Paraguai: diferenças entre revisões

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[[Aleixo Garcia]], que partiu do litoral [[brasil]]eiro em [[1524]], e [[Sebastião Caboto]], que subiu o [[rio Paraná|Paraná]] em [[1526]], foram os primeiros a atingir as terras interiores da [[Bacia Platina]], hoje pertencentes ao Paraguai, mas coube a [[Domingos Martínez de Irala]] a primazia dos primeiros núcleos coloniais ([[1536]]-[[1556|56]]). [[Juan de Ayolas]], Juan de Salazar e [[Juan de Garay]] também realizaram penetrações na região. Irala lançou os fundamentos do Paraguai, que logo se transformou no centro da transformação espanhola na região sul-oriental da [[América do Sul]]. Sua política de colonização consistiu na delimitação das fronteiras com o [[Brasil]], através da construção de uma linha de fortes contra a expansão [[Portugal|portuguesa]], na fundação de vilas e na intensa miscigenação de [[espanhóis]] com [[guaranis]], principal fator da formação da população do país.
[[Aleixo Garcia]], que partiu do litoral [[brasil]]eiro em [[1524]], e [[Sebastião Caboto]], que subiu o [[rio Paraná|Paraná]] em [[1526]], foram os primeiros a atingir as terras interiores da [[Bacia Platina]], hoje pertencentes ao Paraguai, mas coube a [[Domingos Martínez de Irala]] a primazia dos primeiros núcleos coloniais ([[1536]]-[[1556|56]]). [[Juan de Ayolas]], Juan de Salazar e [[Juan de Garay]] também realizaram penetrações na região. Irala lançou os fundamentos do Paraguai, que logo se transformou no centro da transformação espanhola na região sul-oriental da [[América do Sul]]. Sua política de colonização consistiu na delimitação das fronteiras com o [[Brasil]], através da construção de uma linha de fortes contra a expansão [[Portugal|portuguesa]], na fundação de vilas e na intensa miscigenação de [[espanhóis]] com [[guaranis]], principal fator da formação da população do país.


A partir do início do [[século XVII]], e por mais de 150 anos, missões jesuíticas do sudeste do Paraguai exerceram governo efetivo sobre cerca de 100.000 índios com 33 reduções, centros de conversão [[religião|religiosa]], de produção [[agropecuária]], de [[comércio]] e [[manufatura]]s, mas que também serviam como postos avançados contra a expansão portuguesa.
A partir do início do [[século XVII]], e por mais de 150 anos, missões jesuíticas do sudeste do Paraguai exerceram governo efetivo sobre cerca de 100.000 índios com 33 reduções, centros de conversão [[religião|religiosa]], de produção [[agropecuária]], de [[comércio]] e [[manufatura]]s, mas que também serviam como postos avançados contra a expansão portuguesa.a bunda da vó


=== Independência ===
=== Independência ===

Revisão das 16h38min de 14 de julho de 2009

 Nota: Para outros significados, veja Paraguai (desambiguação).

República do Paraguai
República del Paraguay (espanhol)
Tetã Paraguái (guarani)
Bandeira do Paraguai
Brasão de armas do Paraguai
Brasão de armas do Paraguai
Bandeira do Paraguai Brasão das Armas
Lema: Paz y justicia
("Paz e justiça")
Hino nacional: Paraguayos, República o Muerte
("Paraguaios, república ou morte")
Gentílico: paraguaio(a);
paraguaiano(a)[1]

Localização República do Paraguai
Localização República do Paraguai

Capital Assunção
Língua oficial Espanhol, Guarani
Governo República presidencialista
• Presidente Fernando Lugo
• Vice Presidente Federico Franco
Independência Da Espanha 
• Declarada 15 de Maio de 1811 
Área  
  • Total 406,750 km² (58.º)
 • Água (%) 2,3
População  
  • Estimativa para 2007 6.100.000 hab. (100.º)
 • Densidade 14 hab./km² (192.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2006
 • Total US$ 28,342 bilhões USD (96.º)
 • Per capita US$ 4,555 USD (107.º)
IDH (2007) 0,755 (95.º) – médio
Gini (2002) 57,8 
Moeda Guarani (moeda)
Fuso horário (UTC−4)
Cód. Internet .py
Cód. telef. ++595
Website governamental www.presidencia.gov.py

O Paraguai (em espanhol Paraguay; em guarani Paraguái), oficialmente República do Paraguai (República del Paraguay; Tetã Paraguái), é um país do centro da América do Sul, limitado a norte e oeste pela Bolívia, a nordeste e leste pelo Brasil e a sul e oeste pela Argentina. Sua capital é a cidade de Assunção. O Paraguai é um dos dois países da América do Sul que não possuem uma saída para o mar, o segundo sendo a Bolívia. Por ser um país menor, sua área corresponde à do estado brasileiro de Mato Grosso, superando o Equador em tamanho. O nome do país é derivado da palavra guarani paraguái, que significa "de um grande rio". O "grande rio" é o rio Paraguai, que divide o pais em duas regiões, Region Oriental e Region Occidental (ou Chaco).

Situado no centro-sul da América do Sul, o Paraguai possui extensa área plana no leste, onde se cultiva soja, o principal produto de exportação. A região de savana do Gran Chaco, a oeste, é usada para a pecuária. O rio Paraguai, que liga o norte ao sul, é a principal via comercial num país sem acesso ao mar. Vivem no Paraguai muitos brasileiros, os brasiguaios, que ocupam uma área cada vez maior junto da fronteira com o Brasil, fonte de tensão com os habitantes locais. Famoso centro de contrabando, o país é rota do tráfico internacional de drogas. Após décadas de ditadura, o regime político é instável e padece de alto grau de corrupção. As usinas hidrelétricas construídas em associação com o Brasil (Itaipu) e a Argentina (Yaciretá) fornecem energia abundante e barata ao país.

Etimologia

O topônimo Paraguay tem origem relativamente incerta; sabe-se que provém do guarani, e que teria sido dado inicialmente ao rio, porém não há uma etimologia fidedigna de seu significado no idioma. As alternativas prováveis são "águas do mar" (de pará, "mar", guá, que denota origem, e ý, "água", significando "água que vem do mar", onde "mar" provavelmente se refere ao Pantanal) ou uma modificação de payagua-í ("água" ou "rio dos paiaguás"). Em guarani costuma-se escrever o nome como Paraguái, e usa-se ocasionalmente a forma Paragua-y para se referir à cidade de Assunção.

História

Ver artigo principal: História do Paraguai

Os primeiros colonos espanhóis chegaram ao Paraguai no início do século XVI. A cidade de Assunção, fundada em 15 de agosto de 1537, logo se tornou o centro de uma província nas colônias espanholas na América do Sul, conhecida como "Província Gigante de Indias".

Em 15 de maio de 1811, o Paraguai declarou a sua independência da Espanha, sem luta nem guerra. O Dr. José Gaspar García Rodríguez de Francia, mais conhecido como o "Dr. Francia", ou "O Supremo", governou o país até sua morte, ocorrida em 1840. Há um mito muito divulgado sobre o Paraguai dessa época, que diz que o Paraguai era uma potência regional e um país auto-suficiente, com um exército poderoso, procurando buscar uma saída para o mar. Tal narrativa, segundo alguns historiadores, não passa de mito. O Paraguai de Francia e Solano López, nada mais era que um país que buscava se fortalecer militarmente com medo de possíveis tentativas de anexação da Argentina, bem como a busca de saída para o mar. Outro fato importante é que o Paraguai tinha uma receita de exportações baseada na madeira e na erva-mate, ao contrário do que se diz por muitos. O Paraguai naquela época não era industrializado tampouco era uma potência regional.

A Guerra do Paraguai, entre 1865 a 1870, e contra a Tríplice Aliança, composta pela Argentina, Brasil e Uruguai, apoiados economicamente pelo Reino Unido. Diversos motivos levaram os países envolvidos ao conflito bélico, que acabou custando muito ao Paraguai, como a perda do seu exército poderoso frente aos demais países da América do Sul, como também o mais grave, que foi a morte de dois terços da população do sexo masculino e a perda de territórios, em grande parte, para o Brasil e a Argentina. A economia paraguaia ficaria estagnada pelos 50 anos seguintes.

Tropas bolivianas invadiram o Paraguai em 1932, desencadeando a Guerra do Chaco (1932-1935), e culminando com vitória paraguaia e a anexação do Chaco ao país.

Desde 1989, quando o regime militar de mais de 35 anos de Alfredo Stroessner teve fim, o Paraguai tem sido governado por presidentes eleitos democraticamente. Os maiores desafios do Paraguai desde então têm sido a crescente instabilidade política e a corrupção em alta.

Período colonial

Cabildo de Assunção (1537-1811).

Antes da chegada dos europeus os territórios situados entre os rios Paraná e Paraguai eram ocupados pelos guaranis, que viviam da agricultura, da caça e da pesca. Acossados, no século XV, por tribos da região do Grande Chaco, os guaranis cruzaram o rio Paraguai, submeteram seus inimigos, levando o conflito aos limites meridionais do Império Inca. Eram, assim, os aliados naturais dos primeiros exploradores europeus que procuravam rotas mais curtas para as minas do Peru.

Aleixo Garcia, que partiu do litoral brasileiro em 1524, e Sebastião Caboto, que subiu o Paraná em 1526, foram os primeiros a atingir as terras interiores da Bacia Platina, hoje pertencentes ao Paraguai, mas coube a Domingos Martínez de Irala a primazia dos primeiros núcleos coloniais (1536-56). Juan de Ayolas, Juan de Salazar e Juan de Garay também realizaram penetrações na região. Irala lançou os fundamentos do Paraguai, que logo se transformou no centro da transformação espanhola na região sul-oriental da América do Sul. Sua política de colonização consistiu na delimitação das fronteiras com o Brasil, através da construção de uma linha de fortes contra a expansão portuguesa, na fundação de vilas e na intensa miscigenação de espanhóis com guaranis, principal fator da formação da população do país.

A partir do início do século XVII, e por mais de 150 anos, missões jesuíticas do sudeste do Paraguai exerceram governo efetivo sobre cerca de 100.000 índios com 33 reduções, centros de conversão religiosa, de produção agropecuária, de comércio e manufaturas, mas que também serviam como postos avançados contra a expansão portuguesa.a bunda da vó

Independência

Casa da Independência (1811)

À medida que Buenos Aires tornava-se mais poderosa, os líderes paraguaios insurgiam-se contra o declínio da importância de sua província e, embora também contestassem a autoridade espanhola, recusaram-se a aceitar a declaração de independência da Argentina (1810) como extensiva ao Paraguai. Nem mesmo a intervenção de um exército argentino, comandado pelo general Manuel Belgrano, conseguiu efetivar a incorporação da província. Mais tarde, porém, quando o governador espanhol do Paraguai solicitou auxílio português para defender a colônia dos ataques de Buenos Aires, os paraguaios, liderados por Fulgencio Yegros, Pedro Juan Caballero e Vicente Ignácio Iturbide, depuseram o governador Bernardo Velasco e proclamaram a independência do país a 14 de maio de 1811.

Ditadura de Francia (1814-40)

Após curto período de anarquia, José Gaspar Rodríguez Francia implantou uma ditadura. Durante seu governo, o Dr. Francia isolou o Paraguai do resto do mundo, não mantendo relações com nenhum país e proibindo a emigração e a imigração. Reprimiu a oposição ao regime e utilizou a política isolacionista como meio de deter as ambições expansionistas do Brasil e da Argentina e a penetração estrangeira. A fim de evitar a necessidade de comércio exterior, o ditador estimolou a auto-suficiência agrícola, mediante a introdução de novas culturas, e desenvolveu as manufaturas. Essa política isolacionista contribuiu para preservar o caráter homogêneo do povo paraguaio e seu espírito de independência.

Guerra da Tríplice Aliança

Ver artigo principal: Guerra do Paraguai
Francisco Solano López.
Interpretação de soldado paraguaio que aflige a perda de seu filho por José Ignacio Garmendia.

Francia foi sucedido por Carlos Antonio López (1840-62), que abandonou o isolacionismo, expandiu o comércio externo e a educação e abriu as portas do país para técnicos estrangeiros. Aumentava, contudo, a fricção entre o Paraguai e seus dois poderosos vizinhos, Brasil e Argentina. O ditador argentino Juan Manuel Rosas ergueu obstáculos ao comércio exterior paraguaio, mediante bloqueio econômico, enquanto reavivavam-se disputas fronteiriças. Consciente do perigo, Antonio López, tratou de fortalecer o exército, que seu filho Francisco Solano López (1862-70) teria amplas oportunidades de usar. Treinado por oficiais alemães e equipado com armas européias modernas, o exército paraguaio tornou-se uma força formidável empregada numa aventura expansionista.


Reconstrução e Guerra do Chaco

Ver artigo principal: Guerra do Chaco
Mapa da Bolívia e Paraguai após a Guerra do Chaco.

A reconstrução econômica do país foi perturbada pela sequência de crises políticas, golpes de Estado e guerras civis das últimas décadas do século XIX. Apesar da existência de partidos políticos, Colorado e Liberal, a formação dos governos era, quase sempre, fruto de intervenções militares e revoluções palacianas. Durante a Primeira Guerra Mundial, quando o país permaneceu neutro, houve um período de certa prosperidade. Cresciam paralelamente as disputas com a Bolívia pela posse do Chaco. Desde os primeiros anos do século XX os dois países construíram fortes na área contestada. Após choques esporádicos, estourou a guerra do Chaco (1932-35), que os paraguaios, comandados pelo coronel José Félix Estigarribia, venceram a muito custo. O Tratado de Paz de 1938, assinado com a intermediação do Brasil, Argentina, Chile, Peru, Uruguai e Estados Unidos, deu ao Paraguai a maior parte do território disputado e à Bolívia uma saída para o rio Paraguai via Puerto Suárez.

O movimento de reforma

A Guerra do Chaco permitiu o surgimento do primeiro movimento político importante destinado a reformar instituições. O coronel Rafael Franco, líder de um novo partido, Febrerista, assumiu a 17 de fevereiro de 1936, com grande apoio popular. Empregando métodos ditatoriais, Franco provomeu uma distribuição limitada de terras, promulgou leis sociais e trabalhistas e nacionalizou fontes de matérias-primas. Os reformistas sofreram um revés com o golpe de Estado desfechado com o exército, mas em 1939 elegeram o herói da guerra do Chaco, José Félix Estigarribia, presidente da República. Estigarribia promulgou a constituição reformista de 1940. Seus planos progressistas que previam a reforma agrária e modernização do país, caíram por terra após sua morte num acidente de aviação.

Restauração conservadora

Sob o governo do general Higino Morínigo (1940-48), o Paraguai recaiu na ditadura militar, em que as liberdades civis foram suprimidas e restabelecidos os direitos do latifundários. A oposição cresceu a partir de 1944, e, em 1947, liberais e febreristas, com o apoio de parte do exército, sublevaram-se. Embora derrotados, provocaram a renúncia do ditador. Após sucessivos golpes de Estado que levaram ao poder quatro presidentes, inclusive o escritor Juan Natalicio González, o líder do Partido Colorado, Federico Chávez (1949-54), assumiu o governo. Sua administração caracterizou-se pelo alinhamento com o regime de Juan Domingo Perón, na Argentina. Dificuldades econômicas e financeiras, decorrentes do forte processo inflacionário que se seguira à Guerra Civil de 1947, contribuíram para sua deposição.

Governo Stroessner

Ficheiro:Perón y Stroessner.jpg
Juan Domingo Perón e o presidente paraguaio Alfredo Stroessner, em 1954. Foto publicada pelo jornal El Clarín.

Em maio de 1954 o comandante do Exército, general Alfredo Stroessner, tomou o poder, Stroessner fez-se eleger presidente nesse ano e foi reeleito em 1958, 1963, 1973, 1978, 1983 e 1988. Para cada eleição, suspendeu-se por um dia o estado de sítio. Stroessner garantiu seu regime exilando os líderes democráticos, cercando-se de áulicos e controlando diretamente as forças armadas. Aos apelos da Igreja em favor dos presos políticos, reagiu expulsando do país vários sacerdotes. No campo econômico, o Paraguai foi marcado por contrabando e pela inauguração da Usina Hidrelétrica de Itaipu, um projeto brasilo-paraguaio.

Stroessner foi deposto em 3 de fevereiro de 1989 em golpe, liderado pelo general Andrés Rodríguez, que deixou dezenas de mortos. Empossado na presidência, Rodríguez levantou a censura à imprensa, autorizou a volta dos exilados, legalizou organizações políticas, que estavam proibidas e convocou eleições. A 1º de maio foi eleito presidente. Em 1991 assinou em Assunção, junto com os presidentes do Brasil, Argentina e Uruguai, o tratado de criação do Mercado Comum do Sul (Mercosul). Nas eleições presidenciais e legislativas de 9 de maio de 1993, ganhou Juan Carlos Wasmosy, que tomou posse na presidência em 15 de agosto do mesmo ano.

Tentativa de golpe

Juan Carlos Wasmosy, do Partido Colorado, foi eleito presidente em 2009. Investigações sobre a ligação de paraguaios com o narcotráfico internacional e o veto aos protestos de militares, em 1994, geraram conflitos entre Wasmosy e o chefe do Exército, Lino Oviedo, que tentou um golpe, frustrado por manifestações no país e dos demais membros do Mercosul e dos Estados Unidos. Oviedo foi indicado a concorrer à Presidência, mas um tribunal militar o condenou a dez anos de prisão, um março de 1998, pela tentativa de golpe, tornando-o inelegível. Seu substituto. Raúl Cubas, venceu o pleito em maio e libertou Oviedo por decreto. A Corte Suprema declarou ilegal o indulto, mas Cubas ignorou essa posição.

Assassinato

Em março de 1999, o vice-presidente eleito, Luis María Argaña, rival do Oviedo no Partido Colorado, foi morto a tiros em Assunção. Manifestantes exigiram a destituição de Cubas, apontado com Oviedo como mandante do crime. No dia 26, seis manifestantes foram assassinados enquanto pediam a saída de Cubas. Ele renunciou depois e refugiou-se no Brasil. Luis González Macchi, presidente do congresso, assumiu. Em outubro, pistoleiro confessou ter matado Argaña e implicou Oviedo e Cubas no crime. No leste do país, cresceu a tensão entre paraguaios e brasileiros.

Militares se rebelaram em maio de 2000, mas a nova tentativa de golpe fracassou, outra vez por causa da pressão externa. O governo declarou estado de sítio e atribuiu a tentativa de Oviedo, que foi preso por policiais em Foz do Iguaçu e levado para Brasília, onde aguarda extradição.

Escândalo de corrupção

Em 2001, Macchi foi acusado num escândalo de corrupção. A situação se agravou com protestos de camponeses, em Assunção, contra a política econômica do governo. Centenas de milhares de pessoas fizeram manifestações para pedir a saída do presidente, mas a oposição não obteve votos necessários para abrir um processo de impeachment.

Cubas retornou ao país em 2002 e se entregou às autoridades para ser julgado pela morte de seis manifestantes em 1999. É colocado em prisão domiciliar. A ala oviedista deixou o Partido Colorado e fundou União Nacional dos Cidadãos Éticos (Unace), como objetivo de viabilizar a eleição de Oviedo como presidente.

A Câmara paraguaia aprovou, em dezembro, o início do processo de impeachment contra Macchi por desvio de 16 milhões de dólares de fundos estatais e uso de automóvel roubado. Em fevereiro de 2003, o pedido de impeachment obteve o voto de 25 dos 45 senadores, mas foi rejeitado, pois seriam necessários dois terços (30 senadores).

Nicanor Duarte Frutos

Ficheiro:Paraguay.NicanorDuarte.02.jpg
O ex-presidente do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos.

O colorado Nicanor Duarte Frutos foi eleito presidente em abril de 2003, com 37% dos votos. Em segundo lugar ficou Julio César Franco, do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), com 24%. Os colorados mantiveram a maioria no Congresso, mas com menos força: o número de deputados do partido caiu de 45 para 37 e o de senadores de 24 para 16. O PLRA elegeu 21 deputados e 12 senadores. Em agosto, Duarte tomou posse, em meio à grave crise econômica. Fora da Presidência, Macchi foi proibido pela Justiça de sair do país, onde deve responder às acusações de corrupção.

Em 2004, Oviedo regressou à nação e foi preso ao desembarcar em Assunção. Seus advogados alegaram que a condenação foi ilegal e deve ser anulada pela Corte Suprema.

Cooperação militar

O Congresso aprovou, em julho de 2005, a presença de tropas americanas no país até dezembro de 2006, como parte de acordo de cooperação militar com os Estados Unidos. O acordo, porém, gerou especulações sobre a instalação de uma base militar norte-americana na região do Chaco, próximo à Tríplice Fronteira entre Paraguai, Brasil e Argentina. Os governos de Assunção e Washington negaram.

Em novembro, o presidente Duarte anunciou planos de mudar a Constituição para concorrer a um segundo mandato. A oposição e os membros do próprio partido governista rejeitaram a proposta. Por considerá-la ilegal, entraram com pedido de impeachment contra o presidente. Na Câmara dos Deputados, a iniciativa recebeu 39 votos, menos do que os 53 necessários, e foi rejeitada.

Protesto

Em março de 2006, milhares de paraguaios saíram às ruas, na maior manifestação popular dos últimos anos, contra a tentativa de Duarte de concorrer a novo mandato. Em junho, o ex-presidente Macchi foi condenado a seis anos de prisão por desvio de recursos públicos. Em setembro, morreu em Brasília o ex-ditador Alfredo Stroessner.

Fernando Lugo

O presidente do Paraguai, Fernando Lugo.

Em 20 de abril de 2008, Fernando Lugo foi eleito o novo presidente do Paraguai dando fim a quase seis décadas de domíno do Partido Colorado. O ex-bispo católico e teólogo promete realizar uma reforma agrária dentro dos marcos constitucionais, ampliar o sistema de seguridade social do Paraguai e lutar pela soberania energética do país.

Geografia

Ver artigo principal: Geografia do Paraguai

O Paraguai é limitado pela Bolívia a norte e noroeste, o Brasil a leste e nordeste, e a Argentina a sudeste, sul e oeste. Assunção está localizada na margem oriental do rio Paraguai, em frente à boca do seu afluente ocidental primário, o rio Pilcomayo. O rio Paraguai, que corre do norte ao sul, divide o Paraguai em duas regiões geográficas distintas — a Región Oriental (Região Oriental) e a Región Ocidental (Região Ocidental), também chamado o Chaco Boreal.

O Paraguai apresenta três regiões geográficas diferenciadas: o Gran Chaco, o campo e a floresta.

O Chaco é uma extensa planície a oeste do país. Compartilhado com Bolívia e Argentina, caracteriza-se pelo declínio gradual da altitude de noroeste para sudeste. É coberta de pântanos e as inundações são freqüentes na época de chuvas.

O campo ocupa a região central. É formado por morros e vales de serras férteis. As formações vegetais típicas são a savana, as matas de galeria e a vegetação de pântano.

A área de floresta localiza-se em uma planície acidentada. É recortada por morros de baixa altitude — atingem cerca de 700 mm anuais nas cordilheiras de Amambay e Mbaracayú, ambas na fronteira com o Brasil.

A rede hidrográfica tem grande importância para o país. É formada pelos rios Paraná e Paraguai, que delimitam a fronteira natural com o Brasil; pelo Pilcomayo, que nasce na Bolívia e é afluente do Paraguai; e pelos lagos Ypoá, Ypacaraí e Verá.

O clima varia entre o tropical e o subtropical, com temperaturas elevadas e chuvas abundantes durante boa parte do ano.

Regiões geográficas

Ver artigo principal: Regiões do Paraguai

O rio Paraguai divide o país homônimo em duas regiões geográficas: a Região Oriental, na margem esquerda e a Região Ocidental ou Chaco, na margem direita.

Região Oriental

Ver artigo principal: Região Oriental

O relevo da Região Oriental é uma continuação do Planalto Brasileiro, que aí alcança uma altitude média de cerca de 500 metros. Ao sul, a leste e a oeste do planalto, destaca a presença de cadeias de morros ondulados. O terreno torna-se mais baixo e mais plano à medida que se aproxima, a oeste do rio Paraguai, ao sul e a leste do rio Paraná. A região baixa e pantanosa que se estende ao longo do rio Paraguai apresenta uma relativa densidade populacional. No sul do Paraguai, nas proximidades do rio Paraná, as altitudes médias baixam de 60 até 90 metros. Pântanos e florestas verdejantes cobrem essa área.

Região Ocidental

Ver artigo principal: Região Ocidental

A vasta e plana região do Chaco estende da margem direita do rio Paraguai. Essa área, de terras e planícies, coberta por uma vegetação diversificada, corresponde a dois terços do país. Faz parte da região denominada Gran Chaco, formada ainda pelo sudoeste do Brasil, o leste da Bolívia e o norte da Argentina. Na região do Chaco, o terreno eleva-se gradualmente a partir do rio Paraguai, alcançando aproximadamente 300 metros na fronteira ocidental do país. Cerca de 40% dos paraguaios vivem no Chaco. Aí existem sérias dificuldades que deixam os automóveis, os caminhões e os ônibus atolarem nas estradas de terra em dias de chuva e o solo não é tão rico como o solo do Paraguai oriental.

Relevo

Ver artigo principal: Relevo do Paraguai
Imagem de satélite do Paraguai.

O território paraguaio, em sua totalidade, pertence à grande bacia formada pelos rios Paraguai e Paraná. É constituído de planícies, e apenas na região leste aparecem formações montanhosas, de pouca elevação, estruturalmente ligadas ao Planalto Brasileiro.

O rio Paraguai, que corre no sentido norte-sul, divide o país em duas partes bastante distintas. A oeste estende-se o Chaco, uma monótona planície que se eleva imperceptivelmente das margens do rio até o altiplano boliviano. A enorme planície, que ocupa também partes do território da Argentina e da Bolívia, compreende quase dois terços do território paraguaio. A leste do rio Paraguai, o terreno eleva-se suavemente e forma uma região de colinas que, nos pontos mais altos das montanhas de Amambay e Mbaracayú, atingem 700m acima do nível do mar. No sudeste, o terreno volta a descer em direção ao vale do rio Paraná, que em alguns pontos corre pelo planalto de mesmo nome, o que facilitou a construção de represas e usinas hidrelétricas.

Clima

Ver artigo principal: Clima do Paraguai

O clima do Paraguai é, em geral, subtropical, menos em alguns trechos da região do Chaco, com temperatura parecida à do Planalto Central Brasileiro, onde é quente e úmido. O país é cortado pelo trópico de Capricórnio ao centro, próximo a Concepción. A posição central e plana do Paraguai, praticamente em barreiras naturais, favorece os rápidos efeitos dos ventos quentes originários do Equador, e dos ventos frios que vêm da Argentina, causando variações térmicas acentuadas.

No verão, as temperaturas variam entre 26 °C e 33 °C, e no inverno entre 15 °C e 26 °C. A temperatura média é de 23 °C, enquanto que a máxima absoluta de 41 °C e a mínima é de 1 °C. A diferença entre a temperatura média do verão e a do inverno é de 6 °C. Uma das características do clima paraguaio é a alta temperatura sentida no verão, especialmente na região dos campos e do Chaco, e o frio intenso que ocorre no período do inverno.

São muito freqüentes e quase sempre abundantes as chuvas no território paraguaio. O tamanho do país tem influência na quantidade de chuvas, acentuando a estação seca especialmente na fronteira com Bolívia e Argentina. Pode-se considerar bem elevado o índice de chuvas no Planalto do Paraná, com 2.000 mm anuais. Na capital, Assunção cai para 1.300 mm e no Chaco para 800 mm. Os meses de concentração das chuvas são dezembro, janeiro e fevereiro, caindo durante os meses de inverno.

Hidrografia

Ver artigo principal: Hidrografia do Paraguai
Paisagem do rio Paraguai.

Três grandes rios convergem para o sul do país: o Pilcomayo, o Paraná e o Paraguai. Este último nasce no Brasil, atravessa extensas planícies de aluvião e divide o país em duas partes, oriental e ocidental. Em frente a Assunção, recebe o Pilcomayo, que, procedente da Bolívia, corre de noroeste a sudeste através do Grande Chaco. Embora caudaloso, o Pilcomayo é de regime muito irregular e, na estação seca, o fluxo de suas águas chega a interromper-se em algumas zonas pantanosas.

Também o rio Paraguai registra oscilações de caudal, mas é navegável em todo seu trecho paraguaio. Seus afluentes da margem ocidental, provindos do Chaco, só correm na estação chuvosa. Embora mais curtos, os da margem oriental, como o Apa, o Aquidabán, o Ypané, o Jejuí e o Tebicuary são de regime mais regular.

O Paraná, procedente do Brasil, é navegável em quase todo seu percurso no país e suas águas, represadas em vários pontos, alimentam a Usina Hidrelétrica de Itaipu. Em sua margem paraguaia, recebe o Monday e o Acaray.

Vegetação

Ver artigo principal: Vegetação do Paraguai
Paisagem do Chaco no Paraguai.

O território do Paraguai tem três regiões com vegetação característica em função da diferença na precipitação pluviométrica. Há florestas, o Chaco e campos. As florestas situam-se na Região Oriental, principalmente nos vales próximos aos grandes rios, onde há madeiras de lei como o urunday, o cedro, o curupay e o lapacho, entre outras. Os campos situam-se na parte central do país, onde há grandes fazendas de criação de gado, que se beneficiam da grande variedade de pastagens naturais, entre as quais muitas gramíneas. Nessa região de campos há também florestas diversas acompanhando as margens dos rios.

Já a região do Chaco é formada por gramíneas e florestas próximas ao rio Paraguai. O quebracho é uma árvore característica da região, de onde se extrai o tanino, de grande valor comercial e vendido especialmente para os mercados estadunidense e britânico. Na regiões mais secas do Chaco há arbustos e cactos gigantes. Em função do clima, tipo de solo e vegetação, o Chaco é considerado uma região inóspita e ocupa cerca de 60% do território do país.

Os campos, que ocupam cerca de 20% da superfície do Paraguai, foram ocupados em primeiro lugar. No entanto, nas últimas décadas as florestas também passaram a ser ocupadas pelos fazendeiros, que implantaram ali extensas plantações de soja, que é exportada, em sua maior parte, através do porto brasileiro de Paranaguá. Milhares de colonos brasileiros se estabeleceram no Paraguai, especialmente nas fronteiras, como donos de fazendas ou trabalhadores rurais.

Fauna

Ver artigo principal: Fauna do Paraguai

A fauna paraguaia, idêntica à do Centro-Oeste brasileiro, inclui a onça, muito freqüente no Chaco, o queixada, o cervo, tatu e tamanduá. Há também muitas espécies de pássaros e aves tropicais, como emas, seriemas, garças, tucanos e papagaios.

Demografia

Ver artigo principal: Demografia do Paraguai
Assunção, capital do Paraguai

A maioria da população paraguaia é integrada por índios guaranis e espanhóis. No final do século XX, o número de habitantes aumentou a uma taxa de 2,6% ao ano. Com o ritmo acelerado de crescimento, a população deve duplicar em um período de 21 anos.

A densidade populacional é considerada baixa (14,1 hab./km²). Existem grandes contrastes de ocupação entre as distintas partes do país: o Chaco é a região mais despovoada. As planícies próximas ao rio Paraná têm densidade moderada.

A porcentagem da população urbana é de 56,7%. Os habitantes concentram-se nas principais cidades do país, como Assunção, Ciudad del Este, San Lorenzo e Fernando de La Mora. A taxa de natalidade é elevada — cada mulher tem em média 3,8 filhos. A taxa de mortalidade infantil é moderada e gira em torno de 26 por mil. A expectativa de vida é de 68,5 anos para homens e de 73 anos para mulheres.

Etnias

Uma jovem menina guarani.

A maioria da população está formada por mestiços, descendentes de índios guaranis e espanhóis. Cerca de 40.000 índios puros habitam as florestas do Chaco Ocidental e do Nordeste. A população do país, que antes da Guerra do Paraguai (1864-70) era de 500.000 habitantes, foi reduzida a menos da metade depois do conflito. A evasão por questões políticas ou econômicas também contribuiu para a baixa densidade demográfica. Existe, porém, uma ampla presença européia, que representa uma grande parte da população, principalmente de espanhóis, alemães, italianos (que têm contribuído a repovoar o país logo da Guerra da Tríplice Aliança). Uma das últimas e importantes correntes imigratórias do país foi a dos menonitas alemães estabelecidos, maiormente, na Região Ocidental.

Segundo as estatísticas do Almanaque Abril, a população do Paraguai é composta dos seguintes grupos étnicos[2]:

Alemães, italianos, japoneses, coreanos, chineses, sírios, árabes, brasileiros e argentinos estão entre as nacionalidades minoritárias que se instalaram no Paraguai.

Idiomas

O guarani é a língua falada por parte significativa da população e, junto com o castelhano, são os idiomas oficiais. O dialeto falado no país é o espanhol rioplatense. Há também dezenas de milhares de falantes puramente indígenas de dialetos guaranis no Paraguai[3].

Idioma guarani

Ver artigo principal: Língua guarani

O idioma guaraní é uma língua da família tupí-guaraní, falada por uns quatro milhões de pessoas (para uns dois milhões das quais é língua materna) em Paraguai (onde é língua oficial), o nordeste de Argentina, o sul do Brasil e o Chaco boliviano. É a língua nativa dos guaranis, um povo autóctone da zona, mas goza de uso extenso ainda fora da etnia. Na América pré-colonial se empregou regularmente por povos que viviam a leste da Cordilheira dos Andes, desde o mar das Antilhas até o Rio da Prata. O guarani é o idioma oficial de Paraguai e é falado pelo 90% da população.

Esta situação se deveria principalmente à originária constituição da sociedade. Como conseqüência da superioridade numérica de falantes do guarani e a relação de parentesco que existia entre espanhóis e indígenas, a língua nativa gozou desde o começo de uma ampla aceitação social. Esta língua era a diária na vida paraguaia e a aceitação social era paralela à do castelhano, em contraste ao que ocorria ou ocorre no resto da América.

Religiões

Basílica da Virgem dos Milagres de Caacupé.

A constituição atual, promulgada em 1992, admite a livre prática de qualquer tipo de religião ou crença. O censo demográfico realizado em 2002 revelou a seguinte estrutura religiosa do país:

Principais cidades

Principais cidades do Paraguai (em população):
Assunção Ciudad del Este San Lorenzo Encarnación Concepción
600.000 240.000 120.000 85.000 75.000

Criminalidade

O Paraguai não divulga o número de detentos. A criminalidade aumentou 29% em 1991. É a capital do contrabando na América Latina. Há tráfico de tudo, de automóveis a cocaína. Pistas de pouso nas florestas são rota para drogas.

Política

Ver artigo principal: Política do Paraguai

O Paraguai é uma república presidencialista, onde o presidente é, ao mesmo tempo, chefe de Estado e de governo. A constituição promulgada em 20 de agosto de 1992 estabelece que o país é uma república baseada na democracia e na divisão dos poderes. O chefe de estado e de governo é o atual presidente Fernando Lugo, tendo como vice-presidente, Federico Franco.

No final da década de 1980, a saúde declinante do general Alfredo Stroessner e com a conseqüente incapacidade de lidar com os golpes de Estado, disputas militares, sucessão e descontentamento econômico levaram o general Andrés Rodríguez em 1989, por meio de um golpe. Sua promessa de estabelecer a democracia foi cumprida em 1993, com as primeiras eleições livres após sessenta anos de governo militar. O Partido Colorado, o velho partido governante de Stroessner, ainda teve apoio suficiente para vencer as eleições para o Congresso e para a presidência. Mas Guillermo Cabalero Vargas representando o Partido Encontro Nacional, um dos expoentes da ideologia do novo mercado, obteve metade dos votos em Assunção.

Poder Executivo

O Palácio de López, em Assunção, é a sede do governo do Paraguai.

O poder executivo é exercido pelo presidente, eleito por sufrágio universal direto para um mandato de cinco anos, sem possibilidade de reeleição. Ao presidente, que é auxiliado pelo vice-presidente, compete nomear os ministros.

O presidente e o vice-presidente são assessorados pelo Conselho de Ministros. O presidente participa da formulação da legislação e a promulga, podendo vetar leis emanadas do legislativo.

O Conselho de Ministros é constituído pelos membros do gabinete, o reitor da Universidad Nacional de Asunción, o presidente do Banco Central do Paraguai e representantes dos seguintes ministérios: agricultura e pecuária; educação e cultura; finanças; relações exteriores; indústria e comércio; interior; justiça; defesa; saúde e bem-estar social; obras publicas e comunicações.

Poder Legislativo

O poder legislativo é bicameral, compreendendo o Senado, (45 membros), e a Câmara dos Deputados, (80 membros); senadores e deputados têm cinco anos de mandato. As eleições para o Congresso se celebram em listas fechadas simultaneamente com a eleição presidencial (não se aplica o voto por cada candidato a deputado ou senador senão por uma lista apresentada por cada partido político). Os deputados se elegem por departamento enquanto os senadores se elegem em nível nacional, ambos para mandatos de cinco anos.

O número de representantes eleitos por cada departamento (divisão administrativa) relaciona-se com a população do departamento. Os senadores são eleitos por todos os eleitores. 2/3 das cadeiras são do partido do governo. 1/3 são divididas proprocionalmente entre as minorias.

Poder Judiciário

O poder judiciário inclui a Corte Suprema de Justiça (nove juízes), as Cortes de Apelação, o Tribunal de Primeira Instância, e os juízes de Arbitragem, de Instrução e de Paz. O Senado e o presidente selecionam seus nove membros sobre a base de recomendações de um conselho de magistrados (Conselho da Magistratura) segundo a atual constituição de 1992.

A Corte Suprema resolve todos os casos que lhe são enviados pelas cortes inferiores. É constituída por um juíz principal e quatro juízes associados. O presidente do país indica os juízes, que cumprem um mandato de cinco anos. cortes de apelação especiais tratam de casos criminais, civis e trabalhistas. As cortes civis lidam com casos comerciais. Os juízes de paz resolvem os casos menores.

Partidos políticos

Os principais partidos políticos são o Partido Colorado ou Associação Nacional Republicana (ANR), o Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), o Movimento Pátria Querida (MPQ), a União Nacional dos Cidadãos Éticos (Unace), o Partido País Solidário (PPS), o Partido Encontro Nacional (PEN) e o Partido Pátria Livre (PPL).

Política externa

Os principais objetivos do Paraguai são a integração ao Mercosul e a melhoria das relações diplomáticas com os EUA.

Forças armadas

Ver artigo principal: Forças Armadas do Paraguai

O orçamento anual de defesa é de US$ 6,3 milhões de dólares. As alterações nos gastos com defesa aumentaram 38% em 1989. Sob o governo do general Alfredo Stroessner, o exército, com efetivo total de 26 mil homens, tinha 42 generais e 245 coronéis. Em 1992, o chefe do exército e outros altos oficiais foram demitidos devido escândalo envolvendo contrabando de automóveis.

Símbolos nacionais

Bandeira

Ver artigo principal: Bandeira do Paraguai
Proporções da bandeira: 3:5
Bandeira do Paraguai (reverso). Proporções: 3:5

A bandeira do Paraguai foi adaptada em 1842. Os emblemas e as proporções têm variado com o tempo.

A bandeira tem três listras coloridas em vermelho, branco e azul. As cores foram influenciadas pela tricolor francesa, que é um símbolo de libertação. O simbolismo das cores é muito rico para o povo paraguaio. O vermelho simboliza patriotismo, coragem, heroísmo, igualdade e justiça; o branco simboliza pureza, firmeza, união e paz; o azul simboliza tranquilidade, amor, conhecimento, verdade e liberdade.

Os emblemas dos dois lados da bandeira são diferentes. No anverso consta de uma estrela amarela de cinco pontes disposta no interior de uma grinalda verde encimada pelas palavras Republica de Paraguay. A estrela de Maio representa a data da independência, 14 de Maio de 1811. Na parte de trás da bandeira desenha-se o Selo do Tesouro do Paraguai: um leão com o barrete vermelho da liberdade no topo de uma vara. O Selo do Tesouro é o símbolo da defesa da liberdade nacional, que é representada pelo leão guardando o barrete frígio.

Brasão de armas

Ver artigo principal: Brasão de armas do Paraguai

O brasão de armas do Paraguai foi criado pelo Dr. José Gaspar Rodríguez de Francia.

Sua forma é redonda e leva no centro uma estrela de ouro de cinco pontas, rodeada por dois ramos, um de palma e outro de oliva de forma semicircular cada um e unidos na parte inferior por uma cinta com as cores nacionais que forma um laço. Bordeando os ramos, em letras maiúsculas mostra a inscrição: República del Paraguay que é a denominação oficial do país.

Em 1820 apareceu em documentos oficiais o primeiro escudo pátrio que logo se utilizou na bandera tricolor.

O brasão de armas reverso do Paraguai mostra um leão abraçando uma vara com o barrete frígio e circundado pelo lema Paz y Justicia.

Hino

O hino nacional do Paraguai é Paraguayos, República o Muerte. A letra foi escrita por Francisco Acuña de Figueroa (que também escreveu "Orientales, la Patria o la tumba", o hino nacional do Uruguai) sob presidência de Carlos Antonio López. O hino foi oficialmente terminado por Figueroa em 20 de maio de 1846.

Subdivisões

Ver artigo principal: Subdivisões do Paraguai

Departamentos

Administrativamente, o país divide-se em 17 departamentos e uma capital. Cada departamento é administrado por um governador. Os departamentos estão divididos em distritos. Até 1991 o governo central marcou governadores departamentais e os prefeitos locais, mas em maio as eleições municipais diretas daquele ano foram mantidas pela primeira vez. A constituição de 1992, em outra inovação, preparou-se para as eleições de um governador e um conselho departamental de cada departamento, também para ser mantido a cada cinco anos.

Durante a ditadura de Alfredo Stroessner, o exército estava encarregado da administração de Boquerón e Alto Paraguay, na região do Chaco.

Distritos

A unidade de governo local é o distrito, governado pela junta municipal e pelo prefeito. Os distritos estão subdividem-se em partidos e os partidos em compañias.

Os eleitores escolhem conselhos para governar os distritos. Os chefes de polícia, indicados pelo governo nacional, mantêm a lei nos partidos e nas compañias. Assunção, a capital, forma o distrito federal, com administração própria.

Economia

Ver artigo principal: Economia do Paraguai
Ficheiro:100000guarani.jpg
Nota de 100.000 guaranis de 2004.

A economia paraguaia baseia-se em produtos agropecuários e florestais, que representam 75% das exportações. Entre os recursos agrícolas destacam-se a cana-de-açúcar, o algodão, a soja e o tabaco. O país também produz cereais, milho, erva-mate e mandioca, base tradicional da alimentação dos habitantes. A pecuária é muito desenvolvida. Em ordem de importância, conta com a criação de bovinos, suínos e ovinos. As principais espécies de madeiras florestais de exportação são o quebracho, o mogno, a nogueira e o cedro.

O Paraguai possui indústrias de erva-mate, cervejeira, alimentícia, de tabaco, de rum e álcool, de preparação de carnes e couros e ligada à exportação de tanino óleo de soja, de parket e lâminas de madeiras. Seus complexos hidrelétricos, como a Usina Hidrelétrica de Itaipu (co-financiada com o Brasil), fornecem um índice de cobertura energética de 175,2% — bem acima do consumo interno, porém tem também a Usina del Acaray em Hernandarias e a Usina de Yacyreta que está sendo construída em parceria com a Argentina. Os cursos fluviais dos rios Paraná e Paraguai funcionam como vias de comunicação. Dos países vizinhos importa principalmente maquinaria, materiais de construção e produtos têxteis e químicos.

Exporta eletricidade — os rendimentos cobrem as importações de petróleo. O país é auto-suficiente em trigo e em outras matérias-primas alimentícias. Grande dependência da agricultura (a atividade responde por 50% do PIB e 90% das exportações). Poucos minérios. Totalmente cercado de terra e dependente do crescimento dos vizinhos.

Setor primário

Agricultura, pecuária, pesca e silvicultura

Silos e plantação de soja.

A metade da população ativa do Paraguai dedica-se ao setor primário, embora só uma pequena porção das terras aráveis seja cultivada. Os produtos mais importantes são mandioca, milho, cana-de-açúcar, soja, banana, algodão e, em menor escala, arroz, café, fumo, erva-mate e sementes oleaginosas. A cultura da soja experimentou grande crescimento em regiões do Alto Paraná e Itapúa, a ponto de converter o Paraguai em um dos principais exportadores mundiais do produto.

Há criação de porcos, carneiros, cavalos e aves, a do gado bovino tem importância maior. Este é criado extensivamente no Chaco oriental e no sul do país. Os grandes rios são muito piscosos, mas a pesca é praticada apenas de maneira artesanal. A exploração florestal aproveita numerosas espécies tropicais de madeira dura, como o quebracho-branco, de que se extrai o tanino.

Mineração

O país tem reservas de manganês, cobre, feldspato, mica, talco, pirofilita (pedra dura que contém ferro) e ocre. Mas a mineração é a atividade econômica menos desenvolvida. O grande potencial hidrelétrico, porém, está sendo explorado.

Setor secundário

Indústria

O setor industrial paraguaio é pouco desenvolvido. Em sua maior parte compõe-se de fábricas transformadoras de produtos agrícolas e florestais, para a elaboração de óleos vegetais, tecidos de algodão, açúcar, bebidas alcoólicas, produtos têxteis e artigos de couro.

Setor terciário

Finanças e comércio

O sistema financeiro do país é dominado pelo Banco Central do Paraguai, emissor do guarani, a moeda nacional. O Banco Nacional de Fomento e o Banco de Desenvolvimento do Paraguai dirigem prioritariamente suas atividades para a criação e manutenção de novas indústrias e atividades agrícolas. Além da eletricidade, os principais produtos de exportação são a soja, algodão, óleos vegetais, carne e produtos florestais. Argentina, Brasil e países da Europa Ocidental são os principais compradores.

Riqueza

Bens de consumo

O salário ganho por um assistente de cozinha é de 30 mil guaranis por mês.

Turismo

Ver artigo principal: Turismo no Paraguai
Turismo rural.

O Paraguai recebe 280.454 visitantes por ano. O número de visitantes aumentou 1% em 1990. O turismo é fraco — exceto quanto ao grande número de brasileiros e argentinos que cruzam a fronteira todos os dias para comprar, em Ciudad del Este, produtos eletrônicos originários do Extremo Oriente.

Assunção, com suas flores e ruas arborizadas, oferece várias atrações aos turistas de outros países que visitam o Paraguai. O jardim botânico da cidade no subúrbio de Trinidad, possui muitas espécies de plantas e flores.

Um centro de lazer muito freqüentado é o lago Ypacaraí, próximo a Assunção, muito concorrido nos períodos de férias e nos finais de semana. Da cidade de Encarnación partem excursões para as ruínas das missões jesuíticas, construídas entre o século XVII e o século XVIII. Caçadores do mundo inteiro caçam animais selvagens na região do Chaco.

Infra-estrutura

Energia

Vista aérea da Usina Hidrelétrica de Itaipu, a maior do mundo.

Pobre de jazidas minerais, o país importa derivados de petróleo. A energia elétrica, que até o final da década de 1960 era obtida em centrais térmicas, com a queima de madeira e de óleo, experimentou a seguir um extraordinário incremento de produção, graças ao aproveitamento hidrelétrico da bacia do Paraná. A represa de Itaipu, uma das maiores do mundo, forma um grande lago artificial entre o Paraguai e o Brasil para alimentar a usina hidrelétrica do mesmo nome. Sua construção resultou de um tratado assinado em 1973.

Paraguai e Brasil dividem a energia ali produzida e a limitação do mercado paraguaio permite ao país exportar uma parte de sua quota de volta para o Brasil. Outros importantes projetos hidrelétricos são os de Yacyretá-Apipe e de Corpus, em conjunto com a Argentina, também no alto Paraná.

Transportes

Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi.

A rede fluvial paraguaia determinou historicamente as comunicações internas e externas do país, mas na segunda metade do século XX os transportes terrestres e aéreo experimentaram enorme desenvolvimento. Quatro grandes rodovias se entroncam em Assunção. Uma delas atravessa o Chaco até a fronteira boliviana, outra atravessa o rio Paraguai até a margem argentina, onde se liga à estrada para Buenos Aires. Uma terceira vai até Encarnación, no sul, e a última une a capital ao leste, e cruza o rio Paraná na ponte da Amizade, para em seguida juntar-se à estrada que atravessa o território brasileiro até o porto de Paranaguá (PR), por onde é escoada grande quantidade das exportações paraguaias.

A ferrovia Presidente Carlos Antonio López une Assunção a Encarnación e se liga à rede ferroviária argentina por meio de um ferry-boat que cruza o Paraná. Os rios Paraguai e Paraná são sulcados por barcos mercantes e de passageiros. Do Aeroporto Internacional de Assunção partem linhas aéreas para as principais cidades do país e para o exterior.

Comunicações

Os sete jornais do país são publicados em Assunção. A capital conta também com livrarias e algumas editoras. A maioria dos telefones do Paraguai estão instalados em Assunção, e este trabalho é realizado sob responsabilidade da Copaco (Comunicaciones del Paraguay). Serviços de telégrafo, radiotelégrafo e radiotelefone colocam em comunicação as cidades.

A mídia é, em geral, financiada por partidos políticos. Floresceu após a queda de Stroessner, publicando casos de corrupção e de abusos contra direitos humanos, mas hoje não se concentra em casos investigativos.

Liberdade de imprensa

A imprensa é livre em teoria: jornais proscritos foram reabertos, mas há casos recentes de jornalistas baleados e agredidos.

Jornais
Canais de televisão
Estações de rádio

Saúde

A taxa de médicos é de 1 por 1.007 habitantes. As principais causas de morte dos paraguaios são doenças cardíacas, respiratórias, parasitárias e câncer. Metade dos leitos hospitalares fica em Assunção.

Educação

Ver artigo principal: Educação no Paraguai

A educação no Paraguai é gratuita e obrigatória dos 7 aos 13 anos. As escolas do Paraguai possuem uma média de 700 horas de aula anuais, enquanto em países como o Chile esse valor é de 1.500. Ainda assim, as crianças passam muito menos tempo na escola do que as crianças dos outros países da América do Sul.[4]

O reduzido número de escolas impede que muitos jovens estudem, a taxa de desistência permanece alta, e quase sempre as crianças têm que trabalhar no campo para cuidar de suas famílias.[4]

Cultura

Carreta tradicional.

A característica marcante da cultura paraguaia é a persistência da tradição guarani, entrelaçada com a hispânica. Embora as publicações em guarani sejam numerosas, a maioria da população conhece os dois idiomas. O guarani é empregado como linguagem doméstica e o espanhol na vida oficial e comercial.

Duas universidades encarregam-se da educação superior: a Nacional de Assunção, fundada em 1890, e a Católica, em 1960. A maioria dos católicos professa o catolicismo, mas outros cultos são tolerados. As principais instituições culturais do país estão na capital: a Academia Nacional de Belas-Artes, o Conservatório Nacional de Música, a Orquestra Sinfônica de Assunção, a Biblioteca Nacional e o Museu de História Nacional e Etnografia. São famosas as qualidades melódicas da música popular paraguaia, que em vez da influência africana manteve traços da cultura guarani, particularmente as guarânias, acompanhas por violão e de ritmo dolente.

O isolamento do país durante boa parte do século XIX não foi propício ao desenvolvimento literário. Guerras cruentas motivaram uma literatura de exacerbado nacionalismo e os autores que divergiam essa linha eram ignorados ou tachados de derrotistas, o que levou muitos deles a abandonarem o país. Só na década de 1940 surgiu o primeiro grupo poético coerente, com obra reconhecida, Óscar Ferreyro e Augusto Roa Bastos, entre outros autores. Em 1952, Gabriel Casaccia publicou em Buenos Aires La babosa (A lesma), primeiro grande romance de um autor paraguaio. Outros romancistas surgidos mais tarde foram Jorge Rodolfo Ritter e Juan Bautista Matto.

As missões jesuíticas instaladas no Paraguai do início do século XVII até 1767 cobriram o país de notáveis obras arquitetônicas, a maioria dos quais, no entanto, foram reduzidas a ruínas. Outras sobrevivem e permitem apreciar o esplendoroso desenvolvimento, na região do barroco colonial.

Mitologia

Ver artigo principal: Mitologia guarani

Música

Ver artigo principal: Música do Paraguai
Fachada Teatro Municipal de Assunção

Sendo o único país da América do Sul onde a maioria dos habitantes fala o idioma da origem nativa, sua música é totalmente de origem européia.

Entre os séculos XVII e XVIII, os jesuítas notaram que os guaranis sentiam afinidade musical, e em sua missões os nativos se interiorizavam na música européia.

Os instrumentos mais populares são o harpa e a viola. O harpa paraguaia teve muita difusão e é conhecida em muitos países do mundo.

Seus gêneros são a canção paraguaia, ou purajhei e a guarânia, caracterizada por uma canção lenta desenvolvida por José Asunción Flores.

Para a dança existem umas vivas polcas e polcas galopadas. A polca é uma dança de casais, enquanto as galopas são dançadas por um grupo de mulheres chamadas galoperas que giram formando um círculo, balançando-se de uma lado a outro um cântaro ou um vaso em suas mãos, a polca galopada mais famosa é a galopera.

Outra variante é a dança da garrafa, onde a principal bailarina dança até com 10 garrafas na cabeça uma sobre outra. Também estão os valseados, uma versão local das valsas, como por exemplo El Chopí, Santa Fe, Taguató, Golondrina, etc.

Um dos mais conhecidos expoentes da música paraguaia foi Luis Alberto del Paraná, quem realizou variadas giras por Europa e o resto do mundo por mais de 30 anos.

O Conservatório Nacional de Música oferece 27 matérias, aos alunos de diversas especialidades musicais que vão desenvolvendo ao longo de 7 e 10 anos de estudos, culminando sua carreira segundo o instrumento eleito como ser: instrumentos clássicos em general, canto e instrumento popular. Conta com várias agrupações orquestales acadêmicas como: A Orquestra Sinfônica Acadêmica Nacional, Banda Sinfônica Nacional, Orquestra Sinfônica da Cidade de Asunción, Orquestra Folclórica José A. Flores, Camerata Lara Bareiro, Orquestra de Jazz, Orquestra Sinfônica Infantil e coro de meninos, Coro Polifônico.

Uma das conquistas mais importantes é a criação da Orquestra Sinfônica Nacional (OSN), com rubro diferente, é uma agrupação que se desembrulha dentro da instituição. Seus integrantes foram admitidos através de uma audição internacional, com participação de 270 postulantes de todo o país, concurso onde os alunos sobressalentes do Conservatório Nacional de Música se impuseram com uma maioria do 70% dos 112 postos da orquestra; uma das orquestras mais numerosas da América do Sul.

O avanço conseguido nos últimos 7 anos é extraordinário, se poderia dizer que com a concretização deste projeto, gradualmente se vai mudada a história da música no Paraguai. No ano 2005 se solidifica ainda mais o Conservatório Nacional de Música com a criação da filial de Itaugua, uma nova dependência com um rubro aparte concedido pelo Parlamento no orçamento geral da nação, esta nova dependência com 200 alunos se adota a mesma disciplina, o programa e o sistema de ensino. Convergem ali alunos de diferentes cidades do país como: San Bernardino, Paraguarí, Pirayú, Itá, San Lorenzo, Carapeguá, Piribebuy.

Artesanato

Ver artigo principal: Artesanato do Paraguai
Mulher guarani vendendo seu artesanato.

Algumas da cidades e povos do Paraguai se caracterizam pelo tipo de artesanato que produzem.

A diversidade de culturas no Paraguai permite um desenvolvimento constante e expansivo dos artesanatos. Da tradição indígena brotam belos trabalhos em fibras naturais, madeiras nobres, sementes, plumas e outros materiais naturais. Tapeçarias, canastras, colares e outros artigos de excelente terminação.

O artesanato paraguaio oferece também delicados têxteis tais como o bordado conhecido como aho poí, o encaixe chamado ñandutí, joalheria em filigrana de ouro e prata, copos de corno talhado, redes, cobertores, talhas de madeira, objetos de cerâmica e infinidade de outros artigos nos que se destacam a criatividade e a destreza dos artesãos.

Literatura

Ver artigo principal: Literatura do Paraguai
O lago Ypacaraí

Paraguai foi terra de numerosos poetas, em especial em língua guarani. Destacam-se com suas poesias nesta língua (em ordem cronológica) Natalicio de María Talavera, Narciso R. Colmán, Juan E. O'Leary, Ignacio A. Pane, Marcelino Pérez Martínez, Julio Correa, Francisco Martín Barrios, Emiliano R. Fernández, Manuel Ortiz Guerrero, Félix Fernández, Darío Gómez Serrato, Miguel G. Fariña, Manuel D. Cardozo, Matías Nuñez González, Deidamio González, Hérib Campos Cervera, Enrique E. Gayoso, Emilio Bobadilla Cáceres, Mauricio Cardozo Ocampos, Mariano Celso Pedrozo, Gumersindo Ayala Aquino, Meneleo Zonza Coronel, José Asunción Cunha, Francisco Cristaldo, Julián Bobadilla, Carlos Miguel Jiménez, Julián Paredes, Crispiniano Martínez González, Teodoro Salvador Mongelós, Clementino Ocampos, Cecilio Méndez, Pedro Azinheira Ramos, Rubén Darío Gramas (Tatajyva) e Gabino Ruíz Díaz Torales (Rudi Torga)

Ainda que o Paraguai das últimas décadas não foi solo propício para a criação artística em geral, a poesia sempre foi o gênero literário mais prolífico das letras paraguaias. Se por "poesia atual" entendemos a produzida a partir da década de 1960 (i.e., 1960-presente), então o meio temporário do aqui incluso como "poesia paraguaia atual" abarca quase trinta anos de governo dictatorial (ditadura de Stroessner, 1955-1989) e mal dezessete anos de transição democrática (1989-presente).

A situação política, econômica e cultural resultante, bem como também as censuras e autocensuras vigentes durante dita ditadura afetaram significativamente, tanto em quantidade como em qualidade, a produção poética interna. As detenções arbitrárias, a perseguição ideológica e a repressão política imperantes levaram ao exílio a quase um milhão de paraguaios (um terço da população) e, entre eles, a muitos escritores e artistas.

A literatura do Paraguai se construiu mais com as contribuições dos exilados que com as dos escritores que viveram na pátria. Efetivamente, os dois poetas paraguaios de maior renome internacional, Hérib Campos Cervera (1905-1953) e Elvio Romero (1926-2004), escreveram praticamente toda sua obra no exílio, ambos em Buenos Aires. Considerado o poeta mais importante da promoção de 1940, Campos Cervera é também um dos três escritores de dito grupo (com Josefina Plá e Augusto Roa Bastos) que maior influência tiveram na literatura paraguaia contemporânea.

O criacionismo, movimento poético fundado pelo chileno Vicente Huidobro, cuja doutrina proclama a total autonomia do poema. Segundo dados do pesquisador e crítico Raúl Amaral, em nosso país a informação sobre esta tendência literária está contida num artigo publicado pelo escritor paraguaio Federico García (1892-1923) em El Liberal.

Teatro

Ver artigo principal: Teatro do Paraguai
A cidade de Encarnación, vista do lado argentino.

Durante a primeira metade do século, a história do teatro paraguaio não conta com muitos nomes que tenham transcendido as fronteiras nacionais, com a possível exceção de Josefina Plá quem, além de ser autora e co-autora (com Roque Centurión Miranda) de várias obras teatrais, está entre os críticos que mais estudaram o teatro paraguaio.

Como em outros países da América Latina, razões de ordem histórico-político e econômico-social explicam parcialmente o fato de que o teatro tenha sido, e continue sendo, o gênero menos fecundo da literatura paraguaia. No caso específico do Paraguai, a instabilidade política das primeiras décadas unida a uma guerra internacional, a "Guerra do Chaco" contra a Bolívia, de (1932-1935), uma terrível guerra civil (a Revolução de 1947) e uma das duas ditaduras mais longas que registra a história do continente americano até a data (a do general Alfredo Stroessner (1955-1989); a outra é a de Fidel Castro, (1959-2008). Esses três períodos históricos têm um impacto negativo direto tanto na quantidade como na qualidade da produção teatral deste século.

No entanto, durante as duas décadas que precedem à Guerra do Chaco surge um interesse teatral antes inexistente e numerosos autores estreiam dramas e comédias de caráter predominantemente popular, entre eles Eusebio A. Lugo (1890-1953), Pedro Juan Caballero (1900-1946), Facundo Recalde (1896-1969) e José Arturo Alsina (1897-1984), o mais célebre do grupo.

Não obstante ter nascido na Argentina, Alsina viveu no Paraguai desde muito menino e sua obra dramática é netamente nacional ainda que algumas de suas peças refletem influências do teatro europeu. De enorme significação cultural para um país bilingue como o Paraguai é a produção teatral de Julio Correa, autor de grande mérito e iniciador, na década do 30, do teatro em guaraní em obras inspiradas no contexto histórico-político desses anos, e em particular na Guerra do Chaco. Outros representantes do teatro em guaraní dessa época são Francisco Martín Bairros, Roque Centurión Miranda e Luis Ruffinelli.

A atividade teatral paraguaia conta com o apoio do Ateneu Paraguaio e da Escola Municipal de Arte Cênica de Asunción, fundada por Centurión Miranda em 1948. Além dos dramaturgos já mencionados, entre os nomes que também ocupam um lugar significativo dentro do teatro paraguaio contemporâneo devem figurar, entre outros: os autores e críticos José Luis Appleyard, Ramiro Domínguez e Ezequiel González Alsina; o ator, autor e ensaísta Manuel E. B. Argüello; e mais recentemente, o crítico e diretor Agustín Núñez e a dramaturga e roteirista teatral Gloria Muñoz, quem encenassem (sob a direção daquele e a adaptação teatral desta), com grande sucesso de público (1991), uma versão teatral de Eu o Supremo (1974), a novela mais conhecida de Augusto Roa Bastos.

Esporte

Ver artigo principal: Esporte do Paraguai

O esporte mais praticado e mais popular é o futebol. A seleção do Paraguai é uma das mais fortes do continente sendo duas vezes campeã da Copa América em 1953 e em 1979 e obteve uma medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 2004 sendo a única do país até o momento e participou sete vezes na Copa do Mundo. Depois do futebol o esporte com mais aficionados é o rali cujo evento mais tradicional é o Trans-Chaco Rally que se disputa desde 1971, outros esportes praticados são o rugby, o basquete, o golfe e o tênis, sendo os principais representantes destes dois últimos Carlos Franco e Víctor Pecci respectivamente.

Feriados

Ver artigo principal: Feriados nacionais no Paraguai
Feriados
Data Nome em português Nome local (em espanhol) Observações
1 de janeiro Ano Novo Año Nuevo
6 de janeiro Dia dos Reis Día de los Reyes
3 de fevereiro Dia do Patrono do Paraguai Dia del Patrono del Paraguay
1 de março Dia dos Heróis Día de los Héroes
(varia) Quinta e Sexta-feira Santa Jueves y Viernes Santo
1 de maio Dia dos Trabalhadores Dia de los Trabajadores
15 de maio Dia da Independência Dia de la Independencia
12 de junho Dia da Paz no Chaco Dia de la Paz del Chaco
14 de agosto Dia da bandeira Día de la Bandera
15 de agosto Fundação de Assunção Dia de la Fundación de Asunción Aniversário da capital nacional
16 de agosto Dia das crianças Día de los Niños Crianças ficam em casa
29 de setembro Dia da Batalha de Boquerón Dia de la Batalla de Boquerón
8 de dezembro Dia da Virgem de Caacupé Dia de la Virgen de Caacupé
25 de dezembro Natal Navidad Celebração do nascimento de Jesus Cristo na religião cristã.

Ver também

Referências

Bibliografia

  • Enciclopédia Barsa. São Paulo: Encyclopædia Britannica do Brasil Publicações, 1994. v. 12, p. 74-76.
  • Enciclopédia Delta Universal. Rio de Janeiro: Delta, 1986. v. 11, p. 6062-6063.
  • Nova Enciclopédia Barsa: Macropédia. São Paulo: Encyclopædia Britannica do Brasil Publicações, 1998. v. 11, p. 113-118.

Ligações externas

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