TV Cultura

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 Nota: Para outros significados, veja TV Cultura (desambiguação).
TV Cultura
Fundação Padre Anchieta - Centro Paulista de Rádio e TV Educativas
TV Cultura
Tipo Rede de televisão pública
País  Brasil
Fundação 20 de setembro de 1960 (63 anos)[nota 1]
por Assis Chateaubriand
Pertence a Fundação Padre Anchieta
Proprietário Governo do Estado de São Paulo
Antigo proprietário Diários Associados (1960-1969)
Presidente Marcos Mendonça
Cidade de origem São Paulo São Paulo, SP
Sede São Paulo, SP
Rua Cenno Sbrighi, 378 - Água Branca
MAPA
Estúdios São Paulo, SP
Rua Cenno Sbrighi, 378 - Água Branca
Auditório Franco Zampari
Avenida Tiradentes, 451 - Luz
Slogan Muito mais Cultura para você
Formato de vídeo 480i (SDTV)
1080i (HDTV)
Canais irmãos MCE TV
TV Rá-Tim-Bum
Univesp TV
Cobertura 33% dos municípios brasileiros.[nota 2]
Emissoras afiliadas Minas Gerais Rede Minas
ver lista completa
Nome(s) anterior(es) C2 Cultura (1960-1965)
TV2 Cultura (1969-1979)
RTC (Rádio e Televisão Cultura) (1980-1987)
Rede Cultura (1993-2002)
Página oficial tvcultura.com.br
Disponibilidade aberta e gratuita
Disponibilidade por satélite
Canal 26
Canal 160
Canal 251
Canal 02
Canal 134
Canal 322
Canal 221
4115 MHz @ 19580 ksps, Vertical (HDTV)
Disponibilidade por cabo
Canal 16 e 516 HD (São Paulo)
Canal 22 e 522 HD (Campinas e Santos)
Canal 02
Canal 29 (Canoas)
Canal 32 (São Luís)
BVCi
Canal 151 (HD)
CaboNNet
Canal 02 (Assis)
Canal 06 (Penápolis e Tupã)
Canal 12 (Ourinhos)
SP2
Canal 02
TCM
Canal 39
Cabo Telecom
Canal 136
Canal 807 (HD)
Adatel
Canal 02
Canal 15 (HD)
Canal 315
MultiPlay Telecom
Canal 07
Canal 04
Canal 18 (Feira de Santana e Niterói)
Canal 19 (Juiz de Fora)
Canal 93 (Salvador)
SGC A Cabo
Canal 11
VerTV
Canal 15
Cabovisão
Canal 13

TV Cultura (ou apenas Cultura) é uma rede de televisão brasileira com sede em São Paulo, capital do estado homônimo. Emissora de televisão pública e comercial de caráter educativo e cultural, foi fundada em 20 de setembro de 1960 pelos Diários Associados e reinaugurada em 15 de junho de 1969 pela Fundação Padre Anchieta, sediada na capital paulista, gerando programas de televisão educativos que são transmitidos para todo o Brasil via satélite e através de suas afiliadas e retransmissoras em diversas regiões do Brasil.[2] É mantida pela Fundação Padre Anchieta, uma fundação sem fins lucrativos que recebe recursos públicos, através do governo do estado de São Paulo, e privados, através de propagandas, apoios culturais e doações de grandes corporações.[2]

No dia 30 de janeiro de 2015, o instituto de pesquisa britânico Populus divulgou que a TV Cultura é o segundo canal de maior qualidade do mundo, atrás apenas da BBC One.[3][4]

História

TV Cultura - Diários Associados (1960-1969)

Em 1958, os Diários Associados recebem do governo a concessão do canal 2 com o atual prefixo ZYB 851 de São Paulo. No dia 20 de setembro de 1960, entra no ar a TV Cultura, com o slogan "um verdadeiro presente de cultura para o povo" e com o logotipo C2 Cultura e uma indiazinha desenhada no centro. A implantação da emissora, para evitar interferências técnicas, fez a TV Tupi mudar do canal 3 VHF para o 4 VHF.

A TV Cultura iniciou suas operações com um estúdio de 30 instalado no décimo quinto andar do Edifício Guilherme Guinle, na Rua 7 de Abril, 230, que foi o mesmo estúdio onde a TV Tupi iniciou suas transmissões. Os técnicos e os atores eram da TV Tupi e, além disso, sua antena no alto do Banespa (Edifício Altino Arantes), também era a antiga antena da TV Tupi, pois a mesma já transmitia seu sinal pela Torre Assis Chateaubriand, no bairro do Sumaré. Os Diários Associados colocaram o canal 2 no ar com pouca divulgação, de forma que muitos nem souberam de seu lançamento.

No início das transmissões da TV Cultura, José Duarte Jr. era o seu diretor artístico e comercial da emissora, sendo que depois foi substituído por Mário Fanucchi. Fanucchi foi um dos primeiros "vinheteiros" do Brasil e o inventor do indiozinho da TV Tupi. Na época ainda não existia o video-tape, de forma que a programação da TV Cultura nunca foi a mesma da TV Tupi como muitos imaginam, pois na verdade tinha seus próprios estúdios e profissionais.

Entre os profissionais da TV Cultura estiveram Ney Gonçalves Dias, Fausto Rocha, Xênia Bier, Carlos Spera e Jacinto Figueira Júnior - que criou o Homem do Sapato Branco, primeiro programa popular da TV Cultura.

Em 1963, os Diários Associados formam parceria com o Governo do estado de São Paulo e com o SERTE (Serviços de Educação de Rádio e Televisão), que dariam origem a dez horas de programação educativa na emissora.

Em 28 de abril de 1965, um curto-circuito provoca um grande incêndio no estúdio da TV Cultura. Infelizmente neste incêndio se perdeu a "Câmera 1" (câmera TK-30 de 80 quilos) que registrou a inauguração da TV Tupi e da Televisão no Brasil.

Devido ao incêndio, os programas da emissora foram provisoriamente produzidos em um estúdio da TV Tupi no Sumaré. Em 1966 a TV Cultura se instala em um bosque próximo a Freguesia do Ó, ao lado da Lagoa Santa Marina - ambos no bairro de Água Branca. Ali criaram a competição Acqua-Ringue, que era uma luta de boxe que fazia vencedor aquele que jogava o outro na água.

Com a mudança para a nova sede, mais despesas acabaram se acumulando, sendo que o incêndio de abril de 1965 foi o pivô de toda esta situação, colaborando desta forma para a venda da TV Cultura. Assis Chateaubriand decide então vender a TV Cultura para o Governo do Estado de São Paulo e também as suas novas instalações na Água Branca.

Transição Associados-Fundação Padre Anchieta

Em setembro de 1967, o governador de São Paulo, Roberto Costa de Abreu Sodré, cria a Fundação Padre Anchieta (Centro Paulista de Rádio e TV Educativa). Esta fundação era composta por diversos profissionais, faculdades (USP, Unicamp, PUC, Mackenzie, entre outras), sociedades privadas e públicas (ABI, UBE, etc.) e com setenta centavos de cada paulista. A Fundação Padre Anchieta adquire então dos Diários Associados a TV Cultura Canal 2 e a Rádio Cultura AM.

A TV Cultura torna-se então a segunda emissora de TV educativa do Brasil (a primeira foi a TV Universitária, da Universidade Federal de Pernambuco). A Fundação Padre Anchieta procurou dar um novo nome para a emissora como: TV Escolar, TV Educativa, etc. Como a TV Cultura já tinha uma programação educativa, a Fundação manteve este nome, mesmo porque todos os funcionários da antiga emissora nesta fase de transição foram mantidos, já que seus profissionais lidavam com programas educacionais.

O governo começa então a aterrar a Lagoa Santa Marina na Água Branca, criando ruas, fábricas e prédios a sua volta. É construída então a nova sede da TV Cultura na Rua Carlos Spera, 179 (nome do jornalista da TV Cultura em sua fase nos Diários Associados e também da TV Tupi), e com saídas laterais pela Rua Cenno Sbrighi, 378 e Rua Vladimir Herzog, 74.

TV Cultura - Fundação Padre Anchieta (1969-presente)

Logotipo da TV Cultura entre 1992 e 2010.

Após quatro meses de transmissões experimentais que iniciaram no dia 4 de abril, foi reinaugurada a TV Cultura às 19h30 do dia 15 de junho, com a apresentação dos discursos do então governador, indicado pela ditadura militar, Roberto Costa de Abreu Sodré e do presidente da Fundação Padre Anchieta, José Bonifácio Coutinho Nogueira (que posteriormente veio a fundar a EPTV, rede de quatro emissoras afiliadas à Globo no interior de São Paulo e no Sul de Minas Gerais). Em seguida, foi exibido um clipe mostrando o surgimento da emissora, os planos para o futuro e uma descrição dos programas que passariam a ser apresentados a partir do dia seguinte. Além disso foi exibida uma fita com o Papa Paulo VI dando bênção à TV Cultura.

O primeiro a ser exibido pela Cultura foi o documentário Planeta Terra no dia 16 de junho, às 19h30, que trazia como tema terremotos, vulcões e fenômenos que ocorrem nas profundezas do planeta. Em seguida, às 19h55, foi levado ao ar um boletim meteorológico chamado A Moça do Tempo, apresentado por Albina Mosqueiro. Às 20h iniciava uma série chamada de Curso de Madureza Ginasial (onde Ruth Cardoso, ex-primeira-dama presidencial era uma das professoras que dava aula pela televisão), sendo um dos seus maiores desafios o de provar que uma aula transmitida por televisão poderia ser, ao mesmo tempo, eficiente e agradável. Estiveram entre os primeiros programas da emissora, a peça O Feijão e o Sonho, de Orígenes Lessa; Quem Faz o Quê, sobre profissões; Sonatas de Beethoven, com o pianista Fritz Jank; e O Ator na Arena, com Ziembinski. O primeiro logotipo da TV Cultura em sua fase na Fundação Padre Anchieta foi o seu "bonequinho" - como apelidaram seu símbolo, que inicialmente era acompanhado da assinatura "TV-2 Cultura". O verde desde sua fundação é tido como a cor oficial da instituição.

Em 22 de agosto de 1992, a emissora inaugurou no bairro do Sumaré a Torre Cultura, que passava a ser usada para emitir os sinais da TV Cultura e da Rádio Cultura FM, além das demais emissoras públicas de São Paulo. A nova torre substituiu a antiga utilizada pela emissora desde a década de 1970 no Pico do Jaraguá, que passou a ser utilizada pela Rádio USP FM.

A Rede Pública de Televisão, formada pela união da TVE Brasil (RJ) com a TV Cultura (SP), foi extinta no dia 2 de Dezembro de 2007, data da inauguração da TV Brasil, a TV pública do Governo Federal. Com isso, São Paulo e outros estados brasileiros passaram a transmitir apenas o sinal da TV Cultura. Depois, muitas emissoras públicas em todo o território nacional deixaram de transmitir a programação da TV Cultura para transmitirem a programação da TV Brasil, gerando o rápido encolhimento da rede desde 2008.

No dia 18 de março de 2015, depois de mais de 20 anos em sinal analógico captado nas parabólicas, a TV Cultura deixou de ter sinal no satélite StarOne C2 analógico, passando a utilizar o StarOne C3 digital.[5][6][7]

Em 2015, a emissora passou a enfrentar uma crise financeira, após a comissão de política salarial do Governo do Estado de São Paulo cortar 20% do orçamento repassado à Fundação Padre Anchieta, mantenedora do canal. Devido a isso, em 19 de junho, 80% do quadro de funcionários da emissora (desde cinegrafistas a operadores de áudio), incluindo as rádios da FPA, entraram em greve sob o apoio do Sindicato dos Radialistas de São Paulo, reivindicando um bônus de 50% sobre o salário-base prometido no ano passado e não depositado devido ao veto do governo.[8] Em função da greve, a programação da emissora acabou sendo prejudicada, e programas ao vivo como o Jornal da Cultura tiveram o tempo de duração reduzido e passaram a ir ao ar de maneira precária.[9] Em 24 de junho, os grevistas aceitam a proposta patronal e encerram a greve.[10]

No entanto, em 15 de julho, a emissora promoveu cortes em sua folha de pagamento, com a demissão de 53 funcionários que integravam as equipes dos programas Viola, Minha Viola e Provocações, extintos devido ao falecimento dos seus apresentadores.[11] Em razão disso, ex-artistas da emissora gravaram um vídeo intitulado "Eu Quero a Cultura Viva", protestando contra um possível desmonte gradual da grade de programação da emissora que vem ocorrendo a partir da extinção de programas nos últimos anos. Os artistas também promoveram em frente aos estúdios da emissora na Água Branca um ato no dia 10 de agosto, que convocava internautas a assinarem um abaixo-assinado, pressionando o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, além do presidente da FPA, Marcos Mendonça e o conselho curador.[12][13]

Sinal digital

PSIP Canal Proporção de tela Programação
6.1 24 UHF 1080i Programação principal da TV Cultura
6.2 480i Univesp TV
6.3 480i Multicultura Educação
Sinais correspondentes a cidade de São Paulo

A TV Cultura estreou seu sinal digital em São Paulo pelo canal 24 UHF, em 2 de dezembro de 2007, data do início das transmissões de TV digital no Brasil. Em 26 de agosto de 2009, tornou-se a primeira emissora de TV do país a disponibilizar a multiprogramação, com a criação dos canais Univesp TV e Multicultura Educação, que passaram a ocupar as frequências 2.2 e 2.3 do sinal digital da emissora. A emissora também expandiu o seu sinal digital para o interior através da implantação de novas retransmissoras, além de disponibilizar seu sinal no satélite StarOne C3 em substituição ao sinal analógico, desativado em 22 de abril de 2015.

Em 13 de maio de 2015, a emissora alterou o canal virtual do seu sinal digital na Grande São Paulo, passando do 2.1 para o 6.1. Segundo a emissora, a alteração é visando maior atração de audiência e telespectadores, ocupando um canal mais próximo das emissoras mais populares.[14]

Programação

Jornalismo

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O ex-presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva durante gravação de entrevista para o programa Roda Viva no Palácio do Planalto.

No setor de jornalismo, a TV Cultura exibe o telejornal Jornal da Cultura, o talk-show Roda Viva, um dos maiores programas de entrevista do país e do mundo, a revista eletrônica Matéria de Capa, e o "eco-telejornal" Repórter Eco, pioneiro do gênero no país, e o JC Debate, programa de entrevistas com especialistas em determinado assunto.

Pela bancada do Jornal da Cultura, já passaram grandes âncoras como Carlos Nascimento e Heródoto Barbeiro e atualmente é conduzido pelo jornalista Willian Corrêa. E no Roda Viva, vários convidados ilustres já foram entrevistados como Telê Santana, Ayrton Senna, Luiz Carlos Prestes, Hebe Camargo, Fidel Castro, Tom Jobim, Dias Gomes, Caetano Veloso, Antônio Carlos Magalhães, Luiz Inácio Lula da Silva, Steve Ballmer, Dom Odilo Scherer, entre outros. Além disso, o programa já foi mediado por vários comunicadores importantes como Rodolpho Gamberini, Lilian Witte Fibe, Marília Gabriela, Paulo Markun, Heródoto Barbeiro, Mario Sergio Conti e atualmente por Augusto Nunes.

Outros grandes jornalísticos da emissora foram o telejornal A Hora da Notícia (percussor do Jornal da Cultura), dirigido por Vladimir Herzog, e o talk-show Vox Populi, atualmente reprisado nas madrugadas da emissora.

Esportes

Dos programas esportivos, a TV Cultura exibe atualmente o Cartão Verde, e já exibiu o Grandes Momentos do Esporte, entre 1984 e 2012. Também passaram na emissora diversas personalidades da narração esportiva e comentaristas como Juca Kfouri, José Trajano, Jorge Kajuru, Flávio Prado, Nivaldo Prieto, Armando Nogueira, entre outros.

Transmissões esportivas

As copas do mundo de 1974 e 1978 foram a primeira e a segunda Copa do Mundo que a TV Cultura exibiu. Os ícones da narração na época eram Luiz Noriega e Walter Abrahão.

Na copa de 1982, a TV Cultura exibiu os jogos em parceria com a Rede Globo. À época, a Globo ainda não possuía cobertura total na maioria dos estados, e a alternativa era fazer uma "rede de retransmissoras" ligadas a Cultura, e que eram mantidas, em sua maioria, por emissoras educativas, que cobriam boa parte das regiões onde a Globo ainda não era transmitida. Os narradores eram próprios da emissora carioca. Eram Luciano do Valle (partida de abertura, partidas da seleção brasileira, e a final, além de outros países) e Galvão Bueno (partidas dos outros países).

Em 2005, a emissora paulista volta a transmitir competições esportivas, com a Copa das Confederações, a Copa São Paulo de Futebol Júnior e a Copa Cultura de Juniores, organizada pela própria emissora. Aos sábados, eram exibidos jogos de voleibol. Em 2006 a emissora paulistana faz o anuncio das transmissões da Primeira Liga. Em 2009, transmite o Campeonato Italiano de Futebol.

Programação infantil

Para o público infanto-juvenil, a TV Cultura e a Rede Globo uniram-se ao Sesame Workshop para produzir a versão brasileira do norte-americano Sesame Street, chamada no Brasil de Vila Sésamo (1972 a 1977). Logo, a TV Cultura passou a ser especialista em programas infantis educativos, como Bambalalão, que foi laureado em vários anos com o prêmio APCA de Melhor Infantil; Rá-Tim-Bum, que também recebeu o prêmio da APCA e a medalha de ouro no Festival de Nova York; Castelo Rá-Tim-Bum, programa infantil de maior sucesso da TV Cultura, que rendeu shows de suas personagens, revistas, jogos e um longa-metragem: Castelo Rá-Tim-Bum, o Filme; Catavento, que ganhou o prêmio entregue pela televisão estatal japonesa NHK[15] e Cocoricó, programa infantil que usa bonecos como personagens, e é também é um dos maiores sucessos da emissora.

Atualmente, a TV Cultura exibe uma programação diversificada para o público infantil, com programas como Quintal da Cultura, Matinê Cultura, TV Cocoricó, além das séries Que Monstro te Mordeu? (produzida em parceria com o SESI São Paulo) e Pedro & Bianca (produzida em parceria com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo), esta última laureada com o Emmy Internacional Kids na categoria "Melhor programa infanto-juvenil" em 2014. São partes da programação também desenhos como Winx Club, Doug, Sid, o Cientista, Peg + Cat, Bob, o Construtor, Peppa Pig, Bloquinhos Musicais, Peixonauta, Blaze and the Monster Machines, Cyberchase, Twirlywoos, As Aventuras de Tintim, Patrulha Canina, Bubble Guppies, entre outros.

Carnaval

De 2004 a 2006, a TV Cultura exibia os desfiles do grupo de acesso e das campeãs do Carnaval de São Paulo, que depois foram repassados a TV Bandeirantes. Em 2012, em uma pareceria com o SBT e Rede Globo, a emissora voltará a transmitir os desfiles do acesso, além de passar a reprise do desfile das campeãs.[16]

Em 2014 e 2015, a TV Cultura, em parceria com a TV Nova Nordeste transmitiu o Carnaval do Recife no especial Carnaval é Cultura, transmitindo ao vivo para todo o país os shows realizados no Marco Zero da cidade.

Emissoras

Ver artigo principal: Lista de emissoras da TV Cultura

De 1980 a 2007, a TV Cultura tornou-se uma forte rede de televisão educativa, sendo que várias emissoras educativas de todo o país passaram a se afiliar a com rede. No ano de 1998, a TVE Brasil do Rio de Janeiro se juntou a TV Cultura e juntas elas formaram a Rede Pública de Televisão, hoje ABEPEC (Associação Brasileira das Emissoras Públicas e Educativas). Em 2007, com a criação da TV Brasil, a parceria com a TV Cultura é desfeita. Em um período de 2008 a 2012, mais da metade das afiliadas da TV Cultura a deixam pela TV Brasil, gerando um rápido encolhimento da rede.

Em 2013, com os recentes resultados obtidos pelo Ibope, que demonstravam uma queda de audiência da RedeTV! e um crescimento de audiência da TV Cultura na média diária de audiência da Grande São Paulo (as emissoras ficaram tecnicamente empatadas no 5º lugar[17]), a emissora começou a buscar novas emissoras pelo Brasil nos mercados onde perdeu afiliadas para a TV Brasil nos últimos anos, promovendo uma reexpansão do seu sinal.

Atualmente, a emissora está presente em 352 municípios paulistas e em 21 estados, seja por meio de emissoras parceiras ou retransmissoras da rede.

Incêndios

Em 28 de abril de 1965, um curto-circuito no 15º andar do Edifício Guilherme Guinle, na Rua 7 de Abril, 230, provocou um incêndio onde era o estúdio da TV Cultura dos Diários Associados. Pouco se salvou deste incêndio, onde inclusive perdeu-se a primeira câmera de TV do Brasil da Rede Tupi. Em decorrência deste incêndio, Assis Chateaubriand acabou mais tarde vendendo a emissora para o Governo do estado de São Paulo. No dia 28 de fevereiro de 1986 outro incêndio atingiu a sede da TV Cultura, na cidade de São Paulo. O fogo destruiu 90% dos equipamentos da emissora, fazendo com que ela ficasse três horas fora do ar.

Slogans

  • 1960 - 1968: Um verdadeiro presente de cultura para o povo (fase nos Diários Associados)
  • 1979 - 1986: A imagem de São Paulo
  • 2002 - 2003: Apenas o coral Cultura
  • 2003 - 2005: Cultura, respeito por você. Qualidade em 1º Lugar
  • 2005 - 2006: Cultura, mais perto de você
  • 2006 - 2007: Mais que televisão, é Cultura
  • 2007: TV Cultura, modelo de TV pública no Brasil
  • 2007 - 2008: Cada vez mais pública
  • 2008 - 2009: A TV que faz bem
  • 2009 - 2010: Cultura 40 Anos - a TV que faz bem
  • 2010: Está surgindo uma TV diferente
  • 2010 - 2013: Uma TV diferente
  • 2013 - 2014: Abrace o novo, abrace Cultura
  • 2014: 45 anos de história, 45 anos de Cultura
  • 2015: Muito mais Cultura para você

Controvérsias

TV Folha

Em março de 2012, a TV Cultura, sob a presidência de João Sayad, cedeu ao jornal Folha de S. Paulo o direito de transmitir permanentemente no horário nobre, aos domingos, o programa jornalístico TV Folha, com a proposta de "levar a credibilidade e o espírito de inovação do jornal impresso para a televisão." O programa semanal, dirigido por João Wainer, estreou em 11 de março. Tem duração de 30 minutos e apresenta reportagens e comentários da equipe do jornal. A TV Cultura não tem participação no conteúdo editorial, de responsabilidade exclusiva da Folha. A TV Cultura também convidou os jornais O Estado de S. Paulo, Valor e a revista Veja para produzir programas para a emissora. Após as transmissões, o conteúdo dos programas será disponibilizado nos sites da TV Cultura, da Folha Online e do portal UOL.[18]

A iniciativa foi criticada por diversos profissionais da imprensa. Em editorial publicado na revista Carta Capital, intitulado "A TV Cultura não é pública, Ela é tucana", Mino Carta apontou para o caráter supostamente eleitoreiro da concessão, afirmando: "Trata-se de agradar aos mais conspícuos barões da mídia, lance valioso às vésperas das eleições municipais no estado e no País. E com senhorial arrogância, decide-se enterrar de vez o sentido da missão de uma tevê pública." No mesmo texto, Mino Carta também aponta que a medida é representativa do suposto apoio da imprensa paulista ao PSDB: "A perfeita afinação entre a mídia nativa e o tucanato está à vista, escancarada, a ponto de sugerir uma conexão ideológica entre os nossos peculiares sociais-democratas e os barões midiáticos e seus sabujos".[19] Em artigo publicado na Folha Online, o jornalista Laurindo Lalo Leal caracterizou a iniciativa como uma opção por "privatizar mais um espaço público no Estado de São Paulo.", criticando também a inconsistência da grade de programação da TV Cultura, que seria devida a uma "instabilidade administrativa crônica" e considerando que a TV Folha "não avança na direção do aprofundamento dos temas".[20] Em artigo publicado no Observatório da Imprensa, Luciano Martins Costa questiona o motivo pelo qual o convite para produção de conteúdo não foi estendido a todos os órgãos de imprensa operantes em São Paulo, concluindo que a medida se deve a um "certo círculo de interesses que tem como eixo a emissora educativa mantida pelo governo paulista, o que tem grande potencial para gerar controvérsias, principalmente num ano eleitoral em que se considera a possibilidade da quebra de uma hegemonia de quase duas décadas do mesmo grupo político no poder municipal e no comando do Estado." Também manifesta preocupação com a possibilidade de a TV Cultura estar se tornando um órgão de propaganda político-partidária"[21] A atração que antecipava os assuntos semanais saiu do ar em 13 de abril de 2014 após 2 anos e 110 programas, devido a decisão do jornal Folha de S.Paulo em publicar conteúdos pela Internet e no site do mesmo. "[22]

Sinal interrompido em Limeira, São Paulo

No dia 20 de dezembro de 2013 saiu a informação no site Jornal de Limeira[23] que a TV Cultura teve seu sinal interrompido em sinal aberto pela Prefeitura de Limeira e foi cedida a Rede Opinião, emissora afiliada ao Esporte Interativo. Na cidade, a TV Cultura era transmitida pelo canal 26 UHF desde 1979[24]. Nas vésperas de natal o vereador Zé da Mix mobilizou os moradores da cidade de Limeira para que fosse coletadas assinaturas para que assim permanecesse o sinal da TV Cultura[25] na cidade. No dia 24 de dezembro após coletar as assinaturas foi levado ao conhecimento sobre o problema para o Ministério Público de Limeira que moveu ação civil pública contra a prefeitura, na esfera da Infância e Juventude, em que pede liminarmente a volta imediata do sinal da TV Cultura ao canal 26 UHF, sob pena de multa de diária de, no mínimo, R$ 250 mil. O abaixo-assinado do vereador Zé da Mix (PSD) teve cerca de 3.000 assinaturas foi juntado como prova na ação. No dia 25, a Justiça de Limeira concedeu a liminar para que o sinal fosse restabelecido e a prefeitura acatou a decisão[26].

Notas

  1. Apesar de ter sido fundada em 1960 por Assis Chateaubriand e o seu conglomerado Diários Associados, a emissora considera a data de sua inauguração como sendo em 15 de junho de 1969, quando passou a ser controlada diretamente pela Fundação Padre Anchieta. Veja mais detalhes na seção Transição Associados-Fundação Padre Anchieta.
  2. Os 33% representam a cobertura de 1.850 municípios citados no site da emissora, sendo que o Brasil possui ao todo 5.570 municípios.[1]

Referências

  1. «Emissoras afiliadas da TV Cultura». Fundação Padre Anchieta. Consultado em 23 de janeiro de 2016 
  2. a b «Linha do tempo - 60s». Consultado em 4 de outubro de 2010 
  3. «TV Cultura é eleita a segunda emissora com maior qualidade no mundo - Giro Famosidades - Fotos de famosos - MSN Entretenimento». Consultado em 31 de janeiro de 2014 
  4. «F5 - televisão - TV Cultura é o segundo canal de maior qualidade do mundo, Globo é 28º, aponta pesquisa». Consultado em 31 de janeiro de 2014 
  5. http://cmais.com.br/fpa/como-sintonizar
  6. http://tnaudiencia.pn5.com.br/tv-cultura-sai-do-ar-na-parabolica-analogica/
  7. http://almanaquedatv.com/wp/2015/03/20/chega-ao-fim-o-sinal-analogico-da-tv-cultura-na-parabolica/
  8. Castro, Daniel (19 de junho de 2015). «Funcionários da TV Cultura entram em greve por aumento e abono». Notícias da TV - UOL. Consultado em 17 de agosto de 2015 
  9. «Após greve de funcionários, TV Cultura tenta manter programação no ar». Portal Imprensa. 19 de junho de 2015. Consultado em 17 de agosto de 2015 
  10. «Funcionários da TV Cultura aprovam proposta patronal e encerram greve». Portal Imprensa. 25 de junho de 2015. Consultado em 17 de agosto de 2015 
  11. Mesquita, Lígia (15 de julho de 2015). «TV Cultura demite mais de 50; funcionários cogitam nova greve». Folha Online. Consultado em 17 de agosto de 2015 
  12. «Em vídeo, ex-apresentadores querem impedir fim da TV Cultura». Exame. 10 de agosto de 2015. Consultado em 17 de agosto de 2015 
  13. «Ex-artistas da TV Cultura lançam vídeo contra demissões e cortes na programação». Portal Imprensa. 10 de agosto de 2015. Consultado em 17 de agosto de 2015 
  14. «TV Cultura passa a ser sintonizada no canal 6 da TV Digital na Grande São Paulo». cmais+. 11 de maio de 2015. Consultado em 14 de maio de 2015 
  15. http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/encontros-nacionais/5o-encontro-2007-1/A%20producao%20academica%20sobre%20a%20Fundacao%20Padre%20Anchieta%20e%20a%20RTV%20Cultura%20de.pdf
  16. Noticiasdatvbrasileira (20 de janeiro de 2012). «TV Cultura no Carnaval de São Paulo». Consultado em 21 de janeiro de 2012 
  17. http://f5.folha.uol.com.br/colunistas/albertopereirajr/1010609-rede-tv-briga-com-a-tv-cultura-pelo-5-lugar-no-ibope.shtml
  18. Kachani, Morris. «Programa "TV Folha" estreia neste domingo». Folha Online. Consultado em 4 de julho de 2009 
  19. Carta, Mino. A TV Cultura não é pública. Ela é tucana. In Carta Capital, São Paulo: Editora Confiança, nº. 689, ano XVII, pp. 16.
  20. Leal, Laurindo Laulo. «Para Laurindo Lalo Leal, "TV Folha" privatiza espaço público». Folha Online. Consultado em 4 de julho de 2009 
  21. Costa, Lucio Martins. «Os novos parceiros da TV Cultura». Observatório da Imprensa. Consultado em 4 de julho de 2009 
  22. Meio e Mensagem. «TV Folha sai da grade da Cultura». Observatório da Imprensa. Consultado em 4 de julho de 2009 
  23. http://www.jlmais.com/detalhes/10208/hadich-corta-sinal-da-tv-cultura-em-limeira
  24. http://www.jlmais.com/detalhes/10356/prefeitura-contestara-acao-da-tv-cultura
  25. http://www.jlmais.com/detalhes/10536/prefeitura-nao-recorrera-sobre-tv-cultura
  26. http://www.jlmais.com/detalhes/10324/sinal-da-tv-cultura-comeca-a-ser-restabelecido

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