Usuário(a):Matheus Meirelles/Testes
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Igreja Evangélica Luterana de São Paulo
Igreja Martin Luther | |
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Vista da fachada principal da Igreja | |
Informações gerais | |
Estilo arquitetónico | Neogótico |
Arquiteto(a) | Guilherme Von Eÿe |
Início da construção | 17 de abril de 1907 |
Fim da construção | 28 de novembro de 1909 |
Inauguração | 25 de dezembro 1908 |
Página oficial | http://www.luteranos.com.br/conteudo_organizacao/sao-paulo-centro/lancamento-do-projeto-de-restauracao-igreja-martin-luther-centro-sp |
Geografia | |
País | Brasil |
Cidade | São Paulo, SP |
A Igreja Evangélica Luterana de São Paulo, também conhecida como Igreja Martin Luther, é uma das sedes do sínodo Sudeste da Igreja Evangélica Luterana do Brasil, localizada perto do Largo do Paiçandu, no Centro Histórico de São Paulo. O templo foi fundado em 25 de dezembro de 1908, sendo um dos principais pontos de encontro da comunidade alemã na primeira metade do século XX [1].
Inicialmente, foi chamado pelo nome alemão Stadtkirche (tradução livre: Igreja da cidade), passando a ser conhecido, posteriormente, como Igreja Matriz e então, apenas em 1991, sendo batizado como Igreja Martin Luther. É considerada a primeira paróquia evangélica luterana na capital paulista, assim como o primeiro templo no estilo neogótico a ser construído na cidade[1].
História
[editar | editar código-fonte]A comunidade evangélica luterana que vivia em São Paulo desde o início do século XIX se organizou de forma autônoma[2], sem a presença inicial de pastores. O grupo teve dificuldades durante o decorrer dos anos de 1800, devido ao regime católico que existia no Brasil.
O primeiro culto da comunidade luterana alemã em São Paulo ocorreu em 26 de dezembro de 1858, na botica Ao Veado D'Ouro[3]. As cerimônias eram realizadas no idioma alemão, devido ao grande número de germânicos entre os frequentadores, que foram atendidos por pastores de Rio Claro e Campinas até 1871, quando o pastor Emil Bamberg fundou a primeira comunidade Evangélica Luterana em São Paulo, a "Egreja Evangélca Alleman".
A partir de 15 de novembro de 1889, com a Proclamação da República do Brasil e a separação do Estado e da igreja, os membros da comunidade evangélica luterana tiveram mais liberdade para o desenvolvimento da religião. Em 29 de outubro de 1891, o pastor Emil Bamberg conseguiu organizar de fato a comunidade, que inicialmente reuniu 80 famílias. O registro dos estatutos da agremiação religiosa, porém, só foi publicado em 1907[2].
Enquanto os evangélicos luteranos angariavam doações para a construção do primeiro templo em São Paulo, os cultos também foram realizados em uma Igreja Presbiteriana[3].
Construção
[editar | editar código-fonte]Em 1906, os irmãos Daniel e Hermann Heydenreich doaram um terreno na então rua Visconde do Rio Branco, nºs 10 e 12 (atual avenida Rio Branco, nº 34)[4]. O registro da doação ocorreu apenas em 3 de abril de 1907, 11 dias antes do lançamento da pedra fundamental[5]. A obra ficou pronta apenas em 28 de novembro de 1909, sendo palco de cultos da comunidade evangélica luterana antes mesmo do fim da construção.
Inauguração
[editar | editar código-fonte]Em agosto de 1908, a casa pastoral da igreja, no fundo do terreno, foi inaugurada com a criação de um escritório administrativo. Quatro meses depois, em 25 de dezembro de 1908, em meio à comemoração do Natal, houve a inauguração da igreja Martin Luther, então nomeada, em alemão, de Stadtkirche, que significa "Igreja da Cidade"[5].
Durante a festividade, houve cânticos natalinos entoados por um coral, prestigiados por cerca de quinhentas pessoas. Sinos, também doados pelos irmãos Heydenreich, foram soados em meio à cerimônia[6]. Com a finalização da obra apenas em 28 de novembro de 1909, também foi organizada uma festa, com a presença de pastores do Rio de Janeiro, de Campinas, de Rio Claro, de Santos e de Petrópolis.
Primeira Guerra Mundial
[editar | editar código-fonte]Em meio à Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a comunidade evangélica luterana, predominantemente de origem alemã, teve dificuldades para se manter na capital paulista[2], devido justamente à proximidade com a Alemanha, que fazia parte da Tríplice Aliança e acabou sendo derrotada no conflito.
Em 1917, o governo brasileiro rompeu relações com o alemão e, logo depois, em São Paulo, foi proibida a celebração de cultos em comemoração pelos 400 anos da Reforma Protestante. Nos anos seguintes, sem o dinheiro recebido pela comunidade alemã, a igreja Evangélica Luterana sofreu com uma forte crise financeira[5].
Segunda Guerra Mundial
[editar | editar código-fonte]Novos problemas surgem com o início da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), com o Brasil rompendo relações, mais uma vez, com a Alemanha, e em 1943, com o envio de tropas brasileiras para lutar contra o Eixo[7]. Nesse período, por determinação do então presidente Getúlio Vargas, as celebrações não puderam mais ser realizadas em alemão. A introdução do português, porém, gerou uma forte integração da comunidade com brasileiros[3][8].
Características Arquitetônicas
[editar | editar código-fonte]A Igreja Martin Luther foi desenhada pelo arquiteto "'Guilherme von Eÿe"', responsável também pela construção do edifício do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Ele concluiu o projeto do templo em fevereiro de 1907[1].
Primeiro edifício construído no estilo neogótico em São Paulo[3], o templo fica em uma área com pouco mais de 1012 metros quadrados e tem área de pavimento térreo de 465 metros quadrados[1]. A igreja tem uma torre única, que fica centralizada à faixada principal. O acesso principal da igreja se dá por meio de uma porta de madeira de duas folhas.
Reforma
[editar | editar código-fonte]Entre 2012 e 2013, a Igreja Martin Luther passou por uma reforma interna. Um grande estudo foi realizado pela Companhia do Restauro[9] para retomar as características iniciais da igreja, de acordo com o que o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo determina[10]. Devido à falta de dinheiro, a restauração não pôde ser feita na área exterior do templo[3]. A Igreja Luterana de São Paulo tentou buscar apoio da Lei Rouanet, mas não conseguiu ter acesso ao incentivo econômico.
Órgão
[editar | editar código-fonte]Em 1909 foi inaugurado na igreja um órgão construído pela Casa Walcker que, originalmente, possuía 12 registros e 620 tubos. O instrumento passou por reforma em 1956, quando o número de tubos passou para 1090 tubos. Nova ampliação em 1995, realizada pelo organeiro Ricardo Clerice[11], fez com que o órgão chegasse aos atuais mil 146 tubos [12].
Vitrais
[editar | editar código-fonte]A Igreja Martin Luther possui vitrais, produzidos pela Casa Conrado[13], do vitralista Conrado Sorgenicht, que produziu as peças do Mercado e do Teatro Municipal de São Paulo[14]. No templo da avenida Rio Branco, os vitrais expõem o Selo de Lutero e passagens do evangelho.
Significado histórico
[editar | editar código-fonte]A Igreja Martin Luther foi um símbolo para a fixação da comunidade alemã em São Paulo e para a união dos luteranos na cidade. Por mais que grupos já existissem nos bairros da Vila Ema, Vila elina, Vila Prudente e Santo Amaro[5], a igreja do Centro se tornou o símbolo religioso daquele povo, que já dividia espaços como a Deutsch Schule (Escola Alemã), que depois se tornou o Colégio Visconde de Porto Seguro[15] e o Sport Club Germânia (atual Esporte Clube Pinheiros), desde meados do século XIX.
Apesar das dificuldades passadas durante as duas grandes guerras mundiais, o templo se tornou referência para os evangélicos luteranos na capital paulista[7].
Tombamento
[editar | editar código-fonte]A Igreja Martin Luther foi tombada em 1992 pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo[1] e em 2012 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico[16] do Estado de São Paulo. O templo está sob o Nível de Proteção 1, que exige a preservação integral do bem.
Estado Atual
[editar | editar código-fonte]Atualmente, a Igreja Martin Luther encontra-se em meio a edifícios ocupados de estatura grande[17], que foram ocupados por movimentos sociais, e tem problemas com graves avariações externas devido ao tempo e ao vandalismo. O templo segue sendo um centro de encontro da comunidade alemã em São Paulo, mas tem sofrido com a redução e o envelhecimento dos fiéis. As dificuldades também aparecem devido ao grande número de igrejas evangélicas na cidade, o que causou a pulverização dos frequentadores[18].
Além das missas que ocorrem todos os domingos, a Igreja organiza todas as sextas-feiras um lanche para os moradores de rua da região central de São Paulo, que podem registrar e guardar os documentos no templo para evitar perdas e avariações[19].
Galeria
[editar | editar código-fonte]-
Parte da fachada da Igreja Martin Luther deteriorada
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Lustre interno central da Igreja Martin Luther
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Pia batismal em mármore da Igreja Luterana Martin Luther
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Parlatório da Igreja Luterana Martin Luther
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Igreja Martin Luther vista do alto da Galeria do Rock
Ver também
[editar | editar código-fonte]Ligações Externas
[editar | editar código-fonte]- Site Luteranos
- Igreja Luterana em São Paulo completa 100 anos
- Ata Condephaat - Secretaria de Cultura
- Biblioteta Digital
- Registros de reforma
- Vitrais - Casa Conrado
- Órgãos Walcker
- Restaurador de Órgãos
Referências
- ↑ a b c d e Processo de Tombamento pelo Conpresp - Resolução 37/91-71. p. 2l
- ↑ a b c Araújo, Cristiane (2007). Impressão do Espaço Sagrado: a centenária Igreja Evangélica de Confissão Luterana em São Paulo. [S.l.]: Âncora. 10 páginas
- ↑ a b c d e Cardoso, Mônica (23 de dezembro de 2008). «"Templo Luterano em São Paulo completa 100 anos"». Consultado em 19 de outubro de 2016
- ↑ Primeiro Cartório de Imóveis da Capital - nº 45904 - livro 3-A-J-40, 1ª série
- ↑ a b c d Araújo, Cristiane (2007). Impressão do Espaço Sagrado: a centenária Igreja Evangélica de Confissão Luterana em São Paulo. [S.l.]: Âncora. 11 páginas
- ↑ Begrich, Martin (1962). Jubiläums-Festschrift zur Wiederkehr des 50. Gründungstages der Mittelbrasilianischen Synode am 28./30. Juni 1912. [S.l.]: São Paulo Sinodo evangélico do brasil central 1962. 55 páginas
- ↑ a b Araújo, Cristiane (2007). Impressão do Espaço Sagrado: a centenária Igreja Evangélica de Confissão Luterana em São Paulo. [S.l.]: Âncora. 12 páginas
- ↑ Araújo, Cristiane (2007). Impressão do Espaço Sagrado: a centenária Igreja Evangélica de Confissão Luterana em São Paulo. [S.l.]: Âncora. 12 páginas
- ↑ Ditolvo, Ana Marta (2011). MESTRADO: Procedimentos Investigativos no Projeto de Restauro Arquitetônico: Análise do Caso Paulistano - Quatro Estudos de Casos. [S.l.]: Unicamp. 46 páginas
- ↑ Ata da 531ª Reunião Ordinária do Conpresp. p. 3
- ↑ «:: Clerice :: Organização». www.rclerice.com.br. Consultado em 23 de novembro de 2016
- ↑ «die Söhne». www.walcker.com. Consultado em 23 de novembro de 2016
- ↑ «A rota dos vitrais: as obras da Casa Conrado | VEJA São Paulo». VEJA São Paulo
- ↑ Araújo, Cristiane (2007). Impressão do Espaço Sagrado: a centenária Igreja Evangélica de Confissão Luterana em São Paulo. [S.l.]: Âncora. pp. 25–26
- ↑ Donato, Hernâni (1993). Colégio Visconde de Porto Seguro: ponte entre duas culturas 1878 - 1993. São Paulo: Empresa das Artes. pp. 26–27
- ↑ Ata da Sessão Ordinária 1658ª do Condephaat. p. 46.[1]
- ↑ Ditolvo, Ana Marta (2011). MESTRADO: Procedimentos Investigativos no Projeto de Restauro Arquitetônico: Análise do Caso Paulistano - Quatro Estudos de Casos. [S.l.]: Unicamp. 64 páginas
- ↑ «São Paulo viu pulverização evangélica na última década, mostra Censo 2010 - São Paulo - Estadão». Estadão
- ↑ Luteranos, Portal. «Portal Luteranos | Portas abertas para as dores da rua». Portal Luteranos
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