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Exército Brasileiro: diferenças entre revisões

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|criação = [[1822]] (''de facto'')</br>1.° de dezembro de [[1824]] (formal){{sfn|Pedrosa, Organização das Forças do Exército Brasileiro no Império (2022)|p=394}}
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|lema = ''Braço forte, mão amiga''<ref>{{citar web|url=http://www.eb.mil.br/documents/10138/71334/Manual+de+Uso+da+Marca+EB/33dd029d-1af4-4bc8-b9ae-716938e3ef73?version=1.2|titulo=Manual de Uso da Marca - Exército Brasileiro.|publicado=Exército Brasileiro, página 21|data= 4 de novembro de 2008|acessodata=3 de março de 2021|lingua=pt|}}</ref>
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{{Caixa cor|#ED3237}} [[vermelho]] (cores heráldicas)<ref>{{Citar web|website=Escola Preparatória de Cadetes do Exército|título=Estandarte Histórico|url=https://espcex.eb.mil.br/index.php/editoria-c/estandarte-historico-da-escola|acessodata=2024-01-09}}</ref>
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|mascote = [[Jaguar|Onça-Pintada]]
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<!-- História -->
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|guerras/batalhas =
|guerras/batalhas = Ver [[História militar do Brasil]]
* [[Guerra da independência do Brasil|Guerra da Independência]] {{small|(1821–1824)}}
* [[Confederação do Equador]] {{small|(1824)}}
* [[Guerra da Cisplatina]] {{small|(1825–1828)}}
* [[Revolta dos Malês]] {{small|(1835)}}
* [[Cabanagem]] {{small|(1835–1840)}}
* [[Guerra dos Farrapos]] {{small|(1835–1845)}}
* [[Balaiada]] {{small|(1838–1841)}}
* [[Revolta Praieira]] {{small|(1848–1849)}}
* [[Guerra do Prata]] {{small|(1851–1852)}}
* [[Guerra Grande]] {{small|(1864–1865)}}
* [[Guerra do Uruguai]] {{small|(1864)}}
* [[Guerra do Paraguai]] {{small|(1864–1870)}}
* [[Revolta da Armada]] {{small|(1893–1894)}}
* [[Revolução Federalista]] {{small|(1893-1895)}}
* [[Guerra de Canudos]] {{small|(1896–1897)}}
* [[Revolução Acriana]] {{small|(1899–1903)}}
* [[Guerra do Contestado]] {{small|(1912–1916)}}
* [[Primeira Guerra Mundial]] {{small|(1917-1918)}}
* [[Tenentismo|Revoltas Tenentistas]] {{small|(1922–1927)}}
* [[Revolução de 1930]] {{small|(1930)}}
* [[Revolução Constitucionalista de 1932|Revolução Constitucionalista]] {{small|(1932)}}
* [[Intentona Comunista]] {{small|(1935)}}
* [[Segunda Guerra Mundial]] {{small|(1942–1945)}}
* [[Guerra Fria]] {{small|(1964–1985)}}
* [[Invasão da República Dominicana pelos Estados Unidos em 1965|Operação Power Pack]] {{small|(1965–1966)}}
* [[Guerrilha do Araguaia]] {{small|(1972–1974)}}
* [[Operação Traíra]] {{small|(1991)}}
'''[[Forças de manutenção da paz das Nações Unidas|Missões da ONU]]'''
* [[Força de Emergência das Nações Unidas|Suez]] {{small|(1956–1967)}}
* [[Operação das Nações Unidas em Moçambique|Moçambique]] {{small|(1992–1994)}}
* [[Terceira Missão de Verificação das Nações Unidas em Angola|Angola]] {{small|(1995–1997)}}
* [[Missão das Nações Unidas em Timor-Leste|Timor-Leste]] {{small|(1997–1999)}}
* [[Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti|Haiti]] {{small|(2004–2017)}}
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|efetivo = {{fmtn|213217|militares da ativa}}<ref>BRASIL. [https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/Decreto/D11319.htm#art3 Decreto N.º 11.319,de 29 de dezembro de 2022]. Distribui o efetivo de Oficiais e Praças do Exército em tempo de paz para 2023.</ref>
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|comando2=[[General de Exército]] [[Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva]]<ref>{{citar web|url=https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/01/21/quem-e-general-tomas-miguel-ribeiro-paiva-novo-comandante-do-exercito.ghtml|título=Quem é o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, novo comandante do Exército|publicado=G1|acessodata=2023-01-21}}</ref>| legenda_comando2= Comandante
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* [[Luís Alves de Lima e Silva]]
* [[Emílio Luís Mallet]]
* [[Manuel Luís Osório]]
* [[Floriano Peixoto]]
* [[Hermes da Fonseca]]
* [[Eurico Gaspar Dutra]]
* [[Costa e Silva|Arthur da Costa e Silva]]
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'''Exército Brasileiro''' ('''EB''') é uma das três [[Forças Armadas do Brasil|Forças Armadas]] do [[Brasil]], responsável, no plano externo, pela defesa do país em operações eminentemente terrestres e, no interno, pela garantia da [[lei]], da ordem e dos poderes [[Constituição|constitucionais]]. O Comandante Supremo é o [[Presidente do Brasil|Presidente da República]]. Entre 1822 e 1967, o responsável pela gestão do Exército foi o [[Ministério da Guerra (Brasil)|Ministério da Guerra]].<ref>{{citar web|url=http://querepublicaeessa.an.gov.br/conheca-nosso-acervo/242-ministerio-da-guerra.html|titulo=Ministério da Guerra|acessodata=16 de fevereiro de 2022}}</ref> De 1967 a 1999, passou a ser denominado Ministério do Exército. Desde 1999, na estrutura do [[Governo Federal]], o Exército está subordinado ao [[Ministério da Defesa (Brasil)|Ministério da Defesa]], ao lado da [[Marinha do Brasil|Marinha]] e da [[Força Aérea Brasileira|Força Aérea]].
O '''Exército Brasileiro''' ('''EB''') é o ramo das [[Forças Armadas do Brasil|Forças Armadas]] do [[Brasil]] responsável, no plano externo, pela defesa do país em operações eminentemente terrestres e, no interno, pela garantia da lei, da ordem e dos poderes constitucionais, subordinando-se, na estrutura do [[Governo Federal do Brasil|Governo Federal]], ao [[Ministério da Defesa (Brasil)|Ministério da Defesa]], ao lado da [[Marinha do Brasil|Marinha]] e da [[Força Aérea Brasileira|Força Aérea]]. As [[Polícias militares do Brasil|Polícias Militares]] (PMs) e [[Corpos de Bombeiros Militares]] (CBMs) são legalmente designadas como forças de reserva e auxiliares ao Exército. Seu braço operacional é denominado Força Terrestre. Ele é o maior exército da [[América do Sul]] e a maior das três Forças Armadas no Brasil.


Surgido como o [[Exército Imperial Brasileiro]], com base nas forças de defesa do [[Império Português]] no [[Brasil Colônia]], suas duas principais experiências de [[guerra convencional]] foram a [[Guerra do Paraguai]] e a [[Força Expedicionária Brasileira]], e seu rival tradicional no planejamento, até os anos 1990, era a [[Argentina]], mas ele tem também muitas [[Forças de manutenção da paz das Nações Unidas|operações de manutenção de paz]] no exterior e atuações internas no Brasil. O Exército foi diretamente responsável pela [[Proclamação da República (Brasil)|Proclamação da República]] e gradualmente aumentou sua capacidade de ação política, culminando na [[Ditadura militar brasileira|ditadura militar]] de 1964–1985. Ao longo da [[história brasileira]] ele garante o poder central contra separatismos e regionalismos, intervém onde as questões sociais não resolvidas tornam-se violentas e preenche lacunas deixadas por outras instituições do Estado.
Em tempos de [[paz]], as tropas do exército estão continuamente preparando-se para atuar em situações de conflito ou guerra. Além disso, são empregadas para a defesa da faixa de fronteira (tarefa conjunta com a Força Aérea) e para levar alimentos e serviços médicos a pontos isolados do território, participação e coordenação de campanhas [[Sociologia|sociais]] e [[pesquisa]]s [[Ciência|científicas]] (como as desenvolvidas no [[Centro Tecnológico do Exército]] (CTEx) e garantir a democracia brasileira, apoiando as eleições. Na área da [[Militarismo|educação]], cita-se como exemplo o [[Instituto Militar de Engenharia]] (IME).


Mudanças na [[doutrina militar]], pessoal, organização e equipamento marcam a história do Exército, sendo a atual fase, desde 2010, conhecida como o [[Processo de Transformação do Exército]]. Sua estratégia da presença estende-o por todo o território nacional, e a instituição se considera a única garantia de brasilidade nas regiões mais distantes do país. Existem forças especializadas em diversos terrenos (de [[Centro de Instrução de Guerra na Selva|Selva]], [[4.ª Brigada de Infantaria Leve (Montanha)|montanha]], [[Comando Militar do Oeste#18.ª Bda Inf Pan|Pantanal]], [[Combate militar na Caatinga|Caatinga]] e [[28.º Batalhão de Infantaria Mecanizado|urbano]]) e forças de deslocamento rápido ([[Aviação do Exército]], [[Comando de Operações Especiais]] e brigadas [[Brigada de Infantaria Paraquedista|paraquedista]] e [[12.ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel)|aeromóvel]]). As forças blindadas e mecanizadas, concentradas no [[Sul do Brasil|Sul]], são as mais numerosas do continente, mas incluem muitos veículos próximos ao fim do ciclo de vida. A unidade básica de [[armas combinadas]] é a [[brigada]].
Além de possuir o maior efetivo entre os exércitos da [[América Latina]], com {{fmtn|360000}} soldados, e uma reserva de {{fmtn|1340000}} homens, que são convocados anualmente para apresentação, durante os cinco anos subsequentes ao desligamento (reserva que pode chegar a quase quatro milhões, se considerarmos os brasileiros em idade para prestar o serviço militar), o Exército Brasileiro também possui a maior quantidade de veículos blindados da [[América do Sul]], somados os veículos blindados para transporte de tropas e [[carro de combate|carros de combate]] principais.<ref>{{Citar web|url=https://www.globalfirepower.com/country-military-strength-detail.php?country_id=brazil|titulo=2022 Brazil Military Strength|acessodata=2022-08-18|website=www.globalfirepower.com}}</ref> Possui uma grande unidade de elite, com efetivos de [[comandos]] e de [[forças especiais]], especializada em missões não convencionais, o [[Comando de Operações Especiais]], única na América Latina,<ref>[http://www.bdaopesp.eb.mil.br/ Sítio oficial da Brigada de Operações Especiais] {{Wayback|url=http://www.bdaopesp.eb.mil.br/ |date=20130923015650 }}. Acessado em 11 de janeiro de 2017.</ref><ref>[http://www.defesanet.com.br/sof/cb_bda_opesp_1.htm Defesanet]. Acessado em 27 de junho de 2010</ref><ref>[http://tropaselite.t35.com/BRASIL_Brigada_de_Operacoes_Especiais_Parte-1.htm Sítio Tropas Elite] {{Wayback|url=http://tropaselite.t35.com/BRASIL_Brigada_de_Operacoes_Especiais_Parte-1.htm |date=20090205144544 }}. Acessado em 11 de janeiro de 2017.</ref> além de uma [[#Força de Ação Rápida Estratégica|Força de Ação Rápida Estratégica]], formada por unidades de elite altamente mobilizáveis e preparadas (Brigada de Operações Especiais, [[Brigada de Infantaria Paraquedista]],<ref>[http://www.militarypower.com.br/combatentes.htm Military Power]. Acessado em 11 de janeiro de 2017.</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.bdainfpqdt.eb.mil.br/|título=Brigada de Infantaria Paraquedista|acessodata=24 de janeiro de 2017}}</ref> 1.º Batalhão de Infantaria de Selva<ref>[http://www.1bis.eb.mil.br/ Sítio oficial do 1.º Batalhão de Infantaria de Selva (Aeromóvel)]. Acessado em 11 de janeiro de 2017.</ref> e [[12.ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel)]]<ref>[http://www.bdaamv.eb.mil.br/ Sítio oficial da 12º Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel)]. Acessado em 11 de janeiro de 2017.</ref> para atuar em qualquer parte do território nacional, em curto espaço de tempo, na hipótese de agressão externa.<ref>[http://tropaselite.t35.com/BRASIL_FORCA%20DE%20ACAO%20RAPIDA.htm Sítio Tropas Elite] {{Wayback|url=http://tropaselite.t35.com/BRASIL_FORCA%20DE%20ACAO%20RAPIDA.htm |date=20090205093539 }}. Acessado em 11 de janeiro de 2017.</ref>


As organizações militares convencionais formam [[Cabo (militar)|cabos]] e [[soldado]]s reservistas através do [[serviço militar obrigatório]]. Há um sistema amplo de instrução, educação e pesquisa, sendo a [[Academia Militar das Agulhas Negras]] (AMAN) responsável por formar os elementos dirigentes da instituição: oficiais das Armas da Infantaria, [[Cavalaria do Brasil|Cavalaria]], Engenharia, Artilharia e Comunicações, do Serviço de Indendência e do [[Quadro de Material Bélico]]. Este sistema e mais os serviços próprios de saúde, moradia e assistência religiosa são mecanismos pelos quais o Exército, instituição ciosa de seu passado e tradições, procura conservar sua distinção do resto da sociedade.
Além disso, possui unidades de elite especialistas em combates em [[biomas brasileiros|biomas]] característicos do território brasileiro como o [[pantanal]] (17.º Batalhão de Fronteira),<ref>[http://www.17bfron.eb.mil.br/ Sítio oficial do 17º Batalhão de Fronteira]. Acessado em 11 de janeiro de 2017.</ref> a [[caatinga]] (72.º Batalhão de Infantaria Motorizado),<ref>[http://www.72bimtz.eb.mil.br/ Sítio oficial do 72º Batalhão de Infantaria Motorizado] {{Wayback|url=http://www.72bimtz.eb.mil.br/ |date=20111123212733 }}. Acessado em 11 de janeiro de 2017.</ref><ref name="militarypower.com.br">[http://www.militarypower.com.br/tropas.htm Military Power]. Acessado em 11 de janeiro de 2017.</ref> a [[montanha]] ([[4.ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha]])<ref name="militarypower.com.br"/> e a [[selva]]. Tais unidades de selva são formadas por militares da região amazônica e oriundos de outras regiões, profissionais especialistas em guerra nesse tipo de bioma,<ref>[http://www.cigs.ensino.eb.br/ Sítio oficial do Centro de Instrução de Guerra na Selva] {{Wayback|url=http://www.cigs.ensino.eb.br/ |date=20070604013506 }}. Acessado em 11 de janeiro de 2017.</ref> pelo [[Centro de Instrução de Guerra na Selva]] sendo enquadradas pela 1.ª, 2.ª, 16.ª, 17.ª, 22.ª e [[23.ª Brigada de Infantaria de Selva|23.ª]] Brigadas de Infantaria de Selva.


== História ==
== Missões ==
O Exército Brasileiro é uma das três Forças Singulares que compõem as [[Forças Armadas do Brasil]], ao lado da [[Marinha do Brasil]] e [[Força Aérea Brasileira]], todas as quais, conforme o artigo 142 da [[Constituição de 1988]], atuam na defesa da pátria e na garantia dos poderes constitucionais e [[Garantia da lei e da ordem|da lei e da ordem]], além de atribuições subsidiárias definidas por leis complementares. O Exército forma a força terrestre da nação, atuando precipuamente na sua defesa externa, mas tem toda uma série de missões internas.{{sfn|Rodrigues & Medeiros, Exército Brasileiro (2022)|p=494, 496}}{{sfn|Livro Branco de Defesa Nacional (2020)|p=41}} Seus objetivos declarados incluem [[Dissuasão|dissuadir]] uma agressão externa, adquirir projeção no cenário internacional e contribuir ao “desenvolvimento sustentável e paz social”.{{sfn|Relatório de Gestão do Comando do Exército (2021)|p=42, 55, 63}}
{{Artigo principal|História do Exército Brasileiro}}
[[Imagem:Vista da nave da Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Militares - Recife-PE.jpg|thumb|upright|esquerda|[[Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Militares]], pertencente à Irmandade dos Militares do Recife]]


As [[História da Constituição do Brasil|constituições anteriores]] também definiam funções externas e internas para as Forças Armadas.{{sfn|Oliveira, O artigo 142 da Constituição e a tutela militar (2022)|p=648-649}} Uma grande carga de trabalho é dedicada à doutrina, planejamento, preparação e execução das operações de garantia da lei e da ordem.{{sfn|Aguiar & Mendonça, Dissuasão, política externa e emprego interno (2021)|p=184}} O Exército tem um longo histórico na defesa interna e estruturação do Estado, defendendo regimes políticos e tratando de ameaças de questões sociais não resolvidas que resultaram em conflitos internos.{{sfn|Kuhlmann, Estrutura militar e ordenamento político (2007)|p=101-102}} No [[Brasil República|período republicano]], ele é a mais politicamente poderosa das três forças por seus posicionamentos passados, sua presença em todo o território nacional e seu maior efetivo.{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=300}}
=== Origem ===
{{Artigo principal|prefixo=Veja também|Batalha dos Guararapes|Invasões francesas no Brasil|Invasões holandesas no Brasil|Guerra da independência do Brasil}}


Cobrir a incompletude do Estado nacional, ocupando lacunas que deveriam ter sido preenchidas por outras instituições, faz parte da cultura do Exército. Pela sua “Estratégia da Presença”, ele ocupa vazios demográficos, atuando como “exército colonizador”, seja pelas colônias militares que instalava no século XIX ou pelos atuais postos de fronteira, e enxerga-se como único fator de brasilidade nessas regiões afastadas. As ações subsidiárias são constantes. Mesmo que possivelmente à custa do preparo para a guerra, o Exército atua nos campos científico-tecnológico e socioeconômico, realiza obras de engenharia, recebe refugiados (a [[Operação Acolhida]]) e distribui água no [[Nordeste do Brasil|Nordeste]] (a Operação Pipa), entre muitas outras missões.{{sfn|Rodrigues & Medeiros, Exército Brasileiro (2022)|p=496-502}}
A história do Exército Brasileiro começa oficialmente com o surgimento do [[Estado brasileiro]], ou seja, com a [[independência do Brasil]]. Entretanto, mobilizações de [[brasileiros]] para [[guerra]] existem desde a [[colonização do Brasil]]. A data da primeira [[Batalha dos Guararapes]] (19 de abril de 1648), no contexto da [[Insurreição Pernambucana]], na qual o exército adversário dos [[Países Baixos]] foi formado genuinamente por brasileiros (brancos, negros e ameríndios), é tida simbolicamente como a origem do Exército Brasileiro.<ref>Celso Castro "A Invenção do Exército Brasileiro" Jorge Zahar Editor, 2002 ISBN 8571106827 Págs 71 a 76 [http://books.google.com.br/books?id=Gg6wf7ziC9AC&pg=PA71&dq=guararapes+leitura+exercito&hl=pt-BR&sa=X&ei=JsUwUfKAK6aT0QG3t4H4AQ&ved=0CC8Q6AEwAA#v=onepage&q=guararapes%20leitura%20exercito&f=false Visualização em Google Livros]</ref>
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<gallery caption="Exemplos de operações do Exército">
Tiro de Astros II (25389373479).jpg|Manobras em campo
Rocinha ocupação.2008.JPG|Ocupação da [[Favela da Rocinha]] em 2008
Operação Ágata 8 (14198729834).jpg|Assistência médica à população das fronteiras
Operação Ágata 8 (14209485276).jpg|Fiscalização rodoviária nas fronteiras
</gallery>
</center>


== História ==
Em 1808, o príncipe-regente [[João VI de Portugal|João Maria de Bragança]] havia transferido para o Brasil a [[Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra]], órgão do governo português de então (fundado em 1736 pelo rei [[João V de Portugal|D. João V de Portugal]]) que na época era responsável pela gestão do exército do [[Império Colonial Português]]. Em 1820, no contexto da [[Revolução do Porto]] em [[Portugal]], havia se estabelecido neste país pelos revolucionários um novo [[Ministério da Guerra (Portugal)|Ministério da Guerra]] português, com as [[Cortes Gerais]] eventualmente abolindo todos os ministérios estabelecidos pelo rei português no Brasil, pois almejava centralizar todos os órgãos de governo na metrópole portuguesa,<ref>{{Citar web|url=http://mapa.an.gov.br/index.php/dicionario-periodo-colonial/164-cortes-gerais-e-extraordinarias-da-nacao-portuguesa|titulo=Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa|acessodata=2022-03-26|website=mapa.an.gov.br}}</ref> apesar do príncipe regente [[Pedro I do Brasil|Pedro de Alcântara]] ter criado um [[Conselho de Estado (Brasil)|Conselho de Estado]] informal e ilegal no ponto de vista da metrópole, pois as Cortes aprovaram um decreto que subordinava os governos das [[províncias do Brasil]] diretamente ao governo central em [[Lisboa]] e não ao príncipe-regente, que havia recebido ordens de voltar a Europa, mas não as cumpriu.<ref>{{citar web|url=http://www.senado.gov.br/publicacoes/anais/pdf/ACE/ATAS1-Conselho_dos_Procuradores_Gerais_das_Provincias_do_Brasil_1822-1823.pdf|titulo=Conselho dos Procuradores Gerais das Províncias do Brasil, 1822-1823|data=|acessodata=|publicado=Senado Federal do Brasil|ultimo=|primeiro=}}</ref> Com a [[Proclamação de Independência do Brasil|Proclamação de Independência]] a [[7 de setembro]], foi montado um novo ministério pelo recém fundado governo brasileiro, o Ministério dos Negócios da Guerra, assim com a independência o Exército Brasileiro oficialmente se separa do [[Exército Português]].<ref>{{citar web|url=http://memoria.bn.br/pdf/402630/per402630_1984_00104.pdf|titulo=Anais da Biblioteca Nacional|data=1987|acessodata=10/03/18|publicado="Biblioteca Nacional"|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.portugalweb.net/portugalnomundo/america/uruguai/oliveiralima.asp|titulo=O Movimento de Independência|data=|acessodata=|publicado="Portugal No Mundo"|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=pxmHCgAAQBAJ&pg=PT359&lpg=PT359&dq=carlos+de+caula+lisboa&source=bl&ots=-r7yOheNuR&sig=Mv9YWQX_BrjZ0tCthYoP-dbNzYk&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjswr3Z7vPZAhUBGpAKHSMnAhI4ChDoAQhAMAY#v=onepage&q=%20caula&f=false|título=Linguagens e fronteiras do poder|ultimo=Murilo|primeiro=Carvalho Jose|data=2015-09-02|editora=Editora FGV|lingua=pt-BR|isbn=9788522510306}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/1083/690120.pdf?sequence=4|titulo=Os Deputados Brasileiros nas Cortes Gerais de 1821|data=|acessodata=|publicado=Senado Federal|ultimo=Carvalho|primeiro=Manuel Emílio Gomes de}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Chaves|primeiro=Cláudia Maria das Graças|ultimo2=Slemian|primeiro2=Andréa|data=|titulo=Memorial às Cortes de Lisboa de Manoel Luís da Veiga (1821): Constitucionalismo e formas de governo no Brasil|url=http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0003-25732016000100005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt|jornal=Análise Social|numero=218|paginas=122–144|issn=0003-2573|acessodata=}}</ref><ref>{{citar web|url=http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/20238/3/2015_H%C3%A9lioFranchiniNeto.pdf|titulo=Independência e Morte: Política e Guerra na Emancipação do Brasil (1821-1823)|data=|acessodata=17/03/2018|publicado=Repositório UNB|ultimo=Neto|primeiro=Helio Franchini}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=5WRFAAAAcAAJ&pg=PA1426&lpg=PA1426&dq=Jes%C3%BAs+Mar%C3%ADa+de+Caula&source=bl&ots=yKFheghvWx&sig=K6FdquMpgHbqZVUAKML1SnSsvOM&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwimxpClpvfZAhUFh5AKHTIaCas4ChDoAQg3MAM#v=onepage&q=Caula&f=false|título=Diario das Cortes Geraes e Extraordinarias da Nação Portugueza|ultimo=Extraordinarias|primeiro=Portugal Cortes Geraes e|data=1821|lingua=pt}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=MbAtAAAAYAAJ&pg=PA90&dq=caula&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjdkZSwnY7aAhWCIpAKHb0aAV04ChDoAQhmMAk#v=onepage&q=caula&f=false|título=Cartas e mais peças officiaes: dirigidas a Sua Magestade o Senhor D. João VI pelo Principe Real o Senhor D. Pedro de Alcantara, e junctamente os officios e documentos que o General Commandante da tropa expedicionaria existente na Provincia do Rio de Janeiro tinha dirigido ao Governo|ultimo=Brazil)|primeiro=Pedro I. (Emperor of|ultimo2=Portugal)|primeiro2=John VI (King of|data=1822|editora=Na Imprensa Nacional|lingua=pt}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&id=chcrAQAAMAAJ&dq=Francisco+de+Caula+Faria&focus=searchwithinvolume&q=+Caula|título=Pela história de Goiás|ultimo=Brasil|primeiro=Antônio Americano do|ultimo2=Borges|primeiro2=Humberto Crispim|data=1980|editora=UFG Editora|lingua=pt|isbn=9788585003012}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=4EE5AAAAIAAJ&q=caula&dq=caula&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwi7ydbyn5zaAhWDS5AKHXMaDbE4FBDoAQgyMAI|título=Independência, revolução e contrarevolução|ultimo=Rodrigues|primeiro=José Honório|data=1975|editora=Livraria F. Alves Editora|lingua=pt}}</ref>
{{AP|História do Exército Brasileiro}}
[[Ficheiro:07 02 2020 Cerimônia de reativação da 6a Divisão de Exército (49503068542).jpg|miniaturadaimagem|Soldados carregam as bandeiras de diferentes períodos da história brasileira|esquerda]]
O Exército Brasileiro origina-se das forças de defesa do [[Império Português]] no [[Brasil Colônia]].{{sfn|Rodrigues & Medeiros, Exército Brasileiro (2022)|p=495}} Um exército nacional brasileiro foi designado em lei pela primeira vez na [[Constituição de 1824|primeira constituição]] do [[Império do Brasil]], em 1824,{{sfn|Mancuso, História e política na narrativa oficial das forças armadas (2008)|p=38}}{{sfn|Armada, A formação de um exército na Independência (2022)|p=15}} mas forças terrestres já combatiam sob a [[bandeira brasileira]] desde a proclamação da [[Independência do Brasil]] em 1822.{{sfn|Armada, A formação de um exército na Independência (2022)|p=15}} A unificação do comando das forças terrestres, antes dispersas entre os vice-reis e capitães-generais das [[Capitanias do Brasil|capitanias]], foi efetivada ainda em 1822, com a criação da Secretaria de Estado dos Negócios da Guerra (posterior [[Ministério da Guerra (Brasil)|Ministério da Guerra]]).{{sfn|Wehling & Wehling, Exército, milícias e ordenanças na Corte Joanina (2008)|p=29-30}}


O Exército comemora oficialmente, desde 1994, a Segunda [[Batalha de Guararapes]], em 19 de abril de 1648, como o momento em que foram plantadas as “sementes” da instituição. Ainda não havia uma “nação brasileira” ou Exército Brasileiro, e nenhuma organização militar atual tem continuidade institucional com as que lutaram em 1648.{{sfn|Castro, O espírito de Guararapes (2002)}} Várias unidades atuais, porém, traçam suas histórias até o período colonial, como o [[Terço (militar)|Terço]] Velho do Rio de Janeiro, de 1567, cujo herdeiro é o [[1.º Batalhão de Infantaria Mecanizado (Escola)]].<ref>{{Citar web|website=9ª Brigada de Infantaria Motorizada (Escola)|url=https://www.9bdainfmtz.eb.mil.br/editoria-d-2|título=OM Subordinadas|data=2019-08-28|acessodata=2024-01-09}}</ref>
Em 1822 e 1823, o recém-criado Exército Brasileiro derrotou o Exército Português que [[Guerra da independência do Brasil|resistia e tentava impedir a adesão à independência]], nas regiões Norte e Nordeste do país e na [[província Cisplatina]],<ref name="Donato 1996 105–106">{{harvnb|Donato|1996|pp=105–106}}</ref> assim como evitando a fragmentação do território nacional nos anos seguintes.<ref name="infoescola">{{citar web | url=http://www.infoescola.com/curiosidades/historia-do-exercito-brasileiro/ | título="História do Exército Brasileiro" }} Página acessada em 11 de outubro de 2012.</ref>


A “primeira autoridade do Exército” era o ajudante-general, cujo órgão, a Repartição do Ajudante-General, foi criada em 1857. O ajudante-general era sempre militar e servia de intermediário entre a força e o ministro da Guerra, cujo cargo era político.<ref>{{Citar web|ultimo=Almeida|primeiro=Felipe Pessanha de|data=2019-07-18|título=Secretaria de Estado dos Negócios da Guerra|url=http://mapa.an.gov.br/index.php/menu-de-categorias-2/340-secretaria-de-estado-dos-negocios-da-guerra|website=Memória da Administração Pública Brasileira|acessodata=2024-01-09}}</ref> Quando a Repartição foi abolida, os chefes do [[Estado-Maior do Exército (Brasil)|Estado-Maior do Exército]] (EME), criado em 1899, e os ministros da Guerra passaram a competir pela primazia do comando.{{sfn|McCann, Soldados da Pátria (2009)|p=39-40}} O Ministério da Guerra venceu a disputa.{{sfn|Rodrigues, Estado Novo, papel dos militares (2022)|p=464}} Em 1967 ele foi renomeado Ministério do Exército,{{sfn|Nunes, Debate teórico e inferências a partir do caso da Doutrina Delta (2023)|p=77}} que foi transformado no atual Comando do Exército, subordinado ao [[Ministério da Defesa (Brasil)|Ministério da Defesa]], em 1999.<ref>{{citar lei|jurisdição=Brasil|url=http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp97.htm|título=Lei Complementar|numero=97|data=9 de junho de 1999}}</ref>
=== Império ===
{{Artigo principal|Exército Imperial Brasileiro}}
{{Vertambém|Guerra da independência do Brasil|Confederação do Equador|Guerra da Cisplatina|Guerra dos Farrapos|Cabanagem|Balaiada|Guerra do Prata|Guerra do Uruguai|Guerra do Paraguai|Revolta da Armada|Revolução Federalista|Guerra de Canudos}}
[[Imagem:Guerra_do_Paraguai_-_Voluntários_da_Pátria.JPG|thumb|upright|Uniforme das tropas brasileiras do Exército Imperial na Guerra do Paraguai, 1866]]


=== Primeiro Reinado ===
O Exército Nacional (ou Imperial como costumeiramente era chamado) durante a monarquia era dividido em dois ramos: o de 1.ª Linha, que era o exército de fato; e o de 2.ª Linha, a [[Guarda Nacional (Brasil)|Guarda Nacional]], formada em 1831 pelas antigas [[milícia]]s [[paramilitar]]es e [[ordenanças]] herdadas dos tempos coloniais, comandadas por líderes regionais, grandes latifundiários e proprietários de escravos conhecidos a partir da independência, pelo título genérico de [[Coronelismo|Coronel]].<ref>"Annaes do Senado do Império do Brasil; [http://books.google.com.br/books?id=B3A0AQAAMAAJ&pg=PA220&dq=coroneis+exercito+1%C2%AA+linha+guarda+nacional&hl=pt-BR&sa=X&ei=JgorUbSdBYWi9QSh4YDwDA&ved=0CC8Q6AEwAA#v=onepage&q=coroneis%20exercito%201%C2%AA%20linha%20guarda%20nacional&f=false Link]; 4ª seção em 1866, 12ª legislatura - 1 a 30 de junho, Vol.II" Pág. 6, 2ª coluna (direita); ISBN 1162094648</ref><ref>Vários autores, Unesp/Konrad Adenauer Stiftung "Sistema político brasileiro: uma introdução" pág.25 ítem b) [http://books.google.com.br/books?id=bkdLPRtRl-MC&pg=PA25&dq=coronelismo+guarda+nacional&hl=pt-BR&sa=X&ei=vAcrUduMDJLy8AS54oGIBA&ved=0CEoQ6AEwBQ#v=onepage&q=coronelismo%20guarda%20nacional&f=false Visualização em Google Livros]</ref>
[[Ficheiro:José Wasth Rodrigues - Batalha de Ituzaingó, Acervo do Museu Paulista da USP.jpg|miniaturadaimagem|[[Batalha de Ituzaingó]] (1827), na campanha cisplatina]]
{{AP|Exército Imperial Brasileiro}}
A [[Guerra de Independência do Brasil]] dividiu as forças militares presentes no atual território brasileiro: algumas aderiram e outras permaneceram leais a [[Portugal]].{{sfn|Armada, A formação de um exército na Independência (2022)|p=20}} A vitória portuguesa não rompeu a continuidade com a organização e [[doutrina militar]] do [[Exército Português]], cujas características seriam visíveis na instituição brasileira até o início do século XX.{{sfn|Pedrosa, Organização das Forças do Exército Brasileiro no Império (2022)|p=394}}{{sfn|Pedrosa, Doutrina do Exército Brasileiro no Império (2022)|p=342-343}}{{sfn|Izecksohn, Exército e o Império do Brasil (2022)|p=503}} Profissionais portugueses, proprietários privados, [[mercenário]]s europeus e [[ordenanças]] juntavam-se num Exército heterogêneo.{{sfn|Seidl, A formação de um Exército à brasileira (2010)|p=74}}{{sfn|Izecksohn, Exército e o Império do Brasil (2022)|p=503}}


A hierarquia tinha aspectos [[feudais]].{{sfn|Seidl, A formação de um Exército à brasileira (2010)|p=74}} Os critérios de promoção eram pouco definidos. Alguns oficiais progrediam na carreira dentro da instituição, mas outros, oriundos da elite civil e da aristocracia, transitavam entre as patentes e a política. Os oficiais não serviam longe de seus locais de nascimento, e só mais tarde surgiu a rotatividade de serviço nas províncias.{{sfn|Izecksohn, Exército e o Império do Brasil (2022)|p=504-505}}{{sfn|Carvalho, Forças Armadas e Política (2006)|p=154}} Os soldados eram geralmente obtidos pelo [[recrutamento forçado]], embora houvesse voluntários, incluindo [[Escravidão no Brasil|escravos]] fugitivos.{{sfn|Izecksohn, Exército e o Império do Brasil (2022)|p=504-506}} Até 1830, e novamente em 1851–1852, serviram mercenários estrangeiros, que inclusive tiveram uma [[Revolta dos Mercenários|revolta própria]].{{sfn|Pedrosa, Organização das Forças do Exército Brasileiro no Império (2022)|p=396-397}} O serviço militar, estigmatizado,{{sfn|Izecksohn, Exército e o Império do Brasil (2022)|p=504-506}} era conhecido como o [[tributo de sangue]].{{sfn|Mendes, O recrutamento militar no Brasil nos séculos XVIII e XIX (2004)|p=111}}
Durante o processo da [[Independência do Brasil]], o Exército era inicialmente composto de brasileiros, mercenários portugueses e estrangeiros. A maioria dos seus comandantes era composta por mercenários e oficiais portugueses leais ao então [[Príncipe Regente do Brasil|príncipe regente]] Dom Pedro e depois imperador D. [[Pedro I do Brasil|Pedro I]].<ref>{{harvnb|Kraay|2001|loc=Introdução & Capítulo 5}}</ref> Ao longo de 1822 e 1823, o Exército Brasileiro conseguiu derrotar a resistência portuguesa, especialmente no [[Região Norte do Brasil|Norte]] do país e na [[Cisplatina]], evitando também a fragmentação do então recém-criado [[Império do Brasil]] após sua independência.<ref name="Donato 1996 105–106"/>


Em dezembro de 1824 o efetivo nominal era de 30 mil homens de 1.ª linha (tropas pagas) e 40 mil de 2.ª linha ([[Tropas Auxiliares e Milícias de Portugal|milícias]] não pagas e algumas tropas pagas de policiais, veteranos e irregulares). A falta de treinamento e o alistamento político limitavam a capacidade militar da 2.ª linha.{{sfn|Pedrosa, Organização das Forças do Exército Brasileiro no Império (2022)|p=394-395, 399-400}} A 1.ª linha era organizada em unidades do tamanho de [[regimento]]s e [[batalhões]] e algumas menores, denominadas “corpos”.{{sfn|Pedrosa, Organização das Forças do Exército Brasileiro no Império (2022)|p=395}} Em dezembro de 1824 ela compreendia três batalhões de [[granadeiro]]s, 28 batalhões de [[Caçador (militar)|caçadores]], sete regimentos de [[Cavalaria do Brasil|cavalaria]], cinco corpos de [[artilharia montada]] e 12 corpos de artilharia de posição.{{sfn|Pedrosa, Organização das Forças do Exército Brasileiro no Império (2022)|p=396}} Cinco [[brigada]]s existiram brevemente na Corte ([[Município Neutro|Rio de Janeiro]]), mas ao longo do século o Exército não manteve grandes escalões em tempo de paz. Suas forças eram agrupadas em Comandos das Armas e subordinadas aos [[Presidente (província)|presidentes]] das [[Províncias do Império do Brasil|províncias]].{{sfn|Pedrosa, Organização das Forças do Exército Brasileiro no Império (2022)|p=402}} Essa organização passaria por inúmeras mudanças.{{sfn|Pedrosa, Organização das Forças do Exército Brasileiro no Império (2022)|p=399}} A estrutura da Secretaria de Estado dos Negócios da Guerra era pequena, e não havia um órgão de direção geral para o Exército em tempo de paz.{{sfn|Pedrosa, Organização das Forças do Exército Brasileiro no Império (2022)|p=395}}
Depois de vencer a [[Guerra da independência do Brasil|Guerra da Independência]], o Exército, apoiado pela Guarda Nacional, eliminou as tendências separatistas dos primeiros anos, reforçando a autoridade central da Império, durante o período da [[Período regencial (Brasil)|Regência]] no país, reprimindo em todo o Brasil uma série de movimentos populares para a autonomia política ou contra a escravidão e o poder dos coronéis.<ref>{{harvnb|Faoro|2012|loc=Capítulos VIII & IX}}</ref>


O Exército foi inicialmente um instrumento de autoridade do imperador [[Pedro I do Brasil|Pedro I]], fechando a [[Assembleia Constituinte do Brasil de 1823|Assembleia Constituinte]] em 1823 (a [[noite da agonia]]) e suprimindo um movimento separatista, a [[Confederação do Equador]]. Sua maior dificuldade foi na [[Guerra Cisplatina]], quando enfrentou obstáculos logísticos e uma alta taxa de deserção.{{sfn|Izecksohn, Exército e o Império do Brasil (2022)|p=503-504, 506-507}}
[[Ficheiro:Uniforme do Exército Brasileiro adotado para as campanhas oriental e paraguaia.jpg|thumb|left|Uniforme do Exército Brasileiro adotado pelo governo para as campanhas [[Guerra do Uruguai|oriental]] e [[Guerra do Paraguai|paraguaia]] (''[[Semana Illustrada]]'', [[1865]]).]]


=== Regência ===
Durante os anos 1850 e início da década de 1860, o Exército, juntamente com a [[Armada Imperial Brasileira|Armada Imperial]], entrou em ação contra as [[Forças Armadas da Argentina|forças argentinas]] e [[Forças Armadas do Uruguai|uruguaias]], que se opunham aos interesses do Império do Brasil. O sucesso brasileiro com tal "Diplomacia das Armas" acabou por levar a um choque de interesses com outro país com aspirações semelhantes, o [[Paraguai]], em dezembro de 1864. Em 1 de maio de 1865, o Brasil, [[Uruguai]] e [[Argentina]] assinaram a [[Tratado da Tríplice Aliança|Tríplice Aliança]] para se defenderem contra a agressão do Paraguai, que era governado pelo ditador [[Francisco Solano López]]. As tropas de López, depois de invadirem o território brasileiro, através da [[província de Mato Grosso]], e o norte da Argentina, estavam indo para o [[Sul do Brasil]] e o Norte do Uruguai. Muitos escravos foram incorporados nas forças brasileiras para enfrentar a situação cada vez mais grave. Como resultado de seu sólido desempenho durante o conflito, as [[Forças Armadas do Brasil|Forças Armadas]] desenvolveram um forte sentido contra a [[Escravidão no Brasil|escravidão]]. Depois de cinco anos de uma guerra terrível (a maior da [[História da América do Sul|história sul-americana]]), a aliança liderada pelo Brasil Império derrotou López.<ref>{{harvnb|Kraay|Whigham|2004|loc=Introdução}}</ref><ref>{{harvnb|Donato|1996|pp=129–132}}</ref>
Ao início do [[Período regencial (Brasil)|período regencial]] (1831–1840), o [[Partido Liberal (1831)|Partido Liberal]], predominante na política, não aceitava uma força militar profissional de larga escala, associando-a, desde os anos anteriores, às perdas na Cisplatina, às revoltas de mercenários e à possibilidade de um golpe.{{sfn|Izecksohn, Exército e o Império do Brasil (2022)|p=507-508}} A tropa de 2.ª linha foi substituída pela [[Guarda Nacional (Brasil)|Guarda Nacional]], que era considerada civil e estava fora da alçada da Secretaria da Guerra.{{sfn|Pedrosa, Organização das Forças do Exército Brasileiro no Império (2022)|p=399}} O Exército não tinha o [[monopólio da violência]] legítima, que era dividida com a Guarda Nacional e os juízes de paz, párocos e delegados de polícia, que tinham autoridade sobre o recrutamento.{{sfn|Izecksohn, Exército e o Império do Brasil (2022)|p=512}} Os efetivos foram drasticamente reduzidos: em 1837, a força inteira tinha apenas 6 320 homens.{{sfn|Pedrosa, Organização das Forças do Exército Brasileiro no Império (2022)|p=399-400}}


Diante das numerosas rebeliões do período, a elite política viu que a fragmentação territorial era o perigo maior e não poderia ser controlado somente com a Guarda Nacional. Começou assim a reconstrução do Exército,{{sfn|Izecksohn, Exército e o Império do Brasil (2022)|p=508-509}} que conteve a [[Cabanagem]], [[Balaiada]], [[Sabinada]] e [[Revolução Farroupilha]]. É por esse motivo que o [[Luís Alves de Lima e Silva|Duque de Caxias]], patrono do Exército, ser conhecido como o “Pacificador”.{{sfn|Kuhlmann, Estrutura militar e ordenamento político (2007)|p=102}} A história oficial do Exército enfatiza seu papel na garantia da integridade nacional.{{sfn|Mancuso, História e política na narrativa oficial das forças armadas (2008)|p=87}}
[[Imagem:Count_of_Eu_and_Deodoro_da_Fonseca.jpg|thumb|Alto comando do Exército Imperial Brasileiro em 1885]]


=== Segundo Reinado ===
Durante a [[Guerra do Paraguai]], o Exército Imperial brasileiro mobilizou cerca de {{fmtn|200000}} homens para a guerra, divididos nas seguintes categorias: {{fmtn|18000}} militares que estavam no Uruguai em 1864; {{fmtn|2047}} na província de Mato Grosso; {{fmtn|56000}} [[Voluntários da Pátria]]; {{fmtn|62000}} Guardas Nacionais; {{fmtn|11900}} ex-escravos; e mais 22 mil guardas nacionais que permaneceram no Brasil para defender seu país.<ref>{{harvnb|Salles|2003|p=38}}</ref>
[[Ficheiro:O Passo da Pátria (cropped).jpg|miniaturadaimagem|Desembarque brasileiro na [[Batalha do Passo da Pátria]] em 1866|esquerda]]
Por volta de 1850 o consenso político já era favorável ao Exército.{{sfn|Izecksohn, Exército e o Império do Brasil (2022)|p=509}} O efetivo cresceu para 15–16 mil homens. Pela organização de 1851, o Exército tinha oito batalhões de [[fuzileiro]]s, seis batalhões de caçadores, quatro regimentos de cavalaria ligeira, um regimento de [[artilharia a cavalo]] e quatro batalhões de artilharia a pé. Estes seriam os “corpos móveis”, destinados a operações menores. Uma série de pequenos corpos e companhias eram designados “corpos de guarnição”, responsáveis pela segurança interna das províncias.{{sfn|Pedrosa, Organização das Forças do Exército Brasileiro no Império (2022)|p=400-401}} A carreira dos oficiais foi [[Profissionalização militar|profissionalizada]] de 1850 em diante, com a adoção de critérios formais de avanço na hierarquia e a obrigatoriedade da formação escolar nos cursos militares.{{sfn|Seidl, A formação de um Exército à brasileira (2010)|p=71-73}} Gradualmente desapareceram os filhos da [[Nobreza do Império do Brasil|nobreza civil]], que preferiam servir na Guarda Nacional. Exceto no [[Província do Rio Grande do Sul|Rio Grande do Sul]], o oficialato foi sendo recrutado em grupos sociais de renda menor, especialmente filhos de militares.{{sfn|Carvalho, Forças Armadas e Política (2006)|p=17}}


Com os conflitos internos debelados, o Império usou o Exército em intervenções externas na região do [[Bacia do Prata|Prata]]. Em 1851–1852, quatro divisões do Exército, Guarda Nacional e aliados regionais argentinos partiram em campanha na [[Guerra contra Oribe e Rosas]]. A intervenção foi vitoriosa, mas o risco de guerra permaneceu na região, e o governo não deu a atenção adequada à defesa. Ao iniciar-se a [[Guerra do Paraguai]] em 1864, o [[Exército Paraguaio]] tinha 60 mil homens, contra 16 mil no Brasil, cujo esforço de guerra foi marcado pelo improviso.{{sfn|Izecksohn, Exército e o Império do Brasil (2022)|p=510-512}} Tecnologias da [[Segunda Revolução Industrial]], como o [[rifle]], o [[telégrafo]] e o [[balão de observação]], coexistiram com táticas [[Guerras Napoleônicas|napoleônicas]], como o [[quadrado de infantaria]], o “culto da [[baioneta]]”, a cavalaria como arma de choque e a artilharia disparada à curta distância, com metralha.{{sfn|Gonçalves, Tática do exército brasileiro na guerra do Paraguai (2009)|p=21, 77-78}} O desconhecimento cartográfico, o bom uso do terreno pelos paraguaios, a dificuldade logística e as epidemias atrasaram uma vitória decisiva no período antes de [[Dezembrada|dezembro de 1868]].{{sfn|Gonçalves, Tática do exército brasileiro na guerra do Paraguai (2009)|p=77}}
Em novembro de 1889, após um longo atrito com o [[Lista de monarcas do Brasil|regime monárquico]] aprofundado pela [[Lei Áurea|abolição da escravidão]], o exército impõe a [[República Velha|república]] através de um [[Proclamação da República do Brasil|golpe de Estado]]. A implementação da [[República da Espada|primeira ditadura civil-militar brasileira]] (que terminou apenas em 1894) seguiu-se de uma [[Encilhamento|grave crise econômica]], que se aprofundou em uma crise institucional com o [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso]] e a Marinha, que degenerou em uma [[Revolução Federalista|guerra civil restrita à região Sul]].<ref>{{harvnb|Smallman|2002|loc=Capítulo 1: "Officers versus Politicians, 1889-1930"}}</ref>


[[Ficheiro:Americo-avaí.jpg|miniaturadaimagem|[[Batalha do Avaí]] em 1868]]
=== Século XX ===
A campanha foi longa e desgastante,{{sfn|Izecksohn, Exército e o Império do Brasil (2022)|p=517}} de escala muito maior do que a Guerra da Independência. As forças de terra foram expandidas a 135 mil soldados, incluindo 59 mil da Guarda Nacional e 55 mil [[Voluntários da Pátria]]. Ao menos no início, houve grande entusiasmo popular pelo serviço.{{sfn|Carvalho, Forças Armadas e Política (2006)|p=179}} Chegou-se a operar três [[Corpo de exército|corpos de exército]].{{sfn|Pedrosa, Organização das Forças do Exército Brasileiro no Império (2022)|p=405}} A história oficial do Exército reconhece no Paraguai seu segundo “marco de representação”, depois de Guararapes.{{sfn|Mancuso, História e política na narrativa oficial das forças armadas (2008)|p=75}} A instituição tomou consciência de sua importância para o país, mas não foi beneficiada após a vitória em 1870: o orçamento foi drasticamente reduzido. Cresceu o inconformismo dos oficiais com as lideranças políticas. A participação dos escravos na luta, por exemplo, pôs em discussão o [[Abolicionismo no Brasil|abolicionismo]].{{sfn|Izecksohn, Exército e o Império do Brasil (2022)|p=516-518}}{{sfn|Nascimento, O Exército Brasileiro na Guerra de Canudos (2022)|p=94-95, 104-105}}{{sfn|Mancuso, História e política na narrativa oficial das forças armadas (2008)|p=102-103}}
{{AP|vt=s|Exército Brasileiro na Primeira República|Jovens Turcos (Brasil)|Brasil na Primeira Guerra Mundial|Brasil na Segunda Guerra Mundial|Ditadura militar no Brasil (1964–1985)}}
[[Imagem:Soldados Brasileiros Primeira Guerra Mundial.jpg|thumb|esquerda|Oficiais do Exército Brasileiro, [[Primeira Guerra Mundial]]]]
[[Imagem:Massarosaw.jpg|thumb|esquerda|Soldados do Exército Brasileiro recebidos como libertadores. Norte da Itália, final de setembro de 1944, durante a [[Brasil na Segunda Guerra Mundial|Segunda Guerra Mundial]]]]


[[Ficheiro:Oficiais brasileiros canhao 1886.png|miniaturadaimagem|Oficiais brasileiros em 1886|esquerda]]Uma nova lei de serviço militar tentou reformar o recrutamento em 1874, mas não foi aplicada devido à rebelião popular dos [[rasga-listas]].{{sfn|Carvalho, Forças Armadas e Política (2006)|p=19-20}}{{sfn|Izecksohn, Exército e o Império do Brasil (2022)|p=519}} No mesmo ano o ensino dos oficiais foi plenamente separado da [[Engenharia Civil]] e concentrado na [[Escola Militar da Praia Vermelha]].{{sfn|Castro, Um antropólogo na caserna (2004)|p=150}} Ao final do Império, o oficialato dividia-se entre os [[científicos e tarimbeiros]]: estes, veteranos do Paraguai, normalmente sem curso, e aqueles, formados na Praia Vermelha. O currículo, alheio às disciplinas militares, não formava bons comandantes de tropa e sim intelectuais, engenheiros, burocratas e políticos, competidores dos bacharéis civis.{{sfn|Carvalho, Forças Armadas e Política (2006)|p=24-26}}{{sfn|Nascimento, O Exército Brasileiro na Guerra de Canudos (2022)|p=94-95, 104-105}} A organização de 1888 definiu 27 unidades de infantaria, dez de cavalaria, quatro de artilharia de campanha, quatro de artilharia de posição e duas de engenharia. Desapareceu a distinção dos corpos móveis e de guarnição. Os efetivos eram muito pequenos, mas teoricamente seriam expandidos ao “pé de guerra” quando necessário, embora não houvesse nenhum sistema de mobilização.{{sfn|Pedrosa, Organização das Forças do Exército Brasileiro no Império (2022)|p=405-406}}
Entre 1893 e 1927, no [[República Velha|primeiro período republicano]], o Exército teve que lidar com vários movimentos: alguns eram derivados da Marinha e do Corpo de Exército que estavam insatisfeitos com o regime e clamando por mudanças democráticas, enquanto outros tinham origens populares sem intenções políticas convencionais e guiados por líderes messiânicos, como em [[Canudos]] e na [[Guerra do Contestado]].<ref>Ibidem, Smallman 2002.</ref>


Sem perigo externo aparente, as autoridades usavam o Exército na ordem pública, captura de escravos fugitivos e controle de eleições, o que indignava a nova geração de oficiais. Alastravam-se os ideiais [[positivista]]s. Nos anos 1880 uma série de incidentes com as autoridades civis, a [[Questão Militar]], desgastou a relação com a monarquia. O Exército já havia se tornado força política, capaz de fazer um ministro renunciar. Por fim, jovens oficiais, lideranças antigas e civis [[Proclamação da República do Brasil|proclamaram a República]] num golpe militar que destituiu o imperador [[Pedro II do Brasil|Pedro II]].{{sfn|Izecksohn, Exército e o Império do Brasil (2022)|p=519-524}}
Durante a [[Primeira Guerra Mundial]], o governo brasileiro enviou três pequenos grupos militares à [[Europa]] logo após declarar a guerra às [[Potências Centrais]] em outubro de 1917. As duas primeiras unidades eram do Exército; uma consistia de pessoal médico e outro de um corpo de sargento-oficiais, sendo que ambas foram anexadas ao [[Exército de Terra Francês|Exército Francês]] na [[Frente Ocidental (Primeira Guerra Mundial)|Frente Ocidental]] em 1918.<ref>{{harvnb|Donato|1996|p=153}}</ref><ref>{{harvnb|McCann|2004|loc=p. 181, 2º §}}</ref>


=== Primeira República ===
De outubro de 1930 a 1945, o exército e as elites ligadas a ele pela segunda vez assumiram o controle do país, tendo o líder político de oposição, [[Getúlio Vargas]], à frente do movimento. Neste período, o Exército derrotou a [[Revolução Constitucionalista de 1932]] e duas tentativas de golpe de Estado: os [[Partido Comunista Brasileiro|comunistas]] em novembro de 1935 e os [[Ação Integralista Brasileira|fascistas]] em maio de 1938. O Exército também ajudou a formalizar a [[Estado Novo (Brasil)|ditadura em 1937]].<ref>Smallman, 2002. Capítulos 2 & 3.</ref><ref>{{harvnb|McCann|2004|loc=Capítulos 7 ao 11}}</ref><ref>{{harvnb|Skidmore|1967|loc=Capítulos I & II}}</ref>
[[Ficheiro:BRÉSIL. — La guerre civile a Rio-de-Janeiro. — Un combat aux fortifications de la Mortena, a la Gamboa. — (Dessin de M. L. Tinayre, d'après les documents communiqués par M. R..., notre correspondant.).jpg|miniaturadaimagem|O Exército na zona portuária do Rio de Janeiro durante a Revolta da Armada|180px]]
{{AP|Exército Brasileiro na Primeira República}}
Até 1894, período marcado pela [[Revolução Federalista]] e as [[Revolta da Armada|Revoltas da Armada]], o novo regime começou sob a tutela do Exército (a [[República da Espada]]). Os militares não estavam unidos e perderam o poder às oligarquias civis,<ref>{{harvnb|Schwarcz & Starling, Brasil: uma biografia (2015)}}, cap. 14.</ref> que estavam alienadas do oficialato{{sfn|Carvalho, Forças Armadas e Política (2006)|p=34}} e transformaram as [[Polícias militares do Brasil|Forças Públicas]] dos estados mais poderosos em “[[Pequenos exércitos estaduais|pequenos exércitos]]”, um enorme obstáculo à expansão do poder das Forças Armadas.{{sfn|Carvalho, Forças Armadas e Política (2006)|p=57}} O período foi de luta para afirmar sua relevância.{{sfn|Carvalho, Forças Armadas e Política (2006)|p=59}} Nesse contexto, o Exército federal garantia o poder central contra tendências regionalistas.{{sfn|McCann, Soldados da Pátria (2009)|p=10-11}}


Nos anos 1890, a operacionalidade do Exército havia caído a um nível às vezes inferior aos revoltosos que ele enfrentava.{{sfn|Nascimento, O Exército Brasileiro na Guerra de Canudos (2022)|p=97}} Isto e mais os receios de política externa acenderam um movimento de reformas militares.{{sfn|Rodrigues, Acesso à Escola de Formação de Oficiais (2008)|p=56}}{{sfn|McCann, Soldados da Pátria (2009)|p=102}}{{sfn|Nunes, Debate teórico e inferências a partir do caso da Doutrina Delta (2023)|p=61}} A [[Primeira Guerra Mundial]] (1914–1918) favoreceu o reformismo,{{sfn|Rodrigues, Acesso à Escola de Formação de Oficiais (2008)|p=64}}{{sfn|Nunes, Debate teórico e inferências a partir do caso da Doutrina Delta (2023)|p=62}} embora a participação brasileira direta nas operações terrestres limitou-se a uma missão de 26 oficiais junto ao [[Exército Francês]].{{sfn|Araújo, Missão Militar Brasileira à França (2022)|p=11}} Buscando um exército bem-sucedido como referência, grupos de oficiais (os [[Jovens Turcos (Brasil)|Jovens Turcos]]) foram enviados para estagiar no [[Exército Imperial Alemão]] em 1906–1912,{{sfn|Nunes, Debate teórico e inferências a partir do caso da Doutrina Delta (2023)|p=60, 96-97}}{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=196}} e uma [[Missão Militar Francesa]] foi contratada para assessorar a reorganização do Exército Brasileiro de 1920 a 1940.{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=196}}{{sfn|Nunes, Debate teórico e inferências a partir do caso da Doutrina Delta (2023)|p=96-97}} O planejamento estratégico tinha como inimigo hipotético o [[Exército Argentino]],{{sfn|Nunes, Debate teórico e inferências a partir do caso da Doutrina Delta (2023)|p=63}} à época mais moderno e sustentado por uma malha ferroviária mais densa que a brasileira.{{sfn|Bellintani, O Exército Brasileiro e a Missão Militar Francesa (2009)|p=213, 239-242, 269}} O armamento também tinha que ser importado, pois a indústria bélica era muito limitada.{{sfn|McCann, Soldados da Pátria (2009)|p=238-241}}
Em agosto de 1942, depois de submarinos alemães e italianos afundarem navios mercantes brasileiros, a mobilização popular forçou o governo brasileiro a declarar guerra à [[Itália fascista]] e à [[Alemanha nazista]]. Caso o Brasil insistisse em manter sua neutralidade, os [[Estados Unidos]] tinham planos para invadir e ocupar a região nordeste.<ref name="Fatos Desconhecidos">{{citar web|url=https://www.fatosdesconhecidos.com.br/os-eua-tinha-um-plano-para-invadir-o-brasil-na-segunda-guerra-mundial/|título=Os EUA tinha um plano para invadir o Brasil na segunda Guerra Mundial?|autor=Mateus Graff|data=24 de novembro de 2017|publicado=Fatos Desconhecidos|acessodata=22 de maio de 2022|arquivourl=|arquivodata=|urlmorta=}}</ref> Tal plano recebeu o [[codinome]] ''[[Plan Rubber]]''.<ref name="Fatos Desconhecidos"/> Em julho de 1944, após quase dois anos de pressão pública e negociações com o [[governo dos Estados Unidos]], uma [[Força Expedicionária Brasileira]] foi enviada para se juntar às forças dos [[Aliados da Segunda Guerra Mundial|Aliados]] na [[Campanha da Itália]]. A parte relativa ao Exército era composta por uma Divisão de Infantaria completa (cerca de {{fmtn|25000}} homens, substituições incluídas), comandada pelo [[major-general]] (depois [[marechal]]) [[João Batista Mascarenhas de Morais]], que na Itália era anexada ao ''IV Corps'' no 5.º [[Exército dos EUA]], no 15.º Grupo Aliado do Exército.<ref>{{harvnb|Lochery|2014|loc=Partes 3 a 5}}</ref>


[[Ficheiro:UEB Infantaria leve 1920.png|miniaturadaimagem|Uniformes da infantaria leve em 1920|esquerda]]
Com a derrota dos [[Totalitarismo|regimes totalitários]] de [[Direita (política)|direita]] na [[Segunda Guerra Mundial]], Vargas foi removido pelo chefe do exército, general [[Eurico Gaspar Dutra]], que venceu a disputa eleitoral contra o marechal [[Eduardo Gomes]], durante as [[Eleição presidencial no Brasil em 1945|eleições presidenciais de 1945]]. Após o [[Getúlio Vargas#Morte|suicídio de Vargas]] (que sucedeu Dutra em 1950), devido a uma crise institucional, os setores do exército liderados pelo marechal [[Henrique Teixeira Lott]] asseguraram a inauguração do mandato de [[Juscelino Kubitschek]], [[Eleição presidencial no Brasil em 1955|eleito em 1955]].<ref>{{harvnb|Skidmore|1967|loc=Capítulos II ao V}}</ref>
Por volta de 1919, a formação dos oficiais na [[Escola Militar do Realengo]] já estava muito diferente da Praia Vermelha: currículo dominado por assuntos profissionais, exercícios em campo e disciplina rígida, formando oficiais com um forte senso de distinção em relação aos civis.{{sfn|Svartman, Generais de 1964 (2006)|p=82-86}}{{sfn|Castro, Um antropólogo na caserna (2004)|p=160}} A introdução do [[serviço militar obrigatório]] através da [[Lei do Sorteio]], em 1916, permitiu a abolição da Guarda Nacional, dois anos depois,{{sfn|Carvalho, Forças Armadas e Política (2006)|p=24}} mudou o relacionamento do Exército com a sociedade,{{sfn|McCann, Soldados da Pátria (2009)|p=10}} tornou o recrutamento mais criterioso{{sfn|Ferreira, A introdução do sorteio militar (2014)|p=283}} e permitiu uma expansão gradual e contínua do efetivo. A longo prazo, isto fortaleceu o poder central em detrimento das oligarquias regionais.{{sfn|Ferreira, A introdução do sorteio militar (2014)|p=313}} Implantou-se a [[Aviação do Exército Brasileiro (1919–1941)|Aviação Militar]], que permaneceu no Exército até 1941, quando foi absorvida pela nova [[Força Aérea Brasileira]].{{sfn|Daróz, Aviação militar brasileira (1919-1941) (2022)|p=147-148}}
[[Imagem:General German Brazil.png|thumb|O Coronel von Kleiber em conversações com o Major Franco Ferreira sobre a rendição da 148ª Divisão de Infantaria à [[Força Expedicionária Brasileira]] em abril de 1945, durante a [[Segunda Guerra Mundial]]]]
[[Ficheiro:War tanks in Brasilia, 1964.jpg|thumb|Tanque [[M41]] e dois jipes do Exército Brasileiro na [[Esplanada dos Ministérios]], próximo ao [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso Nacional]] (fundo) em [[Brasília]], após o [[golpe militar de 1964]]]]


A organização dessas forças em tempo de paz era rudimentar até 1908, quando se começou a construir uma [[Ordem de batalha do Exército Brasileiro na Primeira República|ordem de batalha moderna]] com [[regimento]]s, [[brigada]]s e [[Divisão (militar)|divisões]]. Em 1921 havia cinco divisões de infantaria, três de cavalaria, uma brigada mista e unidades independentes. A organização real diferia muito da formal, com muitos regimentos incompletos. Ao longo do século, cada nova organização tinha um tanto de ficção.{{sfn|Pedrosa, Modernização e reestruturação do Exército (2018)|p=135-137}}{{sfn|Pedrosa, Organização das Forças do Exército Brasileiro na República (2022)|p=370, 374, 386}} O efetivo era estimado em 37 mil homens em 1919.{{sfn|McCann, Soldados da Pátria (2009)|p=262-263}}
Com a renúncia de Jânio Quadros, que sucedeu a Kubitschek, abre-se uma nova crise institucional, exacerbada pelo contexto da [[Guerra Fria]], e no final de março - início de abril de 1964, o Exército Brasileiro (então liderado pelo general [[Humberto de Alencar Castelo Branco]]) aplica o seu [[Golpe de Estado no Brasil em 1964|terceiro golpe de Estado]], inaugurando outro [[Ditadura militar no Brasil (1964–1985)|período ditatorial]], que durou 21 anos.<ref>{{harvnb|Skidmore|1967|loc=Capítulos VI ao VIII}}</ref>


[[Ficheiro:Bateria Krupp de 75 mm.jpg|miniaturadaimagem|Guarnição de uma peça de artilharia de 75 mm da [[Krupp AG|Krupp]], 1924]]
Este golpe foi o primeiro de uma série de [[Golpe de Estado|golpes de Estado]] na [[América do Sul]] que substituíram governos democraticamente eleitos por [[Ditadura militar|ditaduras militares]], que dominaram o continente até a década de 1980. Nesse período, o Exército Brasileiro reprimiu duramente grupos militantes dissidentes: mudou a lei, restringiu [[direitos políticos]], perseguiu, torturou e aprisionou dissidentes; e militarmente, com o apoio das forças policiais e milícias, avançou com métodos contraguerrilhas e ''contra-insurgentes'' para derrotar os [[Luta armada de esquerda no Brasil|movimentos guerrilheiros que tentavam combater o regime pela força]]. Os guerrilheiros urbanos estavam ativos no Brasil entre 1968 e 1971, enquanto em zonas rurais os dois principais movimentos subjugados pelo Exército eram, respectivamente, um na região onde hoje se encontram o [[Parque Nacional do Caparaó]] (1967) e o [[Guerrilha do Araguaia|outro na região do rio Araguaia]] (1972-74).<ref>{{harvnb|Skidmore|1988|loc=Capítulos II ao V}}</ref><ref>Gaspari, 2002. "The Armed Illusions" Vol. II.</ref> Também durante o período ditatorial, o Exército brasileiro teve papel fundamental no genocídio do povo indígena [[Waimiri-Atroari]].<ref>{{citar web|ultimo=Ministério Público Federal|url=http://www.mpf.mp.br/am/sala-de-imprensa/docs/acp-waimiri-atroari-violacoes|titulo=Violações contra os Waimiri-Atroari}}</ref><ref>{{citar web|ultimo=Comitê Estadual de Direito à Verdade, à Memória e à Justiça do Amazonas|url=http://www.dhnet.org.br/verdade/resistencia/a_pdf/r_cv_am_waimiri_atroari.pdf|titulo=1º Relatório do Comitê Estadual da Verdade: o genocídio do Povo Waimiri-Atroari|data=2012}}</ref>
O histórico operacional do período tem dois grandes conflitos oriundos de questões sociais no interior do país: a [[Guerra de Canudos]] (1897) e a [[Guerra do Contestado]] (1912–1916).{{sfn|Kuhlmann, Estrutura militar e ordenamento político (2007)|p=102}} Em Canudos a força enfrentou sertanejos sem preparo militar,{{sfn|Rodrigues, Acesso à Escola de Formação de Oficiais (2008)|p=56}} mas o terreno era adverso e bem aproveitado pelo oponente.{{sfn|Nascimento, O Exército Brasileiro na Guerra de Canudos (2022)|p=93-94}} A guerra terminou com o arraial de Belo Monte, no interior da [[Bahia]], queimado e coberto pelos corpos de milhares de habitantes. O Exército sofreu baixas imensas.{{sfn|McCann, Soldados da Pátria (2009)|p=98-100}} Nos anos 1920 o Exército teve dificuldade em reprimir um inimigo móvel, a [[Coluna Prestes]], pois sua doutrina de influência francesa era para um conflito ao estilo da [[Frente Ocidental (Primeira Guerra Mundial)|Frente Ocidental]] da Primeira Guerra.{{sfn|McCann, Soldados da Pátria (2009)|p=272-273, 281, 321}} Por outro lado, os rebeldes não conseguiram ameaçar o Rio de Janeiro.{{sfn|Alves, As revoltas militares de 1924 (2014)|p=21}} Em 1924 houve uma experiência de [[Combate urbano na Revolta Paulista de 1924|combate urbano]] e o [[Bombardeio de São Paulo em 1924|bombardeio a São Paulo]] pela artilharia do Exército.{{sfn|McCann, Soldados da Pátria (2009)|p=348-351}}


Revoltas militares e intervenções na política marcam esse período, como a própria Proclamação, o [[Manifesto dos Treze Generais]], o [[Hermes da Fonseca|hermismo]]/[[Política das Salvações]], a [[Revolta dos sargentos de 1915]], o [[tenentismo]] e a [[Revolução de 1930]], que encerra a Primeira República. A maioria envolvia baixos escalões e não representava a corporação como um todo, danificando a hierarquia. O “Movimento Pacificador”, golpe militar que fez triunfar a Revolução de 1930, diferenciou-se por ser planejado por altos escalões do Exército e Marinha. Isto foi possibilitado pelas mudanças organizacionais, como o desenvolvimento do órgão de cúpula, o [[Estado-Maior do Exército (Brasil)|Estado-Maior do Exército]].{{sfn|Carvalho, Forças Armadas e Política (2006)|p=13-15, 42-43, 48, 51, 55-56, 59}}
Internacionalmente, em 1965 o Exército Brasileiro uniu forças com os ''[[Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos|marines]]'' dos [[Estados Unidos]] e interveio na [[República Dominicana]], na [[Guerra Civil na República Dominicana em 1965|Operação Powerpack]]. Durante os anos 1970, reforçou o intercâmbio e os laços de cooperação com exércitos de outros países da América do Sul, dando e recebendo assessoria sobre métodos contraguerrilheiros e contra-insurgentes, como por exemplo na [[Operação Condor]], uma coordenação processual entre países do [[Cone Sul]] para encontrar, capturar e eliminar dissidentes políticos no continente. A partir do período de [[Geisel]], a terceira ditadura militar brasileira buscou maior independência em sua política externa, deixando de se alinhar automaticamente com os interesses dos Estados Unidos, especialmente em relação à [[África subsaariana]] e ao [[Oriente Médio]].<ref>Ibidem Teixeira, 2013.</ref><ref>Ibidem Guerra, 2012.</ref><ref>Ibidem Dávila, 2010.</ref><ref>{{harvnb|Skidmore|1988|loc=Capítulo VI}}</ref>


=== Era Vargas ===
Em meados da década de 1970, apesar da dissidência anulada (por eliminação, detenção ou [[exílio]]), com a guerrilha de esquerda derrotada e a oposição legal domada, a repressão não foi reduzida. Isto somou-se aos vícios e ao desgaste de anos de poder autoritário, mais os efeitos da então [[crise do petróleo]] e da [[crise da dívida externa latino-americana]], no final dos anos 1970 e início dos anos 1980, levaram a pressões sociais crescentes por democracia que lentamente forçaram o Exército a retornar a suas atividades profissionais.<ref>{{harvnb|Skidmore|1988|loc=Capítulo VII}}</ref>
[[Ficheiro:Revolução Constitucionalista de 1932 - 28º Batalhão vindo do Norte.jpg|miniaturadaimagem|Transporte do [[28.º Batalhão de Caçadores]], de [[Sergipe]], para combater a Revolução Constitucionalista|esquerda]]
O primeiro período de [[Getúlio Vargas]] no poder (1930–1945) foi de grande modernização e expansão para o Exército,{{sfn|Pedrosa, Organização das Forças do Exército Brasileiro na República (2022)|p=379}} que foi alçado ao centro do poder político. Os militares receberam investimentos e postos na administração.{{sfn|Rodrigues, Estado Novo, papel dos militares (2022)|p=458}} Mas o Exército estava profundamente dividido. Revoltas de sargentos e cabos ameaçavam a hierarquia, chegando a destituir o governo do [[Piauí]] em 1931, e os oficiais também se rebelavam.{{sfn|Carvalho, Forças Armadas e Política (2006)|p=63-64, 87, 104}} Grande parte da guarnição de São Paulo aderiu à [[Revolução Constitucionalista de 1932]], que foi derrotada pela lealdade do resto das Forças Armadas e governos estaduais a Vargas.<ref>{{harvnb|Schwarcz & Starling, Brasil: uma biografia (2015)}}, cap. 14.</ref> Unidades do Exército sublevaram-se na [[Intentona Comunista de 1935]], que foi rapidamente sufocada.{{sfn|McCann, Soldados da Pátria (2009)|p=476-489}} Em 1938 o Exército participou da repressão ao [[Levante Integralista]].<ref>{{Citar web|website=Exército Brasileiro|título=O Levante Integralista de 1938|url=https://www2.eb.mil.br/exercito-brasileiro?p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&_101_struts_action=/asset_publisher/view_content&_101_assetEntryId=1556563&_101_type=content&_101_urlTitle=o-levante-integralista-de-1938&_101|acessodata=2024-01-08}}</ref>


Para homogeneizar a instituição, o governo e as lideranças do Exército fizeram diversos [[expurgo]]s no oficialato.{{sfn|Carvalho, Forças Armadas e Política (2006)|p=32-35}}{{sfn|Rodrigues, Estado Novo, papel dos militares (2022)|p=459-461}} As revoltas de jovens oficiais tornavam-se cada vez menos prováveis, por motivos organizacionais e técnicos.{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=246}} Conforme o general [[Pedro Aurélio de Góis Monteiro|Góis Monteiro]], considerado o “primeiro grande ideólogo” da instituição, era preciso fazer a política ''do'' Exército, e não a política ''no'' Exército.{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=297}} Os militares alinharam-se com os ideais autoritários e desenvolvimentistas da ditadura do [[Estado Novo (Brasil)|Estado Novo]], instaurada por Vargas com um [[Golpe de Estado no Brasil em 1937|golpe em 1937]]. O Exército serviu de braço forte de um Estado [[Centralização|centralizado]],{{sfn|Rodrigues, Estado Novo, papel dos militares (2022)|p=463}} e as Forças Públicas foram postas sob controle do Ministério da Guerra, interrompendo o fenômeno dos “exércitos estaduais”.{{sfn|Carvalho, Forças Armadas e Política (2006)|p=88}} Engenheiros militares participaram do desenvolvimento das indústrias [[siderúrgica]] e [[Indústria petroquímica|petrolífera]] no país.{{sfn|Saes, Militares e desenvolvimento no Brasil (2011)|p=314}}{{sfn|Carvalho, Forças Armadas e Política (2006)|p=100}} O conceito de segurança, para o Exército, havia sido ampliado, envolvendo o planejamento, energia, transportes e industrialização.{{sfn|Svartman, Generais de 1964 (2006)|p=271}}
=== Século XXI ===
[[Imagem:Fighting_between_FARDC_and_M23_in_Kanyaruchinya_(9302192582).jpg|thumb|O Comandante da Força da [[MONUSCO]], general [[Carlos Alberto dos Santos Cruz]], durante uma missão de observação na Brigada de Intervenção da [[ONU]]]]
[[Imagem:US_Navy_100316-N-9116F-001_A_Brazilian_U.N._peacekeeper_walks_with_Haitian_children_during_a_patrol_in_Cite_Soleil.jpg|thumb|Soldado brasileiro da [[MINUSTAH]] durante uma patrulha em [[Cité Soleil]], [[Porto Príncipe]], [[Haiti]]]]


[[Ficheiro:Força Expedicionária Brasileira - Força Expedicionária Brasileira na Itália (14).jpg|miniaturadaimagem|Expedicionários brasileiros na [[batalha de Montese]] em 1945]]
Desde o final da década de 1950, o Exército participou em algumas [[missões de paz da ONU]], como por exemplo: em [[Força de Emergência das Nações Unidas|Suez]] (1956-67), [[Missão das Nações Unidas em Timor-Leste|Timor-Leste]] (1999-2004), [[Operação das Nações Unidas em Moçambique|Moçambique]] (1992-1994), [[Terceira Missão de Verificação das Nações Unidas em Angola|Angola]] (1995-1997) e [[Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti|Haiti]] desde 2004, sendo a mais recente intervenção externa nacional, bem como a operação de maior duração na história do Exército Brasileiro fora do país. No ano de 2001, [[Jean-Bertrand Aristide]] venceu as eleições presidenciais do Haiti, mas a oposição negava-se a aceitar o resultado, criando um impasse. Após anos de crise política, a situação resultou em violência e forças rebeldes ocuparam as principais cidades do país. Com a renúncia de Aristide, o [[Conselho de Segurança das Nações Unidas]] solicitou a criação de uma força internacional para assegurar a ordem e a paz no Haiti. Entretanto, o ex-presidente denunciou que tinha sido forçado a renunciar por um grupo de haitianos e civis estadunidenses, informação negada pelos Estados Unidos. Esta ação também teria tido o apoio do governo francês. Após negociações, e por ter o maior contingente, o Brasil assumiu o cargo de coordenação da recém-formada Missão das [[Nações Unidas]] para a estabilização no Haiti, ou simplesmente [[MINUSTAH]]. No [[Sismo do Haiti de 2010|grande terremoto de 2010]] que ocorreu no Haiti em 12 de janeiro, dezoito soldados brasileiros morreram.<ref>{{citar web |url=http://www.cartacapital.com.br/internacional/minustah-completa-10-anos-em-meio-a-incertezas-7340.html |titulo=Missão brasileira no Haiti completa 10 anos em meio a incertezas |publicado=[[CartaCapital]] |data=1 de junho de 2014 |acessodata=10 de janeiro de 2017}}</ref>
Conforme os estudos do EME sobre a guerra de 1932, o Exército evoluíra na sua doutrina e organização, mas ainda não estava preparado para enfrentar um agressor externo, a começar pela deficiência na indústria de munição.{{nre|{{harvnb|Nunes, Debate teórico e inferências a partir do caso da Doutrina Delta (2023)|p=65}}. “Assim, em alguns tópicos, os relatórios dos ministros de Guerra das décadas de 1930 e de 1940 pouco diferiam do retrato devastador da situação do Exército em 1918, traçado pelo então ministro Pandiá Calógeras: insucesso do sistema de alistamento e sorteio militar, pouca ou nenhuma indústria de base militar, depósitos vazios, munição escassa e deficiente, instrução medíocre da tropa, o oficialato ocupado mais da burocracia militar do que as missões e o aperfeiçoamento profissional”. {{Citar livro|ultimo=Ferraz|primeiro=Francisco César Alves|ano=2021|capitulo=O Serviço militar brasileiro na hora da verdade: a preparação para o combate em tempos de paz e a participação brasileira na Campanha da Itália|título=Fuerzas Armadas, fronteras y territorios en Sudamérica en el siglo XX: Perspectivas y experiencias desde Argentina y Brasil|url=https://www.libros.fahce.unlp.edu.ar/index.php/libros/catalog/view/178/222/1486-1|editora=UNLP|local=La Plata}}. p. 146-147.}} A [[Guerra do Chaco]] (1932–1935) entre [[Bolívia]] e [[Paraguai]] ajudou o Exército a continuar expandindo o efetivo, que passava dos 60 mil homens.{{sfn|McCann, Soldados da Pátria (2009)|p=441-442}} Implantou-se a [[artilharia antiaérea]] e a [[artilharia de costa]] móvel.{{sfn|Pedrosa, Organização das Forças do Exército Brasileiro na República (2022)|p=379}} Por fim, a entrada do [[Brasil na Segunda Guerra Mundial|Brasil na guerra]] em 1942 deu ao Exército sua “única experiência [...] numa guerra convencional nos moldes de uma [[guerra total]]”.{{sfn|Mancuso, História e política na narrativa oficial das forças armadas (2008)|p=236}} Combatendo ao lado dos [[Aliados da Segunda Guerra Mundial|Aliados]], o Brasil recebeu armamentos (via [[Lend-Lease]]) e enviou oficiais para estudar nos [[Estados Unidos]]. O efetivo do Exército cresceu de cerca de 80 mil homens a 200 mil em 1944, organizados em oito divisões de infantaria, três de cavalaria e uma brigada mista.{{sfn|Nunes, Debate teórico e inferências a partir do caso da Doutrina Delta (2023)|p=66-67}}


A participação do Exército consistiu no reforço ao [[saliente nordestino]]{{nre|O saliente nordestino seria a provável [[cabeça de ponte]] de uma hipotética invasão do [[Potências do Eixo|Eixo]] na América do Sul, e o Exército expandiu seu efetivo ali de 5 mil para 60 mil homens ({{Citar periódico|título=Participação das Forças Armadas e da Marinha Mercante do Brasil na Segunda Guerra Mundial (1942-1945)|jornal=Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro |ultimo=Bento|primeiro=Cláudio Moreira|url=https://ihgb.org.br/publicacoes/revista-ihgb/item/108053-revista-ihgb-volume-372.html|numero=172|ano=1991}}). Antes da entrada do Brasil na guerra, as [[Forças Armadas dos Estados Unidos]] pensaram numa invasão delas mesmas à região ([[Plan Rubber]]), e não esperavam resistência forte do Exército Brasileiro no maior objetivo, [[Natal (Rio Grande do Norte)|Natal]] ({{Citar periódico|ultimo=Gannon|primeiro=Michael|ultimo2=Oliveira|primeiro2=José Maria do Amaral|data=outubro–dezembro de 2000|título=Quosque tandem...? Quo jure? A invasão do Brasil|url=http://memoria.bn.br/docreader/008567/123121|jornal=Revista Marítima Brasileira|volume=120|numero=10–12}}.}} e no envio da [[Força Expedicionária Brasileira]] (FEB) para a [[Campanha da Itália]]. O governo brasileiro prometeu enviar três divisões de infantaria ao esforço de guerra, mas por dificuldades de mobilização, só foi possível mandar a 1.ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1.ª DIE),{{sfn|Nunes, Debate teórico e inferências a partir do caso da Doutrina Delta (2023)|p=66-67}} subordinada ao {{Ill|en|IV Corpo de Exército (Estados Unidos)|IV Corps (United States)|IV Corpo}} do [[Exército dos Estados Unidos]].{{sfn|Faria & Silva, A Força Expedicionária Brasileira (2022)|p=115}} A [[Batalha de Monte Castello]], que ela travou em 1944–1945, não foi a mais importante do IV Corpo, mas se destacou para a experiência da FEB, que superou sua inexperiência e venceu após diversas derrotas desmoralizantes na ofensiva.{{sfn|Faria & Silva, A Força Expedicionária Brasileira (2022)|p=119, 123-124}} As táticas passaram das francesas para as americanas, dos ataques frontais para o desbordamento das posições inimigas e o ataque em múltiplas direções.{{sfn|Nunes, Debate teórico e inferências a partir do caso da Doutrina Delta (2023)|p=67}} A FEB foi desmobilizada antes mesmo de voltar ao Brasil, pois era considerada um risco político.{{sfn|Faria & Silva, A Força Expedicionária Brasileira (2022)|p=123}} Isto não impediu a [[deposição de Vargas]] pelas Forças Armadas em 1945, quando a democracia foi restaurada. O Exército havia mudado muito, e além de sua modernização técnica, era politicamente autônomo e convicto de que poderia formar uma elite bem treinada.<ref>{{harvnb|Schwarcz & Starling, Brasil: uma biografia (2015)}}, cap. 15.</ref>
O Exército Brasileiro está tentando renovar seus equipamentos e fazer uma redistribuição de seus quartéis em todas as regiões brasileiras, priorizando a [[Amazônia]]. O Exército, presente na região amazônica desde o início do {{séc|XVII}}, vem ampliando seu dispositivo pela instalação de diversas unidades de fronteira. Tais unidades representam polos de crescimento, em torno dos quais, como ocorreu no passado, crescem núcleos habitacionais. Atualmente, a Força dispõe de cerca de {{fmtn|25000}} militares servindo na [[região amazônica]], e já há planos concretos previstos pela Estratégia Nacional de Defesa, para aumentar em curto prazo o efetivo para {{fmtn|30000}} soldados na região, foi aprovado pelo Ministério da Defesa, o plano com orçamento de 1 bilhão de reais para praticamente dobrar o número de unidades na fronteira até 2018, com a criação de vinte e oito novos pelotões especiais de fronteira, serão prioritariamente células de vigilância militar, deixando a preocupação de vivificação da fronteira em segundo plano, no mesmo plano, também está previsto a modernização por 140 milhões de reais dos pelotões já existentes.<ref>{{citar web|url=http://www.noticiasdaamazonia.com.br/6605-pelotoes-de-fronteira-vao-ser-celulas-de-vigilancia/|publicado=Notícias da Amazônia|acessodata=24 de janeiro de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120118180117/http://www.noticiasdaamazonia.com.br/6605-pelotoes-de-fronteira-vao-ser-celulas-de-vigilancia/|arquivodata=2012-01-18|título=Pelotões de fronteira vão ser ‘células de vigilância’|data=4 de janeiro de 2009|urlmorta=yes}}</ref>


=== Quarta República ===
Após a promulgação da [[Estratégia de Defesa Nacional]], em dezembro de 2008, o governo brasileiro indicou estar interessado na modernização das Forças Armadas. Em 2010, durante a [[Atos de violência organizada no Rio de Janeiro em 2010|crise de segurança no Rio de Janeiro]], o Exército Brasileiro enviou 800 paraquedistas para combater o [[narcotráfico]] no Rio de Janeiro. Após a invasão, cerca de {{fmtn|2000}} soldados do Exército foram enviados para ocupar o [[Complexo do Alemão]]. Em 2014, {{fmtn|2050}} soldados do exército invadiram um complexo de [[favelas na cidade do Rio de Janeiro]] com veículos blindados de transporte de pessoal e helicópteros, em uma tentativa de melhorar a segurança dois meses antes do início da [[Copa do Mundo FIFA de 2014|Copa do Mundo da FIFA de 2014]].<ref>{{citar web |url=http://www.cbc.ca/news/world/brazil-military-continues-raids-on-slums-before-world-cup-1.2599596 |titulo=Brazil military continues raids on slums before World Cup |publicado=CBCNews |data=5 de abril de 2014 |acessodata=10 de janeiro de 2017}}</ref> Devido ao torneio, o Exército Brasileiro ofereceu mais de 50 mil homens para a segurança no evento, a maior força militar empregada na segurança de uma Copa do Mundo da FIFA.<ref>{{citar web |url=http://www1.folha.uol.com.br/esporte/folhanacopa/2014/04/1440021-seguranca-tera-o-maior-efetivo-da-historia-das-copas.shtml |titulo=Segurança terá o maior efetivo da história das Copas |data=13 de abril de 2014 |acessodata=10 de janeiro de 2017}}</ref>
[[Ficheiro:Tanques cercam comício.tif|miniaturadaimagem|Carros de combate leves [[M41 Walker Bulldog]] no [[Comício da Central]] em 1964|esquerda]]
[[Imagem:Exército dá apoio a ocupação no Complexo do Alemão.jpg|thumb|esquerda|Paraquedistas durante a ocupação do [[Complexo do Alemão]], no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]]]]
O Exército adotou a doutrina, organização, manuais e métodos americanos no pós-Segunda Guerra, embora a absorção tenha sido parcial, pois sobravam materiais mais antigos de origem europeia e conceitos franceses. Novos equipamentos eram obtidos através do [[Acordo Militar Brasil-Estados Unidos]].{{sfn|Nunes, Debate teórico e inferências a partir do caso da Doutrina Delta (2023)|p=67-68}}{{sfn|Pedrosa, Modernização e reestruturação do Exército (2018)|p=104-105}} Desde a guerra, viaturas motorizadas começavam a substituir as carroças e mulas. Consolidava-se a operação dos blindados, até então muito limitada.{{sfn|Pedrosa, Organização das Forças do Exército Brasileiro na República (2022)|p=381-382}} A formação de sargentos foi centralizada e profissionalizada na [[Escola de Sargentos das Armas]]. Dos anos 1950 em diante, desaparecem as revoltas de sargentos. Os [[Movimentos de praças no Brasil na década de 1960|movimentos de praças]] no restante das Forças Armadas repercutiram menos no Exército.{{sfn|Zimmermann, Escolas de formação e aperfeiçoamento dos sargentos (2022)|p=441-443}}


Em 1960 a força compreendia sete divisões de infantaria, quatro de cavalaria, uma blindada, um [[Brigada de Infantaria Paraquedista|núcleo de divisão aeroterrestre]], uma brigada mista e um [[Grupamento de Unidades-Escola]]. Essas forças foram agrupadas em quatro Zonas Militares, em 1946, depois denominadas [[Exército (unidade)|Exércitos]], em 1956, equivalendo aos atuais Comandos Militares de Área. A nova estrutura era sofisticada, mas a doutrina não correspondia à realidade. As divisões de infantaria deveriam ter 15 000 homens cada, mas tinham em média 5 500.{{sfn|Pedrosa, Organização das Forças do Exército Brasileiro na República (2022)|p=383-386}} O oficialato temia a fragilidade militar brasileira.{{sfn|Pedrosa, Modernização e reestruturação do Exército (2018)|p=104}} Por outro lado, o poder relativo dos países vizinhos estava em declínio.{{sfn|Nunes, Debate teórico e inferências a partir do caso da Doutrina Delta (2023)|p=95}} A hipótese de guerra com a Argentina foi perdendo relevância{{sfn|Nunes, Debate teórico e inferências a partir do caso da Doutrina Delta (2023)|p=136}} e conviveu com preocupações da [[Guerra Fria]]: a [[guerra nuclear]], guerra revolucionária e [[Forças de manutenção da paz das Nações Unidas|operações de paz]],{{sfn|Nunes, Debate teórico e inferências a partir do caso da Doutrina Delta (2023)|p=95}} das quais a primeira com participação brasileira foi o [[batalhão Suez]] (1957–1967).{{sfn|Nunes, Debate teórico e inferências a partir do caso da Doutrina Delta (2023)|p=74-75}}
Em 2012, no entanto, alguns generais relataram uma situação de sucateamento, quando alegaram que o Exército tinha munição disponível para cerca de uma hora de guerra e que usa o mesmo fuzil, o [[FN FAL]], fabricado pela empresa brasileira [[IMBEL]], há mais de 45 anos. O índice de obsolescência dos meios de comunicações ultrapassa 92% - sendo que mais de 87% dos equipamentos nem pode mais ser usado, segundo documento do Exército. Nos últimos 10 anos, a percentagem do [[Produto Interno Bruto]] (PIB) do Brasil investido em defesa gira em torno de 1,5%, segundo números do [[Ministério da Defesa (Brasil)|Ministério da Defesa]] - em 2011, o valor foi de 61,787 bilhões de reais. O maior percentual foi registrado em 2009, quando 1,62% do PIB foram destinados para o setor. Em 2012, o Exército receberá cerca de 28,018 bilhões de reais, mas 90% serão destinados ao pagamento de pessoal. Desde 2004, varia entre 9% e 10% o montante disponível para custos operacionais e investimentos.<ref>{{citar web |url=http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/08/sucateado-exercito-nao-teria-como-responder-guerra-dizem-generais.html |titulo=Sucateado, Exército não teria como responder a guerra, dizem generais |publicado=[[G1]] |data=13 de agosto de 2012 |acessodata=10 de fevereiro de 2017 |autor=Tahiane Stochero}}</ref>


A participação política da instituição foi contínua. Em 1955 o ministro da Guerra [[Henrique Teixeira Lott]] executou um [[Movimento de 11 de Novembro|golpe preventivo]], contrapondo-se à Marinha e Força Aérea, para assegurar a posse do presidente [[Juscelino Kubitschek]]. Em 1961 os três ministros militares tentaram [[Campanha da Legalidade|vetar a posse]] de [[João Goulart]] na Presidência, mas uma cisão no Exército permitiu a vitória da causa da posse.{{sfn|Fico, Conceito de tutela militar (2022)|p=72-73}} Por fim, o [[Golpe de Estado no Brasil em 1964|golpe de Estado de 1964]] começou com os principais comandos do Exército em mãos legalistas, mas o oficialato aderiu em massa e o presidente foi destituído sem combate.{{sfn|Chirio, Revoltas e protestos de oficiais na ditadura militar brasileira (2012)|p=17}} Os militares alinhados ao governo deposto foram expurgados, incluindo 22,5% dos generais em serviço em 1964.{{sfn|Zimmermann, Sargentos de 1964 (2013)|p=102}} A base ideológica dos opositores de Goulart era o anticomunismo,{{sfn|Chirio, Revoltas e protestos de oficiais na ditadura militar brasileira (2012)|p=18}} desenvolvido desde 1935,{{sfn|McCann, Soldados da Pátria (2009)|p=476}} e a doutrina da guerra revolucionária.{{sfn|Chirio, Revoltas e protestos de oficiais na ditadura militar brasileira (2012)|p=19-27}}
Em fevereiro de 2016, o governo federal brasileiro mobilizou 60% das Forças Armadas, ou cerca de 220 mil soldados (estes mais de 140 mil soldados do Exército Brasileiro), para ir "de casa em casa" na batalha contra o [[Surto de vírus Zika (2015–presente)|surto do vírus zika]].<ref>{{Citar web|url=http://brasil.elpais.com/brasil/2016/02/13/politica/1455383958_196275.html?id_externo_rsoc=FB_CM |título=Brasil destina 60% das suas Forças Armadas na luta contra um mosquito |publicado=[[El País]] |data=13 de fevereiro de 2016}}</ref>


=== Ditadura militar ===
Em julho de 2016, o Exército forneceu mais de 21 mil soldados, 28 helicópteros do exército e 70 veículos blindados para garantir a segurança da cidade do Rio de Janeiro durante os [[Jogos Olímpicos de Verão de 2016]]. Outros {{fmtn|20000}} soldados estiveram de plantão nas cinco cidades que co-organizam o torneio olímpico Rio 2016: [[Belo Horizonte]], [[Brasília]], [[Manaus]], [[Salvador (Bahia)|Salvador]] e [[São Paulo (cidade)|São Paulo]]. {{fmtn|14800}} soldados do Exército na cidade do Rio de Janeiro para atuar durante os Jogos Olímpicos.<ref>{{citar web |url=https://noticias.terra.com.br/brasil/terroristas-divulgam-manual-para-ataques-nos-jogos-do-rio,d1b74e02f0b59b2b098ab6bd5f2783ddcxutstz6.html |titulo=Terroristas divulgam 'manual' para ataques nos Jogos do Rio |publicado=[[Portal Terra]] |data=29 de julho de 2016 |acessodata=10 de janeiro de 2017}}</ref> No entanto, moradores de favelas ocupadas fizeram críticas contra a atuação dos militares, pela falta de protocolo no relacionamento com os moradores e o despreparo do Exército para a atuação na segurança pública.<ref>{{citar web |url=http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2015-05-31/moradores-de-favelas-repudiam-visao-de-militar-sobre-estado-de-sitio-na-mare.html |titulo=Moradores de favelas repudiam visão de militar sobre 'estado de sítio' na Maré |publicado=[[O Dia]] |acessodata=10 de fevereiro de 2017 |data=31 de maio de 2015}}</ref>
[[Ficheiro:Manifestação estudantil contra a Ditadura Militar 571.tif|miniaturadaimagem|Soldados em frente ao [[Palácio Duque de Caxias]], antigo QG do Exército, durante manifestações contra a ditadura em 1968]]
{{AP|Reorganização do Exército Brasileiro na ditadura militar}}
Na [[Ditadura militar brasileira|ditadura militar]] subsequente (1964–1985) o centro do poder político foi ocupado por generais, embora as instituições tenham permanecido formalmente as de uma democracia liberal. Generais disputaram entre si e foram contestados por oficiais subalternos.{{sfn|Chirio, Revoltas e protestos de oficiais na ditadura militar brasileira (2012)|p=232-233}} As atividades de repressão política foram centralizadas no Exército,{{sfn|Frederici, Instituição militar e política (2003)|p=50-53}} cujos [[DOI-CODI|Centros de Operações de Defesa Interna]] (CODI) coordenavam as Forças Armadas e as polícias.{{sfn|Pedrosa, Modernização e reestruturação do Exército (2018)|p=96}} Militares foram responsáveis por detenções ilegais, [[Tortura no Brasil|tortura]], execuções, desaparecimentos forçados e ocultação de cadáveres,{{sfn|Relatório da Comissão Nacional da Verdade (2014)|p=964-965}} e o Exército teve papel fundamental no genocídio do povo indígena [[Waimiri-Atroari]].<ref>{{citar web|ultimo=Ministério Público Federal|url=http://www.mpf.mp.br/am/sala-de-imprensa/docs/acp-waimiri-atroari-violacoes|titulo=Violações contra os Waimiri-Atroari}}</ref><ref>{{citar web|ultimo=Comitê Estadual de Direito à Verdade, à Memória e à Justiça do Amazonas|url=http://www.dhnet.org.br/verdade/resistencia/a_pdf/r_cv_am_waimiri_atroari.pdf|titulo=1º Relatório do Comitê Estadual da Verdade: o genocídio do Povo Waimiri-Atroari|data=2012}}</ref>


A [[Luta armada contra a ditadura militar brasileira|luta armada contra a ditadura]] foi enfrentada principalmente por órgãos de inteligência de alto escalão, como os CODI e o [[Centro de Informações do Exército]] (CIEx). O emprego em larga escala da tropa convencional para a [[contrainsurgência]] ocorreu poucas vezes e foi ineficaz.{{sfn|Pedrosa, Modernização e reestruturação do Exército (2018)|p=96}} A [[Guerrilha do Araguaia]] (1972–1975), mais extensa insurgência rural do período, só pôde ser derrotada pelo princípio da “guerrilha se combate com guerrilha”: um extenso trabalho de inteligência, a infiltração de patrulhas descaracterizadas e a participação da [[Comando de Operações Especiais#História|Companhia de Forças Especiais]].{{sfn|Viana, História institucional e cultura organizacional da tropa aeroterrestre (2020)|p=277-278}}<ref>{{Citar web|ultimo=Pinheiro|primeiro=Álvaro de Souza|data=novembro de 2005|título=Guerrilha na Amazônia: uma experiência no passado, o presente e o futuro (parte 3)|url=https://www.defesanet.com.br/geopolitica/toa-guerrilha-na-amazonia-a-experiencia-dos-anos-70-parte-2/|website=DefesaNet|acessodata=2024-01-05}}</ref>[[Ficheiro:Manifestação estudantil contra a Ditadura Militar 695.tif|miniaturadaimagem|[[Meia-lagarta]] da Divisão Blindada em 1968|esquerda]]O “[[Milagre econômico brasileiro|milagre econômico]]” permitiu o reequipamento do Exército no período de 1969–1974, com o foco na guerra convencional.{{sfn|Campos, A Guerra das Falklands/Malvinas e suas repercussões no Exército Brasileiro (2011)|p=82}} A contrainsurgência não fez os militares abrirem mão da defesa externa, em parte como forma de demonstrar o prestígio do Estado.{{sfn|Pedrosa, Modernização e reestruturação do Exército (2018)|p=160-161}} As hipóteses de guerra eram duas, uma “guerra revolucionária na América do Sul” e uma guerra entre os blocos [[Bloco ocidental|ocidental]] e [[Bloco comunista|comunista]], com o Brasil contribuindo um [[corpo de exército]] expedicionário ao bloco ocidental.{{sfn|Nunes, Debate teórico e inferências a partir do caso da Doutrina Delta (2023)|p=79-80}} O parque de material nacionalizou-se rapidamente, graças ao desenvolvimento de empresas da [[Indústria bélica do Brasil|indústria bélica nacional]], como a [[Engesa]].{{sfn|Brustolin, Indústria de defesa do Brasil (2022)|p=80-81}}{{sfn|Pedrosa, Modernização e reestruturação do Exército (2018)|p=191-192}} Até 1980, trocaram-se os fuzis, metralhadoras, artilharia e blindados.{{sfn|Pedrosa, Modernização e reestruturação do Exército (2018)|p=219-220}}
=== Projetos de modernização ===
[[Imagem:Guarani (6125539182).jpg|thumb|Um [[VBTP-MR Guarani]] no desfile de [[Independência do Brasil|7 de Setembro]]]]
[[Imagem:Avibras_ASTROS-II_SS-30.JPEG|thumb|[[Astros II]]]]
[[Imagem:Astros_2020_(14338252946).jpg|thumb|[[Astros 2020]]]]
[[Imagem:Operação Amazônia 2014 (15584458075).jpg|thumb|Barco de patrulha LPR-40]]


Após um século emulando exércitos estrangeiros, o Exército buscou uma doutrina mais adequada à realidade brasileira.{{sfn|Pedrosa, Organização das Forças do Exército Brasileiro na República (2022)|p=391}}{{sfn|Nunes, Debate teórico e inferências a partir do caso da Doutrina Delta (2023)|p=75, 96-987}} A ordem de batalha foi reorganizada, suprimindo os regimentos de infantaria e artilharia e criando brigadas, que se tornaram as principais grandes unidades de manobra,{{sfn|Pedrosa, Organização das Forças do Exército Brasileiro na República (2022)|p=387-388}} um sistema que permanece no século XXI.{{sfn|Pedrosa, Organização das Forças do Exército Brasileiro na República (2022)|p=392}} O efetivo era de 170 mil em 1970.{{sfn|Silva, O processo de transformação do Exército (2013)|p=87}} Em 1980 o Exército operava 13 brigadas de infantaria comuns, uma de infantaria paraquedista, duas de infantaria de selva, três de infantaria blindada, uma brigada de cavalaria blindada e quatro de cavalaria mecanizada.{{sfn|Pedrosa, Modernização e reestruturação do Exército (2018)|p=215}} Mas nem todas as metas foram cumpridas,{{sfn|Silva, O processo de transformação do Exército (2013)|p=96}} e permanecia um atraso tecnológico em relação ao [[Exército Argentino]].{{nre|“Em abril de 1981, atendendo a um convite do comandante do Exército argentino, o general Walter Pires, então Ministro do Exército Brasileiro, visitou instalações militares daquele país e verificou que o país vizinho, em função da corrida armamentista com o Chile, havia adquirido o que havia de mais moderno em material bélico, contrastando com a obsolescência de boa parte do equipamento brasileiro, sobretudo quanto ao material de artilharia, blindados e meios eletrônicos.”' ''As forças armadas no Brasil'' (1987), editora Espaço e Tempo, p. 8, reproduzido em {{Citar tese|ultimo=Siqueira|primeiro=Júlio César Aguiar|ano=2019|título=A evolução da estrutura organizacional do Exército Brasileiro entre 1970 e 2005|url=https://bdex.eb.mil.br/jspui/bitstream/123456789/5978/1/MO%206130%20-%20AGUIAR%20SIQUEIRA.pdf|wayb=20221007143423|tipo=Monografia|universidade=Escola de Comando e Estado-Maior do Exército}}. p 38.}}
O Exército Brasileiro pretende criar uma Força Expedicionária (F EXPD) para dar apoio permanente à participação do país em missões estrangeiras. As autoridades das Forças Armadas esperam que a F EXPD responda rapidamente, sozinha ou em cooperação com forças de segurança de países parceiros, para salvaguardar os interesses nacionais e realizar um amplo espectro de operações, como ações humanitárias e missões de paz. Cumprirá as disposições do Capítulo 1 do Livro Branco sobre a Defesa Nacional, publicado em 2012 e que abrange as funções e ações das forças de defesa do país. Com o objetivo de implantar a força até 2022.<ref>{{citar web |url=http://dialogo-americas.com/en_GB/articles/rmisa/features/2015/10/06/feature-06?change_locale=true |titulo=Brazil Creates Expeditionary Force to Serve in International Missions |publicado=Diálogo Américas |data=6 de outubro de 2015 |acessodata=10 de janeiro de 2017}}</ref> Inicialmente, espera-se que a Força Expedicionária (F EXPD) seja composta por um batalhão, com {{fmtn|1000}} soldados, em seu primeiro ano de operação em 2022. Na última fase, prevista para 2030, espera-se que evolua para uma brigada, com {{fmtn|3000}} soldados que aumentariam as capacidades, como a infantaria, o apoio ao fogo e a logística. A F EXPD também utilizará veículos blindados para aumentar sua capacidade operacional e suas possibilidades de desempenho.<ref>{{citar web |url=http://www.defesanet.com.br/en/defense/noticia/20509/Brazil-Creates-Expeditionary-Force-to-Serve-in-International-Missions/ |titulo=Brazil Creates Expeditionary Force to Serve in International Missions |publicado=Defesa Net |data=9 de outubro de 2015 |acessodata=10 de janeiro de 2017}}</ref>


=== Redemocratização e pós-Guerra Fria ===
Para se adequar a [[Estratégia Nacional de Defesa]], lançada pelo [[Ministério da Defesa (Brasil)|Ministério da Defesa]], o exército apresentou a ''"Estratégia Braço Forte"'', um plano de reequipamento e modernização que irá investir 150 bilhões de reais.<ref>[http://defesamilitarbrasil.blogspot.com/2009/06/exercito-planeja-gastar-150-bilhoes-de.html Defesa Militar]. Acessado em 11 de janeiro de 2017.</ref> Está em andamento no exército, o projeto do sistema [[Sistema Combatente Brasileiro|Combatente Brasileiro do Futuro]] (COBRA),<ref>[http://www.forte.jor.br/tag/combatente-brasileiro/ Forças Terrestres]. Acessado em 11 de janeiro de 2017.</ref> que visa equipar os soldados de [[infantaria]] do Exército Brasileiro com sistemas de armas, comunicações, localização, e visão noturna, tudo integrado, o que permitiria que os militares do mesmo pelotão se comunicassem a distância, percebessem a presença do inimigo através de infravermelho, e várias outras funções, tudo integrado ao equipamento e armamento, este projeto vai se basear no sistema FELIN do [[Exército de Terra Francês|Exército Francês]].<ref>[http://www.aereo.jor.br/2009/11/05/sagem-felin/ Poder Aéreo]. Acessado em 11 de janeiro de 2017.</ref>
[[Ficheiro:2020 - Operação Ágata (50888111181).jpg|miniaturadaimagem|A nova Aviação do Exército nas fronteiras da Amazônia]]
A derrota argentina na [[Guerra das Malvinas]], em 1982, chocou os militares brasileiros. Os Estados Unidos não apoiaram um país sul-americano contra uma potência extracontinental, e as Forças Armadas Brasileiras estariam claramente defasadas num conflito semelhante.{{sfn|Silva, O processo de transformação do Exército (2013)|p=99}} Faltavam equipamentos básicos e a operacionalidade estava muito baixa.{{sfn|Kuhlmann, Estrutura militar e ordenamento político (2007)|p=116}} O EME começou a estudar a hipótese de uma guerra com um país do bloco ocidental, econômica e militarmente superior ao Brasil, na região amazônica,{{sfn|Nunes, Debate teórico e inferências a partir do caso da Doutrina Delta (2023)|p=86}} ao mesmo tempo que planejava o “exército do futuro”, redigindo os programas [[Força Terrestre 90]] (FT 90), Força Terrestre 2000 e Força Terrestre do Século XXI.{{sfn|Kuhlmann, Estrutura militar e ordenamento político (2007)|p=114-115}}{{sfn|Campos, A Guerra das Falklands/Malvinas e suas repercussões no Exército Brasileiro (2011)|p=145}}


Após o fim da ditadura militar em 1985, o Exército distanciou-se do confronto político-ideológico e começou a executar o FT 90 e seus sucessores.{{sfn|Kuhlmann, Estrutura militar e ordenamento político (2007)|p=114-115}} Ao final dos anos 1980, o padrão social e econômico dos oficiais entrou em declínio,{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=162-163}} e ao início da década seguinte, as prioridades estratégicas do Exército ficaram indefinidas.{{sfn|Nunes, Debate teórico e inferências a partir do caso da Doutrina Delta (2023)|p=134}} As ameaças tradicionais (comunismo e Argentina) davam lugar às não-tradicionais.{{sfn|Piletti, O exército brasileiro e as ameaças não-tradicionais (2008)|p=55}} O Exército dos Estados Unidos voltou a ser o “modelo a ser seguido” ao vencer a [[Guerra do Golfo]] de 1991, inspirando a [[Doutrina Delta]] brasileira.{{sfn|Nunes, Debate teórico e inferências a partir do caso da Doutrina Delta (2023)|p=96, 112, 137}} A indústria bélica nacional entrou em colapso.{{sfn|Brustolin, Indústria de defesa do Brasil (2022)|p=81}}{{sfn|Bastos, Nova família de blindados sobre lagartas (2017)|p=34}}
A Estratégia Braço Forte também prevê a substituição dos fuzis utilizados pelo exército, adotando-se um novo modelo de calibre {{fmtn|5.56|mm}}, sendo o moderno fuzil de assalto brasileiro [[IMBEL IA2]], o mais cogitado para a substituição, já que o fabricante é a empresa [[IMBEL]], estatal administrada pelo próprio Exército Brasileiro. A previsão inicial seria a aquisição de 200 mil unidades.<ref name="ReferenceA">[http://www.militarypower.com.br/brasil.htm Military Power]. Acessado em 11 de janeiro de 2017.</ref> Com tecnologia inteiramente nacionais, o exército desenvolveu e já está em produção um lote inicial da [[Arma leve anticarro|Arma Leve Anticarro]] (ALAC), também chamado no EB de Canhão Sem Recuo Descartável 84 mm, armamento criado para proteger os soldados de infantaria brasileiros contra blindados inimigos, é capaz de perfurar blindagens de aço com espessura de até 250 mm. Atinge um alvo com precisão a até 300 metros de distância em apenas um segundo e meio.<ref>[http://www.tecnodefesa.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=325:programa-alac&catid=36:materias&Itemid=54 Tecnodefesa]</ref> Outro armamento com tecnologia desenvolvida pelo [[Centro Tecnológico do Exército]] é o Míssil MSS 1.2 AC, que possui alcance útil de até {{fmtn|2000}} metros de distância e pode ser usado contra casamatas, barcos, pequenas edificações e helicópteros.<ref>[http://www.dct.eb.mil.br/index.php?option=com_content&view=article&id=64&Itemid=71 Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército Brasileiro] {{Wayback|url=http://www.dct.eb.mil.br/index.php?option=com_content&view=article&id=64&Itemid=71 |date=20100304203158 }}. Acessado em 11 de janeiro de 2017.</ref>


Em 1991, a incursão das [[Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia]] (FARC) em território brasileiro e a subsequente [[Operação Traíra]] redobraram as atenções na Amazônia.{{sfn|Nunes, Debate teórico e inferências a partir do caso da Doutrina Delta (2023)|p=108}} Oficiais do Exército viam a criminalidade transnacional, a guerrilha colombiana e questões ambiental e indígena como possíveis pretextos para uma intervenção estrangeira na região.{{sfn|Piletti, O exército brasileiro e as ameaças não-tradicionais (2008)|p=167-168}} Ao mesmo tempo, o poder público frequentemente aciona o Exército para operações de [[garantia da lei e da ordem (GLO)]] em locais como o Rio de Janeiro,<ref>{{Citar web|ultimo=Nogueira|primeiro=Ítalo|data=2023-11-01|título=RJ chega a 20 GLOs com histórico de tanques, ocupações, obra e até banda em favelas|url=https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/11/rj-chega-a-20-glos-com-historico-de-tanques-ocupacoes-obra-e-ate-banda-em-favelas.shtml|wayb=20231102023548|website=Folha de S. Paulo}}</ref>{{sfn|Mathias & Guzzi, As forças armadas nas constituições nacionais (2010)|p=52}} assim como para as missões subsidiárias, que são, de certa forma, acomodadas pela classe política.{{sfn|Rodrigues & Medeiros, Exército Brasileiro (2022)|p=501}} No exterior, aumentou a participação em missões internacionais da ONU.{{sfn|Piletti, O exército brasileiro e as ameaças não-tradicionais (2008)|p=89}}
Dentre alguns projetos em andamento da estratégia, já foi firmado contrato com a empresa italiana [[Iveco]], para a construção com projeto nacional de propriedade do EB, de dois mil blindados [[VBTP-MR Guarani]], para transporte de tropas.<ref name="ReferenceA"/><ref>[http://www.forte.jor.br/2009/04/02/comeca-a-producao-do-primeiro-vbtp-mr-para-o-eb/ Forças Terrestres]</ref> Também já foram entregues pela [[Alemanha]], encomenda de duzentos e cinquenta carros de combate [[Leopard|Leopard 1A5]]<ref>[http://www.forte.jor.br/tag/leopard-1a5/ Forças Terrestres]. Acessado em 11 de janeiro de 2017.</ref> que irão compor as unidades de [[cavalaria]]. Já está em produção, um lote inicial do [[Viatura Leve de Emprego Geral Aerotransportável Gaúcho|veículo de reconhecimento Gaúcho]], que é aerotransportável e foi desenvolvido em parceria entre o Exército Brasileiro e o [[Exército Argentino]], visando o emprego de [[forças especiais]].<ref>[http://www.4x4brasil.com.br/forum/showthread.php?t=16253 4x4 Brasil]. Acessado em 11 de janeiro de 2017.</ref> Também já foram encomendadas cento e vinte unidades da viatura de reconhecimento [[Agrale Marruá|Marruá]] junto a empresa brasileira [[Agrale]].


=== Século XXI ===
O exército determinou a elaboração do Projeto Estratégico [[Astros II|ASTROS 2020]], a fim de dotar a Força Terrestre de meios capazes de prestar um apoio de fogo de longo alcance, com elevada precisão e letalidade. O Projeto ASTROS 2020 contém no seu escopo e estrutura as seguintes etapas: criação e implantação de uma Unidade de Mísseis e Foguetes; um Centro de Instrução de Artilharia de Mísseis e Foguetes; um Centro de Logística de Mísseis e Foguetes; uma Bateria de Busca de Alvos; paióis de munições; uma Base de Administração e um Campo de Instrução de Formosa (CIF). O plano também prevê a modernização do atual 6.º Grupo de Lançadores Múltiplos de Foguetes, transformando-o em 6.º Grupo de Mísseis e Foguetes, além do desenvolvimento de dois novos armamentos: o foguete guiado (através da concepção do atual foguete SS 40, da família de foguetes do sistema ASTROS II, em uso pelo Exército Brasileiro) e o míssil tático de cruzeiro com alcance de 300 quilômetros. Por fim, o projeto integra a construção de Próprios Nacionais Residenciais (PNR) e outras instalações necessárias ao bem-estar da família militar na Guarnição de [[Formosa (Goiás)|Formosa]] (GO). As duas Unidades de Mísseis e Foguetes estarão estruturadas com um Comando e Estado-Maior, uma Bateria Comando e três Baterias de Mísseis e Foguetes mobiliadas com viaturas e equipamentos em fase de desenvolvimento com base no atual sistema ASTROS II. O sistema ASTROS 2020 possibilitará a realização do lançamento, partindo das plataformas da nova viatura lançadora múltipla universal na versão MK-6, dos vários foguetes da família ASTROS e também do míssil tático de cruzeiro de 300 quilômetros. Toda esta estrutura estará subordinada ao Comando de Artilharia do Exército, aquartelado no Forte Santa Bárbara, em Formosa.<ref>{{citar web|url=http://www.epex.eb.mil.br/index.php/astros-2020|título="ASTROS 2020: Alcance - Precisão - Poder"|publicado=Epex|acessodata=11 de janeiro de 2017}}</ref>
[[Ficheiro:Forças especiais, Comandos (26712386985).jpg|miniaturadaimagem|Forças especiais no Haiti em 2010|esquerda]]
O efetivo cresceu de 194 mil em 1985 para 238 mil em 2007,{{sfn|Kuhlmann, Estrutura militar e ordenamento político (2007)|p=146-147}} aquém da grande expansão quantitativa planejada nos anos 1980, devido às restrições orçamentárias.{{sfn|Silva, O processo de transformação do Exército (2013)|p=109}} O Exército de 2007, se não era muito maior que o de 1985, era mais especializado, com novas tecnologias. Adquiriram-se capacidades de [[guerra eletrônica]] e o rol de forças de ação rápida foi alargado com a nova [[Comando de Aviação do Exército|Brigada de Aviação do Exército]] (1989), a [[12.ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel)|infantaria aeromóvel]] (1995) e a expansão das [[Comando de Operações Especiais|forças de operações especiais]] (2003).{{sfn|Kuhlmann, Estrutura militar e ordenamento político (2007)|p=159}} Adquiriram-se os primeiros ''[[Carro de combate|main battle tanks]]'' brasileiros, de modelos [[Leopard 1]] e [[M60 (tanque)|M60]],{{sfn|Souza, As forças blindadas do Exército Brasileiro (2010)|p=15}} e a estrutura das brigadas blindadas brasileiras foi equiparada à das argentinas, apesar das boas relações bilaterais.{{sfn|Kuhlmann, Estrutura militar e ordenamento político (2007)|p=159}} Procurou-se reduzir a dependência no [[serviço militar obrigatório]], mas os custos dos soldados profissionais limitaram as medidas.{{sfn|Kuhlmann, Estrutura militar e ordenamento político (2007)|p=148}}{{sfn|Campos, A Guerra das Falklands/Malvinas e suas repercussões no Exército Brasileiro (2011)|p=185-186}} O [[Comando Militar da Amazônia]] foi reforçado, passando de duas a cinco brigadas.{{sfn|Kuhlmann, Estrutura militar e ordenamento político (2007)|p=120}}


Alguns generais deram à imprensa um panorama de sucateamento e atraso tecnológico em 2012. Desde 2004, somente 9 a 10% do orçamento era disponível para custeio e investimentos, com o restante ocupado no pessoal.<ref>{{citar web|ultimo=Stochero|primeiro=Tahiane|data=2012-08-13|titulo=Sucateado, Exército não teria como responder a guerra, dizem generais|url=http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/08/sucateado-exercito-nao-teria-como-responder-guerra-dizem-generais.html|website=G1|acessodata=2023-12-15}}</ref> Acabava-se de publicar as diretrizes do [[Processo de Transformação do Exército]], com metas ambiciosas para o ano de 2030, assim como os planejadores dos anos 80, que haviam definido 2010 como o ano em que existiria o “exército do futuro”.{{sfn|Silva, O processo de transformação do Exército (2013)|p=18-19, 175-177, 181}} Os indutores do Processo de Transformação são os projetos/programas estratégicos,<ref>{{Citar web|ultimo=Peri|primeiro=Enzo Martins|data=2011-01-11|título=O Exército Brasileiro e seu processo de transformação|url=https://www.editorajc.com.br/o-exercito-brasileiro-e-seu-processo-de-transformacao/|website=Justiça & Cidadania|acessodata=2024-01-04}}</ref>{{nre|Originalmente “Projetos Estratégicos” e mais tarde “Programas Estratégicos”, agrupados no “Portfólio Estratégico do Exército”. Vide ''[https://ebrevistas.eb.mil.br/VO/article/view/770/816 O Portfólio Estratégico do Exército]'', Revista Verde-Oliva, n.º 237, 2017.}} como o ASTROS 2020, para a expansão da artilharia de mísseis e foguetes ([[Astros II]]) e desenvolvimento de um [[míssil de cruzeiro]] ([[AV-TM 300]]);<ref>{{Citar web|website=Escritório de Projetos do Exército|título=ASTROS 2020|url=http://www.epex.eb.mil.br/index.php/astros-2020|wayb=20240102183736}}</ref> [[VBTP-MR Guarani|Guarani]], com uma nova família de blindados sobre rodas;<ref>{{Citar web|ultimo=Bastos Jr.|primeiro=Paulo Roberto|data=2020-10-25|título=Memória T&D: A primeira operação do VBTP-MSR 6X6 Guarani|url=https://tecnodefesa.com.br/memoria-td-a-primeira-operacao-do-vbtp-msr-6x6-guarani/|website=Tecnologia & Defesa|wayb=20201101131901}}</ref> Defesa Antiaérea, com a renovação da [[artilharia antiaérea]] de baixa altura e obtenção da [[Defesa antiaérea do Brasil#Mísseis de médio alcance|artilharia de média altura]];<ref>{{Citar web|website=Escritório de Projetos do Exército|título=Defesa Antiaérea|url=http://www.epex.eb.mil.br/index.php/defesa-antiaerea|acessodata=2023-12-23}}</ref> e o [[Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras]], a [[Guerra cibernética|Defesa Cibernética]] e outros.<ref>{{Citar web|website=Escritório de Projetos do Exército|título=Cibernética|url=http://www.epex.eb.mil.br/index.php/defesa-cibernetica|acessodata=2024-01-03}}</ref><ref>{{Citar web|website=Escritório de Projetos do Exército|título=SISFRON|url=http://www.epex.eb.mil.br/index.php/sisfron|acessodata=2024-01-03}}</ref>
== Organização ==
[[Imagem:Brasilia QG.jpg|thumb|Quartel General do Exército, em [[Brasília]]]]
[[Imagem:Solenidade de passagem de cargo dos Comandantes da 2ª Região Militar e da 2ª Divisão de Exército no QG do Comando Militar do Sudeste (CMSE) (24544135452).jpg|thumb|Solenidade de passagem de cargo dos comandantes da 2.ª Região Militar e da 2.ª Divisão de Exército no QG do Comando Militar do Sudeste (CMSE)]]
[[Imagem:Brazilian Army Parade.jpeg|thumb|Soldados do Exército Brasileiro durante o desfile militar do [[Independência do Brasil|Dia da Independência]] de 2003 em [[Brasília]]]]
[[Imagem:Tropas em Rosário do Sul - RS (9919146984).jpg|thumb|Tropas em [[Rosário do Sul]], [[Rio Grande do Sul]]]]
[[Imagem:Brazilian army Amazon region 1999.jpg|thumb|Mapa {{en}} dos pelotões de fronteira do Exército Brasileiro nos estados de [[Roraima]], do [[Amazonas]], do [[Acre]] e de [[Rondônia]]]]
[[Imagem:Ministro Jaques Wagner assiste exercício de artilharia antiaérea do Exército (20356086501).jpg|thumb|Soldados com [[9K38 Igla|sistema Igla]]]]
[[Imagem:Forças especiais, Comandos (26646208941).jpg|thumb|Soldados operando sistema [[AT-4]]]]


[[Ficheiro:Fuzileiros navais simulam desembarque no Aterro do Flamengo (28407077376).jpg|miniaturadaimagem|O Exército na segurança das [[Olimpíadas de 2016]] no Rio de Janeiro]]
O Exército está enquadrado no [[Ministério da Defesa (Brasil)|Ministério da Defesa]], ao lado da [[Marinha do Brasil|Marinha]] e da [[Força Aérea Brasileira|Força Aérea]], desde 1999 na estrutura do [[Governo do Brasil]]. No topo da organização está o Comandante Supremo, posto civil exercido pelo [[Presidente do Brasil|Presidente da República]]. Abaixo dele está o Comandante do Exército. Em seguida estão os maiores escalões organizacionais nas chefias dos órgãos de direção geral, setorial e operacional. A direção geral é atribuída ao [[Estado-Maior do Exército (Brasil)|Estado-Maior do Exército]] e os órgãos de direção setorial e operacional são:<ref name="Estrutura organizacional">{{citar web |url=http://www.eb.mil.br/estrutura-organizacional |titulo=Estrutura organizacional |acessodata=16 de janeiro de 2017 |publicado=Exército Brasileiro |arquivourl=https://web.archive.org/web/20170222155807/http://www.eb.mil.br/estrutura-organizacional |arquivodata=2017-02-22 |urlmorta=yes }}</ref>
Uma operação de paz notável nesse período foi a [[Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti]] (MINUSTAH) (2007–2017).{{sfn|Piletti, O exército brasileiro e as ameaças não-tradicionais (2008)|p=89}} A maioria dos comandantes do batalhão brasileiro no Haiti alcançaram o generalato.{{sfn|McCann, The Brazilian Armed Forces (2017)|p=61}}


A [[Atos de violência organizada no Rio de Janeiro em 2010|ocupação]] do [[Complexo do Alemão]] em 2010 foi a maior operação de GLO desde a promulgação da [[Constituição de 1988]], e foi considerada mais difícil que o Haiti. Ao enfrentar o [[crime organizado]] nas [[Favelas na cidade do Rio de Janeiro|favelas do Rio de Janeiro]], os militares tiveram que mudar táticas e equipamentos. Eles reconhecem a dificuldade do trabalho policial, no qual não são especializados e há risco de dano colateral. Houve protestos de moradores contra abusos de autoridade, tortura e excessos de disparos e uso de [[gás lacrimogêneo]].<ref>{{citar web|ultimo=Stochero|primeiro=Tahiane|data=2012-08-15|titulo=Para Exército, ocupar Alemão é mais difícil que guerra e missão no Haiti|url=https://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/08/para-exercito-ocupar-alemao-e-mais-dificil-que-guerra-e-missao-no-haiti.html|website=G1|acessodata=2023-12-15}}</ref> Na [[intervenção federal no Rio de Janeiro em 2018]], um general de exército ocupou o cargo de Secretário de Segurança no Rio de Janeiro, e outros generais tiveram funções naquela secretaria e no gabinete de intervenção federal.{{sfn|Aguiar & Mendonça, Dissuasão, política externa e emprego interno (2021)|p=181}}
{| class="wikitable"
|-
!Órgãos de direção geral
<!-- !Comandante atual
!Quartel-general
-->|-
| [[Imagem:EME.png|30px]] [[Estado-Maior do Exército (Brasil)|Estado-Maior do Exército]]
|-
!Órgãos de direção setorial e operacional
<!-- !Comandante atual
!Quartel-general
-->|-
| [[Imagem:Coter.png|30px]] [[Comando de Operações Terrestres]]
|-
| [[Imagem:DGP.png|30px]] [[Departamento-Geral do Pessoal]]
|-
| [[Imagem:DECEx.png|30px]] Departamento de Educação e Cultura do Exército
|-
| [[Imagem:DCT.png|30px]] [[Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército|Departamento de Ciência e Tecnologia]]
|-
| [[Imagem:LogoCoLog.png|30px]] [[Comando Logístico]]
|-
| [[Imagem:DEC.png|30px]] Departamento de Engenharia e Construção
|-
| [[Imagem:SEF.gif|30px]] [[Secretaria de Economia e Finanças]]
|}


Os projetos estratégicos sofreram com os contingenciamentos e cortes de gastos militares decorrentes da [[Crise econômica brasileira de 2014|crise econômica]] de meados dos anos 2010,{{sfn|Magalhães, Execução orçamentária do Projeto Força Terrestre 2035 (2020)|p=52-59, 66-67}} e em 2019 seus prazos já estavam sendo dilatados, alguns até 2040.<ref>{{Citar web|ultimo=Monteiro|primeiro=Tânia|data=2019-05-13|título=Cortes de 44% no orçamento das Forças Armadas afetam mais a Marinha|url=https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2019/05/13/cortes-na-defesa-afetam-mais-a-marinha.htm|publicado=Estadão Conteúdo (reproduzido em UOL)|acessodata=2024-01-04}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Araújo|primeiro=Carla|ultimo2=Rittner|primeiro2=Daniel|data=2019-05-05|título=Defesa – Sem orçamento adia projeto estratégico até 2040|url=https://www.defesanet.com.br/seguranca/defesa-sem-orcamento-adia-projeto-estrategico-ate-2040/|publicado=Valor (reproduzido em DefesaNet)|acessodata=2024-01-04}}</ref> Ao iniciar-se a [[crise da Guiana Essequiba em 2023]], o Exército reforçou [[Roraima]], mas ainda não tinha à disposição os mísseis de cruzeiro, a defesa antiaérea de média altura ou os [[caça-tanques]] [[Centauro B1|Centauro II]].<ref name=guiana>{{Citar web|ultimo=Godoy|primeiro=Roberto|data=2023-12-12|título=Crise entre Maduro e Guiana pega o Brasil sem caça-tanques, estoques de munições e aposentando navio|url=https://www.estadao.com.br/politica/marcelo-godoy/crise-entre-maduro-e-guiana-pega-o-brasil-sem-caca-tanques-estoques-de-municoes-e-aposentando-navio/|wayb=20231211191233|website=Estado de S. Paulo}}</ref>
Subordinado ao Comando de Operações Terrestres, o braço operacional do exército é denominado Força Terrestre. Ele é constituído pelas [[Divisão (militar)|divisões de exército]], [[Brigada (militar)|brigadas]], unidades de combate e de apoio ao combate, os quais estão agrupados de forma [[Regionalização|regionalizada]] em comandos militares.<ref name="Estrutura organizacional"/>


=== Comandos Militares ===
== Efetivo ==
Os militares podem estar na situação da ativa ou da reserva, e se da ativa, podem ser militares de carreira (com vitaliciedade garantida ou presumida) ou temporários.<ref name=dsm>{{Citar web|website=Diretoria de Serviço Militar|título=O Serviço Militar|data=2021-11-26|url=http://dsm.dgp.eb.mil.br/index.php/pt/o-servico-militar|acessodata=2023-12-01}}</ref> O efetivo fixado por decreto para o Exército em 2023 foi de 213 217 militares da ativa, dos quais 149 eram [[generais]], 29 658 demais oficiais, 47 405 [[subtenente]]s e [[sargento]]s e 136 005 [[Cabo (militar)|cabos]] e [[soldados]].<ref name=efetivo>{{Citar lei|jurisdição=Brasil|numero=11.319|data=29 de dezembro de 2022|título=Decreto|url=https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/Decreto/D11319.htm#art3|ementa=Distribui o efetivo de Oficiais e Praças do Exército em tempo de paz para 2023}}</ref> Desses 214 mil, o [[International Institute for Strategic Studies]] (IISS) quantifica 112 mil [[conscrito]]s. Além do pessoal na ativa, a reserva foi estimada em 1 340 000 militares.{{sfn|IISS, The Military Balance (2023)|p=383}} Existem estimativas muito menores da proporção de conscritos (30%).{{sfn|Aguiar & Mendonça, Dissuasão, política externa e emprego interno (2021)|p=168}} O Exército Brasileiro é historicamente um dos maiores da região.{{nre|{{harvnb|Dullius, Gastos militares na América do Sul (2008)|p=12}}, notando, porém, que o [[Exército Colombiano]] já estava maior do que o brasileiro. Em 2023, porém, ele tinha um efetivo de 185 900 ({{harvnb|IISS, The Military Balance (2023)|p=390}}), inferior ao brasileiro.}}
O exército está organizado em vários Grandes Comandos, unidades e subunidades espalhadas por todo o Brasil. O território nacional é dividido, conforme a área de atuação de cada uma, em:<ref name="Estrutura organizacional"/>


=== Hierarquia e uniformes ===
{| class="wikitable"
[[Imagem:Brasil_(7952311794).jpg|thumb|esquerda|Uniforme camuflado padrão do Exército, com divisa de gola de um terceiro-sargento]]
|-
{{AP|vt=s|Hierarquia militar do Brasil}}
!Comando Militar
A hierarquia e a disciplina são formalmente definidas como a base da organização das Forças Armadas. A hierarquia no Exército compreende uma escala de 19 níveis, denominados, “postos”, nos degraus superiores (de oficiais), e “graduações”, nos degraus inferiores (de [[Praça-de-pré|praças]]). Os postos e graduações são agrupados em círculos de convivência social: do mais alto ao mais baixo, são os círculos dos oficiais generais,{{nre|Marechal, general de exército, general de divisão e general de brigada, respectivamente identificados por cinco, quatro, três e duas estrelas ({{harvnb|Hudson, Brazil: a country study (1998)|p=386}}).}} oficiais superiores,{{nre|Coronel, tenente-coronel e major.}} oficiais intermediários,{{nre|O círculo só compreende o posto de capitão.}} oficiais subalternos,{{nre|Primeiro tenente e segundo tenente. O aspirante a oficial, considerado um “praça especial”, é superior aos praças e frequenta o círculo dos oficiais subalternos.}} [[subtenente]]s e [[sargento]]s{{nre|Subtenente, primeiro sargento, segundo sargento e primeiro sargento.}} e cabos e soldados. Em tempos de paz, o posto mais alto é o de [[general de exército]]. O posto de [[marechal]] pode ser criado em tempo de guerra.<ref>{{Citar lei|título=Lei|numero=6.880|data=9 de dezembro de 1980|ementa=Dispõe sobre o estatuto dos militares|jurisdição=Brasil|url=https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6880compilada.htm}}</ref><ref>{{citar web|ultimo=Motomura|primeiro=Marina|data=2011-04-18|titulo=Qual é a hierarquia das Forças Armadas?|url=http://mundoestranho.abril.com.br/historia/qual-e-a-hierarquia-das-forcas-armadas/|publicado=[[Mundo Estranho]]|wayb=20200923172013}}</ref> Os praças podem ser denominados “graduados”, exceto os soldados, base da hierarquia, que são considerados militares não graduados.{{sfn|Faria & Pedrosa, Hierarquia militar brasileira (2022)|p=30}}
!Quartel-general
<!-- !Comandante atual -->
!Circunscrição
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| [[Imagem:CMA.png|30px]] [[Comando Militar da Amazônia]] (CMA) || [[Manaus]] (AM) || 12ª Região Militar<ref name="Estrutura organizacional"/>
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| [[Imagem:CMNBrazil.png|30px]] [[Comando Militar do Norte]] (CMN) || [[Belém (Pará)|Belém]] (PA) || 8ª Região Militar<ref name="Estrutura organizacional"/>
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| [[Imagem:CMNE (2020).png|30px]] [[Comando Militar do Nordeste]] (CMNE) || [[Recife]] (PE) || 6ª, 7ª e 10ª Regiões Militares<ref name="Estrutura organizacional"/>
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| [[Imagem:CMO_-_2.png|30px]] [[Comando Militar do Oeste]] (CMO) || [[Campo Grande (Mato Grosso do Sul)|Campo Grande]] (MS) || 9ª Região Militar<ref name="Estrutura organizacional"/>
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| [[Imagem:CMP.png|30px]] [[Comando Militar do Planalto]] (CMP) || [[Brasília]] (DF) || 11ª Região Militar<ref name="Estrutura organizacional"/>
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| [[Imagem:CML.png|30px]] [[Comando Militar do Leste]] (CML) || [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] (RJ) || 1ª e 4ª regiões militares<ref name="Estrutura organizacional"/>
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| [[Imagem:CMSE.png|30px]] [[Comando Militar do Sudeste]] (CMSE) || [[São Paulo (cidade)|São Paulo]] (SP) || 2ª Região Militar<ref name="Estrutura organizacional"/>
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| [[Imagem:CMS.png|30px]] [[Comando Militar do Sul]] (CMS) || [[Porto Alegre]] (RS) || 3ª e 5ª Regiões Militares<ref name="Estrutura organizacional"/>
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A maior separação na carreira é entre oficiais e praças,{{sfn|Castro, sobre o conceito de Instituição Total (2007)|p=3}} pois o oficial é o elemento dirigente ativo, formado desde o início para o comando, enquanto os praças são treinados para a aplicação das ordens.{{sfn|Atassio, Um estudo sociopolítico sobre a formação de praças (2012)|p=13}} Afora isto, há mecanismos de mobilidade social pelo mérito, e o Exército enfatiza que todo general já foi um [[cadete]], aluno da academia de oficiais.{{sfn|Castro, sobre o conceito de Instituição Total (2007)|p=3}} O respeito à hierarquia deve ser mantido mesmo fora do serviço e mesmo com os aposentados. Existem regras de convivência entre os diversos círculos militares (por exemplo, sargentos e oficiais não sentam à mesma mesa), e seu desrespeito é chamado “promiscuidade hierárquica”.{{sfn|Castro, sobre o conceito de Instituição Total (2007)|p=4}} Entre dois militares, sempre há um superior e outro subordinado. Dentro do mesmo posto, a diferença é a “antiguidade”. No caso dos oficiais da [[Academia Militar das Agulhas Negras]] (AMAN), ela é definida pela data da última promoção ou, se ela for igual, o que é comum entre oficiais da mesma turma, pela classificação (média final de notas) na Academia. O superior é o mais antigo, e o inferior, o mais moderno.{{sfn|Santos & Raposo, A elite do Exército (2019)|p=66}}{{sfn|Silva, O exército como família (2016)|p=5}}
=== Regiões militares ===
O território brasileiro é dividido em regiões militares cujo número e limites são fixados pelo [[Presidente do Brasil|Presidente da República]], por proposta do Ministro da Defesa. A Região Militar constitui um comando territorial subordinado ao Comando do Exército que o guarnece.<ref name="Regiões Militares">{{citar web |url=https://www.jusbrasil.com.br/topicos/12136738/artigo-21-da-lei-n-2851-de-25-de-agosto-de-1956 |titulo=Art. 21 da Lei 2851/56 |publicado=JusBrasil |acessodata=9 de fevereiro de 2017}}</ref>


[[Ficheiro:24.05.2017 - Prefeita Paula Mascarenhas e vice Idemar Barz participam da Solenidade Militar Alusiva ao "Dia da Infantaria" no 9º BI Mtz (34704589542).jpg|miniaturadaimagem|Diferentes cores de boina da infantaria]]
{| class="wikitable"
O grau hierárquico é indicado por insígnias no uniforme, juntamente com distintivos de organização militar e distintivos e brevês de cursos. A cor marcante dos uniformes é o [[verde-oliva]], um dos principais elementos da identidade visual do Exército. Adotada em 1931, no lugar do [[cáqui]], a cor foi também usada nos uniformes de campanha até os anos 1990, quando o uso da [[camuflagem]] foi generalizado.{{nre|Até então, a camuflagem era usada entre paraquedistas, guerreiros de selva e cadetes ({{harvnb|Pedrosa, Uniformes do Exército Brasileiro (2022)|p=734}}).}} O verde-oliva é a cor padrão das [[boina]]s, mas tropas específicas distinguem-se por cores diferentes: o grená dos [[Brigada de Infantaria Paraquedista|paraquedistas]], rajado dos guerreiros de selva, azul-ultramar da [[Aviação do Exército|aviação]], cinza dos [[4.ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha|especialistas de montanha]], bege [[12.ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel)|aeromóvel]] e azul-ferrete das escolas de formação de oficiais e sargentos. Algumas unidades usam uniformes históricos tradicionais, como o [[Batalhão da Guarda Presidencial]] e o [[1.º Regimento de Cavalaria de Guardas]].{{sfn|Pedrosa, Uniformes do Exército Brasileiro (2022)}}
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!Região Militar
!Quartel-general
<!-- !Comandante atual -->
!Jurisdição
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| [[Imagem:1rm.png|30px]] [[1.ª Região Militar|1ª Região Militar]] || [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] (RJ) || [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]] e [[Espírito Santo (estado)|Espírito Santo]]<ref name="Estrutura organizacional"/>
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| [[Imagem:Simbolo 2rm.png|30px]] [[2.ª Região Militar|2ª Região Militar]] || [[São Paulo (cidade)|São Paulo]] (SP) || [[São Paulo (estado)|São Paulo]]<ref name="Estrutura organizacional"/>
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| [[Imagem:3rm.gif|30px]] [[3.ª Região Militar|3ª Região Militar]] || [[Porto Alegre]] (RS) || [[Rio Grande do Sul]]<ref name="Estrutura organizacional"/>
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| [[Imagem:4rmde.png|30px]] [[4ª Região Militar]]|| [[Belo Horizonte]] (MG) || [[Minas Gerais]], exceto a área do [[Triângulo Mineiro]]<ref name="Estrutura organizacional"/>
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| [[Imagem:5RMpequeno.jpg|30px]] [[5.ª Região Militar|5ª Região Militar]] || [[Curitiba]] (PR) || [[Paraná]] e [[Santa Catarina]]<ref name="Estrutura organizacional"/>
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| [[Imagem:Brasão da 6ª Região Militar do Exército Brasileiro.jpg|30px]] [[6.ª Região Militar|6ª Região Militar]] || [[Salvador (Bahia)|Salvador]] (BA) || [[Bahia]] e [[Sergipe]]<ref name="Estrutura organizacional"/>
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| [[Imagem:7rmde.png|30px]] [[7.ª Região Militar|7ª Região Militar]] || [[Recife]] (PE) || [[Rio Grande do Norte]], [[Paraíba]], [[Pernambuco]] e [[Alagoas]]<ref name="Estrutura organizacional"/>
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| [[Imagem:8csm.png|30px]] [[8.ª Região Militar|8ª Região Militar]] || [[Belém (Pará)|Belém]] (PA) || [[Pará]], [[Amapá]], [[Maranhão]] e a área do [[Tocantins]] limitada ao sul pelos municípios de Wanderlândia, Babaçulândia e Xambioá (estes inclusive)<ref name="Estrutura organizacional"/>
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| [[Imagem:9rm.JPG|30px]] [[9.ª Região Militar|9ª Região Militar]] || [[Campo Grande (Mato Grosso do Sul)|Campo Grande]] (MS) || [[Mato Grosso do Sul]] e [[Mato Grosso]]<ref name="Estrutura organizacional"/>
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| [[Imagem:Logo10rm.jpg|30px]] [[10.ª Região Militar|10ª Região Militar]] || [[Fortaleza]] (CE) || [[Ceará]] e [[Piauí]]<ref name="Estrutura organizacional"/>
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| [[Imagem:11rm.png|30px]] [[11.ª Região Militar|11ª Região Militar]] || [[Brasília]] (DF) || [[Distrito Federal (Brasil)|Distrito Federal]], [[Goiás]], [[Tocantins]] (exceto a área sob jurisdição da 8ª Região Militar) e área do [[Triângulo Mineiro]]<ref name="Estrutura organizacional"/>
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| [[Imagem:12rm.png|30px]] [[12.ª Região Militar|12ª Região Militar]] || [[Manaus]] (AM) || [[Amazonas]], [[Acre]], [[Roraima]] e [[Rondônia]]<ref name="Estrutura organizacional"/>
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=== Instrução militar ===
{{panorama|Brazilian Army - CoOpTer 12,5.png|900px|Estrutura do Exército Brasileiro}}
[[Ficheiro:EsPCEx 5.JPG|miniaturadaimagem|Escola Preparatória de Cadetes do Exército|esquerda]]
O ensino e a instrução militar podem ser definidos como as principais missões do Exército em tempos de paz.{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=275}}{{sfn|Neves, Oficial da Reserva e a Segurança Nacional (1964)|p=13}} O sistema de ensino abrange a educação, instrução e pesquisa.<ref name=instituições>{{Citar web|website=Ministério da Defesa|título=Instituições de ensino e pesquisa vinculadas ao Exército Brasileiro|url=https://www.defesa.gov.br/ensino-e-pesquisa/instituicoes-de-ensino-militar/instituicoes-de-ensino-e-pesquisa-vinculadas-ao-exercito-brasileiro|wayb=20170107000120|urlmorta=sim}}</ref> As atividades de soldados e cabos correspondem ao [[ensino fundamental]], as de sargentos ao [[ensino médio]], [[Ensino técnico|técnico]] ou [[ensino superior]] ([[tecnólogo]]) e as de oficiais ao ensino superior.{{nre|{{harvnb|Oliveira & Mathias, Profissionalização militar (2020)|p=52}}. Os autores mencionaram apenas o ensino médio ou técnico dos sargentos, mas a [https://esa.eb.mil.br/index.php/pt/cursos Escola de Sargentos das Armas] é de nível superior (tecnólogo).}} Praticamente todas as organizações militares têm alguma responsabilidade no preparo dos soldados.{{sfn|Viana, História institucional e cultura organizacional da tropa aeroterrestre (2020)|p=306}} As organizações da ativa têm um efetivo fixo, mas treinam anualmente um efetivo variável de reservistas. Existem organizações exclusivamente voltadas aos reservistas: os [[Órgãos de Formação de Oficiais da Reserva]] (OFOR), que são os Centros de Preparação (CPOR) e Núcleos de Preparação (NPOR), e os [[Tiro de Guerra|Tiros de Guerra]].{{sfn|Gonzales, Os Tiros de Guerra e a estratégia de presença (2008)|p=74-75}} Outras organizações preparam os militares de carreira (oficiais e sargentos).{{sfn|Viana, História institucional e cultura organizacional da tropa aeroterrestre (2020)|p=306}} Por lei, o ensino militar é regulado exclusivamente pela própria instituição.{{sfn|Santos, Um estudo das relações pessoais dos militares do Exército Brasileiro (2012)|p=240}}


Os oficiais da linha de ensino militar bélico, que exercem a atividade-fim da instituição (a guerra), ingressam cedo na instituição, no equivalente ao primeiro ano do ensino superior. Após a [[Escola Preparatória de Cadetes do Exército]] (EsPCEx), em [[Campinas]], eles se formam na AMAN, em [[Resende (Rio de Janeiro)|Resende]].{{sfn|Santos & Raposo, A elite do Exército (2019)|p=61-62}} A carreira dos oficiais é organizada em ciclos de estudo;{{sfn|Oliveira & Mathias, Profissionalização militar (2020)|p=51}} a AMAN forma o [[aspirante a oficial]],{{sfn|Santos & Raposo, A elite do Exército (2019)|p=76}} o diploma da [[Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais]] (EsAO) é necessário para a promoção a [[major]], e o da [[Escola de Comando e Estado-Maior do Exército]] (ECEME), para [[general de brigada]].{{sfn|Santos & Raposo, A elite do Exército (2019)|p=70-71}} O diploma da AMAN é o de [[bacharel]] em Ciências Militares, o da EsAO, de [[Mestrado|mestre]] em Operações Militares, e o da ECEME, de [[Doutorado|doutor]] em Política, Estratégia e Administração Militares; a ECEME oferece também um pós-doutorado.{{sfn|Oliveira & Mathias, Profissionalização militar (2020)|p=51}}
=== Armas, quadros e serviços ===
Os subtenentes e sargentos do Exército Brasileiro estão divididos em ''Armas, Quadros e Serviços'', da mesma forma que os oficiais, contudo com qualificações militares (QMs) específicas às atividades da Força.<ref>{{citar web |url=http://www.eb.mil.br/armas-quadros-e-servicos |titulo=Armas, Quadros e Serviços |publicado=Exército Brasileiro |acessodata=16 de janeiro de 2017}}</ref>


[[Ficheiro:29 11 2019 Solenidade de Diplomação das Turmas do Curso de Formação de Sargentos 2019 (49144407338).jpg|miniaturadaimagem|Escola de Sargentos das Armas]]
{{dividir em colunas}}
Os sargentos combatentes de carreira formam-se em dois anos, o primeiro numa das treze Unidades Escolares Tecnológicas do Exército (UETE) dispersas pelo país e o segundo na [[Escola de Sargentos das Armas]] (ESA), Escola de Sargentos de Logística (EsSLog) ou [[Centro de Instrução de Aviação do Exército]] (CIAvEx).{{sfn|Costa, A nova Escola de Formação e Graduação de Sargentos de Carreira (2021)|p=7}} O equivalente à EsAO é a Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas (EASA).{{sfn|Gonzales, Os Tiros de Guerra e a estratégia de presença (2008)|p=72-73}} Também participam do ensino de sargentos e/ou oficiais o [[Instituto Militar de Engenharia]] (IME), Escola de Saúde e Formação Complementar do Exército (EsFCEx) e a Escola de Instrução Especializada (EsIE), entre outras.<ref name=instituições/><ref name=esfcex/>
* [[Infantaria|Infantaria (INF)]]
* [[Cavalaria do Brasil|Cavalaria (CAV)]]
* [[Artilharia|Artilharia (ART)]]
* [[Engenharia militar|Engenharia (ENG)]]
* [[arma de Comunicações do Exército Brasileiro|Comunicações (COM)]]
* [[intendência militar|Intendência (INT)]]
* Manutenção de Comunicações (MNT COM)
* Manutenção de Armamento (MNT ARMT)
* [[Mecânico Operador|Mecânico Operador (MEC OP)]]
* Mecânico de Viatura Auto (MEC VTR AUTO)
* Aviação Apoio (AV AP)
* Aviação Manutenção (AV MNT)
* [[Auxiliar de Saúde|Auxiliar de Saúde (AUX SAU)]]
* [[Auxiliar de Enfermagem|Auxiliar de Enfermagem (AUX ENF)]]
* Saúde Apoio (SAU AP)
* [[Topógrafo|Topógrafo (TOPO)]]
* [[Músico|Músico (MUS)]]
* Corneteiro/Clarim (CORN/CLA)
{{dividir em colunas fim}}
=== Heráldica e logos ===
Conforme o Almanaque Militar do Quartel-General, edição de 1860, o brasão de armas do Exército à época consistia numa heráldica com uma variante do escudo nacional sobre peça de artilharia em campo relvado; ladeado por duas bandeiras nacionais em forma de panóplia, em que no entremeio das bandeiras, em timbre, tem uma [[Coroa Imperial do Brasil|coroa imperial]]; tendo ainda peças heráldicas em formado de bumbo, espadas e munições de artilharia.<ref>BRASIL/Ministério do Exército. Almanaque Militar para o ano de 1860 - ORGANISADO NO QUARTEL-GENERAL DO EXERCITO NA CORTE - EM VIRTUDE ARTIGO QUARTO DO REGULAMENTOO APPROVDDO PELO DECRETO N. 1881 DE 31 DE JANEIRO DE 1857. Rio de janeiro: Tip. Universal Laemert/Ministério da Guerra. 1860 </ref> O mesmo padrão foi adaptado para a república sendo trocado a coroa pelo brasão republicano e a esfera azul no lugar do brasão da bandeira imperial. A respeito do emblema atual, Ribeiro (2003) aponta que começou a ser utilizado após a massificação de uso de veículos blindados na década de 1930 e virando a marca oficial na década seguinte.<ref> RIBEIRO. João Guilherme C. Bandeiras que contam histórias. Rio de Janeiro; zit, 2003. ISBN 85-89907-02-3</ref>
<center>
<gallery>
Ficheiro:CoA_Imperial_Brazilian_Army_(1860).svg|Emblema no período imperial.<ref>Em Almanaque do Quartel-General do ano de 1860 do acervo da Biblioteca Nacional do Rio de janeiro</ref>
Ficheiro:ASCENCAO FORTRESS, FORTZLEZA, BRAZIL (2).jpg|Emblema adaptado após a [[Proclamação da República do Brasil|Proclamação da República]] que foi usado até fins da década de 1930.<ref>Preservado na frontaria da [[Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção]], sede da [[10ª Região Militar]].</ref>
Ficheiro:Coat of arms of the Brazilian Army (plan version).svg|Emblema em medalhão oval com o [[Crux|Cruzeiro do Sul]] sobreposto em espada, usado desde os anos 1940 até a atualidade.Regulamento de 1952 o define: "formado por um escudo de três elipses concêntricas, perfiladas em ouro. A elipse central é de cor azul e contem o Cruzeiro do Sul em prata".<ref>[https://commons.wikimedia.org/w/index.php?title=File:Regulamento_de_Uniformes_do_Pessoal_do_Ex%C3%A9rcito_-_1952_-_RUPE_-_R-124.pdf&page=5 Regulamento de Uniformes do Pessoal do Exército - 1952 - RUPE - R-124.pdf]</ref>
</gallery>
</center>


As escolas são complementadas por cursos de especialização, extensão e estágios.{{sfn|Gonzales, Os Tiros de Guerra e a estratégia de presença (2008)|p=73}} Em 2006, eram 66 cursos de especialização para oficiais e 76 para sargentos, oito cursos de extensão para oficiais e seis para sargentos, 47 estágios para oficiais e 32 para sargentos.<ref>{{Citar revista|revista=Revista Verde-Oliva|local=Brasília|editora=Centro de Comunicação Social do Exército|numero=187|data=janeiro–março de 2006|título=A carreira militar: características da profissão|url=https://www.calameo.com/exercito-brasileiro/read/001238206402bb5357736}}</ref> Isto abrange mesmo o ensino não estritamente militar, como os cursos de idiomas oferecidos pelo Centro de Estudos de Pessoal.{{sfn|Santos, Um estudo das relações pessoais dos militares do Exército Brasileiro (2012)|p=240}} Nos cursos operacionais mais difíceis e cobiçados, como os de [[Comando de Operações Especiais|comandos]], [[Centro de Instrução de Guerra na Selva|guerra na selva]] e [[Curso de Precursor Paraquedista|precursor paraquedista]], o índice de desligamento voluntário é alto.{{sfn|Viana, História institucional e cultura organizacional da tropa aeroterrestre (2020)|p=322}}
=== Educação ===
[[Imagem:Agulhas Negras.jpg|thumb|[[Academia Militar das Agulhas Negras]]]]
[[Imagem:EsPCEx_5.JPG|thumb|[[Escola Preparatória de Cadetes do Exército]]]]
O Exército Brasileiro mantém um dos mais estruturados sistemas educacionais de [[ensino superior]] do [[Brasil]], com atuação nos mais diversos ramos.<ref name="Educação">{{citar web |url=http://www.defesa.gov.br/ensino-e-pesquisa/instituicoes-de-ensino-militar/instituicoes-de-ensino-e-pesquisa-vinculadas-ao-exercito-brasileiro |titulo=Instituições de ensino e pesquisa vinculadas ao Exército Brasileiro |publicado=Ministério da Defesa |acessodata=10 de janeiro de 2017}}</ref>


[[Ficheiro:20 08 2022 Cerimônia de Entrega de Espadins aos Cadetes da Turma Dom Pedro II (52298145902).jpg|miniaturadaimagem|Academia Militar das Agulhas Negras|esquerda]]
Entre suas principais instituições de ensino superior, estão: [[Escola Preparatória de Cadetes do Exército]] (EsPCEx); [[Academia Militar das Agulhas Negras]] (AMAN); [[Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais]] (EsAO); [[Escola de Comando e Estado-Maior do Exército]] (ECEME); [[Instituto Militar de Engenharia]] (IME); Escola de Formação Complementar do Exército (EsFCEx) e [[Escola de Saúde do Exército]] (EsSEx).<ref name="Educação"/>
O Exército também mantém doze [[Colégios Militares do Brasil|Colégios Militares]], de nível fundamental e médio, mas seus alunos não necessariamente seguem na carreira militar.{{sfn|Oliveira & Mathias, Profissionalização militar (2020)|p=52}} Esses colégios oferecem aos oficiais a possibilidade de manter seus filhos, desde muito cedo, já no ensino militar.{{sfn|Santos & Raposo, A elite do Exército (2019)|p=71}} As Escolas de Instrução Militar (EsIM) são também de ensino médio, destinadas a permitir aos alunos o cumprimento do serviço militar sem interromper seus estudos.<ref>{{Citar web|website=12ª Região Militar|título=Escola de Instrução Militar (EsIM)|url=https://12rm.eb.mil.br/index.php?option=com_content&view=article&id=385:escola-de-instru%C3%A7%C3%A3o-militar-esim&catid=17&Itemid=121|acessodata=2023-12-03}}</ref>


Segundo o Exército, o treinamento é rigoroso, mas os maus-tratos, violência contra inferiores e lesões corporais são casos isolados e as instruções são controladas para evitar riscos. Casos de violência por parte de instrutores existem; de 2005 a junho de 2015, a Justiça Militar do Rio de Janeiro julgou 299 incidentes no Exército, Marinha e Força Aérea.<ref>{{Citar web|ultimo=Werneck|primeiro=Antônio|ultimo2=Marcolini|primeiro2=Barbara|ultimo3=Araújo|primeiro3=Vera|data=2015-07-12|título=Nos quartéis, sessões de choques e espancamentos deixam marcas indeléveis|url=https://oglobo.globo.com/rio/nos-quarteis-sessoes-de-choques-espancamentos-deixam-marcas-indeleveis-16739410|website=O Globo|acessodata=2023-12-02}}</ref> Críticos apontam o corporativismo da instituição como obstáculo às denúncias. Os agressores são julgados na Justiça Militar, mas as indenizações são arcadas pelo governo federal. Um caso emblemático foi o do cadete Márcio Lapoente da Silveira, que morreu em treinamento na AMAN em 1990, levando a uma denúncia à [[Comissão Interamericana de Direitos Humanos]]. O superior envolvido posteriormente alcançou o posto de coronel.<ref>{{Citar web|ultimo=Nakamura|primeiro=Pedro|data=2021-03-10|título=Oficiais sabotam investigações de tortura no Exército|url=https://www.intercept.com.br/2021/03/08/oficiais-exercito-sabotam-investigacoes-tortura/|website=The Intercept|acessodata=2023-12-02}}</ref><ref>{{Citar web||ultimo=Ziemkiewicz|primeiro=Nathalia|data=2013-07-12|título=Abusos nas foras armadas|url=https://istoe.com.br/314084_ABUSOS+NAS+FORCAS+ARMADAS/|website=IstoÉ|acessodata=2024-01-10}}</ref>
Além dessas, possui importantes centros de formação, como a [[Escola de Sargentos das Armas]] (ESA); a Escola de Sargentos de Logística (EsSLog); a [[Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas]] (EASA); a Escola de Instrução Especializada (EsIE); a [[Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea]] (EsACosAAe); a Escola de Comunicações (EsCom); a [[Escola de Educação Física do Exército]] (EsEFEx); o [[Centro de Instrução de Aviação do Exército]] (CIAvEx); os [[Centro de Preparação de Oficiais da Reserva|Centros de Preparação de Oficiais da Reserva]] (CPOR); o Centro de Educação a Distância do Exército (CEADEx); os [[Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva|Núcleos de Preparação de Oficiais da Reserva]] (NPOR); os [[Tiro de Guerra|Tiros de Guerra]]; e os [[Colégios Militares do Brasil|Colégios Militares]].<ref name="Educação"/><ref>{{citar web|url=http://www.ceadex.eb.mil.br/|título=Centro de Educação a Distância do Exército|publicado=CEADEx|acessodata=20-3-2019}}</ref>


=== Armas, quadros e serviços ===
Desde 1992, as mulheres obtiveram o direito de ingressar no Exército Brasileiro. A primeira turma feminina formou-se naquele ano na Escola de Administração do Exército, atual Escola de Formação Complementar do Exército. A partir de 1997, as mulheres tiveram acesso à [[Escola de Saúde do Exército]] e ao [[Instituto Militar de Engenharia]].<ref name="Educação"/>
{{Imagem múltipla
|direction=vertical|align=right|width=220
|image1=Ministro Jaques Wagner assiste exercício de artilharia antiaérea do Exército (20341510682).jpg
|caption1=Radar da Artilharia antiaérea
|image2=12 04 2021 Almoço em comemoração ao Dia da Intendência (51112408396).jpg
|caption2=Caminhão de suprimento da Intendência
|image3=Portada de Engenharia (22844890898).jpg
|caption3=Transposição de rio com o trabalho da Engenharia
}}
As tropas subdividem-se, conforme suas missões e características, em diversas especialidades, denominadas “armas”, “quadros” e “serviços”.{{sfn|Savian, Resistências à mecanização (2013)|p=2-3}} Sete delas realizam diretamente as operações militares, e seus oficiais são exclusivamente formados na AMAN: as Armas da [[Infantaria]], [[Cavalaria do Brasil|Cavalaria]], [[Engenharia militar|Engenharia]], [[Artilharia]] e [[Comunicações militares|Comunicações]], o Serviço de Indendência e o [[Quadro de Material Bélico]]. Coloquialmente, as sete são chamadas de “Armas”.{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=42}} A Infantaria e a Cavalaria são as chamadas “Armas base”, pois entram diretamente em contato com o inimigo. A Artilharia participa diretamente do combate, mas à distância, provendo apoio de fogo. A Engenharia e as Comunicações são Armas de apoio, mas também agem diretamente no campo de batalha. A Intendência e o Material Bélico são a [[Logística militar|logística]] do teatro de operações.{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=55-56}}


As outras áreas de oficiais, com origens diversas, são os Quadros de Engenheiros Militares (QEM), Auxiliar de Oficiais (QAO) e Complementar de Oficiais (QCO) e os Serviços de Saúde e Assistência Religiosa.{{sfn|Faria, Armas, Quadros e Serviços do Exército Brasileiro (2022)|p=101-104}} Os oficiais da [[Aviação do Exército]], que não é Arma, são oriundos de diversas Armas.{{sfn|Ferro, Aviação do Exército Brasileiro (2000)|p=295}} Subtenentes e sargentos pertencem a Qualificações Militares (QMS) próprias, abrangendo, além das sete áreas da AMAN, a Manutenção de Comunicações, Topografia, Aviação Manutenção, Aviação Apoio, Música e Saúde.{{sfn|Ribeiro, Proposta de integração das QMS de aviação (2021)}}<ref>Escola de Sargentos das Armas. [https://esa.eb.mil.br/images/Secao_Concurso/Edital_CFGS_2022_2023.pdf.pdf Edital n.° 3/SCA, de 3 de março de 2021]. Concurso público para admissão e matrícula. p. 6-7.</ref>
Nos níveis fundamental e médio, mantém o [[Colégios Militares do Brasil|Sistema Colégio Militar]], integrado por doze estabelecimentos de ensino, com turmas entre o sexto ano do [[ensino fundamental]] e o terceiro ano do [[ensino médio]].<ref name="Educação"/>


Oficiais e sargentos escolhem a Arma na qual servirão durante sua formação.{{sfn|Atassio, Um estudo sociopolítico sobre a formação de praças (2012)|p=34}} Esta decisão acompanha o militar pelo resto da sua carreira e determina onde ele servirá e quais comandos poderá exercer.{{sfn|Costa, Tendências ocupacionais do Exército Brasileiro (2020)}} Porém, mais do que uma especialidade, a Arma é uma atmosfera social própria, determinando os companheiros do militar no restante da sua carreira. Juntamente com a turma de formação, ela é o componente básico da identidade do oficial.{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=52-55}} A partir da Arma, identificada pelas insígnias na gola da camisa de seu uniforme, presumme-se o temperamento e disposição de um oficial.{{sfn|Santos & Raposo, A elite do Exército (2019)|p=66}} Cada Arma tem um “espírito”, uma associação entre as características pessoais exigidas nas operações militares e a personalidade do indivíduo:{{sfn|Castro, Um antropólogo na caserna (2004)|p=70-71}} os infantes “rústicos”, os cavalarianos “rápidos”, os artilheiros “metódicos” e assim por diante. Há inclusive estereótipos negativos atribuídos a cada Arma pelas outras.{{sfn|Mello, A construção da identidade militar nas alocuções (2016)|p=75}}
=== Efetivo ===
[[Imagem:Jovens_se_apresentam_para_a_fase_de_seleção_do_Serviço_Militar_(11967061054).jpg|thumb|Jovens se apresentando para recrutar o Exército Brasileiro, em 2014]]
[[Imagem:Tiros de Guerra - 2007, GONZALES, 2008.JPG|thumb|[[Tiro de Guerra|Tiros de Guerra]] ao redor do Brasil]]
O Exército Brasileiro tinha uma força registrada de {{Fmtn|219585}} soldados ativos em 2014.<ref name="Union Official Diary">{{citar web | url=http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=05/02/2015&jornal=1&pagina=3&totalArquivos=92 | título=Decreto 8.399 }} 4 de fevereiro de 2015.</ref> Outra estimativa do IISS em 2014 colocou esse número em 190 mil soldados ativos, sendo 70 mil deles recrutas.<ref name=IISS2014/> Além disso, havia aproximadamente {{Fmtn|1340000}} de homens na reserva em 2014.<ref name=IISS2014>{{citar livro|último1=[[International Institute for Strategic Studies]]|titulo=The Military Balance 2014|data=3 de fevereiro de 2014|editora=[[Routledge]]|local=[[Londres]]|isbn=9781857437225|páginas=371–375}}<!--|acessodata=9 de dezembro de 2015--></ref> Este número foi menor que os {{Fmtn|1800000}} de homens na reserva em 2008.<ref name="Os pés de barro de um gigante">{{citar web | url=http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EMI14440-15273,00.html | título=Os pés de barro de um gigante }} Revista Época. Acessado em 1 de fevereiro de 2009.</ref> Em princípio, a [[constituição brasileira de 1988]] designa a [[Polícia Militar do Brasil]] como uma força de reserva do exército, embora na prática permaneçam entidades separadas.<ref>{{citar web |url=https://jus.com.br/artigos/27922/a-policia-militar-a-luz-da-constituicao-federal-de-1988-uma-abordagem-critica |titulo=A Polícia Militar à luz da Constituição Federal de 1988: uma abordagem crítica |publicado=Jus navigandi |autor=Rainer Riedel |acessodata=15 de janeiro de 2017 |data=abril de 2014}}</ref>


Os melhores alunos, pela classificação geral, escolhem a sua Arma primeiro, e os últimos são “compulsados” para preencher as vagas.{{sfn|Atassio, Um estudo sociopolítico sobre a formação de praças (2012)|p=34}} Até os anos 1990, a preferência era pela Infantaria, Cavalaria e Artilharia, prestigiadas por ser as Armas combatentes, à qual pertenceram os generais mais famosos da história do Exército. A partir de então, a Intendência e o Material Bélico, áreas mais próximas da atividade civil, tornaram-se as mais procuradas pelas novas gerações de cadetes.{{sfn|Costa, Tendências ocupacionais do Exército Brasileiro (2020)}}{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=60-65}}
==== Conscrição ====
{{AP|vt=s|Lei do Sorteio}}
De acordo com o artigo 143 da [[constituição brasileira de 1988]], o [[serviço militar]] é [[Conscrição|obrigatório]] para os homens, mas a objeção de consciência é permitida. Mulheres e clérigos estão isentos do serviço militar obrigatório. No ano em que terminam a idade de 18 anos, os homens são requeridos a registrarem-se e devem servir quando alcançarem a idade de 19 anos. Cerca de 95% dos inscritos são dispensados.<ref name="Serviço Militar Veja">{{citar web |url=https://web.archive.org/web/20170114055015/http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/servico-militar/servico-militar-obrigatorio-alistamento-exercito-dispensa.shtml|titulo=Serviço militar obrigatório |data=Outubro de 2008 |publicado=[[Revista Veja]] |acessodata=15 de janeiro de 2017}}</ref> Um número crescente de recrutas são voluntários, representando cerca de dois terços do total. Aqueles que servem geralmente passam um ano de alistamento regular em uma guarnição do exército perto de sua casa. Alguns são permitidos nove meses termos de serviço, mas são esperados para concluir o ensino médio, ao mesmo tempo. Estes são chamados de "[[Tiro de Guerra|Tiros de Guerra]]", que são para garotos do ensino médio em cidades médias de interior, dirigido pelo suboficial do exército.<ref>{{citar web |url=http://tirodeguerra.dsm.eb.mil.br/index.php/item/45-conceito-de-tiro-de-guerra-no-brasil |titulo=Tiros de Guerra |publicado=Diretoria de Serviço Militar do Exército Brasileiro |acessodata=15 de janeiro de 2017}}</ref> Nas Forças Armadas Brasileiras, os primeiros sargentos podem ser promovidos ao Posto de Oficiais, como [[Segundo-Tenente]], [[Primeiro-Tenente]] e [[Capitão]], passando a fazer parte do Corpo de Oficiais Auxiliares. O exército é o único serviço com um grande número de [[recruta]]s; a marinha e a força aérea têm muito poucos.<ref name="Serviço Militar Etapas">{{citar web |url=http://www.defesa.gov.br/mobilizacao-nacional/servico-militar/etapas |titulo=Etapas do Serviço Militar Obrigatório |publicado=Ministério da Defesa |acessodata=15 de janeiro de 2017}}</ref><ref name="Serviço Militar">{{citar web |url=http://dsm.dgp.eb.mil.br/index.php/servico-militar |titulo=Serviço Militar |publicado=Diretoria de Serviço Militar do Exército Brasileiro |acessodata=15 de janeiro de 2017}}</ref>


=== Oficiais ===
O sistema de conscritos é basicamente um meio de fornecer treinamento militar básico a um grupo considerável de jovens que retornam à vida civil e são mantidos na reserva até os 45 anos. O exército reconhece que presta um serviço público ao ensinar um grande número de conscritos habilidades básicas que podem ser valiosas para a economia em geral quando os jovens retornam à vida civil.<ref>{{citar web |url=http://www.ecsbdefesa.com.br/defesa/fts/SMOEB.pdf |titulo=Serviço Militar Obrigatório no Exército Brasileiro |acessodata=15 de janeiro de 2017 |data=2012 |autor=Luiz Augusto Rocha do Nascimento}}</ref>
==== Subdivisões ====
[[Ficheiro:Blindado Guarani (13412033914).jpg|miniaturadaimagem|Capelães do Exército|esquerda]]
Os oficiais de carreira da linha de ensino militar bélico, também chamados de “oficiais da AMAN” ou “oficiais de academia”,{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=29-30}} são a espinha dorsal e a elite da instituição,{{sfn|Santos & Raposo, A elite do Exército (2019)|p=61}} nos quais o Exército investe para representá-lo legitimamente e, futuramente, dirigi-lo.{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=253}} Eles são a maioria dos generais e a totalidade dos generais de exército, o topo da hierarquia.{{sfn|Santos & Raposo, A elite do Exército (2019)|p=64}} Mas existem diversas outras carreiras de oficial.{{sfn|Santos, A transformação de atitudes e valores (2019)|p=12}}


Os oficiais da reserva de 2.ª categoria (R/2) são incorporados através dos OFOR.<ref>{{Citar web|website=Diretoria de Serviço Militar|título=Órgãos de Formação da Reserva (CPOR e NPOR)|data=2021-11-04|url=http://dsm.dgp.eb.mil.br/index.php/pt/?option=com_content&view=article&id=108|acessodata=2023-10-11}}</ref> O Quadro de Engenheiros Militares (QEM), que não deve ser confundido com a Arma de Engenharia da Linha Bélica, é formado no Instituto Militar de Engenharia e tem competências mais próximas às de um engenheiro formado em universidade.{{sfn|Moreira, O discurso nacionalista dos engenheiros militares (2008)|p=3}}<ref>{{Citar web|website=Exército Brasileiro|título=Quadro de Engenheiros Militares|url=https://www.eb.mil.br/quadro-engenheiros-militares|acessodata=2023-11-29}}</ref> O engenheiro do QEM trabalha na ciência, tecnologia e produção de material bélico.{{sfn|Faria, Armas, Quadros e Serviços do Exército Brasileiro (2022)|p=101}} O Quadro Auxiliar de Oficiais (QAO) é formado de sargentos e subtenentes promovidos ao oficialato.<ref>{{Citar web|website=Exército Brasileiro|título=Quadro Auxiliar de Oficiais|url=https://www.eb.mil.br/quadro-auxiliar-oficiais|acessodata=2023-11-29}}</ref> A Escola de Saúde e Formação Complementar do Exército forma os oficiais do Quadro Complementar de Oficiais (QCO), Quadro de Saúde (QSau) e Quadro de Capelães Militares;<ref name=esfcex>{{Citar web|website=Serviços e Informações do Brasil|título=Ingressar na Escola de Saúde e Formação Complementar do Exército (ESFCEx)|url=https://www.gov.br/pt-br/servicos/ingressar-na-escola-de-formacao-complementar-do-exercito|acessodata=2023-11-29}}</ref> os oficiais do QCO já têm graduação prévia num curso superior civil,<ref>{{Citar web|website=Exército Brasileiro|título=Quadro Complementar de Oficiais|url=https://www.eb.mil.br/quadro-complementar-oficiais|acessodata=2023-11-29}}</ref> e os capelães militares têm formação prévia como ministros católicos ou evangélicos.<ref>{{Citar web|website=Exército Brasileiro|título=Serviço de Assistência Religiosa|url=https://www.eb.mil.br/servico-assistencia-religiosa|acessodata=2023-11-29}}</ref> Os Oficiais Técnicos Temporários (OTT), também com formação acadêmica prévia, são incorporados após um estágio e permanecem por até oito anos.{{sfn|Dias, Elevação nos efetivos de Oficiais Temporários (2020)|p=3}}
==== Mulheres ====
[[Ficheiro:EB (6125488296).jpg|miniaturadaimagem|Mulheres do exército brasileiro marchando]]
As mulheres não participaram das forças armadas do Brasil até o início dos anos 1980. O Exército Brasileiro tornou-se o primeiro exército da América do Sul a aceitar as mulheres nas fileiras permanentes e de carreira.<ref name="Mulheres no Exército">{{citar web |url=http://www.eb.mil.br/web/ingresso/mulheres-no-exercito/-/asset_publisher/6ssPDvxqEURl/content/a-historia-da-mulher-no-exercito?redirect=http%3A%2F%2Fwww.eb.mil.br%2Fweb%2Fingresso%2Fmulheres-no-exercito%3Fp_p_id%3D101_INSTANCE_6ssPDvxqEURl%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3Dcolumn-1%26p_p_col_count%3D1 |titulo=A História da Mulher no Exército |publicado=Exército Brasileiro |acessodata=15 de janeiro de 2017}}</ref>


==== Perfil ====
Para começar uma carreira com o exército, as mulheres devem ter concluído um diploma de bacharel. O concurso tem alcance nacional e nenhum requerente pode ter mais de 36 anos de idade. Aquelas aceitas no programa de estudo na [[Escola de Formação Complementar do Exército]] (antiga Escola de Administração do Exército) em [[Salvador (Bahia)|Salvador]], começam como primeiras tenentes (reserva). A Escola de Formação Complementar está também aberta aos homens. No final do curso de um ano, o graduado é promovido a primeiro tenente nas fileiras permanentes.<ref>{{citar web |url=http://www.eb.mil.br/web/ingresso/duvidas-mais-frequentes/-/asset_publisher/ckAykoibxYRW/content/mulheres-no-exerci-1 |titulo=Perguntas frequentes |publicado=Exército Brasileiro |acessodata=15 de janeiro de 2017}}</ref>
[[Ficheiro:A cerimônia de formatura da AMAN 2013 (11175350704).jpg|miniaturadaimagem|Aspirante da AMAN com sua família na formatura]]
A maioria dos oficiais é oriunda de famílias de [[classe média]], frequentemente com pais militares, num padrão de recrutamento endógeno existente pelo menos desde o século XX.{{sfn|Miranda, A construção da identidade do oficial (2018)|p=62-63}} Cada vez mais, nas últimas décadas do século XX, os pais desses filhos de militares são oficiais subalternos e praças, numa busca de ascensão social através do serviço público vitalício. Já os filhos de oficiais superiores muitas vezes cursam universidades civis.{{sfn|Atassio, Um estudo sociopolítico sobre a formação de praças (2012)|p=65-66}} Os vencimentos historicamente mantém a oficialidade na classe média.{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=164}}


Os jovens não entram na AMAN pensando em futuramente sair da carreira militar, ou se entram, são condicionados a mudar de ideia. O ''status'' de oficial acompanhará cada um até a morte.{{sfn|Santos & Raposo, A elite do Exército (2019)|p=62}} A disponibilidade permanente, dedicação exclusiva, mobilidade geográfica e restrição dos [[direitos trabalhistas]] são as características dessa carreira, nos termos do Exército.{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=159}} A mobilidade geográfica significa uma carreira nômade, de constantes transferências. O resultado é um Exército homogêneo, mas isto traz dificuldades para a família do oficial e impede o enraizamento na sociedade local.{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=66-67}} Pela dedicação exclusiva, o Exército desaconselhava cursar graduações fora do âmbito militar, mas isto muda no século XXI.{{sfn|Miranda, A construção da identidade do oficial (2018)|p=65}}
=== Hierarquia, uniformes e insígnias ===
{{Artigo principal|Hierarquia militar do Brasil}}
{{Vertambém|Lista de ministros do Exército do Brasil}}
[[Imagem:Brasil_(7952311794).jpg|thumb|esquerda|Uniforme padrão exército brasileiro]]


Os contatos de um oficial de academia são estabelecidos principalmente dentro da instituição.{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=139}} Oficiais e suas famílias compartilham grande parte de seus ambientes de moradia, lazer e estudo, e a instituição promove a interação social interna, na qual as esposas são fundamentais.{{sfn|Castro, Sobre o conceito de Instituição Total (2007)|p=4-5}} A apresentação e comportamento da família do oficial influenciam como ele é qualificado na vida profisissional.{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=107}} A família militar é também uma ponte entre o Exército e a sociedade como um todo.{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=311}} A noção de “Família Militar” pode ser ampla, englobando os militares e mais os seus familiares.{{sfn|Silva, Famílias de militares (2013)|p=863}}
O comandante mais graduado no Exército Brasileiro é o [[General de Exército]], general de quatro estrelas. Em tempos de guerra, ou em circunstâncias excepcionais, uma quinta estrela pode ser usada pelo oficial de mais alto escalão do exército, que é então promovido a [[Marechal]] do Exército. Os oficiais do exército brasileiro usam insígnias de posto no ombro e o exército tem dez fileiras de oficiais.<ref name="Hierarquia">{{citar web |url=http://www.eb.mil.br/postos-e-graduacoes/-/asset_publisher/DQlwhsMH8YR7/content/exercito?redirect=http%3A%2F%2Fwww.eb.mil.br%2Fpostos-e-graduacoes%3Fp_p_id%3D101_INSTANCE_DQlwhsMH8YR7%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3Dcolumn-1%26p_p_col_count%3D1 |titulo=Postos e graduações |publicado=Exército Brasileiro |acessodata=15 de janeiro de 2017}}</ref><ref name="Hierarquia2">{{citar web |url=http://mundoestranho.abril.com.br/historia/qual-e-a-hierarquia-das-forcas-armadas/ |titulo=Qual é a hierarquia das Forças Armadas? |publicado=[[Mundo Estranho]] |autor=Marina Motomura |data=18 de abril de 2011 |acessodata=15 de janeiro de 2017}}</ref>


O perfil dos oficiais do QCO é diferente, pois eles trazem para dentro do Exército a visão de mundo do meio acadêmico e da sociedade mais ampla.{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=141-142}} Os oficiais R/2 têm origem social diferente: são principalmente universitários, e o objetivo declarado do curso é a “formação do cidadão, futuro integrante da elite nacional e que tenha conhecimento principalmente dos valores que são as bases do Exército Brasileiro”.{{sfn|Kuhlmann, Razões da permanência do modelo de recrutamento no Brasil (2001)|p=85-86}}
Um [[General de Brigada]] tem duas estrelas, o seguinte grau mais alto, o [[General de Divisão]], usa três. O próximo grau mais alto, designado por quatro estrelas, é o "[[General de Exército]]". O marechal usa cinco estrelas, mas esta posição é alcançada raramente no dever ativo.<ref name="Hierarquia"/><ref name="Hierarquia2"/>


==== Carreira ====
O mais alto escalão alistado do Exército Brasileiro é [[Subtenente]]. Os outros suboficiais são [[Primeiro-Sargento]], [[Segundo-Sargento]] e [[Terceiro-Sargento]]. Depois, há o [[Cabo (militar)|Cabo]], agindo como o Líder da Esquadra. O [[Soldado]] designa o posto mais baixo e/ou inicial da categoria militar.<ref name="Hierarquia"/><ref name="Hierarquia2"/>
[[Ficheiro:04 08 2022 - Promoção de Oficiais Generais (52468335924).jpg|miniaturadaimagem|Cerimônia de promoção de generais|esquerda]]
De uma turma de 400 aspirantes a oficial da AMAN, somente quatro chegarão a general de exército. A ascensão na hierarquia dos oficiais demora décadas e envolve os critérios de antiguidade, mérito, escolha, e em tempos de guerra, bravura. Um exemplo de oficial bem-sucedido, [[Fernando Azevedo e Silva]], formou-se na AMAN em 1976 e foi promovido a general de exército em 2014.<ref name=promoções>{{Citar web|ultimo=Gielow|primeiro=Igor|data=2021-03-31|título=Entenda como funcionam as promoções nas Forças Armadas do Brasil|url=https://www1.folha.uol.com.br/poder/2021/03/entenda-como-funcionam-as-promocoes-nas-forcas-armadas-do-brasil.shtml|wayb=20210331164622|website=Folha de S. Paulo}}</ref> Os líderes político-militares dos anos 1960 formaram-se na Escola Militar do Realengo nas décadas de 1910 a 1930.{{sfn|Svartman, Generais de 1964 (2006)|p=30}}


O ano de formação de um oficial revela seu posto, sua turma da AMAN (um conjunto com grande familiaridade entre si e nome próprio, como a “Centenário da Independência” de 1989), e dentro dela, sua antiguidade.{{Nre|{{harvnb|Santos & Raposo, A elite do Exército (2019)}}, p. 65-72. As promoções para cada posto ocorrem numa mesma época, e as turmas formadas na AMAN são promovidas com uma diferença de no máximo um ano entre o primeiro e o último. A classificação da AMAN influencia quais receberão as melhores oportunidades, e o “zero-um”, o melhor classificado (mais antigo) na sua respectiva Arma, Quadro ou Serviço, tem muitas expectativas nos ombros.}} Há um intervalo de oito a dez anos da AMAN à EsAO e três a dez anos dali até a ECEME.{{sfn|Oliveira & Mathias, Profissionalização militar (2020)|p=51-52}} Cerca de um terço de cada turma consegue cursar a ECEME,{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=278}} através da qual os oficiais entram no Quadro de Estado-Maior da Ativa (QEMA). Isto lhes abre as funções de assessoramento e decisão, e portanto, de maior prestígio e poder. Os demais oficiais integram o Quadro Suplementar Geral (QSG), onde terão funções burocráticas e/ou de execução até o fim da carreira. Somente os oficiais do QEMA alcançam o generalato.{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=70-74}}
== Força de Ação Rápida Estratégica ==
As Forças de Ação Rápida Estratégica são formadas por unidades de elite altamente mobilizáveis e preparadas para atuar em qualquer parte do território nacional, em curto espaço de tempo, na hipótese de agressão externa.<ref>{{citar web |url=http://tropasearmas3.xpg.uol.com.br/BRASIL_FORCA%20DE%20ACAO%20RAPIDA.htm |titulo=Força de Ação Rápida |publicado=Tropas e Armas/[[UOL]] |acessodata=17 de fevereiro de 2017}}</ref>


Na hora das promoções a general, a maior parte da turma solicita a transferência à reserva remunerada. Só uma minoria consegue a promoção a general de brigada, que é política, pelo critério de escolha.{{nre|{{harvnb|Santos & Raposo, A elite do Exército (2019)|p=69}}. O sistema é estritamente “{{Ill|en|up or out}}”, nas definição de {{harvnb|Hudson|1998}}.}} A decisão envolve o [[Alto Comando do Exército]] e o [[Presidente da República (Brasil)|Presidente da República]], que tradicionalmente respeita os nomes indicados pelo Alto Comando. A promoção de um candidato mais moderno que seus colegas normalmente leva-os à reserva. Um oficial fica no máximo doze anos no quadro dos oficiais-generais.<ref>{{Citar web|ultimo=Ribeiro|primeiro=Leonardo|data=2023-02-14|título=Exército escolhe três generais para serem alçados ao posto máximo da carreira|website=CNN|url=https://www.cnnbrasil.com.br/politica/exercito-escolhe-tres-generais-para-serem-alcados-ao-posto-maximo-da-carreira/|acessodata=2023-11-28}}</ref><ref name=promoções/>{{sfn|Hudson, Brazil: a country study (1998)|p=387}}
=== [[Imagem:12bdalv.png|30px]] Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) ===
{{imagem dupla|right|InfAirmobile2.jpg|220|InfAirmobile.jpg|220|Treinamento de infantaria aeromóvel.|Tropas aeromóveis.}}
{{Artigo principal|12.ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel)}}


=== Subtenentes e sargentos ===
A 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) é uma importante unidade de elite do Exército Brasileiro. Com sede em [[Caçapava]], em [[São Paulo (estado)|São Paulo]]. Sua área de operação abrange todo o país. Está sob a 2a Divisão de Exército/[[Comando Militar do Sudeste]], com sede em [[São Paulo (cidade)|São Paulo]].<ref name="Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel)">{{citar web |url=http://www.bdaamv.eb.mil.br/index.php/historico-menu |titulo=Histórico |publicado=Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) |acessodata=10 de janeiro de 2017}}</ref>
[[Ficheiro:11 a 15-04-2016 - ELD Curso Artilharia 103.jpg|miniaturadaimagem|Exercício de topografia do Curso de Artilharia da ESA]]
O lema “sargento, elo fundamental entre o comando e a tropa” sintetiza a função atribuída pelo Exército a esse círculo hierárquico.{{sfn|Zimmermann, Sargentos de 1964 (2013)|p=16}} O sargento é ao mesmo tempo chefe e executante.{{sfn|Zimmermann, Escolas de formação e aperfeiçoamento dos sargentos (2022)|p=448}} De modo geral, é ele quem mantém o contato direto com os soldados,{{sfn|Zimmermann, Sargentos de 1964 (2013)|p=150}} sobre os quais tem a responsabilidade de disciplinador.{{sfn|Atassio, Um estudo sociopolítico sobre a formação de praças (2012)|p=214}} Sua formação objetiva um executor prático,{{sfn|Ferreira, Uma análise dos sistemas simbólicos da Escola de Sargentos das Armas (2022)|p=371}} que se preciso, põe em prática o que o oficial pensa, mas não sabe executar.{{sfn|Atassio, Um estudo sociopolítico sobre a formação de praças (2012)|p=146}}


Os sargentos nunca foram uma elite,{{sfn|Atassio, Um estudo sociopolítico sobre a formação de praças (2012)|p=70}} mas sua formação é uma prioridade, ainda que secundária à dos oficiais.{{sfn|McCann, The Brazilian Armed Forces (2017)|p=77}} Espera-se do sargento de carreira a obediência aos oficiais, senso crítico, maior cultura e preparo técnico-profissional do que seus subordinados{{sfn|Zimmermann, Escolas de formação e aperfeiçoamento dos sargentos (2022)|p=436-437}} e uma identidade profissional robusta.{{sfn|Ferreira, Uma análise dos sistemas simbólicos da Escola de Sargentos das Armas (2022)|p=371}} Os alunos da Escola de Sargentos das Armas são, em sua maioria, filhos de civis, mas muitos têm experiência militar prévia, especialmente no serviço militar obrigatório. Eles são mais velhos que os cadetes da AMAN (18–28 anos ao ingressar, com maior frequência na faixa de 20–24) e oriundos de famílias com rendas menores.{{sfn|Atassio, Um estudo sociopolítico sobre a formação de praças (2012)|p=94-121}}
É organizada, equipada e treinada para missões de resposta rápida em qualquer ponto do país. Elas podem se deslocar via aérea usando jatos de negócios e aeronaves civis, mas o principal meio de transporte são a aeronave giratória da [[Força Aérea Brasileira]], do [[Comando de Aviação do Exército]], geralmente baseada perto de seus quartéis. Ao realizar sua principal função, o assalto aéreo, a Brigada Aeromóvel constitui um instrumento efetivo e permanentemente disponível de alcance estratégico, sendo uma unidade integral da Força de Ação Rápida Estratégica do Exército Brasileiro.<ref name="Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel)"/>


Os oficiais e sargentos numa organização militar são oriundos de todo o país e transferidos ao longo da carreira. Entre os sargentos, isto é menos frequente e por distâncias menores.{{sfn|McCann, The Brazilian Armed Forces (2017)|p=77}}{{sfn|Silva, O exército como família (2016)|p=143}} Na sua carreira, marcada por cursos de formação, especialização e aperfeiçoamento, o sargento adquire estabilidade profissional aos dez anos de serviço. Formado terceiro sargento, pode ascender até subtenente ou a capitão do Quadro Auxiliar de Oficiais.{{sfn|Zimmermann, Escolas de formação e aperfeiçoamento dos sargentos (2022)|p=449-451}} Existem ainda sargentos temporários oriundos de soldados que prestaram o serviço militar{{sfn|Marcos, Capacitação profissional de militares temporários (2001)|p=49}} e sargentos técnicos temporários, voluntários incorporados através de um estágio.<ref>{{Citar web|website=Serviço Militar Regional da 2ª Região Militar|título=EBST (Estágio Básico de Sargentos Temporários)|url=https://2rm.eb.mil.br/servicomilitar/sargento-tecnico-temporario|acessodata=2023-11-29}}</ref>
=== [[Imagem:Bol avex.png|30px]] Comando de Aviação do Exército ===
{{double image|right|Apronto_Operacional_(14381158471).jpg|220|Brazilian military helicopter underway, 2012.jpg|225|Helicóptero de ataque do Exército Brasileiro|[[Sikorsky UH-60 Black Hawk|Black Hawk]] na região amazônica}}
{{Artigo principal|Comando de Aviação do Exército}}


=== Cabos e soldados ===
O [[Comando de Aviação do Exército]], também conhecido como Brigada Ricardo Kirk, é uma brigada do Exército Brasileiro, localizada em [[Taubaté]], [[São Paulo (estado)|São Paulo]], ligada ao [[Comando de Operações Terrestres]] e ao [[Comando Militar do Sudeste]]. Seu nome histórico é uma referência ao Capitão Ricardo Kirk, pioneiro da aviação militar no Brasil, morto em batalha na Guerra Contestado.<ref name="Comando de Aviação do Exército">{{citar web |url=http://www.cavex.eb.mil.br/ |titulo=Histórico |acessodata=10 de janeiro de 2017 |publicado=Exército Brasileiro}}</ref>
[[Ficheiro:Jovens se apresentam para a fase de seleção do Serviço Militar (11967061054).jpg|miniaturadaimagem|Jovens se apresentando para a fase de seleção do serviço militar em 2014|esquerda]]
{{AP|vt=s|Conscrição#Brasil|Serviço militar#Brasil}}
Os soldados nas unidades de combate são incorporados através do serviço militar obrigatório inicial.{{sfn|Kuhlmann, Razões da permanência do modelo de recrutamento no Brasil (2001)|p=72}} O alistamento é obrigatório para os homens no ano que completam 18 anos.<ref name=veja>{{citar web|url=http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/servico-militar/servico-militar-obrigatorio-alistamento-exercito-dispensa.shtml|wayb=20170114055015|titulo=Serviço militar obrigatório|data=outubro de 2008|publicado=[[Revista Veja]]}}</ref> Das três forças singulares, o Exército é a que mais depende do serviço militar obrigatório. Os conscritos são uma parte considerável de seu efetivo, ao contrário da Marinha e Aeronáutica, nas quais eles são uma pequena minoria.{{sfn|Kuhlmann, Razões da permanência do modelo de recrutamento no Brasil (2001)|p=78}} Existem diversas alternativas a esta modalidade de serviço militar,{{nre|{{harvnb|Kuhlmann, Razões da permanência do modelo de recrutamento no Brasil (2001)|p=72}}. Pode-se citar também os estudantes de Medicina, Farmácia, Odontologia ou Medicina Veterinária (MFDV) que realizam o serviço militar obrigatório como oficiais, os oficiais da reserva R/2 e os alunos de Escolas de Instrução Militar; vide a página da [http://dsm.dgp.eb.mil.br/index.php/pt/o-servico-militar Diretoria do Serviço Militar].}} dentre as quais os [[Tiro de Guerra|Tiros de Guerra]], dispersos em municípios em todo país, formam soldados reservistas sem ocupar o tempo integral de seus recrutas, conhecidos como atiradores.{{sfn|McCann, The Brazilian Armed Forces (2017)|p=75-76}}


As Juntas de Serviço Militar, nível administrativo mais baixo da conscrição, estão em todo o país.{{sfn|Gonzales, Os Tiros de Guerra e a estratégia de presença (2008)|p=114}} Entretanto, somente nos municípios tributários, escolhidos por motivos geográficos e econômicos, os alistados prosseguirão às etapas seguintes do processo.{{sfn|Kuhlmann, Razões da permanência do modelo de recrutamento no Brasil (2001)|p=82-83}} Cada organização militar receberá recrutas das redondezas.{{sfn|McCann, The Brazilian Armed Forces (2017)|p=74}} Ao final do processo, cerca de 5% dos alistados são incorporados ao serviço.<ref name=veja/>{{sfn|Kuhlmann, Razões da permanência do modelo de recrutamento no Brasil (2001)|p=90}} Em 2012, 92% eram voluntários, segundo o Exército.<ref>{{Citar web|ultimo=Stochero|primeiro=Tahiane|data=2012-08-15|título=Exército corta aula de guerra antiga e foca terrorismo e conflito em cidades|url=https://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/08/exercito-corta-aula-de-guerra-antiga-e-foca-terrorismo-e-conflito-em-cidades.html|website=G1|acessodata=2023-12-15}}</ref>
A tarefa do Comando de Aviação do Exército Brasileiro é fornecer apoio aéreo às forças terrestres, fornecendo apoio aéreo tático, apoio aéreo próximo e [[reconhecimento aéreo]].<ref name="Comando de Aviação do Exército"/>


As justificativas oficiais para o sistema são as mesmas de seus [[Lei do Sorteio#Apoio|defensores]] (tais como [[Olavo Bilac]]) quando o serviço militar obrigatório foi implantado no início do século XX. Segundo o comandante do Exército em 2007–2015, [[Enzo Martins Peri]], o modelo atual é “mais democrático, universal e, socialmente, mais justo e equitativo” e complementa a “formação da cidadania nos aspectos espiritual, moral, físico, intelectual, profissional e cívico”.{{sfn|Lima, Serviço militar obrigatório no Brasil (2010)|p=59-60}} O Exército procura moldar os recrutas num ideal de cidadão ordeiro, produtivo e patriótico e até mesmo faz iniciativas de qualificação profissional,{{nre|Por exemplo, pelo [https://dados.gov.br/dados/conjuntos-dados/projeto-soldado-cidadao Projeto Soldado Cidadão], existente desde 2004 com o objetivo de “qualificar profissionalmente os recrutas que prestam o Serviço Militar, complementando sua formação cívica-cidadã e facilitando seu ingresso no mercado de trabalho, após o período obrigatório junto às Forças Armadas” .}} mas essa função social só se aplica à pequena minoria dos alistados convocada ao serviço.{{sfn|Lima, Serviço militar obrigatório no Brasil (2010)|p=72-74}} No caso dos Tiros de Guerra, a baixa frequência de exercícios militares, deixando a maior parte do tempo a faxinas, manutenção das instalações e atividades cívico-sociais, pode ser um fator de frustração.{{sfn|Gonzales, Os Tiros de Guerra e a estratégia de presença (2008)|p=217}}
=== [[Imagem:Brasão 11ª Brigada de Infantaria Leve.jpg|30px]] Brigada de Operações de Garantia da Lei e da Ordem ===
[[Imagem:Chefe do EMCFA General José Carlos De Nardi visita a Força de Pacificação do Complexo da Maré (16660223918).jpg|thumb|esquerda|Brigada de Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).<ref name=":0">{{Citar web|url=https://www.gov.br/defesa/pt-br/assuntos/exercicios-e-operacoes/garantia-da-lei-e-da-ordem|titulo=Garantia da Lei e da Ordem|acessodata=2022-07-16|website=Ministério da Defesa|lingua=pt-br}}</ref>]]
{{Artigo principal|Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem}}


[[Ficheiro:Grupo de Recrutas do Exército Brasileiro em Treinamento.JPG|miniaturadaimagem|Treinamento de recrutas no 50.º Batalhão de Infantaria de Selva]]
A 11ª Brigada de Infantaria é uma das brigadas que operam no Exército Brasileiro, com sede em [[Campinas]], no estado de [[São Paulo (estado)|São Paulo]]. Esta [[brigada]] de [[infantaria]] é especializada em operações em [[Guerra urbana|terrenos urbanos]], podendo atuar em casos de grave instabilidade ou perigo para a [[ordem pública]] na missão de [[Garantia da lei e da ordem|Garantia da Lei e da Ordem]] (GLO).<ref name=":0" /> A GLO é uma operação militar em que as [[Forças Armadas do Brasil]], valendo-se dos dispositivos legais e do poder de polícia eventualmente a elas atribuído para o cumprimento da missão, suprem o o esgotamento das forças tradicionais de segurança pública, em graves situações de perturbação da ordem e da lei.<ref name=":0" />
O ideal do serviço militar obrigatório como nivelador republicano, no qual servem todas as classes sociais, não corresponde à realidade.{{sfn|Lima, Serviço militar obrigatório no Brasil (2010)|p=72-74}} Os jovens são recrutados, em sua maioria, entre famílias de baixa renda,{{sfn|Steffens, Condições de vida e trabalho do recruta (2016)|p=11}} para as quais o serviço militar é uma alternativa à falta de oportunidades no mercado de trabalho.{{sfn|Lima, Serviço militar obrigatório no Brasil (2010)|p=116}} O soldo de um recruta, entretanto, é inferior a um [[salário mínimo]].<ref>{{Citar web|autor=Jefferson S|data=2023-07-11|título=Soldado Recruta do Exército, até 96h em uma semana de trabalho e menos de 1 salário mínimo|url=https://www.sociedademilitar.com.br/2023/07/soldado-recruta-do-exercito-salario-2022j.html|website=Revista Sociedade Militar|acessodata=2023-12-02}}</ref>


O recruta, ou soldado do Efetivo Variável (EV), serve por um ano,{{sfn|Steffens, Condições de vida e trabalho do recruta (2016)|p=23}}{{nre|O que pode ser dilatado por mais seis meses, por interesse do Exército. Vide a descrição da [http://dsm.dgp.eb.mil.br/index.php/pt/o-servico-militar Diretoria de Serviço Militar].}} ao longo do qual deve ser transformado num reservista apto ao combate.{{sfn|McCann, The Brazilian Armed Forces (2017)|p=75}} O recruta só é considerado pronto na última parte do ciclo, o período de adestramento, que dura cerca de quatro meses. Isto cria um hiato de operacionalidade em dois terços no ano.{{sfn|Kuhlmann, Razões da permanência do modelo de recrutamento no Brasil (2001)|p=92}} Uma das soluções é variar os cronogramas para que, ao longo do ano, algumas unidades estejam operacionais e outras não. Não fica claro em qual parte do ano o Exército inteiro estaria treinado e pronto.{{sfn|McCann, The Brazilian Armed Forces (2017)|p=75}}
Essas tais missões de GLO são realizadas exclusivamente por ordem expressa da [[Presidente do Brasil|Presidência da República]],<ref name=":0" /> e são reguladas pela [[Constituição brasileira de 1988|Constituição Federal]] em seu artigo 142, pela Lei Complementar 97, de 1999, e pelo Decreto 3897, de 2001. Nessas ações, as [[Forças Armadas do Brasil|Forças Armadas]] agem de forma episódica, em área restrita e por tempo limitado, com o objetivo de preservar a ordem pública, a integridade da população e garantir o funcionamento regular das instituições.<ref name=":0" />


Os soldados são militares temporários e não fazem carreira.<ref>{{Citar web|website=Diretoria de Serviço Militar|título=Serviço militar temporário|url=http://dsm.dgp.eb.mil.br/index.php/pt/sobre|acessodata=2023-12-02}}</ref> Os voluntários interessados em servir por mais de doze meses podem reengajar, isto é, prorrogar seu tempo de serviço, a depender dos claros (vagas) e do julgamento do Exército. O soldado reengajado passa do EV ao Núcleo-Base (NB), que também inclui militares de carreira.{{sfn|Marcos, Capacitação profissional de militares temporários (2001)|p=34}} O soldado do NB realiza cursos profissionalizantes e de ascensão, podendo ser promovido a cabo ou a sargento temporário.{{sfn|Denardin et al., Sentido do trabalho e a escolha pela vida na caserna (2022)|p=85}} Os reengajamentos podem ser solicitados anualmente até um máximo de 96 meses de serviço.<ref name=dsm/>{{nre|Ou seja, menos que os dez anos necessários para a estabilidade no emprego, como prevê a legislação trabalhista; além disso, a profissionalização dos praças é tradicionalmente considerada dentro do Exército como ameaça à disciplina ({{harvnb|McCann, The Brazilian Armed Forces (2017)|p=75}}).}} A meta definida em 1998 era de ter um efetivo de 75% NB e 25% EV.{{sfn|Kuhlmann, Razões da permanência do modelo de recrutamento no Brasil (2001)|p=91}} Algumas brigadas têm efetivos mais profissionalizados;{{sfn|McCann, The Brazilian Armed Forces (2017)|p=75}}{{sfn|Kuhlmann, Estrutura militar e ordenamento político (2007)|p=162}} a [[Brigada de Infantaria Paraquedista]] é composta só de voluntários,{{sfn|Kuhlmann, Estrutura militar e ordenamento político (2007)|p=1}} e o 26.º Batalhão de Infantaria Paraquedista é composto exclusivamente pelo Núcleo-Base.<ref>{{Citar web|website=Revista Operacional|título=Passagem de comando do 26º Batalhão de Infantaria Pára-quedista|url=https://www.revistaoperacional.com.br/exercito/passagem-de-comando-do-26o-batalhao-de-infantaria-para-quedista/|acessodata=2023-12-02}}</ref>
A brigada é frequentemente utilizada no Brasil em ações contra o [[crime organizado]] e o [[tráfico de drogas]], especialmente em grandes centros urbanos. Ela é treinada para operar em caso de motins e na luta contra o crime organizado e o tráfico de drogas, quando os órgãos locais de aplicação da lei são incapazes de fazê-lo por si mesmos. Nos anos 2000, atuou ao lado de outras forças de elite do exército na pacificação de [[Favelas na cidade do Rio de Janeiro|favelas cariocas]] que anteriormente estavam sob controle de narcotraficantes no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]].<ref>{{Citar web|url=http://www.coter.eb.mil.br/index.php/acervo/centros-de-instrucao/83-centro-de-instrucoes/118-ci-op-glo|titulo=Sobre o Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da Ordem|acessodata=2022-07-16|website=[[Comando de Operações Terrestres]]}}</ref>


=== Mulheres ===
{{limpar}}
[[Ficheiro:EB (6125488296).jpg|miniaturadaimagem|Mulheres do Exército desfilando no Dia da Independência em Brasília|esquerda]]
As mulheres são isentas do serviço militar obrigatório, mas podem se voluntariar como militares de carreira ou temporárias.<ref>{{Citar web|website=Exército Brasileiro|url=https://www2.eb.mil.br/web/ingresso/mulheres-no-exercito/-/asset_publisher/6ssPDvxqEURl/content/mulheres-no-exercito|título=Mulheres no Exército - como ingressar|acessodata=2023-12-02}}</ref> O Exército Brasileiro foi o primeiro na América do Sul a admitir mulheres como militares de carreira.{{sfn|Hudson, Brazil: a country study (1998)|p=398}} A primeira participação formal das mulheres no Exército foi em 1943, com as enfermeiras da FEB. A participação feminina retornou em 1992, acompanhando as mudanças na sociedade e a abertura da Marinha e Força Aérea às mulheres. Inicialmente ocupando cargos administrativos e técnicos no Quadro Complementar de Oficiais, ao longo da década as mulheres também foram admitidas no Quadro de Saúde, Quadro de Engenheiros Militares e quadros de oficiais e sargentos temporários.<ref>{{Citar web|url=https://www.eb.mil.br/web/ingresso/mulheres-no-exercito/-/asset_publisher/6ssPDvxqEURl/content/a-historia-da-mulher-no-exercito|urlmorta=sim|wayb=20230121015554|website=Exército Brasileiro|título=A História da Mulher no Exército|acessodata=2023-12-02}}</ref>{{sfn|Schwether, Processo de incorporação das mulheres nas Forças Armadas de Brasil e Argentina (2016)|p=97-103}} A EsPCEx recebeu suas primeiras alunas em 2017, abrindo a linha bélica às mulheres, mas elas só tiveram as opções da Intendência e Material Bélico. O Exército planeja abrir a arma de Comunicações em 2024. As mulheres são cerca de 6% do corpo efetivo.<ref name=galdeano>{{Citar web|ultimo=Galdeano|primeiro=Luany|data=2023-05-26|título=Exército busca se recuperar de atraso e amplia presença de mulheres na linha bélica|url=https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/05/exercito-busca-se-recuperar-de-atraso-e-amplia-presenca-de-mulheres-na-linha-belica.shtml|wayb=20230603112917|website=Folha de S. Paulo}}</ref>


=== Reservas ===
=== [[Imagem:BRASÃO DO CIGS.png|30px]] Brigadas de Infantaria de Selva ===
[[Ficheiro:CMF Blindados 6.jpg|miniaturadaimagem|Entrega de blindados do Exército à [[Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro]], uma de suas forças auxiliares e de reserva]]
{{Artigo principal|23.ª Brigada de Infantaria de Selva}}
Ao final do serviço ativo, os militares passam à reserva, de onde ainda podem ser convocados para uma guerra ou emergência.<ref>{{Citar web|website=GZH|título=Entenda as diferenças entre militares da ativa, de reserva e reformados|data=2019-03-20|url=https://gauchazh.clicrbs.com.br/politica/noticia/2019/03/entenda-as-diferencas-entre-militares-da-ativa-de-reserva-e-reformados-cjthoceg703ll01k02bjiwf0s.html|acessodata=2023-11-28}}</ref> Os oficiais e graduados com no mínimo 30 anos de serviço, conhecidos como militares R1, passam à reserva remunerada.<ref>{{Citar web|website=Exército Brasileiro|data=2017-10-19|título=Reserva pró-Ativa, uma peça fundamental na estrutura militar|url=https://www2.eb.mil.br/o-exercito?p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&_101_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview_content&_101_assetEntryId=8365661&_101_type=content&_101_groupId=8032597|acessodata=2023-12-02}}</ref> Somente ao atingir uma idade-limite ou incapacidade física o militar da reserva remunerada é desobrigado da mobilização e, no lugar de reservista, torna-se reformado.<ref>{{Citar web|website=Diretoria-Geral do Pessoal|título=Reforma|url=http://faleconosco.dgp.eb.mil.br/index/navegacao/titulo/reforma|acessodata=2023-12-02}}</ref> O ostracismo e a dificuldade de ajustamento à vida civil estão entre os motivos do Exército para financiar seus pensionistas e reservistas.{{sfn|Santos & Raposo, A elite do Exército (2019)|p=63}}
{{double image|right|Selva (26723380872).jpg|210|Operação Amazônia 2014 (14963681594).jpg|210|Brigadas de Infantaria de Selva}}


Os militares temporários integram a reserva não remunerada. Por cinco anos após o final do serviço, o período de “disponibilidade”, eles são sujeitos ao Exercício de Apresentação da Reserva (EXAR).<ref>{{Citar web|website=Diretoria de Serviço Militar|título=Reserva mobilizável|url=http://dsm.dgp.eb.mil.br/index.php/pt/sobre-4|acessodata=2023-11-28}}</ref> Anualmente um certo número de reservistas é convocado para renovar suas capacidades e participar de uma operação. Para Frank McCann, a reserva é imensa, mas nunca houve uma convocação completa, e portanto, não se sabe se ela teria sucesso. Não há uma reserva organizada tal como nos Estados Unidos, com unidades de reserva encarregadas de conservar as habilidades desses militares.{{sfn|McCann, The Brazilian Armed Forces (2017)|p=75}}
O Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), também conhecido como Coronel Jorge Teixeira, é uma organização militar com sede em [[Manaus]], destinada a qualificar os líderes militares de pequenos grupos, como guerreiros selvagens, combatentes capazes de realizar missões de natureza militar nas áreas mais inóspitas da floresta tropical brasileira.<ref name="Infantaria de Selva">{{citar web |url=http://www.1bdainfsl.eb.mil.br/index.php?option=com_content&view=article&id=280&Itemid=356 |titulo=Histórico |publicado=1ª Brigada de Infantaria de Selva |acessodata=10 de janeiro de 2017}}</ref>


Em princípio, a constituição brasileira de 1988 designa as [[Polícias militares do Brasil|Polícias Militares]] (PMs) e [[Corpos de Bombeiros Militares]] (CBMs) como forças auxiliares e de reserva do Exército, embora na prática permaneçam entidades separadas, de âmbito estadual e não federal. As polícias militares, ao contrário das Forças Armadas, lidam com a população brasileira e não com o inimigo.<ref>{{citar web |url=https://jus.com.br/artigos/27922/a-policia-militar-a-luz-da-constituicao-federal-de-1988-uma-abordagem-critica|titulo=A Polícia Militar à luz da Constituição Federal de 1988: uma abordagem crítica|publicado=Jus navigandi|ultimo=Riedel|primeiro=Rainer|acessodata=2023-12-04|data=abril de 2014}}</ref> O Exército controla essas instituições através da [[Inspetoria Geral das Polícias Militares]] (IGPM). Sua interferência nos assuntos internos das PMs tem reduzido desde o fim da ditadura, mas ele mantém poderes de veto.{{sfn|Medeiros, Aspectos institucionais da unificação das polícias no Brasil (2004)|p=271}} O IISS inclui as polícias militares na categoria de “[[gendarmeria]] & [[paramilitares]]”, quantificando 395 mil integrantes.{{sfn|IISS, The Military Balance (2023)|p=386}}
Os cursos são ministrados em cenários de operações na selva em diferentes categorias - Oficiais Superiores, Oficiais, Oficiais Não Comissionados Seniores, Oficiais Não Comissionados, Pessoal Médico e de Saúde e pequenos cursos para militares, policiais e civis. Seu símbolo é o jaguar.<ref name="Infantaria de Selva"/>
[[Imagem:Guereiro de Selva (26673369176).jpg|upright|esquerda|thumb|Soldado com camuflagem facial]]


== Tradições e cultura ==
O [[Centro de Instrução de Guerra na Selva]] (CIGS) é estruturado como o Departamento de Educação, um Departamento de Doutrina e Pesquisa, uma Divisão de Estudantes, um Departamento de Medicina Veterinária, um Departamento de Administração e uma Empresa de Apoio.<ref name="CIGS">{{citar web|url=http://g1.globo.com/am/amazonas/guerra-na-selva/platb/|autor=Kleber Tomaz|outros=Imagens por Irailton Vilaça|titulo=Guerra na Selva|publicado=[[G1]]|acessodata=24 de janeiro de 2017|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170110161410/http://g1.globo.com/am/amazonas/guerra-na-selva/platb/|arquivodata=2017-01-10|urlmorta=no}}</ref>
[[Ficheiro:25 08 2021 Cerimônia do Dia do Soldado, com a imposição de condecorações (51401222507).jpg|miniaturadaimagem|Condecorações do Exército|esquerda]]
O Exército se atém a seus valores e identidade mesmo à medida que se moderniza, e nesse sentido é uma instituição conservadora. Ao captar indivíduos da sociedade, tranforma-os mais do que é transformado por eles.{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=192-193}} O tenente-coronel e sociólogo Everton Araújo dos Santos define-o: “conservador, tradicional, hermético, austero, reservado e avesso a investigações”, tendo “muito bem delineados os contornos dos papéis sociais a serem desempenhados por cada um dos indivíduos que o compõem”.{{sfn|Santos & Raposo, A elite do Exército (2019)|p=60}} O Exército pode também ser conservador externamente, com relação à sociedade civil e ao Estado.{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=228-229}}


Os valores militares fundamentam-se numa distinção entre os mundos “de dentro” e “de fora”; o mundo militar é considerado mais organizado, honesto e patriótico que o civil.{{sfn|Castro, Antropologia dos militares no Brasil (2015)|p=3-4}} Conforme o Estatuto dos Militares, as “manifestações essenciais do valor militar” são o patriotismo, o “civismo e o culto das tradições históricas”, a “fé na missão elevada das Forças Armadas”, o [[Moral (espírito de corpo)|espírito de corpo]], o amor à profissão e o aprimoramento técnico-profissional.{{sfn|Viana, História institucional e cultura organizacional da tropa aeroterrestre (2020)|p=319}}
Embora oficiais e suboficiais de todo o Brasil possam se inscrever para cursar cursos no CIGS, a maioria dos soldados que apoiam o treinamento são locais, os nativos da área são principalmente os soldados e os cabos. Porque são adaptados às condições da vida dentro da floresta, são mais capazes de executar uma vasta gama de atividades, tais como a caça, escondendo e movendo-se através da floresta com facilidade. Muitos estrangeiros e militares brasileiros que passaram por treinamento no CIGS descreveram as impressionantes habilidades mostradas por esses soldados durante as operações. Sua experiência e habilidades na sobrevivência da selva certamente ajudam a moldar as Brigadas Brasileiras de Guerra na Selva em unidades mais mortíferas de seu tipo no mundo.<ref name="CIGS"/>


Para se proteger das influências externas, o Exército oferece serviços para que “seu integrante, ao nela ingressar, [possa], lá dentro e durante toda a sua vida, de maneira isolada e protegido num mundo familiar e suficiente, ver satisfeitas boa parte das suas necessidades, e das de seus dependentes”. O sistema de sáude próprio do Exército, o FUSEx, abrange todas as necessidades de saúde e é de participação obrigatória dos militares e das pensionistas. Em viagens, oficiais, sargentos e dependentes podem ser hospedados nos hotéis de trânsito do Exército. O serviço religioso é coberto por padres católicos e pastores evangélicos assimilados como oficiais. Existem áreas de lazer exclusivas ao “público interno”, como a praia do Imbuí, em [[Niterói]]. É possível chegar ao generalato cursando, desde a infância, somente instituições militares,{{sfn|Santos, Um estudo das relações pessoais dos militares do Exército Brasileiro (2012)|p=240-244}} e a maior prioridade do ensino militar é a formação moral, servindo assim de mais um mecanismo de proteção.{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=263, 275}}
As brigadas também têm experiência em combate. Envolvidos na proteção das fronteiras setentrionais do Brasil, as tropas estão constantemente expostas a ataques de guerrilheiros, traficantes de drogas e criminosos de todos os tipos. O Exército Brasileiro comumente atua junto com outras organizações de aplicação da lei, a fim de combater não só o tráfico de drogas, mas também animais, armas, pessoas e várias outras ações ilegais.<ref name="Infantaria de Selva"/>


Para reforçar as práticas e comportamentos consagrados, dando-lhes a respeitabilidade do passado, e dar identidade ao Exército e unidades específicas, a instituição cultua tradições, normalmente símbolos, ritos e cerimônias. Pode-se citar o culto a “patronos”, a ordem de precedência entre as armas, quadros e serviços, os salões nobres ou de honra, as galerias de antigos comandantes, as “denominações históricas” de organizações militares, o lema do Exército{{nre|“Braço Forte, Mão Amiga”, instituído pelo Centro de Comunicação Social do Exército em 1992, em substituição a “Exército: Segurança e Integração” ({{harvnb|Pedrosa, Tradições do Exército Brasileiro (2022)|p=725}}).}} e a designação da Primeira [[Batalha dos Guararapes]] como o marco da fundação da força.{{sfn|Pedrosa, Tradições do Exército Brasileiro (2022)|p=722-723}}
=== [[Imagem:Bdainfpqdt.gif|30px]] Brigada de Infantaria Paraquedista ===
{{Artigo principal|Brigada de Infantaria Paraquedista}}
[[Ficheiro:Tropas vigiam Alegrete - RS (9919275913).jpg|miniaturadaimagem|Botas marrons dos paraquedistas do Exército Brasileiro]]
A [[Brigada de Infantaria Paraquedista]] é uma das principais unidades de elite do Exército Brasileiro. Sua sede está localizada em Vila Militar, na cidade do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]]. Subordinado ao [[Comando Militar do Leste]], com sede no Rio de Janeiro, em conjunto com o [[Comando de Operações Terrestres]], com sede em Brasília.<ref name="Infantaria Paraquedista">{{citar web |url=http://www.bdainfpqdt.eb.mil.br/missao-visao-e-valores.html |titulo=Missão e Valores |publicado=Brigada de Infantaria Paraquedista |acessodata=10 de janeiro de 2017}}</ref>


=== Patronos e datas ===
A Brigada de Infantaria Paraquedista é uma das tropas de elite do Exército Brasileiro. Pronto para pular e operar atrás de linhas inimigas. Está preparado para agir dentro de 48 horas em qualquer lugar do país, está na [[selva]], [[savana]], [[pântano]] e [[montanha]] e permanecem sem apoio logístico por até 72 horas. Após a conclusão da missão, entregando território a outra unidade convencional para manter a posição conquistada, de acordo com a doutrina do treinamento do Exército Brasileiro, normalmente uma unidade ou uma brigada de infantaria blindada será responsável pela substituição do campo da Brigada Paraquedista após a transferência do território para outra unidade da Força Terrestre, a Brigada de Paraquedista é então jogada de volta atrás das linhas inimigas, mais uma vez para dar lugar às tropas aliadas. A brigada é uma parte fundamental da Força de Ação Rápida Estratégica, por ser capaz de operar rapidamente em qualquer parte do território nacional em caso de guerra ou invasão.<ref name="Infantaria Paraquedista"/>
[[Ficheiro:25 08 2020 Cerimônia do Dia do Soldado, com a Imposição da Medalha do Pacificador e da Medalha Exército Brasileiro (52311000379).jpg|miniaturadaimagem|Estátua de Caxias no Dia do Soldado]]
Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, é a “representação máxima da autoridade, da ordem e da tradição para o Exército Brasileiro”.{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=257}} No centenário de sua morte, em 1980, o ministro do Exército [[Walter Pires de Carvalho e Albuquerque|Walter Pires]] chamou-o de “personificação do próprio Exército” e “modelo perfeito de soldado”. Caxias é designado “patrono do Exército” e seu aniversário em 25 de agosto é comemorado como o “Dia do Exército”. O “culto” a Caxias foi oficializado em 1923 e promovido pelos autoridades militares como símbolo de um militar disciplinado e leal. Até então, a principal comemoração era 24 de maio, aniversário da [[Batalha de Tuiuti]], e Caxias era menos comemorado que [[Manuel Luís Osório]].{{sfn|Castro, Entre Caxias e Osório (2000)}}


Num patamar abaixo de Caxias, as armas, quadros e serviços têm seus próprios patronos, como [[Antônio de Sampaio]], da Infantaria, [[Villagran Cabrita]], da Engenharia, e [[Emílio Luís Mallet]], da Artilharia. Algumas especialidades e círculos sociais, como as forças especiais, a aviação e a família militar, também têm patronos designados. Todos são vultos históricos usados como exemplos de atitudes e virtudes necessárias à atividade militar. O culto a essas figuras consolidou-se na década de 1960.{{sfn|Castro, Patronos do Exército Brasileiro (2022)}} O aniversário de Sampaio, por exemplo, é o “Dia da Infantaria”.{{sfn|Castro, Entre Caxias e Osório (2000)}}
Devido à natureza morta e perigosa das missões desta brigada, os paraquedistas brasileiros têm um ''[[ethos]]'' único. Por exemplo, enquanto as tropas da infantaria usam botas pretas e boinas verdes, os paraquedistas usam botas marrons e boinas vermelhas. Eles se consideram superiores aos "botas pretas", que são os soldados de infantaria regulares. O lema do Exército Brasileiro, "Brasil acima de tudo!", era originalmente o grito de guerra dos paraquedistas, antes de ser popularizado (hoje em dia é uma saudação comum entre os militares).<ref>{{citar web |url=http://oglobo.globo.com/rio/penetramos-na-disputada-brigada-de-infantaria-paraquedista-que-tera-sede-mudada-do-rio-para-3030178 |titulo=Penetramos na disputada Brigada de Infantaria Paraquedista, que terá a sede mudada do Rio para ... |publicado=[[O Globo]] |data=4 de abril de 2010 |acessodata=15 de janeiro de 2017 |autor=Chico Otávio}}</ref>


A única data com importância equivalente ao Dia do Soldado é o Dia do Exército, 19 de abril, no aniversário da Primeira Batalha dos Guararapes. Esta comemoração evoca as crenças de que o Exército nasceu junto com a nação brasileira, é composto das “três raças formadoras da essência do povo brasileiro” e derrotou, através da guerrilha e emboscadas, um invasor estrangeiro, militarmente mais poderoso. A comemoração de Guararapes pode também ser associada à defesa da Amazônia e à “estratégia de resistência”.{{sfn|Castro, O espírito de Guararapes (2002)}}
=== [[Imagem:Dist-Bda-Op-Esp.png|30px]] Comando de Operações Especiais ===
{{Artigo principal|Comando de Operações Especiais}}
{{imagem dupla|left|Forças especiais, Comandos (26108554503).jpg|220|Militares desfilam na cerimônia de posse do general Vilela no Comando de Operações Terrestres (Coter). (7945391348).jpg|220|Soldados de operações psicológicas|Soldados da Brigada de Forças Especiais em Brasília}}


=== Simbologia ===
O Comando de Operações Especiais é a força de operações especiais do Brasil. Embora administrativamente atribuídas ao [[Comando Militar do Planalto]], as operações da brigada estão sob o controle direto do [[Comando de Operações Terrestres]]. As Forças Especiais foram inicialmente formadas em 1957 como uma unidade de resgate treinada em [[paraquedas]], que se especializou na realização de salvamentos na selva ao longo da [[bacia Amazônica]]. Depois de realizar sua seleção inicial, uma Equipe de Treinamento Móvel das Forças Especiais do [[Exército dos Estados Unidos]] (MTT) conduziu o primeiro curso de treinamento da unidade.<ref name="Forças Especiais">{{citar web |url=https://web.archive.org/web/20130926225134/http://www.bdaopesp.eb.mil.br/index.php?option=com_content&view=article&id=13&Itemid=8 |titulo=Histórico |publicado=Exército Brasileiro |acessodata=10 de janeiro de 2017}}</ref>
O Exército tem símbolos visuais — [[Brasão|brasões]], [[bandeira]]s, [[estandarte]]s e [[galhardete]]s — e auditivos — toques de tambores, cornetas e clarins, canções, gritos e refrões de guerra.{{sfn|Pedrosa, Símbolos do Exército Brasileiro (2022)|p=674}} Nos desfiles, seu gênero musical dominante é o [[Dobrado (gênero musical)|dobrado]], tocado por [[Banda militar|bandas militares]] e [[fanfarra]]s.{{nre|{{Citar livro|ultimo=Pedrosa|primeiro=Fernando Velôzo Gomes|ano=2022|capitulo=Bandas, fanfarras, marchas e dobrados militares|título=Dicionário de história militar do Brasil (1822-2022): volume I|url=https://www.google.com.br/books/edition/Dicion%C3%A1rio_de_hist%C3%B3ria_militar_do_Bras/MiGjEAAAQBAJ|editor-sobrenome1=Silva|editor-nome1=Francisco Carlos Teixeira da, et al. (org.)|local=Rio de Janeiro|editora=Autografia}}. As bandas de música têm instrumentos de sopro, de metal, de palheta, flautas e percussão. A designação de fanfarra ou banda é apenas formal, pois elas têm os mesmos instrumentos, apenas em proporções diferentes. O Exército não tem uma tradição de bandas marciais, compostas somente de instrumentos de metal e percussão, como no [[Corpo de Fuzileiros Navais]].}} Existem hinos e canções do Exército, das armas, quadros e serviços, das organizações militares e canções tradicionais.{{sfn|Pedrosa, Hinos e canções militares (2022)}} Da mesma forma, tropas específicas têm seus próprios gritos de guerra. Os mais tradicionais são “Selva”, dos guerreiros de selva, e “Brasil acima de tudo”, originado entre os paraquedistas e depois disseminado.{{nre|“Os gritos e refrões de guerra são usados para despertar o entusiasmo da tropa em situações de combate, eventos esportivos e no seu dia a dia. Dentro das unidades ou quando diversas unidades estão reunidas, servem para marcar a presença de determinado elemento de tropa e criar um clima de rivalidade positiva”. “É frequente o militar do Exército receber uma ordem e responder "Brasil!" ou "Selva!" ou "Aço!"”. {{Citar livro|ultimo=Pedrosa|primeiro=Fernando Velôzo Gomes|ano=2022|capitulo=Gritos e refrões de guerra do Exército Brasileiro|título=Dicionário de história militar do Brasil (1822-2022): volume I|url=https://www.google.com.br/books/edition/Dicion%C3%A1rio_de_hist%C3%B3ria_militar_do_Bras/MiGjEAAAQBAJ|editor-sobrenome1=Silva|editor-nome1=Francisco Carlos Teixeira da, et al. (org.)|local=Rio de Janeiro|editora=Autografia}}.}} Na identidade visual, o Exército tem um símbolo, um brasão de armas e um estandarte no qual figura o brasão.{{sfn|Pedrosa, Símbolos do Exército Brasileiro (2022)|p=675-676}}


<center>
Atualmente, é especializada em guerra não convencional, realizando operações psicológicas e assediando unidades inimigas maiores, como brigadas e divisões. Agindo em pequenas células e destacamentos (geralmente não mais de 20 homens), as Forças Especiais agem profundamente atrás das linhas inimigas e são capazes de lutar em situações extremamente desfavoráveis.<ref name="Forças Especiais"/>
<gallery>
[[Imagem:Forças especiais, Comandos (26712378835).jpg|thumb|Unidade contraterrorista da Força Especial Brasileira]]
Ficheiro:CoA_Imperial_Brazilian_Army_(1860).svg|Emblema no período imperial<ref>BRASIL/Ministério da Guerra. Almanaque Militar para o ano de 1860 - Organisado no Quartel-General do Exercito na Corte - em virtude antigo quarto do Regulamento aprovado pelo decreto N. 1881 de 31 de janeiro de 1857. Rio de janeiro: Tip. Universal Laemert/Ministério da Guerra. 1860 </ref>
Ficheiro:ASCENCAO FORTRESS, FORTZLEZA, BRAZIL (2).jpg|Emblema adaptado após a [[Proclamação da República do Brasil|Proclamação da República]] que foi usado até fins da década de 1930{{sfn|Ribeiro, Bandeiras que contam histórias (2003)}}
Ficheiro:EE-11 Urutu.JPG|Emblema do Cruzeiro do Sul pintado nas viaturas da Segunda Guerra até os anos 1990{{sfn|Pedrosa, Símbolos do Exército Brasileiro (2022)|p=675}}
Ficheiro:Coat of arms of the Brazilian Army (plan version).svg|Emblema usado desde os anos 1940 até a atualidade{{sfn|Ribeiro, Bandeiras que contam histórias (2003)}}
</gallery>
</center>


Parte das organizações militares carrega estandartes, suas “bandeiras de guerra”, e todas têm distintivos. Comandantes, chefes e diretores são identificados por bandeiras-insígnias. Armas, quadros e serviços têm seus próprios símbolos e cores heráldicas.{{sfn|Pedrosa, Símbolos do Exército Brasileiro (2022)|p=676-678}} As organizações com estandartes têm “denominações históricas” referentes datas, locais ou personagens relacionados à história da organização ou de suas antecessoras, como o “5.° Batalhão de Infantaria Leve – Regimento [[Batalha de Itororó|Itororó]]”.{{sfn|Pedrosa, Tradições do Exército Brasileiro (2022)|p=724}}
Para sua criação, o Comando do Exército emitiu decretos organizando o núcleo da Brigada (Nu Bda Op Esp), relatando inicialmente à Brigada de Infantaria de Paraquedismo. A maioria de suas organizações subordinadas estavam estacionadas na área de Camboatá (Zona Oeste do Rio de Janeiro), onde foi o 1.º BFEsp, cujo comandante serviu, cumulativamente, na fase inicial, o comando da Nu Bda Op Esp e a gestão do projeto Implantação.<ref name="Forças Especiais"/>


== Organização ==
Também é capaz de realizar outros tipos de missões, como a luta contra o [[terrorismo]], a exploração estratégica, a descoberta e o ataque de alvos de alto valor e o roubo, a extração e a evasão. Devido ao nível extremamente alto de perigo dessas missões, esta unidade é composta por apenas alguns membros, que devem ter completado os Comandos e Paraquedistas. Eles são altamente especializados e estão prontos para operar em qualquer lugar do mundo em menos de 45 horas. Por isso, são reconhecidos como uma das mais prestigiadas unidades do Exército Brasileiro.<ref name="Forças Especiais"/>
[[Ficheiro:Concha Acústica do Exército.jpg|miniaturadaimagem|Quartel-General do Exército em Brasília]]
Como parte das Forças Armadas Brasileiras, o Exército Brasileiro tem sua direção superior exercida pelo [[Ministério da Defesa (Brasil)|Ministério da Defesa]] e seu [[Comandante-em-chefe|Comandante Supremo]] é o [[Presidência da República (Brasil)|Presidente da República]], que nomeia um comandante do Exército indicado pelo ministro da Defesa. Sua estrutura, complexa e bem demarcada territorialmente, é centrada no Comando do Exército, que tem autonomia funcional.{{sfn|Gonzales, Os Tiros de Guerra e a estratégia de presença (2008)|p=62}} O Quartel-General do Exército fica no [[Setor Militar Urbano]], em [[Brasília]].<ref>{{Citar web|website=DefesaNet|ultimo=Fan|primeiro=Ricardo|data=2016-05-04|título=O QG do Exército é uma verdadeira cidade dentro de Brasília, com peculiaridades que pouca gente faz ideia|url=https://www.defesanet.com.br/terrestre/o-qg-do-exercito-e-uma-verdadeira-cidade-dentro-de-brasilia-com-peculiaridades-que-pouca-gente-faz-ideia/|acessodata=2023-12-09}}</ref>


O Comando do Exército tem um Órgão de Direção Geral, o [[Estado-Maior do Exército (Brasil)|Estado-Maior do Exército]] (EME), quatro Órgãos de Assessoramento Superior,{{nre|Alto Comando do Exército, (ACE), Conselho Superior de Economia e Finanças (CONSEF), Conselho Superior de Tecnologia da Informação (CONTIEx) e Conselho Superior de Racionalização e Transformação (CONSURT).}} seis Órgãos de Assistência Direta e Imediata,{{nre|Gabinete do Comandante do Exército (Gab
=== [[Imagem:4bdaimz.png|30px]] Brigada de Infantaria de Montanha ===
Cmt Ex), Secretaria-Geral do Exército (SGEx), [[Centro de Inteligência do Exército]] (CIE), Centro de Comunicação Social do Exército (CComSEx), Centro de Controle Interno do Exército (CCIEx) e Consultoria Jurídica Adjunta do Comando do Exército (CJACEx).}} um Órgão de Direção Operacional, o [[Comando de Operações Terrestres]] (COTER), e seis Órgãos de Direção Setorial (ODS).{{nre|Comando Logístico (COLOG), Departamento de Engenharia e Construção (DEC), [[Departamento-Geral do Pessoal]] (DGP), Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx), Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) e Secretaria de Economia e Finanças (SEF). Todos os órgãos são listados no {{harvnb|Livro Branco de Defesa Nacional (2020)|p=75}}.}}
{{Artigo principal|4.ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha}}
[[Imagem:Montanha_(6124948247).jpg|thumb|11º Batalhão de Infantaria de Montanha]]


O braço operacional do Exército é a Força Terrestre.{{sfn|Livro Branco de Defesa Nacional (2020)|p=75}} O COTER, criado para desonerar o EME dos aspectos executivos das operações,{{sfn|Nunes, Debate teórico e inferências a partir do caso da Doutrina Delta (2023)|p=114}} avalia a capacidade operacional e instrução da Força Terrestre. O EME formula a [[doutrina militar]],{{sfn|Kuhlmann, Estrutura militar e ordenamento político (2007)|p=113}} o planejamento estratégico e as diretrizes gerais de atuação.{{sfn|Gonzales, Os Tiros de Guerra e a estratégia de presença (2008)|p=71-72}} O [[Alto Comando do Exército]] (ACE), integrado pelos generais de exército,{{sfn|Santos, Um estudo da família militar (2018)|p=278}} é somente um órgão de assessoramento superior, mas foi órgão de direção geral, coexistindo com o EME, até 2006.{{sfn|Kuhlmann, Estrutura militar e ordenamento político (2007)|p=112}} A [[Indústria de Material Bélico do Brasil]] (Imbel) é vinculada ao Comando do Exército.{{sfn|Relatório de Gestão do Comando do Exército (2023)|p=21}}
É uma brigada de infantaria especializada do Exército Brasileiro. Sua sede está localizada em [[Juiz de Fora]], [[Minas Gerais]]. Sua [[bacia hidrográfica]] cobre o estado de Minas Gerais e [[Petrópolis]]. É administrada pela 1.ª Divisão do Exército/[[Comando Militar do Leste]], com sede no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]].<ref name="Batalhão de Infantaria de Montanha">{{Citar web |url=http://www.sgex.eb.mil.br/sistemas/be/copiar.php?codarquivo=1139&act=bre |título=Portaria 142, de 13 de março de 2013 |data= |acessodata=}}</ref>


Várias ODS têm vinculação técnica com unidades da Força Terrestre.{{sfn|Gonzales, Os Tiros de Guerra e a estratégia de presença (2008)|p=70}} O Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) é também vinculado à [[Indústria de Material Bélico do Brasil]] (Imbel) e tem na sua estrutura o Centro Tecnológico do Exército (CTEx),<ref>{{Citar web|website=Departamento de Ciência e Tecnologia|título=Estrutura SCTIEx|url=http://www.dct.eb.mil.br/estruturaorganizacional|acessodata=2024-01-09}}</ref> órgão de pesquisa responsável por projetos como o [[Radar Saber]], [[ALAC]] e [[MSS-1.2]].<ref>{{Citar web|website=Ministério da Defesa|título=Centro Tecnológico do Exército (CTEx)|data=2020-07-02|url=https://www.gov.br/defesa/pt-br/assuntos/ensino-e-pesquisa/copy_of_instituicoes-de-ensino-militar/instituicoes-de-ensino-e-pesquisa-vinculadas-a-exercito-brasileiro/centro-tecnologico-do-exercito-ctex|acessodata=2024-01-09}}</ref>
A 4ª Brigada de Infantaria de Montanha é uma unidade do Exército Brasileiro, especializada em operações de combate de montanha, aperfeiçoando e desenvolvendo técnicas especiais de operações de montanha e utilizando equipamentos e armas específicas para este teatro de operações. Ela se estabeleceu ao longo dos anos como uma tropa de elite; mesmo multiplicando suas técnicas especiais por outras unidades militares brasileiras, que participarão de seus cursos e estágios, auxilia na formação das unidades da Força de Ação Rápida Estratégica do Exército Brasileiro.<ref name="Batalhão de Infantaria de Montanha"/>


{{panorama|Brazilian Army - CoOpTer 12,5.png|900px|Estrutura da Força Terrestre em 2018}}
Durante a [[Segunda Guerra Mundial]], a infantaria brasileira teve grande destaque na conquista da cidade de [[Montese]] situada em terreno montanhoso e fortemente defendida pelos alemães como o último bastião parar as tropas aliadas avançando em direção ao [[Vale do Pó]]. Em 14 de abril de 1945, o maciço Montese tornou-se a cena da mais árdua e sangrenta batalha de armas brasileiras na [[Itália]], nas palavras de seu próprio comandante, a Força Expedicionária Brasileira Marechal [[Mascarenhas de Morais]]. Tendo onze esforço principal do ataque como luta em campos de minas densos e sob fogo pesado de metralhadoras [[Alemanha nazi|alemãs]], eles foram finalmente capazes de conquistar Montese.<ref name="Batalhão de Infantaria de Montanha"/>


=== Comandos, divisões e regiões ===
=== [[Imagem:3bdaimz.png|30px]] Brigadas de Operações Motorizadas Rápidas ===
A Força Terrestre é composta por oito Comandos Militares de Área, cada qual responsável por uma porção do território nacional.{{sfn|Livro Branco de Defesa Nacional (2020)|p=77}} A subdivisão do território, quando criada, tinha certa semelhança com a [[Regiões do Brasil|regionalização]] do [[IBGE]] de 1969.{{sfn|Gonzales, Os Tiros de Guerra e a estratégia de presença (2008)|p=63}} Os Comandos Militares de Área evoluíram dos quatro [[Exército (unidade)|Exércitos]] numerados e dois comandos de área existentes até 1985.{{sfn|Hudson, Brazil: a country study (1998)|p=379}} Eles enquadram grandes comandos operacionais, as [[Divisão (militar)|Divisões]] de Exército (DEs), e grandes comandos administrativos, logísticos e territoriais, as [[Regiões Militares]] (RMs).{{sfn|Livro Branco de Defesa Nacional (2020)|p=77}} Algumas RMs comandam organizações militares combatentes, mas isto não é o padrão.{{sfn|Gonzales, Os Tiros de Guerra e a estratégia de presença (2008)|p=66}} As DEs são comandos de coordenação de [[brigada]]s e não possuem constituição fixa.{{sfn|Pedrosa, Modernização e reestruturação do Exército (2018)|p=170}}


{| class="wikitable mw-collapsible mw-collapsed"
{{imagem dupla|left|Apronto_Operacional_(14197893898).jpg|230|Apronto Operacional (14383520374).jpg|220|<center>Brigadas de Operações Motorizadas Rápidas</center>}}
! colspan="4" |Comandos Militares de Área, Divisões de Exército e Regiões Militares<ref>{{Citar lei|título=Decreto|url=https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3213.htm|jurisdição=Brasil|numero=3.213|data=19 de outubro de 1999|ementa=Dispõe sobre as áreas de jurisdição dos Comandos Militares de Área e das Regiões Militares no Exército Brasileiro, e dá outras providências}} Com redações dadas pelo Decreto nº 8.053, de 2013, e o Decreto nº 8.635, de 2016.</ref>
|-
!Comandos de Área
!Divisões de Exército
!Regiões Militares
!Área de jurisdiação
|-
| [[Imagem:CMA.png|30px]] [[Comando Militar da Amazônia]] (CMA) - [[Manaus]], AM || || [[Imagem:12rm.png|30px]] [[12.ª Região Militar|12.ª]] - Manaus, AM
|[[Amazonas]], [[Acre]], [[Roraima]] e [[Rondônia]]
|-
| [[Imagem:CMNBrazil.png|30px]] [[Comando Militar do Norte]] (CMN) - [[Belém (Pará)|Belém]], PA || || [[Imagem:8rm.png|30px]] [[8.ª Região Militar|8.ª]] - Belém, PA
|[[Pará]], [[Amapá]], [[Maranhão]] e Bico do Papagaio{{nre|name=bico|“[https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Decreto/D8635.htm#art3 Entende-se como Bico do Papagaio a área setentrional do Estado do Tocantins limitada ao Sul pelos Municípios de Araguaína e de Filadélfia, incluindo as áreas dos respectivos municípios]”.}}
|-
| rowspan="3" | [[Imagem:CMNE (2020).png|30px]] [[Comando Militar do Nordeste]] (CMNE) - [[Recife]], PE || rowspan="3" | 7.ª (Recife, PE)<ref>{{Citar web|website=Comando Militar do Nordeste|url=https://cmne.eb.mil.br/2013-10-27-13-32-54|título=Estrutura Organizacional|acessodata=2023-12-06}}</ref> ||[[Imagem:Brasão da 6ª Região Militar do Exército Brasileiro.jpg|30px]] [[6.ª Região Militar|6.ª]] -[[Salvador]], BA
|[[Bahia]] e [[Sergipe]]
|-
|[[Imagem:7rmde.png|30px]] [[7.ª Região Militar|7.ª]] - Recife, PE
|[[Alagoas]], [[Pernambuco]], [[Paraíba]] e [[Rio Grande do Norte]]
|-
|[[Imagem:Logo10rm.jpg|30px]] [[10.ª Região Militar|10.ª]] -[[Fortaleza]], CE
|[[Ceará]] e [[Piauí]]
|-
| [[Imagem:CMO_-_2.png|30px]] [[Comando Militar do Oeste]] (CMO) - [[Campo Grande (Mato Grosso do Sul)|Campo Grande]], MS || || [[Imagem:9rm.JPG|30px]] [[9.ª Região Militar|9.ª]] - Campo Grande, MS
|[[Mato Grosso do Sul]] e [[Mato Grosso]]
|-
| [[Imagem:CMP.png|30px]] [[Comando Militar do Planalto]] (CMP) - [[Brasília]], DF || || [[Imagem:11rm.png|30px]] [[11.ª Região Militar|11.ª]] - Brasília, DF
|[[Distrito Federal (Brasil)|Distrito Federal]], [[Goiás]], [[Tocantins]] (exceto o Bico do Papagaio){{nre|name=bico}} e [[Triângulo Mineiro]]{{nre|“[https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Decreto/D8635.htm#art3 Entende-se como Triângulo Mineiro a área do Estado de Minas Gerais limitada a Leste pelos Municípios de Araguari, de Indianópolis, de Nova Ponte e de Uberaba, incluindo as áreas dos respectivos Municípios]”.|name=triângulo}}
|-
| rowspan="2" | [[Imagem:CML.png|30px]] [[Comando Militar do Leste]] (CML) - [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], RJ || rowspan="2" | [[1.ª Divisão de Exército|1.ª]] (Rio de Janeiro, RJ)<ref>{{Citar web|website=Comando Militar do Leste|url=https://www.cml.eb.mil.br/organograma.html|título=Cadeia de Comando|acessodata=2023-12-06}}</ref> || [[Imagem:1rm.png|30px]] [[1.ª Região Militar|1.ª]] - Rio de Janeiro, RJ
|[[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]] e [[Espírito Santo (estado)|Espírito Santo]]
|-
|[[Imagem:4rmde.png|30px]] [[4.ª Região Militar|4.ª]] - [[Belo Horizonte]], MG
|[[Minas Gerais]], exceto o [[Triângulo Mineiro]]{{nre|name=triângulo}}
|-
| [[Imagem:CMSE.png|30px]] [[Comando Militar do Sudeste]] (CMSE) - [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], SP || [[2.ª Divisão de Exército|2.ª]] (São Paulo, SP)<ref name=cmse>{{Citar web|website=Comando Militar do Sudeste|título=Organograma|url=https://cmse.eb.mil.br/index.php/organograma|acessodata=2023-12-06}}</ref> || [[Imagem:Simbolo 2rm.png|30px]] [[2.ª Região Militar|2.ª]] - São Paulo, SP
|[[São Paulo (estado)|São Paulo]]
|-
| rowspan="2" | [[Imagem:CMS.png|30px]] [[Comando Militar do Sul]] (CMS) - [[Porto Alegre]], RS || rowspan="2" | [[3.ª Divisão de Exército|3.ª]] (Santa Maria, RS), [[5.ª Divisão de Exército|5.ª]] (Curitiba, PR), [[6.ª Divisão de Exército|6.ª]] (Porto Alegre, RS)<ref>{{Citar web|website=Comando Militar do Sul|data=junho de 2023|título=Organograma|url=https://www.cms.eb.mil.br/attachments/category/2/Organograma%202023_Junho23.pdf|acessodata=2023-12-06}}</ref> || [[Imagem:3rm.gif|30px]] [[3.ª Região Militar|3.ª]] - Porto Alegre, RS
|[[Rio Grande do Sul]]
|-
|[[Imagem:5RMpequeno.jpg|30px]] [[5.ª Região Militar|5.ª]] -[[Curitiba]], PR
|[[Paraná]] e [[Santa Catarina]]
|}


=== Brigadas e unidades ===
A 3ª Brigada de Infantaria Motorizada, também conhecida como Brigada Visconde de Porto Seguro, é uma das brigadas do Exército Brasileiro. Sua sede está localizada em [[Cristalina]], [[Goiás]]. Está sujeito ao [[Comando Militar do Planalto]], com sede em [[Brasília]]. Suas organizações militares subordinadas estão localizadas no [[Distrito Federal (Brasil)|Distrito Federal]] e nos estados de Goiás, Tocantins e região de Minas Gerais conhecida como [[Triângulo Mineiro]]. Seu nome histórico é uma homenagem ao visconde de Porto Seguro, Francisco Adolfo Varnhagem.<ref name="Infantaria motorizada">{{citar web |url=http://www.3bdainfmtz.eb.mil.br/index.php/institucional/missao-e-valores |titulo=Missão e Valores |publicado=3.ª Brigada de Infantaria Motorizada |acessodata=10 de janeiro de 2017}}</ref>
{{Imagem múltipla
|align=right|direction=vertical|width=220
|image1=Ministro da Defesa visita a Guarnição de Natal - 16° Batalhão de Infantaria Motorizada (28150105723).jpg
|image2=O 13º Regimento de Cavalaria Mecanizada (13º RCMec) ou Esquadrão Anhanguera, expondo os blindados no Domingo Aéreo 2015 em Pirassununga-SP. A junção do 2º Regimento de Carros de Combate e do - panoramio.jpg
|image3=Tropas em Rosário do Sul - RS (9919241293).jpg
|caption3=De cima para baixo, o 16.° Batalhão de Infantaria Motorizado, 13.º Regimento de Cavalaria Mecanizado e 7.º Batalhão de Infantaria Blindado
}}
Conforme a doutrina do Exército, a brigada é a “grande unidade (GU) básica de [[Armas combinadas|combinação de armas]]”, “com capacidade de atuar independente e de durar na ação”. Seus principais componentes são batalhões de infantaria e regimentos de cavalaria,{{sfn|Pestana, Pelotão de reconhecimento de montanha (2019)|p=12}} que são apoiados por elementos de [[Comando e controle|comando]], artilharia de campanha, logística, [[Reconhecimento em força|reconhecimento]] e segurança, [[artilharia antiaérea]], engenharia de combate, comunicações e [[Polícia do Exército (Brasil)|Polícia do Exército]].{{sfn|Pedrosa, Modernização e reestruturação do Exército (2018)|p=172-176}} Cada tipo de brigada tem uma constituição fixa,{{sfn|Pedrosa, Modernização e reestruturação do Exército (2018)|p=170}} mas a constituição real pode divergir da doutrinária, e várias brigadas são incompletas.{{sfn|Pedrosa, Organização das Forças do Exército Brasileiro na República (2022)|p=391-392}} O efetivo de uma brigada pode ser inferior a 2 000 militares ou superior a 5 000.{{sfn|Relatório de Gestão do Comando do Exército (2021)|p=13}}


As brigadas de Cavalaria Blindada e Infantaria Blindada são brigadas pesadas.{{sfn|Livro Branco de Defesa Nacional (2020)|p=79}} Sua composição é idêntica, tendo como peças principais dois regimentos de [[carros de combate]] e dois batalhões de [[Infantaria mecanizada|infantaria blindada]].{{sfn|Souza, As forças blindadas do Exército Brasileiro (2010)|p=57}} As brigadas de Cavalaria Mecanizada e Infantaria Mecanizada são brigadas médias;{{sfn|Livro Branco de Defesa Nacional (2020)|p=79}} uma Brigada de Cavalaria Mecanizada tem dois regimentos de [[cavalaria mecanizada]] e um de cavalaria blindada,{{nre|{{harvnb|Pedrosa, Modernização e reestruturação do Exército (2018)|p=157}}. Vide [[Cavalaria do Brasil#Organização]].}} enquanto a Brigada de Infantaria Mecanizada, com três batalhões de infantaria mecanizada, pode ser comparada ao'' [[Stryker (veículo)|Stryker]] Brigade Combat Team'' do Exército dos Estados Unidos.{{sfn|Nakashima, A Infantaria Mecanizada brasileira e a norte-americana (2021)}} As demais (Infantaria Motorizada, Infantaria Leve, Infantaria Paraquedista, Infantaria de Selva e Infantaria de Pantanal) são brigadas leves,{{nre|{{harvnb|Livro Branco de Defesa Nacional (2020)|p=79}}. A Brigada de Infantaria de Fronteira, mencionada no livro, tornou-se a de Infantaria do Pantanal em [https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2022/decreto/D11007.htm 2022].}} compostas de três batalhões de infantaria de vários tipos.{{sfn|Pedrosa, Modernização e reestruturação do Exército (2018)|p=215}}
A 3ª Brigada faz parte da reserva estratégica do Exército Brasileiro, mas pode ser empregada a qualquer momento e em qualquer parte do Brasil. Sendo uma formação mecanizada, pode ser implantada rapidamente em qualquer lugar do país para operações convencionais ou para reforçar a polícia militar em manter a ordem pública e ainda pode executar prontamente qualquer ação motorizada ou aérea.<ref name="Infantaria motorizada"/>


As brigadas subordinam-se a uma Divisão de Exército ou a um Comando Militar de Área. Em situação equivalente, existem Artilharias Divisionárias, Grupamentos de Engenharia e comandos de emprego específico: [[Comando de Aviação do Exército|de Aviação]], [[Comando de Operações Especiais|de Operações Especiais]], [[Defesa antiaérea do Brasil#Exército|de Defesa Antiaérea]], [[Comando de Artilharia do Exército|de Artilharia]], de Comunicações e Guerra Eletrônica e de Defesa Cibernética.{{sfn|Livro Branco de Defesa Nacional (2020)|p=79}}
== Batalhões e regimentos especializados ==
=== 1º Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear ===
{{imagem dupla|right|Eixo de defesa química, biológica, radiológico e nuclear (14464764461).jpg|220|Exercício Integrado de respostas em desastres naturais e antropogênicos (23386340612).jpg|240|<center>Tropas do Exército Brasileiro preparadas para a guerra biológica</center>}}
{{Artigo principal|1º Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear}}


Os [[batalhões]] (na infantaria, engenharia e comunicações), [[regimento]]s (na cavalaria), [[Grupo (militar)|grupos]] (na artilharia), parques (no Material Bélico) e depósitos (na Intendência) são denominados “unidades”, compostos de uma única arma e comandados por um coronel ou tenente-coronel. Nas armas combatentes, as unidades têm de 500 a 900 militares. Delas fazem parte as “subunidades”: [[Companhia (militar)|companhias]] (na infantaria, engenharia ou comunicações), [[esquadrões]] (na cavalaria), [[Bateria (unidade)|baterias]] (na artilharia) e [[esquadrilha]] (na aviação). Algumas subunidades são independentes, com administração própria.{{sfn|Pedrosa, Modernização e reestruturação do Exército (2018)|p=21}}{{sfn|Viana, História institucional e cultura organizacional da tropa aeroterrestre (2020)|p=298}}
O [[1.º Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear|1º Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear]], levantado em 2012 pela redesignação da Empresa de Defesa CBRN do Exército, é o único do gênero no Exército Brasileiro e seus integrantes são treinados para o combate químico, biológico e nuclear (como o nome sugere), principalmente no controle e descontaminação de armas, equipamentos locais e militares.<ref name="Defesa Química">{{citar web|url=http://www.1btldqbrn.ensino.eb.br/index.php?option=com_content&view=article&id=113&Itemid=1218|titulo=Histórico|data=|acessodata=24 de janeiro de 2017|obra=Exército Brasileiro|publicado=1º Btl DQBRN|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160810160152/http://www.1btldqbrn.ensino.eb.br/index.php?option=com_content&view=article&id=113&Itemid=1218|arquivodata=2016-08-10|urlmorta=yes}}</ref>


=== Distribuição geográfica ===
A origem do batalhão remonta a 1953, quando a Companhia de Guerra Química, inicialmente sujeita à Unidade de Unidades de ''Reverse Split'' (RSUS), foi instalada nas instalações da Escola de Educação Especial (EEE).<ref name="Defesa Química"/>
[[Ficheiro:Brigadas do Exército Brasileiro 2024.png|miniaturadaimagem|Localização das brigadas em 2024 e seus respectivos grupos de emprego|esquerda]]
A distribuição da tropa no território nacional acompanha a estratégia, guardando resquícios das diretrizes passadas.{{sfn|Gonzales, Os Tiros de Guerra e a estratégia de presença (2008)|p=95}} O país é amplamente pontilhado de quartéis,{{sfn|Gonzales, Os Tiros de Guerra e a estratégia de presença (2008)|p=76}} até nas fronteiras mais remotas.{{sfn|Rodrigues & Medeiros, Exército Brasileiro (2022)|p=497}} Batalhões de engenharia de construção trabalham em vários eixos rodoviários e ferroviários.{{sfn|Flores, O desdobramento das Organizações Militares de Engenharia de Construção (2017)|p=27}} Ao longo da história, cada reorganização e aumento do efetivo preencheram mais espaços, conforme preconiza a “Estratégia da Presença”. Isto difere, por exemplo, do [[Exército Chileno]], que desde os anos 1990 tornou-se compacto e móvel.{{sfn|Rodrigues, A Estratégia da Presença (2020)|p=66}} Ainda assim, o Exército Brasileiro tem forças de reação estratégica no “núcleo central” do país, entre [[São Paulo]], [[Rio de Janeiro]] e [[Brasília]], de onde podem acessar qualquer outra região.{{sfn|Kuhlmann, Estrutura militar e ordenamento político (2007)|p=129}}


A maior concentração está no [[Centro-Sul do Brasil|Centro-Sul]], apesar da prioridade atribuída à Amazônia na defesa nacional. Os núcleos do poder político ([[Distrito Federal (Brasil)|Distrito Federal]]) e econômico ([[São Paulo (estado)|São Paulo]] e [[Rio de Janeiro]]) e alguns estados fronteiriços ([[Rio Grande do Sul]], [[Paraná]], [[Mato Grosso do Sul]] e [[Amazonas]]) têm maiores números de unidades de combate e apoio logístico e administrativo.{{sfn|Gonzales, Os Tiros de Guerra e a estratégia de presença (2008)|p=76-79}} Historicamente a guarnição mais politicamente importante era a do Rio de Janeiro, pois a capital esteve ali até 1960; além disso, as principais escolas militares estão naquele estado. A outra concentração histórica é no [[Sul do Brasil|Sul]], visando a [[Fronteira Argentina–Brasil|fronteira com a Argentina]], rival tradicional do Brasil no continente.{{sfn|Hudson, Brazil: a country study (1998)|p=379-380}} O Rio de Janeiro perdeu várias brigadas a partir dos anos 1990,{{sfn|Kuhlmann, Estrutura militar e ordenamento político (2007)|p=123}} enquanto o [[Comando Militar do Sul]] manteve sua primazia. Em 2011 ele comandava 90% dos blindados, 100% da [[artilharia autopropulsada]], 75% da engenharia e 75% da cavalaria mecanizada do Exército.{{sfn|Teixeira, A cooperação em defesa na América do Sul (2013)|p=160}}
Em 31 de dezembro de 1987, extinguiu-se a Escola de Guerra Química e, em seu lugar, foi criada a Companhia CBRN, sediada na cidade do Rio de Janeiro e subordinada ao Conselho de Especialização e Extensão.<ref name="Defesa Química"/>


=== Grupos de emprego e Forças de Prontidão ===
=== [[Imagem:17bfron.jpg|30px]] Batalhão de Fronteira ===
{{Imagem múltipla
{{double image|right|Brazilian soldiers, 2012.jpg|220|Guereiro de Selva (26673372626).jpg|220|<center>Infantaria fronteira [[Pantanal]]</center>}}
|align=right|direction=vertical|width=220
O 17º Batalhão de Fronteira é uma unidade de elite do Exército Brasileiro, especializada em operações de [[pântano]] que está localizado na cidade de [[Corumbá]], [[Mato Grosso do Sul]].<ref name="Fronteira">{{citar web |url=http://diarionline.com.br/index.php?s=noticia&id=30500 |titulo=17º Batalhão de Fronteira celebra aniversário e Dia da Infantaria |publicado=Diário Corumbaense |data=24 de maio de 2011 |acessodata=10 de janeiro de 2017}}</ref>
|image1=Forças especiais, Comandos (26619292102).jpg
|caption1=Forças especializadas de emprego estratégico (Comando de Aviação e Comando de Operações Especiais)
|image2=Blindados em Rosário do Sul - RS (9919079464).jpg
|caption2=Força de emprego geral (6.ª Brigada de Infantaria Blindada)
}}
A Força Terrestre é dividida em três “grupos de emprego”: as Forças de Emprego Geral, que reforçam as demais, as Forças de Emprego Imediato, que atuam na faixa de fronteira, e as Forças de Emprego Estratégico, que se deslocam para qualquer parte do país, sendo “forças com poder de combate que possibilitam, em situações de crise/conflito armado, o desequilíbrio estratégico, por meio das estratégias dissuasão e ofensiva”. Existem ainda os módulos de apoio e as Forças Especializadas de Emprego Estratégico.{{sfn|Concepção Estratégica do Exército (2023)|p=2-3 a 2-4}} Na distribuição de material e pessoal, a prioridade é das Forças de Emprego Estratégico e de algumas Forças de Emprego Geral.{{sfn|Concepção Estratégica do Exército (2023)|p=2-7}}


Os grupos de emprego foram definidos em 2017{{nre|{{harvnb|Soares, Estudo comparativo de modelos de Forças de Prontidão (2021)|p=59}}. A [https://www.defesanet.com.br/terrestre/exercito-brasileiro-concepcao-estrategica/ Concepção Estratégica do Exército] de 2017 tinha somente dois grupos, as forças de emprego estratégico e emprego geral, além dos módulos especializados.}} e substituem categorizações mais antigas, como as “Forças de Atuação Estratégica” e, antes delas, as “Forças de Ação Rápida Estratégica” (FAR Estrt),{{sfn|Soares, Estudo comparativo de modelos de Forças de Prontidão (2021)|p=59}} entendidas como a reserva estratégica do Exército, com grande mobilidade, completas em pessoal e com todos os treinamentos realizados. Uma série de companhias e batalhões eram designadas como FAR regionais.{{sfn|Kuhlmann, Estrutura militar e ordenamento político (2007)|p=128-130}} As demais forças, denominadas “Organizações Militares Operacionais”, teriam faltas maiores de pessoal e material, e seriam as principais responsáveis pela formação da reserva.{{sfn|Piletti, O exército brasileiro e as ameaças não-tradicionais (2008)|p=80}} Até os anos 1990, a Brigada de Infantaria Paraquedista era a única força de pronto-emprego estratégico.{{sfn|Kuhlmann, Estrutura militar e ordenamento político (2007)|p=117}}
Suas principais missões, garantindo a fronteira ocidental do Brasil, o desenvolvimento e aperfeiçoamento de doutrinas técnicas e operacionais e combate específico ao ambiente pantanoso específico (presente em muitos lugares do mundo) e também multiplicam suas operações técnicas em unidades de ''wetland''. De Ação Rápida Estratégica) do Exército Brasileiro, mas especificamente, oferecendo um curso de Operações no Pantanal à Brigada de Operações Especiais, à Brigada de Infantaria de Paraquedismo e à 12.ª Brigada de Infantaria Leve, unidades da Força-Tarefa Estratégica e também militares de outras regiões, particularmente o [[Comando Militar do Oeste]], que é responsável pela proteção da fronteira ocidental do território brasileiro.<ref name="Fronteira"/>


As Forças de Emprego Estratégico, Forças Especializadas de Emprego Estratégico, Forças de Emprego Geral prioritárias e módulos de apoio compõem as Forças de Prontidão (FORPRON),{{sfn|Concepção Estratégica do Exército (2023)|p=2-6}} que mantém um rodízio de efetivos profissionais.<ref>{{Citar web|website=DefesaNet|data=2020-10-23|título=SISPRON – O Sistema de Prontidão do Exército Brasileiro|url=https://www.defesanet.com.br/terrestre/sispron-o-sistema-de-prontidao-do-exercito-brasileiro/|acessodata=2024-01-03}}</ref> As FORPRON são compostas de uma tropa equivalente a uma unidade{{nre|“As FORPRON são compostas por elementos de toda a brigada responsável pelo preparo, haja vista que nenhuma das unidades-base possui capacidade de prontidão plena, devido a restrições em seus quadros de pessoal, material, munição e suprimentos”. {{Citar tese|ultimo=Araújo|primeiro=Luiz Cláudio Ferreira de|ano=2022|título=Prontidão de forças: do nível tático ao estratégico|url=https://bdex.eb.mil.br/jspui/bitstream/123456789/11314/1/MO%201080%20-%20LUIZ%20CLAUDIO%20Ferreira%20de%20Araujo.pdf|tipo=Policy Paper|instituição=Escola de Comando e Estado-Maior do Exército}}. p. 17.}} fornecida por cada uma das brigadas, com um efetivo total de 9 150 militares em 2023.{{nre|{{harvnb|Relatório de Gestão do Comando do Exército (2023)|p=81}}. As brigadas então participantes eram a [[Brigada de Infantaria Paraquedista]], [[Comando Militar do Oeste#4.ª Bda C Mec|4.ª Brigada de Cavalaria Mecanizada]], [[5.ª Divisão de Exército#5.ª Brigada de Cavalaria Blindada|5.ª Brigada de Cavalaria Blindada]], 23.ª Brigada de Infantaria de Selva, [[5.ª Divisão de Exército#15.ª Brigada de Infantaria Mecanizada|15.ª Brigada de Infantaria Mecanizada]], [[12.ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel)]], 1.ª Brigada de Infantaria de Selva, 10.ª Brigada de Infantaria Motorizada, [[3.ª Divisão de Exército#6.ª Bda Inf Bld|6.ª Brigada de Infantaria Blindada]] e [[Grupamento de Unidades-Escola - 9.ª Brigada de Infantaria Motorizada|9.ª Brigada de Infantaria Motorizada]].}} O Exército planeja ter, ao todo, uma divisão composta de duas brigadas a partir das FORPRON.{{sfn|Soares, Estudo comparativo de modelos de Forças de Prontidão (2021)|p=69}} A partir das FORPRON, o Exército pode selecionar uma força expedicionária ou força de paz para enviar ao exterior.{{sfn|Verde-Oliva, FORPRON (2022)|p=12}}
Além disso, há também intercâmbio de técnicas e experiências com os [[Corpo de Fuzileiros Navais|fuzileiros navais]], que também se aplicam ao curso de Operações de Zonas Úmidas e são notavelmente habilidosos em operações anfíbias.<ref name="Fronteira"/>


=== Componentes especializados ===
=== [[Imagem:Simbolo Caatinga.jpg|30px]] Batalhão de Infantaria Motorizado ===
==== Operações Especiais ====
{{imagem dupla|right|Combatente da Caatinga (26427365810).jpg|240|Combatente da Caatinga (26094366194).jpg|210|<center>Soldados da [[Caatinga]]</center>}}
[[Ficheiro:Forças especiais, Comandos (26686068456).jpg|miniaturadaimagem|Atirador de elite das forças de operações especiais|esquerda]]
{{AP|Comando de Operações Especiais}}
As [[operações especiais]] do Exército envolvem um “adestramento altamente especializado do combatente, a utilização de armamentos e equipamentos não convencionais, missões com alta sensibilidade política, a aplicação heterodoxa dos princípios da guerra, e o aproveitamento de oportunidades limitadas”, em missões de [[guerra irregular]], ação direta, reconhecimento estratégico, [[Contrainsurgência|contraguerrilha]], [[contraterrorismo]], [[operações psicológicas]], [[busca e salvamento]] e assistência humanitária.{{sfn|Piletti, O exército brasileiro e as ameaças não-tradicionais (2008)|p=82-83}} As forças encarregadas são enquadradas pelo Comando de Operações Especiais (C Op Esp), sediado em [[Goiânia]] e subordinado ao [[Comando Militar do Planalto]], com vínculo de preparo e emprego ao COTER. A exceção é a 3.ª Companhia de Forças Especiais (Força 3), em [[Manaus]], que é subordinada ao [[Comando Militar da Amazônia]], mas vinculada ao C Op Esp.{{sfn|Oliveira, O Comando de Operações Especiais (2020)|p=34}}<ref>{{Citar web|website=Comando de Operações Especiais|título=Institucional|url=http://www.copesp.eb.mil.br/index.php/institucional-2|data=2019-01-30|acessodata=2023-12-11}}</ref>


Suas unidades principais são o 1.º Batalhão de Ações de Comandos (BAC) e [[1.º Batalhão de Forças Especiais]] (BFEsp);{{sfn|Oliveira, O Comando de Operações Especiais (2020)|p=32}} ambos são unidades de elite, de difícil ingresso.{{nre|{{harvnb|Viana, História institucional e cultura organizacional da tropa aeroterrestre (2020)|p=260}}. Vide também {{Citar periódico|ultimo=Silva|primeiro=Angela Maria Monteiro|data=2015|título=Curso de Ações de Comandos: estressores, níveis de estresse e representações pictóricas|url=http://portaldeperiodicos.marinha.mil.br/index.php/psicologiamilitar/article/download/760/749|jornal=Revista Naval Psicologia em Destaque|volume=3|numero=3|editora=Serviço de Seleção do Pessoal da Marinha}}. e {{Citar web|ultimo=Stochero|primeiro=Tahiane|data=2011-02-12|título=Militares relatam o rigor dos cursos para integrar as tropas de elite|url=https://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/02/militares-relatam-como-treinamentos-severos-testam-limites-do-corpo.html|publicado=G1|acessodata=2023-12-11}}.}} O treinamento dos militares do 1.º BFEsp, também chamados de “FEs” ou “fantasmas”, é comparável ao da [[Delta Force]] americana e inclui longas patrulhas na selva amazônica e estratégias de combate à criminalidade urbana.<ref>{{Citar web|ultimo=Araújo|primeiro=Vera|ultimo2=Teixeira|primeiro2=Fábio|ultimo3=Galdo|primeiro3=Rafael|data=25 de fevereiro de 2018|título=Tropa que chegou ao Rio para enfrentar tráfico e milícias fará operações de alto risco|url=https://oglobo.globo.com/rio/tropa-que-chegou-ao-rio-para-enfrentar-trafico-milicias-fara-operacoes-de-alto-risco-22430650|wayb=20180225114246|publicado=O Globo}}</ref>{{sfn|Ryan et al., The encyclopedia of the world's special forces (2014)}}
O 72º Batalhão de Infantaria Motorizado é uma unidade de elite do Exército Brasileiro com sede em Petrolina, sendo a única unidade do Exército Brasileiro a treinar o guerreiro para o ambiente operacional de [[caatinga]] e [[savana]].<ref name="Caatinga">{{citar web |url=http://sitetropasdeelite.t15.org/BRASIL_CAATINGA.htm |titulo=O Batalhão |publicado=72.º Batalhão de Infantaria Motorizado |acessodata=10 de janeiro de 2017 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20160303190216/http://sitetropasdeelite.t15.org/BRASIL_CAATINGA.htm |arquivodata=2016-03-03 |urlmorta=yes }}</ref>


==== Especializações por terreno ====
Tem um Centro de Instruções de Operações de Caatinga, cobrindo uma área de aproximadamente 28 mil quilômetros quadrados. As instalações do Centro de Instruções de Operações da Caatinga estão compreendidas em uma área que pertence ao Ministério da Defesa, denominada Fazenda de Tanques de Ferro de Instrução de Campo, responsável pela formação do combatente da caatinga neste ambiente. A vegetação é agressiva e espinhosa, o sol é muito duro para a maior parte do dia e a água é escassa. As condições desta área são muito difíceis de suportar e os soldados que terminam este curso são reconhecidos como Soldados da Caatinga do Exército Brasileiro, conforme descrito pelo Exército Brasileiro em seu ''site''.<ref name="Caatinga"/>
{{Imagem múltipla
|align=right|direction=vertical|width=220
|image1=Selva (26723380872).jpg
|image2=Operação Ágata 9 (20265146721).jpg
|image3=Combatente da Caatinga (26094366404).jpg
|caption3=De cima para baixo: a infantaria de selva, 17.º Batalhão de Fronteira e 72.º Batalhão de Infantaria de Caatinga
}}
Presente em todos os [[biomas do Brasil]], o Exército tem tropas especializadas para os ambientes de montanha, [[Pantanal]], [[caatinga]], selva{{sfn|Sales, A gestão ambiental no Exército Brasileiro (2020)|p=23}} (que, no contexto do Exército, refere-se à [[Amazônia]]),{{sfn|Piletti, O exército brasileiro e as ameaças não-tradicionais (2008)|p=78}} e urbano.<ref name=campineiro>{{Citar web|website=Diário Campineiro|data=2022-10-11|título=Exército leva militares a ruas de Vinhedo para treinar ‘operações urbanas’|url=https://diariocampineiro.com.br/exercito-leva-militares-a-ruas-de-vinhedo-para-treinar-operacoes-urbanas/|acessodata=2023-12-09}}</ref> Os cursos e estágios de especialização nesses ambientes são realizados em alguns batalhões ou em centros de instrução.{{sfn|Kuhlmann, Estrutura militar e ordenamento político (2007)|p=133-136}}


O adestramento para a selva ocorre em grande parte nas próprias organizações militares na Amazônia, mas existe um centro de treinamento especializado, o [[Centro de Instrução de Guerra na Selva]] (CIGS), em [[Manaus]]. Com exigências físicas e mentais extremas, ele é altamente concorrido{{sfn|Piletti, O exército brasileiro e as ameaças não-tradicionais (2008)|p=78}} e internacionalmente renomado.<ref>{{Citar web|website=Global Americans|ultimo=Ellis|primeiro=Evan|data=2017-10-31|título=The strategic importance of Brazil|url=https://theglobalamericans.org/2017/10/strategic-importance-brazil/|acessodata=2023-12-04}}</ref>{{sfn|McCann, The Brazilian Armed Forces (2017)|p=65}} A infantaria de selva brasileira é caracterizada pela sobrevivência no ambiente hostil, frações descentralizadas, movimentos fluviais e aéreos e manobras de flanco.{{sfn|Piletti, O exército brasileiro e as ameaças não-tradicionais (2008)|p=75}}{{sfn|Gomes & Senhoras, Estudo de caso da 1ª Brigada de Infantaria de Selva (2021)|p=24}} Os teóricos do Exército reconhecem que o Brasil não resistiria por meios convencionais à invasão da Amazônia por uma força militar superior, tal como a dos Estados Unidos. Inspirados na [[Guerra do Vietnã]] e em sua experiência no Araguaia, eles propõem uma [[guerrilha]] para desgastar a vontade do invasor,{{sfn|McCann, The Brazilian Armed Forces (2017)|p=71}} na chamada “Estratégia de Resistência”.{{sfn|Piletti, O exército brasileiro e as ameaças não-tradicionais (2008)|p=64}}
=== [[Imagem:Bgp - 2.png|30px]] Guarda Presidencial ===
{{Artigo principal|Batalhão da Guarda Presidencial}}
[[Imagem:Troca_da_bandeira_na_Praça_dos_Três_Poderes,_5_de_agosto_de_2007.jpg|thumb|esquerda|[[Batalhão da Guarda Presidencial]] durante uma cerimônia de hasteamento da [[bandeira do Brasil]] na [[Praça dos Três Poderes]], em [[Brasília]]]]


Essas forças especializadas compreendem as seis Brigadas de Infantaria de Selva desdobradas na Amazônia: a 1.ª em [[Boa Vista (Roraima)|Boa Vista]], 2.ª em [[São Gabriel da Cachoeira]], 16.ª em [[Tefé]], 17.ª em [[Porto Velho]], 22.ª em [[Macapá]] e 23.ª em [[Marabá]].{{sfn|Gomes & Senhoras, Estudo de caso da 1ª Brigada de Infantaria de Selva (2021)|p=30-32}} Alguns de seus Batalhões de Infantaria de Selva (BIS) são designados “Comandos de Fronteira” e enquadram Companhias e Pelotões Especiais de Fronteira (CEF e PEF); embora fundamentais na vigilância, os pelotões têm poder militar muito limitado.{{sfn|Piletti, O exército brasileiro e as ameaças não-tradicionais (2008)|p=74-75, 78}} Os recrutas nos postos de fronteira são em grande parte indígenas locais, mas existem tensões com as populações.{{sfn|McCann, The Brazilian Armed Forces (2017)|p=69}}
O [[Batalhão da Guarda Presidencial]] é uma unidade do Exército Brasileiro e guarda de honra ao Presidente do Brasil. Duas outras unidades, o 1º Regimento de Cavalaria dos Guardas e a Bateria de Cayenne, também fazem parte da unidade de guarda de honra presidencial, e todos eles reportam-se ao QG do Exército.<ref name="Guarda presidencial">{{citar web |url=http://www.bgp.eb.mil.br/index.php/historia |titulo=História |publicado=Ministério da Defesa |acessodata=10 de janeiro de 2017}}</ref>


A instrução de [[montanhismo]] militar ocorre na [[4.ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha]], de [[Juiz de Fora]],<ref name=meireles/> e não inclui operações na neve, como em ambientes de montanha de outros países.{{sfn|Kuhlmann, Estrutura militar e ordenamento político (2007)|p=135}} Os Estágios de Operações no Pantanal são ministrados pelo 17.º Batalhão de Fronteira, de [[Corumbá]].<ref>{{Citar web|ultimo=Cabral|primeiro=Leonardo|data=2020-01-10|título=Batalhão de Fronteira tem novo comandante em Corumbá|url=https://www.diarionline.com.br/?s=noticia&id=114640|website=Diário Corumbaense|acessodata=2023-09-13}}</ref> Empregando o transporte hidroviário e aéreo, ele patrulha continuamente a fronteira e é subordinado à 18.ª Brigada de Infantaria de Pantanal.{{sfn|As ameaças no Arco Central da Faixa de Fronteira (2023)|p=37}} O Centro de Instrução de [[Combate militar na Caatinga|Operações na Caatinga]] (CIOpC) é orgânico do 72.º Batalhão de Infantaria de Caatinga,{{nre|Conhecido como 72.º Batalhão de Infantaria Motorizado até [http://www.sgex.eb.mil.br/sg8/006_outras_publicacoes/07_publicacoes_diversas/01_comando_do_exercito/port_n_1912_cmdo_eb_04jan2023.html 4 de janeiro de 2023].}} de [[Petrolina]], [[Pernambuco]]. Os combatentes da caatinga distinguem-se pelo uniforme reforçado de couro, para se proteger da vegetação espinhenta.<ref>{{Citar web|ultimo=Farias|primeiro=Filipe|data=2023-04-28|título=DIA NACIONAL DA CAATINGA: Centro de Instrução de Operações na Caatinga busca proteger o único bioma exclusivamente brasileiro|url=https://jc.ne10.uol.com.br/pernambuco/2023/04/15453534-dia-nacional-da-caatinga-centro-de-instrucao-de-operacoes-na-caatinga-busca-proteger-o-unico-bioma-exclusivamente-brasileiro.html|website=Jornal do Commercio|acessodata=2023-12-09}}</ref><ref>{{Citar web|website=InfoDefensa|ultimo=Caiafa|primeiro=Roberto|data=2021-06-12|título=Exército Brasileiro renova uniforme da Caatinga|url=https://www.infodefensa.com/texto-diario/mostrar/2964159/exercito-brasileiro-renova-uniforme-da-caatinga|acessodata=2023-12-09}}</ref> O Centro de Instrução de [[Guerra urbana|Operações Urbanas]] integra o [[28.º Batalhão de Infantaria Mecanizado]], em [[Campinas]].<ref>{{Citar web|website=DefesaNet|data=2022-01-06|título=Exército atualiza e GLO passará a ser Operações Urbanas|url=https://www.defesanet.com.br/sof/mout-%C2%96-exercito-atualiza-e-glo-passara-a-ser-operacoes-urbanas/|acessodata=2023-12-09}}</ref><ref name=campineiro/>
O BGP teve suas origens no Batalhão do Imperador, organizado em 1823 durante as campanhas de paz que se seguiram à Declaração de Independência como unidade de guarda para a [[Família Imperial do Brasil]] e, como tal, usa seus uniformes do século XIX. Desmantelado em 1827, foi reformado em 1933.<ref name="Guarda presidencial"/>


==== Especializações por transporte aéreo ====
O 1º Regimento de Cavalaria dos Guardas, também conhecido como [[Dragões da Independência]], é o regimento de guarda-cavalos do Exército, de tamanho escalonado. O nome foi dado em 1927 e refere-se ao fato de que um destacamento de dragões escoltado o Príncipe Real de Portugal, [[Pedro I do Brasil|Pedro I]], no momento em que declarou a independência brasileira de Portugal, em 7 de setembro de 1822. Os Dragões da Independência usam uniformes do século XIX, semelhantes aos da Guarda de Honra Imperial anterior, que são usados como uniforme regimental desde 1927. O uniforme foi desenhado por [[Jean-Baptiste Debret]], em branco e vermelho, com capacetes de bronze emplumados. As cores e o padrão foram influenciados pelos dragões austríacos do período, como a imperatriz consorte brasileira também era uma arquiduquesa austríaca. A cor das plumas varia de acordo com a classificação. Os Dragões da Independência são armados com lanças e sabres, este último somente para os oficiais e o protetor de cor.<ref name="Guarda presidencial"/>
{{Imagem múltipla
| align = left
| direction = vertical
| width = 220
| image1 = Demonstração Aeroterrestre (20749544082).jpg
| caption1 = Salto paraquedista
| image2 = 16 08 2021 - Exercício de adestramento conjunto de helicópteros da Marinha, Exército e Aeronáutica realizado em Taubaté-SP (51396791537).jpg
| caption2 = Infantaria aeromóvel com a Aviação do Exército
}}


A [[Brigada de Infantaria Paraquedista]] e a [[12.ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel)]] são as duas brigadas listadas pelo IISS na categoria de "manobra aérea", isto é, treinadas e equipadas para alcançar o campo de batalha por aviões de transporte e/ou helicópteros.{{sfn|IISS, The Military Balance (2023)|p=383, 494}} Fora da brigada existe mais uma unidade aeromóvel, o 1.° Batalhão de Infantaria de Selva, em [[Manaus]].<ref>{{Citar web|website=1.º Batalhão de Infantaria de Selva (Aeromóvel)|url=https://1bis.eb.mil.br/index.php/home|título=O Batalhão|acessodata=2023-12-07}}</ref> A infantaria de montanha, por também ser infantaria leve, pode ser aerotransportada.<ref name=meireles>{{Citar web|ultimo=Meireles|primeiro=Michele|data=2019-05-10|título=Brigada de Juiz de Fora ganha reforço de 600 soldados|url=https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/10-05-2019/brigada-de-juiz-de-fora-ganha-reforco-de-600-soldados.html|website=Tribuna de Minas|acessodata=2023-12-07}}</ref>
=== [[Imagem:1º_Batalhão_de_Polícia_do_Exército.jpg|30px]] Batalhões e Pelotões de Polícia do Exército ===
{{imagem dupla|right|Chefe do EMCFA General José Carlos De Nardi visita a Força de Pacificação do Complexo da Maré (16227847773).jpg|260|Comando Militar do Nordeste (CMNE) sob nova direção (14167662998).jpg|220|Soldados da Polícia do Exército na pacificação do [[Complexo da Maré]], no Rio de Janeiro|Pelotão do controle da motim da polícia do exército}}
{{Artigo principal|Polícia do Exército (Brasil)}}


A brigada aeromóvel é especializada nas operações helitransportadas (junto com a Aviação do Exército), mas por ser leve em equipamentos e armamentos, pode também ser transportada em aviões da FAB ou meios civis como vans, ônibus, caminhões, trens e navios. Seu conceito operacional é focado na infiltração, exfiltração e [[Assalto aéreo|assalto aeromóveis]] atrás das linhas inimigas, empregando os helicópteros da Aviação do Exército.<ref>{{Citar web|ultimo=Konrad|primeiro=Kaiser|data=2008-12-23|título=A Brigada Aeromóvel entra em ação|url=http://www.defesanet.com.br/missao/est/bil.htm|urlmorta=sim|wayb=20090425061848|website=Defesa@Net}}</ref> Subordinada à [[2.ª Divisão de Exército]], a brigada é sediada em [[Caçapava]], São Paulo,<ref name=cmse/> na região do [[eixo Rio-São Paulo]], onde está próxima ao [[Comando de Aviação do Exército]].{{sfn|Falconi, Aviação naval brasileira (2009)|p=197}} A Aviação do Exército tem dois batalhões em [[Taubaté]], um em [[Campo Grande (Mato Grosso do Sul)|Campo Grande]], um em [[Manaus]] e um destacamento em [[Belém (Pará)|Belém]].<ref>{{Citar web|ultimo=Wiltgen|primeiro=Guilherme|data=2023-10-27|título=Nova earticulação das aeronaves da Aviação do Exército|url=https://www.defesaaereanaval.com.br/aviacao/nova-rearticulacao-das-aeronaves-da-aviacao-do-exercito|website=Defesa Aérea & Naval|acessodata=2023-12-14}}</ref>
O [[Polícia do Exército (Brasil)|Corpo de Polícia do Exército]] é composto por unidades especializadas da Infantaria do Exército Brasileiro, que desenvolvem a missão da polícia militar ao longo da sede dos principais comandos e das principais unidades das guarnições da força terrestre.<ref name="Polícia do Exército">{{citar web |url=http://www.eb.mil.br/web/centro-de-comunicacao-social-do-exercito/bpeb |titulo=Batalhão de Polícia do Exército |publicado=Ministério da Defesa |acessodata=10 de janeiro de 2017}}</ref>


A brigada paraquedista, por sua vez, é focada no assalto aeroterrestre, embora nunca tenha realizado um salto paraquedista em massa fora de exercícios e manobras. Sua grande utilidade reside no transporte imediato de suas tropas, e suas situações recentes de emprego costumam ser em ambiente urbano.{{sfn|Viana, História institucional e cultura organizacional da tropa aeroterrestre (2020)|p=348}} Sua missão oficial é “deslocar-se rapidamente [...] aerotransportada ou lançada de pára-quedas”, chegando em até 48 horas a qualquer ponto no território. Os paraquedistas são tidos como uma tropa de elite dentro do Exército{{sfn|Bruno, Narrativa e construção de identidades: o combatente pára-quedista do Exército (2010)|p=52}} e uma “vitrine” da instituição.{{sfn|Viana, História institucional e cultura organizacional da tropa aeroterrestre (2020)|p=348}} A Brigada recebe muito mais voluntários do que tem vagas,{{sfn|Viana, História institucional e cultura organizacional da tropa aeroterrestre (2020)|p=22}} é mais rigorosa na seleção{{sfn|Viana, História institucional e cultura organizacional da tropa aeroterrestre (2020)|p=318}} e cultiva uma “mística paraquedista” e uma identidade e valores próprios.{{sfn|Bruno, Narrativa e construção de identidades: o combatente pára-quedista do Exército (2010)|p=179-180}} Algumas tradições distinguem visualmente os paraquedistas, como os coturnos marrons, boina grená e brevê de asas de prata. Sediada no Rio de Janeiro, a brigada é subordinada ao Comando de Operações Terrestres e ao [[Comando Militar do Leste]].<ref>{{Citar web|website=Brigada de Infantaria Paraquedista|título=Subordinação|url=https://www.bdainfpqdt.eb.mil.br/subordinacao|acessodata=2023-12-09}}</ref>
Como unidades operacionais da Polícia do Exército, existem vários batalhões, companhias e pelotões, como controle de motins, K-9, motociclistas e tropas regulares. A Polícia Militar do Exército Brasileiro é identificada pelo uso de braçadeira preta com as letras "PE" em branco (ou braçadeira branca com letras vermelhas).<ref name="Polícia do Exército"/>


==== Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear ====
Em geral, o termo "Polícia Militar" é usado para se referir às [[Polícia Militar do Brasil|políticas ostensivas dos estados]].<ref name="Polícia do Exército"/>
[[Ficheiro:Eixo de defesa química, biológica, radiológico e nuclear (14464764461).jpg|miniaturadaimagem|Tropa DQBRN]]
A defesa [[Guerra química|Química]], [[Guerra biológica|Biológica]], [[Guerra radiológica|Radiológica]] e [[Guerra nuclear|Nuclear]] (DQBRN) é de responsabilidade do 1.° Batalhão DBQRN (subordinado ao [[Comando Militar do Leste]]), a Companhia DQBRN (subordinada ao Comando de Operações Especiais), a Escola de Instrução Especializada e o Instituto DQBRN do Centro Tecnológico do Exército, em coordenação com seus correspondentes nas Forças Armadas, a [[Comissão Nacional de Energia Nuclear]] e organismos internacionais como a [[Agência Internacional de Energia Atômica]] e a [[Organização para a Proibição de Armas Químicas]]. Elas podem ser usadas em resposta a acidentes (seu primeiro emprego real foi no [[acidente radiológico de Goiânia]], em 1987), ataques terroristas<ref name=cia_dqbrn>{{Citar web|website=Comando de Operações Especiais|data=2018-09-03|título=Breve Histórico da Companhia de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear|url=http://www.copesp.eb.mil.br/index.php/institucional-2/14-editoria-b/78-companhia-de-defesa-quimica-biologica-radiologica-e-nuclear|acessodata=2023-12-10}}</ref><ref>{{Citar web|website=1º Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear|título=Histórico do 1º Btl DQBRN|data=2023-11-28|url=https://www.1btldqbrn.eb.mil.br/historico-da-om|acessodata=2023-12-10}}</ref> e em ambiente de guerra, para recuperar forças atacadas por essas [[armas de destruição em massa]]. Para tanto, elas realizam o reconhecimento, identificação e [[descontaminação]] das ameaças QBRN.<ref>{{Citar web|website=1º Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear|título=Companhia de Reconhecimento e Identificação|data=2023-06-01|url=https://www.1btldqbrn.eb.mil.br/companhia-de-reconhecimento-e-identificacao|acessodata=2023-12-10}}</ref><ref>{{Citar web|website=1º Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear|título=Companhia de Descontaminação |data=2023-06-01|url=https://www.1btldqbrn.eb.mil.br/companhia-de-descontaminacao|acessodata=2023-12-10}}</ref>


==== Polícia do Exército ====
== Equipamento ==
[[Ficheiro:Comando Militar do Nordeste (CMNE) sob nova direção (14167662998).jpg|miniaturadaimagem|Tropa de controle de distúrbios da PE|esquerda]]
=== Veículos e armas ===
{{Artigo principal|Armas do Exército Brasileiro|Aviação do Exército Brasileiro}}
{{AP|Polícia do Exército (Brasil)|Polícias das Forças Armadas do Brasil}}
A Polícia do Exército (PE) é, no sentido genérico, a [[polícia militar]] do Exército Brasileiro, e não deve ser confundida com as forças policiais estaduais.{{nre|“{{Link2|1=https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/112088/000954073.pdf?sequence=1&isAllowed=y|2=No Brasil, Polícia Militar pode referir-se ou à polícia das Forças Armadas da nação (...) ou à polícia ostensiva das unidades federativas brasileiras, polícia responsável pela preservação da ordem pública (Polícia Militar dos Estados e do Distrito Federal)}}”.}} Seus militares são identificados por um braçal com as letras “PE”. Ela é uma tropa especializada de infantaria disponível a cada escalão de comando: os Comandos Militares de Área têm batalhões de PE, as divisões têm companhias e as brigadas têm pelotões. A PE fiscaliza a disciplina da tropa, previne e investiga o crime, faz a segurança de autoridades, custodia presos e patrulha instalações, entre outras atribuições. Ela é usada tanto em operações militares convencionais quanto no combate à criminalidade.<ref>{{Citar web|título=Memória da Guarnição - O emprego da Polícia do Exército|website=3ª Divisão de Exército|url=http://www.3de.eb.mil.br/index.php/todas-as-noticias/1732-memoria-da-guarnicao-o-emprego-da-policia-do-exercito|urlmorta=sim|wayb=20210523223957}}</ref> A atual doutrina da PE reconhece uma atuação ampla e híbrida em “terrenos humanizados (urbanos ou rurais)”, nos quais existem “atores agindo em espaços que vão além do campo de batalha” e múltiplas dimensões — física, humana e informacional — do ambiente operacional.{{sfn|Alves, Limites espaciais para a atuação do Exército Brasileiro no policiamento urbano (2021)|p=22-25}}
* [[Tanques de guerra]] – '''469''' ([[M60 Patton]], [[Leopard 1A1]] e [[Leopard 1#Leopard 1A5|Leopard 1A5/GR]])<ref>{{Citar web|url=http://www.eb.mil.br/web/midia-impressa/noticiario-do-exercito/-/asset_publisher/IZ4bX6gegOtX/content/leopard-41-viaturas-recuperadas|titulo=Leopard: 41 Viaturas recuperadas - Noticiário do Exército - Exército Brasileiro|acessodata=29 de setembro de 2016|obra=www.eb.mil.br}}</ref><ref name="Armas">{{citar web |url=http://www.brasil.gov.br/defesa-e-seguranca/2014/05/conheca-as-armas-e-equipamentos-a-disposicao-do-exercito-brasileiro |titulo=Conheça as armas e equipamentos à disposição do Exército Brasileiro |publicado=Ministério da Defesa |acessodata=15 de janeiro de 2017}}</ref><ref name="Mundo Estranho">{{citar web |url=http://mundoestranho.abril.com.br/cotidiano/quais-sao-as-armas-exclusivas-do-exercito/ |titulo=Quais são as armas exclusivas do exército? |data=18 de abril de 2011 |publicado=[[Mundo Estranho]] |autor=Marina Motomura |acessodata=15 de janeiro de 2017}}</ref>
* [[Veículos blindados]] – '''1 496''' (AV-VBL 4x4, [[EE-9 Cascavel|Cascavel]] 6x6, [[EE-11 Urutu|Urutu]] 6x6, [[VBTP-MR Guarani|Guarani]] 6x6, [[M-113]] e M-577)<ref name="Armas"/><ref name="Mundo Estranho"/><ref name="defesanet.com.br">{{Citar web|url=http://www.defesanet.com.br/leo/noticia/23612/Exercito-aposta-no-M-60A3TTS/|titulo=DefesaNet - Aço - Leopard 1A5Br - Exército aposta no M-60A3TTS|acessodata=29 de setembro de 2016}}</ref><ref name="defesanet.com.br"/><ref>{{Citar web|url=http://www.defesaaereanaval.com.br/mais-fotos-sobre-o-tiro-efetuado-por-viaturas-cascavel-modernizadas-na-escola-de-sargentos-das-armas/|titulo=Mais fotos sobre o tiro efetuado por Cascavel modernizado|acessodata=2016-10-02|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar periódico|titulo=Exército Brasileiro terá mais 1.580 VBTP 6×6 Guarani em quatro lotes|jornal=Defesa Aérea & Naval|url=http://www.defesaaereanaval.com.br/exercito-brasileiro-tera-mais-1-580-vbtp-6x6-guarani-em-quatro-lotes/|língua=en}}</ref>
* [[Artilharia]] – '''1 257''' (Morteiro 120mm, [[Astros II|ASTROS 2020]], [[M101 (obus)|M101]], [[M102 (obus)|M102]], [[M114]], [[OTO Melara Mod 56|105mm Mod 56]], [[L118]], [[Oerlikon GDF|Oerlikon 35mm]] e [[Bofors 40 mm]])<ref name="Armas"/><ref name="Mundo Estranho"/>
* [[Artilharia autopropulsada]] – '''184''' ([[M108 Howitzer|M108]], [[M109 howitzer|M109]] e [[Flakpanzer Gepard|Gepard]])<ref name="Armas"/><ref name="Mundo Estranho"/><ref name="M109">[http://www.infodefensa.com/?noticia=exercito-brasileiro-adquire-36-obuseiros-autopropelidos-m-109a5 ""]. Infodefesa.com - Sítio acessado em 19/04/2013</ref>
* [[Míssil terra-ar]] - '''156''' ([[9K38 Igla]] e [[RBS 70]])<ref name="Armas"/><ref name="Mundo Estranho"/><ref>{{Citar web|url=http://www.forte.jor.br/2015/09/19/brasil-deve-comprar-sistema-russo-pantsir-s1-de-defesa-antiaerea-em-2016/|titulo=Brasil deve comprar sistema russo Pantsir-S1 de defesa antiaérea em 2016|data=2015-09-19|acessodata=29 de setembro de 2016|obra=Forças Terrestres - ForTe}}</ref>
* Outros veículos militares – '''20 000'''


==== Infantaria e cavalaria de guarda ====
O [[Comando de Aviação do Exército]] também opera '''90''' helicópterosː<ref name="Aviação do Exército">{{citar web |url=http://www.cavex.eb.mil.br/ |titulo=Aeronaves |publicado=[[Comando de Aviação do Exército]]c |acessodata=15 de janeiro de 2017}}</ref>
[[Ficheiro:30 07 2019 Cerimônia de troca da Grande Guarda Presidencial (48425205477).jpg|miniaturadaimagem|BGP e Dragões da Independência na troca da guarda do Palácio do Planalto]]
As “organizações militares de guarda” pertencem à infantaria e à cavalaria e são vocacionadas para a segurança e o cerimonial militar. Em operações de GLO, elas podem realizar a busca e apreensão, patrulhamento ostensivo e controle de distúrbios, entre outras atividades.{{sfn|Manual de Campanha, Organizações Militares de Guardas (2021)|loc=p. 1-1, 3-3 a 3-6}} Os três regimentos de cavalaria de guarda são os últimos ainda montados a cavalo.{{sfn|Savian, Resistências à mecanização (2013)|p=15}}


Duas unidades de guarda alternam a guarda da rampa do [[Palácio do Planalto]], local de trabalho do Presidente da República: o [[Batalhão da Guarda Presidencial]] (BGP) e o [[1.º Regimento de Cavalaria de Guardas]], os “Dragões da Independência”. O BGP é responsável pela guarda e cerimonial do presidente, chefes de Estado do corpo diplomático.<ref>{{Citar web|ultimo=Campos|primeiro=Júlia|data=2017-09-07|título=Saiba quem está por trás da segurança no Palácio do Planalto|url=https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2017/09/07/interna_cidadesdf,624157/saiba-quem-esta-por-tras-da-seguranca-do-planalto-no-dia-do-desfile-ci.shtml|jornal=Correio Braziliense|acessodata=2023-12-11}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Andrade|primeiro=Hanrrikson de|data=2020-07-13|título=Por rigor do uniforme, guardas presidenciais não usam máscara no Planalto|url=https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/07/13/por-rigor-do-uniforme-guardas-presidenciais-nao-usam-mascara-no-planalto.htm|jornal=UOL|acessodata=2023-12-11}}</ref> Durante manifestações, ele atua como [[tropa de choque]], armada com escudos, cassetetes, [[spray de pimenta]] e [[Bala de borracha|balas de borracha]].<ref>{{Citar web|ultimo=Frazão|primeiro=Felipe|data=2017-05-18|título=Exército ensaia plano contra invasões no Planalto|url=https://veja.abril.com.br/brasil/exercito-ensaia-plano-contra-invasoes-no-planalto/|wayb=20170518183649|website=Veja|acessodata=2022-05-17}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Lourenço|primeiro=Luana|data=2013-06-17|título=Segurança é reforçada no Palácio do Planalto para evitar aproximação de manifestantes|url=https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2013-06-17/seguranca-e-reforcada-no-palacio-do-planalto-para-evitar-aproximacao-de-manifestantes|jornal=Agência Brasil|acessodata=2022-05-17}}</ref>
* [[Helicóptero militar|Helicópteros de transporte]] – [[Eurocopter EC725|EC 725 Caracal]]<ref>{{Citar web|url=http://www.planobrazil.com/helibras-apresenta-o-primeiro-h225m-naval-armado/|titulo=Helibras apresenta o primeiro H225M Naval armado|acessodata=2016-10-26|obra=www.planobrazil.com}}</ref>
* [[Helicóptero militar|Helicópteros de ataque e observação]] – [[Eurocopter Ecureuil|HB350 Esquilo]], [[Eurocopter Fennec|AS550 Fennec]] e [[Eurocopter Panther|AS565 Panther]]<ref name="Aviação do Exército"/>
* [[Helicóptero militar|Helicópteros multi-missões e de resgate]] – [[Eurocopter AS532 Cougar|AS532 Cougar]] e [[Sikorsky UH-60 Black Hawk|Sikorsky S-70A]]<ref name="Aviação do Exército"/>


=== Imagens ===
== Equipamento ==
{{AP|vt=s|Lista de equipamentos do Exército Brasileiro}}
<gallery mode="packed">
=== Blindados ===
Imagem:Brazilian Army equipment on display for Soldier's Day 2010-08-29 1.jpg|[[EE-11 Urutu]].
[[Ficheiro:Exercício Conjunto Meridiano Ibagé (51691926645).jpg|miniaturadaimagem|Da esquerda para a direita: ASTROS II, Gepard, M109, Leopard 1, VBTP-MR Guarani e M113|esquerda]]
Imagem:Blindados_em_Rosário_do_Sul_-_RS_(9919004525).jpg|[[M-113]].
No Exército Brasileiro, as forças centradas em [[veículos blindados de combate]] são denominadas “blindadas”, se seus veículos movem-se sobre [[Lagarta (mecânica)|lagartas]], e “mecanizadas”, se usam rodas.<ref>{{Citar web|título=Brigadas Blindadas e Mecanizadas|data=2014-05-01|url=https://www.defesanet.com.br/doutrina/noticia/15213/Brigadas-Blindadas-e-Mecanizadas-/|publicado=DefesaNet|acessodata=2021-03-04}}</ref> A “espinha dorsal” das forças blindadas e da Cavalaria é o [[Leopard|Leopard 1A5 BR]].<ref name=leopard_frota>{{Citar web|ultimo=Caiafa|primeiro=Roberto|data=2022-09-13|título=Brasil vai modernizar 25% de seu Leopard 1A5 BR enquanto busca um sucessor|url=https://www.infodefensa.com/texto-diario/mostrar/3885352/brasil-decide-modernizar-25-da-frota-leopard-1a5-br-enquanto-estuda-um-sucessor|website=InfoDefensa|acessodata=2023-12-11}}</ref><ref name=leopard_cisne>{{Citar web|ultimo=Caiafa|primeiro=Roberto|data=2023-11-02|título=Blindado no Brasil: o canto do cisne para o Leopard 1A5 BR|url=https://www.infodefensa.com/texto-diario/mostrar/4196290/especial-blindados-orugas-canto-do-cisne-leopard-1a5-brr|website=InfoDefensa|acessodata=2023-12-11}}</ref> Em 2023 o Exército operava 220 unidades desse modelo, 41 do Leopard 1A1 BE e 35 do [[M60 (tanque)|M60 A3 TTS]], para um total de 296 ''main battle tanks'' (MBTs, ou carros de combate). Eles são complementados por 660 [[Veículo blindado de transporte de pessoal|veículos blindados de transporte de pessoal]] (VBTPs) sobre lagartas, de vários modelos de [[M-113]] e do M577 A2, pelo menos sete viaturas blindadas de engenharia, treze de socorro e cinco lança-pontes.{{sfn|IISS, The Military Balance (2023)|p=384}} As brigadas blindadas não usam [[Veículo de combate de infantaria|veículos de combate de infantaria]].<ref>{{Citar web|ultimo=Rosa|primeiro=Saul Isaias da|data=2013-09-05|url=https://www.defesanet.com.br/doutrina/noticia/12120/A-ausencia-da-VBCI-nas-Brigadas-Blindadas-as-mantem-nos--status-quo--da-2%C2%AA--Guerra-Mundial/|titulo=A ausência da VBCI nas Brigadas Blindadas as mantém nos "status quo" da 2ª Guerra Mundial|urlmorta=sim|wayb=20130907152308|publicado=DefesaNet}}</ref> As forças mecanizadas contam com cerca de 575 VBTPs [[VBTP-MR Guarani|Guarani]], 408 viaturas blindadas de reconhecimento [[EE-9 Cascavel]]{{sfn|IISS, The Military Balance (2023)|p=384}} e cinco [[EE-11 Urutu]].<ref name=urutu>{{Citar web|ultimo=Padilha|primeiro=Luiz|data=2022-11-03|url=https://www.defesaaereanaval.com.br/exercito/desativacao-da-viatura-blindada-de-transporte-de-pessoal-ee-11-urutu-mii|título=Desativação da Viatura Blindada de Transporte de Pessoal EE-11 URUTU MII|publicado=Defesa Aérea & Naval|acessodata=2023-12-15}}</ref>
Imagem:M109A2, Dutch army.png|[[M109 (obuseiro autopropulsado)|M109]].
Imagem:EE-9_Cascavel_(4968753726).jpg|[[EE-9 Cascavel]].
Imagem:Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) (15459066280).jpg|Soldado com o fuzil IMBEL IA2 com sistemas de mira.
Imagem:Transposição do Rio Santa Maria - RS (9919130804).jpg|Tropas terrestres realizando a transposição de um tanque de guerra no rio Santa Maria.
Imagem:Ministro Jaques Wagner assiste exercício de artilharia antiaérea do Exército (20161936520).jpg|[[Flakpanzer Gepard]] do Exército Brasileiro.
Imagem:Combatente_da_Caatinga_(26700142685).jpg|[[Agrale Marruá]] do Exército.
Imagem:Brazilian Leopard 1 tank.jpg|Tanque [[Leopard]] do Exército Brasileiro.
</gallery>


Quantitativamente, o Exército Brasileiro tem a maior frota de MBTs da América do Sul. Entretanto, somente o [[Exército Chileno]] tem MBTs modernos, conforme a classificação do IISS.{{sfn|IISS, The Military Balance (2023)|p=365}} A condição de vantagem numérica, em carros de combate e em blindados em geral, é a mesma observada em números dos anos 2000 e início dos 2010.{{sfn|Rezende, Brasil: ator unipolar na América do Sul? (2016)|p=286-287}}{{sfn|Dullius, Gastos militares na América do Sul (2008)|p=12-14}} Qualitativamente, os exércitos da região, exceto o chileno, operavam blindados projetados nas décadas de 1960 e 1970.{{sfn|Dullius, Gastos militares na América do Sul (2008)|p=13}} O Leopard 1A5, por exemplo, é de tecnologia dos anos 1980, mas foi comprado pelo Brasil nos anos 2000.<ref name=leopard_cisne/> A disseminação de [[Míssil anticarro|mísseis anticarro]] nos exércitos de países vizinhos já é uma ameaça às forças blindadas brasileiras.<ref>{{Citar web|website=DefesaNet|ultimo=Düring|primeiro=Nelson|data=2023-11-17|título=Arma Blindada no Brasil: Decidir sem Temor!|url=https://www.defesanet.com.br/terrestre/arma-blindada-no-brasil-decidir-sem-temor/|acessodata=2023-11-20}}</ref> A Diretriz de Implantação do Subprograma Forças Blindadas, em 2020, reconheceu que a maior parte da frota de blindados já estava próxima ao fim do ciclo de vida.<ref>{{Citar web|website=DefesaNet|ultimo=Bastos Jr.|primeiro=Paulo Roberto|data=2020-11-29|título=Diretriz do Exército aponta a necessidade de modernização dos blindados|url=https://tecnodefesa.com.br/diretriz-do-exercito-aponta-a-necessidade-de-modernizacao-dos-blindados/|acessodata=2023-12-15}}</ref>
=== Armas de destruição em massa ===
{{Artigo principal|Brasil e as armas de destruição em massa}}


=== Artilharia ===
Segundo fontes internacionais, o Brasil já possui secretamente a tecnologia para a produção de uma [[bomba atômica]].<ref>[http://www.dw-world.de/dw/article/0,,5564374,00.html Entrevista com pesquisador alemão Deutsche Welle em DW-World] Acessado em 10/01/2010.</ref> O ex-ministro e general [[Alberto Mendes Cardoso]], ex-chefe da [[Casa Militar (Brasil)|Casa Militar]] e do [[Gabinete de Segurança Institucional]] no governo de [[Fernando Henrique Cardoso]], confirmou que o Brasil já domina o conhecimento e, se quisesse, poderia dirigir a tecnologia à construção da bomba nuclear.<ref>[http://zequinhabarreto.org.br/?p=2641 Zequinha Barreto Socialismo e Democracia] {{Wayback|url=http://zequinhabarreto.org.br/?p=2641 |date=20101113062126 }} Acessado em 10/01/2011.</ref> O Exército Brasileiro através de seu [[Instituto Militar de Engenharia]] (IME) já adquiriu tecnologia suficiente para que assim que o governo brasileiro desejar, construir uma bomba atômica termonuclear.<ref name="Terra Noticias">{{citar web|url=http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI3959788-EI306,00-Brasil+ja+tem+tecnologia+para+desenvolver+bomba+atomica.html|título=Brasil já tem tecnologia para desenvolver bomba atômica|publicado=Terra Notícias|acessodata=15 de Fevereiro de 2012}}</ref><ref>[http://www.24horasnews.com.br/index.php?mat=327910 24 Horas News] Acessado em 10/01/2011.</ref>
{{Imagem múltipla
|direction=vertical|align=right|width=220
|image1=Desfile de 7 de Setembro de 2018 (44536565071).jpg
|caption1=Obuseiros M114 rebocados
|image2=19 04 2022 Cerimônia do Dia do Exército, com a Imposição da Ordem do Mérito Militar e da Medalha Exército Brasileiro (52016131149).jpg
|caption2=Obuseiro autopropulsado M109
|image3=20190907 DESFILE DA INDEPENDÊNCIA (98) (48712854231) (cropped).jpg
|caption3=Sistema de canhões antiaéreos Gepard
}}
{{AP|vt=s|Defesa antiaérea do Brasil#Exército}}
A Arma de Artilharia subdivide-se em grupos e baterias de Artilharia de Campanha, Artilharia de Mísseis e Foguetes e Artilharia Antiaérea.<ref name=artilharia>{{Citar web|ultimo=Caiafa|primeiro=Roberto|data=2022-11-16|título=A Artilharia Brasileira e o desafio de reverter o abismo entre o moderno e o obsoleto|url=https://www.infodefensa.com/texto-diario/mostrar/4045458/artilharia-do-exercito-brasileiro-no-seculo-xxi-diminuir-gap-entre-extremos|website=InfoDefensa|acessodata=2023-12-11}}</ref>{{nre|A [[artilharia de costa]] ainda é [https://www.eb.mil.br/o-exercito/armas-quadros-e-servicos/artilharia oficialmente] uma das subdivisões da Arma, mas todas as baterias de artilharia de costa já foram extintas. Vide {{Citar tese|ultimo=Paiva|primeiro=Alexandre Figueiredo de|ano=2013|título=Evolução da artilharia de costa no Brasil|url=https://bdex.eb.mil.br/jspui/bitstream/123456789/7016/1/2013_TCC_Ten%20Alexandre%20Paiva.pdf|tipo=TCC|instituição=Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea}}.}} O IISS estimou uma quantia de 1 881 peças de Artilharia de Campanha e de Mísseis e Foguetes em 2023: 1 245 [[morteiro]]s (1.168 de calibre 81 mm e os demais, 120 mm), 431 peças de artilharia rebocada (336 de 105 mm e 95 de 155 mm), 169 peças de [[artilharia autopropulsada]] de 155 mm e 36 lançadores de mísseis e foguetes. Entretanto, existem números menores para vários modelos.{{nre|{{harvnb|IISS, The Military Balance (2023)|p=384}}. O IISS relata 63 obuseiros Oto Melara M56, contra 54 quantificados pela revista [https://tecnodefesa.com.br/obuseiro-m119a2-para-o-brasil/ ''Tecnologia & Defesa''] (T&D). O IISS relata 96 obuseiros M114, contra 92 em [https://www.infodefensa.com/texto-diario/mostrar/4045458/artilharia-do-exercito-brasileiro-no-seculo-xxi-diminuir-gap-entre-extremos ''InfoDefensa''], e 169 de vários modelos dos M109 autopropulsados, contra 136 de ''InfoDefensa''.}} O número era parecido por volta de 2009, representando uma leve preponderância numérica no continente.{{sfn|Rezende, Brasil: ator unipolar na América do Sul? (2016)|p=287-288}}


No quesito tecnológico, modernos lançadores de mísseis convivem com obuseiros fabricados na década de 1950, com uma média de alcance de dez a quinze quilômetros. Os sistemas mais sofisticados estão na Artilharia de Mísseis e Foguetes, com plataformas [[ASTROS II]] organizadas em dois Grupos de Mísseis e Foguetes, somando 78 veículos lançadores e de postos de comando, remuniciadores, radares, oficinas e meteorológicos. Eles estão sediados em [[Formosa (Goiás)|Formosa]], Goiás, e subordinados ao [[Comando de Artilharia do Exército]]. Esta é a artilharia estratégica do Exército, com os maiores alcances, podendo atingir alvos a 90 quilômetros com foguetes de sub munições ou 300 quilômetros com mísseis de cruzeiro,<ref name=artilharia/><ref>{{Citar web|website=Comando de Artilharia do Exército|data=2019-04-22|título=Diretriz de Transferência|url=http://www.cmdoartex.eb.mil.br/index.php/diretriz-de-transfercecia|acessodata=2023-03-20}}</ref> embora estes últimos ainda não estavam em serviço em 2023.<ref name=guiana/>
Causou polêmica em 2009 uma tese de doutorado do físico brasileiro [[Dalton Girão Barroso]] produzida no IME, intitulada ''Simulação numérica de detonações termonucleares em meios Híbridos de fissão-fusão implodidos pela radiação''. Mantida sob sigilo no IME, a pesquisa foi publicada em livro,<ref>{{Citar livro|nome=Dalton Ellery Girão|sobrenome=Barroso|título=A Física dos explosivos nucleares|editora=Livraria da Física|páginas=439}}</ref> provocando choque entre o governo brasileiro e a [[Agência Internacional de Energia Atômica]] (AEIA). O físico desenvolveu equações que permitiram interpretar os modelos de uma ogiva [[W87]], com informações cobertas de sigilo, mas que vazaram acidentalmente.<ref name="Terra Noticias"/>


A Artilharia de Campanha autopropulsada, que apoia as brigadas blindadas,<ref>{{Citar web|website=DefesaNet|título=Modernização da Artilharia com novo obuseiro M109 A5+ BR|data=2017-06-08|url=https://www.defesanet.com.br/terrestre/modernizacao-da-artilharia-com-novo-obuseiro-m109-a5-br/|acessodata=2023-12-11}}</ref> tem vários modelos dos obuseiros [[M109 (obuseiro autopropulsado)|M109]], de 155 mm, apoiados por remuniciadores M992 A2. O restante da Artilharia de Campanha usa obuseiros como o [[M101 (obus)|M101]] e [[M102 (obus)|M102]], de 105 mm, e o [[M114]], de 155 mm. Os paraquedistas e a infantaria leve são apoiados pelos obuseiros aerotransportáveis [[OTO Melara Mod 56|Oto Melara M56]] e [[L118]], ambos de 105 mm. O morteiro raiado pesado M2, de 120 mm, é também importante.<ref name=artilharia/>
== Controvérsias ==
{{Controvérsias}}
=== Abuso de poder ===
Em 2005 foi divulgado um vídeo onde novatos da 2ª Companhia de Fuzileiros de Curitiba são recebidos com vários tipos de trotes. De acordo com a vice-presidente do [[Grupo Tortura Nunca Mais]], Cecília Coimbra, "Isso que aconteceu no Paraná é um cotidiano nos treinamentos militares, não só nos batalhões de polícia especial, polícias militares e em alguns seguimentos das Forças Armadas (...) Esse tipo de treinamento onde o sujeito é colocado sob tortura, violando os seus direitos mais elementares, isso é cotidiano, lamentavelmente. Esse é um assunto considerado até hoje [[tabu]] pelos diferentes governos e nada é tocado quanto a isso". Cecília Coimbra produziu com o grupo um relatório e entregou à [[Organização das Nações Unidas]] em 2001 sobre o assunto.<ref name="TI">{{citar web |url= http://www.consciencia.net/2006/0105-militares.html |título= Abuso nas Forças Armadas é rotina |acessodata= 16 de outubro de 2017 |autor= |data= 11 de novembro de 2005 |obra= [[Tribuna da Imprensa]] |publicado= www.consciencia.net}}</ref>


A Artilharia Antiaérea conta com 34 viaturas blindadas [[Gepard]], distribuídas às brigadas blindadas. As demais baterias e grupos usam [[Míssil terra-ar|mísseis terra-ar]] portáteis ([[MANPADS]]) [[9K38 Igla|9K338 Igla-S]], [[RBS 70]] e RBS NG. Todos são de baixa altura e alcance. O Exército Brasileiro não tem uma defesa antiaérea de média altura.<ref>{{Citar web|ultimo=Moralez|primeiro=João Paulo|data=2021-01-01|título=Brasil avança na obtenção da defesa antiaérea de média altura|url=https://tecnodefesa.com.br/brasil-avanca-na-obtencao-de-sistema-de-defesa-antiaerea-de-media-altura/|website=Tecnologia & Defesa|acessodata=2023-04-19}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Bastos Jr.|primeiro=Paulo Roberto|data=2023-03-24|título=Mudanças nos sistemas de defesa antiaérea do Exército Brasileiro|url=https://tecnodefesa.com.br/mudancas-nos-sistemas-de-defesa-antiaerea-do-exercito-brasileiro/|website=Tecnologia & Defesa|acessodata=2023-04-26}}</ref>
{{Quotation|Estivemos na comissão contra tortura da ONU em Genebra. Foi uma coisa extremamente impactante, porque pela primeira vez se falou de denúncia de tortura a morte ocorridos durante treinamentos nas Forças Armadas. O governo brasileiro na época estava lá, e o governo não soube responder. (...) [As vítimas] Estão vivas, mas duas delas ficaram totalmente psicóticas. Essas pessoas se transformaram em fantasmas, de tanta tortura que sofreram, e estão internadas inclusive.<ref name="TI"/>}}


=== Aviação ===
Em 2008 foram divulgados alguns casos de abuso de poder do Exército Brasileiro na [[Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti]], como a morte de um civil provocada por um cabo do Exército devido a um suposto desacato de autoridade, sendo este apurado pela ONU; uma acusação de estupro de um adolescente feita por um militar brasileiro; e vídeos onde militares aparecem atirando sem alvo, apenas para se exibir para câmeras, ou atirando a esmo, mesmo fora de perigo.<ref>{{citar web |url= http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2306200814.htm |título= Exército brasileiro também foi acusado de abuso no Haiti |acessodata= 18 de outubro de 2017 |autor= Raphael Gomide |data= 23 de junho de 2008 |obra= Folha de S.Paulo}}</ref>
[[Ficheiro:Aviação (30723586120).jpg|miniaturadaimagem|Helicópteros da Aviação do Exército|esquerda]]

{{AP|Aviação do Exército}}
=== Abuso sexual ===
Em 2022 a Aviação do Exército operava 95 helicópteros de modelos [[Eurocopter AS350 Ecureuil|HA-1 Esquilo]], [[Eurocopter Panther|HM-1 Pantera]], [[Sikorsky UH-60|HM-2 Black Hawk]], [[Eurocopter AS532 Cougar|HM-3 Cougar]] e [[Eurocopter EC725|HM-4 Jaguar]].<ref>{{Citar web|ultimo=Wiltgen|primeiro=Guilherme|data=18 de agosto de 2022|título=Rearticulação das aeronaves da Aviação do Exército|url=https://www.defesaaereanaval.com.br/aviacao/rearticulacao-das-aeronaves-da-aviacao-do-exercito|website=Defesa Aérea & Naval|acessodata=2023-12-12}}</ref> No início dos anos 2000, a frota brasileira era a segunda maior entre os exércitos sul-americanos. Em comum com a maioria das [[Aviação ligeira militar|aviações de exército]] regionais, ela foca em helicópteros de transporte e não tem [[Helicóptero de ataque|helicópteros de ataque]] dedicados.{{sfn|Dullius, Gastos militares na América do Sul (2008)|p=15}} A capacidade de transporte das aeronaves sediadas em 2020 na [[Base de Aviação de Taubaté]], próximas à 12.ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel), não chega a ser suficiente para transportar um batalhão de infantaria inteiro.{{sfn|Souza, A importância da ampliação da força de helicópteros no assalto aeromóvel (2021)}}
Em 2009 recrutas de Marabá (PA) disseram que sofreram abuso sexual do tenente-coronel e foram obrigados a participarem de orgias para continuarem na carreira militar.<ref>{{citar web |url= https://noticias.r7.com/cidades/noticias/coronel-do-exercito-e-suspeito-de-promover-orgias-com-soldados-em-maraba-pa-20101005.html |título= Coronel do Exército é suspeito de promover orgias com soldados em Marabá (PA) |acessodata= 16 de outubro de 2017 |autor= |data= 5 de outubro de 2010 |obra= R7 |arquivourl= https://web.archive.org/web/20171018072249/https://noticias.r7.com/cidades/noticias/coronel-do-exercito-e-suspeito-de-promover-orgias-com-soldados-em-maraba-pa-20101005.html |arquivodata= 2017-10-18 |urlmorta= yes }}</ref>

Em 2011, um recruta que cumpria uma pena administrativa no Parque Regional de Manutenção de Santa Maria alegou ter sido embriagado e estuprado por quatro militares.<ref>{{citar web |url= https://oglobo.globo.com/brasil/exercito-investiga-suposto-abuso-sexual-contra-recruta-em-quartel-no-rio-grande-do-sul-2765132 |título= Exército investiga suposto abuso sexual contra recruta em quartel no Rio Grande do Sul |acessodata= 16 de outubro de 2017 |autor= |data= 3 de novembro de 2011 |obra= O Globo}}</ref> Haveria, segundo a vítima, 20 testemunhas, sendo que nenhuma interferiu, e este teria sido internado no Hospital de Guarnição de Santa Maria e mantido incomunicável.<ref name="sul21">{{citar web |url= https://www.sul21.com.br/jornal/estupro-em-quartel-de-santa-maria-completa-um-ano-e-deve-ser-levado-a-justica-comum/ |título= Estupro em quartel de Santa Maria completa um ano e deve ser levado à Justiça comum |acessodata= 18 de outubro de 2017 |autor= Igor Natusch |data= 18 de maio de 2012 |obra= Sul21 |publicado= www.sul21.com.br}}</ref> Foi confirmada a existência de sêmen de diferentes origens no [[exame de corpo de delito]].<ref name="IE"/> Um laudo apresentado no Tribunal Militar afirma que a vítima teria deficiência mental. A Justiça Militar de Santa Maria o julgou não como vítima de estupro, mas como réu sob a acusação de [[pederastia]] (sexo dentro de instituição militar, um crime existente somente na Justiça Militar, mas não previsto no Código Penal), enquanto os advogados da vítima decidiram entrar com uma ação cível na Justiça comum, pois o caso estaria sendo abafado, segundo eles. Já segundo o promotor de Justiça Militar de Santa Maria à época, "Os autos não evidenciaram a ocorrência do emprego de violência ou grave ameaça".<ref name="sul21"/> A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia do RS foi até Santa Maria fiscalizar as investigações. Foram planejadas visitas de órgãos públicos adicionais, sendo repetidamente adiadas, até janeiro de 2012.<ref name="sul21"/> Em 2013 o caso ainda tramitava, mas em [[segredo de justiça]].<ref name="IE">{{citar web |url= https://istoe.com.br/314084_ABUSOS+NAS+FORCAS+ARMADAS/ |título= Abusos nas forças armadas |acessodata= 18 de outubro de 2017 |autor= |data= 12 de julho de 2013 |obra= Isto É}}</ref>

=== Julgamentos pela Justiça Militar ===
De 2005 a 2015, 299 casos de maus-tratos e lesão corporal nos quartéis do Exército, da Marinha e da Aeronáutica foram julgados pela Justiça Militar do Rio. Segundo o promotor Aílton José da Silva, é recorrente em vários processos casos de violência em treinamentos militares.<ref>{{citar web |url= https://oglobo.globo.com/rio/nos-quarteis-sessoes-de-choques-espancamentos-deixam-marcas-indeleveis-16739410 |título= Nos quartéis, sessões de choques e espancamentos deixam marcas indeléveis |acessodata= 8 de setembro de 2018 |autor= por Antônio Werneck, Barbara Marcolini, Vera Araújo |data= 12 de julho de 2015 |obra= O Globo}}</ref> Em outubro de 2017 após ser aprovado pelo Senado um projeto de lei que transfere para a Justiça Militar o julgamento de crimes cometidos por profissionais das Forças Armadas nas missões de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) a Anistia Internacional criticou a decisão. Segundo Renata Neder, que coordena pesquisas e políticas da Anistia Internacional no Brasil, isso "nos remete aos tempos sombrios do regime militar no Brasil, quando membros das Forças Armadas cometiam todo tipo de violações de direitos humanos e tinham a garantia de que não seriam responsabilizados (...) o que está em jogo são os homicídios dolosos e violações de direitos humanos cometidos pelos agentes das Forças Armadas. A afirmação, por parte daqueles que defenderam a proposta, de que a lei atual limita ou inibe a atuação dos militares cria uma cortina de fumaça sobre a inadequação do uso das Forças Armadas na redução da violência. A atuação crescente das Forças Armadas no policiamento com a garantia de que as violações cometidas pelos militares serão tratadas em 'foro privilegiado' pode estimular as práticas de execuções extrajudiciais já tão comuns nas favelas e periferias brasileiras. (...) Ao aprovar essa proposta, o Congresso Brasileiro está retrocedendo no tempo".<ref>{{citar web |url= https://oglobo.globo.com/rio/anistia-condena-transferencia-de-julgamento-de-crimes-praticados-por-militares-nas-ruas-para-justica-militar-21935150 |título= Anistia condena transferência de julgamento de crimes praticados por militares nas ruas para Justiça Militar |acessodata= 18 de outubro de 2017 |autor= |data= 11 de outubro de 2017 |obra= O Globo}}</ref>


== Ver também ==
== Ver também ==
* [[Corpo de Fuzileiros Navais]]: componente de combate terrestre da Marinha do Brasil
* [[Academia Militar das Agulhas Negras]] (AMAN)
* [[Infantaria da Aeronáutica]]: componente de combate terrestre da Força Aérea Brasileira
* [[Escola de Comando e Estado-Maior do Exército]] (ECEME)
* [[Escola de Sargentos das Armas]] (ESA)
* [[Escola Preparatória de Cadetes do Exército]] (EsPCEx)
* [[Instituto Militar de Engenharia]] (IME)

{{Referências}}


{{Notas}}
{{Notas}}

== Referências ==
<references/>


=== Bibliografia ===
=== Bibliografia ===
;Artigos
{{refbegin|2}}
{{Refbegin|2}}
* {{citar livro|primeiro1=Celso|ultimo1= Castro|primeiro2=Vitor|ultimo2=Izecksohn|primeiro3=Hendrik|ultimo3= Kraay|título=Nova História Militar Brasileira|editora=[[Fundação Getúlio Vargas]]|ano=2004|isbn=8522504962|local=Rio de Janeiro|ref=harv}}
*{{Citar periódico
* {{citar livro|nome=Christiane Figueiredo Pagano|sobrenome=de Mello|título=Forças Militares no Brasil Colonial: corpos de auxiliares e de ordenanças na segunda metade do século XVIII|editora=E-papers|ano=2009|isbn=9788576502050|local=Rio de Janeiro}}
|ultimo=Aguiar|primeiro=Sergio|ultimo2=Mendonça|primeiro2=Thaiane|ano=2021|título=Brasil e Forças Armadas: dissuasão, política externa e emprego interno|url=https://revistas.uniandes.edu.co/index.php/colombia-int/article/view/2963/1722|jornal=Colombia Internacional|numero=107|editora=Universidad de los Andes|ref={{harvid|Aguiar & Mendonça, Dissuasão, política externa e emprego interno (2021)}}
* {{citar livro|sobrenome=Dávila|nome=Jerry|título=Hotel Tropico: Brazil and the challenge of African Decolonization, 1950–1980|editora=[[Duke University Press]]|ano=2010|isbn=978-0822348559|local=[[Durham (Carolina do Norte)|Durham]]}}
}}
* {{citar livro|sobrenome=Dudley|nome=William Sheldon|título=Reform and Radicalism in the Brazilian Army, 1870–1889|língua=en|editora=[[Universidade Columbia]]|ano=1972|oclc=48287884|local=Columbia}}
*{{Citar periódico
* {{citar livro|sobrenome=Donato|nome=Hernâni|título=Dicionário das Batalhas Brasileiras|editora=Instituição Brasileira de Difusão Cultural|local=São Paulo|ano=1996|edição=2ª|isbn=8534800340|ref=harv}}
|ultimo=Alves|primeiro=Eduardo Henrique de Souza Martins|data=2014|título=As revoltas militares de 1924 no Estado de São Paulo e no Sul do Brasil e a" Guerra Intestina" movida pelos tenentes|url=http://www.ebrevistas.eb.mil.br/ADN/article/view/6647/5752|jornal=A Defesa Nacional|volume=101 |numero=824|ref={{harvid|Alves, As revoltas militares de 1924 (2014)}}
* {{citar livro|sobrenome=Faoro|nome=Raymundo|autorlink=Raymundo Faoro|título=Os Donos do Poder - Formação do patronato político brasileiro|editora=[[Globo (editora)|Globo Livros]]|ano=2012|isbn=9788525052964|anooriginal=1957|ref=harv}}
}}
* {{citar livro|ultimo1=Fishel|primeiro1=John T.|ultimo2=Sáenz|primeiro2=Andrés|título=Capacity Building for Peacekeeping; The case of Haiti|editora=Editora da Universidade de Defesa Nacional, Potomac Books|ano=2007|isbn=9781597971232|local=[[Washington, D.C.]]}}
*{{Citar periódico
* Série em quatro volumes de [[Elio Gaspari]] (divido em "[[As Ilusões Armadas]]", Volumes I e II e "[[O Sacerdote e o Feiticeiro]]", volumes III e IV), sobre o exército e a última ditadura militar brasileira:
|ultimo=Araújo|primeiro=Johny Santana de|ano=2022|título=A “Missão Militar Brasileira à França” nos Combates da Frente Ocidental (1918)|url=https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/8289862.pdf|jornal=Secuencia: revista de historia y ciencias sociales|numero=112|ref={{harvid|Araújo, Missão Militar Brasileira à França (2022)}}
** {{citar livro|nome=Elio|sobrenome=Gaspari|autorlink=Elio Gaspari|volume=I|local=São Paulo|editora=[[Companhia das Letras]]|ano=2002|título=A Ditadura Envergonhada|isbn=8535902775}}
}}
** {{citar livro|nome=Elio|sobrenome=Gaspari|volume=II|título=A Ditadura Escancarada|local=São Paulo|editora=[[Companhia das Letras]]|ano=2002|isbn=8535902996|autor-mascara=1}}
*{{Citar periódico
** {{citar livro|nome=Elio|sobrenome=Gaspari|volume=III|título=A Ditadura Derrotada|local=São Paulo|editora=[[Companhia das Letras]]|ano=2003|isbn=853590428X|autor-mascara=1}}
|ultimo=Armada|primeiro=João Rogério de Souza|título=A formação de um exército na Independência|url=https://bdex.eb.mil.br/jspui/bitstream/123456789/11286/1/3%20Jo%C3%A3o%20Rog%C3%A9rio%20de%20Souza%20Armada.pdf|jornal=Revista Babilônia|editora=Colégio Militar do Rio de Janeiro|ref={{harvid|Armada, A formação de um exército na Independência (2022)}}
** {{citar livro|nome=Elio|sobrenome=Gaspari|volume=IV|título=A Ditadura Encurralada|local=São Paulo|editora=[[Companhia das Letras]]|ano=2004|isbn=853590509X|autor-mascara=1}}
}}
* {{citar livro|sobrenome=Guerra|nome=Cláudio|título=Memórias de uma Guerra Suja|editora=TopBooks|ano=2012|isbn=8574752045}}
*{{Citar periódico
* {{citar livro|sobrenome=Hooker|nome=Terry|título=The Paraguayan War: Armies of the Nineteenth Century; The Americas" Foundry|ano=2008}}
|ultimo=Bastos|primeiro=Expedito Carlos Stephani|ano=2017|título=Nova família de blindados sobre lagartas|url=http://www.ebrevistas.eb.mil.br/AC/article/view/951/982|jornal=Ação de Choque|numero=15|ref={{harvid|Bastos, Nova família de blindados sobre lagartas (2017)}}
* {{citar livro|sobrenome=Joes|nome=Anthony James|título=Urban Guerrilla Warfare|local=[[Lexington (Kentucky)|Lexington]]|editora=University Press of Kentucky|ano=2007|isbn=9780813172231}}
}}
* {{citar livro|sobrenome=Kenkel|nome=Kai Michael|título=South America and Peace Operations: Coming of Age|editora=Routledge|ano=2013|isbn=9780415663267}}
*{{Citar periódico
* {{citar livro|sobrenome=Kraay|nome=Hendrik|título=Race, State and Armed Forces in Independence-Era Brazil|local=[[Stanford (Califórnia)|Stanford]]||editora=[[Stanford University Press]]|isbn=0804742480|ref=harv|ano=2001}}
|ultimo=Castro|primeiro=Celso Côrrea Pinto de|data=1 de julho de 2000|url=http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/2112|titulo=Entre Caxias e Osório: a criação do culto ao patrono do Exército brasileiro|jornal=Estudos históricos|volume=14|numero=25|editora=Fundação Getúlio Vargas|ref={{harvid|Castro, Entre Caxias e Osório (2000)}}
* {{citar livro|sobrenome1=Kraay|nome1=Hendrick|sobrenome2=Whigham|nome2=Thomas|título=I Die with My Country: Perspectives on the Paraguayan War, 1864–1870|editora=University of Nebraska Press|local=[[Lincoln (Nebraska)|Lincoln]]|ano=2004|isbn=0803227620|ref=harv}}
}}
* {{citar livro|sobrenome=Lochery|nome=Neill|título=Brazil: The Fortunes of War, War II and the Making of Modern Brazil|editora=Basic Books|ano=2014|isbn= 9780465039982|ref=harv}}
*{{Citar periódico
* {{citar livro|sobrenome=López|nome=Adriana|título=Franceses e Tupinambás na Terra do Brasil|editora=[[SENAC|Editora SENAC]]|ano=2001|isbn=857359179X|local=São Paulo}}
|autor=________________________|data=2007|título=Goffman e os Militares: sobre o conceito de Instituição Total|url=https://revistas.ufrj.br/index.php/mp/article/download/33764/18928|jornal=Militares e Política|numero=1|editora=LEMP/UFRJ|ref={{harvid|Castro, Sobre o conceito de Instituição Total (2007)}}
* {{citar livro|sobrenome=McCann|nome=Frank D.|título=Soldiers of the Pátria, A History of the Brazilian Army, 1889–1937|local=[[Stanford (Califórnia)|Stanford]]|editora=[[Stanford University Press]]|ano=2004|url=http://www.sup.org/books/title/?id=1080|isbn=9780804732222|ref=harv}}
}}
* {{citar livro|sobrenome=Mello|nome=Evaldo Cabral de|título=Olinda restaurada; Guerra e Açúcar no Nordeste, 1630–1654|editora=Editora 34|ano=2007|anooriginal=1ª edição 1975|autorlink=Evaldo Cabral de Mello}}
*{{Citar periódico
* {{citar livro|sobrenome=Salles|nome=Ricardo|título=Guerra do Paraguai: memórias & imagens|editora=Edições Biblioteca Nacional|ano=2003|ref=harv}}
|autor=________________________|data=dezembro de 2015|título=Antropologia dos militares no Brasil: problemas, limites e perspectivas|url=https://repositorio.fgv.br/server/api/core/bitstreams/10dc3196-416f-4665-ac9d-2d842f844d70/content|jornal=XI Reunión de Antropología del MERCOSUR|local=Montevideo|ref={{harvid|Castro, Antropologia dos militares no Brasil (2015)}}
* {{citar livro|sobrenome=Smallman|nome=Shawn C.|título=Fear & Memory: in the Brazilian Army & Society, 1889–1954|editora=University of North Carolina Press |ano=2002|isbn=0807853593|local=[[Chapel Hill (Carolina do Norte)|Chapel Hill]]|ref=harv}}
}}
* {{citar livro|sobrenome=Teixeira|nome=Carlos Gustavo Poggio|título=Brazil, the United States, and the South American Subsystem: Regional Politics and the Absent Empire|editora=Lexington Books|ano=2012|isbn=9780739173282|local=Lanham, Maryland}}
*{{Citar periódico
* [[Thomas Skidmore]]:
|ultimo=Costa|primeiro=Frederico Carlos de Sá|data=janeiro–abril de 2020|título=Tendências ocupacionais no Exército Brasileiro (1998-2012)|url=https://www.scielo.br/j/soc/a/GDcLpxp5X449gycWpx9NpFG/?lang=pt&format=html|jornal=Sociologias|volume=22|numero=53|ref={{harvid|Costa, Tendências ocupacionais do Exército Brasileiro (2020)}}
** {{citar livro|sobrenome=Skidmore|nome=Thomas E.|título=Politics in Brazil 1930–1964: An Experiment in Democracy|editora=[[Oxford University Press]]|ano=1967|autorlink=Thomas Skidmore|ref=harv}}
}}
** {{citar livro|sobrenome=Skidmore|nome=Thomas E.|título=The Politics of Military Rule in Brazil: 1964–85|editora=[[Oxford University Press]]|ano=1988|autor-mascara=1|ref=harv}}
*{{Citar periódico
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|ultimo=Denardin|primeiro=Marcela Giuliani|ultimo2=Maciel|primeiro2=Jéssica da Silva|ultimo3=Lopes|primeiro3=Luis Felipe Dias|ultimo4=Traverso|primeiro4=Luciana Davi|data=janeiro–abril de 2022|título=Sentido do trabalho e a escolha pela vida na caserna para militares do Exército Brasileiro|url=https://pegasus.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/rgo/article/download/6152/3627|jornal=Revista Gestão Organizacional|volume=15|numero=1|local=Chapecó|editora=UNOCHAPECÓ/UDESC|ref={{harvid|Denardin et al., Sentido do trabalho e a escolha pela vida na caserna (2022)}}
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*{{Citar periódico
|ultimo=Ferro|primeiro=Francisco|data=julho–setembro de 2000|título=Aviação do Exército Brasileiro|url=http://memoria.bn.br/DocReader/008567/123007|jornal=Revista Marítima Brasileira|volume=120|numero=7–9|ref={{harvid|Ferro, Aviação do Exército Brasileiro (2000)}}
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*{{Citar periódico
|ultimo=Mathias|primeiro=Suzeley Kalil|ultimo2=Guzzi|primeiro2=André Cavaller|data=junho de 2010|título=Autonomia na lei: as forças armadas nas constituições nacionais|url=https://www.redalyc.org/pdf/107/10717457003.pdf|jornal=Revista brasileira de Ciências Sociais|volume=25|numero=73|ref={{harvid|Mathias & Guzzi, As forças armadas nas constituições nacionais (2010)}}
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*{{Citar periódico
|ultimo=McCann|primeiro=Frank|autorlink=Frank McCann|data=2017|título=“Brasil: acima de tudo”!! the Brazilian Armed Forces: remodeling for a new era|url=https://www.redalyc.org/pdf/3055/305551066007.pdf|jornal=Diálogos|volume=21|numero=1|ref={{harvid|McCann, The Brazilian Armed Forces (2017)}}
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*{{Citar periódico
|ultimo=Medeiros|primeiro=Mateus Afonso|ano=2004|título=Aspectos institucionais da unificação das polícias no Brasil|url=https://www.scielo.br/j/dados/a/jwmLdkQbnFmVykBGLXcNwTC/?format=pdf&lang=pt|jornal=Dados|volume=47|numero=2|ref={{harvid|Medeiros, Aspectos institucionais da unificação das polícias no Brasil (2004)}}
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*{{Citar periódico
|ultimo=Nakashima|primeiro=Gustavo Tiyodi|data=2021|título=A Infantaria Mecanizada brasileira e a norte-americana|url=http://www.ebrevistas.eb.mil.br/DMT/article/view/8932/7709|jornal=Revista Doutrina Militar Terrestre|volume=9|numero=28|ref={{harvid|Nakashima, A Infantaria Mecanizada brasileira e a norte-americana (2021)}}
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*{{Citar periódico
|ultimo=Neves|primeiro=Almério de Castro|data=1964|título=Oficial da Reserva e a Segurança Nacional|url=http://www.ebrevistas.eb.mil.br/index.php/ADN/article/download/4803/4098|jornal=A Defesa Nacional|volume=50|numero=595|ref={{harvid|Neves, Oficial da Reserva e a Segurança Nacional (1964)}}
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*{{Citar periódico
|ultimo=Oliveira|primeiro=Ana Amélia Penido|ultimo2=Mathias|primeiro2=Suzeley Kalil|data=agosto–dezembro de 2020|título=Profissionalização militar: notas sobre o sistema do Exército Brasileiro|url=https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/tematicas/article/view/12295/9795|jornal=Tematicas|volume=28|numero=56|editora=Universidade Estadual de Campinas|ref={{harvid|Oliveira & Mathias, Profissionalização militar (2020)}}
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*{{Citar periódico
|jornal=Revista Verde-Oliva|numero=258|ano=2022|título=FORPRON, a modernização do Sistema Operacional Militar Terrestre|url=https://www.calameo.com/exercito-brasileiro/read/0012382061d15dc7020ab|editora=Centro de Comunicação Social do Exército|ref={{harvid|Verde-Oliva, FORPRON (2022)}}
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*{{Citar periódico
|ultimo=Rezende|primeiro=Lucas Pereira|data=2016|título=Brasil: ator unipolar na América do Sul?|url=https://cartainternacional.abri.org.br/Carta/article/view/355/307|jornal=Carta Internacional|editora=Associação Brasileira de Relações Internacionais|local=Belo Horizonte|volume=11|numero=1|páginas=274-295|ref={{harvid|Rezende, Brasil: ator unipolar na América do Sul? (2016)}}
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*{{Citar periódico
|ultimo=Rodrigues|primeiro=Fernando da Silva|data=janeiro–junho de 2020|título=A Estratégia da Presença no contexto da transformação militar como peculiaridade de defesa no Brasil|url=http://www.ebrevistas.eb.mil.br/CEEExArE/article/view/4844/4129|jornal=Análise Estratégica|volume=8|numero=1|editora=Centro de Estudos Estratégicos do Exército|ref={{harvid|Rodrigues, A Estratégia da Presença (2020)}}
}}
*{{Citar periódico
|ultimo=Rodrigues|primeiro=Fernando da Silva|ano=2023|título=As ameaças no Arco Central da Faixa de Fronteira brasileira e sua relação com a segurança integrada|url=http://www.ebrevistas.eb.mil.br/CEEExAE/article/view/11453/9177|jornal=Análise Estratégica|volume=28|numero=1|editora=Centro de Estudos Estratégicos do Exército|ref={{harvid|Rodrigues, As ameaças no Arco Central da Faixa de Fronteira (2023)}}
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*{{Citar periódico
|ultimo=Santos|primeiro=Everton Araújo dos|ultimo2=Raposo|primeiro2=Eduardo de Vasconcelos|data=janeiro–junho de 2019|título=A elite do Exército|url=https://periodicos.fclar.unesp.br/perspectivas/article/view/13459/8883|jornal=Perspectivas: Revista de Ciências Sociais|volume=53|editora=Universidade Estadual Paulista|ref={{harvid|Santos & Raposo, A elite do Exército (2019)}}
}}
*{{Citar periódico
|ultimo=Savian|primeiro=Elonir José|data=julho de 2013|titulo=Haverá sempre uma Cavalaria: resistências à mecanização no Exército Brasileiro (1937-1972)|url=http://www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1364416863_ARQUIVO_trabalhodeelonirjosesavian2.pdf |jornal=XXVII Simpósio Nacional de História|editora=ANPUH|local=Natal|ref={{harvid|Savian, Resistências à mecanização (2013)}}
}}
*{{Citar periódico
|ultimo=Seidl|primeiro=Ernesto|data=2010|título=A formação de um Exército à brasileira: lutas corporativas e adaptação institucional|url=https://www.redalyc.org/pdf/2210/221019007005.pdf|jornal=História|volume=29|numero=2|páginas=71-94|local=São Paulo|editora=Unesp|ref={{harvid|Seidl, A formação de um Exército à brasileira (2010)}}
}}
*{{Citar periódico
|ultimo=Silva|primeiro=Cristina Rodrigues da|data=dezembro de 2013|título=Famílias de militares: explorando a casa e a caserna no Exército brasileiro|url=https://www.scielo.br/j/ref/a/jcJ6cxCNsqsknngyHVDG5Vn/?format=pdf&lang=pt|jornal=Estudos Feministas|volume=21|numero=3|ref={{harvid|Silva, Famílias de militares (2013)}}
}}
*{{Citar periódico
|ultimo=Wehling|primeiro=Arno|ultimo2=Wehling|primeiro2=Maria José|data=junho de 2008|título=Exército, milícias e ordenanças na Corte Joanina: permanências e modificações|url=https://www.funceb.org.br/images/revista/5_2q0t.pdf|urlmorta=sim|wayb=20101010033925|jornal=Da Cultura|editora=Funceb|ref={{harvid|Wehling & Wehling, Exército, milícias e ordenanças na Corte Joanina (2008)}}
}}
{{Refend}}

;Fontes acadêmicas
{{Refbegin|2}}
*{{Citar tese
|ultimo=Alves|primeiro=Amanda dos Santos Guterres|ano=2021|título=Limites espaciais para a atuação do Exército Brasileiro no policiamento urbano: da proteção de aquartelamentos militares às operações de Garantia da Lei e da Ordem|url=https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/236456/001138474.pdf?sequence=1&isAllowed=y|tipo=TCC|instituição=Universidade Federal do Rio Grande do Sul|ref={{harvid|Alves, Limites espaciais para a atuação do Exército Brasileiro no policiamento urbano (2021)}}
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*{{Citar tese
|ultimo=Atassio|primeiro=Aline Prado|ano=2012|título=A Escola de Sargentos das Armas: um estudo sociopolítico sobre a formação de praças do exército|url=https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/1421/4977.pdf?sequence=1&isAllowed=y|tipo=Tese|instituição=Universidade Federal de São Carlos, Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais|ref={{harvid|Atassio, Um estudo sociopolítico sobre a formação de praças (2012)}}
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* {{Citar tese
|ultimo=Bellintani|primeiro=Adriana Iop|ano=2009|título=O Exército Brasileiro e a Missão Militar Francesa: instrução, doutrina, organização, modernidade e profissionalismo (1920-1940)|url=https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/3811/1/2009_AdrianaIopBellintani.pdf|tipo=Tese|instituição=Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de Brasília|ref={{harvid|Bellintani, O Exército Brasileiro e a Missão Militar Francesa (2009)}}
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*{{Citar tese
|ultimo=Bruno|primeiro=Daniela Caldeira|título=“Brasil acima de tudo!” Narrativa e construção de identidades: o combatente pára-quedista do Exército Brasileiro|ano=2010|url=https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=17043@1|local=Rio de Janeiro|tipo=Tese|instituição=Programa de Pós-Graduação em Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro|ref={{harvid|Bruno, Narrativa e construção de identidades: o combatente pára-quedista do Exército (2010)}}
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* {{Citar tese
|ultimo=Campos|primeiro=Marcio Teixeira de|ano=2011|título=A Guerra das Falklands/Malvinas e suas repercussões no Exército Brasileiro|url=http://dcp.uff.br/wp-content/uploads/sites/327/2020/10/Tese-de-2011-Marcio-Teixeira-de-Campos.pdf|tipo=Tese|instituição=Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal Fluminense|ref={{harvid|Campos, A Guerra das Falklands/Malvinas e suas repercussões no Exército Brasileiro (2011)}}
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*{{Citar livro
|título=Concepção Estratégica do Exército (Plano) – integrante da Fase 4 do Sistema de Planejamento Estratégico do Exército para o ciclo 2024-2027 (EB10-P-01.017)|ano=2023|url=http://www.sgex.eb.mil.br/sistemas/boletim_do_exercito/copiar.php?codarquivo=181261695&act=sep|editora=Comando do Exército|local=Brasília|ref={{harvid|Concepção Estratégica do Exército (2023)}}
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*{{Citar tese
|ultimo=Costa|primeiro=Hércules Antônio Marques da|ano=2021|título=A nova Escola de Formação e Graduação de Sargentos de Carreira do Exército Brasileiro|url=https://bdex.eb.mil.br/jspui/bitstream/123456789/10011/1/MO%201001%20-%20H%C3%89RCULES%20Ant%C3%B4nio%20Marques%20da%20Costa.pdf|tipo=Policy Paper|instituição=Escola de Comando e Estado-Maior do Exército|ref={{harvid|Costa, A nova Escola de Formação e Graduação de Sargentos de Carreira (2021)}}
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*{{Citar tese
|ultimo=Cravo|primeiro=Silmara Cosme|ano=2022|título=Geografia Política do Brasil e a questão de defesa das fronteiras terrestres|url=https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-04012023-131301/publico/2022_SilmaraCosmeCravo_VCorr.pdf|instituição=Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo|tipo=Tese|ref={{harvid|Cravo, A questão de defesa das fronteiras terrestres (2022)}}
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*{{Citar tese
|ultimo=Dias|primeiro=Luciano Luiz Goulart Silva|ano=2020|título=A gestão do Programa Estratégico do Exército Guarani dentro de uma perspectiva inovadora|url=https://bdex.eb.mil.br/jspui/bitstream/123456789/7040/1|tipo=Dissertação|instituição=Escola de Comando e Estado-Maior do Exército|ref={{harvid|Dias, A gestão do Programa Estratégico do Exército Guarani (2020)}}
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*{{Citar tese
|ultimo=Dias Junior|primeiro=Rubinei Teixeira|ano=2020|título=Elevação nos efetivos de Oficiais Temporários: aspectos positivos e negativos para a Força Terrestre|url=https://bdex.eb.mil.br/jspui/bitstream/123456789/8033/1/CGAEM_2020_TC%20Rubinei.pdf|tipo=TCC|instituição=Escola de Formação Complementar do Exército|ref={{harvid|Dias, Elevação nos efetivos de Oficiais Temporários (2020)}}
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*{{Citar tese
|ultimo=Dullius|primeiro=Gustavo Piccinini|ano=2008|título=Gastos militares na América do Sul: Venezuela e Chile (2003-2008)|url=https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/19102/000685584.pdf?sequence=1&isAllowed=y|tipo=TCC|instituição=Departamento de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul|ref={{harvid|Dullius, Gastos militares na América do Sul (2008)}}
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*{{Citar tese
|ultimo=Falconi|primeiro=Paulo Gustavo|ano=2009|título=Aviação naval brasileira: rivalidades e debates|url=https://www.franca.unesp.br/Home/Pos-graduacao/falconi.pdf|tipo=Tese|instituição=Faculdade de História, Direito e Serviço Social da Universidade Estadual Paulista|ref={{harvid|Falconi, Aviação naval brasileira (2009)}}
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*{{Citar tese
|ultimo=Ferreira|primeiro=Bruno Torquato Silva|ano=2014|título="Cidadãos, às armas!": a introdução do sorteio militar no estado de Mato Grosso (1908-1932)|url=https://www.acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/35389/R%20-%20T%20-%20BRUNO%20TORQUATO%20SILVA%20FERREIRA.pdf?sequence=1&isAllowed=y|wayb=20220507194025|tipo=Tese|instituição=Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Paraná|ref={{harvid|Ferreira, A introdução do sorteio militar (2014)}}
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*{{Citar tese
|ultimo=Flores|primeiro=Luciano José|ano=2017|título=O desdobramento das Organizações Militares de Engenharia de Construção do Exército Brasileiro para atender as necessidades de mobilidade estratégicas da Força Terrestre e as de desenvolvimento e Integração do território nacional|url=https://repositorio.esg.br/bitstream/123456789/992/1/LUCIANO%20JOS%C3%89%20FLORES.pdf|tipo=Monografia|instituição=Escola Superior de Guerra|ref={{harvid|Flores, O desdobramento das Organizações Militares de Engenharia de Construção (2017)}}
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* {{Citar tese
|ultimo=Frederici|primeiro=Sandra Maria|ano=2003|título=Instituição militar e política, uma abordagem antropológica (1964 – 1974)|url=https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/1460/DissSMF.pdf?sequence=1&isAllowed=y|tipo=Dissertação|instituição=Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos|ref={{harvid|Frederici, Instituição militar e política (2003)}}
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*{{Citar tese
|ultimo=Gonçalves|primeiro=Leandro José Clemente|ano=2009|título=Tática do exército brasileiro na guerra do Paraguai entre 1866 e 1868|url=https://www.franca.unesp.br/Home/Pos-graduacao/leandrojose.pdf|tipo=Dissertação|instituição=Programa de Pós-Graduação em História da Faculdade de História, Direito e Serviço Social, Universidade Estadual Paulista|ref={{harvid|Gonçalves, Tática do exército brasileiro na guerra do Paraguai (2009)}}
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*{{Citar tese
|ultimo=Gonzales|primeiro=Selma Lúcia de Moura|ano=2008|título=A territorialidade militar terrestre no Brasil: os Tiros de Guerra e a estratégia de presença|url=https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-31032009-143246/publico/SELMA_LUCIA_DE_MOURA_GONZALES.pdf|tipo=Tese|instituição=Universidade Federal de São Paulo, Departamento de Geografia|ref={{harvid|Gonzales, Os Tiros de Guerra e a estratégia de presença (2008)}}
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*{{Citar tese
|ultimo=Kuhlmann|primeiro=Paulo Roberto Loyolla|ano=2001|título=O Serviço Militar, Democracia e Defesa Nacional: razões da permanência do modelo de recrutamento no Brasil|url=https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-17102006-102857/publico/Servico_Militar_Paulo_Kuhlmann.pdf|tipo=Dissertação|instituição=Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo|ref={{harvid|Kuhlmann, Razões da permanência do modelo de recrutamento no Brasil (2001)}}
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|ultimo=Kuhlmann|primeiro=Paulo Roberto Loyolla|título=Exército brasileiro: estrutura militar e ordenamento político 1984-2007|ano=2007|url=https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-04032008-114202/publico/TESE_PAULO_R_LOYOLLA_KUHLMANN.pdf|tipo=Tese|instituição=Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo|ref={{harvid|Kuhlmann, Estrutura militar e ordenamento político (2007)}}
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|ultimo=Lima|primeiro=João Maria de|ano=2010|título=Serviço militar obrigatório no Brasil: uma reflexão atual das práticas e representações usadas na construção da identidade militar (2000 – 2008)|url=https://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/bitstream/prefix/335/1/JoaoMariadeLima.pdf|tipo=Dissertação|instituição=Programa de Pós-Graduação em História da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Federal da Grande Dourados|ref={{harvid|Lima, Serviço militar obrigatório no Brasil (2010)}}
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|ultimo=Santos|primeiro=Everton Araujo dos|ano=2018|título=Exército Brasileiro: a transformação como valor e o valor da transformação: um estudo da família militar como fator de abertura para a sociedade e de transformação da instituição|url=https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/34898/34898.PDF|tipo=Tese|instituição=Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Ciências Sociais|ref={{harvid|Santos, Um estudo da família militar (2018)}}
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|ultimo=Santos|primeiro=Abner de Sousa|ano=2019|título=A transformação de atitudes e valores vivenciada durante a formação do futuro oficial da carreira das armas|tipo=Monografia|instituição=Academia Militar das Agulhas Negras|url=https://bdex.eb.mil.br/jspui/bitstream/123456789/6354/1/6002.pdf|ref={{harvid|Santos, A transformação de atitudes e valores (2019)}}
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|ultimo=Silva|primeiro=Fernando Augusto Valentini da|ano=2013|título=O processo de transformação do Exército: extensão, fontes e fatores intervenientes|url=http://www.eceme.eb.mil.br/images/IMM/producao_cientifica/dissertacoes/fernando_augusto_valentini_da_silva.pdf|tipo=Dissertação|instituição=Escola de Comando e Estado-Maior do Exército|ref={{harvid|Silva, O processo de transformação do Exército (2013)}}
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|ultimo=Silva|primeiro=Cristina Rodrigues da|ano=2016|título=O exército como família: etnografia sobre as vilas militares na fronteira|url=https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/8090/TeseCRS.pdf?sequence=1|tipo=Tese|instituição=Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de São Carlos|ref={{harvid|Silva, O exército como família (2016)}}
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|ultimo=Soares|primeiro=Edilmar Schumacker|ano=2021|título=A contribuição do SISPRON para o estado de prontidão operacional da Força Terrestre: estudo comparativo de modelos de Forças de Prontidão|url=https://bdex.eb.mil.br/jspui/bitstream/123456789/10106/1/MO%206448%20-%20Edilmar%20SCHUMACKER%20Soares.pdf|tipo=TCC|instituição=Escola de Comando e Estado-Maior do Exército|ref={{harvid|Soares, Estudo comparativo de modelos de Forças de Prontidão (2021)}}
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;Livros
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*{{Citar livro
|ultimo=Brustolin|primeiro=Vitelio|ano=2022|capitulo=Indústria de defesa do Brasil. Estado e iniciativa privada: séculos XX e XXI|título=Dicionário de história militar do Brasil (1822-2022): volume II|url=https://www.google.com.br/books/edition/Dicion%C3%A1rio_de_hist%C3%B3ria_militar_do_Bras/NCGjEAAAQBAJ?hl=pt-BR&gbpv=0|editor-sobrenome1=Silva|editor-nome1=Francisco Carlos Teixeira da, et al. (org.)|local=Rio de Janeiro|editora=Autografia|ref={{harvid|Brustolin, Indústria de defesa do Brasil (2022)}}
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*{{Citar livro
|ultimo=Carvalho|primeiro=José Murilo de|autorlink=José Murilo de Carvalho|título=Forças Armadas e Política no Brasil|ano=2006|edição=2ª|editora=Jorge Zahar Ed.|local=Rio de Janeiro|ref={{harvid|Carvalho, Forças Armadas e Política (2006)}}
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*{{Citar livro
|ultimo=Castro|primeiro=Celso Corrêa Pinto de|ano=2002|capítulo=O espírito de Guararapes|título=A invenção do Exército Brasileiro|editora=Zahar|local=Rio de Janeiro|ref={{harvid|Castro, O espírito de Guararapes (2002)}}
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*{{Citar livro
|autor=________________________|ano=2004|título=O espírito militar: um antropólogo na caserna|edição=2ª|editora=Zahar|local=Rio de Janeiro|ref={{harvid|Castro, Um antropólogo na caserna (2004)}}
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|ultimo=Castro Júnior|primeiro=Luiz Adolfo Sodré|ano=2022|capitulo=Patronos do Exército Brasileiro e de seus ramos internos|título=Dicionário de história militar do Brasil (1822-2022): volume II|url=https://www.google.com.br/books/edition/Dicion%C3%A1rio_de_hist%C3%B3ria_militar_do_Bras/NCGjEAAAQBAJ?hl=pt-BR&gbpv=0|editor-sobrenome1=Silva|editor-nome1=Francisco Carlos Teixeira da, et al. (org.)|local=Rio de Janeiro|editora=Autografia|ref={{harvid|Castro, Patronos do Exército Brasileiro (2022)}}
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|autor=Comando de Operações Terrestres|título=Manual de Campanha EB70-MC-10.364 Organizações Militares de Guardas|url=https://bdex.eb.mil.br/jspui/bitstream/123456789/9343/1/EB70-MC-10.364%20Organiza%C3%A7%C3%B5es%20Militares%20de%20Guarda%201ed%20PDF.pdf|local=Brasília|editora=Ministério da Defesa|ref={{harvid|Manual de Campanha, Organizações Militares de Guardas (2021)}}
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|ultimo=Faria|primeiro=Durland Puppin de|ano=2022|capitulo=Armas, Quadros e Serviços do Exército Brasileiro|título=Dicionário de história militar do Brasil (1822-2022): volume I|url=https://www.google.com.br/books/edition/Dicion%C3%A1rio_de_hist%C3%B3ria_militar_do_Bras/MiGjEAAAQBAJ|editor-sobrenome1=Silva|editor-nome1=Francisco Carlos Teixeira da, et al. (org.)|local=Rio de Janeiro|editora=Autografia|ref={{harvid|Faria, Armas, Quadros e Serviços do Exército Brasileiro (2022)}}
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|ultimo=Faria|primeiro=Durland Puppin de|ultimo2=Pedrosa|primeiro2=Fernando Velôzo Gomes|ano=2022|capitulo=Hierarquia militar brasileira|título=Dicionário de história militar do Brasil (1822-2022): volume II|url=https://www.google.com.br/books/edition/Dicion%C3%A1rio_de_hist%C3%B3ria_militar_do_Bras/NCGjEAAAQBAJ?hl=pt-BR&gbpv=0|editor-sobrenome1=Silva|editor-nome1=Francisco Carlos Teixeira da, et al. (org.)|local=Rio de Janeiro|editora=Autografia|ref={{harvid|Faria & Pedrosa, Hierarquia militar brasileira (2022)}}
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|autor=[[International Institute for Strategic Studies]]|título=The Military Balance 2023|ano=2023|editora=Routledge|ref={{harvid|IISS, The Military Balance (2023)}}
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|título=Livro Branco de Defesa Nacional|ano=2020|url=https://www.gov.br/defesa/pt-br/arquivos/estado_e_defesa/livro_branco/Versaodolivroemportugues2020.pdf|editora=Ministério da Defesa|local=Brasília|ref={{harvid|Livro Branco de Defesa Nacional (2020)}}
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* {{Citar livro
|ultimo=McCann|primeiro=Frank|autorlink=Frank McCann|ano=2009|título=Soldados da Pátria: história do Exército Brasileiro, 1889–1937|editora=Biblioteca do Exército e Companhia das Letras|local=Rio de Janeiro e São Paulo|tradutor-ultimo=Motta|tradutor-primeiro=Laura Pereira|ref={{harvid|McCann, Soldados da Pátria (2009)}}
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* [http://www.basemilitar.com.br/ Base Militar Web Magazine] — banco de Dados de Aeronaves Militares Brasileiras
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Revisão das 16h06min de 10 de janeiro de 2024

Exército Brasileiro

Símbolo do Exército Brasileiro
País  Brasil
Corporação Forças Armadas do Brasil
Subordinação Ministério da Defesa
Missão Força Terrestre
Sigla EB
Criação 1822 (de facto)
1.° de dezembro de 1824 (formal)[1]
Aniversários 19 de abril (Segunda Batalha dos Guararapes, em 1648)[2]
Patrono Luís Alves de Lima e Silva
Marcha Canção do Exército
noicon
Lema Braço forte, mão amiga[3]
Cores      azul-celeste

     vermelho (cores heráldicas)[4]

História
Guerras/batalhas Ver História militar do Brasil
Logística
Efetivo 213 217 militares da ativa (2023)[5]
Insígnias
Brasão de armas
Bandeira[6]
Comandante em chefe Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Comandante General de Exército Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva[7]
Sede
Quartel General Quartel General do Exército, Brasília, DF
Página oficial www.eb.mil.br

O Exército Brasileiro (EB) é o ramo das Forças Armadas do Brasil responsável, no plano externo, pela defesa do país em operações eminentemente terrestres e, no interno, pela garantia da lei, da ordem e dos poderes constitucionais, subordinando-se, na estrutura do Governo Federal, ao Ministério da Defesa, ao lado da Marinha e da Força Aérea. As Polícias Militares (PMs) e Corpos de Bombeiros Militares (CBMs) são legalmente designadas como forças de reserva e auxiliares ao Exército. Seu braço operacional é denominado Força Terrestre. Ele é o maior exército da América do Sul e a maior das três Forças Armadas no Brasil.

Surgido como o Exército Imperial Brasileiro, com base nas forças de defesa do Império Português no Brasil Colônia, suas duas principais experiências de guerra convencional foram a Guerra do Paraguai e a Força Expedicionária Brasileira, e seu rival tradicional no planejamento, até os anos 1990, era a Argentina, mas ele tem também muitas operações de manutenção de paz no exterior e atuações internas no Brasil. O Exército foi diretamente responsável pela Proclamação da República e gradualmente aumentou sua capacidade de ação política, culminando na ditadura militar de 1964–1985. Ao longo da história brasileira ele garante o poder central contra separatismos e regionalismos, intervém onde as questões sociais não resolvidas tornam-se violentas e preenche lacunas deixadas por outras instituições do Estado.

Mudanças na doutrina militar, pessoal, organização e equipamento marcam a história do Exército, sendo a atual fase, desde 2010, conhecida como o Processo de Transformação do Exército. Sua estratégia da presença estende-o por todo o território nacional, e a instituição se considera a única garantia de brasilidade nas regiões mais distantes do país. Existem forças especializadas em diversos terrenos (de Selva, montanha, Pantanal, Caatinga e urbano) e forças de deslocamento rápido (Aviação do Exército, Comando de Operações Especiais e brigadas paraquedista e aeromóvel). As forças blindadas e mecanizadas, concentradas no Sul, são as mais numerosas do continente, mas incluem muitos veículos próximos ao fim do ciclo de vida. A unidade básica de armas combinadas é a brigada.

As organizações militares convencionais formam cabos e soldados reservistas através do serviço militar obrigatório. Há um sistema amplo de instrução, educação e pesquisa, sendo a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) responsável por formar os elementos dirigentes da instituição: oficiais das Armas da Infantaria, Cavalaria, Engenharia, Artilharia e Comunicações, do Serviço de Indendência e do Quadro de Material Bélico. Este sistema e mais os serviços próprios de saúde, moradia e assistência religiosa são mecanismos pelos quais o Exército, instituição ciosa de seu passado e tradições, procura conservar sua distinção do resto da sociedade.

Missões

O Exército Brasileiro é uma das três Forças Singulares que compõem as Forças Armadas do Brasil, ao lado da Marinha do Brasil e Força Aérea Brasileira, todas as quais, conforme o artigo 142 da Constituição de 1988, atuam na defesa da pátria e na garantia dos poderes constitucionais e da lei e da ordem, além de atribuições subsidiárias definidas por leis complementares. O Exército forma a força terrestre da nação, atuando precipuamente na sua defesa externa, mas tem toda uma série de missões internas.[8][9] Seus objetivos declarados incluem dissuadir uma agressão externa, adquirir projeção no cenário internacional e contribuir ao “desenvolvimento sustentável e paz social”.[10]

As constituições anteriores também definiam funções externas e internas para as Forças Armadas.[11] Uma grande carga de trabalho é dedicada à doutrina, planejamento, preparação e execução das operações de garantia da lei e da ordem.[12] O Exército tem um longo histórico na defesa interna e estruturação do Estado, defendendo regimes políticos e tratando de ameaças de questões sociais não resolvidas que resultaram em conflitos internos.[13] No período republicano, ele é a mais politicamente poderosa das três forças por seus posicionamentos passados, sua presença em todo o território nacional e seu maior efetivo.[14]

Cobrir a incompletude do Estado nacional, ocupando lacunas que deveriam ter sido preenchidas por outras instituições, faz parte da cultura do Exército. Pela sua “Estratégia da Presença”, ele ocupa vazios demográficos, atuando como “exército colonizador”, seja pelas colônias militares que instalava no século XIX ou pelos atuais postos de fronteira, e enxerga-se como único fator de brasilidade nessas regiões afastadas. As ações subsidiárias são constantes. Mesmo que possivelmente à custa do preparo para a guerra, o Exército atua nos campos científico-tecnológico e socioeconômico, realiza obras de engenharia, recebe refugiados (a Operação Acolhida) e distribui água no Nordeste (a Operação Pipa), entre muitas outras missões.[15]

História

Ver artigo principal: História do Exército Brasileiro
Soldados carregam as bandeiras de diferentes períodos da história brasileira

O Exército Brasileiro origina-se das forças de defesa do Império Português no Brasil Colônia.[16] Um exército nacional brasileiro foi designado em lei pela primeira vez na primeira constituição do Império do Brasil, em 1824,[17][18] mas forças terrestres já combatiam sob a bandeira brasileira desde a proclamação da Independência do Brasil em 1822.[18] A unificação do comando das forças terrestres, antes dispersas entre os vice-reis e capitães-generais das capitanias, foi efetivada ainda em 1822, com a criação da Secretaria de Estado dos Negócios da Guerra (posterior Ministério da Guerra).[19]

O Exército comemora oficialmente, desde 1994, a Segunda Batalha de Guararapes, em 19 de abril de 1648, como o momento em que foram plantadas as “sementes” da instituição. Ainda não havia uma “nação brasileira” ou Exército Brasileiro, e nenhuma organização militar atual tem continuidade institucional com as que lutaram em 1648.[20] Várias unidades atuais, porém, traçam suas histórias até o período colonial, como o Terço Velho do Rio de Janeiro, de 1567, cujo herdeiro é o 1.º Batalhão de Infantaria Mecanizado (Escola).[21]

A “primeira autoridade do Exército” era o ajudante-general, cujo órgão, a Repartição do Ajudante-General, foi criada em 1857. O ajudante-general era sempre militar e servia de intermediário entre a força e o ministro da Guerra, cujo cargo era político.[22] Quando a Repartição foi abolida, os chefes do Estado-Maior do Exército (EME), criado em 1899, e os ministros da Guerra passaram a competir pela primazia do comando.[23] O Ministério da Guerra venceu a disputa.[24] Em 1967 ele foi renomeado Ministério do Exército,[25] que foi transformado no atual Comando do Exército, subordinado ao Ministério da Defesa, em 1999.[26]

Primeiro Reinado

Batalha de Ituzaingó (1827), na campanha cisplatina
Ver artigo principal: Exército Imperial Brasileiro

A Guerra de Independência do Brasil dividiu as forças militares presentes no atual território brasileiro: algumas aderiram e outras permaneceram leais a Portugal.[27] A vitória portuguesa não rompeu a continuidade com a organização e doutrina militar do Exército Português, cujas características seriam visíveis na instituição brasileira até o início do século XX.[1][28][29] Profissionais portugueses, proprietários privados, mercenários europeus e ordenanças juntavam-se num Exército heterogêneo.[30][29]

A hierarquia tinha aspectos feudais.[30] Os critérios de promoção eram pouco definidos. Alguns oficiais progrediam na carreira dentro da instituição, mas outros, oriundos da elite civil e da aristocracia, transitavam entre as patentes e a política. Os oficiais não serviam longe de seus locais de nascimento, e só mais tarde surgiu a rotatividade de serviço nas províncias.[31][32] Os soldados eram geralmente obtidos pelo recrutamento forçado, embora houvesse voluntários, incluindo escravos fugitivos.[33] Até 1830, e novamente em 1851–1852, serviram mercenários estrangeiros, que inclusive tiveram uma revolta própria.[34] O serviço militar, estigmatizado,[33] era conhecido como o tributo de sangue.[35]

Em dezembro de 1824 o efetivo nominal era de 30 mil homens de 1.ª linha (tropas pagas) e 40 mil de 2.ª linha (milícias não pagas e algumas tropas pagas de policiais, veteranos e irregulares). A falta de treinamento e o alistamento político limitavam a capacidade militar da 2.ª linha.[36] A 1.ª linha era organizada em unidades do tamanho de regimentos e batalhões e algumas menores, denominadas “corpos”.[37] Em dezembro de 1824 ela compreendia três batalhões de granadeiros, 28 batalhões de caçadores, sete regimentos de cavalaria, cinco corpos de artilharia montada e 12 corpos de artilharia de posição.[38] Cinco brigadas existiram brevemente na Corte (Rio de Janeiro), mas ao longo do século o Exército não manteve grandes escalões em tempo de paz. Suas forças eram agrupadas em Comandos das Armas e subordinadas aos presidentes das províncias.[39] Essa organização passaria por inúmeras mudanças.[40] A estrutura da Secretaria de Estado dos Negócios da Guerra era pequena, e não havia um órgão de direção geral para o Exército em tempo de paz.[37]

O Exército foi inicialmente um instrumento de autoridade do imperador Pedro I, fechando a Assembleia Constituinte em 1823 (a noite da agonia) e suprimindo um movimento separatista, a Confederação do Equador. Sua maior dificuldade foi na Guerra Cisplatina, quando enfrentou obstáculos logísticos e uma alta taxa de deserção.[41]

Regência

Ao início do período regencial (1831–1840), o Partido Liberal, predominante na política, não aceitava uma força militar profissional de larga escala, associando-a, desde os anos anteriores, às perdas na Cisplatina, às revoltas de mercenários e à possibilidade de um golpe.[42] A tropa de 2.ª linha foi substituída pela Guarda Nacional, que era considerada civil e estava fora da alçada da Secretaria da Guerra.[40] O Exército não tinha o monopólio da violência legítima, que era dividida com a Guarda Nacional e os juízes de paz, párocos e delegados de polícia, que tinham autoridade sobre o recrutamento.[43] Os efetivos foram drasticamente reduzidos: em 1837, a força inteira tinha apenas 6 320 homens.[44]

Diante das numerosas rebeliões do período, a elite política viu que a fragmentação territorial era o perigo maior e não poderia ser controlado somente com a Guarda Nacional. Começou assim a reconstrução do Exército,[45] que conteve a Cabanagem, Balaiada, Sabinada e Revolução Farroupilha. É por esse motivo que o Duque de Caxias, patrono do Exército, ser conhecido como o “Pacificador”.[46] A história oficial do Exército enfatiza seu papel na garantia da integridade nacional.[47]

Segundo Reinado

Desembarque brasileiro na Batalha do Passo da Pátria em 1866

Por volta de 1850 o consenso político já era favorável ao Exército.[48] O efetivo cresceu para 15–16 mil homens. Pela organização de 1851, o Exército tinha oito batalhões de fuzileiros, seis batalhões de caçadores, quatro regimentos de cavalaria ligeira, um regimento de artilharia a cavalo e quatro batalhões de artilharia a pé. Estes seriam os “corpos móveis”, destinados a operações menores. Uma série de pequenos corpos e companhias eram designados “corpos de guarnição”, responsáveis pela segurança interna das províncias.[49] A carreira dos oficiais foi profissionalizada de 1850 em diante, com a adoção de critérios formais de avanço na hierarquia e a obrigatoriedade da formação escolar nos cursos militares.[50] Gradualmente desapareceram os filhos da nobreza civil, que preferiam servir na Guarda Nacional. Exceto no Rio Grande do Sul, o oficialato foi sendo recrutado em grupos sociais de renda menor, especialmente filhos de militares.[51]

Com os conflitos internos debelados, o Império usou o Exército em intervenções externas na região do Prata. Em 1851–1852, quatro divisões do Exército, Guarda Nacional e aliados regionais argentinos partiram em campanha na Guerra contra Oribe e Rosas. A intervenção foi vitoriosa, mas o risco de guerra permaneceu na região, e o governo não deu a atenção adequada à defesa. Ao iniciar-se a Guerra do Paraguai em 1864, o Exército Paraguaio tinha 60 mil homens, contra 16 mil no Brasil, cujo esforço de guerra foi marcado pelo improviso.[52] Tecnologias da Segunda Revolução Industrial, como o rifle, o telégrafo e o balão de observação, coexistiram com táticas napoleônicas, como o quadrado de infantaria, o “culto da baioneta”, a cavalaria como arma de choque e a artilharia disparada à curta distância, com metralha.[53] O desconhecimento cartográfico, o bom uso do terreno pelos paraguaios, a dificuldade logística e as epidemias atrasaram uma vitória decisiva no período antes de dezembro de 1868.[54]

Batalha do Avaí em 1868

A campanha foi longa e desgastante,[55] de escala muito maior do que a Guerra da Independência. As forças de terra foram expandidas a 135 mil soldados, incluindo 59 mil da Guarda Nacional e 55 mil Voluntários da Pátria. Ao menos no início, houve grande entusiasmo popular pelo serviço.[56] Chegou-se a operar três corpos de exército.[57] A história oficial do Exército reconhece no Paraguai seu segundo “marco de representação”, depois de Guararapes.[58] A instituição tomou consciência de sua importância para o país, mas não foi beneficiada após a vitória em 1870: o orçamento foi drasticamente reduzido. Cresceu o inconformismo dos oficiais com as lideranças políticas. A participação dos escravos na luta, por exemplo, pôs em discussão o abolicionismo.[59][60][61]

Oficiais brasileiros em 1886

Uma nova lei de serviço militar tentou reformar o recrutamento em 1874, mas não foi aplicada devido à rebelião popular dos rasga-listas.[62][63] No mesmo ano o ensino dos oficiais foi plenamente separado da Engenharia Civil e concentrado na Escola Militar da Praia Vermelha.[64] Ao final do Império, o oficialato dividia-se entre os científicos e tarimbeiros: estes, veteranos do Paraguai, normalmente sem curso, e aqueles, formados na Praia Vermelha. O currículo, alheio às disciplinas militares, não formava bons comandantes de tropa e sim intelectuais, engenheiros, burocratas e políticos, competidores dos bacharéis civis.[65][60] A organização de 1888 definiu 27 unidades de infantaria, dez de cavalaria, quatro de artilharia de campanha, quatro de artilharia de posição e duas de engenharia. Desapareceu a distinção dos corpos móveis e de guarnição. Os efetivos eram muito pequenos, mas teoricamente seriam expandidos ao “pé de guerra” quando necessário, embora não houvesse nenhum sistema de mobilização.[66]

Sem perigo externo aparente, as autoridades usavam o Exército na ordem pública, captura de escravos fugitivos e controle de eleições, o que indignava a nova geração de oficiais. Alastravam-se os ideiais positivistas. Nos anos 1880 uma série de incidentes com as autoridades civis, a Questão Militar, desgastou a relação com a monarquia. O Exército já havia se tornado força política, capaz de fazer um ministro renunciar. Por fim, jovens oficiais, lideranças antigas e civis proclamaram a República num golpe militar que destituiu o imperador Pedro II.[67]

Primeira República

O Exército na zona portuária do Rio de Janeiro durante a Revolta da Armada

Até 1894, período marcado pela Revolução Federalista e as Revoltas da Armada, o novo regime começou sob a tutela do Exército (a República da Espada). Os militares não estavam unidos e perderam o poder às oligarquias civis,[68] que estavam alienadas do oficialato[69] e transformaram as Forças Públicas dos estados mais poderosos em “pequenos exércitos”, um enorme obstáculo à expansão do poder das Forças Armadas.[70] O período foi de luta para afirmar sua relevância.[71] Nesse contexto, o Exército federal garantia o poder central contra tendências regionalistas.[72]

Nos anos 1890, a operacionalidade do Exército havia caído a um nível às vezes inferior aos revoltosos que ele enfrentava.[73] Isto e mais os receios de política externa acenderam um movimento de reformas militares.[74][75][76] A Primeira Guerra Mundial (1914–1918) favoreceu o reformismo,[77][78] embora a participação brasileira direta nas operações terrestres limitou-se a uma missão de 26 oficiais junto ao Exército Francês.[79] Buscando um exército bem-sucedido como referência, grupos de oficiais (os Jovens Turcos) foram enviados para estagiar no Exército Imperial Alemão em 1906–1912,[80][81] e uma Missão Militar Francesa foi contratada para assessorar a reorganização do Exército Brasileiro de 1920 a 1940.[81][82] O planejamento estratégico tinha como inimigo hipotético o Exército Argentino,[83] à época mais moderno e sustentado por uma malha ferroviária mais densa que a brasileira.[84] O armamento também tinha que ser importado, pois a indústria bélica era muito limitada.[85]

Uniformes da infantaria leve em 1920

Por volta de 1919, a formação dos oficiais na Escola Militar do Realengo já estava muito diferente da Praia Vermelha: currículo dominado por assuntos profissionais, exercícios em campo e disciplina rígida, formando oficiais com um forte senso de distinção em relação aos civis.[86][87] A introdução do serviço militar obrigatório através da Lei do Sorteio, em 1916, permitiu a abolição da Guarda Nacional, dois anos depois,[88] mudou o relacionamento do Exército com a sociedade,[89] tornou o recrutamento mais criterioso[90] e permitiu uma expansão gradual e contínua do efetivo. A longo prazo, isto fortaleceu o poder central em detrimento das oligarquias regionais.[91] Implantou-se a Aviação Militar, que permaneceu no Exército até 1941, quando foi absorvida pela nova Força Aérea Brasileira.[92]

A organização dessas forças em tempo de paz era rudimentar até 1908, quando se começou a construir uma ordem de batalha moderna com regimentos, brigadas e divisões. Em 1921 havia cinco divisões de infantaria, três de cavalaria, uma brigada mista e unidades independentes. A organização real diferia muito da formal, com muitos regimentos incompletos. Ao longo do século, cada nova organização tinha um tanto de ficção.[93][94] O efetivo era estimado em 37 mil homens em 1919.[95]

Guarnição de uma peça de artilharia de 75 mm da Krupp, 1924

O histórico operacional do período tem dois grandes conflitos oriundos de questões sociais no interior do país: a Guerra de Canudos (1897) e a Guerra do Contestado (1912–1916).[46] Em Canudos a força enfrentou sertanejos sem preparo militar,[74] mas o terreno era adverso e bem aproveitado pelo oponente.[96] A guerra terminou com o arraial de Belo Monte, no interior da Bahia, queimado e coberto pelos corpos de milhares de habitantes. O Exército sofreu baixas imensas.[97] Nos anos 1920 o Exército teve dificuldade em reprimir um inimigo móvel, a Coluna Prestes, pois sua doutrina de influência francesa era para um conflito ao estilo da Frente Ocidental da Primeira Guerra.[98] Por outro lado, os rebeldes não conseguiram ameaçar o Rio de Janeiro.[99] Em 1924 houve uma experiência de combate urbano e o bombardeio a São Paulo pela artilharia do Exército.[100]

Revoltas militares e intervenções na política marcam esse período, como a própria Proclamação, o Manifesto dos Treze Generais, o hermismo/Política das Salvações, a Revolta dos sargentos de 1915, o tenentismo e a Revolução de 1930, que encerra a Primeira República. A maioria envolvia baixos escalões e não representava a corporação como um todo, danificando a hierarquia. O “Movimento Pacificador”, golpe militar que fez triunfar a Revolução de 1930, diferenciou-se por ser planejado por altos escalões do Exército e Marinha. Isto foi possibilitado pelas mudanças organizacionais, como o desenvolvimento do órgão de cúpula, o Estado-Maior do Exército.[101]

Era Vargas

Transporte do 28.º Batalhão de Caçadores, de Sergipe, para combater a Revolução Constitucionalista

O primeiro período de Getúlio Vargas no poder (1930–1945) foi de grande modernização e expansão para o Exército,[102] que foi alçado ao centro do poder político. Os militares receberam investimentos e postos na administração.[103] Mas o Exército estava profundamente dividido. Revoltas de sargentos e cabos ameaçavam a hierarquia, chegando a destituir o governo do Piauí em 1931, e os oficiais também se rebelavam.[104] Grande parte da guarnição de São Paulo aderiu à Revolução Constitucionalista de 1932, que foi derrotada pela lealdade do resto das Forças Armadas e governos estaduais a Vargas.[105] Unidades do Exército sublevaram-se na Intentona Comunista de 1935, que foi rapidamente sufocada.[106] Em 1938 o Exército participou da repressão ao Levante Integralista.[107]

Para homogeneizar a instituição, o governo e as lideranças do Exército fizeram diversos expurgos no oficialato.[108][109] As revoltas de jovens oficiais tornavam-se cada vez menos prováveis, por motivos organizacionais e técnicos.[110] Conforme o general Góis Monteiro, considerado o “primeiro grande ideólogo” da instituição, era preciso fazer a política do Exército, e não a política no Exército.[111] Os militares alinharam-se com os ideais autoritários e desenvolvimentistas da ditadura do Estado Novo, instaurada por Vargas com um golpe em 1937. O Exército serviu de braço forte de um Estado centralizado,[112] e as Forças Públicas foram postas sob controle do Ministério da Guerra, interrompendo o fenômeno dos “exércitos estaduais”.[113] Engenheiros militares participaram do desenvolvimento das indústrias siderúrgica e petrolífera no país.[114][115] O conceito de segurança, para o Exército, havia sido ampliado, envolvendo o planejamento, energia, transportes e industrialização.[116]

Expedicionários brasileiros na batalha de Montese em 1945

Conforme os estudos do EME sobre a guerra de 1932, o Exército evoluíra na sua doutrina e organização, mas ainda não estava preparado para enfrentar um agressor externo, a começar pela deficiência na indústria de munição.[a] A Guerra do Chaco (1932–1935) entre Bolívia e Paraguai ajudou o Exército a continuar expandindo o efetivo, que passava dos 60 mil homens.[117] Implantou-se a artilharia antiaérea e a artilharia de costa móvel.[102] Por fim, a entrada do Brasil na guerra em 1942 deu ao Exército sua “única experiência [...] numa guerra convencional nos moldes de uma guerra total”.[118] Combatendo ao lado dos Aliados, o Brasil recebeu armamentos (via Lend-Lease) e enviou oficiais para estudar nos Estados Unidos. O efetivo do Exército cresceu de cerca de 80 mil homens a 200 mil em 1944, organizados em oito divisões de infantaria, três de cavalaria e uma brigada mista.[119]

A participação do Exército consistiu no reforço ao saliente nordestino[b] e no envio da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para a Campanha da Itália. O governo brasileiro prometeu enviar três divisões de infantaria ao esforço de guerra, mas por dificuldades de mobilização, só foi possível mandar a 1.ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1.ª DIE),[119] subordinada ao IV Corpo [en] do Exército dos Estados Unidos.[120] A Batalha de Monte Castello, que ela travou em 1944–1945, não foi a mais importante do IV Corpo, mas se destacou para a experiência da FEB, que superou sua inexperiência e venceu após diversas derrotas desmoralizantes na ofensiva.[121] As táticas passaram das francesas para as americanas, dos ataques frontais para o desbordamento das posições inimigas e o ataque em múltiplas direções.[122] A FEB foi desmobilizada antes mesmo de voltar ao Brasil, pois era considerada um risco político.[123] Isto não impediu a deposição de Vargas pelas Forças Armadas em 1945, quando a democracia foi restaurada. O Exército havia mudado muito, e além de sua modernização técnica, era politicamente autônomo e convicto de que poderia formar uma elite bem treinada.[124]

Quarta República

Carros de combate leves M41 Walker Bulldog no Comício da Central em 1964

O Exército adotou a doutrina, organização, manuais e métodos americanos no pós-Segunda Guerra, embora a absorção tenha sido parcial, pois sobravam materiais mais antigos de origem europeia e conceitos franceses. Novos equipamentos eram obtidos através do Acordo Militar Brasil-Estados Unidos.[125][126] Desde a guerra, viaturas motorizadas começavam a substituir as carroças e mulas. Consolidava-se a operação dos blindados, até então muito limitada.[127] A formação de sargentos foi centralizada e profissionalizada na Escola de Sargentos das Armas. Dos anos 1950 em diante, desaparecem as revoltas de sargentos. Os movimentos de praças no restante das Forças Armadas repercutiram menos no Exército.[128]

Em 1960 a força compreendia sete divisões de infantaria, quatro de cavalaria, uma blindada, um núcleo de divisão aeroterrestre, uma brigada mista e um Grupamento de Unidades-Escola. Essas forças foram agrupadas em quatro Zonas Militares, em 1946, depois denominadas Exércitos, em 1956, equivalendo aos atuais Comandos Militares de Área. A nova estrutura era sofisticada, mas a doutrina não correspondia à realidade. As divisões de infantaria deveriam ter 15 000 homens cada, mas tinham em média 5 500.[129] O oficialato temia a fragilidade militar brasileira.[130] Por outro lado, o poder relativo dos países vizinhos estava em declínio.[131] A hipótese de guerra com a Argentina foi perdendo relevância[132] e conviveu com preocupações da Guerra Fria: a guerra nuclear, guerra revolucionária e operações de paz,[131] das quais a primeira com participação brasileira foi o batalhão Suez (1957–1967).[133]

A participação política da instituição foi contínua. Em 1955 o ministro da Guerra Henrique Teixeira Lott executou um golpe preventivo, contrapondo-se à Marinha e Força Aérea, para assegurar a posse do presidente Juscelino Kubitschek. Em 1961 os três ministros militares tentaram vetar a posse de João Goulart na Presidência, mas uma cisão no Exército permitiu a vitória da causa da posse.[134] Por fim, o golpe de Estado de 1964 começou com os principais comandos do Exército em mãos legalistas, mas o oficialato aderiu em massa e o presidente foi destituído sem combate.[135] Os militares alinhados ao governo deposto foram expurgados, incluindo 22,5% dos generais em serviço em 1964.[136] A base ideológica dos opositores de Goulart era o anticomunismo,[137] desenvolvido desde 1935,[138] e a doutrina da guerra revolucionária.[139]

Ditadura militar

Soldados em frente ao Palácio Duque de Caxias, antigo QG do Exército, durante manifestações contra a ditadura em 1968

Na ditadura militar subsequente (1964–1985) o centro do poder político foi ocupado por generais, embora as instituições tenham permanecido formalmente as de uma democracia liberal. Generais disputaram entre si e foram contestados por oficiais subalternos.[140] As atividades de repressão política foram centralizadas no Exército,[141] cujos Centros de Operações de Defesa Interna (CODI) coordenavam as Forças Armadas e as polícias.[142] Militares foram responsáveis por detenções ilegais, tortura, execuções, desaparecimentos forçados e ocultação de cadáveres,[143] e o Exército teve papel fundamental no genocídio do povo indígena Waimiri-Atroari.[144][145]

A luta armada contra a ditadura foi enfrentada principalmente por órgãos de inteligência de alto escalão, como os CODI e o Centro de Informações do Exército (CIEx). O emprego em larga escala da tropa convencional para a contrainsurgência ocorreu poucas vezes e foi ineficaz.[142] A Guerrilha do Araguaia (1972–1975), mais extensa insurgência rural do período, só pôde ser derrotada pelo princípio da “guerrilha se combate com guerrilha”: um extenso trabalho de inteligência, a infiltração de patrulhas descaracterizadas e a participação da Companhia de Forças Especiais.[146][147]

Meia-lagarta da Divisão Blindada em 1968

O “milagre econômico” permitiu o reequipamento do Exército no período de 1969–1974, com o foco na guerra convencional.[148] A contrainsurgência não fez os militares abrirem mão da defesa externa, em parte como forma de demonstrar o prestígio do Estado.[149] As hipóteses de guerra eram duas, uma “guerra revolucionária na América do Sul” e uma guerra entre os blocos ocidental e comunista, com o Brasil contribuindo um corpo de exército expedicionário ao bloco ocidental.[150] O parque de material nacionalizou-se rapidamente, graças ao desenvolvimento de empresas da indústria bélica nacional, como a Engesa.[151][152] Até 1980, trocaram-se os fuzis, metralhadoras, artilharia e blindados.[153]

Após um século emulando exércitos estrangeiros, o Exército buscou uma doutrina mais adequada à realidade brasileira.[154][155] A ordem de batalha foi reorganizada, suprimindo os regimentos de infantaria e artilharia e criando brigadas, que se tornaram as principais grandes unidades de manobra,[156] um sistema que permanece no século XXI.[157] O efetivo era de 170 mil em 1970.[158] Em 1980 o Exército operava 13 brigadas de infantaria comuns, uma de infantaria paraquedista, duas de infantaria de selva, três de infantaria blindada, uma brigada de cavalaria blindada e quatro de cavalaria mecanizada.[159] Mas nem todas as metas foram cumpridas,[160] e permanecia um atraso tecnológico em relação ao Exército Argentino.[c]

Redemocratização e pós-Guerra Fria

A nova Aviação do Exército nas fronteiras da Amazônia

A derrota argentina na Guerra das Malvinas, em 1982, chocou os militares brasileiros. Os Estados Unidos não apoiaram um país sul-americano contra uma potência extracontinental, e as Forças Armadas Brasileiras estariam claramente defasadas num conflito semelhante.[161] Faltavam equipamentos básicos e a operacionalidade estava muito baixa.[162] O EME começou a estudar a hipótese de uma guerra com um país do bloco ocidental, econômica e militarmente superior ao Brasil, na região amazônica,[163] ao mesmo tempo que planejava o “exército do futuro”, redigindo os programas Força Terrestre 90 (FT 90), Força Terrestre 2000 e Força Terrestre do Século XXI.[164][165]

Após o fim da ditadura militar em 1985, o Exército distanciou-se do confronto político-ideológico e começou a executar o FT 90 e seus sucessores.[164] Ao final dos anos 1980, o padrão social e econômico dos oficiais entrou em declínio,[166] e ao início da década seguinte, as prioridades estratégicas do Exército ficaram indefinidas.[167] As ameaças tradicionais (comunismo e Argentina) davam lugar às não-tradicionais.[168] O Exército dos Estados Unidos voltou a ser o “modelo a ser seguido” ao vencer a Guerra do Golfo de 1991, inspirando a Doutrina Delta brasileira.[169] A indústria bélica nacional entrou em colapso.[170][171]

Em 1991, a incursão das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) em território brasileiro e a subsequente Operação Traíra redobraram as atenções na Amazônia.[172] Oficiais do Exército viam a criminalidade transnacional, a guerrilha colombiana e questões ambiental e indígena como possíveis pretextos para uma intervenção estrangeira na região.[173] Ao mesmo tempo, o poder público frequentemente aciona o Exército para operações de garantia da lei e da ordem (GLO) em locais como o Rio de Janeiro,[174][175] assim como para as missões subsidiárias, que são, de certa forma, acomodadas pela classe política.[176] No exterior, aumentou a participação em missões internacionais da ONU.[177]

Século XXI

Forças especiais no Haiti em 2010

O efetivo cresceu de 194 mil em 1985 para 238 mil em 2007,[178] aquém da grande expansão quantitativa planejada nos anos 1980, devido às restrições orçamentárias.[179] O Exército de 2007, se não era muito maior que o de 1985, era mais especializado, com novas tecnologias. Adquiriram-se capacidades de guerra eletrônica e o rol de forças de ação rápida foi alargado com a nova Brigada de Aviação do Exército (1989), a infantaria aeromóvel (1995) e a expansão das forças de operações especiais (2003).[180] Adquiriram-se os primeiros main battle tanks brasileiros, de modelos Leopard 1 e M60,[181] e a estrutura das brigadas blindadas brasileiras foi equiparada à das argentinas, apesar das boas relações bilaterais.[180] Procurou-se reduzir a dependência no serviço militar obrigatório, mas os custos dos soldados profissionais limitaram as medidas.[182][183] O Comando Militar da Amazônia foi reforçado, passando de duas a cinco brigadas.[184]

Alguns generais deram à imprensa um panorama de sucateamento e atraso tecnológico em 2012. Desde 2004, somente 9 a 10% do orçamento era disponível para custeio e investimentos, com o restante ocupado no pessoal.[185] Acabava-se de publicar as diretrizes do Processo de Transformação do Exército, com metas ambiciosas para o ano de 2030, assim como os planejadores dos anos 80, que haviam definido 2010 como o ano em que existiria o “exército do futuro”.[186] Os indutores do Processo de Transformação são os projetos/programas estratégicos,[187][d] como o ASTROS 2020, para a expansão da artilharia de mísseis e foguetes (Astros II) e desenvolvimento de um míssil de cruzeiro (AV-TM 300);[188] Guarani, com uma nova família de blindados sobre rodas;[189] Defesa Antiaérea, com a renovação da artilharia antiaérea de baixa altura e obtenção da artilharia de média altura;[190] e o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras, a Defesa Cibernética e outros.[191][192]

O Exército na segurança das Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro

Uma operação de paz notável nesse período foi a Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti (MINUSTAH) (2007–2017).[177] A maioria dos comandantes do batalhão brasileiro no Haiti alcançaram o generalato.[193]

A ocupação do Complexo do Alemão em 2010 foi a maior operação de GLO desde a promulgação da Constituição de 1988, e foi considerada mais difícil que o Haiti. Ao enfrentar o crime organizado nas favelas do Rio de Janeiro, os militares tiveram que mudar táticas e equipamentos. Eles reconhecem a dificuldade do trabalho policial, no qual não são especializados e há risco de dano colateral. Houve protestos de moradores contra abusos de autoridade, tortura e excessos de disparos e uso de gás lacrimogêneo.[194] Na intervenção federal no Rio de Janeiro em 2018, um general de exército ocupou o cargo de Secretário de Segurança no Rio de Janeiro, e outros generais tiveram funções naquela secretaria e no gabinete de intervenção federal.[195]

Os projetos estratégicos sofreram com os contingenciamentos e cortes de gastos militares decorrentes da crise econômica de meados dos anos 2010,[196] e em 2019 seus prazos já estavam sendo dilatados, alguns até 2040.[197][198] Ao iniciar-se a crise da Guiana Essequiba em 2023, o Exército reforçou Roraima, mas ainda não tinha à disposição os mísseis de cruzeiro, a defesa antiaérea de média altura ou os caça-tanques Centauro II.[199]

Efetivo

Os militares podem estar na situação da ativa ou da reserva, e se da ativa, podem ser militares de carreira (com vitaliciedade garantida ou presumida) ou temporários.[200] O efetivo fixado por decreto para o Exército em 2023 foi de 213 217 militares da ativa, dos quais 149 eram generais, 29 658 demais oficiais, 47 405 subtenentes e sargentos e 136 005 cabos e soldados.[201] Desses 214 mil, o International Institute for Strategic Studies (IISS) quantifica 112 mil conscritos. Além do pessoal na ativa, a reserva foi estimada em 1 340 000 militares.[202] Existem estimativas muito menores da proporção de conscritos (30%).[203] O Exército Brasileiro é historicamente um dos maiores da região.[e]

Hierarquia e uniformes

Uniforme camuflado padrão do Exército, com divisa de gola de um terceiro-sargento

A hierarquia e a disciplina são formalmente definidas como a base da organização das Forças Armadas. A hierarquia no Exército compreende uma escala de 19 níveis, denominados, “postos”, nos degraus superiores (de oficiais), e “graduações”, nos degraus inferiores (de praças). Os postos e graduações são agrupados em círculos de convivência social: do mais alto ao mais baixo, são os círculos dos oficiais generais,[f] oficiais superiores,[g] oficiais intermediários,[h] oficiais subalternos,[i] subtenentes e sargentos[j] e cabos e soldados. Em tempos de paz, o posto mais alto é o de general de exército. O posto de marechal pode ser criado em tempo de guerra.[204][205] Os praças podem ser denominados “graduados”, exceto os soldados, base da hierarquia, que são considerados militares não graduados.[206]

A maior separação na carreira é entre oficiais e praças,[207] pois o oficial é o elemento dirigente ativo, formado desde o início para o comando, enquanto os praças são treinados para a aplicação das ordens.[208] Afora isto, há mecanismos de mobilidade social pelo mérito, e o Exército enfatiza que todo general já foi um cadete, aluno da academia de oficiais.[207] O respeito à hierarquia deve ser mantido mesmo fora do serviço e mesmo com os aposentados. Existem regras de convivência entre os diversos círculos militares (por exemplo, sargentos e oficiais não sentam à mesma mesa), e seu desrespeito é chamado “promiscuidade hierárquica”.[209] Entre dois militares, sempre há um superior e outro subordinado. Dentro do mesmo posto, a diferença é a “antiguidade”. No caso dos oficiais da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), ela é definida pela data da última promoção ou, se ela for igual, o que é comum entre oficiais da mesma turma, pela classificação (média final de notas) na Academia. O superior é o mais antigo, e o inferior, o mais moderno.[210][211]

Diferentes cores de boina da infantaria

O grau hierárquico é indicado por insígnias no uniforme, juntamente com distintivos de organização militar e distintivos e brevês de cursos. A cor marcante dos uniformes é o verde-oliva, um dos principais elementos da identidade visual do Exército. Adotada em 1931, no lugar do cáqui, a cor foi também usada nos uniformes de campanha até os anos 1990, quando o uso da camuflagem foi generalizado.[k] O verde-oliva é a cor padrão das boinas, mas tropas específicas distinguem-se por cores diferentes: o grená dos paraquedistas, rajado dos guerreiros de selva, azul-ultramar da aviação, cinza dos especialistas de montanha, bege aeromóvel e azul-ferrete das escolas de formação de oficiais e sargentos. Algumas unidades usam uniformes históricos tradicionais, como o Batalhão da Guarda Presidencial e o 1.º Regimento de Cavalaria de Guardas.[212]

Instrução militar

Escola Preparatória de Cadetes do Exército

O ensino e a instrução militar podem ser definidos como as principais missões do Exército em tempos de paz.[213][214] O sistema de ensino abrange a educação, instrução e pesquisa.[215] As atividades de soldados e cabos correspondem ao ensino fundamental, as de sargentos ao ensino médio, técnico ou ensino superior (tecnólogo) e as de oficiais ao ensino superior.[l] Praticamente todas as organizações militares têm alguma responsabilidade no preparo dos soldados.[216] As organizações da ativa têm um efetivo fixo, mas treinam anualmente um efetivo variável de reservistas. Existem organizações exclusivamente voltadas aos reservistas: os Órgãos de Formação de Oficiais da Reserva (OFOR), que são os Centros de Preparação (CPOR) e Núcleos de Preparação (NPOR), e os Tiros de Guerra.[217] Outras organizações preparam os militares de carreira (oficiais e sargentos).[216] Por lei, o ensino militar é regulado exclusivamente pela própria instituição.[218]

Os oficiais da linha de ensino militar bélico, que exercem a atividade-fim da instituição (a guerra), ingressam cedo na instituição, no equivalente ao primeiro ano do ensino superior. Após a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), em Campinas, eles se formam na AMAN, em Resende.[219] A carreira dos oficiais é organizada em ciclos de estudo;[220] a AMAN forma o aspirante a oficial,[221] o diploma da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO) é necessário para a promoção a major, e o da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), para general de brigada.[222] O diploma da AMAN é o de bacharel em Ciências Militares, o da EsAO, de mestre em Operações Militares, e o da ECEME, de doutor em Política, Estratégia e Administração Militares; a ECEME oferece também um pós-doutorado.[220]

Escola de Sargentos das Armas

Os sargentos combatentes de carreira formam-se em dois anos, o primeiro numa das treze Unidades Escolares Tecnológicas do Exército (UETE) dispersas pelo país e o segundo na Escola de Sargentos das Armas (ESA), Escola de Sargentos de Logística (EsSLog) ou Centro de Instrução de Aviação do Exército (CIAvEx).[223] O equivalente à EsAO é a Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas (EASA).[224] Também participam do ensino de sargentos e/ou oficiais o Instituto Militar de Engenharia (IME), Escola de Saúde e Formação Complementar do Exército (EsFCEx) e a Escola de Instrução Especializada (EsIE), entre outras.[215][225]

As escolas são complementadas por cursos de especialização, extensão e estágios.[226] Em 2006, eram 66 cursos de especialização para oficiais e 76 para sargentos, oito cursos de extensão para oficiais e seis para sargentos, 47 estágios para oficiais e 32 para sargentos.[227] Isto abrange mesmo o ensino não estritamente militar, como os cursos de idiomas oferecidos pelo Centro de Estudos de Pessoal.[218] Nos cursos operacionais mais difíceis e cobiçados, como os de comandos, guerra na selva e precursor paraquedista, o índice de desligamento voluntário é alto.[228]

Academia Militar das Agulhas Negras

O Exército também mantém doze Colégios Militares, de nível fundamental e médio, mas seus alunos não necessariamente seguem na carreira militar.[229] Esses colégios oferecem aos oficiais a possibilidade de manter seus filhos, desde muito cedo, já no ensino militar.[230] As Escolas de Instrução Militar (EsIM) são também de ensino médio, destinadas a permitir aos alunos o cumprimento do serviço militar sem interromper seus estudos.[231]

Segundo o Exército, o treinamento é rigoroso, mas os maus-tratos, violência contra inferiores e lesões corporais são casos isolados e as instruções são controladas para evitar riscos. Casos de violência por parte de instrutores existem; de 2005 a junho de 2015, a Justiça Militar do Rio de Janeiro julgou 299 incidentes no Exército, Marinha e Força Aérea.[232] Críticos apontam o corporativismo da instituição como obstáculo às denúncias. Os agressores são julgados na Justiça Militar, mas as indenizações são arcadas pelo governo federal. Um caso emblemático foi o do cadete Márcio Lapoente da Silveira, que morreu em treinamento na AMAN em 1990, levando a uma denúncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. O superior envolvido posteriormente alcançou o posto de coronel.[233][234]

Armas, quadros e serviços

Radar da Artilharia antiaérea
Caminhão de suprimento da Intendência
Transposição de rio com o trabalho da Engenharia

As tropas subdividem-se, conforme suas missões e características, em diversas especialidades, denominadas “armas”, “quadros” e “serviços”.[235] Sete delas realizam diretamente as operações militares, e seus oficiais são exclusivamente formados na AMAN: as Armas da Infantaria, Cavalaria, Engenharia, Artilharia e Comunicações, o Serviço de Indendência e o Quadro de Material Bélico. Coloquialmente, as sete são chamadas de “Armas”.[236] A Infantaria e a Cavalaria são as chamadas “Armas base”, pois entram diretamente em contato com o inimigo. A Artilharia participa diretamente do combate, mas à distância, provendo apoio de fogo. A Engenharia e as Comunicações são Armas de apoio, mas também agem diretamente no campo de batalha. A Intendência e o Material Bélico são a logística do teatro de operações.[237]

As outras áreas de oficiais, com origens diversas, são os Quadros de Engenheiros Militares (QEM), Auxiliar de Oficiais (QAO) e Complementar de Oficiais (QCO) e os Serviços de Saúde e Assistência Religiosa.[238] Os oficiais da Aviação do Exército, que não é Arma, são oriundos de diversas Armas.[239] Subtenentes e sargentos pertencem a Qualificações Militares (QMS) próprias, abrangendo, além das sete áreas da AMAN, a Manutenção de Comunicações, Topografia, Aviação Manutenção, Aviação Apoio, Música e Saúde.[240][241]

Oficiais e sargentos escolhem a Arma na qual servirão durante sua formação.[242] Esta decisão acompanha o militar pelo resto da sua carreira e determina onde ele servirá e quais comandos poderá exercer.[243] Porém, mais do que uma especialidade, a Arma é uma atmosfera social própria, determinando os companheiros do militar no restante da sua carreira. Juntamente com a turma de formação, ela é o componente básico da identidade do oficial.[244] A partir da Arma, identificada pelas insígnias na gola da camisa de seu uniforme, presumme-se o temperamento e disposição de um oficial.[210] Cada Arma tem um “espírito”, uma associação entre as características pessoais exigidas nas operações militares e a personalidade do indivíduo:[245] os infantes “rústicos”, os cavalarianos “rápidos”, os artilheiros “metódicos” e assim por diante. Há inclusive estereótipos negativos atribuídos a cada Arma pelas outras.[246]

Os melhores alunos, pela classificação geral, escolhem a sua Arma primeiro, e os últimos são “compulsados” para preencher as vagas.[242] Até os anos 1990, a preferência era pela Infantaria, Cavalaria e Artilharia, prestigiadas por ser as Armas combatentes, à qual pertenceram os generais mais famosos da história do Exército. A partir de então, a Intendência e o Material Bélico, áreas mais próximas da atividade civil, tornaram-se as mais procuradas pelas novas gerações de cadetes.[243][247]

Oficiais

Subdivisões

Capelães do Exército

Os oficiais de carreira da linha de ensino militar bélico, também chamados de “oficiais da AMAN” ou “oficiais de academia”,[248] são a espinha dorsal e a elite da instituição,[249] nos quais o Exército investe para representá-lo legitimamente e, futuramente, dirigi-lo.[250] Eles são a maioria dos generais e a totalidade dos generais de exército, o topo da hierarquia.[251] Mas existem diversas outras carreiras de oficial.[252]

Os oficiais da reserva de 2.ª categoria (R/2) são incorporados através dos OFOR.[253] O Quadro de Engenheiros Militares (QEM), que não deve ser confundido com a Arma de Engenharia da Linha Bélica, é formado no Instituto Militar de Engenharia e tem competências mais próximas às de um engenheiro formado em universidade.[254][255] O engenheiro do QEM trabalha na ciência, tecnologia e produção de material bélico.[256] O Quadro Auxiliar de Oficiais (QAO) é formado de sargentos e subtenentes promovidos ao oficialato.[257] A Escola de Saúde e Formação Complementar do Exército forma os oficiais do Quadro Complementar de Oficiais (QCO), Quadro de Saúde (QSau) e Quadro de Capelães Militares;[225] os oficiais do QCO já têm graduação prévia num curso superior civil,[258] e os capelães militares têm formação prévia como ministros católicos ou evangélicos.[259] Os Oficiais Técnicos Temporários (OTT), também com formação acadêmica prévia, são incorporados após um estágio e permanecem por até oito anos.[260]

Perfil

Aspirante da AMAN com sua família na formatura

A maioria dos oficiais é oriunda de famílias de classe média, frequentemente com pais militares, num padrão de recrutamento endógeno existente pelo menos desde o século XX.[261] Cada vez mais, nas últimas décadas do século XX, os pais desses filhos de militares são oficiais subalternos e praças, numa busca de ascensão social através do serviço público vitalício. Já os filhos de oficiais superiores muitas vezes cursam universidades civis.[262] Os vencimentos historicamente mantém a oficialidade na classe média.[263]

Os jovens não entram na AMAN pensando em futuramente sair da carreira militar, ou se entram, são condicionados a mudar de ideia. O status de oficial acompanhará cada um até a morte.[264] A disponibilidade permanente, dedicação exclusiva, mobilidade geográfica e restrição dos direitos trabalhistas são as características dessa carreira, nos termos do Exército.[265] A mobilidade geográfica significa uma carreira nômade, de constantes transferências. O resultado é um Exército homogêneo, mas isto traz dificuldades para a família do oficial e impede o enraizamento na sociedade local.[266] Pela dedicação exclusiva, o Exército desaconselhava cursar graduações fora do âmbito militar, mas isto muda no século XXI.[267]

Os contatos de um oficial de academia são estabelecidos principalmente dentro da instituição.[268] Oficiais e suas famílias compartilham grande parte de seus ambientes de moradia, lazer e estudo, e a instituição promove a interação social interna, na qual as esposas são fundamentais.[269] A apresentação e comportamento da família do oficial influenciam como ele é qualificado na vida profisissional.[270] A família militar é também uma ponte entre o Exército e a sociedade como um todo.[271] A noção de “Família Militar” pode ser ampla, englobando os militares e mais os seus familiares.[272]

O perfil dos oficiais do QCO é diferente, pois eles trazem para dentro do Exército a visão de mundo do meio acadêmico e da sociedade mais ampla.[273] Os oficiais R/2 têm origem social diferente: são principalmente universitários, e o objetivo declarado do curso é a “formação do cidadão, futuro integrante da elite nacional e que tenha conhecimento principalmente dos valores que são as bases do Exército Brasileiro”.[274]

Carreira

Cerimônia de promoção de generais

De uma turma de 400 aspirantes a oficial da AMAN, somente quatro chegarão a general de exército. A ascensão na hierarquia dos oficiais demora décadas e envolve os critérios de antiguidade, mérito, escolha, e em tempos de guerra, bravura. Um exemplo de oficial bem-sucedido, Fernando Azevedo e Silva, formou-se na AMAN em 1976 e foi promovido a general de exército em 2014.[275] Os líderes político-militares dos anos 1960 formaram-se na Escola Militar do Realengo nas décadas de 1910 a 1930.[276]

O ano de formação de um oficial revela seu posto, sua turma da AMAN (um conjunto com grande familiaridade entre si e nome próprio, como a “Centenário da Independência” de 1989), e dentro dela, sua antiguidade.[m] Há um intervalo de oito a dez anos da AMAN à EsAO e três a dez anos dali até a ECEME.[277] Cerca de um terço de cada turma consegue cursar a ECEME,[278] através da qual os oficiais entram no Quadro de Estado-Maior da Ativa (QEMA). Isto lhes abre as funções de assessoramento e decisão, e portanto, de maior prestígio e poder. Os demais oficiais integram o Quadro Suplementar Geral (QSG), onde terão funções burocráticas e/ou de execução até o fim da carreira. Somente os oficiais do QEMA alcançam o generalato.[279]

Na hora das promoções a general, a maior parte da turma solicita a transferência à reserva remunerada. Só uma minoria consegue a promoção a general de brigada, que é política, pelo critério de escolha.[n] A decisão envolve o Alto Comando do Exército e o Presidente da República, que tradicionalmente respeita os nomes indicados pelo Alto Comando. A promoção de um candidato mais moderno que seus colegas normalmente leva-os à reserva. Um oficial fica no máximo doze anos no quadro dos oficiais-generais.[280][275][281]

Subtenentes e sargentos

Exercício de topografia do Curso de Artilharia da ESA

O lema “sargento, elo fundamental entre o comando e a tropa” sintetiza a função atribuída pelo Exército a esse círculo hierárquico.[282] O sargento é ao mesmo tempo chefe e executante.[283] De modo geral, é ele quem mantém o contato direto com os soldados,[284] sobre os quais tem a responsabilidade de disciplinador.[285] Sua formação objetiva um executor prático,[286] que se preciso, põe em prática o que o oficial pensa, mas não sabe executar.[287]

Os sargentos nunca foram uma elite,[288] mas sua formação é uma prioridade, ainda que secundária à dos oficiais.[289] Espera-se do sargento de carreira a obediência aos oficiais, senso crítico, maior cultura e preparo técnico-profissional do que seus subordinados[290] e uma identidade profissional robusta.[286] Os alunos da Escola de Sargentos das Armas são, em sua maioria, filhos de civis, mas muitos têm experiência militar prévia, especialmente no serviço militar obrigatório. Eles são mais velhos que os cadetes da AMAN (18–28 anos ao ingressar, com maior frequência na faixa de 20–24) e oriundos de famílias com rendas menores.[291]

Os oficiais e sargentos numa organização militar são oriundos de todo o país e transferidos ao longo da carreira. Entre os sargentos, isto é menos frequente e por distâncias menores.[289][292] Na sua carreira, marcada por cursos de formação, especialização e aperfeiçoamento, o sargento adquire estabilidade profissional aos dez anos de serviço. Formado terceiro sargento, pode ascender até subtenente ou a capitão do Quadro Auxiliar de Oficiais.[293] Existem ainda sargentos temporários oriundos de soldados que prestaram o serviço militar[294] e sargentos técnicos temporários, voluntários incorporados através de um estágio.[295]

Cabos e soldados

Jovens se apresentando para a fase de seleção do serviço militar em 2014

Os soldados nas unidades de combate são incorporados através do serviço militar obrigatório inicial.[296] O alistamento é obrigatório para os homens no ano que completam 18 anos.[297] Das três forças singulares, o Exército é a que mais depende do serviço militar obrigatório. Os conscritos são uma parte considerável de seu efetivo, ao contrário da Marinha e Aeronáutica, nas quais eles são uma pequena minoria.[298] Existem diversas alternativas a esta modalidade de serviço militar,[o] dentre as quais os Tiros de Guerra, dispersos em municípios em todo país, formam soldados reservistas sem ocupar o tempo integral de seus recrutas, conhecidos como atiradores.[299]

As Juntas de Serviço Militar, nível administrativo mais baixo da conscrição, estão em todo o país.[300] Entretanto, somente nos municípios tributários, escolhidos por motivos geográficos e econômicos, os alistados prosseguirão às etapas seguintes do processo.[301] Cada organização militar receberá recrutas das redondezas.[302] Ao final do processo, cerca de 5% dos alistados são incorporados ao serviço.[297][303] Em 2012, 92% eram voluntários, segundo o Exército.[304]

As justificativas oficiais para o sistema são as mesmas de seus defensores (tais como Olavo Bilac) quando o serviço militar obrigatório foi implantado no início do século XX. Segundo o comandante do Exército em 2007–2015, Enzo Martins Peri, o modelo atual é “mais democrático, universal e, socialmente, mais justo e equitativo” e complementa a “formação da cidadania nos aspectos espiritual, moral, físico, intelectual, profissional e cívico”.[305] O Exército procura moldar os recrutas num ideal de cidadão ordeiro, produtivo e patriótico e até mesmo faz iniciativas de qualificação profissional,[p] mas essa função social só se aplica à pequena minoria dos alistados convocada ao serviço.[306] No caso dos Tiros de Guerra, a baixa frequência de exercícios militares, deixando a maior parte do tempo a faxinas, manutenção das instalações e atividades cívico-sociais, pode ser um fator de frustração.[307]

Treinamento de recrutas no 50.º Batalhão de Infantaria de Selva

O ideal do serviço militar obrigatório como nivelador republicano, no qual servem todas as classes sociais, não corresponde à realidade.[306] Os jovens são recrutados, em sua maioria, entre famílias de baixa renda,[308] para as quais o serviço militar é uma alternativa à falta de oportunidades no mercado de trabalho.[309] O soldo de um recruta, entretanto, é inferior a um salário mínimo.[310]

O recruta, ou soldado do Efetivo Variável (EV), serve por um ano,[311][q] ao longo do qual deve ser transformado num reservista apto ao combate.[312] O recruta só é considerado pronto na última parte do ciclo, o período de adestramento, que dura cerca de quatro meses. Isto cria um hiato de operacionalidade em dois terços no ano.[313] Uma das soluções é variar os cronogramas para que, ao longo do ano, algumas unidades estejam operacionais e outras não. Não fica claro em qual parte do ano o Exército inteiro estaria treinado e pronto.[312]

Os soldados são militares temporários e não fazem carreira.[314] Os voluntários interessados em servir por mais de doze meses podem reengajar, isto é, prorrogar seu tempo de serviço, a depender dos claros (vagas) e do julgamento do Exército. O soldado reengajado passa do EV ao Núcleo-Base (NB), que também inclui militares de carreira.[315] O soldado do NB realiza cursos profissionalizantes e de ascensão, podendo ser promovido a cabo ou a sargento temporário.[316] Os reengajamentos podem ser solicitados anualmente até um máximo de 96 meses de serviço.[200][r] A meta definida em 1998 era de ter um efetivo de 75% NB e 25% EV.[317] Algumas brigadas têm efetivos mais profissionalizados;[312][318] a Brigada de Infantaria Paraquedista é composta só de voluntários,[319] e o 26.º Batalhão de Infantaria Paraquedista é composto exclusivamente pelo Núcleo-Base.[320]

Mulheres

Mulheres do Exército desfilando no Dia da Independência em Brasília

As mulheres são isentas do serviço militar obrigatório, mas podem se voluntariar como militares de carreira ou temporárias.[321] O Exército Brasileiro foi o primeiro na América do Sul a admitir mulheres como militares de carreira.[322] A primeira participação formal das mulheres no Exército foi em 1943, com as enfermeiras da FEB. A participação feminina retornou em 1992, acompanhando as mudanças na sociedade e a abertura da Marinha e Força Aérea às mulheres. Inicialmente ocupando cargos administrativos e técnicos no Quadro Complementar de Oficiais, ao longo da década as mulheres também foram admitidas no Quadro de Saúde, Quadro de Engenheiros Militares e quadros de oficiais e sargentos temporários.[323][324] A EsPCEx recebeu suas primeiras alunas em 2017, abrindo a linha bélica às mulheres, mas elas só tiveram as opções da Intendência e Material Bélico. O Exército planeja abrir a arma de Comunicações em 2024. As mulheres são cerca de 6% do corpo efetivo.[325]

Reservas

Entrega de blindados do Exército à Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, uma de suas forças auxiliares e de reserva

Ao final do serviço ativo, os militares passam à reserva, de onde ainda podem ser convocados para uma guerra ou emergência.[326] Os oficiais e graduados com no mínimo 30 anos de serviço, conhecidos como militares R1, passam à reserva remunerada.[327] Somente ao atingir uma idade-limite ou incapacidade física o militar da reserva remunerada é desobrigado da mobilização e, no lugar de reservista, torna-se reformado.[328] O ostracismo e a dificuldade de ajustamento à vida civil estão entre os motivos do Exército para financiar seus pensionistas e reservistas.[329]

Os militares temporários integram a reserva não remunerada. Por cinco anos após o final do serviço, o período de “disponibilidade”, eles são sujeitos ao Exercício de Apresentação da Reserva (EXAR).[330] Anualmente um certo número de reservistas é convocado para renovar suas capacidades e participar de uma operação. Para Frank McCann, a reserva é imensa, mas nunca houve uma convocação completa, e portanto, não se sabe se ela teria sucesso. Não há uma reserva organizada tal como nos Estados Unidos, com unidades de reserva encarregadas de conservar as habilidades desses militares.[312]

Em princípio, a constituição brasileira de 1988 designa as Polícias Militares (PMs) e Corpos de Bombeiros Militares (CBMs) como forças auxiliares e de reserva do Exército, embora na prática permaneçam entidades separadas, de âmbito estadual e não federal. As polícias militares, ao contrário das Forças Armadas, lidam com a população brasileira e não com o inimigo.[331] O Exército controla essas instituições através da Inspetoria Geral das Polícias Militares (IGPM). Sua interferência nos assuntos internos das PMs tem reduzido desde o fim da ditadura, mas ele mantém poderes de veto.[332] O IISS inclui as polícias militares na categoria de “gendarmeria & paramilitares”, quantificando 395 mil integrantes.[333]

Tradições e cultura

Condecorações do Exército

O Exército se atém a seus valores e identidade mesmo à medida que se moderniza, e nesse sentido é uma instituição conservadora. Ao captar indivíduos da sociedade, tranforma-os mais do que é transformado por eles.[334] O tenente-coronel e sociólogo Everton Araújo dos Santos define-o: “conservador, tradicional, hermético, austero, reservado e avesso a investigações”, tendo “muito bem delineados os contornos dos papéis sociais a serem desempenhados por cada um dos indivíduos que o compõem”.[335] O Exército pode também ser conservador externamente, com relação à sociedade civil e ao Estado.[336]

Os valores militares fundamentam-se numa distinção entre os mundos “de dentro” e “de fora”; o mundo militar é considerado mais organizado, honesto e patriótico que o civil.[337] Conforme o Estatuto dos Militares, as “manifestações essenciais do valor militar” são o patriotismo, o “civismo e o culto das tradições históricas”, a “fé na missão elevada das Forças Armadas”, o espírito de corpo, o amor à profissão e o aprimoramento técnico-profissional.[338]

Para se proteger das influências externas, o Exército oferece serviços para que “seu integrante, ao nela ingressar, [possa], lá dentro e durante toda a sua vida, de maneira isolada e protegido num mundo familiar e suficiente, ver satisfeitas boa parte das suas necessidades, e das de seus dependentes”. O sistema de sáude próprio do Exército, o FUSEx, abrange todas as necessidades de saúde e é de participação obrigatória dos militares e das pensionistas. Em viagens, oficiais, sargentos e dependentes podem ser hospedados nos hotéis de trânsito do Exército. O serviço religioso é coberto por padres católicos e pastores evangélicos assimilados como oficiais. Existem áreas de lazer exclusivas ao “público interno”, como a praia do Imbuí, em Niterói. É possível chegar ao generalato cursando, desde a infância, somente instituições militares,[339] e a maior prioridade do ensino militar é a formação moral, servindo assim de mais um mecanismo de proteção.[340]

Para reforçar as práticas e comportamentos consagrados, dando-lhes a respeitabilidade do passado, e dar identidade ao Exército e unidades específicas, a instituição cultua tradições, normalmente símbolos, ritos e cerimônias. Pode-se citar o culto a “patronos”, a ordem de precedência entre as armas, quadros e serviços, os salões nobres ou de honra, as galerias de antigos comandantes, as “denominações históricas” de organizações militares, o lema do Exército[s] e a designação da Primeira Batalha dos Guararapes como o marco da fundação da força.[341]

Patronos e datas

Estátua de Caxias no Dia do Soldado

Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, é a “representação máxima da autoridade, da ordem e da tradição para o Exército Brasileiro”.[342] No centenário de sua morte, em 1980, o ministro do Exército Walter Pires chamou-o de “personificação do próprio Exército” e “modelo perfeito de soldado”. Caxias é designado “patrono do Exército” e seu aniversário em 25 de agosto é comemorado como o “Dia do Exército”. O “culto” a Caxias foi oficializado em 1923 e promovido pelos autoridades militares como símbolo de um militar disciplinado e leal. Até então, a principal comemoração era 24 de maio, aniversário da Batalha de Tuiuti, e Caxias era menos comemorado que Manuel Luís Osório.[343]

Num patamar abaixo de Caxias, as armas, quadros e serviços têm seus próprios patronos, como Antônio de Sampaio, da Infantaria, Villagran Cabrita, da Engenharia, e Emílio Luís Mallet, da Artilharia. Algumas especialidades e círculos sociais, como as forças especiais, a aviação e a família militar, também têm patronos designados. Todos são vultos históricos usados como exemplos de atitudes e virtudes necessárias à atividade militar. O culto a essas figuras consolidou-se na década de 1960.[344] O aniversário de Sampaio, por exemplo, é o “Dia da Infantaria”.[343]

A única data com importância equivalente ao Dia do Soldado é o Dia do Exército, 19 de abril, no aniversário da Primeira Batalha dos Guararapes. Esta comemoração evoca as crenças de que o Exército nasceu junto com a nação brasileira, é composto das “três raças formadoras da essência do povo brasileiro” e derrotou, através da guerrilha e emboscadas, um invasor estrangeiro, militarmente mais poderoso. A comemoração de Guararapes pode também ser associada à defesa da Amazônia e à “estratégia de resistência”.[20]

Simbologia

O Exército tem símbolos visuais — brasões, bandeiras, estandartes e galhardetes — e auditivos — toques de tambores, cornetas e clarins, canções, gritos e refrões de guerra.[345] Nos desfiles, seu gênero musical dominante é o dobrado, tocado por bandas militares e fanfarras.[t] Existem hinos e canções do Exército, das armas, quadros e serviços, das organizações militares e canções tradicionais.[346] Da mesma forma, tropas específicas têm seus próprios gritos de guerra. Os mais tradicionais são “Selva”, dos guerreiros de selva, e “Brasil acima de tudo”, originado entre os paraquedistas e depois disseminado.[u] Na identidade visual, o Exército tem um símbolo, um brasão de armas e um estandarte no qual figura o brasão.[347]

Parte das organizações militares carrega estandartes, suas “bandeiras de guerra”, e todas têm distintivos. Comandantes, chefes e diretores são identificados por bandeiras-insígnias. Armas, quadros e serviços têm seus próprios símbolos e cores heráldicas.[351] As organizações com estandartes têm “denominações históricas” referentes datas, locais ou personagens relacionados à história da organização ou de suas antecessoras, como o “5.° Batalhão de Infantaria Leve – Regimento Itororó”.[352]

Organização

Quartel-General do Exército em Brasília

Como parte das Forças Armadas Brasileiras, o Exército Brasileiro tem sua direção superior exercida pelo Ministério da Defesa e seu Comandante Supremo é o Presidente da República, que nomeia um comandante do Exército indicado pelo ministro da Defesa. Sua estrutura, complexa e bem demarcada territorialmente, é centrada no Comando do Exército, que tem autonomia funcional.[353] O Quartel-General do Exército fica no Setor Militar Urbano, em Brasília.[354]

O Comando do Exército tem um Órgão de Direção Geral, o Estado-Maior do Exército (EME), quatro Órgãos de Assessoramento Superior,[v] seis Órgãos de Assistência Direta e Imediata,[w] um Órgão de Direção Operacional, o Comando de Operações Terrestres (COTER), e seis Órgãos de Direção Setorial (ODS).[x]

O braço operacional do Exército é a Força Terrestre.[355] O COTER, criado para desonerar o EME dos aspectos executivos das operações,[356] avalia a capacidade operacional e instrução da Força Terrestre. O EME formula a doutrina militar,[357] o planejamento estratégico e as diretrizes gerais de atuação.[358] O Alto Comando do Exército (ACE), integrado pelos generais de exército,[278] é somente um órgão de assessoramento superior, mas foi órgão de direção geral, coexistindo com o EME, até 2006.[359] A Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel) é vinculada ao Comando do Exército.[360]

Várias ODS têm vinculação técnica com unidades da Força Terrestre.[361] O Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) é também vinculado à Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel) e tem na sua estrutura o Centro Tecnológico do Exército (CTEx),[362] órgão de pesquisa responsável por projetos como o Radar Saber, ALAC e MSS-1.2.[363]

Estrutura da Força Terrestre em 2018

Comandos, divisões e regiões

A Força Terrestre é composta por oito Comandos Militares de Área, cada qual responsável por uma porção do território nacional.[364] A subdivisão do território, quando criada, tinha certa semelhança com a regionalização do IBGE de 1969.[365] Os Comandos Militares de Área evoluíram dos quatro Exércitos numerados e dois comandos de área existentes até 1985.[366] Eles enquadram grandes comandos operacionais, as Divisões de Exército (DEs), e grandes comandos administrativos, logísticos e territoriais, as Regiões Militares (RMs).[364] Algumas RMs comandam organizações militares combatentes, mas isto não é o padrão.[367] As DEs são comandos de coordenação de brigadas e não possuem constituição fixa.[368]

Comandos Militares de Área, Divisões de Exército e Regiões Militares[369]
Comandos de Área Divisões de Exército Regiões Militares Área de jurisdiação
Comando Militar da Amazônia (CMA) - Manaus, AM 12.ª - Manaus, AM Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia
Comando Militar do Norte (CMN) - Belém, PA 8.ª - Belém, PA Pará, Amapá, Maranhão e Bico do Papagaio[y]
Comando Militar do Nordeste (CMNE) - Recife, PE 7.ª (Recife, PE)[370] 6.ª -Salvador, BA Bahia e Sergipe
7.ª - Recife, PE Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte
10.ª -Fortaleza, CE Ceará e Piauí
Comando Militar do Oeste (CMO) - Campo Grande, MS 9.ª - Campo Grande, MS Mato Grosso do Sul e Mato Grosso
Comando Militar do Planalto (CMP) - Brasília, DF 11.ª - Brasília, DF Distrito Federal, Goiás, Tocantins (exceto o Bico do Papagaio)[y] e Triângulo Mineiro[z]
Comando Militar do Leste (CML) - Rio de Janeiro, RJ 1.ª (Rio de Janeiro, RJ)[371] 1.ª - Rio de Janeiro, RJ Rio de Janeiro e Espírito Santo
4.ª - Belo Horizonte, MG Minas Gerais, exceto o Triângulo Mineiro[z]
Comando Militar do Sudeste (CMSE) - São Paulo, SP 2.ª (São Paulo, SP)[372] 2.ª - São Paulo, SP São Paulo
Comando Militar do Sul (CMS) - Porto Alegre, RS 3.ª (Santa Maria, RS), 5.ª (Curitiba, PR), 6.ª (Porto Alegre, RS)[373] 3.ª - Porto Alegre, RS Rio Grande do Sul
5.ª -Curitiba, PR Paraná e Santa Catarina

Brigadas e unidades

De cima para baixo, o 16.° Batalhão de Infantaria Motorizado, 13.º Regimento de Cavalaria Mecanizado e 7.º Batalhão de Infantaria Blindado

Conforme a doutrina do Exército, a brigada é a “grande unidade (GU) básica de combinação de armas”, “com capacidade de atuar independente e de durar na ação”. Seus principais componentes são batalhões de infantaria e regimentos de cavalaria,[374] que são apoiados por elementos de comando, artilharia de campanha, logística, reconhecimento e segurança, artilharia antiaérea, engenharia de combate, comunicações e Polícia do Exército.[375] Cada tipo de brigada tem uma constituição fixa,[368] mas a constituição real pode divergir da doutrinária, e várias brigadas são incompletas.[376] O efetivo de uma brigada pode ser inferior a 2 000 militares ou superior a 5 000.[377]

As brigadas de Cavalaria Blindada e Infantaria Blindada são brigadas pesadas.[378] Sua composição é idêntica, tendo como peças principais dois regimentos de carros de combate e dois batalhões de infantaria blindada.[379] As brigadas de Cavalaria Mecanizada e Infantaria Mecanizada são brigadas médias;[378] uma Brigada de Cavalaria Mecanizada tem dois regimentos de cavalaria mecanizada e um de cavalaria blindada,[aa] enquanto a Brigada de Infantaria Mecanizada, com três batalhões de infantaria mecanizada, pode ser comparada ao Stryker Brigade Combat Team do Exército dos Estados Unidos.[380] As demais (Infantaria Motorizada, Infantaria Leve, Infantaria Paraquedista, Infantaria de Selva e Infantaria de Pantanal) são brigadas leves,[ab] compostas de três batalhões de infantaria de vários tipos.[159]

As brigadas subordinam-se a uma Divisão de Exército ou a um Comando Militar de Área. Em situação equivalente, existem Artilharias Divisionárias, Grupamentos de Engenharia e comandos de emprego específico: de Aviação, de Operações Especiais, de Defesa Antiaérea, de Artilharia, de Comunicações e Guerra Eletrônica e de Defesa Cibernética.[378]

Os batalhões (na infantaria, engenharia e comunicações), regimentos (na cavalaria), grupos (na artilharia), parques (no Material Bélico) e depósitos (na Intendência) são denominados “unidades”, compostos de uma única arma e comandados por um coronel ou tenente-coronel. Nas armas combatentes, as unidades têm de 500 a 900 militares. Delas fazem parte as “subunidades”: companhias (na infantaria, engenharia ou comunicações), esquadrões (na cavalaria), baterias (na artilharia) e esquadrilha (na aviação). Algumas subunidades são independentes, com administração própria.[381][382]

Distribuição geográfica

Localização das brigadas em 2024 e seus respectivos grupos de emprego

A distribuição da tropa no território nacional acompanha a estratégia, guardando resquícios das diretrizes passadas.[383] O país é amplamente pontilhado de quartéis,[384] até nas fronteiras mais remotas.[385] Batalhões de engenharia de construção trabalham em vários eixos rodoviários e ferroviários.[386] Ao longo da história, cada reorganização e aumento do efetivo preencheram mais espaços, conforme preconiza a “Estratégia da Presença”. Isto difere, por exemplo, do Exército Chileno, que desde os anos 1990 tornou-se compacto e móvel.[387] Ainda assim, o Exército Brasileiro tem forças de reação estratégica no “núcleo central” do país, entre São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, de onde podem acessar qualquer outra região.[388]

A maior concentração está no Centro-Sul, apesar da prioridade atribuída à Amazônia na defesa nacional. Os núcleos do poder político (Distrito Federal) e econômico (São Paulo e Rio de Janeiro) e alguns estados fronteiriços (Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul e Amazonas) têm maiores números de unidades de combate e apoio logístico e administrativo.[389] Historicamente a guarnição mais politicamente importante era a do Rio de Janeiro, pois a capital esteve ali até 1960; além disso, as principais escolas militares estão naquele estado. A outra concentração histórica é no Sul, visando a fronteira com a Argentina, rival tradicional do Brasil no continente.[390] O Rio de Janeiro perdeu várias brigadas a partir dos anos 1990,[391] enquanto o Comando Militar do Sul manteve sua primazia. Em 2011 ele comandava 90% dos blindados, 100% da artilharia autopropulsada, 75% da engenharia e 75% da cavalaria mecanizada do Exército.[392]

Grupos de emprego e Forças de Prontidão

Forças especializadas de emprego estratégico (Comando de Aviação e Comando de Operações Especiais)
Força de emprego geral (6.ª Brigada de Infantaria Blindada)

A Força Terrestre é dividida em três “grupos de emprego”: as Forças de Emprego Geral, que reforçam as demais, as Forças de Emprego Imediato, que atuam na faixa de fronteira, e as Forças de Emprego Estratégico, que se deslocam para qualquer parte do país, sendo “forças com poder de combate que possibilitam, em situações de crise/conflito armado, o desequilíbrio estratégico, por meio das estratégias dissuasão e ofensiva”. Existem ainda os módulos de apoio e as Forças Especializadas de Emprego Estratégico.[393] Na distribuição de material e pessoal, a prioridade é das Forças de Emprego Estratégico e de algumas Forças de Emprego Geral.[394]

Os grupos de emprego foram definidos em 2017[ac] e substituem categorizações mais antigas, como as “Forças de Atuação Estratégica” e, antes delas, as “Forças de Ação Rápida Estratégica” (FAR Estrt),[395] entendidas como a reserva estratégica do Exército, com grande mobilidade, completas em pessoal e com todos os treinamentos realizados. Uma série de companhias e batalhões eram designadas como FAR regionais.[396] As demais forças, denominadas “Organizações Militares Operacionais”, teriam faltas maiores de pessoal e material, e seriam as principais responsáveis pela formação da reserva.[397] Até os anos 1990, a Brigada de Infantaria Paraquedista era a única força de pronto-emprego estratégico.[398]

As Forças de Emprego Estratégico, Forças Especializadas de Emprego Estratégico, Forças de Emprego Geral prioritárias e módulos de apoio compõem as Forças de Prontidão (FORPRON),[399] que mantém um rodízio de efetivos profissionais.[400] As FORPRON são compostas de uma tropa equivalente a uma unidade[ad] fornecida por cada uma das brigadas, com um efetivo total de 9 150 militares em 2023.[ae] O Exército planeja ter, ao todo, uma divisão composta de duas brigadas a partir das FORPRON.[401] A partir das FORPRON, o Exército pode selecionar uma força expedicionária ou força de paz para enviar ao exterior.[402]

Componentes especializados

Operações Especiais

Atirador de elite das forças de operações especiais
Ver artigo principal: Comando de Operações Especiais

As operações especiais do Exército envolvem um “adestramento altamente especializado do combatente, a utilização de armamentos e equipamentos não convencionais, missões com alta sensibilidade política, a aplicação heterodoxa dos princípios da guerra, e o aproveitamento de oportunidades limitadas”, em missões de guerra irregular, ação direta, reconhecimento estratégico, contraguerrilha, contraterrorismo, operações psicológicas, busca e salvamento e assistência humanitária.[403] As forças encarregadas são enquadradas pelo Comando de Operações Especiais (C Op Esp), sediado em Goiânia e subordinado ao Comando Militar do Planalto, com vínculo de preparo e emprego ao COTER. A exceção é a 3.ª Companhia de Forças Especiais (Força 3), em Manaus, que é subordinada ao Comando Militar da Amazônia, mas vinculada ao C Op Esp.[404][405]

Suas unidades principais são o 1.º Batalhão de Ações de Comandos (BAC) e 1.º Batalhão de Forças Especiais (BFEsp);[406] ambos são unidades de elite, de difícil ingresso.[af] O treinamento dos militares do 1.º BFEsp, também chamados de “FEs” ou “fantasmas”, é comparável ao da Delta Force americana e inclui longas patrulhas na selva amazônica e estratégias de combate à criminalidade urbana.[407][408]

Especializações por terreno

De cima para baixo: a infantaria de selva, 17.º Batalhão de Fronteira e 72.º Batalhão de Infantaria de Caatinga

Presente em todos os biomas do Brasil, o Exército tem tropas especializadas para os ambientes de montanha, Pantanal, caatinga, selva[409] (que, no contexto do Exército, refere-se à Amazônia),[410] e urbano.[411] Os cursos e estágios de especialização nesses ambientes são realizados em alguns batalhões ou em centros de instrução.[412]

O adestramento para a selva ocorre em grande parte nas próprias organizações militares na Amazônia, mas existe um centro de treinamento especializado, o Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), em Manaus. Com exigências físicas e mentais extremas, ele é altamente concorrido[410] e internacionalmente renomado.[413][414] A infantaria de selva brasileira é caracterizada pela sobrevivência no ambiente hostil, frações descentralizadas, movimentos fluviais e aéreos e manobras de flanco.[415][416] Os teóricos do Exército reconhecem que o Brasil não resistiria por meios convencionais à invasão da Amazônia por uma força militar superior, tal como a dos Estados Unidos. Inspirados na Guerra do Vietnã e em sua experiência no Araguaia, eles propõem uma guerrilha para desgastar a vontade do invasor,[417] na chamada “Estratégia de Resistência”.[418]

Essas forças especializadas compreendem as seis Brigadas de Infantaria de Selva desdobradas na Amazônia: a 1.ª em Boa Vista, 2.ª em São Gabriel da Cachoeira, 16.ª em Tefé, 17.ª em Porto Velho, 22.ª em Macapá e 23.ª em Marabá.[419] Alguns de seus Batalhões de Infantaria de Selva (BIS) são designados “Comandos de Fronteira” e enquadram Companhias e Pelotões Especiais de Fronteira (CEF e PEF); embora fundamentais na vigilância, os pelotões têm poder militar muito limitado.[420] Os recrutas nos postos de fronteira são em grande parte indígenas locais, mas existem tensões com as populações.[421]

A instrução de montanhismo militar ocorre na 4.ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha, de Juiz de Fora,[422] e não inclui operações na neve, como em ambientes de montanha de outros países.[423] Os Estágios de Operações no Pantanal são ministrados pelo 17.º Batalhão de Fronteira, de Corumbá.[424] Empregando o transporte hidroviário e aéreo, ele patrulha continuamente a fronteira e é subordinado à 18.ª Brigada de Infantaria de Pantanal.[425] O Centro de Instrução de Operações na Caatinga (CIOpC) é orgânico do 72.º Batalhão de Infantaria de Caatinga,[ag] de Petrolina, Pernambuco. Os combatentes da caatinga distinguem-se pelo uniforme reforçado de couro, para se proteger da vegetação espinhenta.[426][427] O Centro de Instrução de Operações Urbanas integra o 28.º Batalhão de Infantaria Mecanizado, em Campinas.[428][411]

Especializações por transporte aéreo

Salto paraquedista
Infantaria aeromóvel com a Aviação do Exército

A Brigada de Infantaria Paraquedista e a 12.ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) são as duas brigadas listadas pelo IISS na categoria de "manobra aérea", isto é, treinadas e equipadas para alcançar o campo de batalha por aviões de transporte e/ou helicópteros.[429] Fora da brigada existe mais uma unidade aeromóvel, o 1.° Batalhão de Infantaria de Selva, em Manaus.[430] A infantaria de montanha, por também ser infantaria leve, pode ser aerotransportada.[422]

A brigada aeromóvel é especializada nas operações helitransportadas (junto com a Aviação do Exército), mas por ser leve em equipamentos e armamentos, pode também ser transportada em aviões da FAB ou meios civis como vans, ônibus, caminhões, trens e navios. Seu conceito operacional é focado na infiltração, exfiltração e assalto aeromóveis atrás das linhas inimigas, empregando os helicópteros da Aviação do Exército.[431] Subordinada à 2.ª Divisão de Exército, a brigada é sediada em Caçapava, São Paulo,[372] na região do eixo Rio-São Paulo, onde está próxima ao Comando de Aviação do Exército.[432] A Aviação do Exército tem dois batalhões em Taubaté, um em Campo Grande, um em Manaus e um destacamento em Belém.[433]

A brigada paraquedista, por sua vez, é focada no assalto aeroterrestre, embora nunca tenha realizado um salto paraquedista em massa fora de exercícios e manobras. Sua grande utilidade reside no transporte imediato de suas tropas, e suas situações recentes de emprego costumam ser em ambiente urbano.[434] Sua missão oficial é “deslocar-se rapidamente [...] aerotransportada ou lançada de pára-quedas”, chegando em até 48 horas a qualquer ponto no território. Os paraquedistas são tidos como uma tropa de elite dentro do Exército[435] e uma “vitrine” da instituição.[434] A Brigada recebe muito mais voluntários do que tem vagas,[436] é mais rigorosa na seleção[437] e cultiva uma “mística paraquedista” e uma identidade e valores próprios.[438] Algumas tradições distinguem visualmente os paraquedistas, como os coturnos marrons, boina grená e brevê de asas de prata. Sediada no Rio de Janeiro, a brigada é subordinada ao Comando de Operações Terrestres e ao Comando Militar do Leste.[439]

Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear

Tropa DQBRN

A defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN) é de responsabilidade do 1.° Batalhão DBQRN (subordinado ao Comando Militar do Leste), a Companhia DQBRN (subordinada ao Comando de Operações Especiais), a Escola de Instrução Especializada e o Instituto DQBRN do Centro Tecnológico do Exército, em coordenação com seus correspondentes nas Forças Armadas, a Comissão Nacional de Energia Nuclear e organismos internacionais como a Agência Internacional de Energia Atômica e a Organização para a Proibição de Armas Químicas. Elas podem ser usadas em resposta a acidentes (seu primeiro emprego real foi no acidente radiológico de Goiânia, em 1987), ataques terroristas[440][441] e em ambiente de guerra, para recuperar forças atacadas por essas armas de destruição em massa. Para tanto, elas realizam o reconhecimento, identificação e descontaminação das ameaças QBRN.[442][443]

Polícia do Exército

Tropa de controle de distúrbios da PE

A Polícia do Exército (PE) é, no sentido genérico, a polícia militar do Exército Brasileiro, e não deve ser confundida com as forças policiais estaduais.[ah] Seus militares são identificados por um braçal com as letras “PE”. Ela é uma tropa especializada de infantaria disponível a cada escalão de comando: os Comandos Militares de Área têm batalhões de PE, as divisões têm companhias e as brigadas têm pelotões. A PE fiscaliza a disciplina da tropa, previne e investiga o crime, faz a segurança de autoridades, custodia presos e patrulha instalações, entre outras atribuições. Ela é usada tanto em operações militares convencionais quanto no combate à criminalidade.[444] A atual doutrina da PE reconhece uma atuação ampla e híbrida em “terrenos humanizados (urbanos ou rurais)”, nos quais existem “atores agindo em espaços que vão além do campo de batalha” e múltiplas dimensões — física, humana e informacional — do ambiente operacional.[445]

Infantaria e cavalaria de guarda

BGP e Dragões da Independência na troca da guarda do Palácio do Planalto

As “organizações militares de guarda” pertencem à infantaria e à cavalaria e são vocacionadas para a segurança e o cerimonial militar. Em operações de GLO, elas podem realizar a busca e apreensão, patrulhamento ostensivo e controle de distúrbios, entre outras atividades.[446] Os três regimentos de cavalaria de guarda são os últimos ainda montados a cavalo.[447]

Duas unidades de guarda alternam a guarda da rampa do Palácio do Planalto, local de trabalho do Presidente da República: o Batalhão da Guarda Presidencial (BGP) e o 1.º Regimento de Cavalaria de Guardas, os “Dragões da Independência”. O BGP é responsável pela guarda e cerimonial do presidente, chefes de Estado do corpo diplomático.[448][449] Durante manifestações, ele atua como tropa de choque, armada com escudos, cassetetes, spray de pimenta e balas de borracha.[450][451]

Equipamento

Blindados

Da esquerda para a direita: ASTROS II, Gepard, M109, Leopard 1, VBTP-MR Guarani e M113

No Exército Brasileiro, as forças centradas em veículos blindados de combate são denominadas “blindadas”, se seus veículos movem-se sobre lagartas, e “mecanizadas”, se usam rodas.[452] A “espinha dorsal” das forças blindadas e da Cavalaria é o Leopard 1A5 BR.[453][454] Em 2023 o Exército operava 220 unidades desse modelo, 41 do Leopard 1A1 BE e 35 do M60 A3 TTS, para um total de 296 main battle tanks (MBTs, ou carros de combate). Eles são complementados por 660 veículos blindados de transporte de pessoal (VBTPs) sobre lagartas, de vários modelos de M-113 e do M577 A2, pelo menos sete viaturas blindadas de engenharia, treze de socorro e cinco lança-pontes.[455] As brigadas blindadas não usam veículos de combate de infantaria.[456] As forças mecanizadas contam com cerca de 575 VBTPs Guarani, 408 viaturas blindadas de reconhecimento EE-9 Cascavel[455] e cinco EE-11 Urutu.[457]

Quantitativamente, o Exército Brasileiro tem a maior frota de MBTs da América do Sul. Entretanto, somente o Exército Chileno tem MBTs modernos, conforme a classificação do IISS.[458] A condição de vantagem numérica, em carros de combate e em blindados em geral, é a mesma observada em números dos anos 2000 e início dos 2010.[459][460] Qualitativamente, os exércitos da região, exceto o chileno, operavam blindados projetados nas décadas de 1960 e 1970.[461] O Leopard 1A5, por exemplo, é de tecnologia dos anos 1980, mas foi comprado pelo Brasil nos anos 2000.[454] A disseminação de mísseis anticarro nos exércitos de países vizinhos já é uma ameaça às forças blindadas brasileiras.[462] A Diretriz de Implantação do Subprograma Forças Blindadas, em 2020, reconheceu que a maior parte da frota de blindados já estava próxima ao fim do ciclo de vida.[463]

Artilharia

Obuseiros M114 rebocados
Obuseiro autopropulsado M109
Sistema de canhões antiaéreos Gepard

A Arma de Artilharia subdivide-se em grupos e baterias de Artilharia de Campanha, Artilharia de Mísseis e Foguetes e Artilharia Antiaérea.[464][ai] O IISS estimou uma quantia de 1 881 peças de Artilharia de Campanha e de Mísseis e Foguetes em 2023: 1 245 morteiros (1.168 de calibre 81 mm e os demais, 120 mm), 431 peças de artilharia rebocada (336 de 105 mm e 95 de 155 mm), 169 peças de artilharia autopropulsada de 155 mm e 36 lançadores de mísseis e foguetes. Entretanto, existem números menores para vários modelos.[aj] O número era parecido por volta de 2009, representando uma leve preponderância numérica no continente.[465]

No quesito tecnológico, modernos lançadores de mísseis convivem com obuseiros fabricados na década de 1950, com uma média de alcance de dez a quinze quilômetros. Os sistemas mais sofisticados estão na Artilharia de Mísseis e Foguetes, com plataformas ASTROS II organizadas em dois Grupos de Mísseis e Foguetes, somando 78 veículos lançadores e de postos de comando, remuniciadores, radares, oficinas e meteorológicos. Eles estão sediados em Formosa, Goiás, e subordinados ao Comando de Artilharia do Exército. Esta é a artilharia estratégica do Exército, com os maiores alcances, podendo atingir alvos a 90 quilômetros com foguetes de sub munições ou 300 quilômetros com mísseis de cruzeiro,[464][466] embora estes últimos ainda não estavam em serviço em 2023.[199]

A Artilharia de Campanha autopropulsada, que apoia as brigadas blindadas,[467] tem vários modelos dos obuseiros M109, de 155 mm, apoiados por remuniciadores M992 A2. O restante da Artilharia de Campanha usa obuseiros como o M101 e M102, de 105 mm, e o M114, de 155 mm. Os paraquedistas e a infantaria leve são apoiados pelos obuseiros aerotransportáveis Oto Melara M56 e L118, ambos de 105 mm. O morteiro raiado pesado M2, de 120 mm, é também importante.[464]

A Artilharia Antiaérea conta com 34 viaturas blindadas Gepard, distribuídas às brigadas blindadas. As demais baterias e grupos usam mísseis terra-ar portáteis (MANPADS) 9K338 Igla-S, RBS 70 e RBS NG. Todos são de baixa altura e alcance. O Exército Brasileiro não tem uma defesa antiaérea de média altura.[468][469]

Aviação

Helicópteros da Aviação do Exército
Ver artigo principal: Aviação do Exército

Em 2022 a Aviação do Exército operava 95 helicópteros de modelos HA-1 Esquilo, HM-1 Pantera, HM-2 Black Hawk, HM-3 Cougar e HM-4 Jaguar.[470] No início dos anos 2000, a frota brasileira era a segunda maior entre os exércitos sul-americanos. Em comum com a maioria das aviações de exército regionais, ela foca em helicópteros de transporte e não tem helicópteros de ataque dedicados.[471] A capacidade de transporte das aeronaves sediadas em 2020 na Base de Aviação de Taubaté, próximas à 12.ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel), não chega a ser suficiente para transportar um batalhão de infantaria inteiro.[472]

Ver também

Notas

  1. Nunes, Debate teórico e inferências a partir do caso da Doutrina Delta (2023), p. 65. “Assim, em alguns tópicos, os relatórios dos ministros de Guerra das décadas de 1930 e de 1940 pouco diferiam do retrato devastador da situação do Exército em 1918, traçado pelo então ministro Pandiá Calógeras: insucesso do sistema de alistamento e sorteio militar, pouca ou nenhuma indústria de base militar, depósitos vazios, munição escassa e deficiente, instrução medíocre da tropa, o oficialato ocupado mais da burocracia militar do que as missões e o aperfeiçoamento profissional”. Ferraz, Francisco César Alves (2021). «O Serviço militar brasileiro na hora da verdade: a preparação para o combate em tempos de paz e a participação brasileira na Campanha da Itália». Fuerzas Armadas, fronteras y territorios en Sudamérica en el siglo XX: Perspectivas y experiencias desde Argentina y Brasil. La Plata: UNLP . p. 146-147.
  2. O saliente nordestino seria a provável cabeça de ponte de uma hipotética invasão do Eixo na América do Sul, e o Exército expandiu seu efetivo ali de 5 mil para 60 mil homens (Bento, Cláudio Moreira (1991). «Participação das Forças Armadas e da Marinha Mercante do Brasil na Segunda Guerra Mundial (1942-1945)». Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (172) ). Antes da entrada do Brasil na guerra, as Forças Armadas dos Estados Unidos pensaram numa invasão delas mesmas à região (Plan Rubber), e não esperavam resistência forte do Exército Brasileiro no maior objetivo, Natal (Gannon, Michael; Oliveira, José Maria do Amaral (outubro–dezembro de 2000). «Quosque tandem...? Quo jure? A invasão do Brasil». Revista Marítima Brasileira. 120 (10–12) .
  3. “Em abril de 1981, atendendo a um convite do comandante do Exército argentino, o general Walter Pires, então Ministro do Exército Brasileiro, visitou instalações militares daquele país e verificou que o país vizinho, em função da corrida armamentista com o Chile, havia adquirido o que havia de mais moderno em material bélico, contrastando com a obsolescência de boa parte do equipamento brasileiro, sobretudo quanto ao material de artilharia, blindados e meios eletrônicos.”' As forças armadas no Brasil (1987), editora Espaço e Tempo, p. 8, reproduzido em Siqueira, Júlio César Aguiar (2019). A evolução da estrutura organizacional do Exército Brasileiro entre 1970 e 2005 (PDF) (Monografia). Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Cópia arquivada (PDF) em 7 de outubro de 2022 . p 38.
  4. Originalmente “Projetos Estratégicos” e mais tarde “Programas Estratégicos”, agrupados no “Portfólio Estratégico do Exército”. Vide O Portfólio Estratégico do Exército, Revista Verde-Oliva, n.º 237, 2017.
  5. Dullius, Gastos militares na América do Sul (2008), p. 12, notando, porém, que o Exército Colombiano já estava maior do que o brasileiro. Em 2023, porém, ele tinha um efetivo de 185 900 (IISS, The Military Balance (2023), p. 390), inferior ao brasileiro.
  6. Marechal, general de exército, general de divisão e general de brigada, respectivamente identificados por cinco, quatro, três e duas estrelas (Hudson, Brazil: a country study (1998), p. 386).
  7. Coronel, tenente-coronel e major.
  8. O círculo só compreende o posto de capitão.
  9. Primeiro tenente e segundo tenente. O aspirante a oficial, considerado um “praça especial”, é superior aos praças e frequenta o círculo dos oficiais subalternos.
  10. Subtenente, primeiro sargento, segundo sargento e primeiro sargento.
  11. Até então, a camuflagem era usada entre paraquedistas, guerreiros de selva e cadetes (Pedrosa, Uniformes do Exército Brasileiro (2022), p. 734).
  12. Oliveira & Mathias, Profissionalização militar (2020), p. 52. Os autores mencionaram apenas o ensino médio ou técnico dos sargentos, mas a Escola de Sargentos das Armas é de nível superior (tecnólogo).
  13. Santos & Raposo, A elite do Exército (2019), p. 65-72. As promoções para cada posto ocorrem numa mesma época, e as turmas formadas na AMAN são promovidas com uma diferença de no máximo um ano entre o primeiro e o último. A classificação da AMAN influencia quais receberão as melhores oportunidades, e o “zero-um”, o melhor classificado (mais antigo) na sua respectiva Arma, Quadro ou Serviço, tem muitas expectativas nos ombros.
  14. Santos & Raposo, A elite do Exército (2019), p. 69. O sistema é estritamente “up or out [en]”, nas definição de Hudson 1998.
  15. Kuhlmann, Razões da permanência do modelo de recrutamento no Brasil (2001), p. 72. Pode-se citar também os estudantes de Medicina, Farmácia, Odontologia ou Medicina Veterinária (MFDV) que realizam o serviço militar obrigatório como oficiais, os oficiais da reserva R/2 e os alunos de Escolas de Instrução Militar; vide a página da Diretoria do Serviço Militar.
  16. Por exemplo, pelo Projeto Soldado Cidadão, existente desde 2004 com o objetivo de “qualificar profissionalmente os recrutas que prestam o Serviço Militar, complementando sua formação cívica-cidadã e facilitando seu ingresso no mercado de trabalho, após o período obrigatório junto às Forças Armadas” .
  17. O que pode ser dilatado por mais seis meses, por interesse do Exército. Vide a descrição da Diretoria de Serviço Militar.
  18. Ou seja, menos que os dez anos necessários para a estabilidade no emprego, como prevê a legislação trabalhista; além disso, a profissionalização dos praças é tradicionalmente considerada dentro do Exército como ameaça à disciplina (McCann, The Brazilian Armed Forces (2017), p. 75).
  19. “Braço Forte, Mão Amiga”, instituído pelo Centro de Comunicação Social do Exército em 1992, em substituição a “Exército: Segurança e Integração” (Pedrosa, Tradições do Exército Brasileiro (2022), p. 725).
  20. Pedrosa, Fernando Velôzo Gomes (2022). «Bandas, fanfarras, marchas e dobrados militares». In: Silva, Francisco Carlos Teixeira da, et al. (org.). Dicionário de história militar do Brasil (1822-2022): volume I. Rio de Janeiro: Autografia . As bandas de música têm instrumentos de sopro, de metal, de palheta, flautas e percussão. A designação de fanfarra ou banda é apenas formal, pois elas têm os mesmos instrumentos, apenas em proporções diferentes. O Exército não tem uma tradição de bandas marciais, compostas somente de instrumentos de metal e percussão, como no Corpo de Fuzileiros Navais.
  21. “Os gritos e refrões de guerra são usados para despertar o entusiasmo da tropa em situações de combate, eventos esportivos e no seu dia a dia. Dentro das unidades ou quando diversas unidades estão reunidas, servem para marcar a presença de determinado elemento de tropa e criar um clima de rivalidade positiva”. “É frequente o militar do Exército receber uma ordem e responder "Brasil!" ou "Selva!" ou "Aço!"”. Pedrosa, Fernando Velôzo Gomes (2022). «Gritos e refrões de guerra do Exército Brasileiro». In: Silva, Francisco Carlos Teixeira da, et al. (org.). Dicionário de história militar do Brasil (1822-2022): volume I. Rio de Janeiro: Autografia .
  22. Alto Comando do Exército, (ACE), Conselho Superior de Economia e Finanças (CONSEF), Conselho Superior de Tecnologia da Informação (CONTIEx) e Conselho Superior de Racionalização e Transformação (CONSURT).
  23. Gabinete do Comandante do Exército (Gab Cmt Ex), Secretaria-Geral do Exército (SGEx), Centro de Inteligência do Exército (CIE), Centro de Comunicação Social do Exército (CComSEx), Centro de Controle Interno do Exército (CCIEx) e Consultoria Jurídica Adjunta do Comando do Exército (CJACEx).
  24. Comando Logístico (COLOG), Departamento de Engenharia e Construção (DEC), Departamento-Geral do Pessoal (DGP), Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx), Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) e Secretaria de Economia e Finanças (SEF). Todos os órgãos são listados no Livro Branco de Defesa Nacional (2020), p. 75.
  25. a b Entende-se como Bico do Papagaio a área setentrional do Estado do Tocantins limitada ao Sul pelos Municípios de Araguaína e de Filadélfia, incluindo as áreas dos respectivos municípios”.
  26. a b Entende-se como Triângulo Mineiro a área do Estado de Minas Gerais limitada a Leste pelos Municípios de Araguari, de Indianópolis, de Nova Ponte e de Uberaba, incluindo as áreas dos respectivos Municípios”.
  27. Pedrosa, Modernização e reestruturação do Exército (2018), p. 157. Vide Cavalaria do Brasil#Organização.
  28. Livro Branco de Defesa Nacional (2020), p. 79. A Brigada de Infantaria de Fronteira, mencionada no livro, tornou-se a de Infantaria do Pantanal em 2022.
  29. Soares, Estudo comparativo de modelos de Forças de Prontidão (2021), p. 59. A Concepção Estratégica do Exército de 2017 tinha somente dois grupos, as forças de emprego estratégico e emprego geral, além dos módulos especializados.
  30. “As FORPRON são compostas por elementos de toda a brigada responsável pelo preparo, haja vista que nenhuma das unidades-base possui capacidade de prontidão plena, devido a restrições em seus quadros de pessoal, material, munição e suprimentos”. Araújo, Luiz Cláudio Ferreira de (2022). Prontidão de forças: do nível tático ao estratégico (PDF) (Policy Paper). Escola de Comando e Estado-Maior do Exército . p. 17.
  31. Relatório de Gestão do Comando do Exército (2023), p. 81. As brigadas então participantes eram a Brigada de Infantaria Paraquedista, 4.ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, 5.ª Brigada de Cavalaria Blindada, 23.ª Brigada de Infantaria de Selva, 15.ª Brigada de Infantaria Mecanizada, 12.ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel), 1.ª Brigada de Infantaria de Selva, 10.ª Brigada de Infantaria Motorizada, 6.ª Brigada de Infantaria Blindada e 9.ª Brigada de Infantaria Motorizada.
  32. Viana, História institucional e cultura organizacional da tropa aeroterrestre (2020), p. 260. Vide também Silva, Angela Maria Monteiro (2015). «Curso de Ações de Comandos: estressores, níveis de estresse e representações pictóricas». Serviço de Seleção do Pessoal da Marinha. Revista Naval Psicologia em Destaque. 3 (3) . e Stochero, Tahiane (12 de fevereiro de 2011). «Militares relatam o rigor dos cursos para integrar as tropas de elite». G1. Consultado em 11 de dezembro de 2023 .
  33. Conhecido como 72.º Batalhão de Infantaria Motorizado até 4 de janeiro de 2023.
  34. No Brasil, Polícia Militar pode referir-se ou à polícia das Forças Armadas da nação (...) ou à polícia ostensiva das unidades federativas brasileiras, polícia responsável pela preservação da ordem pública (Polícia Militar dos Estados e do Distrito Federal).”.
  35. A artilharia de costa ainda é oficialmente uma das subdivisões da Arma, mas todas as baterias de artilharia de costa já foram extintas. Vide Paiva, Alexandre Figueiredo de (2013). Evolução da artilharia de costa no Brasil (PDF) (TCC). Escola de Artilharia de Costa e Antiaérea .
  36. IISS, The Military Balance (2023), p. 384. O IISS relata 63 obuseiros Oto Melara M56, contra 54 quantificados pela revista Tecnologia & Defesa (T&D). O IISS relata 96 obuseiros M114, contra 92 em InfoDefensa, e 169 de vários modelos dos M109 autopropulsados, contra 136 de InfoDefensa.

Referências

  1. a b Pedrosa, Organização das Forças do Exército Brasileiro no Império (2022), p. 394.
  2. «Dia do Exército» (PDF). Exército Brasileiro. Consultado em 24 de junho de 2016 
  3. «Manual de Uso da Marca - Exército Brasileiro.». Exército Brasileiro, página 21. 4 de novembro de 2008. Consultado em 3 de março de 2021 
  4. «Estandarte Histórico». Escola Preparatória de Cadetes do Exército. Consultado em 9 de janeiro de 2024 
  5. BRASIL. Decreto N.º 11.319,de 29 de dezembro de 2022. Distribui o efetivo de Oficiais e Praças do Exército em tempo de paz para 2023.
  6. Brasil. DECRETO Nº 94.336, de 15 de maio de 1987
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Bibliografia

Artigos
Fontes acadêmicas
Livros

Ligações externas

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