Saltar para o conteúdo

Ciência: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Foram revertidas as edições de Rogerfrancisco776 devido a vandalismo (usando Huggle) (3.4.12)
Etiquetas: Huggle Reversão
+ ampliação
Etiqueta: Inserção de predefinição obsoleta
Linha 1: Linha 1:
{{Reciclagem|ciência=sim|Predefinição|data=maio de 2016}}
{{mais notas}}
{{Ciências-vertical}}
{{Ciências-vertical}}
'''Ciência''' é um esforço [[Rigor científico|rigoroso]] e [[Método científico|sistemático]] que constrói e organiza o [[conhecimento]] na forma de explicações e previsões [[Testabilidade|testáveis]] sobre o mundo.<ref name="EOWilson1999a2">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/consilienceunity00wils_135|título=Consilience: The Unity of Knowledge|ultimo=Wilson|primeiro=E.O.|editora=Vintage|ano=1999|localização=Nova York|páginas=[https://archive.org/details/consilienceunity00wils_135/page/n55 49]–71|capitulo=The natural sciences|isbn=978-0-679-76867-8|edição=Reprint}}</ref><ref name="Heilbron">{{Citar livro|título=The Oxford Companion to the History of Modern Science|ultimo=Heilbron|primeiro=J.L.|editora=Oxford University Press|ano=2003|localização=Nova York|páginas=vii–x|capitulo=Preface|isbn=978-0-19-511229-0|numero-autores=etal|autorlink=J. L. Heilbron}}</ref> A ciência moderna é normalmente dividida em três ramos principais:<ref name="cohen2021">{{Citar livro|url=https://www.routledge.com/The-University-and-its-Boundaries-Thriving-or-Surviving-in-the-21st-Century/Cohen/p/book/9780367562984|título=The University and its Boundaries: Thriving or Surviving in the 21st Century|ultimo=Cohen|primeiro=Eliel|editora=Routledge|ano=2021|localização=Nova York|páginas=14–41|capitulo=The boundary lens: theorising academic actitity|isbn=978-0-367-56298-4|acessodata=4 de maio de 2021|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210505045450/https://www.routledge.com/The-University-and-its-Boundaries-Thriving-or-Surviving-in-the-21st-Century/Cohen/p/book/9780367562984|arquivodata=5 de maio de 2021}}</ref> as [[ciências naturais]] (por exemplo, [[física]], [[química]] e [[biologia]]), que estudam o [[Universo|mundo físico]]; as [[ciências sociais]] (por exemplo, [[economia]], [[psicologia]] e [[sociologia]]), que estudam [[Indivíduo|indivíduos]] e [[sociedades]];<ref name="colanderhunt2019">{{Citar livro|título=Social Science: An Introduction to the Study of Society|ultimo=Colander|primeiro=David C.|ultimo2=Hunt|primeiro2=Elgin F.|data=2019|editora=Routledge|localização=Nova York, NY|páginas=1–22|capitulo=Social science and its methods|edição=17th}}</ref><ref name="nisbetgreenfeld2021">{{Citar enciclopédia|ultimo=Greenfeld|primeiro=Liah|url=https://www.britannica.com/topic/social-science|titulo=Social Science|data=16 de outubro de 2020|acessodata=9 de maio de 2021|enciclopédia=Encyclopedia Britannica|publicado=Encyclopædia Britannica, Inc.|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220202193947/https://www.britannica.com/topic/social-science|arquivodata=2 de fevereiro de 2022|urlmorta=live}}</ref> e as [[ciências formais]] (como [[lógica]], [[matemática]] e [[ciência da computação teórica]]), que estudam [[Sistema formal|sistemas formais]], governados por [[Axioma|axiomas]] e regras.<ref name="löwe2002">{{Citar periódico |título=The formal sciences: their scope, their foundations, and their unity |periódico=Synthese |número=1/2 |ultimo=Löwe |primeiro=Benedikt |autorlink=Benedikt Löwe |ano=2002 |paginas=5–11 |doi=10.1023/A:1020887832028 |volume=133}}</ref><ref name="rucker2019">{{Citar livro|url=http://www.rudyrucker.com/infinityandthemind/#calibre_link-328|título=Infinity and the Mind: The Science and Philosophy of the Infinite|ultimo=Rucker|primeiro=Rudy|editora=Princeton University Press|ano=2019|localização=Princeton, New Jersey|páginas=157–188|capitulo=Robots and souls|isbn=978-0-691-19138-6|autorlink=Rudy Rucker|acessodata=11 de maio de 2021|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210226212447/http://www.rudyrucker.com/infinityandthemind/#calibre_link-328|arquivodata=26 de fevereiro de 2021|edição=Reprint}}</ref> Há desacordo se as ciências formais são disciplinas científicas,<ref name="Bishop1991">{{Citar livro|título=Mathematical Enculturation: A Cultural Perspective on Mathematics Education|ultimo=Bishop|primeiro=Alan|editora=Kluwer Academic Publishers|ano=1991|localização=Norwell, Massachusetts|páginas=20–59|capitulo=Environmental activities and mathematical culture|isbn=978-0-7923-1270-3|acessodata=24 de março de 2018|arquivourl=https://web.archive.org/web/20201225195821/https://books.google.com/books?id=9AgrBgAAQBAJ&pg=PA54|url=https://books.google.com/books?id=9AgrBgAAQBAJ&pg=PA54|arquivodata=25 de dezembro de 2020}}</ref><ref name="nickles2013">{{Citar livro|título=Philosophy of Pseudoscience: Reconsidering the Demarcation Problem|ultimo=Nickles|primeiro=Thomas|editora=The University of Chicago Press|ano=2013|localização=Chicago|capitulo=The Problem of Demarcation}}</ref><ref name="Bunge 19982">{{Citar livro|título=Philosophy of Science|ultimo=Bunge|primeiro=Mario|data=1998|editora=Routledge|volume=1, From Problem to Theory|localização=Nova York|páginas=3–50|capitulo=The Scientific Approach|isbn=978-0-7658-0413-6|edição=revised}}</ref> visto que não dependem de [[Evidência empírica|evidências empíricas]].<ref name="Fetzer2013">{{Citar livro|título=Computers and Cognition: Why Minds are not Machines|ultimo=Fetzer|primeiro=James H.|editora=Kluwer Academic Publishers|ano=2013|localização=Newcastle, United Kingdom|páginas=271–308|capitulo=Computer reliability and public policy: Limits of knowledge of computer-based systems|isbn=978-1-4438-1946-6}}</ref><ref name="nickles2013" /> As [[ciências aplicadas]] são disciplinas que utilizam o conhecimento científico para fins práticos, como na [[engenharia]] e na [[medicina]].<ref name="fischer20142">{{Citar periódico |título=Thinking and acting scientifically: Indispensable basis of medical education |periódico=GMS Zeitschrift für Medizinische Ausbildung |número=2 |ultimo=Fischer |primeiro=M.R. |ultimo2=Fabry |primeiro2=G |ano=2014 |paginas=Doc24 |doi=10.3205/zma000916 |pmc=4027809 |pmid=24872859 |volume=31}}</ref><ref name="sinclair19932">{{Citar periódico |url=https://www.ijee.ie/contents/c090593.html |título=On the Differences between the Engineering and Scientific Methods |acessodata=7 de setembro de 2018 |periódico=The International Journal of Engineering Education |ultimo=Sinclair |primeiro=Marius |ano=1993 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20171115220102/https://www.ijee.ie/contents/c090593.html |arquivodata=15 de novembro de 2017}}</ref><ref name="mbunge1966">{{Citar livro|título=Contributions to a Philosophy of Technology|ultimo=Bunge|primeiro=M|editora=Springer|ano=1966|editor-sobrenome=Rapp|editor-nome=F.|localização=Dordrecht, Netherlands|páginas=19–39|capitulo=Technology as Applied Science|doi=10.1007/978-94-010-2182-1_2|isbn=978-94-010-2184-5}}</ref>
'''Ciência''' (do [[latim]] ''scientia'',<ref>{{Citar enciclopédia |título=ciência |enciclopédia=[[Dicionário Priberam da Língua Portuguesa]] |editora= Priberam |dataacesso=20 de junho de 2020 |url=https://dicionario.priberam.org/ciência}}</ref> traduzido por "conhecimento")<ref>{{Citar web|titulo=science |url=https://www.etymonline.com/word/science |nome=Douglas |sobrenome=Harper | |obra=[[Online Etymology Dictionary]] |acessodata= 20 de junho de 2020}}</ref> refere-se a qualquer [[conhecimento]] ou [[prática]] sistemáticos. Em sentido estrito, ciência refere-se ao [[sistema]] de adquirir conhecimento baseado no [[método científico]] bem como ao corpo organizado de conhecimento conseguido através de tais [[pesquisa]]s.<ref group = "Ref." name = "RefDicionario" />


A [[história da ciência]] abrange a maior parte do registro histórico, sendo que os primeiros escritos de [[História da ciência|predecessores identificáveis da ciência moderna]] datam da [[Idade do Bronze]] no [[Antigo Egito]] e na [[Mesopotâmia]], por volta de 3.000-1.200 [[Era Comum|a.C.]]. Tais contribuições para a matemática, [[astronomia]] e medicina moldaram a [[filosofia natural]] grega da [[Antiguidade Clássica|antiguidade clássica]], por meio da qual foram feitas tentativas formais de explicar eventos no [[Universo|mundo físico]] com base em causas naturais, enquanto avanços adicionais, como a introdução do [[sistema numérico hindu-arábico]], foram feitos durante a chamada [[Idade de Ouro]] da [[Índia Antiga]].<ref name="Lindberg2007a">{{Citar livro|título=The beginnings of Western science: the European Scientific tradition in philosophical, religious, and institutional context|ultimo=Lindberg|primeiro=David C.|editora=University of Chicago Press|ano=2007|isbn=978-0226482057|edição=2nd}}</ref>{{Rp|page=12}}<ref name="Grant2007a">{{Citar livro|título=A History of Natural Philosophy: From the Ancient World to the Nineteenth Century|ultimo=Grant|primeiro=Edward|editora=Cambridge University Press|ano=2007|localização=Nova York|páginas=1–26|capitulo=Ancient Egypt to Plato|isbn=978-0-521-68957-1}}</ref><ref>[https://books.google.com/books?id=rMAaBgAAQBAJ Building Bridges Among the BRICs], p. 125, Robert Crane, Springer, 2014</ref><ref name="Keay">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/indiahistory00keay/page/132|título=India: A history|ultimo=Keay|primeiro=John|editora=Atlantic Monthly Press|ano=2000|isbn=978-0-87113-800-2|autorlink=John Keay}}</ref> A [[pesquisa científica]] deteriorou-se nessas regiões após a [[queda do Império Romano do Ocidente]] durante o início da [[Idade Média]] (400 a 1000 [[d.C.]]), mas nos [[renascimentos medievais]] ([[Renascença carolíngia|renascimento carolíngio]], [[Renascença Otoniana|renascimento otoniano]] e [[renascimento do século XII]]) os estudos floresceram novamente. Alguns manuscritos gregos antigos perdidos na Europa Ocidental foram preservados e expandidos no Oriente Médio durante a [[Idade de ouro islâmica|Idade de Ouro Islâmica]]<ref name="Lindberg8">{{Citar livro|título=The beginnings of Western science: the European Scientific tradition in philosophical, religious, and institutional context|ultimo=Lindberg|primeiro=David C.|editora=University of Chicago Press|ano=2007|localização=Chicago|páginas=163–92|capitulo=Islamic science|isbn=978-0-226-48205-7|edição=2nd}}</ref> e mais tarde pelos esforços de estudiosos [[gregos bizantinos]] que trouxeram manuscritos gregos do moribundo [[Império Bizantino]] para a Europa Ocidental durante o período do [[Renascimento]].
Este artigo foca o sentido mais estrito da palavra. Embora as duas estejam fortemente interconectadas, a ciência tal como enfatizada neste artigo é muitas vezes referida como ''ciência experimental'' a fim de diferenciá-la da ''ciência aplicada'', que é a aplicação da pesquisa científica a necessidades humanas específicas.


A recuperação e assimilação de obras gregas e [[Ciência islâmica|pesquisas islâmicas]] na Europa Ocidental do século X ao XII reviveu a "[[filosofia natural]]",<ref name="Lindberg9">{{Citar livro|título=The beginnings of Western science: the European Scientific tradition in philosophical, religious, and institutional context|ultimo=Lindberg|primeiro=David C.|editora=University of Chicago Press|ano=2007|localização=Chicago|páginas=193–224|capitulo=The revival of learning in the West|isbn=978-0-226-48205-7|edição=2nd}}</ref><ref name="Lindberg10">{{Citar livro|título=The beginnings of Western science: the European Scientific tradition in philosophical, religious, and institutional context|ultimo=Lindberg|primeiro=David C.|editora=University of Chicago Press|ano=2007|localização=Chicago|páginas=225–53|capitulo=The recovery and assimilation of Greek and Islamic science|isbn=978-0-226-48205-7|edição=2nd}}</ref><ref>Sease, Virginia; Schmidt-Brabant, Manfrid. Thinkers, Saints, Heretics: Spiritual Paths of the Middle Ages. 2007. [https://books.google.com/books?id=8Lkzp-StZGUC&pg=PA80&dq=%22Everything+we+would+today+call+science+came+through+Islam%22&hl=en&newbks=1&newbks_redir=1&sa=X&ved=2ahUKEwiDpu3y096BAxX3VPEDHZplB_0Q6AF6BAgHEAI Pages 80-81]. Retrieved 6 Oct. 2023</ref> que mais tarde foi transformada pela [[Revolução Científica]] que começou no século XVI<ref name="Principe2011">{{Citar livro|título=Scientific Revolution: A Very Short Introduction|ultimo=Principe|primeiro=Lawrence M.|editora=Oxford University Press|ano=2011|localização=Nova York|páginas=1–3|capitulo=Introduction|isbn=978-0-19-956741-6|edição=}}</ref> à medida que novas ideias e descobertas partiram de concepções e tradições gregas anteriores.<ref name="Lindberg14">{{Citar livro|título=The beginnings of Western science: the European Scientific tradition in philosophical, religious, and institutional context|ultimo=Lindberg|primeiro=David C.|editora=University of Chicago Press|ano=2007|localização=Chicago|páginas=357–368|capitulo=The legacy of ancient and medieval science|isbn=978-0-226-48205-7|edição=2nd}}</ref><ref name="Grant2007c">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/historynaturalph00gran|título=A History of Natural Philosophy: From the Ancient World to the Nineteenth Century|ultimo=Grant|primeiro=Edward|editora=Cambridge University Press|ano=2007|localização=Nova York|páginas=[https://archive.org/details/historynaturalph00gran/page/n289 274]–322|capitulo=Transformation of medieval natural philosophy from the early period modern period to the end of the nineteenth century|isbn=978-0-521-68957-1|edição=}}</ref> O [[método científico]] logo desempenhou um papel maior na criação de conhecimento e foi somente no século XIX que muitas das características [[Institucionalização|institucionais]] e [[Profissão|profissionais]] da ciência começaram a tomar forma,<ref name="Cahan Natural Philosophy">{{Citar livro|título=From Natural Philosophy to the Sciences: Writing the History of Nineteenth-Century Science|data=2003|editora=University of Chicago Press|editor-sobrenome=Cahan|localização=Chicago|isbn=978-0-226-08928-7}}</ref><ref name="Lightman 19th2">{{Citar livro|título=Wrestling with Nature: From Omens to Science|ultimo=Lightman|primeiro=Bernard|data=2011|editora=University of Chicago Press|editor-sobrenome=Shank|localização=Chicago|capitulo=13. Science and the Public|isbn=978-0-226-31783-0|editor-sobrenome2=Numbers|editor-sobrenome3=Harrison}}</ref> junto com a mudança da "filosofia natural" para "ciência natural".<ref>{{Citar livro|título=The Territories of Science and Religion|ultimo=Harrison|primeiro=Peter|data=2015|editora=University of Chicago Press|localização=Chicago|páginas=164–165|isbn=978-0-226-18451-7|autorlink1=Peter Harrison (historian)}}</ref>
A ciência é o esforço para descobrir e aumentar o [[conhecimento humano]] de como o [[Universo]] funciona. Refere-se tanto à (ao):


Novos conhecimentos são criados por pesquisas de cientistas motivados pela [[curiosidade]] sobre o mundo em que vivem e pelo desejo de [[Resolução de problemas|resolver problemas]].<ref name="macritchie2011">{{Citar livro|url=https://www.routledge.com/Scientific-Research-as-a-Career/MacRitchie/p/book/9781439869659|título=Scientific Research as a Career|ultimo=MacRitchie|primeiro=Finlay|editora=Routledge|ano=2011|localização=Nova York|páginas=1–6|capitulo=Introduction|isbn=978-1-4398-6965-9|acessodata=5 de maio de 2021|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210505074020/https://www.routledge.com/Scientific-Research-as-a-Career/MacRitchie/p/book/9781439869659|arquivodata=5 de maio de 2021}}</ref><ref name="marder2011">{{Citar livro|url=https://www.cambridge.org/core/books/research-methods-for-science/1C04E5D747781B68C52A79EE86BF584B|título=Research Methods for Science|ultimo=Marder|primeiro=Michael P.|editora=Cambridge University Press|ano=2011|localização=Nova York|páginas=1–17|capitulo=Curiosity and research|isbn=978-0-521-14584-8|acessodata=5 de maio de 2021|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210505001547/https://www.cambridge.org/core/books/research-methods-for-science/1C04E5D747781B68C52A79EE86BF584B|arquivodata=5 de maio de 2021}}</ref> A pesquisa científica contemporânea é altamente colaborativa e geralmente é feita por equipes em instituições acadêmicas e [[Instituto de pesquisa|institutos de pesquisa]],<ref name="deridder2020">{{Citar livro|url=https://www.routledge.com/What-is-Scientific-Knowledge-An-Introduction-to-Contemporary-Epistemology/McCain-Kampourakis/p/book/9781138570153|título=What is Scientific Knowledge? An Introduction to Contemporary Epistemology of Science|ultimo=de Ridder|primeiro=Jeroen|editora=Routledge|ano=2020|editor-sobrenome=McCain|localização=Nova York|páginas=3–17|capitulo=How many scientists does it take to have knowledge?|isbn=978-1-138-57016-0|acessodata=5 de maio de 2021|editor-sobrenome2=Kampourakis|editor-nome2=Kostas|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210505044353/https://www.routledge.com/What-is-Scientific-Knowledge-An-Introduction-to-Contemporary-Epistemology/McCain-Kampourakis/p/book/9781138570153|arquivodata=5 de maio de 2021}}</ref> [[Agência governamental|agências governamentais]] e empresas.<ref name="lindberg2007h">{{Citar livro|título=The beginnings of Western science: the European Scientific tradition in philosophical, religious, and institutional context|ultimo=Lindberg|primeiro=David C.|editora=University of Chicago Press|ano=2007|localização=Chicago|páginas=163–192|capitulo=Islamic science|isbn=978-0-226-48205-7|edição=2nd}}</ref><ref name="gertner2013">{{Citar livro|url=https://www.routledge.com/Commercialization-Secrets-for-Scientists-and-Engineers/Szycher/p/book/9781498730600|título=Commercialization Secrets for Scientists and Engineers|ultimo=Szycher|primeiro=Michael|editora=Routledge|ano=2016|localização=Nova York|páginas=159–176|capitulo=Establishing your dream team|isbn=978-1-138-40741-1|acessodata=5 de maio de 2021|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210818032914/https://www.routledge.com/Commercialization-Secrets-for-Scientists-and-Engineers/Szycher/p/book/9781498730600|arquivodata=18 de agosto de 2021}}</ref> O impacto prático do seu trabalho levou ao surgimento de políticas científicas que procuram influenciar o empreendimento científico, priorizando o desenvolvimento ético e moral de [[Produto (marketing)|produtos comerciais]], [[Arma|armamentos]], assistência médica, infraestruturas públicas e [[proteção ambiental]].
* investigação ou estudo [[Razão|racionais]] do [[Universo]], direcionados à descoberta de fatos compulsoriamente atreladas e restritas à [[Realidade]] Universal. Tal estudo ou investigação é metódico e compulsoriamente realizado em acordo com o [[método científico]] — um processo de avaliar o [[conhecimento]] [[empírico]] —;
* corpo organizado de conhecimentos adquiridos por tais estudos e [[pesquisas]].


== Etimologia ==
A ciência é o conhecimento ou um sistema de conhecimentos que abarca fatos, os mais gerais e abrangentes possíveis, bem como a aplicação das [[Lei (ciência)|leis científicas]]; ambas especificamente obtidas e testadas através do método científico. Nestes termos, ciência é algo bem distinto de [[cientista]], podendo ser definida como o conjunto que encerra em si o corpo sistematizado e cronologicamente organizado de todas as [[teoria|teorias científicas]] — com destaque normalmente dado para os [[paradigma|paradigmas válidos]] — bem como o [[método científico]] e todos os recursos necessários à elaboração das mesmas.
A palavra ''ciência'' tem origem na palavra [[Latim|latina]] ''{{Lang|la|[[wikt:scientia|scientia]]}}'', que significa "conhecimento, consciência, compreensão". É um [[Derivação (linguística)|substantivo derivado]] do latim ''{{Lang|la|[[wikt:sciens|sciens]]}}'' que significa "conhecer" e que é indiscutivelmente derivado do latim ''{{Lang|la|[[wikt:scio|sciō]]}}'', o [[Particípio|particípio presente]] de ''{{Lang|la|[[wikt:scire|scīre]]}}'', que significa "saber".<ref name="webster">{{Citar enciclopédia|url=http://www.merriam-webster.com/dictionary/science|titulo=science|acessodata=16 de outubro de 2011|publicado=[[Merriam-Webster]], Inc|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190901035713/https://www.merriam-webster.com/dictionary/science|arquivodata=1 de setembro de 2019|urlmorta=live}}</ref>


Existem muitas hipóteses para a origem da palavra. Segundo [[Michiel de Vaan]], linguista [[Neerlandeses|neerlandês]] e indo-europeísta, ''{{Lang|la|sciō}}'' pode ter sua origem na [[língua protoitálica]] como ''{{Lang|itc-x-proto|*skije-}}'' ou ''{{Lang|itc-x-proto|*skijo-}}'' que significa "saber", que pode se originar da [[língua protoindo-europeia]] como ''{{PIE|*skh<sub>1</sub>-ie}}, {{PIE|*skh<sub>1</sub>-io}}'', que significa "incisar". O ''Lexikon der indogermanischen Verben'' propôs que ''{{Lang|la|sciō}}'' é uma [[Derivação regressiva|formação posterior]] de ''{{Lang|la|[[wikt:nescire|nescīre]]}}'', que significa "não saber, não estar familiarizado com", que pode derivar do protoindo-europeu ''{{PIE|[[wikt:Reconstruction:Proto-Indo-European/sek-|*sekH-]]}}'' em latim ''{{Lang|la|[[wikt:secare|secāre]]}}'', ou ''{{PIE|*skh<sub>2</sub>-}}'', de ''{{PIE|*sḱʰeh2(i)-}}'' que significa "cortar".<ref>{{Citar enciclopédia|ultimo=Vaan|primeiro=Michiel de|autorlink=Michiel de Vaan|url=https://archive.org/details/m-de-vaan-2008-etymological-dictionary-of-latin-and-the-other-italic-languages/page/544/|titulo=sciō|enciclopédia=Etymological Dictionary of Latin and the other Italic Languages|ano=2008|series=Indo-European Etymological Dictionary|paginas=545|isbn=978-90-04-16797-1}}</ref>
Da definição segue que um cientista é um elemento essencial à ciência, e como qualquer [[homo sapiens sapiens|ser humano]] dotado de um [[cérebro]] [[Imaginação|imaginativo]] que implica [[sentimento]]s e [[Emoção|emoções]], o cientista certamente também pode ter suas [[crença]]s — convicções que vão além da realidade tangível —, podendo esse até mesmo ser, não raramente ou obstante, um [[teísta]] ou [[religioso]] convicto. Ao definirem-se ciência e cientista, é de relevância ressaltar por tal que a definição de ciência exige expressamente que o cientista saiba manter tais crenças longe de seus [[Artigo científico|artigos científicos]] e das teorias científicas com as quais esteja a trabalhar; constituindo-se estes dois elementos — ciência e cientista — por definições certamente muito distintas, portanto.


No passado, o termo "ciência" era sinônimo de “conhecimento” ou “estudo”, de acordo com sua origem [[Latim|latina]]. Uma pessoa que conduzia pesquisas científicas era chamada de “filósofo natural” ou “homem da ciência”.<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/51330464|título=From natural philosophy to the sciences : writing the history of nineteenth-century science|ultimo=Cahan|primeiro=David|data=2003|editora=University of Chicago Press|localização=Chicago|páginas=3–15|isbn=0-226-08927-4|oclc=51330464|acessodata=31 de maio de 2022|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220531071721/https://www.worldcat.org/title/from-natural-philosophy-to-the-sciences-writing-the-history-of-nineteenth-century-science/oclc/51330464|arquivodata=31 de maio de 2022}}</ref> Em 1834, [[William Whewell]] introduziu o termo ''cientista'' em uma resenha do livro ''On the Connexion of the Physical Sciences'' de [[Mary Somerville]],<ref name="Whewell scientist">{{Citar periódico |título=Scientist: The story of a word |periódico=Annals of Science |número=2 |ultimo=Ross |primeiro=Sydney |ano=1962 |paginas=65–85 |doi=10.1080/00033796200202722 |volume=18 |doi-access=free}}</ref> creditando-o a "algum cavalheiro engenhoso" (provavelmente ele próprio).<ref>{{OED|scientist}}</ref>
Da correta compreensão é fato que a ciência ''não'' exclui os crentes, teístas ou [[Religião|religiosos]] do seu leque de cientistas; Porém é também fato que a ciência, graças aos pré-requisitos do método científico, ''exclui'' por completo, dela e de suas teorias científicas, as convicções não [[falseabilidade|testáveis]] e [[Comprovação científica|comprováveis]] frente ou mesmo transcendentes ao factualmente real; sendo a ciência, por parágrafo constitutivo explícito em sua definição [[stricto sensu]] — e por ausência de fato contraditório — expressamente [[ceticismo|cética]] e secular no que lhe cabe.<ref group = "Nota" name = "Citacao_Einstein_01" /><ref group = "Nota" name = "Citacao_Jacob_Bronowski_01" /><ref group = "Ref." name = "BigBang_SimonSingh" />


== História ==
== Etimologia e definição ==
{{AP|História da ciência}}
A etimologia da palavra ''ciência'' vem do [[latim]] ''scientia'' ("[[conhecimento]]"),<ref group = "Ref." name ="Moderna" >Cruz, J.L.C. da.(editor). Projeto Araribá - Ciências (1. ed.), ''Apresentação''. (2006) . São Paulo: Moderna.</ref> o mesmo do verbo ''scire'' ("[[saber]]") que designa a origem da faculdade mental do conhecimento.<ref group = "Ref." name = "RefDicionarioFrances" /> Esta acepção do termo se encontra, por exemplo, na expressão de [[François Rabelais]]: "Ciência sem consciência arruína a alma". Ele se referia assim a uma noção filosófica (o conhecimento puro, a acepção "de saber"). A [[Radical (linguística)|raiz]] "ciência" reencontra-se em outros termos tais como "a consciência" (etimologicamente, "com o conhecimento"), "presciência" ("o conhecimento do futuro"), "onisciência" ("o conhecimento de tudo"), por exemplo.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


=== Definição larga ===
=== História antiga ===
[[Ficheiro:Plimpton_322.jpg|alt=Clay tablet with markings, three columns for numbers and one for ordinals|miniaturadaimagem| A tabuleta [[Plimpton 322]] dos [[Civilização babilônica|babilônios]] registra [[Terno pitagórico|triplas pitagóricas]], escritas por volta de 1800 a.C.]]
A palavra ciência possui vários sentidos, abrangendo principalmente três acepções:<ref group = "Ref." name = "CentrenationalRessText" />
A ciência não tem origem única. Em vez disso, os métodos sistemáticos surgiram gradualmente ao longo de dezenas de milhares de anos,<ref name="cognitive-basis">{{Citation|last=Carruthers|first1=Peter|title=The roots of scientific reasoning: infancy, modularity and the art of tracking|date=2002-05-02|journal=The Cognitive Basis of Science|pages=73–96|editor-last=Carruthers|editor-first=Peter|publisher=Cambridge University Press|doi=10.1017/cbo9780511613517.005|isbn=978-0-521-81229-0|editor2-last=Stich|editor2-first=Stephen|editor3-last=Siegal|editor3-first=Michael}}</ref><ref name="causal-cognition">{{Citar periódico |título=Tracking the Evolution of Causal Cognition in Humans |periódico=Journal of Anthropological Sciences |número=95 |ultimo=Lombard |primeiro=Marlize |ultimo2=Gärdenfors |primeiro2=Peter |ano=2017 |paginas=219–234 |doi=10.4436/JASS.95006 |issn=1827-4765 |pmid=28489015 |volume=95}}</ref> assumindo diferentes formas em todo o mundo, sendo que poucos detalhes são conhecidos sobre os primeiros desenvolvimentos científicos. As [[Mulheres na ciência|mulheres]] provavelmente desempenharam um papel central na ciência pré-histórica,<ref>{{Citar livro|título=The Dawn of Everything|ultimo=Graeber|primeiro=David|ultimo2=Wengrow|primeiro2=David|data=2021|autorlink1=David Graeber|autorlink2=David Wengrow}}</ref> assim como os [[Ritual|rituais religiosos]].<ref>{{Citar periódico |título=The Faerie Smith Meets the Bronze Industry: Magic Versus Science in the Interpretation of Prehistoric Metal-Making |periódico=World Archaeology |número=1 |ultimo=Budd |primeiro=Paul |ultimo2=Taylor |primeiro2=Timothy |ano=1995 |paginas=133–143 |doi=10.1080/00438243.1995.9980297 |jstor=124782 |volume=27}}</ref> Alguns estudiosos usam o termo “[[protociência]]” para rotular atividades ancestrais que se assemelham à ciência moderna em alguns aspectos, mas não em todos;<ref>{{Citar livro|título=Rational Changes in Science|ultimo=Tuomela|primeiro=Raimo|editora=Springer|ano=1987|editor-sobrenome=Pitt|series=Boston Studies in the Philosophy of Science|volume=98|localização=Dordrecht|páginas=83–101|capitulo=Science, Protoscience, and Pseudoscience|doi=10.1007/978-94-009-3779-6_4|isbn=978-94-010-8181-8|editor-sobrenome2=Pera|editor-nome2=M.}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Science on the Move: Recent Trends in the History of Early Modern Science |periódico=Renaissance Quarterly |número=2 |ultimo=Smith |primeiro=Pamela H. |ano=2009 |paginas=345–375 |doi=10.1086/599864 |pmid=19750597 |volume=62}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Fundamental Themes in Physics from the History of Art |data=março de 2021 |periódico=Physics in Perspective |número=1 |ultimo=Fleck |primeiro=Robert |paginas=25–48 |lingua=en |bibcode=2021PhP....23...25F |doi=10.1007/s00016-020-00269-7 |issn=1422-6944 |volume=23 |doi-access=free}}</ref> no entanto, este rótulo também foi criticado por ser pejorativo.<ref>{{Citar enciclopédia|ultimo=Scott|primeiro=Colin|titulo=Science for the West, Myth for the Rest?|enciclopédia=The Postcolonial Science and Technology Studies Reader|publicado=Duke University Press|ano=2011|editor-sobrenome=Harding|editor-nome=Sandra|local=Durham|pagina=175|doi=10.2307/j.ctv11g96cc.16|isbn=978-0-8223-4936-5|oclc=700406626}}</ref>
# Saber, conhecimento de certas coisas que servem à condução da vida ou à dos negócios;
# Conjunto dos conhecimentos adquiridos pelo estudo ou pela prática.
# Hierarquização, organização e síntese dos conhecimentos através de modelos e [[princípio]]s gerais ([[teoria]]s, [[lei]]s, etc.).


A evidência direta dos processos científicos torna-se mais clara com o advento dos [[Sistema de escrita|sistemas de escrita]] nas primeiras civilizações, como o [[Egito Antigo]] e a [[Mesopotâmia]], criando os primeiros registos escritos na [[história da ciência]] por volta de 3000 a 1200 [[Era Comum|EC]].<ref name="Lindberg2007a">{{Citar livro|título=The beginnings of Western science: the European Scientific tradition in philosophical, religious, and institutional context|ultimo=Lindberg|primeiro=David C.|editora=University of Chicago Press|ano=2007|isbn=978-0226482057|edição=2nd}}</ref>{{Rp|pages=12–15}}<ref name="Grant2007a">{{Citar livro|título=A History of Natural Philosophy: From the Ancient World to the Nineteenth Century|ultimo=Grant|primeiro=Edward|editora=Cambridge University Press|ano=2007|localização=Nova York|páginas=1–26|capitulo=Ancient Egypt to Plato|isbn=978-0-521-68957-1}}</ref> Embora as palavras e conceitos de "ciência" e "natureza" não fizessem parte do panorama conceitual da época, os antigos egípcios e mesopotâmicos fizeram contribuições que mais tarde encontrariam um lugar na ciência grega e medieval, como a [[matemática]], a [[astronomia]] e a [[medicina]].<ref>{{Citar livro|título=Wrestling with Nature: From Omens to Science|ultimo=Rochberg|primeiro=Francesca|data=2011|editora=University of Chicago Press|editor-sobrenome=Shank|localização=Chicago|capitulo=Ch.1 Natural Knowledge in Ancient Mesopotamia|isbn=978-0-226-31783-0|autorlink=Francesca Rochberg|editor-sobrenome2=Numbers|editor-sobrenome3=Harrison}}</ref><ref name="Lindberg2007a" />{{Rp|page=12}} A partir do [[terceiro milênio a.C.]], os antigos egípcios desenvolveram um [[sistema de numeração decimal]],<ref>{{Citar livro|título=Groundbreaking Scientific Experiments, Inventions, and Discoveries of the Middle Ages and the Renaissance|ultimo=Krebs|primeiro=Robert E.|editora=Greenwood Publishing Group|ano=2004|páginas=127|isbn=978-0313324338}}</ref> resolveram problemas práticos usando [[geometria]]<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=LcsJosc239YC&q=egyptian%20geometry%20Nile&pg=PA80|título=The Nile: Histories, Cultures, Myths|ultimo=Erlich|primeiro=Ḥaggai|ultimo2=Gershoni|primeiro2=Israel|data=2000|editora=Lynne Rienner Publishers|páginas=80–81|língua=en|isbn=978-1-55587-672-2|autorlink=Haggai Erlich|acessodata=9 de janeiro de 2020|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220531025639/https://books.google.com/books?id=LcsJosc239YC&q=egyptian+geometry+Nile&pg=PA80|arquivodata=31 de maio de 2022}}</ref> e desenvolveram um [[Calendário egípcio|calendário]].<ref>{{Citar web|url=https://www.metmuseum.org/toah/hd/tell/hd_tell.htm|titulo=Telling Time in Ancient Egypt|acessodata=27 de maio de 2022|website=The Met's Heilbrunn Timeline of Art History|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220303133140/https://www.metmuseum.org/toah/hd/tell/hd_tell.htm|arquivodata=3 de março de 2022|urlmorta=live}}</ref> Suas terapias de cura envolviam tratamentos medicamentosos e sobrenaturais, como orações, encantamentos e rituais religiosos.<ref name="Lindberg2007a" />{{Rp|page=9}}
Cita-se de passagem que o próprio conceito de ''teoria'' tem várias acepções não específicas que mostram-se muito distintas da que é encontrada em um meio científico, sendo entre estas certamente conhecida a acepção em [[senso comum]] de ''teoria como algo duvidoso, não provado, descartável''. Esta acepção e correlatas mostram-se contudo radicalmente diferente da acepção de [[teoria científica]] ao considerar-se a acepção stricto sensu da palavra ciência.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


Os antigos [[Mesopotâmia|mesopotâmicos]] usaram o conhecimento sobre as propriedades de vários produtos químicos naturais para a fabricação de [[Olaria|cerâmica]], [[faiança]], [[vidro]], [[sabão]], metais, gesso de cal e impermeabilização.<ref name="McIntosh2005">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=9veK7E2JwkUC&q=science+in+ancient+Mesopotamia|título=Ancient Mesopotamia: New Perspectives|ultimo=McIntosh|primeiro=Jane R.|data=2005|editora=ABC-CLIO|localização=Santa Barbara, California, Denver, Colorado, and Oxford, England|páginas=273–76|isbn=978-1-57607-966-9|autorlink=Jane McIntosh|acessodata=20 de outubro de 2020|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210205162758/https://books.google.com/books?id=9veK7E2JwkUC&q=science+in+ancient+Mesopotamia|arquivodata=5 de fevereiro de 2021}}</ref> Eles estudaram [[Fisiologia|fisiologia animal]], [[anatomia]], [[etologia]] e [[astrologia]] para fins [[Adivinhação|divinatórios]].<ref>{{Citar periódico |título=Scientific Astronomy in Antiquity |data=2 de maio de 1974 |periódico=[[Philosophical Transactions of the Royal Society]] |número=1257 |ultimo=Aaboe |primeiro=Asger |autorlink=Asger Aaboe |paginas=21–42 |bibcode=1974RSPTA.276...21A |doi=10.1098/rsta.1974.0007 |jstor=74272 |volume=276}}</ref> Os mesopotâmicos tinham um [[Civilização babilônica#Medicina|intenso interesse pela medicina]]<ref name="McIntosh2005" /> e as primeiras [[Prescrição médica|prescrições médicas]] apareceram em [[Língua suméria|sumério]] durante a [[Terceira dinastia de Ur|Terceira Dinastia de Ur]].<ref>{{Citar periódico |título=Medicine, Surgery, and Public Health in Ancient Mesopotamia |periódico=Journal of Assyrian Academic Studies |número=1 |ultimo=Biggs |primeiro=R D. |ano=2005 |paginas=7–18 |volume=19}}</ref> Estes povos parecem ter estudado temas científicos que tinham aplicações práticas ou religiosas e tinham pouco interesse em satisfazer a curiosidade.<ref name="McIntosh2005" />
=== Definição estrita ===
[[Imagem:Metodo cientifico.svg|thumb|200px|esquerda|Esboço contendo os principais passos do método científico. Observe que o método é cíclico de forma a promover a contínua evolução das [[teoria|teorias científicas]].]]


=== Antiguidade Clássica ===
Segundo [[Michel Blay]], a ciência é "o conhecimento claro e evidente de algo, fundado quer sobre princípios evidentes e demonstrações, quer sobre raciocínios experimentais, ou ainda sobre a análise das sociedades e dos fatos humanos.<ref>{{citar livro|título=Dictionnaire des concepts philosophiques|ultimo=BLAY|primeiro=Michel|editora=Larousse|ano=2005|página= 880|isbn=9782035850072}}</ref> Esta definição permite distinguir os três tipos de ciência: as ''ciências formais'', compreendendo a [[Matemática]] e as ''ciências matemáticas'' como a estatística; as ''ciências físico-químicas e experimentais'' (ciências da natureza e da terra como a [[física]], a [[química]], a [[biologia]] e a [[medicina]]); e as ''ciências sociais'', que ocupam-se do Homem, de sua história, do seu comportamento, da língua, do social, do psicológico e da política, entre outros. No entanto, embora convencionais, seus limites não são rígidos, e não se mostram estritamente definidos; em outras palavras, a rigor, não existe categorização sistemática dos tipos de ciência, e, para tentar-se fazê-lo, ter-se-ia antes que resolver um complicado questionamento [[epistemologia|epistemológico]].{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
[[Ficheiro:MANNapoli_124545_plato's_academy_mosaic.jpg|alt=Framed mosaic of philosophers gathering around and conversing|miniaturadaimagem| Mosaico representando a [[Academia de Platão]], feito entre 100 a.C. e 79 d.C., mostra muitos estudiosos e [[filósofos gregos]]]]


Na [[Antiguidade Clássica]], não existia um verdadeiro análogo antigo de um cientista moderno. Em vez disso, haviam indivíduos bem-educados, geralmente de [[classe alta]] e quase universalmente do sexo masculino, realizavam várias pesquisas sobre a natureza sempre que tinham tempo livre.<ref name="Lehoux">{{Citar livro|título=Wrestling with Nature: From Omens to Science|ultimo=Lehoux|primeiro=Daryn|data=2011|editora=University of Chicago Press|editor-sobrenome=Shank|localização=Chicago|capitulo=2. Natural Knowledge in the Classical World|isbn=978-0-226-31783-0|editor-sobrenome2=Numbers|editor-sobrenome3=Harrison}}</ref> Antes da invenção ou descoberta do [[conceito]] de ''[[physis]]'' (ou natureza) pelos [[Pré-socráticos|filósofos pré-socráticos]], as mesmas palavras tendiam a ser usadas para descrever a "maneira" natural pela qual uma planta cresce<ref name="naddaf">{{Citar livro|título=The Greek Concept of Nature|ultimo=Naddaf|primeiro=Gerard|editora=SUNY Press|ano=2006|pontofinal=,}}; {{Citar periódico |url=https://hal.science/hal-02554932/file/s41599-020-0390-y.pdf |título=What does 'nature' mean? |periódico=[[Palgrave Communications]] |publicado=[[Springer Nature]] |número=14 |ultimo=Ducarme |primeiro=Frédéric |ultimo2=Couvet |primeiro2=Denis |ano=2020 |doi=10.1057/s41599-020-0390-y |volume=6 |doi-access=free}}; {{Citar livro|título=Presocratic Tradition from Parmenides to Democritus|ultimo=Guthrie|primeiro=W.K.C.|pontofinal=none}} (volume 2 of his ''History of Greek Philosophy''), Cambridge UP, 1965.</ref> e a "maneira" pela qual, por exemplo, uma tribo adorava um deus específico. Por conta disto, considera-se que estes homens foram os primeiros filósofos em sentido estrito e os primeiros a distinguir claramente os conceitos de “natureza” e “convenção”.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=cpx2j0TumyIC|título=An Introduction to Political Philosophy: Ten Essays by Leo Strauss|ultimo=Strauss|primeiro=Leo|ultimo2=Gildin|primeiro2=Hilail|editora=[[Wayne State University Press]]|publicadopor=1 de agosto de 1989|ano=1989|capitulo=Progress or Return? The Contemporary Crisis in Western Education|isbn=978-0814319024|acessodata=30 de maio de 2022|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220531025640/https://books.google.com.vn/books/about/An_Introduction_to_Political_Philosophy.html?id=cpx2j0TumyIC|arquivodata=31 de maio de 2022}}</ref>
A [[stricto sensu]], a ciência é única: se um corpo de conhecimento é produzido mediante os rigores do [[método científico]], este é ciência, em caso contrário, bastando para tal transcender em qualquer ponto o método científico, não o é.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


Os primeiros [[Filosofia da Grécia Antiga|filósofos gregos]] da escola milesiana, fundada por [[Tales de Mileto]] e posteriormente continuada por seus sucessores [[Anaximandro]] e [[Anaxímenes de Mileto|Anaxímenes]], foram os primeiros a tentar explicar os [[fenômenos naturais]] sem depender do [[sobrenatural]].<ref name="O'Grady">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=ZTUlDwAAQBAJ&q=Thales+of+Miletus+first+scientist&pg=PA245|título=Thales of Miletus: The Beginnings of Western Science and Philosophy|ultimo=O'Grady|primeiro=Patricia F.|data=2016|editora=Routledge|localização=Nova York e Londres|isbn=978-0-7546-0533-1|autorlink=Patricia O'Grady|acessodata=20 de outubro de 2020|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210331144842/https://books.google.com/books?id=ZTUlDwAAQBAJ&q=Thales+of+Miletus+first+scientist&pg=PA245|arquivodata=31 de março de 2021}}</ref> Os [[Escola pitagórica|pitagóricos]] desenvolveram uma filosofia de números complexos<ref name="Burkert1972">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=0qqp4Vk1zG0C&q=Pythagoreanism|título=Lore and Science in Ancient Pythagoreanism|ultimo=Burkert|primeiro=Walter|data=1 de junho de 1972|editora=Harvard University Press|localização=Cambridge, Massachusetts|isbn=978-0-674-53918-1|autorlink=Walter Burkert|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180129145253/https://books.google.com/books?id=0qqp4Vk1zG0C&printsec=frontcover&dq=Pythagoreanism&hl=en&sa=X&ved=0ahUKEwiX4Y3W9bfXAhXBeSYKHfBxCG4Q6AEIMTAC#v=onepage&q=Pythagoreanism&f=false|arquivodata=29 de janeiro de 2018}}</ref>{{Rp|467–68}} e contribuiu significativamente para o desenvolvimento da ciência matemática.<ref name="Burkert1972" />{{Rp|465}}A [[Atomismo|teoria dos átomos]] foi desenvolvida pelo filósofo grego [[Leucipo]] e seu aluno [[Demócrito]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=IQs5hur-BpgC&q=Leucippus+Democritus+atom&pg=PA56|título=The Atom in the History of Human Thought|ultimo=Pullman|primeiro=Bernard|data=1998|editora=Oxford University Press|páginas=31–33|bibcode=1998ahht.book.....P|isbn=978-0-19-515040-7|acessodata=20 de outubro de 2020|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210205165029/https://books.google.com/books?id=IQs5hur-BpgC&q=Leucippus+Democritus+atom&pg=PA56|arquivodata=5 de fevereiro de 2021}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=zIrCDQAAQBAJ&q=Leucippus+Democritus+atom&pg=PA427|título=Handbook of Categorization in Cognitive Science|data=2017|editora=Elsevier|editor-sobrenome=Cohen|localização=Amsterdam, the Netherlands|isbn=978-0-08-101107-2|acessodata=20 de outubro de 2020|editor-sobrenome2=Lefebvre|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210205162707/https://books.google.com/books?id=zIrCDQAAQBAJ&q=Leucippus+Democritus+atom&pg=PA427|arquivodata=5 de fevereiro de 2021|edição=2nd}}</ref> Mais tarde, [[Epicuro]] desenvolveria uma cosmologia natural completa baseada no [[atomismo]] e adotaria um "cânone" (régua, padrão) que estabelecia critérios físicos ou padrões de verdade científica.<ref name="canon">[[Lucretius]] (fl. 1st c. BCE) ''[[De rerum natura]]''</ref> O médico grego [[Hipócrates]] estabeleceu a tradição da ciência médica sistemática<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=vFZrAAAAMAAJ|título=The Story of Medicine|ultimo=Margotta|primeiro=Roberto|data=1968|editora=[[Golden Press]]|localização=Nova York|acessodata=18 de novembro de 2020|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210205161915/https://books.google.com/books?id=vFZrAAAAMAAJ|arquivodata=5 de fevereiro de 2021}}</ref><ref name="Touwaide2005">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=77y2AgAAQBAJ&q=Hippocrates+medical+science&pg=PA224|título=Medieval Science, Technology, and Medicine: An Encyclopedia|ultimo=Touwaide|primeiro=Alain|data=2005|editora=Routledge|editor-sobrenome=Glick|localização=Nova York e Londres|isbn=978-0-415-96930-7|acessodata=20 de outubro de 2020|editor-sobrenome2=Livesey|editor-sobrenome3=Wallis|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210206081848/https://books.google.com/books?id=77y2AgAAQBAJ&q=Hippocrates+medical+science&pg=PA224|arquivodata=6 de fevereiro de 2021}}</ref> e é conhecido como "[[Lista de pessoas consideradas pai ou mãe de um campo científico|O Pai da Medicina]]".<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=HjNrAAAAMAAJ|título=From Witchcraft to World Health|ultimo=Leff|primeiro=Samuel|ultimo2=Leff|primeiro2=Vera|data=1956|editora=[[Macmillan Publishers|Macmillan]]|localização=London, England|acessodata=23 de agosto de 2020|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210205162709/https://books.google.com/books?id=HjNrAAAAMAAJ|arquivodata=5 de fevereiro de 2021}}</ref>
A ciência é única também ao considerar-se o conjunto de evidências — de fatos — sobre o qual trabalha. Embora seja comum priorizar-se ou destacar-se o subconjunto de fatos mais pertinentes a um problema ou área de estudo em particular — vez por outra falando-se pois nos "fatos da física", "fatos da química", etc. —, uma hipótese científica, para ser aceita com valor lógico verdadeiro no [[paradigma|paradigma científico]] válido, ''deve'' estar em acordo com ''todos'' os fatos científicos conhecidos à época em consideração.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


Um divisor de águas na história da ciência filosófica primitiva foi o exemplo de [[Sócrates]] de aplicação da filosofia ao estudo das questões humanas, como a [[natureza humana]], a natureza das comunidades políticas e o próprio [[conhecimento humano]]. O [[Método socrático|método socrático,]] tal como documentado pelos diálogos de [[Platão]], é um método [[Dialética|dialético]] de eliminação de [[hipóteses]]: as melhores são encontradas através da identificação e eliminação constante daquelas que levam a contradições. Este método procura verdades gerais comuns que moldam as crenças e as examina em busca de consistência.<ref>{{Citar web|url=https://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus%3Atext%3A1999.01.0170%3Atext%3DApol.%3Apage%3D17|titulo=Plato, Apology|acessodata=1 de novembro de 2017|pagina=17|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180129145253/http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus%3Atext%3A1999.01.0170%3Atext%3DApol.%3Apage%3D17|arquivodata=29 de janeiro de 2018|urlmorta=live}}</ref> Sócrates criticou o tipo mais antigo de estudo da física como sendo puramente especulativo e carente de [[autocrítica]].<ref>{{Citar web|url=https://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus%3Atext%3A1999.01.0170%3Atext%3DApol.%3Apage%3D27|titulo=Plato, Apology|acessodata=1 de novembro de 2017|pagina=27|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180129145253/http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus%3Atext%3A1999.01.0170%3Atext%3DApol.%3Apage%3D27|arquivodata=29 de janeiro de 2018|urlmorta=live}}</ref>
As condições impostas sobre as hipóteses implicam não apenas que o conjunto de todas as hipóteses de uma [[teoria|teoria científica]] estejam necessariamente harmônicas com o conjunto de todos os fatos conhecidos, como também implicam a necessária harmônicas destas, e das diversas teorias de um paradigma válido — quaisquer que sejam — entre si. Se divergências forem verificadas, as respectivas teorias encontram-se impelidas a evoluir.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


[[Aristóteles|Aristóteles,]] no século IV aC, criou um programa sistemático de filosofia [[Teleologia|teleológica]].<ref>{{Citar livro|url=https://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus%3Atext%3A1999.01.0054%3Abekker%20page%3D1139b|título=Nicomachean Ethics|ultimo=Aristotle|acessodata=22 de setembro de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120317140402/http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=|arquivodata=17 de março de 2012|edição=H. Rackham}}</ref> No século III aC, o astrônomo grego [[Aristarco de Samos]] foi o primeiro a propor um [[Heliocentrismo|modelo heliocêntrico]] do [[universo]], com o [[Sol]] no centro e todos os planetas orbitando-o.<ref name="McClellan2015">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=ah1ECwAAQBAJ&q=Aristarchus+heliocentrism&pg=PA99|título=Science and Technology in World History: An Introduction|ultimo=McClellan III|primeiro=James E.|ultimo2=Dorn|primeiro2=Harold|data=2015|editora=Johns Hopkins University Press|localização=Baltimore, Maryland|páginas=99–100|isbn=978-1-4214-1776-9|acessodata=20 de outubro de 2020|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210206081851/https://books.google.com/books?id=ah1ECwAAQBAJ&q=Aristarchus+heliocentrism&pg=PA99|arquivodata=6 de fevereiro de 2021}}</ref> O modelo de Aristarco, no entanto, foi amplamente rejeitado porque se acreditava que violava as leis da física,<ref name="McClellan2015" /> enquanto a obra ''[[Almagesto]]'' de [[Ptolomeu]], que contém uma descrição geocêntrica do [[Sistema Solar]], foi aceita durante o início da [[Renascença]].<ref name="Graßhoff">{{Citar livro|url=http://link.springer.com/10.1007/978-1-4612-4468-4|título=The History of Ptolemy's Star Catalogue|ultimo=Graßhoff|primeiro=Gerd|data=1990|editora=Springer New York|series=Studies in the History of Mathematics and Physical Sciences|volume=14|localização=Nova York|doi=10.1007/978-1-4612-4468-4|isbn=978-1-4612-8788-9|acessodata=27 de maio de 2022|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220530023947/https://link.springer.com/book/10.1007/978-1-4612-4468-4|arquivodata=30 de maio de 2022}}</ref><ref name="Hoffmann">{{Citar livro|url=http://link.springer.com/10.1007/978-3-658-18683-8|título=Hipparchs Himmelsglobus|ultimo=Hoffmann|primeiro=Susanne M.|data=2017|editora=Springer Fachmedien Wiesbaden|localização=Wiesbaden|língua=de|bibcode=2017hihi.book.....H|doi=10.1007/978-3-658-18683-8|isbn=978-3-658-18682-1|acessodata=27 de maio de 2022|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220530023947/https://link.springer.com/book/10.1007/978-3-658-18683-8|arquivodata=30 de maio de 2022}}</ref> O inventor e matemático [[Arquimedes|Arquimedes de Siracusa]] fez contribuições importantes para os primórdios do [[Cálculo infinitesimal|cálculo]].<ref name="Edwards1979">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=ilrlBwAAQBAJ&q=Archimedes+calculus&pg=PA75|título=The Historical Development of the Calculus|ultimo=Edwards|primeiro=C.H. Jr.|data=1979|editora=Springer-Verlag|localização=Nova York|isbn=978-0-387-94313-8|acessodata=20 de outubro de 2020|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210205165030/https://books.google.com/books?id=ilrlBwAAQBAJ&q=Archimedes+calculus&pg=PA75|arquivodata=5 de fevereiro de 2021|edição=}}</ref> [[Plínio, o Velho]], foi um escritor e [[polímata]] romano, que escreveu a enciclopédia seminal ''[[História Natural (Plínio)|História Natural]]''.<ref name="Lawson2004">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=1AY1ALzh9V0C&q=Pliny+the+Elder+encyclopedia&pg=PA190|título=Science in the Ancient World: An Encyclopedia|ultimo=Lawson|primeiro=Russell M.|data=2004|editora=ABC-CLIO|localização=Santa Barbara, California|páginas=190–91|isbn=978-1-85109-539-1|acessodata=20 de outubro de 2020|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210205165032/https://books.google.com/books?id=1AY1ALzh9V0C&q=Pliny+the+Elder+encyclopedia&pg=PA190|arquivodata=5 de fevereiro de 2021}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=6NC_T_tG9lQC&q=Pliny+the+Elder+encyclopedia|título=Pliny the Elder's Natural History: The Empire in the Encyclopedia|ultimo=Murphy|primeiro=Trevor Morgan|data=2004|editora=Oxford University Press|localização=Oxford, England|isbn=978-0-19-926288-5|acessodata=20 de outubro de 2020|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210206081849/https://books.google.com/books?id=6NC_T_tG9lQC&q=Pliny+the+Elder+encyclopedia|arquivodata=6 de fevereiro de 2021}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=YoEhAwAAQBAJ&q=Pliny+the+Elder+encyclopedia|título=Pliny's Encyclopedia: The Reception of the Natural History|ultimo=Doody|primeiro=Aude|data=2010|editora=Cambridge University Press|localização=Cambridge, England|isbn=978-1-139-48453-4|acessodata=20 de outubro de 2020|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210331144844/https://books.google.com/books?id=YoEhAwAAQBAJ&q=Pliny+the+Elder+encyclopedia|arquivodata=31 de março de 2021}}</ref>
=== Definições filosóficas ===
[[Imagem:Rodin le penseur.JPG|thumb|200px|[[O pensador]]; [[personificação]] da [[filosofia]]. Para os filósofos não há uma definição única de ciência. Contudo, o que esperar deles quanto à definição de ciência? Os [[filósofo]]s não se entendem nem quanto à [[Definições de filosofia|definição de filosofia]]!<ref group = "Nota" name = "Citacao_Cicero_01" />]]


A [[notação posicional]] para representar números muito provavelmente surgiu entre os séculos III e V d.C. ao longo das [[rotas comerciais]] indianas. Este sistema numérico tornou as operações [[Aritmética|aritméticas]] eficientes e mais acessíveis, sendo que acabaria por se tornar o padrão para a [[matemática]] em todo o mundo desde então.<ref>{{Citar livro|título=A People's History of Science: Miners, Midwives, and "Low Mechanicks"|ultimo=Conner|primeiro=Clifford D.|data=2005|editora=Nation Books|localização=Nova York|páginas=72–74|isbn=1-56025-748-2|oclc=62164511}}</ref>
Embora para um cientista a definição de ciência que vale é a estrita, há considerável discussão sobre o que é ciência no meio [[filosofia|filosófico]], e neste meio acham-se várias definições de ciência, e várias considerações sobre sua abrangência.<ref group = "Nota" name = "Citacao_Bertrand_Russell_01"/><ref group = "Nota" name = "Citacao_Richard_Feynman_01" />


=== Idade Média ===
A palavra ''ciência'', no seu sentido estrito, se opõe à [[opinião]] (''doxa'' em [[Língua grega|grego]]), e ao [[dogma]], ou a afirmações de natureza arbitrárias. No entanto a relação entre a opinião de um lado e a ciência do outro não é estritamente sistemática; o historiador das ciências [[Pierre Duhem]] pensa com efeito que a ciência é a âncora no sentido comum, que deve ''salvar as aparências''.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
[[Ficheiro:ViennaDioscoridesEndpaperPeacock.jpg|alt=Picture of a peacock on very old paper|miniaturadaimagem| A primeira página do [[Dioscórides de Viena|''Dioscurides de Viena'']] retrata um [[pavão]], feito no século VI]]
Devido ao [[Queda do Império Romano do Ocidente|colapso do Império Romano do Ocidente]], o século V passou por um declínio intelectual e o conhecimento das [[Ciência greco-romana|concepções gregas do mundo]] deteriorou-se em toda a [[Europa Ocidental]].<ref name="Lindberg2007a">{{Citar livro|título=The beginnings of Western science: the European Scientific tradition in philosophical, religious, and institutional context|ultimo=Lindberg|primeiro=David C.|editora=University of Chicago Press|ano=2007|isbn=978-0226482057|edição=2nd}}</ref>{{Rp|page=194}} Durante o período, enciclopedistas latinos como [[Isidoro de Sevilha]] preservaram a maior parte do conhecimento antigo geral.<ref name="Grant1996">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=YyvmEyX6rZgC|título=The Foundations of Modern Science in the Middle Ages: Their Religious, Institutional and Intellectual Contexts|ultimo=Grant|primeiro=Edward|editora=Cambridge University Press|ano=1996|series=Cambridge Studies in the History of Science|páginas=7–17|isbn=978-0-521-56762-6|acessodata=9 de novembro de 2018|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190821163234/https://books.google.com/books?id=YyvmEyX6rZgC|arquivodata=21 de agosto de 2019}}</ref> Como o [[Império Bizantino]] resistiu aos ataques dos invasores, eles foram capazes de preservar e melhorar o aprendizado anterior.<ref name="Lindberg2007a" />{{Rp|page=159}} [[João Filopono]], um estudioso bizantino dos anos 500, começou a questionar o ensino de física de Aristóteles, introduzindo a [[teoria do ímpeto]].<ref name="Lindberg2007a" />{{Rp|pages=307, 311, 363, 402}} Suas críticas serviram de inspiração para estudiosos medievais e para [[Galileu Galilei]], que citou extensivamente suas obras dez séculos depois.<ref name="Lindberg2007a" />{{Rp|pages=307–308}}<ref>{{Citar livro|url=https://plato.stanford.edu/archives/spr2016/entries/philoponus/|título=The Stanford Encyclopedia of Philosophy|ultimo=Wildberg|primeiro=Christian|data=1 de maio de 2018|editora=Metaphysics Research Lab, Stanford University|editor-sobrenome=Zalta|editor-nome=Edward N.|acessodata=1 de maio de 2018|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190822110331/https://plato.stanford.edu/archives/spr2016/entries/philoponus/|arquivodata=22 de agosto de 2019|via=Stanford Encyclopedia of Philosophy}}</ref>


Durante o [[Antiguidade Tardia|final da Antiguidade]] e o [[Idade Média#Alta Idade Média|início da Idade Média]], os fenômenos naturais eram examinados principalmente através da abordagem aristotélica, que inclui as [[quatro causas]]: causa material, formal, móvel e final.<ref>{{Citar livro|título=Stanford Encyclopedia of Philosophy|ultimo=Falcon|primeiro=Andrea|data=2019|editora=Metaphysics Research Lab, Stanford University|editor-sobrenome=Zalta|editor-nome=Edward|capitulo=Aristotle on Causality|acessodata=3 de outubro de 2020|arquivourl=https://web.archive.org/web/20201009032459/https://plato.stanford.edu/archives/spr2019/entries/aristotle-causality/#FouCau|url=https://plato.stanford.edu/archives/spr2019/entries/aristotle-causality/#FouCau|arquivodata=9 de outubro de 2020|edição=2019}}</ref> Muitos textos clássicos gregos foram preservados pelos bizantinos e as traduções para o [[Língua árabe|árabe]] foram feitas por grupos como os [[Cisma nestoriano|nestorianos]] e os [[Monofisismo|monofisitas]]. Sob o [[Califado]], estas traduções foram posteriormente melhoradas e desenvolvidas por cientistas [[árabes]].<ref name="Grant2007b">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/historynaturalph00gran|título=A History of Natural Philosophy: From the Ancient World to the Nineteenth Century|ultimo=Grant|primeiro=Edward|editora=[[Cambridge University Press]]|ano=2007|páginas=[https://archive.org/details/historynaturalph00gran/page/n77 62]–67|capitulo=Islam and the eastward shift of Aristotelian natural philosophy|isbn=978-0-521-68957-1}}</ref> Nos séculos VI e VII, o vizinho [[Império Sassânida]] estabeleceu a [[Academia de Gondishapur|Academia de Gondeshapur]], que é considerada pelos médicos gregos, [[siríacos]] e persas como o centro médico mais importante do mundo antigo.<ref>{{Citar livro|título=The Cambridge history of Iran|ultimo=Fisher|primeiro=W.B. (William Bayne)|data=1968–1991|editora=University Press|localização=Cambridge|isbn=978-0-521-20093-6|oclc=745412}}</ref>
O discurso científico se opõe à [[superstição]] e ao [[obscurantismo]]. Contudo, a opinião pode transformar-se num objeto de ciência, ou mesmo uma disciplina científica à parte. A [[Sociologia da ciência]] analisa esta articulação entre ciência e opinião; os relatos são mais complexos ou mais tênues em acordo com a situação, mas de forma geral podem ser resumidos na frase de [[Gaston Bachelard]]: "a opinião pensa mal; não pensa".<ref group = "Ref." name = "ConsultableEnLigne" />


A [[Casa da Sabedoria]] foi estabelecida na era [[Califado Abássida|Abássida]] em [[Bagdá]], no atual [[Iraque]],<ref>{{Citar enciclopédia|url=https://www.britannica.com/place/Bayt-al-Hikmah|titulo=Bayt al-Hikmah|acessodata=3 de novembro de 2016|enciclopédia=Encyclopædia Britannica|arquivourl=https://web.archive.org/web/20161104043313/https://www.britannica.com/place/Bayt-al-Hikmah|arquivodata=4 de novembro de 2016|urlmorta=live}}</ref> onde o estudo islâmico do [[aristotelismo]] floresceu<ref>{{Citar livro|título=History of Islamic Philosophy|editora=[[Routledge]]|ano=2001|editor-sobrenome=Hossein Nasr|editor-nome=Seyyed|editor-link=Seyyed Hossein Nasr|páginas=165–167|isbn=978-0415259347|editor-sobrenome2=Leaman|editor-nome2=Oliver}}</ref> até as [[Conquistas e invasões mongóis|invasões mongóis]] no século XIII. [[Alhazém]] começou a fazer experiências como um meio de obter conhecimento<ref name="toomer1964Review">{{Citar periódico |título=Reviewed work: Ibn al-Haythams Weg zur Physik, Matthias Schramm |periódico=Isis |número=4 |ultimo=Toomer |primeiro=G.J. |ano=1964 |paginas=463–65 |doi=10.1086/349914 |jstor=228328 |volume=55}} See p. 464: "Schramm sums up [Ibn Al-Haytham's] achievement in the development of scientific method.", p. 465: "Schramm has demonstrated .. beyond any dispute that Ibn al-Haytham is a major figure in the Islamic scientific tradition, particularly in the creation of experimental techniques." p. 465: "only when the influence of ibn al-Haytam and others on the mainstream of later medieval physical writings has been seriously investigated can Schramm's claim that ibn al-Haytam was the true founder of modern physics be evaluated."</ref><ref name="Cohen2010b">{{Citar livro|título=How modern science came into the world. Four civilizations, one 17th-century breakthrough|ultimo=Cohen|primeiro=H. Floris|data=2010|editora=Amsterdam University Press|localização=Amsterdam|páginas=99–156|capitulo=Greek nature knowledge transplanted: The Islamic world|isbn=978-90-8964-239-4|autorlink=Floris Cohen|edição=2nd}}</ref> e refutou a teoria da visão de Ptolomeu<ref name="smith2001">{{Citar livro|título=Alhacen's Theory of Visual Perception: A Critical Edition, with English Translation and Commentary, of the First Three Books of Alhacen's ''De Aspectibus'', the Medieval Latin Version of Ibn al-Haytham's ''Kitāb al-Manāẓir'', 2 vols|ultimo=Smith|primeiro=A. Mark|editora=[[American Philosophical Society]]|ano=2001|series=Transactions of the American Philosophical Society|volume=91|localização=[[Filadélfia]]|isbn=978-0-87169-914-5|oclc=47168716}}</ref>{{Rp|Livro I, [6.54]. p. 372}} A compilação do [[O Cânone da Medicina|Cânone de Medicina]] de [[Avicena]], uma enciclopédia médica, é considerada uma das publicações mais importantes da [[medicina]] e foi usada até o século XVIII.<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/encyclopaediahis00seli|título=Encyclopaedia of the History of Science, Technology, and Medicine in Non-Western Cultures|editora=Springer|ano=2006|editor-sobrenome=Selin|editor-link=Helaine Selin|páginas=[https://archive.org/details/encyclopaediahis00seli/page/n168 155]–156|bibcode=2008ehst.book.....S|isbn=978-1-4020-4559-2}}</ref>
Em senso estrito, a ciência certamente se opõe às crenças em seu método de trabalho, contudo em meios não acadêmicos, ou mesmo acadêmicos, é comum esquecer-se a última parte da frase, e afirmar-se simplesmente que a ciência se opõe às crenças; por extensão a ciência é frequentemente considerada como contrária às religiões. Esta interpretação é mais comum do que se pensa, sendo frequentemente usada em ambos os lados, embora com maior frequência por cientistas do que por religiosos.<ref group="Nota" name="EnciclicaPapaJoaoPaulo" />


Durante o século XI, a maior parte da Europa tornou-se cristã,<ref name="Lindberg2007a">{{Citar livro|título=The beginnings of Western science: the European Scientific tradition in philosophical, religious, and institutional context|ultimo=Lindberg|primeiro=David C.|editora=University of Chicago Press|ano=2007|isbn=978-0226482057|edição=2nd}}</ref>{{Rp|page=204}} e, em 1088, a [[Universidade de Bolonha]] emergiu como a primeira [[universidade]] da Europa.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.jstor.org/stable/26473232 |título=Gratian, Irnerius, and the Early Schools of Bologna |acessodata=27 de maio de 2022 |periódico=[[The Mississippi Quarterly]] |número=4 |ultimo=Russell |primeiro=Josiah C. |ano=1959 |paginas=168–188 |jstor=26473232 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20220527132652/https://www.jstor.org/stable/26473232 |arquivodata=27 de maio de 2022 |volume=12 |via=[[JSTOR]]}}</ref> Como tal, a demanda por traduções latinas de textos antigos e científicos cresceu,<ref name="Lindberg2007a" />{{Rp|page=204}} um dos principais contribuintes para o [[Renascimento do século XII]]. A [[escolástica]] renascentista na Europa Ocidental floresceu, com experimentos feitos através da observação, descrição e classificação de assuntos na natureza.<ref name=":0">{{Citar web|url=https://www.britannica.com/biography/Saint-Albertus-Magnus|titulo=St. Albertus Magnus {{pipe}} German theologian, scientist, and philosopher|acessodata=27 de outubro de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20171028045424/https://www.britannica.com/biography/Saint-Albertus-Magnus|arquivodata=28 de outubro de 2017|urlmorta=live}}</ref> No século XIII, professores e estudantes de medicina em Bolonha começaram a abrir corpos humanos, levando ao primeiro livro de [[anatomia]] baseado na dissecação humana de [[Mondino de Liuzzi|Mondino de Luzzi]].<ref>{{Citar livro|url=http://www.hup.harvard.edu/catalog.php?isbn=9780674057418|título=Galileo Goes to Jail and Other Myths about Science and Religion|ultimo=Numbers|primeiro=Ronald|editora=Harvard University Press|ano=2009|isbn=978-0-674-03327-6|acessodata=27 de março de 2018|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210120190509/https://www.hup.harvard.edu/catalog.php?isbn=9780674057418|arquivodata=20 de janeiro de 2021}}</ref>
A ideia de ciência com o objetivo de produzir conhecimento é problemática para alguns; vários dos domínios reconhecidos como científicos não têm por objetivo a produção de conhecimentos, mas a de instrumentos, máquinas, de dispositivos técnicos. Terry Shinn assim propôs a noção de "investigação técnico-instrumental".<ref group = "Ref." name = "RevueFrancaieseDeSociologie" />Os seus trabalhos com Bernward Joerges a propósito da ''instrumentação''<ref group = "Ref." name = " IntrumentationScienceStateIndustry" /> assim permitiram destacar que o critério ''científico'' não é atribuído unicamente às ciências do conhecimento.


=== Renascimento ===
A acepção da palavra ''ciência'' conforme definida no [[século XX]] e [[Século XXI|XXI]] é a da ''instituição da ciência'', ou seja, o de conjunto das comunidades científicas que trabalham para melhorar o saber humano e a tecnologia, incluso nesta acepção considerações de natureza internacional, metodológica, ética e ou política.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
{{AP|Renascimento}}
[[Ficheiro:De_Revolutionibus_manuscript_p9b.jpg|alt=Drawing of planets' orbit around the Sun|miniaturadaimagem| Desenho do modelo heliocêntrico proposto pelo ''[[De revolutionibus orbium coelestium|De Revolutionibus orbium coelestium]]'' de [[Copérnico]]]]


Novos desenvolvimentos na [[óptica]] também desempenharam um papel relevante no início da [[Renascimento|Renascença]], tanto por desafiar ideias [[Metafísica|metafísicas]] de longa data sobre a [[percepção]], como por contribuir para a melhoria de tecnologias como a [[Câmera escura|câmara escura]] e o [[telescópio]]. No início deste período, [[Roger Bacon]], [[Vitello]] e [[John Peckham]] construíram, cada um, uma [[ontologia]] escolástica sobre uma cadeia causal começando com a sensação, a percepção e, finalmente, a [[apercepção]] das [[Teoria das ideias|formas]] individuais e universais de Aristóteles.<ref name="smith2001"/>{{Rp|Livro I}} Um modelo mais tarde conhecido como [[perspectivismo]] foi [[Perspectiva|explorado e estudado]] pelos artistas renascentistas. Esta teoria usa apenas três das [[quatro causas]] de Aristóteles: formal, material e final.<ref name="Smith1981">{{Citar periódico |título=Getting the Big Picture in Perspectivist Optics |periódico=Isis |número=4 |ultimo=Smith |primeiro=A. Mark |ano=1981 |paginas=568–89 |doi=10.1086/352843 |jstor=231249 |pmid=7040292 |volume=72}}</ref> No século XVI, o astrônomo polonês [[Nicolau Copérnico]] formulou um [[Heliocentrismo|modelo heliocêntrico]] do [[Sistema Solar]], ao afirmar que os planetas giram em torno do [[Sol]], em vez do [[Geocentrismo|modelo geocêntrico]] onde os planetas e o Sol giram em torno da [[Terra]]. Isto baseou-se em um teorema de que os [[Período orbital|períodos orbitais]] dos planetas são mais longos à medida que os seus orbes estão mais distantes do centro do movimento, o que ele descobriu não concordar com o modelo de Ptolomeu.<ref>{{Citar periódico |url=http://pdfs.semanticscholar.org/e610/194b7b608cab49e034a542017213d827fb70.pdf |título=Copernicus and the Origin of his Heliocentric System |acessodata=12 de abril de 2020 |periódico=Journal for the History of Astronomy |número=3 |ultimo=Goldstein |primeiro=Bernard R |ano=2016 |paginas=219–35 |doi=10.1177/002182860203300301 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20200412211013/http://pdfs.semanticscholar.org/e610/194b7b608cab49e034a542017213d827fb70.pdf |arquivodata=12 de abril de 2020 |volume=33}}</ref>
A noção de ciência acima apresentada, ou mesmo outra, está longe, entretanto, de ser consensual. Segundo o [[epistemologia|epistemologista]] [[André Pichot]], é ''"utópico querer dar uma definição a priori da ciência"''.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


O alemão [[Johannes Kepler]] e outros desafiaram a noção de que a única função do olho é a percepção e mudaram o foco principal da óptica do olho para a propagação da luz.<ref name="Smith1981">{{Citar periódico |título=Getting the Big Picture in Perspectivist Optics |periódico=Isis |número=4 |ultimo=Smith |primeiro=A. Mark |ano=1981 |paginas=568–89 |doi=10.1086/352843 |jstor=231249 |pmid=7040292 |volume=72}}</ref><ref name="Cohen2010d">{{Citar livro|título=How modern science came into the world. Four civilizations, one 17th-century breakthrough|ultimo=Cohen|primeiro=H. Floris|data=2010|editora=Amsterdam University Press|localização=Amsterdam|páginas=99–156|capitulo=Greek nature knowledge transplanted and more: Renaissance Europe|isbn=978-90-8964-239-4|autorlink=Floris Cohen|edição=2nd}}</ref> Kepler é mais conhecido, no entanto, por melhorar o modelo heliocêntrico de Copérnico através da descoberta das [[Leis de Kepler|leis do movimento planetário]]. Kepler não rejeitou a metafísica aristotélica e descreveu seu trabalho como uma busca pela [[música das esferas]].<ref name="Koestler">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/sleepwalkershist00koes_0/page/1|título=The Sleepwalkers: A History of Man's Changing Vision of the Universe|ultimo=Koestler|primeiro=Arthur|editora=[[Penguin Books]]|ano=1990|localização=London|isbn=0-14-019246-8|autorlink=Arthur Koestler}}</ref> O florentino [[Galileu Galilei]] também realizou contribuições significativas para a astronomia, a física e a engenharia. No entanto, ele foi perseguido depois que o [[Papa Urbano VIII]] o condenou por escrever sobre o modelo heliocêntrico.<ref name="Pope Urban VIII">{{Citar web|ultimo=van Helden|primeiro=Al|url=http://galileo.rice.edu/gal/urban.html|titulo=Pope Urban VIII|acessodata=3 de novembro de 2016|website=The Galileo Project|ano=1995|arquivourl=https://web.archive.org/web/20161111033150/http://galileo.rice.edu/gal/urban.html|arquivodata=11 de novembro de 2016|urlmorta=live}}</ref> A [[Prensa móvel|imprensa escrita]] foi amplamente utilizada para publicar argumentos acadêmicos, incluindo alguns que discordavam amplamente das ideias contemporâneas sobre a natureza.<ref>{{Citar periódico |título=Copernicus and the Impact of Printing |periódico=Vistas in Astronomy |número=1 |ultimo=Gingerich |primeiro=Owen |ano=1975 |paginas=201–218 |bibcode=1975VA.....17..201G |doi=10.1016/0083-6656(75)90061-6 |volume=17}}</ref> [[Francis Bacon]] e [[René Descartes]] publicaram argumentos filosóficos em favor de um novo tipo de ciência não-aristotélica. Bacon enfatizou a importância do experimento sobre a contemplação, questionou os conceitos aristotélicos de causa formal e final, promoveu a ideia de que a ciência deveria estudar as [[Lei científica|leis da natureza]] e o aperfeiçoamento de toda a vida humana.<ref>{{Citar livro|título=Francis Bacon|ultimo=Zagorin|primeiro=Perez|editora=Princeton University Press|ano=1998|lugar=Princeton|isbn=978-0-691-00966-7}}</ref> Descartes enfatizou o pensamento individual e argumentou que a matemática, e não a geometria, deveria ser usada para estudar a natureza.<ref>{{Citar livro|título=Descartes' Dream: The World According to Mathematics|ultimo=Davis|primeiro=Philip J.|ultimo2=Hersh|primeiro2=Reuben|editora=Harcourt Brace Jovanovich|ano=1986|localização=Cambridge, MA}}</ref>
O [[História da ciência|historiador das ciências]] Robert Nadeau explica, por seu lado, que é ''"impossível passar aqui em revista o conjunto dos critérios de demarcação propostos desde cem anos pelos epistemologistas [para se definir ciência] ... [e que] pode-se aparentemente formular um critério que exclui qualquer coisa que se queira excluir, e conserva qualquer coisa que se queira conservar."''<ref group = "Ref." name = "RefRobertNadeau" />


=== Ilumiminismo ===
O [[físico]] e [[Filosofia da ciência|filósofo das ciências]] [[Léna Soler]], no seu manual de epistemologia, começa igualmente por sublinhar ''pelos limites da operação de definição''.<ref group = "Ref." name = "RefLenaSoler" />
{{AP|Iluminismo}}
[[Ficheiro:Prinicipia-title.png|alt=see caption|miniaturadaimagem| Página de título da primeira edição de 1687 de ''[[Princípios Matemáticos da Filosofia Natural|Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica]]'' de Isaac Newton]]
No início do [[Iluminismo]], [[Isaac Newton]] formou a base da [[mecânica clássica]] por meio de sua obra ''[[Princípios Matemáticos da Filosofia Natural|Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica]]'', influenciando enormemente os futuros físicos.<ref>{{Citar livro|título=Science: A History 1543–2001|ultimo=Gribbin|primeiro=John|editora=Allen Lane|ano=2002|isbn=978-0-7139-9503-9}}</ref> [[Gottfried Wilhelm Leibniz]] incorporou termos da [[Teoria aristotélica da gravitação|física aristotélica]], agora usados de uma nova forma não [[Teleologia|teleológica]]. Isto implicou em uma mudança na visão dos objetos, que eram agora considerados como não tendo objetivos inatos. Leibniz presumia que todos os diferentes tipos de coisas funcionam de acordo com as mesmas leis gerais da natureza, sem causas formais ou finais especiais.<ref>{{Citar web|url=https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Leibniz/|titulo=Gottfried Leibniz – Biography|acessodata=2 de março de 2021|website=Maths History|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170711221621/http://www-groups.dcs.st-and.ac.uk/~history/Biographies/Leibniz.html|arquivodata=11 de julho de 2017|urlmorta=live}}</ref>


Durante esse período, o propósito e o valor declarados da ciência passaram a ser a produção de riquezas e [[Invenção|invenções]] que melhorariam a vida humana, no sentido [[Materialismo económico|materialista]] de ter mais alimentos, roupas e outras coisas. Nas [[Novum Organum|palavras de Bacon]], “o objetivo real e legítimo das ciências ''é a dotação da vida humana com novas invenções e riquezas''”, e ele desencorajou os cientistas de perseguirem ideias filosóficas ou espirituais intangíveis, que ele acreditava terem contribuído pouco para a felicidade humana além “da fumaça de sutil, sublime ou agradável [especulação]".<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=PgmbZIybuRoC&pg=PA162|título=The Social and Economic Roots of the Scientific Revolution: Texts by Boris Hessen and Henryk Grossmann|ultimo=Freudenthal|primeiro=Gideon|ultimo2=McLaughlin|primeiro2=Peter|data=20 de maio de 2009|editora=Springer Science & Business Media|isbn=978-1-4020-9604-4|acessodata=25 de julho de 2018|arquivourl=https://web.archive.org/web/20200119203949/https://books.google.com/books?id=PgmbZIybuRoC&pg=PA162|arquivodata=19 de janeiro de 2020}}</ref>
Os dicionários propõem certamente algumas definições. Mas, como recorda Léna Soler, estas definições não são satisfatórias, como quase nunca são quanto o assunto são verbetes ligados às cadeiras científicas. As noções de ''universalidade'', de ''objetividade'' ou ''de método científico'' (sobretudo quando este último é concebido como a uma única noção em vigor) é objeto de numerosas controvérsias para que possam constituir o pedestal de uma definição aceitável. É necessário, por conseguinte, ter em conta estas dificuldades para descrever a ciência. E esta descrição continua a ser possível tolerando-se certa ''vaporosidade'' epistemológica.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


A ciência durante a Era do Iluminismo era dominada pelas [[Sociedade científica|sociedades científicas]]<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/encyclopediaofre0000unse_d0p5|título=Encyclopedia of the Renaissance|editor=Facts on File|ano=1987|isbn=978-0816013159}}</ref> e [[Academia|academias]], que foram a espinha dorsal do amadurecimento da profissão científica e substituíram as universidades como centros de pesquisa e desenvolvimento científico. Outro desenvolvimento importante foi a [[Cultura popular|popularização]] da ciência entre uma população cada vez mais alfabetizada.<ref>{{Citar livro|url=https://www.cambridge.org/core/books/rise-of-the-public-in-enlightenment-europe/BA532085A260114CD430D9A059BD96EF|título=The Rise of the Public in Enlightenment Europe|ultimo=van Horn Melton|primeiro=James|editora=[[Cambridge University Press]]|ano=2001|páginas=82–83|doi=10.1017/CBO9780511819421|isbn=978-0511819421|acessodata=27 de maio de 2022|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220120143805/https://www.cambridge.org/core/books/rise-of-the-public-in-enlightenment-europe/BA532085A260114CD430D9A059BD96EF|arquivodata=20 de janeiro de 2022}}</ref> Os filósofos do Iluminismo recorreram a alguns de seus predecessores científicos – principalmente [[Galileu Galilei|Galileu]], [[Johannes Kepler|Kepler]], [[Robert Boyle|Boyle]] e Newton – como guias para todos os campos físicos e sociais da época.<ref>{{Citar web|url=https://www.tamaqua.k12.pa.us/cms/lib07/PA01000119/Centricity/Domain/119/TheScientificRevolution.pdf|titulo=The Scientific Revolution and the Enlightenment (1500–1780)|acessodata=29 de janeiro de 2024}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.britannica.com/science/Scientific-Revolution|titulo=Scientific Revolution {{!}} Definition, History, Scientists, Inventions, & Facts|acessodata=2024-01-29|website=Britannica|lingua=en}}</ref>
=== Das correntes filosóficas à definição estrita ===
==== Empirismo ====
De acordo com o [[empirismo]], as teorias científicas são [[objectivo|objetivas]], empiricamente testáveis e preditivas — elas predizem resultados empíricos que podem ser verificados e [[Falsificabilidade|possivelmente contraditos]] —.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


Durante o século XVIII, surgiram avanços significativos na prática da medicina<ref name="Brock">{{Citar livro|título=Brock Biology of Microorganisms|editora=Prentice Hall|ano=2006|isbn=978-0131443297|edição=11th}}</ref> e da [[física]];<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/readingprincipia0000guic|título=Reading the Principia: The Debate on Newton's Methods for Natural Philosophy from 1687 to 1736|ultimo=Guicciardini|primeiro=N.|editora=Cambridge University Press|ano=1999|localização=Nova York|isbn=978-0521640664}}</ref> o desenvolvimento da [[taxonomia]] biológica por [[Lineu|Carl Linnaeus]];<ref name="calisher">{{Citar periódico |título=Taxonomy: what's in a name? Doesn't a rose by any other name smell as sweet? |periódico=Croatian Medical Journal |número=2 |ultimo=Calisher |primeiro=CH |ano=2007 |paginas=268–270 |pmc=2080517 |pmid=17436393 |volume=48}}</ref> uma nova compreensão do [[magnetismo]] e da [[eletricidade]];<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/electrodynamicsf0000darr|título=Electrodynamics from Ampère to Einstein|ultimo=Darrigol|primeiro=Olivier|data=2000|editora=Oxford University Press|localização=Nova York|isbn=0198505949}}</ref> e o amadurecimento da [[química]] como disciplina.<ref>{{Citar livro|título=Companion to the History of Modern Science|ultimo=Olby|primeiro=R.C.|ultimo2=Cantor|primeiro2=G.N.|ultimo3=Christie|primeiro3=J.R.R.|ultimo4=Hodge|primeiro4=M.J.S.|editora=Routledge|ano=1990|localização=London}}</ref> As ideias sobre a natureza humana, a sociedade e a economia evoluíram durante o período iluminista. [[Hume]] e outros pensadores do [[Iluminismo escocês]] desenvolveram a obra ''[[Tratado da Natureza Humana]]'', que foi expresso historicamente em obras de autores como [[James Burnett, Lorde Monboddo|James Burnett]], [[Adam Ferguson]], [[John Millar]] e [[William Robertson (historiador)|William Robertson]], todos os quais fundiram um estudo científico de como os humanos se comportavam nas culturas antigas e primitivas com uma forte consciência das forças determinantes da [[modernidade]].<ref name="Magnusson">{{Citar web|ultimo=Magnusson|primeiro=Magnus|url=http://www.newstatesman.com/200311100040|titulo=Review of James Buchan, ''Capital of the Mind: how Edinburgh Changed the World''|data=10 de novembro de 2003|acessodata=27 de abril de 2014|website=New Statesman|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110606015918/http://www.newstatesman.com/200311100040|arquivodata=6 de junho de 2011|urlmorta=dead}}</ref> A sociologia moderna originou-se em grande parte desse movimento.<ref>{{Citar periódico |título=Origins of Sociology: The Case of the Scottish Enlightenment |periódico=The British Journal of Sociology |número=2 |ultimo=Swingewood |primeiro=Alan |ano=1970 |paginas=164–180 |doi=10.2307/588406 |jstor=588406 |volume=21}}</ref> Em 1776, [[Adam Smith]] publicou ''[[A Riqueza das Nações]]'', que é frequentemente considerado o primeiro trabalho sobre economia moderna.<ref name="Fry">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/adamsmithslegacy0000unse|título=Adam Smith's Legacy: His Place in the Development of Modern Economics|ultimo=Fry|primeiro=Michael|editora=[[Routledge]]|ano=1992|isbn=978-0-415-06164-3}}</ref>
Mesmo alheio à tradição empírica, há de se compreender que "predição" em ciência refere-se mais ao planejamento de experimentos ou estudos futuros e às expectativas quanto aos resultados do que literalmente predizer o [[futuro]], mesmo que o número de acertos associados à predição — graças a uma teoria bem corroborada — venha a ser considerável. Certamente consegue-se hoje prever com enorme antecipação a hora de um eclipse, contudo dizer que "um paleontólogo pode fazer predições a respeito do achado de um determinado tipo de [[dinossauro]]" também é plenamente consistente com o uso empírico da predição, mesmo que por um azar do destino, este nunca venha a encontrá-lo. Embora a capacidade de fazer tais predições certamente sejam objetivos destas cadeiras via avanços contínuos nos modelos associados, tem-se ainda que ciências como a [[geologia]] ou [[meteorologia]] não precisam ser capazes de fazer predições acuradas sobre [[terremoto]]s ou sobre o [[clima]] para serem qualificadas como ciência. Em particular para a meteorologia, com os avanços tecnológicos verificados nas últimas décadas, não se "prevê" mais o clima, se sim se "vê", via satélite, como estará o clima daqui a uma semana ou mais. Expandindo um pouco o leque filosófico, o [[filósofo]] empírico [[Karl Popper]] argumentou que determinada [[verificação]] é em verdade impossível, e que a [[hipótese]] científica pode ser apenas falseável ([[falseabilidade]]).{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


=== Século XIX ===
O [[Positivismo]], uma forma de empirismo, defende a utilização da ciência, tal como é definida pelo empirismo, a fim de governar as relações humanas. Em consequência à sua afiliação próxima, os termos "positivismo" e "empirismo" são geralmente usados [[intercambial]]mente. Ambos têm sido objetos de críticas.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
[[Ficheiro:Darwin_Tree_1837.png|alt=Sketch of a map with captions|miniaturadaimagem| O primeiro diagrama de uma [[Árvore filogenética|árvore evolutiva]] feito por [[Charles Darwin]] em 1837]]


Durante o século XIX, muitas características distintivas da ciência moderna contemporânea começaram a tomar forma, como a transformação das ciências físicas e da vida, o uso frequente de instrumentos de precisão, o surgimento de termos como "biólogo", "físico" e "cientista" com a maior profissionalização daqueles que estudam a natureza, a [[industrialização]] de vários países, a prosperidade de escritos científicos populares e o surgimento de revistas científicas.<ref name="Lightman 19th">{{Citar livro|título=Wrestling with Nature: From Omens to Science|ultimo=Lightman|primeiro=Bernard|data=2011|editora=University of Chicago Press|editor-sobrenome=Shank|localização=Chicago|capitulo=13. Science and the Public|isbn=978-0-226-31783-0|editor-sobrenome2=Numbers|editor-sobrenome3=Harrison}}</ref> Durante o final do século XIX, a [[psicologia]] emergiu como uma disciplina separada da filosofia quando [[Wilhelm Wundt]] fundou o primeiro laboratório de pesquisa psicológica em 1879.<ref name="leahey2018">{{Citar livro|título=A History of Psychology: From Antiquity to Modernity|ultimo=Leahey|primeiro=Thomas Hardy|data=2018|editora=Routledge|localização=Nova York|páginas=219–253|capitulo=The psychology of consciousness|isbn=978-1-138-65242-2|edição=8th}}</ref>
==== Realismo científico ====
Em contraste, o realismo científico define ciência em termos da [[ontologia]]: a ciência se esforça em identificar os [[fenômenos]] no meio, os elementos físicos envolvidos nestes fenômenos, suas relações de causalidade, e por fim os [[mecanismo]]s através dos quais a causalidade se estabelece.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


Durante meados do século XIX, [[Charles Darwin]] e [[Alfred Russel Wallace]] propuseram independentemente a teoria da evolução por [[seleção natural]] em 1858, que explicava como diferentes plantas e animais se originaram e [[Evolução|evoluíram]]. A teoria deles foi apresentada em detalhes no livro de Darwin, ''[[A Origem das Espécies]]'', publicado em 1859.<ref name="padian2008">{{Citar periódico |título=Darwin's enduring legacy |periódico=Nature |número=7179 |ultimo=Padian |primeiro=Kevin |ano=2008 |paginas=632–634 |bibcode=2008Natur.451..632P |doi=10.1038/451632a |pmid=18256649 |volume=451 |doi-access=free}}</ref> Separadamente, [[Gregor Mendel]] apresentou seu artigo "[[Versuche über Pflanzen-Hybriden|Experimentos na Hibridização de Plantas]]" em 1865,<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/monkingardenlost00heni|título=The monk in the garden: the lost and found genius of Gregor Mendel, the father of genetics|ultimo=Henig|primeiro=Robin Marantz|data=2000|páginas=134–138|autorlink=Robin Marantz Henig}}</ref> que delineou os princípios da herança biológica, servindo de base para a [[genética]] moderna.<ref name="miko2008">{{Citar periódico |url=https://www.nature.com/scitable/topicpage/gregor-mendel-and-the-principles-of-inheritance-593/ |título=Gregor Mendel's principles of inheritance form the cornerstone of modern genetics. So just what are they? |acessodata=9 de maio de 2021 |periódico=Nature Education |número=1 |ultimo=Miko |primeiro=Ilona |ano=2008 |paginas=134 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20190719224056/http://www.nature.com/scitable/topicpage/gregor-mendel-and-the-principles-of-inheritance-593 |arquivodata=19 de julho de 2019 |volume=1}}</ref>
[[W. V. Quine]] demonstrou a impossibilidade de existir uma linguagem de observação independente da teoria, ou seja, compreende-se o desconhecido com base no conhecido. As observações são sempre ''carregadas de teorias''.


No início do século XIX, [[John Dalton]] sugeriu a [[teoria atômica]] moderna, baseada na ideia original de [[Demócrito]] de partículas indivisíveis chamadas ''[[átomos]]''.<ref name="In Search of El Dorado: John Dalton">{{Citar periódico |título=In Search of El Dorado: John Dalton and the Origins of the Atomic Theory |periódico=Social Research |número=1 |ultimo=Rocke |primeiro=Alan J. |ano=2005 |paginas=125–158 |doi=10.1353/sor.2005.0003 |jstor=40972005 |volume=72}}</ref> As leis de [[Lei da conservação da energia|conservação de energia]], [[Momento linear|conservação de momento]] e [[Conservação da massa|conservação de massa]] sugeriam um universo altamente estável onde poderia haver pouca perda de recursos. No entanto, com o advento da [[Motor a vapor|máquina a vapor]] e a [[Revolução Industrial]] houve uma maior compreensão de que nem todas as formas de energia têm as mesmas qualidades energéticas e facilidade de conversão em trabalho útil ou em outra forma de energia. Esta constatação levou ao desenvolvimento das leis da [[termodinâmica]], nas quais a energia livre do universo é vista como em constante declínio: a [[entropia]] de um universo fechado aumenta com o tempo.{{Nre|Se o universo é fechado ou aberto, ou qual é a [[forma do universo]], é uma questão em aberto. A segunda<ref name=Reichl >{{cite book |last=Reichl |first=Linda |author-link=Linda Reichl |date=1980 |title=A Modern Course in Statistical Physics |url= |location= |publisher=Edward Arnold |isbn=0-7131-2789-9}}</ref>{{rp|9}}<ref name=Rao>{{cite book|last=Rao|first=Y. V. C.|title=Chemical Engineering Thermodynamics|publisher=Universities Press|isbn=978-81-7371-048-3|year=1997|page=158}}</ref> e a terceira [[leis da termodinâmica]]<ref name=3rdlaw >{{cite journal |doi=10.1016/j.aop.2016.07.031 |title=Bounded energy exchange as an alternative to the third law of thermodynamics |year=2016 |last1=Heidrich |first1=M. |journal=Annals of Physics |volume=373 |pages=665–681 |bibcode=2016AnPhy.373..665H |url=https://zenodo.org/record/999547 |access-date=29 de maio de 2022 |archive-date=15 de janeiro de 2019 |archive-url=https://web.archive.org/web/20190115182230/https://zenodo.org/record/999547 |url-status=live }}</ref> implica a [[morte térmica do universo]] se o universo for um sistema fechado, mas não necessariamente para um universo em expansão.|nome=HelmholtzGibbsGuthLinde}}
[[Thomas Kuhn]] argumentou que a ciência sempre envolve "[[paradigmas]]", grupos de regras, [[prática]]s, [[premissa]]s (geralmente sem precedentes) e teorias tidas até então como válidas, e as transições entre paradigmas geralmente não envolvem necessariamente a verificação ou falseabilidade de teorias científicas. Além disso, ele argumentou que a ciência não progrediu [[História|historicamente]] com a acumulação constante de fatos, como o modelo empirista expressa.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


A [[Eletromagnetismo|teoria eletromagnética]] foi estabelecida no século XIX pelos trabalhos de [[Hans Christian Ørsted]], [[André-Marie Ampère]], [[Michael Faraday]], [[James Clerk Maxwell]], [[Oliver Heaviside]], e [[Heinrich Hertz]]. A nova teoria levantou questões que não poderiam ser facilmente respondidas usando a estrutura de Newton. A descoberta dos [[raios X]] inspirou a descoberta da [[radioatividade]] por [[Antoine Henri Becquerel|Henri Becquerel]] e [[Marie Curie]] em 1896,<ref>{{Citar livro|título=A century of X-rays and radioactivity in medicine: with emphasis on photographic records of the early years|ultimo=Mould|primeiro=Richard F.|data=1995|editora=Inst. of Physics Publ.|localização=Bristol|isbn=978-0-7503-0224-1|edição=Reprint. with minor corr}}</ref> sendo que Curie tornou-se a primeira mulher a ganhar o [[Prémio Nobel|Prêmio Nobel]], sendo também a primeira pessoa e a única mulher a ganhá-lo duas vezes.<ref name="psb113">{{Citar livro|título=Polski słownik biograficzny, vol. 4|ultimo=Estreicher|primeiro=Tadeusz|ano=1938|língua=pl|capitulo=Curie, Maria ze Skłodowskich|autorlink=Tadeusz Estreicher}}</ref> No ano seguinte houve a descoberta da primeira [[partícula subatômica]], o [[elétron]].<ref name="thomson">{{Citar periódico |url=https://zenodo.org/record/1431235 |título=Cathode Rays |acessodata=24 de fevereiro de 2022 |periódico=[[Philosophical Magazine]] |número=269 |ultimo=Thomson |primeiro=J.J. |ano=1897 |paginas=293–316 |doi=10.1080/14786449708621070 |arquivourl= |arquivodata= |volume=44 |acessourl=}}</ref>
As posturas filosóficas fazem-se mais uma vez presentes:


==== Irracionalismo ====
=== Século XX ===
[[Ficheiro:Carte_trou_ozone_Antarctique.jpg|alt=Graph showing lower ozone concentration at the South Pole|miniaturadaimagem| Um gráfico computacional do [[Rarefação da Camada de Ozono|buraco na camada de ozônio]] feito em 1987 usando dados de um [[telescópio espacial]]]]
Para [[Nietzsche]], expoente da filosofia que se convencionou a chamar irracionalista, não existe diferença da ação para o sujeito. Sujeito e ação são a mesma coisa, uma vez que são constituídos por vontades. Mesmo que, os sujeitos existissem, não seria possível acessá-los a não ser através da vontade, de uma ação.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
Na primeira metade do século XX, o desenvolvimento de [[Antibiótico|antibióticos]] e [[Fertilizante|fertilizantes artificiais]] melhorou os [[padrões de vida]] dos humanos em todo o planeta.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.ast.org/ceonline/articles/402/files/assets/common/downloads/publication.pdf |título=The Surgical Legacy of World War II. Part II: The age of antibiotics |acessodata=8 de janeiro de 2021 |periódico=The Surgical Technologist |ultimo=Goyotte |primeiro=Dolores |ano=2017 |paginas=257–264 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20210505180530/https://www.ast.org/ceonline/articles/402/files/assets/common/downloads/publication.pdf |arquivodata=5 de maio de 2021 |volume=109}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://www.physics.ohio-state.edu/~wilkins/energy/Resources/Essays/ngeo325.pdf.xpdf |título=How a century of ammonia synthesis changed the world |data=Outubro de 2008 |acessodata=22 de outubro de 2010 |periódico=Nature Geoscience |número=10 |ultimo=Erisman |primeiro=Jan Willem |ultimo2=MA Sutton |paginas=636–639 |bibcode=2008NatGe...1..636E |doi=10.1038/ngeo325 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20100723223052/http://www.physics.ohio-state.edu/~wilkins/energy/Resources/Essays/ngeo325.pdf.xpdf |arquivodata=23 de julho de 2010 |ultimo3=J Galloway |ultimo4=Z Klimont |ultimo5=W Winiwarter |volume=1}}</ref> [[Problemas ambientais|Questões ambientais]] prejudiciais, como a [[Rarefação da Camada de Ozono|destruição da camada de ozono]], a [[Acidificação oceânica|acidificação dos oceanos]], a [[eutrofização]] e as [[mudanças climáticas]], começaram a chamar a atenção do público e provocaram o início de um nova área do conhecimento: os [[estudos ambientais]].<ref>{{Citar periódico |url=http://www.environmentandsociety.org/perspectives/2014/2/minding-gap-working-across-disciplines-environmental-studies |título=Minding the Gap: Working Across Disciplines in Environmental Studies |periódico=Environment & Society Portal |ultimo=Emmett |primeiro=Robert |ultimo2=Zelko |primeiro2=Frank |ano=2014 |series=RCC Perspectives no. 2 |doi=10.5282/rcc/6313 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20220121054306/https://www.environmentandsociety.org/perspectives/2014/2/minding-gap-working-across-disciplines-environmental-studies |arquivodata=21 de janeiro de 2022}}</ref>


Durante este período, a experimentação científica tornou-se cada vez [[Big Science|maior em escala e financiamento]].<ref>{{Citar periódico |título=Little Book, Big Book: Before and After Little Science, Big Science: A Review Article, Part I |data=1 de junho de 2003 |periódico=Journal of Librarianship and Information Science |número=2 |ultimo=Furner |primeiro=Jonathan |paginas=115–125 |doi=10.1177/0961000603352006 |volume=35}}</ref> A extensa inovação tecnológica estimulada pela [[Primeira Guerra Mundial]], pela [[Segunda Guerra Mundial]] e pela [[Guerra Fria]] levou a competições entre [[Grande potência|potências globais]], como a [[Corrida espacial|Corrida Espacial]]<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/flight00chri|título=Flight: My Life in Mission Control|ultimo=Kraft|primeiro=Chris|ultimo2=James Schefter|editora=Dutton|ano=2001|localização=Nova York|páginas=3–5|isbn=0-525-94571-7|autorlink=Christopher C. Kraft, Jr.}}</ref> e a [[Corrida nuclear|corrida armamentista nuclear]].<ref>{{Citar livro|título=Thinking about the Unthinkable|ultimo=Kahn|primeiro=Herman|editora=Horizon Press|ano=1962|autorlink=Herman Kahn}}</ref> Também foram feitas colaborações internacionais substanciais, apesar dos conflitos armados globais.<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/166143348|título=Structures of scientific collaboration|ultimo=Shrum|primeiro=Wesley|data=2007|editora=MIT Press|localização=Cambridge, Mass.|isbn=978-0-262-28358-8|oclc=166143348|acessodata=31 de maio de 2022|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220730034527/https://www.worldcat.org/title/structures-of-scientific-collaboration/oclc/166143348|arquivodata=30 de julho de 2022}}</ref>
Para [[Søren Kierkegaard]], mundo seria o que é perante a fé do sujeito . Logo, se a ciência "parecesse" ou se "apresentasse" como algo prejudicial ou desconfortável, o sujeito teria simplesmente o direito de negá-la, junto com os seus métodos, em prol da sua tradição.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


No final do século XX, a gradativa eliminação da [[Sexismo|discriminação sexual]] aumentou enormemente o número de mulheres cientistas, mas persistiram grandes disparidades de género em alguns domínios.<ref>{{Citar livro|título=Breaking into the Lab: Engineering Progress for Women in Science|ultimo=Rosser|primeiro=Sue V.|data=12 de março de 2012|editora=New York University Press|localização=Nova York|isbn=978-0-8147-7645-2}}</ref> A descoberta da [[Radiação cósmica de fundo em micro-ondas|radiação cósmica de fundo]] em 1964<ref>{{Citar periódico |url=http://nobelprize.org/nobel_prizes/physics/laureates/1978/penzias-lecture.pdf |título=The origin of elements |acessodata=4 de outubro de 2006 |periódico=Science |publicado=[[Fundação Nobel]] |número=4406 |ultimo=Penzias |primeiro=A. A. |ano=2006 |paginas=549–54 |doi=10.1126/science.205.4406.549 |pmid=17729659 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20110117225210/http://nobelprize.org/nobel_prizes/physics/laureates/1978/penzias-lecture.pdf |arquivodata=17 de janeiro de 2011 |volume=205}}</ref> levou à rejeição do [[Teoria do estado estacionário|modelo de estado estacionário do universo]] em favor da teoria do [[Big Bang]] de [[Georges Lemaître]].<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/gravitationcosmo00stev_0/page/495|título=Gravitation and Cosmology|ultimo=Weinberg|primeiro=S.|editora=John Whitney & Sons|ano=1972|páginas=[https://archive.org/details/gravitationcosmo00stev_0/page/495 495–464]|isbn=978-0-471-92567-5}}</ref>
==== O melhor de cada uma ====
É contudo verificável que o método científico — base da definição da ciência moderna — preserva os traços mais importantes — estes não conflitantes — tanto da postura empirista como da realista. A saber identifica-se facilmente, nas teorias científicas modernas e no método, a existência obrigatória de um conjunto de fatos empíricos, a obrigatoriedade do teste experimental, a previsibilidade de fenômenos ou fatos ainda desconhecidos, a causalidade, os mecanismos que implicam a relação de causa efeito, e vários outros.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


Mudanças fundamentais nas disciplinas científicas ocorreram ao longo do século XX. Por exemplo, a [[evolução]] tornou-se uma teoria unificada no início do século, quando a [[Síntese evolutiva moderna|síntese moderna]] pôde reconciliar a evolução darwiniana com a [[genética clássica]].<ref name="Futuyma2017a">{{Citar livro|url=https://global.oup.com/ushe/product/evolution-9781605356051|título=Evolution|ultimo=Futuyma|primeiro=Douglas J.|ultimo2=Kirkpatrick|primeiro2=Mark|data=2017|editora=Sinauer|páginas=3–26|capitulo=Chapter 1: Evolutionary Biology|isbn=978-1605356051|acessodata=30 de maio de 2022|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220531025652/https://global.oup.com/ushe/product/evolution-9781605356051?cc=us&lang=en&|arquivodata=31 de maio de 2022|edição=4th}}</ref> A [[teoria da relatividade]] de [[Albert Einstein]] e o desenvolvimento da [[mecânica quântica]] complementam a [[mecânica clássica]] para descrever a [[física]] em [[comprimento]], [[tempo]] e [[gravidade]] extremos.<ref>{{Citar livro|título=Albert Einstein's special theory of relativity. Emergence (1905) and early interpretation (1905–1911)|ultimo=Miller|primeiro=Arthur I.|data=1981|editora=Addison–Wesley|localização=Reading|isbn=978-0-201-04679-3}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/oldquantumtheory0000haar|título=The Old Quantum Theory|ultimo=ter Haar|primeiro=D.|editora=Pergamon Press|ano=1967|páginas=[https://archive.org/details/oldquantumtheory0000haar/page/206 206]|isbn=978-0-08-012101-7}}</ref> A utilização generalizada de [[Circuito integrado|circuitos integrados]] no fim século XX, combinada com o uso de [[Satélite de comunicação|satélites de comunicações,]] levou a uma [[revolução tecnológica]] da informação e à ascensão da [[Internet]] global e da [[computação móvel]], como os [[Smartphone|smartphones]]. A necessidade de sistematização em massa de cadeias causais longas e entrelaçadas e de grandes quantidades de informações levou ao surgimento dos campos da [[Teoria geral de sistemas|teoria de sistemas]] e da [[modelagem científica]] assistida por [[computador]].<ref>{{Citar periódico |título=The History and Status of General Systems Theory |periódico=The Academy of Management Journal |número=4 |ultimo=von Bertalanffy |primeiro=Ludwig |ano=1972 |paginas=407–26 |jstor=255139 |volume=15}}</ref>
Em resumo, verificado que os dois juntos ''funcionam'' harmonicamente, se é a teoria que determina a observação (realismo), ou a observação que determina a teoria (empirismo)<ref group = "Nota" name = "IndicacaoSecaoFilosofia" />— pelo menos à luz da ciência — não importa. O problema de se determinar o início e o fim de uma [[Circunferência|curva fechada]] (o método científico é descrito por um diagrama fechado) ''não'' é um problema para a ciência, quer seja este um problema filosófico, quer não.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


== História ==
=== Século XXI ===
[[Ficheiro:Apjlab0e85f4_EHT-images-M87-four-teams.jpg|alt=|miniaturadaimagem|350x350px| Quatro imagens previstas do [[Messier 87|buraco negro M87*]] feitas por equipes separadas na colaboração [[Event Horizon Telescope]]]]
{{Artigos principais|[[História da ciência]] e [[Revolução científica]].}}
Durante a primeira metade do século XXI, foram realizados vários desenvolvimentos científicos importantes. O [[Projeto Genoma Humano]], por exemplo, foi concluído em 2003 com a identificação e mapeamento de todos os genes do [[genoma humano]].<ref>{{Citar periódico |título=Human genetics and genomics a decade after the release of the draft sequence of the human genome |data=Outubro de 2011 |periódico=Human Genomics |número=6 |ultimo=Naidoo |primeiro=Nasheen |ultimo2=Pawitan |primeiro2=Yudi |paginas=577–622 |doi=10.1186/1479-7364-5-6-577 |pmc=3525251 |pmid=22155605 |ultimo3=Soong |primeiro3=Richie |ultimo4=Cooper |primeiro4=David N. |ultimo5=Ku |primeiro5=Chee-Seng |volume=5 |doi-access=free}}</ref> As primeiras [[Célula-tronco pluripotente induzida|células-tronco humanas pluripotentes induzidas]] foram produzidas em 2006, permitindo que células adultas fossem transformadas em [[Célula estaminal|células-tronco]] e se transformassem em qualquer tipo de célula encontrada no [[corpo humano]].<ref>{{Citar periódico |título=Induced pluripotent stem cells: from Nobel Prizes to clinical applications |data=Março de 2013 |periódico=Journal of Hepatology |número=3 |ultimo=Rashid |primeiro=S. Tamir |ultimo2=Alexander |primeiro2=Graeme J.M. |paginas=625–629 |doi=10.1016/j.jhep.2012.10.026 |issn=1600-0641 |pmid=23131523 |volume=58 |doi-access=free}}</ref> Com a confirmação da descoberta do [[bóson de Higgs]] em 2013, foi encontrada a última partícula prevista pelo [[Modelo Padrão]] da [[física de partículas]], um grande avaço científico para a área.<ref name="CERN March 2013">{{Citar comunicado de imprensa|ultimo=O'Luanaigh|primeiro=C.|url=http://home.web.cern.ch/about/updates/2013/03/new-results-indicate-new-particle-higgs-boson|titulo=New results indicate that new particle is a Higgs boson|data=14 de março de 2013|acessodata=9 de outubro de 2013|publicado=[[CERN]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20151020000722/http://home.web.cern.ch/about/updates/2013/03/new-results-indicate-new-particle-higgs-boson|arquivodata=20 de outubro de 2015|urlmorta=live}}</ref> Em 2015, foram [[Primeira observação de ondas gravitacionais|observadas pela primeira vez]] [[Onda gravitacional|ondas gravitacionais]], que foram previstas pela [[relatividade geral]] um século antes.<ref name="iop2017oct16">{{Citar periódico |título=Multi-messenger Observations of a Binary Neutron Star Merger |periódico=The Astrophysical Journal |número=2 |ultimo=Abbott |primeiro=B.P. |ultimo2=Abbott |primeiro2=R. |ano=2017 |pagina=L12 |arxiv=1710.05833 |bibcode=2017ApJ...848L..12A |doi=10.3847/2041-8213/aa91c9 |ultimo3=Abbott |primeiro3=T.D. |ultimo4=Acernese |primeiro4=F. |ultimo5=Ackley |primeiro5=K. |ultimo6=Adams |primeiro6=C. |ultimo7=Adams |primeiro7=T. |ultimo8=Addesso |primeiro8=P. |ultimo9=Adhikari |primeiro9=R.X. |numero-autores=29 |volume=848 |doi-access=free}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=Merging neutron stars generate gravitational waves and a celestial light show |periódico=Science |ultimo=Cho |primeiro=Adrian |ano=2017 |doi=10.1126/science.aar2149}}</ref> Em 2019, a colaboração internacional [[Event Horizon Telescope]] apresentou a primeira imagem direta do [[disco de acreção]] de um [[buraco negro]].<ref>{{Citar web|url=https://eventhorizontelescope.org/blog/media-advisory-first-results-event-horizon-telescope-be-presented-april-10th|titulo=Media Advisory: First Results from the Event Horizon Telescope to be Presented on April 10th {{!}} Event Horizon Telescope|data=20 de abril de 2019|acessodata=21 de setembro de 2021|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190420135254/https://eventhorizontelescope.org/blog/media-advisory-first-results-event-horizon-telescope-be-presented-april-10th|arquivodata=20 de abril de 2019}}</ref>


=== Visão geral ===
== Ramos ==
{{AP|Ramos da ciência}}
[[Imagem:Galileo by leoni.jpg|200px|esquerda|thumb| [[Galileo Galilei]], uma das grandes personalidades da época da [[revolução científica]]. Galileu é tido por muito como pai da ciência moderna graças às suas contribuições no que se refere ao uso do [[Experiência científica|método experimental]] na busca pela compreensão da [[natureza]]. Galileu morreu no [[ano]] em que [[Isaac Newton]] nasceu, e suas contribuição mostrariam-se decisivas para a consolidação da [[mecânica clássica]], levada a cabo por Newton com a publicação do "[[Philosophiae Naturalis Principia Mathematica|Principia]]".]]
Geralmente, a ciência moderna é dividida em três [[Ramos da ciência|ramos]] principais: [[ciências naturais]], [[ciências sociais]] e [[ciências formais]].<ref name="cohen2021">{{Citar livro|url=https://www.routledge.com/The-University-and-its-Boundaries-Thriving-or-Surviving-in-the-21st-Century/Cohen/p/book/9780367562984|título=The University and its Boundaries: Thriving or Surviving in the 21st Century|ultimo=Cohen|primeiro=Eliel|editora=Routledge|ano=2021|localização=Nova York|páginas=14–41|capitulo=The boundary lens: theorising academic actitity|isbn=978-0-367-56298-4|acessodata=4 de maio de 2021|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210505045450/https://www.routledge.com/The-University-and-its-Boundaries-Thriving-or-Surviving-in-the-21st-Century/Cohen/p/book/9780367562984|arquivodata=5 de maio de 2021}}</ref> Cada um destes ramos compreende várias [[Disciplina (conhecimento)|disciplinas]] científicas especializadas, mas sobrepostas, que muitas vezes possuem sua própria nomenclatura e [[especialização]].<ref>{{Citar web|url=http://seedmagazine.com/content/article/scientific_method_relationships_among_scientific_paradigms/|titulo=Scientific Method: Relationships Among Scientific Paradigms|data=7 de março de 2007|acessodata=4 de novembro de 2016|website=Seed Magazine|arquivourl=https://web.archive.org/web/20161101001155/http://seedmagazine.com/content/article/scientific_method_relationships_among_scientific_paradigms/|arquivodata=1 de novembro de 2016|urlmorta=dead}}</ref> Tanto as ciências naturais como as sociais são [[Empirismo|ciências empíricas]],<ref name="Bunge1998">{{Citar livro|título=Philosophy of Science: From Problem to Theory|ultimo=Bunge|primeiro=Mario Augusto|editora=Transaction Publishers|ano=1998|isbn=978-0-7658-0413-6}}</ref> pois o seu conhecimento é baseado em [[Evidência empírica|observações empíricas]] e pode ser testado quanto à sua validade por meio de outros pesquisadores que trabalham nas mesmas condições.<ref name="popper2002a">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/logicscientificd00popp_574|título=The Logic of Scientific Discovery|ultimo=Popper|primeiro=Karl R.|editora=Routledge Classics|ano=2002a|localização=Nova York|páginas=[https://archive.org/details/logicscientificd00popp_574/page/n133 3]–26|capitulo=A survey of some fundamental problems|isbn=978-0-415-27844-7|oclc=59377149}}</ref>
Enquanto a investigação [[empirismo|empírica]] do mundo natural encontra-se descrita desde a [[História antiga|antiguidade]], a exemplo por [[Aristóteles]], [[Teofrasto]] e [[Caio Plínio Segundo]] (''ver: [[ciência greco-romana]]''), e o [[método científico]] desde a [[Idade Média]], a exemplo por [[Ibn al-Haytham]], [[Abu Rayhan Biruni]] e [[Roger Bacon]], o surgimento do que se chama hoje por ''ciência moderna'' é normalmente definido como coincidente com o início da [[Idade Moderna]] e com uma fase da história que ficou conhecida como a [[Revolução Científica]] dos séculos [[Século XVI|XVI]] e [[Século XVII|XVII]]. Esse período sucede o final da Idade Média e engloba a [[Renascimento|Renascença]], época marcada pela retomada dos conhecimentos clássicos produzidos pelos gregos há cerca de dois milênios atrás e por uma subsequente enorme evolução nas ideias científicas ligadas à física, à astronomia, e à biologia, entre outras.<ref group = "Ref." name = "TheScientificRevolution" />


=== Ciências naturais ===
Não renegando-se a importância de obras e personalidades anteriores, àquela época a primeira teoria que se consolidaria em moldes modernos seria a teoria da [[Mecânica clássica|mecânica]] conforme proposta por [[Isaac Newton]], encontrando-se esta pela primeira vez no renomado livro [[Philosophiae Naturalis Principia Mathematica]], publicado em 5 de julho de 1687. A obra se tornaria uma verdadeira lenda dentro da [[história]] e da ciência pois a publicação do "Principia" - conforme ficou conhecido - que contém, além da [[lei da gravitação universal]], as três [[leis de Newton]] para a [[dinâmica]] dos corpos, determinaria uma verdadeira revolução na ciência, na sociedade, e na forma de se pensar e compreender a natureza.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
{{AP|Ciências naturais}}
As [[ciências naturais]] são o estudo do mundo físico e podem ser divididas em dois ramos principais: [[ciências da vida]] e [[Ciência física|ciências físicas]]. Esses dois ramos, por sua vez, também podem ser divididos em disciplinas mais especializadas. Por exemplo, a ciência física pode ser subdividida em [[física]], [[química]], [[astronomia]] e [[Geociência|ciências da terra]]. A ciência natural moderna é a sucessora da [[filosofia natural]] que começou na [[Grécia Antiga]]. Os filósofos [[Galileu Galilei|Galileu]], [[René Descartes|Descartes]], [[Francis Bacon|Bacon]] e [[Isaac Newton|Newton]] debateram os benefícios de usar abordagens mais [[Física matemática|matemáticas]] e experimentais de forma metódica. Ainda assim, perspectivas, [[Conjectura|conjecturas]] e pressupostos filosóficos, muitas vezes esquecidos, continuam necessários nas ciências naturais.<ref name="Gauch2003">{{Citar livro|título=Scientific Method in Practice|ultimo=Gauch|primeiro=Hugh G. Jr.|editora=Cambridge University Press|ano=2003|localização=Cambridge, United Kingdom|páginas=21–73|capitulo=Science in perspective|isbn=978-0-521-01708-4|acessodata=3 de setembro de 2018|arquivourl=https://web.archive.org/web/20201225200202/https://books.google.com/books?id=iVkugqNG9dAC&pg=PA71|url=https://books.google.com/books?id=iVkugqNG9dAC&pg=PA71|arquivodata=25 de dezembro de 2020}}</ref> A coleta sistemática de dados sucedeu a [[história natural]], que surgiu durante o século XVI ao descrever e classificar plantas, animais, minerais, etc.<ref name="Oglivie2008">{{Citar livro|título=The Science of Describing: Natural History in Renaissance Europe|ultimo=Oglivie|primeiro=Brian W.|editora=University of Chicago Press|ano=2008|localização=Chicago|páginas=1–24|capitulo=Introduction|isbn=978-0-226-62088-6|edição=Paperback}}</ref> Atualmente, a “história natural” sugere descrições observacionais destinadas ao público popular.<ref name="Wordnet definition">{{Citar web|url=http://wordnetweb.princeton.edu/perl/webwn?s=natural+history|titulo=Natural History|acessodata=21 de outubro de 2012|publicado=Princeton University WordNet|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120303173506/http://wordnetweb.princeton.edu/perl/webwn?s=natural+history|arquivodata=3 de março de 2012|urlmorta=live}}</ref>


=== Ciências sociais ===
Dada a acuracidade da teoria da mecânica frente os fatos conhecidos à época, nos dois séculos que se seguiram as ideias mecanicistas do universo se propagaram com vigor não só para as diversas subáreas da física como também para as mais variadas áreas do conhecimento, e sua difusão seria tão frutífera abrangente que a visão de mundo mecanicista perduraria sólida e inabalável até o primeiro ano do século XX, ano em que [[Max Planck]] e cinco anos mais tarde [[Albert Einstein]] estabeleceriam um segundo marco na ciência, e levariam a ciência moderna à era da [[física moderna]]. Graças à física a ciência moderna se estabelecera, e graças a ela a ciência moderna evoluiria a passos largos no século XX — a ponto deste século ser reconhecido pela comunidade científica como o século da [[física]] —.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
{{AP|Ciências sociais}}
[[Ficheiro:Supply-demand-equilibrium.svg|alt=Two curve crossing over at a point, forming a X shape|miniaturadaimagem| Curva de [[Lei da oferta e da procura|oferta e demanda]] na [[economia]], cruzando no equilíbrio ideal]]
O estudo do comportamento humano e do funcionamento das sociedades é realizado pelas [[ciências sociais]],<ref name="colanderhunt2019"/><ref name="nisbetgreenfeld2021"/> que possuem muitas disciplinas que incluem [[antropologia]], [[economia]], [[história]], [[geografia humana]], [[ciência política]], [[psicologia]] e [[sociologia]].<ref name="colanderhunt2019" /> Nas ciências sociais, existem muitas perspectivas teóricas concorrentes, muitas das quais são estendidas através de [[Programa de pesquisa|programas de pesquisa]] concorrentes, como os [[Funcionalismo (ciências sociais)|funcionalistas]], os [[Teorias de conflito|teóricos do conflito]] e os [[Interacionismo|interacionistas]] na sociologia.<ref name="colanderhunt2019" /> Devido às limitações da condução de experimentos controlados envolvendo grandes grupos de indivíduos ou situações complexas, os cientistas sociais podem adotar outros métodos de pesquisa como o [[método histórico]], [[Caso de estudo|casos de estudo]] e estudos interculturais. Além disso, se houver informação quantitativa disponível, os cientistas sociais podem confiar em abordagens estatísticas para compreender melhor as relações e processos sociais.<ref name="colanderhunt2019" />


=== Ciências formais ===
As mudanças mais recente e significativas nos paradigmas científicos em tempos atuais se devem contudo não à física mas sim à outra área da ciência natural, a [[biologia]]. Ao que tudo indica, apoiada pelo avanço tecnológico-científico ocorrido, a biologia será para a ciência do século XXI o que o a física representou para a mesma no século XX.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
{{AP|Ciências formais}}
As [[ciências formais]] são uma área de estudo que gera conhecimento por meio de [[Sistema formal|sistemas formais]].<ref name="wluniversity2021">{{Citar web|url=https://my.wlu.edu/the-sciences-at-wandl/formal-sciences|titulo=Formal Sciences: Washington and Lee University|acessodata=14 de maio de 2021|website=Washington and Lee University|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210514125428/https://my.wlu.edu/the-sciences-at-wandl/formal-sciences|arquivodata=14 de maio de 2021|urlmorta=live}}</ref><ref name="löwe2002">{{Citar periódico |título=The formal sciences: their scope, their foundations, and their unity |periódico=Synthese |número=1/2 |ultimo=Löwe |primeiro=Benedikt |autorlink=Benedikt Löwe |ano=2002 |paginas=5–11 |doi=10.1023/A:1020887832028 |volume=133}}</ref><ref name="rucker2019">{{Citar livro|url=http://www.rudyrucker.com/infinityandthemind/#calibre_link-328|título=Infinity and the Mind: The Science and Philosophy of the Infinite|ultimo=Rucker|primeiro=Rudy|editora=Princeton University Press|ano=2019|localização=Princeton, New Jersey|páginas=157–188|capitulo=Robots and souls|isbn=978-0-691-19138-6|autorlink=Rudy Rucker|acessodata=11 de maio de 2021|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210226212447/http://www.rudyrucker.com/infinityandthemind/#calibre_link-328|arquivodata=26 de fevereiro de 2021|edição=Reprint}}</ref> Um sistema formal é uma estrutura abstrata usada para inferir [[Teorema|teoremas]] a partir de [[Axioma|axiomas]] de acordo com um conjunto de regras.<ref>{{Citar web|url=https://www.britannica.com/topic/formal-system|titulo=formal system|acessodata=30 de maio de 2022|website=[[Encyclopædia Britannica]]|lingua=en|arquivourl=https://web.archive.org/web/20080429174130/http://www.britannica.com/eb/article-9034889/formal-system|arquivodata=29 de abril de 2008|urlmorta=live}}</ref> Inclui [[matemática]],<ref>{{Citar livro|título=Linguistics and the Formal Sciences|ultimo=Tomalin|primeiro=Marcus|ano=2006}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=The Formal Sciences: Their Scope, Their Foundations, and Their Unity |periódico=Synthese |ultimo=Löwe |primeiro=Benedikt |ano=2002 |paginas=5–11 |doi=10.1023/a:1020887832028 |volume=133}}</ref> [[Teoria geral de sistemas|teoria de sistemas]] e [[ciência da computação teórica]]. As ciências formais compartilham semelhanças com os outros dois ramos científicos por se basearem no estudo objetivo, cuidadoso e sistemático de uma área do conhecimento. No entanto, diferem das ciências empíricas, pois baseiam-se exclusivamente no [[raciocínio dedutivo]], sem necessidade de evidências empíricas para verificar os seus conceitos abstratos.<ref name="Fetzer2013">{{Citar livro|título=Computers and Cognition: Why Minds are not Machines|ultimo=Fetzer|primeiro=James H.|editora=Kluwer Academic Publishers|ano=2013|localização=Newcastle, United Kingdom|páginas=271–308|capitulo=Computer reliability and public policy: Limits of knowledge of computer-based systems|isbn=978-1-4438-1946-6}}</ref><ref name="Bill2007">{{Citar livro|título=The Nature of Statistical Evidence|ultimo=Bill|primeiro=Thompson|editora=Springer|ano=2007|series=Lecture Notes in Statistics|volume=189|capitulo=2.4 Formal Science and Applied Mathematics}}</ref><ref name="popper2002a">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/logicscientificd00popp_574|título=The Logic of Scientific Discovery|ultimo=Popper|primeiro=Karl R.|editora=Routledge Classics|ano=2002a|localização=Nova York|páginas=[https://archive.org/details/logicscientificd00popp_574/page/n133 3]–26|capitulo=A survey of some fundamental problems|isbn=978-0-415-27844-7|oclc=59377149}}</ref> As ciências formais são, portanto, disciplinas [[A priori e a posteriori|''a priori'']] e por isso há divergências sobre se constituem uma ciência de fato.<ref name="Bishop1991"/><ref name="Bunge 1998">{{Citar livro|título=Philosophy of Science: Volume 1, From Problem to Theory|ultimo=Bunge|primeiro=Mario|data=1998|editora=Routledge|volume=1|localização=Nova York|páginas=3–50|capitulo=The Scientific Approach|isbn=978-0-7658-0413-6|edição=revised}}</ref> No entanto, elas desempenham um papel importante nas ciências empíricas. O [[cálculo infinitesimal]], por exemplo, foi inicialmente inventado para compreender o [[movimento]] na física.<ref name="MujumdarandTejinder2016">{{Citar livro|título=Trick or Truth?: The Mysterious Connection Between Physics and Mathematics|ultimo=Mujumdar|primeiro=Anshu Gupta|ultimo2=Singh|primeiro2=Tejinder|editora=SpringerNature|ano=2016|editor-sobrenome=Aguirre|series=The Frontiers Collection|localização=Switzerland|páginas=201–218|capitulo=Cognitive science and the connection between physics and mathematics|isbn=978-3-319-27494-2|editor-sobrenome2=Foster|editor-nome2=Brendan|edição=}}</ref> As ciências naturais e sociais que dependem fortemente de aplicações matemáticas incluem [[física matemática]],<ref>{{Citar web|url=http://jmp.aip.org/jmp/staff.jsp|titulo=About the Journal|acessodata=3 de outubro de 2006|website=Journal of Mathematical Physics|arquivourl=https://web.archive.org/web/20061003233339/http://jmp.aip.org/jmp/staff.jsp|arquivodata=3 de outubro de 2006|urlmorta=dead}}</ref> [[Química matemática|química]],<ref>{{Citar livro|url=https://global.oup.com/academic/product/essays-in-the-philosophy-of-chemistry-9780190494599?cc=de&lang=en&|título=Essays in the philosophy of chemistry|ultimo=Restrepo|primeiro=G.|editora=Oxford University Press|ano=2016|editor-sobrenome=Scerri|localização=Nova York|páginas=332–351|capitulo=Mathematical chemistry, a new discipline|isbn=978-0-19-049459-9|editor-sobrenome2=Fisher|editor-nome2=G.|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210610130352/https://global.oup.com/academic/product/essays-in-the-philosophy-of-chemistry-9780190494599?cc=de&lang=en&|arquivodata=10 de junho de 2021}}</ref> [[Biologia matemática e teórica|biologia]],<ref>{{Citar web|url=http://www.bath.ac.uk/cmb/mathBiology/|titulo=What is mathematical biology|acessodata=7 de junho de 2018|publicado=Centre for Mathematical Biology, University of Bath|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180923070442/http://www.bath.ac.uk/cmb/mathBiology/|arquivodata=23 de setembro de 2018|urlmorta=dead}}</ref> [[Matemática financeira|finanças]]<ref>{{Citar web|ultimo=Johnson|primeiro=Tim|url=https://plus.maths.org/content/what-financial-mathematics|titulo=What is financial mathematics?|data=1 de setembro de 2009|acessodata=1 de março de 2021|website=+Plus Magazine|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220408231344/https://plus.maths.org/content/what-financial-mathematics|arquivodata=8 de abril de 2022|urlmorta=live}}</ref> e [[Economia matemática|economia]].<ref>{{Citar livro|título=Is Economics Becoming a Hard Science?|ultimo=Varian|primeiro=Hal|editora=Edward Elgar|ano=1997|editor-sobrenome=D'Autume|capitulo=What Use Is Economic Theory?|autorlink=Hal Varian|editor-sobrenome2=Cartelier|editor-nome2=J.}} [http://www.sims.berkeley.edu/~hal/Papers/theory.pdf Pre-publication]. {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20060625062619/http://www.sims.berkeley.edu/~hal/Papers/theory.pdf|date=25 de junho de 2006}}. Acessado em 1 de abril de 2008.</ref>


=== Origens da Ciência ===
=== Ciências aplicadas ===
{{AP|Ciências aplicadas}}
[[Imagem:Ptolemaeus.jpg|thumb|200px|[[Ptolomeu]]. Na [[Grécia Antiga]] encontram-se as origens do pensamento científico.]]
As [[ciências aplicadas]] são o uso do [[Método científico|método e do conhecimento científico]] para atingir objetivos práticos e inclui uma várias disciplinas, como [[engenharia]] e [[medicina]].<ref name="abraham2004">{{Citar periódico |título=Clinically oriented physiology teaching: strategy for developing critical-thinking skills in undergraduate medical students |periódico=Advances in Physiology Education |número=3 |ultimo=Abraham |primeiro=Reem Rachel |ano=2004 |paginas=102–04 |doi=10.1152/advan.00001.2004 |pmid=15319191 |volume=28}}</ref><ref name="mbunge1966">{{Citar livro|título=Contributions to a Philosophy of Technology|ultimo=Bunge|primeiro=M|editora=Springer|ano=1966|editor-sobrenome=Rapp|editor-nome=F.|localização=Dordrecht, Netherlands|páginas=19–39|capitulo=Technology as Applied Science|doi=10.1007/978-94-010-2182-1_2|isbn=978-94-010-2184-5}}</ref> A ciência pode contribuir para o desenvolvimento de novas tecnologias.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.belfercenter.org/sites/default/files/files/publication/sciencetechnology.pdf |título=The relationship between science and technology |data=1994-09-01 |periódico=Research Policy |número=5 |ultimo=Brooks |primeiro=Harvey |series=Special Issue in Honor of Nathan Rosenberg |paginas=477–486 |lingua=en |doi=10.1016/0048-7333(94)01001-3 |issn=0048-7333 |volume=23}}</ref> Engenharia é o uso de princípios científicos para inventar, projetar e construir máquinas, estruturas e tecnologias,<ref name="cambridgedictionary">{{Citar web|url=https://dictionary.cambridge.org/dictionary/english/engineering|titulo=Cambridge Dictionary|acessodata=25 de março de 2021|publicado=Cambridge University Press|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190819030859/https://dictionary.cambridge.org/dictionary/english/engineering|arquivodata=19 de agosto de 2019|urlmorta=live}}</ref> enquanto medicina é a prática de cuidar de pacientes, mantendo e restaurando a saúde por meio da [[Saúde preventiva|prevenção]], [[diagnóstico]] e [[Terapia|tratamento]] de lesões ou doenças.<ref>{{Citar livro|título=Oxford textbook of medicine|ultimo=Firth|primeiro=John|editora=Oxford University Press|ano=2020|localização=Oxford|capitulo=Science in medicine: when, how, and what|isbn=978-0-19-874669-0}}</ref><ref>{{Citar periódico |título=The practice of clinical medicine as an art and as a science |data=Junho de 2000 |periódico=Med Humanit |número=1 |ultimo=Saunders |primeiro=J. |paginas=18–22 |doi=10.1136/mh.26.1.18 |pmc=1071282 |pmid=12484313 |volume=26 |doi-access=free}}</ref> As ciências aplicadas são frequentemente contrastadas com as [[Pesquisa básica|ciências básicas]], que se concentram no avanço de teorias e leis científicas que explicam e prevêem eventos no mundo natural.<ref name="Davis">{{Citar periódico |título=Limited scope of science |data=Março de 2000 |periódico=Microbiology and Molecular Biology Reviews |número=1 |ultimo=Davis |primeiro=Bernard D. |paginas=1–12 |doi=10.1128/MMBR.64.1.1-12.2000 |pmc=98983 |pmid=10704471 |pontofinal=none |volume=64}} & "Technology" in {{Citar periódico |título=The scientist's world |data=Mar 2000 |periódico=Microbiology and Molecular Biology Reviews|número=1 |ultimo=Davis |primeiro=Bernard |paginas=1–12 |doi=10.1128/MMBR.64.1.1-12.2000 |pmc=98983 |pmid=10704471 |volume=64}}</ref><ref name="McCormick">{{Citar periódico |título=Scientific medicine—fact of fiction? The contribution of science to medicine |periódico=Occasional Paper (Royal College of General Practitioners) |número=80 |ultimo=McCormick |primeiro=James |ano=2001 |paginas=3–6 |pmc=2560978 |pmid=19790950}}</ref>
Em uma visão cronológica a ciência nasceu como uma tentativa de se descobrir respostas para os questionamentos humanos, questionamentos como "o que há lá fora?", "do que o mundo é feito?", "qual é o segredo da vida?" e "como chegamos até aqui?".<ref group = "Ref." name = "BBC-HistofSci" /> Mais do que capaz de satisfazer a curiosidade, mostrou-se gradualmente como uma verdadeira ocupação, inspirando trabalhos de vidas inteiras. Isso porque percebeu-se que, por meio da observação e experimentação — do método científico — era possível não só compreender o mundo que nos cerca mas também a nós mesmos, isso de forma a impelir o desenvolvimento de novas tecnologias e, assim, melhorar a qualidade de vida das pessoas. Nesse sentido, embora não exista por si só e sim como uma produção humana, a ciência é, de longe, a ferramenta mais indispensável à manutenção do progresso.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


A [[ciência computacional]] aplica o [[Modelagem computacional|poder da computação para simular]] situações do mundo real, o que permite uma melhor compreensão dos problemas científicos em relação ao que a matemática formal por si só pode oferecer. O uso de [[aprendizado de máquina]] e da [[inteligência artificial]] está se tornando uma característica central das contribuições computacionais para a ciência. No entanto, as máquinas raramente avançam o conhecimento por si só, pois requerem orientação humana e capacidade de [[raciocínio]]; e podem introduzir preconceitos contra certos grupos sociais ou, por vezes, ter um desempenho inferior em relação aos seres humanos.<ref>{{Citar periódico |url=https://osf.io/adxb3/download |título=Integrating Computer Prediction Methods in Social Science: A Comment on Hofman et al. (2021) |periódico=Social Science Computer Review |número=3 |ultimo=Breznau |primeiro=Nate |ano=2022 |paginas=844–853 |doi=10.1177/08944393211049776 |volume=40 |doi-access=free}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://www.nature.com/articles/s41586-021-03659-0 |título=Integrating explanation and prediction in computational social science |data=Julho de 2021 |acessodata=25 de setembro de 2021 |periódico=Nature |número=7866 |ultimo=Hofman |primeiro=Jake M. |ultimo2=Watts |primeiro2=Duncan J. |paginas=181–188 |lingua=en |bibcode=2021Natur.595..181H |doi=10.1038/s41586-021-03659-0 |issn=1476-4687 |pmid=34194044 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20210925074416/https://www.nature.com/articles/s41586-021-03659-0 |arquivodata=25 de setembro de 2021 |ultimo3=Athey |primeiro3=Susan |ultimo4=Garip |primeiro4=Filiz |ultimo5=Griffiths |primeiro5=Thomas L. |ultimo6=Kleinberg |primeiro6=Jon |ultimo7=Margetts |primeiro7=Helen |autorlink7=Helen Margetts |ultimo8=Mullainathan |primeiro8=Sendhil |ultimo9=Salganik |primeiro9=Matthew J. |volume=595}}</ref>
Com um longo caminho ainda a trilhar antes de atingir a definição e status atual, o aqui com ressalvas chamado "pensamento científico" surgiu na [[Grécia Antiga]] com os pensadores [[pré-socráticos]] que foram chamados de ''Filósofos da Natureza'' e também ''Pré-cientistas''. Nesse período a sociedade ocidental pela primeira vez ousou abandonar a forma de pensar baseada em [[mito]]s e [[dogma]]s para estabelecer uma nova forma de pensar, uma forma de pensar naturalista baseada no [[ceticismo]].{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


=== Ciência interdisciplinar ===
O pensamento dogmático coloca as ideias como sendo superiores ao que se observa. O Pensamento [[cético]] coloca o que é observado como sendo superior às ideias. Por mais que se observe fatos que destruam o dogma, uma pessoa com pensamento dogmático preservará o seu dogma. Para a ciência uma [[teoria]] é composta por um corpo de fatos e ideias, e se observarem-se fatos que comprovem a falsidade da ideia, o [[cientista]] tem a obrigação de modificar ou reconstruir a teoria.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
{{AP|Interdisciplinaridade}}
A [[Interdisciplinaridade|ciência interdisciplinar]] envolve a combinação de duas ou mais disciplinas em uma,<ref>{{Citar periódico |título=Fruits, Salads, and Smoothies: A Working definition of Interdisciplinarity |periódico=The Journal of Educational Thought |número=2 |ultimo=Nissani |primeiro=M. |ano=1995 |paginas=121–128 |jstor=23767672 |volume=29}}</ref> como [[bioinformática]], uma combinação de biologia e ciência da computação<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/digitalcodeoflif0000mood|título=Digital Code of Life: How Bioinformatics is Revolutionizing Science, Medicine, and Business|editora=John Wiley & Sons|ano=2004|isbn=978-0-471-32788-2}}</ref> ou [[Ciência cognitiva|ciências cognitivas]]. O conceito existe desde a Grécia Antiga e tornou-se popular novamente no século XX.<ref name="ausburg">{{Citar livro|título=Becoming Interdisciplinary: An Introduction to Interdisciplinary Studies|ultimo=Ausburg|primeiro=Tanya|editora=Kendall/Hunt Publishing|ano=2006|localização=Nova York|edição=2nd}}</ref>


== Pesquisa científica ==
Na época de Sócrates e seus contemporâneos, o ''pensamento científico'' se consolidou, principalmente com a difusão do conceito de ''prova científica'' (ao rigor moderno, "evidência científica", "fato científico") atrelado à observância de repetição do fenômeno natural.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
{{AP|Pesquisa científica}}
A [[pesquisa científica]] pode ser dividida entre pesquisa básica ou aplicada. A [[pesquisa básica]] é a busca por conhecimento, enquanto a [[pesquisa aplicada]] é a busca de soluções para problemas práticos por meio da utilização deste conhecimento. A maior parte da compreensão vem da pesquisa básica, embora às vezes a pesquisa aplicada vise problemas práticos específicos, o que leva a avanços tecnológicos que antes não eram sequer imagináveis.<ref>{{Citar web|ultimo=Dawkins|primeiro=Richard|url=http://richarddawkins.net/articles/91|titulo=To Live at All Is Miracle Enough|data=10 de maio de 2006|acessodata=5 de fevereiro de 2012|publicado=RichardDawkins.net|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120119113522/http://richarddawkins.net/articles/91|arquivodata=19 de janeiro de 2012}}</ref>


=== Método científico ===
Embora não se encontre na Grécia antiga a definição de ciência em moldes modernos, é nela que encontra-se o primeiro passo para se alcançá-la. Tanto as religiões como a ciência tentam descrever a natureza. A diferença está na forma de pensar. O cientista não aceita descrever o natural com o sobrenatural, e para ele é necessária a observação de evidências que eventualmente falseiam as ideias. Para um cientista a ciência é uma só, pois a natureza é apenas uma. Sendo assim, as ideias da [[física]] devem complementar as ideias da [[química]], da [[paleontologia]], [[geografia]] e assim por diante. Embora a ciência seja dividida em áreas, para facilitar o estudo, ela ainda continua sendo apenas uma.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
{{AP|Método científico}}
[[Imagem:Metodo cientifico.svg|thumb|Esboço contendo os principais passos do método científico. Observe que o método é cíclico de forma a promover a contínua evolução das [[teoria|teorias científicas]].]]


A pesquisa científica envolve o uso do [[método científico]] para buscar explicar objetivamente os acontecimentos da [[natureza]] de uma maneira [[Reprodutibilidade|reprodutível]].<ref name="difrancia1976">{{Citar livro|título=The Investigation of the Physical World|ultimo=di Francia|primeiro=Giuliano Toraldo|editora=Cambridge University Press|ano=1976|localização=Cambridge, United Kingdom|páginas=1–52|capitulo=The method of physics|isbn=978-0-521-29925-1}}</ref> Os cientistas geralmente tomam como certo um conjunto de pressupostos básicos necessários para justificar o método científico: existe uma realidade objetiva partilhada por todos os observadores racionais; esta realidade objetiva é governada por [[Direito natural|leis naturais]]; estas leis foram descobertas por meio de [[observação]] e da experimentação sistemáticas.<ref name="Heilbron"/> A [[matemática]] é essencial na formação de [[Hipótese|hipóteses]], [[Teoria|teorias]] e leis, porque é amplamente utilizada na modelagem quantitativa, observação e [[Medição|medições]],<ref name="popper2002e">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/logicscientificd00popp_574|título=The Logic of Scientific Discovery|ultimo=Popper|primeiro=Karl R.|editora=Routledge Classics|ano=2002e|localização=Nova York|páginas=[https://archive.org/details/logicscientificd00popp_574/page/n133 3]–26|capitulo=The problem of the empirical basis|isbn=978-0-415-27844-7|oclc=59377149}}</ref> enquanto a [[estatística]] é usada para resumir e analisar dados, o que permite aos cientistas avaliar a confiabilidade de resultados experimentais.<ref>{{Citar livro|título=Statistics and Scientific Method: An Introduction for Students and Researchers|ultimo=Diggle|primeiro=Peter J.|ultimo2=Chetwynd|primeiro2=Amanda G.|editora=[[Oxford University Press]]|ano=2011|páginas=1, 2|isbn=978-0199543182|autorlink=Peter Diggle}}</ref>
== Método científico ==
{{Artigo principal|[[Método científico]]}}


No método científico, um [[experimento mental]] é apresentado como uma explicação usando o [[Navalha de Ockham|princípio da economia]] e espera-se que busque [[consiliência]], ou seja, o enquadramento com outros fatos aceitos relacionados com uma observação ou questão científica.<ref name="EOWilson">{{Citar livro|título=Consilience: The Unity of Knowledge|ultimo=Wilson|primeiro=Edward|editora=Vintage|ano=1999|localização=Nova York|isbn=978-0-679-76867-8}}</ref> Esta explicação provisória é usada para fazer previsões [[Falseabilidade|falsificáveis]], que normalmente são publicadas antes de serem testadas por meio da experimentação. A refutação de uma previsão é evidência de progresso.<ref name="difrancia1976">{{Citar livro|título=The Investigation of the Physical World|ultimo=di Francia|primeiro=Giuliano Toraldo|editora=Cambridge University Press|ano=1976|localização=Cambridge, United Kingdom|páginas=1–52|capitulo=The method of physics|isbn=978-0-521-29925-1}}</ref>{{Rp|pages=4–5}}<ref name="fara2009">{{Citar livro|título=Science: A Four Thousand Year History|ultimo=Fara|primeiro=Patricia|editora=Oxford University Press|ano=2009|localização=Oxford, United Kingdom|capitulo=Decisions|isbn=978-0-19-922689-4|autorlink=Patricia Fara}}</ref> A experimentação é especialmente importante na ciência para ajudar a estabelecer [[Causalidade|relações causais]] para evitar a [[Correlação não implica causalidade|falácia da correlação]], embora em algumas ciências, como a [[astronomia]] ou a [[geologia]], uma observação prevista possa ser algo mais apropriado.<ref name="Aldrich1995">{{Citar periódico |título=Correlations Genuine and Spurious in Pearson and Yule |periódico=Statistical Science |número=4 |ultimo=Aldrich |primeiro=John |ano=1995 |paginas=364–376 |doi=10.1214/ss/1177009870 |jstor=2246135 |volume=10 |doi-access=free}}</ref>
[[Imagem:Bohr atom model English.svg|thumb|200px|esquerda|O [[Átomo de Bohr|modelo de Bohr]] do [[átomo]]. A evolução do modelo atômico da matéria — desde sua proposição por [[Leucipo]] e [[Demócrito]] até o paradigma mais atual, o [[Orbital atômico|modelo atômico dos orbitais]] — fornece bom exemplo de como a ciência trabalha, e de que as teorias — quando em acordo com o método científico — evoluem com o tempo.]]
Os termos "[[Modelo científico|modelo]]", "[[hipótese]]", "[[Lei física|lei]]" e "[[teoria]]" têm significados diferentes em ciência e na linguagem coloquial.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


Quando uma hipótese se mostra insatisfatória, ela é modificada ou descartada.<ref name="Nola2005k">{{Citar livro|título=Philosophy, science, education and culture|ultimo=Nola|primeiro=Robert|ultimo2=Irzik|primeiro2=Gürol|editora=Springer|ano=2005k|series=Science & technology education library|volume=28|páginas=207–230|capitulo=naive inductivism as a methodology in science|isbn=978-1-4020-3769-6}}</ref> Se a hipótese sobreviveu ao teste, ela pode ser adotada na estrutura de uma [[teoria científica]], um modelo ou estrutura [[Razão|autoconsistente]] e [[Método dedutivo|validamente]] fundamentado que descreve o comportamento de determinados eventos naturais. Uma teoria normalmente descreve o comportamento de conjuntos de observações muito mais amplos do que uma hipótese. Geralmente, um grande número de hipóteses pode ser unido em uma única teoria, ou seja, uma teoria é uma hipótese que explica várias outras hipóteses. Neste sentido, as teorias são formuladas segundo a maioria dos mesmos princípios científicos das hipóteses. Os cientistas, por sua vez, podem gerar um [[Modelagem científica|modelo]], uma tentativa de descrever ou representar uma observação em termos de uma representação lógica, física ou matemática e de gerar novas hipóteses que podem ser testadas por meio da experimentação científica.<ref name="Nola2005j">{{Citar livro|título=Philosophy, science, education and culture|ultimo=Nola|primeiro=Robert|ultimo2=Irzik|primeiro2=Gürol|editora=Springer|ano=2005j|series=Science & technology education library|volume=28|páginas=207–230|capitulo=The aims of science and critical inquiry|isbn=978-1-4020-3769-6}}</ref>
Os cientistas usam o termo ''modelo'' para referir-se a uma ou um conjunto de construções abstratas ou mesmo materiais construídas sobre hipóteses cientificamente corroboradas que permitam estabelecer uma representação de um dado objeto ou fenômeno — geralmente, mas não obrigatoriamente, específico — em estudo . Sua construção têm por fim, via analogia, uma melhor compreensão do fenômeno ou objeto modelado. A palavra é pois usada em ciência com a acepção estrita desta — o de fruto de um trabalho de [[modelagem]] —. Os modelos são elaborados a partir da coleta de dados (fatos) e observação cautelosa, e construídos de forma que possam ser usados para inferir características e fazer predições testáveis por [[Experiência científica|experimento]] ou [[observação]]. Os testes e observações são contudo executados sobre o objeto ou fenômeno em si, e não sobre o modelo, e os resultados são usados para aprimorar tanto a teoria associada como os modelos em si. A diferença entre um modelo científico e um artístico reside pois apenas no objetivo final e na metodologia empregada para construí-lo. Em modelos científicos, é certamente obrigatório que a metodologia empregada esteja em ''pleno'' acordo com a metodologia científica. Os modelos, assim como as hipóteses e fatos científicos associados, também integram, certamente, as teorias científicas, sendo em verdade tão essenciais às teorias quanto os demais.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


Ao realizar experimentos para testar hipóteses, os cientistas podem ter preferência por um resultado em detrimento de outro.<ref>{{Citar web|ultimo=van Gelder|primeiro=Tim|url=http://www.philosophy.unimelb.edu.au/tgelder/papers/HeadsIWin.pdf|titulo="Heads I win, tails you lose": A Foray Into the Psychology of Philosophy|acessodata=28 de março de 2008|publicado=University of Melbourne|ano=1999|arquivourl=https://web.archive.org/web/20080409054240/http://www.philosophy.unimelb.edu.au/tgelder/papers/HeadsIWin.pdf <!-- Bot retrieved archive -->|arquivodata=9 de abril de 2008}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Pease|primeiro=Craig|url=http://law-and-science.net/Science4BLJ/Scientific_Method/Deliberate.bias/Text.htm|titulo=Chapter 23. Deliberate bias: Conflict creates bad science|data=6 de setembro de 2006|website=Science for Business, Law and Journalism|publicado=Vermont Law School|arquivourl=https://web.archive.org/web/20100619154617/http://law-and-science.net/Science4BLJ/Scientific_Method/Deliberate.bias/Text.htm|arquivodata=19 de junho de 2010}}</ref> A eliminação do viés pode ser alcançada por meio de transparência, planejamento cuidadoso do experimento e um processo completo de [[revisão por pares]] dos resultados e conclusões da pesquisa.<ref>{{Citar livro|título=Peer Review: A Critical Inquiry|ultimo=Shatz|primeiro=David|editora=Rowman & Littlefield|ano=2004|isbn=978-0-7425-1434-8|oclc=54989960}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/scienceinprivate0000krim|título=Science in the Private Interest: Has the Lure of Profits Corrupted the Virtue of Biomedical Research|ultimo=Krimsky|primeiro=Sheldon|editora=Rowman & Littlefield|ano=2003|isbn=978-0-7425-1479-9|oclc=185926306}}</ref> Após os resultados de um experimento serem anunciados ou publicados, é prática normal que pesquisadores independentes verifiquem como a pesquisa foi realizada e realizem experimentos semelhantes para determinar quão confiáveis os resultados são.<ref>{{Citar livro|título=The Ethical Dimensions of the Biological and Health Sciences|ultimo=Bulger|primeiro=Ruth Ellen|ultimo2=Heitman, Elizabeth|ultimo3=Reiser, Stanley Joel|editora=Cambridge University Press|ano=2002|isbn=978-0-521-00886-0|oclc=47791316|edição=2nd}}</ref> O [[método científico]] permite uma [[resolução de problemas]] altamente criativa, ao mesmo tempo que minimiza os efeitos do [[Viés de confirmação|viés subjetivo e de confirmação]].<ref name="backer">{{Citar web|ultimo=Backer|primeiro=Patricia Ryaby|url=http://www.engr.sjsu.edu/pabacker/scientific_method.htm|titulo=What is the scientific method?|data=29 de outubro de 2004|acessodata=28 de março de 2008|publicado=San Jose State University|arquivourl=https://web.archive.org/web/20080408082917/http://www.engr.sjsu.edu/pabacker/scientific_method.htm|arquivodata=8 de abril de 2008|urlmorta=dead}}</ref> A verificabilidade intersubjetiva, a capacidade de chegar a um consenso e reproduzir resultados, é fundamental para a criação de todo o [[conhecimento científico]].<ref name="ziman1978c">{{Citar livro|título=Reliable knowledge: An exploration of the grounds for belief in science|ultimo=Ziman|primeiro=John|editora=Cambridge University Press|ano=1978c|localização=Cambridge|páginas=[https://archive.org/details/reliableknowledg00john/page/42 42–76]|capitulo=Common observation|isbn=978-0-521-22087-3}}</ref>
Ao falar-se de modelo, é importante ressaltar que, por mais trabalhado e elaborado que seja um modelo, um modelo ''não'' é o objeto que se modela, e há sempre o nele se melhorar, sendo o trabalho de modelagem, em verdade, um trabalho sem fim. Ao fim do raciocínio é possível até mesmo interpretar as teorias científicas como grandes e sofisticados modelos acerca da natureza. O eterno trabalho de aperfeiçoá-los cada vez mais — quer em detalhes, quer em abrangência — constitui o principal objetivo da ciência e a labuta diária dos cientistas.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


=== Literatura científica ===
Uma ''hipótese científica'' é uma proposição falseável e testável acerca de algum fato, conjunto de fatos ou fenômenos naturais. Em princípio, embora nem toda hipótese seja científica, todas as ideias científicas são hipóteses, o que equivale a dizer que a ciência é [[cética]], por definição. Há contudo uma "hierarquização" das hipóteses dentro da ciência em função de sua relevância e em função do nível de corroboração por evidências que as mesmas possuam.
{{AP|Revista científica}}
[[Ficheiro:Nature_cover,_November_4,_1869.jpg|alt=Decorated "NATURE" as title, with scientific text below|miniaturadaimagem| Capa do primeiro exemplar da [[revista científica]] ''[[Nature]]'', publicado em 4 de novembro de 1869]]


A pesquisa científica é publicada em vários tipos de literatura.<ref>{{Citar periódico |título=The proliferation of scientific literature: a natural process |periódico=Science |número=4442 |ultimo=Ziman |primeiro=J.M. |autorlink=John Ziman |ano=1980 |paginas=369–71 |bibcode=1980Sci...208..369Z |doi=10.1126/science.7367863 |pmid=7367863 |volume=208}}</ref> As [[revistas científicas]] comunicam e documentam os resultados de pesquisas realizadas em universidades e diversas outras instituições de pesquisa, servindo como um registro arquivístico da ciência. As primeiras revistas científicas, ''[[Journal des savants]]'' seguida de ''[[Philosophical Transactions of the Royal Society|Philosophical Transactions]]'', começaram a ser publicadas em 1665. Desde então, o número total de periódicos ativos tem aumentado de forma constante. Em 1981, estimou-se que haviam 11,5 mil publicações científicas em todo o mundo.<ref>{{Citar livro|título=Scientific and Technical Information Resources|ultimo=Subramanyam|primeiro=Krishna|ultimo2=Subramanyam, Bhadriraju|editora=CRC Press|ano=1981|isbn=978-0-8247-8297-9|oclc=232950234}}</ref>
As [[hipótese]]s nascem como simples ''conjecturas'', geralmente carecendo ainda dos testes experimentais (e similares) pertinentes ao método científico. Recebendo a corroboração por parte dos primeiros testes, e nenhuma contradição, esta eleva-se ao nível de "hipótese" plausível, e na sequência, à medida que a abrangência e o nível de corroboração aumentam, esta pode elevar-se ao nível de postulado.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


A maioria das revistas científicas abrange um único campo científico e publica as pesquisas, normalmente expressas na forma de [[artigos científicos]], realizadas nesta área do conhecimento. A ciência tornou-se tão difundida nas sociedades modernas que se considera necessário comunicar as realizações, novidades e ambições dos cientistas a uma população mais vasta.<ref name="bush1945">{{Citar web|ultimo=Bush|primeiro=Vannevar|url=https://www.nsf.gov/od/lpa/nsf50/vbush1945.htm|titulo=Science the Endless Frontier|data=Julho de 1945|acessodata=4 de novembro de 2016|publicado=National Science Foundation|arquivourl=https://web.archive.org/web/20161107221306/https://www.nsf.gov/od/lpa/nsf50/vbush1945.htm|arquivodata=7 de novembro de 2016|urlmorta=live}}</ref>
Um ''[[postulado]]'' é uma hipótese que, em vista de consideráveis corroborações e ausência de contradição, mantido o ceticismo científico, passou a ser aceita como verdade, já podendo e geralmente sendo utilizada como base para a dedução ou a corroboração lógica de outras verdades científicas.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


=== Desafios ===
Uma ''lei física'' ou uma ''lei da natureza'' consiste em uma hipótese que conseguiu, após exaustivos, variados e abrangentes testes, todos favoráveis à sua veracidade, alcançar um patamar que lhe permite ser usada como uma descrição científica generalização de uma ampla gama de observações empíricas. O poder de uma lei científica geralmente reside em sua simplicidade e abrangência, contudo não se deve esquecer que esta é, antes de tudo, assim como as demais ideias científicas, uma hipótese.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
A [[crise de replicação]] é uma crise [[Metodologia|metodológica]] contínua que afeta partes das [[ciências sociais]] e [[Ciências da vida|da vida]]. Em revisões posteriores, os resultados de muitos estudos científicos provaram ser, na verdade, [[Reprodutibilidade|irrepetíveis]].<ref>{{Citar periódico |título=Metascience could rescue the 'replication crisis' |periódico=Nature |número=7525 |ultimo=Schooler |primeiro=J. W. |ano=2014 |paginas=9 |bibcode=2014Natur.515....9S |doi=10.1038/515009a |pmid=25373639 |volume=515 |doi-access=free}}</ref> A crise tem raízes antigas; a frase foi cunhada no início de 2010<ref>{{Citar periódico |título=Editors' Introduction to the Special Section on Replicability in Psychological Science: A Crisis of Confidence? |periódico=Perspectives on Psychological Science |número=6 |ultimo=Pashler |primeiro=Harold |ultimo2=Wagenmakers |primeiro2=Eric Jan |ano=2012 |paginas=528–530 |doi=10.1177/1745691612465253 |pmid=26168108 |volume=7 |doi-access=free}}</ref> como parte de uma consciência crescente sobre o problema, que representa um importante corpo de investigação em [[metaciência]], que visa melhorar a qualidade de toda a [[investigação científica]] e, ao mesmo tempo, reduzir o desperdício.<ref>{{Citar periódico |título=Meta-research: Evaluation and Improvement of Research Methods and Practices |data=2 de outubro de 2015 |periódico=PLOS Biology |número=10 |ultimo=Ioannidis |primeiro=John P. A. |ultimo2=Fanelli |primeiro2=Daniele |paginas=–1002264 |doi=10.1371/journal.pbio.1002264 |issn=1545-7885 |pmc=4592065 |pmid=26431313 |ultimo3=Dunne |primeiro3=Debbie Drake |ultimo4=Goodman |primeiro4=Steven N. |volume=13 |doi-access=free}}</ref>
[[Imagem:DNA Overview2.png|thumb|200px|O modelo de [[James Watson|Watson]] e [[Francis Crick|Crick]] para a estrutura do [[DNA]].]]
A palavra ''teoria'' é mal entendida particularmente pelos não profissionais. O uso comum da palavra "teoria" refere-se a ideias que não possuem provas firmes ou base. Neste contexto não científico uma teoria seria a mais vil das hipóteses, bem abaixo de uma simples conjectura. No meio acadêmico, entretanto, a acepção de teoria é drasticamente diferente; os cientistas usam essa palavra como referência ao corpo de ideias que permite fazer descrições e predições geralmente mas não necessariamente específicas, ideias estas necessariamente embasadas em um conjunto bem estabelecido de fatos científicos, e necessariamente falseáveis perante tais, ou, principalmente, perante fatos sendo descobertos. Ressalta-se que fatos sozinhos não têm sentido, sendo a relação cronológica causal dos mesmos — o sentido dos mesmos — estabelecida pelas ideias. Igualmente ideias sem fatos que as corroborem estão livres da necessária conexão com a ciência do real, e apesar de poderem manter entre si estrutura lógica impecável, não estão nestes termos obrigatoriamente conexas à realidade, e assim não constituem uma teoria científica por si só. A teoria é assim não somente o conjunto de ideias, nem tão pouco somente o conjunto de fatos, mas a união indissociável dos dois conjuntos, o de ideias e o de fatos, ambos necessariamente estabelecidos nos moldes científicos.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


Uma área de estudo que se disfarça de ciência na tentativa de reivindicar uma legitimidade que de outra forma não teria é por vezes referida como [[pseudociência]], [[ciência marginal]] ou [[Ciência de má qualidade|ciência ruim]].<ref>{{Citar web|ultimo=Hansson|primeiro=Sven Ove|ultimo2=Zalta|primeiro2=Edward N.|url=https://plato.stanford.edu/archives/fall2021/entries/pseudo-science|titulo=Science and Pseudoscience|data=3 de setembro de 2008|acessodata=28 de maio de 2022|website=[[Stanford Encyclopedia of Philosophy]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20211029205141/https://plato.stanford.edu/archives/fall2021/entries/pseudo-science/|arquivodata=29 de outubro de 2021|urlmorta=live}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/isbn_9780965594875|título=Why people believe weird things: pseudoscience, superstition, and other confusions of our time|ultimo=Shermer|primeiro=Michael|editora=W. H. Freeman and Company|ano=1997|localização=Nova York|isbn=978-0-7167-3090-3|autorlink=Michael Shermer}}</ref> O físico estadunidense [[Richard Feynman]] cunhou o termo “[[ciência culto à carga]]” para casos em que os pesquisadores não seguem o [[método científico]].<ref>{{Citar web|ultimo=Feynman|primeiro=Richard|url=http://neurotheory.columbia.edu/~ken/cargo_cult.html|titulo=Cargo Cult Science|acessodata=4 de novembro de 2016|website=Center for Theoretical Neuroscience|publicado=Columbia University|ano=1974|arquivourl=https://web.archive.org/web/20050304032544/http://neurotheory.columbia.edu/~ken/cargo_cult.html|arquivodata=4 de março de 2005|urlmorta=dead}}</ref> Vários tipos de publicidade comercial, desde exageros até fraudes, podem se enquadrar nessas categorias. A ciência tem sido descrita como “a ferramenta mais importante” para separar as afirmações válidas das inválidas.<ref>{{Citar livro|título=The Skeptics' Guide to the Universe: How to Know What's Really Real in a World Increasingly Full of Fake|ultimo=Novella|primeiro=Steven|editora=Hodder & Stoughton|ano=2018|língua=en|isbn=978-1473696419|autorlink=Steven Novella}}</ref>
A [[gravidade|teoria da gravitação universal de Newton]] é um corpo de ideias que permite ao cientista explicar um conjunto de fatos observacionais relacionados, a exemplo, a queda de uma maçã ou mesmo o movimento da lua ao redor da Terra. Além disso, esta teoria permite fazer predições sobre novas ocorrências, a saber como estes corpos comportar-se-ão com o passar do tempo, ou como outros corpos massivos, a exemplo, um satélite artificial ou uma sonda espacial, mover-se-ão sob a mesma influência causal que determina a ocorrência das observações anteriores conforme foram observadas. Fatos e ideias andam necessariamente juntos em um teoria científica.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


Também pode haver um elemento de preconceito político ou ideológico em todos os lados do debate científico. Às vezes, uma pesquisa bem-intencionada pode ser caracterizada como “má ciência”, mas é uma exposição incorreta, obsoleta, incompleta ou excessivamente simplificada de ideias científicas. O termo “[[fraude científica]]” refere-se a situações em que os pesquisadores deturparam intencionalmente os dados publicados ou deram crédito à pessoa errada propositadamente.<ref name="COPE1999PDF">{{Citar periódico |url=http://www.publicationethics.org.uk/reports/1999/1999pdf3.pdf |título=Coping with fraud |acessodata=21 de julho de 2011 |periódico=The COPE Report 1999 |paginas=11–18 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20070928151119/http://www.publicationethics.org.uk/reports/1999/1999pdf3.pdf |arquivodata=28 de setembro de 2007}}</ref>
Uma teoria especialmente frutífera que tem sobrevivido a incontáveis testes ao longo do tempo e tem uma considerável quantidade de evidências integrando-a é dita por muitos, inclusive por cientistas, quando não muito cautelosos com suas palavras, "provada". No sentido científico estrito, entretanto, ''uma teoria científica, qualquer que seja, nunca é provada''. Não se prova uma teoria científica. Uma teoria científica, entendida em termos exatos não somente como o conjunto de ideias pertinentes à descrição e previsão de fatos, mas como a união indissociável deste conjunto de ideias e do conjunto de fatos naturais pertinentes, nunca encontra-se provada pois não se prova a veracidade de uma ideia em ciência. Uma ideia científica é uma eterna hipótese, necessariamente falseável, e por tal, nunca é provada, pois não se pode garantir que em algum momento futuro uma nova evidência, até então desconhecida, venha a contradizê-la.<ref group = "Nota" name = "LimitesCiencia" />Em acordo com o descrito, o uso da palavra "provada", quando anexo ao conceito de teoria, é desencorajado, e se encontrado, deve ser substituído pela ideia correta que expressa, a de uma teoria exaustivamente testada e corroborada frente ao conjunto, neste caso consideravelmente grande e abrangente, de fatos que a integra. Diz neste caso que a teoria é universalmente aceita até aquela data, ou ainda, que constitui um paradigma científico válido até aquele data.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

Algumas teorias científicas universalmente aceitas tais como a [[teoria heliocêntrica]], a [[teoria atômica]], a teoria do [[Eletromagnetismo|electromagnetismo]] e a [[Evolução|evolução biológica]] encontram-se em teste frente aos fatos naturais já há séculos, e estão tão bem estabelecidas que é atualmente inconcebível um meio que permita a descoberta de um fato pela qual estas possam ser falsificadas. Outras, tais como a [[relatividade]] e a [[mecânica quântica]] têm sobrevivido a testes empíricos rigorosos sem serem contraditas nas últimas décadas apenas, e por tal encontram-se sobre escrutínio cerrado dos pesquisadores. Mas ''não'' há garantia de que elas não serão um dia suplantadas, e isto vale igualmente para ''todas'' elas, e não só para as últimas. "Teorias" ainda mais recentes tais como a [[teoria da rede]] ou [[teoria das cordas]] podem conter ideias promissoras passíveis de serem testadas, mas ainda não receberam nem mesmo o título de teorias científicas uma vez que estas não encerram um conjunto razoável de fatos capaz de corroborar as ideias que propõem.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

Em outras palavras:

:''TEORIA CIENTÍFICA, CORROBORA-SE OU É CONTRADITA, POR ''FATOS CIENTÍFICOS''. JAMAIS SE PROVA UMA TEORIA CIENTÍFICA''.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

Os cientistas nunca falam em conhecimento absoluto. Diferentemente da [[prova matemática]], uma teoria científica "provada" está ''sempre'' aberta à falseabilidade se novas evidências forem apresentadas. Até as teorias mais básicas e fundamentais podem tornar-se superadas se novas observações mostrarem-se inconsistentes com suas ideias.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

As teorias da [[dinâmica]] e [[gravitação universal]] de [[Isaac Newton|Newton]], que integram a teoria da mecânica clássica, são exemplos de teorias que perduraram absolutas durante séculos, mas cujas ideias não puderam se sustentar frente a fatos oriundos de experimentos envolvendo movimentos em velocidades próximas à da luz, frente à dimensões nanométricas, ou em proximidade a campos gravitacionais muito fortes, experimentos que tornaram-se passíveis de serem levados a cabo somente no século XX. Na ausência destes novos fatos as Leis de Newton continuam sendo um excelente modelo para o movimento e para a gravidade, mas uma evolução fez-se necessária: há hoje teorias mais abrangentes, capazes de descrever a relação cronológica causal inclusive para os novos fatos; a saber a [[relatividade geral]] e a [[mecânica quântica]] detém atualmente o status de paradigmas válidos nestas áreas. Ressalva-se entretanto que a mecânica clássica não foi abandonada, não foi para "o lixo", e ainda é o paradigma ensinado à praticamente a totalidade da população mundial que frequenta um curso de ensino médio.<ref group="Nota" name="TeoriaEvolucaoContextoSocial" /> A razão é óbvia: restringindo-se ao subconjunto de fatos sobre os quais a mecânica clássica se ergueu, a quase totalidade de fatos naturais acessíveis aos "simples mortais" em seu dia a dia, a mecânica clássica permanece sendo uma excelente teoria para explicá-los. Nem mesmo a conquista espacial exige teorias além da clássica. Contudo, sabe-se hoje que a natureza é mais complexa do que ela prediz.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

=== Matemática e o método científico ===
A [[Matemática]] é essencial para muitas ciências. A função mais importante da Matemática na ciência é o papel que ela desempenha na expressão de ''modelos'' científicos. Colher dados a partir da observação bem como hipotetizar e prever geralmente requerem modelos matemáticos e um extensivo uso da Matemática.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

Apesar de todos os ramos da Matemática terem suas aplicações em ciência — mesmo áreas "puras" tais como a [[Teoria dos números|teoria numérica]] e a [[Topologia (matemática)|topologia]] —, há de se mencionar que os ramos matemáticos mais utilizados na ciência incluem o [[cálculo]] e a [[estatística]]. Em verdade, o cálculo foi desenvolvido por Isaac Newton como uma ferramenta necessária para este resolver os problemas de física com os quais se preocupava. Uma análise rigorosa mostra que não é possível desvincularem-se a história da matemática da história da ciência, principalmente no que concerne às ciências naturais tais como a [[Física]] ou a [[Química]], onde esta prevalece como uma linguagem universal. Embora certamente presente em menor nível em algumas ciências sociais, a Matemática encontra-se de alguma forma presente em todas as ciências visto que a [[Lógica]] é um ramo da [[Matemática]].{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
[[Imagem:Michelsonmorley-boxplot.svg|thumb|200px|esquerda|Resultados da famosa [[Experiência de Michelson-Morley]] expressos via linguagem matemática adequada. A [[teoria da medida]] é fundamental à representação verossímil e correta dos resultados experimentais.]]
Alguns [[pensador]]es veem os [[matemático]]s como [[cientista]]s, considerando os [[Experiência científica|experimentos]] físicos como não essenciais ou as provas matemáticas como equivalentes a experimentos. Outros não veem a Matemática como ciência, já que ela não requer [[teste experimental]] de suas [[teoria]]s e [[hipótese]]s. Embora a decisão sobre quem está certo ou errado recaia mais uma vez sobre os ombros da [[filosofia]] e seus filósofos — é há uma [[Filosofia da Matemática|área filosófica especialmente dedicada à Matemática]] — em qualquer caso não é uma discussão filosófica se a Matemática é ou não uma linguagem natural e universal, e por tal uma ferramenta extremamente útil na descrição do universo, indispensável à ciência.

É importante ressaltar que, em vista do método científico, a matemática, por si só, não é uma ciência, contudo esta é certamente a linguagem da ciência. Dentre todas as possíveis linguagens que poderiam ser usadas para a descrição da natureza em alternativa à matemática, a matemática é, em proporção similar à de um átomo para todo o universo conhecido, a mais versátil, simples, e eficaz; e, por tal, a unanimemente eleita: simplesmente indispensável. Em palavras simples:{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

"A natureza se escreve — ou seria escreve-se — em linguagem matemática!"

== Objetivos ==
A ciência não se considera dona da [[verdade]] absoluta e inquestionável. A partir do racionalismo crítico, todas as suas "verdades" podem ser quebradas, bastando apenas um pingo de evidência. A ciência pois cria modelos e destes tira conclusões acerca da realidade intrínseca e inerente ao universo natural, valendo-se para tal de ''observações'' cautelosas da natureza, de experimentação, e dos fatos destas resultantes.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

A ciência não é uma fonte de julgamentos de valores subjetivos,<ref group = "Nota" name = "Citacao_Einstein_01" /> apesar de poder certamente tomar parte em casos de [[ética]] e política pública ao enfatizar as prováveis conseqüências naturais das ações tomadas. O que alguém projeta não apenas a partir de hipóteses científicas válidas mas também a partir de bases oriundas de outras áreas de conhecimento que não as científicas ''não'' se configura em um tópico científico, e o [[método científico]] não oferece qualquer assistência ou corroboração para quem deseja fazê-lo dessa maneira. A justificativa científica — via refutação — para muitas coisas é, ao contrário, frequentemente exigida e, por questão de lógica, espera-se que válida, mesmo em áreas fora da ciência. Faz-se claro contudo que, nestes casos, os valores dos julgamentos sobre o que concerne à ciência — tais como veracidade e cientificidade da questão — são intrínsecos à ciência.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

O objetivo subjacente — o propósito da ciência para a sociedade e indivíduos — é o de produzir ''modelos úteis da realidade''. Tem-se dito que é virtualmente impossível fazerem-se inferências a partir dos sentidos humanos que realmente descrevam o que "é". Por outro lado, como dito, a ciência pode fazer ''predições'' baseadas em teorias oriundas das ''observações'', e é inegável que essas predições geralmente beneficiam a sociedade ou indivíduos humanos que fazem uso delas; por exemplo, a [[Mecânica clássica|física Newtoniana]], e em casos mais extremos a [[relatividade]], nos permitem compreender e predizer desde a dinâmica de uma uma bola de bilhar e o efeito que terá em outras até trajetórias de sondas espaciais e satélites. Do efeito em uma bola de futebol ao voo de um avião passando certamente pela construção de casas e edifícios, deve-se muito à mecânica de Newton. As ciências sociais nos permitem predizer (com acurácia limitada até agora) coisas como a turbulência econômica e também permitem melhor entender o comportamento humano, o que leva à produção de modelos úteis da sociedade e consequências como a elaboração de políticas governamentais mais adequadas visto que encontram-se empiricamente suportadas. A [[Física]], a [[Química]] e a [[Biologia]] juntas têm transformado nossa vida diária ao fornecerem a estrutura tecnológico-científica necessária para se transferir o árduo labor antes diretamente posto pela natureza sobre nossos ombros à maquinaria auxiliar que hoje nos cerca. Nos tempos modernos, essas disciplinas científicas segregadas estão cada vez mais sendo utilizadas conjuntamente a fim de produzirem-se modelos e ferramentas cada vez mais complexos.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

Em resumo, a ciência produz ''modelos úteis'' sobre o universo natural os quais nos permitem fazer ''predições'' e construir equipamentos de apoio cada vez mais úteis. A ciência tenta ''descrever'' o que é e procura dizer o ''que pode ser'', mas não é capaz de ''impor'' o que é ou o que será — o que é impossível de se fazer, para razões naturais —. Procura fazer com que a natureza jogue a nosso favor,<ref group = "Nota" name = "ValoracaoMoral" /> e não contra nós, sem contudo afrontá-la. A ciência é uma ''ferramenta útil''… é um corpo crescente de entendimento que nos permite identificarmo-nos mais eficazmente com o meio ao nosso redor e nos permite decidir sobre a melhor forma de adaptarmo-nos e evoluirmos como uma sociedade unida, contudo independentemente.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
[[Imagem:Bohr Heisenberg Pauli Meitner u.a. 1937.jpg|thumb|300px|esquerda|A ciência é uma atividade [[comunidade|coletiva]], por [[simbiose|razões práticas]], e por definição. Na foto, [[Niels Bohr]], [[Werner Heisenberg]], [[Wolfgang Pauli]], [[Otto Stern]], [[Lise Meitner]] e outros, em um [[colóquio]] com o ganhador do [[Prêmio Nobel]] de [[Física]], em 1937.]]

O [[individualismo]] é uma suposição tácita subjacente a muitas bases empíricas da ciência que trata a ciência como se ela fosse puramente uma forma de um único indivíduo confrontar a natureza, testando e predizendo hipóteses. Ao rigor da análise, contudo, a ciência é sempre uma atividade ''coletiva'' conduzida por uma [[comunidade]] científica. Isso pode ser demonstrado de várias maneiras; mesmo o resultado mais básico e trivial proveniente da ciência é comunicado com uma [[linguagem]]; é por tal de se esperar que os valores das comunidades científicas permeiem a ciência que elas produzam.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


== Filosofia da ciência ==
== Filosofia da ciência ==
[[Ficheiro:Epicycle_and_deferent.svg|alt=Depiction of epicycles, where a planet orbit is going around in a bigger orbit|miniaturadaimagem| Para [[Thomas Kuhn|Kuhn]], a adição de [[Epiciclo|epiciclos]] na astronomia ptolomaica foi uma "[[ciência normal]]" dentro de um [[paradigma]], enquanto a [[A Estrutura das Revoluções Científicas|Revolução Copernicana]] foi uma mudança de paradigma]]
{{Artigo principal|[[Filosofia da ciência]]}}
Existem diferentes [[escolas de pensamento]] na [[filosofia da ciência]]. A posição mais popular é o [[empirismo]], que sustenta que o conhecimento é criado por meio de um processo que envolve a observação.<ref name="Godfrey-Smith2003c">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/theoryrealityint00godf|título=Theory and Reality: An Introduction to the Philosophy of Science|ultimo=Godfrey-Smith|primeiro=Peter|editora=University of Chicago|ano=2003c|localização=Chicago|páginas=[https://archive.org/details/theoryrealityint00godf/page/n53 39]–56|capitulo=Induction and confirmation|isbn=978-0-226-30062-7}}</ref> O empirismo geralmente abrange o indutivismo, uma posição que explica como teorias gerais podem ser feitas a partir da quantidade finita de evidências empíricas disponíveis. Existem muitas versões de empirismo, sendo as predominantes o [[Probabilidade epistemológica|bayesianismo]]<ref name="Godfrey-Smith2003o">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/theoryrealityint00godf|título=Theory and Reality: An Introduction to the Philosophy of Science|ultimo=Godfrey-Smith|primeiro=Peter|editora=University of Chicago|ano=2003o|localização=Chicago|páginas=[https://archive.org/details/theoryrealityint00godf/page/n233 219]–232|capitulo=Empiricism, naturalism, and scientific realism?|isbn=978-0-226-30062-7}}</ref> e o [[método hipotético-dedutivo]].<ref name="Godfrey-Smith2003c" />
{{Anexo|Lista de filósofos da ciência}}
A eficácia da ciência a tornou assunto de questionamento [[filosofia|filosófico]]. A '''[[filosofia da ciência]]''' busca entender a natureza e a justificação do conhecimento científico e suas implicações [[ética]]s. Tem sido difícil fornecer uma [[Método científico#Questões filosóficas|explicação do método científico]] definitiva que possa servir para distinguir a ciência da não-ciência, e, mesmo que para um cientista a fronteira mostre-se precisa e clara, há em princípio argumentos filosóficos legítimos sobre exatamente onde estão os limites da ciência, e tais são traduzidos no que é conhecido como [[problema da demarcação]]. Há, no entanto, um conjunto de preceitos principais que possuem um consenso entre os filósofos da ciência e dentro da [[comunidade científica]]. Por exemplo, é universalmente aceito que deve ser possível testar independentemente as hipóteses e teses científicas de outros cientistas para que sejam aceitas pela comunidade científica.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

Há diferentes escolas do pensamento na filosofia do método científico. O [[naturalismo metodológico]] mantém que a investigação científica deve aderir aos estudos [[empirismo|empíricos]] e verificação independente como processo para desenvolver e avaliar apropriadamente as explicações naturais de [[fenômeno]]s [[Observação|observáveis]].<ref group = "Ref." name = 'TheReviewofmetaphysics" /> Desse modo o naturalismo metodológico rejeita explicações [[sobrenatural|sobrenaturais]], [[Argumentum ad verecundiam|argumentos de autoridades]] e [[estudo observacional|estudos observacionais]] tendenciosos. O [[racionalismo crítico]] por outro lado afirma que a observação não tendenciosa não é possível, e que a demarcação entre explicações classificadas como "naturais" e "sobrenaturais" é arbitrária; no lugar deste critério ela propõe a [[falseabilidade]] como o limite para as teorias empíricas (científicas) e falsificação como o método empírico universal. O racionalismo crítico, uma corrente do racionalismo em princípio definida pelo filósofo austro-britânico [[Karl Popper]] rejeita a maneira como o empirismo descreve a conexão entre teoria e observação. É afirmado que as teorias não derivam das observações, mas que as observações são feitas à luz das teorias, e o único jeito que uma teoria pode ser afetada pela observação é quando esta entra em conflito com aquela. Ele propõe que a ciência deveria se contentar com a eliminação racional dos erros em suas teorias, não em buscar a sua verificação (como afirmar certeza, ou prova, e contraprova provável; tanto a proposta como a falsificação de uma teoria são apenas um caráter metodológico, conjectural e tentador no racionalismo crítico).<ref group ="Ref." name = "ConjecturesRefutations_KarlPoper" /> O [[instrumentalismo]] rejeita o conceito de verdade e enfatiza apenas a utilização das teorias como instrumentos para explicar e predizer fenômenos.<ref group = "Ref." name = "RationalityOfScience" />

== Ramos da Ciência ==
Ao se falar em ''classificações'' da ciência não se deve jamais esquecer, antes de tudo, que a ciência tem pilares muito bem definidos sobre os quais esta se constrói, e que entre eles têm-se pilares os quais afirmam que ''a ciência é uma só'', e que ela ''tem'' fronteiras muito bem definidas.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

Segue-se que as classificações são feitas apenas por mera questão de sistematização ou referência, o mesmo valendo para a divisão das "classes" nas respectivas subáreas — a exemplo em cadeiras científicas como [[física]], [[química]], e outras — e até mesmo para as subáreas específicas a cada subárea — a exemplo a [[termodinâmica]], o [[eletromagnetismo]] ou a [[ótica]], subáreas da física, esta por sua vez uma subárea das [[ciências naturais]], que é subárea das [[ciências empíricas]], correspondendo a última, em mesmo nível das [[ciências formais]], a uma das duas grandes classes na qual a ciência é geralmente separada —.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

Enfatizando, ao lidar-se com qualquer classificação, divisão ou subdivisão da ciência, tem-se que ter em mente que estas se dão por mera formalidade e não por independência das partes, e não se deve jamais esquecer o "princípio Uno": a ciência tem fronteiras muito bem definidas, e é uma só.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

=== Ciências formais e factuais, e ciências naturais e sociais ===
{{Artigos principais|[[Empirismo|Ciências empíricas]], [[ciências formais]], [[ciências naturais]] e [[ciências sociais]]}}
[[Imagem:Apatosaurus.jpg|thumb|direita|300px| Os ''fatos científicos'', embora não necessariamente reprodutíveis, ''devem'' ser sempre verificáveis. Neste aspecto as [[ciências naturais]] geralmente estão em vantagem se comparadas às [[ciências sociais]]. Em destaque na foto, [[fóssil]] de um "Apatosaurus" em um [[museu de história natural]].]]
Uma das classificações mais fundamentais da ciência se dá em função dos objetos ou alvos de estudo. Neste nível a ciência geralmente é separada em ''[[ciências formais]],'' consideradas o estudo das ideias, e ciências factuais, estas voltadas ao estudo dos fatos e fenômenos naturais em si — incluso o Homem em sua integridade —.<ref name=":0">{{citar livro|titulo=Metodologia Científica|ultimo=LAKATOS|primeiro=Eva Maria|editora=Atlas|ano=1985|local=São Paulo|paginas=17–39|acessodata=}}</ref>

A divisão entre ciências formais e factuais leva em consideração seis aspectos principais. O objeto ou tema das disciplinas, já que as ciências formais tratam de enunciados, e as ciências factuais, de objetos empíricos; a diferença entre enunciados, pois as ciências formais referem-se a relações entre símbolos, e as factuais, a fenômenos ou processos; o método através do qual se comprovam os enunciados, já que as ciências formais contentam-se com a lógica, no entanto, as ciências factuais necessitam do experimento; o grau de suficiência em relação ao conteúdo, visto que as ciências formais podem ser consideradas “autossuficientes” por construírem seu próprio objeto de estudo, diferentemente das ciências factuais; o papel da coerência para se alcançar a verdade, pois, para as ciências formais, um enunciado dado com base em um sistema de ideias pré-estabelecido já é suficiente para sua compreensão, no entanto, cria uma verdade relativa (uma proposição correta em uma teoria pode não ser válida em outra) e, para as ciências factuais, esse sistema de ideias pré-estabelecido é necessário, mas não suficiente — é preciso o experimento para que o enunciado seja considerado “provavelmente adequado” —; por último, o resultado alcançado também é levado em conta para a divisão entre as ciências, pois as ciências formais demonstram, ao passo que as ciências factuais apenas verificam, por tratarem de hipóteses provisórias.<ref name=":0" />

As ''ciências formais'' dedicam-se às ideias, ou seja, ao estudo de processos puramente lógicos e matemáticos. São objetos de estudo das ciências formais os [[sistemas formais]], como por exemplo, a [[lógica]], [[matemática]], [[teoria dos sistemas]] e os aspectos teóricos da [[Computação científica|ciência computacional]], [[teoria da informação]], [[microeconomia]], [[teoria da decisão]], [[estatística]] e [[linguística]]. Sobre as ''ciências formais'' é contudo importante lembrarem-se aqui os pilares e limites da ciência bem como a questão de a matemática ser ou não ciência, questão já debatida e adequadamente respondida em seções anteriores. Considerações pertinentes e similares cabem também a todas as ''ciências formais'', certamente.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

O primeiro pesquisador a dividir as ciências em formais e factuais foi [[Rudolf Carnap]]. Partindo dessa premissa, [[Mário Bunge|Mario Bunge]], por sua vez, dividiu as ciências factuais em duas classificações: ''[[ciências naturais]]'', cujo alvo principal de estudo é a natureza como um todo aparte o comportamento humano em específico, e ''[[ciências sociais]]'', que estudam o comportamento do Homem e suas sociedades.<ref name=":0" />

As ''ciências sociais'' estudam os aspectos sociais do mundo [[humano]], ou seja, a via social de indivíduos e grupos humanos. Isso inclui [[Antropologia]], estudos da comunicação, [[Economia]], [[Geografia humana]], [[História]], [[Linguística]], [[ciências políticas]], [[Ciência da religião|Ciência da Religião]], [[Psicologia]] e [[Sociologia]]. Embora o alvo de estudo das ''ciências sociais'' seja um alvo científico legítimo, a metodologia específica empregadas por muitas subáreas de estudo neste grupo encerradas muitas vezes exigem importantes considerações a respeito dos pilares da ciência, principalmente quanto ao associado às suas fronteiras. Ao se considerarem as ciências sociais não é raro encontrarem-se estudos no limite do que se considera científico.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

As ''ciências naturais'' se encarregam de estudar os fatos e fenômenos naturais em si — à parte a questão humana —, como dito. Por encontrarem-se facilmente apoiadas na observação e na experimentação, geralmente não implicam considerações mais rigorosas quanto à unicidade e fronteiras da ciência, sendo o método científico facilmente compatível com a metodologia específica a cada uma das subáreas neste grupo — qualquer que seja a escolhida — e, por tal, seguido em essência.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}

As ''ciências naturais'' estudam o [[universo]], que é entendido como regulado por regras ou leis de origem [[natureza|natural]], ou seja, os aspectos físicos, ficando os aspectos humanos geralmente em segundo plano - estes deixados estes para as ciências sociais. Isso é válido para praticamente para todas as subáreas — todas as ''cadeiras científicas'' —, a saber a [[Astronomia]], [[Biologia]], [[Física]], [[Química]], [[Geografia]] e outras. As cadeiras que visam estudar diretamente os fenômenos ligados ao [[planeta]] [[Terra]], entre elas a geografia, [[geologia]], e outras, geralmente são classificadas em um grupo nomeado [[ciências da terra]], e não obstante fala-se com frequência em ''[[Ciências naturais|ciências naturais e da terra]]''.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

=== Ciências puras e aplicadas ===
{{Artigos principais|[[Ciências puras]] e [[ciências aplicadas]]}}

Esta classificação envolve a motivação e a finalidade dos estudos científicos em consideração, e há neste esquema de classificação duas classes principais: as ''[[ciências puras]]'', também chamada de ''ciências fundamentais'' ou ainda ''ciências básica'', que têm por objetivo o "conhecimento" em si, o "conhecer por conhecer" - aparte da sua utilidade - e as ''[[ciências aplicadas]]'', que estudam formas de aplicar o conhecimento humano — geralmente oriundos da primeira — em benefício do Homem.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

As ciências puras ou ciências fundamentais englobam a parte da ciência que busca compreender os mais básicos elementos da natureza tais como as partículas fundamentais, as relações entre eles — expressas geralmente via conceito de [[Força|força fundamentais]] — e as leis que os governam; seguindo a lógica do [[reducionismo científico]] de forma muito difundida, geralmente pressupõe-se nesta classe que todos os outros [[fenômeno]]s podem ser em princípio compreendidos a partir dos fundamentais.

Há uma diferença marcante entre ciência pura e [[ciência aplicada]], portanto: as ciências puras, em contraste com as ciências aplicadas, são marcadas por buscarem as minúcias do conhecimento básico que desenvolvem, a compreensão a mais completo possível acerca do objeto em estudo. A ciência básica é o coração de todas as descobertas, e o progresso científico é feito geralmente tendo a mesma por catapulta. A ciência pura é independente da preocupação com aplicações práticas.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

As ciências aplicadas visam a aplicação do conhecimento para a solução de problemas práticos, e geralmente uma vez solucionados, não se preocupam em ir muito além disto, a não ser que um problema prático mais complicado se siga à solução do primeiro. As ciências aplicadas são importantes para o desenvolvimento [[tecnologia|tecnológico]], e identificam-se de maneira forte com o que se denomina tecnologia. Seu uso no cenário industrial é normalmente referenciado como [[pesquisa e desenvolvimento]] (P&D).{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

=== Ciências exatas e inexatas ===
{{Artigos principais|[[Ciências exatas]], [[Ciências inexatas]], [[Incerteza na ciência]]}}

Esta classificação divide as ciências de acordo com o grau de precisão das descrições e previsões realizadas com base nos modelos — nas teorias — científicas pertinentes. As '''[[ciências exatas]]''' são em princípio capazes de fornecer resultados com elevado grau de precisão acerca dos sistemas abrangidos — envolvendo sempre modelos matemáticos geralmente acurados —, enquanto as ciências inexatas as previsões são geralmente direcionais, e não exatas. A exemplo, pegando-se dois casos situados em extremidades opostas em temos de precisão, é possível prever-se com precisão "exata" e confirmar-se com certeza experimental na casa dos milímetros qual será a trajetória da [[Lua]] ao redor da [[Terra]], contudo embora se possa descrever, com base na psicologia,<ref group = "Nota" name = " PsicologiaXCiencia" /> o "modus operandi" de um [[maníaco]] e a partir dela se cogitar as ações futuras deste, não é possível prever-se com precisão qual será seu próximo passo, onde este se dará, ou mesmo se ele vai realmente dá-lo.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
[[Imagem:Mean free path electrons in matter.png|thumb|esquerda|300px| Toda medida experimental traz consigo uma [[incerteza]] inerente, e esta também ''deve'' constar no [[relatório]] associado. Na figura, [[gráfico]] relacionado à [[física do estado sólido]] apresentando os resultados experimentais pertinentes em forma adequada: repare as barras de incerteza vertical acompanhando o "valor medido" em cada ponto. A incerteza horizontal confunde-se em princípio com a largura do ponto. Apresenta-se também uma modelagem matemático-analítica dos resultados.]]
Frente à classificação aqui proposta é importante ressaltar que não existe medida experimental absolutamente precisa. Toda medida envolve no mínimo considerações a respeito da precisão e qualidade dos aparelhos usados para executá-la — não sendo certamente este o único fator a contribuir para a incerteza final da medida —. Ressaltando-se que "incerteza" não é o mesmo que "erro" quando empregado no sentido de realizar-se o experimento de forma incorreta, ou seja, executarem-se passos que comprometam a validade dos resultados durante o experimento, incerteza é algo inerente ao processo de medida, associada não só ao processo de leitura da escala no instrumento em si como também a perturbações aleatórias ou sistemáticas no sistema durante este processo; perturbações estas certamente controláveis e geralmente mantidas em níveis satisfatórios — sendo esta a razão da existência dos laboratórios —, contudo raramente elimináveis — e, em verdade, segundo proposto no [[princípio da incerteza]] de [[Heisenberg]], algo intrínseco à [[natureza]] —.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

Toda medida experimental deve ser acompanhada de sua incerteza, havendo áreas da matemática e da própria ciência especializadas no assunto de como se expressar e se tratar as medidas e as associadas incertezas de forma que, mesmo com as últimas presentes, informações seguras possam ser alcançadas a partir das medidas. A noções de [[algarismo significativo|algarismos significativos]] e [[notação científica]] - incluindo-se a faixa de incerteza, e de barras de incertezas em expressões gráficas de medidas - são geralmente ensinadas nos cursos de [[física]] do ensino médio logo nas primeiras séries. Em cursos superiores estudam-se também, ainda nos primeiros semestres, os principais tópicos ligados à [[teoria da medida]]. Nestes termos, quando diz-se que os modelos matemáticos atrelados às ciências exatas fornecem descrições e previsões "exatas" a respeito do sistema em consideração está-se em verdade a dizer que os resultados através deles obtidos estão dentro do limite — e geralmente, por idealização dos modelos, no centro — das faixas de incertezas experimentalmente obtidas.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

É importante perceber que ''não'' é o nível de acuracidade — a exatidão ou ausência de incerteza — nas previsões feitas a partir da teoria que definem se uma teoria é científica ou não; mesmo porque ''não'' existe teoria ''absolutamente'' precisa em ciência visto que ''não'' há medida experimental absolutamente precisa. O que define se uma teoria é científica ou não é a obediência rigorosa ou não da metodologia empregada tanto na obtenção dos fatos quanto na formulação das ideias e na obtenção das conclusões e previsões derivadas à metodologia científica.<ref group = "Nota" name = "IncertezaXCiência">A incerteza experimental não é em princípio um empecilho à se caracterizar uma teoria como científica, mas a forma como as incertezas experimentais são tratadas dentro da "teoria" e a obediência lógica ou não das hipóteses às incertezas experimentais pertinentes certamente o são.</ref>

É comum confundirem-se as ideias de ciências naturais e exatas, e ciências sociais e inexatas. Esta associação, embora geralmente "aceitável" visto serem as ciências sociais geralmente ciências inexatas e as ciências empíricas geralmente ciências exatas, não se mostra contudo rigorosa, e dentro das ciências naturais há exemplos marcantes que o demonstram. A [[Evolução|teoria da evolução biológica]] é um belo exemplo de teoria científica que, mesmo obedecendo rigorosamente todos os passos do método científico, mesmo contando com incontáveis fatos científicos que a corroborem — nenhum que a contradiga — e com ideias sólidas que os explicam e que permitem fazer considerações matemáticas e probabilísticas precisas acerca da distribuição de genes em uma população, da hereditariedade etc., não fornece um modelo matemático com o qual se possa prever quais espécies existirão ou serão extintas ao longo do tempo, ou seja, como se dará em detalhes a especiação ao longo do tempo, mesmo porque não lhe é factível conhecer todas as variáveis que mostrar-se-ão importantes ao modelo (como catástrofes naturais, ocorrência de mutações, etc.). Neste ponto ela não ultrapassa a posição de demostrar-nos claramente que a evolução acontece continuamente, e de descrever o que se conhece sobre as espécies no presente e no passado, permanecendo o futuro, entretanto, em aberto. Mesmo classificada como ciência exata, considerações similares e pertinentes cabem certamente também à [[mecânica quântica]]: mesmo esta contando com modelos matemáticos muito elaborados e sofisticados, em vista de um de seus postulados - o da redução da função de onda no ato da medida - o futuro dos sistemas descritos geralmente permanece, também, em aberto.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

Em vista do exposto e de que geralmente exemplos de ambas as teorias podem ser encontradas dentro de uma dada ciência — ou, sendo mais específico, dentro de uma dada cadeira científica — talvez fosse mais pertinente usarem-se as expressões "teorias exatas" e "teorias inexatas" ao invés de "ciências exatas" e "ciências inexatas". Contudo as nomenclaturas-padrão atrelam-se às duas últimas expressões.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

Uma teoria ou ciência exata é qualquer campo da ciência capaz de fornecer modelos matemáticos com expressões quantitativas e predições precisas a respeito dos sistemas tratados — este necessariamente compatíveis com tal descrição, sendo geralmente condizentes com a execução de experimentos reprodutíveis envolvendo [[Medição|medições]] e [[Predição|predições]] quantificáveis, e não obstante — à parte interferências ou perturbações externas — com o determinismo estrito. A coerência entre os resultados matemáticos e experimentais é — dentro da incerteza experimental — precisa. Nestes termos, [[Matemática]], [[Física]], [[Química]] e [[Computação]], assim como partes da [[Biologia]], da [[Psicologia]] e da [[Economia]], podem ser consideradas como ciências exatas.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

=== Ciências duras e moles ===
{{Artigos principais|[[Ciências duras]] e [[ciências moles]]}}

As áreas ou cadeiras de estudo científicos podem ser distinguidas em ''[[ciências duras]]'' e ''[[ciências moles]]'', e esses termos às vezes são considerados sinônimos dos termos ciência natural e social, respectivamente.

Os proponentes dessa divisão argumentam que as "ciências moles" não usam o [[método científico]], admitem [[evidências anedotais]] ou não são matemáticas, ainda somando-se a todas uma "falta de [[rigor]]" em seus métodos.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

Os oponentes dessa divisão das ciências respondem que as "ciências sociais" geralmente fazem sistemáticos estudos estatísticos em ambientes estritamente controlados, ou que essas condições não são aderidas nem sequer pelas ciências naturais, a citar-se que a [[Biologia Comportamental]] depende do [[trabalho de campo]] em ambientes não controlados, e que a [[Astronomia]] não pode realizar experimentos, apenas observar condições limitadas. Os oponentes dessa divisão também enfatizam que cada uma das atuais "ciências duras" sofreram uma similar "falta de rigor" em seus primórdios.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

O fato é que para uma teoria classificar-se como científica a mesma têm de obedecer a todos os rigores do método científico sem contudo transcendê-lo. Ao tomarem-se para comparação as "ciências sociais" e as "ciências empíricas", há certamente um número muito maior de teorias à beira do "abismo" que separa as teorias científicas das não científicas no primeiro caso. O leitor deve sempre verificar por si mesmo, ao lidar com as teorias encontradas nas ciências sociais, se estas realmente são ''teorias científicas'', ou não.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

=== Ciências nomotéticas e ideográficas ===
{{Artigos principais|[[Ciências nomotéticas]] e [[ciências ideográficas]]}}
[[Imagem:Wilhelm Windelband.jpg|thumb|direita|200px|[[Wilhelm Windelband]], primeiro a esboçar a distinção entre ciência monotética e idiográfica.]]

Uma outra classificação das ciências se apoia nos métodos empregados. O primeiro esboço desta distinção é atribuído ao [[filósofo]] [[Alemanha|alemão]] do [[século XIX]] [[Wilhelm Windelband]]. Uma primeira distinção desta ordem pode ser feita entre as ''ciências nomotéticas'' e as ''ciências ideográficas.''{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


O empirismo contrasta com o [[racionalismo]], a posição originalmente associada a [[René Descartes|Descartes]], que sustenta que o conhecimento é criado pelo intelecto humano e não pela observação.<ref name="Godfrey-Smith2003b">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/theoryrealityint00godf|título=Theory and Reality: An Introduction to the Philosophy of Science|ultimo=Godfrey-Smith|primeiro=Peter|editora=University of Chicago|ano=2003b|localização=Chicago|páginas=[https://archive.org/details/theoryrealityint00godf/page/n33 19]–38|capitulo=Logic plus empiricism|isbn=978-0-226-30062-7}}</ref> O [[racionalismo crítico]] é uma abordagem contrastante da ciência do século XX, definida pela primeira vez pelo filósofo austro-britânico [[Karl Popper]], que rejeitava a forma como o empirismo descreve a conexão entre teoria e observação. Ele afirmava que as teorias não são geradas pela observação, mas que a observação é feita à luz das teorias.<ref name="Godfrey-Smith2003d">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/theoryrealityint00godf|título=Theory and Reality: An Introduction to the Philosophy of Science|ultimo=Godfrey-Smith|primeiro=Peter|editora=University of Chicago|ano=2003d|localização=Chicago|páginas=[https://archive.org/details/theoryrealityint00godf/page/n71 57]–74|capitulo=Popper: Conjecture and refutation|isbn=978-0-226-30062-7}}</ref> Popper propôs substituir a verificabilidade pela [[Falseabilidade|falsificabilidade]] como marco das teorias científicas, substituindo a indução pela [[Racionalismo crítico|falsificação]] como método empírico.<ref name="Godfrey-Smith2003d" /> Ele afirmou ainda que, na verdade, existe apenas um método científico universal: o método negativo de crítica, [[tentativa e erro]],<ref name="Godfrey-Smith2003g">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/theoryrealityint00godf|título=Theory and Reality: An Introduction to the Philosophy of Science|ultimo=Godfrey-Smith|primeiro=Peter|editora=University of Chicago|ano=2003g|localização=Chicago|páginas=[https://archive.org/details/theoryrealityint00godf/page/n116 102]–121|capitulo=Lakatos, Laudan, Feyerabend, and frameworks|isbn=978-0-226-30062-7}}</ref> abrangendo todos os produtos da [[mente humana]], incluindo ciência, matemática, filosofia e arte.<ref>{{Citar livro|título=Objective Knowledge|ultimo=Popper|primeiro=Karl|ano=1972}}</ref>
As [[ciências nomotéticas]] são baseadas no [[coletivismo metodológico]], e se preocupam em estabelecer leis gerais para fenômenos suscetíveis de serem reproduzidos, com o objetivo final de se conhecer o universo. Fazem parte destas ciências a [[Física]] e a [[Biologia]], e também algumas [[ciências sociais]] como a [[Economia]], a [[Psicologia]] ou mesmo a [[Sociologia]].{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


Outra abordagem, o [[instrumentalismo]], enfatiza a utilidade das teorias como instrumentos para explicar e prever fenômenos. Ele vê as teorias científicas como caixas pretas, sendo relevantes apenas suas entradas (condições iniciais) e resultados (previsões). Por esta perspectiva, as consequências, as entidades teóricas e a estrutura lógica são consideradas algo que deve ser ignorado.<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/rationalityofsci0000newt|título=The Rationality of Science|ultimo=Newton-Smith, W.H.|editora=Routledge|ano=1994|localização=London|isbn=978-0-7100-0913-5}}</ref> Perto do instrumentalismo está o empirismo construtivo, segundo o qual o principal critério para o sucesso de uma teoria científica é se o que ela diz sobre entidades observáveis é verdadeiro ou não.<ref>{{Citar tese|sobrenome=Votsis|nome=I.|ano=2004|titulo=The Epistemological Status of Scientific Theories: An Investigation of the Structural Realist Account|tipo=PhD Thesis|pagina=39}}</ref>
As [[ciências ideográficas]] são baseadas no [[individualismo metodológico]], e se preocupam em estudar o singular, o único, as coisas que não são recorrentes. Quer seja um facto ou uma série de fatos, a vida ou a natureza de um ser humano, ou de um povo, a natureza e o desenvolvimento de uma língua, de uma religião, de uma ordem jurídica ou de uma qualquer produção literária, artística ou científica. O exemplo da [[História]] mostra que não é absurdo considerar que o singular possa constituir-se em um objeto para abordagem científica.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


[[Thomas Kuhn]] argumentou que o processo de observação e avaliação ocorre dentro de um paradigma, um “retrato” [[Consistência|logicamente consistente]] do mundo que é consistente com as observações feitas a partir do seu enquadramento. Ele caracterizou ''a ciência normal'' como o processo de observação e "resolução de quebra-cabeças" que ocorre dentro de um paradigma, enquanto ''a ciência revolucionária'' ocorre quando há uma [[mudança de paradigma]].<ref>{{Citar periódico |url=http://plato.stanford.edu/archives/fall2013/entries/thomas-kuhn/ |título=Thomas Kuhn |acessodata=26 de outubro de 2015 |periódico=Stanford Encyclopedia of Philosophy |ultimo=Bird |primeiro=Alexander |ano=2013 |editor-sobrenome=Edward N. |editor-nome=Zalta |arquivourl=https://web.archive.org/web/20200715191833/https://plato.stanford.edu/archives/fall2013/entries/thomas-kuhn/ |arquivodata=15 de julho de 2020}}</ref> Cada paradigma tem suas próprias questões, objetivos e interpretações distintas. A escolha entre paradigmas envolve colocar dois ou mais “retratos” contra o mundo e decidir qual semelhança é mais promissora. Uma mudança de paradigma ocorre quando um número significativo de anomalias observacionais surge no antigo paradigma e um novo paradigma dá sentido a elas. Ou seja, a escolha de um novo paradigma baseia-se em observações, mesmo que essas observações sejam feitas no contexto do antigo paradigma. Para Kuhn, a aceitação ou rejeição de um paradigma é tanto um processo social quanto um processo lógico. A posição de Kuhn, entretanto, não é [[Relativismo|relativista]].<ref name="KuhnP206">{{Citar livro|url=https://philpapers.org/rec/KUHTSO-2|título=The Structure of Scientific Revolutions|ultimo=Kuhn|primeiro=Thomas S.|editora=[[University of Chicago Press]]|ano=1970|isbn=978-0-226-45804-5|acessodata=30 de maio de 2022|arquivourl=https://web.archive.org/web/20211019102817/https://philpapers.org/rec/KUHTSO-2|arquivodata=19 de outubro de 2021|edição=2nd}}</ref>
=== Campos interdisciplinares ===
{{Artigo principal|[[Interdisciplinaridade]]}}
O termo "ciência" é às vezes usado de forma não usual — ou seja, em sentido lato — junto a áreas de estudo que guardam [[interdisciplinaridade]] com áreas verdadeiramente científicas e que por tal também fazem uso dos métodos científicos — ao menos em parte — ou ainda junto a quaisquer estudos que aspirem ser explorações cuidadosas e sistemáticas dos objetos com os quais lidam. Incluem-se como exemplos a [[ciência da computação]], a [[ciência da informação]] e a [[ciência ambiental]]. Tais áreas acabam até mesmo por serem inclusas nas classificações acima mencionadas.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


Finalmente, outra abordagem frequentemente citada em debates de [[ceticismo científico]] contra movimentos controversos como a “[[Criacionismo científico|ciência criacionista]]” é o [[Naturalismo (filosofia)|naturalismo metodológico]], que sustenta o natural e o sobrenatural devem ser diferenciados e a ciência deve ser restrita às explicações naturais.<ref name="Godfrey-Smith2003">{{Citar livro|url=https://archive.org/details/theoryrealityint00godf|título=Theory and Reality: An Introduction to the Philosophy of Science|ultimo=Godfrey-Smith|primeiro=Peter|editora=University of Chicago|ano=2003|localização=Chicago|páginas=[https://archive.org/details/theoryrealityint00godf/page/n163 149]–162|capitulo=Naturalistic philosophy in theory and practice|isbn=978-0-226-30062-7}}</ref> O naturalismo metodológico sustenta que a ciência exige adesão estrita ao estudo [[Evidência empírica|empírico]] e à verificação independente.<ref>{{Citar periódico |título=Casebeer, William D. Natural Ethical Facts: Evolution, Connectionism, and Moral Cognition |periódico=The Review of Metaphysics |número=2 |ultimo=Brugger, E. Christian |ano=2004 |volume=58}}</ref>
É importante contudo ressaltar que a definição de ciência em acepção estrita permanece inviolada, e ao se lidar com tais ciências, devem-se tomar os devidos cuidados.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


== Comunidade científica ==
== Comunidade científica ==
A [[comunidade científica]] é uma rede de cientistas que interagem entre si e conduzem [[pesquisas científicas]] que são [[Revisão por pares|revisadas por seus pares]]. Ela consiste em grupos menores que trabalham em áreas científicas. Ao ter revisão por pares, por meio do debate em periódicos e conferências, os cientistas mantêm a qualidade da metodologia de pesquisa e a objetividade na interpretação dos resultados de suas pesquisas.<ref name="SCMet">{{Citar periódico |url=http://dspace.mit.edu/bitstream/handle/1721.1/5693/AIM-641.pdf?sequence=2 |título=The Scientific Community Metaphor |acessodata=26 de maio de 2022 |periódico=IEEE Transactions on Systems, Man, and Cybernetics |número=1 |ultimo=Kornfeld |primeiro=W |ultimo2=Hewitt |primeiro2=CE |ano=1981 |paginas=24–33 |doi=10.1109/TSMC.1981.4308575 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20160408100757/http://dspace.mit.edu/bitstream/handle/1721.1/5693/AIM-641.pdf?sequence=2 |arquivodata=8 de abril de 2016 |volume=11 |hdl-access=free}}</ref>
[[Imagem:Royal_Society_20040420.jpg|thumb|250px|esquerda| Fachada da [[Royal Society]], em [[Londres]], Inglaterra.]]
A comunidade científica consiste no corpo de cientistas, suas relações e interações, e nos meios necessários à manutenção destas. Ela é normalmente dividida em "sub-comunidades", cada uma trabalhando em um campo particular dentro da ciência. Contudo, assim como a ciência é única, também o é a comunidade científica.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


=== Instituições ===
=== Cientistas ===
{{AP|Cientista}}
As [[sociedades científicas]] para a comunicação e para a promoção de ideias e experimentos científicos existem desde o período da Renascença.<ref group = "Ref." name = "Chronicle for Societies" /> A mais antiga instituição que ainda existe atualmente é a ''[[Accademia dei Lincei]]'' na [[Itália]].<ref group = "Ref." name = "BenvenutoNelSitio" /> As [[Academia de ciência|academias de ciência]] nacionais são instituições especiais — geralmente atreladas e apoiadas pelos governos — que existem em vários países; as primeiras de que se tem notícia são a ''[[Royal Society]]'', [[Inglaterra|inglesa]], fundada em 1660<ref group = "Ref." name = "BriefHistoryOfSociety" /> e a ''[[Académie des Sciences]]'', [[França|francesa]], esta fundada em 1666.<ref group = "Ref." name = "AReassessment" />
[[Ficheiro:Marie_Curie_c1920.jpg|alt=Portrait of a middle-aged woman|miniaturadaimagem| [[Marie Curie]] foi a primeira pessoa a receber dois Prêmios Nobel: o de [[Nobel de Física|Física]] em 1903 e o de [[Prêmio Nobel de Química|Química]] em 1911<ref name="psb113"/>]]
[[Cientistas]] são indivíduos que conduzem pesquisas científicas para aprimorar o conhecimento em um determinado campo de estudo.<ref name="eowilsonfoundation">{{Citar web|url=https://eowilsonfoundation.org/wp-content/uploads/2014/11/the-big-read-eusocial-climbers.pdf|titulo=Eusocial climbers|acessodata=3 de setembro de 2018|publicado=E.O. Wilson Foundation|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190427085753/https://eowilsonfoundation.org/wp-content/uploads/2014/11/the-big-read-eusocial-climbers.pdf|arquivodata=27 de abril de 2019|urlmorta=live}}</ref><ref name="researchcouncil">{{Citar web|url=https://sciencecouncil.org/about-science/our-definition-of-a-scientist/|titulo=Our definition of a scientist|acessodata=7 de setembro de 2018|publicado=Science Council|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190823135636/https://sciencecouncil.org/about-science/our-definition-of-a-scientist/|arquivodata=23 de agosto de 2019|urlmorta=live}}</ref> Nos tempos modernos, muitos cientistas profissionais são treinados em ambiente acadêmico e, após a conclusão, obtêm um [[Grau académico|diploma acadêmico]] ou [[Grau terminal|diplomas avançados]], como [[Doutor em Filosofia]] ou PhD.<ref name="Cyranoski2011">{{Citar periódico |título=Education: The PhD factory |periódico=Nature |número=7343 |ultimo=Cyranoski |primeiro=David |ultimo2=Gilbert |primeiro2=Natasha |ano=2011 |paginas=276–79 |bibcode=2011Natur.472..276C |doi=10.1038/472276a |pmid=21512548 |ultimo3=Ledford |primeiro3=Heidi |ultimo4=Nayar |primeiro4=Anjali |autorlink4=Anjali Nayar |ultimo5=Yahia |primeiro5=Mohammed |volume=472 |doi-access=free}}</ref> Muitos cientistas seguem carreiras em vários [[Setor económico|setores da economia,]] como [[academia]], [[Setor privado|indústria]], [[governo]] e [[organizações sem fins lucrativos]].<ref name="Kwok2017">{{Citar periódico |título=Flexible working: Science in the gig economy |periódico=Nature |ultimo=Kwok |primeiro=Roberta |ano=2017 |paginas=419–21 |doi=10.1038/nj7677-549a |volume=550 |doi-access=free}}</ref><ref name="Editorial2017a">{{Citar periódico |título=Many junior scientists need to take a hard look at their job prospects |periódico=Nature |ultimo=Woolston |primeiro=Chris |ano=2007 |editor-sobrenome=Editorial |paginas=549–552 |doi=10.1038/nj7677-549a |volume=550 |doi-access=free}}</ref><ref name="Woolston2017">{{Citar periódico |título=Graduate survey: A love–hurt relationship |periódico=Nature |número=7677 |ultimo=Lee |primeiro=Adrian |ultimo2=Dennis |primeiro2=Carina |ano=2007 |paginas=549–52 |doi=10.1038/nj7677-549a |ultimo3=Campbell |primeiro3=Phillip |volume=550 |doi-access=free}}</ref>


A ciência tem sido historicamente um campo dominado pelos homens, com exceções notáveis. As [[mulheres na ciência]] enfrentaram uma discriminação considerável, tal como aconteceu em outras áreas de sociedades dominadas pelos homens. Por exemplo, as mulheres eram frequentemente preteridas em oportunidades de emprego e lhes era negado crédito pelo seu trabalho.<ref name="Whaley">{{Citar livro|título=Women's History as Scientists|ultimo=Whaley|primeiro=Leigh Ann|editora=ABC-CLIO, INC.|ano=2003|localização=Santa Barbara, California}}</ref> As realizações das mulheres nas ciências foram atribuídas ao desafio do seu papel tradicional como trabalhadoras na [[Esfera privada|esfera doméstica]].<ref>{{Citar livro|título=Im/partial Science: Gender Identity in Molecular Biology|ultimo=Spanier|primeiro=Bonnie|editora=Indiana University Press|ano=1995|capitulo=From Molecules to Brains, Normal Science Supports Sexist Beliefs about Difference|isbn=978-0-253-20968-9}}</ref>
Outras organizações nacionais incluem a ''[[CONICET|National Scientific and Technical Research Council]]'' na[[Argentina]], [[CSIRO]] na [[Austrália]], ''[[Centre national de la recherche scientifique]]'' na [[França]], ''[[Deutsche Forschungsgemeinschaft]]'' na [[Alemanha]], [[CSIC]] na [[Espanha]] e [[Academia de Ciências da Rússia]].{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


=== Sociedades eruditas ===
Organizações científicas internacionais, como ''[[International Council for Science]]'', tem sido formadas para promover a cooperação entre as comunidades científicas de diferentes países. Recentemente, agências governamentais influentes tem sido criadas para dar suporte à pesquisa científica, incluindo a ''[[National Science Foundation]]'' nos [[Estados Unidos]].{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
{{AP|Sociedade científica}}
[[Ficheiro:200_y_Anniversary_of_Berlin_Academy_1900.jpg|miniaturadaimagem|Foto de cientistas no 200º aniversário da [[Academia de Ciências da Prússia|Academia Prussiana de Ciências]], 1900]]


[[Sociedade científica|Sociedades científicas]] para a comunicação e promoção do pensamento e da experimentaçãoc ientífico sexistem desde o [[Renascimento]].<ref>{{Citar web|ultimo=Parrott|primeiro=Jim|url=http://www.scholarly-societies.org/1599andearlier.html|titulo=Chronicle for Societies Founded from 1323 to 1599|data=9 de agosto de 2007|acessodata=11 de setembro de 2007|publicado=Scholarly Societies Project|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140106185404/http://www.scholarly-societies.org/1599andearlier.html|arquivodata=6 de janeiro de 2014|urlmorta=live}}</ref> Muitos cientistas pertencem a uma sociedade científica que promove a sua respectiva disciplina, [[profissão]] ou grupo de disciplinas científicas relacionadas.<ref>{{Citar web|url=http://www.esac.ca/about/what-is-a-learned-society/|titulo=The Environmental Studies Association of Canada – What is a Learned Society?|acessodata=10 de maio de 2013|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130529163615/http://www.esac.ca/about/what-is-a-learned-society/|arquivodata=29 de maio de 2013|urlmorta=dead}}</ref> A adesão pode ser aberta a todos, exigir a posse de credenciais científicas ou conferida por meio de uma eleição.<ref name="auto">{{Citar web|url=http://www.britishcouncil.org/science-uk-organisations-learned-societies.htm|titulo=Learned societies & academies|acessodata=10 de maio de 2013|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140603140851/http://www.britishcouncil.org/science-uk-organisations-learned-societies.htm|arquivodata=3 de junho de 2014|urlmorta=dead}}</ref> A maioria das sociedades científicas são organizações sem fins lucrativos.<ref>{{Citar web|url=https://blogs.lse.ac.uk/impactofsocialsciences/2019/06/24/learned-societies-the-key-to-realising-an-open-access-future/|titulo=Learned Societies, the key to realising an open access future?|data=2019-06-24|acessodata=2023-01-22|website=Impact of Social Sciences|publicado=London School of Economics}}</ref>
=== Literatura ===
{{Artigos principais|[[Literatura científica]], [[Divulgação científica]]}}
{{Anexo|Lista de publicações em ciência}}
[[Imagem:The Feynman Lectures on Physics.jpg|thumb|250px|direita|Os livros científicos podem destinar-se tanto ao pessoal leigo quanto ao especializado, sendo recorrentes na formação de pessoal qualificado. Na figura, "[[The Feynman Lectures on Physics]]" - uma coleção de livros que todo físico ou interessado por física conhece.]]
São publicadas [[Literatura científica|literaturas científicas]] de vários tipos.<ref group = "Ref." name ="ProliferationScienceLiterature" /> As [[Revista científica|revistas científicas]] comunicam e documentam os resultados de pesquisas feitas em universidades e nas várias instituições de pesquisa, servindo como um arquivo de registro da ciência. A primeira revista científica, ''[[Journal des Sçavans]]'', a qual seguiu-se a ''[[Philosophical Transactions of the Royal Society|Philosophical Transactions]]'', teve sua primeira edição publicada em 1665. Desde essa época o número total de periódicos ativos tem aumentado constantemente. Em 1981, uma estimativa do número de revistas científicas e técnicas sendo publicadas resultou em {{Fmtn|11500}} periódicos distintos.<ref group = "Ref." name = "ScientificTechnicalResources" /> Atualmente o [[Pubmed]] lista quase {{Fmtn|4000}} periódicos apenas sobre as ciências médicas.<ref group = "Ref." name = "JEntrez" />


O processo de profissionalização da ciência, que foi iniciado no século XIX, foi parcialmente possibilitado pela criação de distintas academias de ciências nacionais, como a italiana {{Lang|it|[[Accademia dei Lincei]]}} em 1603;<ref>{{Citar web|url=http://positivamente.lincei.it/|titulo=Accademia Nazionale dei Lincei|acessodata=11 de setembro de 2007|ano=2006|lingua=it|arquivourl=https://web.archive.org/web/20100228005402/http://positivamente.lincei.it/|arquivodata=28 de fevereiro de 2010|urlmorta=live}}</ref> a britânica [[Royal Society|Sociedade Real]] em 1660;<ref name="pw">{{Citar web|url=http://royalsociety.org/News.aspx?id=973&terms=prince+of+wales|titulo=Prince of Wales opens Royal Society's refurbished building|data=7 de julho de 2004|acessodata=7 de dezembro de 2009|publicado=The Royal Society|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150409010143/https://royalsociety.org/News.aspx?id=973&terms=prince+of+wales|arquivodata=9 de abril de 2015|urlmorta=live}}</ref> a francesa [[Académie des sciences|Academia de Ciências]] em 1666;<ref>{{Citar web|ultimo=Meynell|primeiro=G.G.|url=http://www.haven.u-net.com/6text_7B2.htm#Appendix%202|titulo=The French Academy of Sciences, 1666–91: A reassessment of the French Académie royale des sciences under Colbert (1666–83) and Louvois (1683–91)|acessodata=13 de outubro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120118174108/http://www.haven.u-net.com/6text_7B2.htm#Appendix%202|arquivodata=18 de janeiro de 2012|urlmorta=dead}}</ref> a estadunidense [[Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos|Academia Nacional de Ciências]] em 1863;<ref>{{Citar web|ultimo=ITS|url=http://www7.nationalacademies.org/archives/nasfounding.html|titulo=Founding of the National Academy of Sciences|acessodata=12 de março de 2012|publicado=.nationalacademies.org|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130203154802/http://www7.nationalacademies.org/archives/nasfounding.html|arquivodata=3 de fevereiro de 2013|urlmorta=live}}</ref> a alemã [[Sociedade Kaiser Wilhelm]] em 1911;<ref>{{Citar web|url=https://www.mpg.de/946619/5_event2-1911|titulo=The founding of the Kaiser Wilhelm Society (1911)|acessodata=30 de maio de 2022|publicado=Max-Planck-Gesellschaft|lingua=en|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220302052520/https://www.mpg.de/946619/5_event2-1911|arquivodata=2 de março de 2022|urlmorta=live}}</ref> e a chinesa [[Academia Chinesa de Ciências|Academia de Ciências]] em 1949.<ref>{{Citar web|url=https://english.cas.cn/about_us/introduction/201501/t20150114_135284.shtml|titulo=Introduction|acessodata=31 de maio de 2022|website=Chinese Academy of Sciences|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220331215338/https://english.cas.cn/about_us/introduction/201501/t20150114_135284.shtml|arquivodata=31 de março de 2022|urlmorta=live}}</ref> Organizações científicas internacionais, como o [[Conselho Científico Internacional|Conselho Internacional de Ciência]], dedicam-se à [[Multilateralismo|cooperação internacional]] para o avanço da ciência.<ref>{{Citar web|url=https://en.unesco.org/news/two-main-science-councils-merge-address-complex-global-challenges|titulo=Two main Science Councils merge to address complex global challenges|data=5 de julho de 2018|acessodata=21 de outubro de 2018|publicado=UNESCO|lingua=en|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210712044005/https://en.unesco.org/news/two-main-science-councils-merge-address-complex-global-challenges|arquivodata=12 de julho de 2021|urlmorta=live}}</ref>
A maioria das revistas científicas cobre um único campo científico e publica as pesquisas dentro desse campo, mostrando-se geralmente de interesse apenas ao pessoal pertinente à área dada a especificidade da linguagem e profundidade do conteúdo. Contudo a ciência tem se tornado tão penetrante na sociedade moderna que normalmente é considerado necessário comunicar os feitos, notícias e ambições dos cientistas para um número maior de pessoas e não apenas aos especialistas. As [[revista]]s como a [[NewScientist]], [[Science & Vie]] e [[Scientific American]] são dirigidas ao público leigo; são feitas para um grupo maior de leitores e proveem um sumário não-técnico de áreas populares de pesquisa, incluindo descobertas e avanços notáveis em certos campos de pesquisa como [[física]], [[biologia]], [[química]], [[geologia]], [[astronomia]], e diversos outros.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


=== Prêmios ===
Os [[Livro científico|livros científicos]] figuram como um divisor de águas no que se refere ao público alvo, estando presentes de forma rotineira não apenas nas academias de ciências — ao serem usados como material de apoio nas etapas de formação de pessoal —, como também em bibliotecas ou acervos pessoais de um grande número de cidadãos interessados por ciências, sendo acessíveis em princípio ao público leigo bem como aos profissionais da área. Os livros educacionais destinados ao ensino médio relativos às disciplinas científicas são exemplos de livros científicos, assim o sendo também livros destinados aos cursos mais avançados em áreas afins. Contudo, qualquer que seja o público alvo, um livro científico mantém-se sempre fiel aos pressupostos da ciência buscando divulgar de forma correta as teorias que encerram bem como as relações entre estas.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
Os prêmios científicos geralmente são concedidos a indivíduos ou organizações que fizeram contribuições significativas para uma determinada disciplina. Muitas vezes são concedidos por instituições de prestígio, por isto é considerado uma grande honra para um cientista recebê-los. Desde o início do período do [[Renascimento]], os cientistas são frequentemente premiados com medalhas, dinheiro e títulos especiais. O [[Prêmio Nobel]], um prêmio de prestígio amplamente reconhecido internacionalmente, é concedido anualmente àqueles que alcançaram avanços científicos em áreas como [[medicina]], [[física]] e [[química]].<ref name="Stockton2014">{{Citar jornal|ultimo=Stockton|primeiro=Nick|url=https://www.wired.com/2014/10/whats-nobel-prize-become-biggest-award-planet|titulo=How did the Nobel Prize become the biggest award on Earth?|data=7 de outubro de 2014|acessodata=3 de setembro de 2018|website=Wired|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190619044702/https://www.wired.com/2014/10/whats-nobel-prize-become-biggest-award-planet/|arquivodata=19 de junho de 2019|urlmorta=live}}</ref>


== Sociedade ==
Esforços recentes para intensificar ou desenvolver ligações entre disciplinas científicas e não-científicas como a [[Literatura]] ou, mais especificamente, a [[Poesia]], incluem a pesquisa ''Ciência da Escrita Criativa'' desenvolvida pelo [[Royal Literary Fund]].<ref group="Ref." name="CreativeWriting" />


== Ciência e sociedade ==
=== Financiamento e políticas ===
[[Ficheiro:NASA-Budget-Federal.svg|alt=see caption|miniaturadaimagem|300x300px| [[Orçamento da NASA]] como percentagem do orçamento federal do governo dos [[Estados Unidos]], atingindo um máximo de 4,4% em 1966 e diminuindo lentamente desde então.]]
{{Principal|Ciências sociais}}
A pesquisa científica é frequentemente financiada por meio de um processo competitivo em que potenciais projetossão avaliados e apenas os mais promissores recebem financiamento. Tais processos, que são geridos pelo governo, por empresas ou por fundações, alocam fundos escassos. O financiamento total da pesquisa na maioria dos [[países desenvolvidos]], por exemplo, situa-se entre 1,5% e 3% do [[PIB]].<ref name="OECD2008">{{Citar web|url=http://www.oecd.org/dataoecd/49/45/24236156.pdf|titulo=Main Science and Technology Indicators&nbsp;– 2008-1|publicado=[[OECD]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20100215172528/http://www.oecd.org/dataoecd/49/45/24236156.pdf|arquivodata=15 de fevereiro de 2010|urlmorta=dead}}</ref> Entre os países-membros da [[Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico]] (OCDE), cerca de dois terços da [[pesquisa e desenvolvimento]] nos domínios científico e técnico são realizados pela indústria e 20% e 10%, respetivamente, pelas universidades e pelo governo. A proporção de financiamento governamental em determinados domínios é mais elevada e domina a investigação nas ciências sociais e nas [[humanidades]]. Nas nações menos desenvolvidas, o governo fornece a maior parte dos fundos para a pesquisa científica básica.<ref name="oecd">{{Citar livro|url=http://www.oecd-ilibrary.org/science-and-technology/oecd-science-technology-and-industry-scoreboard-2015_sti_scoreboard-2015-en|título=OECD Science, Technology and Industry Scoreboard 2015: Innovation for growth and society|editora=OECD|ano=2015|doi=10.1787/sti_scoreboard-2015-en|isbn=978-9264239784|acessodata=28 de maio de 2022|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220525063455/https://www.oecd-ilibrary.org/science-and-technology/oecd-science-technology-and-industry-scoreboard-2015_sti_scoreboard-2015-en|arquivodata=25 de maio de 2022|via=oecd-ilibrary.org}}</ref>


Muitos governos dedicaram agências para apoiar a pesquisa científica, como a [[Fundação Nacional da Ciência]] nos Estados Unidos,<ref name="j2">{{Citar periódico |título=The National Science Foundation and the Debate over Postwar Research Policy, 1942-1945 |periódico=Isis |número=241 |ultimo=Kevles |primeiro=Daniel |ano=1977 |paginas=4–26 |doi=10.1086/351711 |pmid=320157 |volume=68}}</ref> o [[Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (Argentina)|Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Técnica]] na Argentina,<ref>{{Citar web|url=https://council.science/member/argentina-national-scientific-and-technological-research-council-conicet/|titulo=Argentina, National Scientific and Technological Research Council (CONICET)|acessodata=31 de maio de 2022|website=International Science Council|lingua=en-US|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220516220311/https://council.science/member/argentina-national-scientific-and-technological-research-council-conicet/|arquivodata=16 de maio de 2022|urlmorta=live}}</ref> [[Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation|Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Commonwealth]] na Austrália,<ref>{{Citar jornal|ultimo=Innis|primeiro=Michelle|url=https://www.nytimes.com/2016/05/18/world/australia/australia-to-lay-off-leading-scientist-on-sea-levels.html|titulo=Australia to Lay Off Leading Scientist on Sea Levels|data=17 de maio de 2016|acessodata=31 de maio de 2022|website=[[The New York Times]]|lingua=en-US|issn=0362-4331|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210507080237/https://www.nytimes.com/2016/05/18/world/australia/australia-to-lay-off-leading-scientist-on-sea-levels.html|arquivodata=7 de maio de 2021|urlmorta=live}}</ref> [[Centre national de la recherche scientifique|Centro Nacional de Pesquisa Científica]],<ref>{{Citar web|url=https://www.lefigaro.fr/flash-actu/le-cnrs-recherche-10-000-passionnes-du-blob-20211020|titulo=Le CNRS recherche 10.000 passionnés du blob|data=20 de outubro de 2021|acessodata=31 de maio de 2022|website=[[Le Figaro]]|lingua=fr|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220427225305/https://www.lefigaro.fr/flash-actu/le-cnrs-recherche-10-000-passionnes-du-blob-20211020|arquivodata=27 de abril de 2022|urlmorta=live}}</ref> a [[Sociedade Max Planck]] na Alemanha,<ref>{{Citar jornal|ultimo=Bredow|primeiro=Rafaela von|url=https://www.spiegel.de/international/germany/how-a-prestigious-scientific-organization-came-under-suspicion-of-treating-women-unequally-a-96da63b5-19af-4fde-b044-445f9cfd6159|titulo=How a Prestigious Scientific Organization Came Under Suspicion of Treating Women Unequally|data=18 de dezembro de 2021|acessodata=31 de maio de 2022|website=Der Spiegel|lingua=en|issn=2195-1349|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220529004707/https://www.spiegel.de/international/germany/how-a-prestigious-scientific-organization-came-under-suspicion-of-treating-women-unequally-a-96da63b5-19af-4fde-b044-445f9cfd6159|arquivodata=29 de maio de 2022|urlmorta=live}}</ref> [[Conselho Superior de Investigações Científicas|Conselho Nacional de Pesquisa]] na Espanha<ref>{{Citar web|url=https://www.elmundo.es/ciencia-y-salud/ciencia/2022/05/12/627cca26fdddff17068b4590.html|titulo=En espera de una "revolucionaria" noticia sobre Sagitario A*, el agujero negro supermasivo en el corazón de nuestra galaxia|data=12 de maio de 2022|acessodata=31 de maio de 2022|website=ELMUNDO|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220513185034/https://www.elmundo.es/ciencia-y-salud/ciencia/2022/05/12/627cca26fdddff17068b4590.html|arquivodata=13 de maio de 2022|urlmorta=live}}</ref> e a [[Academia Brasileira de Ciências|Academia de Ciências]] no Brasil. Na pesquisa e desenvolvimento comercial, todas as empresas, exceto as mais orientadas para pesquisa, concentram-se mais fortemente nas possibilidades de comercialização a curto prazo do que na pesquisa motivada pela curiosidade.<ref>{{Citar periódico |título=Ten Simple Rules To Commercialize Scientific Research |data=27 de setembro de 2012 |periódico=PLOS Computational Biology |número=9 |ultimo=Fletcher |primeiro=Anthony C. |ultimo2=Bourne |primeiro2=Philip E. |paginas=e1002712 |bibcode=2012PLSCB...8E2712F |doi=10.1371/journal.pcbi.1002712 |issn=1553-734X |pmc=3459878 |pmid=23028299 |volume=8 |doi-access=free}}</ref>
=== Ciência e pseudociências ===
Na definição de ciência ressalta-se explicitamente que ''não'' se admite, frente à ausência de fatos empíricos em contrário e por princípio, entidades e causas sobrenaturais, onipotentes ou semipotentes, como elementos responsáveis pelos fenômenos naturais ou sociais. Caso tais causas fossem admitidas neste caso, haveria um lapso na causalidade inerente ao método científico — e ao mundo natural —, estando as relações de causa e efeito sujeitas às "vontades imprevisíveis" das entidades e forças sobrenaturais; as hipóteses não seriam por tal testáveis ou falseáveis, não seriam úteis à descrição da natureza visto que poderiam ser violadas bastando um "desejo" da entidade certa, e por tal também não obedeceriam aos meios ou às finalidades inerentes ao método científico - espinha dorsal do que se denomina por ciência.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


A política científica preocupa-se com políticas públicas que afetam a conduta do empreendimento científico, incluindo o financiamento de pesquisas, muitas vezes na prossecução de outros objetivos políticos nacionais, como a [[inovação tecnológica]] para promover o desenvolvimento de produtos comerciais, de armas, de assistência médica e de monitorização ambiental. O objetivo da política científica é considerar como a ciência e a [[tecnologia]] podem melhor servir o público.<ref>{{Citar livro|título=Science policy up close|ultimo=Marburger|primeiro=John Harmen III|data=10 de fevereiro de 2015|editora=Harvard University Press|localização=Cambridge, Massachusetts|isbn=978-0-674-41709-0|oclc=875999943}}</ref> As políticas públicas podem afetar diretamente o financiamento de [[Ativo fixo|ativos fixos]] e infraestruturas intelectuais para a pesquisa industrial, fornecendo incentivos fiscais às organizações financiadoras.<ref name="bush1945"/>
Uma rápida inspeção na literatura ou conhecimento socialmente difundido é suficiente para encontrarem-se inúmeras "teorias" que clamam ser científicas, mas, se não invocam explicações sobrenaturais de maneira expressa, abrem todos os caminhos, delimitam as trilhas e pavimentam as rodovias para que esta conclusão se faça a única viável à assumida sua validade. Certamente a conclusão não é levada à cabo na própria "teoria" pois "distorceria" demais o método científico, ficando esta conclusão a cargo do "cientista". Como um bom exemplo de uma destas teorias tem-se o [[design inteligente]], "teoria" que clama validade como científica contudo implica a existência de um projetista onipotente para o mundo natural. Tal teoria foi desenvolvida com o objetivo de "compatibilizar" os dogmas defendidos por uma corrente religiosa intransigente à laicidade de estados soberanos — em particular à separação entre estado e religião — a fim de que esta fosse ensinada nos estabelecimentos estatais de ensino ao lado, ou de preferência em substituição, às teorias — realmente científicas — não compatíveis com seus dogmas.<ref group = "Nota" name = "IndicaArtigos" /> Tais teorias, pelas razões já amplamente enfatizadas no corpo deste artigo, ''não'' integram a ciência, e são, para fins de referência, classificadas como ''pseudociências''. A escolha da expressão é sugestiva visto que, seguindo-se a etimologia da palavra, esta explicita a tentativa destas em disfarçarem-se em ciência.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


=== Ciência ou técnica? ===
=== Educação e conscientização ===
{{AP|Educação científica}}
{{Principal|História da tecnologia|Invenção|Técnica|Tecnologia}}
[[Ficheiro:Dinosaur_exhibit_-_Houston_Museum_of_Natural_Science_-_DSC01881.JPG|miniaturadaimagem|Exposição de [[dinossauros]] no Museu de Ciências Naturais de Houston]]
A técnica ([[grego antigo]] τέχνη, ''technê'', que significa ''[[arte]], [[ofício]] "[[know-how]]"'') ''"refere-se às aplicações da ciência, do conhecimento científico ou teórico, nas realizações práticas e nas produções industriais e económicas".''<ref group = "Ref." name = "Tecnica" /> A técnica cobre assim o conjunto dos [[método]]s de [[Fabricação|fabrico]], de manutenção, de [[gestão]], [[reciclagem]], e de [[eliminação]] dos [[desperdício]]s, que utilizam métodos procedentes de conhecimentos científicos ou simplesmente métodos ditados pela prática de certos ofícios, geralmente oriundos de inovações [[Empirismo|empíricas]]. Pode-se então falar de arte, no seu sentido primeiro, ou das ''[[ciências aplicadas]]'', e a tecnologia atual associa-se então ao "estado da arte". A ciência é, por outro lado, um estudo mais abstracto, onde a busca pela compreensão não raro supera a busca por uma aplicação. A [[epistemologia]] examina designadamente as relações entre a ciência e a técnica, como a articulação entre o abstração e o "know-how". No entanto, historicamente, a [[técnica]] veio primeiro.. "O Homem foi ''homo-faber'', antes de ser ''[[homo sapiens]]''", explica o [[filósofo]] [[Bergson]]. Contrariamente à ciência, a técnica não tem por vocação interpretar o mundo, está lá para transformá-lo, a sua vocação é prática e não teórica.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
[[Imagem:Masaccio-TheExpulsionOfAdamAndEveFromEden-Restoration.jpg|thumb|direita|250px|''A Expulsão de Adão e Eva do Jardim de Eden'', antes e depois de sua [[Restauração (preservação)|restauração]]<ref group = "Nota" name = "Quadro" />]]
A técnica frequentemente é considerada como se fizesse parte integrante da [[história das ideias]] ou da [[História da ciência|história das ciências]]. No entanto, é necessário efetivamente admitir a possibilidade de uma técnica ''não-científica'', isto é, evoluindo fora de qualquer corpo científico e que resume as palavras de [[Bertrand Gille]]:{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


A [[educação científica]] para o público em geral está incorporada no currículo escolar e é complementada por conteúdo pedagógico online, museus, revistas e blogs científicos. A [[alfabetização científica]] preocupa-se principalmente com a compreensão do [[método científico]], unidades e métodos de [[medição]], [[empirismo]], uma compreensão básica das estatísticas ([[Correlação|correlações]], observações [[Pesquisa qualitativa|qualitativas]] versus [[Pesquisa quantitativa|quantitativas]], etc), bem como uma compreensão básica dos principais campos científicos, como como [[física]], [[química]], [[biologia]], [[ecologia]], [[geologia]] e [[computação]]. À medida que o aluno avança para estágios mais elevados da [[Educação|educação formal]], o currículo se torna mais aprofundado. As disciplinas tradicionais normalmente incluídas no currículo são as [[ciências naturais]] e [[Ciências formais|formais]], embora recentemente também tenham sido incluídas algumas [[ciências sociais]] e [[Ciências aplicadas|aplicadas]].<ref name=":1">{{Citar periódico |url=https://ris.utwente.nl/ws/files/47901538/Benneworth2010Who.pdf |título=Who matters to universities? A stakeholder perspective on humanities, arts and social sciences valorisation |data=31 de julho de 2009 |periódico=Higher Education |número=5 |ultimo=Benneworth |primeiro=Paul |ultimo2=Jongbloed |primeiro2=Ben W. |paginas=567–588 |doi=10.1007/s10734-009-9265-2 |issn=0018-1560 |volume=59 |doi-access=free}}</ref>
{{quote|O progresso técnico só é feito por uma soma de erros que resultaram em alguns espectaculares sucessos.}}


Os [[meios de comunicação social]] enfrentam diversas pressões que por vezes podem impedi-los de retratar com precisão afirmações científicas concorrentes por conta de sua credibilidade dentro da comunidade científica como um todo. Determinar quanto peso atribuir aos diferentes lados num debate científico pode exigir conhecimentos consideráveis sobre o assunto.<ref>{{Citar web|ultimo=Dickson|primeiro=David|url=http://www.scidev.net/en/editorials/science-journalism-must-keep-a-critical-edge.html|titulo=Science journalism must keep a critical edge|data=11 de outubro de 2004|publicado=Science and Development Network|arquivourl=https://web.archive.org/web/20100621053624/http://www.scidev.net/en/editorials/science-journalism-must-keep-a-critical-edge.html|arquivodata=21 de junho de 2010}}</ref> Poucos jornalistas têm conhecimento científico real e até mesmo os repórteres especializados que conhecem determinadas questões científicas podem desconhecer outras áreas científicas que subitamente são solicitados a cobrir.<ref>{{Citar revista|sobrenome=Mooney|primeiro=Chris|data=dezembro de 2004|título=Blinded By Science, How 'Balanced' Coverage Lets the Scientific Fringe Hijack Reality|url=http://blogs.discovermagazine.com/intersection/2010/01/15/blinded-by-science-how-balanced-coverage-lets-the-scientific-fringe-hijack-reality/|urlmorta=live|revista=Columbia Journalism Review|volume=43|número=4|arquivourl=https://web.archive.org/web/20100117181240/http://blogs.discovermagazine.com/intersection/2010/01/15/blinded-by-science-how-balanced-coverage-lets-the-scientific-fringe-hijack-reality/|arquivodata=17 de janeiro de 2010|acessodata=20 de fevereiro de 2008}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://espace.library.uq.edu.au/view/UQ:8064 |título=Are Journalism Students Equipped to Write About Science? |acessodata=20 de fevereiro de 2008 |periódico=Australian Studies in Journalism |ultimo=McIlwaine |primeiro=S. |ultimo2=Nguyen |primeiro2=D.A. |ano=2005 |paginas=41–60 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20080801163322/http://espace.library.uq.edu.au/view/UQ:8064 |arquivodata=1 de agosto de 2008 |volume=14}}</ref>
A técnica, na acepção de conhecimento intuitivo e empírico da matéria e as leis naturais, é assim a única forma de conhecimento prático. Há contudo filósofos que enfocam o ponto de que o método científico nada mais é, ao fim das contas, do que uma forma elaborada do método da tentativa e erro tão presente junto aos avanços técnicos. Nestes termos, técnica e ciência teriam muito mais em comum do que se imagina no caso acima.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


Revistas científicas como a ''[[New Scientist]]'' e a ''[[Scientific American]],'' atendem às necessidades de um público muito mais amplo e fornecem um resumo não técnico de áreas populares de pesquisa, incluindo descobertas e avanços notáveis em determinados campos de pesquisa.<ref name="pmid24312943">{{Citar periódico |título=Popular science: Get the word out |data=dezembro de 2013 |periódico=Nature |número=7478 |paginas=177–9 |doi=10.1038/nj7478-177a |pmid=24312943 |volume=504 |doi-access=free}}</ref> O [[Lista de gêneros cinematográficos|gênero]] de [[ficção científica]], principalmente a [[ficção especulativa]], também pode ajudar transmitir as ideias e métodos da ciência ao público em geral.<ref>{{Citar web|ultimo=Wilde|primeiro=Fran|autorlink=Fran Wilde (author)|url=https://www.tor.com/2016/01/21/how-do-you-like-your-science-fiction-ten-authors-weigh-in-on-hard-vs-soft-sf/|titulo=How Do You Like Your Science Fiction? Ten Authors Weigh In On 'Hard' vs. 'Soft' SF|data=21 de janeiro de 2016|acessodata=4 de abril de 2019|website=Tor.com|lingua=en-US|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190404025029/https://www.tor.com/2016/01/21/how-do-you-like-your-science-fiction-ten-authors-weigh-in-on-hard-vs-soft-sf/|arquivodata=4 de abril de 2019|urlmorta=live}}</ref>
=== Artes e ciência ===
{{Artigo principal|[[Arte científica]] e [[ciência da cultura]]}}


=== Anticiência ===
Hervé Fischer fala, no livro ''A sociedade sobre o divã'' (2007), de uma nova corrente artística que usa a ciência e as suas descobertas como inspiração, como as [[biotecnologia]]s, as manipulações [[genética]]s, a [[inteligência artificial]], a [[robótica]]. Além disso, o tema da ciência foi frequentemente a origem de quadros ou de esculturas. O movimento [[futurismo|futurista]], por exemplo, considera que o campo social e cultural devem racionalizar-se.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
{{AP|Anticiência}}
Embora o [[método científico]] seja amplamente aceito na comunidade científica, algumas frações da sociedade rejeitam certas posições científicas ou são céticas em relação à ciência. Exemplos são a noção comum de que a [[COVID-19]] não é uma grande ameaça à [[saúde pública]] (opinião de 39% dos estadunidenses em agosto de 2021)<ref>{{Citar web|ultimo=Tyson|primeiro=Alec|ultimo2=Funk|primeiro2=Cary|url=https://www.pewresearch.org/science/2021/09/15/majority-in-u-s-says-public-health-benefits-of-covid-19-restrictions-worth-the-costs-even-as-large-shares-also-see-downsides/|titulo=Majority in U.S. Says Public Health Benefits of COVID-19 Restrictions Worth the Costs, Even as Large Shares Also See Downsides|data=15 de setembro de 2021|acessodata=4 de agosto de 2022|website=Pew Research Center Science & Society|lingua=en-US|ultimo3=Kennedy|primeiro3=Brian|ultimo4=Johnson|primeiro4=Courtney}}</ref> ou a crença de que as [[alterações climáticas]] não são uma grande ameaça (opinião também defendida por 40% dos estadunidenses no final de 2019 e início de 2020).<ref>{{Citar web|ultimo=Kennedy|primeiro=Brian|url=https://www.pewresearch.org/fact-tank/2020/04/16/u-s-concern-about-climate-change-is-rising-but-mainly-among-democrats/|titulo=U.S. concern about climate change is rising, but mainly among Democrats|acessodata=4 de agosto de 2022|website=Pew Research Center|lingua=en-US}}</ref> Os [[psicólogos]] apontaram quatro fatores que levam à rejeição dos resultados científicos:<ref>{{Citar periódico |título=Why are people antiscience, and what can we do about it? |data=26 de julho de 2022 |periódico=Proceedings of the National Academy of Sciences |número=30 |ultimo=Philipp-Muller |primeiro=Aviva |ultimo2=Lee |primeiro2=Spike W. S. |paginas=e2120755119 |lingua=en |bibcode=2022PNAS..11920755P |doi=10.1073/pnas.2120755119 |issn=0027-8424 |pmc=9335320 |pmid=35858405 |ultimo3=Petty |primeiro3=Richard E. |volume=119 |doi-access=free}}</ref>


* As autoridades científicas são por vezes vistas como inexperientes, indignas de confiança ou tendenciosas.
Por último, as descobertas científicas ajudam os peritos em arte. O conhecimento da desintegração do [[carbono 14]], por exemplo, permite datar as obras. O [[laser]] permite restaurar, sem danificar as superfícies, os monumentos. O princípio da síntese aditiva das cores restaura [[autocromo]]s. As técnicas de análise [[Físico-química|físico-químicos]] permitem explicar a composição dos quadros, ou mesmo descobrir [[palimpsesto]]s. A [[radiografia]] permite sondar o interior de objetos ou de peças sem poluir o mesmo. O [[Espectroscopia|espectrográfico]] é utilizado, por último, para datar e restaurar os vitrais.<ref group = "Nota" name = "Proposta_CNRS" />
* Alguns [[Grupo (sociologia)|grupos sociais]] [[Exclusão social|marginalizados]] podem ter atitudes anticientíficas, em parte porque estes grupos têm sido frequentemente explorados em experiências antiéticas.<ref>{{Citar periódico |título=A Test of Three Theories of Anti-Science Attitudes |periódico=Sociological Focus |número=4 |ultimo=Gauchat |primeiro=Gordon William |ano=2008 |paginas=337–357 |doi=10.1080/00380237.2008.10571338 |volume=41}}</ref>
* As mensagens dos cientistas podem contradizer crenças religiosas ou morais profundamente arraigadas.
* A ''transmissão'' de uma mensagem científica pode não ser adequadamente direcionada ao estilo de aprendizagem do destinatário.


As atitudes [[Anticiência|anticientíficas]] parecem ser frequentemente causadas pelo medo da rejeição nos grupos sociais. Por exemplo, as alterações climáticas são percebidas como uma ameaça por apenas 22% dos da população estadunidense no [[Direita (política)|lado direito]] do [[espectro político]], mas por 85% dos que estão do [[Esquerda (política)|lado esquerdo]].<ref>{{Citar web|ultimo=Poushter|primeiro=Jacob|ultimo2=Fagan|primeiro2=Moira|url=https://www.pewresearch.org/global/2022/08/31/climate-change-remains-top-global-threat-across-19-country-survey/|titulo=Climate Change Remains Top Global Threat Across 19-Country Survey|data=31 de agosto de 2022|acessodata=5 de setembro de 2022|website=Pew Research Center's Global Attitudes Project|lingua=en-US|ultimo3=Gubbala|primeiro3=Sneha}}</ref> Ou seja, se alguém da direita considerar as alterações climáticas como uma ameaça, essa pessoa poderá enfrentar o desprezo e ser rejeitada naquele grupo social. Na verdade, as pessoas podem preferir negar um fato cientificamente aceito do que perder ou pôr em risco o seu estatuto social.<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/1322437138|título=How Minds Change: The Surprising Science of Belief, Opinion, and Persuasion|ultimo=McRaney|primeiro=David|data=2022|editora=Portfolio/Penguin|localização=Nova York|isbn=978-0-593-19029-6|oclc=1322437138}}</ref>
=== Cientificismo ===
{{Artigo principal|[[Cientificismo]]}}
[[Imagem:Science is not a Religion.jpg|thumb|esquerda|250px| Há [[dezena]]s e mesmos [[centena]]s de [[Religião|religiões]] no [[Terra|mundo]], contudo a [[Método científico|ciência]] ''não'' é uma delas. A título de explicação têm-se alguns símbolos que representam as principais religiões na atualidade. Da esquerda para a direita: Linha 1: [[Cristianismo]], [[Judaísmo]], [[Hinduísmo]]Linha 2: [[Islamismo]], (símbolos de diferentes Ciências como [[Biologia]], [[Física]], [[Matemática]], [[Química]] e [[Informática]], que NÃO são religiões), [[Xintoísmo]]Linha 3: [[Sikhismo]], [[Bahai]], [[Jainismo]].]]
O [[cientificismo]] é uma [[ideologia]] que surgiu no [[século XVIII]], considerando que o [[conhecimento científico]] permitiria à humanidade escapar da [[ignorância]] e por conseguinte, de acordo com a fórmula de [[Ernest Renan]] no livro ''[[Futuro da ciência]]'', de ''"organizar cientificamente a [[humanidade]]"''.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

Se baseia na aplicação dos [[princípio]]s, [[Método científico|métodos]] e [[ética]] da ciência na busca do [[consenso científico]]. Para seus detratores<ref group = "Nota" name = "Cientificismo" /> há uma verdadeira religião da ciência, particularmente no Ocidente. Sob acepções menos técnicas, o cientificismo pode ser associado à ideia que só os conhecimentos cientificamente estabelecidos são verdadeiros. Pode também causar um certo excesso de confiança na ciência que transformar-se-ia em dogma. A corrente do [[ceticismo científico]], inspirada no [[ceticismo filosófico]], tenta apreender eficazmente a realidade com base no [[método científico]]. Seu objetivo é contribuir para a formação em cada indivíduo de uma capacidade crítica de apropriação do saber humano para combater o [[misticismo]] e as [[pseudociência]]s.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

Para alguns [[epistemologia|epistemologistas]], o cientificismo aparece de todas as formas.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}} [[Robert Nadeau]], apoiando-se sobre um estudo realizado em 1984,<ref group = "Ref." name = "EpistemoliaCiencia" /> considera que a cultura escolar é constituída de ''clichés epistemológicos'' que formariam uma espécie de ''mitologia dos tempos modernos'' que seria uma espécie de cientificismo.<ref group = "Ref." name = "ContraCientificismo" /> Estes clichés incluiriam a história da ciência, resumida e reduzida a descobertas que balizam o desenvolvimento da sociedade, as ideias que consideram as leis científicas, e mais geralmente os conhecimentos científicos, como verdades absolutas e últimas, e que as provas científicas são não menos que absolutas e por tal definitivas. Tanto a própria ciência como uma grande quantidade de filósofos discordam desse aspecto. [[Thomas Kuhn]] mostrou que o conhecimento científico sempre sofre revoluções, alterações e evoluções. É importante contudo ressaltar que a ideologia de que "tudo é passageiro e incerto, logo tudo é duvidoso, de que a ciência não dá provas, logo deve-se ensinar tanto ciência como pseudociência, e deixar os alunos ''escolherem''" é certamente totalmente incoerente com a definição de ciência, e ''não é e nem pode ser'' a ideia que permeia o sistema educacional. Contudo a falta de apresentação clara sobre o que é ciência e como se faz ciência, bem como o analfabetismo científico de cidadãos formados em sistemas educacionais limitados implica neste tipo de argumentação falha.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

Foi a [[Sociologia do conhecimento]], nos anos 1940 a 1970, que questionou a hegemonia do cientificismo. Os trabalhos de [[Ludwig Wittgenstein]], [[Alexandre Koyré]] e Thomas Kuhn demonstraram incoerências no [[positivismo]] do século XIX. As experiências não se constituem provas absolutas das teorias e os paradigmas estão destinados a evoluir.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

=== Vulgarização científica ===
[[Imagem:Cage de Faraday.jpg|thumb|250px|direita|Uma demonstração de uma experiência na [[Gaiola de Faraday]] no museu [[Palais de la découverte]], [[Paris]].]]

A vulgarização é o fato de tornar acessíveis as descobertas, bem como o mundo científico, a todos e numa linguagem adaptada.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

A compreensão da ciência pelo grande público é objeto de estudos; os autores falam de ''Public Understanding of Science'' (compreensão pública da ciências), expressão consagrada na [[Grã-Bretanha]]; ''ciência literacy'' (alfabetização científica) nos [[Estados Unidos]]; e ''cultura científica'' na [[França]]. Segundo os senadores franceses [[Marie-Christine Blandin]] e [[Ivan Renard]] este é um dos principais vetores da democratização e da generalização do saber.<ref group = "Ref." name = "RelatorioSenado" /> Em várias democracias, a vulgarização da ciência está entre projetos que misturam diferentes fatores econômicos, institucionais e políticos. Na França, a [[Educação na França|Educação Nacional]] tem por missão sensibilizar o aluno à curiosidade científica, através de conferências, de visitas regulares a de "ateliers" (oficinas) de experimentação, e outros. A ''[[Cité des sciences et de l'industrie]]'' é um estabelecimento público que coloca à disposição de todos exposições sobre as descobertas científicas, enquanto que o ''[[Centre de culture scientifique, technique et industrielle]]'' tem ''"por missão favorecer as trocas entre a comunidade científica e o público".''<ref group = "Ref." name ="CartaNacional" /> ''[[Futuroscope]], [[Vulcania]]'' e ''[[Palais de la découverte]]'' são outros exemplos de disponibilização de conhecimentos científicos. Os Estados Unidos também possuem instituições que possibilitam uma experiência mais acessível através dos sentidos e que as crianças podem experimentar, como o ''[[Exploratorium]]''<ref group = "Ref." name = "SiteExploratorium" /> de [[São Francisco (Califórnia)|São Francisco]].

A vulgarização concretiza-se, por consequência, através das instituições e dos museus, mas também, de acordo com [[Bernard Schiele]] no livro ''Les territoires de la culture scientifique'',<ref group = "Ref." name = "BernadrSchiele" /> através das animações públicas, como a ''[[Nuit des étoiles]]'', de revistas como a [[Galileu (revista)|Galileu]], e de personalidades ([[Hubert Reeves]] e [[Carl Sagan]] para a [[astronomia]]).{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

Uma importante contribuição para a vulgarização da ciência é hoje fornecida pela [[broadcast|mídia aberta]] ou [[televisão a cabo|a cabo]], a citarem-se programas de televisão como o [[Globo Ciência]], [[Globo Ecologia]], [[CSI: Crime Scene Investigation|CSI: investigação Criminal]], e diversos outros programas frequentemente televisionados em canais como [[History channel]], [[Animal Planet]], [[Discovery Channel]], e mesmo em canais devotados à divulgação de temas educativos, como a [[TVE Brasil|TV Educativa]] e a [[Rede Minas]].{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

=== Ciências ao serviço da ideologia e da guerra ===
{{Principal|Ciência militar|tecnologia militar}}
[[Imagem:Lunar Laser McDonald Observatory.jpg|thumb|250px|esquerda|O [[laser]] é a origem de uma das descobertas militares. Na figura vê-se um feixe de laser disparado a partir do Observatório MacDonal, Texas (EUA), em direção a [[espelho]]s estacionários localizados na superfície da [[Lua]]. Com esta tecnologia é possível acompanhar-se o movimento da Lua em sua órbita com precisão de milímetros (ou maior). O advento do laser acarretou, contudo, inúmeras outras aplicações.]]

Durante a [[Primeira Guerra Mundial]], as ciências foram utilizadas pelos estados a fim de desenvolver novas [[arma]]s, a citarem-se as [[Arma química|armas químicas]], e novos meios de conduzi-las até o inimigo com a eficácia necessária, a exemplo via estudos [[Balística|balísticos]]. Houve o nascimento da [[economia de guerra]], que se apoia sobre métodos científicos. O ''OST'', ou ''Organização Científica do Trabalho'', de [[Frederick Winslow Taylor]], é um esforço de melhorar a produtividade industrial graças à emissão de tarefas executadas nomeadamente pela cronometragem. No entanto, foi durante a [[Segunda Guerra Mundial]] que a ciência passou a ser utilizada para fins militares. As armas secretas da [[Alemanha]] [[nazismo|nazista]] como o [[Foguete V2|V2]] ou o [[radar]] estão no centro das descobertas desta época.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

Todas as disciplinas científicas são assim dignas de interesse para os governos. O rapto de [[cientista]]s alemães no fim da guerra, quer pelos [[soviéticos]], quer pelos [[Estados Unidos|americanos]], fez nascer a noção de ''guerra dos cérebros'', que culminará com a corrida armamentista da [[Guerra Fria]]. Este período é com efeito o que tem contado com o maior número de descobertas científicas, nomeadamente as tecnologias associadas à [[corrida espacial]] (à [[Apollo 11|ida]] do [[homem]] à [[Lua]]), e a [[bomba nuclear]] de [[Fissão nuclear|fissão]], logo seguida pela [[bomba de hidrogênio]]. Numerosas disciplinas nascem da abordagem no domínio militar, como a [[criptografia]], ou a [[bacteriologia]] — destinada à [[guerra biológica]] —. [[Amy Dahan]] e [[Domínica Pestre]] explicam,<ref group = "Ref." name = "AmyDahan" /> a propósito deste período de investigações desenfreadas, que ele se trata de um regime epistemológico específico. Comentando o livro dos citados autores, [[Loïc Petitgirard]] torna clara a ideia: ''"Este novo regime de ciência é caracterizado pela multiplicação das novas práticas e as relações sempre mais estreitas entre ciência, estado e sociedade."''<ref group = "Ref." name = "AmyDahan" /> A concepção decorrente de [[complexo militar-industrial]] busca exprimir a íntima relação entre poderes constituídos — representados geralmente pelas forças [[política]]s —, ciência e sociedade, característica marcante da época em consideração.<ref group = "Ref." name = " LeSavant" />

A partir de 1945, com a constatação do aumento das tensões devido à oposição dos blocos [[capitalismo|capitalistas]] e [[comunismo|comunistas]], a guerra torna-se por si própria o objeto da ciência: nasce a [[polemologia]].{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

Por último, propõem alguns que se a ciência está por definição neutra, ela permanece à mercê dos homens, e das ideologias dominantes. Assim, de acordo com os sociólogos [[relativismo|relativistas]] [[Barry Barnes]] e [[David Bloor]] da [[Universidade de Edimburgo]], as teorias são abordagens aceitas no poder político.<ref group = "Nota" name = "ProgramaForte" /> Uma teoria é então relevante ou "correta" não porque é verdadeira mas sim porque é defendida pelo mais forte. Em outros termos, a ciência seria, se não uma expressão elitista, uma opinião majoritária reconhecida como uma verdade científica. A [[Sociologia das ciências]] nasce e passa assim a se interessar, a partir dos anos 1970, pela influência do contexto macro-social sobre o espaço científico. [[Robert King Merton]] mostrou, em ''Elementos da teoria e do método sociológico'' (1965) as relações estreitas entre o desenvolvimento da [[Royal Society]], fundada em 1660, e a [[ética]] puritana dos seus atores. Para ele, a visão do mundo protestantes da época permitiu o crescimento do campo científico.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

=== Ciência e a questão do autoritarismo ===
As considerações anteriores requerem certamente esclarecimentos em vista da definição moderna estrita de ciência. Frente ao método científico o papel da da [[autoridade]] científica é certamente muito diferente do papel da autoridade política. A última geralmente faz valer as suas ideias e desejos — suas leis — via poder que lhe foi ou auferido pela sociedade ([[democracia]]s) ou imposto pela força à sociedade ([[ditadura]]s); em casos extremos de autoritarismo a visão de mundo e os desejos de uma única autoridade são ''sempre'' inquestionáveis, corretos e definitivos, qualquer que seja a área em questão ( a exemplo em [[reinado]]s, [[teocracia]]s, e similares). Tais autoridades geralmente possuem o poder de palavra final em contendas envolvendo quaisquer questões ligadas aos subordinados, quer sejam eles "civis", quer sejam "militares", quer sejam "cientistas". Em ciência as contendas envolvendo as hipóteses científicas, contudo, ''não'' são, por princípio constitutivo, resolvidas com o peso das autoridades que as defendem. Há em princípio uma fonte única para a solução de tais contendas: os fatos científicos. Exemplificando-se, não é a autoridade científica conquistadas por pessoas como [[Albert Einstein]] que faz com que o que ele diga seja aceito como verdade, e sim o confronto de suas ideias com os fatos. E neste caso mesmo têm-se bons exemplos. Einstein, embora tenha tornado-se famoso pela precisão das ideias que apresentou em suas teorias da [[relatividade restrita]] e [[relatividade geral|geral]] frente aos fatos, ao contrário do que muitos pensam, também deu muitas "mancadas" em sua jornada científica, a citarem-se a [[constante cosmológica]] por ele adicionada em seus cálculos buscando obter soluções que atendessem seus "desejos" de um universo estático (e não em expansão), e seu embate com as ideias da [[mecânica quântica]] — as quais morreu sem aceitar —; a primeira contradita e as últimas fortemente corroboradas pelos fatos científicos.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

É certo que muitas vezes o peso da autoridade político-militar e em menor peso a econômica é avassalador — mesmo para as objeções impostas pela metodologia e comunidade científicas —, verificando-se isto com muita exatidão entre a comunidade científica alemã quando subordinada ao poder decisivo do [[terceiro Reich]] durante a [[segunda guerra mundial]]. Embora muitos dos cientistas fossem realmente adeptos do nazismo, muitos certamente não eram. Contudo curiosamente nenhuma pesquisa fornecia resultados contraditórios aos ideais de limpeza étnica defendidos por [[Hitler]], e projetos científicos associados à [[eugenia]], e outras ideias racistas, recebiam grande apoio tanto econômico como "psicológico". A própria [[Evolução|teoria científica da evolução biológica]] foi completamente ''distorcida'' por tal poder: os princípios da ''diversidade'' via ''adaptação ao meio'' - centrais em tal teoria - foram sumariamente convertido em "sobrevivência apenas do mais forte, e eliminação dos inferiores". E certamente a [[raça ariana]] - formada por descendentes diretos dos [[deus]]es da [[Atlântida]] - ''deveria'' ser a mais forte, e por tal a única a sobreviver. O interessante é que uma raça única jamais esteve em cogitação dentro da teoria da evolução, e se o objetivo era eliminarem-se "os inferiores", dever-se-ia começar com todas as outras "espécies inferiores", das bactérias aos [[Cão|cachorros]], antes de se promover a matança das "raças" humanas consideradas por eles como inferiores. E, ao contrário, Hitler parecia gostar muito de seus cachorros.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

Contudo, é preciso ter em mente que a decisão a respeito de contendas de ordem científica não é, por princípio — obedecida a definição de ciência —, subordina ao poder das autoridades, mas sim ao poder das evidências científicas. Assim, embora uma autoridade consiga mesmo que por longos períodos de tempo "distorcer" à base da força a visão da realidade de uma comunidade científica e mesmo de uma sociedade inteira, ela ''não'' tem poderes suficientes para distorcer a realidade natural em si. A natureza não se subordina às leis das autoridades mas sim às próprias leis apenas, e por tal, mais cedo ou mais tarde, a veracidade dos fatos vem à tona, e encontrando-se o critério de auto-correção fortemente entranhado no método científico, as consequências das "perturbações" externas são rapidamente corrigidas, tão logo cessem. Foi o que seguiu-se à queda da ideologia e do Terceiro Reich, fadado ao fracasso por contrariar uma — ou seriam várias — das leis naturais.

Suporte à afirmação apresentada é também encontrada em uma cronologia histórica retratando os embates entre as teorias científicas e as autoridades — com destaque para as religiosas — ao longo dos seis últimos séculos, a destacarem-se a título de exemplo os eventos ocorridos na [[Idade Média]] e Renascença, as [[guerra santa|guerras santas]] e a [[inquisição]]. Ver-se-á com facilidade que o embate entre ciência moderna e o poder autoritário a acompanha desde a sua gestação, e certamente, embora já se possa cogitar o vencedor, ainda está longe de acabar.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}[[Imagem:Galileo facing the Roman Inquisition.jpg|thumb|400px|direita|[[Galileu]] ante o [[Santo Ofício]]. A condenação de Galileu por [[heresia]] marca o divórcio definitivo entre o pensamento científico e o religioso. Nascia a ciência moderna.]]
=== Ciência e religião ===
{{Artigo principal|[[Ciência da religião]], [[ciência islâmica]] e [[relações entre religião e ciência]]}}
{{Anexo|Lista de pensadores cristãos na ciência}}

Para alguns sociólogos e etnólogo, como [[Emile Durkheim]], a fronteira que separa a ciência do pensamento religioso não é impermeável. No livro ''Nas Formas elementares da vida religiosa'' (1912), Durkheim mostra que os quadros de pensamento científico como a [[lógica]] ou as noções de tempos e de espaço encontram a suas origens nos pensamentos religiosos e mitológicos.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

Contudo, apesar deste parentesco, segundo alguns sociólogos, os discursos científico e teológico frequentemente chocaram-se na história. Casos como o de [[Hipátia]] de [[Alexandria]], que testemunhou tal conflito em sua forma típica, ocorrem desde os primórdios dos tempos, e no [[cristianismo]], o processo de [[Galileu Galilei]], em 1633, marca o divórcio entre o pensamento científico e o pensamento religioso,<ref group = "Nota" name = "ProcessoGalileu" />este iniciado pela execução de [[Giordano Bruno]] em 1600.<ref group = "Nota" name = "GiordanoBruno" /> O [[Primeiro Concílio de Niceia|Concílio de Niceia]] de 325 tinha instaurado na Igreja o argumento dogmático segundo o qual [[Deus]] tinha cria o céu e a terra em sete dias. Como explicações científicas foram possíveis a partir deste credo, que não se pronunciava sobre a produção do mundo, esta lacuna teológica permitiu certa atividade científica até a [[Idade Média]], entre as quais a principal foi a [[Astronomia]]. O [[Concílio de Trento]] autorizou as comunidades religiosas a efetuar investigações científicas. Se o primeiro passo em prol do [[heliocentrismo]] — que coloca a [[Terra]] em rotação ao redor do [[Sol]] — é feito pelo [[Nicolau Copérnico]], Galileu defronta-se com a posição da Igreja a favor de [[Aristóteles]], e por conseguinte, do [[Geocentrismo]], ao apresentar não apenas a proposta como também sólidas evidências experimentais a favor desta. Foi necessário esperar que [[Johannes Kepler]] prolongasse os trabalhos de Galileu e de [[Tycho Brahe]] para fazer-se aceitar o movimento da Terra. A separação definitiva entre ciência e religião é consumada no [[século XVIII]], durante o [[Iluminismo]].{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

Paulatinamente, com a evolução da teologia, a Igreja Católica passou a manter maior distanciamento e respeito ao conhecimento científico independente, buscando direcionar posicionamentos conflitantes mais a questões de caráter ético do que técnico.<ref>{{Citar web|url=http://redeglobo.globo.com/globociencia/noticia/2011/11/igreja-x-ciencia-atual-comunhao-entre-fe-e-novas-descobertas.html|titulo='Igreja x Ciência': a atual comunhão entre a fé e as novas descobertas|acessodata=2021-11-24|website=redeglobo.globo.com|lingua=pt-br}}</ref> A [[Pontifícia Academia das Ciências|Pontifícia Academia de Ciências]], fundada pelo Vaticano em 1603 e hoje considerada a mais antiga e uma das mais renomadas associações científicas do mundo, passou a aceitar cientistas pertencentes a todos os credos;<ref>{{Citar web|url=http://www.casinapioiv.va/content/accademia/en.html|titulo=Home page of the Pontifical Academy of Sciences|acessodata=2021-11-24|website=www.casinapioiv.va}}</ref> um de seus membros mais notáveis foi o físico ateu britânico [[Stephen Hawking]].<ref>{{Citar web|url=https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2018/03/14/vaticano-se-despede-de-stephen-hawking-que-conheceu-4-papas.htm|titulo=Vaticano se despede de Stephen Hawking, que conheceu 4 papas|acessodata=2021-11-24|website=noticias.uol.com.br|lingua=pt-br}}</ref> A encíclica ''[[Fides et ratio]]'' (1993), do [[Papa João Paulo II]], reconhece que a religião e a ciência são dois modos complementares de explicar o mundo;<ref>{{Citar web|url=https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_14091998_fides-et-ratio.html|titulo=Fides et Ratio (14 de setembro de 1998) {{!}} João Paulo II|acessodata=2021-11-24|website=www.vatican.va}}</ref> e o [[Catecismo da Igreja Católica]] (1992) afirma, no nº 159:<blockquote>«O mesmo Deus, que revela os mistérios e comunica a fé, também acendeu no espírito humano a luz da razão». [...] «É por isso que a busca metódica, em todos os domínios do saber, se for conduzida de modo verdadeiramente científico e segundo as normas da moral, jamais estará em oposição à fé: as realidades profanas e as da fé encontram a sua origem num só e mesmo Deus. Mais ainda: aquele que se esforça, com perseverança e humildade, por penetrar no segredo das coisas, é como que conduzido pela mão de Deus, que sustenta todos os seres e faz que eles sejam o que são, mesmo que não tenha consciência disso».<ref>{{Citar web|url=https://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p1s1c3_142-184_po.html|titulo=Catecismo da Igreja Católica. Parágrafos 142-184|acessodata=2021-11-24|website=www.vatican.va}}</ref></blockquote>Na maioria das outras religiões, a ciência também não é oposta à religião. No [[Islamismo]], a ciência é favorecida porque ela não existe clero instituído; além disso, o mundo é visto como um código a decifrar para compreender as mensagens divinas. Assim, na Idade Média, a ciência árabe-muçulmana prosperou e desenvolveu a [[Medicina]], a [[Matemática]] e principalmente a Astronomia.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

[[Imagem:Editorial cartoon depicting Charles Darwin as an ape (1871).jpg|thumb|250px|esquerda|O embate entre ciência e autoridades religiosas é antigo; existe desde os primórdios da ciência, e nem sempre é pacífico. O "[[Kitzmiller v. Dover Area School District|processo do macaco]]", um dos poucos casos onde não houve queima de evidências - e de seus defensores - tramitou pela corte de justiça [[Estados Unidos|norte-americana]] em 2005; embora, mesmo presidido por um juiz [[criacionista]], a ciência tenha levado a melhor neste caso, é certo que o embate está longe de um fim, mesmo em tempos modernos.|ligação=Ficheiro:Editorial_cartoon_depicting_Charles_Darwin_as_an_ape_%281871%29.jpg]]

As teorias da [[Física]] (principalmente a [[teoria quântica]]) e da [[Biologia]] (com a [[teoria da evolução]] de [[Charles Darwin]]), as descobertas da [[Psicologia]] (pela qual o sentimento religioso é um fenômeno interno ou mesmo neurológico), superam as explicações místicas e espirituais{{Carece de fontes|cod1|cod2|codN|data=novembro de 2021}}. Contudo, muitos religiosos, como [[Pierre Teilhard de Chardin]] e [[Georges Lemaître]], tentam combinar as explicações científicas e a [[ontologia]] religiosa.

No [[século XX]], a confrontação dos partidários da teoria da evolução e dos [[criacionismo|criacionistas]], frequentemente procedentes das correntes religiosas mais radicais, cristalizam o difícil diálogo da fé e da razão. "[[Kitzmiller v. Dover Area School District|O processo do macaco]]" (a propósito da [[Especiação|ascendência]] do Homem) ilustra assim um debate permanente na sociedade.<ref group = "Ref." name = "OProcessoDoMacaco" /> Por último, alguns filósofos e epistemólogos interrogam-se sobre a natureza da relação entre as duas instituições. O [[paleontólogo]] [[Stephen Jay Gould]] em "''Que Darwin Seja!''" fala de dois magistérios, cada um permanecendo mestre do seu território mas não se intrometendo nos assuntos do outro, enquanto que [[Bertrand Russell]] menciona na sua obra "''Ciência e religião''" os conflitos entre os oponentes.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

=== Uso e influência na sociedade ===
{{Principal|Sociologia da ciência}}
A ciência é praticada em [[universidade]]s e outros institutos científicos assim como em campo; por si só é uma vocação sólida e geralmente implica carreira profissional na [[academia]], mas também é praticada por amadores, que tipicamente engajam-se na parte de [[observação]] da ciência. Trabalhadores de [[Laboratório|laboratórios de pesquisa]] corporativos também praticam ciência, apesar de seus resultados serem geralmente considerados [[segredo de mercado]] e não serem publicados em jornais públicos. Cientistas corporativos e universitários geralmente cooperam, com os últimos concentrando-se em pesquisas básicas e os primeiros aplicando seus achados em uma [[tecnologia]] específica de interesse de [[companhia]]s. Indivíduos envolvidos no campo da [[educação da ciência]] argumentam que o processo da ciência, mesmo que não sob os rigores do método científico, é realizado por todos os indivíduos quando aprendem sobre seu mundo; embora o [[senso comum]], o desta investigação, certamente não implique teorias científicas, ele também constrói-se com base em pesquisas do universo acessível aos sentidos.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

Dado o caráter universal da ciência, sua influência se estende a todos os campos da [[sociedade]], desde o desenvolvimento tecnológico aos modernos problemas jurídicos relacionados com campos da [[medicina]] ou [[genética]]. Algumas vezes a investigação científica permite abordar temas de grande impacto social como o [[Projeto Genoma Humano]], e temas de implicações morais como o desenvolvimento de [[armas nucleares]] e a [[clonagem]].{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

<br />
[[Imagem:Nile River Delta at Night.JPG|thumb|300px|direita|Os avanços científicos influenciam e modificam não apenas o estilo de vida de algumas pessoas mas também as relações sociais em todo o [[globo terrestre|globo]]. Na foto, o [[delta]] do [[rio Nilo]], conforme observado à [[noite]] de dentro da [[estação espacial internacional]]. O domínio da eletricidade mudou os rumos da história.]]
Os métodos da ciência são praticados em muitos lugares para atingir metas específicas. A título ilustrativo, a ciência e seus métodos encontra-se presente no(a):{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
* Controle de qualidade em fábricas de [[manufatura]]; testes microbiológicos em uma fábrica de queijo asseguram que as culturas contenham espécies apropriadas de [[bactéria]]s;
* Obtenção e processamento de evidências da [[cena do crime]]; a [[ciência forense]];
* Planejamento e monitoramento da exploração e uso do meio ambiente; as [[leis da natureza|leis ambientais]];
* Em uma ampla gama de [[Exame médico|exames médicos]], em todas as etapas do exame e a avaliação da saúde dos pacientes;
* Investigação de causas de um [[desastre]]; tais como em acidentes aéreos.

e outros.

== Críticas e polêmicas ==
=== Pseudociência, ciência das fronteiras, e ciência lixo ===
{{Artigos principais|[[pseudociência]], [[ciência das fronteiras]], [[ciência lixo]], [[ciência do culto à carga]] e [[fraude científica]]}}

Uma área de estudos, ou especulação, mascarada como ciência em uma tentativa de alegar legitimidade ou credibilidade, que de outro modo não seria possível conseguir, é por vezes chamada de [[Pseudociência]], [[ciência das fronteiras]], ou "ciência alternativa". Outro termo, [[ciência lixo]], é às vezes usado para descrever hipóteses ou conclusões científicas que, embora possam ser legítimas por si só, se acredita que sejam usadas para dar suporte a uma posição que não é vista como legítima pela totalidade das evidências. Uma variedade de propagandas comerciais, indo da campanha publicitária à fraude, pode entrar nessa categoria. Pode também ter um elemento de tendência política ou ideológica nos dois lados desses debates. Às vezes uma pesquisa pode ser caracterizada como "ciência ruim", sendo esta geralmente marcada por uma pesquisa que é bem-intencionada mas é vista como incorreta, obsoleta, incompleta, ou com uma exposição muito simplificada de ideias científicas. O termo "[[fraude científica]]" se refere à situações em que os pesquisadores intencionalmente alteram ou representaram incorretamente as informações publicadas em vista de interesses escusos aos objetivos da ciência, ou ainda, publicando-as corretamente, dão o crédito pela descoberta à pessoa errada.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}

=== Mídia e debate científico ===
[[Imagem:PZ Myers (1).jpg|thumb|esquerda|PZ Meyers, biólogo estadunidense, usando, em uma postura crítica, uma gravata com estampas de um "crocopato". A divulgação e difusão pelos meios de comunicação de informações científicas incorretas — ou de informações científicas corretas de forma incorreta — pode levar a uma interpretação completamente equivocada das afirmações científicas por parte do público leigo]]

A [[mídia de massa]] enfrenta algumas pressões que a dificultam na hora de escolher qual das alegações científicas possui maior credibilidade dentro da comunidade científica como um todo. Determinar o quão forte é cada um dos lados de um [[debate científico]] requer um conhecimento considerável sobre o assunto.<ref group = "Ref." name = "ScienceJournalism" /> Poucos jornalistas possuem um conhecimento científico real, e mesmo repórteres especializados no assunto, que sabem muito sobre determinada questão científica, podem saber pouco sobre outras questões que eles subitamente precisem cobrir.<ref group = "Ref." name = "BlindedByScience" /><ref group = "Ref." name = "AustralianStudies" />


=== Política ===
=== Política ===
{{AP|Politização da ciência}}
Muitas questões bem como posturas inadequadas danificam o relacionamento da ciência com a mídia, e o uso da ciência e de argumentos científicos por [[político]]s contribui em muito para acentuar-se o problema. Generalizando, muitos políticos procuram certezas e fatos enquanto os cientistas normalmente oferecem probabilidades e advertências. Entretanto, a habilidade dos políticos de serem ouvidos pela [[mídia de massa]] aliada à quase frequente má formação científica destes — e não raro a interesses escusos particulares — leva-os geralmente a distorcer os temas pertinentes ao transmiti-los, e não obstante à formação de opiniões incorretas também pelo público. Exemplos na [[Inglaterra]] incluem a controvérsia sobre a [[inoculação]] [[MMR]], e a resignação e retratação forçada em 1988 do ministro [[Edwina Currie]] por afirmar a alta probabilidade que dos ovos batidos conterem ''[[Salmonella]].''<ref group = "Ref." name = "EggIndustry" /> Neste contexto, o "[[aquecimento global]]" é a bola da vez (''ver: [[antiambientalismo]] e [[ceticismo climático]]'').
[[Ficheiro:2021_Survey_on_existence_of_global_warming_and_responsibility_for_climate_change_-_bar_chart.svg|alt=Result in bar graph of two questions ("Is global warming occurring?" and "Are oil/gas companies responsible?"), showing large discrepancies between American Democrats and Republicans|miniaturadaimagem|300x300px| Opinião pública sobre o [[aquecimento global]] nos Estados Unidos por partido político<ref>{{Citar jornal|ultimo=McGreal|primeiro=Chris|url=https://www.theguardian.com/environment/2021/oct/26/climate-change-poll-oil-gas-companies-environment|titulo=Revealed: 60% of Americans say oil firms are to blame for the climate crisis|data=26 de outubro de 2021|website=The Guardian|arquivourl=https://web.archive.org/web/20211026122356/https://www.theguardian.com/environment/2021/oct/26/climate-change-poll-oil-gas-companies-environment|arquivodata=26 de outubro de 2021|urlmorta=live}}</ref>]]

As atitudes em relação à ciência são frequentemente determinadas por opiniões e objetivos políticos. Sabe-se que [[Grupo de interesse|grupos de interesse]], sejam eles governamentais ou empresariais, fazem uso de pressão jurídica e econômica para influenciar pesquisadores científicos. Muitos fatores podem atuar como facetas da [[Politização da ciência|politização da ciência,]] como o [[anti-intelectualismo]], aquilo que é visto como uma ameaça às crenças religiosas e o medo por conta de interesses comerciais.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.csicop.org/si/show/politicization_of_scientific_issues |título=The Politicization of Scientific Issues: Looking through Galileo's Lens or through the Imaginary Looking Glass |acessodata=16 de agosto de 2018 |periódico=[[Skeptical Inquirer]] |número=5 |ultimo=Goldberg |primeiro=Jeanne |ano=2017 |paginas=34–39 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20180816182350/https://www.csicop.org/si/show/politicization_of_scientific_issues |arquivodata=16 de agosto de 2018 |volume=41}}</ref> A politização da ciência é geralmente conseguida quando a informação científica é apresentada de uma forma que enfatiza a incerteza associada à [[evidência científica]].<ref>{{Citar periódico |título=Counteracting the Politicization of Science |periódico=Journal of Communication |número=65 |ultimo=Bolsen |primeiro=Toby |ultimo2=Druckman |primeiro2=James N. |ano=2015 |pagina=746}}</ref> Táticas como mudar a conversa, não reconhecer os fatos e capitalizar as dúvidas sobre o [[consenso científico]] têm sido utilizadas para ganhar mais atenção para pontos de vista que foram minados por provas científicas.<ref name="Freudenberg 2008">{{Citar periódico |url=http://sciencepolicy.colorado.edu/students/envs_5720/freudenberg_etal_2008.pdf |título=Scientific Certainty Argumentation Methods (SCAMs): Science and the Politics of Doubt |acessodata=12 de abril de 2020 |periódico=Sociological Inquiry |ultimo=Freudenberg |primeiro=William F. |ultimo2=Gramling |primeiro2=Robert |ano=2008 |paginas=2–38 |doi=10.1111/j.1475-682X.2008.00219.x |arquivourl=https://web.archive.org/web/20201126214329/http://sciencepolicy.colorado.edu/students/envs_5720/freudenberg_etal_2008.pdf |arquivodata=26 de novembro de 2020 |ultimo3=Davidson |primeiro3=Debra J. |volume=78 |doi-access=free}}</ref> Exemplos de questões que envolveram a politização de temas científicos incluem o [[negacionismo climático]], os [[Efeitos do uso de inseticidas na saúde humana|efeitos dos pesticidas na saúde]] e os [[Efeitos do tabagismo na saúde|efeitos do tabaco na saúde]].<ref name="Freudenberg 2008" /><ref name="van Der Linden2017">{{Citar periódico |url=https://www.repository.cam.ac.uk/bitstream/1810/270860/1/global%20challenges.pdf |título=Inoculating the Public against Misinformation about Climate Change |acessodata=25 de agosto de 2019 |periódico=Global Challenges |número=2 |ultimo=van der Linden |primeiro=Sander |ultimo2=Leiserowitz |primeiro2=Anthony |ano=2017 |pagina=1 |bibcode=2017GloCh...100008V |doi=10.1002/gch2.201600008 |pmc=6607159 |pmid=31565263 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20200404185312/https://www.repository.cam.ac.uk/bitstream/handle/1810/270860/global%20challenges.pdf?sequence=1 |arquivodata=4 de abril de 2020 |ultimo3=Rosenthal |primeiro3=Seth |ultimo4=Maibach |primeiro4=Edward |volume=1}}</ref>
=== Críticas filosóficas ===
O historiador [[Jacques Barzun]] designou a ciência como "uma [[fé]] tão [[fanatismo|fanática]] como qualquer outra na [[história]]", e alertou contra o uso do pensamento científico para suprimir considerações sobre o significado da existência [[humanidade|humana]].<ref group = "Ref." name ="ScienceEntertainment" /> Muitos pensadores recentes, como [[Carolyn Merchant]], [[Theodor Adorno]] e [[E. F. Schumacher]], consideraram que a [[revolução científica]] no [[século XVII]] mudou o foco da ciência de estudar e entender a [[natureza]] ou [[sabedoria]], passando a focar em questões sobre manipulação da natureza, e esta nova ênfase da ciência levou inevitavelmente à manipulação das pessoas. O focus da ciência em medições quantitativas levaram a críticas que ela é incapaz de reconhecer os importantes aspectos qualitativos do mundo.<ref group = "Ref." name="UncommonWisdom" />

O psicologista [[Carl Jung]] acreditava que apesar da ciência tentar entender toda a natureza, o método experimental usado iria impor questões artificiais e condicionais que evocariam apenas respostas parciais.<ref group = "Ref." name = "synchronicity" /> [[David Parkin]] comparou a estância [[epistemologia|epistemológica]] da ciência com a [[divinação]].<ref group = "Ref." name = "SimultaneityandSequencing" /> Ele sugeriu que, assim como a divinação é um meio epistemológico específico para conseguir introspecção em uma dada questão, a própria ciência pode ser considerada uma forma de divinação moldada pelo ponto de vista oriental da natureza (e com isso as possíveis aplicações) do conhecimento.

Vários acadêmicos têm feito críticas em relação à [[ética]] na ciência. No livro ''Science and Ethics'', por exemplo, o filósofo [[Bernard Rollin]] examinou a relevância da ética para a ciência, e argumenta a favor de que a educação em ética parte do treinamento científico.<ref group = "Ref." name = "ScienceandEthics" />

A ciência contudo mantém sua postura firme frente às críticas filosóficas, e não obstante muitos cientistas — e, por incrível que pareça, até mesmo alguns filósofos — partem para críticas a respeito das posturas da filosofia e até mesmo a respeito da própria filosofia da filosofia. Certamente dominada pela autoridade pessoal mais do que pela autoridade factual, sobre a filosofia [[Richard Feynman]] afirmou: "A [[filosofia da ciência]] é tão útil para o cientista quanto a ornitologia para os pássaros". Bertrand Russel afirmou que "Ciência é o que você sabe. Filosofia é o que você não sabe!". Há contudo um filósofo em particular que consegue resumir todas as posturas e escolas filosóficas, e suas incontáveis divergências internas, em uma única frase.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}


== Ver também ==
== Ver também ==
* [[Lista de anos na ciência]]
{{Correlatos
|commons = science
|commonscat = science
|wikisource =
|wikiquote = ciência
|wikiquotecat = ciências
|wikilivros =
|wikinoticias = ciência
|wikinoticiascat = ciência
|wikcionario = ciência
|wikispecies =
|wikiversidade =
|meta =
}}
* [[Ciência do Antigo Egito]]
* [[Ciência patológica]]
* [[Computação científica]]
* [[Lista de prêmios de ciência]]
* [[Materialismo científico]]
* [[Tecnologia]]
* [[Lista de tecnologias emergentes]]
* [[Ciência cidadã]]

; Definição
* [[Relação entre religião e ciência|Ciência e religião]]

; Método
* [[Método científico]]
* [[Pesquisa inédita]]
* [[Comprovação científica]]

{{Referências|col=2|Notas|grupo="Nota"|refs =

<ref group = "Nota" name = "Citacao_Einstein_01" >"''A ciência só pode determinar o que é, não o que 'deve ser', e fora de seu domínio permanece a necessidade de juízos de valor de todos os tipos''" ([[Albert Einstein]]) Conforme relatado por [[Simon Singh|SINGH, Simon]]. ''[[Big Bang]]''. p. 459.</ref>

<ref group = "Nota" name = "Citacao_Jacob_Bronowski_01" >"''O[[homem]] domina a [[natureza]] não pela [[força]], mas pela compreensão. É por isto que a ciência teve sucesso onde a [[magia]] fracassou: porque ela não buscou um encantamento para lançar sobre a natureza''" ([[Jacob Bronowski]]). Conforme relatado por [[Simon Singh|SINGH, Simon]]. ''[[Big Bang]]''. p. 459.</ref>

<ref group = "Nota" name = "Citacao_Cicero_01" >"Não há nada de tão absurdo que não saia da boca de algum filósofo" (Cícero) - conforme encontrado no wikiquote lusófono - verbete "filosofia" - na edição publicada às 14h38min de 16 de Novembro de 2010.</ref>

<ref group = "Nota" name = "Citacao_Bertrand_Russell_01" >A resposta da ciência a este debate geralmente é: "Ciência é o que você sabe. Filosofia é o que você não sabe" ([[Bertrand Russell]]) - conforme relatado por Simon Singh - Big Bang (pág. 459.).</ref>

<ref group = "Nota" name = "Citacao_Richard_Feynman_01" >"A filosofia da ciência é tão útil para o cientista quanto a ornitologia para os pássaros" ([[Richard Feynman]]), conforme relatado por Simon Singh - Big Bang (pág. 459.).</ref>

<ref group= "Nota" name = "TeoriaEvolucaoContextoSocial" >Abordando uma consequência em contexto cultural do real significado de teoria, a teoria da evolução é hoje o paradigma válido para a diversidade biológica, quer alguns ramos da sociedade gostem, quer não. E para o desespero dos "[[criacionismo|criacionistas]]" em particular, mesmos que algum dos supostos "fatos" que propõem como contraditórios à evolução realmente contradissesse alguma de suas ideias a evolução de forma válida, ela, de forma similar ao que se deu à mecânica clássica e ao contrário do que pensam, não iria diretamente para o "lixo", como desejam. Ademais, ressalta-se que não há nenhum fato contraditório verificável, nenhum fato científico, ao rigor científico até a data atual, pelo menos. Aqui cita-se que os criacionistas "pecam" por um lado, mas há de se considerar que seus defensores também erram pelo outro: a teoria ''não'' é um "fato", e tão pouco é provada, como muitos defensores afirmam. Elá é uma teoria científica, ''falseável'', como toda e qualquer teoria científica deve ser.</ref>

<ref group = "Nota" name = "IndicacaoSecaoFilosofia" >Ver seção "Filosofia da ciência"</ref>

<ref group = "Nota" name = "LimitesCiencia" >Em outras palavras, a ciência ''sabe'' que não sabe tudo acerca da natureza. Contudo ela também sabe muito bem como lidar com isto</ref>

<ref group = "Nota" name = "ValoracaoMoral" >A questão de valoração moral sobre o que é bom ou ruim para nós mesmos, quer individual quer coletivamente, transcende contudo a ciência. Para os americanos, a [[bomba nuclear]] sobre [[Iroshima]] certamente não teve a mesma conotação do que para os japoneses.</ref>

<ref group = "Nota" name = " PsicologiaXCiencia" >Há várias discussões sobre ser a psicologia uma ciência - aqui em sentido estrito - ou não. Contudo ela figura, por vista grossa ou não, entre as "ciências sociais".</ref>

<ref group = "Nota" name = "IndicaArtigos" >Para maiores detalhes consulte os artigos [[Design inteligente]], [[Kitzmiller v. Dover Area School District]] e [[pastafarianismo]] nesta própria enciclopédia.</ref>

<ref group = "Nota" name = "Quadro" >Quadro pintado em 1425 (conclusão em 1428), alterado em 1680, e restaurado em 1980.</ref>

<ref group = "Nota" name = "Proposta_CNRS" >{{Citar web |url=http://www.cnrs.fr/cw/dossiers/dosart/ |título=CNRS propõe uma exposição sobre o tema ''arte e ciência'', apresentando as diferentes técnicas ao serviço da conservação das obras d' arte |data= |acessodata=}}</ref>

<ref group = "Nota" name = "Cientificismo" >Ver: ''Cientificismo e ocidente. Ensaios de epistemologia crítica de Jean-Paul Carregar''.</ref>

<ref group = "Nota" name = "ProgramaForte" >[[Barry Barnes]] e [[David Bloor]] são fundadores do "[[programa forte]]", uma variedade da [[Sociologia do conhecimento científico]], que procura explicar as origens do conhecimento científico por fatores exclusivamente sociais e culturais.</ref>

<ref group = "Nota" name = "ProcessoGalileu">Ver para mais informações: [http://www.astrosurf.com/luxorion/astro-histoire-procesgalilee.htm ''O processo de Galilée'' no sítio Astrosurf].</ref>

<ref group = "Nota" name = "GiordanoBruno" >G.L Bruno tinha postulado e tinha apresentado sólidas evidências acerca do pluralismo dos mundos possíveis, como a existência de outros planetas no universo, com a sua obra ''De l’infinito universo et Mondi'' (''O infinito, o universo e os mondes'').</ref>

<ref group="Nota" name="EnciclicaPapaJoaoPaulo" >Encíclica do Papa João Paulo II, de ''[[Fides et Ratio]]'' (1998) redefinindo relação ciência-religião assim: ''"A fé e a razão estão como duas asas que permitem ao espírito humano se criar para a contemplação da verdade"''</ref>
}}
{{Referências|grupo="Ref."|col=2|refs =

<ref group = "Ref." name = "RefDicionario" >{{citar web|autor=MISH, Frederick C|url=http://www.merriam-webster.com/dictionary/science|titulo=science - Definition from the Merriam-Webster Online Dictionary |acessodata=20 de junho de 2009|publicado=Merriam-Webster Online Dictionary |data=2009|língua=en}}</ref>

<ref group = "Ref." name = "BigBang_SimonSingh" >SINGH, Simon. ''Big Bang''. Rio de Janeiro; São Paulo: Editora Record, 2006. ISBN 85-01-07213-3 Capítulo "O que é ciência?", e demais.</ref>

<ref group = "Ref." name = "RefDicionarioFrances" >{{Citar livro|autores=BLOCH, Oscar; WARTBURG, Walther von|título=Dictionnaire étymologique de la langue française|idioma=francês|edição=2|local=Paris|editora=Presses Universitaires de France|ano=2004|página=682|isbn = 2-13-054426-6}}</ref>

<ref group = "Ref." name = "CentrenationalRessText" >D'après le [http://atilf.atilf.fr/dendien/scripts/tlfiv5/visusel.exe?13;s=1052873835;r=1;nat=;sol=2; ''Trésor Informatisé de la Langue Française'']; voir aussi le schéma [http://www.cnrtl.fr/proxemie/science proxémique] sur le Centre National de Ressources Textuel et Lexical.</ref>

<ref group = "Ref." name = "ConsultableEnLigne" >{{Citar web |url=http://philia.online.fr/txt/bach_007.php |título=consultable en ligne |data= |acessodata=}}</ref>

<ref group = "Ref." name = "RevueFrancaieseDeSociologie" >Terry Shinn, « Formas de divisão do trabalho científico e convergência intelectual. A investigação técnico-instrumental", ''Revue française de sociologie'', n° 41 (3), páginas 447–73, 2000.</ref>

<ref group = "Ref." name = " IntrumentationScienceStateIndustry" >''Bernward Joerges et Terry Shinn, ''Instrumentation between Science, State and Industry'', Kluwer Academic Press, Dordrecht, 2001.</ref>

<ref group = "Ref." name = "RefRobertNadeau" >{{Harvnb|Robert Nadeau|Ref=Vtae|p=126}}.</ref>

<ref group = "Ref." name = "RefLenaSoler" >{{Harvnb|Léna Soler|Ref=Ie|p=13}}</ref>

<ref group = "Ref." name = "TheScientificRevolution" >{{Citar web |url=http://www.wsu.edu/~dee/ENLIGHT/SCIREV.HTM |título=The Scientific Revolution". Washington State University |data= |acessodata=}}</ref>

<ref group = "Ref." name = 'TheReviewofmetaphysics" >{{citar periódico|periódico= The Review of Metaphysics|título= Casebeer, William D. Natural Ethical Facts: Evolution, Connectionism, and Moral Cognition|autor = Brugger, E. Christian|volume = 58 |número= 2|ano= 2004}}</ref>

<ref group ="Ref." name = "ConjecturesRefutations_KarlPoper" >{{citar livro |título= Conjectures and Refutations: The Growth of Scientific Knowledge |autor = Popper, Karl |publicado= Routledge |ano= 2002}}</ref>

<ref group = "Ref." name = "RationalityOfScience" >{{citar livro|título= The Rationality of Science |autor = Newton-Smith, W. H. |local= London |publicado= Routledge |ano= 1994 |página= 30}}</ref>

<ref group = "Ref." name = "Chronicle for Societies" >{{Citar web|ultimo=Parrott |primeiro=Jim |data=9 de agosto de 2007 |url=http://www.scholarly-societies.org/1599andearlier.html |título=Chronicle for Societies Founded from 1323 to 1599 |publicado=Scholarly Societies Project |acessodata=2007-09-11}}</ref>

<ref group = "Ref." name = "BenvenutoNelSitio" >{{Citar web|ano=2006 |url=http://positivamente.lincei.it/ |título=Benvenuto nel sito dell'Accademia Nazionale dei Lincei |língua=it |publicado=Accademia Nazionale dei Lincei |acessodata=2007-09-11}}</ref>

<ref group = "Ref." name = "BriefHistoryOfSociety" >{{Citar web|url=http://www.royalsoc.ac.uk/page.asp?id=2176 |título=Brief history of the Society |publicado=The Royal Society |acessodata=2007-09-11}}</ref>

<ref group = "Ref." name = "AReassessment">{{Citar web|primeiro=G.G. |ultimo=Meynell |url=http://www.royalsoc.ac.uk/page.asp?id=2176 |título=The French Academy of Sciences, 1666-91: A reassessment of the French Académie royale des sciences under Colbert (1666-83) and Louvois (1683-91) |publicado=Topics in Scientific & Medical History |acessodata=2007-09-11}}</ref>

<ref group = "Ref." name ="ProliferationScienceLiterature" >{{citar periódico|último =Ziman |primeiro =Bhadriraju |periódico=Science |título=The proliferation of scientific literature: a natural process |ano=1980 |volume=208 |número=4442 |páginas=369–371 |doi= 10.1126/science.7367863 |pmid=7367863}}</ref>

<ref group = "Ref." name = "ScientificTechnicalResources" >{{citar livro |primeiro1 =Krishna |último1 =Subramanyam |último2 =Subramanyam|primeiro2 =Bhadriraju |ano=1981 |título=Scientific and Technical Information Resources |publicado=CRC Press |isbn=0824782976 |oclc=232950234}}</ref>

<ref group = "Ref." name = "CreativeWriting" >{{Citar web |primeiro=Mario |ultimo=Petrucci |url=http://writeideas.org.uk/creativescience/index.htm |título=Creative Writing ←→ Science |acessodata=2008-04-27 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20090106015539/http://writeideas.org.uk/creativescience/index.htm |arquivodata=2009-01-06 |urlmorta=yes }}</ref>

<ref group = "Ref." name = "Tecnica" >"Técnica", no [http://atilf.atilf.fr/dendien/scripts/tlfiv5/visusel.exe?14;s=1453963080;r=1;nat=;sol=5; 'Tesouro Informatizado da Língua Francesa''].</ref>

<ref group = "Ref." name = "EpistemoliaCiencia" >Robert Nadeau e [[Jacques Désautels]], em "Epistemologia e Didáctica das ciências'', baseado em um estudo estatístico e qualitativo efetuado ao [[Canadá|Canada]].</ref>

<ref group = "Ref." name = "ContraCientificismo" >[[Robert Nadeau]], [http://www.erudit.org/revue/philoso/1986/v13/n2/203325ar.pdf "Contra o cientificismo. Para a abertura de uma nova frente"], reexaminada, ''Philosophiques'', XIII (2), 1986.</ref>

<ref group = "Ref." name = "RelatorioSenado" >Relatório de informação n° 392 junto ao [[Senado]] (2002-2003) intitulado [http://www.senat.fr/rap/r02-392/r02-392.html A divulgação da cultura científica]</ref>

<ref group = "Ref." name ="CartaNacional" >Carta nacional dos ''Centres de Culture Scientifique, Technique et Industrielle''.</ref>

<ref group = "Ref." name = "SiteExploratorium" >{{Citar web |url=http://www.exploratorium.edu/ |título=Site do Exploratorium |data= |acessodata=}}</ref>

<ref group = "Ref." name = "BernadrSchiele" >Bernard Schiele, Presses Universitaires de Montréal, 2003.</ref>

<ref group = "Ref." name = "AmyDahan" >{{harvnb|Amy Dahan e Dominique Pestre|ref=Lsg|p=16}}</ref>

<ref group = "Ref." name = " LeSavant" >Ver: François d'Aubert, ''Le savant et le politique aujourd'hui'' (colloque de La Villette), 1996.</ref>

<ref group = "Ref." name = "OProcessoDoMacaco" >Golding, Gordon, ' 'O processo do macaco: a Bíblia contra Darwin' ', edições Complexas, Coll. Historiques, 2006, {{ISBN|2-8048-0085-7}}.</ref>

<ref group = "Ref." name = "ScienceJournalism" >{{Citar web|ultimo=Dickson |primeiro=David |data=11 de outubro de 2004 |url=http://www.scidev.net/Editorials/index.cfm?fuseaction=readEditorials&itemid=131&language=1 |título=Science journalism must keep a critical edge |publicado=Science and Development Network |acessodata=2008-02-20}}</ref>

<ref group = "Ref." name = "BlindedByScience" >{{Citar web|ultimo=Mooney |primeiro=Chris |ano=2007 |url=http://cjrarchives.org/issues/2004/6/mooney-science.asp |título=Blinded By Science, How 'Balanced' Coverage Lets the Scientific Fringe Hijack Reality |publicado=Columbia Journalism Review |acessodata=2008-02-20}}</ref>

<ref group = "Ref." name = "AustralianStudies" >{{citar periódico|último1 =McIlwaine |primeiro1 =S. |último2 =Nguyen|primeiro2 = D. A. |título=Are Journalism Students Equipped to Write About Science? |periódico=Australian Studies in Journalism |ano=2005 |volume=14 |páginas=41–60 |url=http://espace.library.uq.edu.au/view/UQ:8064 |acessodata=2008-02-20}}</ref>

<ref group = "Ref." name = "EggIndustry" >{{Citar web |url=http://news.bbc.co.uk/onthisday/hi/dates/stories/december/3/newsid_2519000/2519451.stm |título=1988: Egg industry fury over salmonella claim", "On This Day," |obra=BBC News |data=3 de dezembro de 1988 |acessodata=}}</ref>

<ref group = "Ref." name ="ScienceEntertainment" >Jacques Barzun, ''Science: The Glorious Entertainment'', Harper and Row: 1964. p. 15. (quote) and Chapters II and XII.</ref>

<ref group = "Ref." name="UncommonWisdom" >Fritjof Capra, ''Uncommon Wisdom'', ISBN 0-671-47322-0, p. 213</ref>

<ref group = "Ref." name = "synchronicity" >{{citar livro |isbn = 0691017948 |título= Synchronicity: An Acausal Connecting Principle |página= 35 |publicado= Princeton University Press |último = Jung |primeiro = Carl |ano= 1973 |autorlink = Carl Jung}}</ref>

<ref group = "Ref." name = "SimultaneityandSequencing" >{{harvnb|Parkin|1991}} "Simultaneity and Sequencing in the Oracular Speech of Kenyan Diviners", p. 185.</ref>

<ref group = "Ref." name = "ScienceandEthics" >{{citar livro |primeiro =Bernard E. |último =Rollin |ano=2006 |título=Science and Ethics |publicado=Cambridge University Press |isbn=0521857546 |oclc=238793190}}</ref>

<ref group = "Ref." name = "JEntrez" >ftp://ftp.ncbi.nih.gov/pubmed/J_Entrez.txt</ref>


{{Notas e referências}}
<ref group = "Ref." name = "BBC-HistofSci" >British Broadcasting Corporation (BBC) - The History of Science, Power, Proof and Passion - Apresentado por Michael Mosley - Conforme série cuja primeira parte do primeiro episódio foi acessado sob título : "BBC - 1-6 - A História da Ciência - O que há lá fora? - parte 1" em 24-12-2011 16:55 horas.</ref>
}}


{{Referências}}
== Ligações externas ==
== Ligações externas ==
; Livros-texto
; Livros-texto

Revisão das 00h35min de 11 de março de 2024

Ciência é um esforço rigoroso e sistemático que constrói e organiza o conhecimento na forma de explicações e previsões testáveis sobre o mundo.[1][2] A ciência moderna é normalmente dividida em três ramos principais:[3] as ciências naturais (por exemplo, física, química e biologia), que estudam o mundo físico; as ciências sociais (por exemplo, economia, psicologia e sociologia), que estudam indivíduos e sociedades;[4][5] e as ciências formais (como lógica, matemática e ciência da computação teórica), que estudam sistemas formais, governados por axiomas e regras.[6][7] Há desacordo se as ciências formais são disciplinas científicas,[8][9][10] visto que não dependem de evidências empíricas.[11][9] As ciências aplicadas são disciplinas que utilizam o conhecimento científico para fins práticos, como na engenharia e na medicina.[12][13][14]

A história da ciência abrange a maior parte do registro histórico, sendo que os primeiros escritos de predecessores identificáveis da ciência moderna datam da Idade do Bronze no Antigo Egito e na Mesopotâmia, por volta de 3.000-1.200 a.C.. Tais contribuições para a matemática, astronomia e medicina moldaram a filosofia natural grega da antiguidade clássica, por meio da qual foram feitas tentativas formais de explicar eventos no mundo físico com base em causas naturais, enquanto avanços adicionais, como a introdução do sistema numérico hindu-arábico, foram feitos durante a chamada Idade de Ouro da Índia Antiga.[15](p12)[16][17][18] A pesquisa científica deteriorou-se nessas regiões após a queda do Império Romano do Ocidente durante o início da Idade Média (400 a 1000 d.C.), mas nos renascimentos medievais (renascimento carolíngio, renascimento otoniano e renascimento do século XII) os estudos floresceram novamente. Alguns manuscritos gregos antigos perdidos na Europa Ocidental foram preservados e expandidos no Oriente Médio durante a Idade de Ouro Islâmica[19] e mais tarde pelos esforços de estudiosos gregos bizantinos que trouxeram manuscritos gregos do moribundo Império Bizantino para a Europa Ocidental durante o período do Renascimento.

A recuperação e assimilação de obras gregas e pesquisas islâmicas na Europa Ocidental do século X ao XII reviveu a "filosofia natural",[20][21][22] que mais tarde foi transformada pela Revolução Científica que começou no século XVI[23] à medida que novas ideias e descobertas partiram de concepções e tradições gregas anteriores.[24][25] O método científico logo desempenhou um papel maior na criação de conhecimento e foi somente no século XIX que muitas das características institucionais e profissionais da ciência começaram a tomar forma,[26][27] junto com a mudança da "filosofia natural" para "ciência natural".[28]

Novos conhecimentos são criados por pesquisas de cientistas motivados pela curiosidade sobre o mundo em que vivem e pelo desejo de resolver problemas.[29][30] A pesquisa científica contemporânea é altamente colaborativa e geralmente é feita por equipes em instituições acadêmicas e institutos de pesquisa,[31] agências governamentais e empresas.[32][33] O impacto prático do seu trabalho levou ao surgimento de políticas científicas que procuram influenciar o empreendimento científico, priorizando o desenvolvimento ético e moral de produtos comerciais, armamentos, assistência médica, infraestruturas públicas e proteção ambiental.

Etimologia

A palavra ciência tem origem na palavra latina scientia, que significa "conhecimento, consciência, compreensão". É um substantivo derivado do latim sciens que significa "conhecer" e que é indiscutivelmente derivado do latim sciō, o particípio presente de scīre, que significa "saber".[34]

Existem muitas hipóteses para a origem da palavra. Segundo Michiel de Vaan, linguista neerlandês e indo-europeísta, sciō pode ter sua origem na língua protoitálica como *skije- ou *skijo- que significa "saber", que pode se originar da língua protoindo-europeia como *skh1-ie, *skh1-io, que significa "incisar". O Lexikon der indogermanischen Verben propôs que sciō é uma formação posterior de nescīre, que significa "não saber, não estar familiarizado com", que pode derivar do protoindo-europeu *sekH- em latim secāre, ou *skh2-, de *sḱʰeh2(i)- que significa "cortar".[35]

No passado, o termo "ciência" era sinônimo de “conhecimento” ou “estudo”, de acordo com sua origem latina. Uma pessoa que conduzia pesquisas científicas era chamada de “filósofo natural” ou “homem da ciência”.[36] Em 1834, William Whewell introduziu o termo cientista em uma resenha do livro On the Connexion of the Physical Sciences de Mary Somerville,[37] creditando-o a "algum cavalheiro engenhoso" (provavelmente ele próprio).[38]

História

Ver artigo principal: História da ciência

História antiga

Clay tablet with markings, three columns for numbers and one for ordinals
A tabuleta Plimpton 322 dos babilônios registra triplas pitagóricas, escritas por volta de 1800 a.C.

A ciência não tem origem única. Em vez disso, os métodos sistemáticos surgiram gradualmente ao longo de dezenas de milhares de anos,[39][40] assumindo diferentes formas em todo o mundo, sendo que poucos detalhes são conhecidos sobre os primeiros desenvolvimentos científicos. As mulheres provavelmente desempenharam um papel central na ciência pré-histórica,[41] assim como os rituais religiosos.[42] Alguns estudiosos usam o termo “protociência” para rotular atividades ancestrais que se assemelham à ciência moderna em alguns aspectos, mas não em todos;[43][44][45] no entanto, este rótulo também foi criticado por ser pejorativo.[46]

A evidência direta dos processos científicos torna-se mais clara com o advento dos sistemas de escrita nas primeiras civilizações, como o Egito Antigo e a Mesopotâmia, criando os primeiros registos escritos na história da ciência por volta de 3000 a 1200 EC.[15](12–15)[16] Embora as palavras e conceitos de "ciência" e "natureza" não fizessem parte do panorama conceitual da época, os antigos egípcios e mesopotâmicos fizeram contribuições que mais tarde encontrariam um lugar na ciência grega e medieval, como a matemática, a astronomia e a medicina.[47][15](p12) A partir do terceiro milênio a.C., os antigos egípcios desenvolveram um sistema de numeração decimal,[48] resolveram problemas práticos usando geometria[49] e desenvolveram um calendário.[50] Suas terapias de cura envolviam tratamentos medicamentosos e sobrenaturais, como orações, encantamentos e rituais religiosos.[15](p9)

Os antigos mesopotâmicos usaram o conhecimento sobre as propriedades de vários produtos químicos naturais para a fabricação de cerâmica, faiança, vidro, sabão, metais, gesso de cal e impermeabilização.[51] Eles estudaram fisiologia animal, anatomia, etologia e astrologia para fins divinatórios.[52] Os mesopotâmicos tinham um intenso interesse pela medicina[51] e as primeiras prescrições médicas apareceram em sumério durante a Terceira Dinastia de Ur.[53] Estes povos parecem ter estudado temas científicos que tinham aplicações práticas ou religiosas e tinham pouco interesse em satisfazer a curiosidade.[51]

Antiguidade Clássica

Framed mosaic of philosophers gathering around and conversing
Mosaico representando a Academia de Platão, feito entre 100 a.C. e 79 d.C., mostra muitos estudiosos e filósofos gregos

Na Antiguidade Clássica, não existia um verdadeiro análogo antigo de um cientista moderno. Em vez disso, haviam indivíduos bem-educados, geralmente de classe alta e quase universalmente do sexo masculino, realizavam várias pesquisas sobre a natureza sempre que tinham tempo livre.[54] Antes da invenção ou descoberta do conceito de physis (ou natureza) pelos filósofos pré-socráticos, as mesmas palavras tendiam a ser usadas para descrever a "maneira" natural pela qual uma planta cresce[55] e a "maneira" pela qual, por exemplo, uma tribo adorava um deus específico. Por conta disto, considera-se que estes homens foram os primeiros filósofos em sentido estrito e os primeiros a distinguir claramente os conceitos de “natureza” e “convenção”.[56]

Os primeiros filósofos gregos da escola milesiana, fundada por Tales de Mileto e posteriormente continuada por seus sucessores Anaximandro e Anaxímenes, foram os primeiros a tentar explicar os fenômenos naturais sem depender do sobrenatural.[57] Os pitagóricos desenvolveram uma filosofia de números complexos[58]:467–68 e contribuiu significativamente para o desenvolvimento da ciência matemática.[58]:465A teoria dos átomos foi desenvolvida pelo filósofo grego Leucipo e seu aluno Demócrito.[59][60] Mais tarde, Epicuro desenvolveria uma cosmologia natural completa baseada no atomismo e adotaria um "cânone" (régua, padrão) que estabelecia critérios físicos ou padrões de verdade científica.[61] O médico grego Hipócrates estabeleceu a tradição da ciência médica sistemática[62][63] e é conhecido como "O Pai da Medicina".[64]

Um divisor de águas na história da ciência filosófica primitiva foi o exemplo de Sócrates de aplicação da filosofia ao estudo das questões humanas, como a natureza humana, a natureza das comunidades políticas e o próprio conhecimento humano. O método socrático, tal como documentado pelos diálogos de Platão, é um método dialético de eliminação de hipóteses: as melhores são encontradas através da identificação e eliminação constante daquelas que levam a contradições. Este método procura verdades gerais comuns que moldam as crenças e as examina em busca de consistência.[65] Sócrates criticou o tipo mais antigo de estudo da física como sendo puramente especulativo e carente de autocrítica.[66]

Aristóteles, no século IV aC, criou um programa sistemático de filosofia teleológica.[67] No século III aC, o astrônomo grego Aristarco de Samos foi o primeiro a propor um modelo heliocêntrico do universo, com o Sol no centro e todos os planetas orbitando-o.[68] O modelo de Aristarco, no entanto, foi amplamente rejeitado porque se acreditava que violava as leis da física,[68] enquanto a obra Almagesto de Ptolomeu, que contém uma descrição geocêntrica do Sistema Solar, foi aceita durante o início da Renascença.[69][70] O inventor e matemático Arquimedes de Siracusa fez contribuições importantes para os primórdios do cálculo.[71] Plínio, o Velho, foi um escritor e polímata romano, que escreveu a enciclopédia seminal História Natural.[72][73][74]

A notação posicional para representar números muito provavelmente surgiu entre os séculos III e V d.C. ao longo das rotas comerciais indianas. Este sistema numérico tornou as operações aritméticas eficientes e mais acessíveis, sendo que acabaria por se tornar o padrão para a matemática em todo o mundo desde então.[75]

Idade Média

Picture of a peacock on very old paper
A primeira página do Dioscurides de Viena retrata um pavão, feito no século VI

Devido ao colapso do Império Romano do Ocidente, o século V passou por um declínio intelectual e o conhecimento das concepções gregas do mundo deteriorou-se em toda a Europa Ocidental.[15](p194) Durante o período, enciclopedistas latinos como Isidoro de Sevilha preservaram a maior parte do conhecimento antigo geral.[76] Como o Império Bizantino resistiu aos ataques dos invasores, eles foram capazes de preservar e melhorar o aprendizado anterior.[15](p159) João Filopono, um estudioso bizantino dos anos 500, começou a questionar o ensino de física de Aristóteles, introduzindo a teoria do ímpeto.[15](307, 311, 363, 402) Suas críticas serviram de inspiração para estudiosos medievais e para Galileu Galilei, que citou extensivamente suas obras dez séculos depois.[15](307–308)[77]

Durante o final da Antiguidade e o início da Idade Média, os fenômenos naturais eram examinados principalmente através da abordagem aristotélica, que inclui as quatro causas: causa material, formal, móvel e final.[78] Muitos textos clássicos gregos foram preservados pelos bizantinos e as traduções para o árabe foram feitas por grupos como os nestorianos e os monofisitas. Sob o Califado, estas traduções foram posteriormente melhoradas e desenvolvidas por cientistas árabes.[79] Nos séculos VI e VII, o vizinho Império Sassânida estabeleceu a Academia de Gondeshapur, que é considerada pelos médicos gregos, siríacos e persas como o centro médico mais importante do mundo antigo.[80]

A Casa da Sabedoria foi estabelecida na era Abássida em Bagdá, no atual Iraque,[81] onde o estudo islâmico do aristotelismo floresceu[82] até as invasões mongóis no século XIII. Alhazém começou a fazer experiências como um meio de obter conhecimento[83][84] e refutou a teoria da visão de Ptolomeu[85]:Livro I, [6.54]. p. 372 A compilação do Cânone de Medicina de Avicena, uma enciclopédia médica, é considerada uma das publicações mais importantes da medicina e foi usada até o século XVIII.[86]

Durante o século XI, a maior parte da Europa tornou-se cristã,[15](p204) e, em 1088, a Universidade de Bolonha emergiu como a primeira universidade da Europa.[87] Como tal, a demanda por traduções latinas de textos antigos e científicos cresceu,[15](p204) um dos principais contribuintes para o Renascimento do século XII. A escolástica renascentista na Europa Ocidental floresceu, com experimentos feitos através da observação, descrição e classificação de assuntos na natureza.[88] No século XIII, professores e estudantes de medicina em Bolonha começaram a abrir corpos humanos, levando ao primeiro livro de anatomia baseado na dissecação humana de Mondino de Luzzi.[89]

Renascimento

Ver artigo principal: Renascimento
Drawing of planets' orbit around the Sun
Desenho do modelo heliocêntrico proposto pelo De Revolutionibus orbium coelestium de Copérnico

Novos desenvolvimentos na óptica também desempenharam um papel relevante no início da Renascença, tanto por desafiar ideias metafísicas de longa data sobre a percepção, como por contribuir para a melhoria de tecnologias como a câmara escura e o telescópio. No início deste período, Roger Bacon, Vitello e John Peckham construíram, cada um, uma ontologia escolástica sobre uma cadeia causal começando com a sensação, a percepção e, finalmente, a apercepção das formas individuais e universais de Aristóteles.[85]:Livro I Um modelo mais tarde conhecido como perspectivismo foi explorado e estudado pelos artistas renascentistas. Esta teoria usa apenas três das quatro causas de Aristóteles: formal, material e final.[90] No século XVI, o astrônomo polonês Nicolau Copérnico formulou um modelo heliocêntrico do Sistema Solar, ao afirmar que os planetas giram em torno do Sol, em vez do modelo geocêntrico onde os planetas e o Sol giram em torno da Terra. Isto baseou-se em um teorema de que os períodos orbitais dos planetas são mais longos à medida que os seus orbes estão mais distantes do centro do movimento, o que ele descobriu não concordar com o modelo de Ptolomeu.[91]

O alemão Johannes Kepler e outros desafiaram a noção de que a única função do olho é a percepção e mudaram o foco principal da óptica do olho para a propagação da luz.[90][92] Kepler é mais conhecido, no entanto, por melhorar o modelo heliocêntrico de Copérnico através da descoberta das leis do movimento planetário. Kepler não rejeitou a metafísica aristotélica e descreveu seu trabalho como uma busca pela música das esferas.[93] O florentino Galileu Galilei também realizou contribuições significativas para a astronomia, a física e a engenharia. No entanto, ele foi perseguido depois que o Papa Urbano VIII o condenou por escrever sobre o modelo heliocêntrico.[94] A imprensa escrita foi amplamente utilizada para publicar argumentos acadêmicos, incluindo alguns que discordavam amplamente das ideias contemporâneas sobre a natureza.[95] Francis Bacon e René Descartes publicaram argumentos filosóficos em favor de um novo tipo de ciência não-aristotélica. Bacon enfatizou a importância do experimento sobre a contemplação, questionou os conceitos aristotélicos de causa formal e final, promoveu a ideia de que a ciência deveria estudar as leis da natureza e o aperfeiçoamento de toda a vida humana.[96] Descartes enfatizou o pensamento individual e argumentou que a matemática, e não a geometria, deveria ser usada para estudar a natureza.[97]

Ilumiminismo

Ver artigo principal: Iluminismo
see caption
Página de título da primeira edição de 1687 de Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica de Isaac Newton

No início do Iluminismo, Isaac Newton formou a base da mecânica clássica por meio de sua obra Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica, influenciando enormemente os futuros físicos.[98] Gottfried Wilhelm Leibniz incorporou termos da física aristotélica, agora usados de uma nova forma não teleológica. Isto implicou em uma mudança na visão dos objetos, que eram agora considerados como não tendo objetivos inatos. Leibniz presumia que todos os diferentes tipos de coisas funcionam de acordo com as mesmas leis gerais da natureza, sem causas formais ou finais especiais.[99]

Durante esse período, o propósito e o valor declarados da ciência passaram a ser a produção de riquezas e invenções que melhorariam a vida humana, no sentido materialista de ter mais alimentos, roupas e outras coisas. Nas palavras de Bacon, “o objetivo real e legítimo das ciências é a dotação da vida humana com novas invenções e riquezas”, e ele desencorajou os cientistas de perseguirem ideias filosóficas ou espirituais intangíveis, que ele acreditava terem contribuído pouco para a felicidade humana além “da fumaça de sutil, sublime ou agradável [especulação]".[100]

A ciência durante a Era do Iluminismo era dominada pelas sociedades científicas[101] e academias, que foram a espinha dorsal do amadurecimento da profissão científica e substituíram as universidades como centros de pesquisa e desenvolvimento científico. Outro desenvolvimento importante foi a popularização da ciência entre uma população cada vez mais alfabetizada.[102] Os filósofos do Iluminismo recorreram a alguns de seus predecessores científicos – principalmente Galileu, Kepler, Boyle e Newton – como guias para todos os campos físicos e sociais da época.[103][104]

Durante o século XVIII, surgiram avanços significativos na prática da medicina[105] e da física;[106] o desenvolvimento da taxonomia biológica por Carl Linnaeus;[107] uma nova compreensão do magnetismo e da eletricidade;[108] e o amadurecimento da química como disciplina.[109] As ideias sobre a natureza humana, a sociedade e a economia evoluíram durante o período iluminista. Hume e outros pensadores do Iluminismo escocês desenvolveram a obra Tratado da Natureza Humana, que foi expresso historicamente em obras de autores como James Burnett, Adam Ferguson, John Millar e William Robertson, todos os quais fundiram um estudo científico de como os humanos se comportavam nas culturas antigas e primitivas com uma forte consciência das forças determinantes da modernidade.[110] A sociologia moderna originou-se em grande parte desse movimento.[111] Em 1776, Adam Smith publicou A Riqueza das Nações, que é frequentemente considerado o primeiro trabalho sobre economia moderna.[112]

Século XIX

Sketch of a map with captions
O primeiro diagrama de uma árvore evolutiva feito por Charles Darwin em 1837

Durante o século XIX, muitas características distintivas da ciência moderna contemporânea começaram a tomar forma, como a transformação das ciências físicas e da vida, o uso frequente de instrumentos de precisão, o surgimento de termos como "biólogo", "físico" e "cientista" com a maior profissionalização daqueles que estudam a natureza, a industrialização de vários países, a prosperidade de escritos científicos populares e o surgimento de revistas científicas.[113] Durante o final do século XIX, a psicologia emergiu como uma disciplina separada da filosofia quando Wilhelm Wundt fundou o primeiro laboratório de pesquisa psicológica em 1879.[114]

Durante meados do século XIX, Charles Darwin e Alfred Russel Wallace propuseram independentemente a teoria da evolução por seleção natural em 1858, que explicava como diferentes plantas e animais se originaram e evoluíram. A teoria deles foi apresentada em detalhes no livro de Darwin, A Origem das Espécies, publicado em 1859.[115] Separadamente, Gregor Mendel apresentou seu artigo "Experimentos na Hibridização de Plantas" em 1865,[116] que delineou os princípios da herança biológica, servindo de base para a genética moderna.[117]

No início do século XIX, John Dalton sugeriu a teoria atômica moderna, baseada na ideia original de Demócrito de partículas indivisíveis chamadas átomos.[118] As leis de conservação de energia, conservação de momento e conservação de massa sugeriam um universo altamente estável onde poderia haver pouca perda de recursos. No entanto, com o advento da máquina a vapor e a Revolução Industrial houve uma maior compreensão de que nem todas as formas de energia têm as mesmas qualidades energéticas e facilidade de conversão em trabalho útil ou em outra forma de energia. Esta constatação levou ao desenvolvimento das leis da termodinâmica, nas quais a energia livre do universo é vista como em constante declínio: a entropia de um universo fechado aumenta com o tempo.[a]

A teoria eletromagnética foi estabelecida no século XIX pelos trabalhos de Hans Christian Ørsted, André-Marie Ampère, Michael Faraday, James Clerk Maxwell, Oliver Heaviside, e Heinrich Hertz. A nova teoria levantou questões que não poderiam ser facilmente respondidas usando a estrutura de Newton. A descoberta dos raios X inspirou a descoberta da radioatividade por Henri Becquerel e Marie Curie em 1896,[122] sendo que Curie tornou-se a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel, sendo também a primeira pessoa e a única mulher a ganhá-lo duas vezes.[123] No ano seguinte houve a descoberta da primeira partícula subatômica, o elétron.[124]

Século XX

Graph showing lower ozone concentration at the South Pole
Um gráfico computacional do buraco na camada de ozônio feito em 1987 usando dados de um telescópio espacial

Na primeira metade do século XX, o desenvolvimento de antibióticos e fertilizantes artificiais melhorou os padrões de vida dos humanos em todo o planeta.[125][126] Questões ambientais prejudiciais, como a destruição da camada de ozono, a acidificação dos oceanos, a eutrofização e as mudanças climáticas, começaram a chamar a atenção do público e provocaram o início de um nova área do conhecimento: os estudos ambientais.[127]

Durante este período, a experimentação científica tornou-se cada vez maior em escala e financiamento.[128] A extensa inovação tecnológica estimulada pela Primeira Guerra Mundial, pela Segunda Guerra Mundial e pela Guerra Fria levou a competições entre potências globais, como a Corrida Espacial[129] e a corrida armamentista nuclear.[130] Também foram feitas colaborações internacionais substanciais, apesar dos conflitos armados globais.[131]

No final do século XX, a gradativa eliminação da discriminação sexual aumentou enormemente o número de mulheres cientistas, mas persistiram grandes disparidades de género em alguns domínios.[132] A descoberta da radiação cósmica de fundo em 1964[133] levou à rejeição do modelo de estado estacionário do universo em favor da teoria do Big Bang de Georges Lemaître.[134]

Mudanças fundamentais nas disciplinas científicas ocorreram ao longo do século XX. Por exemplo, a evolução tornou-se uma teoria unificada no início do século, quando a síntese moderna pôde reconciliar a evolução darwiniana com a genética clássica.[135] A teoria da relatividade de Albert Einstein e o desenvolvimento da mecânica quântica complementam a mecânica clássica para descrever a física em comprimento, tempo e gravidade extremos.[136][137] A utilização generalizada de circuitos integrados no fim século XX, combinada com o uso de satélites de comunicações, levou a uma revolução tecnológica da informação e à ascensão da Internet global e da computação móvel, como os smartphones. A necessidade de sistematização em massa de cadeias causais longas e entrelaçadas e de grandes quantidades de informações levou ao surgimento dos campos da teoria de sistemas e da modelagem científica assistida por computador.[138]

Século XXI

Quatro imagens previstas do buraco negro M87* feitas por equipes separadas na colaboração Event Horizon Telescope

Durante a primeira metade do século XXI, foram realizados vários desenvolvimentos científicos importantes. O Projeto Genoma Humano, por exemplo, foi concluído em 2003 com a identificação e mapeamento de todos os genes do genoma humano.[139] As primeiras células-tronco humanas pluripotentes induzidas foram produzidas em 2006, permitindo que células adultas fossem transformadas em células-tronco e se transformassem em qualquer tipo de célula encontrada no corpo humano.[140] Com a confirmação da descoberta do bóson de Higgs em 2013, foi encontrada a última partícula prevista pelo Modelo Padrão da física de partículas, um grande avaço científico para a área.[141] Em 2015, foram observadas pela primeira vez ondas gravitacionais, que foram previstas pela relatividade geral um século antes.[142][143] Em 2019, a colaboração internacional Event Horizon Telescope apresentou a primeira imagem direta do disco de acreção de um buraco negro.[144]

Ramos

Ver artigo principal: Ramos da ciência

Geralmente, a ciência moderna é dividida em três ramos principais: ciências naturais, ciências sociais e ciências formais.[3] Cada um destes ramos compreende várias disciplinas científicas especializadas, mas sobrepostas, que muitas vezes possuem sua própria nomenclatura e especialização.[145] Tanto as ciências naturais como as sociais são ciências empíricas,[146] pois o seu conhecimento é baseado em observações empíricas e pode ser testado quanto à sua validade por meio de outros pesquisadores que trabalham nas mesmas condições.[147]

Ciências naturais

Ver artigo principal: Ciências naturais

As ciências naturais são o estudo do mundo físico e podem ser divididas em dois ramos principais: ciências da vida e ciências físicas. Esses dois ramos, por sua vez, também podem ser divididos em disciplinas mais especializadas. Por exemplo, a ciência física pode ser subdividida em física, química, astronomia e ciências da terra. A ciência natural moderna é a sucessora da filosofia natural que começou na Grécia Antiga. Os filósofos Galileu, Descartes, Bacon e Newton debateram os benefícios de usar abordagens mais matemáticas e experimentais de forma metódica. Ainda assim, perspectivas, conjecturas e pressupostos filosóficos, muitas vezes esquecidos, continuam necessários nas ciências naturais.[148] A coleta sistemática de dados sucedeu a história natural, que surgiu durante o século XVI ao descrever e classificar plantas, animais, minerais, etc.[149] Atualmente, a “história natural” sugere descrições observacionais destinadas ao público popular.[150]

Ciências sociais

Ver artigo principal: Ciências sociais
Two curve crossing over at a point, forming a X shape
Curva de oferta e demanda na economia, cruzando no equilíbrio ideal

O estudo do comportamento humano e do funcionamento das sociedades é realizado pelas ciências sociais,[4][5] que possuem muitas disciplinas que incluem antropologia, economia, história, geografia humana, ciência política, psicologia e sociologia.[4] Nas ciências sociais, existem muitas perspectivas teóricas concorrentes, muitas das quais são estendidas através de programas de pesquisa concorrentes, como os funcionalistas, os teóricos do conflito e os interacionistas na sociologia.[4] Devido às limitações da condução de experimentos controlados envolvendo grandes grupos de indivíduos ou situações complexas, os cientistas sociais podem adotar outros métodos de pesquisa como o método histórico, casos de estudo e estudos interculturais. Além disso, se houver informação quantitativa disponível, os cientistas sociais podem confiar em abordagens estatísticas para compreender melhor as relações e processos sociais.[4]

Ciências formais

Ver artigo principal: Ciências formais

As ciências formais são uma área de estudo que gera conhecimento por meio de sistemas formais.[151][6][7] Um sistema formal é uma estrutura abstrata usada para inferir teoremas a partir de axiomas de acordo com um conjunto de regras.[152] Inclui matemática,[153][154] teoria de sistemas e ciência da computação teórica. As ciências formais compartilham semelhanças com os outros dois ramos científicos por se basearem no estudo objetivo, cuidadoso e sistemático de uma área do conhecimento. No entanto, diferem das ciências empíricas, pois baseiam-se exclusivamente no raciocínio dedutivo, sem necessidade de evidências empíricas para verificar os seus conceitos abstratos.[11][155][147] As ciências formais são, portanto, disciplinas a priori e por isso há divergências sobre se constituem uma ciência de fato.[8][156] No entanto, elas desempenham um papel importante nas ciências empíricas. O cálculo infinitesimal, por exemplo, foi inicialmente inventado para compreender o movimento na física.[157] As ciências naturais e sociais que dependem fortemente de aplicações matemáticas incluem física matemática,[158] química,[159] biologia,[160] finanças[161] e economia.[162]

Ciências aplicadas

Ver artigo principal: Ciências aplicadas

As ciências aplicadas são o uso do método e do conhecimento científico para atingir objetivos práticos e inclui uma várias disciplinas, como engenharia e medicina.[163][14] A ciência pode contribuir para o desenvolvimento de novas tecnologias.[164] Engenharia é o uso de princípios científicos para inventar, projetar e construir máquinas, estruturas e tecnologias,[165] enquanto medicina é a prática de cuidar de pacientes, mantendo e restaurando a saúde por meio da prevenção, diagnóstico e tratamento de lesões ou doenças.[166][167] As ciências aplicadas são frequentemente contrastadas com as ciências básicas, que se concentram no avanço de teorias e leis científicas que explicam e prevêem eventos no mundo natural.[168][169]

A ciência computacional aplica o poder da computação para simular situações do mundo real, o que permite uma melhor compreensão dos problemas científicos em relação ao que a matemática formal por si só pode oferecer. O uso de aprendizado de máquina e da inteligência artificial está se tornando uma característica central das contribuições computacionais para a ciência. No entanto, as máquinas raramente avançam o conhecimento por si só, pois requerem orientação humana e capacidade de raciocínio; e podem introduzir preconceitos contra certos grupos sociais ou, por vezes, ter um desempenho inferior em relação aos seres humanos.[170][171]

Ciência interdisciplinar

Ver artigo principal: Interdisciplinaridade

A ciência interdisciplinar envolve a combinação de duas ou mais disciplinas em uma,[172] como bioinformática, uma combinação de biologia e ciência da computação[173] ou ciências cognitivas. O conceito existe desde a Grécia Antiga e tornou-se popular novamente no século XX.[174]

Pesquisa científica

Ver artigo principal: Pesquisa científica

A pesquisa científica pode ser dividida entre pesquisa básica ou aplicada. A pesquisa básica é a busca por conhecimento, enquanto a pesquisa aplicada é a busca de soluções para problemas práticos por meio da utilização deste conhecimento. A maior parte da compreensão vem da pesquisa básica, embora às vezes a pesquisa aplicada vise problemas práticos específicos, o que leva a avanços tecnológicos que antes não eram sequer imagináveis.[175]

Método científico

Ver artigo principal: Método científico
Esboço contendo os principais passos do método científico. Observe que o método é cíclico de forma a promover a contínua evolução das teorias científicas.

A pesquisa científica envolve o uso do método científico para buscar explicar objetivamente os acontecimentos da natureza de uma maneira reprodutível.[176] Os cientistas geralmente tomam como certo um conjunto de pressupostos básicos necessários para justificar o método científico: existe uma realidade objetiva partilhada por todos os observadores racionais; esta realidade objetiva é governada por leis naturais; estas leis foram descobertas por meio de observação e da experimentação sistemáticas.[2] A matemática é essencial na formação de hipóteses, teorias e leis, porque é amplamente utilizada na modelagem quantitativa, observação e medições,[177] enquanto a estatística é usada para resumir e analisar dados, o que permite aos cientistas avaliar a confiabilidade de resultados experimentais.[178]

No método científico, um experimento mental é apresentado como uma explicação usando o princípio da economia e espera-se que busque consiliência, ou seja, o enquadramento com outros fatos aceitos relacionados com uma observação ou questão científica.[179] Esta explicação provisória é usada para fazer previsões falsificáveis, que normalmente são publicadas antes de serem testadas por meio da experimentação. A refutação de uma previsão é evidência de progresso.[176](4–5)[180] A experimentação é especialmente importante na ciência para ajudar a estabelecer relações causais para evitar a falácia da correlação, embora em algumas ciências, como a astronomia ou a geologia, uma observação prevista possa ser algo mais apropriado.[181]

Quando uma hipótese se mostra insatisfatória, ela é modificada ou descartada.[182] Se a hipótese sobreviveu ao teste, ela pode ser adotada na estrutura de uma teoria científica, um modelo ou estrutura autoconsistente e validamente fundamentado que descreve o comportamento de determinados eventos naturais. Uma teoria normalmente descreve o comportamento de conjuntos de observações muito mais amplos do que uma hipótese. Geralmente, um grande número de hipóteses pode ser unido em uma única teoria, ou seja, uma teoria é uma hipótese que explica várias outras hipóteses. Neste sentido, as teorias são formuladas segundo a maioria dos mesmos princípios científicos das hipóteses. Os cientistas, por sua vez, podem gerar um modelo, uma tentativa de descrever ou representar uma observação em termos de uma representação lógica, física ou matemática e de gerar novas hipóteses que podem ser testadas por meio da experimentação científica.[183]

Ao realizar experimentos para testar hipóteses, os cientistas podem ter preferência por um resultado em detrimento de outro.[184][185] A eliminação do viés pode ser alcançada por meio de transparência, planejamento cuidadoso do experimento e um processo completo de revisão por pares dos resultados e conclusões da pesquisa.[186][187] Após os resultados de um experimento serem anunciados ou publicados, é prática normal que pesquisadores independentes verifiquem como a pesquisa foi realizada e realizem experimentos semelhantes para determinar quão confiáveis os resultados são.[188] O método científico permite uma resolução de problemas altamente criativa, ao mesmo tempo que minimiza os efeitos do viés subjetivo e de confirmação.[189] A verificabilidade intersubjetiva, a capacidade de chegar a um consenso e reproduzir resultados, é fundamental para a criação de todo o conhecimento científico.[190]

Literatura científica

Ver artigo principal: Revista científica
Decorated "NATURE" as title, with scientific text below
Capa do primeiro exemplar da revista científica Nature, publicado em 4 de novembro de 1869

A pesquisa científica é publicada em vários tipos de literatura.[191] As revistas científicas comunicam e documentam os resultados de pesquisas realizadas em universidades e diversas outras instituições de pesquisa, servindo como um registro arquivístico da ciência. As primeiras revistas científicas, Journal des savants seguida de Philosophical Transactions, começaram a ser publicadas em 1665. Desde então, o número total de periódicos ativos tem aumentado de forma constante. Em 1981, estimou-se que haviam 11,5 mil publicações científicas em todo o mundo.[192]

A maioria das revistas científicas abrange um único campo científico e publica as pesquisas, normalmente expressas na forma de artigos científicos, realizadas nesta área do conhecimento. A ciência tornou-se tão difundida nas sociedades modernas que se considera necessário comunicar as realizações, novidades e ambições dos cientistas a uma população mais vasta.[193]

Desafios

A crise de replicação é uma crise metodológica contínua que afeta partes das ciências sociais e da vida. Em revisões posteriores, os resultados de muitos estudos científicos provaram ser, na verdade, irrepetíveis.[194] A crise tem raízes antigas; a frase foi cunhada no início de 2010[195] como parte de uma consciência crescente sobre o problema, que representa um importante corpo de investigação em metaciência, que visa melhorar a qualidade de toda a investigação científica e, ao mesmo tempo, reduzir o desperdício.[196]

Uma área de estudo que se disfarça de ciência na tentativa de reivindicar uma legitimidade que de outra forma não teria é por vezes referida como pseudociência, ciência marginal ou ciência ruim.[197][198] O físico estadunidense Richard Feynman cunhou o termo “ciência culto à carga” para casos em que os pesquisadores não seguem o método científico.[199] Vários tipos de publicidade comercial, desde exageros até fraudes, podem se enquadrar nessas categorias. A ciência tem sido descrita como “a ferramenta mais importante” para separar as afirmações válidas das inválidas.[200]

Também pode haver um elemento de preconceito político ou ideológico em todos os lados do debate científico. Às vezes, uma pesquisa bem-intencionada pode ser caracterizada como “má ciência”, mas é uma exposição incorreta, obsoleta, incompleta ou excessivamente simplificada de ideias científicas. O termo “fraude científica” refere-se a situações em que os pesquisadores deturparam intencionalmente os dados publicados ou deram crédito à pessoa errada propositadamente.[201]

Filosofia da ciência

Depiction of epicycles, where a planet orbit is going around in a bigger orbit
Para Kuhn, a adição de epiciclos na astronomia ptolomaica foi uma "ciência normal" dentro de um paradigma, enquanto a Revolução Copernicana foi uma mudança de paradigma

Existem diferentes escolas de pensamento na filosofia da ciência. A posição mais popular é o empirismo, que sustenta que o conhecimento é criado por meio de um processo que envolve a observação.[202] O empirismo geralmente abrange o indutivismo, uma posição que explica como teorias gerais podem ser feitas a partir da quantidade finita de evidências empíricas disponíveis. Existem muitas versões de empirismo, sendo as predominantes o bayesianismo[203] e o método hipotético-dedutivo.[202]

O empirismo contrasta com o racionalismo, a posição originalmente associada a Descartes, que sustenta que o conhecimento é criado pelo intelecto humano e não pela observação.[204] O racionalismo crítico é uma abordagem contrastante da ciência do século XX, definida pela primeira vez pelo filósofo austro-britânico Karl Popper, que rejeitava a forma como o empirismo descreve a conexão entre teoria e observação. Ele afirmava que as teorias não são geradas pela observação, mas que a observação é feita à luz das teorias.[205] Popper propôs substituir a verificabilidade pela falsificabilidade como marco das teorias científicas, substituindo a indução pela falsificação como método empírico.[205] Ele afirmou ainda que, na verdade, existe apenas um método científico universal: o método negativo de crítica, tentativa e erro,[206] abrangendo todos os produtos da mente humana, incluindo ciência, matemática, filosofia e arte.[207]

Outra abordagem, o instrumentalismo, enfatiza a utilidade das teorias como instrumentos para explicar e prever fenômenos. Ele vê as teorias científicas como caixas pretas, sendo relevantes apenas suas entradas (condições iniciais) e resultados (previsões). Por esta perspectiva, as consequências, as entidades teóricas e a estrutura lógica são consideradas algo que deve ser ignorado.[208] Perto do instrumentalismo está o empirismo construtivo, segundo o qual o principal critério para o sucesso de uma teoria científica é se o que ela diz sobre entidades observáveis é verdadeiro ou não.[209]

Thomas Kuhn argumentou que o processo de observação e avaliação ocorre dentro de um paradigma, um “retrato” logicamente consistente do mundo que é consistente com as observações feitas a partir do seu enquadramento. Ele caracterizou a ciência normal como o processo de observação e "resolução de quebra-cabeças" que ocorre dentro de um paradigma, enquanto a ciência revolucionária ocorre quando há uma mudança de paradigma.[210] Cada paradigma tem suas próprias questões, objetivos e interpretações distintas. A escolha entre paradigmas envolve colocar dois ou mais “retratos” contra o mundo e decidir qual semelhança é mais promissora. Uma mudança de paradigma ocorre quando um número significativo de anomalias observacionais surge no antigo paradigma e um novo paradigma dá sentido a elas. Ou seja, a escolha de um novo paradigma baseia-se em observações, mesmo que essas observações sejam feitas no contexto do antigo paradigma. Para Kuhn, a aceitação ou rejeição de um paradigma é tanto um processo social quanto um processo lógico. A posição de Kuhn, entretanto, não é relativista.[211]

Finalmente, outra abordagem frequentemente citada em debates de ceticismo científico contra movimentos controversos como a “ciência criacionista” é o naturalismo metodológico, que sustenta o natural e o sobrenatural devem ser diferenciados e a ciência deve ser restrita às explicações naturais.[212] O naturalismo metodológico sustenta que a ciência exige adesão estrita ao estudo empírico e à verificação independente.[213]

Comunidade científica

A comunidade científica é uma rede de cientistas que interagem entre si e conduzem pesquisas científicas que são revisadas por seus pares. Ela consiste em grupos menores que trabalham em áreas científicas. Ao ter revisão por pares, por meio do debate em periódicos e conferências, os cientistas mantêm a qualidade da metodologia de pesquisa e a objetividade na interpretação dos resultados de suas pesquisas.[214]

Cientistas

Ver artigo principal: Cientista
Portrait of a middle-aged woman
Marie Curie foi a primeira pessoa a receber dois Prêmios Nobel: o de Física em 1903 e o de Química em 1911[123]

Cientistas são indivíduos que conduzem pesquisas científicas para aprimorar o conhecimento em um determinado campo de estudo.[215][216] Nos tempos modernos, muitos cientistas profissionais são treinados em ambiente acadêmico e, após a conclusão, obtêm um diploma acadêmico ou diplomas avançados, como Doutor em Filosofia ou PhD.[217] Muitos cientistas seguem carreiras em vários setores da economia, como academia, indústria, governo e organizações sem fins lucrativos.[218][219][220]

A ciência tem sido historicamente um campo dominado pelos homens, com exceções notáveis. As mulheres na ciência enfrentaram uma discriminação considerável, tal como aconteceu em outras áreas de sociedades dominadas pelos homens. Por exemplo, as mulheres eram frequentemente preteridas em oportunidades de emprego e lhes era negado crédito pelo seu trabalho.[221] As realizações das mulheres nas ciências foram atribuídas ao desafio do seu papel tradicional como trabalhadoras na esfera doméstica.[222]

Sociedades eruditas

Ver artigo principal: Sociedade científica
Foto de cientistas no 200º aniversário da Academia Prussiana de Ciências, 1900

Sociedades científicas para a comunicação e promoção do pensamento e da experimentaçãoc ientífico sexistem desde o Renascimento.[223] Muitos cientistas pertencem a uma sociedade científica que promove a sua respectiva disciplina, profissão ou grupo de disciplinas científicas relacionadas.[224] A adesão pode ser aberta a todos, exigir a posse de credenciais científicas ou conferida por meio de uma eleição.[225] A maioria das sociedades científicas são organizações sem fins lucrativos.[226]

O processo de profissionalização da ciência, que foi iniciado no século XIX, foi parcialmente possibilitado pela criação de distintas academias de ciências nacionais, como a italiana Accademia dei Lincei em 1603;[227] a britânica Sociedade Real em 1660;[228] a francesa Academia de Ciências em 1666;[229] a estadunidense Academia Nacional de Ciências em 1863;[230] a alemã Sociedade Kaiser Wilhelm em 1911;[231] e a chinesa Academia de Ciências em 1949.[232] Organizações científicas internacionais, como o Conselho Internacional de Ciência, dedicam-se à cooperação internacional para o avanço da ciência.[233]

Prêmios

Os prêmios científicos geralmente são concedidos a indivíduos ou organizações que fizeram contribuições significativas para uma determinada disciplina. Muitas vezes são concedidos por instituições de prestígio, por isto é considerado uma grande honra para um cientista recebê-los. Desde o início do período do Renascimento, os cientistas são frequentemente premiados com medalhas, dinheiro e títulos especiais. O Prêmio Nobel, um prêmio de prestígio amplamente reconhecido internacionalmente, é concedido anualmente àqueles que alcançaram avanços científicos em áreas como medicina, física e química.[234]

Sociedade

Financiamento e políticas

see caption
Orçamento da NASA como percentagem do orçamento federal do governo dos Estados Unidos, atingindo um máximo de 4,4% em 1966 e diminuindo lentamente desde então.

A pesquisa científica é frequentemente financiada por meio de um processo competitivo em que potenciais projetossão avaliados e apenas os mais promissores recebem financiamento. Tais processos, que são geridos pelo governo, por empresas ou por fundações, alocam fundos escassos. O financiamento total da pesquisa na maioria dos países desenvolvidos, por exemplo, situa-se entre 1,5% e 3% do PIB.[235] Entre os países-membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), cerca de dois terços da pesquisa e desenvolvimento nos domínios científico e técnico são realizados pela indústria e 20% e 10%, respetivamente, pelas universidades e pelo governo. A proporção de financiamento governamental em determinados domínios é mais elevada e domina a investigação nas ciências sociais e nas humanidades. Nas nações menos desenvolvidas, o governo fornece a maior parte dos fundos para a pesquisa científica básica.[236]

Muitos governos dedicaram agências para apoiar a pesquisa científica, como a Fundação Nacional da Ciência nos Estados Unidos,[237] o Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Técnica na Argentina,[238] Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Commonwealth na Austrália,[239] Centro Nacional de Pesquisa Científica,[240] a Sociedade Max Planck na Alemanha,[241] Conselho Nacional de Pesquisa na Espanha[242] e a Academia de Ciências no Brasil. Na pesquisa e desenvolvimento comercial, todas as empresas, exceto as mais orientadas para pesquisa, concentram-se mais fortemente nas possibilidades de comercialização a curto prazo do que na pesquisa motivada pela curiosidade.[243]

A política científica preocupa-se com políticas públicas que afetam a conduta do empreendimento científico, incluindo o financiamento de pesquisas, muitas vezes na prossecução de outros objetivos políticos nacionais, como a inovação tecnológica para promover o desenvolvimento de produtos comerciais, de armas, de assistência médica e de monitorização ambiental. O objetivo da política científica é considerar como a ciência e a tecnologia podem melhor servir o público.[244] As políticas públicas podem afetar diretamente o financiamento de ativos fixos e infraestruturas intelectuais para a pesquisa industrial, fornecendo incentivos fiscais às organizações financiadoras.[193]

Educação e conscientização

Ver artigo principal: Educação científica
Exposição de dinossauros no Museu de Ciências Naturais de Houston

A educação científica para o público em geral está incorporada no currículo escolar e é complementada por conteúdo pedagógico online, museus, revistas e blogs científicos. A alfabetização científica preocupa-se principalmente com a compreensão do método científico, unidades e métodos de medição, empirismo, uma compreensão básica das estatísticas (correlações, observações qualitativas versus quantitativas, etc), bem como uma compreensão básica dos principais campos científicos, como como física, química, biologia, ecologia, geologia e computação. À medida que o aluno avança para estágios mais elevados da educação formal, o currículo se torna mais aprofundado. As disciplinas tradicionais normalmente incluídas no currículo são as ciências naturais e formais, embora recentemente também tenham sido incluídas algumas ciências sociais e aplicadas.[245]

Os meios de comunicação social enfrentam diversas pressões que por vezes podem impedi-los de retratar com precisão afirmações científicas concorrentes por conta de sua credibilidade dentro da comunidade científica como um todo. Determinar quanto peso atribuir aos diferentes lados num debate científico pode exigir conhecimentos consideráveis sobre o assunto.[246] Poucos jornalistas têm conhecimento científico real e até mesmo os repórteres especializados que conhecem determinadas questões científicas podem desconhecer outras áreas científicas que subitamente são solicitados a cobrir.[247][248]

Revistas científicas como a New Scientist e a Scientific American, atendem às necessidades de um público muito mais amplo e fornecem um resumo não técnico de áreas populares de pesquisa, incluindo descobertas e avanços notáveis em determinados campos de pesquisa.[249] O gênero de ficção científica, principalmente a ficção especulativa, também pode ajudar transmitir as ideias e métodos da ciência ao público em geral.[250]

Anticiência

Ver artigo principal: Anticiência

Embora o método científico seja amplamente aceito na comunidade científica, algumas frações da sociedade rejeitam certas posições científicas ou são céticas em relação à ciência. Exemplos são a noção comum de que a COVID-19 não é uma grande ameaça à saúde pública (opinião de 39% dos estadunidenses em agosto de 2021)[251] ou a crença de que as alterações climáticas não são uma grande ameaça (opinião também defendida por 40% dos estadunidenses no final de 2019 e início de 2020).[252] Os psicólogos apontaram quatro fatores que levam à rejeição dos resultados científicos:[253]

  • As autoridades científicas são por vezes vistas como inexperientes, indignas de confiança ou tendenciosas.
  • Alguns grupos sociais marginalizados podem ter atitudes anticientíficas, em parte porque estes grupos têm sido frequentemente explorados em experiências antiéticas.[254]
  • As mensagens dos cientistas podem contradizer crenças religiosas ou morais profundamente arraigadas.
  • A transmissão de uma mensagem científica pode não ser adequadamente direcionada ao estilo de aprendizagem do destinatário.

As atitudes anticientíficas parecem ser frequentemente causadas pelo medo da rejeição nos grupos sociais. Por exemplo, as alterações climáticas são percebidas como uma ameaça por apenas 22% dos da população estadunidense no lado direito do espectro político, mas por 85% dos que estão do lado esquerdo.[255] Ou seja, se alguém da direita considerar as alterações climáticas como uma ameaça, essa pessoa poderá enfrentar o desprezo e ser rejeitada naquele grupo social. Na verdade, as pessoas podem preferir negar um fato cientificamente aceito do que perder ou pôr em risco o seu estatuto social.[256]

Política

Ver artigo principal: Politização da ciência
Result in bar graph of two questions ("Is global warming occurring?" and "Are oil/gas companies responsible?"), showing large discrepancies between American Democrats and Republicans
Opinião pública sobre o aquecimento global nos Estados Unidos por partido político[257]

As atitudes em relação à ciência são frequentemente determinadas por opiniões e objetivos políticos. Sabe-se que grupos de interesse, sejam eles governamentais ou empresariais, fazem uso de pressão jurídica e econômica para influenciar pesquisadores científicos. Muitos fatores podem atuar como facetas da politização da ciência, como o anti-intelectualismo, aquilo que é visto como uma ameaça às crenças religiosas e o medo por conta de interesses comerciais.[258] A politização da ciência é geralmente conseguida quando a informação científica é apresentada de uma forma que enfatiza a incerteza associada à evidência científica.[259] Táticas como mudar a conversa, não reconhecer os fatos e capitalizar as dúvidas sobre o consenso científico têm sido utilizadas para ganhar mais atenção para pontos de vista que foram minados por provas científicas.[260] Exemplos de questões que envolveram a politização de temas científicos incluem o negacionismo climático, os efeitos dos pesticidas na saúde e os efeitos do tabaco na saúde.[260][261]

Ver também

Notas e referências

Notas

  1. Se o universo é fechado ou aberto, ou qual é a forma do universo, é uma questão em aberto. A segunda[119]:9[120] e a terceira leis da termodinâmica[121] implica a morte térmica do universo se o universo for um sistema fechado, mas não necessariamente para um universo em expansão.

Referências

  1. Wilson, E.O. (1999). «The natural sciences». Consilience: The Unity of Knowledge Reprint ed. Nova York: Vintage. pp. 49–71. ISBN 978-0-679-76867-8 
  2. a b Heilbron, J.L.; et al. (2003). «Preface». The Oxford Companion to the History of Modern Science. Nova York: Oxford University Press. pp. vii–x. ISBN 978-0-19-511229-0 
  3. a b Cohen, Eliel (2021). «The boundary lens: theorising academic actitity». The University and its Boundaries: Thriving or Surviving in the 21st Century. Nova York: Routledge. pp. 14–41. ISBN 978-0-367-56298-4. Consultado em 4 de maio de 2021. Cópia arquivada em 5 de maio de 2021 
  4. a b c d e Colander, David C.; Hunt, Elgin F. (2019). «Social science and its methods». Social Science: An Introduction to the Study of Society 17th ed. Nova York, NY: Routledge. pp. 1–22 
  5. a b Greenfeld, Liah (16 de outubro de 2020). «Social Science». Encyclopedia Britannica. Encyclopædia Britannica, Inc. Consultado em 9 de maio de 2021. Arquivado do original em 2 de fevereiro de 2022 
  6. a b Löwe, Benedikt (2002). «The formal sciences: their scope, their foundations, and their unity». Synthese. 133 (1/2): 5–11. doi:10.1023/A:1020887832028 
  7. a b Rucker, Rudy (2019). «Robots and souls». Infinity and the Mind: The Science and Philosophy of the Infinite Reprint ed. Princeton, New Jersey: Princeton University Press. pp. 157–188. ISBN 978-0-691-19138-6. Consultado em 11 de maio de 2021. Cópia arquivada em 26 de fevereiro de 2021 
  8. a b Bishop, Alan (1991). «Environmental activities and mathematical culture». Mathematical Enculturation: A Cultural Perspective on Mathematics Education. Norwell, Massachusetts: Kluwer Academic Publishers. pp. 20–59. ISBN 978-0-7923-1270-3. Consultado em 24 de março de 2018. Cópia arquivada em 25 de dezembro de 2020 
  9. a b Nickles, Thomas (2013). «The Problem of Demarcation». Philosophy of Pseudoscience: Reconsidering the Demarcation Problem. Chicago: The University of Chicago Press 
  10. Bunge, Mario (1998). «The Scientific Approach». Philosophy of Science. 1, From Problem to Theory revised ed. Nova York: Routledge. pp. 3–50. ISBN 978-0-7658-0413-6 
  11. a b Fetzer, James H. (2013). «Computer reliability and public policy: Limits of knowledge of computer-based systems». Computers and Cognition: Why Minds are not Machines. Newcastle, United Kingdom: Kluwer Academic Publishers. pp. 271–308. ISBN 978-1-4438-1946-6 
  12. Fischer, M.R.; Fabry, G (2014). «Thinking and acting scientifically: Indispensable basis of medical education». GMS Zeitschrift für Medizinische Ausbildung. 31 (2): Doc24. PMC 4027809Acessível livremente. PMID 24872859. doi:10.3205/zma000916 
  13. Sinclair, Marius (1993). «On the Differences between the Engineering and Scientific Methods». The International Journal of Engineering Education. Consultado em 7 de setembro de 2018. Cópia arquivada em 15 de novembro de 2017 
  14. a b Bunge, M (1966). «Technology as Applied Science». In: Rapp, F. Contributions to a Philosophy of Technology. Dordrecht, Netherlands: Springer. pp. 19–39. ISBN 978-94-010-2184-5. doi:10.1007/978-94-010-2182-1_2 
  15. a b c d e f g h i j Lindberg, David C. (2007). The beginnings of Western science: the European Scientific tradition in philosophical, religious, and institutional context 2nd ed. [S.l.]: University of Chicago Press. ISBN 978-0226482057 
  16. a b Grant, Edward (2007). «Ancient Egypt to Plato». A History of Natural Philosophy: From the Ancient World to the Nineteenth Century. Nova York: Cambridge University Press. pp. 1–26. ISBN 978-0-521-68957-1 
  17. Building Bridges Among the BRICs, p. 125, Robert Crane, Springer, 2014
  18. Keay, John (2000). India: A history. [S.l.]: Atlantic Monthly Press. ISBN 978-0-87113-800-2 
  19. Lindberg, David C. (2007). «Islamic science». The beginnings of Western science: the European Scientific tradition in philosophical, religious, and institutional context 2nd ed. Chicago: University of Chicago Press. pp. 163–92. ISBN 978-0-226-48205-7 
  20. Lindberg, David C. (2007). «The revival of learning in the West». The beginnings of Western science: the European Scientific tradition in philosophical, religious, and institutional context 2nd ed. Chicago: University of Chicago Press. pp. 193–224. ISBN 978-0-226-48205-7 
  21. Lindberg, David C. (2007). «The recovery and assimilation of Greek and Islamic science». The beginnings of Western science: the European Scientific tradition in philosophical, religious, and institutional context 2nd ed. Chicago: University of Chicago Press. pp. 225–53. ISBN 978-0-226-48205-7 
  22. Sease, Virginia; Schmidt-Brabant, Manfrid. Thinkers, Saints, Heretics: Spiritual Paths of the Middle Ages. 2007. Pages 80-81. Retrieved 6 Oct. 2023
  23. Principe, Lawrence M. (2011). «Introduction». Scientific Revolution: A Very Short Introduction. Nova York: Oxford University Press. pp. 1–3. ISBN 978-0-19-956741-6 
  24. Lindberg, David C. (2007). «The legacy of ancient and medieval science». The beginnings of Western science: the European Scientific tradition in philosophical, religious, and institutional context 2nd ed. Chicago: University of Chicago Press. pp. 357–368. ISBN 978-0-226-48205-7 
  25. Grant, Edward (2007). «Transformation of medieval natural philosophy from the early period modern period to the end of the nineteenth century». A History of Natural Philosophy: From the Ancient World to the Nineteenth Century. Nova York: Cambridge University Press. pp. 274–322. ISBN 978-0-521-68957-1 
  26. Cahan, ed. (2003). From Natural Philosophy to the Sciences: Writing the History of Nineteenth-Century Science. Chicago: University of Chicago Press. ISBN 978-0-226-08928-7 
  27. Lightman, Bernard (2011). «13. Science and the Public». In: Shank; Numbers; Harrison. Wrestling with Nature: From Omens to Science. Chicago: University of Chicago Press. ISBN 978-0-226-31783-0 
  28. Harrison, Peter (2015). The Territories of Science and Religion. Chicago: University of Chicago Press. pp. 164–165. ISBN 978-0-226-18451-7 
  29. MacRitchie, Finlay (2011). «Introduction». Scientific Research as a Career. Nova York: Routledge. pp. 1–6. ISBN 978-1-4398-6965-9. Consultado em 5 de maio de 2021. Cópia arquivada em 5 de maio de 2021 
  30. Marder, Michael P. (2011). «Curiosity and research». Research Methods for Science. Nova York: Cambridge University Press. pp. 1–17. ISBN 978-0-521-14584-8. Consultado em 5 de maio de 2021. Cópia arquivada em 5 de maio de 2021 
  31. de Ridder, Jeroen (2020). «How many scientists does it take to have knowledge?». In: McCain; Kampourakis, Kostas. What is Scientific Knowledge? An Introduction to Contemporary Epistemology of Science. Nova York: Routledge. pp. 3–17. ISBN 978-1-138-57016-0. Consultado em 5 de maio de 2021. Cópia arquivada em 5 de maio de 2021 
  32. Lindberg, David C. (2007). «Islamic science». The beginnings of Western science: the European Scientific tradition in philosophical, religious, and institutional context 2nd ed. Chicago: University of Chicago Press. pp. 163–192. ISBN 978-0-226-48205-7 
  33. Szycher, Michael (2016). «Establishing your dream team». Commercialization Secrets for Scientists and Engineers. Nova York: Routledge. pp. 159–176. ISBN 978-1-138-40741-1. Consultado em 5 de maio de 2021. Cópia arquivada em 18 de agosto de 2021 
  34. science. Merriam-Webster, Inc. Consultado em 16 de outubro de 2011. Arquivado do original em 1 de setembro de 2019 
  35. Vaan, Michiel de (2008). «sciō». Etymological Dictionary of Latin and the other Italic Languages. Indo-European Etymological Dictionary. 545 páginas. ISBN 978-90-04-16797-1 
  36. Cahan, David (2003). From natural philosophy to the sciences : writing the history of nineteenth-century science. Chicago: University of Chicago Press. pp. 3–15. ISBN 0-226-08927-4. OCLC 51330464. Consultado em 31 de maio de 2022. Cópia arquivada em 31 de maio de 2022 
  37. Ross, Sydney (1962). «Scientist: The story of a word». Annals of Science. 18 (2): 65–85. doi:10.1080/00033796200202722Acessível livremente 
  38. «scientist»Subscrição paga é requerida. Oxford University Press Online ed. Oxford English Dictionary 
  39. Carruthers, Peter (2 de maio de 2002), Carruthers, Peter; Stich, Stephen; Siegal, Michael, eds., «The roots of scientific reasoning: infancy, modularity and the art of tracking», ISBN 978-0-521-81229-0, Cambridge University Press, The Cognitive Basis of Science: 73–96, doi:10.1017/cbo9780511613517.005 
  40. Lombard, Marlize; Gärdenfors, Peter (2017). «Tracking the Evolution of Causal Cognition in Humans». Journal of Anthropological Sciences. 95 (95): 219–234. ISSN 1827-4765. PMID 28489015. doi:10.4436/JASS.95006 
  41. Graeber, David; Wengrow, David (2021). The Dawn of Everything. [S.l.: s.n.] 
  42. Budd, Paul; Taylor, Timothy (1995). «The Faerie Smith Meets the Bronze Industry: Magic Versus Science in the Interpretation of Prehistoric Metal-Making». World Archaeology. 27 (1): 133–143. JSTOR 124782. doi:10.1080/00438243.1995.9980297 
  43. Tuomela, Raimo (1987). «Science, Protoscience, and Pseudoscience». In: Pitt; Pera, M. Rational Changes in Science. Col: Boston Studies in the Philosophy of Science. 98. Dordrecht: Springer. pp. 83–101. ISBN 978-94-010-8181-8. doi:10.1007/978-94-009-3779-6_4 
  44. Smith, Pamela H. (2009). «Science on the Move: Recent Trends in the History of Early Modern Science». Renaissance Quarterly. 62 (2): 345–375. PMID 19750597. doi:10.1086/599864 
  45. Fleck, Robert (março de 2021). «Fundamental Themes in Physics from the History of Art». Physics in Perspective (em inglês). 23 (1): 25–48. Bibcode:2021PhP....23...25F. ISSN 1422-6944. doi:10.1007/s00016-020-00269-7Acessível livremente 
  46. Scott, Colin (2011). «Science for the West, Myth for the Rest?». In: Harding, Sandra. The Postcolonial Science and Technology Studies Reader. Durham: Duke University Press. p. 175. ISBN 978-0-8223-4936-5. OCLC 700406626. doi:10.2307/j.ctv11g96cc.16 
  47. Rochberg, Francesca (2011). «Ch.1 Natural Knowledge in Ancient Mesopotamia». In: Shank; Numbers; Harrison. Wrestling with Nature: From Omens to Science. Chicago: University of Chicago Press. ISBN 978-0-226-31783-0 
  48. Krebs, Robert E. (2004). Groundbreaking Scientific Experiments, Inventions, and Discoveries of the Middle Ages and the Renaissance. [S.l.]: Greenwood Publishing Group. 127 páginas. ISBN 978-0313324338 
  49. Erlich, Ḥaggai; Gershoni, Israel (2000). The Nile: Histories, Cultures, Myths (em inglês). [S.l.]: Lynne Rienner Publishers. pp. 80–81. ISBN 978-1-55587-672-2. Consultado em 9 de janeiro de 2020. Cópia arquivada em 31 de maio de 2022 
  50. «Telling Time in Ancient Egypt». The Met's Heilbrunn Timeline of Art History. Consultado em 27 de maio de 2022. Arquivado do original em 3 de março de 2022 
  51. a b c McIntosh, Jane R. (2005). Ancient Mesopotamia: New Perspectives. Santa Barbara, California, Denver, Colorado, and Oxford, England: ABC-CLIO. pp. 273–76. ISBN 978-1-57607-966-9. Consultado em 20 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 5 de fevereiro de 2021 
  52. Aaboe, Asger (2 de maio de 1974). «Scientific Astronomy in Antiquity». Philosophical Transactions of the Royal Society. 276 (1257): 21–42. Bibcode:1974RSPTA.276...21A. JSTOR 74272. doi:10.1098/rsta.1974.0007 
  53. Biggs, R D. (2005). «Medicine, Surgery, and Public Health in Ancient Mesopotamia». Journal of Assyrian Academic Studies. 19 (1): 7–18 
  54. Lehoux, Daryn (2011). «2. Natural Knowledge in the Classical World». In: Shank; Numbers; Harrison. Wrestling with Nature: From Omens to Science. Chicago: University of Chicago Press. ISBN 978-0-226-31783-0 
  55. Naddaf, Gerard (2006). The Greek Concept of Nature. [S.l.]: SUNY Press, ; Ducarme, Frédéric; Couvet, Denis (2020). «What does 'nature' mean?» (PDF). Springer Nature. Palgrave Communications. 6 (14). doi:10.1057/s41599-020-0390-yAcessível livremente ; Guthrie, W.K.C. Presocratic Tradition from Parmenides to Democritus. [S.l.: s.n.]  (volume 2 of his History of Greek Philosophy), Cambridge UP, 1965.
  56. Strauss, Leo; Gildin, Hilail (1989). «Progress or Return? The Contemporary Crisis in Western Education». An Introduction to Political Philosophy: Ten Essays by Leo Strauss. [S.l.]: Wayne State University Press. ISBN 978-0814319024. Consultado em 30 de maio de 2022. Cópia arquivada em 31 de maio de 2022  |publicadopor= e |editora= redundantes (ajuda)
  57. O'Grady, Patricia F. (2016). Thales of Miletus: The Beginnings of Western Science and Philosophy. Nova York e Londres: Routledge. ISBN 978-0-7546-0533-1. Consultado em 20 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 31 de março de 2021 
  58. a b Burkert, Walter (1 de junho de 1972). Lore and Science in Ancient Pythagoreanism. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press. ISBN 978-0-674-53918-1. Cópia arquivada em 29 de janeiro de 2018 
  59. Pullman, Bernard (1998). The Atom in the History of Human Thought. [S.l.]: Oxford University Press. pp. 31–33. Bibcode:1998ahht.book.....P. ISBN 978-0-19-515040-7. Consultado em 20 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 5 de fevereiro de 2021 
  60. Cohen; Lefebvre, eds. (2017). Handbook of Categorization in Cognitive Science 2nd ed. Amsterdam, the Netherlands: Elsevier. ISBN 978-0-08-101107-2. Consultado em 20 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 5 de fevereiro de 2021 
  61. Lucretius (fl. 1st c. BCE) De rerum natura
  62. Margotta, Roberto (1968). The Story of Medicine. Nova York: Golden Press. Consultado em 18 de novembro de 2020. Cópia arquivada em 5 de fevereiro de 2021 
  63. Touwaide, Alain (2005). Glick; Livesey; Wallis, eds. Medieval Science, Technology, and Medicine: An Encyclopedia. Nova York e Londres: Routledge. ISBN 978-0-415-96930-7. Consultado em 20 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 6 de fevereiro de 2021 
  64. Leff, Samuel; Leff, Vera (1956). From Witchcraft to World Health. London, England: Macmillan. Consultado em 23 de agosto de 2020. Cópia arquivada em 5 de fevereiro de 2021 
  65. «Plato, Apology». p. 17. Consultado em 1 de novembro de 2017. Arquivado do original em 29 de janeiro de 2018 
  66. «Plato, Apology». p. 27. Consultado em 1 de novembro de 2017. Arquivado do original em 29 de janeiro de 2018 
  67. Aristotle. Nicomachean Ethics H. Rackham ed. [S.l.: s.n.] Consultado em 22 de setembro de 2010. Cópia arquivada em 17 de março de 2012 
  68. a b McClellan III, James E.; Dorn, Harold (2015). Science and Technology in World History: An Introduction. Baltimore, Maryland: Johns Hopkins University Press. pp. 99–100. ISBN 978-1-4214-1776-9. Consultado em 20 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 6 de fevereiro de 2021 
  69. Graßhoff, Gerd (1990). The History of Ptolemy's Star Catalogue. Col: Studies in the History of Mathematics and Physical Sciences. 14. Nova York: Springer New York. ISBN 978-1-4612-8788-9. doi:10.1007/978-1-4612-4468-4. Consultado em 27 de maio de 2022. Cópia arquivada em 30 de maio de 2022 
  70. Hoffmann, Susanne M. (2017). Hipparchs Himmelsglobus (em alemão). Wiesbaden: Springer Fachmedien Wiesbaden. Bibcode:2017hihi.book.....H. ISBN 978-3-658-18682-1. doi:10.1007/978-3-658-18683-8. Consultado em 27 de maio de 2022. Cópia arquivada em 30 de maio de 2022 
  71. Edwards, C.H. Jr. (1979). The Historical Development of the Calculus. Nova York: Springer-Verlag. ISBN 978-0-387-94313-8. Consultado em 20 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 5 de fevereiro de 2021 
  72. Lawson, Russell M. (2004). Science in the Ancient World: An Encyclopedia. Santa Barbara, California: ABC-CLIO. pp. 190–91. ISBN 978-1-85109-539-1. Consultado em 20 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 5 de fevereiro de 2021 
  73. Murphy, Trevor Morgan (2004). Pliny the Elder's Natural History: The Empire in the Encyclopedia. Oxford, England: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-926288-5. Consultado em 20 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 6 de fevereiro de 2021 
  74. Doody, Aude (2010). Pliny's Encyclopedia: The Reception of the Natural History. Cambridge, England: Cambridge University Press. ISBN 978-1-139-48453-4. Consultado em 20 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 31 de março de 2021 
  75. Conner, Clifford D. (2005). A People's History of Science: Miners, Midwives, and "Low Mechanicks". Nova York: Nation Books. pp. 72–74. ISBN 1-56025-748-2. OCLC 62164511 
  76. Grant, Edward (1996). The Foundations of Modern Science in the Middle Ages: Their Religious, Institutional and Intellectual Contexts. Col: Cambridge Studies in the History of Science. [S.l.]: Cambridge University Press. pp. 7–17. ISBN 978-0-521-56762-6. Consultado em 9 de novembro de 2018. Cópia arquivada em 21 de agosto de 2019 
  77. Wildberg, Christian (1 de maio de 2018). Zalta, Edward N., ed. The Stanford Encyclopedia of Philosophy. [S.l.]: Metaphysics Research Lab, Stanford University. Consultado em 1 de maio de 2018. Cópia arquivada em 22 de agosto de 2019 – via Stanford Encyclopedia of Philosophy 
  78. Falcon, Andrea (2019). «Aristotle on Causality». In: Zalta, Edward. Stanford Encyclopedia of Philosophy 2019 ed. [S.l.]: Metaphysics Research Lab, Stanford University. Consultado em 3 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 9 de outubro de 2020 
  79. Grant, Edward (2007). «Islam and the eastward shift of Aristotelian natural philosophy». A History of Natural Philosophy: From the Ancient World to the Nineteenth Century. [S.l.]: Cambridge University Press. pp. 62–67. ISBN 978-0-521-68957-1 
  80. Fisher, W.B. (William Bayne) (1968–1991). The Cambridge history of Iran. Cambridge: University Press. ISBN 978-0-521-20093-6. OCLC 745412 
  81. «Bayt al-Hikmah». Encyclopædia Britannica. Consultado em 3 de novembro de 2016. Arquivado do original em 4 de novembro de 2016 
  82. Hossein Nasr, Seyyed; Leaman, Oliver, eds. (2001). History of Islamic Philosophy. [S.l.]: Routledge. pp. 165–167. ISBN 978-0415259347 
  83. Toomer, G.J. (1964). «Reviewed work: Ibn al-Haythams Weg zur Physik, Matthias Schramm». Isis. 55 (4): 463–65. JSTOR 228328. doi:10.1086/349914  See p. 464: "Schramm sums up [Ibn Al-Haytham's] achievement in the development of scientific method.", p. 465: "Schramm has demonstrated .. beyond any dispute that Ibn al-Haytham is a major figure in the Islamic scientific tradition, particularly in the creation of experimental techniques." p. 465: "only when the influence of ibn al-Haytam and others on the mainstream of later medieval physical writings has been seriously investigated can Schramm's claim that ibn al-Haytam was the true founder of modern physics be evaluated."
  84. Cohen, H. Floris (2010). «Greek nature knowledge transplanted: The Islamic world». How modern science came into the world. Four civilizations, one 17th-century breakthrough 2nd ed. Amsterdam: Amsterdam University Press. pp. 99–156. ISBN 978-90-8964-239-4 
  85. a b Smith, A. Mark (2001). Alhacen's Theory of Visual Perception: A Critical Edition, with English Translation and Commentary, of the First Three Books of Alhacen's De Aspectibus, the Medieval Latin Version of Ibn al-Haytham's Kitāb al-Manāẓir, 2 vols. Col: Transactions of the American Philosophical Society. 91. Filadélfia: American Philosophical Society. ISBN 978-0-87169-914-5. OCLC 47168716 
  86. Selin, ed. (2006). Encyclopaedia of the History of Science, Technology, and Medicine in Non-Western Cultures. [S.l.]: Springer. pp. 155–156. Bibcode:2008ehst.book.....S. ISBN 978-1-4020-4559-2 
  87. Russell, Josiah C. (1959). «Gratian, Irnerius, and the Early Schools of Bologna». The Mississippi Quarterly. 12 (4): 168–188. JSTOR 26473232. Consultado em 27 de maio de 2022. Cópia arquivada em 27 de maio de 2022 – via JSTOR 
  88. «St. Albertus Magnus | German theologian, scientist, and philosopher». Consultado em 27 de outubro de 2017. Arquivado do original em 28 de outubro de 2017 
  89. Numbers, Ronald (2009). Galileo Goes to Jail and Other Myths about Science and Religion. [S.l.]: Harvard University Press. ISBN 978-0-674-03327-6. Consultado em 27 de março de 2018. Cópia arquivada em 20 de janeiro de 2021 
  90. a b Smith, A. Mark (1981). «Getting the Big Picture in Perspectivist Optics». Isis. 72 (4): 568–89. JSTOR 231249. PMID 7040292. doi:10.1086/352843 
  91. Goldstein, Bernard R (2016). «Copernicus and the Origin of his Heliocentric System» (PDF). Journal for the History of Astronomy. 33 (3): 219–35. doi:10.1177/002182860203300301. Consultado em 12 de abril de 2020. Cópia arquivada (PDF) em 12 de abril de 2020 
  92. Cohen, H. Floris (2010). «Greek nature knowledge transplanted and more: Renaissance Europe». How modern science came into the world. Four civilizations, one 17th-century breakthrough 2nd ed. Amsterdam: Amsterdam University Press. pp. 99–156. ISBN 978-90-8964-239-4 
  93. Koestler, Arthur (1990). The Sleepwalkers: A History of Man's Changing Vision of the Universe. London: Penguin Books. ISBN 0-14-019246-8 
  94. van Helden, Al (1995). «Pope Urban VIII». The Galileo Project. Consultado em 3 de novembro de 2016. Arquivado do original em 11 de novembro de 2016 
  95. Gingerich, Owen (1975). «Copernicus and the Impact of Printing». Vistas in Astronomy. 17 (1): 201–218. Bibcode:1975VA.....17..201G. doi:10.1016/0083-6656(75)90061-6 
  96. Zagorin, Perez (1998). Francis Bacon. Princeton: Princeton University Press. ISBN 978-0-691-00966-7 
  97. Davis, Philip J.; Hersh, Reuben (1986). Descartes' Dream: The World According to Mathematics. Cambridge, MA: Harcourt Brace Jovanovich 
  98. Gribbin, John (2002). Science: A History 1543–2001. [S.l.]: Allen Lane. ISBN 978-0-7139-9503-9 
  99. «Gottfried Leibniz – Biography». Maths History. Consultado em 2 de março de 2021. Arquivado do original em 11 de julho de 2017 
  100. Freudenthal, Gideon; McLaughlin, Peter (20 de maio de 2009). The Social and Economic Roots of the Scientific Revolution: Texts by Boris Hessen and Henryk Grossmann. [S.l.]: Springer Science & Business Media. ISBN 978-1-4020-9604-4. Consultado em 25 de julho de 2018. Cópia arquivada em 19 de janeiro de 2020 
  101. Facts on File, ed. (1987). Encyclopedia of the Renaissance. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0816013159 
  102. van Horn Melton, James (2001). The Rise of the Public in Enlightenment Europe. [S.l.]: Cambridge University Press. pp. 82–83. ISBN 978-0511819421. doi:10.1017/CBO9780511819421. Consultado em 27 de maio de 2022. Cópia arquivada em 20 de janeiro de 2022 
  103. «The Scientific Revolution and the Enlightenment (1500–1780)» (PDF). Consultado em 29 de janeiro de 2024 
  104. «Scientific Revolution | Definition, History, Scientists, Inventions, & Facts». Britannica (em inglês). Consultado em 29 de janeiro de 2024 
  105. Brock Biology of Microorganisms 11th ed. [S.l.]: Prentice Hall. 2006. ISBN 978-0131443297 
  106. Guicciardini, N. (1999). Reading the Principia: The Debate on Newton's Methods for Natural Philosophy from 1687 to 1736. Nova York: Cambridge University Press. ISBN 978-0521640664 
  107. Calisher, CH (2007). «Taxonomy: what's in a name? Doesn't a rose by any other name smell as sweet?». Croatian Medical Journal. 48 (2): 268–270. PMC 2080517Acessível livremente. PMID 17436393 
  108. Darrigol, Olivier (2000). Electrodynamics from Ampère to Einstein. Nova York: Oxford University Press. ISBN 0198505949 
  109. Olby, R.C.; Cantor, G.N.; Christie, J.R.R.; Hodge, M.J.S. (1990). Companion to the History of Modern Science. London: Routledge 
  110. Magnusson, Magnus (10 de novembro de 2003). «Review of James Buchan, Capital of the Mind: how Edinburgh Changed the World». New Statesman. Consultado em 27 de abril de 2014. Arquivado do original em 6 de junho de 2011 
  111. Swingewood, Alan (1970). «Origins of Sociology: The Case of the Scottish Enlightenment». The British Journal of Sociology. 21 (2): 164–180. JSTOR 588406. doi:10.2307/588406 
  112. Fry, Michael (1992). Adam Smith's Legacy: His Place in the Development of Modern Economics. [S.l.]: Routledge. ISBN 978-0-415-06164-3 
  113. Lightman, Bernard (2011). «13. Science and the Public». In: Shank; Numbers; Harrison. Wrestling with Nature: From Omens to Science. Chicago: University of Chicago Press. ISBN 978-0-226-31783-0 
  114. Leahey, Thomas Hardy (2018). «The psychology of consciousness». A History of Psychology: From Antiquity to Modernity 8th ed. Nova York: Routledge. pp. 219–253. ISBN 978-1-138-65242-2 
  115. Padian, Kevin (2008). «Darwin's enduring legacy». Nature. 451 (7179): 632–634. Bibcode:2008Natur.451..632P. PMID 18256649. doi:10.1038/451632aAcessível livremente 
  116. Henig, Robin Marantz (2000). The monk in the garden: the lost and found genius of Gregor Mendel, the father of genetics. [S.l.: s.n.] pp. 134–138 
  117. Miko, Ilona (2008). «Gregor Mendel's principles of inheritance form the cornerstone of modern genetics. So just what are they?». Nature Education. 1 (1). 134 páginas. Consultado em 9 de maio de 2021. Cópia arquivada em 19 de julho de 2019 
  118. Rocke, Alan J. (2005). «In Search of El Dorado: John Dalton and the Origins of the Atomic Theory». Social Research. 72 (1): 125–158. JSTOR 40972005. doi:10.1353/sor.2005.0003 
  119. Reichl, Linda (1980). A Modern Course in Statistical Physics. [S.l.]: Edward Arnold. ISBN 0-7131-2789-9 
  120. Rao, Y. V. C. (1997). Chemical Engineering Thermodynamics. [S.l.]: Universities Press. p. 158. ISBN 978-81-7371-048-3 
  121. Heidrich, M. (2016). «Bounded energy exchange as an alternative to the third law of thermodynamics». Annals of Physics. 373: 665–681. Bibcode:2016AnPhy.373..665H. doi:10.1016/j.aop.2016.07.031. Consultado em 29 de maio de 2022. Cópia arquivada em 15 de janeiro de 2019 
  122. Mould, Richard F. (1995). A century of X-rays and radioactivity in medicine: with emphasis on photographic records of the early years Reprint. with minor corr ed. Bristol: Inst. of Physics Publ. ISBN 978-0-7503-0224-1 
  123. a b Estreicher, Tadeusz (1938). «Curie, Maria ze Skłodowskich». Polski słownik biograficzny, vol. 4 (em polaco). [S.l.: s.n.] 
  124. Thomson, J.J. (1897). «Cathode Rays». Philosophical Magazine. 44 (269): 293–316. doi:10.1080/14786449708621070. Consultado em 24 de fevereiro de 2022 
  125. Goyotte, Dolores (2017). «The Surgical Legacy of World War II. Part II: The age of antibiotics» (PDF). The Surgical Technologist. 109: 257–264. Consultado em 8 de janeiro de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 5 de maio de 2021 
  126. Erisman, Jan Willem; MA Sutton; J Galloway; Z Klimont; W Winiwarter (Outubro de 2008). «How a century of ammonia synthesis changed the world» (PDF). Nature Geoscience. 1 (10): 636–639. Bibcode:2008NatGe...1..636E. doi:10.1038/ngeo325. Consultado em 22 de outubro de 2010. Cópia arquivada (PDF) em 23 de julho de 2010 
  127. Emmett, Robert; Zelko, Frank (2014). «Minding the Gap: Working Across Disciplines in Environmental Studies». Environment & Society Portal. RCC Perspectives no. 2. doi:10.5282/rcc/6313. Cópia arquivada em 21 de janeiro de 2022 
  128. Furner, Jonathan (1 de junho de 2003). «Little Book, Big Book: Before and After Little Science, Big Science: A Review Article, Part I». Journal of Librarianship and Information Science. 35 (2): 115–125. doi:10.1177/0961000603352006 
  129. Kraft, Chris; James Schefter (2001). Flight: My Life in Mission Control. Nova York: Dutton. pp. 3–5. ISBN 0-525-94571-7 
  130. Kahn, Herman (1962). Thinking about the Unthinkable. [S.l.]: Horizon Press 
  131. Shrum, Wesley (2007). Structures of scientific collaboration. Cambridge, Mass.: MIT Press. ISBN 978-0-262-28358-8. OCLC 166143348. Consultado em 31 de maio de 2022. Cópia arquivada em 30 de julho de 2022 
  132. Rosser, Sue V. (12 de março de 2012). Breaking into the Lab: Engineering Progress for Women in Science. Nova York: New York University Press. ISBN 978-0-8147-7645-2 
  133. Penzias, A. A. (2006). «The origin of elements» (PDF). Fundação Nobel. Science. 205 (4406): 549–54. PMID 17729659. doi:10.1126/science.205.4406.549. Consultado em 4 de outubro de 2006. Cópia arquivada (PDF) em 17 de janeiro de 2011 
  134. Weinberg, S. (1972). Gravitation and Cosmology. [S.l.]: John Whitney & Sons. pp. 495–464. ISBN 978-0-471-92567-5 
  135. Futuyma, Douglas J.; Kirkpatrick, Mark (2017). «Chapter 1: Evolutionary Biology». Evolution 4th ed. [S.l.]: Sinauer. pp. 3–26. ISBN 978-1605356051. Consultado em 30 de maio de 2022. Cópia arquivada em 31 de maio de 2022 
  136. Miller, Arthur I. (1981). Albert Einstein's special theory of relativity. Emergence (1905) and early interpretation (1905–1911). Reading: Addison–Wesley. ISBN 978-0-201-04679-3 
  137. ter Haar, D. (1967). The Old Quantum Theory. [S.l.]: Pergamon Press. pp. 206. ISBN 978-0-08-012101-7 
  138. von Bertalanffy, Ludwig (1972). «The History and Status of General Systems Theory». The Academy of Management Journal. 15 (4): 407–26. JSTOR 255139 
  139. Naidoo, Nasheen; Pawitan, Yudi; Soong, Richie; Cooper, David N.; Ku, Chee-Seng (Outubro de 2011). «Human genetics and genomics a decade after the release of the draft sequence of the human genome». Human Genomics. 5 (6): 577–622. PMC 3525251Acessível livremente. PMID 22155605. doi:10.1186/1479-7364-5-6-577Acessível livremente 
  140. Rashid, S. Tamir; Alexander, Graeme J.M. (Março de 2013). «Induced pluripotent stem cells: from Nobel Prizes to clinical applications». Journal of Hepatology. 58 (3): 625–629. ISSN 1600-0641. PMID 23131523. doi:10.1016/j.jhep.2012.10.026Acessível livremente 
  141. O'Luanaigh, C. (14 de março de 2013). «New results indicate that new particle is a Higgs boson» (Nota de imprensa). CERN. Consultado em 9 de outubro de 2013. Arquivado do original em 20 de outubro de 2015 
  142. Abbott, B.P.; Abbott, R.; Abbott, T.D.; Acernese, F.; Ackley, K.; Adams, C.; Adams, T.; Addesso, P.; Adhikari, R.X. (2017). «Multi-messenger Observations of a Binary Neutron Star Merger». The Astrophysical Journal. 848 (2): L12. Bibcode:2017ApJ...848L..12A. arXiv:1710.05833Acessível livremente. doi:10.3847/2041-8213/aa91c9Acessível livremente 
  143. Cho, Adrian (2017). «Merging neutron stars generate gravitational waves and a celestial light show». Science. doi:10.1126/science.aar2149 
  144. «Media Advisory: First Results from the Event Horizon Telescope to be Presented on April 10th | Event Horizon Telescope». 20 de abril de 2019. Consultado em 21 de setembro de 2021. Cópia arquivada em 20 de abril de 2019 
  145. «Scientific Method: Relationships Among Scientific Paradigms». Seed Magazine. 7 de março de 2007. Consultado em 4 de novembro de 2016. Arquivado do original em 1 de novembro de 2016 
  146. Bunge, Mario Augusto (1998). Philosophy of Science: From Problem to Theory. [S.l.]: Transaction Publishers. ISBN 978-0-7658-0413-6 
  147. a b Popper, Karl R. (2002a). «A survey of some fundamental problems». The Logic of Scientific Discovery. Nova York: Routledge Classics. pp. 3–26. ISBN 978-0-415-27844-7. OCLC 59377149 
  148. Gauch, Hugh G. Jr. (2003). «Science in perspective». Scientific Method in Practice. Cambridge, United Kingdom: Cambridge University Press. pp. 21–73. ISBN 978-0-521-01708-4. Consultado em 3 de setembro de 2018. Cópia arquivada em 25 de dezembro de 2020 
  149. Oglivie, Brian W. (2008). «Introduction». The Science of Describing: Natural History in Renaissance Europe Paperback ed. Chicago: University of Chicago Press. pp. 1–24. ISBN 978-0-226-62088-6 
  150. «Natural History». Princeton University WordNet. Consultado em 21 de outubro de 2012. Arquivado do original em 3 de março de 2012 
  151. «Formal Sciences: Washington and Lee University». Washington and Lee University. Consultado em 14 de maio de 2021. Arquivado do original em 14 de maio de 2021 
  152. «formal system». Encyclopædia Britannica (em inglês). Consultado em 30 de maio de 2022. Arquivado do original em 29 de abril de 2008 
  153. Tomalin, Marcus (2006). Linguistics and the Formal Sciences. [S.l.: s.n.] 
  154. Löwe, Benedikt (2002). «The Formal Sciences: Their Scope, Their Foundations, and Their Unity». Synthese. 133: 5–11. doi:10.1023/a:1020887832028 
  155. Bill, Thompson (2007). «2.4 Formal Science and Applied Mathematics». The Nature of Statistical Evidence. Col: Lecture Notes in Statistics. 189. [S.l.]: Springer 
  156. Bunge, Mario (1998). «The Scientific Approach». Philosophy of Science: Volume 1, From Problem to Theory. 1 revised ed. Nova York: Routledge. pp. 3–50. ISBN 978-0-7658-0413-6 
  157. Mujumdar, Anshu Gupta; Singh, Tejinder (2016). «Cognitive science and the connection between physics and mathematics». In: Aguirre; Foster, Brendan. Trick or Truth?: The Mysterious Connection Between Physics and Mathematics. Col: The Frontiers Collection. Switzerland: SpringerNature. pp. 201–218. ISBN 978-3-319-27494-2 
  158. «About the Journal». Journal of Mathematical Physics. Consultado em 3 de outubro de 2006. Arquivado do original em 3 de outubro de 2006 
  159. Restrepo, G. (2016). «Mathematical chemistry, a new discipline». In: Scerri; Fisher, G. Essays in the philosophy of chemistry. Nova York: Oxford University Press. pp. 332–351. ISBN 978-0-19-049459-9. Cópia arquivada em 10 de junho de 2021 
  160. «What is mathematical biology». Centre for Mathematical Biology, University of Bath. Consultado em 7 de junho de 2018. Arquivado do original em 23 de setembro de 2018 
  161. Johnson, Tim (1 de setembro de 2009). «What is financial mathematics?». +Plus Magazine. Consultado em 1 de março de 2021. Arquivado do original em 8 de abril de 2022 
  162. Varian, Hal (1997). «What Use Is Economic Theory?». In: D'Autume; Cartelier, J. Is Economics Becoming a Hard Science?. [S.l.]: Edward Elgar  Pre-publication. Arquivado em 2006-06-25 no Wayback Machine. Acessado em 1 de abril de 2008.
  163. Abraham, Reem Rachel (2004). «Clinically oriented physiology teaching: strategy for developing critical-thinking skills in undergraduate medical students». Advances in Physiology Education. 28 (3): 102–04. PMID 15319191. doi:10.1152/advan.00001.2004 
  164. Brooks, Harvey (1 de setembro de 1994). «The relationship between science and technology» (PDF). Research Policy. Special Issue in Honor of Nathan Rosenberg (em inglês). 23 (5): 477–486. ISSN 0048-7333. doi:10.1016/0048-7333(94)01001-3 
  165. «Cambridge Dictionary». Cambridge University Press. Consultado em 25 de março de 2021. Arquivado do original em 19 de agosto de 2019 
  166. Firth, John (2020). «Science in medicine: when, how, and what». Oxford textbook of medicine. Oxford: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-874669-0 
  167. Saunders, J. (Junho de 2000). «The practice of clinical medicine as an art and as a science». Med Humanit. 26 (1): 18–22. PMC 1071282Acessível livremente. PMID 12484313. doi:10.1136/mh.26.1.18Acessível livremente 
  168. Davis, Bernard D. (Março de 2000). «Limited scope of science». Microbiology and Molecular Biology Reviews. 64 (1): 1–12. PMC 98983Acessível livremente. PMID 10704471. doi:10.1128/MMBR.64.1.1-12.2000  & "Technology" in Davis, Bernard (Mar 2000). «The scientist's world». Microbiology and Molecular Biology Reviews. 64 (1): 1–12. PMC 98983Acessível livremente. PMID 10704471. doi:10.1128/MMBR.64.1.1-12.2000 
  169. McCormick, James (2001). «Scientific medicine—fact of fiction? The contribution of science to medicine». Occasional Paper (Royal College of General Practitioners) (80): 3–6. PMC 2560978Acessível livremente. PMID 19790950 
  170. Breznau, Nate (2022). «Integrating Computer Prediction Methods in Social Science: A Comment on Hofman et al. (2021)». Social Science Computer Review. 40 (3): 844–853. doi:10.1177/08944393211049776Acessível livremente 
  171. Hofman, Jake M.; Watts, Duncan J.; Athey, Susan; Garip, Filiz; Griffiths, Thomas L.; Kleinberg, Jon; Margetts, Helen; Mullainathan, Sendhil; Salganik, Matthew J. (Julho de 2021). «Integrating explanation and prediction in computational social science». Nature (em inglês). 595 (7866): 181–188. Bibcode:2021Natur.595..181H. ISSN 1476-4687. PMID 34194044. doi:10.1038/s41586-021-03659-0. Consultado em 25 de setembro de 2021. Cópia arquivada em 25 de setembro de 2021 
  172. Nissani, M. (1995). «Fruits, Salads, and Smoothies: A Working definition of Interdisciplinarity». The Journal of Educational Thought. 29 (2): 121–128. JSTOR 23767672 
  173. Digital Code of Life: How Bioinformatics is Revolutionizing Science, Medicine, and Business. [S.l.]: John Wiley & Sons. 2004. ISBN 978-0-471-32788-2 
  174. Ausburg, Tanya (2006). Becoming Interdisciplinary: An Introduction to Interdisciplinary Studies 2nd ed. Nova York: Kendall/Hunt Publishing 
  175. Dawkins, Richard (10 de maio de 2006). «To Live at All Is Miracle Enough». RichardDawkins.net. Consultado em 5 de fevereiro de 2012. Cópia arquivada em 19 de janeiro de 2012 
  176. a b di Francia, Giuliano Toraldo (1976). «The method of physics». The Investigation of the Physical World. Cambridge, United Kingdom: Cambridge University Press. pp. 1–52. ISBN 978-0-521-29925-1 
  177. Popper, Karl R. (2002e). «The problem of the empirical basis». The Logic of Scientific Discovery. Nova York: Routledge Classics. pp. 3–26. ISBN 978-0-415-27844-7. OCLC 59377149 
  178. Diggle, Peter J.; Chetwynd, Amanda G. (2011). Statistics and Scientific Method: An Introduction for Students and Researchers. [S.l.]: Oxford University Press. pp. 1, 2. ISBN 978-0199543182 
  179. Wilson, Edward (1999). Consilience: The Unity of Knowledge. Nova York: Vintage. ISBN 978-0-679-76867-8 
  180. Fara, Patricia (2009). «Decisions». Science: A Four Thousand Year History. Oxford, United Kingdom: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-922689-4 
  181. Aldrich, John (1995). «Correlations Genuine and Spurious in Pearson and Yule». Statistical Science. 10 (4): 364–376. JSTOR 2246135. doi:10.1214/ss/1177009870Acessível livremente 
  182. Nola, Robert; Irzik, Gürol (2005k). «naive inductivism as a methodology in science». Philosophy, science, education and culture. Col: Science & technology education library. 28. [S.l.]: Springer. pp. 207–230. ISBN 978-1-4020-3769-6 
  183. Nola, Robert; Irzik, Gürol (2005j). «The aims of science and critical inquiry». Philosophy, science, education and culture. Col: Science & technology education library. 28. [S.l.]: Springer. pp. 207–230. ISBN 978-1-4020-3769-6 
  184. van Gelder, Tim (1999). «"Heads I win, tails you lose": A Foray Into the Psychology of Philosophy» (PDF). University of Melbourne. Consultado em 28 de março de 2008. Cópia arquivada (PDF) em 9 de abril de 2008 
  185. Pease, Craig (6 de setembro de 2006). «Chapter 23. Deliberate bias: Conflict creates bad science». Science for Business, Law and Journalism. Vermont Law School. Cópia arquivada em 19 de junho de 2010 
  186. Shatz, David (2004). Peer Review: A Critical Inquiry. [S.l.]: Rowman & Littlefield. ISBN 978-0-7425-1434-8. OCLC 54989960 
  187. Krimsky, Sheldon (2003). Science in the Private Interest: Has the Lure of Profits Corrupted the Virtue of Biomedical Research. [S.l.]: Rowman & Littlefield. ISBN 978-0-7425-1479-9. OCLC 185926306 
  188. Bulger, Ruth Ellen; Heitman, Elizabeth; Reiser, Stanley Joel (2002). The Ethical Dimensions of the Biological and Health Sciences 2nd ed. [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-00886-0. OCLC 47791316 
  189. Backer, Patricia Ryaby (29 de outubro de 2004). «What is the scientific method?». San Jose State University. Consultado em 28 de março de 2008. Arquivado do original em 8 de abril de 2008 
  190. Ziman, John (1978c). «Common observation». Reliable knowledge: An exploration of the grounds for belief in science. Cambridge: Cambridge University Press. pp. 42–76. ISBN 978-0-521-22087-3 
  191. Ziman, J.M. (1980). «The proliferation of scientific literature: a natural process». Science. 208 (4442): 369–71. Bibcode:1980Sci...208..369Z. PMID 7367863. doi:10.1126/science.7367863 
  192. Subramanyam, Krishna; Subramanyam, Bhadriraju (1981). Scientific and Technical Information Resources. [S.l.]: CRC Press. ISBN 978-0-8247-8297-9. OCLC 232950234 
  193. a b Bush, Vannevar (Julho de 1945). «Science the Endless Frontier». National Science Foundation. Consultado em 4 de novembro de 2016. Arquivado do original em 7 de novembro de 2016 
  194. Schooler, J. W. (2014). «Metascience could rescue the 'replication crisis'». Nature. 515 (7525). 9 páginas. Bibcode:2014Natur.515....9S. PMID 25373639. doi:10.1038/515009aAcessível livremente 
  195. Pashler, Harold; Wagenmakers, Eric Jan (2012). «Editors' Introduction to the Special Section on Replicability in Psychological Science: A Crisis of Confidence?». Perspectives on Psychological Science. 7 (6): 528–530. PMID 26168108. doi:10.1177/1745691612465253Acessível livremente 
  196. Ioannidis, John P. A.; Fanelli, Daniele; Dunne, Debbie Drake; Goodman, Steven N. (2 de outubro de 2015). «Meta-research: Evaluation and Improvement of Research Methods and Practices». PLOS Biology. 13 (10): –1002264. ISSN 1545-7885. PMC 4592065Acessível livremente. PMID 26431313. doi:10.1371/journal.pbio.1002264Acessível livremente 
  197. Hansson, Sven Ove; Zalta, Edward N. (3 de setembro de 2008). «Science and Pseudoscience». Stanford Encyclopedia of Philosophy. Consultado em 28 de maio de 2022. Arquivado do original em 29 de outubro de 2021 
  198. Shermer, Michael (1997). Why people believe weird things: pseudoscience, superstition, and other confusions of our time. Nova York: W. H. Freeman and Company. ISBN 978-0-7167-3090-3 
  199. Feynman, Richard (1974). «Cargo Cult Science». Center for Theoretical Neuroscience. Columbia University. Consultado em 4 de novembro de 2016. Arquivado do original em 4 de março de 2005 
  200. Novella, Steven (2018). The Skeptics' Guide to the Universe: How to Know What's Really Real in a World Increasingly Full of Fake (em inglês). [S.l.]: Hodder & Stoughton. ISBN 978-1473696419 
  201. «Coping with fraud» (PDF). The COPE Report 1999: 11–18. Consultado em 21 de julho de 2011. Cópia arquivada (PDF) em 28 de setembro de 2007 
  202. a b Godfrey-Smith, Peter (2003c). «Induction and confirmation». Theory and Reality: An Introduction to the Philosophy of Science. Chicago: University of Chicago. pp. 39–56. ISBN 978-0-226-30062-7 
  203. Godfrey-Smith, Peter (2003o). «Empiricism, naturalism, and scientific realism?». Theory and Reality: An Introduction to the Philosophy of Science. Chicago: University of Chicago. pp. 219–232. ISBN 978-0-226-30062-7 
  204. Godfrey-Smith, Peter (2003b). «Logic plus empiricism». Theory and Reality: An Introduction to the Philosophy of Science. Chicago: University of Chicago. pp. 19–38. ISBN 978-0-226-30062-7 
  205. a b Godfrey-Smith, Peter (2003d). «Popper: Conjecture and refutation». Theory and Reality: An Introduction to the Philosophy of Science. Chicago: University of Chicago. pp. 57–74. ISBN 978-0-226-30062-7 
  206. Godfrey-Smith, Peter (2003g). «Lakatos, Laudan, Feyerabend, and frameworks». Theory and Reality: An Introduction to the Philosophy of Science. Chicago: University of Chicago. pp. 102–121. ISBN 978-0-226-30062-7 
  207. Popper, Karl (1972). Objective Knowledge. [S.l.: s.n.] 
  208. Newton-Smith, W.H. (1994). The Rationality of Science. London: Routledge. ISBN 978-0-7100-0913-5 
  209. Votsis, I. (2004). The Epistemological Status of Scientific Theories: An Investigation of the Structural Realist Account (PhD Thesis). p. 39 
  210. Bird, Alexander (2013). Edward N., Zalta, ed. «Thomas Kuhn». Stanford Encyclopedia of Philosophy. Consultado em 26 de outubro de 2015. Cópia arquivada em 15 de julho de 2020 
  211. Kuhn, Thomas S. (1970). The Structure of Scientific Revolutions 2nd ed. [S.l.]: University of Chicago Press. ISBN 978-0-226-45804-5. Consultado em 30 de maio de 2022. Cópia arquivada em 19 de outubro de 2021 
  212. Godfrey-Smith, Peter (2003). «Naturalistic philosophy in theory and practice». Theory and Reality: An Introduction to the Philosophy of Science. Chicago: University of Chicago. pp. 149–162. ISBN 978-0-226-30062-7 
  213. Brugger, E. Christian (2004). «Casebeer, William D. Natural Ethical Facts: Evolution, Connectionism, and Moral Cognition». The Review of Metaphysics. 58 (2) 
  214. Kornfeld, W; Hewitt, CE (1981). «The Scientific Community Metaphor» (PDF). IEEE Transactions on Systems, Man, and Cybernetics. 11 (1): 24–33. doi:10.1109/TSMC.1981.4308575. Consultado em 26 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 8 de abril de 2016  |hdl-access= requer |hdl= (ajuda)
  215. «Eusocial climbers» (PDF). E.O. Wilson Foundation. Consultado em 3 de setembro de 2018. Arquivado do original (PDF) em 27 de abril de 2019 
  216. «Our definition of a scientist». Science Council. Consultado em 7 de setembro de 2018. Arquivado do original em 23 de agosto de 2019 
  217. Cyranoski, David; Gilbert, Natasha; Ledford, Heidi; Nayar, Anjali; Yahia, Mohammed (2011). «Education: The PhD factory». Nature. 472 (7343): 276–79. Bibcode:2011Natur.472..276C. PMID 21512548. doi:10.1038/472276aAcessível livremente 
  218. Kwok, Roberta (2017). «Flexible working: Science in the gig economy». Nature. 550: 419–21. doi:10.1038/nj7677-549aAcessível livremente 
  219. Woolston, Chris (2007). Editorial, ed. «Many junior scientists need to take a hard look at their job prospects». Nature. 550: 549–552. doi:10.1038/nj7677-549aAcessível livremente 
  220. Lee, Adrian; Dennis, Carina; Campbell, Phillip (2007). «Graduate survey: A love–hurt relationship». Nature. 550 (7677): 549–52. doi:10.1038/nj7677-549aAcessível livremente 
  221. Whaley, Leigh Ann (2003). Women's History as Scientists. Santa Barbara, California: ABC-CLIO, INC. 
  222. Spanier, Bonnie (1995). «From Molecules to Brains, Normal Science Supports Sexist Beliefs about Difference». Im/partial Science: Gender Identity in Molecular Biology. [S.l.]: Indiana University Press. ISBN 978-0-253-20968-9 
  223. Parrott, Jim (9 de agosto de 2007). «Chronicle for Societies Founded from 1323 to 1599». Scholarly Societies Project. Consultado em 11 de setembro de 2007. Arquivado do original em 6 de janeiro de 2014 
  224. «The Environmental Studies Association of Canada – What is a Learned Society?». Consultado em 10 de maio de 2013. Arquivado do original em 29 de maio de 2013 
  225. «Learned societies & academies». Consultado em 10 de maio de 2013. Arquivado do original em 3 de junho de 2014 
  226. «Learned Societies, the key to realising an open access future?». Impact of Social Sciences. London School of Economics. 24 de junho de 2019. Consultado em 22 de janeiro de 2023 
  227. «Accademia Nazionale dei Lincei» (em italiano). 2006. Consultado em 11 de setembro de 2007. Arquivado do original em 28 de fevereiro de 2010 
  228. «Prince of Wales opens Royal Society's refurbished building». The Royal Society. 7 de julho de 2004. Consultado em 7 de dezembro de 2009. Arquivado do original em 9 de abril de 2015 
  229. Meynell, G.G. «The French Academy of Sciences, 1666–91: A reassessment of the French Académie royale des sciences under Colbert (1666–83) and Louvois (1683–91)». Consultado em 13 de outubro de 2011. Arquivado do original em 18 de janeiro de 2012 
  230. ITS. «Founding of the National Academy of Sciences». .nationalacademies.org. Consultado em 12 de março de 2012. Arquivado do original em 3 de fevereiro de 2013 
  231. «The founding of the Kaiser Wilhelm Society (1911)» (em inglês). Max-Planck-Gesellschaft. Consultado em 30 de maio de 2022. Arquivado do original em 2 de março de 2022 
  232. «Introduction». Chinese Academy of Sciences. Consultado em 31 de maio de 2022. Arquivado do original em 31 de março de 2022 
  233. «Two main Science Councils merge to address complex global challenges» (em inglês). UNESCO. 5 de julho de 2018. Consultado em 21 de outubro de 2018. Arquivado do original em 12 de julho de 2021 
  234. Stockton, Nick (7 de outubro de 2014). «How did the Nobel Prize become the biggest award on Earth?». Wired. Consultado em 3 de setembro de 2018. Arquivado do original em 19 de junho de 2019 
  235. «Main Science and Technology Indicators – 2008-1» (PDF). OECD. Arquivado do original (PDF) em 15 de fevereiro de 2010 
  236. OECD Science, Technology and Industry Scoreboard 2015: Innovation for growth and society. [S.l.]: OECD. 2015. ISBN 978-9264239784. doi:10.1787/sti_scoreboard-2015-en. Consultado em 28 de maio de 2022. Cópia arquivada em 25 de maio de 2022 – via oecd-ilibrary.org 
  237. Kevles, Daniel (1977). «The National Science Foundation and the Debate over Postwar Research Policy, 1942-1945». Isis. 68 (241): 4–26. PMID 320157. doi:10.1086/351711 
  238. «Argentina, National Scientific and Technological Research Council (CONICET)». International Science Council (em inglês). Consultado em 31 de maio de 2022. Arquivado do original em 16 de maio de 2022 
  239. Innis, Michelle (17 de maio de 2016). «Australia to Lay Off Leading Scientist on Sea Levels». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 31 de maio de 2022. Arquivado do original em 7 de maio de 2021 
  240. «Le CNRS recherche 10.000 passionnés du blob». Le Figaro (em francês). 20 de outubro de 2021. Consultado em 31 de maio de 2022. Arquivado do original em 27 de abril de 2022 
  241. Bredow, Rafaela von (18 de dezembro de 2021). «How a Prestigious Scientific Organization Came Under Suspicion of Treating Women Unequally». Der Spiegel (em inglês). ISSN 2195-1349. Consultado em 31 de maio de 2022. Arquivado do original em 29 de maio de 2022 
  242. «En espera de una "revolucionaria" noticia sobre Sagitario A*, el agujero negro supermasivo en el corazón de nuestra galaxia». ELMUNDO (em espanhol). 12 de maio de 2022. Consultado em 31 de maio de 2022. Arquivado do original em 13 de maio de 2022 
  243. Fletcher, Anthony C.; Bourne, Philip E. (27 de setembro de 2012). «Ten Simple Rules To Commercialize Scientific Research». PLOS Computational Biology. 8 (9): e1002712. Bibcode:2012PLSCB...8E2712F. ISSN 1553-734X. PMC 3459878Acessível livremente. PMID 23028299. doi:10.1371/journal.pcbi.1002712Acessível livremente 
  244. Marburger, John Harmen III (10 de fevereiro de 2015). Science policy up close. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press. ISBN 978-0-674-41709-0. OCLC 875999943 
  245. Benneworth, Paul; Jongbloed, Ben W. (31 de julho de 2009). «Who matters to universities? A stakeholder perspective on humanities, arts and social sciences valorisation» (PDF). Higher Education. 59 (5): 567–588. ISSN 0018-1560. doi:10.1007/s10734-009-9265-2Acessível livremente 
  246. Dickson, David (11 de outubro de 2004). «Science journalism must keep a critical edge». Science and Development Network. Cópia arquivada em 21 de junho de 2010 
  247. Mooney, Chris (dezembro de 2004). «Blinded By Science, How 'Balanced' Coverage Lets the Scientific Fringe Hijack Reality». Columbia Journalism Review. 43 (4). Consultado em 20 de fevereiro de 2008. Arquivado do original em 17 de janeiro de 2010 
  248. McIlwaine, S.; Nguyen, D.A. (2005). «Are Journalism Students Equipped to Write About Science?». Australian Studies in Journalism. 14: 41–60. Consultado em 20 de fevereiro de 2008. Cópia arquivada em 1 de agosto de 2008 
  249. «Popular science: Get the word out». Nature. 504 (7478): 177–9. Dezembro de 2013. PMID 24312943. doi:10.1038/nj7478-177aAcessível livremente 
  250. Wilde, Fran (21 de janeiro de 2016). «How Do You Like Your Science Fiction? Ten Authors Weigh In On 'Hard' vs. 'Soft' SF». Tor.com (em inglês). Consultado em 4 de abril de 2019. Arquivado do original em 4 de abril de 2019 
  251. Tyson, Alec; Funk, Cary; Kennedy, Brian; Johnson, Courtney (15 de setembro de 2021). «Majority in U.S. Says Public Health Benefits of COVID-19 Restrictions Worth the Costs, Even as Large Shares Also See Downsides». Pew Research Center Science & Society (em inglês). Consultado em 4 de agosto de 2022 
  252. Kennedy, Brian. «U.S. concern about climate change is rising, but mainly among Democrats». Pew Research Center (em inglês). Consultado em 4 de agosto de 2022 
  253. Philipp-Muller, Aviva; Lee, Spike W. S.; Petty, Richard E. (26 de julho de 2022). «Why are people antiscience, and what can we do about it?». Proceedings of the National Academy of Sciences (em inglês). 119 (30): e2120755119. Bibcode:2022PNAS..11920755P. ISSN 0027-8424. PMC 9335320Acessível livremente. PMID 35858405. doi:10.1073/pnas.2120755119Acessível livremente 
  254. Gauchat, Gordon William (2008). «A Test of Three Theories of Anti-Science Attitudes». Sociological Focus. 41 (4): 337–357. doi:10.1080/00380237.2008.10571338 
  255. Poushter, Jacob; Fagan, Moira; Gubbala, Sneha (31 de agosto de 2022). «Climate Change Remains Top Global Threat Across 19-Country Survey». Pew Research Center's Global Attitudes Project (em inglês). Consultado em 5 de setembro de 2022 
  256. McRaney, David (2022). How Minds Change: The Surprising Science of Belief, Opinion, and Persuasion. Nova York: Portfolio/Penguin. ISBN 978-0-593-19029-6. OCLC 1322437138 
  257. McGreal, Chris (26 de outubro de 2021). «Revealed: 60% of Americans say oil firms are to blame for the climate crisis». The Guardian. Arquivado do original em 26 de outubro de 2021 
  258. Goldberg, Jeanne (2017). «The Politicization of Scientific Issues: Looking through Galileo's Lens or through the Imaginary Looking Glass». Skeptical Inquirer. 41 (5): 34–39. Consultado em 16 de agosto de 2018. Cópia arquivada em 16 de agosto de 2018 
  259. Bolsen, Toby; Druckman, James N. (2015). «Counteracting the Politicization of Science». Journal of Communication (65): 746 
  260. a b Freudenberg, William F.; Gramling, Robert; Davidson, Debra J. (2008). «Scientific Certainty Argumentation Methods (SCAMs): Science and the Politics of Doubt» (PDF). Sociological Inquiry. 78: 2–38. doi:10.1111/j.1475-682X.2008.00219.xAcessível livremente. Consultado em 12 de abril de 2020. Cópia arquivada (PDF) em 26 de novembro de 2020 
  261. van der Linden, Sander; Leiserowitz, Anthony; Rosenthal, Seth; Maibach, Edward (2017). «Inoculating the Public against Misinformation about Climate Change» (PDF). Global Challenges. 1 (2): 1. Bibcode:2017GloCh...100008V. PMC 6607159Acessível livremente. PMID 31565263. doi:10.1002/gch2.201600008. Consultado em 25 de agosto de 2019. Cópia arquivada (PDF) em 4 de abril de 2020 

Ligações externas

Livros-texto
Notícias
Artigos
  • «Science-advisor» (em inglês). Revisão Online de Artigos Científicos. Escritas de comentários curtos, revisões e cartas sobre artigos científicos, com ferramenta de pesquisa de literatura científica. 
Recursos
Leitura adicional