Search for Meteorites (Busca Antártica por Meteoritos) (ANSMET).[57] Equipes europeias, começando com um consórcio chamado "EUROMET" na temporada 1990/1991, e continuando com um programa do italiano Programma Nazionale di Ricerche in Antartide (Programa Nacional de Pesquisa na Antártica) (PNRA), também realizaram buscas sistemáticas de meteoritos antárticos.[58]

A Exploração Científica Antártica da China realizou pesquisas bem-sucedidas de meteoritos desde 2000. Um programa coreano (KOREAMET) foi lançado em 2007 e coletou alguns meteoritos.[59] Os esforços combinados de todas essas expedições produziram mais de 23.000 espécimes de meteoritos classificados desde 1974, com milhares mais que ainda não foram classificados. Para mais informações veja o artigo de Harvey (2003).[60]

Austrália

Mais ou menos na mesma época em que as concentrações de meteoritos estavam sendo descobertas no deserto frio da Antártida, os colecionadores descobriram que muitos meteoritos também podiam ser encontrados nos desertos quentes da Austrália. Várias dezenas de meteoritos já haviam sido encontrados na região de Nullarbor, no oeste e sul da Austrália. Pesquisas sistemáticas entre cerca de 1971 e o presente recuperaram mais de 500 outros,[61] ~300 dos quais estão atualmente bem caracterizados. Os meteoritos podem ser encontrados nesta região porque o terreno apresenta uma planície plana, inexpressiva, coberta por calcário. No clima extremamente árido, houve relativamente pouco intemperismo ou sedimentação na superfície por dezenas de milhares de anos, permitindo que os meteoritos se acumulassem sem serem enterrados ou destruídos. Os meteoritos de cor escura podem então ser reconhecidos entre os seixos e rochas de calcário de aparência muito diferente.

Deserto do Saara

Este pequeno meteorito é do campo disperso NWA 869, perto de Tindouf, Argélia. Atualmente classificado como um condrito ordinário L3.8-6 apresenta brecha e côndrulos abundantes[62]

Em 1986-1987, uma equipe alemã que instalou uma rede de estações sísmicas durante a prospecção de petróleo descobriu cerca de 65 meteoritos em uma planície desértica a cerca de 100 quilômetros a sudeste de Dirj (Daraj), Líbia. Alguns anos depois, um entusiasta do deserto viu fotografias de meteoritos sendo recuperados por cientistas na Antártida e pensou ter visto ocorrências semelhantes no norte da África. Em 1989, ele recuperou cerca de 100 meteoritos de vários locais distintos na Líbia e na Argélia. Ao longo dos próximos anos, ele e outros que o seguiram encontraram pelo menos mais 400 meteoritos. Os locais encontrados foram geralmente em regiões conhecidas como regs ou hamadas: áreas planas e sem características cobertas apenas por pequenos seixos e pequenas quantidades de areia.[63] Meteoritos de cor escura podem ser facilmente vistos nesses lugares. No caso de vários campos de meteoritos, como Dar al Gani, Dhofar e outros, a geologia de cor clara favorável consistindo em rochas básicas (argilas, dolomitas e calcários) torna os meteoritos particularmente fáceis de identificar.[64]

Embora os meteoritos tenham sido vendidos comercialmente e coletados por amadores por muitas décadas, até a época das descobertas no Saara no final da década de 1980 e início da década de 1990, a maioria dos meteoritos foi depositada ou comprada por museus e instituições semelhantes onde foram exibidos e disponibilizados para pesquisa científica. A súbita disponibilidade de um grande número de meteoritos que podiam ser encontrados com relativa facilidade em locais de fácil acesso (especialmente em comparação com a Antártida), levou a um rápido aumento na coleta comercial de meteoritos. Esse processo foi acelerado quando, em 1997, meteoritos vindos da Lua e de Marte foram encontrados na Líbia. No final da década de 1990, expedições privadas de coleta de meteoritos foram lançadas em todo o Saara. Espécimes dos meteoritos recuperados dessa forma ainda são depositados em coleções de pesquisa, mas a maior parte do material é vendida para colecionadores particulares. Essas expedições já elevaram o número total de meteoritos bem descritos encontrados na Argélia e na Líbia para mais de 500.[65]

Noroeste da África

Os mercados de meteoritos surgiram no final da década de 1990, especialmente no Marrocos. Este comércio foi impulsionado pela comercialização ocidental e um número crescente de colecionadores. Os meteoritos foram fornecidos por nômades e moradores locais que vasculharam os desertos em busca de espécimes para vender. Muitos milhares de meteoritos foram distribuídos dessa maneira, a maioria dos quais não possui informações sobre como, quando ou onde foram descobertos. Estes são os chamados meteoritos do "Noroeste da África". Quando eles são classificados, eles são nomeados "Noroeste da África" (abreviado NWA) seguido por um número.[66] É geralmente aceito que os meteoritos NWA se originam em Marrocos, Argélia, Saara Ocidental, Mali e possivelmente ainda mais longe. Quase todos esses meteoritos saem da África através do Marrocos. Dezenas de meteoritos importantes, incluindo da Lua e de Marte, foram descobertos e disponibilizados para a ciência através desta rota. Alguns dos meteoritos mais notáveis recuperados incluem Tissint e Northwest Africa 7034. Tissint foi o primeiro meteorito marciano a cair em mais de cinquenta anos; NWA 7034 é o meteorito mais antigo conhecido por vir de Marte, e é uma brecha única de regolito contendo água.

Península Arábica

Meteorito encontrado in situ no pavimento do deserto, Rub' al-Khali, Arábia Saudita. Condrito provável, peso 408.5 gramas

Em 1999, caçadores de meteoritos descobriram que o deserto no sul e no centro de Omã também era propício para a coleta de muitos espécimes. As planícies de cascalho nas regiões de Dofar e Al Wusta de Omã, ao sul dos desertos arenosos do Rub' al-Khali, produziram cerca de 5.000 meteoritos em meados de 2009. Incluídos entre eles estão um grande número de meteoritos da Lua e de Marte, tornando Omã uma área particularmente importante tanto para cientistas quanto para colecionadores. As primeiras expedições a Omã foram feitas principalmente por negociantes comerciais de meteoritos, no entanto, equipes internacionais de cientistas omanis e europeus também coletaram espécimes.

A recuperação de meteoritos de Omã é atualmente proibida pela lei nacional, mas vários caçadores internacionais continuam a remover espécimes agora considerados tesouros nacionais. Essa nova lei provocou um pequeno incidente internacional, pois sua implementação antecedeu qualquer notificação pública de tal lei, resultando na prisão prolongada de um grande grupo de caçadores de meteoritos, principalmente da Rússia, mas cujo o grupo também era composto por membros dos Estados Unidos como vários outros países europeus.

Nos assuntos humanos

Uma lança feita de uma presa de narval com uma cabeça de meteorito de ferro

Os meteoritos figuram na cultura humana desde a sua primeira descoberta como objetos cerimoniais ou religiosos, como objeto de escrita sobre eventos que ocorrem no céu e como fonte de perigo. Os artefatos de ferro mais antigos conhecidos são nove pequenas contas marteladas de meteorito de ferro. Eles foram encontrados no norte do Egito e foram datados com segurança em 3200 a.C.[67]

Uso cerimonial ou religioso

Embora o uso do metal encontrado em meteoritos também seja registrado em mitos de muitos países e culturas onde a fonte celeste era frequentemente reconhecida, a documentação científica só começou nos últimos séculos.

Quedas de meteoritos podem ter sido a fonte de adoração culta. O culto no Templo de Ártemis em Éfeso, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, possivelmente se originou com a observação e recuperação de um meteorito que foi entendido pelos contemporâneos como tendo caído na terra de Júpiter, a principal divindade romana.[68] Há relatos de que uma pedra sagrada foi consagrada no templo que pode ter sido um meteorito.

A Pedra Negra colocada na parede da Caaba tem sido frequentemente considerada um meteorito, mas a pouca evidência disponível para isso é inconclusiva.[69][70][71]

Alguns nativos americanos tratavam os meteoritos como objetos cerimoniais. Em 1915, um meteorito de ferro de 61 kg foi encontrado em um cisto de sepultamento de Sinagua (c. 1100-1200 d.C.) perto de Camp Verde, Arizona, Estados Unidos respeitosamente embrulhado em um pano de penas.[72] Um pequena palasita foi encontrada em uma jarra de cerâmica em um antigo túmulo encontrado em Pojoaque Pueblo, Novo México, Estados Unidos. Ninger relata vários outros casos, no sudoeste dos Estados Unidos e em outros lugares, como a descoberta de contas nativas americanas de ferro meteórico encontradas em túmulos de Hopewell e a descoberta do meteorito Winona em uma cripta de parede de pedra nativa americana.[72][73]

Escritos históricos

Na China medieval durante a Dinastia Sung, um evento de ataque de meteorito foi registrado por Shen Kuo em 1064 d.C. perto de Changzhou. Ele relatou que "um barulho alto que parecia um trovão foi ouvido no céu; uma estrela gigante, quase como a lua, apareceu no sudeste" e depois encontrou a cratera e o meteorito ainda quente dentro, nas proximidades.[74]

Duas das mais antigas quedas de meteoritos registradas na Europa são os meteoritos Elbogen (1400) e Ensisheim (1492). O físico alemão Ernst Chladni foi o primeiro a publicar (em 1794) a ideia de que os meteoritos podem ser rochas originárias não da Terra, mas do espaço sideral.[75] Seu livreto era "On the Origin of the Iron Masses Found by Pallas and Others Similar to it, and on Some Associated Natural Phenomena" (Sobre a Origem das Massas de Ferro Encontradas por Pallas e Outros Semelhantes, e Sobre Alguns Fenômenos Naturais Associados).[76] Neste, ele compilou todos os dados disponíveis sobre vários achados e quedas de meteoritos e concluiu que eles devem ter suas origens no espaço sideral. A comunidade científica da época respondeu com resistência e zombaria.[77] Demorou quase dez anos até que uma aceitação geral da origem dos meteoritos fosse alcançada através do trabalho do cientista francês Jean-Baptiste Biot e do químico britânico Edward Charles Howard.[78] O estudo de Biot, iniciado pela Academia Francesa de Ciências, foi forçado por uma queda de milhares de meteoritos em 26 de abril de 1803 dos céus de L'Aigle, França.[79][80][81]

Pessoas ou propriedades atingidas

Ao longo da história, muitos relatos de primeira e segunda mão falam de meteoritos matando humanos e outros animais. Um exemplo é de 1490 d.C. na China na Dinastia Ming, que supostamente matou milhares de pessoas.[82] John Lewis compilou alguns desses relatórios e resume: "Ninguém na história registrada jamais foi morto por um meteorito na presença de um meteorologista e um médico" e "revisores que tiram conclusões negativas abrangentes geralmente não citam nenhuma das publicações primárias em que as testemunhas oculares descrevem suas experiências e não dão evidência de tê-las lido".[83]

Relatórios modernos de ataques de meteoritos incluem:

Exemplos notáveis

Nomenclatura

Os meteoritos são sempre nomeados de acordo com os locais em que foram encontrados, quando possível, geralmente uma cidade próxima ou uma característica geográfica. Nos casos em que muitos meteoritos foram encontrados em um local, o nome pode ser seguido por um número ou letra (por exemplo, Allan Hills 84001 ou Dimmitt (b)). O nome designado pela The Meteoritical Society é usado por cientistas, catalogadores e pela maioria dos colecionadores.[88]

Terrestre

Extraterrestre

Grandes crateras de impacto

Meteoroides desintegrados

Ver também

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