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Colégio São Francisco Xavier
Vivian Benjamin/Testes
Entrada principal do colégio
Informação
Tipo de instituição Particular
Abertura 1928 (95–96 anos)
Diretor(a) Ir. Marcos Epifanio Barbosa, SJ (Diretor Geral)
Reinaldo Correa de Aquino Junior
(Diretor Acadêmico)
Fábio Fernandes de Freitas (Diretor Administrativo)
Página oficial
Colégio São Francisco Xavier

O Colégio São Francisco Xavier foi fundado em 1928 e era inicialmente chamado de "Collegio Catholico Japonês São Francisco Xavier" e fica localizado no bairro do Ipiranga, em São Paulo. Foi criado pelo Padre italiano, Guido del Toro, nascido na Toscana, em Monte Pulciano, em 1876. A instituição foi criada pelo Padre com o intuito de receber os imigrantes japoneses e seus descendentes e dedicar-se a evangelização destes. Inicialmente construido no bairro da liberdade, o colégio foi transferido para um terreno no Ipiranga, doado pelo Conde José Vicente de Azevedo, em 1931, quando foi fundado o prédio onde permanece a instituição até hoje[1].

História[editar | editar código-fonte]

O Colégio São Francisco Xavier - cujo nome faz referência ao importante missionário católico, Francisco Xavier - fica localizado na zona sul da cidade de São Paulo, e faz parte da rede jesuíta de educação (RJE), juntamente a outras 16 escolas distribuídas pelo Brasil. O atual prédio que abriga a instituição foi construído no ano de 1931, em um terreno de 6.800 metros quadrados, no bairro do Ipiranga[1].

O terreno, localizado na colina do Ipiranga, foi doado pelo Dr. José Vicente de Azevedo e sua esposa D. Cândida Bueno Lopes de Oliveira Azevedo[1].

O colégio foi fundado pelo jesuíta italiano Padre Guido del Toro, que veio ao Brasil no ano de 1914 e acabou se envolvendo com a evangelização de imigrantes japoneses no país. Foi então que, no ano de 1928, iniciou um colégio cristão dedicado à educação dos filhos desses imigrantes, no bairro da liberdade[1].

Francisco Xavier[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Francisco Xavier

Francisco Xavier (1506 - 1552) foi missionário católico do padroado português; é conhecido como o "Apóstolo do Oriente" pois exerceu muito de seu trabalho missionário nas terras portuguesas da Índia e do Japão - o que explica em grande parte a homenagem do nome do Colégio São Francisco Xavier, o qual foi voltado à evangelização da comunidade japonesa quando surgiu.

Francisco Xavier foi beatificado em 1619 com esse nome, pelo Papa Paulo V; e em 1927 foi proclamado padroeiro universal das missões.

Rede Jesuíta de Educação (RJE)[editar | editar código-fonte]

O São Francisco Xavier segue os valores da Rede Jesuíta de Educação - ou Rede de Educação da Companhia de Jesus, à qual pertence. Ele propõe uma formação acadêmica "humana e cristã", como define a RJE, além de defender que a escola deve estar a serviço do bem comum. Desde que foi fundado, o colégio desenvolve seu trabalho em conjunto à missão da Igreja Cristã[2].

A Rede Jesuíta de Educação é uma das que tem maior alcance, atendendo por volta de 3 milhões de pessoas ao redor do mundo e administra mais de 850 colégios e 200 universidades e faculdades. No Brasil, possui 17 escolas localizadas do Nordeste ao Sul do Brasil [2].

Fundação Fé e Alegria[editar | editar código-fonte]

Além de seus colégios, universidades e faculdades, a rede presta serviço social em mais de 2700 centros de educação popular, a partir de sua Fundação Fé e Alegria[2].

A Fundação foi iniciada pelo Padre jesuíta venezuelano, José María Veláz, em conjunto a estudantes da universidade jesuíta UCAB (Universidade Católica Andrés Bello), os quais prestavam assistência social aos moradores do bairro popular de Cátia, em Caracas. Com o tempo o movimento de Veláz começou a crescer; assim surgiu a Fé e Alegria, e a Fundação passou a construir colégios e escolas para toda a comunidade. O movimento foi assumido pela Companhia de Jesus, e jesuítas de toda a América Latina adotaram suas boas ações, assim, Congregações religiosas estabeleceram centros educacionais em áreas carentes e marginalizadas, onde tal serviço fazia-se necessário[2].

A expansão desse movimento ocorreu de forma muito bem sucedida, até que a Fundação tornou-se a Federação Internacional Fé e Alegria, chegando a prestar seus serviços em países da América do Sul, América Central, Caribe, Europa e África[2][3].

A Fundação no Brasil[editar | editar código-fonte]

A Fé e Alegria chegou ao Brasil no ano de 1981. Segundo estatísticas do ano de 2014, ela atua em 21 municípios de 16 Estados diferentes, auxiliando cerca de 21 mil pessoas, através da ação educativa e social dos colaboradores[3].

A comunidade japonesa no Brasil[editar | editar código-fonte]

Inicialmente, o São Francisco Xavier tinha como foco principal acolher a comunidade de imigrantes japoneses que chegavam em peso a São Paulo , dedicando-se ao processo de educação e evangelização de seus filhos[1].

A Imigração japonesa no Brasil deu-se início no começo do século XX, resultado de um acordo entre os governos do Brasil e do Japão - que passava por problemas de superpopulação, enquanto o Brasil necessitava de reforços à mão-de-obra para a produção de café[4].

O fluxo migratório dos japoneses se intensificou consideravelmente com a eclosão da Primeira Guerra Mundial; e entre os anos de 1917 e 1940, chegaram 164 mil japoneses ao Brasil, a grande maioria estabelecendo-se em São Paulo[4].

Fundado na década de 30, o Colégio São Francisco Xavier foi construído exatamente no período em que o Brasil já abrigava a maior população de japoneses fora do Japão. Assim, a escola atendia a uma grande parcela de alunos, filhos desses imigrantes que buscavam melhores condições de vida nas terras brasileiras[1][4].

Até hoje o Brasil apresenta a maior população japonesa fora do Japão, sendo que a maior porcentagem dessa comunidade localiza-se em São Paulo; mesmo assim, o São Francisco Xavier já não é exclusividade para os filhos de imigrantes japoneses, e as portas são abertas para qualquer um que tenha interesse em seu processo educativo, aliado à formação cristã[4][1].

Conde José Vicente de Azevedo[editar | editar código-fonte]

José Vicente de Azevedo foi uma figura muito importante para o bairro do Ipiranga, sendo responsável pela doação dos terrenos de diversas instituições construídas na região. Era descendente de portugueses e nasceu na cidade de Lorena, no interior de São Paulo, em 7 de julho de 1859. Veio à capital em julho de 1876, onde ingressou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco e tornou-se político,  passando a integrar a Assembléia Legislativa Provincial de São Paulo poucos anos depois[5].

Ele recebeu o título de Conde Romano em 1935, do Papa Pio XI, em reconhecimento a suas várias benfeitorias para o Ipiranga e para a cidade. Entre elas, estão as doações que permitiram o surgimentos de instituições como: a Fundação Nossa Senhora Auxiliadora do Ipiranga, o Santuário Sagrada Família e o Seminário das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, o Instituto de Cegos Padre Chico, o Hospital e Maternidade Dom Antonio Alvarenga, o Instituto de Artes da UNESP e a UniFai, além do próprio Colégio São Francisco Xavier[5].

Grande parte das edificações localizadas ao entorno da Avenida Nazaré estão lá graças às doações do Conde. Sua primeira grande doação de terra foi feita ao Padre José Marchetti; o qual construiu um orfanato, o Liceu de Artes e Ofícios São José - hoje, o Instituto Cristóvão Colombo[5].

Em homenagem ao Conde e sua família foi construído um museu que leva seu nome - o Museu Conde Azevedo[5].

O conde faleceu em 3 de março de 1944, aos 85 anos[5].

Arquitetura[editar | editar código-fonte]

Visão frontal de uma das portas de entrada do Colégio São Francisco Xavier; na foto, é possível enxergar o pináculo e platibanda.
Pináculo do edifício do São Francisco Xavier.

Apesar de ter permanecido no mesmo local desde a mudança da unidade da Liberdade para o Ipiranga, a fachada já não é mais a mesma de quando havia acabado de ser construído. O Colégio passou por um grande processo de modernização interna no final dos anos 90, e, por fora, também sofreu mudanças bastante visíveis. O edifício ainda possui muitas das características antigas, como as platibandas - muretas na parte superior do edifício que escondem o telhado - e os pináculos - pontos mais altos na construção; mas sofreu algumas alterações, como a substituíção de sua grade simples por um muro e um portão mais atuais. Mesmo com o passar de tanto tempo e as mudanças na construção, o que permanece desde o começo são os valores católicos da instituição na formação de seus alunos[1][6].

Edifício Atual[editar | editar código-fonte]

Apenas 3 anos depois do surgimento da escola São Francisco Xavier na Liberdade - antes chamada de Colégio Católico São Francisco Xavier - foi inaugurado o prédio onde localiza-se a instituição atualmente. Além da área destinada para os alunos, há uma capela junto ao colégio, adicionada ao complexo escolar em 1958, em comemoração às bodas de ouro da imigração japonesa. Foi construída pelo também imigrante japonês Padre Shigeo Takeuchi[1].

O prédio no Ipiranga atuava inicialmente apenas como ginásio e primário. Foi somente em 1966 que foi incluído o Ensino Médio e tornou-se, de fato, o Colégio São Francisco Xavier[1].

Em 1969, o colégio - que antes aceitava apenas meninos - passou a ser misto; e hoje já não é mais voltado exclusivamente para a comunidade japonesa de São Paulo[1].

Significado histórico e cultural[editar | editar código-fonte]

A imigração japonesa é uma parte importante da história brasileira, principalmente para São Paulo. O colégio de Guido del Toro teve um papel essencial na recepção dessa comunidade, que chegava ao país sem muita estrutura para manter uma boa qualidade de vida, e que, em grande parte, ia exercer o pesado trabalho braçal nos cafezais. Além disso, o Colégio São Francisco Xavier exerceu um grande papel para a Companhia de Jesus. A partir da evangelização dos inúmeros imigrantes japoneses que chegavam ao Brasil, representou sucesso como missão dos jesuítas, que tinham como objetivo difundir o catolicismo e lavá-lo àqueles que não o praticavam[1][5].

Processo de tombamento do Colégio São Francisco Xavier[editar | editar código-fonte]

No Ipiranga concentram-se patrimônios extremamente importantes para a história de São Paulo e do país. Local onde foi proclamada a independência do Brasil, o bairro foi o lugar em que ocorreram momentos cruciais na trajetória da nação brasileira. Dessa forma, seus imóveis e bens mais antigos devem ser preservados com cuidado através de tombamentos, para assim, preservar também a história do país[7].

O Colégio São Francisco Xavier foi tombado no dia 8 de maio 2007 pela Concresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) . Seu tombamento está incluído em um conjunto de 12 edificações remanescentes dos antigos institutos assistenciais e de ensino do bairro do Ipiranga, considerados pelo Concresp patrimônios históricos. Essas edificações são protegidas pela lei contra qualquer tipo de depredação, tendo em vista seus valores na história, arquitetônico e paisagístico[7].

Galeria[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Commons
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l «São Francisco Xavier (Colégio)». Arquidiocese de São Paulo 
  2. a b c d e «Rede Jesuíta de Educação «  Colégio São Francisco Xavier». sanfra.g12.br. Consultado em 25 de novembro de 2016 
  3. a b «Fundação Fé e Alegria». www.fealegria.org.br. Consultado em 25 de novembro de 2016 
  4. a b c d «História | Imigração Japonesa | Governo do Estado de São Paulo». www.saopaulo.sp.gov.br. Consultado em 25 de novembro de 2016 
  5. a b c d e f «Caridade do conde foi fundamental para o Ipiranga». Ipiranga News online. Consultado em 22 de novembro de 2016 
  6. «Patrimônio Históricos do Ipiranga Tombados». Patrimônio Históricos do Ipiranga Tombados. Consultado em 25 de novembro de 2016 
  7. a b «Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo - CONPRESP» (PDF). Edital de Notificação 

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