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Brasileiros brancos: diferenças entre revisões

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Durante o século [[XVII]], por cerca de um pouco mais de duas [[década]]s, em torno de oitenta mil holandeses invadiram e ocuparam a [[Capitania de Pernambuco]],<ref>[http://www.brasileirosnaholanda.com/entrevista/eduardofonseca.htm]</ref> que compreendia os territórios dos atuais estados de [[Pernambuco]], [[Paraíba]], [[Rio Grande do Norte]], [[Ceará]], [[Alagoas]] e a porção ocidental da [[Bahia]]. A ausência de mulheres holandesas estimulou a união e mesmo o casamento de oficiais militares e colonos holandeses com filhas de abastados senhores de engenho luso-brasileiros, e mais informalmente, dos praças militares holandeses com índias, negras, caboclas e mulatas locais, segundo o historiador Eduardo Fonseca, estas uniões teriam gerado na atualidade, cerca de um milhão de brasileiros nordestinos com ascendência holandesa,<ref>[holandesa.http://www.brasileirosnaholanda.com/novo/coluna.php?codColuna=214]</ref> e que esta origem teria inclusive influenciado parte da cultura nordestina, acredita-se que em suas manifestações culturais, o violino holandês teria sido incorporado, lá sendo chamado de rabeca.<ref>[holandesa.http://www.brasileirosnaholanda.com/novo/coluna.php?codColuna=214]</ref>
Durante o século [[XVII]], por cerca de um pouco mais de duas [[década]]s, em torno de oitenta mil holandeses invadiram e ocuparam a [[Capitania de Pernambuco]],<ref>[http://www.brasileirosnaholanda.com/entrevista/eduardofonseca.htm]</ref> que compreendia os territórios dos atuais estados de [[Pernambuco]], [[Paraíba]], [[Rio Grande do Norte]], [[Ceará]], [[Alagoas]] e a porção ocidental da [[Bahia]]. A ausência de mulheres holandesas estimulou a união e mesmo o casamento de oficiais militares e colonos holandeses com filhas de abastados senhores de engenho luso-brasileiros, e mais informalmente, dos praças militares holandeses com índias, negras, caboclas e mulatas locais, segundo o historiador Eduardo Fonseca, estas uniões teriam gerado na atualidade, cerca de um milhão de brasileiros nordestinos com ascendência holandesa,<ref>[holandesa.http://www.brasileirosnaholanda.com/novo/coluna.php?codColuna=214]</ref> e que esta origem teria inclusive influenciado parte da cultura nordestina, acredita-se que em suas manifestações culturais, o violino holandês teria sido incorporado, lá sendo chamado de rabeca.<ref>[holandesa.http://www.brasileirosnaholanda.com/novo/coluna.php?codColuna=214]</ref>


Destaca-se que uma estratégia de sobrevivência dos holandeses também influenciou a ser muito sutil a presença de descendentes de holandeses nas capitais nordestinas, com a vitória luso-brasileira, a maior parte das tropas e colonos holandeses fugiu de volta à [[Holanda]], mas um grande contingente de holandeses não pôde ou não quis retornar a Europa, principalmente comerciantes e numerosos soldados desertores do Exército Holandês,<ref>[http://revisandoahistoriabrasil.blogspot.com/]</ref> a maioria destes já estava há mais de vinte anos no Brasil, totalmente adaptados, falavam português, uniram-se com brasileiras e tinham filhos nascidos no Brasil, e seus negócios eram no Brasil. Com isso, muitos holandeses e suas famílias fugiram para o interior, principalmente para cidades litorâneas,<ref>[http://www.icb.ufmg.br/lbem/pdf/retrato.pdf]</ref> do interior do chamado nordeste setentrional, onde ocultavam ou "aportuguesavam" seus nomes de origem holandesa, para fugir das tropas luso-brasileiras e também da [[Inquisição]] católica, que também os perseguia por serem em maioria calvinistas ou judeus.<ref>[http://revisandoahistoriabrasil.blogspot.com/]</ref>
Destaca-se que uma estratégia de sobrevivência dos holandeses também influenciou a ser muito sutil a presença de descendentes de holandeses nas capitais nordestinas, com a vitória luso-brasileira, a maior parte das tropas e colonos holandeses fugiu de volta à [[Holanda]], mas um grande contingente de holandeses não pôde ou não quis retornar a Europa, principalmente comerciantes e numerosos soldados desertores do Exército Holandês,<ref>[http://revisandoahistoriabrasil.blogspot.com/]</ref> a maioria destes já estava há mais de vinte anos no Brasil, totalmente adaptados, falavam português, uniram-se com brasileiras e tinham filhos nascidos no Brasil, e seus negócios eram no Brasil. Com isso, muitos holandeses e suas famílias fugiram para o interior, principalmente para cidades litorâneas,<ref>[http://www.icb.ufmg.br/lbem/pdf/retrato.pdf]</ref> do interior do chamado nordeste setentrional, onde ocultavam ou "aportuguesavam" seus nomes de origem holandesa,como a família Cemelo de Buíque no agreste pernambucano, para fugir das tropas luso-brasileiras e também da [[Inquisição]] católica, que também os perseguia por serem em maioria calvinistas ou judeus.<ref>[http://revisandoahistoriabrasil.blogspot.com/]</ref>


=== Imigração em massa ===
=== Imigração em massa ===

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Brasileiros brancos




Ficheiro:EllenGracie.jpg
Brasileiros brancos notáveis: Ana HickmannGisele BündchenGeraldo AlckminNelsinho PiquetVera FischerSérgio Vieira de MelloAngélica KsyvickisPatrícia PillarPaulo CoelhoXuxaGuido MantegaGabriel Braga NunesRubens BarrichelloEike BatistaEllen Gracie Northfleet
População total

Brancos
91 051 646 brasileiros brancos
47,73% da população do Brasil[1]

Regiões com população significativa
Todas as regiões do Brasil. Predominante nas regiões Sul e Sudeste.
Línguas
Predominantemente português
Religiões
Católicos romanos 74,66% · Protestantes 15,16% · Sem religião 6,09% · Kardecismo 1,87% · Outros cristãos (inclui as Testemunhas de Jeová, Católicos brasileiros, Mormons e Ortodoxos) 1,19%.[2] Grupos minoritários incluem caucasianos que professam o budismo, judaísmo e islamismo.
Grupos étnicos relacionados
Brasileiros, Portugueses, Italianos, Alemães, Espanhóis, Árabes, Polacos, Ucranianos, Libaneses, Estadunidenses brancos, Franceses, Holandeses, Lituanos, Judeus

Os brasileiros brancos formam 47,73% da população do Brasil, são 91 051 646 pessoas, de acordo com o censo de 2010 do IBGE.[3] Os brancos estão presentes em todo o território brasileiro, embora as principais concentrações sejam encontradas no Sul e partes do Sudeste do país. Os brasileiros brancos são todas as pessoas que são descendentes ou parcialmente descendentes de imigrantes europeus e de outros imigrantes brancos. As principais ascendências dos brasileiros brancos são de portugueses, italianos, espanhóis, alemães, incluindo austríacos, grupos eslavos e árabes como libaneses.[4]

História

Colonização europeia

"A Primeira Missa no Brasil", por Victor Meirelles.

O Brasil recebeu mais imigrantes europeus na sua época colonial do que os Estados Unidos da América. Entre 1500 e 1760, 700.000 europeus se instalaram no Brasil, enquanto 530.000 europeus se instalaram nos Estados Unidos no mesmo período.[5]

Uma característica da colonização portuguesa é que ela era feita principalmente por homens. A falta de mulheres europeias foi um problema enfrentado durante a maior parte da colonização do Brasil. A Coroa Portuguesa enviava mulheres órfãs para o casamento com colonos, mas grande parte dos colonos estavam envolvidos em relacionamentos com mulheres indígenas ou com escravas africanas. No entanto, nem todos os colonos portugueses tinham relações inter-raciais: no final do século XVI, metade da população do Brasil era formada por brancos. É notável que a maioria dos colonos portugueses chegaram ao Brasil no século XVIII: 600.000 em um período de apenas 60 anos. A exploração de ouro na região de Minas Gerais foi um fator crucial para a chegada deste contingente de imigrantes.[5]

Antes do século XIX, os franceses invadiram o país duas vezes, estabelecendo assentamentos pequenos e breves (Rio de Janeiro, 1555-60; Maranhão, 1612-15);[6] Em 1630, os holandeses fizeram o ataque mais significativo ao controle português sobre o Brasil. Na época, Portugal estava em uma união dinástica com a Espanha e a hostilidade holandesa contra a Espanha foi transferida para Portugal. Os holandeses chegaram a controlar a maior parte do Nordeste brasileiro - então a parte mais dinâmica do Brasil - por cerca de 25 anos, mas foram incapazes de alterar a composição étnica da população colonizadora, que permaneceu maioritariamente de origem e cultura portuguesa.[7]

No início, a maioria dos imigrantes eram etnicamente portugueses, mas alguns dos primeiros colonos eram, na verdade, portugueses judeus.[8] De acordo com Manolo Florentino e Cacilda Machado, 45% dos portugueses que se estabeleceram em São Paulo em 1801 eram do Minho, 20% a partir das Ilhas dos Açores, 16% de Lisboa e 19% de outras partes. Durante toda a história do Brasil, a maioria dos imigrantes vieram do Norte de Portugal.[9] Um número muito pequeno de outros europeus, que não eram portugueses, conseguiram entrar no Brasil.[10]

Invasão Holandesa

Durante o século XVII, por cerca de um pouco mais de duas décadas, em torno de oitenta mil holandeses invadiram e ocuparam a Capitania de Pernambuco,[11] que compreendia os territórios dos atuais estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Alagoas e a porção ocidental da Bahia. A ausência de mulheres holandesas estimulou a união e mesmo o casamento de oficiais militares e colonos holandeses com filhas de abastados senhores de engenho luso-brasileiros, e mais informalmente, dos praças militares holandeses com índias, negras, caboclas e mulatas locais, segundo o historiador Eduardo Fonseca, estas uniões teriam gerado na atualidade, cerca de um milhão de brasileiros nordestinos com ascendência holandesa,[12] e que esta origem teria inclusive influenciado parte da cultura nordestina, acredita-se que em suas manifestações culturais, o violino holandês teria sido incorporado, lá sendo chamado de rabeca.[13]

Destaca-se que uma estratégia de sobrevivência dos holandeses também influenciou a ser muito sutil a presença de descendentes de holandeses nas capitais nordestinas, com a vitória luso-brasileira, a maior parte das tropas e colonos holandeses fugiu de volta à Holanda, mas um grande contingente de holandeses não pôde ou não quis retornar a Europa, principalmente comerciantes e numerosos soldados desertores do Exército Holandês,[14] a maioria destes já estava há mais de vinte anos no Brasil, totalmente adaptados, falavam português, uniram-se com brasileiras e tinham filhos nascidos no Brasil, e seus negócios eram no Brasil. Com isso, muitos holandeses e suas famílias fugiram para o interior, principalmente para cidades litorâneas,[15] do interior do chamado nordeste setentrional, onde ocultavam ou "aportuguesavam" seus nomes de origem holandesa,como a família Cemelo de Buíque no agreste pernambucano, para fugir das tropas luso-brasileiras e também da Inquisição católica, que também os perseguia por serem em maioria calvinistas ou judeus.[16]

Imigração em massa

Imigrantes italianos posando para fotografia no pátio central da Hospedaria dos Imigrantes (atual Memorial do Imigrante), em São Paulo, ca. 1890.

Foi somente em 1818, depois de 700.000 portugueses se terem estabelecido em território brasileiro,[17] que os governantes portugueses abandonaram o princípio de restringir a entrada de pessoas que não eram portuguesas. Nesse ano, mais de dois mil imigrantes suíços do cantão de Friburgo vieram a se estabelecer em uma área inóspita perto do Rio de Janeiro que mais tarde seria rebatizada de Nova Friburgo.[18] A presença de imigrantes alemães teve uma grande importância na ocupação do sul do Brasil. Eles fundaram comunidades rurais, que mais tarde se tornaram cidades prósperas, como foi o caso de São Leopoldo, Joinville e Blumenau.[19]

O fim do comércio de escravos (1850) e da abolição da escravatura (1888) foram cruciais para a entrada de milhões de europeus no Brasil. A produção de café, principal produto do Brasil na época, começou a sofrer com a escassez de trabalhadores. O governo brasileiro abriu as suas portas aos imigrantes. A partir de 1875, os italianos começaram a entrar no Brasil em grande número. De 1884 a 1933, 1,4 milhões de italianos imigraram para o Brasil,[20] 70% dos quais se fixaram no estado de São Paulo. O Brasil é hoje o país com a maior população de origem italiana fora da própria Itália: 25 milhões de brasileiros são descendentes de italianos.[21]

O período da grande imigração europeia no Brasil, entre 1880 e 1930, trouxe ao país mais de 5 milhões de europeus. A maioria eram italianos e portugueses, seguidos pelos espanhóis, alemães, poloneses,[22] e ucranianos. É notável que a maior parte da onda mais recente de imigração europeia para o Brasil se assentou no Sul e Sudeste do Brasil.

De acordo com estimativa do IBGE, o Brasil recebeu, ao todo, por volta de 4,8 milhões de imigrantes portugueses, italianos, espanhóis e alemães.[23] Nessa estimativa não foram incluídos outros imigrantes europeus como os poloneses e os ucranianos, dentre outros grupos europeus que se estabeleceram no Brasil.

Uma pesquisa realizada com mais de 34 milhões de brasileiros, dos quais quase vinte milhões se declaram brancos, perguntou a origem étnica dos participantes de cor ou raça branca. A maioria apontou origem brasileira (45,53%). 15,72% apontou origem italiana, 14,50% portuguesa, 6,42% espanhola, 5,51% alemã e 12,32% outras origens, que incluem africana, indígena, judaica e árabe.[24]

Os números condizem fortemente com o passado imigratório no Brasil. Entre o final do século XIX e início do século XX, sobretudo após a Abolição da Escravatura, o Estado brasileiro passou a incentivar a vinda de imigrantes para substituir a mão-de-obra africana. Entre 1870 e 1951, de Portugal e da Itália chegaram números próximos de imigrantes, cerca de 1,5 milhão de italianos e 1,4 milhão de portugueses. Da Espanha chegaram cerca de 650 mil e da Alemanha em torno de 260 mil imigrados. Os números refletem as porcentagens das origens declaradas pelos brancos brasileiros.[25]

Genética

DNA autossômico

Obra Redenção de Can[26] (1895). Avó negra, filha mulata, genro e neto brancos, para o governo brasileiro da época, a cada geração o brasileiro ficaria mais branco. Quadro de Modesto Brocos y Gomes.

Os brasileiros ("brancos", "pardos" e "negros"), no geral, possuem ancestralidades europeia, africana e indígena. A europeia sendo importante sobretudo nos "brancos" e "pardos". A ancestralidade "africana" é maior entre os "negros". A ancestralidade indígena encontra-se presente em todas as regiões, em "brancos", "pardos" e "negros" brasileiros, embora tendendo a um grau menor.

De acordo com um estudo de DNA autossômico de 2008, conduzido pela Universidade de Brasília (UnB), com "brancos", "pardos" e "negros", a ancestralidade européia é a predominante em todas as regiões do Brasil, respondendo por 65,90% da herança da população, seguida de uma grande contribuição africana (24,80%) e de uma contribuição indígena menor (9,3%).[27]

De acordo com o estudo autossômico de 2011, com aproximadamente 1000 amostras de brasileiros "brancos", "pardos" e "negros", levado a cabo pelo geneticista brasileiro Sérgio Pena, o componente europeu é o predominante na população do Brasil, em todas as regiões nacionais, com contribuições africanas e indígenas. De acordo com esse estudo, a ancestralidade européia responde por 70% da herança da população brasileira.[28] Esse estudo foi realizado com base em doadores de sangue, sendo que a maior parte dos doadores de sangue no Brasil vêm das classes mais baixas (além de enfermeiros e demais pessoas que laboram em entidades de saúde pública, representando bem, assim, a população brasileira). [29]. Esse estudo constatou que os brasileiros de diferentes regiões são geneticamente muito mais homogêneos do que se esperava, como consequência do predomínio europeu (o que já havia sido mostrado por vários outros estudos genéticos autossômicos, como se pode ver abaixo). “Pelos critérios de cor e raça até hoje usados no censo, tínhamos a visão do Brasil como um mosaico heterogêneo, como se o Sul e o Norte abrigassem dois povos diferentes”, comenta o geneticista. “O estudo vem mostrar que o Brasil é um país muito mais integrado do que pensávamos.” A homogeneidade brasileira é, portanto, muito maior entre as regiões do que dentro delas, o que valoriza a heterogeneidade individual. Essa conclusão do trabalho indica que características como cor da pele são, na verdade, arbitrárias para categorizar a população. [30]

Já de acordo com um estudo genético autossômico feito em 2010 pela Universidade Católica de Brasília, publicado no American Journal of Human Biology, a herança genética europeia é a predominante no Brasil, respondendo por entre 75% e 80% total, "brancos", "pardos" e "negros" incluídos.[31] Os resultados também mostravam que, no Brasil, indicadores de aparência física, como cor da pele, dos olhos e dos cabelos, têm relativamente pouca relação com a ascendência de cada pessoa (ou seja, o fenótipo de uma pessoa não indica claramente o seu genótipo).[32] [33] [34] Esse estudo foi realizado com base em amostras de testes de paternidade gratuitos, conforme exposto pelos pesquisadores: "os teste de paternidade foram gratuitos, as amostras da população envolvem pessoas de variável perfil socioeconômico, embora provavelmente com um viés em direção ao grupo dos 'pardos'".[35]

De acordo com outro estudo, de 2009, os brasileiros, como um todo, e de todas as regiões, e independentemente de aparência ou classificação pelo censo, estão bem mais perto dos europeus do que dos mestiços do México, e dos africanos, do ponto de vista genético.[36]

Linhagens paternas e maternas

Através de um importante mapeamento genético, chegou-se à conclusão que o brasileiro identificado como "branco" é descendente quase que exclusivamente de europeus do lado paterno (90%) (haplogrupos paternos encontrados no cromossomo y). Já no lado materno (haplogrupos maternos, DNA mitocondrial), apresenta 33% de linhagens ameríndias, 28% de africanas e 39% de européias.[37] Isso é explicado historicamente: no início da colonização, nem todos colonos portugueses trouxeram suas mulheres, o que acarretou no relacionamento entre homens portugueses com mulheres indígenas e, mais tarde, com as africanas. As linhagens paternas e maternas permitem inferir o padrão de relacionamento no Brasil colônia: homens europeus (que controlavam o lugar) com mulheres européias e não européias. A absorção de ancestralidade indígena deu-se através de mulheres indígenas. O que aconteceu foi que muitos dos frutos dessas uniões iniciais vieram a se casar com recém chegados da Europa, dessa forma diluindo a contribuição não européia.[38] As linhagens maternas e paternas não determinam nem o fenótipo nem o coeficiente de "mistura". São retratos de apenas uma linhagem, de antepassado remoto, não servindo para quantificar o grau de ancestralidade em uma determinada população, o que é possível somente estudos através de DNA autossômico, os quais revelam todos os antepassados de uma dada pessoa, e não apenas uma linhagem materna ou paterna. Nos Brasileiros "brancos" e "pardos" a ancestralidade autossômica (a soma dos antepassados de um determinado indivíduo)tende na maior parte dos casos, de acordo com os estudos genéticos já levados a cabo, a ser predominantemente Européia, com um DNA mitocondrial (linhagem materna) não europeu (o que acusa uma antepassada não Européia em algum lugar no passado na linhagem materna), o que é explicado por sucessivas casamentos de mulheres brasileiras com novos colonizadores, durante a formação do povo brasileiro. [39] Em "O Feudo", Luiz Alberto Moniz Bandeira conta história similar: a história dos descendentes da indígena Paraguassu com o colonizador português conhecido como Caramuru. Todos os seus descendentes casaram-se com europeus que vieram em seguida, sendo que esse processo repetiu-se nas gerações seguintes. Em "São Paulo no século XVI", Afonso de Escragnolle Taunay tem um capítulo inteiro dedicados às mulheres européias que vieram ao Brasil colônia (o que está amplamente demonstrado; como exemplo cite-se Genebra Leitão de Vasconcelos, esposa de Antonio de Oliveira, bem como Margarida Correa, esposa de Antonio Vaz Guedes, que vieram ao Brasil no século XVI), o que já havia sido demonstrado por Frei Gaspar da Madre de Deus e também por Pedro Taques de Almeida Paes Leme.A herança europeia seria dominante, por volta de 80% do patrimônio genético da população (chegando a 90% na região sul do país).

Pesquisas genéticas recentes feitas por um laboratório brasileiro descobriram que em torno de 1/5 dos nordestinos (19%) possuem haplogrupo paterno (linhagem paterna) que vem da Holanda , o que colocaria o Nordeste do Brasil na segunda posição como região de maior população com influência genética de europeus não latinos (sobretudo saxões) do Brasil (após a Região Sul, com 28% de descendentes de europeus saxões e eslavos).[40]

Demografia

  – Estados com maioria da população branca.
  – Estados com maioria da população parda.

A distribuição de pessoas brancas pelo território brasileiro não é uniforme, devido a fatores históricos de colonização e povoamento. O Sul do Brasil é, historicamente, a região com maior percentual de brancos, somando hoje 78,5%. Isto deve-se ao seu modelo colonizador: até meados do século XIX, tratava-se de uma região muito pouco povoada, após a redução da população nativa do Brasil. A chegada de imigrantes, em sua maioria alemães e italianos, teve um enorme peso demográfico, pois povoaram regiões anteriormente vazias ou habitadas pelos índios.[41] O Sudeste do Brasil também é uma região de maior percentual de brancos, compondo hoje 56,7%, pois foi grande receptor de imigrantes europeus, como portugueses, italianos e espanhóis. Porém, o componente negro africano e mestiço foi de fundamental importância étnica regional.[42]

No restante do país, o número de brancos é superado pelo número de pardos. Tal fato é historicamente explicável: O Sul e Sudeste do Brasil receberam a esmagadora maioria dos imigrantes europeus no período da grande imigração (entre 1870 e 1920), em decorrência da falta de mão-de-obra nas lavouras de café e no campo em geral. As outras regiões que na época tinham economia praticamente estagnada, não precisavam de imigrantes. Em decorrência, a população dessas regiões é na sua maioria de pardos descendente de antigos colonos portugueses, que se miscigenaram com índios e negros.[carece de fontes?]

Segundo pesquisa de Estados do Brasil por porcentagem de raça feita pelo IBGE segundo dados de 2007, regiões do Nordeste como o Recôncavo baiano e a maior parte litorânea são em sua maioria de mestiços, como mulatos e mamelucos ou mesmo uma mistura dos três grupos étnicos, além de uma boa parcela de caboclos, seguidos de brancos [43]. Porém há alguns municípios nordestinos, principalmente do interior do Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco, onde a concentração de brancos é mais imponente em relação a de pardos, provável herança genética holandesa. Na região amazônica, mestiço de índio e branco, é predominante. O Centro-Oeste, região recentemente povoada, teve nos nordestinos sua principal fonte de migrantes, principalmente no Distrito Federal. A única exceção é o Mato Grosso do Sul, grande receptor de agricultores sulistas de origem alemã e italiana.[carece de fontes?]

A demografia das etnias brasileiras é um tema delicado: nos censos mais recentes, a prática mais aceita quanto a etnia era deixar a atribuição de etnia que a pessoa entrevistada tem de si própria. Os dados do censo, portanto, não refletem a ascendência genética, mas a auto-consciência cultural sobre a própria etnia.

Por estado

Os estados brasileiros com as percentagens mais elevadas de brancos são os três localizados no Sul do país: Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Estes estados, assim como São Paulo, foram ocupados principalmente por imigrantes italianos, alemães, portugueses e espanhóis. Os outros estados brasileiros são aqueles cuja população é principalmente de ascendência portuguesa.

Dados de 2009:[44][45]

Os estados brasileiros com as menores percentagens de brancos estão situados nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Ambas têm uma forte influência africana e indígena em suas populações. Três unidades federativas da Região Centro-Oeste e duas da Região Sudeste também possuem percentagens menores de brancos.

Por região

As grandes regiões do Brasil por porcentagem de indivíduos brancos (dados de 2009[46]):

  1. Região Sul: 78,5% de brancos (21.498.709 de pessoas)
  2. Região Sudeste: 56,7% (45.566.620)
  3. Região Centro-Oeste: 41,7% (5.862.225)
  4. Região Nordeste: 28,8% (15.287.601)
  5. Região Norte: 23,6% (3.744.011)

Por município

Blumenau, em Santa Catarina, onde 94,55% se declarou branca.

Segundo dados do recenseamento de 2000, feito pelo IBGE,[47] dos dez municípios brasileiros com maior população autodeclarada branca, seis estavam no Rio Grande do Sul e quatro em Santa Catarina, zonas de tradicional imigração alemã e italiana.

Ver também

Predefinição:Portal-Br

Referências

  1. http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2009/tabelas_pdf/brasil_1_2.pdf
  2. http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?z=cd&o=7&i=P&c=2094
  3. http://www.fatimanews.com.br/noticias/populacao-que-se-declara-branca-diminui-diz-ibge_116224/
  4. The Phylogeography of Brazilian Y-Chromosome Lineages
  5. a b Renato Pinto Venâncio, "Presença portuguesa: de colonizadores a imigrantes", chap. 3 of Brasil: 500 anos de povoamento (IBGE). Relevant extract available here
  6. Paul Louis Jacques Gaffarel, Histoire du Bresil français au seizième siècle (Paris: Maison Neuve, 1878).
  7. Johannes Menne Postma, The Dutch in the Atlantic slave trade, 1600-1815 (Cambridge: Cambridge University Press, 1990; ISBN 0521365856), pp. 18-20 (here at Google Books).
  8. Anita Novinsky, Raízes ocultas do Brasil, O Globo Newspaper, 09.24.2006
  9. Florentino, Manolo, and Machado, Cacilda. Ensaio sobre a imigração portuguesa e os padrões de miscigenação no Brasil (séculos XIX e XX) - 2002 - Portugueses (PDF file)
  10. Flávia de Ávila, Entrada de Trabalhadores Estrangeiros no Brasil: Evolução Legislativa e Políticas Subjacentes nos Séculos XIX e XX. PhD thesis. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2003. pp 31-32. (Available here [1.21MB PDF file].) Ávila cites Manuel Diégues Júnior, Imigração, urbanização e industrialização: Estudo sobre alguns aspectos da contribuição cultural do imigrante no Brasil (Brasília: MEC, 1964), p. 18.
  11. [1]
  12. [holandesa.http://www.brasileirosnaholanda.com/novo/coluna.php?codColuna=214]
  13. [holandesa.http://www.brasileirosnaholanda.com/novo/coluna.php?codColuna=214]
  14. [2]
  15. [3]
  16. [4]
  17. Renato Pinto Venâncio, "Presença portuguesa: de colonizadores a imigrantes", chap. 3 of Brasil: 500 anos de povoamento (IBGE). Relevant extract available here.
  18. "A Colônia Suíça de Nova Friburgo", Secretaria Municipal de Educação Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.
  19. imigracao II
  20. Imigração no Brasil
  21. Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria
  22. Especiais - Agência Brasil
  23. http://www.ibge.gov.br/brasil500/home.html
  24. http://br.monografias.com/trabalhos/fora-diversidade-identidades/fora-diversidade-identidades2.shtml#_Toc143094349  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  25. http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/povoamento/tabelas/imigracao_nacionalidade.htm  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  26. (em português)Ciência Hoje - Livro explica surgimento do Homo brasilis
  27. http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3873
  28. http://www.plosone.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0017063
  29. http://www.amigodoador.com.br/estatisticas.html Profile of the Brazilian blood donor
  30. http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2011/02/nossa-heranca-europeia/?searchterm=Pena
  31. «Título ainda não informado (favor adicionar)» 
  32. http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u633465.shtml
  33. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19639555
  34. http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ajhb.20976/pdf
  35. http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ajhb.20976/pdf
  36. http://www.alvaro.com.br/pdf/trabalhoCientifico/ARTIGO_BRASIL_LILIAN.pdf
  37. http://web.educom.pt/p-pmndn/genes_cabral.htm
  38. http://www.laboratoriogene.com.br/?area=genealogiaAncestralidadeDiferenca
  39. http://www.laboratoriogene.com.br/?area=genealogiaAncestralidadeDiferenca
  40. [http://www.laboratoriogene.info/Cientificos/retrato.pdf |título=Retrato Molecular do Brasil |língua=Português |autor=Sérgio D. J. Pena, Denise R. Carvalho-Silva, Juliana Alves-Silva, Vânia F. Prado |obra=CIÊNCIA HOJE • vol. 27 • nº 159 |data=Abril de 2000|acessodata=30 de outubro de 2011}}
  41. http://www.diasmarques.adv.br/pt/historico_imigracao_brasil.htm
  42. «Síntese dos Indicadores Sociais 2010» (PDF). Tabela 8.1 - População total e respectiva distribuição percentual, por cor ou raça, segundo as Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas - 2009. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 19 set. 2010 
  43. http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2008/indic_sociais2008.pdf
  44. «Síntese dos Indicadores Sociais 2010» (PDF). Tabela 8.1 - População total e respectiva distribuição percentual, por cor ou raça, segundo as Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas - 2009. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 19 set. 2010 
  45. «Síntese dos Indicadores Sociais 2010» (PDF). Tabela 8.1 - População total e respectiva distribuição percentual, por cor ou raça, segundo as Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas - 2009. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 19 set. 2010 
  46. «Síntese dos Indicadores Sociais 2010» (PDF). Tabela 8.1 - População total e respectiva distribuição percentual, por cor ou raça, segundo as Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas - 2009. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 19 set. 2010 
  47. www.sidra.ibge.gov.br