Euclides da Cunha (Bahia)

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Euclides da Cunha
  Município do Brasil  
Vista parcial da cidade.
Vista parcial da cidade.
Vista parcial da cidade.
Símbolos
Bandeira de Euclides da Cunha
Bandeira
Brasão de armas de Euclides da Cunha
Brasão de armas
Hino
Lema Lutamos pelo progresso
Gentílico euclidense
Localização
Localização de Euclides da Cunha na Bahia
Localização de Euclides da Cunha na Bahia
Localização de Euclides da Cunha na Bahia
Euclides da Cunha está localizado em: Brasil
Euclides da Cunha
Localização de Euclides da Cunha no Brasil
Mapa
Mapa de Euclides da Cunha
Coordenadas 10° 30' 28" S 39° 0' 50" O
País Brasil
Unidade federativa Bahia
Municípios limítrofes Monte Santo, Novo Triunfo, Quijingue, Cícero Dantas, Canudos e Banzaê.
Distância até a capital 311 km
História
Fundação 11 de junho de 1898 (125 anos)
Emancipação 19 de setembro de 1933 (90 anos)
Administração
Distritos
Prefeito(a) Luciano Pinheiro Damasceno e Santos (PDT, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [1] 2 028,421 km²
 • Área urbana  IBGE/2019[2] 14,41 km²
População total (Censo IBGE/2022[3]) 61 456 hab.
Densidade 30,3 hab./km²
Clima Tropical semiárido (BSh)
Altitude 472 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010 [4]) 0,567 baixo
Gini (PNUD/2010[5]) 0,55
PIB (IBGE/2021[6]) R$ 795 415,363 mil
 • Posição BA: 58º
PIB per capita (IBGE/2021[6]) R$ 13 015,70

Euclides da Cunha é um município brasileiro no interior do estado da Bahia, localizado no Nordeste Baiano. Localiza-se a uma latitude 10º30'27" sul e a uma longitude 39º00'57" oeste, estando a uma altitude de 472 metros. Sua população, de acordo com o censo demográfico de 2022, é de 61 456 habitantes, segundo o IBGE. Possui uma área total de 2 028,421 km².[7]

Topônimo[editar | editar código-fonte]

O primeiro nome da cidade e município de Euclides da Cunha foi Cumbe, topônimo este que, segundo Ramos (2008, p. 320), é oriundo do quicongo e significa “cidade”.[8]

Em 1938, graças à sugestão do escritor José Aras, o nome do município foi alterado de Cumbe para Euclides da Cunha, em homenagem ao engenheiro militar, jornalista e escritor Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha (1866-1909), autor da célebre obra “Os Sertões” (1902), que narra e faz uma análise profunda da Guerra de Canudos, ocorrida na região do município.[8][9][10]

História[editar | editar código-fonte]

Os primeiros habitantes da região de Euclides da Cunha foram os indígenas caimbés, pertencentes ao grupo dos cariris.[11][12][13]

Em 1639, para catequisar os caimbés e protegê-los da expansão da pecuária ligada à Casa da Torre, os jesuítas fundaram a missão de Massacará, a primeira do semiárido brasileiro. Em 1759, quando o Marquês de Pombal decretou a expulsão dos jesuítas do Império Português, o convento de Massacará foi destruído. Dos tempos dos jesuítas em Massacará, resta apenas a capela.[12][14]

O território do município de Euclides da Cunha foi colonizado no século XIX, com a chegada e fixação de famílias oriundas de regiões circunvizinhas, sobretudo de Monte Santo e Tucano, que se dedicaram à lavoura e pecuária.[11][15]

Em meados do século XIX, formou-se uma feira livre, onde eram vendidos produtos agrícolas da região, como milho, feijão, fumo e farinha, além de gado bovino e caprino. Com a inauguração, em 1868, do açude Tanque da Nação, localizado nas proximidades da feira livre e construído por José Higino dos Santos Lobo, começou a se formar, ao redor desse comércio, na fazenda do Major Antônio Francisco dos Reis (Major Antonino), o povoado de Cumbe (atual cidade de Euclides da Cunha), cuja origem e desenvolvimento se devem a José Higino e ao Major Antonino. Posteriormente, nessa povoação, ergueu-se uma capela em louvor a Nossa Senhora da Conceição.[16][17][18][19]

Com o crescimento populacional, a Lei provincial n° 2.152 de 18 de maio de 1881, elevou o povoado do Cumbe à categoria de freguesia, com o nome Nossa Senhora da Conceição do Cumbe, a qual substituiu a freguesia da Santíssima Trindade de Massacará, extinta pela mesma lei.[11][15][17]

A Lei Estadual nº 253, de 11 de junho de 1898, elevou a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Cumbe à categoria de vila, com o nome de Cumbe, desmembrando-se de Monte Santo.[11][15]

A Vila de Cumbe foi extinta por meio dos decretos estaduais nº 7.455, de 23 de junho de 1931, e 7.479, de 8 de julho do mesmo ano, sendo reanexada a Monte Santo como um simples distrito.[11][15]

O município de Cumbe foi recriado novamente por meio do Decreto Estadual n° 8.642, de 19 de setembro de 1933, se desmembrando de Monte Santo, sendo reinstalado em 10 de outubro do mesmo ano.[11][15]

Em 30 de novembro de 1938, por meio do Decreto Estadual n.º 11.089, o município de Cumbe teve seu nome alterado para Euclides da Cunha.[11][15]

A Lei Estadual n° 628, de 30 de dezembro de 1953, criou, dentro do município de Euclides da Cunha, o distrito de Massacará, sediado no povoado de mesmo nome.[15]

A Lei Estadual n° 4.405, de 25 de fevereiro de 1985, desmembrou de Euclides da Cunha e elevou à categoria de município o distrito de Canudos. As leis estaduais n° 4.580 e 4.582, ambas do dia 5 de novembro de 1985, elevaram os povoados euclidenses de Caimbé e Aribicé à categoria de distrito. Desde então, o município é constituído dos seguintes distritos: Euclides da Cunha (sede), Massacará, Caimbé e Aribicé.[15]

Demografia[editar | editar código-fonte]

Segundo o censo brasileiro de 2010, a população de Euclides da Cunha é de 56.289 habitantes. A zona urbana compreende 27.416 pessoas e a zona rural, 28.873. Do total, 28.319 são homens e 27.970, mulheres. 38.102 pessoas são alfabetizadas. A estimativa para o ano de 2012 é de 56.962 habitantes.[20][21]

  • 1991 — 51.812
  • 1996 — 50.089
  • 2000 — 53.885
  • 2007 — 56.625
  • 2010 — 56.289
  • 2012 — 56.962
  • 2022 — 61.456

O colégio eleitoral euclidense compreende, com base nos dados do TSE relativos ao ano de 2018, 42.685 eleitores.[22]

  • 2010 — 36.564
  • 2012 — 39.301
  • 2014 — 40.632
  • 2016 — 42.040
  • 2018 — 42.685
  • 2020 — 45.392
  • 2022 — 47.234

Religião[editar | editar código-fonte]

Religiosidade em Euclides da Cunha:[21]

Economia[editar | editar código-fonte]

Na agricultura há uma expressiva produção de feijão, milho e mandioca. Na pecuária destacam-se os rebanhos ovinos, suínos, asininos, caprinos e muares. É ainda produtor de galináceos e de mel de abelhas. No setor de bens minerais é produtor de cal e calcário.

O valor da receita do município é de R$ 49.156.861, de acordo com o último censo, e o das despesas é de R$ 44.742.010. O Produto Interno Bruto (PIB), segundo o mesmo censo, é R$ 78.465 para agropecuária, R$ 32.827 para indústria e R$ 202.406 para serviços.[20]

A cidade conta ainda com a exploração mineral do calcário, cal virgem e pedra; conta também com uma fábrica de móveis estofados.

Feriados municipais[editar | editar código-fonte]

Filhos ilustres[editar | editar código-fonte]

Ver Também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02) 
  2. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). «Meio Ambiente». Consultado em 16 de março de 2023 
  3. cidades.ibge.gov.br https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/euclides-da-cunha/panorama. Consultado em 24 de fevereiro de 2024  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  4. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 11 de agosto de 2013 
  5. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (2010). «Perfil do município de Euclides da Cunha - BA». Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013. Consultado em 4 de março de 2014 
  6. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 24 de fevereiro de 2024 
  7. «Euclides da Cunha (BA) | Cidades e Estados | IBGE». www.ibge.gov.br. Consultado em 11 de março de 2023 
  8. a b Ramos, Ricardo Tupiniquim (2008). Toponímia dos municípios baianos: descrição, história e mudanças (PDF). Salvador: UFBA. p. 320. Cópia arquivada (PDF) em 3 de outubro de 2023 
  9. Nossa, Leonencio; Garbin, Luciana (2016). «Canudos revelada». Estadão. Consultado em 21 de novembro de 2023 
  10. «Biografia de Euclides da Cunha». eBiografia. 19 de abril de 2023. Consultado em 6 de janeiro de 2024 
  11. a b c d e f g Campos, Ney (25 de outubro de 2007). «História de Euclides da Cunha». Museu do Cumbe. Consultado em 21 de novembro de 2023 
  12. a b Altmicks, Alfons Heinrich (2019). «Massacará: território, territorialidade, identidade étnica, etnodesenvolvimento kaimbé» (PDF). XV Enecult. Consultado em 21 de novembro de 2023 
  13. «A cultura da nação Cariri em Paulo Afonso». CBHSF. 7 de maio de 2014. Consultado em 6 de janeiro de 2024 
  14. Campos, Ney (9 de novembro de 2010). «Massacará». Museu do Cumbe. Consultado em 21 de novembro de 2023 
  15. a b c d e f g h «Euclides da Cunha (BA) - histórico». IBGE Cidades. Consultado em 21 de novembro de 2023 
  16. «Euclides da Cunha». Superintendência de Educação a Distância - UFBA. Consultado em 24 de fevereiro de 2024 
  17. a b «Euclides da Cunha». Face Informa. Consultado em 24 de fevereiro de 2024 
  18. «Tanque da Nação - História». Museu do Cumbe. Consultado em 24 de fevereiro de 2024 
  19. Campos, Ney (12 de agosto de 2009). «Antonio Francisco dos Reis - Major Antonino». Consultado em 21 de novembro de 2023 
  20. a b [1], IBGE Cidades.
  21. a b [2], IBGE Censo de 2010.
  22. [3], TSE/Eleições 2012.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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