Irmãos Coragem (1995)
Irmãos Coragem | |||||||
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Logotipo da telenovela | |||||||
Informação geral | |||||||
Formato | Telenovela | ||||||
Gênero | Aventura Drama Romance | ||||||
Duração | 45 minutos | ||||||
Criador(es) | Dias Gomes | ||||||
Baseado em | Irmãos Coragem por Janete Clair | ||||||
Elenco | |||||||
País de origem | Brasil | ||||||
Idioma original | português | ||||||
Episódios | 155 | ||||||
Produção | |||||||
Diretor(es) | Luiz Fernando Carvalho [nota 1] Mauro Mendonça Filho Reynaldo Boury Ary Coslov Carlos Araújo | ||||||
Roteirista(s) | Ferreira Gullar Lílian Garcia Marcílio Moraes Margareth Boury | ||||||
Tema de abertura | "Irmãos Coragem", Milton Nascimento | ||||||
Composto por | Nonato Buzar | ||||||
Exibição | |||||||
Emissora original | TV Globo | ||||||
Formato de exibição | 480i (SDTV) | ||||||
Transmissão original | 2 de janeiro - 30 de junho de 1995 | ||||||
Cronologia | |||||||
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Programas relacionados | Irmãos Coragem (1970) |
Irmãos Coragem é uma telenovela brasileira produzida e exibida pela TV Globo de 2 de janeiro a 30 de junho de 1995,[1] em 155 capítulos.[2] Substituiu Tropicaliente e foi substituída por História de Amor,[3] sendo a 47ª "novela das seis" exibida pela emissora.
Escrita por Dias Gomes com a colaboração de Ferreira Gullar, Lílian Garcia, Marcílio Moraes e Margareth Boury, direção de Luiz Fernando Carvalho e Mauro Mendonça Filho, substituído por Reynaldo Boury, Ary Coslov e Carlos Araújo (a partir do capítulo 80) com o núcleo de Paulo Ubiratan. A obra é um remake da telenovela original de Janete Clair, exibida em 1970 na faixa das 20h.
Contou com Marcos Palmeira, Marcos Winter, Ilya São Paulo, Letícia Sabatella, Laura Cardoso, Flávio Galvão, Gabriela Duarte e Cláudio Marzo nos papéis centrais.
Sinopse
[editar | editar código-fonte]A luta pela liberdade e contra a opressão é o eixo desse folhetim, que conta a história dos irmãos Coragem: João (Marcos Palmeira), Jerônimo (Ilya São Paulo) e Duda (Marcos Winter), filhos de Sinhana (Laura Cardoso). Na fictícia cidade de Coroado, João encontra um enorme diamante. Por causa disso, os três irmãos passam a ser perseguidos pelo poderoso coronel Pedro Barros (Cláudio Marzo), dono de quase todos os garimpos da região.
João e a filha do coronel, Lara (Letícia Sabatella), vivem uma intensa paixão. A moça tem múltipla personalidade. A tímida e recatada Lara se alterna com a sensual Diana e com Márcia, uma mulher equilibrada. Isso acaba por confundir João, que se sente atraído pelas três. O ódio de Pedro Barros pelos irmãos cresce quando ele descobre a relação entre sua filha e João, que decide pegar em armas na luta contra o autoritarismo do coronel.
Jerônimo, por sua vez, encontra no movimento político de oposição uma saída para dar fim aos desmandos de Pedro Barros. Embora viva um amor proibido pela irmã de criação, a índia Potira (Dira Paes), casada com o ciumento promotor público Rodrigo César (Giuseppe Oristanio), de quem se acaba divorciando, ele se liga a Lídia Siqueira (Isabela Garcia), filha de um político local. Na segunda versão, o destino de Jerônimo e Potira foi alterado. Em vez de morrerem em um tiroteio, como na primeira versão, eles conseguem fugir ao pular em um rio. Como estão feridos, são dados como mortos, mas seus corpos não são encontrados. Sinhana diz ter sonhado com o casal em um veleiro, deixando abertura para o público concluir que eles possam ter sobrevivido.
O terceiro irmão, Duda, deixa a cidade de Coroado para fazer fama como jogador de futebol no Rio de Janeiro. Depois, de volta a Coroado, reencontrando-se com Ritinha (Gabriela Duarte), que sempre foi apaixonada pelo jovem. Acabam por se envolver, a tensão entre eles cresce quando a moça engravida e os pais dela obrigam-no a casar. De volta à cidade grande, a rápida ascensão do craque do Flamengo leva-o a se ligar à exuberante, sensual e venenosa Paula (Rita Guedes) e a deixar para trás seu verdadeiro amor.
Produção
[editar | editar código-fonte]Antecedentes
[editar | editar código-fonte]Em 1995, em comemoração aos 30 anos da TV Globo, foi escolhido fazer o remake de Irmãos Coragem, a qual foi um dos maiores sucessos de Janete Clair. A telenovela original marcou a história da teledramaturgia brasileira.[3]
Gravação
[editar | editar código-fonte]As cenas externas foram gravadas no município fluminense de Sapucaia e em garimpos do município mineiro de Diamantina.[2] O barroco mineiro teve grande influência na estética da telenovela. Produção de arte, figurinos e cenários espelhavam esse estilo.[4] Foram criados e utilizados cerca de 3500 figurinos para os diferentes núcleos da história.[5] O cenógrafo Mário Monteiro supervisionou a construção de um cassino de 500m² para as gravações da telenovela.[4]
Um mês depois da estreia, Mauro Mendonça Filho, que era um dos assistentes do diretor geral da telenovela, Luiz Fernando Carvalho, foi demitido por divergências com o diretor da CGP (Central Globo de Produção), Mário Lúcio Vaz. Sua saída causou um mal-estar entre atores, produtores e diretores e um problema para Carvalho, pois Mendonça Filho iria substituí-lo na direção geral da telenovela.[6] Luiz Fernando Carvalho também se havia desentendido com a produção e foi substituído por Reynaldo Boury, que havia trabalhado como diretor de imagem da novela original, em 1970. O autor Dias Gomes acusou Luiz Fernando de ter alterado o ritmo e a linguagem da história.[3] Ao assumir a direção geral de Irmãos Coragem, Carvalho havia acertado que, por volta do capítulo 60, sairia para cuidar dos preparativos da produção e direção da próxima telenovela da Globo, O Rei do Gado, de Benedito Ruy Barbosa,[6][7] a ser exibida no horário das oito, mas deixou a trama no 55º capítulo.[8] Antes de sua saída, Carvalho tentou, com a direção da Globo, uma solução para a crise que permitisse a continuidade de sua estética cinematográfica, de passeios de câmeras, com planos longos e detalhistas inspirados no cinema. Existia muita insatisfação no elenco devido à mudança.[7] Com isso, voltou a estética tradicional, com planos mais estáticos e cortes secos, que foi capitaneada pelo diretor do núcleo de telenovelas, Paulo Ubiratan, um dos responsáveis pela demissão de Mendonça Filho.[7]
Mudanças no remake em relação ao original também aconteceram. Diferentemente da primeira versão, em que os personagens Jerônimo e Potira morreram no último capítulo, nessa segunda versão seus destinos foram alterados: os dois terminaram num veleiro, sem que o público soubesse se escaparam com vida e foram felizes para sempre.[3]
Gabriela Duarte viveu a mesma personagem que sua mãe, Regina Duarte, vivera em 1970: Ritinha. O mesmo ocorreu com Maurício Gonçalves, que viveu Brás Canoeiro, personagem de seu pai, Milton Gonçalves, na primeira versão.[8] Como homenagem, o diretor Luiz Fernando Carvalho convidou alguns atores da primeira versão da telenovela para fazer pontas no remake, contracenando com os personagens que interpretaram na década de 1970. Regina Duarte aparece em uma cena ao lado de Ritinha, interpretada por sua filha, e Cláudio Cavalcanti gravou como o motorista de ônibus que leva Jerônimo, personagem de Ilya São Paulo, para o Rio de Janeiro. O papel do vilão Pedro Barros foi dado a Cláudio Marzo, que na trama original interpretara o jogador Duda. Outros atores que trabalharam na primeira versão de Irmãos Coragem, como Lúcia Alves, Dary Reis e Zilka Sallaberry, também fizeram participações especiais no remake.[8][9]
Elenco
[editar | editar código-fonte]Elenco de apoio
[editar | editar código-fonte]- Sebastião Vasconcelos - Beato Zacarias
- Sérgio Viotti - Dr. Rafael
- Licurgo Spínola - Clemente Gaúcho
- Kiko Mascarenhas - Alberto
- Tânia Loureiro - Branca
- Camilo Bevilácqua - Lázaro
- Enrique Diaz - Castro
- Luís de Lima - Dr. Henrique
- Mário Petraglia - Técnico Jair Santana
- Naura Schneider - Beatriz
- Nelson Freitas - Gastão
- Regina Restelli - Tula
- Roberto Lopes - Damião
- Tadeu Aguiar - Dr. Humberto
- Alessandro Pilar – Soldado
- Antônio Nadeo – Dono da venda
- Carlos Sérgio – Crupiê do cassino
- Elídio Nunes – Funcionário do cassino
- César Pezzuoli - Laport
- Francisco Neto – Escrivão
- Joana Rocha – Arrumadeira
- Jorge Gomes – Barman
- Julio Margarida – Soldado
- Walmir José – Barbeiro
- Vera Papua – Cozinheira dos Barros
- Rose de Prado – Copeira dos Barros
- Paulino Paura – Motorista dos Barros
- Cézar Augusto – Jardineiro dos Barros
- Renata Saldanha – Garçonete
- Rafael Mozina - Crupiê do cassino
- Luciano Luppi – Funcionário dos Correios
- Miguel Oniga – Garçom
- Murilo Lourdes – Funcionário da prefeitura
- Nádia Miguel – Idem
- Aline de Oliveira – Cozinheira
- Cláudio Gabriel - Gabriel
- Raymundo de Souza
- Regina Duarte
- Cláudio Cavalcanti
- Milton Gonçalves
- Zilka Salaberry
- Lúcia Alves
- Dary Reis
Crítica social
[editar | editar código-fonte]A nova versão de Irmãos Coragem mostrou uma crítica social do Brasil retratado por seus personagens, em que o contraste entre o Brasil urbano e rural e a denúncia da usurpação do poder pelos bem abastados continuaram sendo, 25 anos depois da versão original, a tônica da telenovela.[10][11] Entre as cenas, uma em que o capanga Juca Cipó obriga um garimpeiro a beber óleo de rícino para pôr para fora um diamante supostamente engolido.[10] O remake também preservou o coloquialismo realista da primeira versão e foi acrescentada a crítica social aos aspectos da modernidade em que se passa o remake, como o regime semi-escravagista de Serra Pelada. Outros ângulos da realidade nacional também se revelam na adaptação, como quando Duda afirma que, no Rio de Janeiro, a violência "é muito pior" que em Coroado, a cidade fictícia da trama.[10]
Audiência
[editar | editar código-fonte]Na semana de 20 a 26 de fevereiro de 1995, Irmãos Coragem ocupou o nono lugar na lista das maiores audiências da TV Globo, com média de 25 pontos,[12] e depois ficou estacionada nos 32 pontos,[13] quando a meta do horário era de 35 pontos.[14] Após amargar baixos índices de audiência e mudar de direção, a telenovela terminou com média de 31 pontos.[15] Assim sendo, não repetiu o sucesso da versão original.
Trilha sonora
[editar | editar código-fonte]Trilha sonora 1
[editar | editar código-fonte]Irmãos Coragem Trilha Sonora 1 | |
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Trilha sonora de vários intérpretes | |
Lançamento | 1995 |
Gênero(s) | Vários |
Formato(s) | CD , Vinil, K7 |
Gravadora(s) | Som Livre, Walt Disney |
Produção | Alberto Rosenblit |
Capa: Marcos Winter
- "A Sombra da Maldade" - Cidade Negra
- "A Saudade é Uma Estrada Longa" - Almir Sater
- "A Cidade" - Chico Science e Nação Zumbi
- "Amor Em Paz" - Rosa Passos
- "Talismã" - Geraldo Azevedo
- "Irmãos Coragem" - Milton Nascimento
- "Quando o Amor Se Vai" - Renato Teixeira
- "Chora Coração" - Tom Jobim (part. esp. Paula Morelenbaum)
- "Benke" - Milton Nascimento (part. esp. Leonardo Bretas)
- "Alecrim Dourado" - Gabriela Duarte
- "Send In The Clowns" - Dori Caymmi
- "Pedra Bruta" - Projeto Eva (instrumental)
Trilha sonora 2
[editar | editar código-fonte]Irmãos Coragem Trilha Sonora 2 | |
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Trilha sonora de vários intérpretes | |
Lançamento | 1995 |
Gênero(s) | Vários |
Formato(s) | CD , Vinil, K7 |
Gravadora(s) | Som Livre, Walt Disney |
Produção | Alberto Rosenblit |
Capa: Ilya São Paulo
- "Mordida Na Maçã" - Wando
- "Paisagem da Janela" - Elba Ramalho
- "Tropeços Naturais" - Emílio Santiago
- "Ninguém é de Ninguém" - Tânia Alves
- "Pra Sempre Vou Te Amar (Forever by Your Side)" - Wilson & Soraia
- "Coroado" - Banda Evasão
- "Espelhos D'Água" - Dalto
- "De Tanto Amor" - Evinha
- "Meu Namoro" - Moraes Moreira
- "Dama do Cassino" - Jussara Silveira
- "Jura" - Watusi
- "Flor do Campo" - Cadilac de Prata
Notas
- ↑ Dirigiu a novela dos capítulos 1 a 55.
Referências
- ↑ «Folha de S.Paulo - "Irmãos Coragem" tem final incerto - 18/6/1995». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 4 de setembro de 2020
- ↑ a b «Irmãos Coragem - 2ª versão». Memória Globo. Globo.com. Consultado em 3 de setembro de 2020
- ↑ a b c d Nilson Xavier. «Irmãos Coragem - Bastidores». Teledramaturgia. Consultado em 6 de outubro de 2014
- ↑ a b «Irmãos Coragem - Cenografia e Arte». Memória Globo. Globo.com. Consultado em 6 de outubro de 2014
- ↑ «Irmãos Coragem - Figurino e Caracterização». Memória Globo. Globo.com. Consultado em 6 de outubro de 2014
- ↑ a b Roni Lima (8 de fevereiro de 1995). «Demissão causa crise em 'Irmãos Coragem'». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 6 de outubro de 2014
- ↑ a b c Roni Lima (8 de fevereiro de 1995). «"Irmãos Coragem" abandona a proposta de estética cinematográfica». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 6 de outubro de 2014
- ↑ a b c «Irmãos Coragem - Curiosidades». Memória Globo. Globo.com. Consultado em 6 de outubro de 2014
- ↑ Armando Antenore (9 de fevereiro de 1995). «Astros são figurantes em 'Irmãos Coragem'». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 6 de outubro de 2014
- ↑ a b c Annette Schwartsman (8 de janeiro de 1995). «'Irmãos Coragem' faz crítica social do país». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 7 de outubro de 2014
- ↑ Esther Hamburger (4 de janeiro de 1995). «'Irmãos Coragem' reforça contradições». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 7 de outubro de 2014
- ↑ «Índices». Folha de S.Paulo. UOL. 9 de abril de 1995. Consultado em 6 de outubro de 2014
- ↑ «Band entra na briga com reprise». Folha de S.Paulo. UOL. 26 de março de 1995. Consultado em 6 de outubro de 2014
- ↑ «Chuva e "AA" atrapalham Globo». Folha de S.Paulo. UOL. 19 de março de 1995. Consultado em 6 de outubro de 2014
- ↑ Roni Lima (18 de junho de 1995). «"Irmãos Coragem" tem final incerto». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 6 de outubro de 2014