Avenida São João
Avenida São João | |
---|---|
Avenida São João | |
Extensão | aprox 2.200 m |
Início | Rua São Bento |
Subprefeitura(s) | Sé |
Distrito(s) | Sé, República e Santa Cecília |
Bairro(s) | Sé, República e Santa Cecília |
Fim | Praça Marechal Deodoro |
|
A Avenida São João é uma importante via arterial do Centro de São Paulo. Conecta-se a ela o Elevado Presidente João Goulart e em sua perspectiva encontra-se o Edifício Altino Arantes (Banespa), importante ponto focal urbano. Em sua área mais central, a avenida é inteiramente pedonal (situação caracterizada como "calçadão"), sendo restrito o tráfego de automóveis.[1]
História
[editar | editar código-fonte]A história da Avenida São João remonta a 1651. Naquele ano, os paulistanos Henrique da Cunha Gago e Cristóvão da Cunha solicitaram à Câmara Municipal a doação de terrenos na área delimitada pelos Ribeirões Anhangabaú e Yacuba através de uma carta que dizia: "Pedem os abaixos assinados a Vossas Mercês que lhes dêem a cada um trinta braços de chão no rócio desta vila, entre dois ribeiros chamados de Anhangobay e Yacuba, o qual o chão se começará a medir do caminho que vai para Piratininga de fronte do chão de João Pires e da banda de umas casas de Maria Morena, até outros trinta braços de quintal para a banda do ribeiro Yacuba." (Vitor, 1976, p. 65)[2] Nascia assim uma trilha de terra batida que fazia a ligação dessas propriedades com a chamada colina histórica de São Paulo.[3]
Com o passar do tempo, esse rústico caminho passou a ser conhecido como “Ladeira do Acú”, numa abreviação de Yacuba, o riacho fronteiriço. A ladeira iniciava-se no antigo Largo do Rosário – atual Praça Antonio Prado – e terminava nas proximidades do Largo do Paissandú. Desse ponto em diante, ela transformava-se na “Estrada de Jundiaí”, caminho muito utilizado por tropeiros que seguiam em direção ao interior do Estado.[4]
E como Ladeira do Acú, a São João permaneceu durante todo o século XVIII. A designação atual é uma homenagem a São João Batista, considerado o “protetor das águas” na tradição católica. Buscando as raízes dessa homenagem, verificamos que os cursos d’água que cruzavam a antiga “Ladeira” eram considerados perigosos para os antigos paulistanos: Yacuba ou Acú, significa em Tupi “Água Envenenada”; esse córrego margeava o atual edifício dos Correios e desaguava no Anhangabaú que, também no Tupi, significa “Águas Assombradas” ou Águas do Diabo”.
Referida homenagem, inicialmente, consolidou-se informalmente passando a constar nos registros a partir de 28 de novembro de 1865, quando o vereador Malaquias Rogério de Salles Guerra sugeriu a denominação “Ladeira de São João”. Mais tarde, o logradouro se transformou em Rua e, a partir de 1916, Avenida São João.[5] Entre 1910 e 1937, sucessivas reformas, alargamentos e prolongamentos foram realizados.[3]
Alguns dos alargamentos ocorreram nas administrações de Raimundo Duprat (1911-1913) da Rua Libero Badaró ao Largo de Paissandu, Washington Luís (1914-1919) do Largo do Paissandu à Praça Júlio de Mesquita e de Firmiano Pinto (1920-1925) da Rua Libero Badaró até a Praça dos Pirineus (atual Praça Marechal Deodoro).[2]
No começo de 1970, sobre trecho relativo da Avenida São João foi levantado o Elevado Presidente João Goulart. A obra lançada pelo prefeito da época, Paulo Maluf, visava o desafogo das vias centrais e foi inaugurada no 417° (quadragésimo décimo sétimo) aniversário da cidade de São Paulo. O fluxo pesado e contínuo de automóveis, o ruído, a sujeira e a poluição aumentaram drasticamente nas vias sobre as quais o elevado foi construído, cenário que desvalorizou o mercado imobiliário da região.[6]
Construções relevantes
[editar | editar código-fonte]- Edifício Altino Arantes
- Edifício Martinelli
- Palácio dos Correios
- Praça das Artes
- Edifício Andraus
- Galeria Olido
- Galeria do Rock
Cruzamentos relevantes
[editar | editar código-fonte]- Rua São Bento
- Rua Líbero Badaró
- Avenida Prestes Maia
- Vale do Anhangabaú
- Largo do Paiçandu
- Avenida Ipiranga
Homenagens
[editar | editar código-fonte]Em dezembro de 2022, foram realizadas reformas no cruzamento da Avenida Ipiranga com a São João, com colocação de estátuas em homenagem aos representantes do samba paulista, Adoniran Barbosa e Paulo Vanzolini.[7]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «A História de Uma Das Mais Famosas Avenidas de São Paulo: A São João». São Paulo In Foco. 8 de abril de 2014
- ↑ a b Avenida São João: Formação e Registro. Karina Yuka Onishi, trabalho de graduação, 2019. Orientador: Prof. Dr. Alessandro José Castroviejo Ribeiro.
- ↑ a b Avenida São João SP Bairros
- ↑ A História de Uma Das Mais Famosas Avenidas de São Paulo: Da Ladeira do Acú a Avenida São João São Paulo In Foco
- ↑ Avenida São João Prefeitura de São Paulo
- ↑ Costa e Silva – A história e construção do Minhocão São Paulo In Foco
- ↑ «Ipiranga e Av. São João: esquina mais famosa de SP ganha reforma e estátuas». UOL - Universo Online. 12 de dezembro de 2022. Consultado em 28 de outubro de 2023
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- TOLEDO, Benedito Lima de; São Paulo: três cidades em um século; São Paulo: Cosac e Naify, 2004