Urbano Santos (político)
Urbano Santos da Costa Araújo (Guimarães, 3 de fevereiro de 1859 — Rio de Janeiro, 7 de maio de 1922),[1] mais conhecido por Urbano Santos, foi um jurista, promotor e político brasileiro, que foi o 24.º Governador do Maranhão e o 7.º Vice-presidente da República no governo de Venceslau Brás, entre 1914 e 1918.[2][3]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Filho de Antônio Brício de Araújo, formou-se pela Faculdade de Direito do Recife, em 1882 na mesma turma em que se formaram Clóvis Beviláqua e José Xavier Carvalho de Mendonça, autor do Tratado de Direito Comercial Brasileiro, em dez volumes. Foi redator da Gazeta Acadêmica de Ciências e Letras.
Casou-se aos 29 anos com Maria Filomena de Macedo Araújo no dia 6 de fevereiro de 1888, na vila do Rosário. O casal teve duas filhas: Virgínia Januária e Maria da Conceição.[4]
Foi promotor público em Baixo Mearim (atual Vitória do Mearim), Mirador e Rosário, e juiz municipal da cidades maranhenses de Coroatá, São Bento e São Vicente Ferrer. Foi ainda juiz de casamentos e do comércio na capital do estado, além de juiz de direito de Campos Novos (SC).[3]
Morreu em viagem entre o Maranhão e o Rio de Janeiro, em 7 de maio de 1922.
Carreira política
[editar | editar código-fonte]Foi deputado federal de 1897 a 1905, governador em 1913, senador entre 1906 e 1914 e vice-presidente do Brasil entre 1914 e 1918, durante a presidência de Venceslau Brás.[5] Assumiu interinamente a presidência do Brasil em 1917.
Embora tenha sido eleito por três vezes presidente do Maranhão (em 1898, 1913 e 1918), só aceitou assumir o cargo da última vez. Não tomando posse de imediato, foi substituído pelos vice-presidentes José Joaquim Marques falecido em 9 de outubro de 1918) e Raul da Cunha Machado (até 21 de outubro de 1918). Assumiu a presidência do estado e, após um mês, licenciou-se para assumir o Ministério da Justiça.
Assumiu também o ministério da Justiça e Negócios Interiores, entre 3 de dezembro de 1918 e 28 de julho de 1919, durante o governo de Delfim Moreira, quando buscou dinamizar os departamentos do ministério, principalmente o de saúde pública. Também promoveu o serviço de profilaxia urbana e rural, instalou o Instituto Oswaldo Cruz em São Luís e firmou contrato com a Fundação Rockefeller para o combate à malária.[3]
Retornou ao Maranhão e reassumiu o mandato após deixar o cargo de ministro. Durante seu governo, foi inaugurada a Ferrovia São Luís-Teresina, em 1921. Foi firmado um contrato com a Cia. Nacional de Navegação Costeira para a operação de uma linha de cabotagem entre os pequenos portos do estado. Buscou regularizar o abastecimento de água da capital maranhense, construiu a Escola Modelo Benedito Leite, reformou a penitenciária e adquiriu o prédio o Convento dos Mercedários (Convento das Mercês) para ampliação do quartel da Polícia Militar do Estado do Maranhão. Construiu o Porto do Guarapiranga e o Aprendizado Agrícola Cristino Cruz (Escola Agrícola Federal do Maranhão) e o Teatro São Luiz passa a se chamar Teatro Arthur Azevedo, em homenagem ao grande dramaturgo maranhense. Em 25 de fevereiro de 1922, transferiu novamente o governo a Raul da Cunha Machado.[6]
Reeleito para a vice-presidência na chapa de Artur Bernardes em 1922, morreu antes de ser empossado.
Seu irmão, Antônio Brício de Araújo, homônimo do pai, foi vice-presidente do Maranhão de 1914 a 1917, presidente de 1917 a 1918, e senador de 1929 a 1930.[3]
Homenagens
[editar | editar código-fonte]Benedito Leite e Urbanos Santos foram os principais líderes políticos do Maranhão durante a Primeira República, representantes da politica coronelista. Com a morte de Benedito Leite, em 1909, Urbano Santos assumiu o controle político do estado, exercendo forte influência e gozando de prestígio junto ao Governo Federal.[3]
Em sua homenagem, há um os bustos da Praça do Pantheon, em São Luís, que homenageiam importantes escritores maranhenses. Também há um município chamado de Urbano Santos, na região leste do estado. Na frente do Liceu Maranhense, há o Parque Urbano Santos.[3]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Vice-presidente». Biblioteca. Consultado em 10 de setembro de 2023
- ↑ «Urbano Santos da Costa Araújo». ihgb.org.br. Consultado em 21 de novembro de 2018
- ↑ a b c d e f cpdoc.fgv.br - pdf
- ↑ DocReader Web, O Paiz (RJ) - 1910 a 1919. «Bodas de Prata». memoria.bn.br. Consultado em 10 de setembro de 2023
- ↑ «Senador Urbano Santos - Senado Federal». www25.senado.leg.br. Consultado em 21 de novembro de 2018
- ↑ «Biblioteca Digital FGV: Urbano Santos» (PDF)
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Biografia de Ubano Santos
- Mensagem apresentada ao Congresso do Estado do Maranhão na 2ª sessão da 10ª legislatura pelo exmo. sr. dr. Urbano Santos da Costa Araújo, presidente do estado
- Mensagem apresentada ao Congresso do Estado do Maranhão na 3ª sessão da 10ª legislatura, em 5 de fevereiro de 1921, pelo exmo. sr. dr. Urbano Santos da Costa Araújo, presidente do estado
- Mensagem apresentada ao Congresso do Estado do Maranhão na 1ª sessão da 11ª legislatura, em 5 de fevereiro de 1922, pelo exmo. sr. dr. Urbano Santos da Costa Araújo, presidente do estado
Precedido por Venceslau Brás |
7.º Vice-presidente do Brasil 1914 — 1918 |
Sucedido por Delfim Moreira |
Precedido por Raul da Cunha Machado |
24.º Governador do Maranhão 1918 — 1922 |
Sucedido por Raul da Cunha Machado |
Precedido por Amaro Bezerra Cavalcanti de Albuquerque |
Ministro da Justiça e Negócios Interiores do Brasil 1918 — 1919 |
Sucedido por Alfredo Pinto Vieira de Melo |
- Nascidos em 1859
- Mortos em 1922
- Vice-presidentes do Brasil
- Ministros do Governo Delfim Moreira
- Ministros da Justiça do Brasil
- Presidentes do Senado Federal do Brasil
- Senadores do Brasil pelo Maranhão
- Deputados federais do Brasil pelo Maranhão
- Naturais de Guimarães (Maranhão)
- Políticos brasileiros do século XIX
- Políticos brasileiros do século XX