Casa do Regente Feijó
Casa do Regente Feijó ou Casa do Sítio do Capão | |
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A Casa do Regente Feijó, no bairro do Jardim Anália Franco, São Paulo. | |
Tipo | casa de bandeirante, património cultural |
Estilo dominante | Casa Bandeirista |
Construção | 1698 |
Estado de conservação | SP |
Património nacional | |
Classificação | CONDEPHAAT e CONPRESP |
Data | 1984 e 1991 |
Geografia | |
País | Brasil |
Cidade | São Paulo |
Coordenadas | 23° 33′ 32″ S, 46° 33′ 46″ O |
Localização em mapa dinâmico |
A Casa do Regente Feijó ou Casa do Sítio do Capão, está localizada no distrito de Vila Formosa, divisa com o distrito da Água Rasa, na cidade de São Paulo. É uma casa bandeirista, do século XVII, construida em taipa de pilão. Foi tombada pelo CONDEPHAAT em 1984, e pelo CONPRESP em 5 de abril de 1991.[1][2]
História
[editar | editar código-fonte]O primeiro registro da casa data de 1698. As terras que hoje são ocupadas pela casa, pelo Ceret, pelo Shopping Anália Franco e a Unicsul era conhecida como Capão Grande e era uma única gleba, enorme, pertencente a Franco Velho, um desbravador da época de Brás Cubas.
A partir de então, estas terras começaram a ser divididas e a área da casa, conhecida atualmente como a Casa do Regente Feijó, passou por diferentes proprietários até ser adquirida, em 1829, pelo padre Diogo Antônio Feijó. O sítio de 75 alqueires, onde estava a casa, chamava-se Sítio do Capão do Tatuapé, mas Feijó mudou o nome para Sítio Paraíso e viveu no local até 1843.[3] Em 12 de outubro de 1835, Diogo Antônio Feijó foi empossado Regente do Império e, a partir de então, ficou popularmente conhecido como Regente Feijó; razão pela qual a casa onde morava passou a ser designada Casa do Regente Feijó.
Em 1911 o sítio tornou-se propriedade da Associação Feminina Beneficente e Instrutiva - AFBI, fundada e presidida por Anália Franco. No local passou a funcionar a Colônia Regeneradora Dom Romualdo Seixas, uma instituição dedicada às órfãs desvalidas de todas as idades; a meninos órfãos; a meninos viciosos e órfãos ou abandonados; a velhos inválidos e a “mulheres arrependidas". A instituição chegou a abrigar no Sítio Paraíso cerca de sessenta e oito asilados do sexo masculino e noventa e nove do sexo feminino, sendo que desse número sessenta e três eram maiores de catorze anos e cento e quatro menores. Durante a epidemia da gripe espanhola em São Paulo, os moradores da colônia também foram impactados, chegando a ter 142 doentes, sendo que cinco morreram.
Atualmente o imóvel pertence a Universidade Cruzeiro do Sul, Campus Anália Franco.[3][4] Visitas guiadas são realizadas via agendamento [5].
Órgão | Data | Documento |
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CONDEPHAAT | 1984 | Resolução nº 18 |
CONPRESP | 05/04/1991 | Resolução nº 05 (item 60) |
Arquitetura e Restauro
[editar | editar código-fonte]A casa é um remanescente da arquitetura bandeirista, mas, ao longo do tempo, passou por diversas reformas, perdendo muitas características originais. O telhado de quatro águas, típico dessas construções, foi totalmente redesenhado quando ganhou o segundo andar e a casa foi transformada em um sobrado tipo chalé, o alpendre frontal foi fechado.[3][6] Além de ser um exemplar da época dos bandeirantes, a área onde está a casa também é importante por ser um remanescente da mata atlântica, onde se misturam espécies nativas da região com espécies exóticas de outras regiões.
Para sediar a Associação Feminina Beneficente e Instrutiva - AFBI, Anália Franco reformou as edificações existentes, executando diversas intervenções na casa e nos anexos, com acréscimos em alvenaria de tijolos e não mais no sistema original, de taipa de pilão.[3] Entre 1999 e 2003 foi realizado um grande restauro pelo escritório do arquiteto Samuel Kruchin: a taipa estava se desfazendo devido à chuva, e o telhado estava com várias lacunas e a madeira, da estrutura ao piso sofriam com o apodrecimento. As obras realizadas nos anos de 1960 que haviam descaracterizado parte do imóvel foram desfeitas.[7]
Em 2006, foi feito um trabalho de restauro que deixou expostos pedaços da construção original, como paredes de taipa de pilão, camadas de tinta e pinturas decorativas.[3]
Galeria
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Casa do Regente Feijó
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Casa do Regente Feijó
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Fogão a lenha
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Detalhe das pinturas antigas das paredes
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Prefeitura de São Paulo. «Mapa Digital da Cidade de São Paulo». Consultado em 9 de dezembro de 2019
- ↑ CONDEPHAAT - SP. «São Paulo - Sede do Sítio do Capão». Prefeitura de São Paulo. Consultado em 9 de dezembro de 2019
- ↑ a b c d e Maisa Infante (1 de fevereiro de 2017). «Patrimônio Histórico: Casa do Regente Feijó». Revista do Tatuapé nº 126. Consultado em 9 de dezembro de 2019
- ↑ DPH (26 de outubro de 2009). «Casa do Regente Feijó, remanescente da arquitetura bandeirista». Subprefeitura Aricanduva/Formosa/Carrão. Consultado em 9 de dezembro de 2019
- ↑ «Tour guiado na Casa do Regente Feijó.». Cruzeiro do Sul Educacional S/A - Portal de Notícias. 4 de dezembro de 2018. Consultado em 18 de abril de 2021
- ↑ «Casa do Regente Feijó - Um Pedaço da História do Tatuapé». Viva Tatuapé. 1 de abril de 2021. Consultado em 18 de abril de 2021
- ↑ RAUL JUSTE LORES, RAUL (29 de novembro de 2017). «Prédio raro onde morou regente Feijó fica esquecido na zona leste de SP»