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Alcântara (Maranhão)

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Alcântara
  Município do Brasil  
Alcântara
Alcântara
Alcântara
Símbolos
Bandeira de Alcântara
Bandeira
Brasão de armas de Alcântara
Brasão de armas
Hino
Gentílico alcantarense
Localização
Localização de Alcântara no Maranhão
Localização de Alcântara no Maranhão
Localização de Alcântara no Maranhão
Alcântara está localizado em: Brasil
Alcântara
Localização de Alcântara no Brasil
Mapa
Mapa de Alcântara
Coordenadas 2° 24′ 32″ S, 44° 24′ 54″ O
País Brasil
Unidade federativa Maranhão
Região metropolitana São Luís
Municípios limítrofes Guimarães, Bequimão, Bacurituba e São Luís
Distância até a capital 30 km
História
Fundação 22 de dezembro de 1648 (375 anos)
Administração
Prefeito(a) Nivaldo Araujo (PROS, 2021–2024)
Características geográficas
Área total [2] 1 457,916 km²
População total (IBGE/2010[3]) 21 652 hab.
Densidade 14,9 hab./km²
Clima Não disponível
Altitude 32 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 65250-000 a 65254-999[1]
Indicadores
IDH (PNUD/2000[4]) 0,6 médio
PIB (IBGE/2008[5]) R$ 62 130,241 mil
PIB per capita (IBGE/2008[5]) R$ 2 828,09
Sítio www.alcantara.ma.gov.br (Prefeitura)
www.alcantara.ma.leg.br (Câmara)

Alcântara é um município da Região Metropolitana de São Luís, no estado do Maranhão, no Brasil. Sua população estimada em 2021 era de 21.126 habitantes e possui uma área de 1457,96 km² quilômetros quadrados.

Até 1612, a região era habitada por um aglomerado de aldeias dos índios tupinambás, sendo a principal delas conhecida pelo nome de Tapuitapera. Quando os franceses que chegaram ao Maranhão, liderados por Daniel de La Touche, estabeleceram relações com essas aldeias, construindo a primeira capela.[6]

Entre 1616 e 1618, com a expulsão dos franceses, os portugueses começaram o processo de ocupação da região. Com a divisão de capitanias naquele território, Tapuitapera se tornou sede da capitania de Cumã. A capitania teve como primeiros donatários o desembargador Antonio Coelho de Carvalho e seu neto Francisco de Albuquerque Coelho de Carvalho[6]

Durante a invasão holandesa de 1641, os portugueses perderam as posses das terras. Com a retomada do território, houve a elevação de Tapuitapera à Vila de Santo Antônio de Alcântara, em 1648, voltando a ter alguma atividade com engenhos de açúcar e produção de algodão. Na vila, foi estabelecida a Câmara, um pelourinho e uma igreja Matriz.[6]

No século XVIII, houve uma política de de reincorporação das capitanias donatárias à Coroa, sendo a capitania de Cumã extinta por carta régia, por volta de 1754.[6]

A capitania ocupava a região compreendida entre a foz do rio Mearim, rio Pindaré e o rio Turiaçu. [7]

Posteriormente, Alcântara se tornou o maior centro produtor do Maranhão, chegando a rivalizar com São Luís, no período em que a economia maranhense se baseava no algodão e na mão-de-obra escrava. Em 1836, foi elevada Alcântara foi elevada à categoria de cidade, atingindo seu apogeu econômico. Os filhos dos grandes proprietários eram enviados para estudar na Europa, o que trouxe grande influência europeia para a região. [8]

Na segunda metade do século XIX, ocorre grande decadência econômica na região, com a queda acentuada pela Abolição da Escravatura e o povoamento de outras regiões do Maranhão, entretanto restou como testemunho do período áureo o acervo arquitetônico de valor inconteste, tombado pelo IPHAN em 1948. [9]

O município faz parte do litoral em forma de rias na faixa que corresponde ao Golfão Maranhense. Seu relevo é formado planícies fluviais e fluvio-marinhas, áreas planas e baixas, com altitudes predominantes entre 5 e 15 metros, recortadas por canais de circulação de águas salobras.[10]

O clima de Alcântara é o tropical úmido, o qual se divide em dois períodos: chuvoso de janeiro a junho e estiagem de julho a dezembro. Sua temperatura media anual é de 27°, com umidade relativa do ar superior a 82% e índice pluviométrico entre 2000 e 2400 milímetros anuais.[11]

As principais bacias hidrográficas são as dos rios Aurá (que deságua na Baía de São Marcos), Peri Açu (que deságua na Baía de Cumã), Salgado e os igarapés do Brito, do Alegre, do Pepital, do Peru, Caiuana, Baiado Grande, Imbuaçu, Itauaú, do Outeiro, do Castelo, Peri-Mirim, da Fontinha, da Esperança, dentre outros.[10]

Vegetação e biodiversidade

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A vegetação característica da região são os manguezais na faixa litorânea e a mata aberta com babaçu no interior do município.[11]

A vegetação original do município é a Floresta Amazônica, mas em razão do desmatamento, as árvores da floresta são espaçadas e intercaladas por espécies secundárias, de pequeno porte.[10]

Todo o território de Alcântara está inserido na Área de Proteção Ambiental das Reentrâncias Maranhenses.[11]

Pertencem ao município de Alcântara as ilhas do Cajual, do Livramento, dos Guarás, das Pacas.[11]

A ilha do Cajual é um importante sítio arqueológico do Maranhão. A presença de fósseis de espécies que também viveram na África comprovam que a África e a América do Sul já foram um só continente.[11]

De acordo com o Censo Demográfico de 2010, 57,92% da população do município é católica e 19,44% evangélica.[12]

Em 2010, 70,77% da população vivia na zona rural e 29,28% na zona urbana.

Comunidades quilombolas

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Alcântara é o município com o maior número de comunidades quilombolas do Brasil, com mai de 200 comunidades.[13]

Com o declínio econômico, a queda das exportações e o deslocamento da produção para os vales dos Rios Itapecuru, Mearim e Pindaré, ocorreu o o abandono de terras pelos proprietários das grandes fazendas, e pelas ordens religiosas Ordem do Carmo, dos Jesuítas, das Carmelitas, e dos Mercedários, que também possuíam terras em Alcântara. levando a população negra a promover outras formas de organização e ocupação do território. [13]

O PIB do município ficou, em 2019, em R$ 125.751.640, correspondendo ao 126º maior PIB do estado. [14]

A distribuição setorial do PIB em 2019 ficou: Agropecuária (10,79%), Indústria (5,92%), Serviços- Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social (57,74%) e Serviços- Demais setores (25,54%).[14]

Infraestrutura

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Centro de Lançamento de Alcântara

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Em Alcântara, há um centro espacial do qual são lançados os veículos lançadores de satélites no âmbito da Missão espacial completa brasileira. É o CLA - Centro de Lançamento de Alcântara. Na América Latina, o CLA é o único concorrente do Centro Espacial de Kourou situado na Guiana Francesa, mas, ao contrário deste, o centro espacial brasileiro não opera lançamentos constantes em razão de atrasos logísticos e tecnológicos.[11]

Travessia São Luís-Alcântara

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Um sistema de ferry-boats realiza a Travessia São Luís-Alcântara, cruzando a Baía de São Marcos, ligando a cidade de São Luís até o porto de Cujupe, em Alcântara, e encurtando a distância entre a capital e a Baixada Maranhense, transportando mais de 1,8 milhão de passageiros por ano.[15]

Também é possível fazer a travessia em barcos menores e catamarãs, através do Cais da Praia Grande, na Rampa Campos Melo, no Centro de São Luís (próximo ao Palácio dos Leões), até o Porto de Jacaré–Terminal Hidroviário de Alcântara, em viagens em torno de 1 hora e 20 minutos, com partida conforme a variação da maré.[16]

Ruínas da Matriz de São Matias, um símbolo de Alcântara.A igreja teria sido construída em 1622, e teria sido atingida por um raio em 1875, que fez desabar o telhado e condenou sua estrutura, sem que haja consenso histórico.[17]

O acesso ao município se dá pela MA-106.[11]

Há um campus do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) em Alcântara.[11]

A rede de ensino municipal é dotada de 60 escolas e a rede estadual é composta por duas escolas.[11]

A principal unidade de saúde é o Hospital Municipal Dr. Neto Guterres, além de unidades de saúde da família e postos de saúde.[11]

O Poder Legislativo de Alcântara é exercido pela Câmara Municipal, composta de 11 vereadores.[18]

O Poder Executivo é exercido pela Prefeitura de Alcântara, e é representado pelo prefeito, vice-prefeito e secretários municipais.[19]

O munícipio é faz parte da Comarca de Alcântara, além de contar representantes do Ministério Público do Maranhão e da Defensoria Pública do Estado.[20]

Cultura e turismo

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Escolhida como Patrimônio Histórico Cultural Nacional, a cidade representa uma das principais riquezas culturais do estado. Apesar da decadência econômica do município a partir do final do século XIX, foi conservada parte de sua arquitetura colonial representada pelos inúmeros sobradões, casas mais baixas, igrejas, ruas estreitas e tortuosas e, principalmente, pelas inúmeras ruínas que demonstram o que foi essa cidade, o que possibilita aos visitantes transportarem-se para uma época distante.[11]

Patrimônio histórico

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Entre as principais construções da cidade estãoː a Igreja de Nossa Sra. do Rosário dos Pretos, a Igreja e as ruínas do Convento do Carmo, ruínas da Matriz de São Matias, a Ladeira do Jacaré (feita em pedras), a Capela de Nossa Senhora do Desterro (atual Igreja de São José), a Fonte de Pedra (edificada pelos franceses), o Museu Casa Histórica de Alcântara, o Museu Histórico de Alcântara, ruínas do Forte de São Sebastião, Casa de Câmara e Cadeia, a Casa do Divino, o Solar Cavalo de Troia (o mais alto da cidade), dentre outros.[21]

Festa do Divino

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A Festa do Divino Espírito Santo é realizada no mês de maio ou junho, terminando no Domingo de Pentecostes, sendo que desde o Sábado de Aleluia, os festeiros começam a se preparar para o grande dia em que o imperador recepciona seus convidados com um almoço e farta mesa de doce. A cidade também é muito conhecida pelos seus doces de espécie. [22]

Referências

  1. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. «Busca Faixa CEP». Consultado em 1 de fevereiro de 2019 
  2. IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  3. «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  4. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  5. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  6. a b c d «Capitania de Cumã - Atlas Digital da América Lusa». lhs.unb.br. Consultado em 14 de janeiro de 2019 
  7. «provedorias». www.receita.fazenda.gov.br. Consultado em 14 de janeiro de 2019 
  8. «Página - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional». portal.iphan.gov.br. Consultado em 14 de janeiro de 2019 
  9. IPHAN. «Alcântara, MA: conjunto arquitetônico e urbanístico (Alcântara, MA)». Portal IPHAN. Consultado em 20 de janeiro de 2019 
  10. a b c PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA, Ministério de Minas e Energia (2011). «RELATÓRIO DIAGNÓSTICO DO MUNICÍPIO DE ALCÂNTARA» (PDF) 
  11. a b c d e f g h i j k INSTITUTO MARANHENSE DE ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS E CARTOGRÁFICOS – IMESC (2012). «ENCICLOPÉDIA DOS MUNICÍPIOS MARANHENSES» (PDF) 
  12. «IBGE- ALCANTARA» 
  13. a b «Territórios e Identidades nas Comunidades Remanescentes de Quilombos da Agrovila Peru no Município de Alcântara – MA» (PDF) 
  14. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios | IBGE». www.ibge.gov.br. Consultado em 14 de fevereiro de 2022 
  15. «Em 2017 passaram pela Ponta da Espera e Cujupe 1,8 milhão de...». Maranhão de Todos Nós. 8 de janeiro de 2018 
  16. «Cais da Praia Grande recebe serviços de sinalização e organização...». Maranhão de Todos Nós. 10 de abril de 2017 
  17. «Manuel sítios históricos do IPHAN» (PDF) 
  18. User, Super. «VEREADORES». cmalcantara.ma.gov.br. Consultado em 14 de fevereiro de 2022 
  19. «Prefeitura Municipal de Alcântara - MA». Prefeitura Municipal de Alcântara - MA. 15 de novembro de 2018. Consultado em 14 de fevereiro de 2022 
  20. TJMA. «Portal do Poder Judiciario do Estado do Maranhão». Tribunal de Justiça. Consultado em 14 de fevereiro de 2022 
  21. «Página - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional». portal.iphan.gov.br. Consultado em 14 de janeiro de 2019 
  22. «São Luís.». turismosaoluis.com.br. Consultado em 13 de dezembro de 2018 

Ligações externas

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