Índia: diferenças entre revisões
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A Índia é a [[democracia]] mais populosa do mundo.<ref name="largestdem1">{{cita web |url= http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/south_asia/country_profiles/1154019.stm|título= BBC News - India country profile|fechaacceso= 15 de dezembro de 2009 |autor= [[BBC]]|fecha= 2009|obra= BBC.co.uk|idioma= inglês}}</ref><ref name="largestdem2">{{cita web |url= http://www.un.org/esa/population/pubsarchive/india/ind1bil.htm|título= United Nations: Incia Becomes a Billionaire|fechaacceso= 15 de dezembro de 2009 |autor= ONU|fecha= 2007|obra= UN.org|idioma= inglês}}</ref> Durante muito tempo após a independência, o governo indiano foi dirigido pelo [[Partido do Congresso Nacional Indiano]].<ref name="LOC PROFILE" /> As políticas estaduais são dominadas por vários partidos nacionais, incluindo o INC, o [[Partido Comunista da Índia (Marxista)|partido comunista (marxista)]] e outros partidos regionais. Entre 1950 e 1990, com exceção de alguns períodos, o INC disfrutou de uma maioria parlamentar, saindo do poder entre 1977 e 1980, quando o partido ''Janata'' ganhou a eleição, devido em parte ao descontentamento geral com a declaração do [[estado de emergência]] por parte da então primeira-ministra [[Indira Gandhi]]. Em 1989, uma coalizão de frente nacional dirigida pelo partido "Janata Dal", em aliança com uma coalizão de frente esquerda ganhou as eleições, mas esteve no poder durante apenas dois anos.<ref>{{cita libro|apellidos = Bhambhri|nombre = Chandra Prakash|título = Politics in India 1991-92|editorial = Shipra Publications|fecha = 1992|isbn = 978-8185402178|páginas = 118, 143}}</ref> Nas eleições de 1991 nenhum partido político obteve a maioria absoluta, o INC formou um governo de minoria baixa sob o comando do primeiro-ministro [[P. V. Narasimha Rao]], que permaneceu no poder por cinco anos.<ref name="PV">{{cita web |url= http://www.hindu.com/2004/12/24/stories/2004122408870100.htm|título= Narasimha Rao passes away|fechaacceso= 15 de dezembro de 2009 |autor= |fecha= 2004|obra= The Hindu|idioma= inglês}}</ref> |
A Índia é a [[democracia]] mais populosa do mundo depois do Brasil.<ref name="largestdem1">{{cita web |url= http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/south_asia/country_profiles/1154019.stm|título= BBC News - India country profile|fechaacceso= 15 de dezembro de 2009 |autor= [[BBC]]|fecha= 2009|obra= BBC.co.uk|idioma= inglês}}</ref><ref name="largestdem2">{{cita web |url= http://www.un.org/esa/population/pubsarchive/india/ind1bil.htm|título= United Nations: Incia Becomes a Billionaire|fechaacceso= 15 de dezembro de 2009 |autor= ONU|fecha= 2007|obra= UN.org|idioma= inglês}}</ref> Durante muito tempo após a independência, o governo indiano foi dirigido pelo [[Partido do Congresso Nacional Indiano]].<ref name="LOC PROFILE" /> As políticas estaduais são dominadas por vários partidos nacionais, incluindo o INC, o [[Partido Comunista da Índia (Marxista)|partido comunista (marxista)]] e outros partidos regionais. Entre 1950 e 1990, com exceção de alguns períodos, o INC disfrutou de uma maioria parlamentar, saindo do poder entre 1977 e 1980, quando o partido ''Janata'' ganhou a eleição, devido em parte ao descontentamento geral com a declaração do [[estado de emergência]] por parte da então primeira-ministra [[Indira Gandhi]]. Em 1989, uma coalizão de frente nacional dirigida pelo partido "Janata Dal", em aliança com uma coalizão de frente esquerda ganhou as eleições, mas esteve no poder durante apenas dois anos.<ref>{{cita libro|apellidos = Bhambhri|nombre = Chandra Prakash|título = Politics in India 1991-92|editorial = Shipra Publications|fecha = 1992|isbn = 978-8185402178|páginas = 118, 143}}</ref> Nas eleições de 1991 nenhum partido político obteve a maioria absoluta, o INC formou um governo de minoria baixa sob o comando do primeiro-ministro [[P. V. Narasimha Rao]], que permaneceu no poder por cinco anos.<ref name="PV">{{cita web |url= http://www.hindu.com/2004/12/24/stories/2004122408870100.htm|título= Narasimha Rao passes away|fechaacceso= 15 de dezembro de 2009 |autor= |fecha= 2004|obra= The Hindu|idioma= inglês}}</ref> |
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Entre 1996 e 1998, ocorreu um forte período de agitação no governo federal com várias alianças de curta duração, tentando estabilizar a Índia. Brevemente, o BJP chegou ao governo em 1996, seguida por uma coalizão de frente unida que excluiu tanto o BJP quanto o INC. Em 1998, o BJP formou com outros partidos menores a [[Aliança Democrática Nacional]], que obteve vitória e se converteu no primeiro governo não congressista por um mandato completo de cinco anos.<ref>{{cita web |url= http://www.lse.ac.uk/collections/government/PSPE/pdf/PSPE_WP5_07.pdf|título= The effective space of party competition|fechaacceso= 15 de dezembro de 2009 |autor= Patrick Dunleavy, Rekha Diwakar, Christopher Dunleavy|fecha= 2007|obra= LSE.ac.uk|idioma= inglês}}</ref> Nas eleições gerais de 2004, o INC ganhou a maioria das cadeiras no ''Lok Sabha'' e formou um governo de coalização denominada de [[Aliança Progressista Unida]] (UPA), apoiada por diversos partidos de esquerda e membros de oposição ao BJP. A UPA chegou novamente ao poder nas [[Eleições gerais na Índia em 2009|eleições gerais de 2009]], entretanto, a representação dos partidos de esquerda dentro da coalizão foi reduzida significativamente,<ref>{{cita libro|apellidos = Hermann|nombre = Kulke|coautores = Dietmar Rothermund|título = A History of India|editorial = Routledge|fecha = 2004|isbn = 978-0415329194|páginas = 384}}</ref> [[Manmohan Singh]] foi convertido em primeiro-ministro, sendo reeleito após completar um mandato de cinco anos desde as eleições de 1962, onde [[Jawaharlal Nehru]] foi eleito no seu cargo.<ref>{{cita web |url= http://www.business-standard.com/india/news/second-upa-wincrowning-glory-for-sonia%5Cs-ascendancy/61892/on|título= Second UPA win, a crowing glory for Sonia's ascendancy|fechaacceso= 15 de dezembro de 2009 |autor= |fecha= 2009|obra= Bussiness-Standard.com|idioma= inglês}}</ref> |
Entre 1996 e 1998, ocorreu um forte período de agitação no governo federal com várias alianças de curta duração, tentando estabilizar a Índia. Brevemente, o BJP chegou ao governo em 1996, seguida por uma coalizão de frente unida que excluiu tanto o BJP quanto o INC. Em 1998, o BJP formou com outros partidos menores a [[Aliança Democrática Nacional]], que obteve vitória e se converteu no primeiro governo não congressista por um mandato completo de cinco anos.<ref>{{cita web |url= http://www.lse.ac.uk/collections/government/PSPE/pdf/PSPE_WP5_07.pdf|título= The effective space of party competition|fechaacceso= 15 de dezembro de 2009 |autor= Patrick Dunleavy, Rekha Diwakar, Christopher Dunleavy|fecha= 2007|obra= LSE.ac.uk|idioma= inglês}}</ref> Nas eleições gerais de 2004, o INC ganhou a maioria das cadeiras no ''Lok Sabha'' e formou um governo de coalização denominada de [[Aliança Progressista Unida]] (UPA), apoiada por diversos partidos de esquerda e membros de oposição ao BJP. A UPA chegou novamente ao poder nas [[Eleições gerais na Índia em 2009|eleições gerais de 2009]], entretanto, a representação dos partidos de esquerda dentro da coalizão foi reduzida significativamente,<ref>{{cita libro|apellidos = Hermann|nombre = Kulke|coautores = Dietmar Rothermund|título = A History of India|editorial = Routledge|fecha = 2004|isbn = 978-0415329194|páginas = 384}}</ref> [[Manmohan Singh]] foi convertido em primeiro-ministro, sendo reeleito após completar um mandato de cinco anos desde as eleições de 1962, onde [[Jawaharlal Nehru]] foi eleito no seu cargo.<ref>{{cita web |url= http://www.business-standard.com/india/news/second-upa-wincrowning-glory-for-sonia%5Cs-ascendancy/61892/on|título= Second UPA win, a crowing glory for Sonia's ascendancy|fechaacceso= 15 de dezembro de 2009 |autor= |fecha= 2009|obra= Bussiness-Standard.com|idioma= inglês}}</ref> |
Revisão das 03h07min de 13 de setembro de 2012
República da Índia भारत गणराज्य Bhārat Gaṇarājya | |
---|---|
Bandeira | Brasão de armas |
Lema: "Satyameva Jayate" (Sânscrito) सत्यमेव जयते (Devanāgarī) "Só a verdade triunfa"[1] | |
Hino nacional: জন গণ মন (Jana Gana Mana) ("És o soberano das mentes de todos") Canção nacional: वन्दे मातरम् (Vande Mātaram) | |
Gentílico: Indiano(a) | |
Capital | Nova Délhi |
Cidade mais populosa | Bombaim |
Língua oficial | Hindi, inglês e mais 21 línguas nacionais. |
Governo | República federal[4] Democracia parlamentar[5] |
• Presidente | Pranab Mukherjee |
• Primeiro-ministro | Manmohan Singh |
Independência do Reino Unido | |
• Declarada | 15 de agosto do 1947 |
• República | 26 de janeiro de 1950 |
Área | |
• Total | 3 287 590 km² (7.º) |
• Água (%) | 9,56 |
População | |
• Estimativa para 2011 | 1 210 193 422[4] hab. (2.º) |
• Censo 2001 | 1 027 015 248 hab. |
• Densidade | 329 hab./km² |
PIB (base PPC) | Estimativa de 2011 |
• Total | US$ 4,469 trilhões* USD[6] USD(3.º) |
• Per capita | US$ 3.703 USD (129.º) |
PIB (nominal) | Estimativa de 2011 |
• Total | US$ 1,843 trilhão* USD(10.º) |
• Per capita | US$ 1.527 USD (133.º) |
IDH (2011) | 0,547 (134.º) – médio[7] |
Gini (2004) | 36,8 |
Moeda | Rupia indiana (₹) (INR) |
Fuso horário | IST (UTC+5:30) |
Cód. Internet | .in |
Cód. telef. | +91 |
Website governamental | india.gov.in |
A Índia, oficialmente República da Índia, (em hindi: भारत गणराज्य, Bhārat Gaṇarājya), é um país da Ásia Meridional. É o sétimo maior país em área geográfica, o segundo país mais populoso e a democracia mais populosa do mundo. Delimitado ao sul pelo Oceano Índico, pelo mar da Arábia a oeste e pela Baía de Bengala a leste, a Índia tem uma costa com 7.517 km.[8] O país é delimitado pelo Paquistão a oeste;[9] pela República Popular da China, Nepal e Butão no norte e por Bangladesh e Mianmar a leste. Os países insulares do Oceano Índico, o Sri Lanka e Maldivas, estão localizados bem próximos da Índia.
Lar da Civilização do Vale do Indo, de rotas comerciais históricas e de vastos impérios, o Subcontinente indiano é identificado por sua riqueza comercial e cultural de grande parte da sua longa história.[10] Quatro grandes religiões, Hinduísmo, Budismo, Jainismo e Sikhismo, originaram-se no país, enquanto o Zoroastrismo, o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo chegaram no primeiro milênio d.C. e moldaram a diversidade cultural da região. Anexada gradualmente pela Companhia Britânica das Índias Orientais no início do século XVIII e colonizada pelo Reino Unido a partir de meados do século XIX, a Índia se tornou uma nação independente em 1947 após uma luta pela independência que foi marcada pela extensão da resistência não-violenta.[11]
A Índia é uma república composta por 28 estados e sete territórios da união com um sistema de democracia parlamentar. O país é a décima maior economia do mundo em Produto Interno Bruto (PIB) nominal, bem como a terceira maior do mundo em PIB medido em Paridade de Poder de Compra. As reformas econômicas feitas desde 1991 transformaram o país em uma das economias de mais rápido crescimento do mundo;[12] no entanto, a Índia ainda sofre com altos níveis de pobreza,[13] analfabetismo, doenças e desnutrição. Uma sociedade pluralista, multilingue e multiétnica, a Índia também é o lar de uma grande diversidade de animais selvagens e de habitats protegidos.
Etimologia
O nome Índia é derivado de Indus, que é derivado da palavra Hindu, em persa antigo. Do sânscrito Sindhu, a denominação local histórica para o rio Indus.[14] Os gregos clássicos referiam-se aos indianos como Indoi (Ινδοί), povos do Indus[15] A constituição da Índia e o uso comum em várias línguas indianas igualmente reconhecem Bharat como um nome oficial de igual status.[16] Hindustão (ou Indostão), que é a palavra persa para a “terra do Hindus” e historicamente referida ao norte da Índia, é também usada ocasionalmente como um sinônimo para toda a Índia.[17]
História
As pinturas da Idade da Pedra nos abrigos na Rocha de Bhimbetka em Madhya Pradesh são as pegadas mais antigas conhecidas da vida humana na Índia. Os primeiros assentamentos humanos permanentes apareceram há mais de nove mil anos atrás e pouco a pouco se desenvolveram no que hoje é conhecido como a Civilização do Vale do Indo, a qual teve seu florescimento ao redor de 3 300 a.C, no oeste do atual território indiano.[18] Depois de sua queda, começa a civilização védica, que acolheu as bases do hinduísmo e outros aspectos da sociedade indiana, período que terminou em 500 a.C, onde em todo país se estabeleceram muitos reinos independentes e outros estados conhecidos como "Mahajanapadas".[19]
No século III a.C, a maior parte da Ásia Meridional foi conquistada por Chandragupta Maruya, para uni-los ao Império Máuria, na qual floreceu no comando de Asoka.[20] A partir do século III d.C, a Dinastia Gupta levou o império a um período de prosperidade conhecida como "A Idade do Ouro na Índia".[21][22] Por outro lado, os impérios Chalukya e Chola e o Reino de Bisnaga se desenvolveram na parte sul indiana. A ciência, os avanços tecnológicos, a engenharia, a arte, a lógica, as línguas, as obras literárias, as matemáticas, a religião e a filosofia tiveram um período de prosperidade e baixo desenvolvimento ante o patrocínio dos reis.
Por trás das invasões da Ásia Central, entre os séculos X e XII, grande parte do norte da Índia caiu no domínio do Sultanato de Deli, mais tarde do Império Mogol. No reinado de Akbar, a Índia desfrutou de um amplo progresso cultural e conômico, assim como sendo um época de harmonia religiosa.[23] Gradualmente, os imperadores mogóis ampliaram seus impérios para cobrir grande parte do subcontinente. Contudo, no nordeste da Índia, o poder dominante foi o reino de Ahom de Assam, um dos poucos reinos que resistiram à dominação dos mogóis. Durante o século XIV, a primeira grande ameaça do poder imperial mogol veio do rei rajput Maha Rana Pratap de Mewar, e mais tarde do Império Maratha, que no século XVIII dominou grande parte do território da Índia.[24]
A partir do século XVI, várias potências europeias, como Portugal, Países Baixos, França e Reino Unido, estabeleceram postos comerciais e mais tarde tomaram vantagens de conflitos internos para estabelecerem colônias no país. Em 1856, a maior parte da Índia estava sob o controle da Companhia Britânica das Índias Orientais.[25] Um ano depois, uma insurreição a nível nacional de unidades militares e reinos rebeldes, conhecida como a Revolta dos Sipais, desafiou seriamente o controle da empresa, ainda que tenham sido derrotados. Como resultado da inestabilidade, a Índia foi elevada ao controle direto da coroa britânica.
No século XX, uma luta a nível nacional pela independência foi estimulada pelo Partido do Congresso Nacional Indiano e outras organizações políticas.[26] O líder indiano Mahatma Gandhi concentrou milhões de pessoas em várias campanhas nacionais da desobediência civil baixo à política da não-violência.[11]
Em 15 de agosto de 1947, a Índia conseguiu sua independência do domínio britânico, onde ao mesmo tempo zonas de maioria muçulmana se separam para formar um novo estado independente, o Paquistão.[11] Em 26 de janeiro de 1950, a Índia se converte em uma república e uma nova constituição entra em vigor.[4]
Desde a independência, a Índia tem enfrentado muitos problemas de violência religiosa, movimiento naxalita, terrorismo e independentismo, especialmente em Jammu, Caxemira e nordeste indiano. Desde a década de 1960 ataques terroristas têm afetado muitas cidades indianas. O país não conseguiu resolver as disputas territoriais com a China, que gerou a Guerra sino-indiana, e Paquistão, que gerou as Guerras indo-paquistanesas, em 1947, 1965, 1971 e 1999. Índia foi um dos fundadores da Organização das Nações Unidas (como Índia Britânica) e Movimento Não Alinhado. Em 1974, realizou um teste nuclear subterrâneo, e mais outras cinco em 1998, convertendo-se em um estado nuclear.[27] Desde 1991, importantes reformas econômicas[28] transformaram a Índia em uma das economias de crescimento mais rápido do mundo, aumentando sua influência global.[12]
Geografia
A Índia ocupa a maior parte do subcontinente indiano, onde se encontra em cima da placa tectônica indiana, uma placa menor da placa indo-australiana.[29]
Os processos geológicos que definiram a atual situação geográfica da Índia começaram há setenta e cinco milhões de anos, quando o subcontinente indiano e, por continuação, parte do subcontinente Gondwana começaram a se mover a partir do nordeste através do que posteriormente se converteria em Oceano Índico.[29] A colisão superior do subcontinente com a placa euro-asiática e a subducção debaixo dela deram lugar ao Himalaia, sistema montanhoso mais alto do planeta, que atualmente é a fronteira da Índia a norte e a noroeste.[29] O antigo leito marinho que emergiu imediatamente o sul da Himalaia fez com que o movimento da placa criasse uma grande depressão, que foi sendo levada pouco a pouco por sedimentos propagados nos rios,[30] que atualmente constitui a Planície Indo-Gangética.[31] A oeste desta planície encontra-se o deserto de Thar, separada pela cordilheira Avaralli.[32]
A placa original indiana corresponde hoje ao subcontinente indiano, sendo também a parte mais antiga e estável da Índia, que se estende desde o norte, com as cordilheiras Satpura e Vindhya no centro. Estas cordilheiras paralelas vão desde a costa do Mar Arábico no estado de Gujarat até o planalto de Chota Nagpur no estado de Jharkhand.[33] No sul, o planalto de Decã contém à esquerda e à direita os Gates Ocidentais e Orientais;[34] o planalto contém as formações rochosas mais antigas do território, algumas com mais de cem mil anos de idade. Os pontos extremos do país se localizam a 6° 44' e 35° 30 ' de latitude norte[c] e 68°7' e 97°25' de longitude leste.[35]
A Índia tem 7 517 quilômetros de litoral, destes 5 423 pertencem ao subcontinente indiano e 2 094 pertencem ao Andamão, Nicobar e Laquedivas.[8] Segundo dados, a costa indiana tem 43% de praias arenosas, 11% de costas rochosas (incluindo falésias) e 46% de marismas ou costas pantanosas.[8]
Os principais rios têm sua origem na cordilheira Himalaia, como o Ganges e o Brahmaputra, que desembocam no Golfo de Bengala.[36] Entre os afluentes mais importantes do Ganges encontram-se os rios Yamuna e o Kosi, cuja pendente extremamente baixa provoca inundações catastróficas quase ou todos os anos. Os rios peninsulares mais importantes cujas pendentes que evitam inundações são o Godavari, o Mahanadi, o Kaveri e o Krishna, que também desembocam no golfo de Bengala;[37] e os rios Narmada e Tapti, que desembocam no Mar Arábico.[38] Na costa oeste, encontram-se também os pântanos do Rann de Kutch, enquanto no leste há a área protegida de Sundarbans, que a Índia divide com Bangladesh.[39] A Índia possui dois arquipélagos: Laquedivas, atóis de corais na costa sudoeste indiana e as ilhas de Andamão e Nicobar, cadeias de ilhas vulcânicas no Mar de Andamão.[40]
O clima indiano está fortemente influenciado pelo Himalaia e deserto de Thar, os quais favorecem o desenvolvimento das monções.[41] O Himalaia prevê a entrada de ventos catabáticos frios, vindos da Ásia Central, mantendo a maior parte do subcontinente indiano mais quente do que a maioria das localidades que se localizam em latitudes similares.[42][43] O deserto de Thar desempenha um papel crucial para atrair ventos de monção carregados de umidade desde o sudoeste, os quais entre junho e outubro proporcionam a maioria das precipitações do país.[41] As zonas climáticas principais que predominam em território indiano são o tropical úmido, tropical seco e o subtropical úmido.[44]
Flora e fauna
O território indiano se encontra dentro da biorregião himalaia, que apresenta grandes amostras de biodiversidade. Como é um dos dezoito países megadiversos, acolhe 7,6% de todos os mamíferos, 12,6% de todas as aves, 6,2% de todas os répteis, 4,4% de todos os anfíbios, 11,7% de todos os peixes e 6% de todas as espermatófitas do mundo.[45] Em muitas regiões indianas existem altos níveis de endemismo; em geral, 33% das espécies indianas são endêmicas.[46][47]
Os bosques da Índia variam de florestas úmidas nas ilhas de Andamão, Gates Ocidentais e noroeste indiano, até bosques frios do Himalaia. Entre esses extremos encontram-se os bosques caducifólios da Índia Oriental; o bosque caducifólio no centro-sul e o bosque xerófito do Decã central e a planície ocidental do Ganges.[48] Estima-se que menos de 12% da massa da Índia Continental esteja coberta por densos bosques.[49] Entre as árvores mais importantes da Índia encontram-se o neem medicinal, usado amplamente em zonas rurais para a fitoterapia e elaboração de remédios caseiros.
Muitas espécies da Índia são descendentes de táxons originários de Gondwana, que se desmembrou da placa tectônica indiana. O movimento posterior da placa até o subcontinente indiano e a colisão com a massa de terra da Laurásia deu início a um intercâmbio massivo das espécies. Entretanto, o vulcanismo e as mudanças climáticas registrados há mais de vinte milhões de anos provocaram a perda de milhares de espécies endêmicas da Índia.[50] A partir de então, vários mamíferos ingressaram à Índia desde a Ásia por meio de dois passos zoogeográficos a ambos os lados dos emergentes do Himalaia.[48] Em consequência, apenas 12,6% dos mamíferos e 4,6% das aves são espécies endêmicas, em contraste com 45,8% dos répteis e 55,8% de anfíbios endêmicos.[45] Na Índia existem 172 espécies ameaçadas, ou 2,9%.[51] Entre elas encontram-se o leão-asiático, o tigre-de-bengala e o Gyps bengalensis, que está quase ameaçado de extinção após ingerir carne de gado tratada com diclofenaco.[52]
Nas últimas décadas, as invasões humanas criaram uma ameaça à vida silvestre da Índia, em resposta, o sistema de áreas protegidas e parques nacionais, estabelecido pela primeira vez em 1935, que foi ampliado consideravelmente. Em 1972, o governo indiano decretou a Lei de proteção da vida silvestre[53] e o Projeto Tigre, para proteger o habitat crucial deste animais, além de em 1980 ter sido decretada a lei de conservação dos bosques.[54] Junto com mais de quinhentas espécies da vida silvestre, na Índia treze reservas biosféricas,[55] quatro das quais fazem parte da rede mundial de reservas da biosfera. Cerca de vinte e cinco zonas de umidade estão registrados na Convenção sobre as Zonas Úmidas.[56]
Demografia
Com uma população de mais de um bilhão de habitantes,[57] a Índia é o segundo país mais populoso do mundo. Nos últimos cinquenta anos, o país tem vivido um rápido aumento em sua população urbana devido, em grande parte, aos avanços médicos e aos aumentos massivos da produtividade agrícola pela "revolução verde".[58][59] A população urbana da Índia aumentou onze vezes durante o século XX e vem se concentrando cada vez mais nas grandes cidades. Em 2001, 35 cidades indianas tinha sua população igual ou superior a um milhão de habitantes, onde as três cidades mais populosas (Bombaim, Deli e Calcutá), sozinhas, tinham mais de dez milhões de habitantes. Porém, nesse mesmo ano 70% da população indiana vivia em áreas rurais.[60][61]
A Índia é a segunda entidade geográfica com maior diversidade cultural, linguística e e genética, depois da África.[62] A Índia é o lugar de duas grandes famílias linguísticas: a indo-ária (falado por aproximadamente 74% da população) e a dravídica (falada por aproximadamente 24%). Outras línguas faladas na Índia provêm das línguas austro-asiáticas e tibeto-birmanesas. O hindi (ou híndi) conta com o maior número de falantes[63] e é a língua oficial da república.[64] O inglês é utilizado amplamente em negócios e na administração e tem o status de "idioma oficial subsidiário"[65] também é importante na educação, especialmente no ensino médio superior. Cada estado e território da união tem seus próprios idiomas oficiais, e a constituição reconhece outras 21 línguas como oficiais que são faladas por um importante setor da população ou são parte da herança histórica indiana, denominadas de "línguas clássicas". Enquanto o sânscrito e o tamil têm sido consideradas como línguas clássicas por muitos anos,[66][67] o governo indiano também tem concedido o status de língua clássica ao kannada e ao telugu utilizando seus próprios critérios.[68] O número de dialetos na Índia chega a mais de 1 652.[69]
Mais de oitocentos milhões de indianos (80,5 % da população) são hindus. Outros grupos religiosos com presença no país são muçulmanos (13,4 %), cristãos (2,3 %), siquistas (1,9 %), budistas (0,8 %), jainistas (0,4 %), judeus, zoroastristas, entre outros.[70] Os adivasi constituem 8,1 % da população.[71] A Índia tem a terceira maior população muçulmana do mundo e a maior população muçulmana para um país de maioria não-muçulmana.
A taxa de alfabetização no país é de 64,8% (53,7% para as mulheres e 75,3% para os homens)[4] O estado com o maior índice de alfabetização é Kerala, como 91%, enquanto Bihar tem a menor taxa, com apenas 47%.[72][73] O índice de masculinidade é de cada 944 homens para cada mil mulheres, enquanto que a taxa de crescimento demográfico anual é de 1,38%: a cada ano, são registrado 22,01 nascimentos para cada mil pessoas.[4] Segundo a Organização Mundial de Saúde, a cada ano morrem novecentos mil indianos por beberem água em mal-estado e inalarem ar contaminado.[74] A malária é endêmica na Índia.[75] Existem cerca de sessenta médicos para cada cem mil pessoas no país.[76]
Cidades mais populosas
Índia (estimativas de 2011)[77] | Cidades mais populosas da |||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Bombaim Deli | |||||||||||
Posição | Localidade | Estado | Pop. | Posição | Localidade | Estado | Pop. | ||||
1 | Bombaim | Maarastra | 12 478 447 | 11 | Jaipur | Rajastão | 3 073 350 | ||||
2 | Deli | Deli | 11 007 835 | 12 | Kanpur | Utar Pradexe | 2 920 067 | ||||
3 | Bangalor | Carnataca | 8 425 970 | 13 | Lucnau | Utar Pradexe | 2 901 474 | ||||
4 | Haiderabade | Telangana | 6 809 970 | 14 | Nagpur | Maarastra | 2 405 421 | ||||
5 | Amedabade | Guzerate | 5 570 585 | 15 | Indore | Madia Pradexe | 1 960 521 | ||||
6 | Chenai | Tâmil Nadu | 4 681 087 | 16 | Tana | Maarastra | 1 818 872 | ||||
7 | Calcutá | Bengala Ocidental | 4 486 679 | 17 | Bopal | Madia Pradexe | 1 795 648 | ||||
8 | Surrate | Guzerate | 4 462 002 | 18 | Visagapatão | Andra Pradexe | 1 730 320 | ||||
9 | Varanasi | Utar Pradexe | 3 676 841 | 19 | Pimpri Chinchwad | Maarastra | 1 729 359 | ||||
10 | Pune | Maarastra | 3 115 431 | 20 | Patná | Biar | 1 683 200 |
Política
A Índia é a democracia mais populosa do mundo depois do Brasil.[78][79] Durante muito tempo após a independência, o governo indiano foi dirigido pelo Partido do Congresso Nacional Indiano.[62] As políticas estaduais são dominadas por vários partidos nacionais, incluindo o INC, o partido comunista (marxista) e outros partidos regionais. Entre 1950 e 1990, com exceção de alguns períodos, o INC disfrutou de uma maioria parlamentar, saindo do poder entre 1977 e 1980, quando o partido Janata ganhou a eleição, devido em parte ao descontentamento geral com a declaração do estado de emergência por parte da então primeira-ministra Indira Gandhi. Em 1989, uma coalizão de frente nacional dirigida pelo partido "Janata Dal", em aliança com uma coalizão de frente esquerda ganhou as eleições, mas esteve no poder durante apenas dois anos.[80] Nas eleições de 1991 nenhum partido político obteve a maioria absoluta, o INC formou um governo de minoria baixa sob o comando do primeiro-ministro P. V. Narasimha Rao, que permaneceu no poder por cinco anos.[81]
Entre 1996 e 1998, ocorreu um forte período de agitação no governo federal com várias alianças de curta duração, tentando estabilizar a Índia. Brevemente, o BJP chegou ao governo em 1996, seguida por uma coalizão de frente unida que excluiu tanto o BJP quanto o INC. Em 1998, o BJP formou com outros partidos menores a Aliança Democrática Nacional, que obteve vitória e se converteu no primeiro governo não congressista por um mandato completo de cinco anos.[82] Nas eleições gerais de 2004, o INC ganhou a maioria das cadeiras no Lok Sabha e formou um governo de coalização denominada de Aliança Progressista Unida (UPA), apoiada por diversos partidos de esquerda e membros de oposição ao BJP. A UPA chegou novamente ao poder nas eleições gerais de 2009, entretanto, a representação dos partidos de esquerda dentro da coalizão foi reduzida significativamente,[83] Manmohan Singh foi convertido em primeiro-ministro, sendo reeleito após completar um mandato de cinco anos desde as eleições de 1962, onde Jawaharlal Nehru foi eleito no seu cargo.[84]
Governo
A constituição indiana, a maior do que qualquer outra nação do mundo, entrou em vigor em 26 de janeiro de 1950.[85] O preâmbulo da constituição define a Índia como uma república soberana, secular e democrática.[86] O parlamento indiano é bicameral, que é regido ao sistema Westminster. Sua forma de governo foi tradicionalmente descrita como "quase federalista", com uma forte tendência à centralização, tendo os estados um poder mais debilitado.[87] Desde finais da década de 1990, o federalismo tem crescido cada vez mais, como resultado de mudanças políticas, sociais e econômicas.[88][89]
O presidente da Índia é o chefe de estado[90] e eleito indiretamente por um colégio eleitoral.[91] para um mandato de cinco anos.[92][93] O primeiro-ministro é o chefe do governo e exerce a maioria das funções do poder executivo.[90] Nomeado pelo presidente,[94] o primeiro-ministro pelo general é simpatizante do partido político ou aliança política que conta com a maioria das cadeiras da câmara baixa do parlamento.[90] O poder executivo consiste no presidente, o vice-presidente, o conselho de ministro (sendo o gabinete seu comitê executivo), encabeçado pelo primeiro-ministro. Qualquer ministro do conselho deve ser membro de qualquer câmara parlamentar. No sistema parlamentarista indiano, o poder executivo está subordinado ao poder legislativo, o primeiro-ministro e seu conselho são diretamente vigiados pela câmara baixa do parlamento.[95]
O poder legislativo da Índia está representado pelo parlamento bicameral, que consiste na câmara alta, chamada Rajya Sabha (conselho dos estados) e a câmara baixa, chamada Lok Sabha (conselho do povo).[96] A "Rajya Sabha" é um órgão permanente, conta com duzentos e quarenta cinco membros, que servem por um tempo de seis anos.[97] A maioria deles são eleitos indiretamente pelas legislaturas estatais e territoriais, mediante representação proporcional.[97] 543 dos 545 membros do Lok Sabha são eleitos diretamente pelo voto popular para representarem determinados grupos sociais por um período de cinco anos.[97] Os outros dois membros são nomeados por um presidente de ascendência britânica e indiana.[97]
A Índia conta com um poder judiciário de trẽs níveis, que consistem na Suprema Corte de Justiça, encabeçada pelo chefe de justiça. vinte e um tribuinais superiores e um grande número de tribunais de primeira instância.[98] A suprema corte tem jurisdição original sobre casos relacionados com os direitos humanos fundamentais, e sobre disputas sobre apelações nos tribunais superiores.[99] É judicialmente independente,[98] tendo o poder de declarar e elaborar leis e revogar leis de algum estado onde sejam percebidos anticonstitucionalidades.[100] O papel exercido como o melhor intérprete da constituição é uma das funções mais importantes da suprema corte.[101]
Relações exteriores
Desde a independência em 1947, a Índia mantém relações diplomáticas com a maioria dos países do mundo. Teve um papel destacado na década de 1950, quando apoiou a independência das colônias europeias nos continentes africano e asiático.[103] O país esteve envolvido em duas intervenções militares em países vizinhos: a força de manutenção de paz indiana no Sri Lanka e a Operação Cacto em Maldivas. É membro da Commonwealth e um dos fundadores do Movimento de Países Não-Alinhados.[104] Depois da guerra sino-indiana e das guerras indo-paquistanesas, as relações entre a Índia e a União Soviética diminuíram, continuando desta forma até o final da Guerra Fria. A Índia luta em guerras com o Paquistão na disputa pela Caxemira. Uma terceira guerra entre indianos e paquistaneses em 1971 deu lugar à criação de Bangladesh (na época Paquistão Oriental).[105] Discussões e conflitos adicionais têm ocorrido entre as duas nações sobre a geleira de Siachen.[106] Em 1999, Índia e Paquistão entraram em guerra não declarada em Kargil.
Recentemente, a Índia tem julgado um papel influente na Associação Sul-Asiática para a Cooperação Regional e na Organização Mundial do Comércio.[108] A nação tem proporcionado ao redor de cinquenta e cinco mil militares indianos e a polícia indiana para servirem em trinta e cinco operações de manutenção de paz da ONU em quatro continentes.[109] Apesar das críticas e sanções militares, a Índia tem negado sistematicamente a assinar o Tratado de Interdição Completa de Ensaios Nucleares e Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, preferindo manter a sua soberania sobre seu programa nuclear. Aberturas recentes do governo indiano fortaleceram relações diplomáticas com Estados Unidos, República Popular da China e Paquistão. Na esfera econômica, a Índia tem relações estreitas com outros países em desenvolvimento da América do Sul. África e Ásia.
O país mantém a terceira maior força militar do mundo, que consiste no exército, marinha e força aérea[4] e as forças auxiliares, como a guarda costeira. O supremo comandante das forças armadas é o presidente. A nação mantém uma estreita cooperação para sua defesa com a França e a Rússia, que são seus principais provedores de armas. A Organização para a Investigação e Desenvolvimento de Defesa da Índia supervisiona o desenvolvimento indiano de armas sofisticadas e equipes militares, incluindo mísseis balísticos, aviões de combate e tanques de guerra, para reduzir a independência indiana das importações estrangeiras. Em 1974, o país se converteu em uma potência nuclear, logo após ter realizado um teste nuclear, o Smiling Buddha, e posteriormente outras provas subterrâneas em 1998. A Índia mantém uma política nuclear de "não primeiro uso".[110] Em 10 de outubro de 2008, assinou um acordo nuclear civil com os Estados Unidos, para pôr fim às restrições sobre o comércio tecnológico-nuclear, onde a Índia se converteu no sexto país com maior energia nuclear de facto no mundo.[111]
Subdivisões
A Índia se subdivide em vinte e oito estados e sete territórios da união.[62] Todos os estados e os dois territórios da união de Pondicherry e o território da capital nacional elegem o patrono de suas legislaturas e governos por meio do modelo de Westminster. Os outros cinco territórios união são regidos de forma direta pelo governo federal, através de várias administrações designadas. Em 1956, em virtude da Lei de Reorganização dos Estados, o território indiano foi dividido baseando-se em aspectos linguísticos.[112] A partir de então, esta estrutura permaneceu sem mudanças. Cada estado ou território da união se divide em distritos administrativos.[113] Por sua vez, os distritos se dividem em tehsils e finalmente em aldeias.
Economia
A Índia com um produto interno bruto nominal estimado em US$1,8 trilhão (2011)[114] figura como a 10ª maior economia do mundo por PIB nominal, enquanto sua paridade de poder de compra calculada em 2011 em US$4,4 trilhões,[115] é a terceira maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China.[116] Contudo, ainda é um país muito pobre (2011) com renda per capita nominal de US$ 1.530 e renda per capita PPC de US$3.705.
No período compreendido entre a décadas de 1950 e 1980, a economia indiana seguia tendência socialistas. A economia se manteve paralisada por regulamentos impostos pelo governo, o protecionismo e a propriedade pública, o que levou a uma corrupção generalizada e a um lento crescimento econômico.[117][118][119] Em 1991, a economia nacional se converteu em uma economia de mercado.[118][119] Esta mudança na política econômica em 1991 se deu pouco depois de uma crise aguda no balanço de pagamentos, pelo que desde então se pôs ênfase em fazer do comércio internacional e do investimento estrangeiro direto um setor primordial da economia indiana.[120]
Durante as últimas décadas a economia indiana tem tido uma taxa de crescimento anual do produto interno bruto ao redor de 5,8%, convertendo-se em uma das economias de mais rápido crescimento no mundo.[121] A Índia conta com a maior força de trabalho do mundo, com mais de 513,6 milhões de pessoas. Em termos de produção, o setor agrícola representa 28% do PIB; o setor de serviço, 54% e a indústria, 18%, respectivamente. Os principais produtos agrícolas e de gado incluem arroz, trigo, sementes oleaginosas, algodão, juta, chá, a cana-de-açúcar, ovelhas, cabras, aves de curral e pescados.[62] As principais indústrias são a têxtil, maquinaria, produtos químicos, aço, transportes, cimento, mineração e o comércio de softwares.[62] Em 2006, o comércio indiano havia alcançado uma proporção relativamente moderada de 24% do PIB, crescendo a taxa de 6% desde 1985.[118] O comércio da Índia representa um pouco mais de 1% do comércio mundial. As principais exportações incluem os derivados de petróleo, alguns produtos têxteis, pedras preciosas, softwares, engenharia de bens, produtos químicos, peles e couros.[62] Entre as principais importações estão o petróleo cru, maquinarias, joias, fertilizantes e alguns produtos químicos.[62]
O PIB ascende a 1,8 trilhões de dólares,[6] sendo a décima segunda maior economia do mundo e a quarta maior em termos de Paridade do Poder de Compra. Entretanto, devido à grande população (estimado em mais de 1,2 bilhão de habitantes em 2011), a renda per capita é muito baixa: US$ 1.530 (nominal) e paridade de poder de compra calculada em 2011 em US$ 3.705. Cerca de 50% da população (ou cerca de 600 milhões de pessoas) vive em miséria extrema e depende diretamente da agricultura para se sustentar e sobreviver.
Apesar de seu notável crescimento econômico nas últimas décadas, todavia a Índia conteve a maior concentração de pessoas pobres do mundo e tem uma alta taxa de subnutrição em crianças menores de três anos (46% em 2007).[122][123] A porcentagem de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza segundo o Banco Mundial, vivendo com menos de um dólar por dia (PPA, em termos nominais Rp. 21,6 ao dia nas zonas urbanas e Rp. 14,3 nas zonas rurais) diminuiu de 60% em 1981 para 42% em 2005.[124] Apesar de nas últimas décadas a Índia ter evitado a carestia, a metade das crianças têm um peso inferior à média mundial, uma das taxas mais altas do mundo e quase o dobro da taxa da África Subsaariana.[125]
Um relatório em 2007 do Goldman Sachs prevê que entre 2007 e 2020 o PIB indiano se quadruplicará, e que poderá superar o PIB dos Estados Unidos antes de 2050, mas que a Índia continuará sendo um dos países com habitantes mais pobres do mundo durante várias décadas, com renda per capita abaixo dos seus companheiros "BRIC". Apesar de nos últimos decênios a economia indiana ter aumentado de forma constante, este crescimento tem ocorrido de maneira desigual, em especial quando se compara à qualidade de vida nos diferentes grupos sociais, econômicos, em diversas regiões geográficas, zonas rurais e urbanas.[126] O Banco Mundial afirma que as prioridades mais importantes para o governo indiano deveriam ser a reforma do setor público, a construção de infraestruturas básicas, o desenvolvimento agrícola e rural sustentável, a eliminação das normas de trabalho, a reforma nos estados mais atrasados e luta contra a AIDS.[127]
Cultura
A cultura indiana está marcada por um alto grau de sincretismo[128] e pluralismo.[129] Os indianos têm conseguido conservar suas tradições previamente estabelecidas, enquanto absorvem novos costumes, tradições e ideias de invasores e imigrantes, ao mesmo tempo que estendem a sua influência cultural a outras partes da Ásia, principal Indochina e Extremo Oriente.
A sociedade tradicional da Índia está definida como uma hierarquia social relativamente restrita. O sistema de castas descreve a estratificação e as restrições sociais do subcontinente indiano; também definem as classes sociais por grupos endogâmicos hereditários, que a princípio se denominam jatis ou castas.[130] Os valores tradicionais das famílias indianas são muito respeitados e o modelo patriarcal tem sido o mais comum durante séculos, ainda que recentemente a família nuclear esteja se convertendo no modelo seguido pela população que vive na zona urbana.[117] A maioria dos indianos têm seus casamentos arranjados por seus pais e por outros membros da família respeitados, com o consentimento da noiva e do noivo.[131] O matrimônio é planejado para toda a vida,[131] a taxa de divórcio é extremamente baixa.[132] Casamento na infância é ainda uma prática comum, já que metade das mulheres indianas se casam antes dos dezoito anos.[133][134]
A gastronomia da Índia é caracterizada por uma grande variedade de estilos regionais e o uso sofisticado de ervas e espécies. Os alimentos básicos são feitos com arroz (especialmente no sul e no leste) e o trigo (predominante no norte).[135] Espécies, como pimenta-preta, que agora são consumidas em todo o mundo, são originalmente nativas no subcontinente indiano. O pimentão, que foi introduzido pelos portugueses, também é muito utilizado na cozinha indiana.
A roupa tradicional varia de acordo com as cores e estilos segundo a região e depende de certos fatores, incluindo o clima. Os estilos de vestir incluem prendas simples como o sári para as mulheres e o dhoti para os homens; outras prendas como salwar kameez para as mulheres e os kurta-pijamas, calças de estilo europeu e camisas para os homens também são populares.
Muitas celebrações indianas são de origem religiosa, ainda que algumas sejam celebradas independentemente da casta ou credo. Algumas das festas mais populares da Índia são: Diwali, Holi, Durga Puja, Eid ul-Fitr, Eid al-Adha, Natal e Vesak.[136] Além destas, a nação tem três festas nacionais: o dia da república, o dia da independência e o Gandhi Jayanti. Uma outra série de dias festivos, variando entre nove e doze dias, são oficialmente celebrados em cada estado nacional. As práticas religiosas são parte integral da vida cotidiana e são um assunto de interesse público.
Artes
A arquitetura da Índia apresenta grandes variações a nível regional, com influências budistas, muçulmanas e europeias. A estupa, pagode ao ar livre, a gopura e o sikhara são os tipos de arquitetura indiana mais comuns. Edificações famosas na Índia, como o Taj Mahal, promovem o turismo do país.
A música cobre uma ampla tradição de estilos regionais. Em grande media, a música indiana dois importantes gêneros: a música carnática, encontrada principalmente na região sul da Índia, e a música clássica indostani, desenvolvida na região norte. Os instrumentos musicais próprios da música hindi podem ser divididos em clássicos, folclóricos e estrangeiros.
Assim como a música, a dança também tem diversas formas clássicas e folclóricas. Entre os bailes indianos mais importantes encontram-se o bhangra de Punjab, o bihu de Assam, o chhau de Bengala Ocidental, o jharkhand, o sambalpuri de Orissa e a ghoomar de Rajastão. Oito formas de dança, muitas delas com elementos narrativos e mitológicos, têm sido reconhecidas com o status de dança clássica nacional pela Academia Nacional de Música, Dança e Drama da Índia. Estas são: Bharatanatyam, do estado de Tamil Nadu, kathak de Uttar Pradesh, kathakali e mohiniyattam de Kerala, kuchipudi de Andhra Pradesh, manipuri de Manipur, odissi de Orissa e a sattriya de Assam.[139][140][141]
O teatro incorpora música, dança e diálogos improvisados ou escritos.[142] A princípio, as obras teatrais se baseiam em relatos obtidos da mitologia hindu, mas também trata de mais temas, como as histórias épicas de romances medievais e notícias de eventos sociais e políticos recentes.[143]
A indústria cinematográfica indiana é a maior do mundo.[144] Bollywood, bairro localizado na cidade de Bombaim onde são feitos os filmes e comerciais em hindi, foi recentemente convertido como o centro da indústria cinematográfica mais prolífica do mundo, igualando sua importância com Hollywood.[145] Também são feitos filmes tradicionais e comerciais em zonas onde o bengali, canarês, malayalam, marathi, tâmil e telugu são idiomas oficiais.[146]
As primeiras obras da literatura foram transmitidas originalmente de maneira oral, séculos mais tarde foram recompiladas de maneira escrita.[147] Estas obras incluem textos da literatura sânscrita, tais como os primeiras Vedas, as epopeias Mahabharata e Ramayana, o drama Abhijñanasakuntalam (o reconhecimento de Sakuntala) e poesias como Mahakavya[147] - e textos da literatura "Sangam" em tâmil.[148][149] Entre os principais escritores indianos contemporâneos destaca-se Rabindranath Tagore, que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1913.
Desporto (esporte)
Oficialmente, o esporte nacional é o hóquei em campo,[150] que é administrado pela Federação de Hóquei Indiana. A equipe do hóquei no campo ganhou o Copa do Mundo de Hóquei sobre a Grama em 1975. O país possui nove medalhas de ouro, quatro de prata e sete de bronze nos Jogos Olímpicos de Verão [151].
O esporte mais popular indiano é o críquete, que ganhou a copa de 1983 e a Copa do Mundo de Críquete Twenty20 em 2007; em 2002 compartilhou o troféu como campeão da CPI no Sri Lanka. O críquete indiano é administrado por uma junta, as competições nacionais incluem Copa Ranji, Copa Duleep, Copa Deodhar, Copa Iraní e a Série Challenger. A liga de críquete indiana e a Premier League Índia organizam concursos de críquete Twenty20.
Recentemente, o tênis tem sido o mais popular, devido às vitórias da equipe na Copa Davis. O futebol também é um esporte popular no nordeste indiano, Bengala Ocidental, Goa e Kerala.[152] A Seleção Indiana de Futebol ganhou a Copa de Federação de Futebol da Ásia Meridional várias vezes. O xadrez, que comumente se diz que se originou na Índia, também ganhou popularidade com o aumento de "Grandes Mestres" indianos.[153] Os tradicionais incluem o kabaddi, kho kho e gilli-danda, praticados a nível nacional. A nação também é o lugar de múltiplas artes marciais, como o kalaripayatu e o varma kalai.
Na Índia, o Rajiv Gandhi Khel Ratna e os Prêmios Arjuna são as confederações mais prestigiosas, que se entregam aos esportes com sucesso, enquanto o Prêmio Dronacharya se entrega à excelência por entretenimento.
A Índia acolheu duas edições dos Jogos Asiáticos (em 1951 e 1982, ambas em Délhi),[154] as Copas do Mundo de Críquete de 1987, 1996 e 2011, e os Jogos da Commonwealth de 2010 em Délhi.
Feriados
Data | Nome em português | Nome local | Observações |
---|---|---|---|
Fevereiro-Março | Holi - Festival das cores | ||
26 de Janeiro | Dia da República | भारतीय प्रजासत्ताक दिन | |
15 de Agosto | Dia da Independência | ||
Agosto-Setembro | Ganesha Festival | ||
2 de Outubro | Aniversário de Mahatma Gandhi | ||
Outubro-Novembro | Diwali - Festival das Luzes |
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Ver também
- Ásia
- Hinduísmo
- Indianos no Brasil
- Língua de Sinais Indiana
- Lista de países
- Missões diplomáticas da Índia
- Religiões da Índia
- Transporte ferroviário na Índia
Ligações externas
- Governo da Índia – Portal Oficial do Governo Indiano
- Índia no The World Factbook
- Índia na UCB Libraries GovPubs
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