O Amor É Nosso

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O Amor É Nosso!
O Amor É Nosso
Informação geral
Formato Telenovela
Gênero drama
romance
Duração 45 minutos
Criador(es) Wilson Aguiar Filho
Roberto Freire
Walther Negrão
Elenco
País de origem Brasil
Idioma original português
Episódios 155
Produção
Diretor(es) Gonzaga Blota
Carlos Zara
Tema de abertura Eu Me Rendo, Fábio Júnior[2]
Tema de encerramento Eu Me Rendo, Fábio Júnior[2]
Exibição
Emissora original TV Globo
Distribuição TV Globo
Transmissão original 27 de abril
24 de outubro de 1981
Cronologia
Plumas e Paetês
Jogo da Vida

O Amor É Nosso! é uma telenovela brasileira produzida pela TV Globo e exibida de 27 de abril a 24 de outubro de 1981, em 155 capítulos.[1] Substituiu Plumas e Paetês e foi substituída por Jogo da Vida, sendo a 27ª "novela das sete" exibida pela emissora.

Escrita por Wilson Aguiar Filho e Roberto Freire até o capítulo 75 e, posteriormente, por Walther Negrão, sob direção de Jorge Fernando e Mario Márcio Bandarra e direção geral de Gonzaga Blota e Carlos Zara.[2][1]

Contou com as atuações de Fábio Júnior, Myrian Rios, Tônia Carrero, Walmor Chagas, Pepita Rodrigues, Jorge Dória, Stepan Nercessian e Stênio Garcia.[1]

Enredo[editar | editar código-fonte]

"O Amor é Nosso!" conta a história de Pedro, um jovem que sonha em ascender e ser reconhecido no mundo da música. Ele tem uma relação conflituosa e cheia de atritos com o pai, Celso, um homem rude e seco que desdenha de sua escolha profissional. No entanto, ele acaba descobrindo que seu irmão Cláudio acabou roubando sua namorada, Selma.

Selma é a típica alpinista social. Selma viu que ao lado de Pedro, aparentemente um jovem sonhador que tinha um sonho muito alto de chegar ao estrelato no mundo da música, poder prosperar e no mundo da música era meio impossível e como ela via mais futuro ao lado de Cláudio, que para ela, era um jovem mais promissor com a mente mais voltada para planos mais tangíveis, Selma acabou trocando Pedro por Cláudio e o irmão do protagonista consequentemente acabou roubando a namorada do próprio irmão.

Com todos os conflitos em casa com a família e essas mágoas, Pedro acaba saindo de casa e indo morar em uma república estudantil no Rio de Janeiro. No Rio, o caminho de Pedro encontra o de Gilda. Gilda já foi uma mulher muito rica e hoje leva uma vida estável dona de uma agência de eventos e é ela quem vai abrir muitas portas para Pedro. Na república onde moram outros jovens, Pedro conhece os irmãos Nina e Bruno. Bruno é músico e compositor e com Pedro acabam formando uma parceria profissional. As coisas entram em conflito para Bruno quando ele se vê em dois caminhos: escolher entre a amizade e a parceria profissional com Pedro e aceitar o romance do amigo com a irmã, já que Pedro e Nina acabam se envolvendo e isso desperta ciúmes no rapaz.

A trama paralela que também chama a atenção é a história do padre Leonardo. Padre Léo é muito simpático e à frente de seu tempo, mas sempre colocando sua fé em primeiro lugar. Ele está empenhado em ajudar os jovens fazendo atividades de caridade que os atraem. Porém, a vida do Padre Léo fica muito agitada quando a jovem Cintia, uma grande amiga dele, desaparece misteriosamente sem mais nem menos. A família da jovem então não hesita em acusar o padre de que o desaparecimento da jovem é culpa dele uma vez que ambos estavam sempre juntos e conversando, deixando a trama com clima policial.

Produção[editar | editar código-fonte]

Contras da trama[editar | editar código-fonte]

O roteiro e a produção de O Amor é Nosso! foram marcados por uma série de dificuldades. A ideia principal da novela era abordar as reais aspirações e dúvidas do jovem dos anos 80, sem vê-lo apenas como um potencial consumidor, além de trazer à tona novos conceitos sobre a Igreja Católica, por meio do revolucionário padre Leonardo, vivido por Stênio Garcia.[3] Essa ideia era do psiquiatra Roberto Freire mas ele fez questão de dividir sua autoria com Wilson Aguiar Filho. Na época do lançamento da novela, Roberto explicou: "A novela começou sendo minha, com a colaboração do Wilson. Hoje, gostaria que fosse vista como um trabalho de coautoria mesmo, porque estamos contribuindo igualmente para o desenvolvimento da história. Não seria justo colocar que ela é só minha. Não é. É meio a meio mesmo". E Wilson completou contando como era feito o trabalho de dupla: "Estruturamos os capítulos juntos, idealizando cena por cena, com tudo que irá acontecer. Depois, distribuímos as cenas, sem qualquer critério, e cada um escreve a parte que lhe coube. (...) Neste processo, a parte mais difícil é a estruturação, porque toma mais tempo. No momento, procuramos criar um estilo comum".[1]

Na criação de muitas tramas em O Amor É Nosso!, os dois autores mostraram uma preocupação com o jovem: "Vamos ver se desenvolvemos, basicamente, o comportamento do jovem de hoje. Que tipo de amor é esse que existe na juventude, que propostas ela traz? Evidente que tudo isso dentro dos limites do horário e da televisão. São situações muito críticas e muito novas, que precisam ser tratadas de maneira correta".[1] Entretanto, tudo não passou de um emaranhado de histórias e um excesso de personagens sem função que afastaram cada vez mais o telespectador da novela, mesmo com ela contando com grandes nomes como Tônia Carrero, Jorge Dória, Walmor Chagas, Isabel Ribeiro, Milton Moraes, dentre outros.

Exatamente na metade da novela, em uma situação emergencial, Walther Negrão assumiu o lugar dos autores originais. Cogitou-se, na época, que seria usada a mesma técnica de Janete Clair em Anastácia, a Mulher Sem Destino, de 1967: uma tragédia levaria boa parte do elenco, que seria renovado a partir de uma nova história. Pensou-se num acidente de ônibus que eliminaria alguns personagens porém não foi necessário. "Como peguei a novela exatamente na metade, achei melhor encerrar algumas tramas propostas pelos outros autores para poder desenvolver a minha. Assim, alguns personagens ligados ao lado policial da novela vão desaparecer, porque pretendo destacar o lado romântico da história. Mas não haverá o ônibus da morte", disse Walther, em entrevista à Folha de S. Paulo.[3] Também Carlos Zara, que havia encerrado sua participação em Baila Comigo, novela das oito da época, foi chamado para auxiliar Gonzaga Blota na direção da trama a partir do capítulo 114.[1]

A chegada de Walther Negrão ao roteiro e, posteriormente, de Carlos Zara à direção, melhorou a fluidez do folhetim. Prevista para terminar em dezembro de 1981, a trama foi encurtada, encerrando-se em outubro e com 155 capítulos.

O Amor É Nosso! ainda enfrentou problemas com a censura da ditadura militar vigente no país naquela época. Em depoimento, o diretor artístico Jorge Fernando conta que os diretores se reuniam e montavam um capítulo para os censores. As cenas que não ficavam prontas eram gravadas de improviso, apenas para constarem no capítulo e terem o conteúdo aprovado pela Censura Federal.[2]

Um funcionário do Centro de Documentação da Rede Globo (CEDOC) teria declarado à imprensa que, supostamente, no início dos anos 2000, a telenovela foi descartada dos arquivos da emissora.[3][4] A produção não foi exibida em qualquer outro país - nem ao menos em Portugal, que assiste às tramas brasileiras desde 1977 - e foram raros os trechos exibidos pelo Vídeo Show. Só restariam no arquivo da TV Globo algumas chamadas, teasers e a abertura sem os créditos, veiculada pelo Fantástico na véspera da estreia.[3] Tal tese foi confirmada 23 anos depois pelo diretor do Globoplay e dos Canais Globo, Erick Bretas, ao responder a um seguidor no Twitter que a TV Globo não possuía mais os acervos da trama, o que tornaria impossível um resgate da mesma na plataforma, que havia iniciado em 2020 e muito menos uma reapresentação no canal por assinatura Viva.[5]

O crítico Artur da Távola definiu, no jornal O Globo de 25 de outubro de 1981, um dia após a reapresentação do último capítulo da trama: "Muito difícil fazer um balanço crítico de O Amor É Nosso!. Diante de tantas alterações, impossível analisar a obra. Não há obra. A novela acabou descosida, diferente, desossada, embora de certa forma divertida. Mas morrerá sem deixar saudades (...) A novela ficará como essas pessoas que morrem jovens: partem cheias de promessas e esperanças do que poderiam ter sido, se tivessem vindo a ser.[3]

Elenco[editar | editar código-fonte]

Ator[2] Personagem[2]
Fábio Júnior Pedro
Myrian Rios Nina Fernandes
Stênio Garcia Padre Leonardo
Tônia Carrero Gilda Soares
Jorge Dória Sandoval Fernandes
Marlene Maíra
Pepita Rodrigues Carmem
Stepan Nercessian Francisco (Chico)
Simone Carvalho Cíntia Camargo
Osmar Prado Alfredo
Isabel Ribeiro Laura
Ivan de Albuquerque Inácio Camargo (Camargo)
Yara Amaral Maria Helena
Walmor Chagas Alexandre (Alex)
Kátia D'Angelo Sandra Camargo
Buza Ferraz Bruno Fernandes
Liza Vieira Suzana (Suzi)
Daniel Dantas Ivo
Cristina Aché Tereza Macedo
Ariel Coelho Floriano
Nelson Dantas Celso
Aracy Cardoso Anita
Milton Moraes Roberto
Cleyde Blota Isabel
Ivan Mesquita seu Macedo
Ney Santanna Cláudio
Zaira Zambelli Selma
Gilda Guilhon Cristina Macedo (Tininha)
Haroldo Botta Alberto (Beto)
Ísis de Oliveira Regina (Gina)
Older Cazarré José (seu Zé)
Antônio Patiño Rogério Gusmão
Yolanda Cardoso Lola
Cláudio Savietto Dick Peterson
Élida L'Astorina Charlene
Carlos Alberto Baía Frank
Júlio César Vieira Silvio Soares (Silvinho)
Rosana Garcia Loreta Soares
Isabela Garcia Marina
Fernando Ramos da Silva Pingo

Participações especiais[editar | editar código-fonte]

Ator Personagem
Berenice Nerey Adalgisa, amiga de Suzana
Budy Músico de rua que se torna amigo de Pedro
Cláudia Lira Funcionária de Gilda
Germano Filho Belizário, vizinho de Roberto e Isabel
Hemílcio Fróes Dr. França, psicólogo de Laura
Mayara Norbim Márcia, amiga de Loreta
Mira Palheta Mira Coelho, socialite amiga de Gilda e Maria Helena
Monique Evans Funcionária de Gilda
Renato Pupo Padre, amigo de Padre Leonardo
Roberto Carlos Ele mesmo[2][1][3]
Roberto Lopes Freitas, capanga e comparsa de Roberto em seus contrabandos
Ronnie Von Ele mesmo
Vanusa Ela mesma
Wilma Dias Funcionária de Gilda

Trilha sonora[editar | editar código-fonte]

Nacional[editar | editar código-fonte]

Fontes[2]

O Amor É Nosso! Nacional
O Amor É Nosso
Trilha sonora de Vários intérpretes
Lançamento 1981
Gênero(s) Vários
Formato(s) Vinil
Gravadora(s) Som Livre
Produção Guto Graça Mello[2]
Cronologia de Vários intérpretes
-
O Amor É Nosso! Internacional

Capa: Fábio Júnior

N.º TítuloMúsicaPersonagem Duração
1. "Bem Simples"  Roupa NovaIvo  
2. "O Maior Mistério"  Renato TeixeiraPadre Leonardo  
3. "Jogada Pelo Mundo"  Gal CostaCarmem  
4. "Sentinela"  Milton NascimentoPadre Leonardo e Cíntia  
5. "Rochedo"  Beth CarvalhoMaria Helena e Alex  
6. "Bons Amigos"  KátiaNina  
7. "Eu Me Rendo"  Fábio JúniorAbertura  
8. "Bem-Te-Vi"  Renato TerraChico  
9. "Abre Coração"  Jim CapaldiPedro e Nina  
10. "Pra Ser o Sol"  A Cor do SomTininha  
11. "Eu Voltei"  Cláudia TellesLaura  
12. "Tesouros da Juventude"  Lulu SantosNúcleo da República  
13. "Golpe de Amor"  JoyceGilda  
14. "Como Posso Esquecer"  AquariusGeral  

Internacional[editar | editar código-fonte]

Fonte[2]

O Amor É Nosso! Internacional
O Amor É Nosso
Trilha sonora de Vários intérpretes
Lançamento 1981
Gênero(s) Vários
Formato(s) Vinil
Gravadora(s) Som Livre
Produção Guto Graça Mello[2]
Cronologia de Vários intérpretes
O Amor É Nosso! Nacional
-

Capa: logotipo da novela

N.º TítuloMúsicaPersonagem Duração
1. "Sunshine On My Shoulders"  John DenverPedro e Nina  
2. "No Tears Tomorrow"  Lonnie SmithRoberto e Isabel  
3. "How Do You Say Goodbye"  Ted BarysonGina  
4. "The Best Of Times"  StyxSandra  
5. "Is Something Wrong With You?"  Bobby ThurstonSandoval  
6. "Good Thing Going"  Sugar MinottCharlene e Dick Peterson  
7. "Unchain My Heart"  Don PotterAlfredo  
8. "Ancora"  Eduardo CrescenzoGilda  
9. "Nowhere To Hide"  VoyageMaíra  
10. "Seguiré Mi Camiño"  Julio IglesiasCarmem  
11. "Welcome Home"  CoreliaBruno  
12. "You're Breaking My Heart"  NiteflyteChico  
13. "I Spy"  SavannahGeral  
14. "Peace And Love"  Steve McLeanIvo e Tereza  

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g h «O Amor É Nosso». Teledramaturgia. Consultado em 15 de julho de 2014 
  2. a b c d e f g h i j k «O Amor é Nosso». Memória Globo. Consultado em 25 de agosto de 2014 
  3. a b c d e f Thell de Castro (29 de junho de 2014). «Globo apaga novela de Fábio Jr. considerada maior fiasco da história». Notícias da TV. Consultado em 15 de julho de 2014 
  4. Intercom[ligação inativa]
  5. Cardoso, Jorge (29 de abril de 2023). «Chefão da Globo confirma que emissora perdeu arquivos de novela fracassada». TV Pop. Consultado em 29 de abril de 2023