Alfredo Nasser

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Alfredo Nasser
Alfredo Nasser
Alfredo Nasser
61.º Ministro da Justiça e Interior do Brasil
Período 13 de outubro de 1961 a 12 de julho de 1962[nota 1]
Antecessor(a) Tancredo Neves
Sucessor(a) João Mangabeira
Senador por Goiás
Período 1 de fevereiro de 1947 a 1 de fevereiro de 1951
Deputado federal por Goiás
Período 1 de fevereiro de 1959 a 21 de novembro de 1965 (2 mandatos consecutivos)[a] [b]
Deputado estadual por Goiás
Período 1.º agosto de 1929 a outubro de 1930
2.º 14 de abril de 1935 a 10 de novembro de 1937
Legislatura 11.ª (1929)
1.ª (1935)
1.º Porta-voz da Coligação Libertadora
Período 1934 a 1937
Sucessor(a) (Coligação extinta com o Estado Novo.)
Dados pessoais
Nascimento 30 de abril de 1905
Caiapônia, Goiás
Morte 21 de novembro de 1965 (60 anos)
Brasília, Distrito Federal
Alma mater [nota 2]
Partido PD (1929-1930)
Coligação Libertadora (1934-1937)
UDN (1945-1958)
PSP (1958-1965)
Profissão advogado, jornalista, professor

Alfredo Nasser (Caiapônia, 30 de abril de 1907Brasília, 21 de novembro de 1965) foi um advogado, jornalista, professor e político brasileiro.[1][2][3][4]

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

Filho de Miguel Inácio Nasser e Abla Issac Nasser, casal de imigrantes libaneses provenientes da aldeia de Racur.[5] Viveu por algum tempo em Uberlândia e anos depois formou-se em Direito na capital paulista em 1927 e na referida cidade trabalhou na Folha de S. Paulo. Ao voltar para Goiás seguiu na carreira militar e jornalística e foi professor tanto no Liceu de Goiás quanto na Universidade Federal de Goiás. Também se tornou redator do jornal O Democrata, fundado por Totó Caiado.[nota 2][3][6]

Carreira política[editar | editar código-fonte]

República Velha e Era Vargas[editar | editar código-fonte]

Ingressou na política ao ser eleito deputado estadual, pelo Partido Democrata, partido governista e presidido por Totó Caiado. Tomou posse em agosto daquele mesmo ano, porém teve o mandato interrompido pela Revolução de 1930, colaborando com o interventor Carlos Pinheiro Chagas, após o período de fechamento do Congresso Legislativo de Goiás e de transição de governos.[7]

Atuou na oposição ao interventor federal, Pedro Ludovico Teixeira, sendo porta-voz da Coligação Libertadora e dirigente do jornal A Coligação. Foi reeleito para o mesmo cargo nas eleições estaduais em Goiás em 1934, sendo empossado em 1 de fevereiro de 1935. Novamente, não concluiu o mandato, pois ocorreu o fechamento de todos os parlamentos do país, durante o Estado Novo, em 10 de novembro de 1930.[8]

Funcionário do Departamento Administrativo do Serviço Público, dedicou-se à advocacia e foi fundador da Associação dos Servidores Civis do Brasil em 1943.

República Populista: parlamentar federal por Goiás e Ministro da Justiça[editar | editar código-fonte]

Após a queda de Getúlio Vargas obteve uma suplência de deputado federal pela UDN em 1945, não sendo convocado a exercer o mandato. Eleito senador em 1947, não foi vitorioso ao disputar o mesmo cargo em 1950 e 1954.[nota 3][9]

Após migrar para o PSP foi eleito deputado federal em 1958 e 1962. Enquanto deputado federal, foi vice-presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Também nesse tempo, foi licenciado para ser o ministro da Justiça e Interior no gabinete de Tancredo Neves durante a fase parlamentarista no governo do presidente João Goulart, retornando em 1962, após ser destituído por Goulart. Faleceu em pleno exercício do mandato de deputado federal, em 21 de novembro de 1965, aos 60 anos de idade, vítima de angina.[10][nota 4]

Fraude nas eleições[editar | editar código-fonte]

Durante as eleições estaduais em Goiás em 1954, Alfredo Nasser disputou contra Ludovico Teixeira, simultaneamente enquanto Galeno Paranhos disputava o governo estadual com José Ludovico de Almeida. Ambos os udenistas foram derrotados, porém nove anos depois, o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás, em 1963, reconheceram a vitória de Paranhos para o governo e a de Nasser para o Senado. O episódio de derrota fizera Nasser sofrer um infarto e prejudicou seu sistema cardiovascular.[6]

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Um busto em sua homenagem foi erguido na Assembleia Legislativa de Goiás. Escolas, ruas e avenidas em várias cidades do interior do estado e a primeira sede da ALEGO, foi nominadas com seu nome, tendo sido feita a última em 1967.[6]

Notas

  1. Durante sua gestão à frente da pasta acumulou as funções inerentes ao futuro Ministério do Interior, extinto em 1990 e que deu lugar a outros órgãos, dentre eles o atual Ministério da Integração Nacional.
  2. a b Até este momento não foi possível determinar por qual instituição se graduou.
  3. O mandato de senador obtido em 1947 pertencia à leva de parlamentares que comporiam o "terço restante" das vagas a preencher segundo a Constituição de 1946.
  4. Durante sua passagem pelo Executivo foi convocado Vilmar Guimarães e após a morte de Alfredo Nasser foi efetivado Lisboa Machado.
  1. Licenciado entre 1961 e 1962 para chefiar a pasta da Justiça e Interior, no gabinete de Tancredo Neves.
  2. Morreu no exercício do segundo mandato.

Referências

  1. «CPDOC – A trajetória política de João Goulart: biografia de Alfredo Nasser». Consultado em 4 de junho de 2017 
  2. «Senado Federal do Brasil: senador Alfredo Nasser». Consultado em 4 de junho de 2017 
  3. a b «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Alfredo Nasser». Consultado em 4 de junho de 2017 
  4. «Banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral». Consultado em 4 de junho de 2017 
  5. Paranhos Sampaio, Luiz Augusto (23 de julho de 2016). «Alfredo Nasser, o paladino das liberdades públicas». Diário da Manhã. Consultado em 8 de outubro de 2023 
  6. a b c «A trajetória de Alfredo Nasser | Portal da Alego». A trajetória de Alfredo Nasser | Portal da Alego. Consultado em 18 de abril de 2024 
  7. «História do Legislativo de Goiás» (PDF). web.archive.org. Consultado em 6 de dezembro de 2023 
  8. «A breve fase de ouro da imprensa goiana nos anos de 1930 na Fundação da AGI». Jornal Opção. 13 de setembro de 2020. Consultado em 21 de janeiro de 2024 
  9. «BRASIL. Presidência da República: Constituição de 1946». Consultado em 4 de junho de 2017 
  10. Cerca de 8 mil acompanharam Nasser ao túmulo em Goiânia (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 23/11/1965. Primeiro caderno, p. 15. Página visitada em 4 de junho de 2017.


Precedido por
Tancredo Neves
Ministro da Justiça
e
Negócios Interiores do Brasil

1961 — 1962
Sucedido por
João Mangabeira


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