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Linha da Beira Baixa

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Linha da Beira Baixa
Aspeto da linha junto ao Fundão (PK 151)
Aspeto da linha junto ao Fundão (PK 151)
Aspeto da linha junto ao Fundão (PK 151)
Bitola:Bitola larga
Continuation backward
L.ª Beira AltaPampilhosa
Station on track
211,700 Guarda
Unknown route-map component "xABZlf" Continuation to right
211,300 L.ª Beira AltaVilar Formoso
Unknown route-map component "exHST"
206,700 Sabugal
Unknown route-map component "exTUNNEL2"
205,767 Túnel de Sabugal
Unknown route-map component "exABZrg" Unknown route-map component "exKDSTr"
199,600 “Desvio do Lixo”(dem.)
Unknown route-map component "exHST"
197,300 Benespera
Unknown route-map component "exHST"
191,400 Maçainhas
Unknown route-map component "exBHF"
183,800 Belmonte-Manteigas
Unknown route-map component "exHST"
178,900 Caria
Unknown route-map component "KBHFxa"
165,200 Covilhã
Unknown route-map component "exCONTr" Unknown route-map component "eABZrf"
R. LousãCoimbra B (proj. ab.)
Station on track
160,300 Tortosendo
Stop on track
155,300 Alcaria
Junction from left Non-passenger terminus from right
149,500 Term. Merc. Fundão
Unknown route-map component "eABZrg" Unknown route-map component "exKDSTr"
148,200 Fundão-SAPEC(dem.)
Unknown route-map component "eABZrg" Unknown route-map component "exKDSTr"
147,500 Fundão-Moagem(dem.)
Station on track
147,348 Fundão
Stop on track
144,900 Donas
Stop on track
142,800 Alcaide
Stop on track
138,900 Fatela-Penamacor
Station on track
132,600 Vale de Prazeres
Stop on track
128,600 Alpedrinha
Station on track
124,343 Castelo Novo
Stop on track
119,200 Soalheira
Station on track
114,585 Lardosa
Station on track
106,874 Alcains
Junction from left Non-passenger terminus from right
106,500 Alcains-Lusitana
Unknown route-map component "eABZrg" Unknown route-map component "exKDSTr"
104,000 Alcains - Alfredo Bolina(dem.)
Unknown route-map component "eABZrg" Unknown route-map component "exCONTl"
Madrid (proj. 1870)
Station on track
93,759 Castelo Branco
Non-passenger terminus from left Junction from right
86,700 Sarnadas-Patrimat
Stop on track
86,500 Benquerenças
Stop on track
83,100 Retaxo
Station on track
79,731 Sarnadas
Stop on track
72,100 Tojeirinha
Junction from left Non-passenger terminus from right
63,500 Ródão-Portucel
Station on track
63,548 Ródão
Station on track
56,796 Fratel
Unknown route-map component "exKDSTl" Unknown route-map component "eABZlg"
50,100 Belver-Zagope(dem.)
Station on track
40,994 Barca da Amieira-Envendos
Station on track
27,512 Belver(antiga Belver-Gavião)
Stop on track
23,500 Barragem de Belver
Unknown route-map component "eABZrg" Unknown route-map component "exKDSTr"
23,100 Belver-Barragem(dem.)
Stop on track
19,000 Alvega-Ortiga
Continuation to left Junction from right
15,500 R. PegoCentral do Pego
Stop on track
15,325 Mouriscas-A
Unknown route-map component "eHST"
13,600 Mouriscas
Unknown route-map component "exKDSTl" Unknown route-map component "eABZrf"
5,900 Alferrarede-Azoto(des.)
Station on track
5,577 Alferrarede
Transverse water Bridge over water Transverse water
Pte. Abrantes × Rio Tejo
Junction from left Continuation to right
0,200 L.ª LesteElvas
0,000
134,919
Abrantes
Unknown route-map component "RP2q" + Level crossing
× R. 6 de Outubro
Unknown route-map component "vBHFa"
129,502 Tramagal
Track turning from left Unknown route-map component "vSTRegr"
Unknown route-map component "RD1q" + Level crossing
Unknown route-map component "RD1q" + Level crossing
Non-passenger end station Straight track
129,500 Somapre[1]
Station on track
124,046 Santa Margarida
Unknown route-map component "evSTRa"
(traç. ant.)
Non-passenger terminus from left
Unknown route-map component "exvABZg+r-STR" + Unknown route-map component "vxKRZ-ABZg+r"
119,200 Caima-Pulp[2]
Transverse water Unknown route-map component "evWBRÜCKE1" Transverse water
Pte. de Constância × R. Tejo
118,224 Praia do Ribatejo
Station on track
115,678 Almourol
Stop on track
113,700 Tancos
Station on track
110,098 Barquinha
Unknown route-map component "exKDSTl" Unknown route-map component "eABZlg"
110,000 Barquinha - J. do Azeite(dem.)
Unknown route-map component "eHST"
108,900 Moita do Norte
Stop on track
19,000 Atalaia
Continuation to left Junction from right
106,900 L.ª NorteCampanhã
Station on track
106,302 Entroncamento
Continuation forward
L.ª NorteSanta Apolónia

A Linha da Beira Baixa, originalmente denominada de Caminho de Ferro da Beira Baixa, é uma ligação ferroviária entre as Estações de Estação do Entroncamento e Guarda, em Portugal; foi inaugurada no dia 11 de Maio de 1893, sendo, nessa altura, constituída apenas pelo troço entre Abrantes e a Guarda.[3]

Caracterização e exploração

Castelo de Almourol, visto da Estação de Tancos.

Traçado e descrição

Parte do trajecto desta linha transita junto ao Rio Tejo, passando junto à Barragem de Fratel, e outro segmento circula adjunto à fronteira com Espanha, rodeando a Serra da Estrela; serve, principalmente, os territórios da antiga província da Beira Baixa, da qual recebeu o nome.[4]

O troço entre a Covilhã e Guarda possui um viaduto, de construção metálica, que, em Novembro de 1992, limitava a passagem das composições a uma velocidade de 20 quilómetros por hora.[4]

Era considerada de operação difícil, devido às suas especificidades, pelo que a operadora Caminhos de Ferro Portugueses destacou as suas locomotivas da Série 1550 para assegurar os serviços nesta Linha.[4]

Material circulante e serviços

Em 1994, circulavam, entre a Guarda e Covilhã, serviços Regionais de passageiros, assegurados por automotoras da Série 0300; na estação de Covilhã e de Castelo Branco, também se realizavam manobras dos comboios colectores-repartidores, utilizando locomotivas da Série 1550.[4] Estas locomotivas também rebocavam, nesta altura, até ao Entroncamento, os comboios regionais entre Covilhã e Lisboa; também se realizavam, nesta altura, serviços InterCidades entre estes dois destinos, rebocados pelas locomotivas da mesma série, e serviços InterRegionais, entre Lisboa e Castelo Branco.[4]

Obras de arte

Ponte da Foz do Cerejo da Linha da Beira Baixa no vale do rio Tejo.
Ponte sobre o Rio Ocreza, Linha da Beira Baixa.

Pontes

  • Tejo - 427,7m
  • Alferrarede - 21,6 m
  • Ribeira de Vide - 21,6 m
  • Laranjeiras - 21,4 m
  • Figueiras Varandas - 21,4 m
  • Vale de Figueira - 10,8 m
  • Foz dos Cordeiros - 21,6 m
  • Ribeira Fria - 51,6 m
  • Alvega (Ribeira da Foz) - 21,6 m
  • Várzea (Ortiga) - 16,2 m
  • Ribeira de Eiras - 81,5 m
  • Arriacha - 21,4 m
  • Ribeira de Canas - 78,6 m
  • Cova Fundeira - 65,5 m
  • João Azevedo - 31,6 m
  • Cachão da Negra - 41,8 m
  • Ribeira do Meirinho - 61,6 m
  • Peral - 130,7 m
  • Ribeira (Foz da Figueira) - 31,6 m
  • Ribeira de Canha - 78,6 m
  • Ocreza - 104,7m
  • Foz do Cerejo - 65,5 m
  • Palhais - 31,6 m
  • Barroca - 41,8 m
  • Barroca do Braço - 31,6 m
  • Foz de Figueira 2 - 31,6 m
  • Foz do Açúcar - 41,8 m
  • Abutreira (Abitureiras) - 27,6 m
  • Giestais - 29,6 m
  • Nave das Oliveiras - 31,6 m
  • Linhar Alheio - 31,6 m
  • Ribeira das Oliveiras - 31,6 m
  • Gonçalo Magro - 65,5 m
  • Gonçalinho - 31,6 m
  • Presa - 29,6 m
  • Vila Ruiva - 31,6 m
  • Nossa Senhora da Barroca - 41,8 m
  • São Pedro - 160,7 m
  • São Pedro - 16,1 m
  • Cerejal 1 - 13,6 m
  • Cerejal 2 (Ribeirão) - 31,6 m
  • Cerejal 3 - 104,7 m
  • Rodeios - 61,6 m
  • Enxames - 41,8 m
  • Carneiros - 41,8 m
  • Alcaide - 41,8 m
  • Alverca - 10,8 m
  • Meimoa - 62,2 m
  • Zêzere 1 - 21,6 m
  • Zêzere 2 - 104,7 m
  • Negra - 20 m
  • Carpinteira - 51,9 m
  • Viaduto de Flandres - 80 m
  • Corge - 209 m
  • Zêzere 2 - 120,7 m
  • Belmonte - 4,9 m
  • Pina - 16,2 m
  • Maçainhas - 130,7 m
  • Gogos - 130,7 m
  • Rebolal - 26,4 m
  • Tapada das Cortes - 31,6 m
  • Galrita (Gualrita) - 78,6 m
  • Penha da Barroca - 120,7 m
  • Silveiras - 31,6 m
  • Noémi - 36 m
  • Diz - 12,6 m

Túneis

  • Outeiro Pequeno (102m)
  • Outeiro Grande (213m)
  • Portas de Ródão (91m)
  • Barca de Ródão (116m)
  • Tostão (189m)
  • Tavelinha (100m)
  • Alpedrinha (65m)
  • Gardunha (646m)
  • Penamacor ou Vale de Ferro (57m)
  • Sabugal ou Barracão (398m)

História

Planeamento, construção e inauguração

Já em 1845 se pensava em construir uma ligação ferroviária até Madrid, atravessando o Rio Tejo junto a Vila Nova da Barquinha, e passando por Talavera de la Reina e Casarubia; esta ideia apareceu numa lei publicada no dia 26 de Fevereiro de 1876 e numa proposta de 7 de Fevereiro de 1879, mas o primeiro plano concreto para a construção do troço em território nacional só surgiu com uma proposta de 9 de Janeiro de 1883, que, após várias discussões, foi validada por uma lei de 26 de Abril, tendo o concurso para a sua construção sido aberto em 2 de Agosto.[3] No entanto, os concorrentes do concurso protestaram de uma das cláusulas de regulação do resgate, pelo que o texto foi modificado, e lançado um novo concurso; só houve, porém, um participante, a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, à qual foi passado o contrato provisório, em 15 de Novembro, que foi aprovado por uma lei publicada em 24 de Maio do ano seguinte.[3] Este contrato estabeleceu que a concessão só poderia passar a definitiva após a Companhia mudar os seus estatutos, de forma a alterar a composição dos seus administradores, cuja maioria deveria ser de nacionalidade portuguesa; a Companhia aceitou, com relutância, esta condição, tendo os novos estatutos sido publicados no dia 25 de Junho de 1885, e o contrato definitivo, para a construção e exploração da linha, com uma garantia de juro de 5,5%, foi assinado em 29 de Julho.[3] As obras iniciaram-se nos finais do mesmo ano.[3]

Já por volta de 1877, quando estava a ser planeada a Linha da Beira Alta, também se pensou em fazer a Linha da Beira Baixa até à fronteira espanhola, passando por Monfortinho; posteriormente, preconizou-se fazer esta ligação através da construção de um ramal, transitando por aquela localidade, mas, em 1905, esta ideia já tinha sido abandonada.[5]

Em 17 de Janeiro de 1888, o governo aprovou o plano para uma variante ao traçado, apresentado pela Companhia Real, que se referia ao troço entre os quilómetros 14,020 e 16,860; no mesmo dia, também autorizou uma alteração no Túnel de Barracão.[6]

A construção desta linha foi considerada uma das mais difíceis em Portugal, tendo sido empregadas várias obras de arte, e de grandes dimensões.[7] O primeiro troço, entre Abrantes e a Covilhã, foi inaugurado em 6 de Setembro de 1891[3], enquanto que o segundo troço, desde aquele ponto até à Guarda, foi terminado no dia 11 de Abril de 1893[7], e inaugurado em 11 de Maio do mesmo ano.[3] Foi planeado aproveitar parte do traçado desta Linha para construir uma ligação ferroviária entre Lisboa e Madrid, mas decidiu-se fazer esta união pelo Ramal de Cáceres, por Valência de Alcântara.[4]

Na altura da inauguração, esta linha era considerada como uma das mais sólidas e seguras para a circulação ferroviária no território nacional, podendo ser atingidas, nalguns troços, as velocidades de 60 e 75 quilómetros por hora.[7]

Século XX

Automotora da série 2240, em serviço regional com destino a Castelo Branco.

Em 1902, esta era umas das ligações ferroviárias portuguesas com pior registo de atentados e vandalismo contra os comboios e a via[8]; no mesmo ano, o Túnel de Barracão encontrava-se num avançado estado de degradação, tendo a Companhia Real realizado obras de reparação.[9]

No Diário do Governo de 13 de Setembro de 1926, foram publicadas várias portarias, datadas do dia 9 do mesmo mês, que se referiam a expropriações para construir várias habitações para guardas de passagem de nível, nesta linha.[10] Em 1933, a circulação foi interrompida no Túnel do Sabugal, para a realização de obras nesta infra-estrutura.[11]

Na Década de 1990, foram introduzidas, nos serviços Intercidades entre a capital portuguesa e Covilhã, carruagens modernizadas, fabricadas originalmente pela empresa Sociedades Reunidas de Fabricações Metálicas.[12] Em Abril de 1992, já se planeava a electrificação do troço entre o Entroncamento e o Ramal do Pego, para servir o importante tráfego de carvão para a Central Termoeléctrica do Pego.[4]

Século XXI

O Projecto Linha da Beira Baixa, implementado pela Rede Ferroviária Nacional, procurou realizar várias intervenções nesta linha, como a preparação do troço entre o Entroncamento e Mouriscas, para a passagem de composições de carvão vindas da Central do Pego; este empreendimento procurou eliminar as restrições de carga existentes, adaptar a via para a tracção eléctrica, e instalar novos equipamentos de telecomunicações e de sinalização, e para o Comando Centralizado de Tráfego.[13]

Ver também

Referências

  1. Foto em 2010, por Valério dos Santos, no Flickr.
  2. Fotos em 2010, [1] e [2], por Valério dos Santos, no Flickr.
  3. a b c d e f g TORRES, Carlos Manitto (16 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1682): 61, 62 
  4. a b c d e f g «Beira alta, Beira baja y los Ramales de Cáceres y Badajoz (II)». Maquetren (em espanhol). 3 (30): 6, 9. 1994 
  5. SOUSA, José Fernando de (16 de Abril de 1905). «Ligações com a rêde espanhola». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 18 (416): 113, 114 
  6. «Parte official». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro de Portugal e Hespanha. 1 (1): 2, 3. 15 de Março de 1888 
  7. a b c «Há Quarenta Anos: Inauguração da última secção da linha da Beira Baixa». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 46 (1090): 318, 319. 16 de Maio de 1933 
  8. «Selvagerias». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (351). 229 páginas. 1 de Agosto de 1902 
  9. «Linhas Portuguezas». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (351). 234 páginas. 1 de Agosto de 1902 
  10. «Linhas Portuguesas». Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 39 (931). 304 páginas. 1 de Outubro de 1926 
  11. «Viagens e transportes» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 46 (1089). 275 páginas. 1 de Maio de 1933. Consultado em 11 de Maio de 2012 
  12. BRAZÃO, Carlos (1993). «Nueva generación de coches intercidades». Maquetren (em espanhol). 2 (20). 23 páginas 
  13. «Relatório e Contas 2001». Rede Ferroviária Nacional. 2002: 17, 18 

Bibliografia

  • «Directório da Rede 2008, REFER» (PDF) 
  • SILVA, José Ribeiro da; RIBEIRO, Manuel (2007). Os Comboios em Portugal. 3 1.ª ed. Lisboa: Terramar-Editores, Distribuidores e Livreiros, Lda. 203 páginas. ISBN 978-972-710-408-6  Parâmetro desconhecido |volumes= ignorado (|volume=) sugerido (ajuda)
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Ligações externas