Reencarnação: diferenças entre revisões

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'''Reencarnação''' é uma ideia central de diversos sistemas [[filosofia|filosóficos]] e [[religião|religiosos]], segundo a qual uma porção do [[Ser]] é capaz de subsistir à morte do corpo. Chamada [[consciência]], [[espírito]] ou [[alma]], essa porção seria capaz de ligar-se sucessivamente a diversos corpos para a consecução de um fim específico, como o [[Doutrina Espírita|auto-aperfeiçoamento]] ou a anulação do [[carma]]. A reencarnação pode ser definida como a ação de encarnar-se sucessivas vezes, ou seja, derivada do conceito aceito por doutrinas religiosas e filosóficas de que, na morte física, a alma não entra num estágio final, mas volta ao ciclo de renascimentos. [[Heródoto]] menciona esta doutrina como sendo de origem egípcia, sendo que nessa concepção a reencarnação se dava instantaneamente após a morte, passando a alma para uma criatura que estava nascendo (que poderia ser da terra, da água ou do ar), percorrendo todas as criaturas em um ciclo de três mil anos.<ref name=pitagoras/><ref>{{citar heródoto|2|123}}</ref>
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A reencarnação encontra defesa na filosofia desde [[Pitágoras]].<ref name=pitagoras>Huffman, Carl, [http://plato.stanford.edu/archives/sum2014/entries/pythagoras/ "Pythagoras"], The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Summer 2014 Edition), Edward N. Zalta (ed.)</ref> Atualmente, este conceito é aceito por filosofias e religiões do mundo todo, em especial na Ásia. É chamada também de [[transmigração|transmigração da alma]] e [[metempsicose]] (esta última denominação é mais encontrada em filosofias orientais em que admite-se que alma pode regressar em corpos de animais).
A reencarnação encontra defesa na filosofia desde [[Pitágoras]].<ref name=pitagoras>Huffman, Carl, [http://plato.stanford.edu/archives/sum2014/entries/pythagoras/ "Pythagoras"], The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Summer 2014 Edition), Edward N. Zalta (ed.)</ref> Atualmente, este conceito é aceito por filosofias e religiões do mundo todo, em especial na Ásia.


Objeto de estudo da [[pseudociência]] da [[parapsicologia]], o [[consenso científico]] atual não suporta as alegações deste e de outros supostos fenômenos [[paranormal|paranormais]].<ref>[[#pigliucci|Goode, 2013]]</ref>
Objeto de estudo da [[pseudociência]] da [[parapsicologia]], o [[consenso científico]] atual não suporta as alegações deste e de outros supostos fenômenos [[paranormal|paranormais]].<ref>[[#pigliucci|Goode, 2013]]</ref>

Revisão das 11h26min de 27 de janeiro de 2018

Platão foi um dos principais defensores da reencarnação e enfocou este tema principalmente em seus diálogos Mênon, Fédon, Fedro e A República.[1]

Reencarnação é uma ideia central de diversos sistemas filosóficos e religiosos, segundo a qual uma porção do Ser é capaz de subsistir à morte do corpo. Chamada consciência, espírito ou alma, essa porção seria capaz de ligar-se sucessivamente a diversos corpos para a consecução de um fim específico, como o auto-aperfeiçoamento ou a anulação do carma. A reencarnação pode ser definida como a ação de encarnar-se sucessivas vezes, ou seja, derivada do conceito aceito por doutrinas religiosas e filosóficas de que, na morte física, a alma não entra num estágio final, mas volta ao ciclo de renascimentos. Heródoto menciona esta doutrina como sendo de origem egípcia, sendo que nessa concepção a reencarnação se dava instantaneamente após a morte, passando a alma para uma criatura que estava nascendo (que poderia ser da terra, da água ou do ar), percorrendo todas as criaturas em um ciclo de três mil anos.[2][3]

A reencarnação encontra defesa na filosofia desde Pitágoras.[2] Atualmente, este conceito é aceito por filosofias e religiões do mundo todo, em especial na Ásia.

Objeto de estudo da pseudociência da parapsicologia, o consenso científico atual não suporta as alegações deste e de outros supostos fenômenos paranormais.[4]

Características

A reencarnação é um dos pontos fundamentais de religiões do Egito Antigo, do hinduísmo (já pregava esse conceito 5 mil anos antes de Cristo), do Budismo,[5] do jainismo, do sikhismo, do raoísmo, do Culto de Tradição aos Orixás (Òrìsà), de várias tradições indígenas,[6] do Vodu, da Cabala judaica, do rosacrucianismo, do espiritismo e suas dissidências, da Teosofia, da Wicca, do Eckankar, da Cientologia, da filosofia pitagórica, da filosofia socrática-platônica, etc. Existem vertentes místicas do cristianismo como, por exemplo, o cristianismo esotérico, que também admitem a reencarnação. É comum a concepção de que o budismo[7] pregue a reencarnação, no entanto essa noção tem sido contestada por algumas fontes budistas. Para mais detalhes veja renascimento.

A crença na reencarnação também é parte da cultura popular ocidental, e sua representação é frequente no cinema.

Origens

Segundo Diodoro Sículo, Pitágoras se lembrava de ter sido Euforbo, filho de Panto, que foi morto por Menelau na Guerra de Troia.[8]

Entre as tentativas de dar uma base "científica" a essa crença, destaca-se o trabalho do psiquiatra Dr. Ian Stevenson, da Universidade da Virgínia, Estados Unidos, que recolheu dados sobre mais de 3000 casos em todo o mundo que evidenciariam a reencarnação.[9] Os resultados foram bem expressivos.[10][11]

Segundo os dados levantados pelo Dr. Stevenson, os relatos de vidas passadas surgem geralmente aos dois anos de idade, desaparecendo com o desenvolvimento do cérebro. Uma constante aparece na proximidade familiar, embora haja casos sem nenhum relacionamento étnico ou cultural. Mortes na infância, de forma violenta, aparentam ser mais relatadas. A repressão para proteger a criança ou a ignorância do assunto faz com que sinais que indiquem um caso suspeito normalmente sejam esquecidos ou escondidos.

Influências comportamentais como fragmentos de algum idioma, fobias, depressões, talentos precoces (como em crianças prodígio), etc, podem surgir, porém a associação peremptória desses fenômenos com encarnações passadas continua a carecer de fundamentação científica consistente.

Dentre os trabalhos desenvolvidos por Dr. Stevenson sobre a reencarnação, destaca-se as obras Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação e "Reencarnação e Biologia: Uma Contribuição à Etiologia das Marcas de Nascença e Defeitos de Nascença".

Reencarnação e metempsicose

A transmigração das almas ou metempsicose é uma interpretação da reencarnação, seguida por alguns adeptos de ensinamentos orientais, que propõe que o homem pode reencarnar de modo não-progressivo em animais, plantas ou minerais. Esse conceito é muitas vezes entendido literalmente, mas muitas tradições orientais entendem esse conceito miticamente, ou seja, significa que quem vive de forma primitiva, satisfazendo apenas seus desejos primitivos pode estar em uma reencarnação como animal mesmo em uma forma e corpo humano. O espiritismo não coloca a metempsicose como uma forma possível de reencarnação; Allan Kardec refuta-a n'O Livro dos Espíritos, através da síntese de diversas comunicações mediúnicas (com os espíritos) e do uso de provas lógicas, em concordância com a cientificidade da doutrina. Para o Espiritismo, as reencarnações levam sempre à evolução: o ser parte dos estados mais materiais (mineral, vegetal e animal) para se tornar consciente de seu caminho no estado humano ou hominal; daí, se entrega ao saber, à moral e à verdade, conquistando estados mais imateriais e puros (angelicais). Essa sequência pode se realizar em mais ou menos tempo, em mundos diferentes e em estados vitais diferenciados, de acordo com o mundo (a crença de vida fora da Terra é parte do Espiritismo, porém de forma diferente das teorias ufológicas e exobiológicas).

Reencarnação e cristianismo

Segundo São Jerónimo e outros estudiosos, o padre da igreja Orígenes defendia a reencarnação. [12][13][14]

Diversos estudiosos espíritas e espiritualistas defendem que, durante os seis primeiros séculos de nossa era, a reencarnação era um conceito admitido por muitos cristãos. De acordo com eles, numerosos Padres da Igreja ensinaram essa doutrina e apenas após o Segundo Concílio de Constantinopla (553) é que a reencarnação foi proscrita na prática da igreja, apesar de tal decisão não ter constado dos anais do Concílio. Afirmam ainda que Orígenes (185-253 d.C.), que influenciou bastante a teologia cristã, defendeu a ideia da reencarnação,[14] além dos escritos de Gregório de Níssa (um bispo da igreja cristã no século IV) entre outros. Entretanto, segundo os teólogos cristãos tais afirmativas carecem de fundamentação histórico-documental. Mas muitos teólogos cristãos se opõem à teoria da reencarnação, como, também, à ideia de que ela era admitida pelos cristãos primitivos. Argumentam que não há referências na Bíblia, nem citações de outros Padres da Igreja, e que as próprias afirmações de Orígenes e de Gregório de Nisa aduzidas pelos estudiosos espíritas e de outras crenças espiritualistas, não são por aqueles citadas senão para as refutarem. Por outro lado, com base na análise da atas conciliares do Concílio de Constantinopla, constatam que os que ali se reuniram sequer citaram a doutrina da reencarnação - fosse para a afirmar ou para a rejeitar. Contra a reencarnação, os teólogos cristãos ainda citam Hebreus 9:27, o episódio dos dois ladrões na cruz em Lucas 23:39–44, a parábola do rico e Lázaro e Jó 10:21.

Passagens do Novo Testamento, como Mateus 11:12–15, Mateus 16:13–17 e Mateus 17:10–13, Marcos 6:14–15, Lucas 9:7–9 e João 3:1–12 são citadas por espíritas e muitos outros espiritualistas como evidência de que Jesus teria explicitamente anunciado a reencarnação.

Tanto a Igreja Católica como os protestantes em geral denunciam a crença na reencarnação como herética.

As Testemunhas de Jeová rejeitam a ideia de reencarnação. Ao contrário disso, as Testemunhas de Jeová creem no que a Bíblia ensina em «Há de haver uma ressurreição» (Atos 24:15). Elas acreditam que a alma humana não é imortal, mas sim mortal e destrutível. A morte como sendo o oposto da vida, isto é, a inexistência em contraste com a existência. Deus disse claramente que os mortos voltariam para o lugar de onde vieram — o pó da terra: «Dele foste tomado. Porque tu és pó e ao pó voltarás» (Gênesis 3:19). Assim, as Testemunhas de Jeová acreditam e ensinam que os mortos estão num estado de inexistência e que a mesma pessoa voltará a viver, não no mundo como está hoje, mas num mundo purificado por Deus, numa sociedade realmente justa, no futuro, aqui mesmo na Terra e receberão a vida eterna como humanos perfeitos.

O cristianismo esotérico, por outro lado, admite e endossa abertamente a reencarnação - que é, inclusive, um dos pilares de sua doutrina. As teses reencarnacionistas, portanto, independentemente de serem corretas ou não, não encontram apoio na tradição judaico-cristã, cuja ortodoxia doutrinária as considera, na verdade, importações de outras tradições, tal como o hinduísmo e o budismo.

Existem provas históricas de que a doutrina da reencarnação contava com adeptos no antigo judaísmo, embora somente após escrita do Talmud - não há referências a ela neste livro, tampouco se conhecem alusões em escrituras prévias. A ideia da reencarnação, chamada gilgul, tornou-se comum na crença popular, como pode ser constatado na literatura iídiche entre os judeus ashkenazi. Entre poucos cabalistas, prosperou a crença de que algumas almas humanas poderiam reencarnar em corpos não-humanos. Essas ideias foram encontradas em diversas obras cabalísticas do século XIII, assim como entre muitos escritos místicos do século XVI. A coleção de histórias de Martin Buber sobre a vida de Baal Shem Tov inclui várias que se referem a pessoas reencarnando em sucessivas vidas.

Espiritismo

Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei, em francês no túmulo de Allan Kardec.

No século 19, o francês Hippolyte Leon Denizard Rivail – ou Allan Kardec – e outros estudiosos dedicaram-se a um tema então em voga na Europa: os fenômenos das mesas giratórias, em que os sensitivos alegavam que espíritos se manifestavam com o mundo dos vivos. Kardec escreveu uma série de livros sobre as experiências mediúnicas que observou e, tendo como base a idéia da reencarnação, fundou a doutrina espírita. Para os espíritas, reencarnação é um ponto pacífico. Mas muitos deles preferem dar crédito a relatos embasados no cientificismo.[15] O espiritismo é grande divulgador da doutrina da reencarnação no Brasil e na maioria dos países ocidentais, defendendo que a reencarnação é um processo obrigatório até o espírito não precisar mais reencarnar e isso se dá quando ele se torna um espírito puro. A reencarnação é uma oportunidade para o espírito se aperfeiçoar, intelectualmente, através do trabalho e estudo, e moralmente, através do amor ao próximo, ou seja, caridade. Assim, ela é vista como uma bênção pelo espírito, pois é uma oportunidade de progresso. Além de trabalhar para o seu desenvolvimento, o espírito quando reencarna, também vêm expiar faltas que cometeu em encarnações anteriores. Por exemplo, um assassino em série poderá reencarnar sem os braços e sem as pernas, para que aprenda a amar mais o seu próximo, pois nessa condição precisaria constantemente dos outros; ou por exemplo, uma mãe que menosprezou seu filho, poderia reencarnar em uma família que a menosprezasse, compelindo-a a repensar seus atos. Cada reencarnação é minuciosamente planejada pelos espíritos superiores, para dar a máxima oportunidade do espírito reencarnante de se desenvolver, e obter o máximo de proveito de sua encarnação.

Para o espiritismo, a reencarnação é uma prova da justiça de Deus, que dá inúmeras oportunidades para o espírito se aperfeiçoar, em vez de mandá-lo para o céu, ou o inferno eterno porque simplesmente nasceu em uma família que não lhe deu a educação adequada. Segundo essa mesma doutrina, se o espírito se entrega à corrupção dos valores ético-morais, ele terá "incontáveis" oportunidades de se aperfeiçoar, angariando parte das consequências funestas, pelos crimes que cometeu, para suas próximas reencarnações.

Reencarnação e ciência

A crença na sobrevivência da consciência após a morte é comum e tem-se mantido por toda a história da humanidade. Quase todas as civilizações na história tem tido um sistema de crença relativo à vida após a morte. Cientificamente, entretanto, inexiste qualquer fato que prove ou refute a hipótese.[carece de fontes?]

As investigações científicas sobre a reencarnação acontecem de forma relativamente ampla desde os anos 60 e constituem um ramo da pseudociência da parapsicologia.[16][17][18]

Apesar de muitas pesquisas concluírem resultados favoráveis à reencarnação,[11][16] até o momento não se conhece nenhum processo físico testável pelo qual uma personalidade pudesse sobreviver à morte e se deslocar para outro corpo. De modo que cientistas defensores da teoria reencarnacionista, como Ian Stevenson, Jim Tucker, Erlendur Haraldsson e Brian Weiss, reconhecem tal limitação e atribuem a possível existência de tais fenômenos a processos até o momento não provados através do método científico[carece de fontes?].

A ciência, em geral, não se presta a provar ou não a reencarnação ou a ressurreição. Isto porque o aspecto subjetivo que sustenta as ideias da ressurreição e da reencarnação dificulta eventuais demonstrações científicas, fazendo tais ideias aportarem então no âmbito da fé e da crença, o que não significa necessariamente qualquer falta de mérito de qualquer uma delas, senão que se limitam ao campo da fé e da experiência individual. Por mais evidentes que possam parecer determinados relatos, cientificamente, sob os atuais domínios do conhecimento científico estrito, não estão provados.[carece de fontes?]

Modernamente porém temos à nossa disposição instrumentos e meios investigativos inimagináveis há algumas décadas, Assim podemos recuperar um pouco do tempo perdido por nosso atraso tecnológico ou por puro preconceito científico e religioso de épocas anteriores. Temos exames de imagem ultramodernos, avaliações neuro-psicológicas embasadas em estudos sobre o fisiologismo cerebral humano e técnicas hipnóticas seguras de investigação de memórias profundas e inconscientes por via da regressão de memórias. Com isso temos presenciado a ciência dando grandes saltos na compreensão do que seria nossa psiquê e a reencarnação como fato psíquico. No caso dos pacientes que passam pela terapia regressiva, ou terapia de vidas passadas, vêem-se uma série intermitente de vidas encadeadas por o fio comum que as guia, que é a nossa consciência, esta transpassa o tempo e o espaço, muitas vezes ligando passado, presente e futuro numa rede da causa e efeito inequívoca. Está inclusive comprovado por exames de neuroimagem que as  áreas do cérebro associadas às regressões são as da memória, e não da imaginação. Isto finda tendo sérias repercussões no comportamento e formas de pensar do indivíduo que passa por esse processo e que o põe frente à realidade de uma existência eterna, do que seria o que muitos chamam de espírito.

Apesar disso não ser considerado algo científico, nem prova da reencarnação, se essas memórias, resgatadas durante processos regressivos, hipnóticos ou não, como os usados na terapia de vidas passadas, fossem como dizem alguns falsas elas não teriam esse poder  transformador sobre a personalidade dos pacientes. Ou ainda se fossem apenas imaginadas não desencadeariam as catarses e choques emocionais que acontecem normalmente durante as regressões. As regressões  não são feitas para se comprovar a tese da reencarnação, mas seu efeito na psiquê e na vida das pessoas submetidas não pode ser simplesmente posto de lado por ignorância ou preconceito, nem deixar de nos fazer pensar de onde viriam.[19]

Experiências de quase morte

Ver artigo principal: Experiência de quase-morte

Vários pesquisadores argumentam que as as experiências de quase-morte tendem a aumentar a crença na reencarnação.[20]

Até por volta da década de 60, a EQM costumava ser considerada pela ciência estrita como um assunto vulgar, fruto de lendas, crendice popular ou religiosidade. No entanto, na década de 1970, pesquisas como a do doutor Raymond Moody e a da doutora Elizabeth Kubler-Ross, principalmente após a publicação dos best-sellers Vida Depois da Vida e Sobre a Morte e o Morrer, respectivamente, levaram ao início de uma corrente de pesquisas em todo o mundo sobre o fenômeno. Mesmo com tanto interesse e a presença de numerosos relatos anedóticos, ainda não há qualquer comprovação científica sobre a realidade das experiências de quase-morte. Entre os cientistas que pesquisam o assunto, há os que interpretam as experiências como reações do cérebro (visão monista) e há os que interpretam tais experiências como prova ou evidência de que a consciência não é produzida pelo cérebro (posição dualista); e de que existe vida após a morte.[carece de fontes?]

Muitos pesquisadores, como a psicóloga Susan Blackmore e o anestesiologista Lakhmir Chawla, acreditam na teoria de que as EQMs são alucinações complexas causadas pela falta de oxigênio no cérebro durante a etapa final do processo de morte.[21][22] No entanto, muitos outros pesquisadores, como os psiquiatras Raymond Moody e Bruce Greyson, discordam das teorias materialistas e defendem teorias que interpretam as experiências como evidências de que a consciência do ser humano existe independentemente do cérebro,[23] argumentando principalmente que muitas pessoas demonstram percepções extrassensoriais com precisão em seus relatos de EQM[24] (como por exemplo o famoso caso de EQM da cantora Pam Reynolds)[25] e que não há sinais de funções mentais prejudicadas nas situações clínicas em que as EQMs ocorrem.[23]

Pesquisas sobre o fenômeno

Há, por exemplo, uma pesquisa efetuada mundialmente pelo falecido professor de psiquiatria canadense da Universidade de Virginia Ian Stevenson, desde os anos 1960, com dados de mais de 3.000 casos investigados que sustentariam a reencarnação.[9] O médico psiquiatra Jim Tucker continua o trabalho de Stevenson relacionado ao tema.[26]

Incentivado por Stevenson nos anos 80 a iniciar uma pesquisa sobre reencarnação, o psicólogo e parapsicólogo Erlendur Haraldsson também produziu vários estudos notórios favoráveis ao tema em diferentes países.[16][27]

Um outro grande pesquisador e defensor da reencarnação foi o engenheiro e parapsicólogo Hernani Guimarães Andrade, como pode ser constatado por exemplo em seus livros "Reencarnação no Brasil" (1988) e "Renasceu por Amor" (1995). Inclusive, os arquivos de Ian Stevenson sobre reencarnação abrigam casos brasileiros estudados inicialmente pelo Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas (IBPP), fundado por Andrade.[28]

O astrônomo e astrobiólogo Carl Sagan, em seu penúltimo livro, escreveu: “No momento em que escrevo, há três reivindicações no campo (paranormal) que, na minha opinião, merecem um estudo sério”, o terceiro sendo “que crianças pequenas às vezes relatam detalhes de uma vida anterior que, após a verificação, se mostram precisos e que elas não poderiam ter esse conhecimento de nenhum outro modo que não pela reencarnação”.[16]

Note-se que ao relacionar o perispírito com os relatos de crença de que o corpo físico de alguém apresentaria marcas "explicáveis" por acontecimentos ocorridos em vidas passadas, veremos que os casos relatados representam fielmente a Doutrina Espírita sistematizada pelo educador Allan Kardec.[carece de fontes?]

Críticas

Há céticos que criticam tais estudos de casos, por melhor descritos que sejam, alegando que são evidências anedóticas coletadas retrospectivamente de modo que não eliminam a possibilidade de fraude. De fato, normalmente não há muito controle contra a fraude, porém os reencarnacionistas apontam que existem características típicas de tais casos que seriam difíceis de serem fraudadas, tais como os defeitos e as marcas de nascimento, e as fobias demonstradas pelas crianças. No entanto, tais casos são descritos retrospectivamente - uma fobia específica, determinada marca de nascença ou preferências pessoais, são explicadas encontrando-se relatos de pessoas que morreram de determinada forma, tiveram algum tipo de lesão ou tinham determinadas preferências. Como qualquer fobia pode ser relacionada a alguma pessoa que já apresentou morte pelo objeto da mesma, não há nenhum local do corpo onde se possa ter uma marca de nascença que alguém não tenha se ferido e preferências pessoais não são exclusivas, para eles, tais relatos não teriam grande valor científico.[carece de fontes?]

Tais céticos são contestados pelos estudiosos da reencarnação sob o argumento de que Relato de Casos Anedóticos não é a mesma coisa que Estudo de Casos. E simples Estudo de Casos não é a mesma coisa que Estudo de Casos com Tentativa de Controle de Variáveis Envolvidas e Tentativa de Avaliação Quantitativa. Os estudos CORT (Cases of Reincarnation Type – Casos do Tipo Reencarnação) não estariam incluídos na primeira categoria (que é a mais fraca), nem na segunda (de força mediana). Eles fariam parte do terceiro grupo, que possui força bem superior: Estudo de Casos com Tentativa de Controle de Variáveis Envolvidas e Tentativa de Avaliação Quantitativa.[carece de fontes?]

Recentemente, o cético Richard Wiseman tentou reproduzir as demais características dos CORTs por meios normais, sem sucesso.[carece de fontes?] Nas palavras do pesquisador Jim B. Tucker,[29] o estudo de Wiseman "demonstra que coincidência fracassa em explicar partes importantes dos casos, embora sua intenção tenha sido mostrar o oposto". Tucker considera também que tal estudo demonstra que a fraude não pode ser aplicada aos casos resolvidos com registros escritos antes das verificações. Além disso, já foi possível fazer testes controlados numa minoria desses casos. Tucker cita dois desses casos no seu livro Life Before Life (2005): o de Gnanatilleka Baddewithana e o de Ma Choe Hnin Htet, e argumenta que tais casos enterrariam de vez as críticas dos céticos de que a fraude ou a coincidência seriam explicações razoáveis para os CORTs.[carece de fontes?]

Alguns críticos também argumentaram que casos de reencarnação não são particularmente interessantes por causa da possibilidade que eles podem ter sido embelezados quando a família da criança entra em contato com a família da personalidade prévia antes da documentação das memórias de renascimento da criança ter sido feita, aumentando a possibilidade que o câmbio de informação entre as duas famílias possa ser o responsável para as memórias detalhadas da criança, e não reencarnação (por fraude e/ou falsas memórias). Esta hipótese, embora plausível em alguns casos, foi rejeitada pelo outro avanço principal na pesquisa de reencarnação, o de localizar casos em que documentação é feita antes de tentar achar a família da personalidade prévia, o que não impede necessariamente fraudes ou simples coincidências. Embora seu número seja pequeno, tais casos parecem fornecer um argumento mais forte a favor da reencarnação. O Dr. Stevenson (1974) foi um dos primeiros a localizar casos como estes, e outros independentemente foram encontrados por Mills, Haraldsson, e Keil (1994), e mais recentemente por Keil e Tucker (2005).[carece de fontes?]

Livros notáveis

Ver também

Referências

  1. http://www.infoescola.com/filosofia/reencarnacao-em-platao/
  2. a b Huffman, Carl, "Pythagoras", The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Summer 2014 Edition), Edward N. Zalta (ed.)
  3. Heródoto, Histórias, Livro II, Euterpe, 123 [pt] [el] [el/en] [ael/fr] [en] [en] [en] [es]
  4. Goode, 2013
  5. http://www.bbc.co.uk/religion/religions/buddhism/beliefs/universe_1.shtml
  6. Antonia Mills and Richard Slobodin, ed. (1994). Amerindian Rebirth: Reincarnation Belief Among North American Indians and Inuit. [S.l.]: University of Toronto Press. ISBN 978-0802077035 
  7. http://www.buddhanet.net/e-learning/reincarnation.htm
  8. Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro X, 6.1
  9. a b The Daily Telegraph, February 12, 2007.
  10. Stanford, Rex. Ian Stevenson: A Man from Whom We Should Learn, Journal of Scientific Exploration, Vol. 22, No. 1, pp. 120–124, 2008.
  11. a b Tucker, Jim. Ian Stevenson and Cases of the Reincarnation Type. Journal of Scientific Exploration, Vol. 22, No. 1, pp. 36–43, 2008.
  12. St. Jerome. "To Avitus" (Letter 124). Translated by W.H. Fremantle, G. Lewis and W.G. Martley. From Nicene and Post-Nicene Fathers, Second Series, Vol. 6. Edited by Philip Schaff and Henry Wace. (Buffalo, NY: Christian Literature Publishing Co., 1893.) Revised and edited for New Advent by Kevin Knight. <http://www.newadvent.org/fathers/3001124.htm>
  13. MacGregor, Geddes. Reincarnation in Christianity (1978)
  14. a b Artigo sobre o Concílio de Constantinopla - Vivaldo J. de Araújo
  15. Souza, Marcos (31 de outubro de 2016). «Site Revista Superinteressante». Consultado em 1 de janeiro de 2016 
  16. a b c d Haraldsson, Erlendur. Memórias de uma vida passada?. Rev. psiquiatr. clín. vol.41 no.1 São Paulo 2014
  17. University Of Virginia - Division of Perceptual Studies - Children Who Claim to Remember Previous Lives
  18. Edelmann, J. Setting Criteria for Ideal Reincarnation Research Journal of Consciousness Studies , 14, No. 12, 2007, pp. 92–101.
  19. Souza, Ney (2016). «Blog vidaspassadas.net». Consultado em 1 de janeiro de 2017 
  20. Wells, Amber D. Reincarnation beliefs among near-death experiencers. Journal of Near-Death Studies, Vol 12(1), 1993, 17-34.
  21. Bassham, Gregory (2004). Critical Thinking: A Student's Introduction. McGraw-Hill, p. 485. ISBN 0-07-287959-9
  22. http://news.discovery.com/human/health/near-death-brain.htm
  23. a b Stephanie Lam. Near-Death Experiences: 30 Years of Research — Part 1. In Epoch Times, 13-09-2011
  24. http://www.near-death.com/evidence.html
  25. http://www.near-death.com/experiences/evidence01.html
  26. Ian Stevenson; Sought To Document Memories Of Past Lives in Children
  27. The Parapsychological Association - Who is Erlendur Haraldsson?
  28. http://revistaplaneta.terra.com.br/secao/grandes-reportagens-planeta/ian-stevenson-o-cacador-de-vidas-passadas
  29. Tucker, Jim B.(2005) Life Before Life: A Scientific Investigation of Children’s Memories of Previous Lives, St. Martin´s Press, ISBN 0-312-32137-6[fonte confiável?]

Bibliografia

Ligações externas