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Itália: diferenças entre revisões

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O clima da Itália varia de região para região. O norte da Itália ([[Milão]], [[Turim]] e [[Bolonha]]) tem um [[clima continental]], quando ao sul de [[Florença]] apresenta o [[clima mediterrânico]], com verões tipicamente secos e ensolarados. O clima das áreas litorâneas da península é muito diferente do interior, particularmente nos meses de inverno. As áreas mais elevadas são frias, úmidas e frequentemente recebem a precipitação de [[neve]]. As regiões litorâneas têm um clima mediterrâneo típico com invernos amenos e verões quentes, geralmente secos. Há diferenças notáveis nas temperaturas, sobretudo durante o inverno: em certos dias em [[Dezembro]] ou [[Janeiro]] pode nevar em Milão a -2 °C, enquanto em [[Nápoles]] as temperaturas estão em +12 °C. Certas manhãs, em Turim pode amanhecer com -12 °C, quando ao mesmo tempo [[Roma]] se encontra com +6 °C e [[Reggio Calabria]] +10 °C. No verão a diferença é mais clara, a costa leste não está tão úmida como a costa ocidental, mas no inverno está geralmente mais fria.
O clima da Itália varia de região para região. O norte da Itália ([[Milão]], [[Turim]] e [[Bolonha]]) tem um [[clima continental]], quando ao sul de [[Florença]] apresenta o [[clima mediterrânico]], com verões tipicamente secos e ensolarados. O clima das áreas litorâneas da península é muito diferente do interior, particularmente nos meses de inverno. As áreas mais elevadas são frias, úmidas e frequentemente recebem a precipitação de [[neve]]. As regiões litorâneas têm um clima mediterrâneo típico com invernos amenos e verões quentes, geralmente secos. Há diferenças notáveis nas temperaturas, sobretudo durante o inverno: em certos dias em [[Dezembro]] ou [[Janeiro]] pode nevar em Milão a -2 °C, enquanto em [[Nápoles]] as temperaturas estão em +12 °C. Certas manhãs, em Turim pode amanhecer com -12 °C, quando ao mesmo tempo [[Roma]] se encontra com +6 °C e [[Reggio Calabria]] +10 °C. No verão a diferença é mais clara, a costa leste não está tão úmida como a costa ocidental, mas no inverno está geralmente mais fria.


Também a altitude influencia fortemente o clima e as temperaturas médias. Cidades meridionais como [[Potenza]] (na Basilicata), [[Campobasso]] (no Molise) ou [[Enna]] (na Sicília) têm invernos rigorosos e temperaturas médias bastante inferiores a outras localidades costeiras das mesmas regiões. Nos [[Apeninos]] neva regularmente durante o inverno. Geralmente o mês mais quente é [[agosto]] no sul, e [[julho]] no norte. Nesses meses os [[termômetro]]s podem marcar 42 °C no sul e 33 °C no norte. O mês mais frio é janeiro, com médias no Vale do Rio Pó de 0 °C, Florença 5 °C, Roma 8 °C. Mas as mínimas podem chegar a -14 °C no Vale do Rio Pó, -5 °C em Florença, -4 °C em Roma, -2° em Nápoles e em [[Palermo]] +1 °C.
Também a altitude influencia fortemente o clima fudilhao e as temperaturas médias. Cidades meridionais como [[Potenza]] (na Basilicata), [[Campobasso]] (no Molise) ou [[Enna]] (na Sicília) têm invernos rigorosos e temperaturas médias bastante inferiores a outras localidades costeiras das mesmas regiões. Nos [[Apeninos]] neva regularmente durante o inverno. Geralmente o mês mais quente é [[agosto]] no sul, e [[julho]] no norte. Nesses meses os [[termômetro]]s podem marcar 42 °C no sul e 33 °C no norte. O mês mais frio é janeiro, com médias no Vale do Rio Pó de 0 °C, Florença 5 °C, Roma 8 °C. Mas as mínimas podem chegar a -14 °C no Vale do Rio Pó, -5 °C em Florença, -4 °C em Roma, -2° em Nápoles e em [[Palermo]] +1 °C.
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Revisão das 08h48min de 29 de junho de 2010

 Nota: Para outros significados, veja Itália (desambiguação).
República Italiana
Repubblica Italiana
Bandeira da Itália
Bandeira da Itália
Brasão das Armas da Itália
Brasão das Armas da Itália
Bandeira Brasão de Armas
Hino nacional: Il canto degli Italiani (italiano)
Também conhecido como Fratelli d'Italia ou Inno di Mameli.

O canto dos italianos
noicon.
Gentílico: Italiano

Localização da Itália
Localização da Itália

Localização da Itália (em verde)
No continente europeu (em cinzento e verde-claro)
Na União Europeia (em verde-claro)
Capital Roma
41º51' N 12º29' E
Cidade mais populosa Roma
Língua oficial Italiano¹
Governo República parlamentarista
• Presidente Giorgio Napolitano
• Primeiro-ministro Silvio Berlusconi
Formação
• Unificação 17 de março de 1861
• República 2 de junho de 1946
Área
  • Total 301 230 km² (69.º)
 • Água (%) 2,4
População
 • Estimativa para 2009 60 303 800 hab. (23.º)
 • Censo 2001 57 110 144 hab. 
 • Densidade 200,12 hab./km² (39.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2008
 • Total US$ 1 814 557 milhões dólares(10.º)
 • Per capita US$ 30 581 dólares (28.º)
IDH (2007) 0,951[1] (18.º) – muito alto
Gini (2000) 36
Moeda Euro² (EUR)
Fuso horário CET (UTC+1)
 • Verão (DST) CEST (UTC+2)
Cód. ISO ITA
Cód. Internet .it ³
Cód. telef. +39
Website governamental www.italia.gov.it
¹ alemão e ladino no Tirol do Sul, esloveno no Friuli-Venezia Giulia e francês no Vale de Aosta.
² Antes de 1999: Lira italiana
³ o domínio .eu também é utilizado juntamente com os outros Estados Membros da União Europeia.

A Itália (italiano: Italia), oficialmente República Italiana (italiano: Repubblica Italiana), é um país situado na Península Itálica, na Europa meridional, e em duas ilhas no mar Mediterrâneo, Sicília e Sardenha. A Itália divide suas fronteiras alpinas no norte com a França, Suíça, Áustria e Eslovênia. Os estados independentes de San Marino e do Vaticano são enclaves no interior da Península Itálica e Campione d'Italia é um exclave italiano na Suíça.

O terreno conhecido hoje como Itália foi o berço de várias culturas e povos europeus, como os Etruscos e os Romanos. A capital da Itália, Roma, foi durante séculos o centro da civilização ocidental. Mais tarde, tornou-se o berço do Renascimento[2] e também desempenhou um papel importante no desenvolvimento da ciência e da astronomia moderna, especialmente o heliocentrismo, bem como a Universidade e a ópera. Durante a Idade Média, a Itália foi dividida em vários reinos e cidades-estados (como o Reino da Sardenha, o Reino das Duas Sicílias e o ducado de Milão), mas foi unificada em 1861,[3] um período da história conhecido como o "Risorgimento". Do final do século XIX até a Segunda Guerra Mundial, a Itália possuía um império colonial, que estendia seu domínio a Líbia, Eritreia, Somália Italiana, Etiópia, Albânia, Rodes, Dodecaneso e Tianjin, parte da China.[4]

A Itália Moderna é uma república democrática e um país desenvolvido, com a oitava melhor classificação no índice de qualidade de vida.[5] O país goza de um alto padrão de vida, sendo o 18º país mais desenvolvido do mundo.[6] É um membro fundador do que hoje é a União Europeia, tendo assinado o Tratado de Roma, em 1957, além de ser também um membro fundador da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). É membro do G8 e do G20 (com a sétima maior economia PIB nominal), da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), da Organização Mundial do Comércio (OMC), do Conselho da Europa, da União da Europa Ocidental e da Iniciativa Centro-Europeia. A Itália é um Estado membro do Acordo de Schengen. O país possui o oitavo maior orçamento militar do mundo e é uma das nações que compartilha armas nucleares com a OTAN. a ONU avalia o sistema de saúde italiano como o segundo melhor sistema de saúde do mundo, e o norte do país é considerado uma das regiões mais desenvolvidas e industrializadas do planeta.

O centro financeiro e industrial do país é Milão, sendo também considerada a capital mundial da moda, de acordo com o Global Language Monitor de 2009.[7]

A Itália é o quinto país que recebe mais turistas no mundo e Roma é a terceira cidade mais visitada da União Europeia,[8] sendo constantemente considerada como uma das mais belas cidades antigas do mundo.[9] Veneza também é considerada a cidade mais bonita do mundo, segundo o New York Times, que descreve a cidade como "sem dúvida a mais bela cidade construída pelo homem".[10] O país também foi classificado com tendo a sexta melhor reputação internacional de 2009.[11]

Os italianos podem-se vangloriar de uma longa tradição cultural das artes às ciências e tecnologia, e uma forte tradição de excelência em todas as artes, culturas, literatura e ciências,corroborado no facto do país possuir o maior número de patrimônios da UNESCO, totalizando 44.São nomes italianos,grandes polímatas, artistas e gênios, como Dante, Leonardo da Vinci, Michelangelo e Enrico Fermi.[12][13]. A Itália, especialmente Roma, tem um grande impacto global na política e na cultura, sediando organizações mundiais como a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação,[14] Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Global Forum,[15] Programa Alimentar Mundial (PAM) e o Colégio de Defesa da OTAN. A influência política, econômica social e militar do país na Europa tornou-o uma importante potência regional, a par Reino Unido, da França, da Alemanha e da Rússia.[16][17][18][19][20] O país possui uma educação pública de alto nível, força de trabalho elevada,[21] índice de caridade alto,[22] além de ser um país globalizado.[23] A Itália também tem a 18ª expectativa de vida mais alta do mundo, a frente de países como Noruega e Áustria.[24]

Etimologia

Personificação da Itália.

Quando a hegemonia etrusca ia chegando a seu ocaso com a expansão dos latinos, os povos do Sul, em particular os oscos, úmbrios e outros povos do centro e Sul da Península Itálica possuíam um numeroso rebanho bovino. Na língua dos oscos, o acusativo ‘vitluf’ (aos bezerros) deu lugar em latim a ‘vitellus’ (bezerrinho), palavra proveniente de vitulos (bezerro de entre um e dois anos). Estas palavras se derivaram do indo-europeu ‘wet-olo’ (de um ano cumprido), formada por sua vez a partir de ‘wet-‘ (ano), também presente em veterano e veterinário.

O gado vacum era tão importante para esses povos que adotaram como emblema a imagem de um touro jovem, que aparece em algumas moedas da época, com o nome de vitalos, que em pouco tempo converteu-se em ‘italos’, nome com que se denominou as tribos do Sul e que com o tempo incluiu também os latinos.

Até meados do século I, Itália era usado em latim para designar a Península, e ‘itali – orum’ para seus habitantes.

História

O Coliseu, em Roma, um dos maiores símbolos do poder do Império Romano.

A história da Itália influenciou fortemente a cultura e o desenvolvimento social, tanto na Europa como no resto do mundo.

A população da Itália remonta aos tempos pré-históricos, época da qual foram encontrados importantes vestígios arqueológicos.

Entre os diversos povos da Antiguidade são dignos de menção, em particular, os Lígures, os Vênetos e os Celtas no norte, os latinos e os etruscos Samnitas no centro, enquanto no sul prosperaram colônias Gregas (Magna Grécia), e na Sardenha desde o segundo milênio a.C. floresceu a antiga civilização dos Sardenhos.

Uma das mais importantes culturas antigas desenvolvidas em solo italiano foi a Etrusca (a partir do século VIII a.C.), que influenciou profundamente Roma e sua civilização, na qual muitas tradições importantes de origem Mediterrânea e Eurasiática encontraram a mais original e duradoura síntese política, econômica e cultural. Nascida na Península Itálica, desde sempre terra de origem e de encontro entre diversos povos e culturas, a civilização romana foi capaz de explorar as contribuições provenientes dos etruscos e de outros povos itálicos, da Grécia e de outras regiões do Mediterrâneo Oriental (Palestina - o berço do Cristianismo - Síria, Fenícia e Egito). Graças ao seu império, Roma difundiu a cultura Heleno-romana pela Europa e pelo Norte de África que foram os limites de sua civilização.

Durante a Baixa Idade Média, a atual região da Itália era um conjunto de pequenos e independentes reinos e cidades-estado e suas dependências.

Após a queda do Império Romano do Ocidente, o território da península se dividiu em vários estados, alguns independentes, alguns parte de estados maiores (inclusive fora da península Itálica). O mais duradouro entre eles foram os Estados Pontifícios, que resistiram até a tomada italiana de Roma em 1870 e que foi mais tarde reconstituído como o Vaticano, no coração da capital italiana. Depois da queda do último imperador romano do Ocidente, seguiu-se a o domínio dos Hérulos e, em seguida, dos Ostrogodos. A reanexação da Itália ao Império Romano do Oriente realizado por Justiniano, em virtude das Guerras Góticas, na metade do século VI d.C., foi curta, uma vez que, já entre 568 e 570, os lombardos, povos germânicos provenientes da Hungria, ocuparam parte do país, mas representaram uma formidável continuidade política e cultural e a garantia da prosperidade económica da península e de toda a Europa por muitos anos.

Depois a área sob domínio romano-bizantino foi sujeita a fragmentações territoriais, mas conseguiu resistir até o final do século XI, enquanto os lombardos tiveram que se submeter aos Francos comandados por Carlos Magno a partir da segunda metade do século VIII. No ano 800, a Itália central tornou-se parte do Sacro Império Romano-Germânico, embora pouco depois a Sicília tenha passado ao domínio árabe. O desenvolvimento de cidades-estado (a partir do século XI) deu novo impulso à vida econômica e cultural do norte e centro da Itália, enquanto no Sul, com a invasão normanda, formou o Reino da Sicília um dos mais modernos, tolerantes e mais bem administrados da Europa naquela época. Dos municípios formaram-se as repúblicas marítimas e mais tarde, as signorias.

Durante a época das cidades-estado começou o Humanismo e o Renascimento, caracterizado por um grande renascimento das artes, que teve grande influência no resto da Europa. A ocupação estrangeira e as diversas transformações dos estados que tinham se formado continuaram até a primeira metade do século XIX, quando se desenvolveu, influenciados pela Revolução Francesa e as Guerras Napoleônicas, uma série de movimentos a favor da criação de uma Itália independente e unificada; este período é chamado de Risorgimento.

Batalha de Custoza, ocorrida durante a Terceira guerra de Independência da Itália.

A Itália contemporânea nasceu como um estado unitário, quando em 17 de março de 1861, a maioria dos estados da península e as duas principais ilhas foram unidas sob o comando do Rei da Sardenha Vittorio Emanuele II da casa de Sabóia. O arquiteto da unificação da Itália era o primeiro-ministro da Sardenha, conde Camillo Benso de Cavour, que apoiou (embora não reconhecendo diretamente) Giuseppe Garibaldi, permitindo a anexação do Reino das Duas Sicílias ao Reino da Sardenha-Piemonte.

O processo de unificação teve a ajuda da França, que - juntamente com o Reino Unido - tinha um interesse em criar um estado anti-Habsburgo comandado por uma dinastia amiga (Sabóia) e capaz de impedir o surgimento de um estado republicano e democrático na Itália (desejada por alguns "patriotas", como Mazzini e como já tinha acontecido em parte, em Roma, Milão, Florença e Veneza durante o movimento revolucionário de 1848).

A primeira capital foi Turim, a antiga capital do Reino de Sardenha e ponto de partida do processo de unificação da Itália. Depois da Convenção de setembro (1864), a capital foi transferida para Florença.

Giuseppe Garibaldi, líder da Expedição dos Mil.

Em 1866, a Itália adquiriu do Império Austríaco, o Vêneto, após a guerra, na qual a Itália era aliada à Prússia de Bismarck. Na unificação, permaneceram excluídos a Córsega e a região de Nice, cidade natal de Garibaldi, assim como Roma e os territórios vizinhos que estavam sob o controle do Papa e protegido por Napoleão III. Graças à derrota da França pelos Prussianos, após uma rápida ação militar em 20 de setembro de 1870, também fora anexada Roma e proclamada a capital do reino. Mais tarde, com o Tratado de Latrão em 1929, o Papa obteve a soberania da Cidade do Vaticano. Outra entidade autônoma dentro das fronteiras italianas é a República de San Marino.

Mas mesmo após a conquista de Roma em 1870, a Unificação da Itália ainda não estava completa, pois faltavam ainda as chamadas "terras irredentas": O Trentino, Trieste, a Ístria e a Dalmácia que os nacionalistas clamavam como pertencentes à Itália. O Trentino, Trieste, a Ístria e Fiume foram anexados depois dos tratados de paz, após a Primeira Guerra Mundial, impostos pela França, Inglaterra e Estados Unidos aos Impérios Centrais, perdedores da guerra.

Benito Mussolini durante a Marcha sobre Roma.

Após a Primeira Guerra Mundial, instalou-se a ditadura fascista, que envolveu a perda da liberdade política por mais de vinte anos e a desastrosa participação do país na Segunda Guerra Mundial junto com a Alemanha. Após o fim da guerra, em 2 de junho de 1946, um referendo estabeleceu o abandono da monarquia como uma forma de governo e a adoção de uma república parlamentar. No mesmo dia os cidadãos italianos foram convidados a votar para a eleição de uma Assembleia Constituinte, que em dezembro de 1946, começou a trabalhar na elaboração de uma Constituição. A nova Constituição entrou em vigor em 1° de Janeiro de 1948.

A Itália é um membro fundador da OTAN e da União Europeia, tendo criado junto com Bélgica, França, Alemanha Ocidental, Luxemburgo, Países Baixos em 18 de abril de 1951 (através do Tratado de Paris), a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) e tem participado de todos os principais tratados de unificação da Europa, incluindo a entrada na zona do euro em 1999, quando substituiu a antiga lira italiana.

Geografia

Ver artigo principal: Geografia da Itália
Imagem de satélite da Itália e imediações.

A maior parte da Itália está localizada na Península Itálica, no continente europeu, e onde dois enclaves independentes estão localizados: a República de San Marino e o Vaticano. As ilhas de Sicília, Sardenha e Elba também fazem parte da Itália.

A Itália limita-se ao norte com Suíça e com Áustria, a leste com a Eslovénia, com o Mar Adriático (através do qual contacta também com a Croácia, Montenegro, Albânia), e com o Mar Jónico, que a separa da Grécia. A Itália limita-se a sul com o Mar Mediterrâneo (incluindo o Canal de Malta que separa a Sicília de Malta), com o Mar Tirreno e com o Mar da Ligúria (ambos separando o território peninsular das ilhas da Sicília e Sardenha e da ilha francesa da Córsega). Finalmente, a Itália limita-se ao oeste com a França.

O terreno italiano é bastante acidentado, com os Apeninos formando o esqueleto central da península. O ponto mais alto do Itália é o Monte Branco, com seus 4810 metros, mas dois vulcões estão mais associados com o país: o Monte Etna, na Sicília, e o Monte Vesúvio, perto de Nápoles.

Na cultura popular é comum associar o formato político-geográfico da Itália a uma bota (em italiano "stivale").

Clima

Neve na cidade da Pavia, no norte da Itália.

O clima da Itália varia de região para região. O norte da Itália (Milão, Turim e Bolonha) tem um clima continental, quando ao sul de Florença apresenta o clima mediterrânico, com verões tipicamente secos e ensolarados. O clima das áreas litorâneas da península é muito diferente do interior, particularmente nos meses de inverno. As áreas mais elevadas são frias, úmidas e frequentemente recebem a precipitação de neve. As regiões litorâneas têm um clima mediterrâneo típico com invernos amenos e verões quentes, geralmente secos. Há diferenças notáveis nas temperaturas, sobretudo durante o inverno: em certos dias em Dezembro ou Janeiro pode nevar em Milão a -2 °C, enquanto em Nápoles as temperaturas estão em +12 °C. Certas manhãs, em Turim pode amanhecer com -12 °C, quando ao mesmo tempo Roma se encontra com +6 °C e Reggio Calabria +10 °C. No verão a diferença é mais clara, a costa leste não está tão úmida como a costa ocidental, mas no inverno está geralmente mais fria.

Também a altitude influencia fortemente o clima fudilhao e as temperaturas médias. Cidades meridionais como Potenza (na Basilicata), Campobasso (no Molise) ou Enna (na Sicília) têm invernos rigorosos e temperaturas médias bastante inferiores a outras localidades costeiras das mesmas regiões. Nos Apeninos neva regularmente durante o inverno. Geralmente o mês mais quente é agosto no sul, e julho no norte. Nesses meses os termômetros podem marcar 42 °C no sul e 33 °C no norte. O mês mais frio é janeiro, com médias no Vale do Rio Pó de 0 °C, Florença 5 °C, Roma 8 °C. Mas as mínimas podem chegar a -14 °C no Vale do Rio Pó, -5 °C em Florença, -4 °C em Roma, -2° em Nápoles e em Palermo +1 °C.

Demografia

Ver artigo principal: Demografia da Itália

Em Janeiro de 2009, a população italiana passou de 60 milhões,[25] a quarta maior da União Europeia, e a 23ª maior do mundo. A densidade populacional é de 199,3 habitantes por km², o quinto maior da União Europeia, sendo o norte a parte mais densa; um terço do país contém quase a metade da população. Depois da II Guerra Mundial, a Itália passou por um grande crescimento econômico que levou a população rural a mover-se para as cidades, e ao mesmo tempo passou de uma nação caracterizada por massiva emigração a um país receptor de imigrantes. A alta fertilidade persistiu até a década de 1970, e depois passou para abaixo da taxa de reposição como em 2007, um em cada cinco italianos é aposentado. Apesar disso, graças principalmente a imigração das décadas de 80 e 90, nos anos 2000 a Itália viu um acréscimo populacional natural pela primeira vez em anos.[26]

As maiores regiões metropolitanas da Itália são:

  • Grande Milão - 7,4 milhões de pessoas
  • Grande Roma - 3,8 milhões de pessoas
  • Grande Nápoles - 3,1 milhões de pessoas
  • Grande Turim - 2,4 milhões de pessoas

Migração e Etnicidade

Cerca de 95% da população italiana tem origem na península. Os italianos são descendentes de uma grande quantidade de povos que se estabeleceram na península itálica durante os séculos. Os italianos são uma mistura de povos que já viviam na região, incluindo, dentre vários, os povos latinos (a Oeste), os sabinos (no vale superior do Tibre), os úmbrios (no centro), os samnitas (no Sul), oscanos, entre outros, com os etruscos que se estabeleceram no centro do país, os gregos no Sul e os celtas no Norte. Posteriormente, estabeleceram-se no Norte povos germânicos (ostrogodos, visigodos, lombardos) e, no Sul, os sarracenos (de origem árabe) e os normandos (de origem escandinava). Esses últimos deixaram uma menor influência na etnia italiana.

Imigrantes italianos posando para fotografia no pátio central da Hospedaria dos Imigrantes, em São Paulo, Brasil, ca. 1890.

Depois da unificação italiana, o feudalismo que controlava por séculos as terras do país ruiu, e muitos italianos passaram por severas situações de pobreza.[27] O norte foi o primeiro afetado, e grandes levas de imigrantes saíram do país principalmente em direção ao Brasil e à Argentina, a partir da década de 1870. Anos depois, a região sul também sentiu os efeitos da mudança política na agricultura, e a imigração dobrou de número em 1900 e o destino principal agora era os Estados Unidos. O pico foi em 1913, quando 872.598 pessoas deixaram a Itália.[28] O fenômeno só diminuiu devido à eclosão da I Guerra Mundial, quando a Itália precisou da população para reconstruir o país e a instalação do regime fascista, que restringiu a imigração na década de 1920.[28]

O primeiro grande movimento migratório de italianos em direção ao Brasil ocorreu logo após a unificação, em 1875, pioneiramente para o sul do país, embora a maior massa de imigrantes tenha se instalado em São Paulo, para trabalhar na colheita do café. A imigração italiana foi massiva até o começo do século XX, mas depois das constantes notícias de trabalho semi-escravo no Brasil,[29] a Itália decretou o "decreto Prinetti" que proibia a imigração subsidiada em direção ao país, direcionando o fluxo imigratório italiano para os Estados Unidos e a Argentina. As maiores comunidades italianas se encontram em São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde profundamente fazem parte da cultura local.

Número de imigrantes residentes na Itália, por país, em 2006. (Clique para ampliar).

Depois da II Guerra Mundial, o país que era uma das maiores fontes de imigrantes do mundo, passou a receber imigrantes vindos do mundo todo, intensificado principalmente depois da década de 1970. No fim de 2006, estrangeiros compreendiam 5% da população ou quase 3 milhões de pessoas,[30] um aumento de 270.000 desde o ano antecedente. Em algumas cidades italianas, como Bréscia, Milão e Pádua, o total de imigrantes é maior que 10% da população.

A mais recente onda de migração tem vindo principalmente das nações europeias (47,75%), particularmente da Europa oriental, substituindo o Norte da África (17,43%) como a maior fonte de imigrantes. Por volta de 500.000 romenos estão oficialmente registrados como habitantes da Itália, mas estimativas não-oficiais afirmam que o número atual pode ser duas vezes maior, ou ainda mais.[31] Em 2006, os outros imigrantes vinham da Ásia (17,43%) e América Latina (8,90%). Pequenos grupos vinham da África subsaariana e América do Norte.[30]

Idioma

Ver artigo principal: Línguas da Itália

O idioma oficial é o italiano, falado por quase toda a população. O italiano padrão é uma língua derivada do dialeto da Toscana, sobretudo aquele falado na região de Florença. Existem diversas línguas e dialetos falados no dia-a-dia pela população italiana, como o sardo (na Sardenha), napolitano (em Campânia), vêneto (no Vêneto), friulano (em Friuli-Venezia Giulia), francês (no Valle d'Aosta), alemão (em Trentino-Alto Ádige), esloveno (em Trieste).

Religião

Basílica de São Pedro, no enclave do Vaticano, em Roma. 87,8% da população italiana segue o Catolicismo Romano.

O Catolicismo Romano é de longe a maior religião do país, embora a Igreja Católica não seja mais a religião oficial do estado. 87,8% dos italianos identificam-se catolicos romanos,[32] embora apenas um terço descrevem-se como membros ativos (36,8%). A sede mundial da Igreja Católica Romana situa-se no Vaticano, um Estado religioso independente, encravado em território Italiano, e que tem por representante a figura do Papa. Outros grupos cristãos na Itália incluem mais de 700.000 cristãos ortodoxos,[33] incluindo 470.000 imigrantes,[34] e por volta de 180.000 Gregos ortodoxos, 550.000 Pentecostais e Evangélicos (0,8%) (dos quais 400.000 são membros da Assembleias de Deus na Itália), 235.685 Testemunhas de Jeová (0,4%),[35] e 104.000 de outras religiões.[36][37] A minoria religiosa mais antiga do país é comunidade judaica, que compreende por volta de 45.000 pessoas, mas não é mais o maior grupo não-cristão da Itália. Como resultado da significante imigração de outras partes do mundo, 825.000 Muçulmanos (1.4% da população total) moram no país,[38] mas apenas 50.000 são cidadãos italianos. Ainda, tem 110.000 budistas (0,2%),[34][39][40] 70.000 Sikhs,[41] e 70.000 Hindus (0.1%) na Itália.

Política

Ver artigo principal: Política da Itália
Giorgio Napolitano, atual presidente da Itália.

A Constituição italiana de 1948[42] estabeleceu um parlamento bicameral, que é formado por uma Câmara dos Deputados (Camera dei Deputati) e de um Senado (Senato della Repubblica) além de um sistema judiciário; e um sistema executivo composto de um Conselho de Ministros (Consiglio dei ministri), encabeçado pelo primeiro-ministro (Presidente del consiglio dei ministri). O presidente da república (Presidente della Repubblica) tem direito a um mandato de 7 anos. O presidente escolhe o primeiro-ministro, e este propõe os outros ministros, que são aprovados pelo presidente. O Conselho de Ministros precisa ter apoio (fiducia - confiança) de ambas as casas do parlamento.

A Câmara dos Deputados da Itália.

Os deputados que são eleitos para o parlamento são eleitos diretamente pela população. De acordo com a legislação italiana de 1993, a Itália tem membros únicos de cada distrito do país, para 75% dos postos no parlamento. Os outros 25% dos postos parlamentares são distribuídos regularmente. A Câmara dos Deputados possui oficialmente 630 membros (mas de fato, são apenas 619 depois das eleições italianas de 2001). O Senado é composto por 315 senadores, eleitos pelo voto popular, bem como ex-presidentes e outras pessoas (não mais que cinco), indicadas pelo presidente da república, de acordo com provisões constitucionais especiais. Ambos, a Câmara de Deputados e o Senado, são eleitos para um mandato de no máximo cinco anos de duração, mas eles podem ser dissolvidos antes do término do mandato. Leis podem ser criadas na Câmara de deputados ou no Senado, e para serem aprovadas, precisam da maioria em ambas as Câmaras.

O sistema judiciário italiano é baseado nas leis romanas, modificadas pelo Código Napoleônico e outros estatutos adicionados posteriormente. Há também uma corte constitucional (Corte Costituzionale), uma inovação pós-segunda guerra mundial.

Relações Exteriores

Silvio Berlusconi, primeiro-ministro italiano e o presidente dos Estados Unidos Barack Obama.

A Itália foi um membro fundador da Comunidade Europeia - agora União Europeia (UE). A Itália foi aceita nas Nações Unidas em 1955 e é um membro e um forte braço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio/Organização Mundial do Comércio (GATT/OMC), a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), e o Conselho da Europa. Sua última vez como Presidente rotativa de organizações internacionais incluem a CSCE (a precursora da OSCE) em 1994, a UE duas vezes, em 2001 e de julho a dezembro de 2003.

A Itália apoia as Nações Unidas e as suas atividades internacionais de segurança. O país já forneceu tropas de apoio a missões de paz da ONU na Somália, Moçambique, e no Timor-Leste e dá suporte para operações da OTAN e da ONU na Bósnia, Kosovo e Albânia. A Itália mobilizou também mais de 2000 soldados para o Afeganistão, em apoio à Operação Liberdade Duradoura (OEF, do inglês Operation Enduring Freedom) em fevereiro de 2003 e apoia ainda os esforços internacionais para reconstruir e estabilizar o Iraque, mas o país retirou o seu contingente militar de cerca de 3.200 soldados em novembro de 2006, mantendo apenas trabalhadores humanitários e pessoal civil. Em agosto de 2006, a Itália enviou cerca de 2.450 soldados para o Líbano a serviço das Nações Unidas em uma missão de paz, a FINUL..[43] Além disso, desde 2 de Fevereiro de 2007 um italiano, Claudio Graziano é o comandante da força da ONU no país.

Divisões administrativas

Ver artigo principal: Regiões da Itália e Comunas da Itália

As vinte regiões da Itália são a primeira subdivisão do país, tendo sido instituídas com a Constituição de 1948 com o objetivo de reconhecer, proteger e promover a autonomia local.

Cinco regiões possuem um estatuto especial (Friuli-Venezia Giulia, Sardenha, Sicília, Trentino-Alto Ádige, e Vale de Aosta), o que lhes garante mais ampla autonomia para legislar sobre diversas matérias independentes do governo central. Estas cinco regiões são autônomas por fatores culturais, linguísticos e geográficos. Cada região tem um conselho (consiglio regionale, na Sicília assemblea regionale) eleito e uma junta (giunta regionale) encabeçada por um presidente.

As quinze regiões de estatuto ordinário foram estabelecidas nos anos 1970 e elas serviam prioritariamente para descentralizar a máquina de governo do estado. Depois duma reforma da constituição em 2001, as competências legislativas das regiões de estatuto ordinário foram ampliadas e os controlos estatais foram significativamente reduzidos senão completamente apagados, como o comissário do governo central. Mas a autonomia financeira é ainda muito limitada.

Além da capital, Roma, três outras cidades têm mais de um milhão de habitantes: Milão, a mais rica do país, Nápoles e Turim. Outras cidades importantes são Gênova, Veneza, Florença e Bolonha.

Regiões da Itália   Região Capital Área (km²) População
Abruzzo L'Aquila 10 794 1 324 000
Basilicata Potenza 9 992 591 000
Calabria Catanzaro 15 080 2 007 000
Campânia Nápoles 13 595 5 811 000
Emília-Romanha Bolonha 22 124 4 276 000
Friuli-Venezia Giulia* Trieste 7 855 1 222 000
Ficheiro:Lazio-Stemma.png Lácio Roma 17 207 5 561 000
Ligúria Gênova 5 421 1 610 000
Lombardia Milão 23 861 9 642 000
Marche Ancona 9 694 1 553 000
Molise Campobasso 4 438 320 000
Piemonte Turim 25 399 4 401 000
Apúlia Bari 19 362 4 076 000
Sardenha* Cagliari 24 090 1 666 000
Vale de Aosta* Aosta 3 263 126 000
Toscana Florença 22 997 3 677 000
Trentino-Alto Ádige* Trento 13 607 1 007 000
Úmbria Perugia 8 456 884 000
Sicília* Palermo 25 708 5 030 000
Vêneto Veneza 18 391 4 832 000
Fonte: ISTAT - Censo Geral da população italiana (2001)

Economia

Ver artigo principal: Economia da Itália
A Borsa Italiana, localizada em Milão, a principal bolsa de valores da Itália.

Segundo o PIB, a Itália foi a sétima maior economia do mundo em 2006 e a quarto maior da Europa. Segundo a OCDE, em 2004, a Itália foi a sexta maior exportadora de produtos manufaturados do mundo. Essa economia permanece dividida em um norte industrialmente desenvolvido, dominado por empresas privadas, e um menos desenvolvido e agrícola sul. No Índice de Liberdade Econômica de 2008 o país foi classificado em 64° de 162 países, ou 29° de 41 países europeus, a mais baixa qualificação do UE-15 e atrás de muitos países europeus ex-socialistas. De acordo com esses dados do Banco Mundial, a Itália tem elevados níveis de liberdade de investir, fazer negócios, e comércio. Por outro lado, nesse país há uma burocracia ineficiente, direitos de propriedade relativamente baixos e altos níveis de corrupção (comparado com outros países europeus), altos impostos, e grande consumo público de cerca de metade do PIB.[44]

A maioria das matérias-primas necessárias às indústrias italianas, e mais de 75% das necessidades energéticas, são importadas. Ao longo da última década, a Itália tem prosseguido uma política fiscal apertada, a fim de satisfazer as exigências da União Econômica e Monetária e tem sido beneficiada com baixas de taxas de juro e inflação. A Itália aderiu ao euro a partir da sua introdução no bloco em 1999.

Uma colecção de vestidos pretos de Valentino, no Museo Ara Pacis em Roma.

O desempenho econômico da Itália foi, em algumas vezes, mais atrasado do que o dos seus parceiros da UE, e o atual governo tem adotado numerosas reformas de curto prazo destinadas a melhorar a competitividade e o crescimento a longo prazo. Apesar disso, ela tem andado devagar na execução de certas reformas estruturais aconselhada por economistas, tais como a diminuição da carga fiscal, a flexibilização das leis trabalhistas e a revisão do caro sistema de pensão, devido ao abrandamento econômico e da oposição de sindicatos trabalhistas.

A Itália tem um número menor de corporações multinacionais do que outras economias de mesma dimensão. Em vez disso, a principal força econômica do país tem sido a sua grande base de pequenas e médias empresas. Algumas destas empresas fabricam produtos que são tecnologicamente avançados e, por isso, fazem frente à crescente concorrência da China e outras economias emergentes da Ásia, que são capazes de oferecer um produto mais barato devido aos baixos custos trabalhistas. Estas empresas italianas reagem à concorrência asiática concentrando-se em produtos mais avançados tecnologicamente, enquanto deslocam manufaturas de menor nível tecnológico para fábricas instaladas em países onde a mão-de-obra é mais barata. As empresas italianas serem, em média, de pequeno porte, permanece como um fator limitante à economia, e o governo vem trabalhando para incentivar integrações e fusões e para reformar as rígidas regulamentações que tradicionalmente têm sido um obstáculo ao desenvolvimento de grandes corporações no país.

UM Ferrari 612. Os Ferraris estão entre os supercarros mais emblemáticos da Itália.

As principais exportações da Itália são automóveis (Grupo Fiat, Aprilia, Ducati, Piaggio), produtos químicos, petroquímicos (Eni), eletricidade (Enel, Edison), eletrodomésticos (Merloni, Candy), tecnologia aeroespacial e de defesa (Alenia, Agusta, Finmeccanica), armas de fogo (Beretta); mas os produtos exportados mais famosos do país estão nos campos da moda (Armani, Valentino, Versace, Dolce & Gabbana, Roberto Cavalli, Benetton, Prada, Luxottica), alimentos (Ferrero, Barilla, Martini & Rossi, Campari, Parmalat), veículos de luxo (Ferrari, Maserati, Lamborghini, Pagani) e iates (Ferretti, Azimut).

O Turismo também é muito importante para a economia italiana: com mais de 37 milhões de turistas por ano, a Itália é classificada como o quinto principal destino turístico do mundo.[45]

No entanto, atualmente o país enfrenta alguns problemas socioeconômicos. Enquanto o norte do país é urbano e indutrializado, contrasta violentamente com o sul, área chamada de Mezzogiorno, mais agrário e menos industrializado que o norte, além de possuir alto índice de criminalidade em função das atividades da máfia. O desempenho econômico da Itália tem sido fraco em relação a seus vizinhos europeus, com tímido crescimento econômico, principalmente depois da crise econômica mundial de 2008-2009. Outro problema enfrentado é o alto déficit público, sendo classificado como um dos países PIIGS.

Infra-estrutura

ETR 500 na Estação Central de Milão.

As linhas férreas na Itália totalizam 16.627 km, a 17ª maior do mundo, e são operadas pela Ferrovie dello Stato. Trens de alta velocidade incluem os trens classe ETR, dos quais o ETR 500 viaja a 300 km/h.

Em 1991, a Treno Alta Velocità SpA foi criada, uma sociedade de propósito específico pertencente à RFI (controlada pela Ferrovie dello Stato) para o planejamento e construção de linhas para trem de alta velocidade ao longo das linhas mais importantes e saturadas da Itália. O objetivo da construção do TAV é de melhorar a viagem ao longo das linhas ferroviárias mais saturadas da Itália e adicionar novos trilhos a estas linhas, notadamente Milão-Nápoles e Turim-Milão-Veneza. Uma dos focos do projeto é tornar a rede ferroviária da Itália um sistema ferroviário de passageiros moderno e de alta tecnologia, de acordo com os atuais padrões ferroviários. Um propósito secundário era de introduzir os trens de alta velocidade ao país e aos seus corredores principais. Quando a demanda das linhas regulares for reduzida com a abertura de linhas de alta velocidade dedicadas, as linhas regulares serão utilizadas prioritariamente para trens regionais de baixa velocidade e trens de carga. Com estas ideias concretizadas, a rede ferroviária italiana poderá ser integrada a outras redes ferroviárias europeias, particularmente o TGV francês, o ICE alemão e o espanhol AVE.

Existem cerca de 654.676 km de rodovias utilizáveis na Itália, incluindo os 6.957 km de autoestradas.[46] Existem cerca de 133 aeroportos na Itália, incluindo os dois hubs de Malpensa Internacional (perto de Milão) e o Internacional Leonardo Da Vinci-Fiumicino (perto de Roma).

O país tem 27 grandes portos, sendo o maior em Gênova, que também é o segundo maior do Mar Mediterrâneo, depois de Marselha. 2.400 km de hidrovias passam pela Itália.

Cultura

Ver artigo principal: Cultura da Itália
Leonardo da Vinci.

A Itália é um dos países que mais influência teve e tem na cultura europeia e mundial, em todas as áreas da arte e cultura. Enquanto país, não existia antes da unificação das Cidades-Estado. A unificação só se concluiu em 1870. Em função disto, muitas tradições culturais que hoje reconhecemos como italianas são mais associadas a regiões específicas do país.

A Itália é o local de nascimento de diversos movimentos artísticos e intelectuais que se espalharam pela Europa e pelo mundo, como o Renascimento e o Barroco. A contribuição italiana para a arte e cultura surge das obras de Michelangelo, Leonardo da Vinci, Donatello, Botticelli, Fra Angelico, Tintoretto, Caravaggio, Bernini, Ticiano e Rafael, entre outros. Além da pintura, escultura e arquitetura, as contribuições da Itália para a literatura, ciência e música são indiscutíveis.

A base da moderna língua italiana foi estabelecida pelo poeta florentino Dante Alighieri, cuja obra A Divina Comédia é considerada a mais importante do período medieval. Em italiano escreveram Boccaccio, Castiglione e Pirandello, além dos poetas Tasso, Ariosto, Leopardi, e Petrarca, cujo mais famoso estilo é o soneto, uma invenção italiana. Grandes filósofos são Bruno, Ficino, Maquiavel, Vico, Gentile, e Eco.

Na atividade científica destacam-se os nomes de Galileu Galilei, Leonardo da Vinci, Fermi, Cassini, Volta, Lagrange, Fibonacci e Marconi.

Da música popular à clássica, a expressão dos sons tem um papel importatíssimo na cultura italiana. A Itália é o local onde nasceu a ópera, por Claudio Monteverdi. Instrumentos inventados em Itália como o piano e violino permitem executar formas artísticas como a sinfonia, concerto, e sonata. Alguns dos compositores italianos mais célebres são Palestrina e Monteverdi, ambos da época da Renascença, os compositores do Barroco Corelli e Vivaldi, os clássicos Paganini e Rossini, os românticos Verdi e Puccini e os contemporâneos Berio e Nono.

O cinema italiano também exerceu decisiva influência com o movimento do neorealismo, movimento nascido no país e que revelou grandes diretores como Roberto Rossellini, Vittorio De Sica e Luchino Visconti. Outros diretores se incluem no panteão dos maiores mestres da sétima arte, como Michelangelo Antonioni, Federico Fellini, Sergio Leone, Pier Paolo Pasolini, Ettore Scola, Bernardo Bertolucci, Mario Monicelli, Dino Risi, Marco Bellochio, e mais recentemente, Nanni Moretti. Todos eles, de estilos diversos e fascinantes, possuem ao menos um ponto em comum: são alguns dos mais polêmicos, criativos e mordazes investigadores e críticos da sociedade contemporânea, isso nas artes em geral. Atores como Sophia Loren, Marcello Mastroianni, Vittorio Gassman, Anna Magnani, Monica Vitti, Roberto Benigni são alguns dos mais conhecidos de todos os tempos.

Feriados
Data Nome em português Nome local Observações
1 de Janeiro Ano novo Capodanno
6 de Janeiro Epifania Epifania
Variável Páscoa Pasqua
25 de Abril Dia da Libertação Festa della Liberazione Comemora a libertação da Itália do regime fascista de Mussolini.
1 de Maio Dia do Trabalhador Festa del Lavoro
2 de Junho Dia da República Festa della Repubblica Comemora a implantação da República
15 de Agosto Assunção de Nossa Senhora Assunzione della B.V. Maria
1 de Novembro Dia de Todos os Santos Ognissanti
8 de Dezembro Imaculada Conceição Immacolata Concezione
25 de Dezembro Natal Natale
26 de Dezembro Santo Estêvão Santo Stefano Primeiro mártir cristão

Referências

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  5. The Economist (2005). «The Economist Intelligence Unit's quality-of-life index» (PDF) 
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  43. "Soldados italianos vão para o Líbano Corriere della Sera, 30 de agosto de 2006
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  46. «Autostrade per l'Italia SpA» 

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Ligações externas

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