Liechtenstein: diferenças entre revisões

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Desde o século XV, faz divisa praticamente do mesmo território comandado pela mesma família, a [[Casa de Liechtenstein]]. Tornou-se independente do [[Sacro Império Romano-Germânico]] (976-1806) quando este foi desmembrado, em 1806. Desde tempos imemoriais, a língua falada no país é o alemão.
Desde o século XV, faz divisa praticamente do mesmo território comandado pela mesma família, a [[Casa de Liechtenstein]]. Tornou-se independente do [[Sacro Império Romano-Germânico]] (976-1806) quando este foi desmembrado, em 1806. Desde tempos imemoriais, a língua falada no país é o alemão.


O Liechtenstein diferencia-se da [[Alemanha]] e Áustria por ser um [[microestado]], sendo tido como um dos mais ricos do mundo. Outrora citado como um [[paraíso fiscal]], atualmente não consta em listas oficiais de países não cooperativos com o [[sistema financeiro mundial]].<ref name=":0">{{citar web|url=https://www.oecd.org/ctp/exchange-of-tax-information/andorraliechtensteinandmonacoremovedfromoecdlistofunco-operativetaxhavens.htm|titulo=Andorra, Liechtenstein and Monaco removed from OECD List of Unco-operative Tax Havens|acessodata=10-4-2022|publicado=[[Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico|OCDE]]|lingua=en}}</ref>
O Liechtenstein diferencia-se da [[Alemanha]] e Áustria por ser um [[microestado]], sendo tido como um dos mais ricos do mundo. Outrora citado como um [[paraíso fiscal]], atualmente não consta em listas oficiais de países não cooperantes com o [[sistema financeiro mundial]].<ref name=":0">{{citar web|url=https://www.oecd.org/ctp/exchange-of-tax-information/andorraliechtensteinandmonacoremovedfromoecdlistofunco-operativetaxhavens.htm|titulo=Andorra, Liechtenstein and Monaco removed from OECD List of Unco-operative Tax Havens|acessodata=10-4-2022|publicado=[[Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico|OCDE]]|lingua=en}}</ref>


== Etimologia ==
== Etimologia ==
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[[Imagem:Maria Enzersdorf - Burg Liechtenstein (1).JPG|esquerda|thumb|upright=1.0|[[Castelo de Liechtenstein]], [[Áustria]].]]
[[Imagem:Maria Enzersdorf - Burg Liechtenstein (1).JPG|esquerda|thumb|upright=1.0|[[Castelo de Liechtenstein]], [[Áustria]].]]


O condado medieval de [[Vaduz]], formado em [[1342]],<ref>[http://eudocs.lib.byu.edu/index.php Data da primeira citação conhecida de Vaduz]</ref> era uma pequena divisão do condado de Werdenberg, pertencente à [[dinastia]] de Monfort de [[Vorarlberg]]. No século XV, pelo menos três guerras devastaram o local. Embora o comércio colonial o enriquecesse, como à Suíça, sendo o país um vivo ponto comercial por onde passavam as especiarias vindas de [[África]], que eram comercializadas na Europa, a função de Liechtenstein foi sanear os produtos de luxo vindos das [[colónia (história)|colónias]] [[Portugal|portuguesas]] para o resto da [[Europa]]. No século XVII, o Liechtenstein perdeu parte dos seus cidadãos na [[Guerra dos Trinta Anos]]. Mais de cem pessoas foram perseguidas e executadas em praça pública.
O condado medieval de [[Vaduz]], formado em [[1342]],<ref>[http://eudocs.lib.byu.edu/index.php Data da primeira citação conhecida de Vaduz]</ref> era uma pequena divisão do condado de Werdenberg, pertencente à [[dinastia]] de Monfort de [[Vorarlberg]]. No século XV, pelo menos três guerras devastaram o local. Embora o comércio colonial o enriquecesse, como à Suíça, sendo o país um vivo ponto comercial por onde passavam as especiarias vindas de [[África]], que eram comercializadas na Europa, a função de Liechtenstein foi sanear os produtos de luxo vindos das [[colónia (história)|colônias]] [[Portugal|portuguesas]] para o resto da [[Europa]]. No século XVII, o Liechtenstein perdeu parte dos seus cidadãos na [[Guerra dos Trinta Anos]]. Mais de cem pessoas foram perseguidas e executadas em praça pública.


A [[dinastia do Liechtenstein]] tomou por seu o nome do [[Castelo de Liechtenstein]], na [[Áustria]], onde vivia a família aristocrata. Johann-Adam Liechtenstein, um príncipe de [[Viena]], com possessões na [[Boémia]], na [[Baixa Áustria]], na [[Styria]] e na [[Morávia]], teve barrada sua entrada para o conselho de Príncipes, que rodeava e influenciava diretamente os [[Casa de Habsburgo|Habsburgos]]. Então comprou [[Schellenberg]] em 1699 e Vaduz em 1712. Tudo isto, devido à corrida desenfreada dos nobres e senhores às terras circundantes da família [[Habsburgo]]. É elevado, então, a Principado Imperial de Liechtenstein, como um [[Feudalismo|feudo]] do Sacro Império Romano-Germânico.
A [[dinastia do Liechtenstein]] tomou por seu o nome do [[Castelo de Liechtenstein]], na [[Áustria]], onde vivia a família aristocrata. Johann-Adam Liechtenstein, um príncipe de [[Viena]], com possessões na [[Boémia]], na [[Baixa Áustria]], na [[Styria]] e na [[Morávia]], teve barrada sua entrada para o conselho de Príncipes, que rodeava e influenciava diretamente os [[Casa de Habsburgo|Habsburgos]]. Então comprou [[Schellenberg]] em 1699 e Vaduz em 1712. Tudo isto, devido à corrida desenfreada dos nobres e senhores às terras circundantes da família [[Habsburgo]]. É elevado, então, a Principado Imperial de Liechtenstein, como um [[Feudalismo|feudo]] do Sacro Império Romano-Germânico.
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{{Artigo principal|[[Demografia de Liechtenstein]]}}
{{Artigo principal|[[Demografia de Liechtenstein]]}}


O Liechtenstein é um país cujo [[território]] é muito pequeno, sem espaço para uma larga população. O país é o quarto menor da [[Europa]], após o [[Vaticano]], [[Mónaco]] e [[San Marino]].
O Liechtenstein é um país cujo [[território]] é muito pequeno, sem espaço para uma larga população. O país é o quarto menor da [[Europa]], após o [[Vaticano]], [[Mónaco|Mônaco]] e [[San Marino]]. Sua área total pode ser comparada a do município brasileiro de [[São Benedito do Sul]], em [[Pernambuco|Pernanbuco]].


Em 2017, a população era estimada em 37.877 [[habitante]]s. Os imigrantes no país representam 34,1% da população, equivalendo a quase 12 mil habitantes, entre estes principalmente [[alemanha|alemães]], [[suíça|suíços]], [[áustria|austríacos]], italianos e portugueses.
Em 2017, a população era estimada em 37.877 [[habitante]]s. Os imigrantes no país representam 34,1% da população, equivalendo a quase 12 mil habitantes, entre estes principalmente [[alemanha|alemães]], [[suíça|suíços]], [[áustria|austríacos]], italianos e portugueses.
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[[Imagem:Vaduz centre.jpg|thumb|upright=1.0|direita|Vista do centro de [[Vaduz]], a capital do país.]]
[[Imagem:Vaduz centre.jpg|thumb|upright=1.0|direita|Vista do centro de [[Vaduz]], a capital do país.]]


A taxa de crescimento da população equivale a 0,9%, segundo dados de 2005, algo acima da média europeia (0,2%). Está notavelmente acima da taxa portuguesa, que ronda 0,4%. A média etária da população é de 38,5 anos, equivalente à de [[Portugal]]. A tendência é aumentar, contrariando assim a média europeia e a da maioria dos países do continente, e é provável que o país atinja os 35.200 cidadãos nacionalizados no final de 2007.
A taxa de crescimento da população equivale a 0,9%, segundo dados de 2005, algo acima da média europeia (0,2%). Está notavelmente acima da taxa portuguesa, que ronda 0,4%. A média etária da população é de 38,5 anos, equivalente à de Portugal. A tendência é aumentar, contrariando assim a média europeia e a da maioria dos países do continente, e é provável que o país atinja os 35.200 cidadãos nacionalizados no final de 2007.


A taxa de nascimentos ronda os 11,66 nato-vivos por cada mil habitantes, segundo dados oficiais de 2002, enquanto a taxa de falecimentos, aproximadamente, 6,76 falecimentos por {{Fmtn|1000}} habitantes, segundo dados do mesmo ano. A taxa de mortalidade infantil é de 4,92 para cada mil nascimentos, algo preocupante no [[europa|território europeu]], representando em Portugal, a taxa é de 5 por cada mil habitantes.
A taxa de nascimentos ronda os 11,66 nascidos por cada mil habitantes, segundo dados oficiais de 2002, enquanto a taxa de falecimentos, aproximadamente, 6,76 falecimentos por {{Fmtn|1000}} habitantes, segundo dados do mesmo ano. A taxa de mortalidade infantil é de 4,92 para cada mil nascimentos, algo preocupante no [[europa|território europeu]], representando em Portugal, a taxa é de 5 por cada mil habitantes.


A taxa de fertilidade conta 1,5 crianças por cada mulher nacionalizada, com a inclusão das mulheres emigrantes no país. A taxa de fertilidade da população vivente no ambiente rural ronda 1,8 crianças, enquanto a [[população]] vivente nas [[urbanismo|urbes]] aproxima-se das 1,6 crianças. Segundo os Census a população feminina é maior que a população masculina, e a tendência é aumentar o número.
A taxa de fertilidade conta 1,5 crianças por cada mulher nacionalizada, com a inclusão das mulheres migrantes no país. A taxa de fertilidade da população vivente no ambiente rural ronda 1,8 crianças, enquanto a população vivente nas áreas urbanas aproxima-se das 1,6 crianças. Segundo os Census a população feminina é maior que a população masculina, e a tendência é aumentar o número.


A população urbana atinge 21,2% da população, segundo dados oficiais de 2004.
A população urbana atinge 21,2% da população, segundo dados oficiais de 2004.
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[[Imagem:Malbun.jpg|thumb|esquerda|upright=1.0|[[Capela]] nos [[Alpes]].]]
[[Imagem:Malbun.jpg|thumb|esquerda|upright=1.0|[[Capela]] nos [[Alpes]].]]


A Igreja Católica Apostólica Romana é a religião oficial do Estado.<ref>Conforme preceituado no n.º 2, do art. 37.º da [https://www.constituteproject.org/constitution/Liechtenstein_2003.pdf?lang=en Constituição do Liechtenstein]</ref>
O [[Igreja Católica|cristianismo católica apostólica romana]] é a religião oficial do [[Estado]].<ref>Conforme preceituado no n.º 2, do art. 37.º da [https://www.constituteproject.org/constitution/Liechtenstein_2003.pdf?lang=en Constituição do Liechtenstein]</ref>


O Liechtenstein, segundo pesquisas oficiais de 1996, é um país maioritariamente cristão, sendo que 86,9% da [[população]] partilha da fé cristã.<ref>[http://www.flickr.com/groups/liechtenstein/ Verificável no Flickr/]</ref> 75,7% são [[catolicismo|católicos]] e 6,9% são [[Protestantismo|protestantes]]. A restante população portanto, partilha outros [[credo]]s. A percentagem da [[Islão|religião islâmica]] no país deve-se maioritariamente a migrantes turcos.
Liechtenstein, segundo pesquisas oficiais de 1996, é um país maioritariamente [[cristão]], sendo que 86,9% da [[população]] partilha da fé cristã.<ref>[http://www.flickr.com/groups/liechtenstein/ Verificável no Flickr/]</ref> 75,7% são [[catolicismo|católicos]] e 6,9% são [[Protestantismo|protestantes]]. O restante população portanto, partilha outros [[credo]]s. A percentagem da [[Islão|religião islâmica]] no país deve-se maioritariamente a imigrantes [[Turcos (nacionalidade)|turcos]].


Nos últimos anos a comunidade asiática,<ref>[http://www.tibetswiss.com/de/de-temp_news/2007/Dalai%20Lama%20zu%20Gast%20Uni%20Hamburg.html Comunidade tibetana na Suíça e Liechtenstein]</ref> principalmente a [[tibete|tibetana]], cresceu, e inseriu o [[budismo]] na cultura do país. Hoje existe somente um centro budista no Liechtenstein, em [[Vaduz]].
Nos últimos anos a comunidade [[Ásia|asiática]],<ref>[http://www.tibetswiss.com/de/de-temp_news/2007/Dalai%20Lama%20zu%20Gast%20Uni%20Hamburg.html Comunidade tibetana na Suíça e Liechtenstein]</ref> principalmente a [[tibete|tibetana]], cresceu, e inseriu o [[budismo]] na cultura do país. Hoje existe somente um centro budista em Liechtenstein, em [[Vaduz]].


A religião influencia grandemente os hábitos da população, tida como um pouco conservadora, e a maioria dos crentes são praticantes. Praticamente todos os feriados e comemorações do país são dedicados a santos a acontecimentos bíblicos.
A religião influencia grandemente os hábitos da população, tida como um pouco [[Conservadorismo social|socialmente conservadora]], e a maioria dos crentes são praticantes. Praticamente todos os feriados e comemorações do país são dedicados a santos a acontecimentos bíblicos.


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{{anexo|Lista de príncipes de Liechtenstein}}
{{anexo|Lista de príncipes de Liechtenstein}}


[[Imagem:Regierungsgebäude Vaduz, Liechtenstein.jpg|upright=1.0|thumb|direita|O edifício do [[parlamento]] e sede do Governo em [[Vaduz]].]]
[[Imagem:Regierungsgebäude Vaduz, Liechtenstein.jpg|upright=1.0|thumb|direita|O edifício do [[Landtag de Liechtenstein|parlamento]] e sede do Governo em [[Vaduz]].]]


Liechtenstein é um [[Estado]] [[Democracia|democrático]], uma [[monarquia constitucional]] [[Parlamentarismo|parlamentarista]], encabeçada atualmente pelo príncipe [[Hans-Adam II de Liechtenstein|Hans-Adam II]], seguido pelo [[Regência (governo)|príncipe regente]], [[Aloísio, Príncipe Herdeiro de Liechtenstein|Aloísio]], e o primeiro-ministro [[Daniel Risch]].
Liechtenstein é um [[Estado]] [[Democracia|democrático]], uma [[monarquia constitucional]] [[Parlamentarismo|parlamentarista]], encabeçada atualmente pelo príncipe [[Hans-Adam II de Liechtenstein|Hans-Adam II]], seguido pelo [[Regência (governo)|príncipe regente]], [[Aloísio, Príncipe Herdeiro de Liechtenstein|Aloísio]], e um primeiro-ministro ou uma primeira-ministra.<ref>{{citar livro|url=https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-531-90579-2_1|título=Direct Democracy in Europe|ultimo=Marxer|primeiro=Wilfried|ultimo2=Pállinger|primeiro2=Zoltán Tibor|editora=Springer VS|ano=2007|página=12–29|lingua=en|doi=10.1007/978-3-531-90579-2_1|isbn=978-3-531-90579-2}}</ref> A Constituição de Liechtenstein atual foi adotada em março de 2003, substituindo a constituição de 1921. A constituição de 1921 estabeleceu o país como uma monarquia constitucional chefiada pelo príncipe reinante da Casa Principesca de Liechtenstein; um sistema parlamentar havia sido estabelecido, embora o príncipe reinante mantivesse uma autoridade política substancial.


O príncipe reinante é o chefe de Estado e representa a nação nas suas relações internacionais (embora a [[Suíça]] tenha assumido a responsabilidade por grande parte de suas relações diplomáticas). O príncipe pode vetar leis adotadas pelo parlamento nacional, o ''[[Landtag]]''. O príncipe pode convocar [[Referendo|referendos]], propor nova legislação e o ''Landtag'', embora a dissolução deste possa estar sujeita a um referendo.<ref>{{citar web|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/country_profiles/1066002.stm#leaders|titulo=Country profile: Liechtenstein – Leaders|data=6-12-2006|acessodata=11-5-2022|website=[[BBC News]]|lingua=en}}</ref>
O Parlamento de Liechtenstein, ''[[Landtag]]'', é composto por 25 representantes eleitos livremente através do [[voto eleitoral]], sendo o povo que escolhe e elege os seus membros. O príncipe encontra-se isento de votar. Uma câmara de cinco integrantes responsabiliza-se pelo trato dos assuntos diários.


O poder executivo é investido em um governo colegiado composto pelo chefe de governo (primeiro-ministro ou primeira-ministra) e quatro conselheiros de governo (ministros). O chefe de governo e os demais ministros são nomeados pelo príncipe sob proposta do parlamento e com a sua anuência, refletindo o equilíbrio dos partidos no parlamento. Os membros do governo são coletiva e individualmente responsáveis ​​perante o parlamento; o parlamento pode pedir ao príncipe para remover um ministro individual ou todo o governo.
O governo é nomeado pelo parlamento que é, por sua vez, renovado de quatro em quatro anos. Os dois principais [[Partido político|partidos políticos]] são o Partido dos Cidadãos Progressistas (em [[Alemão (idioma)|alemão]]: ''Fortschrittliche Bürgerpartei in Liechtenstein'', FBP) e a União Patriótica (em alemão: ''Vaterländische Union'', VU). Ambos dominam a vida política liechtensteinense, tendo dirigido o país, em coligação, de 1938 a 1997, até que neste último ano venceu o VU, que ilegitimou a coligação, e assim, o governo tem alternado entre os dois partidos. A constituição permite referendos legislativos.
[[Imagem:Hans-Adam II von und zu Liechtenstein.jpg|upright=1.0|thumb|esquerda|O príncipe-soberano atual, [[Sua Alteza Sereníssima]] [[Hans-Adam II de Liechtenstein]], que assumiu o trono em 1989.]]
Num referendo levado a cabo a 1 de julho de 1984, os votantes masculinos concederam às mulheres o direito de votar nas eleições nacionais, ainda que continuem sem o [[direito ao voto]] na eleições locais, nos [[municípios]].


O governo é nomeado pelo parlamento que é, por sua vez, renovado de quatro em quatro anos. Os [[Partido político|partidos políticos]] devem receber pelo menos 8% dos votos nacionais para ganhar assentos no parlamento, ou seja, o suficiente para dois assentos na legislatura de 25 assentos. O parlamento propõe e aprova um governo que o príncipe nomeia formalmente. O parlamento também pode aprovar [[Moção de censura|moções de censura]] em todo o governo ou em membros individuais. Os dois principais partidos são o Partido dos Cidadãos Progressistas (em [[Alemão (idioma)|alemão]]: ''Fortschrittliche Bürgerpartei in Liechtenstein'', FBP) e a União Patriótica (em alemão: ''Vaterländische Union'', VU). Ambos dominam a vida política liechtensteinense, por vezes tendo dirigido o país em [[Coligação política|coligação]]. A constituição permite referendos legislativos.
Em 1990, o país se tornou membro da [[ONU]], confirmando a sua posição democrática na política europeia. No ano seguinte torna-se membro integrante da [[EFTA]]. Os seus interesses, concordante com o acordo com a Suíça, são representados por esta. Em 1995, entrou efetivamente para a [[Área Económica Europeia|Área Econômica Europeia]], sem a companhia da Suíça.


O parlamento elege, entre seus membros, um comitê nacional composto pelo presidente do parlamento e quatro membros adicionais. A comissão nacional é incumbida de desempenhar funções de supervisão parlamentar. O parlamento pode convocar referendos sobre a legislação proposta e partilha a autoridade de propor nova legislação com o príncipe e com o número de cidadãos necessários para iniciar um referendo.<ref>{{citar web|url=http://www.liechtenstein.li/en/eliechtenstein_main_sites/portal_fuerstentum_liechtenstein/fl-staat-staat/fl-staat-landtag/fl-staat-organisation.htm|titulo=Principality of Liechtenstein website – Parliamentary Organization|acessodata=11-5-2022|website=liechtenstein.li|lingua=en|arquivourl=https://web.archive.org/web/20041011183440/http://www.liechtenstein.li/en/eliechtenstein_main_sites/portal_fuerstentum_liechtenstein/fl-staat-staat/fl-staat-landtag/fl-staat-organisation.htm|arquivodata=11-10-2004}}</ref>
Em março de 2003 um polêmico [[referendo]] posto em pauta pelo príncipe [[Hans-Adam II de Liechtenstein|Hans-Adam]], que exigia o reforço dos poderes do soberano, levantou os ânimos da oposição que exigia a deposição do príncipe. Este, por sua vez, ameaçou exilar-se nas suas residências [[Áustria|austríacas]], caso não visse os seus poderes acrescidos. A ação movida pelo soberano foi muito criticada internacionalmente, inclusive, pela [[Comissão de Veneza]]. A [[democracia]] do estado foi posta em causa e a monarquia apelidada de [[autoritarismo|autoritária]]. Mas o príncipe venceu e viu os seus poderes alargados. A oposição foi notoriamente desacreditada com os resultados deste referendo.

A autoridade judicial é atribuída ao Tribunal Regional de Vaduz, ao Supremo Tribunal de Apelação Principesco de Vaduz, ao Supremo Tribunal Principesco, ao Tribunal Administrativo e ao Tribunal Estadual. O Tribunal do Estado decide sobre a conformidade das leis com a constituição e tem cinco membros eleitos pelo parlamento.
[[Imagem:Hans-Adam II von und zu Liechtenstein.jpg|upright=1.0|thumb|esquerda|O príncipe soberano atual, [[Sua Alteza Sereníssima]] [[Hans-Adam II de Liechtenstein]], que assumiu o trono em 1989.]]
Em 1 de julho de 1984, o principado se tornou o último país [[Europa|europeu]] a aprovar o direito ao voto às mulheres por meio de um referendo. O referendo, no qual apenas homens puderam participar, foi aprovado com 51,3% de votos a favor.<ref>{{citar web|url=https://www.nytimes.com/1984/07/02/world/around-the-world-liechtenstein-women-win-right-to-vote.html|titulo=AROUND THE WORLD; Liechtenstein Women Win Right to Vote|data=2-7-1984|acessodata=11-5-2022|website=[[The New York Times]]|lingua=en}}</ref> Após o referendo, foram feitas emendas à constituição para conceder às mulheres o direito de votar nas eleições nacionais, embora não tenham ganhado o direito de votar nas eleições locais em três municípios até 1986.

Em 1990, o país se tornou membro da [[ONU|Organização das Nações Unidas]] (ONU), confirmando a sua posição democrática na política europeia. No ano seguinte, passou a ser membro integrante da [[EFTA|Associação Europeia de Livre Comércio]] (em [[Língua inglesa|inglês]]: ''European Free Trade Association'', EFTA). Os seus interesses, concordante com o acordo com a Suíça, são representados por esta. Em 1995, entrou efetivamente para a [[Área Económica Europeia|Área Econômica Europeia]], sem a companhia da Suíça.

Em março de 2003, um polêmico referendo posto em pauta pelo príncipe [[Hans-Adam II de Liechtenstein|Hans-Adam]], que instituia uma nova constituição e reforçava os poderes do soberano, levantou os ânimos da oposição que exigia a [[Deposição (política)|deposição]] do mesmo. Este, por sua vez, ameaçou que, entre outras coisas, converteria algumas propriedades reais para uso comercial e se exilaria na [[Áustria]] caso o referendo não fosse aprovado.<ref>{{citar web|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/2853991.stm|titulo=Liechtenstein prince wins powers|data=16-3-2003|acessodata=11-5-2022|website=[[BBC News]]|lingua=en}}</ref> A ação movida pelo soberano foi muito criticada internacionalmente, inclusive, pela [[Comissão de Veneza]]. A democracia do Estado foi posta em causa e a monarquia apelidada de "[[autoritarismo|autoritária]]". Porém, o príncipe venceu e viu os seus poderes alargados. A oposição foi notoriamente desacreditada com os resultados deste referendo. Uma proposta para [[Revogação|revogar]] os [[Veto|poderes de veto]] do príncipe foi rejeitada por 76% dos eleitores em um referendo de 2012.<ref>{{citar web|ultimo=Copley|primeiro=Caroline|url=https://www.reuters.com/article/us-liechtenstein-vote-prince-idUSBRE86008W20120701|titulo=Liechtenstein votes to keep prince's veto|data=1-7-2012|acessodata=11-5-2022|website=[[Reuters]]|lingua=en}}</ref>

Os municípios de Liechtenstein têm o direito de [[secessão]] por maioria de votos.<ref>{{citar web|url=http://www.llv.li/verfassung-e-01-02-09.doc.pdf|titulo=Constitution of the Principality of Liechtenstein|data=1-2-2009|acessodata=11-5-2022|website=llv.li|lingua=en|arquivourl=https://web.archive.org/web/20131227081540/http://www.llv.li/verfassung-e-01-02-09.doc.pdf|arquivodata=27-12-2013}}</ref>


== Subdivisões ==
== Subdivisões ==
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[[Imagem:Camisa.jpg|thumb|upright=1.0|A [[indústria têxtil]] é uma das mais desenvolvidas e que traz renda para o país.]]
[[Imagem:Camisa.jpg|thumb|upright=1.0|A [[indústria têxtil]] é uma das mais desenvolvidas e que traz renda para o país.]]
[[Imagem:3202 - Vaduz - Äulestrasse.JPG|thumb|upright=1.0|Avenida no centro de [[Vaduz]].]]
[[Imagem:3202 - Vaduz - Äulestrasse.JPG|thumb|upright=1.0|Avenida no centro de [[Vaduz]].]]
Apesar de ser pequeno na área geográfica e de possuir limitados recursos, Liechtenstein é um dos [[Estado|Estados]] mais ricos do mundo e um dos poucos países no mundo com mais empresas e/ou companhias internacionais por habitante. Tem um desenvolvimento próspero e audaz, é altamente industrializado e com uma economia livre.
Apesar de ser pequeno na área geográfica e de possuir limitados recursos, Liechtenstein é um dos [[Estado|Estados]] mais ricos do mundo e um dos poucos países com mais empresas e/ou [[Empresa transnacional|companhias internacionais]] por habitante. Tem um desenvolvimento próspero e audaz, é altamente industrializado e com uma economia livre.


O governo trabalha para harmonizar suas políticas econômicas com as de uma [[Europa]] integrada. Em 2008, a taxa de desemprego situou-se em 1,5%. Em 2014, o [[The World Factbook|''CIA World Factbook'']] estimou o produto interno bruto (PIB) em uma base de paridade de poder de compra em 4,978 bilhões de [[Dólar dos Estados Unidos|dólares estadunidenses]]. Em 2009, a estimativa per capita era de 139.100 dólares, a mais alta no mundo.<ref name="Gb" />
O governo trabalha para harmonizar suas políticas econômicas com as de uma [[Europa]] integrada. Em 2008, a taxa de desemprego situou-se em 1,5%. Em 2014, o [[The World Factbook|''CIA World Factbook'']] estimou o [[produto interno bruto]] (PIB) em uma base de [[Paridade do poder de compra|paridade de poder de compra]] em 4,978 bilhões de [[Dólar dos Estados Unidos|dólares estadunidenses]]. Em 2009, a estimativa per capita era de 139,100 dólares, a mais alta no mundo.<ref name="Gb" />


Com um escasso território, Liechtenstein importa quase tudo o que consome. Cerca de 85% da sua energia é importada. Inclusive, as matérias primas para a sua indústria resultam da importação. Entretanto, seu alto desenvolvimento industrial permite que as exportações superem eficazmente as importações. Segundo dados referentes a 2001, as importações representaram 906 milhões de dólares e as exportações 1.818 milhões de dólares.
Com um escasso território, Liechtenstein importa quase tudo o que consome. Cerca de 85% da sua energia é importada. Inclusive, as [[Matéria-prima|matérias-primas]] para a sua indústria resultam da importação. Entretanto, seu alto desenvolvimento industrial permite que as exportações superem eficazmente as importações. Segundo dados referentes a 2001, as importações representaram 906 milhões de dólares e as exportações 1,818 milhões de dólares.


As indústrias incluem eletrônicos, [[Indústria têxtil|têxteis]], instrumentos de precisão, fabricação de metais, ferramentas elétricas, parafusos de ancoragem, calculadoras, produtos farmacêuticos e alimentícios. Sua [[Empresa transnacional|multinacional]] mais reconhecida e maior empregadora é a Hilti, fabricante de ferramentas de fixação direta e outras ferramentas elétricas de ponta. O país é também a "casa" da [[Calculadora Curta]]. Liechtenstein produz não apenas [[cereais]] como trigo, aveia, centeio e milho, mas também vinhas, frutas variadas, cevada, batata, laticínios e vinho; áreas usadas para agricultura ocupam pouco mais de 30% da sua superfície.<ref>{{citar web|url=https://data.worldbank.org/indicator/AG.LND.AGRI.ZS?locations=LI|titulo=Agricultural land (% of land area) - Liechtenstein|acessodata=9-5-2022|publicado=[[Banco Mundial]]|lingua=en}}</ref>
As indústrias incluem eletrônicos, [[Indústria têxtil|têxteis]], instrumentos de precisão, fabricação de metais, ferramentas elétricas, parafusos de ancoragem, calculadoras, produtos farmacêuticos e alimentícios. Sua [[Empresa transnacional|multinacional]] mais reconhecida e maior empregadora é a Hilti, fabricante de ferramentas de fixação direta e outras ferramentas elétricas de ponta. O país é também a "casa" da [[Calculadora Curta]]. Liechtenstein produz não apenas [[cereais]] como trigo, aveia, centeio e milho, mas também vinhas, frutas variadas, cevada, batata, laticínios e vinho; áreas usadas para agricultura ocupam pouco mais de 30% da sua superfície.<ref>{{citar web|url=https://data.worldbank.org/indicator/AG.LND.AGRI.ZS?locations=LI|titulo=Agricultural land (% of land area) - Liechtenstein|acessodata=9-5-2022|publicado=[[Banco Mundial]]|lingua=en}}</ref>


O turismo representa uma grande parte da economia do país. De fato, o [[Airbnb]] uma vez disponibilizou o aluguel do principado para um grupo de 450 a 900 hóspedes por cerca de 70 mil dólares por noite.<ref>{{citar web|ultimo=Solon|primeiro=Olivia|url=https://www.wired.co.uk/article/liechtenstein-airbnb|titulo=Rent the country of Liechtenstein for $70,000 a night|data=15-4-2011|acessodata=10-5-2022|website=Wired}}</ref><ref>{{citar web|ultimo=Quigley|primeiro=Robert|url=https://www.themarysue.com/rent-liechtenstein-airbnb/|titulo=It Is Now Possible to Rent the Entire Country of Liechtenstein for $70,000/Night|data=14-4-2011|acessodata=10-5-2022|website=The Mary Sue|lingua=en}}</ref> A inusitada proposta rendeu um [[Prêmio IgNobel|IgNobel]] de economia ao país em 2003.<ref>{{citar web|url=https://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,anunciados-os-ganhadores-do-premio-ignobel,20031002p73528|titulo=Anunciados os ganhadores do IgNobel|data=2-10-2003|acessodata=10-5-2022|website=[[Estadão]]}}</ref>
O turismo representa uma grande parte da economia do país. De fato, o [[Airbnb]] uma vez se ofereceu para alugar espaço para 450-900 hóspedes em Liechtenstein por cerca de 70 mil dólares por noite.

A curiosidade fica pelo prêmio [[IgNobel]] de Economia, ganho em 2003 por "permitir alugar o país para convenções corporativas, casamentos, [[Bar Mitzvá|bar mitzvahs]], e outros eventos".


=== Tributação ===
=== Tributação ===
O governo do Liechtenstein tributa a renda pessoal, a renda comercial e o principal (riqueza). A alíquota básica do imposto de renda pessoal é de 1,2%. Quando combinado com o imposto de renda adicional imposto pelos municípios, a taxa de imposto de renda combinada é de 17,82%.<ref>{{citar web|url=https://www.nationsencyclopedia.com/Europe/Liechtenstein-TAXATION.html|titulo=Liechtenstein - Taxation|acessodata=9-5-2022|website=Nationsencyclopedia.com|lingua=en}}</ref> Um imposto de renda adicional de 4,3% é cobrado de todos os funcionários ao abrigo do programa de segurança social do país. Esta taxa é mais elevada para os trabalhadores independentes, até um máximo de 11%, tornando a taxa máxima de imposto sobre o rendimento de cerca de 29% no total. A alíquota básica do imposto sobre a riqueza é de 0,06% ao ano e a alíquota total combinada é de 0,89%. A alíquota do imposto sobre o lucro das empresas é de 12,5%.<ref name="Gb" />
O governo do Liechtenstein tributa a renda pessoal, a renda comercial e a principal (riqueza). A alíquota básica do imposto de renda pessoal é de 1,2%. Quando combinado com o imposto de renda adicional imposto pelos municípios, a taxa de imposto de renda combinada é de 17,82%.<ref>{{citar web|url=https://www.nationsencyclopedia.com/Europe/Liechtenstein-TAXATION.html|titulo=Liechtenstein - Taxation|acessodata=9-5-2022|website=Encyclopedia of the Nations|lingua=en}}</ref> Um imposto de renda adicional de 4,3% é cobrado de todos os funcionários inclusos no programa de segurança social do país. Esta taxa é mais elevada para os trabalhadores independentes, até um máximo de 11%, tornando a taxa máxima de imposto sobre o rendimento de cerca de 29% no total. A alíquota básica do imposto sobre a riqueza é de 0,06% ao ano e a alíquota total combinada é de 0,89%. A alíquota do imposto sobre o lucro das empresas é de 12,5%.<ref name="Gb" />


Os impostos sobre doações e heranças em Liechtenstein variam dependendo da relação que o destinatário tem com o doador e do valor da herança. O imposto varia entre 0,5% e 0,75% para cônjuges e filhos e 18% a 27% para beneficiários não relacionados. O imposto de propriedade é progressivo.
Os impostos sobre doações e heranças em Liechtenstein variam dependendo da relação que o destinatário tem com o doador e do valor da herança. O imposto varia entre 0,5% e 0,75% para cônjuges e filhos e 18% a 27% para beneficiários não relacionados. O imposto de propriedade é progressivo.


Liechtenstein recebeu anteriormente receitas significativas de entidades financeiras criadas para ocultar o verdadeiro proprietário das participações financeiras de estrangeiros não residentes. Essa prática costumava fazer do país um [[paraíso fiscal]] popular para indivíduos e empresas extremamente ricos que tentavam evitar ou evadir impostos em seus países de origem.<ref>{{citar web|url=https://www.bloomberg.com/news/articles/2013-05-02/billionaire-tax-haven-liechtenstein-loses-on-bank-reforms|titulo=Billionaire Tax Haven Liechtenstein Loses on Bank Reforms|data=2-5-2013|acessodata=9-5-2022|website=Bloomberg|lingua=en}}</ref> Nos últimos anos, Liechtenstein demonstrou uma determinação em processar os [[Lavagem de dinheiro|branqueadores de capital]] internacionais e trabalhou para promover uma imagem como um centro financeiro legítimo. Em fevereiro de 2008, o banco LGT do país foi implicado em um escândalo de fraude fiscal na [[Alemanha]], que prejudicou o relacionamento da família governante com o governo alemão. O príncipe herdeiro Alois acusou o governo alemão de tráfico de bens roubados, referindo-se à compra de 7,3 milhões de [[Dólar dos Estados Unidos|dólares estadunidenses]] de informações bancárias privadas oferecidas por um ex-funcionário do Grupo LGT.<ref>{{citar web|url=http://freedominourtime.blogspot.com/2008/02/parasites-priorities.html|titulo=Pro Libertate: A Parasite's Priorities (Updated, February 23)|data=22-2-2008|acessodata=9-5-2022|website=Freedominourtime.blogspot.com|lingua=en|arquivourl=https://web.archive.org/web/20080228084503/http://freedominourtime.blogspot.com/2008/02/parasites-priorities.html|arquivodata=28-2-2008}}</ref> O subcomitê do [[Senado dos Estados Unidos|Senado dos EUA]] sobre bancos paraísos fiscais afirmou que o banco LGT: "É um parceiro disposto e um auxiliar e cúmplice de clientes que tentam evadir impostos, iludir credores ou desafiar ordens judiciais".<ref>{{citar web|url=http://www.abc.net.au/4corners/content/2008/s2383439.htm|titulo=Tax Me If You Can|data=6-10-2008|acessodata=9-5-2022|website=ABC News Australia|lingua=en|arquivourl=https://web.archive.org/web/20091212021122/http://www.abc.net.au/4corners/content/2008/s2383439.htm|arquivodata=12-12-2009}}</ref>
Liechtenstein recebeu anteriormente receitas significativas de entidades financeiras criadas para ocultar o verdadeiro proprietário das participações financeiras de estrangeiros não residentes. Essa prática costumava fazer do país um [[paraíso fiscal]] popular para indivíduos e empresas extremamente ricos que tentavam evitar ou evadir impostos em seus países de origem.<ref>{{citar web|url=https://www.bloomberg.com/news/articles/2013-05-02/billionaire-tax-haven-liechtenstein-loses-on-bank-reforms|titulo=Billionaire Tax Haven Liechtenstein Loses on Bank Reforms|data=2-5-2013|acessodata=9-5-2022|website=[[Bloomberg]]|lingua=en}}</ref> Nos últimos anos, Liechtenstein demonstrou uma determinação em processar [[Lavagem de dinheiro|branqueadores de capital]] internacionais e trabalhou para promover uma imagem como um centro financeiro legítimo. Em fevereiro de 2008, o banco LGT do país foi implicado em um escândalo de fraude fiscal na [[Alemanha]], que prejudicou o relacionamento da família governante com o governo alemão. O príncipe herdeiro, [[Aloísio, Príncipe Herdeiro de Liechtenstein|Aloísio]], acusou o governo alemão de tráfico de bens roubados, referindo-se à compra de 7,3 milhões de [[Dólar dos Estados Unidos|dólares estadunidenses]] de informações bancárias privadas oferecidas por um ex-funcionário do Grupo LGT.<ref>{{citar web|url=http://freedominourtime.blogspot.com/2008/02/parasites-priorities.html|titulo=Pro Libertate: A Parasite's Priorities (Updated, February 23)|data=22-2-2008|acessodata=9-5-2022|website=Freedominourtime.blogspot.com|lingua=en|arquivourl=https://web.archive.org/web/20080228084503/http://freedominourtime.blogspot.com/2008/02/parasites-priorities.html|arquivodata=28-2-2008}}</ref> O subcomitê do [[Senado dos Estados Unidos|Senado dos EUA]] sobre bancos paraísos fiscais afirmou que o banco LGT: "É um parceiro disposto e um auxiliar e cúmplice de clientes que tentam evadir impostos, iludir credores ou desafiar ordens judiciais".<ref>{{citar web|url=http://www.abc.net.au/4corners/content/2008/s2383439.htm|titulo=Tax Me If You Can|data=6-10-2008|acessodata=9-5-2022|website=ABC News Australia|lingua=en|arquivourl=https://web.archive.org/web/20091212021122/http://www.abc.net.au/4corners/content/2008/s2383439.htm|arquivodata=12-12-2009}}</ref>


O caso fiscal de Liechtenstein de 2008 é uma série de investigações fiscais em vários países cujos governos suspeitam que alguns de seus cidadãos tenham feito [[Evasão Fiscal|evasão fiscal]] usando bancos e fundos fiduciários em Liechtenstein; o caso começou com o maior complexo de investigações já iniciadas por evasão fiscal na Alemanha.<ref>{{citar web|url=https://www.sueddeutsche.de/wirtschaft/steuerhinterziehung-skandal-gigantischen-ausmasses-1.272873|titulo=Skandal gigantischen Ausmaßes|data=17-5-2010|acessodata=9-5-2022|website=Süddeutsche Zeitung|lingua=alemão}}</ref> Também foi visto como uma tentativa de pressionar o Liechtenstein, então um dos paraísos fiscais não cooperativos restantes.<ref>{{citar web|ultimo=Esterl|primeiro=Mike|ultimo2=R. Simpson|primeiro2=Glenn|url=https://www.wsj.com/articles/SB120333229682874855|titulo=Stolen Data Spur Tax Probes|data=19-2-2008|acessodata=9-5-2022|website=[[The Wall Street Journal]]|lingua=en|ultimo3=Crawford|primeiro3=David}}</ref> Em 27 de maio de 2009, a [[Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico|OCDE]] removeu Liechtenstein da lista negra de países não cooperativos.<ref name=":0" />
O caso fiscal de Liechtenstein de 2008 é uma série de investigações fiscais em vários países cujos governos suspeitam que alguns de seus cidadãos tenham feito [[Evasão Fiscal|evasão fiscal]] usando bancos e fundos fiduciários em Liechtenstein; o caso começou com o maior complexo de investigações já iniciadas por evasão fiscal na Alemanha.<ref>{{citar web|url=https://www.sueddeutsche.de/wirtschaft/steuerhinterziehung-skandal-gigantischen-ausmasses-1.272873|titulo=Skandal gigantischen Ausmaßes|data=17-5-2010|acessodata=9-5-2022|website=Süddeutsche Zeitung|lingua=alemão}}</ref> Também foi visto como uma tentativa de pressionar Liechtenstein, até então um dos paraísos fiscais não cooperantes restantes.<ref>{{citar web|ultimo=Esterl|primeiro=Mike|ultimo2=R. Simpson|primeiro2=Glenn|url=https://www.wsj.com/articles/SB120333229682874855|titulo=Stolen Data Spur Tax Probes|data=19-2-2008|acessodata=9-5-2022|website=[[The Wall Street Journal]]|lingua=en|ultimo3=Crawford|primeiro3=David}}</ref> Em 27 de maio de 2009, a [[Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico|Organização para a Cooperação e Desenvolvimento]] (OCDE) removeu Liechtenstein da lista negra de países não cooperantes.<ref name=":0" />


Em agosto de 2009, o departamento do governo [[Reino Unido|britânico]] ''HM Revenue & Customs'' concordou com Liechtenstein para começar a trocar informações. Acredita-se que até 5 mil investidores britânicos tenham cerca de 3 bilhões de [[Libra esterlina|libras]] depositados em contas e fundos no país.<ref>{{citar web|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/uk_news/8194532.stm|titulo=UK signs Liechtenstein tax deal|data=11-8-2010|acessodata=9-5-2022|website=[[BBC News]]|lingua=en}}</ref>
Em agosto de 2009, o departamento do governo [[Reino Unido|britânico]] ''HM Revenue & Customs'' concordou com Liechtenstein para começar trocas de informações. Acredita-se que até 5 mil investidores britânicos tenham cerca de 3 bilhões de [[Libra esterlina|libras]] depositados em contas e fundos no país.<ref>{{citar web|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/uk_news/8194532.stm|titulo=UK signs Liechtenstein tax deal|data=11-8-2010|acessodata=9-5-2022|website=[[BBC News]]|lingua=en}}</ref>


Em outubro de 2015, a [[União Europeia|UE]] e Liechtenstein assinaram um acordo fiscal para garantir a troca automática de informações financeiras em caso de litígios fiscais. A coleta de dados começou em 2016. Esse foi mais um passo para alinhar o principado com outros países europeus em relação à tributação de pessoas físicas e jurídicas.<ref>{{citar web|url=https://www.consilium.europa.eu/en/press/press-releases/2015/10/28/eu-liechtenstein-deal-exchange-tax-data/|titulo=EU and Liechtenstein sign deal on automatic exchange of tax data|acessodata=9-5-2022|lingua=en}}</ref>
Em outubro de 2015, a [[União Europeia]] (UE) e Liechtenstein assinaram um acordo fiscal para garantir a troca automática de informações financeiras em caso de litígios fiscais. A coleta de dados começou em 2016. Esse foi mais um passo para alinhar o principado com outros países europeus em relação à tributação de pessoas físicas e jurídicas.<ref>{{citar web|url=https://www.consilium.europa.eu/en/press/press-releases/2015/10/28/eu-liechtenstein-deal-exchange-tax-data/|titulo=EU and Liechtenstein sign deal on automatic exchange of tax data|acessodata=9-5-2022|lingua=en}}</ref>


=== EFTA e Área Econômica Europeia ===
=== EFTA e Área Econômica Europeia ===
[[Imagem:EFTA countries.PNG|thumb|{{legenda|#008000|Países membros}}{{legenda|#66FF99|Ex-membros}}]]
[[Imagem:EFTA countries.PNG|thumb|{{legenda|#008000|Países membros}}{{legenda|#66FF99|Ex-membros}}]]
[[Imagem:Grenze Liechtenstein, Balzers.jpg|thumb|Fronteira de Liechtenstein com a [[Suíça]].]]
[[Imagem:Grenze Liechtenstein, Balzers.jpg|thumb|Fronteira de Liechtenstein com a [[Suíça]].]]
Em 1991, o país associou-se à [[EFTA]], uma organização europeia que servia os países que não tinham aderido à [[Comunidade Europeia]]. Portugal foi um dos membros fundadores, mas neste ano já pertencia à [[União Europeia]].
Em 1991, o país associou-se à [[Associação Europeia de Comércio Livre]] (em [[Língua inglesa|inglês]]: ''European Free Trade Association'', EFTA), uma organização [[Europa|europeia]] útil aos países que não tinham aderido à [[Comunidade Europeia]]. Portugal foi um dos membros fundadores, mas neste ano já pertencia à [[União Europeia|UE]].


Com a criação da [[Área Económica Europeia|Área Econômica Europeia]], uma organização que serviu de ponte comercial e econômica entre a [[CEE]] e os países membros da EFTA, o país passou a pertencer ao maior mercado do mundo. A [[Suíça]], não seguiu os seus passos, por decisão de um referendo público, mas montou sobre a importância de Liechtenstein na organização bilateral uma ponte de influências que dura até aos dias de hoje. Assim, o país além de servir os seus interesses, serve também os interesses, indiretamente, da vizinha [[alpes|alpina]], reafirmando a sua dependência desta. Sob a tutela do Liechtenstein, a Suíça realizou vários acordos bilaterais com a [[UE]] que a permitiram usufruir das mesmas vantagens dos membros da Área Econômica Europeia.
Com a criação da [[Área Económica Europeia|Área Econômica Europeia]], uma organização que serviu de ponte comercial e econômica entre a [[CEE|Comunidade Econômica Europeia]] e os países membros da EFTA, o país passou a pertencer ao maior mercado do mundo. Por decisão de um [[referendo]] público, a [[Suíça]] não seguiu os seus passos, mas montou sobre a importância de Liechtenstein na organização bilateral uma ponte de influências que dura até aos dias de hoje. Assim, o país além de servir os seus interesses, serve também os interesses, indiretamente, da vizinha [[alpes|alpina]], reafirmando a sua dependência desta. Sob a tutela de Liechtenstein, a Suíça realizou vários acordos bilaterais com a UE que a permitiram usufruir das mesmas vantagens dos membros da Área Econômica Europeia.


Mas nem esta abertura do país a quatro liberdades fundamentais, sendo uma delas a liberdade de movimento de pessoas e trabalhadores, impediu que o [[desemprego]] duplicasse em 2002, embora nos anos seguintes o desemprego tenha tido uma pequena queda.
Mas nem esta abertura do país a quatro liberdades fundamentais, sendo uma delas a liberdade de movimento de pessoas e trabalhadores, impediu que o [[desemprego]] duplicasse em 2002, embora nos anos seguintes o desemprego tenha tido uma pequena queda.
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Todos os professores, antes de lecionarem, recebem um treino prévio na [[Áustria]], [[Suíça]] ou Alemanha. Somente depois deste demorado processo é que os professores recebem o certificado, com o qual podem lecionar.
Todos os professores, antes de lecionarem, recebem um treino prévio na [[Áustria]], [[Suíça]] ou Alemanha. Somente depois deste demorado processo é que os professores recebem o certificado, com o qual podem lecionar.


A escolaridade primária é custeada pelo [[Estado]], a exemplo dos países da [[Europa Ocidental]]. Contudo, a [[Ensino público|educação pública]] pode ficar fora de alcance quando se trata de migrantes. A educação das crianças migrantes que já tenham iniciado a sua educação noutro país, nomeadamente, o seu país de origem, fica à mercê do poder econômico dos seus pais e/ou familiares responsáveis.
A escolaridade primária é custeada pelo [[Estado]], a exemplo dos países da [[Europa Ocidental]]. Contudo, a [[Ensino público|educação pública]] pode ficar fora de alcance quando se trata de imigrantes. A educação das crianças imigrantes que já tenham iniciado a sua educação noutro país, nomeadamente, o seu país de origem, fica à mercê do poder econômico dos seus pais e/ou familiares responsáveis.


A autoridade responsável pela educação é o Ministério da Educação.
O órgão responsável pela educação é o Ministério da Educação.


=== Saúde ===
=== Saúde ===
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O comité que gere quase todas as associações desportivas, clubes e instituições ligadas ao desporto é a ''Liechtensteinischer Olympischer Sportsverband, LOSV'', ou seja a Federação Olímpica do Liechtenstein.<ref>[http://www.losv.li/ Site da Federação Olímpica do Liechtenstein]</ref> Com um pequeno principado, o Liechtenstein surpreende quando, com incentivo do próprio soberano e dos governantes, o país investe cada vez mais no lesionamento de prática de desporto, como base para uma prolífera educação e aplica nesta área boa parte dos fundos de que dispõe. Com uma eficaz promoção por todo o país, para incrementar a procura das atividades desportivas, estas significam para o governo parte dos lucros do país, até porque, em tempos de Inverno, e mesmo no Verão, a zona é muito procurada para a prática de desportos como o ''[[rafting]]'' e [[canoagem]], nos rápidos do [[Rio Samina|Samina]], como o [[esqui alpino]], a [[escalada]], e o [[pedestrianismo]] também começa a gerar interesse.<ref>[http://www.liechtenstein.li/en/eliechtenstein_main_sites/portal_fuerstentum_liechtenstein/fl-sport-sport/fl-sport-organisation/fl-sport-organisation-regierung.htm O Governo e o Desporto no site oficial do país]</ref> O Ministério do Desporto do Liechtenstein é o responsável pela pasta desportiva no país, e o órgão governamental mais próximo de todas as associações desportivas, clubes e instituições e academias, obviamente.
O comité que gere quase todas as associações desportivas, clubes e instituições ligadas ao desporto é a ''Liechtensteinischer Olympischer Sportsverband, LOSV'', ou seja a Federação Olímpica do Liechtenstein.<ref>[http://www.losv.li/ Site da Federação Olímpica do Liechtenstein]</ref> Com um pequeno principado, o Liechtenstein surpreende quando, com incentivo do próprio soberano e dos governantes, o país investe cada vez mais no lesionamento de prática de desporto, como base para uma prolífera educação e aplica nesta área boa parte dos fundos de que dispõe. Com uma eficaz promoção por todo o país, para incrementar a procura das atividades desportivas, estas significam para o governo parte dos lucros do país, até porque, em tempos de Inverno, e mesmo no Verão, a zona é muito procurada para a prática de desportos como o ''[[rafting]]'' e [[canoagem]], nos rápidos do [[Rio Samina|Samina]], como o [[esqui alpino]], a [[escalada]], e o [[pedestrianismo]] também começa a gerar interesse.<ref>[http://www.liechtenstein.li/en/eliechtenstein_main_sites/portal_fuerstentum_liechtenstein/fl-sport-sport/fl-sport-organisation/fl-sport-organisation-regierung.htm O Governo e o Desporto no site oficial do país]</ref> O Ministério do Desporto do Liechtenstein é o responsável pela pasta desportiva no país, e o órgão governamental mais próximo de todas as associações desportivas, clubes e instituições e academias, obviamente.


Existe um grande estádio de futebol no Liechtenstein, o ''[[Rheinpark Stadion]]'', com lugar para {{Fmtn|6127}} pessoas, cerca de 17,2% da população. Também existe a [[Arena Desportiva de Eschen-Mauren]], um estádio multi-usos sito em [[Eschen]].
Existe um grande estádio de futebol no Liechtenstein, o ''[[Rheinpark Stadion]]'', com lugar para {{Fmtn|6127}} pessoas, cerca de 17,2% da população. Também existe a [[Arena Desportiva de Eschen-Mauren]], um estádio multi-usos sito em [[Eschen]].


Em clubes desportivos, na generalidade, contando com o desporto reinante, o futebol, os sócios são cerca de 15.200, entre homens, mulheres e crianças. Representa isto 43,5% da população. E um em cada 224 cidadãos da população ativa de Liechtenstein, são presidentes de clubes desportivos.<ref>{{Citar web |url=http://www.liechtenstein.li/pt/pdf-fl-multimedia-information-bilateral-portugal-praesentation.pdf# |titulo=Segundo uma comparação bilateral oficial entre Portugal e o Liechtenstein |acessodata=25 de julho de 2007 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20071019054122/http://www.liechtenstein.li/pt/pdf-fl-multimedia-information-bilateral-portugal-praesentation.pdf# |arquivodata=19 de outubro de 2007 |urlmorta=yes }}</ref>
Em clubes desportivos, na generalidade, contando com o desporto reinante, o futebol, os sócios são cerca de 15.200, entre homens, mulheres e crianças. Representa isto 43,5% da população. E um em cada 224 cidadãos da população ativa de Liechtenstein, são presidentes de clubes desportivos.<ref>{{Citar web |url=http://www.liechtenstein.li/pt/pdf-fl-multimedia-information-bilateral-portugal-praesentation.pdf# |titulo=Segundo uma comparação bilateral oficial entre Portugal e o Liechtenstein |acessodata=25 de julho de 2007 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20071019054122/http://www.liechtenstein.li/pt/pdf-fl-multimedia-information-bilateral-portugal-praesentation.pdf# |arquivodata=19 de outubro de 2007 |urlmorta=yes }}</ref>
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* '''Futebolistas famosos'''
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** [[Franz Burgmeier]] - jogador do FC Basel
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** [[Florian Meier]] - jogador do FC Ruggell
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** [[Mario Frick (futebolista)|Mario Frick]] - jogador do Associazione Calcio Siena
** Mario Frick - jogador do Associazione Calcio Siena
** [[Rainer Hasler]]
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** [[Peter Jehle]] - ex-jogador do [[Boavista Futebol Clube]], clube português
** [[Peter Jehle]] - ex-jogador do [[Boavista Futebol Clube]], clube português
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Revisão das 20h10min de 11 de maio de 2022

 Nota: Não confundir com Lichtenstein (Reutlingen).

Principado de Liechtenstein
Fürstentum Liechtenstein
Bandeira de Liechtenstein
Brasão de armas de Liechtenstein
Brasão de armas de Liechtenstein
Bandeira Brasão de armas
Lema: Für Gott, Fürst und Vaterland
(Em português: Por Deus, o Príncipe e a Pátria)
Hino nacional: Oben am jungen Rhein
Gentílico: liechtensteinense;[1][2]
liechtensteiniense;[1][2]
liechtensteiniano;[2]
listenstainiano;[1][2][3][4]
listenstainês[5]

Localização de Liechtenstein
Localização de Liechtenstein

Localização de Liechtenstein (em verde) na Europa (em cinza-escuro)
Capital Vaduz
47°08.5′N 9°31.4′E
Cidade mais populosa Schaan
Língua oficial Alemão
Religião oficial Católica romana
Governo Democracia semidireta sobre uma monarquia constitucional parlamentarista[6]
• Príncipe Hans-Adam II
• Regente Aloísio
• Primeiro-ministro Daniel Risch
Independência do Sacro Império Romano-Germânico 
• Paz de Pressburg 12 de julho de 1806 
Área  
  • Total 160,4 km² (190.º)[8]
 • Água (%) 2,7[7]
População  
  • Estimativa para 2021[10] 39 315 hab. 
 • Censo 2020 39 055[9] hab. 
 • Densidade 237 hab./km² (57.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2013
 • Total US$ 5,3 bilhões * [11] (149.º)
 • Per capita US$ 98 432[12] (3.º)
IDH (2019) 0,919 (19.º) – muito alto[13]
Moeda Franco suíço (CHF)
Fuso horário (UTC+1)
 • Verão (DST) (UTC+2)
Cód. ISO LIE
Cód. Internet .li
Cód. telef. +423

Liechtenstein (pronúncia em alemão[ˈlɪçtn̩ʃtaɪn]], sendo usual a pronúncia aportuguesada: [liʃtẽnsˈtain]) ou Listenstaine[nota 1] (pronúncia em português europeu[liʃtẽʃˈtain(ɨ)]), oficialmente Principado de Liechtenstein (português brasileiro) ou do Liechtenstein (português europeu)[16] (em alemão: Fürstentum Liechtenstein), é um minúsculo principado localizado no centro da Europa, encravado nos Alpes entre a Áustria, a leste, e a Suíça a oeste. Pouco mais de 39 mil habitantes moram nos seus 160,477 km² segundo algumas estimativas.

Desde o século XV, faz divisa praticamente do mesmo território comandado pela mesma família, a Casa de Liechtenstein. Tornou-se independente do Sacro Império Romano-Germânico (976-1806) quando este foi desmembrado, em 1806. Desde tempos imemoriais, a língua falada no país é o alemão.

O Liechtenstein diferencia-se da Alemanha e Áustria por ser um microestado, sendo tido como um dos mais ricos do mundo. Outrora citado como um paraíso fiscal, atualmente não consta em listas oficiais de países não cooperantes com o sistema financeiro mundial.[17]

Etimologia

O nome "Liechtenstein" provém da fusão das palavras liechten (forma variante do termo lichten, "clara" em alemão) e stein ("pedra" em alemão), portanto significando literalmente, na língua local, "pedra clara". A sua associação com o principado deve-se a ter sido a família Liechtenstein a comprar e unir os condados de Schellenberg e Vaduz, dando origem ao atual território do país. O Imperador Romano-Germânico permitiu à dinastia renomear sua nova propriedade com o próprio apelido de família. Tal sobrenome, por sua vez, vem do castelo de Liechtenstein, na Áustria, habitado pela família séculos antes.

A grafia alemã é a mais comumente utilizada sendo que o Dicionário Houaiss e Dicionário Aurélio (brasileiros), bem como o Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa de José Pedro Machado (português) a usam. Também, os órgãos de imprensa brasileiros como Rede Globo, Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo, e os portugueses Público e Rádio e Televisão de Portugal, preferem a grafia germânica. Também, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil e o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal concordam, ambos, com esta primeira grafia.

Em português existe, no entanto, a opção Listenstaina,[18] com pouco uso, mas que pode ser utilizada, já que se encontra citada no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa de Rebelo Gonçalves[19][20] e no Prontuário da Língua Portuguesa, bem como no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Porto Editora.[21]

Em crescendo de uso ocorre a grafia Listenstaine, oficialmente adotada pelo Código de Redação Interinstitucional da União Europeia, e preconizada no Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa, no VOLP da Porto Editora,[22] no Dicionário de Gentílicos e Topónimos do Portal da Língua Portuguesa do ILTEC[1], no Vocabulário da Priberam[23] e, de forma oficial para todos os países lusófonos, no Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa do Instituto Internacional da Língua Portuguesa.[15]

O sítio Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, na pessoa do linguista A. Tavares Louro, preconiza ainda a alternativa Listensteine,[24] que parece recolher pouca aceitação.

Como gentílicos existem as opções (em ordem alfabética): liechtensteinense, liechtensteiniano, liechtensteiniense, listenstainês, listenstainiano, ou simplesmente do Liechtenstein.[3] A forma reduzida para feitos de justaposição é listenstaino-.[3]

História

Ver artigo principal: História de Liechtenstein

O Principado do Liechtenstein desfrutou de um território incorruptível ao longo da história. As suas fronteiras permaneceram quase imutáveis desde 1434, quando o Reno estabelecia a fronteira entre o Sacro Império Romano-Germânico e os cantões da Suíça.

Uma estrada romana atravessa a região de sul para norte, atravessando os Alpes pelo desfiladeiro de Splügen até às margens do Reno, num terreno cujas custosas e frequentes inundações impediam a sua habitação. Villas romanas foram edificadas no sul, e para seus criados, os senhores romanos permitiam o fluxo de povos germânicos, através das terras do norte. Como marca da sua passagem pelo vale do Reno e pelo norte de Liechtenstein, foi edificado em Schaan um pequeno forte da época. Os romanos estabelecem-se no sopé dos Alpes, permanecendo em Vaduz, junto ao Reno, ou no Vale de Samina e Triesenberg.

A área, parte da Récia, foi incorporada no Império Carolíngio e dividida em condados administrativos, mantendo-se assim dividida ao longo dos séculos. O Ducado da Suábia perdeu o seu duque e senhor em 1268 e nunca foi restaurado. Todos os vassalos do duque passaram a ser vassalos do Império Carolíngio.

Castelo de Liechtenstein, Áustria.

O condado medieval de Vaduz, formado em 1342,[25] era uma pequena divisão do condado de Werdenberg, pertencente à dinastia de Monfort de Vorarlberg. No século XV, pelo menos três guerras devastaram o local. Embora o comércio colonial o enriquecesse, como à Suíça, sendo o país um vivo ponto comercial por onde passavam as especiarias vindas de África, que eram comercializadas na Europa, a função de Liechtenstein foi sanear os produtos de luxo vindos das colônias portuguesas para o resto da Europa. No século XVII, o Liechtenstein perdeu parte dos seus cidadãos na Guerra dos Trinta Anos. Mais de cem pessoas foram perseguidas e executadas em praça pública.

A dinastia do Liechtenstein tomou por seu o nome do Castelo de Liechtenstein, na Áustria, onde vivia a família aristocrata. Johann-Adam Liechtenstein, um príncipe de Viena, com possessões na Boémia, na Baixa Áustria, na Styria e na Morávia, teve barrada sua entrada para o conselho de Príncipes, que rodeava e influenciava diretamente os Habsburgos. Então comprou Schellenberg em 1699 e Vaduz em 1712. Tudo isto, devido à corrida desenfreada dos nobres e senhores às terras circundantes da família Habsburgo. É elevado, então, a Principado Imperial de Liechtenstein, como um feudo do Sacro Império Romano-Germânico.

O Castelo de Vaduz, residência medieval da família de Liechtenstein, uma das mais antigas da Europa.

Liechtenstein tornou-se um estado soberano em 1806, quando ratificou a Confederação do Reno, junto a Napoleão Bonaparte, após a dissolução do Sacro Império. O condado foi ocupado pelas tropas francesas durante alguns anos, mas recuperou a sua independência em 1815 com a Confederação Germânica. Em 1862, a constituição foi promulgada, com o Landtag, órgão de representação das camadas populares da sociedade. Em 1868, a confederação foi dissolvida, e o Liechtenstein aboliu o seu exército, declarando a sua permanente neutralidade, respeitada até durante os anos das guerras mundiais.

Em 1852, Liechtenstein consentiu uma união econômica com a Áustria-Hungria.

Encerrou esta união após a Primeira Guerra Mundial devido à devastação econômica sofrida pela Áustria. Em 1924, Liechtenstein estabeleceu uma união aduaneira e monetária com a Suíça. Mas foi forçada, esta união, o que lhe valeu até na Segunda Grande Guerra, servindo de centro europeu de lavagem de dinheiro (pt. branqueamento de capitais) dos nazis.

Em 1978, aderiu ao Conselho da Europa, em 1990 foi aceite na ONU, três anos mais tarde juntou-se à EFTA, com Portugal já fora da associação de livre comércio, e em 1995 entrou para a Área Económica Europeia e tornou-se membro da OMC.

A 15 de agosto de 2004, Hans-Adam II de Liechtenstein formalmente delegou o seus poderes no seu filho, Aloísio de Liechtenstein. Hans-Adam II, contudo, mantém-se como soberano.

Geografia

Imagem de satélite de Liechtenstein.

O país está localizado no oeste europeu, entre a Áustria e a Suíça. Não tem acesso ao mar, e faz fronteiras com os dois países mencionados anteriormente, tendo os cantões suíços de São Galo e Grisões a oeste e sul (41 quilômetros de fronteira) e o estado federal austríaco de Voralberg a norte e leste (37 quilômetros de fronteira). Em 2006, o governo do país mediu a fronteira utilizando métodos modernos, e verificou que ela extende-se por 77,9 quilômetros, 1,9 quilômetros a mais do que previamente acreditado. A nação tem uma área de aproximadamente 160 quilômetros quadrados, 24,7 quilômetros de norte a sul e 12,4 de leste a oeste nos pontos mais distantes.[26][27][28][29]

A maior parte do leste do país consiste da cordilheira de Rätikon, parte dos Alpes centrais. A cordilheira apresente 3 vales, drenados pelo rio Samina. O oeste do país é composto de uma planície drenada pelo rio Reno. Esta região já foi pantanosa, porém um projeto de canais de drenagem em 1930 a tornou o solo do local propício para a agricultura. O ponto mais alto do país é o Grauspitz, situado a 2.599 metros de altitude, e o ponto mais baixo é o Ruggeller Riet, com uma altitude de 430 metros.[26][27]

Apesar da localização montanhosa, o clima pode ser descrito como moderado. É muito influenciado pelo Föhn (massa de ar quente vinda do sul). No inverno, a temperatura pode cair até -10°C, enquanto no verão a temperatura média varia entre 20°C e 28°C. A precipitação anual pode variar entre 900 e 1.200 milímetros, e em regiões alpinas pode chegar a 1.900 milímetros. Essas condições climáticas permitem o cultivo de uvas e milho, o que é incomum em áreas montanhosas.[26][29]

Demografia

Ver artigo principal: Demografia de Liechtenstein

O Liechtenstein é um país cujo território é muito pequeno, sem espaço para uma larga população. O país é o quarto menor da Europa, após o Vaticano, Mônaco e San Marino. Sua área total pode ser comparada a do município brasileiro de São Benedito do Sul, em Pernanbuco.

Em 2017, a população era estimada em 37.877 habitantes. Os imigrantes no país representam 34,1% da população, equivalendo a quase 12 mil habitantes, entre estes principalmente alemães, suíços, austríacos, italianos e portugueses.

A taxa de migração não é muito elevada, rondando os 4,93 migrantes por cada mil habitantes. Em Portugal, estima-se que haja 14 cidadãos de Liechtenstein. Já em Liechtenstein vivem aproximadamente 561 portugueses, um número pequeno porém maior que o de alguns países de maior território, como a Polônia. No final do século XIX e início do século XX, vários grupos de imigrantes liechtensteinenses radicaram-se no Brasil, inseridos na numerosa corrente de imigrantes austríacos que se dirigiu para São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

O índice de alfabetização de Liechtenstein é de 100%.[27]

O crescimento da população

Vista do centro de Vaduz, a capital do país.

A taxa de crescimento da população equivale a 0,9%, segundo dados de 2005, algo acima da média europeia (0,2%). Está notavelmente acima da taxa portuguesa, que ronda 0,4%. A média etária da população é de 38,5 anos, equivalente à de Portugal. A tendência é aumentar, contrariando assim a média europeia e a da maioria dos países do continente, e é provável que o país atinja os 35.200 cidadãos nacionalizados no final de 2007.

A taxa de nascimentos ronda os 11,66 nascidos por cada mil habitantes, segundo dados oficiais de 2002, enquanto a taxa de falecimentos, aproximadamente, 6,76 falecimentos por 1 000 habitantes, segundo dados do mesmo ano. A taxa de mortalidade infantil é de 4,92 para cada mil nascimentos, algo preocupante no território europeu, representando em Portugal, a taxa é de 5 por cada mil habitantes.

A taxa de fertilidade conta 1,5 crianças por cada mulher nacionalizada, com a inclusão das mulheres migrantes no país. A taxa de fertilidade da população vivente no ambiente rural ronda 1,8 crianças, enquanto a população vivente nas áreas urbanas aproxima-se das 1,6 crianças. Segundo os Census a população feminina é maior que a população masculina, e a tendência é aumentar o número.

A população urbana atinge 21,2% da população, segundo dados oficiais de 2004.

Pirâmide demográfica

Contrariando a vertente europeia, o país tem uma população relativamente jovem, segundo a pirâmide demográfica de 2004.

A Europa tende a envelhecer, sendo um continente industrializado e desenvolvido, em que as mulheres conquistam de dia para dia uma forte posição na sociedade, não restando tempo para a educação de crianças, que dispende muito tempo. A crise financeira agrava-se e os europeus não conseguem suportar o "empreendimento financeiro" que representa uma criança e o seu crescimento. Mas, no Liechtenstein essa tendência negativa é superada e o governo empreendeu políticas natalistas, tal como na Dinamarca.

Assim a população jovem representa uma boa parte da população total, cerca de 17,8%, e supera a população idosa, que representa 11,6% dos cidadãos liechtensteinenses. A taxa de idosos residentes em Portugal é bem maior, representando 18% da população, e tende a aumentar. Os idosos com mais de 75 anos prevalecem nesta taxa em Portugal, enquanto no Liechtenstein representam um valor mínimo dentro da faixa etária idosa.

Mesmo assim a faixa etária que compreende os cidadãos de 15 a 64 anos de idade é a maior e representa mais de um terço da população, incluindo a maior parte da população jovem (dos 0 ao 35 anos de idade).

O número de mulheres, segundo esta pirâmide, é superior ao dos homens, em todas as faixas etárias.

  • 0-14 anos: 17,8%
    • Homens: 2 950
    • Mulheres: 3 014
  • 15-64 anos: 70,5%
    • Homens: 11 745
    • Mulheres: 11 837
  • Mais de 65 anos: 11,6%
    • Homens: 1 598
    • Mulheres: 2 292

Esperança média de vida

A esperança média de vida para a totalidade da população é estimada em 80,1 anos de idade. As mulheres conservam uma esperança de vida bem maior que a dos homens, sendo que para eles a estimativa é de 75,47 anos e para elas conta-se nos 83,6 anos. Comparado com Portugal, os resultados são parecidos, sendo que os homens têm uma esperança de vida de 70,2 e as mulheres de 78,2 anos de idade.

Densidade populacional por comuna

Densidade populacional por comuna (hab./ km²)
Balzers Eschen Gamprin Mauren Planken Ruggell Schaan Schellenberg Triesen Triesenberg Vaduz
216 367 189 441 67 237 203 275 166 86 205

Religiões

Ver artigo principal: Catolicismo em Liechtenstein
Capela nos Alpes.

O cristianismo católica apostólica romana é a religião oficial do Estado.[30]

Liechtenstein, segundo pesquisas oficiais de 1996, é um país maioritariamente cristão, sendo que 86,9% da população partilha da fé cristã.[31] 75,7% são católicos e 6,9% são protestantes. O restante população portanto, partilha outros credos. A percentagem da religião islâmica no país deve-se maioritariamente a imigrantes turcos.

Nos últimos anos a comunidade asiática,[32] principalmente a tibetana, cresceu, e inseriu o budismo na cultura do país. Hoje existe somente um centro budista em Liechtenstein, em Vaduz.

A religião influencia grandemente os hábitos da população, tida como um pouco socialmente conservadora, e a maioria dos crentes são praticantes. Praticamente todos os feriados e comemorações do país são dedicados a santos a acontecimentos bíblicos.

A religião no Liechtenstein
Cristã Católica Protestante Islâmica Outras Desconhecido (e/ou não crente)
82,6% 75,7% 6,9% 4,2% 1,3% 10,9%

Política

Ver artigo principal: Política de Liechtenstein
O edifício do parlamento e sede do Governo em Vaduz.

Liechtenstein é um Estado democrático, uma monarquia constitucional parlamentarista, encabeçada atualmente pelo príncipe Hans-Adam II, seguido pelo príncipe regente, Aloísio, e um primeiro-ministro ou uma primeira-ministra.[33] A Constituição de Liechtenstein atual foi adotada em março de 2003, substituindo a constituição de 1921. A constituição de 1921 estabeleceu o país como uma monarquia constitucional chefiada pelo príncipe reinante da Casa Principesca de Liechtenstein; um sistema parlamentar havia sido estabelecido, embora o príncipe reinante mantivesse uma autoridade política substancial.

O príncipe reinante é o chefe de Estado e representa a nação nas suas relações internacionais (embora a Suíça tenha assumido a responsabilidade por grande parte de suas relações diplomáticas). O príncipe pode vetar leis adotadas pelo parlamento nacional, o Landtag. O príncipe pode convocar referendos, propor nova legislação e o Landtag, embora a dissolução deste possa estar sujeita a um referendo.[34]

O poder executivo é investido em um governo colegiado composto pelo chefe de governo (primeiro-ministro ou primeira-ministra) e quatro conselheiros de governo (ministros). O chefe de governo e os demais ministros são nomeados pelo príncipe sob proposta do parlamento e com a sua anuência, refletindo o equilíbrio dos partidos no parlamento. Os membros do governo são coletiva e individualmente responsáveis ​​perante o parlamento; o parlamento pode pedir ao príncipe para remover um ministro individual ou todo o governo.

O governo é nomeado pelo parlamento que é, por sua vez, renovado de quatro em quatro anos. Os partidos políticos devem receber pelo menos 8% dos votos nacionais para ganhar assentos no parlamento, ou seja, o suficiente para dois assentos na legislatura de 25 assentos. O parlamento propõe e aprova um governo que o príncipe nomeia formalmente. O parlamento também pode aprovar moções de censura em todo o governo ou em membros individuais. Os dois principais partidos são o Partido dos Cidadãos Progressistas (em alemão: Fortschrittliche Bürgerpartei in Liechtenstein, FBP) e a União Patriótica (em alemão: Vaterländische Union, VU). Ambos dominam a vida política liechtensteinense, por vezes tendo dirigido o país em coligação. A constituição permite referendos legislativos.

O parlamento elege, entre seus membros, um comitê nacional composto pelo presidente do parlamento e quatro membros adicionais. A comissão nacional é incumbida de desempenhar funções de supervisão parlamentar. O parlamento pode convocar referendos sobre a legislação proposta e partilha a autoridade de propor nova legislação com o príncipe e com o número de cidadãos necessários para iniciar um referendo.[35]

A autoridade judicial é atribuída ao Tribunal Regional de Vaduz, ao Supremo Tribunal de Apelação Principesco de Vaduz, ao Supremo Tribunal Principesco, ao Tribunal Administrativo e ao Tribunal Estadual. O Tribunal do Estado decide sobre a conformidade das leis com a constituição e tem cinco membros eleitos pelo parlamento.

O príncipe soberano atual, Sua Alteza Sereníssima Hans-Adam II de Liechtenstein, que assumiu o trono em 1989.

Em 1 de julho de 1984, o principado se tornou o último país europeu a aprovar o direito ao voto às mulheres por meio de um referendo. O referendo, no qual apenas homens puderam participar, foi aprovado com 51,3% de votos a favor.[36] Após o referendo, foram feitas emendas à constituição para conceder às mulheres o direito de votar nas eleições nacionais, embora não tenham ganhado o direito de votar nas eleições locais em três municípios até 1986.

Em 1990, o país se tornou membro da Organização das Nações Unidas (ONU), confirmando a sua posição democrática na política europeia. No ano seguinte, passou a ser membro integrante da Associação Europeia de Livre Comércio (em inglês: European Free Trade Association, EFTA). Os seus interesses, concordante com o acordo com a Suíça, são representados por esta. Em 1995, entrou efetivamente para a Área Econômica Europeia, sem a companhia da Suíça.

Em março de 2003, um polêmico referendo posto em pauta pelo príncipe Hans-Adam, que instituia uma nova constituição e reforçava os poderes do soberano, levantou os ânimos da oposição que exigia a deposição do mesmo. Este, por sua vez, ameaçou que, entre outras coisas, converteria algumas propriedades reais para uso comercial e se exilaria na Áustria caso o referendo não fosse aprovado.[37] A ação movida pelo soberano foi muito criticada internacionalmente, inclusive, pela Comissão de Veneza. A democracia do Estado foi posta em causa e a monarquia apelidada de "autoritária". Porém, o príncipe venceu e viu os seus poderes alargados. A oposição foi notoriamente desacreditada com os resultados deste referendo. Uma proposta para revogar os poderes de veto do príncipe foi rejeitada por 76% dos eleitores em um referendo de 2012.[38]

Os municípios de Liechtenstein têm o direito de secessão por maioria de votos.[39]

Subdivisões

Ver artigo principal: Subdivisões do Liechtenstein

O Liechtenstein encontra-se dividido em onze comunas (Gemeinden - singular Gemeinde), sendo muitas delas apenas uma única cidade.

Comuna Área
(km²)
População
(2017)
Densidade
(hab/km²)
Balzers 20 4.495 225
Eschen 10 4.375 437
Gamprin 6 1.657 276
Mauren 7 4.298 614
Planken 5 448 90
Ruggell 7 2.243 320
Schaan 27 5.983 221
Schellenberg 4 1.090 272
Triesen 26 5.120 197
Triesenberg 30 2.618 87
Vaduz 17 5.450 320
Total - 160 37.877 227


Economia

Ver artigo principal: Economia do Liechtenstein
Os cereais, como o centeio, são o produto mais cultivado no país.
A indústria têxtil é uma das mais desenvolvidas e que traz renda para o país.
Avenida no centro de Vaduz.

Apesar de ser pequeno na área geográfica e de possuir limitados recursos, Liechtenstein é um dos Estados mais ricos do mundo e um dos poucos países com mais empresas e/ou companhias internacionais por habitante. Tem um desenvolvimento próspero e audaz, é altamente industrializado e com uma economia livre.

O governo trabalha para harmonizar suas políticas econômicas com as de uma Europa integrada. Em 2008, a taxa de desemprego situou-se em 1,5%. Em 2014, o CIA World Factbook estimou o produto interno bruto (PIB) em uma base de paridade de poder de compra em 4,978 bilhões de dólares estadunidenses. Em 2009, a estimativa per capita era de 139,100 dólares, a mais alta no mundo.[27]

Com um escasso território, Liechtenstein importa quase tudo o que consome. Cerca de 85% da sua energia é importada. Inclusive, as matérias-primas para a sua indústria resultam da importação. Entretanto, seu alto desenvolvimento industrial permite que as exportações superem eficazmente as importações. Segundo dados referentes a 2001, as importações representaram 906 milhões de dólares e as exportações 1,818 milhões de dólares.

As indústrias incluem eletrônicos, têxteis, instrumentos de precisão, fabricação de metais, ferramentas elétricas, parafusos de ancoragem, calculadoras, produtos farmacêuticos e alimentícios. Sua multinacional mais reconhecida e maior empregadora é a Hilti, fabricante de ferramentas de fixação direta e outras ferramentas elétricas de ponta. O país é também a "casa" da Calculadora Curta. Liechtenstein produz não apenas cereais como trigo, aveia, centeio e milho, mas também vinhas, frutas variadas, cevada, batata, laticínios e vinho; áreas usadas para agricultura ocupam pouco mais de 30% da sua superfície.[40]

O turismo representa uma grande parte da economia do país. De fato, o Airbnb uma vez disponibilizou o aluguel do principado para um grupo de 450 a 900 hóspedes por cerca de 70 mil dólares por noite.[41][42] A inusitada proposta rendeu um IgNobel de economia ao país em 2003.[43]

Tributação

O governo do Liechtenstein tributa a renda pessoal, a renda comercial e a principal (riqueza). A alíquota básica do imposto de renda pessoal é de 1,2%. Quando combinado com o imposto de renda adicional imposto pelos municípios, a taxa de imposto de renda combinada é de 17,82%.[44] Um imposto de renda adicional de 4,3% é cobrado de todos os funcionários inclusos no programa de segurança social do país. Esta taxa é mais elevada para os trabalhadores independentes, até um máximo de 11%, tornando a taxa máxima de imposto sobre o rendimento de cerca de 29% no total. A alíquota básica do imposto sobre a riqueza é de 0,06% ao ano e a alíquota total combinada é de 0,89%. A alíquota do imposto sobre o lucro das empresas é de 12,5%.[27]

Os impostos sobre doações e heranças em Liechtenstein variam dependendo da relação que o destinatário tem com o doador e do valor da herança. O imposto varia entre 0,5% e 0,75% para cônjuges e filhos e 18% a 27% para beneficiários não relacionados. O imposto de propriedade é progressivo.

Liechtenstein recebeu anteriormente receitas significativas de entidades financeiras criadas para ocultar o verdadeiro proprietário das participações financeiras de estrangeiros não residentes. Essa prática costumava fazer do país um paraíso fiscal popular para indivíduos e empresas extremamente ricos que tentavam evitar ou evadir impostos em seus países de origem.[45] Nos últimos anos, Liechtenstein demonstrou uma determinação em processar branqueadores de capital internacionais e trabalhou para promover uma imagem como um centro financeiro legítimo. Em fevereiro de 2008, o banco LGT do país foi implicado em um escândalo de fraude fiscal na Alemanha, que prejudicou o relacionamento da família governante com o governo alemão. O príncipe herdeiro, Aloísio, acusou o governo alemão de tráfico de bens roubados, referindo-se à compra de 7,3 milhões de dólares estadunidenses de informações bancárias privadas oferecidas por um ex-funcionário do Grupo LGT.[46] O subcomitê do Senado dos EUA sobre bancos paraísos fiscais afirmou que o banco LGT: "É um parceiro disposto e um auxiliar e cúmplice de clientes que tentam evadir impostos, iludir credores ou desafiar ordens judiciais".[47]

O caso fiscal de Liechtenstein de 2008 é uma série de investigações fiscais em vários países cujos governos suspeitam que alguns de seus cidadãos tenham feito evasão fiscal usando bancos e fundos fiduciários em Liechtenstein; o caso começou com o maior complexo de investigações já iniciadas por evasão fiscal na Alemanha.[48] Também foi visto como uma tentativa de pressionar Liechtenstein, até então um dos paraísos fiscais não cooperantes restantes.[49] Em 27 de maio de 2009, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) removeu Liechtenstein da lista negra de países não cooperantes.[17]

Em agosto de 2009, o departamento do governo britânico HM Revenue & Customs concordou com Liechtenstein para começar trocas de informações. Acredita-se que até 5 mil investidores britânicos tenham cerca de 3 bilhões de libras depositados em contas e fundos no país.[50]

Em outubro de 2015, a União Europeia (UE) e Liechtenstein assinaram um acordo fiscal para garantir a troca automática de informações financeiras em caso de litígios fiscais. A coleta de dados começou em 2016. Esse foi mais um passo para alinhar o principado com outros países europeus em relação à tributação de pessoas físicas e jurídicas.[51]

EFTA e Área Econômica Europeia

  Países membros
  Ex-membros
Fronteira de Liechtenstein com a Suíça.

Em 1991, o país associou-se à Associação Europeia de Comércio Livre (em inglês: European Free Trade Association, EFTA), uma organização europeia útil aos países que não tinham aderido à Comunidade Europeia. Portugal foi um dos membros fundadores, mas neste ano já pertencia à UE.

Com a criação da Área Econômica Europeia, uma organização que serviu de ponte comercial e econômica entre a Comunidade Econômica Europeia e os países membros da EFTA, o país passou a pertencer ao maior mercado do mundo. Por decisão de um referendo público, a Suíça não seguiu os seus passos, mas montou sobre a importância de Liechtenstein na organização bilateral uma ponte de influências que dura até aos dias de hoje. Assim, o país além de servir os seus interesses, serve também os interesses, indiretamente, da vizinha alpina, reafirmando a sua dependência desta. Sob a tutela de Liechtenstein, a Suíça realizou vários acordos bilaterais com a UE que a permitiram usufruir das mesmas vantagens dos membros da Área Econômica Europeia.

Mas nem esta abertura do país a quatro liberdades fundamentais, sendo uma delas a liberdade de movimento de pessoas e trabalhadores, impediu que o desemprego duplicasse em 2002, embora nos anos seguintes o desemprego tenha tido uma pequena queda.

Infraestrutura

Educação

Liechtenstein tem uma complexa e eficaz estrutura escolar,[52] que passa pela pré-educação, a educação primária, a educação secundária e, opcionalmente, a educação universitária. Resultante destas bases educacionais, segundos registos oficiais, 0% da população é analfabeta.[27] Em 2006, um relatório do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), coordenado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), classificou a educação em Liechtenstein como a décima melhor no mundo.[53] Em 2012, o país teve as pontuações mais altas do PISA entre todos países europeus.[54]

A educação primária, em Liechtenstein, completa-se em cinco anos. O nível Baixo Secundário completa-se, no máximo, em quatro anos, enquanto o Secundário Superior completa-se em somente um ano. O Secundário Sénior tem uma longitude de três anos.

A longevidade durante o nível Baixo Secundário provém de três tipos escolas diferentes: Oberschule (4 anos), Realschule (4 anos), e Gymnasium (3 anos). No Secundário Superior é um ano voluntário, ou seja, somente se inscreve quem o quiser fazer. Este ano é passado no ginásio, onde os alunos têm novas ofertas disciplinares, como novas línguas, educação musical e artística, leis/economia, matemática e ciências, num grau mais avançado.

Depois os estudos são completados no Secundário Sénior, onde depois de terminarem o exame Matura, que tem a mesma função que os exames do Secundário em Portugal, o aluno recebe o certificado Matura, reconhecido pelas universidades suíças, austríacas e pela Universidade de Tübingen, na Alemanha. Na universidade, os estudantes têm que enfrentar três níveis. O primeiro é o Bacharelato, o segundo é o Mestrado e o terceiro é o Doutoramento. Em 2007, o Liechtenstein entrou no Programa Erasmus.

Todos os professores, antes de lecionarem, recebem um treino prévio na Áustria, Suíça ou Alemanha. Somente depois deste demorado processo é que os professores recebem o certificado, com o qual podem lecionar.

A escolaridade primária é custeada pelo Estado, a exemplo dos países da Europa Ocidental. Contudo, a educação pública pode ficar fora de alcance quando se trata de imigrantes. A educação das crianças imigrantes que já tenham iniciado a sua educação noutro país, nomeadamente, o seu país de origem, fica à mercê do poder econômico dos seus pais e/ou familiares responsáveis.

O órgão responsável pela educação é o Ministério da Educação.

Saúde

Liechtenstein conta com um sistema de saúde universal considerado eficiente e tecnologicamente avançado, comparável ao suíço. Boa parte dos fundos governamentais do país são investidos na manutenção dos aparelhos de saúde distribuídos pelo país e em novas tecnologias, para fornecer aos cidadãos o melhor sistema de saúde possível.

Contudo, a saúde privada pode custar caro a quem dela usufrui. Para os turistas, por exemplo, caso tenham algum incidente no país, antes da viagem as agências promotoras intermediam contratos com o estado, tornando os custos dos atendimentos médicos mais baratos para o cliente. Os planos básicos cobrem tratamentos especializados de nações vizinhas, como Suíça e Áustria, embora os pacientes compartilhem alguns custos. Os exames regulares de saúde com clínicos gerais são totalmente cobertos, sem despesas adicionais.[55]

Todos os residentes permanentes devem contribuir para o fundo nacional de saúde e os empregadores devem registar o seus funcionários no fundo de seguro de saúde. Empregadores e empregados financiam o fundo de saúde. Indivíduos a cargo são abrangidos pelas contribuições pagas por seus familiares assalariados. Os desempregados, os pensionistas e os beneficiários de subsídio de doença de longa duração ou licença-maternidade não têm que pagar contribuições para cuidados médicos. Os trabalhadores independentes devem fazer as suas próprias contribuições. O fundo nacional de saúde cobre a maioria dos serviços médicos, incluindo tratamento por especialistas, hospitalização, prescrições, gravidez, parto e reabilitação.

O hospital do país é o Hospital Nacional, localizado em Vaduz. O atendimento emergencial no hospital é público e está disponível mesmo para quem não possui seguro. Existem numerosos centros de saúde em todo o país que prestam não só atendimento ambulatorial, mas uma ampla variedade de serviços especializados, podendo atender emergências. Fora de Vaduz, cada cidade tem um serviço de emergência operado por clínicos gerais e especialistas, além de paramédicos que viajam com o serviço de ambulância. Existem farmácias distribuídas por todo o país. Parte dos médicos ativos são estrangeiros, majoritariamente suíços.

Em caso de doenças graves ou fraturas ósseas complicadas, os pacientes são transferidos para hospitais na Suíça ou na Áustria.

Existem clínicas privadas com pessoal e gestão de médicos e especialistas independentes que operam em Liechtenstein. Há também cerca de 26 dentistas no país, com todos os cuidados odontológicos sendo privados, portando, diretamente pagos.[56]

O aborto voluntário é ilegal em quase todas as circunstâncias em Liechtenstein, além de punível com pena de prisão tanto para a pessoa quanto para o(a) médico(a). Uma tentativa de legalizá-lo em 2011 foi rejeitada pelos eleitores. Em abril e novembro de 2012, o Landtag falhou em avançar com propostas de relaxamento das leis de aborto.[57] Quem opta por fazer um aborto deve cruzar a fronteira para a Suíça ou Áustria para que o procedimento seja realizado legalmente.[58]

Apta a beber,[59] a água nacional, proveniente dos rios locais como o Rio Samina, é de excelente qualidade. Antes de ser devolvida aos rios, a água passa por um complexo e competente processo de tratamento, igualando-se à maior parte dos países europeus.

O organismo que rege a segurança alimentar pública é a Secretaria de Controle de Alimentos e Veterinária (em alemão: Amt für Lebensmittelkontrolle und Veterinärwesen),[60] cujas funções se assemelham à portuguesa ASAE. Este instituto supervisiona todos os produtos alimentares que entram e saem do país, antes de serem consumidos pelo público, tendo uma ação direta na regulamentação e manutenção da saúde pública do país. Inspecionam a qualidade, a higiene do produto, as embalagens e as suas qualidade e viabilidade, e o tratamento da comida.

Cultura

Ver artigo principal: Cultura do Liechtenstein

Artes

O design de moda é quase inexistente no país, embora a indústria têxtil seja a mais desenvolvida.

Contemplando uma região marcada pelas culturas suíça, austríaca e alemã, Liechtenstein cresceu sob grande influência das três, sendo que a sua própria cultura se assemelha e espelha nas duas supra-citadas. Toda a cultura está muito ligada ao clima frio da região montanhosa.

Sob uma arquitetura maioritariamente medieval, robusta e austera, erguida sobre as escarpas submetidas a temperaturas gélidas durante o inverno, surgiu o Liechtenstein. Esta é proeminente e continua a ser o marco do país. O seu principal monumento é o Castelo de Vaduz. Fortalezas intemporais, de incorruptível aspecto, ergueram-se sobre as escarpas verdes e rochosas na Idade Média e mantêm-se até hoje, em pleno estado de conservação.

A música e o teatro assumem já um papel de destaque. Existem várias instituições que os promovem, e, no panorama artístico mundial, o país surge na música como uma referência contemporânea a ter em conta.

O design de moda, no país, é quase inexistente, sendo que o Liechtenstein ainda não abriu as suas fronteiras à entrada desta indústria. No entanto, os têxteis imperam na indústria no país e assumem um papel importante na economia do país.

No âmbito das artes decorativas, atualmente o país dá grandes passos no panorama europeu, através de mostras das colecções dos seus importantes museus. A arte contemporânea está patente no exterior e no interior dos edifícios museológicos, como o Kunstmuseum.

Desporto

O Rheinpark Stadion.
O esqui alpino é o único desporto em que o Liechtenstein ganhou medalhas olímpicas.

No ranking mundial da FIFA,[61] o Liechtenstein encontra-se na 149ª posição.

O comité que gere quase todas as associações desportivas, clubes e instituições ligadas ao desporto é a Liechtensteinischer Olympischer Sportsverband, LOSV, ou seja a Federação Olímpica do Liechtenstein.[62] Com um pequeno principado, o Liechtenstein surpreende quando, com incentivo do próprio soberano e dos governantes, o país investe cada vez mais no lesionamento de prática de desporto, como base para uma prolífera educação e aplica nesta área boa parte dos fundos de que dispõe. Com uma eficaz promoção por todo o país, para incrementar a procura das atividades desportivas, estas significam para o governo parte dos lucros do país, até porque, em tempos de Inverno, e mesmo no Verão, a zona é muito procurada para a prática de desportos como o rafting e canoagem, nos rápidos do Samina, como o esqui alpino, a escalada, e o pedestrianismo também começa a gerar interesse.[63] O Ministério do Desporto do Liechtenstein é o responsável pela pasta desportiva no país, e o órgão governamental mais próximo de todas as associações desportivas, clubes e instituições e academias, obviamente.

Existe um grande estádio de futebol no Liechtenstein, o Rheinpark Stadion, com lugar para 6 127 pessoas, cerca de 17,2% da população. Também existe a Arena Desportiva de Eschen-Mauren, um estádio multi-usos sito em Eschen.

Em clubes desportivos, na generalidade, contando com o desporto reinante, o futebol, os sócios são cerca de 15.200, entre homens, mulheres e crianças. Representa isto 43,5% da população. E um em cada 224 cidadãos da população ativa de Liechtenstein, são presidentes de clubes desportivos.[64]

Também existem vários clubes de ténis, entre eles o Liechtenstein Davis Cup e o Liechtenstein Fed Cup.

O Liechtenstein ganhou, na totalidade, 11 medalhas olímpicas, todas elas em provas desportivas de esqui alpino.[65] Isto resulta numa medalha olímpica para cada 3.175 cidadãos do Liechtenstein. É o país com o maior número de medalhas olímpicas per capita.[66]

Futebol

O órgão que rege o futebol no Liechtenstein é a Associação de Futebol de Liechtenstein ou LFV. O país também tem uma seleção, a Seleção Liechtensteiniense de Futebol. O futebol nacional de Liechtenstein possui apenas 7 clubes que disputam campeonatos na Suíça.

São 1.763 os futebolistas ativos em território liechtensteinense, o que significa que, um em cada vinte cidadãos da população ativa, é futebolista. A associação de futebol é a associação desportiva com mais sócios no país. Tem cerca de 2.800 sócios, repartidos por sete clubes.

Feriados e comemorações

Feriados e Comemorações no Liechtenstein
Data Nome em português Nome local Notas
1 de janeiro Ano Novo Neujahrstag Todos os anos
2 de janeiro São Bertoldo Berchtolds-Tag Todos os anos
6 de janeiro Epifania Heilige Drei Könige Todos os anos
2 de fevereiro Candelária Lichtmess, Mariä Reinigung Somente comemorado por católicos
19 de março São José Feiertag des Heilegen Joseph Todos os anos
25 de março Sexta-feira Santa Karfreitag Católicos e protestantes
28 de março Segunda-feira Pascal Ostermontag Católicos e protestantes
1 de maio Dia Internacional do Trabalho Tag der Arbeit Todos os anos
5 de maio Ascensão Christi Himmelfahrt Católicos e protestantes
16 de maio Segunda-feira de Pentecostes Pfingstmontag Católicos e protestantes
26 de maio Corpus Christi Fronleichnam Somente católicos
15 de agosto Festa Nacional Nationalfeiertag Todos os anos
8 de setembro Natividade de Nossa Senhora Geburtstag der Heiligen Mutter Todos os anos
1 de novembro Dia de Todos os Santos Allerheiligen Somente comemorado por católicos
8 de dezembro Imaculada Conceição Unbefleckte Empfängnis Todos os anos
25 de dezembro Natal Weihnachten Todos os anos
26 de dezembro Santo Estevão Stephans-Tag Todos os anos

Ver também

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Notas

  1. Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa da Academia das Ciências de Lisboa, pode-se também usar a forma aportuguesada Listenstaine, que é, aliás, a forma usada oficialmente pela União Europeia[14]. A forma Listentaine é também a única presente no Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa, o vocabulário oficial pós-Acordo Ortográfico de 1990.[15] Já segundo o Prontuário da Língua Portuguesa pode utilizar-se a versão Listenstaina.

Referências

  1. a b c d Portal da Língua Portuguesa - Dicionário de Gentílicos e Topónimos
  2. a b c d Norma Culta - Adjetivos pátrios
  3. a b c Ciberdúvidas da Língua Portuguesa - Sobre os adjetivos pátrios
  4. União Europeia: Lista dos Estados, territórios e moedas (Anexo A5) (Situação em 07/01/2014), ISSN 1831-1831-5380.
  5. Ciberdúvidas da Língua Portuguesa - Listenstaineses
  6. «Raum, Umwelt und Energie» (em alemão). Landesverwaltung Liechtenstein. Consultado em 10 de abril de 2022. Cópia arquivada em 12 de outubro de 2011 
  7. «Volkszählung 2020». llv.li (em alemão). Consultado em 10 de abril de 2022 
  8. «Liechtenstein in Figures: 2016» (PDF). llv.li (em alemão). Consultado em 10 de abril de 2022 
  9. «Human Development Report 2019» (PDF) (em inglês). Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas. Consultado em 10 de abril de 2022 
  10. Código de Redacção Interinstitucional da União Europeia
  11. a b Instituto Internacional da Língua Portuguesa. «Listenstaine». Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa. Consultado em 28 de maio de 2017 
  12. Rocha, Carlos (18 de dezembro de 2012). «O uso de artigo definido com Mónaco e outros nomes de países». Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Consultado em 18 de dezembro de 2012 
  13. a b «Andorra, Liechtenstein and Monaco removed from OECD List of Unco-operative Tax Havens» (em inglês). OCDE. Consultado em 10 de abril de 2022 
  14. Fernandes, Ivo Xavier (1941). Topónimos e Gentílicos. I. Porto: Editora Educação Nacional, Lda. 
  15. Ciberdúvidas da Língua Portuguesa – Liechtenstein/Listenstaina
  16. Ciberdúvidas da Língua Portuguesa – Listenstaineses
  17. «Listenstaina». Vocabulário Ortográfico da Porto Editora. Infopédia. Cópia arquivada em 10 de junho de 2015 
  18. «Listenstaine». Vocabulário Ortográfico da Porto Editora. Infopédia. Cópia arquivada em 11 de junho de 2015 
  19. «Vocabulário da Priberam – Pesquisa por Listenstaine». Consultado em 16 de junho de 2010. Arquivado do original em 15 de junho de 2010 
  20. [Ciberdúvidas da Língua Portuguesa – Sobre os adjectivos pátrios]
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  25. a b «Liechtenstein in Figures 2021» (PDF) (em inglês). Escritório de Estatística de Liechtenstein. Consultado em 16 de novembro de 2021 
  26. Conforme preceituado no n.º 2, do art. 37.º da Constituição do Liechtenstein
  27. Verificável no Flickr/
  28. Comunidade tibetana na Suíça e Liechtenstein
  29. Marxer, Wilfried; Pállinger, Zoltán Tibor (2007). Direct Democracy in Europe (em inglês). [S.l.]: Springer VS. p. 12–29. ISBN 978-3-531-90579-2. doi:10.1007/978-3-531-90579-2_1 
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  61. «Segundo uma comparação bilateral entre Portugal e Liechtenstein oficial» (PDF). Consultado em 25 de julho de 2007. Arquivado do original (PDF) em 19 de outubro de 2007 
  62. Indicação proveniente do Flickr

Ligações externas