Edifícios industriais da Rua Borges de Figueiredo

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Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo, Cia Fiat Lux e Fábrica de biscoitos Duchen
Edifícios industriais da Rua Borges de Figueiredo
Fachada dos edifícios industriais na Rua Borges de Figueiredo
Construção 1906-1926
Estado de conservação SP
Património nacional
Classificação Conpresp
Data 2007-2011
Geografia
País Brasil
Cidade São Paulo
Coordenadas 23° 33' 38" S 46° 35' 50" O

Os Edifícios industriais da Rua Borges de Figueiredo, também conhecido como as indústrias reunidas Francisco Matarazzo, Cia Fiat Lux e Fábrica de biscoitos Duchen são reconhecidas como um marco inicial no processo de industrialização da cidade de São Paulo e determinante na formação do bairro da Mooca, localizado na zona leste, este, sempre foi visto como um dos mais significantes distritos da grande metrópole de São Paulo no âmbito da industrialização.[1] Conforme consta no processo de tombamento do Conpresp, a população local relatou que a área se encontrava a mercê de riscos. Após uma placa anunciar um novo empreendimento em uma de suas fachadas, o interior dos galpões começaram a ser derrubados. O que só foi interrompido após as instâncias públicas iniciarem o processo[2] de reconhecimento da localidade como patrimônio histórico.[3] Os galpões foram organizados em sequência, constituem uma ambientação que dá a Mooca sua notoriedade.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Em 1906, as organizações Francisco Matarazzo e Cia se instalam na rua Borges Figueiredo numero 680 até o numero 828. A empresa compartilha o local com a Fiat Lux, fábrica de fósforos, construída no mesmo ano de 1906. Em 1908, a Societé Anonyme Anciens Étabblissements Duchen obtém uma parte do terreno. O projeto, datado de 1906 ate 1926, é creditado como de autoria original do construtor Otto Nilsson e do arquiteto Fred Reimann. Marco da industrialização paulista,[4] o complexo industrial funcionava como armazém, fábrica de fósforos, fábrica de biscoitos e, possivelmente, de óleo. Atualmente o espaço é utilizado para fabricação de latas e é propriedade da CBL (Companhia Brasileira de Latas).

Arquitetura[editar | editar código-fonte]

Após sua implementação, o complexo industrial ocupa uma área de vinte e quatro mil duzentos e oitenta e quatro metros quadrados (24.284 m²). Como características arquitetônicas, os galpões, construídos à diagonal das linhas da ferrovia, que atualmente situa se a Estação Juventus-Mooca,são compostos de alvenaria de tijolo e concreto armado. A cobertura das edificações foi estruturada com madeira e telhas de cerâmica. Mas os galpões da Fábrica de biscoitos Dunchen, além do concreto armado, são constituídos, também, por lanternins e tesouras metálicas. Sua cobertura, antes revestida inteiramente por telhas cerâmicas, foi parcialmente substituída por telhas de fibrocimento. Um dos destaques do conjunto é a chaminé da fábrica de fósforos Fiat Lux. É possível avistá-la na divisa do lote com a faixa de transmissão da Eletropaulo. Deste tipo de edifício, é o seu último exemplar histórico.[5]

Significado Histórico e Cultural[editar | editar código-fonte]

O significado histórico das indústrias reunidas Francisco Matarazzo, Cia Fiat Lux e Fábrica de biscoitos remonta ao início do processo industrial paulistano. Junto ao conjunto fabril, houve a implantação da linha ferroviária da São Paulo Railway. Essa infraestrutura foi fator determinante para conformação do bairro da Mooca no final do século XIX.[6] Além disso, na região ainda se conserva parcialmente a fábrica de fósforos, a fábrica de biscoitos e o ramal ferroviário original da instalação das indústrias Matarazzo. O patrimônio é, ainda, registro histórico das técnicas construtivas tradicionais, o que lhe confere seu valor enquanto conjunto urbanístico e memória paulistana.

Estado Atual[editar | editar código-fonte]

Segundo uma avaliação do Conpresp em maio de 2007,[7] a fábrica de fósforos se mantém em estado original, mas os espaços internos dos galpões da antiga Dunchen foram parcialmente demolidos.[8] As fachadas encontram-se modificadas por inteiro, mas os galpões da Dunchen conservam sua implementação junto às estruturas originais. A chaminé da Fiat Lux, único exemplar restante desse tipo de edificação, permanece conservada.[8]

Galeria de fotos[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b «Mooca: Patrimônio industrial, gastronomia e música. – Patrimonio Histórico». patrimoniohistorico.prefeitura.sp.gov.br. Consultado em 24 de abril de 2017. Arquivado do original em 25 de abril de 2017 
  2. «Conpresp - 409ª Reunião Extraordinária» (PDF). 26 de junho de 2007. Consultado em 7 de maio de 2023 
  3. «RESOLUÇÃO 19/CONPRESP/2011» (PDF). Prefeutura do Município de São Paulo. 1 de março de 2012 
  4. «Bairro surgiu em 1556 | Subprefeitura Mooca | Prefeitura da Cidade de São Paulo». www.prefeitura.sp.gov.br. Consultado em 7 de maio de 2023 
  5. «Mooca, ou como a verticalização devora a paisagem e a memória de um bairro | vitruvius». vitruvius.com.br. Consultado em 7 de maio de 2023 
  6. Andrade, Margarida Maria de (1994). «BRÁS, MOÓCA E BELENZINHO - "BAIRROS ITALIANOS" NA SÃO PAULO ALÉM-TAMANDUATEÍ». Revista do Departamento de Geografia: 97–102. ISSN 2236-2878. Consultado em 7 de maio de 2023 
  7. DPH. Departamento de Patrimônio Histórico. Processo n°2007-0.203.751-2. Tombamento das Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo, Cia Fiat Lux e Fábrica de biscoitos Dunchen
  8. a b «Em ruínas, galpões da Mooca são tombados». Estadão. Consultado em 7 de maio de 2023