Saltar para o conteúdo

Taiwan

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de China Nacionalista)
 Nota: Para a ilha principal do país, veja Ilha Formosa. Para outros significados, veja China (desambiguação).
República da China
中華民國
Zhōnghuá Mínguó
Bandeira da República da China
Bandeira da República da China
Emblema Nacional
Emblema Nacional
Bandeira Brasão de armas
Lema: 三民主義 (San-min Chu-i)
(Mandarim: "Três Princípios do Povo")
Hino nacional: Hino Nacional da República da China
Gentílico: taiwanês,
formosano,
formosino,
taiuanês

Localização da República da China
Localização da República da China

Capital Taipé
25°02′N 121°38′L
Cidade mais populosa Nova Taipé
Língua oficial Mandarim
Governo República semipresidencialista unitária
• Presidente Lai Ching-te
• Primeiro-ministro Cho Jung-tai
Formação
• Império centralizado unificado 221 a.C.
• Queda da China Imperial 10 de outubro de 1911
• República Proclamada 1 de janeiro de 1912
• Transferência para Taiwan 7 de dezembro de 1949
Área
  • Total 35 980 km² (137.º)
 • Água (%) 10,3
População
 • Estimativa para 2017 23 577 271 hab. (53.º)
 • Densidade 650 hab./km² (17.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2021
 • Total US$ 1,404 trilhão*
 • Per capita US$ 59 397
PIB (nominal) Estimativa de 2021
 • Total US$ 759 bilhões*
 • Per capita US$ 32 122
IDH (2015) 0,885 (27.º) – muito alto[nota 1]
Gini (2014) 33,6[2]
Moeda Novo dólar taiwanês (TWD)
Fuso horário Horário de Chungyuan (UTC+8)
Cód. Internet .tw
Cód. telef. +886

Taiwan[nota 2] (chinês tradicional: 臺灣 ou 台灣, chinês simplificado: 台湾), oficialmente República da China, é um Estado insular localizado na Ásia Oriental, que evoluiu de um regime unipartidário com reconhecimento mundial e jurisdição plena sobre toda a China para uma república com reconhecimento internacional limitado e com competência apenas sobre a ilha Formosa e outras ilhas menores, apesar de usufruir de relações de facto com muitos outros países. Até 1949, foi o governo chinês reconhecido internacionalmente e, como tal, foi um dos membros fundadores das Nações Unidas[6] e um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da organização, até ser substituído pela República Popular da China em 1971.

Fundada em 1912, a República da China abrangia grande parte da China continental e da Mongólia. No final da Segunda Guerra Mundial, com a rendição do Japão, o país anexou o grupo de ilhas de Formosa e Pescadores (Penghu) à sua jurisdição. Quando o Kuomintang (KMT), o Partido Nacionalista Chinês, perdeu a guerra civil para o Partido Comunista em 1949, o governo da RC foi transferido para Taipé e estabeleceu a cidade como sua capital temporária[7] (também chamada de "capital da guerra" por Chiang Kai-shek),[8] enquanto os comunistas fundaram a República Popular da China (RPC) na China continental. Formosa, ao lado das ilhas Pescadores, Kinmen, Matsu e outras menores, em seguida, tornou-se a extensão da autoridade da República da China. Apesar de sua competência abranger apenas esta área, durante o início da Guerra Fria a República da China ainda era reconhecida por muitos países ocidentais e pela ONU como o único governo legítimo da China.

Constitucionalmente, a República da China não renunciou à sua reivindicação como o único governo legítimo de toda a China, embora, na prática, não possa prosseguir ativamente com estes objetivos.[9] Os partidos políticos do país, muitas vezes, têm visões radicalmente diferentes a respeito da soberania de Taiwan. Ambos os ex-presidentes Lee Teng-hui e Chen Shui-bian mantinham a opinião de que é um país soberano e independente, separado da China continental e de que não há necessidade de uma declaração formal de independência.[10] O presidente Ma Ying-jeou, no entanto, manifestou que considera que a República da China é um país soberano e independente, que inclui a China continental e Formosa.[11]

O país é uma democracia semipresidencialista e com sufrágio universal. O presidente atua como chefe de estado e a Assembleia Nacional serve como órgão legislativo. Considerado um dos quatro "tigres asiáticos", Taiwan é a 21.ª maior economia do mundo.[12] A sua indústria de tecnologia desempenha um papel-chave na economia global. A República da China é classificada como desenvolvida em termos de liberdade de imprensa, saúde, educação pública, liberdade econômica, entre outros indicadores sócio-econômicos.

Nomes e etimologia

[editar | editar código-fonte]

Existem vários nomes usados para se referir à ilha de Taiwan atualmente, derivados dos diferentes exploradores ou governantes de cada período histórico. O antigo nome Formosa (福爾摩沙) data de 1542, quando os portugueses avistaram a ilha principal de Taiwan e a chamaram de "Ilha Formosa".[13] Com o tempo, o nome "Formosa" "substituiu todos os outros na literatura europeia"[14] e era de uso comum entre anglófonos no início do século XX.[15]

No início do século XVII, a Companhia Holandesa das Índias Orientais estabeleceu um posto comercial em Fort Zeelandia (atual Anping) em um banco de areia costeiro que chamaram de "Tayouan",[16] que significa "estrangeiros" na língua indígena siraya. O nome sirayan também era adotado no vernáculo chinês como o nome do banco de areia e da região próxima (atual Tainan). A palavra moderna Taiwan é derivada dessa utilização, que também era escrita como 大員, 大圓, 大灣, 臺員, 臺圓 e 臺窩灣 em vários registros históricos chineses. A área da moderna Tainan foi o primeiro assentamento permanente de colonos ocidentais e imigrantes chineses, tornando-se um importante centro comercial e servindo como a capital da ilha até 1887. O uso do nome chinês atual (臺灣) foi formalizado em 1684, com o estabelecimento da Prefeitura de Taiwan. Com o seu rápido desenvolvimento, toda a ilha Formosa, eventualmente, tornou-se conhecida como "Taiwan".[17][18][19][20]

O nome oficial do país é "República da China"; foi também conhecido por vários nomes ao longo de sua existência. Pouco tempo após o estabelecimento da República da China em 1912, enquanto ela ainda estava localizada no continente asiático, o governo usava a sigla "China" (Zhōngguó) para se referir a si mesmo. Durante os anos 1950 e 1960, era comum para se referir ao país como "China nacionalista" (ou "China livre") para diferenciá-lo de "China comunista" (ou "China vermelha").[21] O governo nacionalista foi membro das Nações Unidas, representando a "China" como um todo, até 1971, quando perdeu a sua vaga para a República Popular da China, passando a ser referido em algumas ocasiões ou por simpatizantes do movimento de independência de Taiwan, oficialmente, como Governo da República da China em Taiwan.[22] Ao longo das décadas subsequentes, a República da China tornou-se conhecida como "Taiwan", por conta do nome da ilha que compõe a maior parte de seu território de facto. A República da China participa da maioria dos fóruns e organizações internacionais com o nome "Taipé Chinesa" devido à pressão diplomática da China comunista. Este nome, por exemplo, foi o usado pelo país nos Jogos Olímpicos de Verão de 1984, além de também ser seu nome como observador da Organização Mundial de Saúde (OMS).[23]

Ver artigo principal: História de Taiwan

Pré-história

[editar | editar código-fonte]
Um jovem tsou
Ver artigo principal: Pré-história de Taiwan

A ilha de Taiwan era ligada ao continente asiático no Pleistoceno Superior, até que o nível do mar subiu cerca de 10 000 anos atrás. Restos humanos fragmentados encontrados na ilha datam de 20 000 a 30 000 anos atrás, bem como artefatos posteriores de uma cultura paleolítica.[24][25][26]

Há mais de 8 000 anos, os primeiros austronésios estabeleceram em Taiwan. As línguas de seus descendentes, que são conhecidos como os aborígenes de Taiwan atualmente, pertencem à família das línguas austronésias, que também inclui as línguas malaio-polinésias abrangendo uma enorme família linguística, que inclui o tagalog das Filipinas, o malaio e indonésio de Malásia e Indonésia, o javanês de Java, o malgaxe de Madagascar e o Rapa Nui da Ilha de Páscoa.[27][28]

As línguas indígenas de Taiwan apresentam uma diversidade muito maior do que as austronésias restantes juntas, levando linguistas a propor Taiwan como a urheimat da família, a partir do qual os povos marítimos dispersaram-se por todo o Sudeste da Ásia, Pacífico e Índico.[29][30][27][28]

Os chineses han começaram a se estabelecer nas ilhas Pescadores no século XIII, mas tribos hostis da ilha e sua falta de recursos comerciais valorizados tornavam o local pouco atraente para todos, apenas para "aventureiros ocasionais ou pescadores envolvidos em comércio" até o século XVI.[31]

Colonização europeia e domínio chinês

[editar | editar código-fonte]
Ver artigos principais: Formosa Espanhola e Formosa Neerlandesa

A Companhia Holandesa das Índias Orientais tentou estabelecer um posto avançado de negociação nas ilhas Pescadores em 1622, mas foram militarmente derrotados e expulsos pelas autoridades Ming.[32]

Visão geral de Forte Zeelândia

Em 1624, a empresa estabeleceu um reduto chamado Fort Zeelandia na ilhota costeira de Tayouan, que agora faz parte da ilha principal em Anping, Tainan.[20] David Wright, um agente da empresa escocesa que viveu na ilha em 1650, descreveu as áreas mais baixas da região como sendo dividida entre 11 tribos, que variavam em tamanho. Algumas delas caíram sob o controle holandês, enquanto outras permaneceram independentes.[20][33] A Companhia começou a importar trabalhadores de Fujian e Pescadores, muitos dos quais se estabeleceram no local.[32]

Em 1626, os espanhóis desembarcaram e ocuparam no norte da ilha de Taiwan, nos portos de Keelung e Tamsui, como uma base para aumentar o comércio. Este período colonial durou 16 anos, até 1642, quando a última fortaleza espanhola caiu sob controle holandês. Após a queda da dinastia Ming, Koxinga (Zheng Chenggong), um autodenominado apoiante dos Ming, chegou à ilha e capturou Fort Zeelandia em 1662, expulsando o governo e os militares holandeses da ilha. Koxinga estabeleceu o Reino de Tungning (1662–1683), com sua capital em Tainan. Ele e seus herdeiros, Zheng Jing, que governou 1662–1682, e Zheng Keshuang, que governou menos de um ano, continuaram a lançar ataques à costa sudeste da China continental, na dinastia Qing.[32]

Em 1683, após a derrota do neto de Koxinga por uma armada liderada pelo almirante Shi Lang, do sul de Fujian, a dinastia Qing anexou formalmente a ilha de Taiwan, colocando-a sob a jurisdição da província de Fujian. O governo imperial Qing tentou reduzir a pirataria na área e emitiu uma série de editais para gerir a imigração e respeitar os direitos de terras indígenas. Imigrantes, na maior parte do sul de Fujian, continuaram a entrar na ilha. Com o tempo, algumas culturas nativas foram absorvidas pelos chineses, enquanto outras tribos se retiraram para as montanhas. Durante esta época, houve uma série de conflitos entre os grupos de chineses de diferentes regiões do sul de Fujian e aborígenes.[34]

Domínio japonês e Guerra Civil Chinesa

[editar | editar código-fonte]
Soldados japoneses entrando em Taipé após o Tratado de Shimonoseki

Após a derrota chinesa na Primeira Guerra Sino-Japonesa, a ilha chegou a ser ocupada pelo Japão, a título de indenização, pelo Tratado de Tientsin (ou Tianjin), que iniciou um processo de ocupação e colonização. A forte resistência inicial dos chineses de Taiwan contra a colonização japonesa foi derrotada militarmente, após cerca de 14 000 chineses e taiuaneses mortos e um acordo de uma parte da elite local com os invasores japoneses.[34]

Entretanto, entre o fim do século XIX e os anos 1930 ocorreram muitas rebeliões contra a ocupação japonesa, algumas das quais resultaram em milhares de mortos. Sem mencionar diversas outras estratégias de resistência.[35] A China continental se dividiu em vários governos regionais menores no período seguinte, após o fim da monarquia em 1912. A ocupação japonesa de Taiwan perdurou até o final da Segunda Guerra Mundial.[34]

Após a Rendição do Japão, em 15 de agosto de 1945, a ilha de Taiwan retornou ao controle da República da China, cuja formalização se deu mais tarde, pelo Tratado de Paz de São Francisco em 1951. Em maio de 1950, após a derrota das forças nacionalistas lideradas pelo General Chiang Kai-Shek na Guerra Civil Chinesa (entre 1947 e 1949), os nacionalistas refugiaram-se para a ilha de Taiwan, e ali estabeleceram a sede administrativa do governo da República da China. Embora os nacionalistas tenham perdido o controle territorial da China continental e, mais tarde, perdido a representação no assento no Conselho Permanente da ONU em 1971, eles se consideram ainda, de direito, como legítimos representantes da nação chinesa sob a bandeira da República da China.[34]

Regime unipartidário

[editar | editar código-fonte]
O general Chiang Kai-shek, que liderou as forças nacionalistas durante a Guerra Civil Chinesa

Depois de ver-se obrigado a abandonar a China continental, vencido pelos comunistas de Mao Zedong, o generalíssimo Chiang Kai-shek reorganizou a cúpula do partido nacionalista Kuomintang na ilha de Taiwan, onde já meses antes da derrota definitiva se haviam estabelecido muitos membros da administração do estado republicano, em busca de um lugar seguro desde onde pudessem organizar a luta contra as tropas do Partido Comunista da China, que avançavam na sua marcha para a vitória total. A vitória dos comunistas na guerra civil empurrou para o exílio em Taiwan aproximadamente dois milhões de chineses do continente. As instituições da República da China, com a sua constituição aprovada em 1947, mantiveram a sua existência na pequena ilha.[34]

Oficialmente, o estado encabeçado por Chiang Kai-shek, que havia recuperado o cargo de Presidente da República (depois do breve mandato de Li Zongren), mantinha-se em estado de guerra devido ao que oficialmente se designou como "rebelião comunista" na China continental. A cidade de Taipei, centro político e administrativo da ilha de Taiwan desde o final do século XIX, foi declarada capital provisória da República da China, enquanto a capital constitucional continuava e segue sendo a cidade continental de Nanjing. Apesar da superioridade militar do bando comunista ao final de 1949, o estalar da Guerra da Coreia levou os Estados Unidos, temerosos de uma expansão comunista na Ásia Oriental, a oferecer apoio militar a Taiwan. Este apoio estado-unidense, consistiu em tropas estacionadas na ilha, juntamente aos navios da Sétima Frota da marinha que patrulhavam o estreito de Taiwan, o que evitou que a República Popular tentasse a invasão da ilha.[34]

A República da China encontrava-se oficialmente em guerra depois de 1949, o qual pôs em suspenso muitas das garantias constitucionais consagradas na constituição de 1947 em matéria de direitos humanos, civis e políticos. A lei marcial manter-se-ia em vigor na ilha até ao dia 15 de julho de 1987. Durante todo este tempo, o regime de Chiang Kai-shek exerceu uma governação autoritária, sob a ameaça constante de uma possível invasão por parte da República Popular da China. O carácter autoritário do regime apoiou-se na existência de uma polícia política a qual se acusa de numerosas violações de direitos humanos, principalmente detenções de opositores políticos partidários da independência de Taiwan. Esta polícia política esteve dirigida por Chiang Ching-kuo, filho de Chiang Kai-shek.[34]

Dwight D. Eisenhower, então Presidente dos Estados Unidos, durante sua visita a Taipé em junho de 1960

Enquanto no plano político o regime instalado em Taiwan exerceu uma governação de marcado carácter autoritário durante a presidência de Chiang Kai-shek, a economia de Taiwan viveu uma etapa de esplendor, com um intenso crescimento que, num primeiro momento, foi impulsionado pela reforma agrária que levou a cabo o governo nos primeiros anos da sua etapa em Taiwan. Esta reforma agrária deu lugar a um crescimento muito destacado na capacidade produtiva do campo de Taiwan, o qual levaria a uma melhora substancial do nível de vida no meio rural. O governo de Chiang Kai-shek manteve a sua oposição a qualquer tipo de reconhecimento do regime comunista da República Popular fazendo questão de que a República da China era a única e verdadeira China, a "China livre".[34]

Enquanto os países do bloco socialista reconheceram a República Popular já em 1949, muitos países do mundo continuaram a reconhecer a República da China como governo legítimo de toda a China até aos anos 1970. Isto permitiu à governação do Kuomintang manter o assento correspondente à China nas Nações Unidas até 1971. Durante este tempo, a República da China negou-se a permitir qualquer tipo de acesso às Nações Unidas tanto da República Popular da China como da República Popular da Mongólia (atual República da Mongólia), esta última considerada também território chinês pela constituição de 1947. No dia 23 de novembro de 1971, o assento correspondente à China nas Nações Unidas passou a ser ocupado pela República Popular Chinesa.[34]

Reformas democráticas

[editar | editar código-fonte]
Chiang Ching-kuo fez grandes reformas democráticas em Taiwan depois da morte do seu pai, o general Chiang Kai-shek

Após a morte de Chiang Kai-shek em 1975, o vice-presidente Yen Chia-kan assumiu o cargo de presidente. No entanto, o verdadeiro homem forte do regime era Chiang Ching-kuo, que relevou o seu pai como presidente do partido e acederia também à presidência da República em Maio de 1978, depois de substituir finalmente a Yen Chia-kan. Durante a época de governação de Chiang Ching-kuo acelerou-se o crescimento económico, o qual levou a que Taiwan passasse a ser um dos territórios mais industrializados e desenvolvidos da Ásia. Esta transformação económica, unida a uma aceitação crescente de que o regime da república nunca voltaria a controlar o "continente" chinês, levaram a um progressivo levantamento das medidas repressivas, e começaram-se a tolerar as opiniões discrepantes com a linha oficial bem como as reuniões de movimentos de oposição ao Kuomintang.[34]

Em Dezembro de 1978, o presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter anunciou que os Estados Unidos deixava de reconhecer a República da China como governação legítima da China, transferindo o reconhecimento diplomático à República Popular da China, como já haviam feito as Nações Unidas e a maior parte dos países do mundo. Apesar de os Estados Unidos reconhecerem a República Popular da China, o Congresso estado-unidense aprovou a Lei de Relações com Taiwan, que confirmava a continuação do apoio militar à República da China. Assim, após três décadas de separação, o sonho de Chiang Kai-shek de que o sistema comunista acabaria por ser derrubado no continente e que a República da China voltaria vitoriosa a assumir o controlo sobre toda a China deu passo a uma época de abertura e realismo político na qual os dirigentes da República da China começaram a assumir a sua condição de governo de Taiwan. A lei marcial foi levantada a 15 de julho de 1987, e Chiang Ching-kuo morreu a 13 de janeiro de 1988.[34]

Após a morte de Chiang Ching-kuo, o seu sucessor Lee Teng-hui, taiuanês de nascimento e educado no Japão, acelerou as reformas democráticas e, apesar da sua condição de líder do partido nacionalista chinês Kuomintang, promoveu, desde o poder, a reafirmação de uma identidade taiuanesa diferenciada da China. A continuação das reformas democráticas em Taiwan levou à legalização dos partidos políticos da oposição. Estas reformas culminaram nas eleições presidenciais de 1996, nas quais, pela primeira vez, os taiuaneses puderam eleger o seu presidente por sufrágio universal. Nessas eleições, Lee Teng-hui foi reeleito como presidente da República da China.[34]

A partir da década de 1960, Taiwan tornou-se um próspero e industrializado país desenvolvido. Tornou-se conhecido como um dos Quatro Tigres Asiáticos

No ano 2000, celebraram-se as segundas eleições presidenciais, que foram ganhas por Chen Shui-bian, líder do Partido Progressista Democrático formada por vários partidos da oposição partidários da independência formal de Taiwan. Desta maneira, o Kuomintang era desalojado da presidência pela primeira vez desde o estabelecimento da República da China na ilha. Muitos seguidores do Kuomintang culparam da derrota o ex-presidente Lee Teng-hui, acusando-o de deslealdade ao apoiar as posições independentistas da oposição contrária à ideologia do seu próprio partido. Lee acabaria abandonando o Kuomintang e fundando o seu próprio partido de ideologia marcadamente independentista. A manifestação concentrou sobretudo os partidários da independência formal de Taiwan, que se identificam com a cor verde. O presidente Chen Shui-bian e a vice-presidente Annette Leu foram reeleitos nas eleições do ano 2004, marcadas como em ocasiões anteriores pelas ameaças da República Popular da China de invadir Taiwan em caso de uma declaração formal de independência.[34]

Em 14 de março de 2005, a República Popular da China aprovou a Lei Anti-secessão que contempla a intervenção armada em caso de uma declaração formal de independência de Taiwan. Estes acontecimentos levaram a uma suavização da retórica independentista dos atuais governantes de Taiwan. A opinião maioritária na ilha parece favorecer a manutenção do status quo no futuro.[36]

Ver artigo principal: Geografia de Taiwan

Geomorfologia e hidrografia

[editar | editar código-fonte]
A ilha de Taiwan é majoritariamente montanhosa ao leste, com planícies ligeiramente inclinadas no oeste. As Ilhas Pescadores estão a oeste de Taiwan (NASA)

A ilha de Taiwan fica a cerca de 180 quilômetros da costa sudeste da China, através do estreito de Taiwan e tem uma área de 35 881 quilômetros quadrados. Se incluídas as ilhas Pescadores, que agora são um condado nominal administrado pelo governo da República da China, a área de Taiwan é de 36 008 quilômetros quadrados.[37]

O mar da China Oriental fica ao norte, o mar das Filipinas a leste, o estreito de Luzon ao sul e o mar da China Meridional a sudoeste. A ilha é caracterizada pelo contraste entre o leste, que consiste principalmente de montanhas escarpadas que ficam em cinco cordilheira que vão do norte ao extremo sul da ilha, e o suavemente ondulado planalto Chianan no oeste, que também é o lar da maior parte da população de Taiwan. O ponto mais alto de Taiwan é a montanha Yu Shan, com 3 952 metros, e há cinco outros picos com mais de 3 500 metros. Isto torna Taiwan a quarta ilha mais alta do mundo.[38]

O Parque Nacional Taroko, localizado no lado montanhoso oriental da ilha, tem bons exemplos de terreno montanhoso, desfiladeiros e erosão causada por um rio que flui rapidamente. A forma da ilha principal de Taiwan é semelhante a de uma batata-doce, se observada na direção sul-norte.[39]

A fertilidade dos solos com possível proveito para a agricultura intensiva não passa além de um quarto da área insular e uma grande erosão prejudicou em boa parte as montanhas.[40] Os rios são de pouco comprimento e de torrentes, com imensas cheias e pronunciação de estiagens.[40] A distância no sentido oeste-leste entre Taiwan e o sul da Baixa Califórnia é de 12 410 km, atravessando o Oceano Pacífico.[nota 3]

Taiwan segundo a classificação climática de Köppen-Geiger

Taiwan fica no Trópico de Câncer e seu clima geral é tropical marinho.[41] As regiões norte e central são subtropicais, enquanto o sul é tropical e as regiões montanhosas são temperadas.[42]

A precipitação média é de 2 600 milímetros por ano para a ilha propriamente dita; a estação chuvosa é concomitante com o início da monção de verão do Leste Asiático em maio e junho.[43] Toda a ilha experimenta um clima quente e úmido de junho a setembro. Os tufões são mais comuns em julho, agosto e setembro.[43]

Durante o inverno (novembro a março), a região nordeste experimenta chuvas constantes, enquanto as partes central e sul da ilha são principalmente ensolaradas. A monção de verão (de maio a outubro) é responsável por 90% da precipitação anual no sul, mas apenas 60% no norte.[44]

Devido às mudanças climáticas, a temperatura média em Taiwan aumentou 1,4°C nos últimos 100 anos, o que é o dobro do aumento da temperatura mundial.[45] A meta do governo de Taiwan é reduzir as emissões de carbono em 20% em 2030 em comparação com os níveis de 2005 e em 50% em 2050 em comparação com os níveis de 2005. As emissões de carbono aumentaram 0,92% entre 2005 e 2016.[46]

Densidade demográfica do território do país

A população de Taiwan é estimada em cerca de 23,5 milhões de pessoas,[47] sendo que a maioria mora na ilha principal do país. O restante vive nas Ilhas Pescadores (100 400), Kinmen (120 713) e as ilhas Matsu (12 165).[48]

Grupos étnicos

[editar | editar código-fonte]

O governo da RC estima que mais de 95% da população seja composta por chineses da etnia han, dos quais a maioria inclui descendentes dos primeiros imigrantes que chegaram a Taiwan em grande número a partir do século XVII. Alternativamente, os grupos étnicos de Taiwan pode ser dividido entre os taiuaneses (84%, incluindo os hacá), chineses continentais (14%) e os povos nativos (2%).[41]

O povo hoklo é o maior subgrupo da etnia han (70% da população total), cujos antepassados ​​migraram da região costeira do sul de Fujian no estreito de Taiwan a partir do século XVII. Os hacá compreendem cerca de 15% da população total e descendem de migrantes han de Guangdong. Grupos adicionais de origem han incluem 2 milhões de nacionalistas que fugiram para Taiwan após a vitória comunista no continente em 1949.[41]

Os nativos de Taiwan são estimados em 533 600 pessoas e são divididos em 16 grupos étnicos reconhecidos: amis, atayal, bunun, kanakanavu, kavalan, paiwan, puyuma, rukai, saisiyat, saaroa, sakizaya, sediq, thao, truku e tsou. Eles vivem principalmente na parte oriental da ilha.[49][50]

Mapa das línguas formosanas

O mandarim é a língua oficial e é falado pela maioria da população de Taiwan. O idioma tem sido a principal língua de instrução nas escolas desde o fim do domínio japonês. Tal como em Hong Kong e Macau, o chinês tradicional é usado como o sistema de escrita padrão do país.[51]

Cerca de 70% da população pertencente ao grupo étnico hoklo, que fala o idioma taiuanês (uma variante da língua Min Nan da província chinesa de Fujian) como língua materna, além do mandarim, e muitos outros povos também têm algum grau de compreensão. A etnia hacá (15% da população) usam a língua hacá. Embora o mandarim seja a língua de instrução nas escolas e domine a mídia, outras línguas ou dialetos estão a passar por um renascimento na vida pública em Taiwan, particularmente desde que as restrições à sua utilização foram retiradas na década de 1990.[51]

O idioma nativo de Taiwan, as línguas formosanas, não pertence à família de línguas chinesas ou sino-tibetanas, mas sim à família austronésia. A sua utilização entre os grupos minoritários indígenas de Taiwan, tem entrado em declínio com o aumento do uso do mandarim.[51] Das 14 línguas existentes, cinco são consideradas ameaçadas de extinção.[52]

Templo budista Mengjia Longshan em Taipé

A Constituição da República da China protege a liberdade de religião e as práticas de crença. Havia aproximadamente 18 718 600 seguidores religiosos em Taiwan em 2005 (81,3% da população total) e entre 14% a 18% de pessoas irreligiosas. De acordo com o censo de 2005, das 26 religiões reconhecidas pelo governo da RC, as cinco maiores são: budismo (8,086 milhões ou 35,1%), taoismo (7,6 milhões ou 33%), yiguandao (810 000 ou 3,5%), protestantismo (605 000 ou 2,6%) e o catolicismo romano (298 000 ou 1,3%).[53]

A CIA World Factbook relata que mais de 93% dos taiwaneses são adeptos de uma combinação da politeísta religião tradicional chinesa, do budismo, do confucionismo e do taoismo; 4,5% são adeptos do cristianismo, que inclui protestantes, católicos e outros grupos cristãos não confessionais; e menos do que 2,5% são adeptos de outras religiões.[41][54] Os aborígenes de Taiwan constituem um subgrupo notável entre os cristãos professos: "[…] mais de 64% se identificam como cristãos […] os edifícios de igrejas são os marcadores mais óbvios de aldeias aborígenes, distinguindo-as das aldeias de taiwaneses ou hacás.[55] A maioria dos 200 000 imigrantes indonésios são muçulmanos, enquanto os filipinos são cristãos. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmon) reivindica 43 000 fiéis e 94 locais de culto em 2007, embora sua prática proíba o chá, que é muito presente na cultura local.[56]

No mesmo bairro de Taipei, um templo mórmon de tamanho impressionante convive com a Igreja Católica da Sagrada Família e a Grande Mesquita; a Santa Sé, não reconhecida pela República Popular da China, manteve seus laços com Taiwan. Em agosto de 2017, Taiwan reconheceu administrativamente a Igreja Humanista Pastafariana como uma religião, com o reconhecimento entrando em vigor em novembro de 2017.[57]

O confucionismo é uma filosofia que lida com ética moral secular e é a base da cultura chinesa e taiwanesa. A maioria dos habitantes do país costumam combinar os ensinamentos morais seculares do confucionismo com os da religião aos quais são filiados. Em 2009, havia 14 993 templos em Taiwan, sendo que 9202 destes eram dedicados ao taoísmo. Em 2008, Taiwan tinha 3 262 igrejas.[58]

Diversidade sexual

[editar | editar código-fonte]
Taiwan Pride, a maior parada LGBT do leste da Ásia

Em 24 de maio de 2017, o Tribunal Constitucional decidiu que as leis de casamento vigentes estavam violando a Constituição ao negar aos casais do mesmo sexo de Taiwan esse direito, determinando que, se o Yuan Legislativo não aprovasse emendas adequadas às leis de casamento de Taiwan dentro de dois anos, os casamentos entre pessoas do mesmo sexo se tornariam automaticamente legais.[59]

Em 17 de maio de 2019, o parlamento de Taiwan aprovou um projeto de lei que legaliza o casamento entre pessoas do mesmo sexo, tornando-o o primeiro país da Ásia a fazê-lo.[60]

Taiwan tem um parada do orgulho LGBT, a Taiwan Pride, que atualmente detém o recorde de maior evento LGBT no leste da Ásia, rivalizando com parada LGBT de Tel Aviv em Israel.[61] O evento atrai mais de 200 000 pessoas para demonstrar a igualdade de direitos para as pessoas LGBT.[62] O evento é organizado pela Comunidade do Orgulho LGBT de Taiwan e é realizado no último domingo de outubro.[63]

Cidades mais populosas

[editar | editar código-fonte]

Governo e política

[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Política da República da China
Palácio Presidencial em Taipé, residência oficial do presidente de Taiwan desde 1950

A constituição da República da China foi criada com os "Três Princípios do Povo", que afirmam que a RC "deve ser uma república democrática do povo, para ser governada pelo povo e para o povo".[64] O governo está dividido em cinco ramos administrativos (Yuan): o executivo, o legislativo, o judiciário, a agência de auditoria e a agência de concurso público. As coalizões Pan-azul e Pan-verde são atualmente os blocos políticos dominantes no país.

O chefe de Estado e comandante-em-chefe das forças armadas é o presidente, que é eleito por sufrágio universal para um máximo de dois mandatos de quatro anos de duração. O presidente tem autoridade sobre o Yuan e nomeia os membros do de seu gabinete, incluindo um primeiro-ministro, que é oficialmente o presidente do Yuan Executivo; membros são responsáveis ​​pela política e administração.[64]

O principal órgão legislativo é o Yuan Legislativo unicameral com 113 assentos. Setenta e três são eleitos por voto popular a partir de círculos uninominais; trinta e quatro são eleitos com base na proporção de votos que receberam em todo o país; e seis são eleitos de duas circunscrições aborígenes de três membros. Os membros têm mandato de quatro anos. Originalmente, a Assembleia Nacional, como uma convenção constitucional, realizava algumas funções parlamentares, mas ela foi abolida em 2005, com o poder de emendas constitucionais entregues ao Yuan Legislativo e a todos os eleitores da república através de referendos.[64]

Sede do Yuan Legislativo, poder legislativo unicameral de Taiwan

O primeiro-ministro é selecionado pelo presidente sem a necessidade de aprovação do legislativo, mas os legisladores podem aprovar leis de maneira independente do presidente, sem que nem ele nem o primeiro-ministro possam exercer o poder de veto.[64] Assim, há pouco incentivo para o presidente e o legislativo negociar sobre a legislação se forem de partidos de oposição. Em 2000, após a eleição do Chen Shui-bian, da coalização Pan-verde, como presidente, novas legislações repetidamente travaram por conta do impasse com o Yuan Legislativo, que era controlado por maioria da coalizão Pan-azul.[65] Historicamente, a RC foi dominada por uma forte política de partido único. Este legado resultou em poderes executivos concentrado no cargo do presidente, em vez do primeiro-ministro, apesar da constituição de Taiwan não afirmar explicitamente a extensão do poder executivo do presidente.[66]

O Yuan Judiciário é o órgão máximo do poder judiciário. Ele interpreta a constituição e outras leis e decretos do país, julga processos administrativos e funcionários públicos. O presidente e o vice-presidente do judiciário e treze juízes adicionais formam o Conselho das Grandes Justiças. Eles são indicados e nomeados pelo presidente, com o consentimento do Yuan Legislativo. O mais alto tribunal, o Supremo Tribunal de Justiça, é composto por várias divisões civis e criminais, cada uma das quais formada por um juiz presidente e quatro juízes associados, todos nomeados de maneira vitalícia. Em 1993, um tribunal constitucional em separado foi estabelecido para resolver disputas constitucionais, regular as atividades dos partidos políticos e acelerar o processo de democratização de Taiwan. Não há julgamento por júri, mas o direito a um julgamento público e justo é garantido pela lei e respeitado na prática; muitos casos são presididos por vários juízes.[64] A pena de morte ainda é utilizada no país, embora esforços tenham sido feitos pelo governo para reduzir o número de execuções. No entanto, de acordo com uma pesquisa realizada em 2006, cerca de 80% dos habitantes do país ainda queriam manter este tipo de penalidade.[67]

Estatuto político

[editar | editar código-fonte]
Votação da Resolução 2758 (1971) da Assembleia Geral das Nações Unidas
  A favor (76)
  Contra (35)
  Abstenção (17)
  Não votante (3)
  Não membros da ONU ou dependências

Os estatutos político e jurídico de Taiwan são questões controversas. A República Popular da China (RPC) afirma que o governo da República da China (RC) é ilegítimo, referindo-se a ele como "Autoridade de Taiwan". A RC, no entanto, com constituição própria, presidente eleito de forma independente e forças armadas, continua a ver-se como um Estado soberano. O atual território do país nunca foi controlado pela RPC.[68]

A nível internacional, há controvérsia sobre se a RC ainda existe como um Estado per se ou como um Estado extinto pela lei internacional, devido à perda de adesão/reconhecimento nas Nações Unidas e a falta de amplo reconhecimento diplomático. Em uma pesquisa feita em Taiwan em março de 2009 com pessoas com 20 anos ou mais, uma maioria de 64% optou pelo status quo, enquanto 19% queriam a independência e apenas 5% a unificação com a China.[69]

Relações internacionais

[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Relações exteriores de Taiwan

Antes de 1928, a política externa da República da China era complicada por uma falta de unidade interna de poder. Esta situação mudou após a derrota do Governo de Beiyang pelo Kuomintang (KMT), o que levou ao reconhecimento diplomático generalizado da RC.[70]

Relações exteriores de Taiwan:
  Relações diplomáticas e embaixada em Taipei
  Relações não oficiais

Após a retirada do KMT para Taiwan, a maioria dos países, nomeadamente os países do bloco ocidental, continuaram a manter relações com a RC. Devido à pressão diplomática, o reconhecimento internacional gradualmente erodiu e muitos países comutaram reconhecimento para a República Popular da China na década de 1970. A Resolução 2758 da ONU (25 de outubro 1971) reconheceu a República Popular da China como a única representante da China na organização.[71]

A RPC se recusa a ter relações diplomáticas com qualquer nação que reconheça a RC e exige que todos os países com os quais tem relações diplomáticas façam uma declaração reconhecendo suas pretensões em relação a Taiwan.[72] Como resultado, em janeiro de 2024, apenas onze estados-membros da ONU e a Santa Sé mantêm relações diplomáticas oficiais com Taiwan.[73] Taiwan mantém relações não oficiais com a maioria dos países através de embaixadas e consulados chamados de "Escritórios de Representação Econômica e Cultural de Taiwan" (TECRO — sigla em inglês), com filiais chamadas "Escritórios Econômicos de Taipei" (TECO). Tanto os TECRO quanto os TECO são "entidades comerciais não oficiais" de Taiwan e são encarregados de manter relações diplomáticas, fornecendo serviços consulares (ou seja, pedidos de vistos) e servem aos interesses nacionais de Taiwan em outros países.[74]

Os Estados Unidos continuam a ser um dos principais aliados de Taiwan e, desde 1979, vendem armas e fornecem treinamento militar às Forças Armadas da República da China.[75] Esta situação continua a ser um problema para a República Popular da China, que considera o envolvimento dos norte-americanos perturbador para a estabilidade da região. Em janeiro de 2010, a administração Obama anunciou sua intenção de vender 6,4 bilhões de dólares em equipamentos militares ao governo de Taiwan. Como consequência, a China ameaçou os Estados Unidos com sanções econômicas e advertiu que a sua cooperação em questões internacionais e regionais poderia ser prejudicada.[76]

Relações com a China

[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Relações entre China e Taiwan
Alcance dos mísseis superfície-ar chineses no estreito de Taiwan

O ambiente político é complicado devido ao potencial de um conflito militar caso Taiwan faça ações visíveis na direção de sua independência de jure; a política oficial da RPC é a de usar a força militar para garantir a reunificação do país caso alternativas pacíficas não forem mais possíveis, como indicado na sua lei anti-secessão. Por esta razão o governo chinês mantém várias instalações militares na costa de Fujian[77][78] tendo cerca de mil e seiscentos mísseis apontados a Taiwan.[79]

No entanto, nos últimos anos, a RPC vem promovendo relações pacíficas com Taiwan, com o reforço dos laços econômicos,[79] sendo que o atual governo da RPC quer a unificação através do princípio "um país, dois sistemas", conforme usado em Macau e Hong Kong.[80][81] Os líderes da RPC enfatizam a integração pacífica como o eventual resultado da expansão das ligações de transportes, turismo e comércio.[79]

Em março de 2021, o presidente do KMT Johnny Chiang rejeitou o "um país, dois sistemas" como modelo viável para Taiwan, citando a resposta da RPC aos protestos em Hong Kong, bem como o valor que os taiwaneses atribuem às liberdades políticas.[82]

A RPC adota a "Política de Uma China", que afirma que Taiwan e a China continental são parte do mesmo país e que o Partido Comunista da China é o único governo legítimo de toda a "China", o que impede o reconhecimento internacional de Taiwan como um Estado independente e soberano. Por seu lado, a República Popular da China parece considerar o uso do nome "República da China" mais aceitável do que uma declaração oficial de independência. No entanto, com a ascensão do movimento de independência, o nome "Taiwan" tem sido empregado cada vez mais frequentemente na ilha.[83]

Forças armadas

[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Forças Armadas de Taiwan
Caça de produção taiwanesa AIDC F-CK-1 Ching-kuo da Força Aérea da República da China

O Exército da República da China tem suas raízes no Exército Nacional Revolucionário Chinês, que foi criado por Sun Yat-sen em 1925, em Guangdong, com o objetivo de reunificar a China sob o governo Kuomintang. Quando o Exército de Libertação Popular venceu a Guerra Civil Chinesa, grande parte do Exército Revolucionário retirou-se para Taiwan, juntamente com o governo. Mais tarde foi reformulado até se tornar o exército de Taiwan. As unidades que se renderam e permaneceram na China continental ou foram dissolvidas ou incorporadas ao Exército Popular.

A República da China mantém atualmente uma força militar grande e tecnologicamente avançada, principalmente como defesa contra a ameaça constante de invasão pela RPC.[78] De 1949 a 1970, a missão primária dos militares era a de "retomar o continente" por meio do "Projeto Glória Nacional". Como esta missão deslocou-se para a defesa, os militares da RC começaram a mudar a ênfase do exército, tradicionalmente dominante, para a força aérea e a marinha.

O controle das forças armadas também passou para as mãos do governo civil.[84][85] Os militares da RC partilham raízes históricas com o KMT, a geração mais velha de oficiais de alta patente tende a ser simpática ao governo do partido. No entanto, muitos se aposentaram e há muitos mais soldados alistados nas forças armadas de gerações mais jovens, por isso as inclinações políticas dos militares aproximaram-se da norma pública de Taiwan.[86]

Ver artigo principal: Economia de Taiwan
Taipei 101, símbolo do sucesso da economia taiwanesa

A rápida industrialização e crescimento de Taiwan, durante a segunda metade do século XX tem sido chamado de "Milagre de Taiwan". Taiwan é um dos "Quatro tigres asiáticos", junto com Singapura, Coreia do Sul e Hong Kong. Em 1945, a hiperinflação estava em andamento na China continental e em Taiwan como um resultado da guerra com o Japão. Para isolar Taiwan, o governo nacionalista criou uma nova moeda para a ilha e iniciou um programa de estabilização de preços. Estes esforços ajudaram a reduzir significativamente a inflação. Em 1950, com a eclosão da Guerra da Coreia, os Estados Unidos começaram um programa de auxílio que resultou em preços totalmente estabilizados em 1952.[87]

O governo nacionalista instituiu muitas leis e reformas que nunca tinham sido efetivamente promulgadas na China continental; foi implementada uma política de substituição de importações e tentou-se produzir bens importados no mercado interno. Muito disso se tornou possível através da ajuda econômica estadunidense, subsidiando o custo mais elevado da produção nacional.[88]

Taiwan tem uma economia dinâmica, capitalista, impulsionada pelas exportações com uma diminuição gradual do envolvimento do Estado no investimento e no comércio exterior. Em sintonia com esta tendência, alguns grandes bancos estatais e empresas industriais estão sendo privatizados. O crescimento real do produto interno bruto do país foi, em média, de 8% durante as últimas três décadas. As exportações deram o principal impulso para a industrialização. O superávit comercial é substancial e as reservas externas são as terceiras maiores do mundo.[89] A República da China tem moeda própria, o novo dólar taiwanês.

Desde o início da década de 1990, os laços económicos entre a República Popular da China (RPC) e a República da China (Taiwan) têm sido muito prolíficos. Em 2008, mais de 150 bilhões de dólares dos Estados Unidos[90] foram investidos na República Popular da China por empresas de Taiwan, e cerca de 10% da força de trabalho de Taiwan trabalha na República Popular da China: muitas vezes, para comandar os seus próprios negócios.[91]

Embora a economia taiuanesa tenha sido beneficiada com a relação com a China continental, alguns manifestaram a opinião de que a ilha está a tornar-se, cada vez mais, dependente da economia da República Popular da China. Um documento de 2008 do Departamento de Tecnologia Industrial afirma que "Taiwan deve procurar manter uma relação estável com a República Popular da China, continuando a proteger a segurança nacional e evitar um excesso de "sinificação" da economia".[92] Outros argumentam que os estreitos laços econômicos entre Taiwan e a República Popular da China fariam qualquer intervenção militar da República Popular da China contra Taiwan muito dispendiosa e, portanto, pouco provável.[93]

Plantação de arroz em uma região rural de Hualien

Desde de 2001 a agricultura é responsável por apenas 2% do produto interno bruto do país, bem abaixo dos 35% registrados em 1952.[94] As tradicionais indústrias de trabalho intensivo estão sendo constantemente removidas para o exterior e, com mais capital, as indústrias intensivas em tecnologia as substitui. Taiwan tem se tornado um dos principais investidores estrangeiros no Vietname, China, Tailândia, Indonésia, Filipinas e Malásia. Estima-se que cerca de 50 000 empresas de Taiwan e 1 milhão empresários e seus dependentes são estabelecidos na República Popular da China.[95]

Devido à sua abordagem financeira conservadora e seus pontos empresariais fortes, Taiwan sofreu pouco em comparação com muitos dos seus vizinhos durante a crise financeira asiática de 1997. Diferentemente de seus vizinhos, Coreia do Sul e Japão, a economia de Taiwan é dominada por pequenas e médias empresas, ao invés de grandes grupos empresariais.[96] No entanto, a subsequente crise econômica global, combinada com a coordenação de políticas fracas pelo novo governo e pelo aumento da inadimplência no sistema bancário, levaram Taiwan a entrar em uma recessão em 2001, o primeiro ano de crescimento negativo do país desde 1947. Devido à deslocalização de muitas fábricas e indústrias de trabalho intensivo para a RPC, o desemprego também atingiu um nível não visto desde a crise do petróleo de 1970. Isso se tornou uma questão importante na eleição presidencial de 2004. O crescimento médio foi superior a 4% no período 2002-2006 e a taxa de desemprego caiu abaixo de 4%.[96]

Taiwan, muitas vezes, junta-se às organizações internacionais sob um nome politicamente neutro. O país é um membro de organizações profissionais governamentais como a Organização Mundial do Comércio sob o nome de Território Aduaneiro Distinto de Taiwan, Penghu, Kinmen e Matsu (Taipé Chinesa) desde 2002.[97]

Indústria de alta tecnologia

[editar | editar código-fonte]
Fábrica da TSMC, empresa taiwanesa de semicondutores, em Hsinchu

A ascensão de Taiwan na indústria de semicondutores foi amplamente atribuída à Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC) e à United Microelectronics Corporation (UMC).[98][99] A TSMC foi fundada em 21 de fevereiro de 1987 e, em junho de 2022, sua capitalização de mercado representava aproximadamente 90% do PIB de Taiwan.[100] A empresa é a 9ª maior do mundo por capitalização de mercado,[101] bem como a maior empresa de fabricação de semicondutores, superando a Intel e a Samsung.[102] Seus principais clientes incluem Qualcomm, Nvidia, Broadcom, Intel, AMD, Apple Inc., Ampere, Microsoft, MediaTek e Sony.[103] Em 2018, superando Samsung e Intel, o semicondutor de 7 µm da empresa é o primeiro a ser feito com litografia EUV e o primeiro com menos de 10 µm a entrar em produção.[104] A TSMC foi a primeira empresa taiwanesa a ser listada na Bolsa de Valores de Nova York, sob o nome comercial NYSE: TSM, em outubro de 1997.[105]

A UMC, outra grande empresa nas exportações de alta tecnologia e semicondutores globais de Taiwan, não compete com a TSMC em processos avançados de semicondutores. Em vez disso, compete com a estadunidense GlobalFoundries e outras, por processos de semicondutores menos avançados e por pastilhas de silício.[106] Seus principais clientes incluem MediaTek, Texas Instruments e Realtek.[107]

A Foxconn, uma importante fabricante de dispositivos inteligentes, está sediada na cidade de Nova Taipé.[108] Também está listada na Bolsa de Valores de Taiwan sob o nome comercial Hon Hai Precision Industry.[109] A maioria de suas fábricas está localizada no leste da Ásia, com a maioria de 12 fábricas localizadas na China.[110][111] Seus principais clientes incluem Apple, Microsoft, Amazon, Google e Huawei.[79]

Parque Nacional Taroko

O turismo é um setor importante da economia local e vem crescendo ano após ano. O número de turistas que visitaram o país em 2009 foi de cerca de 4,4 milhões de pessoas, um aumento de 18% em relação ao mesmo período de 2008, embora o número de visitantes estrangeiros em comparação com o ano anterior tenha apresentado uma tendência decrescente, apesar das visitas vindas da China continental terem dobrado.[112]

A maioria dos visitantes estrangeiros vêm para de países da Ásia, especialmente do Japão, que representa a esmagadora maioria dos turistas. Fora da Ásia, os países que mais enviam turistas para Taiwan são os Estados Unidos e o Reino Unido.[113] Entre os principais pontos turísticos importantes do país estão o Taipei 101,[114] bem como o Museu do Palácio Nacional, o Memorial Chiang Kai-shek, entre outros.[115]

Infraestrutura

[editar | editar código-fonte]
Taiwan High Speed Rail (THSR) modelo THSR 700T na estação de Kaohsiung

O Ministério dos Transportes e Comunicações é o órgão responsável pela gestão da rede de transporte do país. Taiwan tem uma extensa rede de estradas, classificadas em cinco níveis: estradas nacionais, estradas provinciais, rotas de condado, rotas de município e rotas especiais. Taiwan também tem uma extensa rede de ônibus, que são na sua maioria administrada por empresas de ônibus privadas. O país conta com uma rede de 41 475 quilômetros de estradas, sendo que apenas 442 km não são pavimentados.[41]

Existem dois sistemas ferroviários em Taiwan: a Administração Ferroviária de Taiwan e a ferrovia de alta velocidade de Taiwan. Os metrôs de Taipé e Kaohsiung servem as áreas metropolitanas de ambas as cidades, respectivamente. Os sistemas de metrô das cidades de Taoyuan e Taichung estão atualmente em construção. A rede ferroviária do país abrange um total de 1 580 km.[41]

Entre os principais aeroportos estão o Aeroporto Internacional de Taiwan Taoyuan, o Aeroporto de Taipei Songshan, o Aeroporto Internacional de Kaohsiung e o Aeroporto de Taichung. O país conta com 35 aeroportos e 31 heliportos. Os quatro portos marítimos internacionais são os de Keelung, Kaohsiung, Taichung e Hualien.[41]

Hospital universitário em Taichung

O sistema de saúde de Taiwan é gerido pela Secretaria de Seguro de Saúde Nacional (BNHI — sigla em inglês).[116] O atual programa de assistência médica do governo foi implementado em 1995 e mantém um seguro de saúde obrigatório para os cidadãos empregados, pobres, desempregados, ou vítimas de desastres naturais, com taxas que se correlacionam com a renda individual e/ou familiar; ele também mantém uma proteção para pessoas que não tem cidadania taiwanesa e que trabalham no país. Um método padronizado de cálculo aplica-se a todas as pessoas e, opcionalmente, pode ser pago por um empregador ou por contribuições individuais.[117]

A cobertura do BNHI requer copagamento no momento da prestação do serviço na maioria dos atendimentos médicos, a menos que seja um serviço de saúde preventiva, para famílias de baixa renda, idosos, crianças com menos de três anos de idade, ou, no caso de doenças catastróficas. Famílias de baixa renda recebem cobertura completa do BNHI e os copagamentos são reduzidos para deficientes ou idosos. De acordo com uma pesquisa publicada recentemente, dos 3 360 pacientes pesquisados ​​em um hospital escolhido aleatoriamente, 75,1% disseram que estão "muito satisfeitos" com o serviço hospitalar; 20,5% disseram que consideram o serviço "regular" e apenas 4,4% dos pacientes disseram que estavam ou "nada satisfeitos" ou "muito insatisfeitos" com o serviço prestado. Em 2004, a taxa de mortalidade infantil era de 5,3 para cada mil nascimentos, com 15 médicos e 63 leitos hospitalares para cada 10 000 pessoas. A expectativa de vida para os homens era de 73,5 anos e de 79,7 anos para as mulheres, de acordo com o Relatório Mundial da Saúde.[118]

Universidade Nacional de Taiwan

O sistema de ensino superior foi fundada em Taiwan pelo Império do Japão durante o período colonial. No entanto, após a República da China assumir o controle da ilha em 1945, após o fim da Segunda Guerra Mundial, o sistema foi prontamente substituído pelo da China continental, que misturava características dos sistemas educacionais chineses e estadunidenses.[119]

A educação no país inclui seis anos de escola primária, três anos de ensino médio e quatro anos de universidade.[120] O sistema tem sido bem sucedido, visto que os alunos de Taiwan possuem alguns das mais altas notas em testes internacionais, especialmente em matemática e ciências.[121] No entanto, o programa educacional também tem sido criticado por colocar uma pressão excessiva sobre os estudantes e por evitar a criatividade em favor da memorização.[122][123]

Muitos estudantes de Taiwan participam cursinhos (bushiban) para melhorar as habilidades e conhecimentos na resolução de problemas em provas de disciplinas como matemática, ciências da natureza, história e muitos outros. Os cursos estão disponíveis para temas mais populares. As aulas são organizadas em palestras, revisões, sessões tutoriais privadas e recitações.[124][125] Em 2013, a taxa de alfabetização registrada em Taiwan foi de 97,15%.[47]

Apresentação da Orquestra Sinfônica da Universidade Nacional Normal de Taiwan no Teatro e Sala de Concerto Nacional, em Taipé
Ver artigo principal: Cultura de Taiwan

A cultura de Taiwan é uma mistura de várias culturas, como a dos han chineses confucionistas, japoneses, europeu, estadunidense e dos aborígenes, que são muitas vezes percebidas nos entendimentos tradicionais e modernos.[126] A experiência sócio-política comum gradualmente tem desenvolvido um sentido de identidade e consciência cultural entre a população do país, o que tem sido amplamente debatido internamente.[127][128][129]

Refletindo a contínua controvérsia em torno do seu estatuto, a política de Taiwan continua a desempenhar um papel importante na concepção e no desenvolvimento da identidade cultural da nação, especialmente no quadro dominante antes da dualidade entre Taiwan e os chineses. O conceito de multiculturalismo também tem sido proposto como uma visão alternativa relativamente apolítica, que tem permite a inclusão de chineses continentais e outros grupos minoritários na contínua redefinição da cultura nacional, enquanto um sistema de significado e padrões habituais de pensamento e comportamento compartilhado pelo povo de Taiwan.[130][131]

Os cortadores de pedra da cultura Changbin começaram a fazer arte em Taiwan há pelo menos 30 000 anos. Cerca de 5 000 anos atrás começaram a aparecer obras de jade e barro.[132] Durante séculos, grande parte da arte produzida era religiosa, com templos altamente decorados sendo os beneficiários da riqueza e educação locais.[133]

A arte foi institucionalizada pela primeira vez em Taiwan durante o período colonial japonês com o estabelecimento de escolas públicas dedicadas às artes plásticas. Os japoneses introduziram pintura a óleo e aquarela em Taiwan e os artistas taiwaneses foram fortemente influenciados por seus colegas japoneses. Como era típico dos governantes coronéis, os japoneses não estabeleceram instituições terciárias para ensino de arte em Taiwan, todos os alunos que desejavam obter um diploma avançado em artes tinham que viajar para o Japão para fazê-lo.[132]

O Sol Poente Brilha na Aldeia da Montanha de Liu Yong (2019)

Quando os nacionalistas fugiram para Taiwan em 1949, trouxeram muitos dos artistas mais prestigiados da China e uma grande parte da antiga coleção de arte imperial Qing. Os artistas Huang Chun-pi, Pu Ru e Chang Dai-chien, que vieram para Taiwan durante esse período, são conhecidos coletivamente como os "três mestres do outro lado do estreito". Os nacionalistas também estabeleceram as primeiras faculdades e universidades de arte em Taiwan. Juntamente com as influências chinesas, os nacionalistas também permitiram que os Estados Unidos estabelecessem uma série de bases militares em Taiwan, a cultura pop estadunidense e ideias artísticas como o expressionismo abstrato foram introduzidas em Taiwan pelos americanos.[132]

A próxima grande influência veio quando Taiwan deixou as Nações Unidas em 1971, este desapego da comunidade internacional fez com que os artistas procurassem uma um senso de identidade, uma busca que continua até o presente.[134] Artistas desta época, como Lee Shi-chi e Shiy De-jinn, adotaram motivos folclóricos taiwaneses e outros elementos da cultura tradicional de Taiwan, no entanto, a cena artística taiwanesa ainda se irritava com a ditadura militar do KMT.[132]

A democratização no final da década de 1980 e o levantamento da lei marcial concederam aos artistas taiwaneses liberdade de expressão pela primeira vez na história.[132] O fim do regime militar permitiu que os taiwaneses tivessem acesso a filmes, literatura, filosofia e cultura do exterior que lhes haviam sido negados ou censurados.[135] Artistas e ativistas começaram a lidar com o legado do autoritarismo e abraçaram coisas como a cultura queer que havia sido oprimida durante a ditadura.[136] O milagre econômico dos anos 1980 e 1990 também fez com que os recursos financeiros dos museus e galerias locais aumentassem significativamente. À medida que a cena artística de Taiwan amadureceu, começou a haver uma maior especialização em espaços de exposição com museus dedicados a coisas como fotografia e abertura de cerâmica.[132] Após o fim do regime de partido único, artistas e grupos indígenas de Taiwan começaram a explorar e redescobrir sua herança cultural, esse renascimento também levou a uma maior aceitação social da cultura indígena.[137]

Omelete de ostra, prato típico do país

A culinária taiwanesa é uma mistura de várias culturas alimentares, desde nativas até da China continental.[138] A maioria da população é composta por chineses da etnia han, por isso a maioria dos pratos é de origem chinesa, principalmente de regiões do sul do país, como Hong Kong, Sichuan, Jiangsu e Zhejiang. O domínio japonês também teve um forte impacto na culinária da ilha.[139][140]

A República da China sofre com a escassez de terras aráveis e, por isso, as pessoas costumam comer arroz, batata-doce ou taro.[139] Por ser um arquipélago, o país também é rico em recursos marinhos, sendo que as pessoas costumam comer peixes, mariscos, crustáceos e outros seres marinhos.[141]

O beisebol é o esporte nacional e o mais popular de Taiwan. Dois dos mais famosos arremessadores de beisebol do país, Chien-Ming Wang Wei e Chen Yin, conquistaram troféus na Major League Baseball. Outro jogador notável é Chin-hui Tsao, que atuou nos Estados Unidos e jogou para o Colorado Rockies (2003–2005) e o Los Angeles Dodgers (2007). A Liga Chinesa de Beisebol Profissional foi criada em 1989 em Taiwan[142] e, eventualmente, absorveu a competição Taiwan Major League em 2003. Em 2008, a Liga tinha quatro equipes com participação média de cerca de 3 000 por jogo. O basquetebol também é um esporte popular no país.[143]

Cerimônia de abertura da Universíada de Verão de 2017 em Taipei

O taekwondo também se tornou um esporte maduro e bem-sucedido nos últimos anos. Nos Jogos Olímpicos de Verão de 2004, Chen Shih-Hsin e Chu Mu-Yen conquistaram duas medalhas de ouro. Competidores posteriores, como Yang Shu-chun, reforçaram cultura do taekwondo no país.[144]

Taiwan participa em organizações desportivas internacionais e eventos sob o nome de "Taipé Chinesa", devido ao seu estatuto político. Em 2009, o país organizou dois eventos esportivos internacionais. Os Jogos Mundiais de 2009 foram realizadas em Kaohsiung entre 16 e 26 de julho de 2009. Além disso, Taipé sediou as Surdolimpíadas de Verão em setembro do mesmo ano. Além disso, a capital taiwanesa também sediou a Universíada de Verão de 2017.[145]

O país também é um grande país asiático para o corfebol. Em 2008, Taiwan sediou o Campeonato Mundial da Juventude Corfebol e levou a medalha de prata.[146] Em 2009, a equipe de corfebol nacional ganhou uma medalha de bronze nos Jogos Mundiais do esporte.[147]

Yani Tseng é a mais famosa jogadora de golfe profissional do país e atualmente joga na LPGA, com sede nos Estados Unidos. Ela é a jogadora mais jovem da história a ganhar os cinco principais campeonatos do esporte.[148][149][150]

Notas

  1. Como a República Popular da China (RPC) não reconhece Taiwan como um Estado soberano e independente, a ONU segue a mesma posição, sendo que relatório do IDH não inclui dados de "Taiwan, Província da China" (ver o estatuto da República da China). No entanto, o governo taiwanês calculou seu IDH de 2011 em 0,882, baseado na nova metodologia de 2010 do índice adotada pelo PNUD.[1]
  2. Também escrito como Taiuã[3][4] ou Taiuan.[5]
  3. Google Earth.

Referências

  1. «2011中華民國人類發展指數 (HDI)» (PDF) (em chinês). Directorate General of Budget, Accounting and Statistics, Executive Yuan, R.O.C. 2011. Consultado em 21 de novembro de 2011 
  2. Directorate General of Budget, Accounting and Statistics (ed.). «Report on The Survey of Family Income and Expenditure». Consultado em 12 de dezembro de 2016 
  3. Llibre d'estil de la revisió de la toponímia estrangera (Livro de estilo da revisão da toponímia estrangeira); enciclopèdia.cat; página 50 Arquivado em 14 de junho de 2011, no Wayback Machine. (em catalão)
  4. «Peixoto da Fonseca, F.V.; Ciberdúvidas da Língua Portuguesa – Myanmar / Birmânia». Consultado em 16 de abril de 2013. Arquivado do original em 17 de maio de 2014 
  5. «Verbete taiuanês, taiwanês». iDicionário Aulete. Consultado em 7 de outubro de 2012. Arquivado do original em 6 de outubro de 2012. Pessoa nascida ou que vive em Taiuan ou Taiwan (Ásia). 
  6. «Growth in United Nations membership, 1945-present» 
  7. China: U.S. policy since 1945. [S.l.]: Congressional Quarterly. 1980. the city of Taipei became the temporary capital of the Republic of China 
  8. «A brief history of Taiwan» (em chinês). Government Information Office, Republic of China. Consultado em 13 de setembro de 2009. Arquivado do original em 29 de abril de 2011. 1949年,國民政府退守臺灣後,以臺北為戰時首都 
  9. «Ma refers to China as ROC territory in magazine interview». Taipei Times. 8 de outubro de 2008. Cópia arquivada em 23 de agosto de 2021 
  10. Shirk, Susan L. (2007). China: Fragile Superpower. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 9780195306095 
  11. «Taiwan and China in 'special relations': Ma». China Post. 4 de setembro de 2008. Cópia arquivada em 8 de junho de 2021 
  12. Chan, Rachel (17 de junho de 2009). «Taiwan needs to boost public awareness on climate change: EU envoy». The China Post. Consultado em 22 de julho de 2009. Cópia arquivada em 27 de maio de 2021 
  13. «Chapter 3: History» (PDF). The Republic of China Yearbook 2011. [S.l.]: Government Information Office, Republic of China (Taiwan). 2011. p. 46. Cópia arquivada (PDF) em 14 de maio de 2012 
  14. Davidson 1903, p. 10.
  15. Veja por exemplo:
  16. Campbell 1903, p. 52.
  17. 蔡玉仙等編. 府城文史 (em chinês). [S.l.]: 臺南市政府. ISBN 9789860094343 
  18. 石守謙主編. Ilha Formosa: the Emergence of Taiwan on the World Scene in the 17th Century (em chinês). [S.l.]: National Palace Museum. ISBN 9789575624415 
  19. 加藤光貴著 黃秉珩譯. 昨日府城 明星台南: 發現日治下的老臺南. [S.l.]: 臺南市文化資產保護協會. ISBN 978-957-28079-9-6 
  20. a b c Oosterhoff, J.L. (1985). «Zeelandia, a Dutch colonial city on Formosa (1624–1662)». In: Ross, Robert; Telkamp, Gerard J. Colonial Cities: Essays on Urbanism in a Colonial Context. [S.l.]: Springer. pp. 51–62. ISBN 978-90-247-2635-6 
  21. Garver, John W. (abril de 1997). The Sino-American Alliance: Nationalist China and American Cold War Strategy in Asia. [S.l.]: M.E. Sharp. ISBN 978-0-7656-0025-7 
  22. «Taiwan: The Future of the 'Republic of China'». thediplomat.com (em inglês). Consultado em 13 de novembro de 2024 
  23. Reid, Katie (18 de maio de 2009). «Taiwan hopes WHO assembly will help boost its profile». Reuters. Consultado em 11 de junho de 2013 
  24. Chang, K.C. (1989). translated by W. Tsao, ed. by B. Gordon. «The Neolithic Taiwan Strait» (PDF). Kaogu. 6: 541–550, 569. Consultado em 9 de julho de 2015. Arquivado do original (PDF) em 18 de abril de 2012 
  25. Olsen, John W.; Miller-Antonio, Sari (1992). «The Palaeolithic in Southern China». Asian Perspectives. 31 (2): 129–160 
  26. Jiao, Tianlong (2007). The neolithic of southeast China: cultural transformation and regional interaction on the coast. [S.l.]: Cambria Press. pp. 89–90. ISBN 978-1-934043-16-5 
  27. a b Hill et al. 2007.
  28. a b Bird, Hope & Taylor 2004.
  29. Diamond, Jared M (2000). «Taiwan's gift to the world» (PDF). Nature. 403 (6771): 709–710. ISSN 0028-0836. PMID 10693781. doi:10.1038/35001685. Cópia arquivada (PDF) em 16 de setembro de 2006 
  30. Fox, James J (2004). «Current Developments in Comparative Austronesian Studies» (PDF). Symposium Austronesia. Universitas Udayana, Bali 
  31. Shepherd, John R. (1993). Statecraft and Political Economy on the Taiwan Frontier, 1600–1800. [S.l.]: Stanford University Press. p. 7. ISBN 978-0-8047-2066-3 
  32. a b c Wills, John E., Jr. (2006). «The Seventeenth-century Transformation: Taiwan under the Dutch and the Cheng Regime». In: Rubinstein, Murray A. Taiwan: A New History. [S.l.]: M.E. Sharpe. pp. 84–106. ISBN 978-0-7656-1495-7 
  33. Campbell, William (1903). Formosa Under the Dutch: Described from Contemporary Records, with Explanatory Notes and a Bibliography of the Island. [S.l.]: Kegan Paul, Trench, Trubner. pp. 6–7 
  34. a b c d e f g h i j k l m Enciclopédia Britânica (ed.). «History of Taiwan». Consultado em 3 de julho de 2015 
  35. HUANG-WEN LAI (janeiro de 2007). «The Turtle Woman's Voices: Multilingual Str oices: Multilingual Strategies Of Resistance ategies Of Resistance And Assimilation In Taiwan Under Japanese Colonial Rule» (pdf) (em inglês). 113 páginas. doi:10.7275/355337. Consultado em 11 de novembro de 2015 
  36. Folha de S. Paulo, ed. (15 de março de 2005). «Lei anti-secessão da China parece "jogada política", dizem analistas». Consultado em 3 de julho de 2015 
  37. Monthly Bulletin of Interior Statistics 2011.4[ligação inativa], Department of Statistics, Ministry of the Interior, Taiwan/R.O.C.
  38. «Tallest Islands of the World — World Island Info web site». Worldislandinfo.com. Consultado em 1 de agosto de 2010 
  39. Chao, Kang & Johnson, Marshall (2000). Nationalist Social Sciences and the Fabrication of Subimperial Subjects in Taiwan. Positions 8:1. Page 167.
  40. a b Garschagen 1998, vol. 6, p. 368.
  41. a b c d e f g «Taiwan». The World Factbook. United States Central Intelligence Agency. Consultado em 6 de maio de 2019 
  42. Exec. Yuan (2014), p. 44.
  43. a b Exec. Yuan (2014), p. 45.
  44. The Republic of China Yearbook 2014 (PDF). Taipei: Yuan Executivo, R.O.C. 2014. p. 45. ISBN 978-986-04-2302-0 
  45. «Climate of Taiwan». Travel Tips – USA Today (em inglês). Consultado em 18 de setembro de 2020 
  46. «Is Taiwan Doing Enough to Address Climate Change in The Hottest Summer Ever?|Politics & Society|2020-08-19|web only». CommonWealth Magazine. Consultado em 18 de setembro de 2020 
  47. a b Exec. Yuan 2014, p. 36.
  48. «Number of Villages, Neighborhoods, Households and Resident Population» (em inglês). MOI Statistical Information Service. Consultado em 2 de Fevereiro de 2014 [ligação inativa]
  49. «Indigenous People». MOI Statistical Information Service. Fevereiro de 2012. Consultado em 14 de abril de 2012 [ligação inativa]
  50. «An Overview of Taiwan's Indigenous Groups». Taipei: Government Information Office. 2006. Consultado em 14 de abril de 2012. Arquivado do original em 1 de agosto de 2012 
  51. a b c «Chapter 2: People and Language» (PDF). The Republic of China Yearbook 2011. [S.l.]: Government Information Office, Republic of China (Taiwan). Cópia arquivada (PDF) em 14 de maio de 2012 
  52. Zeitoun, Elizabeth; Yu, Ching-Hua. «The Formosan Language Archive: Linguistic Analysis and Language Processing» (PDF). Computational Linguistics and Chinese Language Processing. 10 (2): 168. Consultado em 4 de agosto de 2012 [ligação inativa]
  53. «Taiwan Yearbook 2006». Government of Information Office. 2006. Consultado em 1 de setembro de 2007. Cópia arquivada em 8 de julho de 2007 
  54. «Taiwan: International Religious Freedom Report 2010». Departamento de Estado dos Estados Unidos: Bureau of Democracy, Human Rights, and Labor. 17 de novembro de 2010. Consultado em 17 de março de 2012 
  55. Stainton, Michael (2002). "Presbyterians and the Aboriginal Revitalization Movement in Taiwan". Cultural Survival Quarterly 26.2, 5 de maio de 2010. Acessado em 3 de dezembro de 2014.
  56. «Notas da outra China: Aventuras na Ásia, p. 71-81». 2007 
  57. «Taiwan é a primeira na Ásia á aprovar uma organização Pastafariana». humanist.org.sg 
  58. "15,000 temples"[ligação inativa], Taiwan News, 28 de julho de 2009. Acessado em 21 de março de 2012.
  59. Wu, J. R. (24 de maio de 2017). «Taiwan court rules in favor of same-sex marriage, first in Asia». Reuters. Consultado em 11 de outubro de 2017 
  60. «Taiwan gay marriage: Parliament legalises same-sex unions». BBC. 17 de maio de 2019. Consultado em 17 de maio de 2019. Cópia arquivada em 17 de maio de 2019 
  61. «Taiwan hosts biggest in-person LGBTQ Pride event of post-Covid 2020». NBC News (em inglês). Consultado em 24 de maio de 2022 
  62. «Thousands join Taiwan's 17th LGBT Pride parade – Taipei Times». www.taipeitimes.com. 27 de outubro de 2019. Consultado em 27 de maio de 2022 
  63. Horton, Chris (28 de junho de 2020). «Taiwan Celebrates Pride With a Public Parade». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 27 de maio de 2022 
  64. a b c d e «Chapter 4: Government». The Republic of China Yearbook. [S.l.]: Government Information Office, Republic of China (Taiwan). 2011. pp. 55–65. Consultado em 2 de julho de 2015. Arquivado do original (PDF) em 6 de junho de 2011 
  65. Huang, Jei-hsuan (14 de setembro de 2006). «Letter: KMT holds the key». Taipei Times. p. 8. Consultado em 28 de maio de 2009. Cópia arquivada em 23 de agosto de 2021 
  66. Jayasuriya, Kanishka (1999). Law, capitalism and power in Asia. [S.l.]: Routledge. p. 217. ISBN 978-0-415-19743-4 
  67. Chang, Rich (2 de janeiro de 2006). «Nation keeps death penalty, but reduces executions». Taipei Times. Consultado em 2 de novembro de 2009 
  68. «The One-China Principle and the Taiwan Issue». PRC Taiwan Affairs Office and the Information Office of the State Council. 2005. Consultado em 3 de dezembro de 2014. Cópia arquivada em 13 de fevereiro de 2006 "
  69. «ECFA issues and the nationality identification» (PDF). TVBS. Cópia arquivada (PDF) em 21 de Maio de 2009 
  70. «Countries – China». Departamento de Estado dos Estados Unidos, Escritório da História. Consultado em 28 de maio de 2009 
  71. Eyal Propper. "How China Views its National Security," Arquivado em 25 de março de 2012, no Wayback Machine. The Israel Journal of Foreign Affairs, Maio de 2008.
  72. Henckaerts, Jean-Marie (1996). The international status of Taiwan in the new world order. [S.l.]: Martinus Nijhoff Publishers. pp. 96–97. ISBN 90-411-0929-3 
  73. de Sá, Nelson. «Após eleger presidente anti-China, Taiwan perde país aliado para Pequim». Folha de S.Paulo. Consultado em 15 de janeiro de 2024 
  74. Vang, Pobzeb (2008). Five Principles of Chinese Foreign Policies. [S.l.]: AuthorHouse. p. 46. ISBN 978-1-4343-6971-0 
  75. Yates, Stephen J. (16 de abril de 1999). «The Taiwan Relations Act After 20 Years: Keys to Past and Future Success». The Heritage Foundation. Consultado em 19 de julho de 2009. Arquivado do original em 22 de julho de 2009 
  76. «China: US spat over Taiwan could hit co-operation». Agence France-Presse. 2 de fevereiro de 2010. Cópia arquivada em 6 de fevereiro de 2010 
  77. «Liancheng / Lianfeng Airbase – Chinese Military Forces». Federation of American Scientists. Consultado em 7 de junho de 2009 
  78. a b «2004 National Defense Report» (PDF). ROC Ministry of National Defense. 2004. pp. 89–90. Consultado em 5 de março de 2006. Cópia arquivada (PDF) em 11 de março de 2006 
  79. a b c d «China's 'One Country, Two Systems' Trap». Wall Street Journal. 12 de março de 2014. Consultado em 14 de abril de 2015 
  80. Forsythe, Michael (29 de setembro de 2014). «Protests in Hong Kong Have Roots in China's 'Two Systems'». New York Times. Consultado em 14 de abril de 2015 
  81. Chung, Lawrence (27 de setembro de 2014). «'One country, two systems' right formula for Taiwan, Xi Jinping reiterates». South China Morning Post. Consultado em 14 de abril de 2015 
  82. Blanchard, Ben (e outro) (2 de março de 2021). «Taiwan opposition chief in no rush for China meeting». Reuters (em inglês) 
  83. Macartney, Jane (6 de março de 2007). «War of words after call for independence». The Times. Londres. Consultado em 4 de junho de 2009 [ligação inativa]
  84. Fravel, M. Taylor (2002). «Towards Civilian Supremacy: Civil-Military Relations in Taiwans's Democratization». Armed Forces & Society. 29 (1): 57–84. doi:10.1177/0095327X0202900104 
  85. «Committed to Taiwan». The Wall Street Journal. 26 de abril de 2001. Consultado em 28 de maio de 2009 
  86. Swaine & Mulvenon 2001, p. 65.
  87. Woodward, Taiwanese hyperinflation, "It was the fiscal regime change on Taiwan, as in the European episodes, that finally brought price stability. It was the aid program that brought the budget to near balance, and when the aid program reached its full proportions in 1952, prices stabilized."
  88. Her, Kelly (12 de janeiro de 2005). «Privatization Set in Motion». Taiwan Review. Consultado em 5 de junho de 2009. Arquivado do original em 30 de abril de 2011 
  89. «Country Comparisons – Reserves of foreign exchange and gold». CIA – The World Factbook. Consultado em 7 de maio de 2009 [ligação inativa]
  90. Harding, Phil (23 de janeiro de 2010). «Taiwan's Grand Hotel welcome for Chinese visitors». BBC News. Consultado em 25 de janeiro de 2010 
  91. DoIT 2008, p. 5 "Notably, cross-strait political tensions have not prevented Taiwanese firms from investing heavily in China. The cross-strait investments now exceed US$ 100 billions. Four Taiwanese-owned firms rank among China's top 10 biggest exporters. 10% of the Taiwanese labor force now works in China."
  92. DoIT 2008, p. 5 "Although used-to-be-hostile tension between Taiwan and China has been eased to a certain degree, Taiwan should seek to maintain stable relation with China while continuing to protect national security, and avoiding excessive "Sinicization" of Taiwanese economy. Strategies to avoid excessive "Sinicization" of the Taiwanese economy could include efforts to increase geographic diversity of overseas Taiwanese employment, diversifying Taiwan's export markets and investment. "
  93. BBC News, "Taiwan Flashpoint", "Some Taiwanese worry their economy is now dependent on China. Others point out that closer business ties makes Chinese military action less likely, because of the cost to China's own economy."
  94. «US-Taiwan FTA would have limited impact». bilaterals.org. Consultado em 28 de maio de 2009 
  95. Morris, Peter (4 de fevereiro de 2004). «Taiwan business in China supports opposition». Asia Times Online [ligação inativa]
  96. a b «Coping with Asian financial crisis: The Taiwan experience | Seoul Journal of Economics». Find Articles at BNET. 28 de abril de 2009. Consultado em 28 de maio de 2009 
  97. «Separate Customs Territory of Taiwan, Penghu, Kinmen and Matsu (Chinese Taipei) and the WTO». World Trade Organization. Consultado em 7 de junho de 2009 
  98. How Taiwan Created TSMC (em inglês), consultado em 23 de maio de 2022 
  99. «Taiwan: como grupo de jovens engenheiros tornou Taiwan uma potência em microchips». BBc News Brasil. 31 de dezembro de 2023. Consultado em 27 de março de 2024 
  100. Mak, Robyn (17 de dezembro de 2021). «Breakingviews – TSMC can fix Taiwan's stalled green transition». Reuters (em inglês). Consultado em 20 de junho de 2022 
  101. «TSMC (TSM) – Market capitalization». companiesmarketcap.com (em inglês). Consultado em 20 de maio de 2022 
  102. «TSMC Announces Intention to Build and Operate an Advanced Semiconductor Fab in the United States». Taiwan Semiconductor Manufacturing Company Limited (em inglês). Consultado em 23 de maio de 2022 
  103. Gupta, Yashi (22 de janeiro de 2022). «Techno Sports». technosports.co.in (em inglês). Consultado em 20 de maio de 2022 
  104. «Taiwan Semiconductor (TSMC): A Clear Winner At». seekingalpha.com (em inglês). Consultado em 27 de maio de 2022 
  105. «TSMC First Taiwan Company to List on NYSE». Taiwan Semiconductor Manufacturing Company Limited (em inglês). Consultado em 18 de junho de 2022 
  106. LaPedus, Mark (9 de setembro de 2009). «GlobalFoundries to give UMC a run for its money». EETimes. Consultado em 22 de maio de 2022 
  107. «United Microelectronics: Good, But Not As Good As Competitors | Seeking Alpha». seekingalpha.com (em inglês). Consultado em 23 de maio de 2022 
  108. «Foxconn Technology Co Ltd Locations – Headquarters & Offices – GlobalData – GlobalData». www.globaldata.com. Consultado em 30 de junho de 2022 
  109. «Hon Hai Precision Industry Co., Ltd. (2317.TW) Stock Price, News, Quote & History – Yahoo Finance». finance.yahoo.com (em inglês). Consultado em 30 de junho de 2022 
  110. Duhigg, Charles; Bradsher, Keith (21 de janeiro de 2012). «How the U.S. Lost Out on iPhone Work». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 30 de junho de 2022 
  111. «Struggle for Foxconn girl who wanted to die». South China Morning Post (em inglês). 15 de dezembro de 2010. Consultado em 30 de junho de 2022 
  112. 歷年來臺旅客統計 Arquivado em 1 de junho de 2010, no Wayback Machine.. Governo de Taiwan. 23 de fevereiro de 2014 .
  113. 98年來臺旅客居住地統計 Arquivado em 27 de abril de 2014, no Wayback Machine.. admin.taiwan.net.tw. 23 de fevereiro de 2014 .
  114. 台北101. taiwan.net.tw. 23 de fevereiro de 2014. .
  115. 交通部觀光局. 最新之觀光統計. www.ey.gov.tw. 21 de março de 2014. .
  116. «Bureau of National Health Insurance». Taiwan BNHI. 18 de julho de 2006 [ligação inativa]
  117. «Bureau of National Health Insurance-National Health Insurance Act». Bureau of National Health Insurance, ROC. Consultado em 28 de maio de 2009. Arquivado do original em 23 de agosto de 2007 
  118. «Taiwanese Hospital Public Satisfaction Poll» (em chinês). Taiwan Department of Health. Outubro de 2004. Cópia arquivada em 21 de setembro de 2009 
  119. Postiglione, Gerard A.; Grace C. L. Mak (1997). Asian higher education. [S.l.]: Greenwood Publishing Group. pp. 346–348. ISBN 0-313-28901-8 
  120. «The Story of Taiwan-Education Taiwan's Educational Development and Present Situation». Government Information Office, Republic of China. Consultado em 28 de maio de 2009. Arquivado do original em 31 de julho de 2012 
  121. Gary Phillips (17 de novembro de 2007). «Chance Favors the Prepared Mind: Mathematics and Science Indicators for Comparing States and Nations» (PDF). American Institutes for Research. Consultado em 21 de novembro de 2007. Cópia arquivada (PDF) em 26 de novembro de 2007 
  122. Bucknall, Keven (2002). Chinese Business Etiquette and Culture. [S.l.]: C&M Online Media, Inc. p. 15. ISBN 0-917990-44-7 [ligação inativa]
  123. «Betting on Taiwan's future with the Nankang software park». Taipei Times. 1 de novembro de 1999. Consultado em 28 de maio de 2009 
  124. «Over 70% of Taiwanese parents send kids to English bushibans». Invest in Taiwan, Department of Investment Services. 2 de setembro de 2005. Consultado em 28 de maio de 2009. Cópia arquivada em 8 de junho de 2008 
  125. C. Smith, Douglas (1997). Middle education in the Middle Kingdom. [S.l.]: Greenwood Publishing Group. p. 119. ISBN 0-275-95641-5 
  126. Huang 1994, pp. 1–5.
  127. Yip 2004, pp. 230–248.
  128. Makeham 2005, pp. 2–8.
  129. Chang 2005, p. 224.
  130. Hsiau 2005, pp. 125–129.
  131. Winckler 1994, pp. 23–41.
  132. a b c d e f Chung, Oscar (Janeiro de 2020). «Beauty in Diversity». taiwantoday.tw. Taiwan Today. Consultado em 27 de janeiro de 2020 
  133. CHOU, CYBIL. «Uffizi art conservator brushes up Taiwan's temples». asia.nikkei.com. Nikkei. Consultado em 15 de agosto de 2021 
  134. «Place/Displace: Three Generations of Taiwanese Art». pacificasiamuseum.usc.edu. USC Pacific Asia Museum. Consultado em 28 de janeiro de 2020 
  135. Berlatsky, Noah. «Review: What a queer Taiwanese 1995 sci-fi novel got right about the future». Los Angeles Times. Consultado em 31 de maio de 2021 
  136. Lin, River. «Keep queer and carry on: the art of becoming in Taiwan». www.artbasel.com. Art Basel. Consultado em 13 de julho de 2021 
  137. Chen, Alicia; Shih, Gerry. «'Taiwan has always been the same': Indigenous artists are reclaiming the island's cultural heritage». www.independent.co.uk. The Independent. Consultado em 15 de agosto de 2021. Arquivado do original em 26 de maio de 2022 
  138. «這座島嶼,胃納如洋 ─ 變遷中的台灣食物» (em chinês). www.erenlai.com. Consultado em 2 de setembro de 2013. Cópia arquivada em 4 de julho de 2021 
  139. a b «The Cuisine of Taiwan» (em inglês). Wokme.com Asian Cooking Guide. Consultado em 23 de fevereiro de 2014 
  140. seafood.nmmba.gov.tw[ligação inativa]. 國立海洋生物博物館. 23 de fevereiro de 2014 .
  141. «Intro of CPBL». Cpbl.com.tw. Consultado em 3 de dezembro de 2014. Cópia arquivada em 16 de março de 2009 
  142. Wang, Audrey (1 de junho de 2008). «A Passion for Hoops». The Taiwan Review. Taiwan Review. Consultado em 8 de abril de 2012 [ligação inativa]
  143. BBC.co.uk (26 de agosto de 2004). «Taiwan enjoy double gold» (em inglês). Consultado em 14 de maio de 2009 
  144. Yeh, Joseph (1 de dezembro de 2011). «Taipei to host 2017 Summer Universiade». China Post. Consultado em 8 de abril de 2012 
  145. «Netherlands Retains World Youth Korfball Champion; Taiwan is on the Way to the World..». Reuters Newswire. 8 de novembro de 2008. Consultado em 14 de junho de 2011 
  146. Hazeldine, Richard (22 de julho de 2009). «Jujitsu, korfball put Taiwan back on winning track». Taipei Times. Consultado em 14 de junho de 2011 
  147. «At Only 22, Tseng Wins Fifth Major». The New York Times. Associated Press. 1 de agosto de 2011 
  148. «Victorious Tseng takes No. 1 ranking». Taipei Times. Agence France-Presse. 14 de fevereiro de 2011 
  149. «Stacy Lewis wins, now No. 1 in world». ESPN. Associated Press. 17 de março de 2013. Consultado em 21 de março de 2013 
  • Chang, Maukuei (2005). «Chapter 7 : The Movement to Indigenize to Social Sciences in Taiwan: Origin and Predicaments». In: Makeham, John; Hsiau, A-chin. Cultural, Ethnic, and Political Nationalism in Contemporary Taiwan: Bentuhua 1 ed. New York: Palgrave Macmillan. ISBN 9781403970206 
  • Hsiau, A-Chin (2005). «Chapter 4 : The Indigenization of Taiwanese Literature: Historical Narrative, Strategic Essentialism, and State Violence». In: Makeham, John; Hsiau, A-chin. Cultural, Ethnic, and Political Nationalism in Contemporary Taiwan: Bentuhua 1 ed. New York: Palgrave Macmillan. ISBN 9781403970206 
  • Huang, Chun-chieh (1994). Harrell, Stevan; Huang, Chun-chieh, eds. Introduction. Cultural Change in Postwar Taiwan (April 10–14, 1991; Seattle). Boulder, Colo.: Westview Press. ISBN 9780813386324 
  • Makeham, John (2005). «Chapter 6 : Indigenization Discourse in Taiwanese Confucian Revivalism». In: Makeham, John; Hsiau, A-chin. Cultural, Ethnic, and Political Nationalism in Contemporary Taiwan: Bentuhua 1 ed. New York: Palgrave Macmillan. ISBN 9781403970206. doi:10.1057/9781403980618 
  • Winckler, Edwin (1994). Harrell, Stevan; Huang, Chun-chieh, eds. Cultural Policy in Postwar Taiwan. Cultural Change in Postwar Taiwan (April 10–14, 1991; Seattle). Boulder, Colo.: Westview Press. ISBN 9780813386324 
  • Yip, June (2004). Envisioning Taiwan: Fiction, Cinema and the Nation in the Cultural Imaginary. Durham, N.C. and London: Duke University Press. ISBN 9780822333579 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]
Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Wikcionário Definições no Wikcionário
Wikilivros Livros e manuais no Wikilivros
Commons Imagens e media no Commons
Commons Categoria no Commons
Wikinotícias Notícias no Wikinotícias
Wikivoyage Guia turístico no Wikivoyage
Wikidata Base de dados no Wikidata
Meta-Wiki Meta-Wiki