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Acre: diferenças entre revisões

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Somente em 1877 teve início no Acre — que naquela época pertencia à Bolívia — a chegada da quase totalidade dos migrantes que, oriundos do [[Região Nordeste do Brasil|Nordeste do Brasil]], mais precisamente do [[Ceará]], colonizaram a região para buscar a borracha que se encontrava na [[Floresta Amazônica]].<ref group="nota">No ano de 1877 o nordeste brasileiro sofria com as consequências da seca. Muitos nordestinos, principalmente do Ceará, foram estimulados a migrarem para o Acre, para assim trabalharem na extração do látex.</ref> Nas últimas décadas do [[século XIX]], moravam cinquenta mil [[brasileiros]] na região.<ref name="Enciclopédia Delta Universal 52"/> Os seringueiros, lutaram com as tropas para realizar a ocupação da região e, em 1903, ao lado do último líder da [[Revolução Acriana]], o [[Rio Grande do Sul|gaúcho]] [[José Plácido de Castro|Plácido de Castro]], foram os autores da proclamação do [[Estado Independente do Acre]].<ref name="Revolução Acriana">{{citar web|url=http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/revolucao-acreana-bolivia-e-brasil-disputam-o-acre.htm|título=Revolução Acriana: Bolívia e Brasil disputam o Acre|autor=Rodrigo Gurgel|data=2011|publicado=UOL Educação|acessodata=11 de novembro de 2011}}</ref> Então, a região foi ocupada militarmente pelo [[governo brasileiro]] e depois o Brasil estabeleceu diálogo diplomático com a Bolívia.<ref name="Revolução Acriana"/> Em consequência, o Brasil assumiria o controle do Acre.<ref name="Revolução Acriana"/>
Somente em 1877 teve início no Acre — que naquela época pertencia à Bolívia — a chegada da quase totalidade dos migrantes que, oriundos do [[Região Nordeste do Brasil|Nordeste do Brasil]], mais precisamente do [[Ceará]], colonizaram a região para buscar a borracha que se encontrava na [[Floresta Amazônica]].<ref group="nota">No ano de 1877 o nordeste brasileiro sofria com as consequências da seca. Muitos nordestinos, principalmente do Ceará, foram estimulados a migrarem para o Acre, para assim trabalharem na extração do látex.</ref> Nas últimas décadas do [[século XIX]], moravam cinquenta mil [[brasileiros]] na região.<ref name="Enciclopédia Delta Universal 52"/> Os seringueiros, lutaram com as tropas para realizar a ocupação da região e, em 1903, ao lado do último líder da [[Revolução Acriana]], o [[Rio Grande do Sul|gaúcho]] [[José Plácido de Castro|Plácido de Castro]], foram os autores da proclamação do [[Estado Independente do Acre]].<ref name="Revolução Acriana">{{citar web|url=http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/revolucao-acreana-bolivia-e-brasil-disputam-o-acre.htm|título=Revolução Acriana: Bolívia e Brasil disputam o Acre|autor=Rodrigo Gurgel|data=2011|publicado=UOL Educação|acessodata=11 de novembro de 2011}}</ref> Então, a região foi ocupada militarmente pelo [[governo brasileiro]] e depois o Brasil estabeleceu diálogo diplomático com a Bolívia.<ref name="Revolução Acriana"/> Em consequência, o Brasil assumiria o controle do Acre.<ref name="Revolução Acriana"/>


O governo brasileiro decidiu criar o [[Território Federal do Acre]] em 1904.<ref>{{citar web|URL=http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1900-1909/decreto-5206-30-abril-1904-523162-publicacaooriginal-1-pe.html|título=Decreto n.º 5.206|autor=Francisco de Paula Rodrigues Alves|data=30 de abril de 1904|publicado=Câmara dos Deputados do Brasil|acessodata=30 de outubro de 2013}}</ref> Por força da lei federal n.º 4 070, o [[presidente do Brasil]] [[João Goulart]] elevou o Território Federal do Acre à categoria de [[Estado (subdivisão)|Estado]] em 1962.<ref>{{citar web|url=http://www.agencia.ac.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=9064&Itemid=26|título=Acre comemora elevação à Estado nesta segunda-feira|autor=Agência de Notícias do Acre|data=|publicado=Agência de Notícias do Acre|acessodata=11 de novembro de 2011}}</ref> Foi promovido pela [[borracha]] produzida que o estado tinha sido ocupado e se desenvolveu. A produção de borracha declinou desde 1913.<ref>{{citar web|url=http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=807|título=A Borracha no Acre|autor=Eduardo Carneiro|data=|publicado=Historianet|acessodata=11 de novembro de 2011}}</ref> Porém, ainda em tempos atuais, o Acre é um dos estados brasileiros que mais produzem e exportam borracha (hévea-latex coagulado).<ref>{{citar web|url=http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?c=1613&z=p&o=24|data=2010|publicado=Sistema IBGE de Recuperação Automática|primeiro=|autor=Pesquisa Agrícola Municipal|título=Área plantada, área colhida, quantidade produzida e valor da produção da lavoura permanente}}</ref>
O governo brasileiro decidiu criar o [[Território Federal do Acre]] em 1904.<ref>{{citar web|URL=http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1900-1909/decreto-5206-30-abril-1904-523162-publicacaooriginal-1-pe.html|título=Decreto n.º 5.206|autor=Francisco de Paula Rodrigues Alves|data=30 de abril de 1904|publicado=Câmara dos Deputados do Brasil|acessodata=30 de outubro de 2013}}</ref> Por força da lei federal n.º 4 070, o [[presidente do Brasil]] [[João Goulart]] elevou o Território Federal do Acre à categoria de [[Estado (subdivisão)|Estado]] em 1962.<ref>{{citar web|url=http://www.agencia.ac.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=9064&Itemid=26|título=Acre comemora elevação à Estado nesta segunda-feira|autor=Agência de Notícias do Acre|data=|publicado=Agência de Notícias do Acre|acessodata=11 de novembro de 2011}}</ref> Foi promovido pela [[borracha]] produzida que o estado tinha sido ocupado e se desenvolveu. A produção de borracha declinou desde 1913.<ref>{{citar web|url=http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=807|título=A Borracha no Acre|autor=Eduardo Carneiro|data=|publicado=Historianet|acessodata=11 de novembro de 2011}}</ref> Porém, ainda em tempos atuais, o Acre é um dos estados brasileiros que mais produzem e exportam borracha (hévea-latex coagulado).<ref>{{citar web|url=http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?c=1613&z=p&o=24|data=2010|publicado=Sistema IBGE de Recuperação Automática|ultimo=|primeiro=|autor=Pesquisa Agrícola Municipal|título=Área plantada, área colhida, quantidade produzida e valor da produção da lavoura permanente}}</ref>


A [[altitude]] média de 200 metros, sendo uma [[forma de relevo]] com definição de [[Planalto (geografia)|planalto]] é o relevo dominante da maioria do território acriano.<ref name="Aspectos naturais do Acre">{{citar web|url=http://www.brasilescola.com/brasil/aspectos-naturais-acre.htm|data=|publicado=Brasil Escola|primeiro=|autor=Eduardo de Freitas|título=Aspectos naturais do Acre}}</ref> [[Rio Juruá|Juruá]], [[Rio Purus|Purus]], [[Rio Tarauacá|Tarauacá]], [[Rio Muru|Muru]], [[Rio Envira|Envira]] e [[Rio Xapuri|Xapuri]] são os rios de maior importância do estado.<ref name="Aspectos naturais do Acre" /> As principais atividades econômicas do estado são o trabalho de extrair borracha e [[Castanha-do-pará|castanha]], a [[pecuária]] e a [[agricultura]].<ref>{{citar web|URL=http://www.brasilescola.com/brasil/economia-acre.htm|título=Economia do Acre|autor=Wagner de Cerqueira e Francisco|data=|publicado=Brasil Escola|acessodata=30 de outubro de 2013}}</ref> Com duas horas anteriores ao [[fuso horário]] de [[Brasília]] ([[Distrito Federal (Brasil)|DF]]), nele está localizada a última localidade brasileira a ter visão do sol nascente, na [[Serra da Contamana|serra da Moa]], na [[fronteira]] com a República do Peru. A intensidade do [[extrativismo vegetal]], que tem atingido o ponto mais alto no [[século XX]], constituiu-se em atração para os brasileiros que, vindos de uma variedade de regiões, chegaram ao estado. Misturando tradições vindas da [[Região Sul do Brasil]], de [[São Paulo (estado)|São Paulo]], da [[Região Nordeste do Brasil]] e dos [[povos indígenas do Brasil|grupos étnicos indígenas]], deu-se o surgimento de uma [[culinária]] com muitas diversidades, que põe junto a [[carne-de-sol]] com o [[pirarucu]], peixe característico da região, pratos que acompanham-se com [[tucupi]], molho cujo ingrediente é a [[mandioca]]. O [[transporte]] [[rio|fluvial]], que se concentra nos rios Juruá e [[rio Moa|Moa]], no [[oeste]] do estado, e Tarauacá e Envira, no [[noroeste]], é um dos mais importantes meios de transporte, junto à [[BR-364]], ligando de Rio Branco até Cruzeiro do Sul e que o governo brasileiro recentemente asfaltou e construiu as pontes onde antigamente era preciso atravessar por meio de balsas.<ref>{{citar web|url=http://www.encontraac.com.br/|título=Guia do estado do Acre|autor=|data=|publicado=Encontraac.com,br|acessodata=11 de novembro de 2011}}</ref>
A [[altitude]] média de 200 metros, sendo uma [[forma de relevo]] com definição de [[Planalto (geografia)|planalto]] é o relevo dominante da maioria do território acriano.<ref name="Aspectos naturais do Acre">{{citar web|url=http://www.brasilescola.com/brasil/aspectos-naturais-acre.htm|data=|publicado=Brasil Escola|ultimo=|primeiro=|autor=Eduardo de Freitas|título=Aspectos naturais do Acre}}</ref> [[Rio Juruá|Juruá]], [[Rio Purus|Purus]], [[Rio Tarauacá|Tarauacá]], [[Rio Muru|Muru]], [[Rio Envira|Envira]] e [[Rio Xapuri|Xapuri]] são os rios de maior importância do estado.<ref name="Aspectos naturais do Acre" /> As principais atividades econômicas do estado são o trabalho de extrair borracha e [[Castanha-do-pará|castanha]], a [[pecuária]] e a [[agricultura]].<ref>{{citar web|URL=http://www.brasilescola.com/brasil/economia-acre.htm|título=Economia do Acre|autor=Wagner de Cerqueira e Francisco|data=|publicado=Brasil Escola|acessodata=30 de outubro de 2013}}</ref> Com duas horas anteriores ao [[fuso horário]] de [[Brasília]] ([[Distrito Federal (Brasil)|DF]]), nele está localizada a última localidade brasileira a ter visão do sol nascente, na [[Serra da Contamana|serra da Moa]], na [[fronteira]] com a República do Peru. A intensidade do [[extrativismo vegetal]], que tem atingido o ponto mais alto no [[século XX]], constituiu-se em atração para os brasileiros que, vindos de uma variedade de regiões, chegaram ao estado. Misturando tradições vindas da [[Região Sul do Brasil]], de [[São Paulo (estado)|São Paulo]], da [[Região Nordeste do Brasil]] e dos [[povos indígenas do Brasil|grupos étnicos indígenas]], deu-se o surgimento de uma [[culinária]] com muitas diversidades, que põe junto a [[carne-de-sol]] com o [[pirarucu]], peixe característico da região, pratos que acompanham-se com [[tucupi]], molho cujo ingrediente é a [[mandioca]]. O [[transporte]] [[rio|fluvial]], que se concentra nos rios Juruá e [[rio Moa|Moa]], no [[oeste]] do estado, e Tarauacá e Envira, no [[noroeste]], é um dos mais importantes meios de transporte, junto à [[BR-364]], ligando de Rio Branco até Cruzeiro do Sul e que o governo brasileiro recentemente asfaltou e construiu as pontes onde antigamente era preciso atravessar por meio de balsas.<ref>{{citar web|url=http://www.encontraac.com.br/|título=Guia do estado do Acre|autor=|data=|publicado=Encontraac.com,br|acessodata=11 de novembro de 2011}}</ref>


== Etimologia ==
== Etimologia ==
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{{Artigo principal|História do Acre}}
{{Artigo principal|História do Acre}}


[[Imagem:Fazenda Colorada.jpg|miniatura|upright|[[Geoglifo]]s em terras desmatadas na floresta amazônica do Acre, no [[Brasil]]]]
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Na região do atual estado do Acre, foram encontrados inúmeros [[Geoglifo]]s (estruturas feitas no solo) com idade variável em até 2 100 anos. Pela complexidade, remetem às [[Era pré-colombiana|civilizações pré-colombianas]], demonstrando de elevado grau de conhecimento em várias áreas e domínio de avançadas técnicas de movimentação de terra e água. As últimas escavações fizeram uma descoberta importante em [[Xapuri]]: um buraco de esteio em boas condições foi localizado em um geoglifo de formato redondo, reforçando a tese de que os índios daquela época poderiam ter usado fortificações paliçadas para habitação e segurança.<ref>Agência de Notícias do Acre - http://www.agencia.ac.gov.br/index.php?Itemid=26&id=9715&option=com_content&task=view</ref>
| image1 = Fazenda Colorada.jpg
| caption1 = [[Geoglifo]]s em terras desmatadas na floresta amazônica do Acre, no [[Brasil]].

| image2 = Museu de Sena Madureira 02.jpg
| caption2 = Arfefatos pré-históricos localizam-se no Museu de [[Sena Madureira]], Acre.
}}

Na região do atual estado do Acre, foram encontrados inúmeros [[geoglifo]]s (estruturas feitas no solo) com idade variável em até 2 100 anos. Pela complexidade, remetem às [[Era pré-colombiana|civilizações pré-colombianas]], demonstrando elevado grau de conhecimento em várias áreas e domínio de avançadas técnicas de movimentação de terra e água. As últimas escavações fizeram uma descoberta importante em [[Xapuri]]: um buraco de esteio em boas condições foi localizado em um geoglifo de formato redondo, reforçando a tese de que os índios daquela época poderiam ter usado fortificações paliçadas para habitação e segurança.<ref>Agência de Notícias do Acre - http://www.agencia.ac.gov.br/index.php?Itemid=26&id=9715&option=com_content&task=view</ref>


=== Povoamento inicial ===
=== Povoamento inicial ===
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As [[seca]]s [[Região Nordeste do Brasil|nordestinas]] e o apelo econômico da [[borracha]] — produto que, no fim do [[século XIX]], começava sua trajetória de preços altos nos [[Comércio internacional|mercados internacionais]] — inscrevem-se entre as causas predominantes na movimentação de massas humanas em busca do [[Eldorado]] acriano.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/> As penetrações [[Portugal|portuguesas]] do período colonial já haviam atingido seus pontos máximos no [[Brasil]] durante o [[século XVIII]].<ref>{{citar web|url=http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/expansao-territorial-do-brasil|título=Expansão Territorial do Brasil|autor=Cola da Web|data=2011|publicado=Cola da Web|acessodata=14 de novembro de 2011}}</ref> Consequência inevitável foi a dilatação do horizonte geográfico na direção oeste, atingindo terras de posse [[Espanha|espanhola]], fato que se tornou matéria dos tratados de [[Tratado de Madrid (1750)|Madri]] (1750)<ref>{{citar web|url=http://www.historiabrasileira.com/brasil-colonia/tratado-de-madrid/|título=Tratado de Madrid|autor=Antonio Gasparetto Junior|data=4 de dezembro de 2010|publicado=História Brasileira|acessodata=14 de novembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20121212233639/http://www.historiabrasileira.com/brasil-colonia/tratado-de-madrid/|arquivodata=12 de dezembro de 2012|urlmorta=sim}}</ref> e de [[Tratado de Santo Ildefonso (1777)|Santo Ildefonso]] (1777).<ref>{{citar web|url=http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/tratado-de-santo-ildefonso/|título=Tratado de Santo Ildefonso|autor=Giulianna Oliveira Santos|data=4 de janeiro de 2010|publicado=Info Escola|acessodata=14 de novembro de 2011}}</ref> Ambos os tratados, partindo das explorações feitas por Manuel Félix de Leme nas [[Bacia hidrográfica|bacias]] do [[Rio Guaporé|Guaporé]] e do [[Rio Madeira|Madeira]], estabeleceram como linha divisória das possessões respectivas, na área em questão, os leitos do [[Rio Mamoré|Mamoré]] e do Guaporé até seu limite máximo ocidental, na margem esquerda do [[Rio Javari|Javari]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57">{{citar enciclopédia|ano=1998 |título=Acre: História |enciclopédia=Nova Enciclopédia Barsa |publicado=Encyclopædia Britannica do Brasil Publicações Ltda |local=São Paulo |páginas=57|edição=volume 11 |id=}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.scielo.br/pdf/anaismp/v17n2/11.pdf|título=A viagem de José Gonçalves da Fonseca e a cartografia do rio Madeira (1749‑1752)|autor=André Ferrand de Almeida|data=2009|publicado=The Scientific Electronic Library Online|acessodata=14 de novembro de 2011}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.rondoniagora.com/noticias/a-formacao-do-territorio-de-rondonia.htm|título=A formação do Território de Rondônia|autor=Rondônia Agora|data=13 de novembro de 2009|publicado=Rondônia Agora|acessodata=14 de novembro de 2011}}</ref>
As [[seca]]s [[Região Nordeste do Brasil|nordestinas]] e o apelo econômico da [[borracha]] — produto que, no fim do [[século XIX]], começava sua trajetória de preços altos nos [[Comércio internacional|mercados internacionais]] — inscrevem-se entre as causas predominantes na movimentação de massas humanas em busca do [[Eldorado]] acriano.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/> As penetrações [[Portugal|portuguesas]] do período colonial já haviam atingido seus pontos máximos no [[Brasil]] durante o [[século XVIII]].<ref>{{citar web|url=http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/expansao-territorial-do-brasil|título=Expansão Territorial do Brasil|autor=Cola da Web|data=2011|publicado=Cola da Web|acessodata=14 de novembro de 2011}}</ref> Consequência inevitável foi a dilatação do horizonte geográfico na direção oeste, atingindo terras de posse [[Espanha|espanhola]], fato que se tornou matéria dos tratados de [[Tratado de Madrid (1750)|Madri]] (1750)<ref>{{citar web|url=http://www.historiabrasileira.com/brasil-colonia/tratado-de-madrid/|título=Tratado de Madrid|autor=Antonio Gasparetto Junior|data=4 de dezembro de 2010|publicado=História Brasileira|acessodata=14 de novembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20121212233639/http://www.historiabrasileira.com/brasil-colonia/tratado-de-madrid/|arquivodata=12 de dezembro de 2012|urlmorta=sim}}</ref> e de [[Tratado de Santo Ildefonso (1777)|Santo Ildefonso]] (1777).<ref>{{citar web|url=http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/tratado-de-santo-ildefonso/|título=Tratado de Santo Ildefonso|autor=Giulianna Oliveira Santos|data=4 de janeiro de 2010|publicado=Info Escola|acessodata=14 de novembro de 2011}}</ref> Ambos os tratados, partindo das explorações feitas por Manuel Félix de Leme nas [[Bacia hidrográfica|bacias]] do [[Rio Guaporé|Guaporé]] e do [[Rio Madeira|Madeira]], estabeleceram como linha divisória das possessões respectivas, na área em questão, os leitos do [[Rio Mamoré|Mamoré]] e do Guaporé até seu limite máximo ocidental, na margem esquerda do [[Rio Javari|Javari]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57">{{citar enciclopédia|ano=1998 |título=Acre: História |enciclopédia=Nova Enciclopédia Barsa |publicado=Encyclopædia Britannica do Brasil Publicações Ltda |local=São Paulo |páginas=57|edição=volume 11 |id=}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.scielo.br/pdf/anaismp/v17n2/11.pdf|título=A viagem de José Gonçalves da Fonseca e a cartografia do rio Madeira (1749‑1752)|autor=André Ferrand de Almeida|data=2009|publicado=The Scientific Electronic Library Online|acessodata=14 de novembro de 2011}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.rondoniagora.com/noticias/a-formacao-do-territorio-de-rondonia.htm|título=A formação do Território de Rondônia|autor=Rondônia Agora|data=13 de novembro de 2009|publicado=Rondônia Agora|acessodata=14 de novembro de 2011}}</ref>


O povoamento da zona, estimulado pela criação da nova [[Capitania de Mato Grosso|capitania real de Mato Grosso]] (1751), deu-se na direção da fronteira, surgindo alguns centros importantes: [[Vila Bela da Santíssima Trindade|Vila Bela]] (1752),<ref>{{citar web|url=http://www.zsee.seplan.mt.gov.br/sinf/estrutura/historico/Vila%20Bela%20da%20Sant%C3%ADssima%20Trindade.htm|titulo=História da Vila Bela da Santíssima Trindade|autor=FERREIRA, João Carlos Vicente|data=|publicado=Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral de Mato Grosso|acessodata=15 de setembro de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20100822032557/http://www.zsee.seplan.mt.gov.br/sinf/estrutura/historico/Vila%20Bela%20da%20Sant%C3%ADssima%20Trindade.htm|arquivodata=22 de Agosto de 2010|urlmorta=yes}}</ref> às margens do Guaporé, [[Cáceres (Mato Grosso)|Vila Maria]] (1778),<ref>{{citar web|url=http://www.brasilviagem.com/pontur/?CodAtr=2681|titulo=Cáceres|autor=|data=|publicado=BrasilViagem.com|acessodata=15 de setembro de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110708091354/http://www.brasilviagem.com/pontur/?CodAtr=2681|arquivodata=2011-07-08|urlmorta=yes}}</ref> no [[rio Paraguai]], e [[Presídio de Casalvasco|Casalvasco]] (1783).<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/> Até meados do [[século XIX]] não se pensou em povoamento sistemático da área.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/> Nessa época, o grande manancial virgem de borracha que aí se encontrava atraíra o interesse mundial, provocando sua [[colonização]] de modo inteiramente espontâneo.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/>
O povoamento da zona, estimulado pela criação da nova [[Capitania de Mato Grosso|capitania real de Mato Grosso]] (1751), deu-se na direção da fronteira, surgindo alguns centros importantes: [[Vila Bela da Santíssima Trindade|Vila Bela]] (1752),<ref>{{citar web|url=http://www.zsee.seplan.mt.gov.br/sinf/estrutura/historico/Vila%20Bela%20da%20Sant%C3%ADssima%20Trindade.htm|titulo=História da Vila Bela da Santíssima Trindade|autor=FERREIRA, João Carlos Vicente|data=|publicado=Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral de Mato Grosso|acessodata=15 de setembro de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20100822032557/http://www.zsee.seplan.mt.gov.br/sinf/estrutura/historico/Vila%20Bela%20da%20Sant%C3%ADssima%20Trindade.htm|arquivodata=22 de Agosto de 2010|urlmorta=yes}}</ref> às margens do Guaporé, [[Cáceres (Mato Grosso)|Vila Maria]] (1778),<ref>{{citar web|url=http://www.brasilviagem.com/pontur/?CodAtr=2681|titulo=Cáceres|autor=|data=|publicado=BrasilViagem.com|acessodata=15 de setembro de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110708091354/http://www.brasilviagem.com/pontur/?CodAtr=2681|arquivodata=2011-07-08|urlmorta=yes}}</ref> no [[rio Paraguai]], e [[Presídio de Casalvasco|Casalvasco]] (1783).<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/> Até meados do [[século XIX]] não se pensou em povoamento sistemático da área.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/> Nessa época, o grande manancial virgem de borracha que aí se encontra atraíra o interesse mundial, provocando sua [[colonização]] de modo inteiramente espontâneo.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/>


A [[política econômica]] do [[Império do Brasil|império]], orientada para a atividade agrário-exportadora com base no [[café]],<ref>{{citar web|url=http://www.culturabrasil.org/reicafe.htm|título=O Apogeu do Império e o Rei Café (1850 – 1870)|autor=LCC Publicações Eletrônicas|data=2011|publicado=Cultura Brasil|acessodata=14 de novembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20111224231520/http://www.culturabrasil.org/reicafe.htm|arquivodata=24 de Dezembro de 2011|urlmorta=yes}}</ref> não comportava o aproveitamento e a incorporação dos [[território]]s do extremo ocidental. Desse descaso resultou que, no ''Atlas do Império do Brasil'' (1868), de [[Cândido Mendes de Almeida]], modelar em seu tempo, não figurassem o [[Rio Acre]] e seus principais [[Afluente|tributários]], completamente desconhecidos dos [[geógrafo]]s.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/><ref>{{citar web|url=http://www2.senado.gov.br/bdsf/bitstream/id/179473/1/000018080.pdf|título=Atlas do Imperio do Brazil|autor=Cândido Mendes de Almeida|data=1868|publicado=Senado Federal do Brasil|acessodata=14 de novembro de 2011}}</ref>
A [[política econômica]] do [[Império do Brasil|império]], orientada para a atividade agrário-exportadora com base no [[café]],<ref>{{citar web|url=http://www.culturabrasil.org/reicafe.htm|título=O Apogeu do Império e o Rei Café (1850 – 1870)|autor=LCC Publicações Eletrônicas|data=2011|publicado=Cultura Brasil|acessodata=14 de novembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20111224231520/http://www.culturabrasil.org/reicafe.htm|arquivodata=24 de Dezembro de 2011|urlmorta=yes}}</ref> não comportava o aproveitamento e a incorporação dos [[território]]s do extremo ocidental. Desse descaso, resultou que, no ''Atlas do Império do Brasil'' (1868), de [[Cândido Mendes de Almeida]], modelar em seu tempo, não figurassem o [[Rio Acre]] e seus principais [[Afluente|tributários]], completamente desconhecidos dos [[geógrafo]]s.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/><ref>{{citar web|url=http://www2.senado.gov.br/bdsf/bitstream/id/179473/1/000018080.pdf|título=Atlas do Imperio do Brazil|autor=Cândido Mendes de Almeida|data=1868|publicado=Senado Federal do Brasil|acessodata=14 de novembro de 2011}}</ref>


Apesar de tal política, alguns [[sertanista]]s [[brasileiro]]s exploravam aquela região agreste e despovoada, desconhecendo se pertenciam ao [[Brasil]], ao [[Peru]] ou à [[Bolívia]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/><ref>{{citar web|url=http://www.dioceseriobranco.com.br/jm/index.php?option=com_content&view=article&id=1729:o-acre-o-nordeste-e-os-nordestinos&catid=174:paginas-de-nossa-historia&Itemid=240|titulo=O Acre, o Nordeste e os nordestinos|autor=Pertiñez, Dom Joaquín|data=|publicado=Site Oficial da Diocese de Rio Branco|acessodata=15 de setembro de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110706152145/http://www.dioceseriobranco.com.br/jm/index.php?option=com_content&view=article&id=1729:o-acre-o-nordeste-e-os-nordestinos&catid=174:paginas-de-nossa-historia&Itemid=240|arquivodata=6 de Julho de 2011|urlmorta=yes}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=29&Itemid=55|título=Seringueiros e Ribeirinhos|autor=Governo do Acre|data=2011|publicado=Biblioteca da Floresta|acessodata=14 de novembro de 2011}}{{Ligação inativa|data=janeiro de 2019}}</ref> Assim, ainda em meados do [[século XIX]], no impulso que a procura da borracha ocasionou, solicitada que era no [[mercado internacional]], várias expedições esquadrinharam a área, buscando facilitar a instalação dos colonos. Nessa época, João Rodrigues Cametá iniciou a conquista do [[rio Purus]];<ref name="www.roraimaemfoco.com">{{citar web|url=http://www.roraimaemfoco.com/colunistas/clio-boriola-colunistas-37/9108-artigo-rio-purus-hiram-reis-e-silva.html|titulo=João Rodrigues Cametá|autor=SILVA, Hiram Reis e|data=7 de julho de 2009|publicado=Roraima em Foco|acessodata=14 de novembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110715202838/http://www.roraimaemfoco.com/colunistas/clio-boriola-colunistas-37/9108-artigo-rio-purus-hiram-reis-e-silva.html|arquivodata=15 de Julho de 2011|urlmorta=yes}}</ref> [[Manuel Urbano da Encarnação]], índio [[Muras|mura]] grande conhecedor da região, atingiu o [[Rio Acre]], subindo-o até as proximidades do [[Rio Xapuri|Xapuri]];<ref name="www.roraimaemfoco.com"/> e João da Cunha Correia alcançou a bacia do alto [[Rio Tarauacá|Tarauacá]].<ref>{{citar web|url=http://rosauramourao.blogspot.com/2011/04/tarauaca-ontem-hoje-e-amanha.html|título=TARAUACÁ: Ontem, hoje e amanhã|autor=Escola Rosaura Maranhão|data=23 de abril de 2011|publicado=Blog da Escola|acessodata=14-11-2011}}</ref> Todo esse desbravamento deu-se, na maior parte, em [[Geografia da Bolívia|terras bolivianas]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/>
Apesar de tal política, alguns [[sertanista]]s [[brasileiro]]s exploravam aquela região agreste e despovoada, desconhecendo se pertenciam ao [[Brasil]], ao [[Peru]] ou à [[Bolívia]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/><ref>{{citar web|url=http://www.dioceseriobranco.com.br/jm/index.php?option=com_content&view=article&id=1729:o-acre-o-nordeste-e-os-nordestinos&catid=174:paginas-de-nossa-historia&Itemid=240|titulo=O Acre, o Nordeste e os nordestinos|autor=Pertiñez, Dom Joaquín|data=|publicado=Site Oficial da Diocese de Rio Branco|acessodata=15 de setembro de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110706152145/http://www.dioceseriobranco.com.br/jm/index.php?option=com_content&view=article&id=1729:o-acre-o-nordeste-e-os-nordestinos&catid=174:paginas-de-nossa-historia&Itemid=240|arquivodata=6 de Julho de 2011|urlmorta=yes}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=29&Itemid=55|título=Seringueiros e Ribeirinhos|autor=Governo do Acre|data=2011|publicado=Biblioteca da Floresta|acessodata=14 de novembro de 2011}}{{Ligação inativa|data=janeiro de 2019}}</ref> Assim, ainda em meados do [[século XIX]], no impulso que a procura da borracha ocasionou, solicitada que era no [[mercado internacional]], várias expedições esquadrinharam a área, buscando facilitar a instalação dos colonos. Nessa época, João Rodrigues Cametá iniciou a conquista do [[rio Purus]];<ref name="www.roraimaemfoco.com">{{citar web|url=http://www.roraimaemfoco.com/colunistas/clio-boriola-colunistas-37/9108-artigo-rio-purus-hiram-reis-e-silva.html|titulo=João Rodrigues Cametá|autor=SILVA, Hiram Reis e|data=7 de julho de 2009|publicado=Roraima em Foco|acessodata=14 de novembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110715202838/http://www.roraimaemfoco.com/colunistas/clio-boriola-colunistas-37/9108-artigo-rio-purus-hiram-reis-e-silva.html|arquivodata=15 de Julho de 2011|urlmorta=yes}}</ref> [[Manuel Urbano da Encarnação]], índio [[Muras|mura]] grande conhecedor da região, atingiu o [[Rio Acre]], subindo-o até as proximidades do [[Rio Xapuri|Xapuri]];<ref name="www.roraimaemfoco.com"/> e João da Cunha Correia alcançou a bacia do alto [[Rio Tarauacá|Tarauacá]].<ref>{{citar web|url=http://rosauramourao.blogspot.com/2011/04/tarauaca-ontem-hoje-e-amanha.html|título=TARAUACÁ: Ontem, hoje e amanhã|autor=Escola Rosaura Maranhão|data=23 de abril de 2011|publicado=Blog da Escola|acessodata=14 novembro de 2011}}</ref> Todo esse desbravamento se deu, na maior parte, em [[Geografia da Bolívia|terras bolivianas]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/>


As atividades exploradoras, a importância industrial das reservas de [[borracha]] e a penetração de colonos [[brasileiros]] na região suscitaram o interesse da Bolívia, que solicitou uma melhor fixação de limites.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/> Após várias negociações fracassadas, em 1867 assinou-se o [[Tratado de Ayacucho]], que reconhecia o ''[[uti possidetis]]'' colonial.<ref>{{citar web|url=http://www.grupoescolar.com/materia/o_tratado_de_madrid_e_o_tratado_de_ayacucho.html|titulo=O Tratado de Madrid e o Tratado de Ayacucho|autor=|data=|publicado=GrupoEscolar.com|acessodata=15 de setembro de 2010}}</ref> A divisória foi estabelecida pelo paralelo da confluência dos [[rio]]s [[Rio Beni|Beni]]-[[Rio Mamoré|Mamoré]], em direção ao leste, até a [[Nascente (hidrografia)|nascente]] do [[Rio Javari|Javari]], embora ainda não fossem conhecidas as cabeceiras desse rio.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/>
As atividades exploradoras, a importância industrial das reservas de [[borracha]] e a penetração de colonos [[brasileiros]] na região suscitaram o interesse da Bolívia, que solicitou melhor fixação de limites.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/> Após várias negociações fracassadas, em 1867 assinou-se o [[Tratado de Ayacucho]], que reconhecia o ''[[uti possidetis]]'' colonial.<ref>{{citar web|url=http://www.grupoescolar.com/materia/o_tratado_de_madrid_e_o_tratado_de_ayacucho.html|titulo=O Tratado de Madrid e o Tratado de Ayacucho|autor=|data=|publicado=GrupoEscolar.com|acessodata=15 de setembro de 2010}}</ref> A divisória foi estabelecida pelo paralelo da confluência dos [[rio]]s [[Rio Beni|Beni]]-[[Rio Mamoré|Mamoré]], em direção ao leste, até a [[Nascente (hidrografia)|nascente]] do [[Rio Javari|Javari]], embora ainda não fossem conhecidas as cabeceiras desse rio.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/>


=== A questão do Acre ===
=== A questão do Acre ===
[[Imagem:Bolivia antes de la guerra del Acre.png|miniatura|esquerda|Mapa do final do [[século XIX]], em que o Acre aparece como parte da [[Bolívia]].]]
[[Imagem:Bolivia antes de la guerra del Acre.png|miniatura|esquerda|Mapa do final do [[século XIX]], em que o Acre aparece como parte da [[Bolívia]].]]


Mas em 1903, o exagero do extrativismo descontrolado no Brasil quase provocaria um conflito internacional,<ref name="saofrancisco" /> devido os trabalhadores brasileiros adentrarem nas florestas [[Bolívia|bolivianas]],<ref name="saofrancisco" /><ref name="fgvvargas">{{citar web|título=Getúlio Vargas |url=http://atlas.fgv.br/verbete/5458 |obra=Atlas Histórico do Brasil |publicado=Fundação Getúlio Vargas |acessodata=09-03-2018|autor=}}</ref> em busca de novas seringueiras, gerando pequenos conflitos fronteiriços, chamados de [[Questão do Acre]] (semelhante à anexação do Texas nos Estados Unidos).<ref name="saofrancisco" />
Mas em 1903, o exagero do extrativismo descontrolado no Brasil quase provocaria um conflito internacional,<ref name="saofrancisco" /> devido os trabalhadores brasileiros adentrarem nas florestas [[Bolívia|bolivianas]],<ref name="saofrancisco" /><ref name="fgvvargas">{{citar web|título=Getúlio Vargas |url=http://atlas.fgv.br/verbete/5458 |obra=Atlas Histórico do Brasil |publicado=Fundação Getúlio Vargas |acessodata=09/03/2018|autor=}}</ref> em busca de novas seringueiras, gerando pequenos conflitos fronteiriços, chamados de [[Questão do Acre]] (semelhante à anexação do Texas nos Estados Unidos).<ref name="saofrancisco" />


A nova [[República Velha|república brasileira]] tirava o máximo proveito das riquezas com a venda da borracha, mas a Questão do Acre preocupava.<ref name="saofrancisco" /> Então houve a intervenção do diplomata [[Barão do Rio Branco]] e do embaixador [[Joaquim Francisco de Assis Brasil|Assis Brasil]],<ref name="saofrancisco" /> em parte financiados pelos Barões da borracha e pelo governo dos Estados Unidos, que culminou na assinatura do Tratado de Petrópolis em novembro de 1903,<ref name="saofrancisco" /><ref name="fgvvargas">{{citar web|título=Getúlio Vargas |url=http://atlas.fgv.br/verbete/5458 |obra=Atlas Histórico do Brasil |publicado=Fundação Getúlio Vargas |acessodata=09-03-2018|autor=}}</ref> Pondo fim à contenda com a Bolívia, efetivando a aquisição do território por parte do Brasil,<ref name="saofrancisco" /><ref name="fgvvargas">{{citar web|título=Getúlio Vargas |url=http://atlas.fgv.br/verbete/5458 |obra=Atlas Histórico do Brasil |publicado=Fundação Getúlio Vargas |acessodata=09-03-2018|autor=}}</ref> em troca de dois milhões de [[Libra esterlina|libras esterlinas]] e de terras de [[Mato Grosso]] e do compromisso de construir uma ferrovia para acesso das mercadorias bolivianas aos [[porto (transporte)|portos]] brasileiros do Atlântico; inicialmente na foz do [[rio Amazonas]] em Belém ([[Pará]]).<ref name="saofrancisco" /><ref name="ufgciencia">{{citar web|título=O processo decisório da anexação do Acre sob a ótica de uma análise de política externa |url=https://cienciapolitica.cienciassociais.ufg.br/up/339/o/4_2015_Andre_Pitaluga.pdf |obra=Programa de pós-graduação em ciência política |publicado=Universidade Federal de Goiás |acessodata=09-03-2018|autor=André Luiz Oliveira Guimarães Pitaluga |ano=2015}}</ref> Sendo integrado ao Brasil como território dividido em três departamentos.
A nova [[República Velha|república brasileira]] tirava o máximo proveito das riquezas com a venda da borracha, mas a Questão do Acre preocupava.<ref name="saofrancisco" /> Então houve a intervenção do diplomata [[Barão do Rio Branco]] e do embaixador [[Joaquim Francisco de Assis Brasil|Assis Brasil]],<ref name="saofrancisco" /> em parte financiados pelos Barões da borracha e pelo governo dos Estados Unidos, que culminou na assinatura do Tratado de Petrópolis em novembro de 1903,<ref name="saofrancisco" /><ref name="fgvvargas">{{citar web|título=Getúlio Vargas |url=http://atlas.fgv.br/verbete/5458 |obra=Atlas Histórico do Brasil |publicado=Fundação Getúlio Vargas |acessodata=09/03/2018|autor=}}</ref> Pondo fim à contenda com a Bolívia, efetivando a aquisição do território por parte do Brasil,<ref name="saofrancisco" /><ref name="fgvvargas">{{citar web|título=Getúlio Vargas |url=http://atlas.fgv.br/verbete/5458 |obra=Atlas Histórico do Brasil |publicado=Fundação Getúlio Vargas |acessodata=09/03/2018|autor=}}</ref> em troca de dois milhões de [[Libra esterlina|libras esterlinas]] e de terras de [[Mato Grosso]] e do compromisso de construir uma ferrovia para acesso das mercadorias bolivianas aos [[porto (transporte)|portos]] brasileiros do Atlântico; inicialmente na foz do [[rio Amazonas]] em Belém ([[Pará]]).<ref name="saofrancisco" /><ref name="ufgciencia">{{citar web|título=O processo decisório da anexação do Acre sob a ótica de uma análise de política externa |url=https://cienciapolitica.cienciassociais.ufg.br/up/339/o/4_2015_Andre_Pitaluga.pdf |obra=Programa de pós-graduação em ciência política |publicado=Universidade Federal de Goiás |acessodata=09/03/2018|autor=André Luiz Oliveira Guimarães Pitaluga |ano=2015}}</ref> Sendo integrado ao Brasil como território dividido em três departamentos.


A disputa pelo Acre não se limitou à esfera jurídica da aplicação de tratados e teve uma dimensão de interesses políticos e geoestratégicos importantes:<ref name="ufgciencia" /> para a conclusão das fronteiras, para as relações do Brasil com os Estados Unidos, para a proteção de brasileiros em território até então estrangeiro, à importância da região amazônica e, na orientação da política externa brasileira.<ref name="ufgciencia" /> A Questão foi resolvida com diplomacia e não pelas armas, como esperava o Presidente [[Getúlio Vargas]].<ref name="fgvvargas" /> As cidades deste novo Estado foram então nomeadas com nome dos solucionadores da Questão Acre em homenagens póstumas,<ref name="saofrancisco" /><ref name="ufgciencia2">{{citar web|título=A histórica da Revolução de um povo que lutou para ser brasileiro |url=http://www.oriobranco.net/noticia/acre/a-historica-da-revolucao-de-um-povo-que-lutou-para-ser-brasileiro |obra= |publicado=Portal O Rio Branco |acessodata=09-03-2018|autor= |ano=2015}}</ref> a capital recebeu o nome de [[Rio Branco]] e dois municípios receberam o nome de [[Assis Brasil]] e [[Plácido de Castro (Acre)|Plácido de Castro]].
A disputa pelo Acre não limitou-se à esfera jurídica da aplicação de tratados e teve uma dimensão de interesses políticos e geo-estratégicos importantes:<ref name="ufgciencia" /> para a conclusão das fronteiras, para as relações do Brasil com os Estados Unidos, para a proteção de brasileiros em território até então estrangeiro, à importância da região amazônica e, na orientação da política externa brasileira.<ref name="ufgciencia" /> A Questão foi resolvida com diplomacia e não pelas armas, como esperava o Presidente [[Getúlio Vargas]].<ref name="fgvvargas" /> As cidades deste novo Estado foram então nomeadas com nome dos solucionadores da Questão Acre em homenagens póstumas,<ref name="saofrancisco" /><ref name="ufgciencia2">{{citar web|título=A histórica da Revolução de um povo que lutou para ser brasileiro |url=http://www.oriobranco.net/noticia/acre/a-historica-da-revolucao-de-um-povo-que-lutou-para-ser-brasileiro |obra= |publicado=Portal O Rio Branco |acessodata=09/03/2018|autor= |ano=2015}}</ref> a capital recebeu o nome de [[Rio Branco]] e dois municípios receberam o nome de [[Assis Brasil]] e [[Plácido de Castro (Acre)|Plácido de Castro]].


Assim, o Acre representou uma das principais fontes de borracha dos [[Aliados da Segunda Guerra Mundial|Aliados]] durante a guerra.<ref name="ufgciencia" /> Em reconhecimento à contribuição produtiva do Acre em prol da vitória aliada, o Brasil conseguiu recursos norte-americanos para construir a [[Companhia Siderúrgica Nacional]], com os Acordos de Washington, e assim alavancar a industrialização estagnada do Centro-sul, sem [[Indústria de base|indústrias pesadas de base]].<ref name="ufgciencia" />
Assim, o Acre representou uma das principais fonte de borracha dos [[Aliados da Segunda Guerra Mundial|Aliados]] durante a guerra.<ref name="ufgciencia" /> Em reconhecimento à contribuição produtiva do Acre em prol da vitória aliada, o Brasil conseguiu recursos norte-americanos para construir a [[Companhia Siderúrgica Nacional]], com os Acordos de Washington, e assim alavancar a industrialização estagnada do Centro-sul, sem [[Indústria de base|indústrias pesadas de base]].<ref name="ufgciencia" />


=== Ocupação nordestina ===
=== Ocupação nordestina ===
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Planta nativa, a [[seringueira]] escondia-se no emaranhado de outras [[árvore]]s, igualmente nativas, obrigando o homem que saía no encalço da [[borracha]] a construir um verdadeiro labirinto, com trilhas em [[ziguezague]] na selva.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 58"/> Do seringal surgiu a figura humana do [[seringueiro]], associado à planta para explorá-la. Seringueiro-patrão, beneficiário do crédito da casa aviadora, e seringueiro-extrator, aviado, por sua vez, do patrão.<ref name="seringal seringueiro seringalista"/> Um morando no barracão, sempre localizado à beira do rio, com aparências de domínio patriarcal, outro, na [[barraca]], de construção tosca, no meio da selva.<ref name="seringal seringueiro seringalista">{{citar web|url=http://portalamazonia.globo.com/pscript/artigos/artigo.php?idArtigo=210|título=Seringal, Seringalista e Seringueiro|autor=Jorgemar Monteiro|data=4 de agosto de 2006|publicado=Portal Amazônia|acessodata=14 de novembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20131004224410/http://portalamazonia.globo.com/pscript/artigos/artigo.php?idArtigo=210|arquivodata=4 de Outubro de 2013|urlmorta=yes}}</ref> (De 1920 em diante usa-se o neologismo seringalista para designar o patrão.)<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/><ref name="Nova Enciclopédia Barsa 58">{{citar enciclopédia|ano=1998 |título=Acre: História |enciclopédia=Nova Enciclopédia Barsa |publicado=Encyclopædia Britannica do Brasil Publicações Ltda |local=São Paulo |páginas=58|edição=volume 11 |id=}}</ref>
Planta nativa, a [[seringueira]] escondia-se no emaranhado de outras [[árvore]]s, igualmente nativas, obrigando o homem que saía no encalço da [[borracha]] a construir um verdadeiro labirinto, com trilhas em [[ziguezague]] na selva.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 58"/> Do seringal surgiu a figura humana do [[seringueiro]], associado à planta para explorá-la. Seringueiro-patrão, beneficiário do crédito da casa aviadora, e seringueiro-extrator, aviado, por sua vez, do patrão.<ref name="seringal seringueiro seringalista"/> Um morando no barracão, sempre localizado à beira do rio, com aparências de domínio patriarcal, outro, na [[barraca]], de construção tosca, no meio da selva.<ref name="seringal seringueiro seringalista">{{citar web|url=http://portalamazonia.globo.com/pscript/artigos/artigo.php?idArtigo=210|título=Seringal, Seringalista e Seringueiro|autor=Jorgemar Monteiro|data=4 de agosto de 2006|publicado=Portal Amazônia|acessodata=14 de novembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20131004224410/http://portalamazonia.globo.com/pscript/artigos/artigo.php?idArtigo=210|arquivodata=4 de Outubro de 2013|urlmorta=yes}}</ref> (De 1920 em diante usa-se o neologismo seringalista para designar o patrão.)<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 57"/><ref name="Nova Enciclopédia Barsa 58">{{citar enciclopédia|ano=1998 |título=Acre: História |enciclopédia=Nova Enciclopédia Barsa |publicado=Encyclopædia Britannica do Brasil Publicações Ltda |local=São Paulo |páginas=58|edição=volume 11 |id=}}</ref>


Completara-se, assim, antes de findar o [[século XIX]], a ocupação [[brasil]]eira do espaço geográfico do Acre, onde mais de cinquenta mil pessoas formavam, no recesso da mata dos três [[vale]]s [[Hidrografia|hidrográficos]], uma sociedade original, cujo objetivo único era produzir [[borracha]].<ref>{{citar web|url=http://www.unicamp.br/nee/epremissas/pdfs/2/05.02.pdf|acessodata=14 de novembro de 2011|publicado=Universidade Estadual de Campinas|primeiro=|autor=Ligia Osório Silva|título=O Acre em dois tempos: a luta pela terra na fronteira Ocidental|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130729152024/http://www.unicamp.br/nee/epremissas/pdfs/2/05.02.pdf|arquivodata=29 de Julho de 2013|urlmorta=yes}}</ref> Todo esse labor, porém, se operava no [[solo]] da [[Bolívia]], país que, por fatalidade da [[geografia]], não pudera completar a integração [[Sociedade|social]] e [[Economia|econômica]], e mesmo [[política]] e geográfica, dos extensos vales do [[Rio Acre|Acre]], do alto [[rio Purus|Purus]] e do alto [[Rio Juruá|Juruá]] na comunidade nacional.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 58"/>
Completara-se, assim, antes de findar o [[século XIX]], a ocupação [[brasil]]eira do espaço geográfico do Acre, onde mais de cinquenta mil pessoas formavam, no recesso da mata dos três [[vale]]s [[Hidrografia|hidrográficos]], uma sociedade original, cujo objetivo único era produzir [[borracha]].<ref>{{citar web|url=http://www.unicamp.br/nee/epremissas/pdfs/2/05.02.pdf|acessodata=14 de novembro de 2011|publicado=Universidade Estadual de Campinas|ultimo=|primeiro=|autor=Ligia Osório Silva|título=O Acre em dois tempos: a luta pela terra na fronteira Ocidental|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130729152024/http://www.unicamp.br/nee/epremissas/pdfs/2/05.02.pdf|arquivodata=29 de Julho de 2013|urlmorta=yes}}</ref> Todo esse labor, porém, se operava no [[solo]] da [[Bolívia]], país que, por fatalidade da [[geografia]], não pudera completar a integração [[Sociedade|social]] e [[Economia|econômica]], e mesmo [[política]] e geográfica, dos extensos vales do [[Rio Acre|Acre]], do alto [[rio Purus|Purus]] e do alto [[Rio Juruá|Juruá]] na comunidade nacional.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 58"/>


Com efeito, o artigo 2.º do [[Tratado de Ayacucho]], concluído pelo [[Brasil]] e pela [[Bolívia]] em 1867, mandara que a linha de [[fronteira]] fosse uma paralela tirada da foz do [[rio Beni]] com o [[Rio Mamoré|Mamoré]] (10º20'), até encontrar a [[Nascente (hidrografia)|nascente]] do [[Rio Javari|Javari]].<ref name="Tratado de Ayacucho Documento">{{citar web|url=http://pt.wikisource.org/wiki/Tratado_de_Ayacucho|titulo=Tratado de Ayacucho|autor=|data=27 de março de 1867|publicado=Wikisource em português|acessodata=15 de setembro de 2010}}</ref> Com um adendo: se o Javari tivesse as nascentes ao norte dessa linha leste-oeste, a fronteira correria, desde a mesma latitude, por uma reta a buscar a origem principal do Javari''.<ref name="Tratado de Ayacucho Documento"/> ''
Com efeito, o artigo 2.º do [[Tratado de Ayacucho]], concluído pelo [[Brasil]] e pela [[Bolívia]] em 1867, mandara que a linha de [[fronteira]] fosse uma paralela tirada da foz do [[rio Beni]] com o [[Rio Mamoré|Mamoré]] (10º20'), até encontrar a [[Nascente (hidrografia)|nascente]] do [[Rio Javari|Javari]].<ref name="Tratado de Ayacucho Documento">{{citar web|url=http://pt.wikisource.org/wiki/Tratado_de_Ayacucho|titulo=Tratado de Ayacucho|autor=|data=27 de março de 1867|publicado=Wikisource em português|acessodata=15 de setembro de 2010}}</ref> Com um adendo: se o Javari tivesse as nascentes ao norte dessa linha leste-oeste, a fronteira correria, desde a mesma latitude, por uma reta a buscar a origem principal do Javari''.<ref name="Tratado de Ayacucho Documento"/> ''
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[[Imagem:Acre rio Branco (133).jpg|miniatura|[[Palácio Rio Branco (Acre)|Palácio Rio Branco]], sede do governo, e obelisco em homenagem aos [[herói]]s da [[Revolução Acriana]].]]
[[Imagem:Acre rio Branco (133).jpg|miniatura|[[Palácio Rio Branco (Acre)|Palácio Rio Branco]], sede do governo, e obelisco em homenagem aos [[herói]]s da [[Revolução Acriana]].]]


Em abril de 1899, um advogado cearense, José Carvalho, liderou uma ação armada, que culminou na expulsão das autoridades bolivianas. Logo depois, a Bolívia iniciou negociações com um truste anglo-americano, o ''Bolivian Syndicate'', a fim de promover, com poderes excepcionais (cobranças de impostos, força armada), a incorporação política e econômica do Acre a seu território. O governador do [[Amazonas]], [[José Cardoso Ramalho Júnior]], informado do ajuste por um funcionário do [[Missões diplomáticas da Bolívia|consulado boliviano]] em [[Rio Belém|Belém]], o espanhol [[Luis Gálvez Rodríguez de Arias]], enviou-o à frente de contingentes militares para ocupar [[Puerto Alonso]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 58"/><ref name="educacao.uol.com.br">{{citar web|url=http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/revolucao-acreana.jhtm|titulo=Revolução Acriana: Bolívia e Brasil disputam o Acre|autor=GURGEL, Rodrigo|data=|publicado=UOL Educação|acessodata=15 de setembro de 2010}}</ref>
Em abril de 1899, um advogado cearense, José Carvalho, liderou uma ação armada, que culminou na expulsão das autoridades bolivianas. Logo depois a Bolívia iniciou negociações com um truste anglo-americano, o ''Bolivian Syndicate'', a fim de promover, com poderes excepcionais (cobranças de impostos, força armada), a incorporação política e econômica do Acre a seu território. O governador do [[Amazonas]], [[José Cardoso Ramalho Júnior]], informado do ajuste por um funcionário do [[Missões diplomáticas da Bolívia|consulado boliviano]] em [[Rio Belém|Belém]], o espanhol [[Luis Gálvez Rodríguez de Arias]], enviou-o à frente de contingentes militares para ocupar [[Puerto Alonso]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 58"/><ref name="educacao.uol.com.br">{{citar web|url=http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/revolucao-acreana.jhtm|titulo=Revolução Acriana: Bolívia e Brasil disputam o Acre|autor=GURGEL, Rodrigo|data=|publicado=UOL Educação|acessodata=15 de setembro de 2010}}</ref>


Gálvez proclamou ali a [[República do Acre]], tornando-se seu presidente com o apoio dos seringalistas.{{Carece de fontes}} O novo estado tinha o objetivo de afastar o domínio boliviano para depois pedir anexação ao [[Brasil]], a exemplo do que fizera o [[Texas]], na [[América do Norte]]. Em março de 1900, devido protestos da Bolívia, o presidente [[Campos Sales]] extinguiu a efêmera república (oito meses após a criação).<ref name="educacao.uol.com.br"/> Luis Gálvez teve que capitular e retirou-se para a [[Europa]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 58"/>
Gálvez proclamou ali a [[República do Acre]], tornando-se seu presidente com o apoio dos seringalistas.{{Carece de fontes}} O novo estado tinha o objetivo de afastar o domínio boliviano para depois pedir anexação ao [[Brasil]], a exemplo do que fizera o [[Texas]], na [[América do Norte]]. Em março de 1900, devido protestos da Bolívia, o presidente [[Campos Sales]] extinguiu a efêmera república (oito meses após a criação).<ref name="educacao.uol.com.br"/> Luis Gálvez teve que capitular e retirou-se para a [[Europa]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 58"/>
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Por fim, comerciantes e proprietários no [[Rio Acre]] resolveram entregar a chefia de nova insurreição a um ex-aluno da [[Escola Militar de Porto Alegre]], [[José Plácido de Castro]], [[Rio Grande do Sul|gaúcho]] de [[São Gabriel (Rio Grande do Sul)|São Gabriel]], que, à frente de um corpo improvisado de seringueiros, iniciou operações na vila de [[Xapuri]], no alto Acre, e aí prendeu as autoridades bolivianas (agosto de 1902).<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 58"/><ref name="Nova Enciclopédia Barsa 59">{{citar enciclopédia|ano=1998 |título=Acre: História |enciclopédia=Nova Enciclopédia Barsa |publicado=Encyclopædia Britannica do Brasil Publicações Ltda |local=São Paulo |páginas=59|edição=volume 11 |id=}}</ref> Depois de combates esparsos e bem-sucedidos, Plácido de Castro assediou [[Puerto Alonso]], logrando a capitulação final das forças bolivianas (fevereiro de 1903).<ref name="educacao.uol.com.br"/><ref name="Nova Enciclopédia Barsa 59"/>
Por fim, comerciantes e proprietários no [[Rio Acre]] resolveram entregar a chefia de nova insurreição a um ex-aluno da [[Escola Militar de Porto Alegre]], [[José Plácido de Castro]], [[Rio Grande do Sul|gaúcho]] de [[São Gabriel (Rio Grande do Sul)|São Gabriel]], que, à frente de um corpo improvisado de seringueiros, iniciou operações na vila de [[Xapuri]], no alto Acre, e aí prendeu as autoridades bolivianas (agosto de 1902).<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 58"/><ref name="Nova Enciclopédia Barsa 59">{{citar enciclopédia|ano=1998 |título=Acre: História |enciclopédia=Nova Enciclopédia Barsa |publicado=Encyclopædia Britannica do Brasil Publicações Ltda |local=São Paulo |páginas=59|edição=volume 11 |id=}}</ref> Depois de combates esparsos e bem-sucedidos, Plácido de Castro assediou [[Puerto Alonso]], logrando a capitulação final das forças bolivianas (fevereiro de 1903).<ref name="educacao.uol.com.br"/><ref name="Nova Enciclopédia Barsa 59"/>


Influíra no espírito de Plácido de Castro o fato de a [[Bolívia]] haver arrendado o território do Acre a um sindicato estrangeiro (''chartered company''), semelhante aos que operavam na [[Ásia]] e na [[África]].<ref>{{citar web|url=http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-73292000000200007&script=sci_arttext|título=O Barão de Rothschild e a questão do Acre|autor=Luiz Alberto Moniz Bandeira|data=setembro de 2000|publicado=Revista Brasileira de Política Internacional|acessodata=14 de novembro de 2011}}</ref> O ''Bolivian Syndicate'', constituído por capitais [[Reino Unido|britânicos]] e [[Estados Unidos|norte-americanos]], iria empossar-se na administração do Acre, dispondo de forças policiais e frota armada. Representantes dessa companhia chegaram à vila de Antimari ([[Rio Acre]]), abaixo de [[Puerto Alonso]], mas desistiram da missão porque os revolucionários dominavam todo o rio, faltando pouco para o fim da resistência boliviana.<ref name="As capitais do acre">PIRES, M; DA NOBREGA, N. As capitais do acre: a cidade e os poderes. Scripta Nova. Revista electrónica de geografía y ciencias sociales. Barcelona: Universidad de Barcelona, 1 de agosto de 2005, vol. IX, núm. 194 (106). <http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-194-106.htm> [ISSN: 1138-9788]</ref>
Influíra no espírito de Plácido de Castro o fato de haver a [[Bolívia]] arrendado o território do Acre a um sindicato estrangeiro (''chartered company''), semelhante aos que operavam na [[Ásia]] e na [[África]].<ref>{{citar web|url=http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-73292000000200007&script=sci_arttext|título=O Barão de Rothschild e a questão do Acre|autor=Luiz Alberto Moniz Bandeira|data=setembro de 2000|publicado=Revista Brasileira de Política Internacional|acessodata=14 de novembro de 2011}}</ref> O ''Bolivian Syndicate'', constituído por capitais [[Reino Unido|ingleses]] e [[Estados Unidos|americanos]], iria empossar-se na administração do Acre, dispondo de forças policiais e frota armada. Representantes dessa companhia chegaram à vila de Antimari ([[Rio Acre]]), abaixo de [[Puerto Alonso]], mas desistiram da missão porque os revolucionários dominavam todo o rio, faltando pouco para o fim da resistência boliviana.<ref name="As capitais do acre">PIRES, M; DA NOBREGA, N. As capitais do acre: a cidade e os poderes. Scripta Nova. Revista electrónica de geografía y ciencias sociales. Barcelona: Universidad de Barcelona, 1 de agosto de 2005, vol. IX, núm. 194 (106). <http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-194-106.htm> [ISSN: 1138-9788]</ref>
[[Imagem:Barao do rio branco 00.jpg|esquerda|thumb|upright|Ministro [[Barão do Rio Branco]].]]
[[Imagem:Barao do rio branco 00.jpg|esquerda|thumb|upright|Ministro [[Barão do Rio Branco]].]]


Aclamado governador do [[Estado Independente do Acre]], Plácido de Castro organizou um governo em Puerto Alonso. Daí por diante a questão passou à esfera diplomática. O [[Barão do Rio Branco]] assumira o [[Ministério das Relações Exteriores (Brasil)|Ministério do Exterior]] e seu primeiro ato foi afastar o ''Bolivian Syndicate''. Os banqueiros responsáveis pelo negócio aceitaram em Nova Iorque a proposta do [[Brasil]]: dez mil [[Libra esterlina|libras esterlinas]] como preço da desistência do contrato (fevereiro de 1903).<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 59"/><ref name="As capitais do acre"/>
Aclamado governador do [[Estado Independente do Acre]], Plácido de Castro organizou um governo em Puerto Alonso. Daí por diante a questão passou à esfera diplomática. O [[Barão do Rio Branco]] assumira o [[Ministério das Relações Exteriores (Brasil)|Ministério do Exterior]] e seu primeiro ato foi afastar o ''Bolivian Syndicate''. Os banqueiros responsáveis pelo negócio aceitaram em ''Nova York'' a proposta do [[Brasil]]: dez mil [[Libra esterlina|libras esterlinas]] como preço da desistência do contrato (fevereiro de 1903).<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 59"/><ref name="As capitais do acre"/>


Subsequentemente, Rio Branco ajustou com a [[Bolívia]] um ''[[modus vivendi]]'' que previa a ocupação militar do território, até o paralelo de 10º20', por destacamentos do [[Exército Brasileiro]], na zona que se designou como Acre Setentrional. Do paralelo 10º20, para o sul — o Acre Meridional — subsistiu a governança de [[José Plácido de Castro|Plácido de Castro]], sediada em [[Xapuri]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 59"/><ref name="As capitais do acre"/>
Subsequentemente, Rio Branco ajustou com a [[Bolívia]] um ''[[modus vivendi]]'' que previa a ocupação militar do território, até o paralelo de 10º20', por destacamentos do [[Exército Brasileiro]], na zona que se designou como Acre Setentrional. Do paralelo 10º20, para o sul — o Acre Meridional — subsistiu a governança de [[José Plácido de Castro|Plácido de Castro]], sediada em [[Xapuri]].<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 59"/><ref name="As capitais do acre"/>
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Rio Branco, para evitar novos conflitos, sugeriu um ''[[modus vivendi]]'' para a neutralização de áreas no Alto Purus e no Alto Juruá e o estabelecimento de uma administração conjunta (julho de 1904). Isso não impediu um conflito armado entre peruanos e um destacamento do exército brasileiro em serviço no recém-criado departamento do Alto Juruá. A luta findou com a retirada das forças peruanas.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 59"/><ref name="As capitais do acre"/>
Rio Branco, para evitar novos conflitos, sugeriu um ''[[modus vivendi]]'' para a neutralização de áreas no Alto Purus e no Alto Juruá e o estabelecimento de uma administração conjunta (julho de 1904). Isso não impediu um conflito armado entre peruanos e um destacamento do exército brasileiro em serviço no recém-criado departamento do Alto Juruá. A luta findou com a retirada das forças peruanas.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 59"/><ref name="As capitais do acre"/>

[[Imagem:Edifício da Prefeitura - Departamento do Alto Purus, Sena Madureira (AC).tif|thumb|centro|Retrato do pomposo momento do [[ciclo da borracha]] (1880-1910) em seu apogeu no Acre.]]
À luz dos títulos brasileiros e dos estudos das comissões mistas que pesquisaram as zonas do Alto Purus e do Alto Juruá, Rio Branco propôs ao governo do [[Peru]] o acerto de limites firmado a 8 de setembro de 1909.<ref name="História da Polícia Militar">{{citar web|url=http://www.pm.ac.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=54&Itemid=151|título=História da PMAC|autor=PMAC|data=2011|publicado=Polícia Militar do Acre|acessodata=14 de novembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110930055604/http://www.pm.ac.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=54&Itemid=151|arquivodata=30 de Setembro de 2011|urlmorta=yes}}</ref> Com esse ato completou-se a integração [[política|político]]-[[Direito|jurídica]] do território na comunidade brasileira.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 59"/><ref name="História da Polícia Militar"/>
À luz dos títulos brasileiros e dos estudos das comissões mistas que pesquisaram as zonas do Alto Purus e do Alto Juruá, Rio Branco propôs ao governo do [[Peru]] o acerto de limites firmado a 8 de setembro de 1909.<ref name="História da Polícia Militar">{{citar web|url=http://www.pm.ac.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=54&Itemid=151|título=História da PMAC|autor=PMAC|data=2011|publicado=Polícia Militar do Acre|acessodata=14 de novembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110930055604/http://www.pm.ac.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=54&Itemid=151|arquivodata=30 de Setembro de 2011|urlmorta=yes}}</ref> Com esse ato completou-se a integração [[política|político]]-[[Direito|jurídica]] do território na comunidade brasileira.<ref name="Nova Enciclopédia Barsa 59"/><ref name="História da Polícia Militar"/>


=== Movimento autonomista ===
=== Movimento autonomista ===
[[Imagem:MemorialdosAutonomistas.jpg|miniatura|Memorial dos Autonomistas, localizado na capital Rio Branco]]
[[Imagem:MemorialdosAutonomistas.jpg|miniatura|Memorial dos Autonomistas, localizado na capital Rio Branco.]]


Entre 1904 e 1920 o Acre não teve uma única capital, com as capitais dos três departamentos se reportando diretamente ao governo federal.<ref>{{citar web|url=http://www.achetudoeregiao.com.br/ac/historia_do_acre.htm|título=História do Acre AC - Ache Tudo e Região|website=www.achetudoeregiao.com.br}}</ref>
Entre 1904 e 1920 o Acre não teve uma única capital, com as capitais dos três departamentos se reportando diretamente ao governo federal.<ref>{{citar web|url=http://www.achetudoeregiao.com.br/ac/historia_do_acre.htm|título=Historia do Acre AC - Ache Tudo e Região|website=www.achetudoeregiao.com.br}}</ref>


A evolução do Acre aparece como fenômeno típico de penetração moderna na história do [[Brasil]], acompanhada de importantes contribuições na projeção econômica do país. Exercendo papel de destaque na exportação nacional até 1913, quando se iniciou o ciclo da borracha nos mercados europeu e norte-americano, o Acre conheceu um período de grande prosperidade: na passagem do século, em menos de um década contava com mais de 50.000 habitantes. Logo após a anexação do Acre ao Brasil, os acrianos esperavam pela sua elevação a [[Estado]] o mais rápido possível, uma vez que, nessa época (Auge do [[Ciclo da Borracha]]), o Acre representava 1/3 do PIB brasileiro. Porém isso não aconteceu. Atendendo às disposições jurídicas do [[Tratado de Petrópolis]], o presidente [[Rodrigues Alves]] sancionou a lei que criava o Território do Acre (1904) - o primeiro do país - dividindo o território em três departamentos: o do "Alto Acre", o do "Alto Purus" e o do "Alto Juruá", este último desmembrado para formar o do "Alto Tarauacá" em 1912. A administração departamental exercia-se, até 1921, por prefeitos designados pelo Presidente da República.
A evolução do Acre aparece como fenômeno típico de penetração moderna na história do [[Brasil]], acompanhada de importantes contribuições na projeção econômica do país. Exercendo papel de destaque na exportação nacional até 1913, quando se iniciou da borracha nos mercados europeu e norte-americano, o Acre conheceu um período de grande prosperidade: na passagem do século, em menos de um década contava com mais de 50.000 habitantes. Logo após a anexação do Acre ao Brasil, os acrianos esperavam pela sua elevação a [[Estado]] o mais rápido possível, uma vez que, nessa época (Auge do [[Ciclo da Borracha]]), o Acre representava 1/3 do PIB brasileiro. Porém isso não aconteceu. Atendendo às disposições jurídicas do [[Tratado de Petrópolis]], o presidente [[Rodrigues Alves]] sancionou a lei que criava o Território do Acre (1904) - o primeiro do país - dividindo o território em três departamentos: o do "Alto Acre", o do "Alto Purus" e o do "Alto Juruá", este último desmembrado para formar o do "Alto Tarauacá" em 1912. A administração departamental exercia-se, até 1921, por prefeitos designados pelo Presidente da República.


Essa subjugação causou intensas revoltas da população. Foi o caso da revolta de [[Cruzeiro do Sul (Acre)|Cruzeiro do Sul]], em 1910, que depôs o Prefeito Departamental do Alto Juruá e proclamou criado o Estado do Acre (a chamada Revolta do Alto Juruá). Cem dias depois, entretanto, as tropas federais atacaram os revoltosos e restabeleceram a "ordem" e a tutela. Em 1913, um movimento de revolta ocorreria no Purus, em [[Sena Madureira]], por motivos muito semelhantes ao do Alto Juruá. Em 1918, seria a vez da luta autonomista chegar ao vale do Acre, em [[Rio Branco]], que protestou intensamente contra a manutenção daquela situação de subjugação ao governo federal. Porém ambas as revoltas foram igualmente sufocadas à força pelo governo brasileiro.
Essa subjugação causou intensas revoltas da população. Foi o caso da revolta de [[Cruzeiro do Sul (Acre)|Cruzeiro do Sul]], em 1910, que depôs o Prefeito Departamental do Alto Juruá e proclamou criado o Estado do Acre (a chamada Revolta do Alto Juruá). Cem dias depois, entretanto, as tropas federais atacaram os revoltosos e restabeleceram a "ordem" e a tutela. Em 1913, um movimento de revolta ocorreria no Purus, em [[Sena Madureira]], por motivos muito semelhantes ao do Alto Juruá. Em 1918, seria a vez da luta autonomista chegar ao vale do Acre, em [[Rio Branco]], que protestou intensamente contra a manutenção daquela situação de subjugação ao governo federal. Porém ambas as revoltas foram igualmente sufocadas à força pelo governo brasileiro.


[[Ficheiro:Cruzeiro do Sul (Acre), Fundo Correio da Manhã - 3.tif|miniaturadaimagem|Cruzeiro do Sul, 1906.|alt=|esquerda]]
{{Imagem múltipla
[[Ficheiro:Rio Branco (AC) - Ao fundo os Campos de Criação de Gado de Mais & Cia.jpg|miniaturadaimagem|Rio Branco, 1930.|alt=|esquerda]]
| align = left
| direction = vertical
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| image1 = Cruzeiro do Sul (Acre), Fundo Correio da Manhã - 3.tif
| caption1 = Cruzeiro do Sul, 1906.

| image2 = Rio Branco (AC) - Ao fundo os Campos de Criação de Gado de Mais & Cia.jpg
| caption2 = Rio Branco, 1930.

| image3 = Tarauacá - Acre - 3800567357.jpg
| caption3 = O Teatro Municipal José Potyguara, de 1933, em [[Tarauacá]], conta com a linha arquitetônica [[Neogótico|neogótica]], presente em todo o Estado do Acre, foi o primeiro teatro construído no Acre.
}}


A partir do fracasso das revoltas, a luta pela autonomia não recorreu mais às armas. Depois disso, a reforma política de 1920 - que unificou as quatro prefeituras departamentais em um único governo territorial - serviu para acalmar o vale do Acre, que foi beneficiado pela reforma, já que, para capital do território, foi escolhida Rio Branco. Com a queda do Ciclo da Borracha (1920), o movimento autonomista foi perdendo força, ressurgindo apenas uma década mais tarde, quando a [[Revolução de 1930]] alterou completamente os rumos da república brasileira. Nesse momento, os acrianos acreditaram que poderiam, enfim, conquistar a tão sonhada autonomia. Mas foi em vão.
A partir do fracasso das revoltas, a luta pela autonomia não recorreu mais às armas. Depois disso, a reforma política de 1920 - que unificou as quatro prefeituras departamentais em um único governo territorial - serviu para acalmar o vale do Acre, que foi beneficiado pela reforma, já que, para capital do território, foi escolhida Rio Branco. Com a queda do Ciclo da Borracha (1920), o movimento autonomista foi perdendo força, ressurgindo apenas uma década mais tarde, quando a [[Revolução de 1930]] alterou completamente os rumos da república brasileira. Nesse momento, os acrianos acreditaram que poderiam, enfim, conquistar a tão sonhada autonomia. Mas foi em vão.
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Com a constituição de 1934, o Acre só obteve o direito de eleger dois deputados federais para representá-lo na Câmara Federal, sem alterar o regime de indicação dos governadores do território. Seguiu-se mais um longo período em que as discussões autonomistas não passavam de conversas em intermináveis reuniões e de fundações de agremiações políticas e jornais que tinham como bandeira maior o autonomismo. Multiplicaram-se os simulacros de partidos políticos: Legião Autonomista, Partido Construtor, Partido Autonomista, Partido Republicano do Acre Federal, Comitê Pró-autonomia, etc. Assim como se multiplicavam os títulos de jornais com apelo autonomista, como por exemplo: O Estado, O Autonomista, O Estado do Acre etc.
Com a constituição de 1934, o Acre só obteve o direito de eleger dois deputados federais para representá-lo na Câmara Federal, sem alterar o regime de indicação dos governadores do território. Seguiu-se mais um longo período em que as discussões autonomistas não passavam de conversas em intermináveis reuniões e de fundações de agremiações políticas e jornais que tinham como bandeira maior o autonomismo. Multiplicaram-se os simulacros de partidos políticos: Legião Autonomista, Partido Construtor, Partido Autonomista, Partido Republicano do Acre Federal, Comitê Pró-autonomia, etc. Assim como se multiplicavam os títulos de jornais com apelo autonomista, como por exemplo: O Estado, O Autonomista, O Estado do Acre etc.


Durante a [[Segunda Guerra Mundial]] (1939-1945), os seringais da [[Malásia]] foram ocupados pelos japoneses e, a [[Tailândia]] um grande produtor de borracha, participou da guerra ao lado do [[Potências do Eixo|Eixo]]. Assim, o Acre representou uma das principais fonte de borracha dos [[Aliados da Segunda Guerra Mundial|Aliados]] durante a guerra.<ref name="ufgciencia3">{{citar web|título=Os “Acordos de Washington” de 1942, a organização da Companhia Vale do Rio Doce e as dinâmicas nacional e internacional |url=http://www.encontro2016.rj.anpuh.org/resources/anais/42/1466979308_ARQUIVO_MariaLeticiaCorrea_AnpuhRio2016.pdf |obra=XVII Encontro de História da Anapuh Rio |publicado=Universidade Federal de Goiás |acessodata=09-03-2018|autor=Maria Letícia Corrêa |ano=2015}}</ref> Em reconhecimento à contribuição produtiva em prol da vitória aliada, o Brasil conseguiu recursos norte-americanos para construir a [[Companhia Siderúrgica Nacional]], e assim alavancar a industrialização estagnada do Centro-sul, sem [[Indústria de base|indústrias de base]].<ref name="saofrancisco">{{citar web|título=Batalha da Borracha|url=http://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-do-brasil/batalha-da-borracha |obra=História do Brasil |publicado=Portal São Francisco|acessodata=05-03-2018|autor=Ariadne Araújo}}</ref> Para solucionar o impasse e, também para suprir a borracha para o material bélico das [[Aliados da Segunda Guerra Mundial|Forças Aliadas]], em maio de 1941 o governo brasileiro fez acordos com o governo dos Estados Unidos, os Acordos de Washington,<ref name="saofrancisco" /> iniciando outra operação em larga escala de extração de látex na Amazônia, a Batalha da Borracha.<ref name="saofrancisco" />
Durante a [[Segunda Guerra Mundial]] (1939-1945), os seringais da [[Malásia]] foram ocupados pelos japoneses e, a [[Tailândia]] um grande produtor de borracha, participou da guerra ao lado do [[Potências do Eixo|Eixo]]. Assim, o Acre representou uma das principais fonte de borracha dos [[Aliados da Segunda Guerra Mundial|Aliados]] durante a guerra.<ref name="ufgciencia3">{{citar web|título=Os “Acordos de Washington” de 1942, a organização da Companhia Vale do Rio Doce e as dinâmicas nacional e internacional |url=http://www.encontro2016.rj.anpuh.org/resources/anais/42/1466979308_ARQUIVO_MariaLeticiaCorrea_AnpuhRio2016.pdf |obra=XVII Encontro de História da Anapuh Rio |publicado=Universidade Federal de Goiás |acessodata=09/03/2018|autor=Maria Letícia Corrêa |ano=2015}}</ref> Em reconhecimento à contribuição produtiva em prol da vitória aliada, o Brasil conseguiu recursos norte-americanos para construir a [[Companhia Siderúrgica Nacional]], e assim alavancar a industrialização estagnada do Centro-sul, sem [[Indústria de base|indústrias de base]].<ref name="saofrancisco">{{citar web|título=Batalha da Borracha|url=http://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-do-brasil/batalha-da-borracha |obra=História do Brasil |publicado=Portal São Francisco|acessodata=05/03/2018|autor=Ariadne Araújo}}</ref> Para solucionar o impasse e, também para suprir a borracha para o material bélico dos [[Aliados da Segunda Guerra Mundial|Forças Aliadas]], em maio de 1941 o governo brasileiro fez acordos com o governo dos Estados Unidos, os Acordos de Washington,<ref name="saofrancisco" /> iniciando outra operação em larga escala de extração de látex na Amazônia, a Batalha da Borracha.<ref name="saofrancisco" />


Impulso mesmo o movimento autonomista só voltaria a ter em meados da década de 1950, quando o [[Partido Social Democrático (1945-2003)|Partido Social Democrático]], do ex-governador [[José Guiomard dos Santos]], resolveu assumir essa bandeira e elaborar um projeto de lei que transformava o Acre em Estado. Esse projeto causou grande movimentação política em todo o Acre e chegou ao Congresso Nacional em 1957, provocando uma intensa disputa política entre o [[PTB]] de [[Oscar Passos]] e o PSD de Guiomard Santos, tendo o primeiro se posicionado contra a lei de transformação do Acre em Estado.
Impulso mesmo o movimento autonomista só voltaria a ter em meados da década de 50, quando o [[Partido Social Democrático (1945-2003)|Partido Social Democrático]], do ex-governador [[José Guiomard dos Santos]], resolveu assumir essa bandeira e elaborar um projeto de lei que transformava o Acre em Estado. Esse projeto causou grande movimentação política em todo o Acre e chegou ao Congresso Nacional em 1957, provocando uma intensa disputa política entre o [[PTB]] de [[Oscar Passos]] e o PSD de Guiomard Santos, tendo o primeiro se posicionado contra a lei de transformação do Acre em Estado.


Depois de muitas disputas no Congresso Nacional, finalmente em 1962, durante a fase parlamentarista do governo [[João Goulart]], foi assinada a lei 4 070, de autoria do então deputado Guiomard Santos.<ref>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L4070.htm#:~:text=LEI%20No%204.070%2C%20DE%2015%20DE%20JUNHO%20DE%201962.&text=Eleva%20o%20Territ%C3%B3rio%20do%20Acre,eu%20sanciono%20a%20seguinte%20Lei%3A&text=1.%C2%BA%20O%20Territ%C3%B3rio%20%C3%A0,erigido%20em%20Estado%20do%20Acre.</ref> Por uma ironia política, o presidente João Goulart era do [[Partido Trabalhista Brasileiro]], o partido que, a nível nacional, se colocava contra o tal projeto. Ainda assim, o projeto foi aprovado e passou a vigorar a partir do dia 15 de junho de 1962.
Depois de muitas disputas no Congresso Nacional, finalmente em 1962, durante a fase parlamentarista do governo [[João Goulart]], foi assinada a lei 4 070, de autoria do então deputado Guiomard Santos.<ref>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L4070.htm#:~:text=LEI%20No%204.070%2C%20DE%2015%20DE%20JUNHO%20DE%201962.&text=Eleva%20o%20Territ%C3%B3rio%20do%20Acre,eu%20sanciono%20a%20seguinte%20Lei%3A&text=1.%C2%BA%20O%20Territ%C3%B3rio%20%C3%A0,erigido%20em%20Estado%20do%20Acre.</ref> Por uma ironia política, o presidente João Goulart era do [[Partido Trabalhista Brasileiro]], o partido que, a nível nacional, se colocava contra o tal projeto. Ainda assim, o projeto foi aprovado e passou a vigorar a partir do dia 15 de junho de 1962.
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Na década de 1960, iniciou-se o segundo ciclo de esforços para acelerar o progresso da área amazônica, com a criação da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia ([[SUDAM]],1966). Procurou-se melhor entrosar os subsetores regionais dentro do próprio Estado, concorrendo para isso os ramais da [[Transamazônica]], que ligaram Rio Branco e [[Brasileia]], no alto curso do Acre, e Cruzeiro do Sul, às margens do [[Juruá]], cortando os vales do [[Purus]] e do [[Tarauacá]]. Incrementou-se a política de planejamento, destinada a corrigir as distorções demográficas, econômicas e políticas da integração nacional.
Na década de 1960, iniciou-se o segundo ciclo de esforços para acelerar o progresso da área amazônica, com a criação da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia ([[SUDAM]],1966). Procurou-se melhor entrosar os subsetores regionais dentro do próprio Estado, concorrendo para isso os ramais da [[Transamazônica]], que ligaram Rio Branco e [[Brasileia]], no alto curso do Acre, e Cruzeiro do Sul, às margens do [[Juruá]], cortando os vales do [[Purus]] e do [[Tarauacá]]. Incrementou-se a política de planejamento, destinada a corrigir as distorções demográficas, econômicas e políticas da integração nacional.


Na década de 1980, o governo do Acre venceu uma ação judicial contra o Amazonas, onde reivindicava nova demarcação dos limites territoriais, sob a alegação de que deveriam ser acima da linha Cunha Gomes.<ref name="vestuol">{{citar web|url=https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/mudanca-geografica-2-decisao-do-stf-determina-limite-entre-acre-e-amazonas.htm |título=Mudança geografica (2): Decisão do STF determina limite entre Acre e Amazonas |data=10-04-2008 |}}</ref> O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou ser procedente.<ref name="vestuol" />
Na década de 1980, o governo do Acre venceu uma ação judicial contra o Amazonas, onde reivindicava nova demarcação dos limites territoriais, sob a alegação de que deveriam ser acima da linha Cunha Gomes.<ref name="vestuol">{{citar web|url=https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/mudanca-geografica-2-decisao-do-stf-determina-limite-entre-acre-e-amazonas.htm |título=Mudança geografica (2): Decisão do STF determina limite entre Acre e Amazonas |data=10/04/2008 |}}</ref> O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou ser procedente.<ref name="vestuol" />


=== História recente ===
=== História recente ===
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A partir de 2008, o Brasil reforçou o efetivo do [[Exército Brasileiro|Exército]] na fronteira do Acre com o [[Departamentos da Bolívia|departamento boliviano]] de [[Pando]].<ref>{{citar web|url=http://blogdaamazonia.blog.terra.com.br/2008/09/19/exercito-brasileiro-ocupa-pontes-na-fronteira-apos-massacre-na-bolivia/|título=Exército brasileiro ocupa pontes na fronteira após massacre na Bolívia|autor=Altino Machado|data=19 de setembro de 2008|publicado=Blog da Amazônia|acessodata=15 de novembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120121063530/http://blogdaamazonia.blog.terra.com.br/2008/09/19/exercito-brasileiro-ocupa-pontes-na-fronteira-apos-massacre-na-bolivia/|arquivodata=21 de Janeiro de 2012|urlmorta=yes}}</ref> Essa região da fronteira se tornara instável com o massacre de 30 camponeses bolivianos, feito por opositores ao referendo de aprovação de uma nova Constituição,<ref>{{citar web|url=http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=40625&id_secao=7|título = Governador boliviano acusado de chacinar 30 camponeses |autor = PCdoB |data = 14 de setembro de 2008 |publicado = Partido Comunista do Brasil |acessodata = 15 de novembro de 2011 }}</ref> mas os conflitos se dissiparam com a realização do referendo na Bolívia, em janeiro de 2009.<ref>{{citar web|url=http://educacao.uol.com.br/atualidades/referendo-na-bolivia.jhtm|título=Referendo na Bolívia: Nova Constituição é aprovada, mas nação segue dividida|autor=José Renato Salatiel|data=28 de janeiro de 2009|publicado=UOL Educação|acessodata=15 de novembro de 2011}}</ref>
A partir de 2008, o Brasil reforçou o efetivo do [[Exército Brasileiro|Exército]] na fronteira do Acre com o [[Departamentos da Bolívia|departamento boliviano]] de [[Pando]].<ref>{{citar web|url=http://blogdaamazonia.blog.terra.com.br/2008/09/19/exercito-brasileiro-ocupa-pontes-na-fronteira-apos-massacre-na-bolivia/|título=Exército brasileiro ocupa pontes na fronteira após massacre na Bolívia|autor=Altino Machado|data=19 de setembro de 2008|publicado=Blog da Amazônia|acessodata=15 de novembro de 2011|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120121063530/http://blogdaamazonia.blog.terra.com.br/2008/09/19/exercito-brasileiro-ocupa-pontes-na-fronteira-apos-massacre-na-bolivia/|arquivodata=21 de Janeiro de 2012|urlmorta=yes}}</ref> Essa região da fronteira se tornara instável com o massacre de 30 camponeses bolivianos, feito por opositores ao referendo de aprovação de uma nova Constituição,<ref>{{citar web|url=http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=40625&id_secao=7|título = Governador boliviano acusado de chacinar 30 camponeses |autor = PCdoB |data = 14 de setembro de 2008 |publicado = Partido Comunista do Brasil |acessodata = 15 de novembro de 2011 }}</ref> mas os conflitos se dissiparam com a realização do referendo na Bolívia, em janeiro de 2009.<ref>{{citar web|url=http://educacao.uol.com.br/atualidades/referendo-na-bolivia.jhtm|título=Referendo na Bolívia: Nova Constituição é aprovada, mas nação segue dividida|autor=José Renato Salatiel|data=28 de janeiro de 2009|publicado=UOL Educação|acessodata=15 de novembro de 2011}}</ref>


Em abril de 2008, o Acre vence uma questão judicial com o Estado do [[Amazonas]] em relação ao litígio em torno da linha Cunha Gomes,<ref name="vestuol" /><ref>{{citar web|url=https://tj-ac.jusbrasil.com.br/noticias/1594981/tjs-do-acre-e-amazonas-discutem-a-nova-divisao-territorial-entre-os-dois-estados |título=TJs do Acre e Amazonas discutem a nova divisão territorial entre os dois estados |autor=ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL TJAC |publicado=Poder Judiciário do Estado do Acre |acessodata=20-03-2018}}</ref> em uma disputa territorial de 26 anos, anexando os municípios de [[Envira]], [[Guajará (Amazonas)|Guajará]], [[Boca do Acre]], [[Pauini]], [[Eirunepé]] e [[Ipixuna]].<ref name="vestuol" /> A redefinição territorial consolidou a inclusão de 1,2 milhão de hectares do complexo florestal Liberdade, Gregório e Mogno ao território do Acre, o que corresponde a {{fmtn|11583.87}} quilômetros quadrados.
Em abril de 2008, o Acre vence uma questão judicial com o Estado do [[Amazonas]] em relação ao litígio em torno da linha Cunha Gomes,<ref name="vestuol" /><ref>{{citar web|url=https://tj-ac.jusbrasil.com.br/noticias/1594981/tjs-do-acre-e-amazonas-discutem-a-nova-divisao-territorial-entre-os-dois-estados |título=TJs do Acre e Amazonas discutem a nova divisão territorial entre os dois estados
|autor=ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL TJAC |publicado=Poder Judiciário do Estado do Acre |acessodata=20/03/2018}}</ref> em uma disputa territorial de 26 anos, anexando os municípios de [[Envira]], [[Guajará (Amazonas)|Guajará]], [[Boca do Acre]], [[Pauini]], [[Eirunepé]] e [[Ipixuna]].<ref name="vestuol" /> A redefinição territorial consolidou a inclusão de 1,2 milhão de hectares do complexo florestal Liberdade, Gregório e Mogno ao território do Acre, o que corresponde a {{fmtn|11583.87}} quilômetros quadrados.


Em outubro de 2014, [[Tião Viana]] ([[Partido dos Trabalhadores|PT]]) foi reeleito governador, com 51,29% dos votos válidos contra o seu adversário, o candidato [[Marcio Bittar]] ([[Partido da Social Democracia Brasileira|PSDB]]).<ref>{{citar web|url = http://g1.globo.com/ac/acre/eleicoes/2014/noticia/2014/10/tiao-viana-do-pt-e-reeleito-governador-do-acre.html |título = Tião Viana, do PT, é reeleito governador do Acre |autor= G1 Acre |data = 26 de outubro de 2014 |publicado = Globo News |acessodata = 23 de maio de 2015 }}</ref>
Em outubro de 2014, [[Tião Viana]] ([[Partido dos Trabalhadores|PT]]) foi reeleito governador, com 51,29% dos votos válidos contra o seu adversário, o candidato [[Marcio Bittar]] ([[Partido da Social Democracia Brasileira|PSDB]]).<ref>{{citar web|url = http://g1.globo.com/ac/acre/eleicoes/2014/noticia/2014/10/tiao-viana-do-pt-e-reeleito-governador-do-acre.html |título = Tião Viana, do PT, é reeleito governador do Acre |autor= G1 Acre |data = 26 de outubro de 2014 |publicado = Globo News |acessodata = 23 de maio de 2015 }}</ref>
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== Geografia ==
== Geografia ==
{{Artigo principal|Geografia do Acre}}
{{Artigo principal|Geografia do Acre}}
[[Ficheiro:Clima do Acre (Köppen).svg|miniaturadaimagem|Mapa climático do Acre]]
[[Ficheiro:Clima do Acre (Köppen).svg|miniaturadaimagem|Mapa climático do Acre.]]
O estado do Acre ocupa uma área de {{Fmtn|152581}}&nbsp;km², localizado no extremo [[oeste]] do [[Brasil]], localiza-se a 70º00'00" de [[longitude]] oeste do [[Meridiano de Greenwich]] e a 09º00'00" de [[latitude]] sul da [[Linha do Equador]] e com fuso horário -5 horas em relação a hora mundial GMT. Dista 10º00'00" ao sul da Linha do Equador. No Brasil, o estado faz parte da [[Região Norte do Brasil|região Norte]], fazendo divisa com os estados do [[Amazonas]] e [[Rondônia]] e fronteira com dois países: [[Peru]] e [[Bolívia]].
O estado do Acre ocupa uma área de {{Fmtn|152581}}&nbsp;km², localizado no extremo [[oeste]] do [[Brasil]], localiza-se a 70º00'00" de [[longitude]] oeste do [[Meridiano de Greenwich]] e a 09º00'00" de [[latitude]] sul da [[Linha do Equador]] e com fuso horário -5 horas em relação a hora mundial GMT. Dista 10º00'00" ao sul da Linha do Equador. No Brasil, o estado faz parte da [[Região Norte do Brasil|região Norte]], fazendo divisa com os estados do [[Amazonas]] e [[Rondônia]] e fronteira com dois países: [[Peru]] e [[Bolívia]].

[[Imagem:Floresta_no_Acre.jpg|thumb|esquerda|200px|O Acre é um dos estados mais preservados do Brasil]]
Praticamente todo o [[Relevo (geografia)|relevo]] do [[Estado (subdivisão)|estado]] do Acre se integra no baixo [[planalto|platô]] [[arenito|arenítico]], ou [[terra firme]], unidade [[geomorfologia|morfológica]] que domina a maior parte da [[Amazônia]] brasileira. Esses [[terreno]]s se inclinam, no Acre, de [[sudoeste]] para [[nordeste]], com [[topografia]], em geral, tabular. No extremo oeste se encontra a [[Serra da Contamana]] ou do [[Parque Nacional da Serra do Divisor|Divisor]], ao longo da [[fronteira]] ocidental, com as maiores [[altitude]]s do estado (609 m). Cerca de 63% da [[área|superfície]] estadual fica entre 200 e 300 m de altitude; 16% entre 300 e 609; e 21% entre 200 e 135.
Praticamente todo o [[Relevo (geografia)|relevo]] do [[Estado (subdivisão)|estado]] do Acre se integra no baixo [[planalto|platô]] [[arenito|arenítico]], ou [[terra firme]], unidade [[geomorfologia|morfológica]] que domina a maior parte da [[Amazônia]] brasileira. Esses [[terreno]]s se inclinam, no Acre, de [[sudoeste]] para [[nordeste]], com [[topografia]], em geral, tabular. No extremo oeste se encontra a [[Serra da Contamana]] ou do Divisor, ao longo da [[fronteira]] ocidental, com as maiores [[altitude]]s do estado (609 m). Cerca de 63% da [[área|superfície]] estadual fica entre 200 e 300 m de altitude; 16% entre 300 e 609; e 21% entre 200 e 135.


O [[clima]] é [[calor|quente]] e muito [[umidade|úmido]], do tipo ''Am'' de [[classificação climática de Köppen-Geiger|Köppen]], e as [[temperatura]]s médias [[mês|mensais]] variam entre 24&nbsp;°C e 27&nbsp;°C, sendo a menor média da Região Norte. As [[chuva]]s atingem o total anual de {{Fmtn|2100}} mm, com uma nítida [[estação do ano|estação]] [[seca]] nos meses de junho, julho e agosto. A [[Floresta Amazônica]] recobre todo o [[território]] estadual. Muito rica em [[seringueira]]s da espécie mais valiosa (''Hevea brasiliensis'') e Castanheiras (''Bertholletia excelsa''), a [[floresta]] garante ao Acre o lugar de maior produtor nacional de [[borracha]] e [[Castanha-do-pará|castanha]]. Os principais [[rio]]s do Acre, navegáveis principalmente nas cheias ([[Rio Juruá|Juruá]], [[Rio Tarauacá|Tarauacá]], [[rio Envira|Envira]], [[rio Purus|Purus]], [[rio Iaco|Iaco]] e [[Rio Acre|Acre]]), atravessam o estado com cursos quase [[paralelo]]s e que só vão confluir fora de seu território.
O [[clima]] é [[calor|quente]] e muito [[umidade|úmido]], do tipo ''Am'' de [[classificação climática de Köppen-Geiger|Köppen]], e as [[temperatura]]s médias [[mês|mensais]] variam entre 24&nbsp;°C e 27&nbsp;°C, sendo a menor média da Região Norte. As [[chuva]]s atingem o total anual de {{Fmtn|2100}} mm, com uma nítida [[estação do ano|estação]] [[seca]] nos meses de junho, julho e agosto. A [[Floresta Amazônica]] recobre todo o [[território]] estadual. Muito rica em [[seringueira]]s da espécie mais valiosa (''Hevea brasiliensis'') e Castanheiras (''Bertholletia excelsa''), a [[floresta]] garante ao Acre o lugar de maior produtor nacional de [[borracha]] e [[Castanha-do-pará|castanha]]. Os principais [[rio]]s do Acre, navegáveis principalmente nas cheias ([[Rio Juruá|Juruá]], [[Rio Tarauacá|Tarauacá]], [[rio Envira|Envira]], [[rio Purus|Purus]], [[rio Iaco|Iaco]] e [[Rio Acre|Acre]]), atravessam o estado com cursos quase [[paralelo]]s e que só vão confluir fora de seu território.
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{| class="wikitable"
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|- style="background:#87CEFA; color:white"
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| '''Cor/Raça''' (IBGE 2006)<ref>{{Citar web|url=http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2007/indic_sociais2007.pdf|data=|acessodata=|obra=|publicado=|ultimo=|primeiro=|título=Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2007|língua=|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150319223145/http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2007/indic_sociais2007.pdf|arquivodata=19 de Março de 2015|urlmorta=yes}}</ref>
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| '''Porcentagem'''
| '''Porcentagem'''
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<small>Fonte: [[PNAD]] (dados obtidos por meio de pesquisa de autodeclaração).</small>
<small>Fonte: [[PNAD]] (dados obtidos por meio de pesquisa de autodeclaração).</small>


Existem no Acre, 34 terras indígenas ocupadas por mais de 12 mil índios, que representam 2% da população total do Estado. Esse populacional pertence a 14 diferentes etnias, de línguas Pano, Aruak e Arawá: ([[Yaminawa]], [[Manchineri]], [[Kaxinawá]], [[Ashaninka]], [[Shanenawa]], [[Katukina]], [[Arara]], [[Nukini]], [[Poyanawa]], [[Nawa]], [[Jaminawa-Arara]] e Isolados). As etnias isoladas, sem contato com a sociedade, têm o seu território tradicional ao longo da [[Fronteira Brasil–Peru|fronteira internacional Brasil-Peru]].<ref>{{Citar web|url=http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/ARQUIVOS_2/Indios/Povos_do_Acre.pdf|título=Povos Indígenas do Acre|língua=|autor=|obra=|data=|acessodata=|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090612002348/http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/ARQUIVOS_2/Indios/Povos_do_Acre.pdf|arquivodata=12 de Junho de 2009|urlmorta=yes}}</ref><ref>Kaxinawá, Joaquim Paulo Maná et al. 2002. ''[http://www.etnolinguistica.org/biblio:kaxinawa-2002-indios Índios no Acre: História e organização]''. 2.ª ed. Rio Branco: Comissão Pró-Índio do Acre / Organização dos Professores Indígenas do Acre - OPIAC / Ministério da Educação.</ref>
Existem no Acre, 34 terras indígenas ocupadas por mais de 12 mil índios, que representam 2% da população total do Estado. Esse populacional pertence a 14 diferentes etnias, de línguas Pano, Aruak e Arawá: ([[Yaminawa]], [[Manchineri]], [[Kaxinawá]], [[Ashaninka]], [[Shanenawa]], [[Katukina]], [[Arara]], [[Nukini]], [[Poyanawa]], [[Nawa]], [[Jaminawa-Arara]] e Isolados). As etnias isoladas, sem contato com a sociedade, têm o seu território tradicional ao longo da fronteira internacional Brasil-Peru.<ref>{{Citar web|url=http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/ARQUIVOS_2/Indios/Povos_do_Acre.pdf|título=Povos Indígenas do Acre|língua=|autor=|obra=|data=|acessodata=|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090612002348/http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/ARQUIVOS_2/Indios/Povos_do_Acre.pdf|arquivodata=12 de Junho de 2009|urlmorta=yes}}</ref><ref>Kaxinawá, Joaquim Paulo Maná et al. 2002. ''[http://www.etnolinguistica.org/biblio:kaxinawa-2002-indios Índios no Acre: História e organização]''. 2.ª ed. Rio Branco: Comissão Pró-Índio do Acre / Organização dos Professores Indígenas do Acre - OPIAC / Ministério da Educação.</ref>


== Política ==
== Política ==
[[Imagem:PRioBranco.jpg|miniatura|esquerda|[[Palácio Rio Branco (Acre)|Palácio Rio Branco]], primeira sede do governo do Acre. Em 1962, o antigo Território do Acre se tornou estado.]]
[[Imagem:PRioBranco.jpg|miniatura|esquerda|[[Palácio Rio Branco (Acre)|Palácio Rio Branco]], primeira sede do governo do Acre. Em 1962, o antigo Território do Acre se tornou estado.]]
O Acre é um estado da [[Unidades federativas do Brasil|federação]], sendo governado por três poderes, o [[Poder executivo|executivo]], o [[Poder legislativo|legislativo]] e o [[Poder judiciário|judiciário]]. Por meio de [[referendo]]s e [[plebiscito]]s, é permitida a participação popular nas decisões de governo.<ref name="Política do Tocantins 1">{{citar web|url = http://www.stf.jus.br/portal/legislacaoAnotadaAdiAdcAdpf/verLegislacao.asp?lei=259 |titulo=Lei n.º 9.868 de 10 de novembro de 1999 |autor = Supremo Tribunal Federal (STF) |data = 10 de novembro de 1999 |acessodata = 15 de outubro de 2016 }}</ref> A atual constituição do Acre foi promulgada em 1989,<ref name="Constituição do Acre">{{Citar web|url=http://pt.wikisource.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o_do_estado_do_Acre/VII|data=|acessodata=|obra=|publicado=|ultimo=|primeiro=|título=Constituição do estado do Acre|língua=}}</ref> acrescida das alterações resultantes de posteriores [[Emenda Constitucional|Emendas Constitucionais]]. O poder executivo acriano está centralizado no governador do estado, que é eleito em [[sufrágio universal]] e voto direto e secreto, pela população para mandatos de até quatro anos de duração, e podem ser reeleitos para mais um mandato. Sua sede é o ''[[Palácio Rio Branco (Acre)|Palácio Rio Branco]]'', que desde 1930 é a sede do governo acriano. O poder legislativo do estado é [[unicameral]], constituído pela Assembleia Legislativa do Acre, localizado no [[Centro (Rio Branco)|centro]] de Rio Branco. Ela é constituída por 24 [[deputado estadual|deputados]], que são eleitos a cada 4 anos. No [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso Nacional]], a representação acriana é de 3 senadores e 8 deputados federais. A maior corte do poder judiciário acriano é o [[Tribunal de Justiça do Estado do Acre]], localizado no centro de Rio Branco. Compõem o poder judiciário os [[desembargador]]es e os [[Juiz|juízes de direito]].
O Acre é um estado da [[Unidades federativas do Brasil|federação]], sendo governado por três poderes, o [[Poder executivo|executivo]], o [[Poder legislativo|legislativo]] e o [[Poder judiciário|judiciário]]. Por meio de [[referendo]]s e [[plebiscito]]s, é permitida a participação popular nas decisões de governo.<ref name="Política do Tocantins 1">{{citar web|url = http://www.stf.jus.br/portal/legislacaoAnotadaAdiAdcAdpf/verLegislacao.asp?lei=259 |titulo=Lei n.º 9.868 de 10 de novembro de 1999 |autor = Supremo Tribunal Federal (STF) |data = 10 de novembro de 1999 |acessodata = 15 de outubro de 2016 }}</ref> A atual constituição do Acre foi promulgada em 1989,<ref name="Constituição do Acre">{{Citar web|url=http://pt.wikisource.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o_do_estado_do_Acre/VII|data=|acessodata=|obra=|publicado=|ultimo=|primeiro=|autor=|título=Constituição do estado do Acre|língua=}}</ref> acrescida das alterações resultantes de posteriores [[Emenda Constitucional|Emendas Constitucionais]]. O poder executivo acriano está centralizado no governador do estado, que é eleito em [[sufrágio universal]] e voto direto e secreto, pela população para mandatos de até quatro anos de duração, e podem ser reeleitos para mais um mandato. Sua sede é o ''[[Palácio Rio Branco (Acre)|Palácio Rio Branco]]'', que desde 1930 é a sede do governo acriano. O poder legislativo do estado é [[unicameral]], constituído pela Assembleia Legislativa do Acre, localizado no [[Centro (Rio Branco)|centro]] de Rio Branco. Ela é constituída por 24 [[deputado estadual|deputados]], que são eleitos a cada 4 anos. No [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso Nacional]], a representação acriana é de 3 senadores e 8 deputados federais. A maior corte do poder judiciário acriano é o [[Tribunal de Justiça do Estado do Acre]], localizado no centro de Rio Branco. Compõem o poder judiciário os [[desembargador]]es e os [[Juiz|juízes de direito]].


Com {{formatnum|241196}} eleitores, Rio Branco é o município com o maior número de eleitores. É seguido por Cruzeiro do Sul, com 54,1 mil eleitores, Sena Madureira (27,5 mil eleitores), Tarauacá (24,9 mil eleitores) e Feijó, Brasiléia e Senador Guiomard, com 19,7 mil, 16,2 mil e 13,5 mil eleitores, respectivamente. O município com menor número de eleitores é Santa Rosa do Purus, com 3,1 mil.<ref name="Eleitores do Acre">{{citar web |url = http://www.tse.jus.br/eleicoes/estatisticas/quantitativo-do-eleitorado/consulta-quantitativo |publicado= Tribunal Superior Eleitoral (TSE) |autor = JUS Eleitoral |titulo = Consulta Quantitativo - Acre (AC) |data = setembro de 2016 |acessodata = 15 de outubro de 2016 }}</ref>
Com {{formatnum|241196}} eleitores, Rio Branco é o município com o maior número de eleitores. É seguido por Cruzeiro do Sul, com 54,1 mil eleitores, Sena Madureira (27,5 mil eleitores), Tarauacá (24,9 mil eleitores) e Feijó, Brasiléia e Senador Guiomard, com 19,7 mil, 16,2 mil e 13,5 mil eleitores, respectivamente. O município com menor número de eleitores é Santa Rosa do Purus, com 3,1 mil.<ref name="Eleitores do Acre">{{citar web |url = http://www.tse.jus.br/eleicoes/estatisticas/quantitativo-do-eleitorado/consulta-quantitativo |publicado= Tribunal Superior Eleitoral (TSE) |autor = JUS Eleitoral |titulo = Consulta Quantitativo - Acre (AC) |data = setembro de 2016 |acessodata = 15 de outubro de 2016 }}</ref>
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== Subdivisões ==
== Subdivisões ==
{{anexo|Lista de regiões geográficas intermediárias e imediatas do Brasil|Lista de municípios do Acre}}
{{anexo|Lista de regiões geográficas intermediárias e imediatas do Brasil|Lista de municípios do Acre}}
[[Ficheiro:Regiões Geográficas do Estado do Acre.svg|miniaturadaimagem|300px|esquerda|Divisão das regiões intermediárias (vermelho) e imediatas (cinza)]]
[[Ficheiro:Regiões Geográficas do Estado do Acre.svg|miniaturadaimagem|300px|esquerda|Divisão das regiões intermediárias (vermelho) e imediatas (cinza).]]


Região geográfica intermediária é, no [[Brasil]], um agrupamento de [[Região geográfica imediata|regiões geográficas imediatas]] que são articuladas através da influência de uma ou mais [[metrópole]]s, [[Capital regional|capitais regionais]] e/ou [[Centro urbano|centros urbanos]] representativos dentro do conjunto, mediante a análise do [[Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]] (IBGE).<ref name="IBGE_Divisão">{{citar web|URL=http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geografia/default_div_int.shtm |título=Divisão Regional do Brasil |autor=Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) |data=2017 |acessodata=17 de agosto de 2017 |wayb=20170817193241}}</ref>
Região geográfica intermediária é, no [[Brasil]], um agrupamento de [[Região geográfica imediata|regiões geográficas imediatas]] que são articuladas através da influência de uma ou mais [[metrópole]]s, [[Capital regional|capitais regionais]] e/ou [[Centro urbano|centros urbanos]] representativos dentro do conjunto, mediante a análise do [[Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]] (IBGE).<ref name="IBGE_Divisão">{{citar web|URL=http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geografia/default_div_int.shtm |título=Divisão Regional do Brasil |autor=Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) |data=2017 |acessodata=17 de agosto de 2017 |wayb=20170817193241}}</ref>
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== Economia ==
== Economia ==
[[Imagem:Vista noturna da Passarela Joaquim Macedo.jpg|miniatura|direita|A Passarela Joaquim Macedo, entre outros, é um dos símbolos da capital acreana, [[Rio Branco]], centro político e financeiro do estado.]]
[[Imagem:Passarela joaquim Macedo.jpg|miniatura|direita|Passarela Joaquim Macedo, símbolo da capital acriana, Rio Branco, centro político e financeiro do estado.]]


O Acre é um dos estados mais isolados do país, não possuindo ligação rodoviária direta com o resto do Brasil, visto que não existem pontes sobre alguns rios, que separam o Acre de cidades como Manaus ou Porto Velho: para se atravessar de um lado a outro, é preciso usar balsas. O estado também não possui nenhuma excepcionalidade econômica que impulsione seu desenvolvimento, como a Zona Franca de Manaus. Com isso, a economia do Estado é estagnada ao seu território. Porém, vem sendo construída uma ponte sobre o Rio Madeira, na região da Ponta do Abunã, em Porto Velho, que deve ser concluída em março de 2021. Com sua conclusão, o Acre sairá do isolamento rodoviário com o resto do país.<ref>[https://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/2021/01/27/obra-da-ponte-entre-rondonia-e-acre-deve-ficar-pronta-em-marco-de-2021-diz-dnit.ghtml Obra da ponte entre Rondônia e Acre deve ficar pronta em março de 2021, diz Dnit]</ref>
O Acre possui ligação rodoviária direta com o resto do Brasil, através da [[BR-364]].<ref>https://contilnetnoticias.com.br/2021/04/vamos-por-um-fim-no-isolamento-diz-gladson-sobre-inauguracao-da-ponte-sobre-o-rio-madeira/</ref><ref>https://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2021/05/07/com-ponte-do-madeira-ac-espera-fortalecer-rota-para-exportar-produtos-brasileiros-pelo-pacifico.ghtml</ref>


[[Imagem:Tree Map-Exportacoes do Acre (2012).png|miniatura|Exportações do Acre - (2012)<ref name="dataviva.info">{{citar web | titulo=Exportações do Acre (2012) | obra=Plataforma DataViva | url=http://dataviva.info/apps/builder/tree_map/secex/ac/all/all/hs/?depth=hs_6&value_var=val_usd&color_var=color&controls=true&year=2012 | acessodata=13 de janeiro de 2014 | arquivourl=https://web.archive.org/web/20140116102750/http://dataviva.info/apps/builder/tree_map/secex/ac/all/all/hs/?depth=hs_6&value_var=val_usd&color_var=color&controls=true&year=2012 | arquivodata=16 de Janeiro de 2014 | urlmorta=yes }}</ref>]]
[[Imagem:Tree Map-Exportacoes do Acre (2012).png|miniatura|Exportações do Acre - (2012)<ref name="dataviva.info">{{citar web | titulo=Exportações do Acre (2012) | obra=Plataforma DataViva | url=http://dataviva.info/apps/builder/tree_map/secex/ac/all/all/hs/?depth=hs_6&value_var=val_usd&color_var=color&controls=true&year=2012 | acessodata=13 de janeiro de 2014 | arquivourl=https://web.archive.org/web/20140116102750/http://dataviva.info/apps/builder/tree_map/secex/ac/all/all/hs/?depth=hs_6&value_var=val_usd&color_var=color&controls=true&year=2012 | arquivodata=16 de Janeiro de 2014 | urlmorta=yes }}</ref>]]
O Acre possui o [[Lista de unidades federativas do Brasil por PIB|25.º maior]] [[Produto Interno Bruto]] (PIB) do país, baseado principalmente na exploração de recursos naturais e no setor primário. De acordo com dados do IBGE, relativos a 2014, o PIB acriano era de {{Fmtn|13459000}} bilhões, enquanto o [[PIB per capita]] era de {{Fmtn|17034}} reais.<ref name="Economia IBGE">{{citar web |url= http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1&busca=1&idnoticia=3315 |publicado= Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) |titulo= Contas Regionais 2014: cinco estados responderam por quase dois terços do PIB do país |acessodata = 12 de janeiro de 2017 }}</ref> Apesar de possuir uma das maiores taxas de aumento de economia (4,4% em 2014) e um PIB per capita tido como alto, este último é o segundo menor valor entre os estados de sua macrorregião, superando apenas o Pará. Além disto, a economia do estado é avaliada como a terceira pior entre todas as unidades federativas brasileiras e sua capital, Rio Branco, está na última posição entre as capitais estaduais no quesito PIB per capita.<ref name="Economia do Acre 1">{{citar web |url= http://www.ac24horas.com/2016/11/28/%E2%80%8Bibge-aponta-acre-sendo-um-dos-estados-com-maior-crescimento-do-pib/ |publicado= Acre 24 horas |titulo = IBGE aponta Acre sendo um dos com maior crescimento do PIB |data = 28 de novembro de 2016 |acessodata = 12 de janeiro de 2017 }}</ref><ref name="Economia do Acre 2">{{citar web |url= http://www.ac24horas.com/2016/11/30/economia-do-acre-esta-entre-as-tres-piores-do-pais-diz-ibge/ |publicado= Acre 24 horas |titulo = Economia do Acre está entre as três piores do pais, diz IBGE |data = 30 de novembro de 2016 |acessodata = 12 de janeiro de 2017 }}</ref><ref name="Economia do Acre 3">{{citar web |url= http://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2013/12/rio-branco-e-capital-brasileira-com-menor-pib-capita-diz-ibge.html |publicado= Acre 24 horas |titulo = Rio Branco é a capital brasileira com menor PIB per capita, diz IBGE: Dados foram divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (17). No país, 55 municípios concentram cerca de 50% do PIB brasileiro |data = 18 de novembro de 2013 |acessodata = 12 de janeiro de 2017 }}</ref>
O Acre possui o [[Lista de unidades federativas do Brasil por PIB|25.º maior]] [[Produto Interno Bruto]] (PIB) do país, baseado principalmente na exploração de recursos naturais e no setor primário. De acordo com dados do IBGE, relativos a 2014, o PIB acriano era de {{Fmtn|13459000}} bilhões, enquanto o [[PIB per capita]] era de {{Fmtn|17034}} reais.<ref name="Economia IBGE">{{citar web |url= http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1&busca=1&idnoticia=3315 |publicado= Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) |titulo= Contas Regionais 2014: cinco estados responderam por quase dois terços do PIB do país |acessodata = 12 de janeiro de 2017 }}</ref> Apesar de possuir uma das maiores taxas de aumento de economia (4,4% em 2014) e um PIB per capita tido como alto, este último é o segundo menor valor entre os estados de sua macrorregião, superando apenas o Pará. Além disto, a economia do estado é avaliada como a terceira pior entre todas as unidades federativas brasileiras e sua capital, Rio Branco, está na última posição entre as capitais estaduais no quesito PIB per capita.<ref name="Economia do Acre 1">{{citar web |url= http://www.ac24horas.com/2016/11/28/%E2%80%8Bibge-aponta-acre-sendo-um-dos-estados-com-maior-crescimento-do-pib/ |publicado= Acre 24 horas |titulo = IBGE aponta Acre sendo um dos com maior crescimento do PIB |data = 28 de novembro de 2016 |acessodata = 12 de janeiro de 2017 }}</ref><ref name="Economia do Acre 2">{{citar web |url= http://www.ac24horas.com/2016/11/30/economia-do-acre-esta-entre-as-tres-piores-do-pais-diz-ibge/ |publicado= Acre 24 horas |titulo = Economia do Acre está entre as três piores do pais, diz IBGE |data = 30 de novembro de 2016 |acessodata = 12 de janeiro de 2017 }}</ref><ref name="Economia do Acre 3">{{citar web |url= http://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2013/12/rio-branco-e-capital-brasileira-com-menor-pib-capita-diz-ibge.html |publicado= Acre 24 horas |titulo = Rio Branco é a capital brasileira com menor PIB per capita, diz IBGE: Dados foram divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (17). No país, 55 municípios concentram cerca de 50% do PIB brasileiro |data = 18 de novembro de 2013 |acessodata = 12 de janeiro de 2017 }}</ref>

[[Imagem:Agriculture_of_Mâncio_Lima,_Brazil.jpg|thumb|direita|[[Calagem]] vista em [[Mâncio Lima]], no [[Lista de mesorregiões e microrregiões do Acre#Mesorregiões do Acre|Vale do Juruá]], oeste acreano.]]
O modelo de desenvolvimento econômico baseia-se, primordialmente, no [[extrativismo]], com destaque para extração de madeira por meio de [[manejo florestal]], o que, teoricamente, garante o uso econômico sustentável da floresta.
O modelo de desenvolvimento econômico baseia-se, primordialmente, no [[extrativismo]], com destaque para extração de madeira por meio de [[manejo florestal]], o que, teoricamente, garante o uso econômico sustentável da floresta.

[[Imagem:Usina_de_Beneficiamento_de_Castanhas_Chico_Mendes_01.jpg|thumb|direita|Usina de Beneficiamento de Castanha Chico Mendes, [[Xapuri]], Acre.]]
O [[Banco Interamericano de Desenvolvimento]] - [[BID]] - financia um projeto de [[US$]] 106 milhões no Estado, visando dotá-lo de infraestrutura física e institucional que viabilize o sucesso do projeto de [[desenvolvimento sustentável]].
O [[Banco Interamericano de Desenvolvimento]] - [[BID]] - financia um projeto de [[US$]] 106 milhões no Estado, visando dotá-lo de infraestrutura física e institucional que viabilize o sucesso do projeto de [[desenvolvimento sustentável]].

[[Imagem:Maquinário_agrícola_do_governo_auxilia_na_colheita_de_milho_em_Capixaba_(26945232130).jpg|thumb|180px|esquerda|Colheita de [[milho]] em [[Capixaba (Acre)|Capixaba]], Acre, Brasil.]]
Controvérsias sobre o modelo de desenvolvimento escolhido passa por questões como a ausência de consenso quanto à recuperação das áreas exploradas pelos planos de manejo e pela exclusão, na prática, de efetivos benefícios às populações locais (apesar de previsão no projeto).
Controvérsias sobre o modelo de desenvolvimento escolhido passa por questões como a ausência de consenso quanto à recuperação das áreas exploradas pelos planos de manejo e pela exclusão, na prática, de efetivos benefícios às populações locais (apesar de previsão no projeto).


A [[economia]] acreana repousa na exploração de recursos naturais. Os mais importantes são a [[borracha]] e a [[Castanha-do-pará|castanha]], produtos nos quais se basearam o povoamento da [[região]]. A extração da borracha se faz ao longo dos [[rio]]s, pois a seringueira é [[árvore]] de [[mata de igapó]]. Os tipos produzidos são caucho, [[cernambi]] caucho, cernambi [[rama]] e cernambi [[seringa]]. A maior parte da produção estadual cabe à bacia do [[rio Purus]]. Nessa região destaca-se o vale do [[Rio Acre]], que, além de possuir o maior número de [[seringueira]]s, é também região rica em [[Castanea sativa|castanheiras]], fazendo do estado o maior produtor e exportador nacional de castanha. A [[floresta]] acriana é também objeto de exploração [[madeira|madeireira]], e a [[caça]] nela praticada parece contribuir de forma substancial para a [[alimentação]] local.
A [[economia]] acriana repousa na exploração de recursos naturais. Os mais importantes são a [[borracha]] e a [[Castanha-do-pará|castanha]], produtos nos quais se basearam o povoamento da [[região]]. A extração da borracha se faz ao longo dos [[rio]]s, pois a seringueira é [[árvore]] de [[mata de igapó]]. Os tipos produzidos são caucho, [[cernambi]] caucho, cernambi [[rama]] e cernambi [[seringa]]. A maior parte da produção estadual cabe à bacia do [[rio Purus]]. Nessa região destaca-se o vale do [[Rio Acre]], que, além de possuir o maior número de [[seringueira]]s, é também região rica em [[Castanea sativa|castanheiras]], fazendo do estado o maior produtor e exportador nacional de castanha. A [[floresta]] acriana é também objeto de exploração [[madeira|madeireira]], e a [[caça]] nela praticada parece contribuir de forma substancial para a [[alimentação]] local.


A [[agricultura]] reduz-se a pequenas culturas de [[mandioca]], [[feijão]], [[cana-de-açúcar]] e [[arroz]]. A [[indústria de transformação]] compreende pouco mais que algumas [[serraria]]s e pequenas [[fábrica]]s de [[rapadura]] e de [[farinha de mandioca]].
A [[agricultura]] reduz-se a pequenas culturas de [[mandioca]], [[feijão]], [[cana-de-açúcar]] e [[arroz]]. A [[indústria de transformação]] compreende pouco mais que algumas [[serraria]]s e pequenas [[fábrica]]s de [[rapadura]] e de [[farinha de mandioca]].
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A pauta de exportação do Acre é composta, principalmente, por coco, castanha e caju (29,80%), madeira serrada (23,34%), madeira perfilada (19,71%), madeira compensada (9,31%) e produtos farmacêuticos de origem animal (4,97%).<ref name="dataviva.info"/>
A pauta de exportação do Acre é composta, principalmente, por coco, castanha e caju (29,80%), madeira serrada (23,34%), madeira perfilada (19,71%), madeira compensada (9,31%) e produtos farmacêuticos de origem animal (4,97%).<ref name="dataviva.info"/>


Como os rios mantêm no [[Estado (subdivisão)|estado]] cursos aproximadamente paralelos, as [[comunicações]] entre os diversos [[vale]]s se fazem pelas confluências, o que envolve longos percursos. Com a conclusão da [[BR-364]] que integra a ligação [[Cruzeiro do Sul (Acre)|Cruzeiro do Sul]]-[[Limeira]], o Acre passou a contar com [[transporte rodoviário]] para o [[Região Sudeste do Brasil|Sudeste do Brasil]].
Como os rios mantêm no [[Estado (subdivisão)|estado]] cursos aproximadamente paralelos, as [[comunicações]] entre os diversos [[vale]]s se fazem pelas confluências, o que envolve longos percursos. Com a conclusão das [[estrada]]s que integram a ligação [[Rio Branco]]-[[Porto Velho]]-[[Cuiabá]]-[[Limeira]], o Acre passou a contar com [[transporte rodoviário]] para o [[Região Sudeste do Brasil|Sudeste do Brasil]].


=== Agricultura ===
=== Agricultura ===
[[Imagem:Latex dripping.JPG|miniatura|esquerda|[[extrativismo vegetal|Extração]] de [[látex]] da [[seringueira]].]]



Um dos principais produtores de [[borracha]] (''[[Hevea brasiliensis]]'') no [[país]], o Acre apresentou em [[2008]] a produção de 845 [[toneladas|t]],<ref name="Extração vegetal e silvicultura 2008">{{citar web|url=http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=ac&tema=extracaovegetal2008|titulo=Extração vegetal e silvicultura 2008|autor=|data=|publicado=[[Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]]|acessodata=26 de abril de 2010}}</ref> representando pouco mais de um quarto do total nacional. Na região de [[rio Abunã|Abunã]], um [[seringueiro]] chega a produzir 1,5 t de [[borracha]] por safra. Os tipos produzidos são "[[caucho]]", "[[cernambi]] caucho", "cernambi [[rama]]" e "cernambi [[seringa]]". A [[coagulação]] ainda é feita pelo processo da [[defumação]]. A [[produtividade]] média é de dois quilos de [[látex]] por hévea.
Um dos principais produtores de [[borracha]] (''[[Hevea brasiliensis]]'') no [[país]], o Acre apresentou em [[2008]] a produção de 845 [[toneladas|t]],<ref name="Extração vegetal e silvicultura 2008">{{citar web|url=http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=ac&tema=extracaovegetal2008|titulo=Extração vegetal e silvicultura 2008|autor=|data=|publicado=[[Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]]|acessodata=26 de abril de 2010}}</ref> representando pouco mais de um quarto do total nacional. Na região de [[rio Abunã|Abunã]], um [[seringueiro]] chega a produzir 1,5 t de [[borracha]] por safra. Os tipos produzidos são "[[caucho]]", "[[cernambi]] caucho", "cernambi [[rama]]" e "cernambi [[seringa]]". A [[coagulação]] ainda é feita pelo processo da [[defumação]]. A [[produtividade]] média é de dois quilos de [[látex]] por hévea.


[[Imagem:RioBrancoMontagem.jpg|centro|miniatura|[[Imagem|Imagens]] de [[Rio Branco]], capital do Estado.]]
[[Imagem:RioBrancoMontagem.jpg|miniatura|[[Imagem|Imagens]] de [[Rio Branco]], capital do Estado.]]


A coleta de [[Castanha-do-pará|castanha-do-acre]] é também atividade importante, realizada, em geral, pelo [[seringueiro]], como ocupação subsidiária, na época das [[chuva]]s. Sua [[safra]] não é regular. A produção acriana em [[2009]] foi de 20 t, representando 20% de toda a produção nacional, sendo a maior do [[Brasil]].<ref name="Castanha-do-Acre">{{citar web|url=http://www.agencia.ac.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=7970&Itemid=295|titulo=Castanha-do-Acre|autor=|data=|publicado=[[Agência de Notícias do Acre]]|acessodata=4 de abril de 2009}}</ref> A [[madeira]] tem também importância [[Economia|econômica]] na região, sendo a [[produção]] de lenha em [[2008]] de {{Fmtn|679077}} m³.<ref name="Extração vegetal e silvicultura 2008" /> O método de [[extrativismo|extração]] é rudimentar, sendo usadas [[Serra (ferramenta)|serras]] manuais e, assim mesmo, só nos centros mais adiantados. A [[lavoura]] é, em geral, de [[agricultura de subsistência|subsistência]], não tendo condições para se manter diante dos altos rendimentos da [[extrativismo vegetal|atividade extrativa]]. Os principais produtos [[agricultura|agrícolas]] do Acre, em [[2008]], apresentaram os seguintes resultados: [[arroz]] ({{Fmtn|28569}} t),<ref name="Lavoura Temporária 2008">{{citar web|url=http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=ac&tema=lavouratemporaria2008|titulo=Lavoura Temporária 2008|autor=|data=|publicado=[[Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]]|acessodata=26 de abril de 2010}}</ref> [[cana-de-açúcar]] ({{Fmtn|52609}} t),<ref name="Lavoura Temporária 2008" /> [[feijão]] ({{Fmtn|5779}} t),<ref name="Lavoura Temporária 2008" /> [[mandioca]] ({{Fmtn|730434}} t)<ref name="Lavoura Temporária 2008" /> e [[milho]] ({{Fmtn|61088}} t).<ref name="Lavoura Temporária 2008" />
A coleta de [[Castanha-do-pará|Castanha-do-Brasil]] é também atividade importante, realizada, em geral, pelo [[seringueiro]], como ocupação subsidiária, na época das [[chuva]]s. Sua [[safra]] não é regular. A produção acriana em [[2009]] foi de 20 t, representando 20% de toda a produção nacional, sendo a maior do [[Brasil]].<ref name="Castanha-do-Acre">{{citar web|url=http://www.agencia.ac.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=7970&Itemid=295|titulo=Castanha-do-Acre|autor=|data=|publicado=[[Agência de Notícias do Acre]]|acessodata=4 de abril de 2009}}</ref> A [[madeira]] tem também importância [[Economia|econômica]] na região, sendo a [[produção]] de lenha em [[2008]] de {{Fmtn|679077}} m³.<ref name="Extração vegetal e silvicultura 2008" /> O método de [[extrativismo|extração]] é rudimentar, sendo usadas [[Serra (ferramenta)|serras]] manuais e, assim mesmo, só nos centros mais adiantados. A [[lavoura]] é, em geral, de [[agricultura de subsistência|subsistência]], não tendo condições para se manter diante dos altos rendimentos da [[extrativismo vegetal|atividade extrativa]]. Os principais produtos [[agricultura|agrícolas]] do Acre, em [[2008]], apresentaram os seguintes resultados: [[arroz]] ({{Fmtn|28569}} t),<ref name="Lavoura Temporária 2008">{{citar web|url=http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=ac&tema=lavouratemporaria2008|titulo=Lavoura Temporária 2008|autor=|data=|publicado=[[Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]]|acessodata=26 de abril de 2010}}</ref> [[cana-de-açúcar]] ({{Fmtn|52609}} t),<ref name="Lavoura Temporária 2008" /> [[feijão]] ({{Fmtn|5779}} t),<ref name="Lavoura Temporária 2008" /> [[mandioca]] ({{Fmtn|730434}} t)<ref name="Lavoura Temporária 2008" /> e [[milho]] ({{Fmtn|61088}} t).<ref name="Lavoura Temporária 2008" />


=== Pecuária, pesca e mineração ===
=== Pecuária, pesca e mineração ===
A [[pecuária]] começou a ser desenvolvida só a partir da [[década de 1970]]. O [[solo]] utilizado nos [[plantation|plantios]] desgasta-se pelas [[desflorestamento|derrubadas]] e [[queimada]]s e passa a construir área de magra pastagem. Não há campos naturais e os que são abertos na [[floresta|mata]], se ainda não esgotados pela [[lavoura]], são facilmente invadidos pela capoeira. Em [[2008]], contava o Acre com {{Fmtn|155861}} [[porco|suínos]],<ref name="Pecuária 2008">{{citar web|url=http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=ac&tema=pecuaria2008|titulo=Pecuária 2008|autor=|data=|publicado=[[Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]]|acessodata=26 de abril de 2010}}</ref> {{Fmtn|2425687}}[[boi|bovinos]],<ref name="Pecuária 2008" /> {{Fmtn|77623}} [[Ovelha|ovinos]],<ref name="Pecuária 2008" /> {{Fmtn|7201}} [[burro|muares]],<ref name="Pecuária 2008" /> {{Fmtn|60668}} [[cavalo|equinos]]<ref name="Pecuária 2008" /> e {{Fmtn|15433}} [[Capra aegagrus hircus|caprinos]].<ref name="Pecuária 2008" />
A [[pecuária]] começou a ser desenvolvida só a partir da [[década de 1970]]. O [[solo]] utilizado nos [[plantation|plantios]] desgasta-se pelas [[desflorestamento|derrubadas]] e [[queimada]]s e passa a construir área de magra pastagem. Não há campos naturais e os que são abertos na [[floresta|mata]], se ainda não esgotados pela [[lavoura]], são facilmente invadidos pela capoeira. Em [[2008]], contava o Acre com {{Fmtn|155861}} [[porco|suínos]],<ref name="Pecuária 2008">{{citar web|url=http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=ac&tema=pecuaria2008|titulo=Pecuária 2008|autor=|data=|publicado=[[Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]]|acessodata=26 de abril de [[2010]]}}</ref> {{Fmtn|2425687}}[[boi|bovinos]],<ref name="Pecuária 2008" /> {{Fmtn|77623}} [[Ovelha|ovinos]],<ref name="Pecuária 2008" /> {{Fmtn|7201}} [[burro|muares]],<ref name="Pecuária 2008" /> {{Fmtn|60668}} [[cavalo|equinos]]<ref name="Pecuária 2008" /> e {{Fmtn|15433}} [[Capra aegagrus hircus|caprinos]].<ref name="Pecuária 2008" />


A [[pesca]] é praticada em pequena escala, sendo na maioria dos casos de subsistência. Em [[2005]], foram produzidas {{Fmtn|3510}} t de [[pescado]],<ref>{{citar web|url=http://www.mpa.gov.br/mpa/seap/Dados_estatisticos/boletim2005a%28tabela%29.pdf|titulo=Produção total de pescado estimada, por ano, segundo as regiões e unidades da Federação|autor=|data=|publicado=Ministério da Pesca e Aquicultura|acessodata=26 de abril de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110706155815/http://www.mpa.gov.br/mpa/seap/Dados_estatisticos/boletim2005a%28tabela%29.pdf|arquivodata=6 de Julho de 2011|urlmorta=yes}}</ref> a antepenúltima [[produção]] do [[país]]. A [[mineração]] é escassa e caracterizada pela [[garimpo|garimpagem]] mais primitiva — feita através de [[bateia]]s —, sendo desconhecidos dados estatísticos de sua produção.
A [[pesca]] é praticada em pequena escala, sendo na maioria dos casos de subsistência. Em [[2005]], foram produzidas {{Fmtn|3510}} t de [[pescado]],<ref>{{citar web|url=http://www.mpa.gov.br/mpa/seap/Dados_estatisticos/boletim2005a%28tabela%29.pdf|titulo=Produção total de pescado estimada, por ano, segundo as regiões e unidades da Federação|autor=|data=|publicado=Ministério da Pesca e Aquicultura|acessodata=26 de abril de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110706155815/http://www.mpa.gov.br/mpa/seap/Dados_estatisticos/boletim2005a%28tabela%29.pdf|arquivodata=6 de Julho de 2011|urlmorta=yes}}</ref> a antepenúltima [[produção]] do [[país]]. A [[mineração]] é escassa e caracterizada pela [[garimpo|garimpagem]] mais primitiva — feita através de [[bateia]]s —, sendo desconhecidos dados estatísticos de sua produção.


=== Indústria ===
=== Indústria ===
O Acre tinha em 2018 um PIB industrial de R$ 1,1 bilhão, equivalente a 0,1% da indústria nacional e empregando 13.025 trabalhadores na indústria. Os principais setores industriais são: Construção (47,6%), Serviços Industriais de Utilidade Pública, como Energia Elétrica e Água (24,6%), Alimentos (18,8%), Minerais não metálicos (2,0%) e Madeira (1,5%). Estes 5 setores concentram 94,5% da indústria do estado.<ref>[http://perfildaindustria.portaldaindustria.com.br/estado/ac Perfil da Indústria do Acre]</ref>
O Acre tinha em 2018 um PIB industrial de R$ 1,1 bilhão, equivalente a 0,1% da indústria nacional e empregando 13.025 trabalhadores na indústria. Os principais setores industriais são: Construção (47,6%), Serviços Industriais de Utilidade Pública, como Energia Elétrica e Água (24,6%), Alimentos (18,8%), Minerais não metálicos (2,0%) e Madeira (1,5%). Estes 5 setores concentram 94,5% da indústria do estado. <ref>[http://perfildaindustria.portaldaindustria.com.br/estado/ac Perfil da Indústria do Acre]</ref>


A [[indústria]] do [[Estado (subdivisão)|estado]], em [[2009]], ocupava 13 mil pessoas<ref name="Indústria Acriana">{{citar web|url=http://www.agencia.ac.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=11206&Itemid=26|titulo=Indústria acriana em pleno vapor|autor=|data=|publicado=[[Agência de Notícias do Acre]]|acessodata=26 de abril de 2010}}</ref> em 1416 [[Empresa|estabelecimentos]] e unidades,<ref name="Acre em números 2009">{{citar web|url=http://www.ac.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=75&Itemid=165|titulo=Acre em números 2009|autor=|data=|publicado=[[Governo do Acre]]|acessodata=26 de abril de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20101202021745/http://www.ac.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=75&Itemid=165|arquivodata=2 de Dezembro de 2010|urlmorta=yes}}</ref> que produziram bens no valor de R$ 773 milhões. A [[indústria]] ainda é de pouca escala no estado, sendo em grande parte de produtos alimentícios, como queijos, manteiga, refrigerantes e outros; e à transformação rudimentar de alguns produtos [[agricultura|agrícolas]], como a [[farinha de mandioca]] e o [[açúcar]] bangüê. O estado também possui indústrias na produção de barcos, carrocerias de caminhões, laminados e pisos de madeira, móveis, vidros temperados, preservativos (sendo a única do mundo a usar borracha natural proveniente de látex nativo), dentre outros produtos. Nas [[Colônia (comunidade)|colônias]] mais importantes do Alto [[Rio Juruá|Juruá]] e do Alto [[rio Purus|Purus]], ou mesmo em locais que possam atender em várias colônias, estão instalados "conjuntos mecânicos", pertencentes quase todos ao [[governo]]. Nos conjuntos mecânicos encontram-se máquinas para debulhar o [[milho]], descorticar o [[arroz]], ralar, prensar e cozer a [[mandioca]], além de moendas e [[tocha]]s para o fabrico de [[cana-de-açúcar|açúcar de cana]]. A [[potência]] instalada das usinas geradoras em [[2004]] é de 331 [[gigawatts|GWh]], com um [[consumo]] mínimo de 405 GWh.<ref>{{citar web|url=http://www.portalbrasil.eti.br/estados_ac.htm|titulo=Brasil - Acre|autor=TOSCANO, Fernando|data=|publicado=Portal Brasil|acessodata=26 de abril de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090708141237/http://www.portalbrasil.eti.br/estados_ac.htm|arquivodata=8 de Julho de 2009|urlmorta=yes}}</ref> Atualmente o estado possui 2 Distritos Industriais: 1 na capital [[Rio Branco]] e outro no município de [[Acrelândia]].
A [[indústria]] do [[Estado (subdivisão)|estado]], em [[2009]], ocupava 13 mil pessoas<ref name="Indústria Acriana">{{citar web|url=http://www.agencia.ac.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=11206&Itemid=26|titulo=Indústria acriana em pleno vapor|autor=|data=|publicado=[[Agência de Notícias do Acre]]|acessodata=26 de abril de 2010}}</ref> em 1416 [[Empresa|estabelecimentos]] e unidades,<ref name="Acre em números 2009">{{citar web|url=http://www.ac.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=75&Itemid=165|titulo=Acre em números 2009|autor=|data=|publicado=[[Governo do Acre]]|acessodata=26 de abril de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20101202021745/http://www.ac.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=75&Itemid=165|arquivodata=2 de Dezembro de 2010|urlmorta=yes}}</ref> que produziram bens no valor de R$ 773 milhões. A [[indústria]] ainda é de pouca escala no estado, sendo em grande parte de produtos alimentícios, como queijos, manteiga, refrigerantes e outros; e à transformação rudimentar de alguns produtos [[agricultura|agrícolas]], como a [[farinha de mandioca]] e o [[açúcar]] bangüê. O estado também possui indústrias na produção de barcos, carrocerias de caminhões, laminados e pisos de madeira, móveis, vidros temperados, preservativos (sendo a única do mundo a usar borracha natural proveniente de látex nativo), dentre outros produtos. Nas [[Colônia (comunidade)|colônias]] mais importantes do Alto [[Rio Juruá|Juruá]] e do Alto [[rio Purus|Purus]], ou mesmo em locais que possam atender em várias colônias, estão instalados "conjuntos mecânicos", pertencentes quase todos ao [[governo]]. Nos conjuntos mecânicos encontram-se máquinas para debulhar o [[milho]], descorticar o [[arroz]], ralar, prensar e cozer a [[mandioca]], além de moendas e [[tocha]]s para o fabrico de [[cana-de-açúcar|açúcar de cana]]. A [[potência]] instalada das usinas geradoras em [[2004]] é de 331 [[gigawatts|GWh]], com um [[consumo]] mínimo de 405 GWh.<ref>{{citar web|url=http://www.portalbrasil.eti.br/estados_ac.htm|titulo=Brasil - Acre|autor=TOSCANO, Fernando|data=|publicado=Portal Brasil|acessodata=26 de abril de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090708141237/http://www.portalbrasil.eti.br/estados_ac.htm|arquivodata=8 de Julho de 2009|urlmorta=yes}}</ref> Atualmente o estado possui 2 Distritos Industriais: 1 na capital [[Rio Branco]] e outro no município de [[Acrelândia]].
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=== Saúde ===
=== Saúde ===
Em [[2005]], havia no [[Estado (subdivisão)|estado]] 337 [[hospital|estabelecimentos hospitalares]], sendo 282 públicos e 55 particulares, com um total de 1.561 [[cama|leitos]]. Dos 337 hospitais, 227 eram de finalidade geral e 221 eram especializados. Dos 7 [[município]]s existentes em 1970, apenas [[Rio Branco]] possuía abastecimento de [[água]] encanada, embora não possuía serviço de [[esgoto]], o que impede o controle de [[disenteria amébica|disenteria amebiana endêmica]]. Em 2005, o estado possuía 48% de acesso à água 44,3% de acesso à rede de esgoto. Em [[2006]], a [[mortalidade infantil]] era de 20,7 por {{Fmtn|1000}} nascidos vivos, sendo a [[malária]] a principal causa de [[morte]]. Povoações distantes entre si por dia de caminhada na [[floresta]], e que por vezes, no período das [[chuva]]s, ficam completamente isoladas, dificultam a irradiação da [[saúde pública]].

{{Imagem múltipla
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| image1 = Saúde Itinerante realiza quase três mil atendimentos em Manoel Urbano (27489429356).jpg
| caption1 = Médico realiza atendimento pelo Programa Saúde Itinerante, em [[Manoel Urbano]], no Acre.

| image2 = HospitaldoJuruá.jpg
| caption2 = Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul, Acre.
}}

Em [[2005]], havia no [[Estado (subdivisão)|estado]] 337 [[hospital|estabelecimentos hospitalares]], sendo 282 públicos e 55 particulares, com um total de 1.561 [[cama|leitos]]. Dos 337 hospitais, 227 eram de finalidade geral e 221 eram especializados. Dos 7 [[município]]s existentes em 1970, apenas [[Rio Branco]] possuía abastecimento de [[água]] encanada, embora não possuía serviço de [[esgoto]], o que impede o controle de [[disenteria amébica|disenteria amebiana endêmica]]. Em 2005, o estado possuía 48% de acesso à água 44,3% de acesso à rede de esgoto. Em [[2006]], a [[mortalidade infantil]] era de 20,7 por {{Fmtn|1000}} nascidos vivos, sendo a [[malária]] a principal causa de [[morte]]. Povoações distantes entre si por dia de caminhada na [[floresta]], e que por vezes, no período das [[chuva]]s, ficam completamente isoladas, dificultam a irradiação da [[saúde pública]]. Há unidades da [[Unidade de Pronto Atendimento|UPA]] em Rio Branco.


Uma pesquisa promovida pelo [[Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística|IBGE]] em 2008 revelou que 73,4% da população do estado avalia sua [[saúde]] como boa ou muito boa; 61% da população realiza consulta médica periodicamente; 35,6% dos habitantes consultam o [[dentista]] regularmente e 5,8% da população esteve internado em leito hospitalar nos últimos doze meses.<ref name="Serviços de saúde no Acre 2008">{{citar web|url= http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=ac&tema=pnad_saude_2008 |titulo= Acesso e Utilização dos Serviços, Condições de Saúde e Fatores de Risco e Proteção à Saúde 2008 |autor= PNAD |data= 2008 |publicado= Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)| acessodata= 24 de novembro de 2012}}</ref> Ainda conforme dados da pesquisa, 24,2% dos habitantes declararam ter alguma [[doença crônica]] e apenas 12,6% possuíam plano de saúde. Menos da metade dos domicílios particulares no estado são cadastrados no programa Unidade de Saúde da Família: 46,7%.<ref name="Serviços de saúde no Acre 2008" />
Uma pesquisa promovida pelo [[Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística|IBGE]] em 2008 revelou que 73,4% da população do estado avalia sua [[saúde]] como boa ou muito boa; 61% da população realiza consulta médica periodicamente; 35,6% dos habitantes consultam o [[dentista]] regularmente e 5,8% da população esteve internado em leito hospitalar nos últimos doze meses.<ref name="Serviços de saúde no Acre 2008">{{citar web|url= http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=ac&tema=pnad_saude_2008 |titulo= Acesso e Utilização dos Serviços, Condições de Saúde e Fatores de Risco e Proteção à Saúde 2008 |autor= PNAD |data= 2008 |publicado= Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)| acessodata= 24 de novembro de 2012}}</ref> Ainda conforme dados da pesquisa, 24,2% dos habitantes declararam ter alguma [[doença crônica]] e apenas 12,6% possuíam plano de saúde. Menos da metade dos domicílios particulares no estado são cadastrados no programa Unidade de Saúde da Família: 46,7%.<ref name="Serviços de saúde no Acre 2008" />
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=== Transportes ===
=== Transportes ===
[[Imagem:Trevo da BR-364.jpg|200px|esquerda|miniatura|Acesso a Senador Guiomard pela [[rodovia]] estadual [[AC-040]].]]

{{Imagem múltipla
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| width = 180

| image1 = Trevo da BR-364.jpg
| caption1 = Acesso à [[Senador Guiomard]] pela [[Estrada do Pacífico]] (BR-317), Acre.

| image2 = Trevo_BR-364.2.jpg
| caption2 = Trecho da BR-364, proximo à [[Capixaba (Acre)|Capixaba]], no Acre, Brasil.

| image3 = Ponte_da_União,_Cruzeiro_do_Sul,_Acre.jpg
| caption3 = A Ponte da União em [[Cruzeiro do Sul (Acre)|Cruzeiro do Sul]] liga o município ao resto do estado.
}}

As principais [[rodovia]]s do Acre são:
As principais [[rodovia]]s do Acre são:
* [[BR-364]] - Juntamente com a BR-317 são as principais rodovias do Acre. A leste liga [[Rio Branco]] à [[Região Sudeste do Brasil]]. A oeste corta todo o estado, ligando a capital do estado a [[Cruzeiro do Sul (Acre)|Cruzeiro do Sul]], segunda principal cidade do estado, passando pelos municípios de [[Bujari]], [[Sena Madureira]], [[Manoel Urbano]], [[Feijó (Acre)|Feijó]], [[Tarauacá]] e [[Rodrigues Alves (Acre)|Rodrigues Alves]].
* [[BR-364]] - Juntamente com a BR-317 é a principal rodovia do Acre. A leste liga Rio Branco ao estado de [[Rondônia]] e ao restante do país. A oeste corta todo o estado, ligando a capital do estado a [[Cruzeiro do Sul (Acre)|Cruzeiro do Sul]], segunda principal cidade do estado, passando pelos municípios de [[Bujari]], [[Sena Madureira]], [[Manoel Urbano]], [[Feijó (Acre)|Feijó]], [[Tarauacá]] e [[Rodrigues Alves (Acre)|Rodrigues Alves]].
* [[BR-317]] - Tem extensão de 330&nbsp;km, liga a capital ao sul do estado, passando pelos municípios de [[Senador Guiomard]], [[Capixaba (Acre)|Capixaba]], [[Brasileia]] na fronteira com a [[Bolívia|República da Bolívia]], a partir de Brasileia a estrada continua por mais 110&nbsp;km até chegar na cidade de Assis Brasil, já na [[Tríplice fronteira#Tríplices fronteiras no Brasil|tríplice fronteira]] com o [[Peru]] e a [[Bolívia]]. A [[Estrada do Pacífico]] é um importante eixo de exportação do [[Brasil]], pois o Brasil está totalmente ligado a [[Cuzco]] e aos dois principais portos do país vizinho.
* [[BR-317]] - Tem extensão de 330&nbsp;km, liga a capital ao sul do estado, passando pelos municípios de [[Senador Guiomard]], [[Capixaba (Acre)|Capixaba]], [[Brasileia]] na fronteira com a [[Bolívia|República da Bolívia]], a partir de Brasileia a estrada continua por mais 110&nbsp;km até chegar na cidade de Assis Brasil, já na fronteira com o [[Peru]]. A rodovia tornar-se-á um importante eixo de exportação do [[Brasil]], pois quando a estrada no lado peruano estiver concluída (estima-se que em 2011), o Brasil estará totalmente ligado a [[Cuzco]] e aos dois principais portos do país vizinho.
* [[AC-040]] - Possui extensão de 100&nbsp;km, liga Rio Branco até a cidade de [[Plácido de Castro (Acre)|Plácido de Castro]] também fazendo fronteira com a [[Bolívia]].
* [[AC-040]] - Possui extensão de 100&nbsp;km, liga Rio Branco até a cidade de [[Plácido de Castro (Acre)|Plácido de Castro]] também fazendo fronteira com a [[Bolívia]].
* [[AC-401]] - Também chamada de estrada do agricultor, com extensão de 50&nbsp;km, liga a cidade de Plácido de Castro à cidade de [[Acrelândia]], já próxima da BR-364.
* [[AC-401]] - Também chamada de estrada do agricultor, com extensão de 50&nbsp;km, liga a cidade de Plácido de Castro à cidade de [[Acrelândia]], já próxima da BR-364.
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=== Comunicações ===
=== Comunicações ===
Os principais jornais do estado são os diários [[A Gazeta (Acre)|A Gazeta]], [[O Rio Branco]], A Tribuna, Jornal Opinião, Jornal Página 20 e o semanal O Estado. Entre as principais estações de televisão do estado se destacam a [[TV Rio Branco]], a [[Rede Amazônica Rio Branco|Rede Amazônica]], a [[TV5]] e a [[TV Gazeta (Rio Branco)|TV Gazeta]],<ref>{{citar web|url=https://www.portalbsd.com.br/terrestres_channels.php?cidade=112 |título=Rio Branco-AC|autor=|data=|acessodata=30 de janeiro de 2020|publicado=Portal BSD}}</ref> e entre as rádios se destacam a Gazeta FM, a [[CBN Amazônia Rio Branco|Rádio CBN]] e a Rádio Cidade FM.<ref>{{citar web|url=https://tudoradio.com/dials/cidade/212-rio-branco |título=Guia de Rádios AM / FM Rio Branco|autor=|data=|acessodata=30 de janeiro de 2021|publicado=Tudo Rádio}}</ref>
Os principais jornais do estado são os diários [[A Gazeta (Acre)|A Gazeta]], [[O Rio Branco]], A Tribuna, Jornal Opinião, Jornal Página 20 e o semanal O Estado. Entre as principais estações de televisão do estado se destacam a [[TV Rio Branco]], a [[Rede Amazônica Rio Branco|Rede Amazônica]], a [[TV5]] e a [[TV Gazeta (Rio Branco)|TV Gazeta]],<ref>{{citar web|url=https://www.portalbsd.com.br/terrestres_channels.php?cidade=112 |título=Rio Branco-AC|autor=|data=|acessodata=30 de janeiro de 2020|publicado=Portal BSD}}</ref> e entre as rádios se destacam a Gazeta FM, a [[CBN Amazônia Rio Branco|Rádio CBN]] e a Rádio Cidade FM.<ref>{{citar web|url=
https://tudoradio.com/dials/cidade/212-rio-branco |título=Guia de Rádios AM / FM Rio Branco|autor=|data=|acessodata=30 de janeiro de 2021|publicado=Tudo Rádio}}</ref>


== Cultura ==
== Cultura ==
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O Acre já foi retratado como [[História do Acre|cenário histórico]] no [[cinema]] e na [[televisão]], interpretado por um numeroso elenco de [[ator]]es consagrados na [[minissérie]] ''[[Amazônia, de Galvez a Chico Mendes]]'' (2007), da mesma autora das [[telenovela]]s ''[[América (telenovela)|América]]'' (2005) e ''[[Caminho das Índias]]'' (2009), a acriana [[Glória Perez]].
O Acre já foi retratado como [[História do Acre|cenário histórico]] no [[cinema]] e na [[televisão]], interpretado por um numeroso elenco de [[ator]]es consagrados na [[minissérie]] ''[[Amazônia, de Galvez a Chico Mendes]]'' (2007), da mesma autora das [[telenovela]]s ''[[América (telenovela)|América]]'' (2005) e ''[[Caminho das Índias]]'' (2009), a acriana [[Glória Perez]].

[[Imagem:No_coração_da_floresta,_Festival_Yawa_reúne_espiritualidade,_tradição_e_cultura_(22398391410).jpg|thumb|centro|Festival [[Iauanauás|Yawa]] de [[Tarauacá]], um dos poucos festivais indígenas do Brasil, Acre.]]
=== Culinária ===
=== Culinária ===
A comida típica utiliza o pato e o pirarucu, que herdou dos [[Indígenas|índios]], e o bobó de camarão, vatapá e carne de sol com macaxeira, trazido do Nordeste brasileiro logo quando iniciou a extração do [[látex]], já que muitos nordestinos migraram para o Acre tentando uma melhor [[qualidade de vida]]. Além de muitas outras iguarias tradicionalmente nortistas (AC, AM, AP, RR, PA) como o [[tacacá]], a Baixaria, prato historicamente acreano, o [[pato no tucupi]], charuto no tucupi, [[churrasco]] e milhares de frutas, peixes e delicadezas locais são apreciados pela população acreana.
A comida típica utiliza o pato e o pirarucu, que herdou dos [[Indígenas|índios]], e o bobó de camarão, vatapá e carne de sol com macaxeira, trazido do Nordeste brasileiro logo quando iniciou a extração do [[látex]], já que muitos nordestinos migraram para o Acre tentando uma melhor [[qualidade de vida]].


=== Artesanato ===
=== Artesanato ===
[[Imagem:UsinadeArteJoãoDonato.jpg|miniatura|esquerda|Usina de arte João Donato, importante polo de produção e difusão cultural]]
[[Imagem:UsinadeArteJoãoDonato.jpg|miniatura|esquerda|Usina de arte João Donato, importante polo de produção e difusão cultural.]]
No [[artesanato]] os artigos são confeccionados com materiais extraídos da floresta amazônica. Do [[seringal]] surgiu a figura do seringueiro, que colaborou em momentos importantes da história brasileira para o desenvolvimento do país, trabalhando duro na extração do látex na floresta amazônica. Da floresta também surgiu [[Chico Mendes]], que hoje é considerado referência internacional na luta em defesa da Amazônia; Chico Mendes foi assassinado em 22 de dezembro de 1988 e ganhou um prêmio único da [[ONU]], o Prêmio Global 500 Anos, por defender e proteger a floresta amazônica.
No [[artesanato]] os artigos são confeccionados com materiais extraídos da floresta amazônica. Do [[seringal]] surgiu a figura do seringueiro, que colaborou em momentos importantes da história brasileira para o desenvolvimento do país, trabalhando duro na extração do látex na floresta amazônica. Da floresta também surgiu [[Chico Mendes]], que hoje é considerado referência internacional na luta em defesa da Amazônia; Chico Mendes foi assassinado em 22 de dezembro de 1988 e ganhou um prêmio único da [[ONU]], o Prêmio Global 500 Anos, por defender e proteger a floresta amazônica.



Revisão das 23h25min de 8 de junho de 2021

 Nota: Este artigo é sobre o estado brasileiro. Para outros significados, veja Acre (desambiguação).
Estado do Acre
Bandeira do Acre
Brasão do Acre
Brasão do Acre
Bandeira Brasão
Lema: Nec Luceo Pluribus Impar
(Não brilho diferente dos outros)
Hino: Hino do Acre
Gentílico: acriano, acriana; ou acreano, acreana.[1]

Localização do Acre no Brasil
Localização do Acre no Brasil

Localização
 - Região Norte
 - Estados limítrofes Peru, Bolívia, Amazonas e Rondônia
 - Regiões geográficas
   intermediárias
2
 - Regiões geográficas
   imediatas
5
 - Municípios 22
Capital  Rio Branco
Governo
 - Governador(a) Gladson Cameli (PP)
 - Vice-governador(a) Major Rocha (PSL)
 - Deputados federais 8
 - Deputados estaduais 24
 - Senadores Mailza Gomes (PP)[2]
Márcio Bittar (MDB)
Sérgio Petecão (PSD)
Área
 - Total 164 123,738 km² (16º) [3]
População 2019
 - Estimativa 881 935 hab. (25º)[4]
 - Censo 2010 733 559 hab.[4]
 - Densidade 5,37 hab./km² (24º)
Economia 2017[5]
 - PIB R$ Aumento 14,27 bilhões (26º)
 - PIB per capita R$ 17.201,95 (2017) (22º)
Indicadores 2010/2015[6][7]
 - Esperança de vida (2015) 73,6 anos (15º)
 - Mortalidade infantil (2015) 17,6‰ nasc. ()
 - Alfabetização (2010) 84,8% (18º)
 - IDH (2017) 0,719 (21º) – alto [8]
Fuso horário UTC-5
Clima equatorial Af, Am
Cód. ISO 3166-2 BR-AC
Site governamental http://www.ac.gov.br

Mapa do Acre
Mapa do Acre

Acre é uma das 27 unidades federativas do Brasil.[9] Localiza-se no sudoeste da Região Norte, fazendo divisa com duas unidades federativas: Amazonas ao norte e Rondônia a leste; e faz fronteira com dois países: a Bolívia a sudeste e o Peru ao sul e a oeste.[10] Sua área é de 164 123,040 km²,[3] que equivale aproximadamente ao Nepal.[11] Essa área responde inferiormente a 2% de todo o país.[12] De acordo com os geógrafos, se trata de um dos estados com menor densidade demográfica do Brasil e foi o mais recente que os brasileiros povoaram de maneira efetiva.[12] Nele localiza-se a extremidade ocidental do Brasil.[nota 1] A cidade onde estão sediados os poderes executivo, legislativo e judiciário estaduais é a capital Rio Branco.[13] Outros municípios com população superior a trinta mil habitantes são: Cruzeiro do Sul, Feijó, Sena Madureira e Tarauacá.[14]

Somente em 1877 teve início no Acre — que naquela época pertencia à Bolívia — a chegada da quase totalidade dos migrantes que, oriundos do Nordeste do Brasil, mais precisamente do Ceará, colonizaram a região para buscar a borracha que se encontrava na Floresta Amazônica.[nota 2] Nas últimas décadas do século XIX, moravam cinquenta mil brasileiros na região.[12] Os seringueiros, lutaram com as tropas para realizar a ocupação da região e, em 1903, ao lado do último líder da Revolução Acriana, o gaúcho Plácido de Castro, foram os autores da proclamação do Estado Independente do Acre.[15] Então, a região foi ocupada militarmente pelo governo brasileiro e depois o Brasil estabeleceu diálogo diplomático com a Bolívia.[15] Em consequência, o Brasil assumiria o controle do Acre.[15]

O governo brasileiro decidiu criar o Território Federal do Acre em 1904.[16] Por força da lei federal n.º 4 070, o presidente do Brasil João Goulart elevou o Território Federal do Acre à categoria de Estado em 1962.[17] Foi promovido pela borracha produzida que o estado tinha sido ocupado e se desenvolveu. A produção de borracha declinou desde 1913.[18] Porém, ainda em tempos atuais, o Acre é um dos estados brasileiros que mais produzem e exportam borracha (hévea-latex coagulado).[19]

A altitude média de 200 metros, sendo uma forma de relevo com definição de planalto é o relevo dominante da maioria do território acriano.[20] Juruá, Purus, Tarauacá, Muru, Envira e Xapuri são os rios de maior importância do estado.[20] As principais atividades econômicas do estado são o trabalho de extrair borracha e castanha, a pecuária e a agricultura.[21] Com duas horas anteriores ao fuso horário de Brasília (DF), nele está localizada a última localidade brasileira a ter visão do sol nascente, na serra da Moa, na fronteira com a República do Peru. A intensidade do extrativismo vegetal, que tem atingido o ponto mais alto no século XX, constituiu-se em atração para os brasileiros que, vindos de uma variedade de regiões, chegaram ao estado. Misturando tradições vindas da Região Sul do Brasil, de São Paulo, da Região Nordeste do Brasil e dos grupos étnicos indígenas, deu-se o surgimento de uma culinária com muitas diversidades, que põe junto a carne-de-sol com o pirarucu, peixe característico da região, pratos que acompanham-se com tucupi, molho cujo ingrediente é a mandioca. O transporte fluvial, que se concentra nos rios Juruá e Moa, no oeste do estado, e Tarauacá e Envira, no noroeste, é um dos mais importantes meios de transporte, junto à BR-364, ligando de Rio Branco até Cruzeiro do Sul e que o governo brasileiro recentemente asfaltou e construiu as pontes onde antigamente era preciso atravessar por meio de balsas.[22]

Etimologia

Mapa da Bacia Amazônica com o Rio Acre em destaque.

O topônimo Acre, que foi passado do rio para o território federal, em 1904, e para a unidade federativa, em 1962, é derivado, talvez, da palavra tupi a'kir ü que significa "rio verde" ou de a'kir, do verbo ker que significa "dormir, sossegar". Mas é quase certeza de que essas raízes etimológicas são as que deformam a palavra Aquiri, que é a corruptela do vocábulo do dialeto Ipurinã Umákürü, Uakiry, feita pelos exploradores que chegaram à região. Também existe a opinião da raiz etimológica de Aquiri a partir das palavras Yasi'ri, Ysi'ri, que significam "água corrente, veloz".[23][24]

Na viagem feita por João Gabriel de Carvalho ao rio Purus, em 1878, foi escrita uma carta pelo colonizador que teve como destinatário o comerciante paraense visconde de Santo Elias. Na carta que o colonizador nordestino escreveu, registra-se o pedido de mercadorias que chegaram à "boca do rio Aquiri".[23] Devido à incapacidade de entendimento pela letra de João Gabriel na observação do proprietário e das pessoas que trabalhavam no estabelecimento comercial sediado em Belém, ou por causa da grafia errônea desse colonizador que escreveu às pressas como Acri ou Aqri, no lugar de Aquiri, o destino de chegada das mercadorias e das faturas foi o Rio Acre.[23][24]

O Acre possui alguns apelidos: Extremo do Brasil, Estado das Seringueiras, Estado do Látex e Extremo Oeste.[25]

Os habitantes naturais do Acre são denominados acreanos pela lei estadual,[1] embora o acordo ortográfico defina a grafia como acrianos.[26] Até a entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990, a grafia correta era acreano no singular e no plural acreanos.[26] Em 2009, com o novo acordo ortográfico, a mudança do gentílico gerou polêmica entre a Academia Acriana de Letras e a Academia Brasileira de Letras, alegando que a mudança significaria a negação das raízes históricas e culturais do estado, mudando a última letra do topônimo de "E" para "I".[27] A mudança gerou discussões sobre o assunto, e é notório que a imensa maioria da população do estado não gostou e não adotou o "novo" gentílico, continuaram a se autodenominarem acreanos,[25] e então foi oficializado localmente a grafia com "E" pelo governo do estado do Acre como patrimônio histórico e cultural.[1]

História

Ver artigo principal: História do Acre
Geoglifos em terras desmatadas na floresta amazônica do Acre, no Brasil

Na região do atual estado do Acre, foram encontrados inúmeros Geoglifos (estruturas feitas no solo) com idade variável em até 2 100 anos. Pela complexidade, remetem às civilizações pré-colombianas, demonstrando de elevado grau de conhecimento em várias áreas e domínio de avançadas técnicas de movimentação de terra e água. As últimas escavações fizeram uma descoberta importante em Xapuri: um buraco de esteio em boas condições foi localizado em um geoglifo de formato redondo, reforçando a tese de que os índios daquela época poderiam ter usado fortificações paliçadas para habitação e segurança.[28]

Povoamento inicial

As secas nordestinas e o apelo econômico da borracha — produto que, no fim do século XIX, começava sua trajetória de preços altos nos mercados internacionais — inscrevem-se entre as causas predominantes na movimentação de massas humanas em busca do Eldorado acriano.[29] As penetrações portuguesas do período colonial já haviam atingido seus pontos máximos no Brasil durante o século XVIII.[30] Consequência inevitável foi a dilatação do horizonte geográfico na direção oeste, atingindo terras de posse espanhola, fato que se tornou matéria dos tratados de Madri (1750)[31] e de Santo Ildefonso (1777).[32] Ambos os tratados, partindo das explorações feitas por Manuel Félix de Leme nas bacias do Guaporé e do Madeira, estabeleceram como linha divisória das possessões respectivas, na área em questão, os leitos do Mamoré e do Guaporé até seu limite máximo ocidental, na margem esquerda do Javari.[29][33][34]

O povoamento da zona, estimulado pela criação da nova capitania real de Mato Grosso (1751), deu-se na direção da fronteira, surgindo alguns centros importantes: Vila Bela (1752),[35] às margens do Guaporé, Vila Maria (1778),[36] no rio Paraguai, e Casalvasco (1783).[29] Até meados do século XIX não se pensou em povoamento sistemático da área.[29] Nessa época, o grande manancial virgem de borracha que aí se encontra atraíra o interesse mundial, provocando sua colonização de modo inteiramente espontâneo.[29]

A política econômica do império, orientada para a atividade agrário-exportadora com base no café,[37] não comportava o aproveitamento e a incorporação dos territórios do extremo ocidental. Desse descaso, resultou que, no Atlas do Império do Brasil (1868), de Cândido Mendes de Almeida, modelar em seu tempo, não figurassem o Rio Acre e seus principais tributários, completamente desconhecidos dos geógrafos.[29][38]

Apesar de tal política, alguns sertanistas brasileiros exploravam aquela região agreste e despovoada, desconhecendo se pertenciam ao Brasil, ao Peru ou à Bolívia.[29][39][40] Assim, ainda em meados do século XIX, no impulso que a procura da borracha ocasionou, solicitada que era no mercado internacional, várias expedições esquadrinharam a área, buscando facilitar a instalação dos colonos. Nessa época, João Rodrigues Cametá iniciou a conquista do rio Purus;[41] Manuel Urbano da Encarnação, índio mura grande conhecedor da região, atingiu o Rio Acre, subindo-o até as proximidades do Xapuri;[41] e João da Cunha Correia alcançou a bacia do alto Tarauacá.[42] Todo esse desbravamento se deu, na maior parte, em terras bolivianas.[29]

As atividades exploradoras, a importância industrial das reservas de borracha e a penetração de colonos brasileiros na região suscitaram o interesse da Bolívia, que solicitou melhor fixação de limites.[29] Após várias negociações fracassadas, em 1867 assinou-se o Tratado de Ayacucho, que reconhecia o uti possidetis colonial.[43] A divisória foi estabelecida pelo paralelo da confluência dos rios Beni-Mamoré, em direção ao leste, até a nascente do Javari, embora ainda não fossem conhecidas as cabeceiras desse rio.[29]

A questão do Acre

Mapa do final do século XIX, em que o Acre aparece como parte da Bolívia.

Mas em 1903, o exagero do extrativismo descontrolado no Brasil quase provocaria um conflito internacional,[44] devido os trabalhadores brasileiros adentrarem nas florestas bolivianas,[44][45] em busca de novas seringueiras, gerando pequenos conflitos fronteiriços, chamados de Questão do Acre (semelhante à anexação do Texas nos Estados Unidos).[44]

A nova república brasileira tirava o máximo proveito das riquezas com a venda da borracha, mas a Questão do Acre preocupava.[44] Então houve a intervenção do diplomata Barão do Rio Branco e do embaixador Assis Brasil,[44] em parte financiados pelos Barões da borracha e pelo governo dos Estados Unidos, que culminou na assinatura do Tratado de Petrópolis em novembro de 1903,[44][45] Pondo fim à contenda com a Bolívia, efetivando a aquisição do território por parte do Brasil,[44][45] em troca de dois milhões de libras esterlinas e de terras de Mato Grosso e do compromisso de construir uma ferrovia para acesso das mercadorias bolivianas aos portos brasileiros do Atlântico; inicialmente na foz do rio Amazonas em Belém (Pará).[44][46] Sendo integrado ao Brasil como território dividido em três departamentos.

A disputa pelo Acre não limitou-se à esfera jurídica da aplicação de tratados e teve uma dimensão de interesses políticos e geo-estratégicos importantes:[46] para a conclusão das fronteiras, para as relações do Brasil com os Estados Unidos, para a proteção de brasileiros em território até então estrangeiro, à importância da região amazônica e, na orientação da política externa brasileira.[46] A Questão foi resolvida com diplomacia e não pelas armas, como esperava o Presidente Getúlio Vargas.[45] As cidades deste novo Estado foram então nomeadas com nome dos solucionadores da Questão Acre em homenagens póstumas,[44][47] a capital recebeu o nome de Rio Branco e dois municípios receberam o nome de Assis Brasil e Plácido de Castro.

Assim, o Acre representou uma das principais fonte de borracha dos Aliados durante a guerra.[46] Em reconhecimento à contribuição produtiva do Acre em prol da vitória aliada, o Brasil conseguiu recursos norte-americanos para construir a Companhia Siderúrgica Nacional, com os Acordos de Washington, e assim alavancar a industrialização estagnada do Centro-sul, sem indústrias pesadas de base.[46]

Ocupação nordestina

À proporção que subia no mercado o preço da borracha,[48] crescia a demanda e aumentava a corrida para a Amazônia.[nota 3] Os seringais multiplicavam-se, assim, pelos vales do Acre, do Purus e, mais a oeste, do Tarauacá: em um ano (1873-1874), na bacia do Purus, a população subiu de cerca de mil para quatro mil habitantes. Por outro lado, o governo imperial, já sensível às ofertas decorrentes da procura da borracha, considerou brasileiro todo o vale do Purus.[29]

Também na segunda metade do século XIX registraram-se perturbações no equilíbrio demográfico e geoeconômico do império, com o surto cafeeiro no Sul canalizando os recursos financeiros e de mão de obra, em detrimento do Nordeste.[49] O empobrecimento crescente dessa região impulsionou ondas migratórias em direção aos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.[49] O movimento de populações tornou-se particularmente ativo durante a seca prolongada no interior nordestino, de 1877 a 1880, expulsando centenas de nordestinos, que rumaram para os seringais em busca de trabalho.[50]

O avanço da migração nordestina processou-se até as margens do Juruá[51] e acelerou a ocupação das terras que mais tarde a Bolívia reclamaria.[29] Os grandes leitos fluviais e a rede de seus tributários eram então intensamente trafegados por flotilhas de embarcações do mais variado porte, transportando colonos, mercadorias e material de abastecimento para os núcleos mais afastados.[29] Os governos do Amazonas e do Pará logo instituíram as chamadas casas aviadoras, que financiavam vários tipos de operações, garantiam créditos e promoviam o incentivo comercial nos seringais.[52]

Planta nativa, a seringueira escondia-se no emaranhado de outras árvores, igualmente nativas, obrigando o homem que saía no encalço da borracha a construir um verdadeiro labirinto, com trilhas em ziguezague na selva.[53] Do seringal surgiu a figura humana do seringueiro, associado à planta para explorá-la. Seringueiro-patrão, beneficiário do crédito da casa aviadora, e seringueiro-extrator, aviado, por sua vez, do patrão.[54] Um morando no barracão, sempre localizado à beira do rio, com aparências de domínio patriarcal, outro, na barraca, de construção tosca, no meio da selva.[54] (De 1920 em diante usa-se o neologismo seringalista para designar o patrão.)[29][53]

Completara-se, assim, antes de findar o século XIX, a ocupação brasileira do espaço geográfico do Acre, onde mais de cinquenta mil pessoas formavam, no recesso da mata dos três vales hidrográficos, uma sociedade original, cujo objetivo único era produzir borracha.[55] Todo esse labor, porém, se operava no solo da Bolívia, país que, por fatalidade da geografia, não pudera completar a integração social e econômica, e mesmo política e geográfica, dos extensos vales do Acre, do alto Purus e do alto Juruá na comunidade nacional.[53]

Com efeito, o artigo 2.º do Tratado de Ayacucho, concluído pelo Brasil e pela Bolívia em 1867, mandara que a linha de fronteira fosse uma paralela tirada da foz do rio Beni com o Mamoré (10º20'), até encontrar a nascente do Javari.[56] Com um adendo: se o Javari tivesse as nascentes ao norte dessa linha leste-oeste, a fronteira correria, desde a mesma latitude, por uma reta a buscar a origem principal do Javari.[56]

No ano de 1877, no entanto, época dos primeiros estabelecimentos de brasileiros no Acre, ninguém sabia por onde passava o limite previsto naquele tratado. Ignorava-se, por outra parte, a exata latitude da nascente do Javari. Eram problemas técnico-geográficos difíceis de solver com presteza, devido à falta de recursos materiais. A direção dos rios da borracha foi a trilha natural da conquista nordestina (sobretudo do cearense), da qual também participaram grupos de paraenses e amazonenses.[53]

Revolução Acriana

Ver artigo principal: Revolução Acriana
Gálvez, presidente do Acre

Em 1890, um oficial boliviano, José Manuel Pando, alertou seu governo para o fato de que na bacia hidrográfica do Juruá havia mais de 300 seringais, com a ocupação dos brasileiros implantando-se cada vez mais rapidamente em solo da Bolívia.[53] A penetração brasileira avançara em profundidade para oeste do meridiano de 64º até além do de 72º, numa extensão de mais de mil quilômetros, muito embora já estivessem fixadas as fronteiras acima da confluência do Beni-Mamoré, segundo o tratado de 1867.[53][56]

Em 1895, criou-se uma comissão para o ajuste da divisa.[57] O representante brasileiro, Gregório Taumaturgo de Azevedo, demitiu-se após verificar que a ratificação do tratado de 1867 iria prejudicar os seringueiros ali estabelecidos.[58][59]

Em 1899, os bolivianos estabeleceram um posto administrativo em Puerto Alonso, cobrando impostos e lançando taxas aduaneiras sobre as atividades dos brasileiros.[60] No ano seguinte, o Brasil aceitou a soberania da Bolívia na zona, quando reconheceu oficialmente os antigos limites na confluência Beni-Mamoré.[53] Os seringueiros, alheios às tramitações diplomáticas, julgaram lesados seus interesses e iniciaram movimentos de rebeldia,[60] ocorrendo duas sérias contestações.[53]

Palácio Rio Branco, sede do governo, e obelisco em homenagem aos heróis da Revolução Acriana.

Em abril de 1899, um advogado cearense, José Carvalho, liderou uma ação armada, que culminou na expulsão das autoridades bolivianas. Logo depois a Bolívia iniciou negociações com um truste anglo-americano, o Bolivian Syndicate, a fim de promover, com poderes excepcionais (cobranças de impostos, força armada), a incorporação política e econômica do Acre a seu território. O governador do Amazonas, José Cardoso Ramalho Júnior, informado do ajuste por um funcionário do consulado boliviano em Belém, o espanhol Luis Gálvez Rodríguez de Arias, enviou-o à frente de contingentes militares para ocupar Puerto Alonso.[53][57]

Gálvez proclamou ali a República do Acre, tornando-se seu presidente com o apoio dos seringalistas.[carece de fontes?] O novo estado tinha o objetivo de afastar o domínio boliviano para depois pedir anexação ao Brasil, a exemplo do que fizera o Texas, na América do Norte. Em março de 1900, devido protestos da Bolívia, o presidente Campos Sales extinguiu a efêmera república (oito meses após a criação).[57] Luis Gálvez teve que capitular e retirou-se para a Europa.[53]

Reinstalaram-se os bolivianos na região, mas sofreram em seguida o ataque de outra expedição que se constituíra em Manaus, com a ajuda do novo governador Silvério Néri, que também se opunha, nos bastidores, ao domínio da Bolívia sobre o Acre, de onde provinham, em forma de impostos, grandes quantias para o tesouro estadual. Em dezembro de 1900, composta de moços intelectuais, da boêmia de Manaus, a "Expedição dos Poetas" desbaratou-se após rápido combate em frente a Puerto Alonso.[53][61]

Ação de Plácido de Castro e intervenção diplomática

Por fim, comerciantes e proprietários no Rio Acre resolveram entregar a chefia de nova insurreição a um ex-aluno da Escola Militar de Porto Alegre, José Plácido de Castro, gaúcho de São Gabriel, que, à frente de um corpo improvisado de seringueiros, iniciou operações na vila de Xapuri, no alto Acre, e aí prendeu as autoridades bolivianas (agosto de 1902).[53][62] Depois de combates esparsos e bem-sucedidos, Plácido de Castro assediou Puerto Alonso, logrando a capitulação final das forças bolivianas (fevereiro de 1903).[57][62]

Influíra no espírito de Plácido de Castro o fato de haver a Bolívia arrendado o território do Acre a um sindicato estrangeiro (chartered company), semelhante aos que operavam na Ásia e na África.[63] O Bolivian Syndicate, constituído por capitais ingleses e americanos, iria empossar-se na administração do Acre, dispondo de forças policiais e frota armada. Representantes dessa companhia chegaram à vila de Antimari (Rio Acre), abaixo de Puerto Alonso, mas desistiram da missão porque os revolucionários dominavam todo o rio, faltando pouco para o fim da resistência boliviana.[64]

Ministro Barão do Rio Branco.

Aclamado governador do Estado Independente do Acre, Plácido de Castro organizou um governo em Puerto Alonso. Daí por diante a questão passou à esfera diplomática. O Barão do Rio Branco assumira o Ministério do Exterior e seu primeiro ato foi afastar o Bolivian Syndicate. Os banqueiros responsáveis pelo negócio aceitaram em Nova York a proposta do Brasil: dez mil libras esterlinas como preço da desistência do contrato (fevereiro de 1903).[62][64]

Subsequentemente, Rio Branco ajustou com a Bolívia um modus vivendi que previa a ocupação militar do território, até o paralelo de 10º20', por destacamentos do Exército Brasileiro, na zona que se designou como Acre Setentrional. Do paralelo 10º20, para o sul — o Acre Meridional — subsistiu a governança de Plácido de Castro, sediada em Xapuri.[62][64]

Em novembro de 1903, Rio Branco e o plenipotenciário Assis Brasil assinaram com os representantes da Bolívia o Tratado de Petrópolis, pelo qual o Brasil adquiriu o Acre por compra (dois milhões de libras esterlinas, ou 36 268 contos e 870 mil-réis em moeda e câmbio da época), e cedeu uma pequena faixa do então território do Mato Grosso denominada Triângulo de Abunã,[65] com aproximadamente 2 300 km².[62][64]

Em consequência, dissolveu-se o Estado Independente, passando o Acre Meridional e o Acre Setentrional a constituírem o território brasileiro do Acre, organizado, segundo os termos da lei n° 1.181, de 25 de fevereiro de 1904, e do decreto 5 188, de 7 de abril de 1904, em três departamentos administrativos: o do Alto Acre, o do Alto Purus e o do Alto Juruá, chefiados por prefeitos da livre escolha e nomeação do presidente da república.[62][64]

Solucionada a parte da Bolívia, um outro caso tinha de ser resolvido com o Peru. O governo de Lima, alegando validez de títulos coloniais, reivindicava todo o território do Acre e mais uma extensa área do estado do Amazonas.[66] Delegações administrativas e militares desse país tentaram estabelecer-se no Alto Purus (1900, 1901 e 1903) e no Alto Juruá (1898 e 1902).[66] Os brasileiros, com seus próprios recursos, forçaram os peruanos a abandonar o Alto Purus (setembro de 1903).[67]

Rio Branco, para evitar novos conflitos, sugeriu um modus vivendi para a neutralização de áreas no Alto Purus e no Alto Juruá e o estabelecimento de uma administração conjunta (julho de 1904). Isso não impediu um conflito armado entre peruanos e um destacamento do exército brasileiro em serviço no recém-criado departamento do Alto Juruá. A luta findou com a retirada das forças peruanas.[62][64]

À luz dos títulos brasileiros e dos estudos das comissões mistas que pesquisaram as zonas do Alto Purus e do Alto Juruá, Rio Branco propôs ao governo do Peru o acerto de limites firmado a 8 de setembro de 1909.[68] Com esse ato completou-se a integração político-jurídica do território na comunidade brasileira.[62][68]

Movimento autonomista

Memorial dos Autonomistas, localizado na capital Rio Branco.

Entre 1904 e 1920 o Acre não teve uma única capital, com as capitais dos três departamentos se reportando diretamente ao governo federal.[69]

A evolução do Acre aparece como fenômeno típico de penetração moderna na história do Brasil, acompanhada de importantes contribuições na projeção econômica do país. Exercendo papel de destaque na exportação nacional até 1913, quando se iniciou da borracha nos mercados europeu e norte-americano, o Acre conheceu um período de grande prosperidade: na passagem do século, em menos de um década contava com mais de 50.000 habitantes. Logo após a anexação do Acre ao Brasil, os acrianos esperavam pela sua elevação a Estado o mais rápido possível, uma vez que, nessa época (Auge do Ciclo da Borracha), o Acre representava 1/3 do PIB brasileiro. Porém isso não aconteceu. Atendendo às disposições jurídicas do Tratado de Petrópolis, o presidente Rodrigues Alves sancionou a lei que criava o Território do Acre (1904) - o primeiro do país - dividindo o território em três departamentos: o do "Alto Acre", o do "Alto Purus" e o do "Alto Juruá", este último desmembrado para formar o do "Alto Tarauacá" em 1912. A administração departamental exercia-se, até 1921, por prefeitos designados pelo Presidente da República.

Essa subjugação causou intensas revoltas da população. Foi o caso da revolta de Cruzeiro do Sul, em 1910, que depôs o Prefeito Departamental do Alto Juruá e proclamou criado o Estado do Acre (a chamada Revolta do Alto Juruá). Cem dias depois, entretanto, as tropas federais atacaram os revoltosos e restabeleceram a "ordem" e a tutela. Em 1913, um movimento de revolta ocorreria no Purus, em Sena Madureira, por motivos muito semelhantes ao do Alto Juruá. Em 1918, seria a vez da luta autonomista chegar ao vale do Acre, em Rio Branco, que protestou intensamente contra a manutenção daquela situação de subjugação ao governo federal. Porém ambas as revoltas foram igualmente sufocadas à força pelo governo brasileiro.

Cruzeiro do Sul, 1906.
Rio Branco, 1930.

A partir do fracasso das revoltas, a luta pela autonomia não recorreu mais às armas. Depois disso, a reforma política de 1920 - que unificou as quatro prefeituras departamentais em um único governo territorial - serviu para acalmar o vale do Acre, que foi beneficiado pela reforma, já que, para capital do território, foi escolhida Rio Branco. Com a queda do Ciclo da Borracha (1920), o movimento autonomista foi perdendo força, ressurgindo apenas uma década mais tarde, quando a Revolução de 1930 alterou completamente os rumos da república brasileira. Nesse momento, os acrianos acreditaram que poderiam, enfim, conquistar a tão sonhada autonomia. Mas foi em vão.

Com a constituição de 1934, o Acre só obteve o direito de eleger dois deputados federais para representá-lo na Câmara Federal, sem alterar o regime de indicação dos governadores do território. Seguiu-se mais um longo período em que as discussões autonomistas não passavam de conversas em intermináveis reuniões e de fundações de agremiações políticas e jornais que tinham como bandeira maior o autonomismo. Multiplicaram-se os simulacros de partidos políticos: Legião Autonomista, Partido Construtor, Partido Autonomista, Partido Republicano do Acre Federal, Comitê Pró-autonomia, etc. Assim como se multiplicavam os títulos de jornais com apelo autonomista, como por exemplo: O Estado, O Autonomista, O Estado do Acre etc.

Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os seringais da Malásia foram ocupados pelos japoneses e, a Tailândia um grande produtor de borracha, participou da guerra ao lado do Eixo. Assim, o Acre representou uma das principais fonte de borracha dos Aliados durante a guerra.[70] Em reconhecimento à contribuição produtiva em prol da vitória aliada, o Brasil conseguiu recursos norte-americanos para construir a Companhia Siderúrgica Nacional, e assim alavancar a industrialização estagnada do Centro-sul, sem indústrias de base.[44] Para solucionar o impasse e, também para suprir a borracha para o material bélico dos Forças Aliadas, em maio de 1941 o governo brasileiro fez acordos com o governo dos Estados Unidos, os Acordos de Washington,[44] iniciando outra operação em larga escala de extração de látex na Amazônia, a Batalha da Borracha.[44]

Impulso mesmo o movimento autonomista só voltaria a ter em meados da década de 50, quando o Partido Social Democrático, do ex-governador José Guiomard dos Santos, resolveu assumir essa bandeira e elaborar um projeto de lei que transformava o Acre em Estado. Esse projeto causou grande movimentação política em todo o Acre e chegou ao Congresso Nacional em 1957, provocando uma intensa disputa política entre o PTB de Oscar Passos e o PSD de Guiomard Santos, tendo o primeiro se posicionado contra a lei de transformação do Acre em Estado.

Depois de muitas disputas no Congresso Nacional, finalmente em 1962, durante a fase parlamentarista do governo João Goulart, foi assinada a lei 4 070, de autoria do então deputado Guiomard Santos.[71] Por uma ironia política, o presidente João Goulart era do Partido Trabalhista Brasileiro, o partido que, a nível nacional, se colocava contra o tal projeto. Ainda assim, o projeto foi aprovado e passou a vigorar a partir do dia 15 de junho de 1962.

O PTB, todavia, não foi de todo derrotado. Nas primeiras eleições livres e diretas realizadas na história do Acre, o PTB foi o grande vencedor, fazendo o primeiro governador constitucional do Acre, o Professor José Augusto de Araújo, além de todas as prefeituras municipais acrianas.

Na década de 1960, iniciou-se o segundo ciclo de esforços para acelerar o progresso da área amazônica, com a criação da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM,1966). Procurou-se melhor entrosar os subsetores regionais dentro do próprio Estado, concorrendo para isso os ramais da Transamazônica, que ligaram Rio Branco e Brasileia, no alto curso do Acre, e Cruzeiro do Sul, às margens do Juruá, cortando os vales do Purus e do Tarauacá. Incrementou-se a política de planejamento, destinada a corrigir as distorções demográficas, econômicas e políticas da integração nacional.

Na década de 1980, o governo do Acre venceu uma ação judicial contra o Amazonas, onde reivindicava nova demarcação dos limites territoriais, sob a alegação de que deveriam ser acima da linha Cunha Gomes.[72] O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou ser procedente.[72]

História recente

Em 2005, foi iniciada a construção da Estrada do Pacífico, que dá ao Brasil, pelo Acre, acesso a três portos peruanos no Oceano Pacífico (Ilo, Maratani e San Juán) para facilitar as exportações para a Ásia.[73] A estrada foi concluída em 2011.[74]

Em 2007, a assembleia legislativa do estado aprovou uma regularização fundiária para legitimar a posse e a alienação de propriedades públicas rurais, que beneficia 600 famílias em cerca de dez municípios acrianos, um feito inédito no país.[75] Em junho de 2008, entrou em vigor a lei que alterou os fusos horários brasileiros e o Acre passou a ter uma hora a menos, e não duas, em relação ao fuso de Brasília.[76] Apesar do referendo, o Acre mantém o antigo fuso horário.[76]

A partir de 2008, o Brasil reforçou o efetivo do Exército na fronteira do Acre com o departamento boliviano de Pando.[77] Essa região da fronteira se tornara instável com o massacre de 30 camponeses bolivianos, feito por opositores ao referendo de aprovação de uma nova Constituição,[78] mas os conflitos se dissiparam com a realização do referendo na Bolívia, em janeiro de 2009.[79]

Em abril de 2008, o Acre vence uma questão judicial com o Estado do Amazonas em relação ao litígio em torno da linha Cunha Gomes,[72][80] em uma disputa territorial de 26 anos, anexando os municípios de Envira, Guajará, Boca do Acre, Pauini, Eirunepé e Ipixuna.[72] A redefinição territorial consolidou a inclusão de 1,2 milhão de hectares do complexo florestal Liberdade, Gregório e Mogno ao território do Acre, o que corresponde a 11 583,87 quilômetros quadrados.

Em outubro de 2014, Tião Viana (PT) foi reeleito governador, com 51,29% dos votos válidos contra o seu adversário, o candidato Marcio Bittar (PSDB).[81]

Geografia

Ver artigo principal: Geografia do Acre
Mapa climático do Acre.

O estado do Acre ocupa uma área de 152 581 km², localizado no extremo oeste do Brasil, localiza-se a 70º00'00" de longitude oeste do Meridiano de Greenwich e a 09º00'00" de latitude sul da Linha do Equador e com fuso horário -5 horas em relação a hora mundial GMT. Dista 10º00'00" ao sul da Linha do Equador. No Brasil, o estado faz parte da região Norte, fazendo divisa com os estados do Amazonas e Rondônia e fronteira com dois países: Peru e Bolívia.

Praticamente todo o relevo do estado do Acre se integra no baixo platô arenítico, ou terra firme, unidade morfológica que domina a maior parte da Amazônia brasileira. Esses terrenos se inclinam, no Acre, de sudoeste para nordeste, com topografia, em geral, tabular. No extremo oeste se encontra a Serra da Contamana ou do Divisor, ao longo da fronteira ocidental, com as maiores altitudes do estado (609 m). Cerca de 63% da superfície estadual fica entre 200 e 300 m de altitude; 16% entre 300 e 609; e 21% entre 200 e 135.

O clima é quente e muito úmido, do tipo Am de Köppen, e as temperaturas médias mensais variam entre 24 °C e 27 °C, sendo a menor média da Região Norte. As chuvas atingem o total anual de 2 100 mm, com uma nítida estação seca nos meses de junho, julho e agosto. A Floresta Amazônica recobre todo o território estadual. Muito rica em seringueiras da espécie mais valiosa (Hevea brasiliensis) e Castanheiras (Bertholletia excelsa), a floresta garante ao Acre o lugar de maior produtor nacional de borracha e castanha. Os principais rios do Acre, navegáveis principalmente nas cheias (Juruá, Tarauacá, Envira, Purus, Iaco e Acre), atravessam o estado com cursos quase paralelos e que só vão confluir fora de seu território.

Demografia

Crescimento populacional
Censo Pop.
192092 379
194079 768−13,7%
1950114 75543,9%
1960160 20839,6%
1970218 00636,1%
1980306 89340,8%
1991417 16535,9%
2000557 22633,6%
2010733 55931,6%
2022830 01813,1%
Censos demográficos do
IBGE (1872-2022).[82][83]
Ver artigo principal: Demografia do Acre

De acordo com o Censo brasileiro de 2010, o Acre era habitado por 733 559 habitantes, sendo que haviam 532 279 habitantes em área urbana e 201 280 habitantes em área rural. Quanto à questão de gênero, haviam 368 324 homens e 365 235 Mulheres. Foram identificados 221 108 domicílios, sendo que apenas 191 169 deles eram ocupados, gerando um deficit habitacional de 29 939 domicílios. A média de habitantes por domicílio era de 3,82 pessoas.[84] A capital, Rio Branco, é a maior e mais populosa cidade do estado, com quase 350 mil habitantes, sendo a sexta maior cidade na Região Norte.[85]

De 1991 a 2010, o crescimento demográfico experimentado pelo Acre foi considerado muito alto, atingindo 3,3% ao ano, acima da média nacional. Em 1991, foram contados 417 165 habitantes. 48% da população do estado vive na capital. No interior, a população vive dispersa ao longo dos rios, ocupada na extração de borracha, castanha e madeiras.

As densidades demográficas, em 2006, mostravam-se bastante homogêneas. Na região mais povoada, a do baixo Acre, havia 17,2 hab./km² e, na menos povoada, a do alto Purus, 1,1 hab./km².

Na formação da população acriana entraram, além dos índios, os nordestinos - principalmente cearenses - que aí chegaram maciçamente durante o período áureo da borracha (1880-1913) e os sulistas, que chegaram maciçamente durante a década de 70 em diante.

Houve também imigrações de árabes (principalmente sírios-libaneses) e italianos (sendo ambas as maiores na Região Norte), além de japoneses, alemães e eslavos (esses em pequena escala)

Principais centros urbanos

  • Rio Branco, capital e centro administrativo, econômico e cultural, e também o mais populoso município, com 370 550 habitantes, quase metade da população estadual.
  • Cruzeiro do Sul é a segunda maior cidade acriana e um porto do rio Juruá, sendo também a mais desenvolvida da mesorregião que recebe o mesmo nome.

Outros municípios mais populosos são (IBGE 2015): Sena Madureira, com 41 750 habitantes; Tarauacá, com 38 819 habitantes; Feijó com 32 385 habitantes e Brasileia, com 23 849 habitantes.

Desenvolvimento Humano

O IDH do Acre é de 0,719, posicionando-se na vigésima primeira posição no ranking brasileiro, sendo que 20 estados estão em situação melhor, e 6 estados estão em situação pior ou igual: As cidades com melhor desempenho são: Rio Branco, Senador Guiomard, Epitaciolândia, Plácido de Castro e Acrelândia.

Posição no ranking brasileiro Município IDH
1767 Rio Branco 0,754
2980 Senador Guiomard 0,701
3244 Epitaciolândia 0,684
3266 Plácido de Castro 0,683
3291 Acrelândia 0,68

Etnias

Cor/Raça (IBGE 2006)[87] Porcentagem
Pardos 57,5%
Brancos 33,0%
Negros 7,8%
Amarelos ou indígenas 1,7%

Fonte: PNAD (dados obtidos por meio de pesquisa de autodeclaração).

Existem no Acre, 34 terras indígenas ocupadas por mais de 12 mil índios, que representam 2% da população total do Estado. Esse populacional pertence a 14 diferentes etnias, de línguas Pano, Aruak e Arawá: (Yaminawa, Manchineri, Kaxinawá, Ashaninka, Shanenawa, Katukina, Arara, Nukini, Poyanawa, Nawa, Jaminawa-Arara e Isolados). As etnias isoladas, sem contato com a sociedade, têm o seu território tradicional ao longo da fronteira internacional Brasil-Peru.[88][89]

Política

Palácio Rio Branco, primeira sede do governo do Acre. Em 1962, o antigo Território do Acre se tornou estado.

O Acre é um estado da federação, sendo governado por três poderes, o executivo, o legislativo e o judiciário. Por meio de referendos e plebiscitos, é permitida a participação popular nas decisões de governo.[90] A atual constituição do Acre foi promulgada em 1989,[91] acrescida das alterações resultantes de posteriores Emendas Constitucionais. O poder executivo acriano está centralizado no governador do estado, que é eleito em sufrágio universal e voto direto e secreto, pela população para mandatos de até quatro anos de duração, e podem ser reeleitos para mais um mandato. Sua sede é o Palácio Rio Branco, que desde 1930 é a sede do governo acriano. O poder legislativo do estado é unicameral, constituído pela Assembleia Legislativa do Acre, localizado no centro de Rio Branco. Ela é constituída por 24 deputados, que são eleitos a cada 4 anos. No Congresso Nacional, a representação acriana é de 3 senadores e 8 deputados federais. A maior corte do poder judiciário acriano é o Tribunal de Justiça do Estado do Acre, localizado no centro de Rio Branco. Compõem o poder judiciário os desembargadores e os juízes de direito.

Com 241 196 eleitores, Rio Branco é o município com o maior número de eleitores. É seguido por Cruzeiro do Sul, com 54,1 mil eleitores, Sena Madureira (27,5 mil eleitores), Tarauacá (24,9 mil eleitores) e Feijó, Brasiléia e Senador Guiomard, com 19,7 mil, 16,2 mil e 13,5 mil eleitores, respectivamente. O município com menor número de eleitores é Santa Rosa do Purus, com 3,1 mil.[92]

Tratando-se sobre partidos políticos, todos os 35 partidos políticos brasileiros possuem representação no estado.[93] Conforme informações divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com base em dados de outubro de 2016, o partido político com maior número de filiados no Acre é o Partido dos Trabalhadores (PT), com 10 297 membros, seguido do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), com 8 616 membros e do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), com 8 047 filiados. Completando a lista dos cinco maiores partidos políticos no estado, por número de membros, estão o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), com 5 954 membros; e o Partido Socialista Brasileiro (PSB), com 3 964 membros. Ainda de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, o Partido Novo (NOVO) e o Partido da Causa Operária (PCO) são os partidos políticos com menor representatividade na unidade federativa, com 4 e 25 filiados, respectivamente.[93]

Subdivisões

Divisão das regiões intermediárias (vermelho) e imediatas (cinza).

Região geográfica intermediária é, no Brasil, um agrupamento de regiões geográficas imediatas que são articuladas através da influência de uma ou mais metrópoles, capitais regionais e/ou centros urbanos representativos dentro do conjunto, mediante a análise do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).[94]

As regiões geográficas intermediárias foram apresentadas em 2017, com a atualização da divisão regional do Brasil, e correspondem a uma revisão das antigas mesorregiões, que estavam em vigor desde a divisão de 1989. As regiões geográficas imediatas, por sua vez, substituíram as microrregiões. A divisão de 2017 teve o objetivo de abranger as transformações relativas à rede urbana e sua hierarquia ocorridas desde as divisões passadas, devendo ser usada para ações de planejamento e gestão de políticas públicas e para a divulgação de estatísticas e estudos do IBGE.[94]

O Acre é dividido oficialmente em duas regiões geográficas intermediárias: a Região Geográfica Intermediária de Rio Branco e a Região Geográfica Intermediária de Cruzeiro do Sul. A primeira se divide em três regiões intermediárias: as de Rio Branco, Brasiléia e a de Sena Madureira. Já a segunda se divide em duas regiões imediatas: a de Cruzeiro do Sul e a de Tarauacá.

O Acre é formado pela união de vinte e dois municípios, desde a última alteração feita em 1992, através das lei estaduais n.º 1 025, 1 026, 1 027, 1 028, 1 029, 1 030, 1 032, 1 033, 1 034, que criaram dez novos municípios no estado (Acrelândia, Bujari, Capixaba, Epitaciolândia, Jordão, Marechal Thaumaturgo, Porto Acre, Porto Walter, Rodrigues Alves e Santa Rosa do Purus).[95]

Economia

Passarela Joaquim Macedo, símbolo da capital acriana, Rio Branco, centro político e financeiro do estado.

O Acre é um dos estados mais isolados do país, não possuindo ligação rodoviária direta com o resto do Brasil, visto que não existem pontes sobre alguns rios, que separam o Acre de cidades como Manaus ou Porto Velho: para se atravessar de um lado a outro, é preciso usar balsas. O estado também não possui nenhuma excepcionalidade econômica que impulsione seu desenvolvimento, como a Zona Franca de Manaus. Com isso, a economia do Estado é estagnada ao seu território. Porém, vem sendo construída uma ponte sobre o Rio Madeira, na região da Ponta do Abunã, em Porto Velho, que deve ser concluída em março de 2021. Com sua conclusão, o Acre sairá do isolamento rodoviário com o resto do país.[96]

Exportações do Acre - (2012)[97]

O Acre possui o 25.º maior Produto Interno Bruto (PIB) do país, baseado principalmente na exploração de recursos naturais e no setor primário. De acordo com dados do IBGE, relativos a 2014, o PIB acriano era de 13 459 000 bilhões, enquanto o PIB per capita era de 17 034 reais.[98] Apesar de possuir uma das maiores taxas de aumento de economia (4,4% em 2014) e um PIB per capita tido como alto, este último é o segundo menor valor entre os estados de sua macrorregião, superando apenas o Pará. Além disto, a economia do estado é avaliada como a terceira pior entre todas as unidades federativas brasileiras e sua capital, Rio Branco, está na última posição entre as capitais estaduais no quesito PIB per capita.[99][100][101]

O modelo de desenvolvimento econômico baseia-se, primordialmente, no extrativismo, com destaque para extração de madeira por meio de manejo florestal, o que, teoricamente, garante o uso econômico sustentável da floresta.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID - financia um projeto de US$ 106 milhões no Estado, visando dotá-lo de infraestrutura física e institucional que viabilize o sucesso do projeto de desenvolvimento sustentável.

Controvérsias sobre o modelo de desenvolvimento escolhido passa por questões como a ausência de consenso quanto à recuperação das áreas exploradas pelos planos de manejo e pela exclusão, na prática, de efetivos benefícios às populações locais (apesar de previsão no projeto).

A economia acriana repousa na exploração de recursos naturais. Os mais importantes são a borracha e a castanha, produtos nos quais se basearam o povoamento da região. A extração da borracha se faz ao longo dos rios, pois a seringueira é árvore de mata de igapó. Os tipos produzidos são caucho, cernambi caucho, cernambi rama e cernambi seringa. A maior parte da produção estadual cabe à bacia do rio Purus. Nessa região destaca-se o vale do Rio Acre, que, além de possuir o maior número de seringueiras, é também região rica em castanheiras, fazendo do estado o maior produtor e exportador nacional de castanha. A floresta acriana é também objeto de exploração madeireira, e a caça nela praticada parece contribuir de forma substancial para a alimentação local.

A agricultura reduz-se a pequenas culturas de mandioca, feijão, cana-de-açúcar e arroz. A indústria de transformação compreende pouco mais que algumas serrarias e pequenas fábricas de rapadura e de farinha de mandioca.

A pauta de exportação do Acre é composta, principalmente, por coco, castanha e caju (29,80%), madeira serrada (23,34%), madeira perfilada (19,71%), madeira compensada (9,31%) e produtos farmacêuticos de origem animal (4,97%).[97]

Como os rios mantêm no estado cursos aproximadamente paralelos, as comunicações entre os diversos vales se fazem pelas confluências, o que envolve longos percursos. Com a conclusão das estradas que integram a ligação Rio Branco-Porto Velho-Cuiabá-Limeira, o Acre passou a contar com transporte rodoviário para o Sudeste do Brasil.

Agricultura

Extração de látex da seringueira.

Um dos principais produtores de borracha (Hevea brasiliensis) no país, o Acre apresentou em 2008 a produção de 845 t,[102] representando pouco mais de um quarto do total nacional. Na região de Abunã, um seringueiro chega a produzir 1,5 t de borracha por safra. Os tipos produzidos são "caucho", "cernambi caucho", "cernambi rama" e "cernambi seringa". A coagulação ainda é feita pelo processo da defumação. A produtividade média é de dois quilos de látex por hévea.

Imagens de Rio Branco, capital do Estado.

A coleta de Castanha-do-Brasil é também atividade importante, realizada, em geral, pelo seringueiro, como ocupação subsidiária, na época das chuvas. Sua safra não é regular. A produção acriana em 2009 foi de 20 t, representando 20% de toda a produção nacional, sendo a maior do Brasil.[103] A madeira tem também importância econômica na região, sendo a produção de lenha em 2008 de 679 077 m³.[102] O método de extração é rudimentar, sendo usadas serras manuais e, assim mesmo, só nos centros mais adiantados. A lavoura é, em geral, de subsistência, não tendo condições para se manter diante dos altos rendimentos da atividade extrativa. Os principais produtos agrícolas do Acre, em 2008, apresentaram os seguintes resultados: arroz (28 569 t),[104] cana-de-açúcar (52 609 t),[104] feijão (5 779 t),[104] mandioca (730 434 t)[104] e milho (61 088 t).[104]

Pecuária, pesca e mineração

A pecuária começou a ser desenvolvida só a partir da década de 1970. O solo utilizado nos plantios desgasta-se pelas derrubadas e queimadas e passa a construir área de magra pastagem. Não há campos naturais e os que são abertos na mata, se ainda não esgotados pela lavoura, são facilmente invadidos pela capoeira. Em 2008, contava o Acre com 155 861 suínos,[105] 2 425 687bovinos,[105] 77 623 ovinos,[105] 7 201 muares,[105] 60 668 equinos[105] e 15 433 caprinos.[105]

A pesca é praticada em pequena escala, sendo na maioria dos casos de subsistência. Em 2005, foram produzidas 3 510 t de pescado,[106] a antepenúltima produção do país. A mineração é escassa e caracterizada pela garimpagem mais primitiva — feita através de bateias —, sendo desconhecidos dados estatísticos de sua produção.

Indústria

O Acre tinha em 2018 um PIB industrial de R$ 1,1 bilhão, equivalente a 0,1% da indústria nacional e empregando 13.025 trabalhadores na indústria. Os principais setores industriais são: Construção (47,6%), Serviços Industriais de Utilidade Pública, como Energia Elétrica e Água (24,6%), Alimentos (18,8%), Minerais não metálicos (2,0%) e Madeira (1,5%). Estes 5 setores concentram 94,5% da indústria do estado. [107]

A indústria do estado, em 2009, ocupava 13 mil pessoas[108] em 1416 estabelecimentos e unidades,[109] que produziram bens no valor de R$ 773 milhões. A indústria ainda é de pouca escala no estado, sendo em grande parte de produtos alimentícios, como queijos, manteiga, refrigerantes e outros; e à transformação rudimentar de alguns produtos agrícolas, como a farinha de mandioca e o açúcar bangüê. O estado também possui indústrias na produção de barcos, carrocerias de caminhões, laminados e pisos de madeira, móveis, vidros temperados, preservativos (sendo a única do mundo a usar borracha natural proveniente de látex nativo), dentre outros produtos. Nas colônias mais importantes do Alto Juruá e do Alto Purus, ou mesmo em locais que possam atender em várias colônias, estão instalados "conjuntos mecânicos", pertencentes quase todos ao governo. Nos conjuntos mecânicos encontram-se máquinas para debulhar o milho, descorticar o arroz, ralar, prensar e cozer a mandioca, além de moendas e tochas para o fabrico de açúcar de cana. A potência instalada das usinas geradoras em 2004 é de 331 GWh, com um consumo mínimo de 405 GWh.[110] Atualmente o estado possui 2 Distritos Industriais: 1 na capital Rio Branco e outro no município de Acrelândia.

No estado está sendo criada a chamada ZPE (Zona de Processamento para Exportação), um Distrito Industrial incentivado, onde as empresas localizadas operam com redução/suspensão de impostos e contribuições federais e liberdade cambial (podem manter no exterior 100% das divisas obtidas nas exportações), com a condição de destinarem pelo menos 80% de sua produção de bens e serviços ao mercado externo, pretendendo levar os produtos fabricados no Acre para os mercados da Bolívia, Peru e os países asiáticos, quando concluída a Estrada do Pacífico. A ZPE do Acre será localizada na BR-317, entre a capital Rio Branco e o município de Senador Guiomard.[111]

Comércio

A quase totalidade do comércio do estado é feita por via fluvial e em pequena escala por via aérea. O Acre exporta quase tudo o que produz e importa praticamente tudo que consome. A pauta de exportação resume-se na madeira compensada e perfilada (49%),[112] madeira serrada ou em folha (27%),[112] frutas (21%)[112] e outros (3%),[112] convergindo na totalidade para os estados do Amazonas e Pará, de preferência para Belém, origem também da maioria de suas compras. O comércio com o limita-se a compra de gado em pé e gêneros alimentícios da Bolívia, frequentemente de caráter ilegal. Em março de 2010 o valor da exportação por cabotagem foi de US$ 15 727 499[113] e a importação de US$ 15 059 156.[113]

Composição econômica[114]
Serviços

68,2 %

Agropecuária

17,2 %

indústria

14,7 %

Produto Interno Bruto

Evolução do PIB do Estado do Acre[115]


Infraestrutura

Educação

Resultados no ENEM
Ano Português Redação
2006[116]
Média
31,05 (25.º)
36,90
47,97 (24.º)
52,08
2007[117]
Média
43,60 (25.º)
51,52
54,78 (17.º)
55,99
2008[118]
Média
35,15 (25.º)
41,69
57,62 (17.º)
59,35

O ensino fundamental contava em 2008 com 1 593 escolas, com o corpo docente de 7 476 professores e 164 043 alunos matriculados. Contava o ensino médio com 111 escolas, 1 594 professores e 33 113 matrículas. O ensino infantil calculava 275 pré-escolas, 1 052 professores e 22 104 alunos. O ensino superior era ministrado em 2007, em 9 estabelecimentos, com 17 840 alunos matriculados.

Em 2008, a taxa de analfabetismo no estado é de 13%, uma das mais equilibradas do Brasil. Da população, 36,2% dos acrianos são analfabetos funcionais.

As principais universidades do Acre são: Instituto Federal do Acre, Universidade Federal do Acre (públicas), União Educacional do Norte e Instituição de Ensino Superior do Acre (particulares).

Saúde

Em 2005, havia no estado 337 estabelecimentos hospitalares, sendo 282 públicos e 55 particulares, com um total de 1.561 leitos. Dos 337 hospitais, 227 eram de finalidade geral e 221 eram especializados. Dos 7 municípios existentes em 1970, apenas Rio Branco possuía abastecimento de água encanada, embora não possuía serviço de esgoto, o que impede o controle de disenteria amebiana endêmica. Em 2005, o estado possuía 48% de acesso à água 44,3% de acesso à rede de esgoto. Em 2006, a mortalidade infantil era de 20,7 por 1 000 nascidos vivos, sendo a malária a principal causa de morte. Povoações distantes entre si por dia de caminhada na floresta, e que por vezes, no período das chuvas, ficam completamente isoladas, dificultam a irradiação da saúde pública.

Uma pesquisa promovida pelo IBGE em 2008 revelou que 73,4% da população do estado avalia sua saúde como boa ou muito boa; 61% da população realiza consulta médica periodicamente; 35,6% dos habitantes consultam o dentista regularmente e 5,8% da população esteve internado em leito hospitalar nos últimos doze meses.[119] Ainda conforme dados da pesquisa, 24,2% dos habitantes declararam ter alguma doença crônica e apenas 12,6% possuíam plano de saúde. Menos da metade dos domicílios particulares no estado são cadastrados no programa Unidade de Saúde da Família: 46,7%.[119]

Na questão da saúde feminina, 27% das mulheres com mais de 40 anos fizeram exame clínico das mamas nos últimos doze meses; 30,4% das mulheres entre 50 e 69 anos fizeram exame de mamografia nos últimos dois anos; e 77,7% das mulheres entre 25 e 59 anos fizeram exame preventivo para câncer do colo do útero nos últimos três anos.[119]

Segurança pública

Brasão da Polícia Militar do Estado do Acre.
Brasão do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre.

Segundo o Exército Brasileiro, o Acre integra o Comando Militar da Amazônia, que tem sede em Manaus, destacando os pelotões de fronteira.De acordo com a Força Aérea Brasileira, o estado integra o VII Comando Aéreo Regional (VII COMAR), também sediado em Manaus, se destacando o Destacamento de Controle de Espaço Aéreo de Rio Branco (DTCEA-RB) e o Destacamento de Controle de Espaço Aéreo de Cruzeiro do Sul (DTCEA-CZ), ambos pertencentes ao Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo IV (CINDACTA IV), o estado não possui uma Base Aérea. Não existem, no estado, unidades da Marinha.

A Polícia Militar do Estado do Acre (PMAC) tem por função primordial o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública no Estado do Acre. Para fins de organização é uma Força Auxiliar e Reserva do Exército Brasileiro, assim como suas coirmãs e integra o Sistema de Segurança Pública e Defesa Social brasileiro e está subordinada ao Governo do Estado do Acre. Seus integrantes são denominados militares estaduais (artigo 42 da CRFB), assim como os membros do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre.

O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre (CBMAC) é uma Corporação cuja principal missão consiste na execução de atividades de Defesa Civil, Prevenção e Combate a Incêndios, Buscas, Salvamentos e Socorros Públicos no âmbito do estado do Acre. Ele é Força Auxiliar e Reserva do Exército Brasileiro, e integra o Sistema de Segurança Pública e Defesa Social do Brasil. Seus integrantes são denominados Militares dos Estados pela Constituição Federal de 1988, assim como os membros da Polícia Militar do Estado do Acre.

A Polícia Civil do Estado do Acre, é uma das polícias do estado do Acre, Brasil, órgão do sistema de segurança pública ao qual compete, nos termos do artigo 144, § 4.º, da Constituição Federal e ressalvada competência específica da União, as funções de polícia judiciária e de apuração das infrações penais, exceto as de natureza militar.

A mais importante instituição penitenciária é a Colônia Penal e Agrícola Evaristo de Morais, em Rio Branco.

Transportes

Acesso a Senador Guiomard pela rodovia estadual AC-040.

As principais rodovias do Acre são:

  • BR-364 - Juntamente com a BR-317 é a principal rodovia do Acre. A leste liga Rio Branco ao estado de Rondônia e ao restante do país. A oeste corta todo o estado, ligando a capital do estado a Cruzeiro do Sul, segunda principal cidade do estado, passando pelos municípios de Bujari, Sena Madureira, Manoel Urbano, Feijó, Tarauacá e Rodrigues Alves.
  • BR-317 - Tem extensão de 330 km, liga a capital ao sul do estado, passando pelos municípios de Senador Guiomard, Capixaba, Brasileia na fronteira com a República da Bolívia, a partir de Brasileia a estrada continua por mais 110 km até chegar na cidade de Assis Brasil, já na fronteira com o Peru. A rodovia tornar-se-á um importante eixo de exportação do Brasil, pois quando a estrada no lado peruano estiver concluída (estima-se que em 2011), o Brasil estará totalmente ligado a Cuzco e aos dois principais portos do país vizinho.
  • AC-040 - Possui extensão de 100 km, liga Rio Branco até a cidade de Plácido de Castro também fazendo fronteira com a Bolívia.
  • AC-401 - Também chamada de estrada do agricultor, com extensão de 50 km, liga a cidade de Plácido de Castro à cidade de Acrelândia, já próxima da BR-364.
  • AC-010 - Tem extensão de 55 km, Ligando Rio Branco até a cidade história de Porto Acre, já na divisa com o Amazonas.

Comunicações

Os principais jornais do estado são os diários A Gazeta, O Rio Branco, A Tribuna, Jornal Opinião, Jornal Página 20 e o semanal O Estado. Entre as principais estações de televisão do estado se destacam a TV Rio Branco, a Rede Amazônica, a TV5 e a TV Gazeta,[120] e entre as rádios se destacam a Gazeta FM, a Rádio CBN e a Rádio Cidade FM.[121]

Cultura

A cultura do Acre é muito parecida com a dos outros Estados da Região Norte, porém há um alto consumo de cultura nordestina.

Em Rio Branco encontra-se uma comunidade religiosa chamada Alto Santo (Centro de Iluminação Cristã Universal) que pratica o Ritual do Santo Daime, típico do Acre, de origem indígena, que usa o Daime, um chá natural feito com folhas e cipó, usado pelos índios como forma de aproximação a Deus. Todos tomam o chá, inclusive as crianças e os idosos. Os integrantes usam fardas e cantam o hinário.

O Acre já foi retratado como cenário histórico no cinema e na televisão, interpretado por um numeroso elenco de atores consagrados na minissérie Amazônia, de Galvez a Chico Mendes (2007), da mesma autora das telenovelas América (2005) e Caminho das Índias (2009), a acriana Glória Perez.

Culinária

A comida típica utiliza o pato e o pirarucu, que herdou dos índios, e o bobó de camarão, vatapá e carne de sol com macaxeira, trazido do Nordeste brasileiro logo quando iniciou a extração do látex, já que muitos nordestinos migraram para o Acre tentando uma melhor qualidade de vida.

Artesanato

Usina de arte João Donato, importante polo de produção e difusão cultural.

No artesanato os artigos são confeccionados com materiais extraídos da floresta amazônica. Do seringal surgiu a figura do seringueiro, que colaborou em momentos importantes da história brasileira para o desenvolvimento do país, trabalhando duro na extração do látex na floresta amazônica. Da floresta também surgiu Chico Mendes, que hoje é considerado referência internacional na luta em defesa da Amazônia; Chico Mendes foi assassinado em 22 de dezembro de 1988 e ganhou um prêmio único da ONU, o Prêmio Global 500 Anos, por defender e proteger a floresta amazônica.

Ver também

Notas

  1. Os pontos extremos do Brasil são:
    • Ao norte, a nascente do Rio Ailá, na Serra do Caburá, no Estado de Roraima.
    • Ao sul, o Arroio Chuí, no Estado do Rio Grande do Sul.
    • A leste, a Ponta do Seixas, no Estado da Paraíba.
    • A oeste, a Serra de Contamana, no Estado do Acre.
  2. No ano de 1877 o nordeste brasileiro sofria com as consequências da seca. Muitos nordestinos, principalmente do Ceará, foram estimulados a migrarem para o Acre, para assim trabalharem na extração do látex.
  3. A borracha foi um produto que causou uma corrida para a Amazônia brasileira, sendo tão importante quanto o café para a economia.

Referências

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