Usuário(a):Bárbara Ligero/Testes

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Palácio dos Correios
Bárbara Ligero/Testes
Fachada principal do Palácio dos Correios
Tipo Palácio
Estilo dominante Eclético
Início da construção 7 de outubro de 1920
Inauguração 20 de outubro de 1922

O Palácio dos Correios é um imponente edifício eclético do Centro Histórico de São Paulo, localizado no Vale do Anhangabaú. O complexo foi projetado pelo escritório Ramos de Azevedo para abrir a Agência Central dos Correios e Telégrafos, tendo sido inaugurado em 20 de outubro de 1922. O prédio concentrou as atividades administrativas dos Correios até a década de 1970, quando a instituição se mudou para a Vila Leopoldina. [1]

Em 2012, o imóvel foi tombado pelo Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) em um processo que tratou toda a região do Vale do Anhangabaú. Trata-se, portanto, de um dos mais significativos conjuntos da arquitetura do início do século XX em São Paulo. [2] No ano seguinte, o palácio passou a abrigar o Centro Cultural Correios de São Paulo, com exposições e outras manifestações artísticas gratuitas. [3]

História[editar | editar código-fonte]

O palácio em outubro de 1922, época de sua inauguração

Projeto e inauguração[editar | editar código-fonte]

Após a Proclamação da República Proclamação da República, em 1889, o serviço dos Correios passou por uma expansão de suas atividades. Com o aumento da demanda, o Presidente Venceslau Brás julgou necessária a construção de um novo edifício dos Correios e Telégrafos. As instalações existentes até então, no Largo do Colégio, foram criticadas por ele durante uma visita a São Paulo em 1918.

O local escolhido para a construção foi a área dos antigos Hospital Militar e Mercado de São João. Ficaram responsáveis pelo projeto os arquitetos Domiziano Rossi e Felisberto Ranzini, do Escritório Técnico Ramos de Azevedo. Em 7 de outubro de 1920, houve uma cerimônia de lançamento da pedra fundamental do novo edifício, que contou com a presença do rei Alberto I da Bélgica. A obra em estilo eclético foi inaugurada em 20 de outubro de 1922 como parte das celebrações do centenário da Independência do Brasil. [1]

Mudança de endereço[editar | editar código-fonte]

O imóvel cumpriu sua função original de concentrar as atividades administrativas dos Correios até a década de 1970. Depois disso, a instituição se mudou para outro endereço na Vila Leopoldina. O Palácio dos Correios passou então a abrigar apenas serviços gerais de postagem. Para isso, foi submetido a uma reforma em 1978, que incluiu modificações nas divisões internas, rebaixamento do forro e instalação de elevadores. [1]

Concurso de arquitetura[editar | editar código-fonte]

Em 1997, os Correios promovem um concurso nacional de arquitetura, em que os escritórios concorrentes deveriam elaborar propostas de adaptação das instalações do edifício em um centro cultural. O projeto vencedor foi o do escritório Una Arquitetos, que buscava valorizar a circulação interna do local. Algumas reformas foram feitas no palácio, mas o projeto não chegou a ser implantado em sua totalidade. [1]

Inauguração do Centro Cultural[editar | editar código-fonte]

A primeira grande restauração do Palácio dos Correios teve início em 2005, como parte de uma iniciativa da Prefeitura para a revitalização do centro de São Paulo. O projeto, orçado em R$ 10 milhões, visava manter as características originais do edifício e previa também a instalação de um centro cultural nos andares superiores do edifício. [4] O espaço foi inaugurado em 2013 sob o nome de Centro Cultural Correios São Paulo, com duas salas para exposições. [3]

Arquitetura[editar | editar código-fonte]

Bloco secundário do edifício

Com 15 mil m² de área construída, o Palácio dos Correios possui características ecléticas predominantes. [1] O edifício conta ainda com linhas neoclássicas e influências renascentistas, que caracterizavam os projetos de edifícios públicos do Escritório Técnico Ramos de Azevedo. [5] Junto com os antigos hotéis Central e Britânia, ele integra um conjunto de construções ecléticas que se estendem do Vale do Anhangabaú até o Largo do Paiçandu. [6]

Relógio que coroa o edifício

Fachada[editar | editar código-fonte]

O complexo é composto por um prédio principal, com quatro pavimentos e um porão, e um bloco secundário, com apenas três pavimentos. A fachada, por sua vez, é dividida em três partes, o que dá uma continuidade visual ao edifício. Na fachada central, que fica de frente para a Praça Pedro Lessa, as janelas do segundo e do terceiro andar são emolduradas por colunas. Já a lateral voltada para a avenida São João tem janelas estreitas, com tratamento diferenciado nas vergas. No terceiro pavimento, por fim, as janelas são todas com vãos em arco pleno. O conjunto é finalizado por uma corniza e alguns frontões decorados e balaústres. A fachada principal é coroada por um relógio, que é cercado por duas figuras humanas meramente ornamentais.[1]

Serralheria nas portas principais

Materiais e construção[editar | editar código-fonte]

Com exceção de alguns trechos do pavimento térreo, que foram feitos em granito rugoso, a fachada do Palácio dos Correios é toda revestida de argamassa pigmentada. Já a marquise possui uma estrutura de ferro e cobertura em vidro aramado. Uma curiosidade é que toda a serralharia utilizada no prédio foi feita pelo Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.

Colunas no interior do palácio

No interior da construção, as paredes receberam pintura sobre argamassa lisa, sendo que apenas alguns pilares apresentam duas cores. O piso, por sua vez, foi revestido com granito polido. O forro apresenta placas de gesso rebaixadas, onde estão embutidas algumas luminárias. [1]

Reforma de 1997[editar | editar código-fonte]

O projeto do escritório Una Arquitetos, que venceu o concurso promovido pelo próprio Correios em 1997, previa a criação de um grande espaço vazio no centro do palácio. Para isso, foi feita uma reforma que unia dois espaços menores. O resultado foi uma articulação maior entre as diferentes áreas do edifício e a criação de uma geometria mais definida, que se configura em torno desse vazio. [1]

Significado Histórico e Cultural[editar | editar código-fonte]

Região em torno do Palácio dos Correios

Logo após sua inauguração, o palácio se tornou um ponto marcante na paisagem da capital, o que fez com que seu endereço, a Praça Pedro Lessa, ficasse mais conhecida como “Praça do Correio”. [3]

A construção do edifício fez parte de um processo de urbanização do Vale do Anhangabaú na década de 1920. [5] Nessa época, o trecho inicial da avenida São João foi alargado e outros edifícios ecléticos ecléticos foram construídos. No entanto, foi o Palácio dos Correios que consolidou o nome da via. [6] Junto com o Theatro Municipal, Edifício Martinelli e o Viaduto do Chá, ele faz parte de um importante conjunto arquitetônico do centro de São Paulo.[4]

Tombamento[editar | editar código-fonte]

Em 2012, o Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) realizou um inventário na área central de São Paulo. Nessa ocasião, a resolução 37/92 do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico (Conpresp) tombou a região do Vale do Anhangabaú, do qual o Palácio dos Correios faz parte. O relatório sobre o edifício foi feito em 19 de dezembro daquele ano.[1]

Placa informativa sobre o edifício

Estado Atual[editar | editar código-fonte]

A última restauração do Palácio dos Correios, iniciada em 2005, foi também a maior já feita. Durante o processo, boa parte das características originais do edifício foram mantidas. [4] Após a reforma, o complexo passou a abrigar a Agência Central de São Paulo, a Agência Filatélica D. Pedro II, que faz atendimento especializado para colecionadores de selos, e o Centro Cultural Correios. Este último foi inaugurado em 2013, em um espaço de 1 280m² que conta com duas salas para exposições e um saguão central. A agenda do centro cultural é diversificada, geralmente com atrações gratuitas. [3]

Galeria de fotos[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

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Referências

  1. a b c d e f g h i Departamento de Patrimônio Histórico da cidade de São Paulo (2012). Relatório de bens protegidos - Palácio dos Correios. [S.l.: s.n.] pp. 1–2 
  2. «Palácio dos Correios». Portal Brasil. www.brasil.gov.br. 15 de agosto de 2013 
  3. a b c d «Sobre o Centro». Correios. www.correios.com.br 
  4. a b c «Prédio dos Correios será restaurado e abrigará centro cultural». Folha de S.Paulo. www1.folha.uol.com.br. 30 de março de 2005 
  5. a b «Giro pelas avenidas Ipiranga e São João concentra prédios emblemáticos de São Paulo». André Braga. patrimoniohistorico.prefeitura.sp.gov.br. 24 de junho de 2016 
  6. a b «Guia de Bens Culturais da cidade de São Paulo». Prefeitura da Cidade de São Paulo e Departamento do Patrimônio Histórico. Secretaria Municipal de Cultura. 2012 

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