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Igreja Católica: diferenças entre revisões

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{{ver desambig|redir1=Catolicismo|redir2=Católico|os diferentes usos de tais termos|Catolicidade|significados adicionais|Igreja Católica (desambiguação)}}
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{{Info/Igreja
{{Info/Igreja/Católica}}
|nome = Igreja Católica Apostólica Romana
{{Igreja Católica}}
'''Igreja Católica''', às vezes chamada de '''Igreja Católica Romana''', é a [[Lista de denominações cristãs por número de membros|maior igreja cristã]], com aproximadamente 1,3 bilhão de católicos [[Batismo|batizados]] em todo o mundo apenas no ano de 2018.Como a maior e mais antiga instituição internacional do mundo em funcionamento contínuo<ref>Mark A. Noll. ''The New Shape of World Christianity'' (Downers Grove, IL: IVP Academic, 2009), 191.</ref> ela desempenhou um papel proeminente na história e no desenvolvimento da [[Cultura ocidental|civilização ocidental]].<ref name="O'CollinsPref">Gerald O'Collins, p. v (prefácio).</ref> A igreja é chefiada pelo bispo de Roma, conhecido como [[papa]]. Sua administração central é a [[Santa Sé]].
|outro nome =
|foto = Vatican City 2019.jpg
|legenda = Vista do [[Lista de obeliscos em Roma|Obelisco]] da [[Praça de São Pedro]] e da [[Basílica de São Pedro]], no [[Vaticano]].
|orientação = [[Catolicidade|Católica]]
|fundador = [[Jesus]]
|origem = [[Cristianismo primitivo|Século I]], [[Terra Santa]], [[Império Romano]]<ref name="RCC">{{citar web|último1 =Stanford|primeiro1 =Peter|título=Roman Catholic Church|url=http://www.bbc.co.uk/religion/religions/christianity/catholic/catholic_1.shtml#top|website=BBC Religions|publicado=BBC|acessodata=1 de fevereiro de 2017}}</ref>
|sede = {{VAT}}
|registro =
|administração =
|localização =
|líder espiritual = [[Imagem:Coat_of_arms_of_Franciscus.svg|20px]] [[Papa Francisco]]
|número membros = 1,313 bilhão (2017)<ref name="Annuario">{{citar web|url=https://press.vatican.va/content/salastampa/en/bollettino/pubblico/2019/03/06/190306b.html|título=Presentation of the Pontifical Yearbook 2019 and the Annuarium Statisticum Ecclesiae 2017|data=6 de março de 2019|publicado=[[Holy See Press Office]]|acessodata=6 de março de 2019|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190307110120/https://press.vatican.va/content/salastampa/en/bollettino/pubblico/2019/03/06/190306b.html|arquivodata=7 de março de 2019}}</ref>
|número igrejas = + 221 mil [[paróquias]]
|países = No mundo inteiro, principalmente na [[América Latina]], [[Europa Ocidental]] e [[Filipinas]]
|separações =
[[Catolicismo Ortodoxo]];
[[Anglicanismo]];
[[Luteranismo]];
[[Huguenotes]];
[[Presbiterianismo]];
[[Espiritismo]];
[[Candomblé]].
|escrituras =
|logo = [[Ficheiro:Emblem_of_the_Papacy_SE.svg|120px]]
|website = [http://w2.vatican.va/content/vatican/en.html Santa Sé]
|Líder=[[Papa Francisco]]}}
'''Igreja Católica''' (o termo "católico", derivado da palavra [[Língua grega|grega]]: καθολικός (katholikos), significa "universal", "geral" ou "referente à totalidade"<ref>{{Citar web |último = Ray |primeiro = Steve |título = Ex-protestante responde: O que significa o termo Católico? |publicado = Biblia Catolica News |data = 2004 |url = http://www.bibliacatolica.com.br/blog/tag/katholikos/#.Ucgzpzs3soo |acessodata = 18 de novembro de 2008 |arquivourl = https://web.archive.org/web/20130415034238/http://www.bibliacatolica.com.br/blog/tag/katholikos/#.Ucgzpzs3soo |arquivodata = 2013-04-15 |urlmorta = yes }}</ref>), chamada também de '''Igreja Católica Romana'''<ref>{{Citation | url = http://www.vatican.va/holy_father/pius_xi/encyclicals/documents/hf_p-xi_enc_31121929_divini-illius-magistri_po.html |autor = Pio XI |tipo= Carta encíclica |título= Divini illius Magistri |publicado= Vaticano}}.</ref><ref>{{Citation |tipo= Carta encíclica url = http://www.vatican.va/holy_father/pius_xii/encyclicals/documents/hf_p-xii_enc_12081950_humani-generis_po.html |autor = Pio XII |título= Humani generis |publicado= Vaticano |em= 27}}.</ref><ref>{{Citation | url = http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/audiences/1985/documents/hf_jp-ii_aud_19850626_sp.html |autorlink = João Paulo II |título= Audiência geral |data= 26 de junho de 1985}}.</ref> e '''Igreja Católica Apostólica Romana''',<ref>{{Citation |publicado= Brazil site | url = http://www.brazilsite.com.br/religiao/catolica/cat02.htm |título= Hierarquia na Igreja Católica}}.</ref><ref>{{Citation | url = http://www.universocatolico.com.br/content/view/14353/149/ |publicado= Universo católico |título= Nota do CONIC esclarece pontos sobre a "Dominus Iesus"}}.</ref><ref>{{Citation |data= 2003-3-4 | url = http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2003/030415_cristianismomensagem.shtml |título= Igreja cristã passou por várias divisões através da história |publicado= BBC}}.</ref><ref>{{Citation | url = http://www.inep.gov.br/pesquisa/bbe-online/det.asp?cod=45101&type=M |publicado= INEP |título= A educação nos documentos da Igreja Católica Apostólica Romana e...}}.</ref> é uma [[Igreja]] [[Cristianismo|cristã]], a mais antiga,<ref>{{Citar web |url=http://g1.globo.com/globo-news/noticia/2013/02/igreja-ja-teve-265-papas-desde-sua-fundacao-ha-2-mil-anos.html |titulo=Igreja já teve 265 Papas desde a sua fundação, há 2 mil anos |data=2013-02-28 |acessodata=2020-09-15 |website=Globo News |lingua=pt-br}}</ref> e maior delas, com mais de 1,3 bilhão de fiéis<ref>{{Citar web |url=https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2018-06/anuario-pontificio-2018-annuarium-statisticum-ecclesiae.html |titulo=O Anuário Pontifício 2018 e o Annuarium Statisticum Ecclesiae - Vatican News |data=2018-06-17 |acessodata=2020-09-08 |website=www.vaticannews.va |lingua=pt}}</ref><ref name="Annuario">{{citar web|url=https://press.vatican.va/content/salastampa/en/bollettino/pubblico/2019/03/06/190306b.html|título=Presentation of the Pontifical Yearbook 2019 and the Annuarium Statisticum Ecclesiae 2017|data=6 de março de 2019|publicado=[[Holy See Press Office]]|acessodata=6 de março de 2019|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190307110120/https://press.vatican.va/content/salastampa/en/bollettino/pubblico/2019/03/06/190306b.html|arquivodata=7 de março de 2019}}</ref> tendo aproximadamente dois mil anos de existência<ref>{{Citation |primeiro = August |último = Franzen |título= Kleine Kirchengeschichte Neubearbeitung |publicado= Herder |local= Freiburg |ano= 1988 |página= 11}}.</ref> e posta sob a autoridade Papal do [[Bispo de Roma]] e sucessor do [[apóstolo]] [[São Pedro |Pedro]] [Mateus 16, 18 - 19]. Seu objetivo é seguir ao ensinamento e à pessoa de [[Jesus Cristo]] e de [[Maria (mãe de Jesus)|Maria]], dos Santos e anjos em vista do [[Reino de Deus]], e concede um papel nesta missão à Maria, [[Mãe da Igreja]].<ref>{{Citation |publicado= Vaticano | url = http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/apost_exhortations/documents/hf_p-vi_exh_19670513_signum-magnum_po.html |autor = Paulo VI |título= Signum Magnum | trans_title = Sinal maior – O Culto da Virgem Maria}}.</ref><ref>{{Citation | url = http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19641121_lumen-gentium_po.html |publicado= Concílio Vaticano II |título= Constituição Dogmática Lumen Gentium |capítulo= A Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus, no Ministério de Cristo e da Igreja}}.</ref> Para este fim, a Igreja Católica administra os [[sacramentos católicos|sacramentos]] e prega o [[Evangelho]] de Jesus Cristo.<ref name="Barry">{{citar livro|título= One Faith, One Lord: A Study of Basic Catholic Belief |língua= inglês | trans_title = Uma fé, um Senhor: um estudo da crença católica básica |páginas= 50–51, 98–99 |último = Barry|primeiro = Rev. Msgr. John F |ano= 2001 |editor-nome = Gerard F |editor-sobrenome = Baumbach |isbn= 0-8215-2207-8}}.</ref> Atua também em programas sociais e instituições em todo o mundo, incluindo [[escola]]s, [[universidade]]s, [[hospitais]] e abrigos, bem como administra outras instituições de caridade, que ajudam [[família]]s, [[pobre]]s, [[idoso]]s e [[doente]]s,<ref name= "Barry" /> sendo considerada a maior instituição caritativa do mundo.<ref>{{Citar periódico |titulo=Deus Vult: The Geopolitics of the Catholic Church |url=http://dx.doi.org/10.1080/14650040903420388 |jornal=Geopolitics |data=2010-01-29 |issn=1465-0045 |paginas=39–61 |numero=1 |acessodata=2020-12-23 |doi=10.1080/14650040903420388 |primeiro=John |ultimo=Agnew}}</ref>


As crenças cristãs do catolicismo são baseadas no [[Credo Niceno]]. A Igreja Católica ensina que é a [[Quatro marcas da Igreja|Igreja única, santa, católica e apostólica]] fundada por [[Jesus Cristo]] em sua [[Grande Comissão]],<ref name="Catholic News Service">{{Citar web |url=http://www.catholicnews.com/data/stories/cns/0703923.htm |titulo=Vatican congregation reaffirms truth, oneness of Catholic Church |archiveurl=http://webarchive.loc.gov/all/20070710201403/http://www.catholicnews.com/data/stories/cns/0703923.htm |archivedate=10 de julho de 2007 |publicação=Catholic News Service|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=DISK1e7JXA8C&pg=PA7|título=A Concise History of the Catholic Church|ultimo=Bokenkotter|primeiro=Thomas|ano=2004|localização=New York|isbn=978-0-307-42348-1|publicação=Doubleday|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>{{nota de rodapé|Embora a Igreja Católica se considere a continuação autêntica da comunidade cristã fundada por Jesus Cristo, ela ensina que outras igrejas e comunidades cristãs podem estar em comunhão imperfeita com a Igreja Católica.}} que seus bispos são os [[Sucessão apostólica|sucessores]] dos [[Apóstolo|apóstolos]] de Cristo e que o [[Primazia papal|papa é o sucessor]] de [[Pedro (apóstolo)|São Pedro,]] a quem o primado foi conferido por [[Jesus|Jesus Cristo]]. Ela afirma que pratica a fé cristã original, reservando a infalibilidade, transmitida pela [[Tradição católica|tradição sagrada]]. A [[Igreja Católica de Rito Latino|Igreja Latina]], as vinte e três [[igrejas católicas orientais]] e [[Instituto religioso|institutos]], como [[ordens mendicantes]], [[Clausura monástica|ordens monásticas fechadas]] e [[Ordem terceira|terceiras ordens]], refletem uma variedade de ênfases [[Teologia|teológicas]] e espirituais na igreja.<ref name="Gunton2">Colin Gunton. "Christianity among the Religions in the Encyclopedia of Religion", Religious Studies, Vol. 24, número 1, página 14. Em uma revisão de um artigo da Encyclopedia of Religion, Gunton escreve: "[O] artigo [sobre o catolicismo na enciclopédia] sugere corretamente cautela, sugerindo desde o início que o catolicismo romano é marcado por várias ênfases doutrinárias, teológicas e litúrgicas diferentes."</ref>
A Igreja Católica se considera a [[igreja]] estabelecida por Deus para salvar todos os homens, embora admita a possibilidade de salvação dos que não a seguem.<ref>{{Citation |título= Doutrina católica | contribution-url = http://www.domhenrique.com.br/index.php/doutrina-catolica/821-a-igreja-e-a-salvacao-dos-nao-catolicos |contribuição= A igreja e a salvação dos não católicos |publicado= Dom Henrique}}.</ref> Esta ideia é visível logo no seu nome: o termo "católico" significa global em [[língua grega|grego]]. Ela elaborou sua [[Doutrina da Igreja Católica|doutrina]] ao longo dos [[concílio]]s a partir da [[Bíblia]], comentados pelos [[Pais da Igreja|Pais]] e pelos [[Doutor da Igreja|doutores da Igreja]]. Ela propõe uma vida espiritual e uma regra de vida aos seus fiéis inspirada no Evangelho e definida. Regida pelo [[Código de Direito Canónico]], ela se compõe, além da sua muita bem conhecida [[hierarquia]] ascendente que vai do [[diácono]] ao [[Papa]], de vários movimentos apostólicos, que comportam notadamente as [[Ordem religiosa |ordens religiosas]], os [[institutos seculares]] e uma ampla diversidade de organizações e movimentos de [[leigo]]s.


Dos [[Sacramentos católicos|sete sacramentos,]] a Eucaristia é a principal, celebrada [[Liturgia|liturgicamente]] na [[missa]].<ref>[https://www.vatican.va/archive/ccc_css/archive/catechism/p2s2c1a3.htm CCC, 1322–1327], Vatican.va: "a Eucaristia é a soma e síntese da nossa fé"</ref> A igreja ensina que, através da consagração de um sacerdote, o [[Hóstia|pão]] e o [[Vinho litúrgico|vinho]] sacrificiais [[Transubstanciação|se tornam o corpo e o sangue de Cristo]]. A [[Maria (mãe de Jesus)|Virgem Maria]] é venerada na Igreja Católica como [[Teótoco|Mãe de Deus]] e [[Nossa Senhora Rainha|Rainha do Céu]], homenageada em [[Dogmas e doutrinas marianas da Igreja Católica|dogmas]] e [[Devoção mariana|devoções]].<ref>{{cite web |url=http://www.catholicnewsagency.com/resources/mary/general-information/the-four-marian-dogmas/ |publisher=Catholic News Agency |title=The Four Marian Dogmas |accessdate=25 de março de 2017}}</ref> Seus ensinamentos incluem a [[Divina Misericórdia]], a [[santificação]] pela fé e a [[evangelização]] do [[Evangelho]], bem como [[Doutrina Social da Igreja|a doutrina social católica]], que enfatiza o apoio voluntário aos doentes, pobres e aflitos pelas [[Obras de misericórdia|obras corporais e espirituais de misericórdia]].
A Igreja Católica, pretendendo respeitar a cultura e a tradição dos seus fiéis, é por isso atualmente constituída por 24 igrejas autônomas ''[[Igreja particular sui iuris|sui iuris]]'', todas elas em [[comunhão completa]] e subordinadas ao [[Papa]]. Estas Igrejas, apesar de terem a [[Doutrina da Igreja Católica |mesma doutrina e fé]], possuem uma tradição cultural, histórica, [[teológica]] e [[Liturgia|litúrgica]] diferentes e uma estrutura e organização territorial separadas. A Igreja Católica é muitas vezes confundida com a [[Igreja Católica de Rito Latino|Igreja Católica Latina]], uma das suas 24 Igrejas autônomas e a maior de todas elas.<ref>{{citar web | titulo= Igrejas Católicas Orientais | url= http://www.igrejascatolicasorientais.com/ |acessodata=5 de junho de 2009}}</ref><ref>{{citar web | titulo= Lista das Igrejas sui iuris | publicado= Paróquia Melquita de Nossa Senhora do Líbano | local= [[Fortaleza]], [[Brasil]] | url= http://br.geocities.com/melquita/listaigrejas.htm/ | acessodata= 5 de junho de 2009 | arquivourl= https://web.archive.org/web/20090726013236/http://br.geocities.com/melquita/listaigrejas.htm | arquivodata= 2009-07-26 | urlmorta= yes }} '''Nota:''' não confundir entre "[[Rito]]" no sentido de Igreja particular ''[[sui iuris]]'' (ou ''sui juris'') e "rito" no sentido de rito litúrgico; e a "''Igreja Iugoslava Católica''" deve ler-se "''[[Eparquia Greco-Católica de Križevci]]''".</ref><ref>{{citar livro |título=[[Catecismo da Igreja Católica]] | local=Coimbra|editora=Gráfica de Coimbra |ano= 2000| ISBN=972-603-208-3 |páginas= 1202 e 1203}}</ref>


A Igreja Católica é o maior provedor não governamental de educação e saúde no mundo.<ref name="Geopolitics"/> A Igreja influenciou a [[Filosofia ocidental|filosofia]], a [[Cultura ocidental|cultura]], a [[História da arte ocidental|arte]] e a ciência [[Filosofia ocidental|ocidentais]]. Os católicos vivem em todo o mundo através de missões, [[diáspora]] e conversões. Desde o século XX, a maioria residiu no [[hemisfério sul]] devido à [[secularização]] na Europa e ao aumento da [[Perseguição aos cristãos|perseguição]] no [[Médio Oriente|Oriente Médio]].
Desde o dia 13 de março de 2013, a Igreja Católica encontra-se sob a liderança do [[Papa Francisco]]. O último papa antes do argentino foi o [[Papa Bento XVI]], que abdicou do cargo no mesmo ano. Quando de sua entronização, ela contava aproximadamente com 1,2 bilhão de membros{{Efn | 1.114.966.000 seria o número total dos fiéis registrados no último dia de 2005<ref>{{Citation |título= Annuarium Statisticum Ecclesiae | trans_title = Anuário estatístico da igreja |língua= latim | ISBN = 978-88-209-7928-7}}.</ref>}} (ou seja, mais de um sexto da população mundial<ref name= "Zenit">{{citar web |título= Number of Catholics and Priests Rises |trans_title= Número de católicos e sacerdotes aumenta |língua= inglês |publicado= Zenit News Agency |data= 2007-02-12 |url= http://www.zenit.org/article-18894?l=english |acessodata= 2008-02-21 |arquivourl= https://web.archive.org/web/20080225194908/http://www.zenit.org/article-18894?l=english |arquivodata= 2008-02-25 |urlmorta= yes }}</ref> e mais da metade de todos os cristãos<ref name='Britannica'>{{citar livro|último1 = Marty |primeiro1 = Martin E |último2 = Chadwick |primeiro2 = Henry |último3 = Pelikan |primeiro3 = Jaroslav Jan |contribuição=Christianity |língua= inglês |título= Encyclopædia Britannica |edição= Millennium |publicado= Encyclopædia Britannica |ano= 2000 | trans_title = Enciclopédia britânica |citação= The Roman Catholics in the world outnumber all other Christians combined}}</ref>), distribuídos principalmente na [[Europa]] e nas [[Américas]] mas também noutras regiões do mundo. Sua influência na História do pensamento bem como sobre a [[História da arte]] é considerável, notadamente na [[Europa]].


A Igreja Católica compartilhou a [[Comunhão plena|comunhão]] com a [[Igreja Ortodoxa|Igreja Ortodoxa Oriental]] até o [[Grande Cisma]] em 1054, disputando particularmente a autoridade do papa. Antes do [[Primeiro Concílio de Éfeso|Concílio de Éfeso,]] em 431 dC, a [[Igreja do Oriente]] também participava dessa comunhão, assim como as [[igrejas ortodoxas orientais]] antes do [[Concílio de Calcedónia|Concílio de Calcedônia,]] em 451 dC, todas separadas principalmente por [[Credo calcedoniano|diferenças na]] [[cristologia]]. No século XVI, a [[Reforma Protestante|Reforma]] levou ao [[protestantismo]] que também rompeu com os católicos. Desde o final do século XX, a Igreja Católica tem sido [[Críticas à Igreja Católica|criticada]] por seus ensinamentos sobre sexualidade, sua ausência de sacerdotes mulheres e por lidar com [[Abuso sexual de menores por membros da Igreja Católica|casos de abuso sexual de menores]] envolvendo clérigos.
== História ==
{{Artigo principal|História da Igreja Católica}}
{{Igreja Católica}}
A Igreja Católica possui mais de dois mil anos de história, sendo a mais antiga [[instituição]] ainda em funcionamento. Sua história é integrante à [[História do Cristianismo]] e a [[História|história da civilização ocidental]].<ref>{{Citation |último = Orlandis |título= A Short History of the Catholic Church |ano= 1993 |capítulo= Preface |língua= inglês | trans_title = Uma curta história da igreja católica}}.</ref>


== Nome ==
A palavra ''Igreja Católica'' para referir-se à Igreja Universal é utilizada desde o [[século I]], alguns [[historiador]]es sugerem que os próprios [[apóstolo]]s poderiam ter utilizado o termo para descrever a Igreja.<ref name= "Ray" /> Registros escritos da utilização do termo constam nas cartas de [[Inácio de Antioquia |Inácio]],<ref>{{Citar web|último =Woodhead|primeiro = Linda |língua= inglês | título = An Introduction to Christianity | trans_title = Uma introduçao ao cristianismo | publicado = Cambridge University Press |data= 2004 |url = http://books.google.com/books?id=EsctaP__5yQC&pg=PA34 |acessodata=18 de novembro de 2008}}</ref> [[Patriarca de Antioquia |Bispo de Antioquia]], discípulo do [[apóstolo João]], que provavelmente foi ordenado pelo próprio [[São Pedro]].<ref name="Ray">{{Citation |último = Ray |primeiro = Stephen |título= Upon this Rock |local= San Francisco, CA |publicado= Ignatius Press |ano= 1999 |página= 119}}.</ref>
{{VT|Catolicidade}}
[[Ficheiro:Ignatius_of_Antiochie,_poss._by_Johann_Apakass_(17th_c.,_Pushkin_museum).jpg|upright|miniaturadaimagem|O primeiro uso do termo "Igreja Católica" (literalmente "igreja universal") foi pelo [[Padres da Igreja|padre da igreja]], Santo [[Inácio de Antioquia|Inácio de Antioquia]], em sua ''[[Epístola aos Esmirniotas]]'' (c. 110).<ref>John Meyendorff, ''Catholicity and the Church'', St Vladimirs Seminary Press, 1997, {{ISBN|0-88141-006-3}}, p. 7</ref> A ele também é atribuído o uso mais antigo registrado do termo "cristianismo" ({{Lang-el|Χριστιανισμός}}) no ano 100.{{HarvRef|Elwell|Comfort|2001|pp=266, 828}} Ele morreu em [[Roma]], com suas [[Relíquia|relíquias]] localizadas na [[San Clemente al Laterano|Basílica de San Clemente al Laterano]].]]
O termo "católico" (do {{Lang-el|καθολικός|katholikos|universal}}) foi usado pela primeira vez para descrever a igreja no início do século II.<ref>MacCulloch, ''Christianity'', p. 127.</ref> O primeiro uso conhecido da frase "a igreja católica" ({{Lang|el|καθολικὴ ἐκκλησία}} ou ''katholike ekklesia'') ocorreu na carta escrita por volta do ano 110 por [[Inácio de Antioquia|Santo Inácio de Antioquia]].{{nota de rodapé|Citação de Santo Inácio aos Esmirna (c. 110 d.C.): "Onde quer que o bispo apareça, aí esteja o povo, assim como onde Jesus estiver, aí está a Igreja Católica."<ref name="CathEnc1910_Catholic"/>}}


Nas ''Palestras Catequéticas'' ({{Circa|350}}) de [[Cirilo de Jerusalém|São Cirilo de Jerusalém]], o nome "Igreja Católica" foi usado para distingui-la de outros grupos que também se denominavam "a igreja".<ref name="CathEnc1910_Catholic">{{Citar enciclopédia |last=Thurston |primeiro=Herbert |url=http://www.newadvent.org/cathen/03449a.htm |editor-link=Knight |enciclopédia=The Catholic Encyclopedia |publicadopor=Robert Appleton Company |volume=3|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.tertullian.org/fathers2/NPNF2-07/Npnf2-07-23.htm |titulo=Cyril of Jerusalem, Lecture XVIII, 26 |publicação=Tertullian.org|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> A noção "católica" foi enfatizada ainda mais no edito ''[[Édito de Tessalônica|De fide Catolica,]]'' emitido em 380 por [[Teodósio|Teodósio I]], o último imperador a governar as metades [[Império Bizantino|oriental]] e [[Império Romano do Ocidente|ocidental]] do [[Império Romano]], ao estabelecer a [[igreja estatal do Império Romano]].<ref>[http://webu2.upmf-grenoble.fr/Haiti/Cours/Ak/Constitutiones/Thessalonique.htm Edictum de fide catholica]. webu2.upmf-grenoble.fr. Acessado em 23 de janeiro de 2021.</ref>
As primeiras listas de papas diziam que o segundo papa após [[São Pedro]], foi [[São Lino]]<ref>{{Citation |primeiro = Eamon |último = Duffy |título= Saints and Sinners: A History of the Popes |publicado= Yale | series = Nota Bene |ano= 2002 |língua= inglês | trans_title = Santos e pecadores: a história dos papas |capítulo= Apêndice A}}.</ref> considerado sucessor do [[Apóstolo Pedro]], interveio em outras comunidades para ajudar a resolver conflitos,<ref name="The Primacy of Peter">{{Citation |primeiro = Fr. Nicholas |último = Afanassieff | trans_title = A primazia de Pedro |título= The Primacy of Peter |língua= inglês |capítulo= 4 |páginas= 126–127 |ano= c. 1992}}.</ref> tais como fizeram o [[Papa Clemente I]], [[Papa Vítor I|Vitor I]] e [[Calixto I]]. Nos três primeiros séculos a Igreja foi organizada sob três [[patriarca]]s: o [[Patriarcado de Antioquia|de Antioquia]], de [[jurisdição]] sobre a [[Síria]] e posteriormente estendeu seu domínio sobre a [[Ásia Menor]] e a [[Grécia]]; o [[Patriarca de Alexandria |de Alexandria]], de jurisdição sobre o [[Egito]]; e o [[Bispo de Roma |de Roma]], de jurisdição sobre o [[Ocidente]].<ref name="New Advent">{{Citar web |publicado= New advent | trans_title = Patriarca e patriarcado | url= http://www.newadvent.org/cathen/11549a.htm |título=Patriarch and Patriarchate |língua= inglês |acessodata= 1-7-2010}}</ref> Posteriormente os bispos [[Patriarca de Constantinopla |de Constantinopla]] e [[Patriarca de Jerusalém|de Jerusalém]] foram elevados à dignidade de patriarcas por razões administrativas.<ref name="New Advent"/> O [[Primeiro Concílio de Niceia]], em [[325]], considerou o Bispo de Roma como o "''primus''" (primeiro) entre os patriarcas, afirmando em seus quarto, quinto e sexto [[cânon]]es que está "seguindo a tradição antiquíssima",<ref>{{Citation |último = Congar |primeiro = Yves |título= Église et papauté |língua= francês | trans_title = Igreja e papado |publicado= Les Éditions du Cerf |ano=1994 | ISBN = 2-204-05090-3}}.</ref> embora muitos interpretem esse título como o "''[[primus inter pares]]''" (primeiro entre iguais). Considerava-se que Roma possuía uma autoridade especial devido à sua ligação com São Pedro.<ref>{{Citation |último1 = Radeck |primeiro1 = Francisco |último2 = Dominic |primeiro2 = Radecki |ano= 2004 |título= Tumultuous Times |publicado= St. Joseph's Media |página= 79 | ISBN = 978-0-9715061-0-7 |língua= inglês}}.</ref>


Desde o [[Grande Cisma]] de 1054, a [[Igreja Ortodoxa|Igreja Oriental]] adotou o adjetivo "Ortodoxo" como seu epíteto distinto (no entanto, seu nome oficial continua sendo "Igreja Católica Ortodoxa"<ref>[https://www.britannica.com/topic/Eastern-Orthodoxy "Eastern Orthodoxy"], ''Encyclopædia Britannica'' online. Acessado em 23 de janeiro de 2021.</ref>) e a [[Igreja Católica de Rito Latino|Igreja Ocidental]] em comunhão com a [[Santa Sé]] adotou o termo "católico", mantendo essa descrição também após a [[Reforma Protestante]] do século XVI, quando aqueles que deixaram de estar em comunhão ficaram conhecidos como "protestantes".<ref>"catholic, adj. and n." [[Oxford English Dictionary]] Online. Oxford University Press, Junho de 2014. Web. 7 de agosto de 2014. Trecho: "Após a separação do Oriente e do Ocidente, 'católico' foi assumido como epíteto descritivo pela Igreja Ocidental ou Latina, como 'Ortodoxo' pelo oriental ou grego. Na Reforma, o termo 'Católico' foi reivindicado como seu direito exclusivo do corpo que permanece sob a obediência romana, em oposição às Igrejas Nacionais 'Protestantes' ou 'Reformadas'. Estas, no entanto, também mantiveram o termo, dando-lhe, na sua maioria, um sentido mais amplo e ideal ou absoluto , como o atributo de nenhuma comunidade única, mas apenas de toda a comunhão dos salvos e santos em todas as igrejas e eras. Na Inglaterra, foi afirmado que a Igreja, mesmo como reformada, era o ramo nacional da 'Igreja Católica' em seu sentido histórico adequado. "</ref><ref name="McBrien">McBrien, Richard (2008). ''The Church''. Harper Collins. p. xvii. Online version available [http://browseinside.harpercollins.com/index.aspx?isbn13=9780061245213 Browseinside.harpercollins.com] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20090827023130/http://browseinside.harpercollins.com/index.aspx?isbn13=9780061245213|date=27 de agosto de 2009}}. Citação: "O uso do adjetivo 'Católico' como um modificador de 'Igreja' tornou-se divisivo apenas após o Cisma Ocidente-Oriente ... e a Reforma Protestante. ... No primeiro caso, a Igreja Ocidental afirmou para si mesma o título de Igreja '' Católica '', enquanto o Oriente se apropria do nome de Igreja ''Ortodoxa''. Neste último caso, aqueles em comunhão com o Bispo de Roma mantiveram o adjetivo "Católica", enquanto as igrejas que romperam com o papado foi chamado de ''protestante''."</ref>
Uma série de dificuldades (disputas doutrinárias e disciplinares, diferenças culturais, [[Concílio]]s disputados, a evolução de [[rito]]s separados e se a posição do Papa era ou não de real autoridade ou apenas de respeito) levaram à divisão em [[1054]], que separou a Igreja entre a Igreja Católica no Ocidente e a [[Igreja Ortodoxa]] no Leste ([[Grécia]], [[Rússia]] e muitas das terras [[Eslavos|eslavas]], [[Anatólia]], [[Síria]], [[Egito]], etc.). A esta divisão chama-se o [[Cisma do Oriente]]. A grande divisão seguinte da Igreja Católica ocorreu no [[século XVI]] com a [[Reforma Protestante]], durante a qual se formaram muitas das atuais igrejas [[Protestantismo|Protestantes]], como a [[Igreja luterana]] e a [[Igreja reformada]].


Embora a expressão "Igreja Romana" tenha sido usada para descrever a [[Diocese de Roma|diocese]] do papa em [[Diocese de Roma|Roma]] desde a [[queda do Império Romano do Ocidente]] e até o [[Idade Média#Alta Idade Média|início da Idade Média]] (século VI a X), o termo "Igreja Católica Romana" passou a ser aplicado a toda a igreja desde a [[Reforma Protestante]] no final do século XVI.<ref>{{Citar web |url=http://www.oed.com/view/Entry/167063 |titulo=Roman Catholic, n. and adj. |obra=Oxford English Dictionary |acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Ocasionalmente, o termo "católico romano" também apareceu em documentos produzidos pela Santa Sé,{{nota de rodapé|Exemplos de uso de "católico romano" pela Santa Sé: as encíclicas [https://www.vatican.va/holy_father/pius_xi/encyclicals/documents/hf_p-xi_enc_31121929_divini-illius-magistri_en.html ''Divini Illius Magistri''] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20100923233927/https://www.vatican.va/holy_father/pius_xi/encyclicals/documents/hf_p-xi_enc_31121929_divini-illius-magistri_en.html|date=23 de setembro de 2010}} do [[Papa Pio XI]] e [https://www.vatican.va/holy_father/pius_xii/encyclicals/documents/hf_p-xii_enc_12081950_humani-generis_en.html ''Humani generis''] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20120419021937/https://www.vatican.va/holy_father/pius_xii/encyclicals/documents/hf_p-xii_enc_12081950_humani-generis_en.html|date=19 de abril de 2012}} do [[Papa Pio XII]]; declarações conjuntas assinadas pelo [[Papa Bento XVI]] e pelo [https://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2006/november/documents/hf_ben-xvi_spe_20061123_common-decl_en.html Arcebispo de Canterbury Rowan Williams em 23 de novembro de 2006] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20130302070228/https://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2006/november/documents/hf_ben-xvi_spe_20061123_common-decl_en.html|date=2 de março de 2013}} e [http://www.ewtn.com/library/PAPALDOC/b16bart1decl.htm Patriarca Bartolomeu I de Constantinopla em 30 de novembro de 2006.]}} aplicados principalmente a certas [[Conferência episcopal|conferências episcopais]] nacionais e dioceses locais.{{nota de rodapé|Exemplo de uso de católico "romano" por uma conferência de bispos: ''O Catecismo de Baltimore'', um catecismo oficial autorizado pelos bispos católicos dos Estados Unidos, afirma: "É por isso que somos chamados de católicos romanos; para mostrar que somos unida ao verdadeiro sucessor de São Pedro "(Pergunta 118) e se refere à igreja como a "Igreja Católica Romana" nas perguntas 114 e 131 ([http://www.cin.org/users/james/ebooks/master/baltimore/bcreed09.htm Baltimore Catechism).]}}
== Características doutrinais ==
{{ver artigo principal|Doutrina da Igreja Católica}}
[[Ficheiro:Saint Peter's Square airview.jpg|upright=1.5|thumb|A [[Basílica de São Pedro]], no [[Vaticano]].]]


O nome "Igreja Católica" para toda a igreja é usado no ''[[Catecismo da Igreja Católica]]'' (1990) e no Código de Direito Canônico (1983). O nome "Igreja Católica" também é usado nos documentos do [[Concílio Vaticano II]] (1962-1965),<ref>The Vatican. [https://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/ Documentos do Concílio Vaticano II] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20040605190838/https://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/|date=5 de junho de 2004}}. Acessado em 4 de maio de 2009.</ref> [[Concílio Vaticano I]] (1869-1870),<ref>{{Citar web |url=http://www.papalencyclicals.net/councils/ecum20.htm |titulo=Decretos do Concílio Vaticano I |editor=Encíclicas papais|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> [[Concílio de Trento]] (1545-1563),<ref>[https://history.hanover.edu/texts/trent/trentall.html "The Bull of Indiction of the Sacred Oecumenical and General Council of Trent under the Sovereign Pontiff, Paul III."] ''The Council of Trent: The Canons and Decrees of the Sacred and Oecumenical Council of Trent''. Ed. and trans. J. Waterworth. London: Dolman, 1848. Retrieved from History.Hanover.edu, 12 de setembro de 2018.</ref> e vários outros documentos oficiais.<ref>{{Citar web |url=http://www.newadvent.org/cathen/13121a.htm |titulo=Catholic Encyclopedia: Roman Catholic |obra=www.newadvent.org|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.ewtn.com/library/ANSWERS/HOWNAME.HTM |titulo=Kenneth D. Whitehead |obra=www.ewtn.com|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
A Igreja Católica acredita ser a única [[Igreja]] fundada por Cristo, e portanto, a única autêntica frente a demais igrejas e [[denominações cristãs]] que surgiram historicamente depois dela.{{Efn | A Igreja alega que esta é a vontade de Cristo, seu fundador, que deseja "''um só rebanho e um só Pastor''" (Jn 10, 16; 17, 11. 20-23). Segundo a [[doutrina católica]], Cristo é o "''Deus verdadeiro''" (Cf. [[Credo Niceno]]; Jn 1,1. 18; 5, 17-18; 10,33; 1Jn 5,20; Rm 9,5; Hch 20,28; Tit 2,13; Hb 1,5-9; Ap 1,18) que pode fundar validamente a sua Igreja (Sal 87). Assim, Jesus aparece como a "''pedra angular''" e "''fundamental''" sob a qual se funda a Igreja (Cf. 1Co 3,9-15; 1Ped 2,3-10) e cuja base é também constituída pelos apóstolos (Cf. Ef 2, 20-22) e especialmente por [[São Pedro]] (Cf. Mt 16, 16-19; Jn 1,42), que foi constituído Pastor universal da Igreja por vontade de Cristo (Cf. Jn 21,15-22; Lc 22, 28-32). Por [[sucessão apostólica]], os [[Papa]]s são os sucessores de São Pedro e merecem a obediência de todos os católicos, por ser o [[Vigário de Cristo]] na Terra. Isto somado à promessa de Cristo aos primeiros discípulos sobre uma constante assistência (Mt 28,20) e companhia do [[Espírito Santo]] (Cf. Jn 16, 7-15; 14,15-17. 26; 15,26; 1 Jn 2, 27) e à garantia que ele deu à Igreja de nunca ser vencida pelo mal (Mt 16,18), foi suficiente para que a Igreja Católica se proclame a si mesma como a "''coluna e fundamento da Verdade''" (1 Tm 3, 15), "''Esposa de Cristo''" (Ef 5, 24-30) e herdeira e depositária de toda a Verdade Evangélica [[Revelação divina|revelada por Deus]] e [[Tradição católica|legada pelos Apóstolos]] (Cf. 1 Co 11, 1-2; 1 Jn 2,24; 2 Ts 2,15; 1 Tm 6, 20-21; 2 Tm 1, 12-14; Flp 4, 8-9).}} Assim, a Igreja Católica considera que tem por missão elaborar, comunicar e propagar os ensinamentos de Cristo, assim como a de cuidar a unidade dos fiéis, com o objetivo de ajudar a humanidade a percorrer o caminho espiritual a Deus. Tem também o dever de administrar os [[sacramentos católicos|sacramentos]] aos seus fiéis, por meio do ministério de seus sacerdotes. A Igreja acredita que Deus outorga a sua [[graça divina|graça]] ao crente por meio dos sacramentos, daí a sua importância na vida eclesial. Ademais, a Igreja Católica manifesta-se como uma estrutura hierárquica e colegial, com Cristo como a sua cabeça espiritual e auxiliado pelo colégio dos apóstolos, cuja autoridade passou a ser exercida, após a sua morte, pelos seus sucessores: o Papa e os bispos.<ref>{{citar livro | língua = castelhano | título= El Derecho de la Iglesia | trans_title = O direito da igreja | prenome =Dominique | sobrenome = Le Tourneau |edição= 2ª |editora= Rialp |ano= 1997 |isbn= 978-843213136-3 |url= http://books.google.es/books?id=rDtrUeUEaAkC |páginas=36 ss}}</ref>


== Organização ==
=== Jesus, a salvação e o Reino de Deus ===
{{AP|Hierarquia católica}}
{{Artigo principal|Jesus|Salvação|Salvação pela graça|Reino de Deus}}
A Igreja Católica segue uma política episcopal, liderada por bispos que receberam o sacramento das [[Igreja Católica|Ordens Sagradas]], quais são dadas jurisdições formais de governo dentro da igreja.
[[Jesus]] [[Cristo]] é a figura central do [[Cristianismo]], porque, por vontade de [[Deus Pai]],<ref>''[[CCIC]]'', n. 118</ref> ele [[encarnação (religião)|encarnou-se]] (veio à Terra) para anunciar a [[salvação]] à [[humanidade]] inteira, "''ou seja: para nos reconciliar a nós [[pecador]]es com [[Deus]]; para nos fazer conhecer o seu [[amor]] infinito; para ser o nosso modelo de [[santidade]]; para nos tornar «participantes da natureza divina» (2 Ped 1, 4)''";<ref>''Ibidem'', n. 85</ref> e para "''anunciar as boas novas do [[Reino de Deus]]''".<ref>{{citar bíblia|livro=Marcos|capítulo=10|verso=45}}, {{citar bíblia|livro=Lucas|capítulo=4|verso=43}} e {{citar bíblia|livro=João|capítulo=20|verso=31}}</ref> [[Santo Atanásio]], um famoso [[Padres da Igreja|Padre]] e [[Doutor da Igreja]], afirmou que Jesus, "''o [[Filho de Deus]], Se fez homem, para nos fazer Deus''", ou seja, para nos tornarmos [[santo]]s como Deus.<ref>{{citar livro|autor=IGREJA CATÓLICA|título=[[Catecismo da Igreja Católica]] |subtítulo=|edição=|local=Coimbra|editora=Gráfica de Coimbra|ano=2000|volume=|isbn= 972-603-208-3|páginas='''N. 460'''}}</ref>
[[Ficheiro:Cristo crucificado.jpg|thumbnail|esquerda|upright|A [[crucificação]] e morte redentora de Jesus faz parte da [[vontade]] de [[Deus Pai]] de salvar toda a Humanidade.]]


=== Santa Sé, papado, Cúria Romana e Colégio dos Cardeais ===
O dogma [[cristologia|cristológico]] ensina que [[Jesus]] é a encarnação do [[Verbo]] divino, [[União hipostática|verdadeiro Deus e verdadeiro homem]], [[Messias]], Salvador e Bom Pastor da Humanidade.<ref>'''[[CCIC]]''', n. 86 e 87</ref> Ele é também «''o Filho Unigênito de Deus''» (''1 Jo 2, 23''), a segunda [[pessoa (cristianismo)|pessoa]] da [[Santíssima Trindade]], o único e verdadeiro [[Sumo Sacerdote de Israel|Sumo Sacerdote]]<ref>{{citar web | titulo= Sumo Sacerdote | publicado = Enciclopédia Católica Popular | url=http://www.ecclesia.pt/catolicopedia/ | formato= |acessodata=4 de Junho de 2009}}</ref> e Mediador entre os homens e [[Deus Pai]], chegando mesmo a afirmar que "''«[[Jesus|Eu]] sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim» (Jo 14, 6)''".<ref>{{citar livro|autor=IGREJA CATÓLICA|título=[[Catecismo da Igreja Católica]] |subtítulo=|edição=|local=Coimbra|editora=Gráfica de Coimbra|ano=2000|volume=|isbn= 972-603-208-3|páginas='''N. 459, 480 e 1544'''}}</ref>
{{AP|Santa Sé|Papa|Cúria Romana|Colégio dos Cardeais}}
{{Mais informações|Lista de papas}}
[[Ficheiro:Emblem_of_the_Papacy_SE.svg|esquerda|upright|miniaturadaimagem|As chaves cruzadas de ouro e prata da [[Santa Sé]] simbolizam as chaves de [[Pedro (apóstolo)|Simão Pedro]], representando o poder do ofício papal de afrouxar e prender. A [[tiara papal]] de tríplice coroa simboliza o triplo poder do papa como "pai dos reis", "governador do mundo" e "vigário de Cristo". A cruz de ouro em um monte ([[Globo terrestre|globo]]) simboliza a soberania de [[Jesus]].]]


A [[Hierarquia católica|hierarquia da Igreja Católica]] é chefiada pelo [[Diocese de Roma|bispo de Roma]], conhecido como papa ({{Lang-la|papa}}; "pai"), que é o líder da Igreja Católica mundial.<ref name="section880">{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG0015/_P2A.HTM#PZ |titulo=Christ's Faithful – Hierarchy, Laity, Consecrated Life: The episcopal college and its head, the Pope |ano=1993 |publicação=Libreria Editrice Vaticana|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> O atual papa, [[Papa Francisco|Francisco]], foi eleito em 13 de março de 2013 pelo [[Conclave de 2013|conclave papal]].<ref name="habemus_papem_2013">{{Citar web |url=http://www.news.va/en/news/habemus-papam-cardinal-bergolio-elected-pope |titulo=Habemus Papam! Cardinal Bergoglio Elected Pope Francis |publicação=News.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
Nas suas muitas pregações, [[Jesus]], ao anunciar o [[Evangelho]], ensinou as [[bem-aventuranças]] e insistiu sempre {{citar bíblia|Mateus|10|7|citação=que o [[Reino de Deus]] está próximo}}. Exortou também que quem quisesse fazer parte desse Reino teria de ''nascer de novo'', de se arrepender dos seus [[pecado]]s, de se converter e purificar. Jesus ensinava também que o [[poder]], a [[graça]] e a [[misericórdia]] de [[Deus]] era maior que o [[pecado]] e todas as forças do [[mal]], insistindo por isso que o [[arrependimento]] sincero dos [[pecado]]s e a [[fé]] em Deus podem salvar os homens.<ref>''[[Catecismo da Igreja Católica]]'' (CIC), n. 1427 e n. 545</ref> Este misterioso Reino, que só se irá realizar-se na sua plenitude no [[fim do mundo]], está já presente na Terra através da [[Igreja]], que é a sua semente. No [[Reino de Deus]], o [[Mal]] será inexistente e os homens salvos e justos, após a [[ressurreição]] dos mortos e o fim do mundo, passarão a viver eternamente em Deus, com Deus e junto de Deus.<ref name="fimundo1">''[[CCIC]]''; n. 216</ref>


O escritório do papa é conhecido como ''papado'' . A Igreja Católica sustenta que Cristo instituiu o papado ao dar as [[chaves do Céu]] a [[Pedro (apóstolo)|São Pedro]]. Sua jurisdição eclesiástica é chamada de "[[Santa Sé]]" (''Sancta Sedes'' em latim), ou "[[Sé apostólica|Sé Apostólica]]" (que significa ver do apóstolo Pedro).<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=S-Qve0IqI5YC&pg=PA114|título=Christian Tradition: A History of the Development of Doctrine, Volume 4: Reformation of Church and Dogma (1300–1700)|ultimo=Pelikan|primeiro=Jaroslav|ano=1985|isbn=978-0-226-65377-8|publicação=University of Chicago Press|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref><ref>Robert Feduccia (editor), ''Primary Source Readings in Catholic Church History'' (Saint Mary's Press 2005 {{ISBN|978-0-88489-868-9}}), p. 85. Accessed at [https://books.google.com/books?id=Bkc6gh1JdGkC&pg=PA85&dq=%22apostolic+see%22+%22saint+peter%22#v=onepage&q=%22apostolic%20see%22%20%22saint%20peter%22 Google Books]</ref> Servindo diretamente ao papa está a Cúria Romana, o órgão governante central que administra os negócios cotidianos da Igreja Católica.
A [[doutrina católica]] professa também que a [[salvação]] do Homem deve-se, para além da [[graça divina]], ao [[Mistério Pascal|voluntário Sacrifício e Paixão de Jesus]] na [[cruz]]. Este supremo [[sacrifício]] deve-se à vontade e ao infinito [[amor de Deus]], que quis salvar toda a humanidade.<ref name="Crucix1">{{citar livro|autor=IGREJA CATÓLICA|título=[[Catecismo da Igreja Católica]] |subtítulo=|edição=|local=Coimbra|editora=Gráfica de Coimbra|ano=2000|volume=|isbn= 972-603-208-3|páginas='''N. 608'''}}</ref><ref name="Crucix2">{{citar livro|autor=IGREJA CATÓLICA|título=[[Compêndio do Catecismo da Igreja Católica]] |subtítulo= |edição=|local=Coimbra|editora=Gráfica de Coimbra|ano=2000|volume=|isbn= 972-603-349-7|páginas='''N. 122'''}}</ref> Além disso, é também fundamental para a salvação a adesão livre do crente à [[fé]] em Jesus Cristo e aos Seus ensinamentos, porque a [[liberdade]] humana, como um dom divino, é respeitado por Deus, o nosso Criador.<ref>{{citar livro|autor=IGREJA CATÓLICA|título=[[Catecismo da Igreja Católica]] |subtítulo=|edição=|local=Coimbra|editora=Gráfica de Coimbra|ano=2000|volume=|isbn= 972-603-208-3|páginas='''N. 2002'''}}</ref><ref>{{citar web | titulo= Graça e Justificação | publicado = Veritatis Splendor | url=http://www.veritatis.com.br/article/4618/a-graca-e-a-justificacao | formato= |acessodata=6 de Junho de 2009}}</ref>


O papa também é [[Lista de papas|Soberano]] da [[Vaticano|Cidade]] do [[Vaticano]],<ref>{{Citar web |url=http://www.vaticanstate.va/EN/State_and_Government/ |titulo=Vatican City State – State and Government |publicação=Vaticanstate.va}}</ref> uma pequena [[Cidade-Estado|cidade-estado]] totalmente enclavada dentro da cidade de Roma, que é uma entidade distinta da Santa Sé. É como chefe da Santa Sé, não como chefe do Estado da Cidade do Vaticano, que o papa recebe embaixadores de estados e envia a eles seus próprios representantes diplomáticos.<ref>British Foreign and Commonwealth Office. [http://www.fco.gov.uk/en/travel-and-living-abroad/travel-advice-by-country/country-profile/europe/holy-see/ "Country Profile: Vatican City State/Holy See"]. ''Travel and Living Abroad'', 27 de fevereiro de 2012. Acessado em 26 de junho de 2012 {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20101231084624/http://www.fco.gov.uk/en/travel-and-living-abroad/travel-advice-by-country/country-profile/europe/holy-see/|date=31 de dezembro de 2010}}</ref>
A Igreja ensina também que todos os não católicos que, sem culpa própria, ignoram a Palavra de Deus e a Igreja Católica, mas que "''procuram sinceramente [[Deus]] e, sob o influxo da [[graça]], se esforçam por cumprir a sua vontade''", podem conseguir a [[salvação]].<ref>''CCIC''; n. 171</ref>


A posição de [[cardeal]] é uma posição de honra concedida pelos papas a certos clérigos, como líderes da Cúria Romana, bispos que servem nas principais cidades e ilustres teólogos. Para aconselhamento e assistência no governo, o papa pode recorrer ao [[Colégio dos Cardeais|Colégio de Cardeais]].<ref name="McDonough227">McDonough (1995), p. 227</ref>
==== Caridade ====
Esta fé cristã "''opera pela [[caridade]]''" ou [[amor]] ({{citar bíblia|Gálatas|5|6}}), por isso ela instrui os fiéis converter-se e a levar uma vida de [[santificação]]. Este modo de viver ensina o católico a participar e receber os [[Sacramentos católicos|sacramentos]] e a "''conhecer e fazer a vontade de Deus''".<ref>''[[CCIC]]'', n. 386</ref> Este último ponto é cumprido através, como por exemplo, da prática dos ensinamentos revelados (que se resumem nos [[mandamentos de amor]] ensinados por Jesus), das [[boas obras]] e também das [[Teologia moral católica|regras de vida]] propostas pela Igreja Católica.<ref name="DefDout2" /><ref>''Ibidem''; n. 388</ref><ref>{{citar web | titulo= A Fé e as Obras | publicado= Frente Universitária Lepanto | url= http://www.lepanto.com.br/ApFeObr.html | formato= | acessodata= 3 de Junho de 2009 | arquivourl= https://web.archive.org/web/20090317091845/http://www.lepanto.com.br/ApFeObr.html | arquivodata= 2009-03-17 | urlmorta= yes }}</ref> Estes mandamentos de amor consistem em {{citar bíblia|Mateus|22|37|39|citação=amar a Deus acima de todas as coisas ... amar ao próximo como a si mesmo}} (o [[Grande Mandamento]]) e {{citar bíblia|João|15|12|citação=amar uns aos outros como Eu vos amei}} (o [[Mandamento do Amor]] ou [[Novo Mandamento]]). Estes ensinamentos radicais constituem por isso o resumo de {{citar bíblia|Mateus|22|40|citação=toda a [[Lei Mosaica|Lei]] e os [[Nevi'im|Profeta]]s do [[Antigo Testamento]]}}.<ref>''CCIC'', n. 435</ref> No fundo, a vida de [[santificação]] proposta pela Igreja tem por finalidade e [[esperança]] últimas à [[salvação]]<ref name="Esp1">{{citar livro|autor=IGREJA CATÓLICA|título=[[Compêndio do Catecismo da Igreja Católica]] |subtítulo=|edição=|local=Coimbra|editora=Gráfica de Coimbra|ano=2000|volume=|isbn= 972-603-349-7|páginas='''N. 387'''}}</ref> e à implementação do [[Reino de Deus]].<ref name="fimundo1" /><ref name="DefSant1">''Ibidem'', n. 428</ref>


Após a morte ou renúncia de um papa,{{nota de rodapé|A última renúncia ocorreu em 28 de fevereiro de 2013, quando [[Papa Bento XVI]] se aposentou, alegando problemas de saúde em sua idade avançada. A próxima renúncia mais recente ocorreu em 1415, como parte da resolução do [[Papado de Avignon]] do [[Concílio de Constança]].<ref name=duffy415>Duffy (1997), p. 415</ref>}} membros do Colégio de Cardeais com menos de 80 anos de idade atuam como um [[colégio eleitoral]], reunidos em um [[Conclave|conclave papal]] para eleger um sucessor.<ref name="duffy416">Duffy (1997), p. 416</ref> Embora o conclave possa eleger qualquer católico masculino como papa desde 1389, apenas cardeais foram eleitos.<ref name="duffy417and18">Duffy (1997), pp. 417–418</ref>
Além do trabalho evangélico, a Igreja Católica realiza obras de cunho social e assistencial nos países onde atua.<ref name="Ações sociais">{{citar jornal|url=https://portalconservador.com/igreja-catolica-a-maior-instituicao-de-caridade-do-mundo/|titulo=igreja catolica, a maior instituicao de caridade do mundo|acessodata=06/04/2020}}</ref> Entre eles estão 5 167 hospitais, 17 322 dispensários, 648 leprosários, 15 699 casas para idosos, doentes crônicos e deficientes, 10 124 orfanatários, 11 596 jardins de infância, 14 744 consultores matrimoniais, 3 663 centros de educação e reeducação social, além de outras 36 683 instituições.<ref name="Ações sociais"></ref>


=== Eclesiologia ===
=== Direito canônico ===
{{AP|Código de Direito Canónico}}
{{ver artigos principais|[[Igreja]], [[Eclesiologia]] e [[Quatro marcas da Igreja]]}}
[[Código de Direito Canónico|Direito canônico]] ({{Lang-la|jus canonicum}})<ref>Black's Law Dictionary, 5th Edition, pg. 771: "Jus canonicum"</ref> é o [[Sistema jurídico|sistema]] de [[Direito|leis]] e [[Direito canónico|princípios legais]] elaborado e aplicado pelas [[Hierarquia católica|autoridades hierárquicas]] da Igreja Católica para regular sua organização e governo externos e ordenar e direcionar as atividades dos católicos em direção à missão da igreja.<ref>Della Rocca, ''Manual of Canon Law'', p. 3.</ref> A lei canônica da Igreja Latina foi o primeiro [[sistema jurídico]] ocidental moderno<ref>Berman, Harold J. ''Law and Revolution'', pp. 86, 115.</ref> e é o mais antigo sistema jurídico em funcionamento contínuo no Ocidente.<ref>Edward N. Peters, [http://canonlaw.info CanonLaw.info Home Page], acessado em 11 de junho de 2013.</ref><ref>Raymond Wacks,
''Law: A Very Short Introduction, 2nd Ed.'' (Oxford University Press, 2015) p. 13.</ref>
[[Ficheiro:Canonization_2014-_The_Canonization_of_Saint_John_XXIII_and_Saint_John_Paul_II_(14036966125).jpg|upright|miniaturadaimagem|[[Papa Francisco|Francisco]] é o [[Lista de papas|266º]] e atual [[Papa]] da Igreja Católica, um [[Título de cortesia|título que]] ele detém ''ex officio'' como [[Diocese de Roma|Bispo de Roma]] e [[Lista de papas|soberano]] da [[Vaticano|Cidade]] do [[Vaticano]]. Ele foi eleito no [[Conclave de 2013|conclave papal de 2013]].]]


Leis eclesiásticas positivas, baseadas direta ou indiretamente em lei divina imutável ou lei [[Direito natural|natural]], derivam autoridade formal no caso de leis universais promulgadas pelo legislador supremo - o [[Papa|Sumo Pontífice]] - que possui em sua pessoa a totalidade do poder legislativo, executivo e judicial,<ref>[https://www.vatican.va/archive/ENG1104/__P16.HTM Canône 331], Código de Direito Canônico de 1983. Vaticano. Acessado em 23 de janeiro de 2021.</ref> enquanto leis particulares derivam autoridade formal da promulgação por um legislador inferior ao legislador supremo, seja um legislador ordinário ou um legislador delegado. O material sujeito aos cânones não é apenas de natureza doutrinária ou moral, mas abrange toda a condição humana. Possui todos os elementos comuns de um sistema jurídico maduro: leis, tribunais, advogados, juízes,<ref name="clinfocat">Edward N. Peters, [http://www.canonlaw.info/a_catechistintro.htm "A Catechist's Introduction to Canon Law"], CanonLaw.info. Acessado em 11 de junho de 2013.</ref> um código jurídico totalmente articulado para a [[Igreja Católica de Rito Latino|Igreja Latina]],<ref name="Manual of Canon Law, pg. 49">Manual de Direito Canônico, pg. 49</ref> bem como um código para as [[igrejas católicas orientais]], princípios de interpretação jurídica<ref>{{Citar web |url=http://www.intratext.com/IXT/ENG0017/_P2.HTM |titulo=Code of Canon Law: text – IntraText CT |obra=www.intratext.com|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> e sanções coercitivas.<ref>[https://stjosephcanonlaw.com/sites/default/files/newsletter-preview-pdfs/christifidelis30.7.pdf St. Joseph Foundation newsletter, Vol. 30 No. 7], pg. 3</ref><ref>{{Citar web |last=Pink |url=http://www.firstthings.com/article/2012/08/conscience-and-coercion |titulo=Conscience·and·Coercion |citação=O Código de Direito Canônico de 1983 ainda ensina que a Igreja tem autoridade coercitiva sobre os batizados, com autoridade para dirigir e punir, tanto por penas temporais quanto espirituais, por apostasia culposa ou heresia. |publicação=The Institute on Religion and Public Life|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
[[Ficheiro:Gesupietrochiave.jpg|thumbnail|A [[Igreja]] está alicerçada sobre o [[São Pedro|Apóstolo Pedro]], a quem Cristo prometeu o [[primazia papal|Primado]], ao afirmar que "''sobre [[São Pedro|esta pedra]] edificarei a minha Igreja" e que "''dar-te-ei as [[chaves do Reino de Deus]]''" ("[[Confissão de Pedro]]").]]
[[Ficheiro:Konzilseroeffnung_2.jpg|thumb|[[Bispo]]s durante o [[Concílio Vaticano II]] em 1961.]]


O [[Código de Direito Canónico|direito canônico]] diz respeito à vida e organização da Igreja Católica e é distinto do direito civil. Em seu próprio campo, dá força ao direito civil apenas por promulgação específica em questões como a tutela de menores.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=JKgZEjvB5cEC&pg=PA85|título=New Commentary on the Code of Canon Law|ultimo=Beal|primeiro=John P.|ano=2000|isbn=978-0-8091-4066-4|publicação=Paulist Press}}</ref> Da mesma forma, o direito civil pode dar força em seu campo ao direito canônico, mas apenas por promulgação específica, como no que diz respeito aos casamentos canônicos.<ref name="Malta">{{Citar web |url=https://www.vatican.va/roman_curia/secretariat_state/archivio/documents/rc_seg-st_19930203_s-sede-malta_en.html |titulo=Agreement between the Holy See and the Republic of Malta on the recognition of civil effects to canonical marriages and to the decisions of the ecclesiastical authorities and tribunals about the same marriages |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Atualmente, o Código de Direito Canônico de 1983 está em vigor para a Igreja Latina,<ref>{{Citar web |url=http://www.intratext.com/IXT/ENG0017/_P1.HTM |titulo=Code of Canon Law: Book I General Norms (1–6) |publicação=Intratext Library}}</ref> enquanto o Código de Cânones das Igrejas Orientais de ''1990'' (''CCEO'', depois das iniciais latinas) se aplica às [[Igrejas católicas orientais|Igrejas Católicas Orientais]] autônomas.<ref>{{Citar web |url=http://www.jgray.org/codes/cceo90eng.html |titulo=Código dos Cânones das Igrejas Orientais de 1990, Cânone 1 |publicação=jgray.org|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
A Igreja Católica define-se pelas palavras do [[Credo niceno-constantinopolitano]], como:


=== Igrejas latinas e orientais ===
* «'''una'''» porque nela [[subsistit in|subsiste]] a única instituição verdadeiramente fundada e encabeçada por [[Cristo]] para reunir o povo de [[Deus]], porque ela tem como alma o [[Espírito Santo]], que une todos os fiéis na [[Comunhão dos santos|comunhão em Cristo]] e porque ela tem uma só fé, uma só vida sacramental, uma única sucessão apostólica, uma comum [[esperança]] e a mesma [[caridade]].<ref>''[[Compêndio do Catecismo da Igreja Católica]]'' (CCIC), n. 161</ref>
{{AP|Igrejas católicas particulares e ritos litúrgicos|Igreja Católica de Rito Latino|Igrejas católicas orientais}}
Nos primeiros mil anos da história católica, diferentes variedades do cristianismo se desenvolveram nas áreas [[Cristianismo oriental|cristãs]] [[Igreja Católica de Rito Latino|ocidental]] e [[Cristianismo oriental|oriental]] da Europa. Embora a maioria das igrejas de tradição oriental não esteja mais em comunhão com a Igreja Católica após o [[Grande Cisma]] de 1054, atualmente participam igrejas particulares autônomas de ambas as tradições, também conhecidas como "igrejas ''sui iuris''". A maior e mais conhecida é a [[Igreja Católica de Rito Latino|Igreja Latina]], a única igreja de tradição ocidental, com mais de 1 bilhão de membros em todo o mundo. Relativamente pequenas em termos de aderentes em comparação com a Igreja Latina, são as 23 [[Igrejas católicas orientais|Igrejas Católicas Orientais]] autônomas, com um número combinado de 17,3 milhões de seguidores, de acordo com estimativas de 2010.<ref name="Roberson">{{Citar web |url=http://www.cnewa.org/default.aspx?ID=125&pagetypeID=1&sitecode=HQ&pageno=1 |titulo=Eastern Catholic Churches Statistics 2010 |obra=CNEWA |autor=Ronald G. Roberson}}</ref><ref name="Gunton">Colin Gunton. "Christianity among the Religions in the Encyclopedia of Religion", Religious Studies, Vol. 24, número 1, p. 14. Em uma revisão de um artigo da '' Enciclopédia da Religião '', Gunton escreve" ... [ O artigo [sobre o catolicismo na enciclopédia] sugere corretamente cautela, sugerindo desde o início que o catolicismo romano é marcado por "várias ênfases doutrinárias e teológicas diferentes".."</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_decree_19641121_orientalium-ecclesiarum_en.html |titulo=''Orientalium Ecclesiarum'' |obra=[[Concílio Vaticano II]]|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.catholiceducation.org/en/culture/catholic-contributions/the-other-catholics-a-short-guide-to-the-eastern-catholic-churches.html |titulo=The Other Catholics: A Short Guide to the Eastern Catholic Churches |obra=Catholic Education Resource Center |autor=Kevin R. Yurkus}}</ref>
[[Ficheiro:Archbasilica_of_St._John_Lateran_HD.jpg|esquerda|miniaturadaimagem| [[Arquibasílica de São João de Latrão]], a [[catedral]] da [[diocese de Roma]] ]]


A Igreja Latina é governada pelo papa e por bispos diocesanos designados diretamente por ele. O papa exerce um papel [[Patriarca|patriarcal]] direto sobre a Igreja Latina, que é considerada a parte original e ainda principal do [[cristianismo ocidental]], uma herança de certas crenças e costumes originários da Europa e do noroeste da África, alguns dos quais são herdados por muitas [[Denominação cristã|denominações cristãs]] que traçam suas origens na [[Reforma Protestante]].<ref name="west_christ">[http://www.philtar.ac.uk/encyclopedia/christ/west/westessay.html "General Essay on Western Christianity"], [http://www.philtar.ac.uk/encyclopedia/christ/west/westrc.html "Western Church/Roman Catholicism"] ''Overview of World Religions''. Division of Religion and Philosophy, University of Cumbria. 1998/9 ELMAR Project. Acessado em 26 de março de 2015.</ref>
* «'''santa'''» por causa da sua ligação única com Deus, o seu Autor, porque "''o Espírito Santo vivificou-a com a [[caridade]]''" e porque ela é a "''Esposa de Cristo''"; também porque ela, através dos [[sacramento (cristianismo)|sacramento]]s, tem por objectivo santificar, purificar e transformar os fiéis, reunindo-os todos para o seu caminho de [[santificação]], cujo objectivo final é a [[salvação]], que consiste na [[vida eterna]], na realização final do [[Reino de Deus]] e na obtenção da [[santidade]].<ref>''Ibidem'', n. 165</ref>


Uma igreja ''sui iuris'' é definida no Código de Cânones para as Igrejas Orientais como um "grupo de fiéis cristãos unidos por uma hierarquia" que é reconhecido pelo Papa em sua capacidade de autoridade suprema em questões de doutrina dentro da igreja.<ref>{{cite web |url=http://www.intratext.com/IXT/ENG1199/_PR.HTM |title=Código de Cânones para as Igrejas Orientais, Título 2 |publisher=intratext.com |date=1992|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> O termo é uma inovação do CCEO para denotar a relativa autonomia das Igrejas Católicas Orientais,<ref name="MalankaraCCSIJS">{{Citar web |url=https://www.scribd.com/doc/2057012/Malankara-Catholic-Church-sui-iuris-Juridical-Status-and-Power-of-Governance |titulo=Malankara Catholic Church sui iuris: Juridical Status and Power of Governance |obra=Scribd}}</ref> que permanecem em [[Comunhão plena|plena comunhão]] com o Papa, mas possuem estruturas de governança e tradições litúrgicas separadas das da Igreja Latina.<ref name="Gunton/>
* «'''católica'''» porque a Igreja é universal e está espalhada por toda a [[Terra]]; é portadora da integralidade e totalidade do [[Tradição católica|depósito da fé]]; "''leva e administra a plenitude dos meios''" necessários para a [[salvação]]''" (incluindo os [[sete sacramentos]]), dados por Jesus à sua Igreja; "''é enviada em missão a todos os povos, em todos os tempos e qualquer que seja a cultura a que eles pertençam''"; e nela está presente Cristo.<ref>"''Onde está Cristo Jesus, aí está a Igreja Católica''", citação de S. [[Inácio de Antioquia]]</ref><ref>''CCIC'', n. 166</ref>


Algumas igrejas católicas orientais são governadas por um patriarca que é eleito pelo [[sínodo]] dos bispos dessa igreja,<ref name="CCEO55_150">[http://www.intratext.com/IXT/ENG1199/_P1R.HTM "''CCEO'', Canônes 55–150"]. Intratext.com. 1990. Acessado em 23 de janeiro de 2021.</ref> outras são chefiadas por um [[arcebispo maior]],<ref name="CCEO151_154">"''CCEO'', Canons 151–154". 1990.</ref> outras estão sob uma [[metropolita]]<ref name="CCEO155_173">"''CCEO'', Canônes 155–173". 1990. Acessado em 23 de janeiro de 2021.</ref> e outras são organizadas como [[Eparquia|eparquias]] individuais.<ref name="CCEO">"''CCEO'', Canônes 174–176". 1990. Acessado em 23 de janeiro de 2021.</ref> Cada igreja tem autoridade sobre os detalhes de sua organização interna, ritos litúrgicos, [[Calendário Romano Geral|calendário litúrgico]] e outros aspectos de sua espiritualidade, sujeitos apenas à autoridade do papa.<ref name="CCEO27_7">[http://www.intratext.com/IXT/ENG1199/_PR.HTM "''CCEO'', Canônes 27–28."]. Intratext.com. 1990. Acessado em 23 de janeiro de 2021.</ref> A Cúria Romana tem um departamento específico, a [[Congregação para as Igrejas Orientais]], para manter relações com elas.<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/roman_curia/congregations/orientchurch/profilo/rc_con_corient_pro_20030320_profile.html |titulo=Congregation for the Oriental Churches: Profile |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
* «'''apostólica'''» porque ela é fundamentada na doutrina dos [[Apóstolo]]s cuja missão recebeu [[Sucessão Apostólica|sem ruptura]].<ref>''Ibidem'', n. 174</ref> Segundo a [[Doutrina Católica]], todos os Bispos da Igreja são sucessores dos Apóstolos e o [[Papa]], Chefe da Igreja, é o sucessor de [[São Pedro]] ("Príncipe dos Apóstolos"), que é a ''pedra'' na qual Cristo edificou a sua Igreja.


=== Dioceses, paróquias, organizações e institutos ===
Além disso, a Igreja, de entre os seus inúmeros nomes, também é conhecida por:
{{VT|Instituto religioso|Organizações de caridade católica}}
{{Imagem múltipla
| align = right
| direction = vertical
| width = 320


| image1 = Roman_Catholic_provinces_and_top-level_groupings.png
* «'''[[Corpus Mysticum|Corpo de Cristo]]'''» porque os católicos acreditam que a Igreja não é apenas uma simples [[instituição]], mas um corpo místico constituído por [[Jesus]], que é a Cabeça, e pelos fiéis, que são membros deste corpo único, inquebrável e divino. Este nome é assente também na fé de que os fiéis são unidos intimamente a Cristo, por meio do [[Espírito Santo]], sobretudo no sacramento da [[Eucaristia]].<ref>''Ibidem'', n. 156</ref> A Igreja Católica acredita que os cristãos não católicos também pertencem, apesar de um modo imperfeito, ao Corpo Místico, visto que tornaram-se uma parte inseparável d'Ele através do [[Batismo]] - constituindo assim numas das bases do [[ecumenismo]] actual. Ela defende também que muitos elementos de [[santificação]] e de verdade estão também presentes nas Igrejas e comunidades cristãs que não estão em [[plena comunhão]] com o Papa.<ref>''Ibidem'', n. 163</ref>
| caption1 = Mapa das [[província eclesiástica|províncias eclesiásticas]] da Igreja Católica, bem como das [[arquidiocese]]s (e outras entidades de alto nível) onde as províncias não estão estabelecidas


| image2 = Percent of Catholics by Country–Pew Research 2011.svg
* «'''Esposa de Cristo'''» porque o próprio Cristo "''Se definiu como o «''Esposo''» (''Mc 2,19'') que amou a Igreja, unindo-a a Si por uma Aliança eterna. Ele entregou-se a Si mesmo por ela, para a purificar com o Seu sangue, «para a tornar santa» (''Ef 5,26'') e fazer dela mãe fecunda de todos os filhos de Deus''".<ref>''Ibidem'', n. 158</ref>
| caption2 = Porcentagem de católicos por país


| image3 = Number_of_Catholics_by_Country–Pew_Research_2011.svg
* «'''Templo do Espírito Santo'''» porque o [[Espírito Santo]] reside na Igreja, no Corpo Místico de Cristo, e estabelece entre os fiéis e Jesus Cristo uma comunhão íntima, tornando-os unidos num só Corpo. Para além disso, Ele guia, toma conta e "''edifica a Igreja na [[caridade]] com a [[Palavra de Deus]], os [[sacramento (cristianismo)|sacramento]]s, as [[virtude]]s e os [[carisma]]s''".<ref>''Ibidem'', n. 159</ref>
| caption3 = Número de católicos por país
}}
Países, regiões ou grandes cidades são servidas por igrejas específicas conhecidas como [[Diocese|dioceses]] na Igreja Latina, ou [[Eparquia|eparquias]] nas Igrejas Católicas Orientais, cada uma supervisionada por um bispo. Segundo dados de 2008, a Igreja Católica possui 2.795 dioceses.<ref name="sees">Vatican, ''[[Annuario Pontificio]]'' 2009, p. 1172.</ref> Os bispos em um determinado país são membros de uma conferência episcopal nacional ou regional.<ref>''Annuario Pontifico per l'anno 2010'' (''Città di Vaticano: Libreria Editrice Vaticana'', 2010)</ref>


As dioceses são divididas em [[Paróquia|paróquias]], cada uma com um ou mais padres, [[Diácono|diáconos]] ou ministros eclesiais leigos.<ref name="OneFaith52">Barry, p. 52</ref> As paróquias são responsáveis pela celebração diária dos sacramentos e pela pastoral dos leigos.<ref>"[http://www.intratext.com/IXT/ENG0017/_P1T.HTM Canône 519]". ''Código de Direito Canônico de 1983''. Intratext.com: "O pároco é o próprio clérigo responsável pela congregação da paróquia que lhe foi confiada. Ele exerce a pastoral da comunidade que lhe foi confiada, sob a autoridade do [[bispo diocesano]], cujo ministério de Cristo é chamado a partilhar, para que esta comunidade desempenhe as funções de ensino, santificação e governo. com a colaboração de outros sacerdotes ou diáconos e com a assistência de fiéis leigos de Cristo, de acordo com a lei."</ref> De acordo com estimativas de 2016, existem 221,7 mil paróquias em todo o mundo.<ref>{{Citar periódico |titulo=Laudato Si |jornal=Vermont Catholic |edição=Winter |volume=8 |url=http://www.onlinedigeditions.com/publication/index.php?i=365491&m=&l=&p=1&pre=&ver=html5#{%22page%22:74,%22issue_id%22:365491}}}</ref>
===Revelação divina, Tradição e desenvolvimento da doutrina===
{{AP|Revelação divina|Bíblia|Tradição católica|Desenvolvimento da doutrina|Magistério da Igreja Católica}}
[[Imagem:1642CNS-Fatima PopeWEB2.jpg|thumb|esquerda|upright|O [[Papa Francisco]] junto da imagem de [[Nossa Senhora de Fátima]].]]


Na Igreja Latina, os homens católicos podem servir como diáconos ou sacerdotes, recebendo [[Ordem (sacramento)|ordenação]] sacramental. Homens e mulheres podem servir como [[Ministro extraordinário da comunhão|ministros extraordinários dacomunhão]], como [[Leitor (ministério)|leitores]], ou como [[Coroinha|coroinhas]]. Historicamente, meninos e homens só foram autorizados a servir como servidores de altar; no entanto, desde os anos 1990, meninas e mulheres também são permitidas.<ref name="Apostalicae86">''Acta Apostolicae Sedis 86'' (1994) pp. 541–542 ([https://www.vatican.va/archive/aas/documents/AAS%2086%20%5B1994%5D%20-%20ocr.pdf Official Latin] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20150721142407/https://www.vatican.va/archive/aas/documents/AAS%2086%20%5B1994%5D%20-%20ocr.pdf|date=21 de julho de 2015}}; [http://www.catholicculture.org/library/view.cfm?recnum=5212 English translation])</ref>{{nota de rodapé|Em 1992, o Vaticano esclareceu que o Código de Direito Canônico de 1983 removeu a exigência de que os coroinhas fossem homens; a permissão para usar coroinhas dentro de uma diocese fica a critério do bispo.<ref name=Apostalicae86/>e}}
A autoridade para ensinar, ou seja, o [[Magistério da Igreja Católica|Magistério da Igreja]], baseia-se na [[Revelação divina]], que está expressa tanto nas [[Bíblia|Sagradas Escrituras]] (ou [[Bíblia]]) como na [[Sagrada Tradição]] (oral). Segundo a fé católica, a Revelação divina engloba todas as verdades que a Igreja acredita e que foram sendo gradualmente [[Revelação divina|reveladas]] por [[Deus]] através dos tempos (desde o [[Antigo Testamento]]), atingindo a sua plenitude e perfeição em [[Jesus Cristo]], que anunciou definitivamente o [[Evangelho]] à humanidade.<ref name="Revpleno">{{citar livro |título=[[Compêndio do Catecismo da Igreja Católica]] | local=Coimbra|editora=Gráfica de Coimbra|ano=2000|páginas= 8 e 9 | ISBN = 972-603-349-7}}</ref> Ou seja, já não há mais nada a acrescentar à Revelação divina depois de Jesus, apenas há [[Revelação privada |revelações privadas]] (ex.: as [[aparições marianas]]), que não pertencem à Revelação divina pública nem podem contradizê-la. O papel das aparições privadas é somente ajudar os fiéis católicos a viverem melhor a Revelação divina, numa determinada época da História.<ref>{{Citar livro| título= [[Catecismo da Igreja Católica]] |local= Coimbra|editora=Gráfica de Coimbra|ano=2000|isbn= 972-603-208-3|página = 67}}</ref> Por isso, Jesus Cristo é considerado pelos [[católico]]s e outros [[cristão]]s como o [[Filho de Deus]], o [[Messias]] e o Salvador do mundo e da humanidade.<ref name="SalvadorJesus1">{{citar livro| título=[[Compêndio do Catecismo da Igreja Católica]] | local= Coimbra |editora= Gráfica de Coimbra|ano= 2000|página = 87 | ISBN = 972-603-349-7}}</ref><ref name= "Messias1">{{citar livro| título=[[Compêndio do Catecismo da Igreja Católica]] | local=Coimbra|editora= Gráfica de Coimbra|ano= 2000|página = 82 | ISBN = 972-603-349-7}}</ref> Este conjunto de verdades reveladas pode ser designado por [[doutrina católica]]. Segundo o [[Catecismo de São Pio X]], a doutrina católica "''é a [[doutrina]] que Jesus Cristo Nosso Senhor nos ensinou, para nos mostrar o caminho da [[salvação]]''" e da [[vida eterna]].<ref>{{citar web | titulo= Catecismo de São Pio X| publicado = [[Diocese de Braga]] | url=http://www.diocese-braga.pt/catequese/sim/biblioteca/publicacoes_online/56/Catecismo_Sao_Pio_X.pdf | formato= PDF; '''n. 4''' | autor= [[Papa Pio X|SÃO PIO X]] |acessodata=3 de Junho de 2009}}</ref> "''As partes principais e mais necessárias da Doutrina [...] são quatro: o [[Credo]], o [[Pai-Nosso]], os [[Dez Mandamentos|Mandamentos]] e os [[Sacramentos católicos|Sacramentos]]''".<ref>''Ibidem'', n. 10</ref><ref name="DefDout2">{{citar web| titulo= Da Doutrina Cristã - Catecismo de São Pio X| publicado= Sociedade Católica| url= http://www.sociedadecatolica.com.br/modules/xoopsfaq/index.php?cat_id=10| formato= | acessodata= 3 de Junho de 2009| arquivourl= https://web.archive.org/web/20090207055403/http://sociedadecatolica.com.br/modules/xoopsfaq/index.php?cat_id=10| arquivodata= 2009-02-07| urlmorta= yes}}</ref>


Os católicos ordenados, bem como os membros dos leigos, podem entrar na [[Vida consagrada|vida consagrada,]] seja individualmente, como [[eremita]] ou virgem consagrada, ou ingressando em um instituto de vida consagrada (um [[instituto religioso]] ou um [[Institutos seculares|instituto secular]]) no qual recebe votos confirmando seu desejo de seguir os três [[conselhos evangélicos]] de [[castidade]], [[pobreza]] e obediência.<ref name="Canons573-746">{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG1104/__P1Y.HTM |titulo=Canône 573–746 |obra=Código de Direito Canônico de 1983 |editor=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Exemplos de institutos de vida consagrada são os [[beneditinos]], os [[Ordem do Carmo|carmelitas]], os [[Ordem dos Pregadores|dominicanos]], os [[franciscanos]], os [[Missionárias da Caridade|missionários da caridade]], os [[legionários de Cristo]] e as irmãs da misericórdia.<ref name="Canons573-746"/>
Apesar da [[doutrina católica]] ter sido plenamente revelada por Jesus Cristo, a definição e compreensão desta mesma doutrina é progressiva, necessitando por isso do constante estudo e reflexão da [[Teologia católica|Teologia]], mas sempre fiel à Revelação e orientada pelo [[Magistério da Igreja Católica]]. A esta definição progressiva da doutrina dá-se o nome de [[desenvolvimento da doutrina]].<ref name="DesenDout">{{citar web | titulo= O Desenvolvimento da Doutrina | publicado = Veritatis Splendor | url=http://www.veritatis.com.br/article/4810/o-desenvolvimento-da-doutrina- | formato= |acessodata=3 de Junho de 2009}}</ref> Esta Revelação imutável e definitiva é transmitida pela Igreja sob a forma de [[Tradição católica|Tradição]] escrita (Bíblia) e oral.<ref>{{citar livro|autor=IGREJA CATÓLICA|título=[[Compêndio do Catecismo da Igreja Católica]] |subtítulo=|edição=|local=Coimbra|editora=Gráfica de Coimbra|ano=2000|volume=|isbn= 972-603-349-7|páginas='''N. 11-13'''}}</ref> A doutrina católica está resumida no [[Credo dos Apóstolos]], no [[Credo niceno-constantinopolitano]] e em variadíssimos documentos da Igreja, como por exemplo no [[Catecismo da Igreja Católica]] (CIC) e no [[Compêndio do Catecismo da Igreja Católica|seu Compêndio]] (CCIC).<ref name="DefDout1">{{citar web | titulo= A Doutrina da Santa Igreja Católica | publicado = Veritatis Splendor | url=http://www.veritatis.com.br/area/4 | formato= |acessodata=3 de junho de 2009}}</ref>


"Institutos religiosos" é um termo moderno que abrange "ordens religiosas" e "congregações religiosas", que já foram distinguidas no [[Direito canónico|direito canônico]].<ref>{{Citar web |url=https://scholar.google.com/scholar?q=%22+the+1983+code+uses+the+single+term+religious+institute%22&btnG=Search&as_sdt=1,5&as_sdtp=on |titulo=Google Scholar |obra=scholar.google.com}}</ref> Os termos "ordem religiosa" e "instituto religioso" tendem a ser usados como sinônimos coloquialmente.<ref>Cafardi, Nicolas P. [[scholar:"+Religious+order+is+a+colloquialism"&btnG=Search&as_sdt=1,5&as_sdtp=on|"Catholic Law Schools and Ex Corde Ecclesiae"]], ''Theological Exploration'', vol. 2. no. 1 of Duquesne University and in ''Law Review'' of University of Toledo, vol. 33</ref>
=== Dogmas e Santíssima Trindade ===
{{AP|Dogmas da Igreja Católica|Santíssima Trindade}}
[[Imagem:Anastasis Pio Christiano Inv31525.jpg|thumb|upright|O [[Cristograma]] com uma coroa de flores simbolizando a vitória da Ressurreição.]]


Por meio de instituições de caridade católicas e além, a Igreja Católica é o maior provedor não governamental de educação e saúde no mundo.<ref name="Geopolitics"/>
Com os seus estudos teológicos, a Igreja gradualmente proclama os seus [[Dogmas da Igreja Católica|dogmas]], que são a base imutável da sua doutrina, sendo o último dogma (o da [[Assunção da Virgem Maria]]) proclamado [[ex cathedra|solenemente]] apenas em 1950, pelo [[Papa Pio XII]]. Os dogmas são [[infalibilidade papal|definidos e proclamados solenemente]] pelo [[Magistério da Igreja Católica|Supremo Magistério]] ([[Papa]] ou [[Concílio Ecumênico]] com o Papa<ref>{{citar livro|autor=IGREJA CATÓLICA|título=Catecismo da Igreja Católica |local=Coimbra|editora=Gráfica de Coimbra|ano=2000|isbn= 972-603-208-3|páginas='''N. 889 - 891'''}}</ref>) como sendo verdades definitivas, porque eles estão contidos na [[Revelação divina]] ou têm com ela uma conexão necessária. Uma vez proclamado solenemente, nenhum dogma pode ser alterado ou negado, nem mesmo pelo Papa ou por decisão conciliar. Por isso, o católico é ensinado a obrigatoriamente aderir, aceitar e acreditar nos dogmas de uma maneira irrevogável.<ref name="CICDogma1">{{citar livro|autor=IGREJA CATÓLICA|título=Catecismo da Igreja Católica|local=Coimbra|editora=Gráfica de Coimbra|ano=2000|isbn= 972-603-208-3|páginas='''N. 88'''}}</ref>


=== Filiação ===
Para os católicos, um dos dogmas mais importantes é o da [[Santíssima Trindade]], que, não violando o [[monoteísmo]], professa que Deus é simultaneamente uno (porque, em [[ousia|essência]], só existe um Deus) e trino (se apresenta em três [[pessoa (cristianismo)|pessoa]]: [[Deus, o Pai|o Pai]], [[Jesus|o Filho]] e o [[Espírito Santo]], que se estabelecem entre si uma comunhão perfeita). Estas 3 Pessoas eternas, apesar de possuírem a mesma natureza, "''são realmente distintas''".<ref name="SST1">''[[Compêndio do Catecismo da Igreja Católica]]'' (CCIC), n. 37, 41, 42, 44, 48, 49 e 50</ref>
{{AP|Igreja Católica no mundo}}
{{VT|Lista de denominações cristãs por número de membros}}
O catolicismo é o segundo maior corpo religioso do mundo após o [[sunismo]]. Ser membro da Igreja, o que é definido como católicos batizados, é uma categoria em que 1,3 bilhão de pessoas se encaixavam no final de 2018, o que representa 18% da população mundial. Os católicos representam cerca de metade de todos os cristãos.<ref>{{Citar livro|url=|título=Christians in the Twenty-First Century|ultimo=Chryssides|primeiro=George D.|ultimo2=Wilkins|primeiro2=Margaret Z.|data=2014|localização=|isbn=9781317545583|citação=Roughly half of all Christians worldwide are Roman Catholics|publicação=}}</ref>
{{bar box
| width=250px
| float=left
| title= Distribuição geográfica de católicos (2018)<ref name="AnnuarioPontificio">{{cite web |title=Pubblicazione dell'Annuario Pontificio e dell'Annuario Statistico della Chiesa, 25.03.2020 |url=https://press.vatican.va/content/salastampa/it/bollettino/pubblico/2020/03/25/0180/00411.html |archive-url=https://web.archive.org/web/20200512143209/https://press.vatican.va/content/salastampa/it/bollettino/pubblico/2020/03/25/0180/00411.html |publisher=Holy See Press Office |date=25 de março de 2020 |archive-date=12 de maio de 2020 |access-date=12 de maio de 2020 |language=it}}</ref>
{{bar percent|[[América]]|Blue|48.3}}
{{bar percent|[[Europa]]|Gold|21.5}}
{{bar percent|[[África]]/[[Oceania]]|Purple|19.1}}
{{bar percent|[[Ásia]]|#d4213d|11.1}}
}}


A distribuição geográfica dos católicos em todo o mundo continua a mudar, com 17,8% na África, 48,3% nas Américas, 11,1% na Ásia, 21,5% na Europa e 0,9% na Oceania.<ref name="AnnuarioPontificio"/>
Logo, muitas vezes, certas actividades e [[atributos divinos]] são mais reconhecidas (mas não exclusivamente realizadas) em uma Pessoa do que em outra. Como por exemplo, a [[criação divina do mundo]] está mais associado a [[Deus Pai]]; a [[salvação]] do mundo a [[Jesus]], o [[Filho de Deus]]; e a protecção, guia, [[purificação]] e [[santificação]] da Igreja ao [[Espírito Santo]].<ref name="SST1" />


Os ministros católicos incluem clérigos ordenados, ministros eclesiais leigos, missionários e catequistas . Também no final de 2014, havia 465.595 clérigos ordenados, incluindo 5.237 bispos, 415.792 padres (diocesanos e religiosos) e 44.566 diáconos (permanentes).<ref name="Pontifical Yearbook 2016">{{Citar web |url=http://press.vatican.va/content/salastampa/en/bollettino/pubblico/2016/03/05/160305b.html |titulo=Pontifical Yearbook 2016 and the Annuarium Statisticum Ecclesiae 2014: dynamics of a Church in transformation |obra=press.vatican.va}}</ref> Os ministros não ordenados incluíram 3.157.568 catequistas, 367.679 missionários leigos e 39.951 ministros eclesiais leigos.<ref name="Catholic Church Statistics 2015">{{Citar web |url=http://www.fides.org/en/stats |titulo=News – Agenzia Fides |obra=www.fides.org|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
=== Divergências com as outras Igrejas cristãs ===
{{AP|Doutrina da Igreja Católica#A doutrina cat.C3.B3lica e a das outras Igrejas crist.C3.A3s{{!}}Doutrina católica e a das outras Igrejas cristãs}}
[[Imagem:Επίσκεψη Αντιπροέδρου της Κυβέρνησης και Υπουργού Εξωτερικών Ευ. Βενιζέλου στην Τουρκία (29-30.11.2014) (15913276525).jpg|esquerda|thumb|[[Papa Francisco]] reunido com [[Bartolomeu I de Constantinopla]] em [[Jerusalém]].]]


Os católicos que se comprometeram com a vida religiosa ou consagrada em vez do casamento ou celibato único, como um estado de vida ou vocação relacional, incluem 54.559 homens religiosos, 705.529 mulheres religiosas. Estes não são ordenados, nem geralmente considerados ministros, a menos que também participem de uma das categorias de ministros leigos acima.<ref name="Pontifical Yearbook 2016"/>
A doutrina da [[Igreja Ortodoxa]] é bastante parecida com a da Igreja Católica. As únicas diferenças significativas dizem respeito ao ''[[filioque]]'', ao entendimento um pouco divergente da [[salvação]] e do [[arrependimento]] e principalmente à compreensão do papel e função do [[Papa]] na Igreja, que para os ortodoxos não tem jurisdição sobre as outras Igrejas nem é revestido de [[infalibilidade papal|infalibilidade]] quando fala ''ex cathedra''.{{carece de fontes|data=junho de 2019}}


== Doutrina ==
Em relação às [[Igrejas protestantes]], as diferenças mais significativas dizem respeito à doutrina da [[Eucaristia]], dos outros [[sacramento]]s (a maioria dos protestantes professam o [[Batismo]] e a Eucaristia), à existência do [[purgatório]], à composição do [[Canon|Cânone das Escrituras]] e ao [[dulia|culto de veneração]] à [[Virgem Maria]] e aos [[santo]]s. Há também diferenças importantes na doutrina do [[pecado original]] e da [[graça]], na necessidade e natureza da [[penitência]] e no modo de obter a [[redenção]], com os protestantes a defender que a [[salvação]] só se atinge apenas através da fé (''[[sola fide]]''), em detrimento da crença católica que a fé deve ser expressa também através das [[boas obras]]. Esta divergência levou a um conflito sobre a [[Justificação (teologia)|doutrina da justificação]], mas o [[ecumenismo cristão|diálogo ecumênico]] moderno levou a alguns consensos entre os católicos e os [[luteranos]], através da [[Declaração Conjunta Sobre a Doutrina da Justificação]], bem como com os [[anglicanos]] e outros.{{carece de fontes|data=junho de 2019}}
A doutrina católica se desenvolveu ao longo dos séculos, refletindo os ensinamentos diretos dos primeiros cristãos, definições formais de crenças [[Disputas cristológicas|heréticas]] e ortodoxas por [[Concílio ecuménico|conselhos ecumênicos]] e em [[Bula pontifícia|touros papais]] e debate teológico por estudiosos . A igreja acredita que é continuamente guiada pelo Espírito Santo ao discernir novas questões teológicas e é infalivelmente protegida de cair em erro doutrinário quando uma decisão firme sobre uma questão é alcançada.<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG0015/__P2A.HTM |titulo=The teaching office |obra=Catechism of the Catholic Church |citação=889, para conservar a Igreja na pureza da fé transmitida pelos apóstolos, Cristo que é a Verdade, quis conferir-lhe a participação na sua própria infalibilidade. |editor=Vaticano |acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref><ref>{{Citar web |last=Concílio Vaticano II |url=https://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19641121_lumen-gentium_en.html |titulo=Capítulo III, parágrafo 25 |obra=Lumen Gentium |citação=pela luz do Espírito Santo ... vigilantemente afastando quaisquer erros que ameacem seu rebanho. |editor=Vaticano|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>


Ensina que a revelação tem uma fonte comum, [[Deus]], e dois modos distintos de transmissão ([[Livros da Bíblia|Escritura]] [[Tradição católica|Sagrada]] e [[Tradição católica|Tradição Sagrada]])<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG0015/__PL.HTM |titulo=''CCC'', 80–81 |publicação=Vatican.va}}</ref><ref name="LumenG3">{{Citar web |last=Paul VI |url=https://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19641121_lumen-gentium_en.html |titulo=Lumen Gentium, capítulo 2, parágrafo 14 |ano=1964 |editor=Vaticano|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> e que estes são autenticamente interpretados pelo [[Magistério da Igreja Católica|Magistério]].<ref name="The teaching office">{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ccc_css/archive/catechism/p123a9p4.htm |titulo=The teaching office |obra=Catechism of the Catholic Church |editor=Vaticano|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG0015/__PM.HTM |titulo=''CCC'', 85–88 |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> A Escritura Sagrada consiste nos 73 livros da Bíblia Católica, 46 escritos no [[Antigo Testamento]] e 27 do [[Novo Testamento]]. A Tradição Sagrada consiste nos ensinamentos que a igreja acredita que foram proferidos desde o tempo dos apóstolos.<ref name="Schreck16">Schreck, pp. 15–19</ref> As Escrituras Sagradas e a Tradição Sagrada são conhecidas coletivamente como "depósito da fé" (''depositum fidei'' em latim). Estes são, por sua vez, interpretadas pelo Magistério (do ''magister'', em latim para "professor"), a autoridade de ensino da igreja, que é exercida pelo papa e pelo Colégio dos Bispos em união com o papa, o bispo de Roma.<ref name="Schreck30">Schreck, p. 30</ref> A doutrina católica é autoritariamente resumida no ''[[Catecismo da Igreja Católica]]'', publicado pela Santa Sé.<ref name="cat">Marthaler, preface</ref><ref>{{Citar web |last=João Paulo II |url=https://www.vatican.va/archive/ccc_css/archive/catechism/aposletr.htm |titulo=Laetamur Magnopere |ano=1997 |publicação=Vaticano|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
=== Dez Mandamentos e a Moral ===
{{AP|Doutrina católica sobre os Dez Mandamentos|Teologia moral católica}}
[[Ficheiro:João Zeferino da Costa - Moisés recebendo as tábuas da lei - 1868.jpg|thumb|[[Moisés]] recebendo as Tábuas da Lei (pintado por [[João Zeferino da Costa]], 1868)]]


=== Natureza de Deus ===
Existem várias representações dos [[Dez Mandamentos]], que é a base e o mínimo fundamental da Lei moral (ou Lei de Deus), devido à diversidade de traduções existentes. A mais utilizada é aquela ensinada actualmente na [[catequese]] de língua portuguesa da Igreja Católica:
{{AP|Trindade (cristianismo)}}
[[Ficheiro:PetrusPictaviensis_CottonFaustinaBVII-folio42v_ScutumFidei_early13thc.jpg|upright|miniaturadaimagem| Versão manuscrita de 1210 do diagrama teológico tradicional do [[Escudo da Trindade]] ]]
A Igreja Católica sustenta que existe [[Monoteísmo|um Deus eterno]], que existe como uma ''[[Perichoresis|pericorese]]'' ("habitação mútua") de três ''[[Hipóstase|hipóstases]]'', ou "pessoas": [[Deus, o Pai]] ; [[Deus, o Filho|Deus filho]]; e Deus, o Espírito Santo, que juntos são chamados de " [[Trindade (cristianismo)|Santíssima Trindade]]".<ref name="232_252">{{Citar web|url=https://www.vatican.va/archive/ccc_css/archive/catechism/p1s2c1p2.htm|página=232–237, 252|accessdate=21 de março de 2015 |titulo=CCC, 232–237, 252}}</ref>


Os católicos acreditam que Jesus Cristo é a "segunda pessoa" da Trindadeː Deus, o Filho. Num evento conhecido como [[Encarnação (cristianismo)|Encarnação]], através do poder do Espírito Santo, Deus se uniu à natureza humana através da concepção de Cristo no ventre da [[Maria (mãe de Jesus)|Virgem Maria]]. Portanto, Cristo é entendido como sendo totalmente divino e totalmente humano, inclusive possuindo uma [[alma]] humana. Ensina-se que a missão de Cristo na Terra incluía dar às pessoas seus ensinamentos e fornecer seu exemplo para que eles seguissem conforme registrado nos quatro [[Evangelho|Evangelhos]].<ref name="McGrath">McGrath, pp. 4–6.</ref> Acredita-se que Jesus permaneceu sem pecado enquanto estava na terra e se permitiu ser injustamente executado pela [[Crucificação de Jesus|crucificação]], como um sacrifício de si mesmo para reconciliar a humanidade com Deus; essa reconciliação é conhecida como o [[mistério pascal]]. O termo grego "Cristo" e o hebraico "Messias" significam "ungido", referindo-se à crença cristã de que a morte e ressurreição de Jesus são o cumprimento das profecias messiânicas do Antigo Testamento.<ref name="Kreeft71">Kreeft, pp. 71–72</ref>
* 1º Amar a [[Deus]] sobre todas as coisas;
* 2º Não invocar o Santo Nome de Deus em vão;
* 3º Guardar domingos e festas de guarda;
* 4º Honrar pai e mãe;
* 5º Não matar;
* 6º Guardar [[castidade]] nas palavras e nas obras;
* 7º Não roubar;
* 8º Não levantar falsos testemunhos;
* 9º Guardar castidade nos pensamentos e nos desejos;
* 10º Não cobiçar as coisas alheias.


A Igreja Católica ensina dogmaticamente que "o Espírito Santo procede eternamente do Pai e do Filho, não como dois princípios, mas como um único princípio".<ref>{{Citar web |url=http://www.ewtn.com/library/curia/pccufilq.htm |titulo=Greek and Latin Traditions on Holy Spirit |obra=ewtn.com|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Ela afirma que o Pai, como o "princípio sem princípio", é a primeira origem do Espírito, mas também que ele, como Pai do Filho único, é com o Filho o único princípio do qual o Espírito procede.<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG0015/__P17.HTM |titulo=Catechism of the Catholic Church – IntraText – CCC 248 |obra=vatican.va}}</ref> Essa crença é expressa na cláusula ''[[Cláusula Filioque|Filioque]]'', que foi adicionada à versão latina do [[Credo Niceno]] de 381, mas não incluída nas versões gregas do credo usado no cristianismo oriental.<ref name="245_248">{{Citar web|url=https://www.vatican.va/archive/ccc_css/archive/catechism/p1s2c1p2.htm|titulo=CCC, 245–248|página=245–248|accessdate=7 de agosto de 2014}}</ref>
Segundo a [[doutrina católica sobre os Dez Mandamentos]], eles são de observância e cumprimento obrigatórios, porque "''enuncia deveres fundamentais do homem para com Deus e para com o próximo''" e dão a conhecer também a vontade divina sobre a [[Teologia moral católica|conduta moral]] dos homens.<ref>''[[CCIC]]''; n. 437, 438 e 440</ref>


=== Sacramentos ===
=== Natureza da igreja ===
[[Imagem:Saint_Raphael_Catholic_Church_(Springfield,_Ohio)_-_stained_glass,_Upon_this_Rock,_detail_-_St._Peter's_Basilica.jpg|thumb|upright|[[Vitral]] em uma igreja católica que representa a [[Basílica de São Pedro]] em Roma sentada "sobre esta rocha", uma referência a Mateus 16:18. A maioria dos católicos de hoje interpretam [[Jesus]] dizendo que estava construindo sua igreja sobre a rocha do [[apóstolo Pedro]] e a sucessão de papas que reivindicam a sucessão apostólica dele.]]
A Igreja Católica ensina que é a "única igreja verdadeira",<ref name="Catholic News Service"/><ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20070629_responsa-quaestiones_en.html |titulo=Responses to Some Questions Regarding Certain Aspects of the Doctrine of the Church |autor=William Cardinal Levada |publicação=Congregation for the Doctrine of the Faith}}</ref> "o sacramento universal da salvação para a raça humana",<ref name="GAUDIUM">{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19651207_gaudium-et-spes_en.html |titulo=Pastoral Constitution on the Church in the Modern World ''GAUDIUM ET SPES'' §&nbsp;45 |publicação=Vatican.va}}</ref><ref name="ReferenceC">{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19641121_lumen-gentium_en.html |titulo=DOGMATIC CONSTITUTION ON THE CHURCH ''LUMEN GENTIUM'' |editor-sobrenome=Felici|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> e "a única religião verdadeira".<ref>Parágrafo 2, segunda frase: {{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_decl_19651207_dignitatis-humanae_en.html |titulo=Dignitatis humanae|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Segundo o ''catecismo'', a Igreja Católica é descrita no [[Credo Niceno]] como a "Igreja única, santa, católica e apostólica".<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG0015/__P29.HTM |titulo=Catechism of the Catholic Church – IntraText – ''CCC'', 811 |obra=vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Estes são conhecidos coletivamente como as [[Quatro marcas da Igreja|quatro marcas da igreja]]. A igreja ensina que seu fundador é Jesus Cristo.<ref name="Kreeft98">Kreeft, p. 98, quote "The fundamental reason for being a Catholic is the historical fact that the Catholic Church was founded by Christ, was God's invention, not man's;... As the Father gave authority to Christ (Jn 5:22; Mt 28:18–20), Christ passed it on to his apostles (Lk 10:16), and they passed it on to the successors they appointed as bishops." (ver também Kreeft, p. 980)</ref><ref name="bokenkotter30">Bokenkotter, p. 30.</ref> O [[Novo Testamento]] registra vários eventos considerados essenciais para o estabelecimento da Igreja Católica, incluindo as atividades e o ensino de Jesus e sua nomeação dos [[Apóstolo|apóstolos]] como testemunhas de seu ministério, sofrimento e ressurreição. A [[Grande Comissão]], após sua ressurreição, instruiu os apóstolos a continuarem seu trabalho. A vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos, em um evento conhecido como [[Pentecostes]], é vista como o início do ministério público da Igreja Católica.<ref name="Barry48">Barry, p. 46.</ref> A igreja ensina que todos os bispos devidamente consagrados têm uma sucessão linear dos apóstolos de Cristo, conhecida como [[sucessão apostólica]].<ref name="OneFaith46">Barry, p. 46</ref> Em particular, o bispo de Roma (o papa) é considerado o sucessor do apóstolo [[Pedro (apóstolo)|Simão Pedro]], uma posição da qual ele deriva sua supremacia sobre a igreja.<ref>[https://www.vatican.va/archive/ccc_css/archive/catechism/p123a9p4.htm ''CCC'', 880] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20100906142233/https://www.vatican.va/archive/ccc_css/archive/catechism/p123a9p4.htm|date=6 de setembro de 2010}}. vatican.va. Acessado em 20 de agosto de 2011.</ref>

A crença católica sustenta que a igreja "é a presença contínua de Jesus na Terra"<ref name="Schreck131">Schreck, p. 131</ref> e que somente ela possui todos os meios de salvação. Através da [[Paixão (cristianismo)|paixão]] (sofrimento) de Cristo levando à sua [[Crucificação de Jesus|crucificação,]] conforme descrito nos Evangelhos, é dito que Cristo fez a si mesmo uma oblação a Deus Pai, a fim de reconciliar a humanidade com Deus; a [[ressurreição de Jesus]] faz dele o primogênito dentre os mortos, o primeiro dentre muitos irmãos.<ref>Colossians 1.18</ref> Ao se reconciliar com Deus e seguir as palavras e ações de Cristo, um indivíduo pode entrar no Reino de Deus.<ref name="OneFaith26">Barry, p. 26</ref> A igreja vê sua liturgia e sacramentos como uma forma de perpetuar as graças alcançadas pelo sacrifício de Cristo para fortalecer o relacionamento de uma pessoa com Cristo e ajudar a vencer o pecado.<ref name="CoCCC_Paschal">{{Citar web |last= |url=https://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendium-ccc_en.html#God%20Comes%20to%20Meet%20Man |titulo=The paschal mystery in the sacraments of the church |obra=Compendium of the Catechism of the Catholic Church |editor=Vaticano |acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>

=== Julgamento final ===
{{AP|Juízo final}}
A Igreja Católica ensina que, imediatamente após a morte, a [[alma]] de cada pessoa receberá um [[Juízo particular|julgamento específico]] de Deus, com base em seus [[Pecado|pecados]] e em seu relacionamento com Cristo.<ref name="Schreck397">Schreck, p. 397</ref> Este ensinamento também atesta outro dia em que Cristo se sentará no julgamento universal de toda a humanidade. Esse [[Juízo Final|julgamento final]], de acordo com os ensinamentos da igreja, trará um fim à história da humanidade e marcará o início de um novo e melhor céu e terra, governados por Deus justo.
[[Imagem:Michelangelo Buonarroti - Jugement dernier.jpg|thumb|upright|''[[Juízo Final (Michelangelo)|Juízo Final]]'', [[Capela Sistina]] poi [[Michelangelo]] (1535-1541)]]

Dependendo do julgamento proferido após a morte, acredita-se que uma alma possa entrar em um dos três estados da vida após a morte:

* O [[Céu (religião)|Céu]] é um estado de união sem fim com a natureza divina de Deus, não ontologicamente, mas pela graça. É uma vida eterna, na qual a alma contempla Deus numa beatitude incessante.
* O [[Purgatório]] é uma condição temporária para a purificação das almas que, embora destinadas ao Céu, não estão totalmente desapegadas do pecado e, portanto, não podem entrar no Céu imediatamente. No purgatório, a alma sofre e é purgada e aperfeiçoada. As almas no purgatório podem ser ajudadas a alcançar o céu pelas orações dos fiéis na terra e pela [[Intercessão|intercessão dos santos]].<ref>{{Citar web |url=http://www.ewtn.com/Library/Liturgy/zlitur215.htm |titulo=Saints' Prayers for Souls in Purgatory |publicação=Ewtn.com|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
* Danação final: finalmente, aqueles que persistem em viver em estado de pecado mortal e não se arrependem antes da morte se sujeitam ao inferno, uma separação eterna de Deus. A igreja ensina que ninguém é condenado ao inferno sem ter decidido rejeitar a Deus livremente. Ninguém está [[Predestinação|predestinado]] ao inferno e ninguém pode determinar com absoluta certeza quem foi condenado ao inferno. O catolicismo ensina que, pela misericórdia de Deus, uma pessoa pode se arrepender a qualquer momento antes da morte, ser iluminada com a verdade da fé católica e, assim, obter a salvação. Alguns teólogos católicos especularam que as almas de bebês não-batizados e não-cristãos sem pecado mortal, mas que morrem no [[Pecado original|pecado original,]] são atribuídas ao [[limbo]], embora este não seja um [[Dogmas da Igreja Católica|dogma]] oficial da igreja.<ref>{{Citar web |url=http://www.catholicculture.org/culture/library/view.cfm?id=7529&CFID=32422018&CFTOKEN=46037657 |titulo=Library : The Hope of Salvation for Infants Who Die Without Being Baptized |publicação=Catholic Culture|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>

Enquanto a Igreja Católica ensina que sozinha possui todos os meios de salvação, também reconhece que o Espírito Santo pode fazer uso de comunidades cristãs separadas de si para "impulsionar a unidade católica"<ref name="ewtn.com">[https://www.ewtn.com/library/Doctrine/subsistit.htm "Christ's Church Subsists in the Catholic Church"]. ''ewtn.com''. Acessado em 27 de agosto de 2015.</ref> e "tender e liderar em direção à Igreja Católica" e, assim, levar as pessoas à salvação, porque essas comunidades separadas contêm alguns elementos da doutrina, embora misturados com [[Heresia|erros]]. Ela ensina que quem é salvo é salvo pela Igreja Católica, mas que as pessoas podem ser salvas fora dos meios comuns conhecidos como batismo do desejo e pelo martírio pré-batismal, conhecido como [[Testemunho (cristianismo)|batismo de sangue]], bem como quando as condições de invencibilidade a ignorância está presente, embora a ignorância invencível em si mesma não seja um meio de salvação.

=== Santos e devoções ===
{{AP|Santos|Canonização|Veneração}}
{{Mais informações|Lista de santos|Lista de santos e beatos católicos}}
[[Imagem:Saint Joseph's Catholic Church (Central City, Kentucky) - stained glass, St. Theresa of Ávila detail.jpg|upright|esquerda|thumb|[[Santa Teresa de Ávila]]. Na tradicional [[arte cristã|iconografia cristã]], os santos são frequentemente representados com [[Halo (iconografia religiosa)|halos]] como um símbolo de santidade.]]

Um [[santo]] (també) é uma pessoa que é reconhecida poer ter um grau excepcional de santidade, semelhança ou proximidade com Deus, enquanto a [[canonização]] é o ato pelo qual uma igreja cristã declara que uma pessoa que morreu foi um santo, na qual a declaração é incluída no "cânone", ou lista, de santos reconhecidos.<ref name="WilsonFischer2005">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=zClmDnl3b3EC&pg=PA101|título=Omnibus II: Church Fathers Through the Reformation|ultimo=Wilson|primeiro=Douglas|ultimo2=Fischer|primeiro2=Ty|data=2005|isbn=978-1-932168-44-0|citação=The word 'hallow' means 'saint,' in that 'hallow' is just an alternative form of the word 'holy' ('hallowed be Thy name').|publicação=Veritas Press}}</ref><ref name="DiehlDonnelly2001">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=-WKyMpNnRWUC&pg=PA13|título=Medieval Celebrations|ultimo=Diehl|primeiro=Daniel|ultimo2=Donnelly|primeiro2=Mark|data=2001|isbn=978-0-8117-2866-9|citação=The word hallow was simply another word for saint.|publicação=Stackpole Books}}</ref>

Na Igreja Católica, tanto nas igrejas católicas latinas quanto nas orientais, o ato de canonização é reservado à [[Sé apostólica|Sé Apostólica]] e ocorre na conclusão de um longo processo que exige uma extensa prova de que o candidato à canonização viveu e morreu de maneira tão exemplar e santa que ele é digno de ser reconhecido como um santo. O reconhecimento oficial da santidade pela Igreja implica que a pessoa está agora no [[Céu (religião)|Céu]] e que ela pode ser invocada publicamente e mencionada oficialmente na [[liturgia]] da igreja, inclusive na [[Ladainha de Todos os Santos]]. A [[canonização]] permite a veneração universal do santo na [[liturgia]] do [[rito romano]]; para permissão para venerar meramente localmente, somente [[beatificação]] é necessária.<ref>A beatificação, na presente disciplina, difere da canonização nisto: que a primeira implica (1) uma permissão localmente restrita, não universal, para venerar, que é (2) uma mera permissão, e nenhum preceito; enquanto a canonização implica um preceito universal" ([http://www.newadvent.org/cathen/02364b.htm Beccari, Camillo. "Beatification and Canonization".] ''The Catholic Encyclopedia''. Vol. 2. New York, New York: Robert Appleton Company, 1907. Acessado em 27 de maio de 2009.).</ref>

Devoções são "práticas externas de piedade" que não fazem parte da liturgia oficial da Igreja Católica, mas fazem parte das práticas espirituais populares dos católicos.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=FHVmFOHNr7cC&pg=PA7|título=Catholic Cults and Devotions: A Psychological Inquiry|ultimo=Carroll|primeiro=Michael P.|ano=1989|isbn=978-0-7735-0693-0|publicação=McGill-Queen's University Press}}</ref> Isso inclui várias práticas relacionadas à veneração dos santos, especialmente a veneração da Virgem Maria. Outras práticas devocionais incluem a [[Via Crúcis]], o [[Sagrado Coração de Jesus|Sagrado Coração]] de Jesus, a [[Santa Face de Jesus]],<ref name="etwndevoti">{{Citar web |url=http://ewtn.com/Devotionals/prayers/index.asp |titulo=Catholic Prayers, Novenas, Prayers of Jesus, Marian Prayers, Prayers of the Saints |obra=EWTN|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> os vários [[Escapulário|escapulários]], as novenas a vários santos,<ref name="popdevos">{{Citar web |url=http://www.newadvent.org/cathen/12275b.htm |titulo=Popular Devotions |obra=New Advent|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> peregrinações,<ref>{{Citar web |url=http://www.newadvent.org/cathen/12085a.htm |titulo=Pilgrimages |obra=New Advent|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> devoções ao Santíssimo Sacramento e a veneração de imagens santas, como os santos.<ref>{{Citar web |last=Knight |url=http://articles.latimes.com/1994-09-15/entertainment/ca-38635_1_art-center |titulo=Art Review : Images of 'Santos': Fascinating Portrait of Catholic Devotion |editor=LA Times |acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Os bispos do Concílio Vaticano II lembraram aos católicos que "as devoções devem ser tão elaboradas que se harmonizem com as estações litúrgicas, de acordo com a sagrada liturgia, de alguma forma derivam dela e levam o povo a ela, pois, de fato, a liturgia, por sua própria natureza, ultrapassa em muito qualquer uma delas".<ref>''[[Sacrosanctum Concilium]]'', p. 13</ref>

=== Virgem Maria ===
[[Ficheiro:Murillo-inmaculada_del_coro-sevilla-mba.JPG|upright|miniaturadaimagem|A Bem-Aventurada Virgem Maria é altamente considerada na Igreja Católica, proclamando-a como [[Teótoco|Mãe de Deus]], [[Imaculada Conceição|livre do pecado original]] e intercessora]]
{{AP|Maria (mãe de Jesus)|Mariologia|Dogmas e doutrinas marianas da Igreja Católica}}

A [[Dogmas e doutrinas marianas da Igreja Católica|Mariologia Católica]] lida com as [[Dogmas e doutrinas marianas da Igreja Católica|doutrinas]] e os ensinamentos sobre a vida de [[Maria (mãe de Jesus)|Maria, mãe de Jesus]], bem como a veneração de Maria pelos fiéis. Ela tem especial consideração entre os católicas, que a declaram a [[Teótoco|Mãe de Deus]] (em {{Lang-el|Θεοτόκος}}; &#x27;<span>Portadora de Deus</span>) e acreditam no [[Dogmas da Igreja Católica|dogma]] de que ela permaneceu [[Virgindade perpétua de Maria|virgem ao longo de sua vida]].<ref name="ReferenceB">{{Citar web |url=https://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/homilies/2012/documents/hf_ben-xvi_hom_20120101_world-day-peace_en.html |titulo=Papa Bento XVI. 1 de janeiro de 2012 - Festa da Solenidade da Bem-Aventurada Virgem Maria|acessodata=23 de janeiro de 2021|publicação=Vatican.va}}</ref> Outros ensinamentos incluem as doutrinas da [[Imaculada Conceição]] (sua própria concepção sem a mancha do pecado original) e a [[Assunção de Maria]] (que seu corpo foi diretamente para o céu no final de sua vida). Ambas as doutrinas foram definidas como dogma infalível pelo [[Papa Pio IX]], em 1854, e pelo [[Papa Pio XII]], em 1950, respectivamente,<ref name="Barry, p. 106">Barry, p. 106</ref> mas somente após consultar os bispos católicos de todo o mundo para verificar se essa era uma crença católica.<ref>Schaff, Philip (2009). ''The Creeds of Christendom''. {{ISBN|1-115-46834-0}}, p. 211.</ref>

As devoções a Maria fazem parte da piedade católica, mas são distintas da adoração a Deus.<ref>Schreck, pp. 199–200</ref> As práticas incluem orações e arte, música e arquitetura mariana. Várias festas litúrgicas marianas são comemoradas durante todo o ano da igreja e ela é homenageada com muitos títulos, como "[[Nossa Senhora Rainha|Rainha do Céu]]". O [[Papa Paulo VI]] a chamou de [[Mãe da Igreja|"Mãe da Igreja]]" porque, ao dar a luz a Cristo, ela é considerada a mãe espiritual de cada membro do [[Corpus Mysticum|Corpo de Cristo]].<ref name="Barry, p. 106">Barry, p. 106</ref> Devido ao seu papel influente na vida de Jesus, orações e devoções, como a [[Ave Maria]], o [[Rosário (catolicismo)|Rosário]], a [[Salve-rainha|Salve Regina]] e o [[Lembrai-vos]], são práticas católicas comuns.<ref>Barry, pp. 122–123</ref> A peregrinação aos locais de várias [[aparições marianas]] afirmadas pela igreja, como [[Nossa Senhora de Lourdes|Lourdes]], [[Nossa Senhora de Fátima|Fátima]] e [[Nossa Senhora de Guadalupe (México)|Guadalupe]],<ref>Schreck, p. 368</ref> também são devoções católicas populares.<ref>{{Citar jornal |url=https://www.usatoday.com/travel/destinations/2007-12-21-most-visited-religious-spots-forbes_N.htm |titulo=World's most-visited religious destinations |obra=USA Today |acessodata=23 de janeiro de 2021 |data=21 de dezembro de 2007}}</ref>

== Sacramentos ==
{{AP|Sacramentos católicos}}
{{AP|Sacramentos católicos}}
A Igreja Católica ensina que foram confiados [[Sacramentos católicos|sete sacramentos]] instituídos por Cristo. O número e a natureza dos sacramentos foram definidos por vários [[Concílio ecuménico|concílios ecumênicos]], mais recentemente o [[Concílio de Trento]].{{nota de rodapé|Outros conselhos que trataram dos sacramentos incluem o [[Segundo Concílio de Lyon]] (1274); [[Concílio de Florença]] (1439); bem como o [[Concílio de Trento]] (1547)}} São o [[batismo]], a [[crisma]], a [[eucaristia]], a [[Confissão (sacramento)|penitência]], a unção dos enfermos (anteriormente chamada de "extrema unção", um dos " Últimos Ritos "), as [[Ordem (sacramento)|ordens sagradas]] e o [[Casamento religioso|matrimônio sagrado]]. Os sacramentos são rituais visíveis que os católicos interpretam como sinais da presença de Deus e canais efetivos da [[graça]] de Deus para todos aqueles que o recebem com a disposição adequada (''ex opere operato'').<ref>Kreeft, pp. 298–299</ref>
[[Ficheiro:Batismo Davi Bergstedt.jpg|thumb|Um [[batismo]] infantil realizado em uma paróquia da [[Igreja Evangélica Luterana do Brasil]].]]
[[Ficheiro:France-002075 - Grotto Service (15588846530).jpg|esquerda|upright|miniaturadaimagem|Missa na Gruta de [[Lourdes]], [[França]]. O [[cálice]] é exibido ao povo imediatamente após a consagração do vinho. ]]
[[Ficheiro:2016 1127 Turin Duomo.jpg|thumb|[[Confessionário]] da [[Catedral de Turim]], na [[Itália]].]]
[[Ficheiro:Fractio-panis1.JPG|thumbnail|A [[Eucaristia]] (Rito Oriental).]]
[[Ficheiro:Jf9694Wedding San Nicolas Church Tolentine Marriage Pampangafvf 02.JPG|thumb|[[Casamento religioso|Casamento católico]] nas [[Filipinas]].]]
[[Ficheiro:Confirmation VanderWeyden.png|thumb|''Cerimônia de [[Crisma]]'' por [[Rogier van der Weyden]], parte do ''[[Retábulo dos Sete Sacramentos]]'' em exposição no [[Museu Real de Belas Artes de Antuérpia]].]]
[[Ficheiro:Extreme Unction Rogier Van der Weyden.jpg|thumb|Pintura do ''[[Retábulo dos Sete Sacramentos]]'' que mostra o ritual da [[extrema unção]] com óleo sendo administrado por um padre durante os últimos ritos. [[Rogier van der Weyden]], c.&nbsp;1445.]]


O ''[[Catecismo da Igreja Católica]]'' classifica os sacramentos em três grupos, os "sacramentos da iniciação cristã", "os sacramentos da cura" e os "sacramentos a serviço da comunhão e a missão dos fiéis". Esses grupos refletem amplamente as etapas da vida natural e espiritual das pessoas que cada sacramento deve servir.<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG0015/__P3E.HTM |titulo=''CCC'', 1210–1211 |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
Dentro da fé católica, os sacramentos, que a Igreja acredita serem instituídas por Jesus, são gestos e palavras de Cristo que concedem e comunicam a [[graça]] santificadora sobre quem os recebe. Sobre os sacramentos, [[São Leão Magno]] diz: "''«o que era visível no [[Jesus|nosso Salvador]] passou para os seus sacramentos»''".<ref>''[[CCIC]]''; n. 224, 225 e 229</ref>


As liturgias dos sacramentos são centrais para a missão da igreja. De acordo com o ''catecismo'':
Ao celebrá-los, a Igreja Católica alimenta, exprime e fortifica a sua fé, sendo por isso os sacramentos uma parte integrante e inalienável da vida de cada católico e fundamentais para a sua [[salvação]]. Isto porque eles conferem ao crente a [[graça divina]], os dons do [[Espírito Santo]], "''o [[perdão]] dos [[pecado]]s, [...] a conformação a Cristo Senhor e a pertença à Igreja''", que o torna capaz "''de viver a vida nova de filhos de Deus em Cristo acolhido com a [[fé]]''". Daí a grande importância dos sacramentos na [[Liturgia#Aprofundamento sobre a liturgia cat.C3.B3lica|liturgia católica]].<ref>''Ibidem'', n. 230 e 357</ref> Ao todo, a Igreja Católica tem [[sete sacramentos]]:


De acordo com a doutrina da igreja, os sacramentos da igreja exigem que a forma, a matéria e a intenção adequadas sejam validamente celebradas.<ref>{{CathEncy|wstitle=Sacraments}}</ref> Além disso, as [[Direito canónico|leis canônicas]] da Igreja Latina e das igrejas católicas orientais governam quem pode celebrar licitamente certos sacramentos, bem como regras estritas sobre quem pode receber os sacramentos.<ref name="CoCC291">{{Citar jornal|titulo=''CoCC'' 291 |citação=Para receber a Sagrada Comunhão é preciso estar totalmente incorporado à Igreja Católica e estar em estado de graça, ou seja, não ter consciência de estar em pecado mortal. Quem está consciente de ter cometido um pecado grave, deve primeiro receber o sacramento da Reconciliação antes de ir à comunhão. Também é importante para quem recebe a Sagrada Comunhão o espírito de recolhimento e oração, a observância do jejum prescrito pela Igreja e uma disposição adequada do corpo (gestos e vestimentas) como sinal de respeito a Cristo. |publicação=Vatican.va}}</ref> Notavelmente, porque a igreja ensina que Cristo está presente na eucaristia,<ref name="Kreeft326">Kreeft, p. 326</ref> aqueles que estão conscientes de estar em um estado de pecado mortal são proibidos de receber o sacramento até que tenham recebido absolvição por meio do [[Confissão (sacramento)|sacramento da reconciliação]] (penitência). Os católicos normalmente são obrigados a se abster de comer por pelo menos uma hora antes de receber o sacramento.<ref name="Kreeft331">Kreeft, p. 331</ref> Normalmente, os não católicos também são proibidos de receber a eucaristia.<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG0015/__P42.HTM |titulo=''CCC'', 1400–1401 |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
* '''[[Baptismo]]''' é dado às criança e a convertidos adultos que não tenham sido antes baptizados validamente (o batismo da maior parte das igrejas cristãs é considerado válido pela Igreja Católica, contanto que seja feito pela fórmula: ''"em nome do [[Deus-Pai|Pai]], do [[Deus-Filho|Filho]] e do [[Espírito Santo]]"''. A rigor, todo cristão pode, nessa fórmula, batizar validamente alguém, nomeadamente em situações urgentes. Entretanto, o batismo será ilícito, devendo o baptizado ser levado na presença de um sacerdote, para que complete os rituais do sacramento, como a unção com o [[Crisma]] e com o óleo dos [[catecúmenos]]) [S. Mateus 28, 19];
* '''[[Confissão (sacramento)|Confissão]]''', '''Penitência''' ou '''Reconciliação''' envolve a admissão de pecados perante um padre e o recebimento de penitências (tarefas a desempenhar a fim de alcançar a absolvição ou o [[perdão]] de Deus) [S. João 20,23];
* '''[[Eucaristia]]''' (Comunhão) é o sacramento mais importante da Igreja porque ela relembra e renova o [[mistério pascal]] de [[Cristo]], actualizando e renovando assim a salvação da humanidade.<ref>''Ibidem'', n. 250</ref> Por isso, recebe também o nome de [[Santíssimo Sacramento]]. Este sacramento está associado também à [[transubstanciação]], que é a crença de que, após a [[consagração]], o pão e o vinho oferecidos e consagrados se tornam realmente o Corpo e o Sangue de [[Jesus Cristo]], sob as aparências de pão e vinho [1 Cor 11,24-25];
* Na '''[[Crisma|Confirmação]]''' ou '''[[Crisma]]''', o [[Espírito Santo]], que é recebido no batismo é "''fortalecido e aprofundado''"<ref>''[[CIC]]'', n. 1303</ref> através da imposição de mãos e da unção com santo óleo do [[Crisma]]. Na maior parte das igrejas de [[Igreja Católica de Rito Latino|Rito latino]], este sacramento é presidido por um bispo e tem lugar no início da idade adulta (na maioria das vezes, quando se completam 15 anos). Nas Igrejas Católicas Orientais o sacramento do [[Crisma]] é geralmente executado por um padre imediatamente depois do batismo;
* '''[[Casamento religioso|Sagrado matrimônio]]''' é o sacramento que valida, diante de Deus, a união de um homem e uma mulher, constituindo assim uma [[família]]. Segundo a [[tradição católica]], com base no [[Evangelho de São Marcos]], o casamento é indissolúvel. Só é permitido um segundo casamento no caso da morte de um dos cônjuges ou em situações especiais de nulidade do casamento [S. Mateus 19, 3-9];
* A '''[[Ordem (sacramento)|Ordem]]''' recebe-se ao entrar para o [[clero]], através da consagração das mãos com o santo óleo do [[Crisma]] e, no [[Igreja Católica de Rito Latino|rito latino]] (ou ocidental), envolvem um [[voto]] de [[castidade]] enquanto que nos [[Rito oriental|ritos orientais]], os homens casados são admitidos como padres diocesanos, mas não como bispos ou padres monásticos. Em raras ocasiões, permitiu-se que padres casados que se converteram a partir de outros grupos cristãos fossem ordenados no rito ocidental. No rito ocidental, os homens casados podem ser ordenados diáconos permanentes, mas não podem voltar a casar se a esposa morrer ou se for declarada a nulidade do casamento. O sacramento das Ordens Sagradas é dado em três graus: o do [[diácono]] (desde o [[Concílio Vaticano II]] um diácono permanente pode ser casado antes de se tornar diácono), o de [[sacerdote]] e o de [[bispo]];
* A '''[[Unção dos enfermos]]''' era conhecida como "[[extrema unção]]" ou "último sacramento". Envolve a unção de um doente com um óleo sagrado dos enfermos, abençoado especificamente para esse fim. Já não está limitada aos doentes graves e aos moribundos, mas a Igreja recomenda esse sacramento e o [[viático]] para a hora da morte [S. Tiago 5, 14-15].


Os católicos, mesmo que estivessem em perigo de morte e incapazes de se aproximar de um ministro católico, não podem pedir os sacramentos da eucaristia, penitência ou unção dos doentes de alguém, como um ministro protestante, que não se sabe validamente ordenado de acordo com o ensino católico sobre ordenação.<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/chrstuni/general-docs/rc_pc_chrstuni_doc_19930325_directory_en.html |titulo=Principles and Norms on Ecumenism – 132 |obra=vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG0015/__P42.HTM |titulo=''CCC'', 1400 |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Da mesma forma, mesmo em necessidade grave e premente, os ministros católicos podem não administrar esses sacramentos àqueles que não manifestam fé católica no sacramento. Em relação às igrejas do cristianismo oriental que não estão em comunhão com a Santa Sé, a Igreja Católica é menos restritiva, declarando que "uma certa ''communion in sacris'', e assim na eucaristia, dadas as circunstâncias adequadas e a aprovação da autoridade da Igreja, não é apenas possível, como é incentivada".<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG0015/__P42.HTM |titulo=''CCC'', 1399 |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
=== Cinco Mandamentos da Igreja Católica ===
Os cinco mandamentos ou preceitos da Igreja Católica (não confundir com os ''[[Dez Mandamentos]] da Lei de Deus''), na sua forma atual, foram estabelecidos pelo Papa João Paulo II e promulgados em [[2005]] pelo [[Papa Bento XVI]], onde suprimiu-se o termo "[[dízimo]]s" do quinto mandamento (''pagar dízimos conforme o costume''), cujo sentido real era, obviamente, uma contribuição segundo as possibilidades de cada um, e não uma taxação ou imposto sobre os rendimentos.


=== Sacramentos de iniciação ===
Os cinco mandamentos ou preceitos da Igreja são:<ref>[[Compêndio do Catecismo da Igreja Católica]], secção ''Apêndices'', subsecção ''Fórmulas de doutrina católica''</ref>


==== Batismo ====
# Participar na [[Missa]], aos [[domingo]]s e [[Ano litúrgico#Festas de guarda|festas de guarda]] e abster-se de trabalhos e atividades que impeçam a [[santificação]] desses dias.
{{AP|Batismo}}
#: Os [[Lista dos dias santos de obrigação do catolicismo|dias santos de guarda ou preceito]] que podem não ser no domingo são dez:<ref name="diasguarda">[http://www.vatican.va/archive/ENG1104/__P4N.HTM Cânon 1246] do [[Código de Direito Canónico]] (em inglês)</ref> {{nota de rodapé|Porém, nem todos os países e [[diocese]]s festejam e guardam estes dez dias de preceito, porque, "''com a prévia aprovação da Sé Apostólica, [...] a Conferência Episcopal pode suprimir algumas das festas de preceito ou transferi-los para um domingo''".<ref name="diasguarda" /> Além destes dez dias, existe também outras festas e solenidades (ex: [[Páscoa]], [[Pentecostes]], etc.) que são dias de preceito, porém elas calham sempre num domingo, que já é o dia semanal de preceito obrigatório.}}
[[Ficheiro:Baptême_Cathédrale_de_Troyes_290308.jpg|miniaturadaimagem|Batismo de [[Agostinho de Hipona]], representado em um grupo escultórico na Catedral de Troyes (1549), [[França]] ]]
#: [[1 de Janeiro|1 de janeiro]] - Solenidade de [[Maria (mãe de Jesus)|Santa Maria]], [[Teótoco|Mãe de Deus]];
Para a Igreja Católica, o batismo é o primeiro dos três sacramentos de iniciação como cristão.<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG0015/__P3O.HTM |titulo=''CCC'', 1275 |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Ele lava todos os pecados, tanto o [[pecado original]] quanto os pecados pessoais.<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG0015/__P3N.HTM |titulo=''CCC'', 1263 |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Isto torna uma pessoa um membro da igreja.<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG0015/__P3N.HTM |titulo=''CCC'', 1267 |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Como um presente gratuito de Deus que não requer mérito por parte da pessoa que é batizada, é [[Batismo infantil|conferido até às crianças]],<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG0015/__P3O.HTM |titulo=''CCC'', 1282 |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> que, embora não tenham pecados pessoais, precisam disso por causa do pecado original.<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG0015/__P3K.HTM |titulo=''CCC'', 1250 |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Se uma criança recém-nascida estiver em perigo de morte, qualquer pessoa - seja um médico, uma enfermeira ou um dos pais - pode batizar a criança.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=HIhIPIYLQ6QC&pg=PA157|título=Understanding Your Neighbor's Faith: What Christians and Jews Should Know About Each Other|ultimo=Lazowski|primeiro=Philip|ano=2004|isbn=978-0-88125-811-0|publicação=KTAV Publishing House|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> O batismo marca uma pessoa permanentemente e não pode ser repetido.<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG0015/__P3N.HTM |titulo=''CCC'', 1272 |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> A Igreja Católica reconhece como batismos válidos mesmo os conferidos por pessoas que não são católicas ou cristãs, desde que pretendam batizar ("fazer o que a Igreja faz quando ela batiza") e que eles usam a fórmula batismal trinitária.<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG0015/__P3L.HTM |titulo=''CCC'', 1256 |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
#: [[6 de Janeiro|6 de janeiro]] - [[Epifania do Senhor]];
#: [[19 de Março|19 de março]] - Solenidade de [[São José]];
#: [[Ascensão de Jesus]] (data variável - quinta-feira da sexta semana da Páscoa);
#: [[Corpus Christi]] (data variável - 1ª quinta-feira após o domingo da [[Santíssima Trindade]]);
#: [[29 de Junho|29 de junho]] - Solenidade dos [[Apóstolos]] [[São Pedro]] e [[São Paulo (estado)|São Paulo]];
#: [[15 de Agosto|15 de agosto]] - Solenidade da [[Assunção de Maria|Assunção de Nossa Senhora ao Céu]];
#: [[1 de Novembro|1 de novembro]] - [[Dia de Todos-os-Santos]];
#: [[8 de Dezembro|8 de dezembro]] - Solenidade da [[Imaculada Conceição|Imaculada Conceição da Virgem Maria]];
#: [[25 de Dezembro|25 de dezembro]] - [[Natal]].
# [[Confissão (sacramento)|Confessar]] os pecados ao menos uma vez cada ano.
# Comungar o sacramento da [[Eucaristia]] ao menos pela [[Páscoa]].
# Guardar a abstinência e [[jejum|jejuar]] nos dias determinados pela Igreja:
#: Dias de jejum: [[Quarta-feira de Cinzas]] e [[Sexta-feira Santa]];<ref name="diasjejum">[http://www.vatican.va/archive/ENG1104/__P4O.HTM Cânon 1251] do [[Código de Direito Canónico]] (em inglês)</ref>
#: Dias de abstinência de carne ou de qualquer outra comida determinada pela conferência episcopal: todas as sextas-feiras, principalmente as da [[Quaresma]], a não ser que uma solenidade seja numa sexta-feira.<ref name="diasjejum" />
# Atender às necessidades materiais da Igreja, cada qual segundo as suas possibilidades.


== Estrutura e cargos ==
==== Crisma ====
{{AP|Hierarquia católica}}
{{AP|Crisma}}
A Igreja Católica vê o sacramento da crisma como necessário para completar a graça dada no batismo.<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG0015/__P3P.HTM |titulo=''CCC'', 1285 |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Quando os adultos são batizados, a crisma é normalmente dada imediatamente depois,<ref name="cann883">{{Citar web |url=http://www.intratext.com/IXT/ENG0017/_P31.HTM |titulo=Canône 883 |obra=Código de Direito Canônico de 1983 |editor=Intratext.com|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> uma prática seguida mesmo com bebês recém-batizados nas [[Igrejas católicas orientais|Igrejas Católicas Orientais]].<ref name="cceo695">{{Citar web |url=http://www.intratext.com/IXT/ENG1199/_PJB.HTM |titulo=''CCEO'', Canon 695 |publicação=Intratext.com |acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> No [[Igreja Católica de Rito Latino|Rito Latino]], a crisma das crianças é adiada até que tenham idade suficiente para entender ou a critério do bispo.<ref name="cann891">{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG1104/__P33.HTM |titulo=Canône 891 |obra=Código de Direito Canônico de 1983 |editor=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> No cristianismo ocidental, particularmente no catolicismo, o sacramento é chamado de ''confirmação'', porque confirma e fortalece a graça do batismo; nas igrejas orientais, é chamado ''crisma'', porque o rito essencial é a unção da pessoa com crisma,<ref name="Chrism">{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendium-ccc_en.html#The%20Seven%20Sacraments%20of%20the%20Church |titulo=Compendium of the CCC, 267 |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> uma mistura de [[azeite]] e alguma substância perfumada, geralmente [[bálsamo]], abençoado por um bispo.<ref>{{Citar web |url=http://www.ewtn.com/library/councils/florence.htm#3 |titulo=Council of Florence: Bull of union with the Armenians |publicação=Ewtn.com|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Aqueles que recebem a crisma devem estar em um estado de graça, o que para aqueles que atingiram a idade da razão significa que devem primeiro ser limpos espiritualmente pelo sacramento da penitência; eles também devem ter a intenção de receber o sacramento e estar preparados para mostrar em suas vidas que são cristãos.<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG0015/__P3T.HTM |titulo=Catechism of the Catholic Church – IntraText – CCC 1310 |obra=vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
[[Ficheiro:Canonization 2014-The Canonization of Saint John XXIII and Saint John Paul II (14036966125).jpg|thumb|[[Papa Francisco|Francisco]], o actual [[Papa]] da Igreja Católica (2013- ) e sucessor de [[São Pedro]].]]
[[Ficheiro:Belgische Bisschoppen.jpg|thumb|O [[arcebispo]] [[Karl-Josef Rauber]], o [[cardeal]] [[Godfried Danneels]] e os [[bispo]]s [[Roger Vangheluwe]] e [[Jozef De Kesel]].]]
[[Ficheiro:Archbasilica of St. John Lateran HD.jpg|thumb|[[Arquibasílica de São João de Latrão]], sede da [[Diocese de Roma]].]]
[[Imagem:Chor Apsis San Giovanni Laterano Rom.jpg|thumb|A [[Cátedra#Cristianismo|cátedra papal]] na [[Basílica de São João de Latrão]] simboliza a [[Santa Sé]]]]
A Igreja Católica tem uma hierarquia, sendo o seu Chefe o [[Papa]]. A expressão "[[Santa Sé]]" significa o conjunto do Papa e dos [[dicastério]]s da [[Cúria Romana]], que o ajudam no governo de toda a Igreja.


==== Eucaristia ====
A Igreja tem uma estrutura hierárquica de títulos que são, em ordem descendente:
{{AP|Eucaristia}}
* '''[[Papa]]''', que é o Sumo Pontífice e chefe da Igreja Católica, o guardador da integridade e totalidade do ''[[Tradição católica|depósito da fé]]'', o ''[[Vigário de Cristo]]'' na Terra, o [[Bispo de Roma]] e o possuidor do Pastoreio de todos os cristãos, concedido por Jesus Cristo a São Pedro e, consequentemente, a todos os Papas. Esta autoridade papal (Jurisdição Universal) vem da [[fé]] de que ele é o sucessor directo do Apóstolo [[São Pedro]] (a chamada "[[Confissão de Pedro]]"). Na [[Igreja Católica de Rito Latino|Igreja latina]] e em [[Rito oriental|algumas das orientais]], só o Papa pode designar os membros da [[Hierarquia católica|Hierarquia da Igreja]] acima do nível de [[presbítero]]. Aos Papas atribui-se [[Infalibilidade Papal|infalibilidade]]. Por essa prerrogativa, as decisões papais em questões de [[fé]] e costumes (moral) são infalíveis quando proclamadas ''ex cathedra''.<ref name="">{{citar web
[[Ficheiro:BentoXVI-51-11052007.jpg|miniaturadaimagem|[[Papa Bento XVI]] celebra a Eucaristia na [[canonização]] de [[Frei Galvão|Frei Galvão,]] em [[São Paulo]], Brasil, em 11 de maio de 2007]]
| url = http://www.agencia.ecclesia.pt/catolicopedia/artigo.asp?id_entrada=995
Para os católicos, a eucaristia é o sacramento que completa a iniciação cristã. É descrito como "a fonte e o cume da vida cristã".<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG0015/__P3W.HTM |titulo=''CCC'', 1322–1324 |publicação=Vatican.va}}</ref> A cerimônia em que um católico recebe a eucaristia é conhecida como [[primeira comunhão]].<ref>{{Citar web |url=https://www.catholicculture.org/culture/liturgicalyear/activities/view.cfm?id=601 |titulo=Catholic Activity: Preparing for First Holy Communion |publicação=Catholicculture.org|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
| titulo = Enciclopédia Católica Popular - Infalibilidade
| editor = Paulinas
|acessodata=29 de fevereiro de 2008
| formato = [[HTML]]
| lingua = [[Língua portuguesa|português]]
}}</ref> Todos os membros da hierarquia respondem perante o Papa e a sua corte papal, chamada de Cúria Romana.
**[[Camerlengo]] em caso de morte ou renúncia do cargo, essa pessoa é quem detém todos os poderes de um papa até a eleição de outro pelo [[Colégio de Cardeais]].


A celebração eucarística, também chamada de [[missa]] ou [[Divina Liturgia|divina liturgia]], inclui orações e leituras das escrituras, bem como uma oferta de pão e vinho, que são levados ao [[altar]] e consagrados pelo sacerdote para se tornar o corpo e o sangue de Jesus Cristo, uma mudança chamada [[transubstanciação]]. As [[palavras da Instituição]] refletem as palavras ditas por Jesus durante a [[Última Ceia]], onde Cristo ofereceu seu corpo e sangue aos apóstolos na noite anterior à sua crucificação. O sacramento apresenta (torna presente) o sacrifício de Jesus na cruz e o perpetua.<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG0015/__P41.HTM |titulo=''CCC'', 1365–1372 |citação='''1365''' Por ser a memória da Páscoa de Cristo, a Eucaristia é também um sacrifício, portanto, no texto ritual da Missa, o sacerdote pede à congregação presente: “Rogai, irmãos e irmãs, que este sacrifício meu e o vosso seja aceitável a Deus, o Pai Todo-Poderoso. " o caráter sacrificial da Eucaristia se manifesta nas próprias palavras da instituição: "Este é o meu corpo que foi dado por você" e "Este cálice que foi derramado por você é a Nova Aliança em meu sangue". [Lc 22: 19-20.] Na Eucaristia, Cristo nos dá o próprio corpo que deu por nós na cruz, o próprio sangue que "derramou por muitos para remissão dos pecados". [Mateus 26:28.] |publicação=Vatican.va}}</ref>
* '''[[Cardeal|Cardeais]]''' são os conselheiros e os colaboradores mais íntimos do Papa, sendo todos eles bispos (alguns só são [[Bispo-titular|titulares]]). Aliás, o próprio Papa é [[conclave|eleito]], de forma vitalícia (a [[abdicação]] é rara, porque já não acontecia desde a [[Idade Média]]) pelo [[Colégio dos Cardeais]]. A cada cardeal é atribuída uma igreja ou capela (e daí a classificação em [[cardeal-bispo]], [[cardeal-presbítero]] e [[cardeal-diácono]]) em Roma para fazer dele membro do [[clero]] da cidade. Muitos dos cardeais servem na [[Cúria Romana|Cúria]], que assiste o Papa na administração da Igreja. Todos os cardeais que não são residentes em Roma são bispos diocesanos.


A morte e ressurreição de Cristo dão graça através do sacramento que une os fiéis a Cristo e uns aos outros, remete o pecado venial e ajuda a cometer um pecado moral (embora o próprio pecado mortal seja perdoado pelo sacramento da penitência).<ref name="ccc1392">{{citar web |url=https://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendium-ccc_en.html#The%20Sacraments%20of%20Healing |página=1392–1395|accessdate=23 de novembro de 2014|titulo=Compendium of the CCC, 309}}</ref>
* '''[[Patriarca]]s''' são normalmente títulos possuídos por alguns líderes das [[Rito oriental|Igrejas Católicas Orientais]] ''[[Igreja particular sui iuris|sui ijuris]]''. Estes patriarcas orientais, que ao todo são seis, são eleitos pelos seus respectivos [[Sínodo]]s e depois reconhecidos pelo Papa. Mas alguns dos grandes [[prelado]]s da [[Igreja Católica de Rito Latino|Igreja Latina]], como o [[Patriarca de Lisboa]] e o [[Patriarca de Veneza]], receberam também o título de ''Patriarca'', apesar de ser apenas honorífico e não lhes conferirem poderes adicionais.


=== Sacramentos de cura ===
*'''[[Arcebispo]]s''' ([[Arcebispo Metropolitano|Metropolita]] ou [[Arcebispo Titular|Titular]]) são [[bispo]]s que, na maioria dos casos, estão à frente das [[arquidiocese]]s. Se a sua arquidiocese for a sede de uma província eclesiástica, eles normalmente têm também poderes de supervisão e jurisdição limitada sobre as [[diocese]]s (chamadas [[:wikt:sufragâneo|sufragânea]]s) que fazem parte da respectiva [[província eclesiástica]].
Os dois sacramentos da cura são o [[Confissão (sacramento)|Sacramento da Penitência]] e a Unção dos Enfermos .


==== Penitência ====
* '''[[Bispo]]s''' ([[Bispo diocesano|Diocesano]], [[Bispo-titular|Titular]] e [[Bispo-emérito|Emérito]]) são os sucessores diretos dos [[doze Apóstolos]]. Receberam o todo do [[Ordem sacerdotal|sacramento da Ordem]], o que lhe confere, na maioria dos casos, jurisdição completa sobre os fiéis da sua [[diocese]].<ref>{{Citar web| url=http://www.newadvent.org/cathen/02581b.htm
{{AP|Confissão (sacramento)}}
| último = | primeiro = | título = Bishop|acessodata=5 de janeiro de 2013 | obra = Catholic Encyclopedia; New Advent}}</ref>
{{imagem dupla|left|Convento_de_San_Francisco_-_Ciudad_de_México_-_Creyente.jpg|150|Extreme_Unction_Rogier_Van_der_Weyden.jpg|214|Um crente católico ora em uma igreja no [[México]]|pintura do [[tríptico]] do [[Retábulo dos Sete Sacramentos]] da [[extrema unção]]. [[Rogier van der Weyden]], c.1445}}


O [[Confissão (sacramento)|sacramento da penitência]] (também chamado de reconciliação, perdão, confissão e conversão<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendium-ccc_en.html#The%20Sacraments%20of%20Healing |titulo=''Compendium of the CCC'', 296 |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>) existe para a conversão daqueles que, após o batismo, se separam de Cristo pelo pecado.<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendium-ccc_en.html#The%20Sacraments%20of%20Healing |titulo=''Compendium of the CCC'', 297 |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> São essenciais para este sacramento atos feitos tanto pelo pecador (exame da consciência, contrição com a determinação de não pecar novamente, confissão a um padre, como a realização de algum ato para reparar os danos causados pelo pecado) quanto sacerdote (determinação do ato de reparação a ser realizado e [[absolvição]]).<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendium-ccc_en.html#The%20Sacraments%20of%20Healing |titulo=''Compendium of the CCC'', 302–303 |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Pecados graves (pecados [[Pecado mortal|mortais]]) devem ser confessados pelo menos uma vez por ano e sempre antes de receber a Santa Comunhão, enquanto a confissão de pecados veniais também é recomendada.<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendium-ccc_en.html#The%20Sacraments%20of%20Healing |titulo=''Compendium of the CCC'', 304–306 |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> O padre está sujeito às mais severas penalidades para manter o "selo da confissão", sigilo absoluto sobre quaisquer pecados revelados a ele em confissão.<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendium-ccc_en.html#The%20Sacraments%20of%20Healing |titulo=''Compendium of the CCC'', 309 |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
* '''[[Presbítero]]s''' ou '''[[Padre]]s''' são os colaboradores dos bispos e só têm um nível de jurisdição parcial sobre os fiéis. Alguns deles lideram as [[paróquia]]s da sua diocese.
** [[Monsenhor]] é um título honorário para um presbítero, que não dá quaisquer poderes sacramentais adicionais.


==== Unção dos enfermos ====
* '''[[Diácono]]s''' são os auxiliares dos presbíteros e bispos e possuem o primeiro grau do Sacramento da Ordem. São ordenados não para o [[sacerdócio]], mas para o serviço da [[caridade]], da proclamação da Palavra de Deus e da [[liturgia]]. Apesar disso, eles não consagram a [[hóstia]] (parte central da [[Missa]]) e não administram a [[Unção dos enfermos]] e a [[Reconciliação]].
{{AP|Extrema unção}}
Embora o crisma seja usado apenas para os três sacramentos que não podem ser repetidos, uma unção diferente é usado por um padre ou bispo para abençoar um católico que, por causa de doença ou velhice, começou a correr o risco de morrer.<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendium-ccc_en.html#The%20Sacraments%20of%20Healing |titulo=''Compendium of the CCC'', 316 |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Acredita-se que este sacramento, conhecido como unção dos enfermos, dê conforto, paz, coragem e, se a pessoa doente não puder fazer uma confissão, até perdão dos pecados.<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendium-ccc_en.html#The%20Sacraments%20of%20Healing |titulo=''Compendium of the CCC'', 319 |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> O sacramento também é conhecido como ''unção'', e no passado como ''extrema unção'' e é um dos três sacramentos que constituem os últimos ritos, junto com penitência e [[viático]] (eucaristia).<ref>{{citar web |url=https://en.wikisource.org/wiki/Catholic_Encyclopedia_(1913)/Extreme_Unction |titulo=Extreme Unction|editor=[[Enciclopédia Católica]] |acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>


=== Sacramentos a serviço da comunhão ===
Todos os ministros sagrados supramencionados fazem parte do [[clero]]. A Igreja acredita que os seus clérigos são "''[[ícone]]s de Cristo''",<ref>{{citar livro|autor=GEORGE WEIGEL|título= A Verdade do Catolicismo |subtítulo= Resposta a Dez Temas Controversos|edição=|local=[[Lisboa]]|editora=Bertrand Editora|ano=2002|volume=|isbn= 972-25-1255-2|páginas='''pág. 75'''}}</ref> logo todos eles são homens, porque os doze Apóstolos são todos homens e Jesus, na sua natureza humana, também é homem.<ref>{{citar livro|autor=IGREJA CATÓLICA|título=[[Catecismo da Igreja Católica]] |subtítulo=|edição=|local=Coimbra|editora=Gráfica de Coimbra|ano=2000|volume=|isbn= 972-603-208-3|páginas='''N. 1577'''}}</ref> Mas isto não quer dizer que o papel da [[mulher]] na Igreja seja menos importante, mas apenas diferente.<ref>{{citar web | titulo= Mulher | publicado = Enciclopédia Católica Popular | url=http://www.ecclesia.pt/catolicopedia/ | formato= |acessodata=5 de Junho de 2009}}</ref> Exceptuando em casos referentes a padres ordenados pelas [[Igrejas orientais]], aos diáconos permanentes e a alguns casos excepcionais, todo o clero católico é [[celibato|celibatário]].<ref>{{citar livro|autor=IGREJA CATÓLICA|título=[[Catecismo da Igreja Católica]] |subtítulo=|edição=|local=Coimbra|editora=Gráfica de Coimbra|ano=2000|volume=|isbn= 972-603-208-3|páginas='''N. 1579 e 1580'''}}</ref> Os clérigos são importantes porque efetuam exclusivamente determinadas tarefas, como a celebração da [[Missa]] e dos sacramentos.
Segundo o catecismo, existem dois sacramentos de [[Koinonia|comunhão]] direcionados à salvação de outros: sacerdócio e casamento. Dentro da vocação geral de ser cristão, esses dois sacramentos "consagram uma missão ou vocação específica entre o povo de Deus. Os homens recebem as ordens sagradas de alimentar a Igreja pela palavra e [[graça]]. Os cônjuges se casam para que seu amor seja fortalecido para cumprir os deveres de seu estado".


==== Ordens sagradas ====
Existem ainda funções menores: Leitor, Ministro Extraordinário da Comunhão eucarística, Ministro da Palavra e [[Acólito]]. Estas funções tomados em conjunto não fazem parte do clero, pois são conferidas aos [[leigo]]s, uma vez que, para entrar para o [[sacerdócio]], é preciso ao católico receber o [[sacramento]] da [[Ordem sacerdotal|Ordem]]. Desde o [[Concílio Vaticano II]], os leigos tornaram-se cada vez mais importantes no seio da vida eclesial e gozam de igualdade em relação ao clero, em termos de [[dignidade]], mas não de funções.<ref>Ver o capítulo 4 da Constituição dogmática ''[[Lumen Gentium]]'', do [[Concílio do Vaticano II]].</ref>
[[Ficheiro:Priesterweihe_in_Schwyz_2.jpg|miniaturadaimagem|Os sacerdotes colocam as mãos nos ordenados durante o ritual de ordenação.]]
O sacramento das odens sagradas consagra e substitui alguns cristãos para servirem todo o corpo como membros de três graus ou ordens: episcopado (bispos), presbiterado (sacerdotes) e diaconado (diáconos).<ref name="cann10081009">{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG1104/__P3N.HTM |titulo=Canône 1008–1009 |obra=Código de Direito Canônico de 1983|acessodata=23 de janeiro de 2021 |editor=Vatican.va}} (As modified by the 2009 [https://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/apost_letters/documents/hf_ben-xvi_apl_20091026_codex-iuris-canonici_en.html motu proprio] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20110616013341/https://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/apost_letters/documents/hf_ben-xvi_apl_20091026_codex-iuris-canonici_en.html|date=16 de junho de 2011}} ''Omnium in mentem'')</ref> A Igreja definiu regras sobre quem pode ser ordenado ao [[clero]]. Na Igreja Latina, o sacerdócio é geralmente restrito aos homens celibatários e o episcopado é sempre restrito aos homens celibatários.<ref>[http://www.ewtn.com/library/ANSWERS/WCRB.htm Karl Keating, "What Catholics Really Believe: Setting the Record Straight: Chapter 46: Priestly Celibacy"]. ''ewtn.com''. Acessado em 27 de agosto de 2015.</ref> Homens que já são casados podem ser ordenados em certas igrejas católicas orientais na maioria dos países<ref>{{Citar jornal |url=https://www.nytimes.com/1997/02/16/us/bishop-s-quiet-action-allows-priest-both-flock-and-family.html |titulo=Bishop's Quiet Action Allows Priest Both Flock And Family |obra=The New York Times |acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> e podem se tornar diáconos mesmo na Igreja Ocidental.<ref name="CCL1031">[https://www.vatican.va/archive/ENG1104/__P3Q.HTM Canône 1031] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20080221173442/https://www.vatican.va/archive/ENG1104/__P3Q.HTM|date=21 de fevereiro de 2008}} Direito Canônico da Igreja Católica. Acessado em 9 de março de 2008.</ref><ref name="CCL1037">[https://www.vatican.va/archive/ENG1104/__P3R.HTM Canône 1037] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20080218110036/https://www.vatican.va/archive/ENG1104/__P3R.HTM|date=18 de fevereiro de 2008}}, Direito Canônico da Igreja Católica. Acessado em 9 de março de 2008.</ref>


Todos os clérigos, sejam diáconos, padres ou bispos, podem pregar, ensinar, batizar, testemunhar casamentos e realizar liturgias fúnebres.<ref>{{Citar web |url=http://www.usccb.org/beliefs-and-teachings/vocations/diaconate/faqs.cfm |titulo=Frequently Asked Questions About Deacons |autor=Committee on the Diaconate |publicação=United States Conference of Catholic Bishops}}</ref> Somente bispos e padres podem administrar os sacramentos da eucaristia, reconciliação (penitência) e unção dos enfermos.<ref>[http://www.intratext.com/IXT/ENG1199/_P16.HTM Canône 42] Direito Canônico da Igreja Católica. Acessado em 9 de março de 20088.</ref><ref>[https://www.vatican.va/archive/ENG1104/__P1D.HTM Canône 375] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20080219141242/https://www.vatican.va/archive/ENG1104/__P1D.HTM|date=19 de fevereiro de 2008}}, Direito Canônico da Igreja Católica. Acessado em 9 de março de 2008.</ref> Somente os bispos podem administrar o sacramento da Santa Ordem, que ordena alguém ao clero.<ref name="OneFaith114">Barry, p. 114.</ref>
Dentro da Igreja, também existem um grupo de leigos ou de clérigos que decidiram tomar uma [[vida consagrada]] e normalmente agrupam-se em [[ordem religiosa|ordens religiosas]], [[Ordens e congregações religiosas católicas|congregações religiosas]] ou em [[institutos seculares]], existindo porém aqueles que vivem isoladamente ou até junto dos não consagrados. Estes movimentos apostólicos têm a sua própria hierarquia e títulos específicos. Destacam-se os seguintes:


==== Matrimônio ====
* '''[[Abade]]''' e '''[[Abadessa]]''' (nas [[Abadia]]s);
[[Ficheiro:Jf9694Wedding_San_Nicolas_Church_Tolentine_Marriage_Pampangafvf_02.JPG|esquerda|miniaturadaimagem|Missa de casamento nas [[Filipinas]]]]
* '''[[Prior]]''' e '''[[Prior|Madre Prioresa]]''' (nos [[Mosteiro]]s e [[Convento]]s);
A Igreja Católica ensina que o casamento é um vínculo social e espiritual entre um homem e uma mulher, ordenado para o bem dos cônjuges e procriação de filhos; de acordo com os ensinamentos católicos sobre moralidade sexual, é o único contexto apropriado para a atividade sexual. Um casamento católico, ou qualquer casamento entre indivíduos batizados de qualquer denominação cristã, é visto como um sacramento. Um casamento sacramental, uma vez consumado, não pode ser dissolvido, exceto pela morte.{{nota de rodapé|Os casamentos envolvendo indivíduos não batizados são considerados válidos, mas não sacramentais. Embora os casamentos sacramentais sejam insolúveis, os casamentos não sacramentais podem ser dissolvidos em certas situações, como o desejo de se casar com um católico, sob privilégios [[privilégio paulino|paulinos]] ou [[privilégio petrino|petrinos]].<ref name="Gantley"/><ref name="Doors"/>}} A igreja reconhece certas [[Casamento religioso|condições]], como a liberdade de consentimento, conforme exigido para que qualquer casamento seja considerado válido; além disso, a igreja estabelece regras e normas específicas, conhecidas como [[Casamento religioso|forma canônica]], que os católicos devem seguir.<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG0015/__P53.HTM |titulo=''CCC'', 1631 |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
* '''[[Monge]]''' e '''[[Monja]]''' (nos [[Mosteiro]]s);
* '''[[Frade]]''' e '''[[Freira]]''' (nos [[Convento]]s);
* '''[[Eremita]]s''' (nos [[Eremitério]]s).
{{panorama|View from Stpeters.jpg|1000px|Visão de 360 graus da cúpula do [[Vaticano]] e de [[Roma]], mostrando praticamente toda a Cidade do Vaticano.}}


A Igreja não reconhece o divórcio como o fim válido para um casamento válido e permite o divórcio reconhecido pelo Estado apenas como um meio de proteger a propriedade e o bem-estar dos cônjuges e de quaisquer filhos. No entanto, a consideração de casos particulares pelo tribunal eclesiástico competente pode levar à declaração da invalidade do casamento, uma declaração geralmente referida como anulação.<ref name="annulment">{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG0015/__P53.HTM |titulo=''CCC'', 1629 |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Um novo casamento após o divórcio não é permitido, a menos que o casamento anterior tenha sido declarado inválido.
== Culto e prece ==
{{AP|Culto cristão|Oração}}
[[Ficheiro:Convento_de_San_Francisco_-_Ciudad_de_México_-_Creyente.jpg|thumb|Homem católico reza no Convento de São Francisco, na [[Cidade do México]].]]


== Liturgia ==
Na Igreja Católica, para além do culto de adoração a Deus (''[[latria]]''), existe também o culto de [[veneração]] aos [[Santo]]s (''[[dulia]]'') e à [[Virgem Maria]] (''[[hiperdulia]]''). Estes dois cultos, sendo a ''latria'' mais importante, são muito diferentes, mas ambos são expressos através da [[liturgia]], que é o culto oficial e público da Igreja, e também através da [[piedade popular]], que é o culto privado dos fiéis.<ref name="CCL1">{{citar web | titulo= Culto | publicado = Enciclopédia Católica Popular | url=http://www.ecclesia.pt/catolicopedia/ | formato= |acessodata=5 de Junho de 2009}}</ref><ref name="EncCatlit">{{citar web | titulo= Liturgia | publicado = Enciclopédia Católica Popular | url=http://www.ecclesia.pt/catolicopedia/ | formato= |acessodata=5 de Junho de 2009}}</ref>
[[Ficheiro:Thebible33.jpg|miniaturadaimagem|Objetos religiosos católicos - [[Bíblia|Bíblia Sagrada]], [[crucifixo]] e [[Rosário (catolicismo)|rosário]]]]
Entre as 24 igrejas autônomas (''sui iuris''), existem várias tradições litúrgicas e de outros tipos, chamadas ritos, que refletem a diversidade histórica e cultural e não as diferenças de crença. Na definição do Código de Cânones das Igrejas Orientais, "um rito é o patrimônio litúrgico, teológico, espiritual e disciplinar, a cultura e as circunstâncias da história de um povo distinto, pelo qual sua própria maneira de viver a fé se manifesta em cada Igreja ''sui iuris''".<ref name="CCEO28">[http://www.intratext.com/IXT/ENG1199/__PS.HTM "''CCEO'', Canon 28 §&nbsp;1"]. Vatican.va ([https://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_constitutions/documents/hf_jp-ii_apc_19901018_codex-can-eccl-orient-1_lt.html official text] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20110604154301/https://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_constitutions/documents/hf_jp-ii_apc_19901018_codex-can-eccl-orient-1_lt.html|date=4 de junho de 2011|acessodata=23 de janeiro de 2021}}). Intratext.com. 1990. Trecho: "''Ritus est patrimonium liturgicum, theologicum, spirituale et disciplinare cultura ac rerum adiunctis historiae populorum distinctum, quod modo fidei vivendae uniuscuiusque Ecclesiae sui iuris proprio exprimitur''." (O rito é o patrimônio litúrgico, teológico, espiritual e disciplinar, diferenciado pela cultura dos povos e pelas circunstâncias históricas, que se expressa na própria maneira de viver a fé de cada Igreja ''sui iuris''.).</ref>


A liturgia do sacramento da [[eucaristia]], chamada [[missa]] no Ocidente e [[Divina Liturgia|divina liturgia]] ou outros nomes no Oriente, é a principal liturgia da Igreja Católica.<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG0015/__P41.HTM |titulo=Catechism of the Catholic Church – IntraText – 1362–1364 |obra=vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
Dentro da liturgia, destaca-se a [[Missa]] (de frequência obrigatória aos [[Domingo]]s e festas de guarda) e a [[Liturgia das Horas]]; enquanto que na piedade popular, destacam-se indubitavelmente as [[devoção|devoções]] e as [[oração|orações]] quotidianas. Apesar de a [[piedade popular]] ser de certo modo facultativa, ela é muito importante para o crescimento espiritual dos católicos.<ref name="CCL1" /><ref name="EncCatlit" /> As principais devoções católicas são expressas em "''fórmulas de [[oração|orações]]''" a Deus ([[Deus Pai|Pai]], [[Jesus|Filho]] e [[Espírito Santo]]), à [[Virgem Maria]] e aos [[Santo]]s ([[novena]]s, [[trezena]], [[Santo Rosário]]...); em "''[[peregrinação|peregrinações]] aos lugares sagrados''"; na [[veneração]] de [[medalha]]s, [[estátua]]s, [[relíquia]]s e [[veneração de imagens|imagens sagradas]] e bentas de Cristo, dos Santos e da Virgem Maria; em [[procissão|procissões]]; e em outros "''costumes populares''".<ref>{{citar web | titulo= Piedade popular | publicado = Enciclopédia Católica Popular | url=http://www.ecclesia.pt/catolicopedia/ | formato= |acessodata=5 de Junho de 2009}}</ref>


=== Liturgia ===
=== Ritos ocidentais ===
{{AP|Rito romano|Ritos litúrgicos latinos}}
{{artigos principais|[[Liturgia#Aprofundamento sobre a liturgia cat.C3.B3lica|Liturgia católica]], [[Missa]] e [[Liturgia das Horas]]}}
O [[rito romano]] é o rito de adoração mais comum usado pela Igreja Católica. Seu uso é encontrado em todo o mundo, originário de Roma, ele se espalhou por toda a Europa, influenciando e depois substituindo os ritos locais.<ref>{{Citar livro|título=The Restoration and Organic Development of the Roman Rite|ultimo=Dobszay|primeiro=Laszlo|data=2010|localização=New York|páginas=3–5|capitulo=3|isbn=978-0-567-03385-7|publicação=T&T Clark International}}</ref>
[[Ficheiro:Missa_tridentina_002.jpg|esquerda|upright|miniaturadaimagem|Elevação do [[cálice]] diante de um [[altar]] após a consagração durante uma [[missa tridentina]] [[Missa Solene|solene]]]]


Em 2007, o Papa Bento XVI afirmou a licença de uso continuado do [[Missa tridentina|Missal Romano de 1962]] como uma "forma extraordinária" (''forma extraordinaria'') do Rito Romano, falando sobre ele também como um ''antiquior usus'' ("uso antigo") e emitindo novas normas mais permissivas para seu emprego.<ref>[https://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/letters/2007/documents/hf_ben-xvi_let_20070707_lettera-vescovi_en.html Carta do Papa Bento XVI aos bispos em 7 de julho de 2007] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20100929015429/https://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/letters/2007/documents/hf_ben-xvi_let_20070707_lettera-vescovi_en.html|date=29 de setembro de 2010}} "A última versão do '' Missale Romanum '' anterior ao [[Concílio Vaticano II|Concílio]], que foi publicado com a autoridade do Papa João XXIII em 1962 e usado durante o Concílio, agora poderá ser usado como a Forma extraordinaria da celebração litúrgica. [...] Quanto ao uso do Missal de 1962 como uma '' forma extraordinaria '' da liturgia da Missa, gostaria de chamar a atenção para o fato de que este Missal nunca foi juridicamente revogado e, conseqüentemente, em princípio , sempre foi permitido." — Pope Benedict XVI</ref> Uma instrução emitida quatro anos depois orientou sobre duas formas ou usos do rito romano aprovadas pelo papa como forma ordinária e forma extraordinária ("a ''forma ordinaria'' " e "a ''forma extraordinaria'' ").<ref name="Universae Ecclesiae">{{Citar web |url=https://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_commissions/ecclsdei/documents/rc_com_ecclsdei_doc_20110430_istr-universae-ecclesiae_en.html |titulo=Instruction on the application of the Apostolic Letter Summorum Pontificum of His Holiness Pope Benedict XVI given Motu Proprio |obra=vaticano|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
O ato de [[prece]] mais importante na Igreja Católica é, sem dúvida, a [[liturgia]] [[Eucaristia|Eucarística]], normalmente chamada de [[Missa]]. A liturgia, que é centrada na missa, é a celebração oficial e pública do "''[[Mistério]] de [[Cristo]] e em particular do seu [[Mistério Pascal]]''". Através dela, "''Cristo continua na sua [[Igreja]], com ela e por meio dela, a obra da nossa [[redenção]]''".<ref name="lit1">{{citar livro|autor=IGREJA CATÓLICA|título=[[Compêndio do Catecismo da Igreja Católica]] |subtítulo= |edição=|local=Coimbra|editora=Gráfica de Coimbra|ano=2000|volume=|isbn= 972-603-349-7|páginas='''N. 218 e 219'''}}</ref> Esta "''presença e actuação de Jesus''" são assegurados eficazmente pelos [[sete sacramentos]],<ref name="CCL1" /><ref name="EncCatlit" /> com particular para a [[Eucaristia]], que renova e perpetua "''[[Mistério Pascal|o sacrifício da cruz]] no decorrer dos séculos até ao regresso''" de Jesus. Por isso, toda a missa centra-se na [[Eucaristia]], porque ela "''é fonte e cume da vida cristã''" e nela "''a acção santificadora de Deus em nosso favor e o [[Latria|nosso culto para com Ele]]''" atingem o cume.<ref name="EucMissa1">''[[CCIC]]''; n. 225, 271, 274 e 275</ref>
[[Imagem:Mass,_St_Mary's_Basilica_Bangalore.jpg|thumb|esquerda|[[Missa]] oferecida na Basília de Santa Maria, em [[Bangalore]], [[Índia]].]]


A edição de 1962 do Missal Romano, publicada alguns meses antes da abertura do [[Concílio Vaticano II]], foi a última que apresentou a missa conforme padronizada em 1570 pelo [[Papa Pio V]] no [[Concílio de Trento]] e, portanto, conhecida como missa tridentina.<ref name="Kreeft326">Kreeft, p. 326</ref> O Missal Romano do Papa Pio V foi submetido a pequenas revisões pelo [[Papa Clemente VIII]] em 1604, pelo [[Papa Urbano VIII]] em 1634, pelo [[Papa Pio X]] em 1911, pelo [[Papa Pio XII]] em 1955 e pelo [[Papa João XXIII]] em 1962. Cada edição era a forma comum da Missa do Rito Romano até ser substituída por uma edição posterior. Quando a edição de 1962 foi substituída pela de Paulo VI, promulgada em 1969, seu uso continuado exigia inicialmente a permissão dos bispos;<ref>{{Citar web |url=http://www.bbc.co.uk/religion/religions/christianity/ritesrituals/tridentinemass_1.shtml |titulo=BBC Religions: What is the Tridentine Mass?|editor=[[BBC]] |acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> mas o [[motu proprio]] do ''[[Summorum Pontificum]]'' do [[papa Bento XVI]] em 2007 permitiu o uso gratuito da missa celebrada sem uma congregação e os párocos autorizados a permitir, sob certas condições, seu uso mesmo em missas públicas. Exceto pelas leituras das escrituras, que o papa Bento permitiu que fosse proclamada na língua vernacular, ela é comemorada exclusivamente em [[Latim eclesiástico|latim litúrgico]].<ref>''Summorum Pontificum'' ([https://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/motu_proprio/documents/hf_ben-xvi_motu-proprio_20070707_summorum-pontificum_en.html English translation] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20150101041117/https://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/motu_proprio/documents/hf_ben-xvi_motu-proprio_20070707_summorum-pontificum_en.html|date=1 de janeiro de 2015}}). 7 de julho de 2007. Acessado em 25 de março de 2015</ref>
Jesus, como [[Jesus|Cabeça]], celebra a liturgia com os membros do [[Corpo místico de Cristo|seu Corpo]], ou seja, com a sua "''[[Igreja]] celeste e terrestre''", constituída por [[santo]]s e pecadores, por habitantes da Terra e do [[Céu]].<ref name="lit1" /><ref>''[[CCIC]]'', n. 233</ref> Cada membro da Igreja terrestre celebra e atua na liturgia "''segundo a sua própria função, na unidade do [[Espírito Santo]]: os batizados oferecem-se em [[sacrifício]] espiritual [...]; os [[Bispo]]s e os [[presbítero]]s agem na pessoa de Cristo Cabeça''", representando-o no [[altar]]. Daí que só os [[clérigo]]s (excetuando os [[diácono]]s) é que podem celebrar e conduzir a Missa, nomeadamente a consagração da [[hóstia]].<ref>''Ibidem'', n. 235</ref> Apesar de celebrar o único Mistério de Cristo, a Igreja possui muitas tradições litúrgicas diferentes, devido ao seu encontro, sempre fiel à [[Tradição católica]], com os vários povos e [[cultura]]s. Isto constitui uma das razões pela existência das 24 [[Igrejas sui iuris]] que compõem a Igreja Católica.<ref>''Ibidem'', n. 247 - 248</ref>


Desde 2014, o clero das pequenas [[Ordinariato pessoal para anglicanos|ordenanças pessoais]] criadas para grupos de ex-anglicanos nos termos do documento de 2009 chamado ''[[Ordinariato pessoal para anglicanos|Anglicanorum Coetibus]]''<ref name="Anglicanorum Coetibus">Apostolic Constitution of Pope Benedict XVI: [https://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/apost_constitutions/documents/hf_ben-xvi_apc_20091104_anglicanorum-coetibus_en.html ''"Anglicanorum Coetibus'': Providing for Personal Ordinariates for Anglicans Entering into Full Communion with the Catholic Church"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20141027053023/https://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/apost_constitutions/documents/hf_ben-xvi_apc_20091104_anglicanorum-coetibus_en.html|date=27 de outubro de 2014}}. 4 de novembro de 2009. Acessado em 21 de julho de 2011.</ref> está autorizado a usar uma variação do rito romano chamada "Adoração Divina".<ref>{{Citar web |url=http://www.ordinariate.org.uk/news/OrdinariateNews.php?New-Liturgical-Book-for-the-Personal-Ordinariates-195 |titulo=Latest News – Personal Ordinariate of Our Lady of Walsingham |obra=ordinariate.org.uk|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
A missa é celebrada todos os [[domingo]]s; no entanto, os católicos podem cumprir as suas ''obrigações dominicais'' se forem à missa no sábado. Os católicos devem também ir à missa em cerca de dez dias adicionais por ano, chamados de [[Dias Santos de Obrigação]]. Missas adicionais podem ser celebradas em qualquer dia do ano litúrgico, exceto na [[Sexta-feira Santa]], pois neste dia não se celebra a Missa em nenhuma igreja católica do mundo. Muitas igrejas têm missas diárias. A missa é composta por duas partes principais: a Liturgia da Palavra e a Liturgia da Eucaristia. Durante a Liturgia da Palavra, são lidas em voz alta uma ou mais passagens da [[Bíblia]], acto desempenhado por um Leitor (um [[leigo]] da igreja) e pelo padre ou diácono (que leem sempre as leituras do [[Evangelho]]). Depois de concluídas as leituras, é feita a [[homilia]] por um [[clérigo]]. Nas missas rezadas aos domingos e dias de festa, é professado por todos os católicos presentes o [[Credo]], que afirma as crenças ortodoxas (ou seja, oficiais) do [[catolicismo]]. A Liturgia da Eucaristia inclui a oferta de pão e vinho, a Prece Eucarística, durante a qual o pão e o vinho se transformam no [[Transubstanciação|Corpo e Sangue de Cristo]], e a procissão da comunhão.<ref>[http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p2s2cap1_1210-1419_po.html Catecismo da Igreja Católica, 1345−1405]</ref>


Na [[arquidiocese de Milão]], com cerca de cinco milhões de católicos os maiores da Europa,<ref>{{Citar web |url=http://www.catholicculture.org/news/headlines/index.cfm?storyid=10827, |titulo=News Headlines |obra=www.catholicculture.org|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> a missa é celebrada de acordo com o [[rito ambrosiano]]. Outros [[Ritos litúrgicos latinos|ritos da Igreja Latina]] incluem os [[Rito moçárabe|moçárabes]]<ref>{{Citar web |url=http://www.newadvent.org/cathen/10611a.htm |titulo=''Mozarabic Rite'' |obra= |publicação=New Advent|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> e os de alguns institutos religiosos.<ref>{{Citar web |url=http://www.liturgica.com/html/litWLEarly.jsp?hostname=null#Worship |titulo=''Western Catholic Liturgics/Early Western Liturgics'' |obra= |publicação=Liturgica.com|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Esses ritos litúrgicos têm uma antiguidade de pelo menos 200 anos antes de 1570, a data do ''[[Quo Primum Tempore|Quo primum]]'' do papa Pio V, e assim foram autorizados a continuar.<ref>{{Citar web |url=http://www.newadvent.org/library/docs_pi05qp.htm |titulo=''Quo primum'' |obra= |publicação=New Advent|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
Além da [[missa]], a [[Liturgia das Horas]] também é extremamente importante na vida eclesial, porque ela é a [[oração]] pública e comunitária oficial da Igreja Católica. Esta oração consiste basicamente na [[oração]] quotidiana em diversos momentos do dia, através de [[Salmos]] e cânticos, da leitura de passagens [[Bíblia|bíblicas]] e da elevação de [[prece]]s a [[Deus]]. Com essa oração, a Igreja procura cumprir o mandato que recebeu de [[Cristo]], de orar incessantemente, louvando a Deus e pedindo-Lhe por si e por todos os homens. A Liturgia das Horas, que é uma antecipação para a [[Missa|celebração eucarística]], não exclui, mas requer de maneira complementar, as diversas [[devoção|devoções católicas]], particularmente a adoração e o culto do [[Santíssimo Sacramento]].<ref>[http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p2s1cap1_1066-1075_po.html Catecismo da Igreja Católica, 1077−1109]</ref>


== Organização por região ==
=== Ritos orientais ===
[[Ficheiro:Crowning_in_Syro-Malabar_Nasrani_Wedding_by_Mar_Gregory_Karotemprel.jpg|miniaturadaimagem|Coroação do casamento do Rito da Síria Oriental celebrado por um bispo da [[Igreja Católica Siro-Malabar]] na [[Índia]], uma das 23 [[Igrejas católicas orientais|Igrejas Católicas Orientais]] em [[Comunhão plena|plena comunhão]] com o [[Papa]] e a Igreja Católica.]]
{{AP|Igreja particular|Circunscrição eclesiástica}}
As [[igrejas católicas orientais]] compartilham patrimônio comum e ritos litúrgicos como contrapartes, incluindo as [[Igreja Ortodoxa|ortodoxas orientais]] e outras igrejas [[Cristianismo oriental|cristãs orientais]] que não estão mais em comunhão com a Santa Sé. Isto inclui igrejas que se desenvolveram historicamente na Rússia, Cáucaso, Bálcãs, Nordeste da África, Índia e Oriente Médio. As igrejas católicas orientais são grupos de fiéis que nunca saíram da comunhão com a Santa Sé ou que a restabeleceram à custa do rompimento da comunhão com seus associados da mesma tradição.<ref>{{citar web |url=https://en.wikisource.org/wiki/Catholic_Encyclopedia_(1913)/Eastern_Churches |titulo=Catholic Encyclopedia (1913)/Eastern Churches|editor=Wikisource|acessodata=23 de janeiro de 2021}} "Igrejas Católicas Orientais"; Trecho: "A definição de um católico de rito oriental é: um cristão de qualquer [[Igrejas católicas orientais|igrejas católicas orientais]] em união com o papa: isto é, um católico que não pertence aos romanos, mas a um rito oriental. Eles diferem de outros cristãos orientais por estarem em comunhão com Roma, e dos latinos por terem outros ritos"</ref>


Os ritos usados pelas igrejas católicas orientais incluem o [[rito bizantino]], em suas variedades antioquina, grega e eslava; o [[rito alexandrino]]; o [[Rito sírio ocidental|rito siríaco]]; o [[rito armênio]]; o [[Igreja Maronita|rito maronita]] e o rito caldeu. As igrejas católicas orientais têm autonomia para definir os detalhes de suas formas litúrgicas e de culto, dentro de certos limites para proteger a "observância precisa" de sua tradição litúrgica.<ref>{{Citar web |url=http://www.intratext.com/IXT/ENG1199/_P14.HTM |titulo=''CCEO'', Canône 40 |publicação=Intratext.com |acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
A unidade geográfica e organizacional fundamental da Igreja Católica é a [[diocese]] (chamada [[eparquia]] nas [[Rito oriental|Igrejas orientais católicas]]). Estas correspondem geralmente a uma área geográfica definida, centrada numa cidade principal, e é chefiada por um [[bispo]]. A igreja central de uma diocese recebe o nome de [[catedral]], que deriva do termo ''[[cátedra]]'' (ou cadeira do [[bispo]]), que é um dos símbolos principais do seu cargo [[episcopado católico|episcopal]]. Dentro da diocese ou eparquia, o bispo (ou [[eparca]]) exerce aquilo que é conhecido como poder ''ordinário'', ou seja, autoridade própria, não delegada por outra pessoa. Embora o [[Papa]] nomeie bispos e avalie o seu desempenho, e exista uma série de outras instituições que governam ou supervisionam certas actividades eclesiásticas, um bispo tem uma autonomia relativamente grande na administração de uma diocese ou eparquia.


No passado, alguns dos ritos usados pelas igrejas católicas orientais estavam sujeitos a um grau de latização litúrgica. No entanto, nos últimos anos, as igrejas católicas orientais voltaram às práticas orientais tradicionais de acordo com o decreto do [[Concílio Vaticano II]], ''Orientalium Ecclesiarum''.<ref>{{Citar livro|título=The Blackwell Dictionary of Eastern Christianity|data=1999|editor-sobrenome=Parry|localização=Malden, MA|isbn=978-0-631-23203-2|editor-sobrenome2=David Melling|publicação=Blackwell Publishing}}</ref> Cada igreja tem seu próprio [[Ano litúrgico|calendário litúrgico]].<ref>{{Citar web |last= |url=http://ccky.org/wp-content/uploads/2011/06/Eastern-Rite-Catholicism.pdf |titulo=Eastern Rite Catholicism |acessodata=23 de janeiro de 2021 |publicação=Catholic Conference of Kentucky}}</ref>
[[Imagem:Roman_Catholic_provinces_and_top-level_groupings.png|thumb|upright=1.9|Mapa das [[província eclesiástica|províncias eclesiásticas]] da Igreja Católica Romana, bem como das [[arquidiocese]]s (e outras entidades de alto nível) onde as províncias não estão estabelecidas.]]


== Questões sociais e culturais ==
Algumas dioceses ou eparquias, geralmente centradas em cidades grandes e importantes, são chamadas [[arquidiocese]]s ou [[arquieparquia]]s e são chefiadas por um [[arcebispo]]. Em grandes dioceses (ou eparquias) e arquidioceses (ou arquieparquias), o bispo é frequentemente assistido por [[bispo-auxiliar|bispos auxiliares]], bispos integrais e membros do Colégio dos Bispos não designados para chefiá-las. Arcebispos, bispos sufragários ou diocesanos (designação frequentemente abreviada simplesmente para "bispos"), e bispos auxiliares, são igualmente bispos; os títulos diferentes indicam apenas que tipo de unidade eclesiástica chefiam. Muitos países têm vicariatos que apoiam as suas forças armadas, chamados normalmente de [[Ordinariato Militar]], e são governados por [[bispo]]s.{{carece de fontes|data=junho de 2019}}


=== Ensino social católico ===
Quase todas as dioceses ou eparquias estão organizadas em grupos conhecidos como [[província eclesiástica|províncias eclesiásticas]], cada uma das quais é chefiada por um [[arcebispo]] [[metropolita]]no. Logo, estes arcebispos exercem uma jurisdição e supervisão limitada sobre as dioceses que fazem parte da sua província eclesiástica. Existem também as [[conferência episcopal|conferências episcopais]], geralmente constituídas por todas as dioceses de um determinado país ou grupo de países. Estes grupos lidam com um vasto conjunto de assuntos comuns, incluindo a supervisão de textos e práticas litúrgicas para os grupos culturais e linguísticos da área, e as relações com os governos locais. Porém, a autoridade destas conferências para restringir as actividades de bispos individuais é limitada. As conferências episcopais começaram a surgir no princípio do século XX e foram oficialmente reconhecidas no documento ''[[Christus Dominus]]'', do [[Concílio Vaticano II]].{{carece de fontes|data=junho de 2019}}
{{AP|Doutrina Social da Igreja}}
[[Ficheiro:Leo XIII..jpg|thumb|upright|[[Papa Leão XIII|Leão XIII]], que, a 15 de maio de 1891, publicou a primeira Encíclica do que viria depois a ser chamado "[[Doutrina Social da Igreja]]": a ''[[Rerum Novarum]].'']]
O [[Doutrina Social da Igreja|ensino social católico]], refletindo a preocupação que Jesus demonstrou pelos pobres, enfatiza fortemente as [[Obras de misericórdia|obras corporais de misericórdia]] e as [[Obras de misericórdia|obras espirituais de misericórdia]], ou seja, o apoio e a preocupação pelos doentes, pobres e aflitos.<ref name="Compendium of the CCC, 388">{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendium-ccc_en.html#Mans%20Vocation:%20Life%20in%20the%20Spirit |titulo=''Compendium of the CCC'', 388 |publicação=Vaticano |acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> O ensino da Igreja pede uma opção preferencial para os pobres, enquanto o cânon prescreve que "os fiéis cristãos também são obrigados a promover a [[justiça social]] e, atentos ao preceito do Senhor, a ajudar os pobres".<ref name="Cann22">{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG1104/__PU.HTM |titulo=Canon 222 §&nbsp;2 |obra=Código de Direito Canônico de 1983 |editor=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>


O ensino católico sobre sexualidade exige uma prática de [[castidade]], com foco em manter a integridade espiritual e corporal da pessoa humana. O casamento é considerado o único contexto apropriado para a atividade sexual. A igreja também aborda o ambiente natural e sua relação com outros ensinamentos sociais e teológicos. No documento ''[[Laudato si']]'', de 24 de maio de 2015, o [[Papa Francisco]] critica o [[consumismo]] e o desenvolvimento irresponsável e lamenta a degradação ambiental e o [[aquecimento global]].<ref name="NYT">{{Citar jornal |url=https://www.nytimes.com/2015/06/19/world/europe/pope-francis-in-sweeping-encyclical-calls-for-swift-action-on-climate-change.html |titulo=Pope Francis, in Sweeping Encyclical, Calls for Swift Action on Climate Change |obra=The New York Times|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> O papa expressou preocupação de que o aquecimento do planeta seja um sintoma de um problema maior: a indiferença do [[mundo desenvolvido]] à destruição do planeta, à medida que os humanos buscam ganhos econômicos de curto prazo.<ref>{{Citar jornal |url=https://www.nytimes.com/2015/06/29/opinion/the-popes-ecological-vow.html |titulo=The Pope's Ecological Vow |acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
As dioceses ou eparquias são subdivididas em distritos locais chamados [[paróquia]]s. Todos os católicos devem frequentar e sustentar a sua igreja paroquiana local. Ao mesmo tempo que a Igreja Católica desenvolveu um sistema elaborado de governo global, o catolicismo, no dia a dia, é vivido na comunidade local, unida em prece na sua paróquia. As paróquias são em grande medida autossuficientes e são administradas por um [[presbítero]] (o [[pároco]]); uma igreja, frequentemente situada numa comunidade pobre ou em crescimento, que é sustentada por uma diocese, é chamada de ''"missão"''.{{carece de fontes|data=junho de 2019}}


=== Serviços sociais ===
Para além da sua vasta [[Hierarquia católica|hierarquia]], a Igreja Católica sustenta muitos grupos de [[monasticismo|monges]] e [[frade]]s, não necessariamente [[Ordem (sacramento)|ordenados]], e [[religiosa]]s que vivem [[vida consagrada|vidas consagradas]], especialmente devotadas a servir a Deus. São pessoas que se juntaram sob um determinado sistema e regra a fim de atingir a perfeita comunhão com Deus. Os membros de algumas [[ordens religiosas]] são semi-independentes das dioceses a que pertencem; o superior religioso da ordem exerce jurisdição ordinária sobre eles.{{carece de fontes|data=junho de 2019}}
[[Ficheiro:MotherTeresa_090.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|upright|Santa [[Madre Teresa de Calcutá|Teresa de Calcutá]] defendia os doentes e os pobres, praticando [[obras de misericórdia]]]]
A Igreja Católica é o maior provedor não governamental de educação e serviços médicos do mundo.<ref name="Geopolitics">{{Citar periódico |last=Agnew |primeiro6=John |titulo=Deus Vult: The Geopolitics of Catholic Church |jornal=Geopolitics |volume=15 |páginas=39–61 |doi=10.1080/14650040903420388|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Em 2010, o Pontifício Conselho da Igreja Católica para Assistência Pastoral aos Trabalhadores da Saúde disse que a Igreja administra 26% dos estabelecimentos de saúde no mundo, incluindo hospitais, clínicas, orfanatos, farmácias e centros para pessoas com hanseníase. <ref>{{Citar web |url=http://www.catholicnewsagency.com/news/catholic_hospitals_represent_26_percent_of_worlds_health_facilities_reports_pontifical_council/ |titulo=Catholic hospitals comprise one quarter of world's healthcare, council reports |publicação=Catholic News Agency|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>


A Igreja sempre esteve envolvida na educação, desde a fundação das primeiras universidades da Europa. Dirige e patrocina milhares de escolas primárias e secundárias, faculdades e universidades em todo o mundo<ref>{{Citar web |url=http://www.usccb.org/beliefs-and-teachings/how-we-teach/catholic-education/upload/2013-By-the-Numbers-Catholic-Education.pdf |titulo=Catholic Education|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref><ref>{{Citar periódico |titulo=Laudato Si |jornal=Vermont Catholic |acessodata=23 de janeiro de 2021|volume=8 |url=http://www.onlinedigeditions.com/publication/index.php?i=365491&m=&l=&p=1&pre=&ver=html5#{%22page%22:74,%22issue_id%22:365491}}}</ref> e opera o maior sistema escolar não governamental do planeta.<ref>{{Citation|last=Gardner|first1=Roy|first2=Denis|last2=Lawton|first3=Jo|last3=Cairns|title=Faith Schools|publisher=Routledge|year=2005|page=148|isbn=978-0-415-33526-3}}</ref>
=== Igrejas ''sui iuris'' e seus ritos litúrgicos ===
{{AP|Igreja particular sui iuris|Lista das Igrejas sui iuris}}
[[Ficheiro:Sv shevchuk.jpg|thumb|upright|esquerda|Arcebispo [[Sviatoslav Shevchuk]] da [[Igreja Greco-Católica Ucraniana]].]]


Os institutos religiosos para mulheres têm desempenhado um papel particularmente proeminente na prestação de serviços de saúde e educação,<ref name="nunsworldwide">{{Citar web |last=Zieglera |url=http://www.catholicworldreport.com/Item/663/nuns_worldwide.aspx |titulo=Nuns Worldwide |publicação=Catholic World Report|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> como em ordens como as Irmãs da Misericórdia, as Irmãzinhas dos Pobres, as [[Missionárias da Caridade]], as [[Missionárias da Caridade]], as Irmãs de São José do Sagrado Coração, as Irmãs do Santíssimo Sacramento e as [[Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo]].<ref>{{Citar web |url=http://www.vocations.com/womenrel.html |titulo=Vocations Online Internet Directory of Women's Religious Communities |publicação=Joliet Diocese Vocation Office|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
A Igreja Católica é atualmente constituída por 24 Igrejas autônomas ''[[sui iuris]]'', todas elas em [[comunhão completa]] e subordinadas ao [[Papa]]. A maior de todas elas é a [[Igreja Católica de Rito Latino|Igreja Católica Latina]]. As restantes 23 Igrejas ''[[Igreja particular sui iuris|sui iuris]]'', conhecidas coletivamente como "[[Igrejas Católicas Orientais]]", são governadas por um [[hierarca]] que pode ser um [[Patriarca]], um [[Arcebispo maior]], um [[Metropolita]], um [[Eparca]] ou um [[Exarca]]. A [[Cúria Romana]] administra quer a Igreja Latina, quer (de maneira mais limitada) as Igrejas orientais. Devido a este sistema, é possível que um católico esteja em comunhão completa com o Pontífice de Roma sem ser um católico "latino".


A freira católica [[Madre Teresa de Calcutá|Madre Teresa]] de [[Calcutá]], na [[Índia]], fundadora das Missionárias da Caridade, recebeu o [[Nobel da Paz|Prêmio Nobel da Paz]] em 1979 por seu trabalho humanitário entre os pobres indianos.<ref>{{Citar web |url=http://nobelprize.org/nobel_prizes/peace/laureates/1979/press.html |titulo=Press Release – The Nobel Peace Prize 1979 |publicação=Nobelprize.org}}</ref> O Bispo [[Carlos Filipe Ximenes Belo]] ganhou o mesmo prêmio em 1996 por "trabalhar em prol de uma solução justa e pacífica para o conflito em [[Timor-Leste]]".<ref>{{Citar web |url=http://nobelprize.org/nobel_prizes/peace/laureates/1996/press.html |titulo=Press Release – Nobel Peace Prize |data=1996 |publicação=Nobelprize.org|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
As Igrejas ''sui iuris'' ou ''sui juris'' utilizam uma das seis tradições litúrgicas tradicionais (que emanam de [[Sé]]s tradicionais de importância histórica), chamadas de ''ritos''. Os [[rito litúrgico|ritos litúrgicos]] principais são o [[Rito Romano|Romano]], o [[Rito Bizantino|Bizantino]], o [[Rito de Antioquia|de Antioquia]], o [[Rito Alexandrino|Alexandrino]], o [[Rito caldeu|Caldeu]] e o [[Rito Arménio|Arménio]]. O Rito Romano, que predomina na Igreja Latina, é por isso dominante em grande parte do mundo, e é usado pela vasta maioria dos católicos (cerca de 98%); mas mesmo na Igreja Latina existem ainda outros ritos litúrgicos menores, em particular o [[Rito Ambrosiano]], o [[Rito Bracarense]] e o [[Rito Moçárabe]]. Antigamente havia muitos outros [[Ritos litúrgicos latinos|ritos litúrgicos ocidentais]], que foram substituídos pelo Rito Romano pelas reformas litúrgicas do [[Concílio de Trento]].{{carece de fontes|data=junho de 2019}}


A Igreja também está ativamente engajada em ajuda e desenvolvimento internacional por meio de organizações como [[Caritas]] e [[Ajuda à Igreja Que Sofre]], grupos de defesa de refugiados como o Serviço Jesuíta para Refugiados e grupos de ajuda comunitária como a [[Sociedade de São Vicente de Paulo|Sociedade São Vicente de Paulo]].<ref>{{Citar web |url=http://cpn.nd.edu/resources-for-scholars-clergy-and-practitioners/international-catholic-peacebuilding-organizations/ |titulo=International Catholic Peacebuilding Organizations (directory) |publicação=Catholic Peacebuilding Network|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
A forma da Missa usada no Rito Romano foi codificada na edição do [[Missal Romano]] promulgada em 1570 em obediência aos decretos do [[Concílio de Trento]] ("''ex decreto sacrosancti Concilii Tridentini restitutum''") e por isso chamada de a "[[Missa Tridentina]]" e foi reformada a pedido do [[Concílio Vaticano II]] (1962-1965) com a edição de 1970 ("''ex decreto sacrosancti Oecumenici Concilii Vaticani II instauratum''"). Celebra-se esta [[Missa do Vaticano II]], normalmente usando vernáculo e com o padre voltado para a povo (''[[versus populum]]''). Em determinadas circunstâncias permite-se ainda a celebração segundo a edição 1962 do Missal Romano.<ref>[http://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/motu_proprio/documents/hf_ben-xvi_motu-proprio_20070707_summorum-pontificum.html Motu proprio ''Summorum Pontificum'', art. 1]</ref>


=== Moralidade sexual ===
O serviço correspondente das Igrejas Católicas Orientais, a [[Divina Liturgia]], é conduzido em várias línguas antigas e modernas, segundo o rito e a Igreja: as Igrejas de [[Rito Bizantino]] usam o [[Língua grega|grego]], o [[eslavo eclesiástico]], o [[Língua árabe|árabe]], o [[Roménia|romeno]], o [[georgiano]] e outras; as igrejas de Ritos Antioquiano e Caldeu usam o [[siríaco]] e o árabe; a Igreja de Rito Arménio usa o [[arménio]]; e as Igrejas de tradição alexandrina usam o [[copta]] e o [[língua ge'ez|ge'ez]].{{carece de fontes|data=junho de 2019}}
[[Ficheiro:Hans_Memling_-_Allegory_with_a_Virgin_-_WGA14896.jpg|upright|miniaturadaimagem|[[Alegoria]] da castidade por [[Hans Memling]]]]
A Igreja Católica chama todos os membros a praticar a [[castidade]] de acordo com seu estado de vida. A castidade inclui [[temperança]], [[Disciplina (controle)|autodomínio]], crescimento pessoal e cultural e graça divina. Requer abster-se de [[luxúria]], [[masturbação]], [[fornicação]], [[pornografia]], [[prostituição]] e, principalmente, [[estupro]]. A castidade para quem não é casado exige viver em [[Abstinência sexual|abastinência]], abster-se de atividade sexual; aqueles que são casados são chamados à castidade conjugal.<ref>{{citar web |url=http://www.vatican.va/archive/ccc_css/archive/catechism/p3s2c2a6.htm |titulo=CCC, Parte 3, Seção 2, Capítulo 2, Artigo: O Sexto Mandamento |editor=Vatican.va |citação='''2332''': A sexualidade afeta todos os aspectos da pessoa humana na unidade de seu corpo e alma. Diz respeito especialmente à afetividade, à capacidade de amar e procriar e, de uma forma mais geral, à aptidão para formar laços de comunhão com os outros.|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>


Nos ensinamentos da igreja, a atividade sexual é reservada a casais, seja em um [[Casamento religioso|casamento sacramental]] entre cristãos ou em um casamento natural em que um ou ambos os cônjuges não são batizados. Mesmo em relacionamentos românticos, particularmente no [[noivado]], os parceiros são chamados a praticar a abstinência, a fim de testar o respeito e a fidelidade mútuos. A castidade no casamento exige em particular a fidelidade conjugal e a proteção da fecundidade do casamento. O casal deve promover a confiança e a honestidade, bem como a intimidade espiritual e física. A atividade sexual deve sempre estar aberta à possibilidade de vida;<ref>{{Citar web |url=http://www.diocesehelena.org/offices-and-ministries/pastoral-renewal-services/fertility-awareness/church-teaching-about-contraception/ |titulo=Church teaching about contraception |publicação=Diocese Católica Romana de Helena|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> a Igreja chama isso de significado procriador. Isto deve, da mesma forma, sempre unir um casal apaixonado; a Igreja chama isto de significado unitivo.<ref name="humanae"/>
Atualmente, a esmagadora maioria dos católicos são de [[rito latino]]. Em 2016, os [[Igrejas Católicas Orientais|católicos orientais]] totalizavam somente 17,8 milhões, dos quais aproximadamente 7,67 milhões seguiam o [[rito bizantino]].<ref>[http://www.cnewa.org/source-images/Roberson-eastcath-statistics/eastcatholic-stat16.pdf CNEWA - The Eastern Catholic Churches 2016]</ref>


A [[contracepção]] e certas outras práticas sexuais não são permitidas, embora os métodos [[Planejamento familiar natural|naturais de planejamento familiar]] sejam permitidos para proporcionar um espaçamento saudável entre os nascimentos ou para adiar as crianças por um motivo justo. O [[papa Francisco]] disse em 2015 que está preocupado com o fato de a igreja ter ficado "obcecada" por questões como [[aborto]], [[casamento entre pessoas do mesmo sexo]] e contracepção e criticou a Igreja Católica por colocar o [[Dogmas da Igreja Católica|dogma]] antes do [[Caridade (virtude)|amor]] e por priorizar as doutrinas morais em vez de ajudar os pobres e marginalizados.<ref>New York Times, [https://www.nytimes.com/2013/09/20/world/europe/pope-bluntly-faults-churchs-focus-on-gays-and-abortion.html Pope Says Church Is 'Obsessed' With Gays, Abortion and Birth Control]. Acessado em 23 de janeiro de 2021</ref><ref>CNN, [http://edition.cnn.com/2015/06/18/politics/pope-encyclical-climate-change-catholic-republicans/ Pope hands GOP climate change dilemma]. Acessado em 23 de janeiro de 2021.</ref>
== Presença mundial ==

==== Divórcio e declarações de nulidade ====
[[Imagem:1491 Henry VIII.jpg|thumb|upright|[[Henrique VIII da Inglaterra]] rompeu com a Igreja Católica para conseguir a anulação de seu casamento.]]

A lei canônica não prevê divórcio entre indivíduos batizados, pois um casamento sacramental válido e consumado é considerado um vínculo vitalício. No entanto, uma declaração de nulidade pode ser concedida quando é produzida a prova de que as condições essenciais para a contratação de um casamento válido estavam ausentes desde o início - em outras palavras, que o casamento não era válido devido a algum impedimento. Uma declaração de nulidade, comumente chamada de anulação, é um julgamento por parte de um [[tribunal eclesiástico]] que determina que um casamento foi tentado de forma inválida. Além disso, casamentos entre indivíduos não batizados podem ser dissolvidos com permissão papal em certas situações, como o desejo de se casar com um católico, sob o privilégio [[Privilégio paulino|paulino]] ou petrino.<ref name="Gantley">Rev. Mark J. Gantley. [http://www.ewtn.com/vexperts/showmessage.asp?number=410268 "Petrine or Pauline Privilege"]. EWTN Global Catholic Network. 3 de setembro de 2004. Acessado em 15 de novembro de 2014.</ref><ref name="Doors">"[http://www.catholicdoors.com/misc/marriage/canonlaw.htm Canône 1141–1143]". Código de Direito Canônico de 1983. Catholicdoors.com. Acessado em 23 de janeiro de 2021.</ref>

Em todo o mundo, os tribunais diocesanos concluíram mais de 49 mil casos por nulidade de casamento em 2006. Nos últimos 30 anos, cerca de 55 a 70% das anulações ocorreram nos Estados Unidos. O crescimento das anulações foi substancial; nos Estados Unidos, 27 mil casamentos foram anulados até 2006, em comparação com 338 em 1968. No entanto, aproximadamente 200 mil católicos casados nos Estados Unidos se divorciam a cada ano; 10 milhões no total em 2006.<ref name="Soule">{{Citar web |last=Soule |url=http://www.kofc.org/un/en/resources/cis/cis301.pdf |titulo=Preserving the Sanctity of Marriage |data=2009 |publicação=Knights of Columbus|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>{{nota de rodapé|Com relação ao divórcio nos Estados Unidos, segundo o Barna Group, entre todos os casados, 33% se divorciaram pelo menos uma vez; entre os católicos estadunidense, 28% (o estudo não rastreou anulações religiosas).<ref>{{cite web |title=New Marriage and Divorce Statistics Released |date=2008 |url=https://www.barna.org/barna-update/article/15-familykids/42-new-marriage-and-divorce-statistics-released |publisher=Barna Group |archiveurl=https://web.archive.org/web/20141219120231/http://www.barna.org/barna-update/article/15-familykids/42-new-marriage-and-divorce-statistics-released |archivedate=19 de dezembro de 2014|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>}} O divórcio está aumentando em alguns países predominantemente católicos da Europa.<ref>{{Citar web |url=http://religiousconsultation.org/News_Tracker/divorces_rising_in_Catholic_Europe.htm |titulo=Divorces rising in Catholic Europe |publicação=Los Angeles Times|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>

==== Contracepção ====
[[Ficheiro:Paulaudenece1977.jpg|miniaturadaimagem|upright|esquerda|O [[Papa Paulo VI]] emitiu o ''[[Humanae Vitae|Humanae vitae]]'' em 25 de julho de 1968.]]
A igreja ensina que a relação sexual só deve ocorrer entre um homem e uma mulher que são casados, e deve ser sem o uso de [[Contracepção|controle de natalidade]] ou [[contracepção]]. Em sua encíclica ''[[Humanae Vitae|Humanae vitae]]''<ref name="humanae">{{Citar web |last=Paulo VI |url=https://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/encyclicals/documents/hf_p-vi_enc_25071968_humanae-vitae_en.html |titulo=Humanae vitae |ano=1968 |publicação=Vaticano|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> (1968), o [[papa Paulo VI]] rejeitou firmemente toda contracepção, contradizendo os dissidentes da igreja que viam a [[Pílula contraceptiva oral combinada|pílula anticoncepcional]] como um método de contracepção eticamente justificável, embora permitisse a regulação dos nascimentos por meio de planejamento familiar natural. Esse ensino foi continuado especialmente por [[Papa João Paulo II|João Paulo II]] em sua encíclica ''Evangelium Vitae'', onde ele esclareceu a posição da igreja sobre contracepção, aborto e [[eutanásia]], condenando-os como parte de uma "cultura da morte" e apelando para uma "cultura da vida".<ref name="Bokenkotter493">Bokenkotter, pp. 27, 154, 493–494</ref>

Muitos católicos ocidentais expressaram desacordo significativo com os ensinamentos da igreja sobre contracepção.<ref>A summary and restatement of the debate is available in Roderick Hindery. "The Evolution of Freedom as Catholicity in Catholic Ethics." ''Anxiety, Guilt, and Freedom''. Eds. Benjamin Hubbard and Brad Starr, UPA, 1990.</ref> O [[Católicas pelo Direito de Decidir|Catholics for Choice]], um grupo de [[lobista]]s políticos que não está associado à Igreja Católica, declarou em 1998 que 96% das mulheres católicas dos Estados Unidos usaram contraceptivos em algum momento de suas vidas e que 72% dos católicos acreditavam que alguém poderia ser um bom católico sem obedecer aos ensinamentos da Igreja sobre controle de natalidade.<ref name="cath_choice">{{Citar web |url=http://www.catholicsforchoice.org/topics/prevention/documents/1998amatterofconsciece.pdf |titulo=A Matter of Conscience: Catholics on Contraception |autor=Catholics for a Choice |ano=1998 |publicação=Catholics for a Choice}}</ref> O uso de métodos naturais de planejamento familiar entre católicos dos Estados Unidos é supostamente baixo, embora esse dado não possa ser medido com clareza.{{nota de rodapé|Em relação ao uso de [[planejamento familiar natural]], em 2002, 24% da população dos Estados Unidos identificada como católica,<ref name="adherents">[http://www.adherents.com/rel_USA.html Largest Religious Groups in the USA]. Acessado em 13 de novembro de 2005.</ref> mas de acordo com um estudo de 2002 dos [[Centros de Controle e Prevenção de Doenças]] sobre estadunidenses sexualmente ativos que evitavam a gravidez, apenas 1,5% usavam PFN.<ref name="cdc">{{cite journal |last=Chandra |first=A |author2=Martinez GM |author3=Mosher WD |author4=Abma JC |author5=Jones J. |title=Fertility, Family Planning, and Reproductive Health of U.S. Women: Data From the 2002 National Survey of Family Growth |publisher=National Center for Health Statistics |journal=Vital and Health Statistics |volume=23 |issue=25 |year=2005 |url=https://www.cdc.gov/nchs/data/series/sr_23/sr23_025.pdf |accessdate=20 de maio de 2007}} ver tabela 56.</ref>}} Como os prestadores de serviços de saúde católicos estão entre os maiores cuidadores de pacientes com [[Síndrome da imunodeficiência adquirida|HIV/AIDS]] em todo o mundo, há controvérsia significativa dentro e fora da Igreja a respeito do uso de preservativos como um meio de limitar novas infecções, já que o uso de [[Preservativo|preservativos]] normalmente constitui uso contraceptivo proibido.<ref name="CNS.AIDS">{{Citar jornal |url=http://catholicleader.com.au/news/pope-speaks-out-on-condoms_45117 |titulo=Pope speaks out on condoms |obra=The Catholic Leader |citação=A declaração do Papa Bento XVI de que a distribuição de preservativos apenas aumenta o problema da AIDS é a mais recente e uma das declarações mais fortes em um debate acalorado dentro da igreja ... ele foi questionado se a abordagem da igreja para a prevenção da AIDS - que se concentra principalmente na responsabilidade sexual e rejeita campanhas de preservativos - era irreal e ineficaz. ... O papa não entrou na questão específica de se, em certas circunstâncias, o uso do preservativo era moralmente lícito ou ilícito na prevenção da AIDS, uma questão que ainda está sendo estudada pelos teólogos do Vaticano. |agência=CNS|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>

Da mesma forma, a Igreja Católica se opõe à [[fertilização in vitro]] (FIV), dizendo que o processo artificial substitui o amor entre marido e mulher.<ref>{{Citation|journal=Medical news today|url=http://www.medicalnewstoday.com/articles/38686.php|title=Pope Benedict XVI Declares Embryos Developed For In Vitro Fertilization Have Right To Life|archiveurl=https://web.archive.org/web/20081229164506/http://www.medicalnewstoday.com/articles/38686.php|archivedate=29 de dezembro de 2008|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Além disso, opõe-se à fertilização in vitro porque pode causar o descarte de embriões; os católicos acreditam que um embrião é um indivíduo com uma [[alma]] que deve ser tratada como tal.<ref>Allen, John L., ''The Future Church: How Ten Trends are Revolutionizing the Catholic Church'', p. 223.</ref> Por esse motivo, a igreja também se opõe ao aborto.<ref>{{Citar web |last=Ertelt |url=http://archive.lifenews.com/nat2328.html |titulo=Catholic Church Issues Condemnation of Abortion, In-Vitro Fertilization |obra=Life News Site |acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>

==== Homossexualidade ====
{{AP|Homossexualidade e catolicismo}}
A Igreja Católica também ensina que "atos homossexuais" são "contrários à lei natural", "atos de grave depravação" e "sob nenhuma circunstância eles podem ser aprovados", mas que pessoas que experimentam tendências homossexuais devem receber respeito e dignidade. De acordo com o ''[[Catecismo da Igreja Católica]]'' ,
{{Quote|O número de homens e mulheres com tendências homossexuais arraigadas não é desprezível. Essa inclinação, objetivamente desordenada, constitui para muitos deles uma provação. Eles devem ser aceitos com respeito, compaixão e sensibilidade. Todo sinal de discriminação injusta em relação a eles deve ser evitado. ...

Os homossexuais são chamados à castidade. Pelas virtudes do autodomínio que lhes ensinam a liberdade interior, às vezes com o apoio da amizade desinteressada, da oração e da graça sacramental, eles podem e devem se aproximar gradual e resolutamente da perfeição cristã.<Ref name = 2358_59>{{citar web |url =https://web.archive.org/web/20130813092321/https://www.vatican.va/archive/ccc_css/archive/catechism/p3s2c2a6.htm |titulo= Catecismo da Igreja Católica - o sexto mandamento |acessodata= 2 de agosto de 2013}}</ref>}}
Esta parte do ''Catecismo'' foi citada pelo [[Papa Francisco]] em uma entrevista à imprensa de 2013, na qual ele comentou, quando perguntado sobre um indivíduo:
{{Quote|Se uma pessoa é gay e busca ao Senhor e tem boa vontade, bem, quem sou eu para julgá-la?<ref>{{citar web |url= http://www.catholicnewsagency.com/news/full-transcript-of-popes-in-flight-press-remarks-Liberado/ |titulo= Transcrição completa dos comentários de Pope a bordo da imprensa lançada |editor= Catholic News Agency |data= 5 de agosto de 2013 |acessodata = 12 de outubro de 2013}}</ref>}}
Essa observação e outras feitas na mesma entrevista foram vistas como uma mudança no tom, mas não na substância do ensino da igreja,<ref>{{Citar jornal |url=http://religion.blogs.cnn.com/2013/07/29/popes-remarks-on-gays-a-shift-in-tone-not-substance/ |titulo=Pope on gays: A shift in tone, not substance |publicação=CNN}}</ref> que inclui oposição ao [[casamento entre pessoas do mesmo sexo]]. Certos grupos católicos dissidentes [[Homossexualidade e catolicismo|se opõem à posição da Igreja Católica]] e procuram mudá-la.<ref>Fontes sobre a oposição à posição da igreja sobre homossexualidade:
*{{cite news |url=http://www.nydailynews.com/news/world/pope-denounces-gay-marriage-annual-xmas-message-article-1.1225960 |work=NY Daily News |date=22 de dezembro de 2012 |title=Pope Benedict denounces gay marriage during his annual Christmas message |first=Carol |last=Kuruvilla |location=Nova Iorque}}
*{{cite news |url=https://www.nytimes.com/1982/09/26/us/around-the-nation-catholic-group-provokes-debate-on-homosexuals.html |work=The New York Times |title=Catholic Group Provokes Debate on Homosexuals |date=26 de setembro de 1982 |access-date=4 de maio de 2010}}
*{{cite web |url=http://www.boulderdailycamera.com/livingarts/religion/25pgay.html |archive-url=https://web.archive.org/web/20110708091658/http://www.boulderdailycamera.com/livingarts/religion/25pgay.html |archive-date=8 de julho de 2011 |title=Boulder DailyCamera.com: Colorado, News, Business, Sports, Homes, Jobs, Cars & Information |work=Boulder Daily Camera |access-date=5 de dezembro de 2011}}
*{{cite web |url=http://www.starobserver.com.au/news/2008/07/08/wyd-site-limits-gay-debate/533 |title=WYD site limits gay debate |work=Star Observer |access-date=5 de dezembro de 2011 |date=8 de julho de 2008}}</ref>

=== Ordens sagradas e mulheres ===
[[Imagem:Zenonkapelle links - Episcopa Teodora - Paschalis I. Mutter.jpg|upright|thumb|Há uma sugestão controversa de que a mãe do [[Papa Pascoal I]], a [[Episcopa Teodora]], foi uma [[bispa]] católica.<ref name="auto2">Ute E. Eisen, ''Women Officeholders in Early Christianity: Epigraphical and Literary Studies'', (2000), p204</ref>]]

Mulheres e homens religiosos se envolvem em uma variedade de ocupações, da oração contemplativa, ao ensino, à prestação de cuidados de saúde e ao trabalho como missionários.<ref name="nunsworldwide"/><ref name="news.bbc.co.uk">{{Citar jornal |url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/7227629.stm |titulo=Europe &#124; Catholic nuns and monks decline |publicação=BBC News}}</ref> Embora as [[Ordem (sacramento)|ordens sagradas]] sejam reservadas aos homens, as mulheres católicas têm desempenhado diversos papéis na vida da Igreja, com [[Instituto religioso|institutos religiosos]] fornecendo um espaço formal para sua participação e [[Convento|conventos]] fornecendo espaços para seu autogoverno, oração e influência ao longo de muitos séculos. As [[Freira|freiras]] têm se envolvido extensivamente no desenvolvimento e funcionamento das redes mundiais de serviços de educação e saúde da Igreja.<ref>{{Citar jornal |url=https://www.nytimes.com/2011/08/21/us/21nuns.html |titulo=Nuns, a 'Dying Breed,' Fade From Leadership Roles at Catholic Hospitals |obra=The New York Times |primeiro3=Kevin}}</ref>

Os esforços de apoio à ordenação de mulheres ao sacerdócio levaram a várias decisões da Cúria Romana ou dos papas contra a proposta, como na ''Declaração sobre a Questão de Admissão de Mulheres ao Sacerdócio Ministerial'' (1976), ''[[Mulieris dignitatem|Mulieris Dignitatem]]'' (1988) e ''Ordinatio sacerdotalis'' (1994). De acordo com a última decisão, encontrada em ''Ordinatio sacerdotalis'', o [[Papa João Paulo II]] afirmou que a Igreja Católica "não se considera autorizada a admitir mulheres na ordenação sacerdotal".<ref>[http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/en/apost_letters/1994/documents/hf_jp-ii_apl_19940522_ordinatio-sacerdotalis.html ''Apostolic Letter ''Ordinatio Sacerdotalis'' de João Paulo II aos bispos da Igreja Católica sobre a reserva da ordenação sacerdotal somente para homens''] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20151125234700/http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/en/apost_letters/1994/documents/hf_jp-ii_apl_19940522_ordinatio-sacerdotalis.html|date=25 de novembro de 2015}} Copyright 1994 Libreria Editrice Vaticana. Acessado em 25 de março de 2015</ref>

Em oposição a essas decisões, grupos contrários realizaram cerimônias que afirmam serem ordenações sacramentais (com, supostamente, um bispo católico ordenador nos primeiros casos), o que, de acordo com a [[Direito canónico|lei canônica]], são ilícitas e inválidas e consideradas meras ''simulações''<ref name="cann1379">{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/ENG1104/_P54.HTM |titulo=Canône 1379 |obra=Código de Direito Canônico de 1983 |editor=Vaticano|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> do sacramento da ordenação.<ref name="RCWP">[http://www.romancatholicwomenpriests.org/ordained.htm "Ordinations: Response Regarding Excommunication Decree"]. 2011 Roman Catholic Womenpriests-USA, Inc. Acessado em 5 de junho de 2011</ref>{{nota de rodapé|De acordo com as sacerdotisas católicas romanas:"O principal bispo católico romano consagrado que ordenou nossas primeiras mulheres bispos é um bispo com sucessão apostólica dentro da Igreja Católica Romana em plena comunhão com o papa."<ref name="RCWP"/>}} A [[Congregação para a Doutrina da Fé]] respondeu emitindo uma declaração esclarecendo que quaisquer bispos católicos envolvidos em cerimônias de ordenação para mulheres, bem como as próprias mulheres, se fossem católicas, receberiam automaticamente a pena de [[excomunhão]] (''latae sententiae'', literalmente "com a sentença já aplicada", ou seja, automaticamente), citando o cânone 1378 da [[Direito canónico|lei canônica]] e outras leis da igreja.<ref>"[http://www.catholicnewsagency.com/news/vatican_decrees_excommunication_for_participation_in_ordination_of_women/ Vatican decrees excommunication for participation in 'ordination' of women]", Catholic News Agency. 29 de maio de 2008. Acessado em 6 de junho de 2011.</ref>

=== Casos de abuso sexual ===
{{AP|Abuso sexual de menores por membros da Igreja Católica}}
Desde a década de 1990, a questão do [[Abuso sexual de menor|abuso sexual de menores]] por clérigos católicos e outros membros da igreja tornou-se objeto de litígio civil, processo criminal, cobertura da mídia e debate público em países ao redor do mundo. A Igreja Católica foi criticada por lidar com queixas de abuso quando se soube que alguns bispos haviam protegido padres acusados, transferindo-os para outras tarefas pastorais, onde alguns continuaram a cometer crimes sexuais. Em resposta ao escândalo, foram estabelecidos procedimentos formais para ajudar a prevenir abusos, incentivar a denúncia de qualquer abuso que ocorra e lidar com tais denúncias prontamente, embora os grupos representativos das vítimas tenham contestado sua eficácia.<ref>{{Citar jornal |url=https://www.bbc.co.uk/news/world-europe-10645748 |titulo=Vatican 'speeds up' abuse cases |obra=BBC News |autor=David Willey}}</ref> Em 2014, o Papa Francisco instituiu a Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores para a salvaguarda de menores.<ref name="Bollettino">{{Citar web |url=http://press.vatican.va/content/salastampa/de/bollettino/pubblico/2014/03/22/0199/00444.html |titulo=Comunicato della Sala Stampa: Istituzione della Pontificia Commissione per la Tutela dei Minori |lingua= |titulotrad= |publicação=Holy See Press Office}}</ref>

== História ==
{{AP|História da Igreja Católica|História do cristianismo}}
[[Ficheiro:Última_Cena_-_Da_Vinci_5.jpg|miniaturadaimagem| [[A Última Ceia (Leonardo da Vinci)|''A Última Ceia'']], uma pintura mural de [[Leonardo da Vinci|Leonardo da Vinci no]] final da década de 1490, representando a última ceia de Jesus e seus [[Apóstolo|doze apóstolos]] na véspera de sua [[crucificação]]. A maioria dos apóstolos está enterrada em [[Roma]], incluindo São Pedro. ]]
A religião cristã é baseada nos ensinamentos de Jesus Cristo, que viveu e pregou no século I na província da [[Judeia]] do [[Império Romano]]. A [[teologia católica]] ensina que a Igreja Católica contemporânea é a continuação dessa [[Cristianismo primitivo|comunidade cristã primitiva]] estabelecida por [[Jesus]].<ref name="Catholic News Service"/>

=== Era apostólica e papado ===
[[Ficheiro:DambachVille_StEtienne_14.JPG|miniaturadaimagem|A comissão de Jesus a [[Pedro (apóstolo)|São Pedro]]]]
O [[Novo Testamento]], em particular os [[Evangelho|Evangelhos]], registra as atividades e os ensinamentos de Jesus, sua nomeação dos [[Apóstolo|doze apóstolos]] e sua [[Grande Comissão]] dos [[Apóstolo|Apóstolos]], instruindo-os a continuar seu trabalho.<ref name="bokenkotter30">Bokenkotter, p. 30.</ref><ref name="Kreeft98O">Kreeft, p. 980.</ref> O livro [[Atos dos Apóstolos]], fala sobre a fundação da igreja cristã e a propagação de sua mensagem ao império romano.<ref>Burkett, p. 263</ref> A Igreja Católica ensina que seu ministério público começou no [[Pentecostes]], ocorrendo cinquenta dias após a data em que se acredita que Cristo [[Ressurreição de Jesus|ressuscitou]].<ref name="Barry48">Barry, p. 46.</ref> No Pentecostes, acredita-se que os apóstolos tenham recebido o Espírito Santo, preparando-os para a missão de liderar a igreja. <ref>{{CathEncy|wstitle=Holy Ghost}}<br /><br />"He [the Holy Spirit] is essentially the Spirit of truth (John 14:16–17; 15:26), Whose office it is to ...to teach the Apostles the full meaning of it [of the truth] (John 14:26; 16:13). With these Apostles, He will abide forever (John 14:16). Having descended on them at Pentecost, He will guide them in their work (Acts 8:29)...</ref> A Igreja Católica ensina que o colégio dos bispos, liderado pelo [[Papa|Bispo de Roma]], é o [[Sucessão apostólica|sucessor]] dos apóstolos.<ref>{{citar web |url=http://www.vatican.va/archive/ccc_css/archive/catechism/p123a9p4.htm |titulo=CCC, 880, 883|editor=Vaticano|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>

No relato da [[Confissão de Pedro|Confissão de Pedro,]] encontrada no [[Evangelho segundo Mateus|Evangelho de Mateus]], Cristo designa Pedro como a "rocha" sobre a qual a igreja de Cristo será construída.<ref>{{Citar web |url=http://www.britannica.com/EBchecked/topic/453832/Saint-Peter-the-Apostle/5630/Incidents-important-in-interpretations-of-Peter |titulo=Saint Peter the Apostle: Incidents important in interpretations of Peter}}</ref> A Igreja Católica considera o bispo de Roma, o papa, o sucessor de [[Pedro (apóstolo)|São Pedro]]. Alguns estudiosos afirmam que Pedro foi o primeiro bispo de Roma.{{nota de rodapé|{{citar web |url=https://en.wikisource.org/wiki/Catholic_Encyclopedia_(1913)/The_Real_Presence_of_Christ_in_the_Eucharist |titulo=The Real Presence of Christ in the Eucharist|editor=[[Enciclopédia Católica]]|acessodata=23 de janeiro de 2021}}<br>''Com relação a Pedro como o primeiro bispo de Roma'', "Não é, no entanto, difícil mostrar que o fato de seu bispado [de Pedro] é tão bem atestado a ponto de ser historicamente certo. Ao considerar este ponto, será bem para começar com o terceiro século, quando as referências a ela se tornam frequentes e retrocedem a partir deste ponto. Em meados do século III, São Cipriano expressamente designa a Sé Romana a Cátedra de São Pedro, dizendo que Cornélio conseguiu " o lugar de Fabiano que é o lugar de Pedro "(Ep 55: 8; cf. 59:14). Firmiliano de Cesaréia observa que Estêvão alegou decidir a controvérsia a respeito do rebatismo com base em que ele detinha a sucessão de Pedro (Cipriano, (Ep. 75:17). Ele não nega a afirmação: ainda, certamente, se ele fosse capaz, ele o teria feito. Assim, em 250, o episcopado romano de Pedro foi admitido por aqueles mais capazes de conhecer a verdade, não apenas em Roma, mas nas igrejas da África e da Ásia Menor. No primeiro quarto do século (a seguir ut 220) Tertuliano (De Pud. 21) menciona a afirmação de Callistus de que o poder de Pedro para perdoar pecados havia descido de uma maneira especial para ele. Se a Igreja Romana tivesse sido meramente fundada por Pedro e não o contasse como seu primeiro bispo, não poderia haver motivo para tal contenda. Tertuliano, como Firmiliano, tinha todos os motivos para negar a reivindicação. Além disso, ele mesmo residia em Roma, e saberia muito bem se a ideia de um episcopado romano de Pedro fosse, como afirmam seus oponentes, uma novidade que data dos primeiros anos do século III, suplantando a tradição mais antiga segundo o qual Pedro e Paulo foram co-fundadores e Linus primeiro bispo. Mais ou menos no mesmo período, Hipólito (pois Lightfoot está certo ao considerá-lo o autor da primeira parte do "Catálogo da Libéria" - "Clemente de Roma", 1: 259) considera Pedro na lista dos bispos romanos... "}} Outros dizem que a instituição do papado não depende da ideia de que Pedro era bispo de Roma ou mesmo de ter estado em Roma.<ref>{{Citar web |url=http://www.catholic.com/tracts/was-peter-in-rome |titulo=Was Peter in Rome? |citação=se Pedro nunca tivesse chegado à capital, ele ainda poderia ter sido o primeiro papa, já que um de seus sucessores poderia ter sido o primeiro titular desse cargo a se estabelecer em Roma. Afinal, se o papado existe, foi estabelecido por Cristo durante sua vida, muito antes de se dizer que Pedro chegou a Roma. Deve ter havido um período de alguns anos em que o papado ainda não tinha sua conexão com Roma. |publicação=Catholic Answers|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Muitos estudiosos sustentam que uma estrutura da igreja de presbíteros/bispos plurais persistiu em Roma até meados do século II quando a estrutura de um único bispo e presbíteros plurais foi adotada e que escritores posteriores aplicaram retrospectivamente o termo "bispo de Roma" aos membros mais proeminentes do clero no período anterior e também ao próprio Pedro. Nesta base, [[Oscar Cullmann]],<ref>Oscar Cullmann (1962), Peter: Disciple, Apostle, Martyr (2 ed.), Westminster Press p. 234</ref> [[Henry Chadwick]]<ref>Henry Chadwick (1993), The Early Church, Penguin Books p. 18</ref> e [[Bart D. Ehrman]]<ref>{{cite book |url=https://global.oup.com/academic/product/peter-paul-and-mary-magdalene-9780195343502 |last=Ehrman |first=Bart D |title=Peter, Paul, and Mary Magdalene: The Followers of Jesus in History and Legend |publisher=Oxford University Press |location=US |date=2006 |isbn=978-0-19-530013-0 |p=84}}</ref> questionam se havia um vínculo formal entre Pedro e o papado moderno. Raymond E. Brown também diz que é anacrônico falar de Pedro em termos de bispo local de Roma, mas que os cristãos daquele período teriam encarado Pedro como tendo "papéis que contribuiriam de maneira essencial para o desenvolvimento da função do papado na igreja subsequente". Esses papéis, diz Brown, "contribuíram enormemente para a visão de que o bispo de Roma, o bispo da cidade onde Pedro morreu e onde Paulo testemunhou a verdade de Cristo, era o sucessor de Pedro no cuidado da igreja universal". <ref name="REB">Raymond E. Brown, ''[https://books.google.com/books?id=b8ubeFP6JUYC&pg=PA134&dq=Peter+symbolisms+attached#v=onepage&q=Peter%20symbolisms%20attached 101 Questions and Answers on the Bible]'' (Paulist Press 2003 {{ISBN|978-0-8091-4251-4}}), pp. 132–134</ref>

=== Antiguidade e Império Romano ===
{{AP|Primeiros centros do Cristianismo|Pentarquia}}
As condições no [[Império Romano]] facilitaram a disseminação de novas ideias. A rede de estradas e hidrovias do império facilitou as viagens e a ''[[Pax Romana]]'' tornou tais viagens seguras. O império incentivou a disseminação de uma cultura comum com raízes gregas, que permitia que as ideias fossem mais facilmente expressas e compreendidas.<ref name="bokenkotter24">Bokenkotter, p. 24.</ref>

Ao contrário da maioria das religiões do Império Romano, no entanto, o cristianismo exigia que seus seguidores renunciassem a todos os outros deuses, uma prática adotada no judaísmo (veja [[Idolatria]]). A recusa dos cristãos em participar de celebrações [[Paganismo|pagãs]] significava que eles eram incapazes de participar de grande parte da vida pública, o que fazia com que os não cristãos - incluindo as autoridades do governo - temessem que os cristãos estivessem irritando os deuses e, assim, ameaçando a paz e a prosperidade do Império. As perseguições resultantes foram uma característica definidora da autocompreensão cristã até que o cristianismo foi legalizado no século IV.<ref name="macculloch155and164">MacCulloch, ''Christianity'', pp. 155–159, 164.</ref>
[[Ficheiro:Basilica_di_San_Pietro_1450.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|Desenho do século XIX da [[antiga Basílica de São Pedro]], construída originalmente em 318 pelo [[Constantino|imperador Constantino]]]]

Em 313, o [[Édito de Milão]] do imperador [[Constantino I]] legalizou o cristianismo e, em 330, Constantino mudou a capital imperial para [[Constantinopla]], na moderna [[Istambul|Istambul, Turquia]]. Em 380, o [[Édito de Tessalônica]] fez do cristianismo niceno a [[igreja estatal do Império Romano]], uma posição que dentro do território decrescente do [[Império Bizantino]] persistiria até que o próprio império terminasse na [[queda de Constantinopla]] em 1453, enquanto em outros lugares a igreja era independente do império, como ficou particularmente claro com o [[Grande Cisma]]. Durante o período dos [[Primeiros sete concílios ecumênicos|Sete Concílios Ecumênicos]], cinco [[Pentarquia|visões]] primárias emergiram, um arranjo formalizado em meados do século VI pelo imperador [[Justiniano|Justiniano I]] como a [[pentarquia]] de Roma, [[Constantinopla]], [[Patriarcado de Antioquia|Antioquia]], [[Jerusalém]] e [[Patriarca de Alexandria|Alexandria]].<ref name="Valliere2012">Paul Valliere, [https://books.google.com/books?id=Qrt3Z7fyzlUC&pg=PA92&dq=Justinian+pentarchy#v=onepage&q=Justinian%20pentarchy ''Conciliarism''] (Cambridge University Press 2012 {{ISBN|978-1-107-01574-6}}), p. 92</ref><ref name="Bartholomew2008">Patriarch Bartholomew, [https://books.google.com/books?id=4_UB3_UpIcQC&pg=PA3&dq=Justinian+pentarchy#v=onepage&q=Justinian%20pentarchy ''Encountering the Mystery''] (Random House 2008 {{ISBN|978-0-385-52561-9}}), p. 3</ref> Em 451, o [[Concílio de Calcedónia|Concílio de Calcedônia]], em um cânone de validade contestada,<ref name="Michalopulos">George C. Michalopulos,[http://www.aoiusa.org/canon-28-and-eastern-papalism-cause-or-effect/ "Canon 28 and Eastern Papalism: Cause or Effect?"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20130110112941/http://www.aoiusa.org/canon-28-and-eastern-papalism-cause-or-effect/|date=10 de janeiro de 2013}}</ref> elevou o [[Patriarcado Ecumênico de Constantinopla|Patriarcado de Constantinopla]] a uma posição "secundária em eminência e poder em relação ao bispo de Roma".<ref name="Noble214">Noble, p. 214.</ref> De c. 350 a c. 500, os bispos, ou papas, de Roma, aumentavam constantemente sua autoridade através da intervenção consistente em apoio aos [[Sé episcopal|líderes ortodoxos]] nas disputas teológicas, o que incentivava apelos a eles. <ref name="ReferenceA">"Rome (early Christian)". Cross, F. L., ed., ''The Oxford Dictionary of the Christian Church''. New York: Oxford University Press. 2005</ref> O imperador [[Justiniano]], que nas áreas sob seu controle estabeleceu definitivamente uma forma de [[cesaropapismo]],<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/asourcebookfora01ayergoog|título=A Source Book for Ancient Church History: From the Apostolic Age to the Close of the Conciliar Period|ultimo=Ayer|primeiro=Joseph Cullen, Jr.|ano=1913|localização=New York|publicação=Charles Scribner's Sons}}</ref> na qual "ele tinha o direito e o dever de regulamentar por suas leis os mínimos detalhes de culto e disciplina, e também de ditar as opiniões teológicas para<ref>Ayer, p. 553</ref> restabelecer o poder imperial sobre Roma e outras partes do Ocidente, iniciando o período denominado [[papado bizantino]] (537-752), durante o qual os bispos de Roma, ou papas, exigiam a aprovação do imperador em Constantinopla ou de seu representante em Ravena para a consagração, e a maioria era selecionada pelo imperador por seus súditos de língua grega,<ref>{{Citar livro|url=https://archive.org/details/behindl_bau_2003_00_6167|título=Behind Locked Doors: A History of the Papal Elections|ultimo=Baumgartner|primeiro=Frederic J.|ano=2003|páginas=[https://archive.org/details/behindl_bau_2003_00_6167/page/n29 10]–12|isbn=978-0-312-29463-2|publicação=Palgrave Macmillan}}</ref> o que resultava em um "caldeirão" das tradições cristãs ocidentais e orientais em arte e liturgia.<ref>[[Eamon Duffy|Duffy, Eamon]]. 1997. ''Saints & Sinners: A History of the Popes''. Yale University Press. pp. 66–67</ref>

A maioria das tribos germânicas que nos séculos seguintes invadiram o Império Romano adotaram o cristianismo em sua forma [[Arianismo|ariana]], que a Igreja Católica declarava [[Disputas cristológicas|herética]].<ref>Le Goff, p. 14: "O rosto dos invasores bárbaros foi transformado por outro fato crucial. Embora alguns deles tenham permanecido pagãos, outra parte deles, não menos importante, havia se tornado cristã. Mas, por um acaso curioso, que deixaria graves consequências, esses bárbaros convertidos - os ostrogodos, visigodos, borgonheses, vândalos e, mais tarde, os lombardos - haviam se convertido ao arianismo, que se tornara uma heresia após o concílio de Nicéia. Na verdade, eles foram convertidos por seguidores do 'apóstolo dos Godos', Wulfilas."</ref> A discórdia religiosa resultante entre governantes germânicos e súditos católicos<ref>Le Goff, p. 14: "Assim, o que deveria ter sido um vínculo religioso foi, ao contrário, um assunto de discórdia e gerou conflitos acirrados entre bárbaros arianos e romanos católicos."</ref> foi evitada quando, em 497, [[Clóvis|Clovis I]], o governante [[Francos|franco]], se converteu ao catolicismo ortodoxo, aliando-se ao papado e aos mosteiros.<ref>Le Goff, p. 21: "Clovis' master-stroke was to convert himself and his people not to Arianism, like the other barbarian kings, but to Catholicism."</ref> Os [[visigodos]] na Espanha seguiram sua liderança em 589<ref>Le Goff, p. 21</ref> e os [[lombardos]] na Itália no decorrer do século VII.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=7ItMSn421GAC&pg=PR18|título=The Lombard Laws|ultimo=Drew|primeiro=Katherine Fischer|ano=2014|isbn=978-0-8122-1055-2|publicação=University of Pennsylvania Press}}</ref>

O [[cristianismo ocidental]], particularmente através de seus mosteiros, foi um fator importante na preservação da [[Antiguidade Clássica|civilização clássica]], com sua arte (ver [[iluminura]]) e alfabetização.<ref>''How The Irish Saved Civilization: The Untold Story of Ireland's Heroic Role from the Fall of Rome to the Rise of Medieval Europe'' by Thomas Cahill, 1995.</ref><ref name="Cahill_Thomas">Cahill, Thomas. ''How the Irish Saved Civilization''. Hodder and Stoughton, 1995.</ref> Através de sua [[Regra de São Bento|Regra]], [[Bento de Núrsia]] (c. 480-543), um dos fundadores do monaquismo ocidental, exerceu uma enorme influência sobre a cultura europeia através da apropriação da herança espiritual monástica da Igreja Católica e, com a difusão da tradição beneditina, através da preservação e transmissão da cultura antiga. Durante esse período, a Irlanda monástica tornou-se um centro de aprendizado e os primeiros missionários irlandeses, como [[Columbano]] e [[São Columba|Columba,]] espalharam o cristianismo e estabeleceram mosteiros em toda a Europa continental.[1]

=== Idade Média e Renascença ===
{{AP|Idade Média|Renascimento}}
A Igreja Católica foi a [[Impacto do cristianismo na civilização|influência dominante na civilização ocidental]] desde a [[Antiguidade Tardia|Antiguidade tardia]] até o início da [[era moderna]].<ref name="O'CollinsPref"/> Foi o principal patrocinador dos estilos românico, gótico, renascentista, maneirista e barroco em arte, arquitetura e música.<ref>Woods, pp. 115–27</ref> Figuras renascentistas, como [[Rafael]], [[Michelangelo]], [[Leonardo da Vinci]], [[Sandro Botticelli|Botticelli]], [[Fra Angelico]], [[Tintoretto]], [[Ticiano]], [[Gian Lorenzo Bernini|Bernini]] e [[Caravaggio|Caravaggio,]] são exemplos dos inúmeros artistas visuais patrocinados pela Igreja.<ref>Duffy, p. 133.</ref> O historiador Paul Legutko, da [[Universidade Stanford]], disse que a Igreja Católica está "no centro do desenvolvimento dos valores, ideias, ciências, leis e instituições que constituem o que chamamos de [[Cultura ocidental|civilização ocidental]]".<ref>{{Citar web |url=http://www.nrbookservice.com/products/bookpage.asp?prod_cd=c6664 |titulo=Review of ''How the Catholic Church Built Western Civilization'' by Thomas Woods, Jr. |obra=National Review Book Service |archiveurl=https://web.archive.org/web/20060822150152/http://www.nrbookservice.com/products/BookPage.asp?prod_cd=c6664 |archivedate=22 de agosto de 2006|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
[[Ficheiro:Chartres_Cath+Gare.JPG|miniaturadaimagem|[[Catedral de Chartres]], 1220]]

As invasões [[Islão|islâmicas]] maciças de meados do século VII iniciaram uma longa luta entre o [[cristianismo]] e o [[islamismo]] em toda a bacia do Mediterrâneo. O [[Império Bizantino]] logo perdeu as terras dos [[Patriarcado (Igreja)|patriarcados]] orientais de [[Patriarca Grego Ortodoxo de Jerusalém|Jerusalém]], [[Patriarca de Alexandria|Alexandria]] e [[Patriarcado de Antioquia|Antioquia]] e foi reduzido ao de Constantinopla, capital do império. Como resultado da dominação islâmica do Mediterrâneo, o Estado franco, centrado fora desse mar, conseguiu evoluir como o poder dominante que moldou a Europa Ocidental da Idade Média.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=TKUN4UdfVaQC&pg=PA27|título=Medieval Cities: Their Origins and the Revival of Trade|ultimo=Pirenne|primeiro=Henri|ano=1980|localização=Princeton, NJ|páginas=27–32|isbn=978-0691007601|anooriginal=1925|publicação=Princeton University Press}}</ref> As batalhas de [[Batalha de Tolosa (721)|Toulouse]] e [[Batalha de Poitiers (732)|Poitiers]] interromperam o avanço islâmico no Ocidente e o fracasso do [[Cerco de Constantinopla (717–718)|cerco de Constantinopla]] o interrompeu no Oriente. Duas ou três décadas depois, em 751, o Império Bizantino perdeu para os [[lombardos]] a cidade de [[Ravena]], da qual [[Exarcado de Ravena|governava]] os pequenos fragmentos da Itália, incluindo Roma, que reconheciam sua soberania. A queda de Ravena significou que a confirmação de um exarca não mais existente não foi solicitada durante a eleição em 752 do [[papa Estêvão II]] e que o papado foi forçado a procurar outro poder civil para protegê-lo.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=Zod9AwAAQBAJ&pg=PA230|título=The Popes and the Papacy in the Early Middle Ages|ultimo=Richards|primeiro=Jeffrey|ano=2014|isbn=978-1-317-67817-5|publicação=Routledge}}</ref> Em 754, a pedido urgente do Papa Estêvão, o rei franco [[Pepino, o Breve]], conquistou os lombardos. Ele então [[Doação de Pepino|presenteou]] as terras do ex-exarcado ao papa, iniciando assim os [[Estados Papais|Estados papais]]. Roma e o leste bizantino mergulhariam em mais conflitos durante o [[cisma de Fócio]] dos anos 860, quando [[Fócio]] criticou o ocidente latino da adição da cláusula ''filioque'' depois de ser excomungado por [[Papa Nicolau I|Nicolau I.]] Embora o cisma tenha sido reconciliado, questões não resolvidas levariam a uma divisão adicional.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=bFw8PtQhpVoC&pg=PA251|título=History of the Christian Church|ultimo=Walker|primeiro=Willston|ano=1985|páginas=250–251|isbn=978-0-684-18417-3|publicação=Simon and Schuster}}</ref>

No século XI, os esforços de [[Papa Gregório VII|Hildebrando de Sovana]] levaram à criação do [[Colégio dos Cardeais]] para eleger novos papas, começando com o [[Papa Alexandre II]] na eleição papal de 1061. Quando Alexandre II morreu, Hildebrando foi eleito para sucedê-lo, como [[Papa Gregório VII]]. O sistema eleitoral básico do Colégio de Cardeais, que Gregório VII ajudou a estabelecer, continuou a funcionar no século XXI. O papa Gregório VII iniciou ainda as [[Reforma gregoriana|reformas gregorianas]] a respeito da independência do clero da autoridade secular. Isto levou à [[Questão das Investiduras|controvérsia das investiduras]] entre a Igreja e os [[Imperador Romano-Germânico|imperadores romano-germânicos]], sobre a qual havia autoridade para nomear bispos e papas.<ref name="Vidmar107">Vidmar, ''The Catholic Church Through the Ages'' (2005), pp. 107–11</ref><ref name="Duffy78">Duffy, ''Saints and Sinners'' (1997), p. 78, citação: "Em contraste, o sucessor de Pascal, o [[Papa Eugênio II]] (824-7), eleito com influência imperial, deu a maior parte desses ganhos papais. Ele reconheceu a soberania do imperador no estado papal e aceitou uma constituição imposta por Lothair que estabelecia a supervisão imperial da administração de Roma, impunha um juramento ao imperador a todos os cidadãos e exigia que o papa eleito jurasse fidelidade antes de ser consagrado. Sob o papado de [[Papa Sérgio II|Sérgio II]] (844-7) foi até mesmo acordado que o papa não poderia ser consagrado sem um mandato imperial e que a cerimônia deveria ser na presença de seu representante, um renascimento de algumas das restrições mais irritantes do domínio bizantino."</ref>

Em 1095, o imperador [[Império Bizantino|bizantino]] [[Aleixo I Comneno|Aleixo I]] apelou ao [[Papa Urbano II]] por ajuda contra invasões muçulmanas renovadas nas [[guerras bizantino-seljúcidas]],<ref name="rileysmith">Riley-Smith, p. 8</ref> que levou Urbano a lançar a [[Primeira Cruzada]] com objetivo de ajudar o Império Bizantino e devolver a [[Terra Santa]] ao controle cristão.<ref name="Bokenkotter140">Bokenkotter, pp. 140–141</ref> No século XI, relações tensas entre a igreja grega e a [[Igreja Católica de Rito Latino|igreja latina]] as separaram no [[Grande Cisma]], parcialmente devido a conflitos sobre a autoridade papal. A [[Quarta Cruzada]] e o saque de Constantinopla por cruzados renegados provaram a brecha final.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=kkA2nomlPLwC&pg=PT19|título=The Fourth Crusade and the Sack of Constantinople|ultimo=Phillips|primeiro=Jonathan|ano=2005|páginas=|isbn=978-1-101-12772-8|publicação=Penguin Books}}</ref>
[[Ficheiro:Chapelle_sixtine_plafond.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|O [[período renascentista]] foi uma era de ouro para a arte católica. Na foto: o [[teto da Capela Sistina]] pintado por [[Michelangelo]].]]

No início do século XIII, as [[ordens mendicantes]] foram fundadas por [[Francisco de Assis]] e [[Domingos de Gusmão]]. Os ''studia conventualia'' e ''[[Studium Generale|studia generalia]]'' das ordens mendicantes desempenharam um grande papel na transformação das [[Escola catedral|escolas catedrais]] e palácios patrocinados pela Igreja, como a de [[Carlos Magno]] em [[Aachen]], nas principais universidades da Europa.<ref>Woods, pp. 44–48</ref> Teólogos e filósofos [[Escolástica|escolásticos]], como o padre dominicano [[Tomás de Aquino]], estudaram e ensinaram nesses locais. A ''Summa Theologica de'' Tomás de Aquino foi um marco intelectual em sua síntese do legado de [[Filosofia da Grécia Antiga|filósofos gregos antigos]], como [[Platão]] e [[Aristóteles]], com o conteúdo da revelação cristã.<ref>Bokenkotter, pp. 158–159</ref>

Um crescente sentimento de conflitos entre igreja e Estado marcou o século XIV. Para escapar da instabilidade em Roma, [[Papa Clemente V|Clemente V,]] em 1309, tornou-se o primeiro dos sete papas a residir na cidade fortificada de [[Avinhão]], no sul da França<ref name="Duffy122">Duffy, ''Saints and Sinners'' (1997), p.&nbsp;122</ref> durante um período conhecido como [[Papado de Avinhão|Papado de Avignon]]. O papado de Avignon terminou em 1376, quando o papa retornou a Roma,<ref name="McManners232">Morris, p. 232</ref> mas foi seguido em 1378 pelo [[Grande Cisma do Ocidente]], com requerentes do papado em Roma, Avinhão e (depois de 1409) em Pisa. A questão foi amplamente resolvida em 1415–17 no [[Concílio de Constança]], com os requerentes em Roma e Pisa concordando em renunciar e o terceiro reclamante excomungado pelos cardeais, que realizaram uma nova eleição com a vitória de [[Papa Martinho V|Martinho V]].<ref name="McManners240">McManners, p. 240</ref>

Em 1438, o [[Concílio de Basileia-Ferrara-Florença|Concílio de Florença]] se reuniu, apresentando um forte diálogo focado na compreensão das diferenças teológicas entre o Oriente e o Ocidente, com a esperança de reunir as igrejas católica e ortodoxa.<ref>{{Citar livro|título=Constantinople and the West|ultimo=Geanakoplos|primeiro=Deno John|ano=1989|localização=Madison, WI|isbn=978-0-299-11880-8|publicação=University of Wisconsin Press}}</ref> Várias igrejas orientais se reuniram, formando a maioria das [[igrejas católicas orientais]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=LR0Nyt3bi_MC&pg=PA169|título=Historical Dictionary of Catholicism|ultimo=Collinge|primeiro=William J.|ano=2012|isbn=978-0-8108-5755-1|publicação=Scarecrow Press}}</ref>

=== Era dos Descobrimentos ===
{{AP|Era dos Descobrimentos}}
[[Imagem:Convento san agustin 2.jpg|thumb|O [[convento]] de San Augustin, um centro missionário estabelecido em [[Yuriria]], [[México]], em 1550]]
A [[Era dos Descobrimentos]], iniciada no século XV, viu a expansão da influência política e cultural da Europa Ocidental em todo o mundo. Devido ao papel proeminente que as nações fortemente católicas de Espanha e Portugal desempenharam no colonialismo ocidental, o catolicismo se espalhou para as Américas, Ásia e Oceania por exploradores, conquistadores e missionários, bem como pela transformação das sociedades através dos mecanismos sociopolíticos do domínio colonial. O [[Papa Alexandre VI]] concedeu direitos coloniais sobre a maioria das terras recém-descobertas a [[Império Espanhol|Espanha]] e [[Império Português|Portugal]]<ref name="Koschorke13">Koschorke, pp. 13, 283</ref> e o sistema de ''patronato'' permitiu às autoridades estatais, e não ao Vaticano, controlar todos os compromissos clericais nas novas colônias.<ref>Hastings (1994), p. 72</ref> Em 1521, o explorador português [[Fernão de Magalhães]] fez os primeiros convertidos católicos nas Filipinas.<ref name="Koschorke21">Koschorke, p. 21</ref> Em outros lugares, missionários portugueses sob o jesuíta espanhol [[Francisco Xavier]] evangelizaram na Índia, China e Japão.<ref name="Koschorke3">Koschorke, pp. 3, 17</ref> A [[Colonização francesa da América|colonização francesa,]] iniciada no século XVI, estabeleceu uma população [[Língua francesa|francófona]] católica romana e proibiu os não católicos de se estabelecerem na [[Nova França]] (atual [[Canadá]] ).<ref>Brecher, Frank W. ''[https://books.google.com/books?id=xcxD4EtJzgwC Losing a Continent: France's North American Policy, 1753-1763]'' (1998). Acessado em 23 de janeiro de 2021.</ref><ref>{{Citar livro|título=Atlas of World History|ano=2002|isbn=9780195219210|publicação=Oxford University Press}}</ref><ref>{{Citar livro|título=Religious Conscience, the State, and the Law: Historical Contexts and Contemporary Significance|isbn=9781438412542|publicação=SUNY Press}}</ref>

=== Reforma Protestante e Contrarreforma ===
{{AP|Reforma Protestante|Contrarreforma}}
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| footer = [[Martinho Lutero]], originalmente um monge [[Ordem de Santo Agostinho|agostiniano]], publicou as ''[[95 Teses]]'' in 1517.
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| image1 = Martin Luther by Cranach-restoration.jpg
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|caption1=Um mapa do catolicismo por porcentagem da população (para números absolutos, ver mapa abaixo)
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|image2=Catholicism by country.png
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|caption2=Países por número de católicos (2010)<ref name=Pew2011>Hacket, Conrad and Grim, Brian J. [http://www.pewforum.org/2011/12/19/global-christianity-exec/ "Global Christianity A Report on the Size and Distribution of the World's Christian Population"], The Pew Forum on Religion and Public Life, Washington, D.C. December 2011. Accessed June 2014. Note: The Pew methodology produced an estimated world Catholic population of 1.1 Billion in 2010.</ref> {{colbegin}}

{{legenda|black|Mais que 100 milhões}}
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}}
}}
Em 1415, [[Jan Hus]] foi queimado na fogueira por heresia, mas seus esforços de reforma encorajaram [[Martinho Lutero]], um monge [[Ordem de Santo Agostinho|agostiniano]] na Alemanha, que enviou suas ''[[95 Teses|noventa e cinco teses]]'' a vários bispos em 1517.<ref name="Bokenkotter215">Bokenkotter, p. 215</ref> Suas teses protestaram contra pontos-chave da [[doutrina]] católica, bem como a venda de [[Indulgência|indulgências]] e, junto com o [[Debate de Leipzig|debate de Leipzig,]] isto levou à sua [[Martinho Lutero|excomunhão]] em 1521.<ref name="Vidmar184">Vidmar, p. 184.</ref> Na [[Suíça]], [[Ulrico Zuínglio|Úlrico Zuínglio]], [[João Calvino]] e outros reformadores protestantes criticaram ainda mais os ensinamentos católicos. Esses desafios se desenvolveram até a [[Reforma Protestante]], que deu origem à grande maioria das [[Lista de denominações cristãs|denominações]] [[Protestantismo|protestantes]]<ref name="Bokenkotter223">Bokenkotter, pp. 223–224</ref> e também ao cripto-protestantismo dentro da Igreja Católica.<ref>{{Citar periódico |last=Martínez Fernández |primeiro6=Luis |titulo=Crypto-Protestants and Pseudo-Catholics in the Nineteenth-Century Hispanic Caribbean |jornal=Journal of Ecclesiastical History |volume=51 |páginas=347–365 |ano=2000 |doi=10.1017/S0022046900004255}}</ref> Enquanto isso, [[Henrique VIII de Inglaterra|Henrique VIII]] solicitou ao papa uma declaração de nulidade a respeito de seu casamento com [[Catarina de Aragão]]. Quando o pedido foi negado, ele aprovou os [[Ato de Supremacia|Atos da Supremacia]] para torná-lo chefe da [[Igreja Anglicana|Igreja da Inglaterra]], estimulando a [[Reforma Inglesa]] e o desenvolvimento do [[anglicanismo]].<ref name="Bokenkotter235">Bokenkotter, pp. 235–237</ref>
{{Artigo principal|Igreja Católica Apostólica Romana no mundo}}


A Reforma contribuiu para os confrontos entre a protestante [[Liga de Esmalcalda]] e o imperador católico [[Carlos V do Sacro Império Romano-Germânico|Carlos V]] e seus aliados. A primeira guerra de nove anos terminou em 1555 com a [[Paz de Augsburgo|Paz de Augsburgo,]] mas as tensões continuadas produziram um conflito muito mais grave - a [[Guerra dos Trinta Anos|Guerra dos Trinta Anos -]] que eclodiu em 1618. Na França, uma série de conflitos denominados [[Guerras religiosas na França|Guerras Religiosas Francesas]] foi travada de 1562 a 1598 entre os [[Huguenote|huguenotes]] ([[Calvinismo|calvinistas]] franceses) e as forças da [[Liga católica|Liga Católica Francesa]], que foram apoiadas e financiadas por uma série de papas.<ref name="Duffy177">Duffy, ''Saints and Sinners'' (1997), pp. 177–178</ref> Isto terminou com o [[papa Clemente VIII]], que hesitantemente aceitou o [[Edito de Nantes|Édito de Nantes]], proposto em 1598 pelo rei [[Henrique IV de França|Henrique IV]], concedendo [[tolerância]] civil e [[Tolerância|religiosa]] aos protestantes franceses.<ref name="Vidmar233">Vidmar, ''The Catholic Church Through the Ages'' (2005), p. 233</ref>
=== Mundo ===


O [[Concílio de Trento]] (1545-1563) tornou-se a força motriz por trás da [[Contrarreforma]] em resposta ao movimento protestante. Em termos doutrinários, reafirmou os ensinamentos católicos centrais, como a [[transubstanciação]] e a exigência de amor e esperança, além de fé para alcançar a salvação.<ref name="Bokenkotter242">Bokenkotter, pp. 242–244</ref> Nos séculos seguintes, o catolicismo se espalhou amplamente por todo o mundo, em parte por meio de missionários e pelo [[imperialismo]], embora seu domínio sobre as populações europeias tenha diminuído devido ao crescimento do ceticismo religioso durante e após o [[Iluminismo]].<ref>Maxwell, Melvin. ''Bible Truth or Church Tradition'', p. 70</ref>
Na [[sociedade ocidental]], a Igreja Católica, como muitas outras instituições religiosas, perdeu muita influência.<ref>{{Citation|url=http://www.abpnews.com/content/view/6001/53/|trans_title=Pesquisa: religiosidade pessoal nos EUA estável, influência declina|título=Poll: U.S. personal religiosity stable, influence declines|publicado=ABP}}.</ref> Essa perda de influência ocorreu inclusive em lugares onde a Igreja era mais importante, como [[Irlanda]] e [[Espanha]]. Tem-se observado, principalmente nas [[Américas]] e em parte da [[Europa]], o desinteresse frequente pela população com relação à Igreja Católica.{{carece de fontes|data=junho de 2019}} Apesar disso, nos últimos anos a Igreja vem conseguindo reverter parte da tendência de queda de fieis, especialmente ancorado no crescimento na Africa.<ref>{{Citar web |url=https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2019-03/aumentam-catolicos-mundo-diminui-numero-sacerdotes.html |titulo=Aumentam os católicos no mundo. Diminui o número de sacerdotes - Vatican News |data=2019-03-07 |acessodata=2020-09-08 |website=www.vaticannews.va |lingua=pt}}</ref> O chamado "efeito francisco" tem provocado uma maior abertura da Igreja<ref>{{Citar web |url=https://epoca.globo.com/tempo/noticia/2013/12/o-efeito-bfrancisco-b.html |titulo=O efeito Francisco |acessodata=2020-09-08 |website=epoca.globo.com}}</ref>


=== Iluminação e período moderno ===
A [[África]], anteriormente com exclusividade de missionários europeus, tem exportado padres para países do Ocidente.<ref name= "Terra 25"/> Atualmente, 17% da população deste continente é adepta do catolicismo.<ref name= "Terra 25">{{citar web |url=http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI160093-EI312,00-Igreja+Catolica+supera+desafios+e+cresce+na+Africa.html |título=Igreja Católica supera desafios e cresce na África |acessodata=11 de novembro de 2011 |data=14 de outubro de 2003 |obra=[[AFP]] |publicado=[[Terra]] |citação= Os católicos africanos comemoram satisfeitos o 25º aniversário do pontificado de João Paulo II, em um cenário de expansão da Igreja Católica [...]. O continente africano, antes terreno privado dos missionários europeus, exporta hoje inúmeros padres para o Ocidente [...]. A Igreja Católica na África tem um total de 140 milhões de fiéis, o correspondente a 17% da população do continente [...].}}</ref>
{{AP|Iluminismo}}
[[Ficheiro:São_Miguel_das_Missões_(Brazil).jpg|miniaturadaimagem|Ruínas da [[Missões jesuíticas na América|missão jesuítica]] em [[São Miguel das Missões]] no Brasil]]
A partir do século XVII, o [[Iluminismo]] questionou o poder e a influência da Igreja Católica sobre a sociedade ocidental.<ref name="Pollard8">Pollard, pp. 7–8</ref> No século XVIII, escritores como [[Voltaire]] e os ''[[Enciclopedistas|Encyclopédistes]]'' escreveram críticas mordazes da religião e da Igreja Católica. Um alvo de suas críticas foi a [[Édito de Fontainebleau|revogação do Édito de Nantes]] em 1685 pelo rei [[Luís XIV de França|Luís XIV da França]], que encerrou uma política de um século de tolerância religiosa de [[huguenotes]] protestantes. À medida que o papado resistia aos impulsos pelo [[galicanismo]], a [[Revolução Francesa]] de 1789 transferiu o poder para o Estado, causou a destruição de igrejas, o estabelecimento de um [[Culto da Razão|culto à razão]]<ref name="Bokenkotter285">Bokenkotter, pp. 283–285</ref> e o martírio de [[Carmelitas de Compiègne|freiras]] durante o ''[[Terror (Revolução Francesa)|Terror]]''. Em 1798, o general [[Louis-Alexandre Berthier|Louis-Alexandre Berthier de]] [[Napoleão Bonaparte]] invadiu a [[Península Itálica|Península Italiana]], aprisionando o [[papa Pio VI]], que morreu em cativeiro. Napoleão mais tarde restabeleceu a Igreja Católica na França através da [[Concordata de 1801]].<ref name="Collins176">Collins, p. 176</ref> O fim das [[Guerras Napoleônicas|guerras napoleônicas]] trouxe o renascimento católico e o retorno dos [[Estados Papais]].[1]


Em 1854, o [[papa Pio IX]], com o apoio da esmagadora maioria dos bispos católicos, consultados entre 1851 e 1853, proclamou a [[Imaculada Conceição]] como um [[Dogmas da Igreja Católica|dogma na Igreja Católica]].<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/audiences/alpha/data/aud19930324en.html |titulo=João Paulo II, Audiência Geral, 23 de março de 1993 |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Em 1870, o [[Concílio Vaticano I|Primeiro Concílio Vaticano]] afirmou a doutrina da [[infalibilidade papal]] quando exercida em pronunciamentos especificamente definidos,<ref name="Leith">Leith, ''Creeds of the Churches'' (1963), p. 143</ref><ref name="Duffy232">Duffy, ''Saints and Sinners'' (1997), p. 232</ref> dando um golpe na posição rival do [[conciliarismo]]. A controvérsia sobre esta e outras questões resultou em um movimento separatista chamado [[Velha Igreja Católica]].<ref name="Fahlbusch">Fahlbusch, ''The Encyclopedia of Christianity'' (2001), p. 729</ref>
=== Brasil ===
{{AP|Igreja Católica no Brasil}}
No [[Brasil]], a Igreja Católica possui o maior número de fiéis entre as demais.<ref>{{citar livro|último1 =JACOB |primeiro1 = C.R |último2 = HEES |primeiro2 = D.R |último3 = WANIEZ |primeiro3 = P |último4 = BRUSTLEIN |primeiro4 = V |título= Atlas da Filiação Religiosa e Indicadores Sociais no Brasil |ano=2003 |editora=PUC-Rio – Loyola |local= São Paulo|isbn= 85-15-02719-4}}</ref> No entanto, em 2007, foram feitas duas pesquisas que apresentaram resultados divergentes. A primeira, realizada pela [[Fundação Getúlio Vargas]], dizia que o número de católicos parou de cair no Brasil depois de mais de 130 anos de queda, apontando como motivos a renovação da Igreja, e a grande comoção pela então recente morte do papa [[Papa João Paulo II|João Paulo II]], estando o número de fieis estabilizado em 73%.<ref>{{Citar web|url= http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL30391-5598,00.html|titulo= Cai o número de brasileiros sem religião|autor=Globo (G1)|data=2 de Maio de 2007|acessodata=26 de Outubro de 2009}}</ref> Uma pesquisa divulgada pelo [[Datafolha]] em 2010, registrou nova queda no número de fieis, apontando um percentual de 64% de católicos na população brasileira.<ref>{{Citar web|url=http://datafolha.folha.uol.com.br/po/ver_po.php?session=447|titulo=64% dos brasileiros se declaram católicos|autor=Data Folha|data=5 de Maio de 2007|acessodata=26 de Outubro de 2009|arquivourl=https://web.archive.org/web/20101106233302/http://datafolha.folha.uol.com.br/po/ver_po.php?session=447|arquivodata=2010-11-06|urlmorta=yes}}</ref> Um reflexo disto é o aparecimento de grande número de pessoas que se intitulam ''[[católico não praticante|católicos não praticantes]]''. No [[Censo demográfico|Censo 2000]] feito pelo [[IBGE]], 40% dos que responderam ser católicos no Brasil diziam ser "não praticantes". Esses indivíduos geralmente discordam de políticas severas da igreja quanto ao uso do [[preservativo]] sexual,<ref>{{Citar web|url= http://www.atribunanews.com.br/news.php?newsid=975|titulo= Jovens católicos defendem uso da camisinha, um tabu para a Igreja|autor=A Tribuna News|data=5 de Agosto de 2007|acessodata=28 de Outubro de 2009}}</ref><ref>{{Citar web|url= http://www.revistabrasileiros.com.br/secoes/manoticia/noticias/501|titulo= Papa reafirma oposição ao uso de camisinha|autor=Brasileiros|data=18 de Março de 2009|acessodata=28 de Outubro de 2009}}</ref><ref>{{Citar web|url= http://www.aidsportugal.com/article.php?sid=3294|titulo= Apelo Brasileiro ao Uso do Preservativo e à Tolerância para com os Portadores de VIH/SIDA no Dia Mundial da SIDA|autor=AidsPortugal|data=5 de Janeiro de 2004|acessodata=28 de Outubro de 2009}}</ref> o [[divórcio]],<ref>{{Citar web|url= http://www1.folha.uol.com.br/fsp/indices/inde14032007.htm|titulo= Divórcio é praga contemporânea, diz papa|autor=Folha de S.Paulo|data=14 de Março de 2007|acessodata=28 de Outubro de 2009}}</ref><ref name=autogenerated1>{{Citar web|url= http://g1.globo.com/Noticias/PapanoBrasil/0,,MUL35201-8524,00.html|titulo= Papa critica seitas e condena divórcio e uniões livres|autor=Brasileiros|data=11 de Maio de 2007|acessodata=28 de Outubro de 2009}}</ref> [[União de fato|uniões estáveis]] entre [[heterossexuais]],<ref name=autogenerated1 /> [[União civil|união entre homossexuais]],<ref>{{Citar web|url= http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG70558-6014,00-PAPA+BENTO+XVI+CONDENA+UNIAO+ENTRE+HOMOSSEXUAIS.html|titulo= Papa Bento XVI condena união entre homossexuais|autor=Época|data=6 de Junho de 2005|acessodata=28 de Outubro de 2009}}</ref> e o [[aborto]].<ref>{{Citar web|url= http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,ERT47101-15228-47101-3934,00.html|titulo= Sociedade X Supremo: Pressionados pela Igreja Católica, ministros contrariam a população e derrubam a liminar que permitia a interrupção da gestação de fetos sem cérebro|autor=Época|data=20 de Fevereiro de 2009|acessodata=23 de Outubro de 2009}}</ref>


A [[Risorgimento|Unificação Italiana]] da década de 1860 incorporou os Estados papais, incluindo a própria Roma a partir 1870, no [[Reino de Itália (1861–1946)|Reino da Itália]], terminando assim o [[poder temporal]] do papado. Em resposta, o papa Pio IX excomungou o [[Vítor Emanuel II da Itália|rei Vítor Emanuel II]], recusou o pagamento pela terra e rejeitou a [[Lei de Garantias]], que lhe concedia privilégios especiais. Para evitar se sujeitar às autoridades italianas, ele permaneceu "[[prisioneiro no Vaticano]]" <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=y_4eaFsFdI4C&pg=PT155|título=Prisoner of the Vatican|ultimo=Kertzer|primeiro=David I.|ano=2006|isbn=978-0-547-34716-5|publicação=Houghton Mifflin Harcourt}}</ref> Esse impasse, que foi mencionado como a ''[[Questão Romana|questão romana]]'', foi resolvido pelos [[Tratado de Latrão|Tratados Lateranenses de]] 1929, nos quais a Santa Sé reconheceu a soberania italiana sobre os antigos Estados Papais em troca de pagamento e o reconhecimento pela Itália da soberania papal sobre a [[Vaticano|Cidade do Vaticano]] como um novo Estado soberano e independente.<ref>{{Citar livro|título=Anti-Italianism: Essays on a Prejudice|ultimo=D'Agostino|primeiro=Peter R.|ano=2010|editor-sobrenome=Connell|páginas=33–34|capitulo='Utterly Faithless Specimens': Italians in the Catholic Church in America|isbn=978-0-230-11532-3|editor-sobrenome2=Gardaphé|publicação=Palgrave Macmillan}}</ref>
== Controvérsias ==
[[Ficheiro:Members_of_the_Royal_22e_Regiment_in_audience_with_Pope_Pius_XII.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Membros do 22.º Regimento Real Canadense em audiência com o [[Papa Pio XII]], após a [[Operação Shingle|Libertação de Roma]] em 1944 durante a [[Segunda Guerra Mundial]]]]
{{AP|Críticas à Igreja Católica|Anticatolicismo}}
{{VT|Cruzadas|Inquisição|Reforma Protestante|Protestantismo|Abuso sexual de menores por membros da Igreja Católica}}
[[Ficheiro:Martin_Luther,_1529.jpg|thumbnail|esquerda|upright|[[Martinho Lutero]], um grande crítico da Igreja Católica e o ''Pai'' da [[Reforma Protestante]].<ref name="prot1">{{citar web | url = http://www.allsands.com/potluck3/martinlutherbi_ugr_gn.htm | titulo = Martin Luther: Biography | títulotrad = Martinho Lutero: biografia | publicado = AllSands | acessodata = 18 de junho de 2009 | lingua = inglês | arquivourl = https://web.archive.org/web/20110522104243/http://www.allsands.com/potluck3/martinlutherbi_ugr_gn.htm | arquivodata = 2011-05-22 | urlmorta = yes }}</ref>]]
A Igreja Católica é uma das instituições mais antigas do mundo contemporâneo. Simultaneamente, é também uma das mais controversas, porque ela "''revela-se muitas vezes [...] em oposição ao que parece ser o conhecimento vulgar dos nossos tempos''" e porque ela insiste sempre que "''a [[fé]] envolve [[verdade]]s, que essas verdades envolvem obrigações e que essas obrigações exigem certas escolhas''". Por essa razão, a Igreja Católica, "''vista do exterior, [...] pode parecer de vistas curtas, mal humorada e atormentadora — o pregador azedo de um infinito rosário de proibições''".<ref>{{citar livro| prenome =George | sobrenome = Weigel |título= A Verdade do Catolicismo |subtítulo= Resposta a Dez Temas Controversos |local=[[Lisboa]]|editora=Bertrand |ano= 2002 | ISBN = 972-25-1255-2|página = 14}}</ref>


A Lei de Calles de 1926, que separa igreja e Estado no México, levou à [[Guerra Cristera|Guerra Cristero]]<ref name="Chadwick264">Chadwick, Owen, pp. 264–265</ref> na qual mais de 3.000 padres foram exilados ou assassinados,<ref name="Scheina">Scheina, p. 33.</ref> igrejas profanadas, serviços ridicularizados, freiras estupradas e padres capturados baleados. Após a [[Revolução de Outubro]] de 1917, a perseguição à igreja e aos católicos na [[União Soviética]] continuou na década de 1930, com a execução e o exílio de clérigos, monges e leigos, o confisco de instrumentos religiosos e o fechamento de igrejas.<ref>Riasanovsky 617</ref><ref name="Riasanovsky 634">Riasanovsky 634</ref> Na [[Guerra Civil Espanhola|Guerra Civil Espanhola de]] 1936-1939, a hierarquia católica aliou-se aos [[Espanha Franquista|nacionalistas]] [[Francisco Franco|de Franco]] contra o governo da [[Frente Popular (Espanha)|Frente Popular]],<ref>Payne, p. 13</ref> citando como justificativa a [[Terror Vermelho (Espanha)|violência republicana]] contra a igreja.<ref>Alonso, pp. 395–396</ref><ref>''Blood of Spain'', Ronald Fraser p. 415, collective letter of bishops of Spain, addressed to the bishops of the world. {{ISBN|0-7126-6014-3}}</ref> O [[papa Pio XI]] se referia a esses três países como um "triângulo terrível".<ref>Fontenelle, Mrg R (1939), ''Seine Heiligkeit Pius XI'', p. 164. Alsactia, France</ref><ref name="divinired">[[Encíclica|Encyclical]] ''[[Divini Redemptoris]]'', §&nbsp;18 (AAS 29 [1937], 74). 1937. ''Libreria Editrice Vaticana'' ([http://w2.vatican.va/content/pius-xi/en/encyclicals/documents/hf_p-xi_enc_19031937_divini-redemptoris.html English translation] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20150909124153/http://w2.vatican.va/content/pius-xi/en/encyclicals/documents/hf_p-xi_enc_19031937_divini-redemptoris.html|date=9 de setembro de 2015}})</ref>
Historicamente, as [[críticas à Igreja Católica]] já tiveram muitas formas e partiram de diversos pressupostos ao longo das gerações. Algumas vezes essas críticas tiveram grandes consequências, como as contestações morais e teológicas de [[Martinho Lutero]] no [[século XVI]], que levaram ao nascimento do [[protestantismo]].<ref name= "prot1" />


Após violações do [[Reichskonkordat]] de 1933 entre a igreja e [[Alemanha Nazista|a Alemanha nazista]], o [[papa Pio XI]] emitiu a encíclica ''[[Mit brennender Sorge]]'' de 1937, que condenou publicamente a perseguição dos nazistas à Igreja e sua ideologia de [[neopaganismo]] e superioridade racial .<ref name="Rhodes182">Rhodes, pp. 182–183</ref><ref name="Rhodes197">Rhodes, p. 197</ref><ref name="Rhodes204">Rhodes, pp. 204–205</ref> A Igreja condenou a [[invasão da Polônia]] em 1939, que iniciou a [[Segunda Guerra Mundial]] e outras invasões nazistas na época da guerra.<ref name="Cook983">Cook, p. 983</ref> Milhares de padres, freiras e irmãos católicos foram presos e assassinados em todos os países ocupados pelos nazistas, incluindo os santos [[Maximiliano Maria Kolbe|Maximiliano Kolbe]] e [[Edith Stein]].<ref>{{Citar web |url=http://www1.yadvashem.org/yv/en/holocaust/about/01/non_jews_persecution.asp |titulo=Non-Jewish Victims of Persecution in Germany |publicação=Yad Vashem|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Apesar do [[Papa Pio XII]] ser creditado por ajudar a salvar centenas de milhares de judeus durante o [[Holocausto]],<ref>Bokenkotter p. 192</ref><ref name="Deák">Deák, p. 182</ref> a igreja também foi acusada de ter incentivado séculos de [[Cristianismo e antissemitismo|antissemitismo]] por seus ensinamentos<ref>{{Citar jornal |url=https://www.nytimes.com/2001/09/01/arts/new-accusations-vatican-role-anti-semitism-battle-lines-were-drawn-after.html |titulo=New Accusations Of a Vatican Role In Anti-Semitism; Battle Lines Were Drawn After Beatification of Pope Pius IX |obra=The New York Times |acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> e de não ter feito o suficiente para parar as atrocidades nazistas.<ref name="Phayer">Phayer, pp. 50–57</ref>
Atualmente, as críticas são frequentemente dirigidas, como por exemplo, à [[hiperdulia]], à [[dulia]], à ética católica sobre o [[casamento]] (que condena o [[divórcio]]), sobre a [[Doutrina católica#Vida, Planeamento familiar e Contracepção |Vida]] (que condena o [[aborto]], as pesquisas científicas que matam embriões humanos, a [[eutanásia]] e os [[contraceptivo]]s artificiais) e sobre a [[Doutrina católica#Amor, Sexualidade e Castidade |sexualidade]] (que condena o [[sexo pré-marital]], a [[Homossexualidade e catolicismo |homossexualidade]] e o uso de [[preservativo]]s). Estas questões ético-morais continuam a gerar polêmicas e controvérsias.<ref>{{citar web | titulo= Bento XVI garante que preservativo agrava sida em África | publicado= [[Diário de Notícias]] | url= http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=1174393 | data= 18 de março de 2009 | acessodata= 18 de Junho de 2009 | arquivourl= https://web.archive.org/web/20090322083851/http://dn.sapo.pt/Inicio/interior.aspx?content_id=1174393 | arquivodata= 2009-03-22 | urlmorta= yes }}</ref><ref>{{citar web | titulo= Polêmica sobre preservativos marca primeira viagem de Bento XVI à África | publicado = Globo | obra = G1 | url=http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1054341-5602,00-POLEMICA+SOBRE+PRESERVATIVOS+MARCA+PRIMEIRA+VIAGEM+DE+BENTO+XVI+A+AFRICA.html |data=23 de março de 2009 |acessodata=18 de junho de 2009}}</ref><ref name= "GXgeral1">{{citar livro | primeiro = George | sobrenome = Weigel |título= A Verdade do Catolicismo |subtítulo= Resposta a Dez Temas Controversos |local= [[Lisboa]]|editora=Bertrand |ano= 2002| ISBN = 972-25-1255-2}}</ref> Algumas ações escandalosas e imorais, que vão contra a doutrina católica, praticadas por certos membros e clérigos católicos (ex: [[abuso sexual de menores por membros da Igreja Católica]]) reforçaram as críticas referentes ao modo como essa doutrina trata a sexualidade e a moralidade em geral.<ref>{{citar web | titulo= Aggiornamento sulla pedofilia nella Chiesa | títulotrad= Atualização sobre pedofilia na igreja | prenome= Bruno | sobrenome= Mastroianni | ano= 2010 | url= http://www.documentazione.info/article.php?id=1111&idsez=41 | lingua= italiano | acessodata= 21 de outubro de 2010 | arquivourl= https://web.archive.org/web/20101109050204/http://www.documentazione.info/article.php?id=1111&idsez=41 | arquivodata= 2010-11-09 | urlmorta= yes }}</ref><ref>{{citar web | titulo= A maior crise da Igreja Católica dos últimos 100 anos | prenome= António | sobrenome= Marujo | publicado= Público | ano= 2010 | url= http://www.publico.pt/Sociedade/a-maior-crise-da-igreja-catolica-dos-ultimos-100-anos_1429760?all=1 | acessodata= 21 de outubro de 2010 | arquivourl= https://web.archive.org/web/20110520120103/http://www.publico.pt/Sociedade/a-maior-crise-da-igreja-catolica-dos-ultimos-100-anos_1429760?all=1 | arquivodata= 2011-05-20 | urlmorta= yes }}</ref>


Durante o período [[pós-guerra]], os governos comunistas na [[Leste Europeu|Europa Oriental]] restringiram severamente as liberdades religiosas.<ref name="communist">{{Citar jornal |url=http://www.cbc.ca/news/obit/pope/communism_homeland.html |titulo=Pope Stared Down Communism in Homeland&nbsp;– and Won |publicação=CBC News|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Apesar de alguns sacerdotes e religiosos colaborarem com regimes comunistas,<ref>{{Citar jornal |url=https://www.nytimes.com/2007/01/10/world/europe/10poland.html |titulo=In Poland, New Wave of Charges Against Clerics |obra=The New York Times |acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> muitos outros foram presos, deportados ou executados. A Igreja foi um participante importante na [[Revoluções de 1989|queda do comunismo]] na Europa, particularmente na [[República Popular da Polónia|República Popular da Polônia]].<ref>{{Citar web |url=http://www.thetablet.co.uk/article/14023 |titulo=Untold story of 1989 |publicação=The Tablet|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
Nos tempos modernos, a própria crença em [[Deus]] e as inúmeras [[Doutrina católica#Moral católica|regras ético-morais da Igreja]] são também duramente criticadas como sendo obstáculos para a [[liberdade |libertação]], progresso e realização do Homem. A origem da Igreja e da [[Bíblia]], a vida de Jesus e a paradoxal compatibilidade entre a existência de Deus e a existência do [[mal]] e do [[sofrimento]] são também questionadas.<ref name= "GXgeral1" /> Recentemente, a questão teológica da "''unicidade e universalidade salvífica de Jesus Cristo e da Igreja [Católica]''"<ref>{{citar web | autor= [[Congregação para a Doutrina da Fé]] | titulo= Dominus Iesus | publicado = [[Santa Sé]] | url= http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20000806_dominus-iesus_po.html | ano= 2000 |acessodata=18 de junho de 2009}}</ref> e a definição teológica de que a Igreja Católica é a única Igreja de Cristo<ref>{{citar web | autor= [[Congregação para a Doutrina da Fé]] | titulo= Respostas a questões relativas a alguns aspectos da doutrina sobre a Igreja | publicado = [[Santa Sé]] | url= http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20070629_responsa-quaestiones_po.html#_ftn11 | ano= 2007 |acessodata=18 de junho de 2009}}</ref> continuam a suscitar várias polémicas e desentendimentos.<ref>{{citar web | titulo= Polêmica: Vaticano definirá a Igreja Católica como a única de Jesus Cristo | publicado = Word press | obra = Tribuna Popular | url= http://tribunapopular.wordpress.com/2007/07/09/polemica-vaticano-definira-a-igreja-catolica-como-a-unica-de-jesus-cristo/ |data=9 de julho de 2007 |acessodata=18 de junho de 2009}}</ref> Apesar destas duas crenças, a [[doutrina católica]] nunca negou a [[Doutrina da Igreja Católica|salvação aos não católicos]].{{carece de fontes|data=junho de 2019}}


Em 1949, a vitória comunista na [[Guerra Civil Chinesa]] levou à expulsão de todos os missionários estrangeiros.<ref name="Bokenkotter357">Bokenkotter, pp. 356–358</ref> O novo governo também criou a [[Associação Patriótica Católica Chinesa|Igreja Patriótica]] e nomeou seus bispos. Essas nomeações foram inicialmente rejeitadas por Roma antes que muitas delas fossem aceitas.<ref>{{Citar jornal |url=http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/asia-pacific/7005927.stm |titulo=China installs Pope-backed bishop |publicação=BBC News|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Nos anos 1960, durante a [[Revolução Cultural Chinesa|Revolução Cultural]], os comunistas chineses fecharam todos os estabelecimentos religiosos. Quando as igrejas chinesas finalmente reabriram, elas permaneceram sob o controle da Igreja Patriótica. Muitos pastores e padres católicos continuaram sendo enviados à prisão por se recusarem a renunciar à lealdade a Roma.<ref>Chadwick, p. 259</ref>
[[Imagem:Galileo before the Holy Office.jpg|thumb|upright=1.2|''[[Galileu]] diante do Santo Ofício'', pintura do [[século XIX]] de [[Joseph-Nicolas Robert-Fleury]].]]


==== Concílio Vaticano II ====
Questões mais disciplinares da Igreja, como a [[hierarquia católica]] e o [[celibato]] clerical, e questões doutrinárias como o ensinamento de ser impossível conferir [[Ordem (sacramento)|ordenação sacerdotal]] às mulheres, são também temas muito debatidos na atualidade.<ref name="GXgeral1" /> Outras controvérsias que a Igreja está ou esteve metida incluem o mediático e atual caso do [[Abuso sexual de menores por membros da Igreja Católica |abuso sexual das crianças por padres]],<ref>{{Citation | url = http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2004/02/040227_igrejacg.shtml |título= Relatório da Igreja revela mais 11 mil casos de abuso sexual |publicado= [[BBC]] Brasil |data= 27/2/2004}}.</ref> as históricas acções opressoras e violentas das [[Cruzadas]] e da [[Inquisição]] (que perseguiu os [[herege]]s, os [[judeu]]s e alguns cientistas), o seu suposto [[Críticas à Igreja Católica|envolvimento com os regimes não democráticos]] e as acções "''desatinadas''" de alguns [[missionário]]s católicos durante o [[colonialismo|período colonial]] na África, na Ásia e na América.<ref name="Desculpas1">{{Citation | url = http://veja.abril.com.br/especiais/papa/p_044.html |tipo= artigo |título= Perdoai as nossas ofensas |jornal= Veja |data= 6/4/2005}}</ref>
{{AP|Concílio Vaticano II}}
[[Ficheiro:Second_Vatican_Council_by_Lothar_Wolleh_003.jpg|direita|miniaturadaimagem| Bispos ouvem durante o [[Concílio Vaticano II]] ]]
O [[Concílio Vaticano II]] (1962-1965) introduziu as mudanças mais significativas nas práticas católicas desde o [[Concílio de Trento]], quatro séculos antes.<ref>O Concílio Vaticano Segundo Comemorando Suas Conquistas e o Futuro, p. 86</ref> Iniciado pelo [[Papa João XXIII]], esse concílio ecumênico modernizou as práticas da Igreja Católica, permitindo que a missa fosse dita em [[vernáculo]] (idioma local) e incentivando "uma participação plenamente consciente e ativa nas celebrações litúrgicas".<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19631204_sacrosanctum-concilium_en.html |titulo=Constitution on the Sacred Liturgy Sacrosanctum Concilium |publicação=Vatican.va|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Ele pretendia tornar a Igreja mais próxima do mundo atual (''[[aggiornamento]]''), que foi descrito por seus seguiodres como uma "abertura das janelas".<ref name="Duffy272">Duffy, pp. 270–276</ref> Além de mudanças na liturgia, levou a mudanças na abordagem da igreja ao ecumenismo<ref>Duffy, ''Saints and Sinners'' (1997), pp. 272, 274</ref> e a um apelo a melhores relações com as religiões não cristãs, especialmente o [[judaísmo]], em seu documento ''Nostra aetate''.<ref name="NOSTRA AETATE">Papa Paulo VI. [https://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_decl_19651028_nostra-aetate_en.html ''Nostra aetate'': Declaration on the Relation of the Church to Non-Christian Religions] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20081220214550/https://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_decl_19651028_nostra-aetate_en.html|date=20 de dezembro de 2008}}. 28 de outubro de 1965. Acessado em 16 de junho de 2011. De acordo com a Seção 4: "É verdade que as autoridades judaicas e aqueles que seguiram seu exemplo pressionaram pela morte de Cristo; ainda assim, o que aconteceu em Sua paixão não pode ser acusado de todos os judeus, sem distinção, então vivos, nem contra os judeus de hoje. Embora a Igreja seja o novo povo de Deus, os judeus não devem ser apresentados como rejeitados ou amaldiçoados por Deus, como se isso fosse consequência das Sagradas Escrituras ”.</ref>


O concílio, no entanto, gerou polêmica significativa na implementação de suas reformas: os defensores do "Espírito do Vaticano II", como o teólogo suíço [[Hans Küng|Hans Küng,]] disseram que o Vaticano II "não foi longe o suficiente" para mudar as políticas da Igreja.<ref>Bauckham, p. 373</ref> [[Catolicismo tradicionalista|Católicos tradicionalistas]], como o [[arcebispo]] [[Marcel Lefebvre]], no entanto, criticaram fortemente o concílio, argumentando que suas reformas litúrgicas levaram "à destruição do Santo Sacrifício da Missa e dos sacramentos", entre outras questões.<ref>O'Neel, Brian. [http://www.catholic.com/thisrock/2003/0304fea2.asp "Holier Than Thou: How Rejection of Vatican II Led Lefebvre into Schism"], ''This Rock'', Volume 14, Number 4. San Diego: Catholic Answers, Abril de 2003. {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20100510014807/http://www.catholic.com/thisrock/2003/0304fea2.asp|date=10 de maio de 2010|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
A [[Críticas à Igreja Católica#A relação da Igreja com a Ciência e com os pensadores laicos|relação entre a Igreja e a Ciência]] não foi fácil e está recheada de controvérsias passadas e já resolvidas, como a questão da perseguição de certos cientistas e teorias (ex: os casos famosos de [[Galileu Galilei]] e do [[evolucionismo]] [[Charles Darwin|darwiniano]]). Apesar de a Igreja defender tanto a fé quanto a razão<ref name= "Desculpas1" /><ref>{{citar web | url = http://www.msnbc.msn.com/id/29484902/ | titulo = Vatican official calls atheist theories 'absurd' | trans_title = Cardinal Levada: No conflict between evolution science and faith in God | publicado= MSN | obra = [[MSNBC]] |data=3 de março de 2009 |acessodata=3 de junho de 2009 | lingua = inglês}}</ref><ref>{{Citation |último = Woytila |primeiro = Carlos |autorlink = João Paulo II |publicado= Vaticano | url = http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_15101998_fides-et-ratio_po.html |tipo= Carta Encíclica |título= Fides et ration | trans_title = Fé e razão}}</ref><ref>{{Citation | url = http://www.quadrante.com.br/Pages/servicos02.asp?id=97&categoria=Filosofia | publicado = Quadrante | título = Fé e razão: as duas asas para elevar-se à verdade }}{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}.</ref>(por exemplo, a Igreja aceita a teorias do [[evolucionismo]] e do ''[[Big-bang]]'', que aliás foi proposto pela primeira vez por um padre católico), a Igreja e os cientistas/filósofos seculares continuam a discordar em questões mais teológicas relacionadas com a [[infalibilidade papal]] e a autenticidade da [[Revelação divina]] contida nas [[Bíblia|Escrituras]] e na [[tradição]] oral; com a negação da existência de [[Deus]] e da [[alma]] (e da sua [[imortalidade]]); com os momentos exactos do princípio e do fim da vida humana; e com as implicações [[ética]]s da [[clonagem]], da [[contracepção]] ou [[fertilização]] artificiais, da [[engenharia genética|manipulação genética]] e das investigações científicas que matam embriões humanos.<ref>{{citar web | titulo= Science and the Church | publicado = New advent | url= http://www.newadvent.org/cathen/13598b.htm |ano=1913 | formato= | lingua= inglês | obra = [[Enciclopédia Católica]] |acessodata=9 de junho de 2009}}</ref><ref>{{citar web | editor = [[Congregação para a Doutrina da Fé]] | titulo= Dignitas Personae | publicado = [[Santa Sé]] | url=http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20081208_dignitas-personae_po.html |ano=2008 |acessodata=9 de junho de 2009}}</ref>


Vários ensinamentos da Igreja Católica foram submetidos a um exame minucioso, simultaneamente e após o concílio; entre eles estava o ensinamento da igreja sobre a imoralidade da [[contracepção]]. A recente introdução da [[contracepção hormonal]] (incluindo "a pílula"), que alguns acreditavam ser moralmente diferente dos métodos anteriores, levou João XXIII a formar um comitê para aconselhá-lo sobre as questões morais e teológicas do novo método.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=UCQRxtm3Z34C&pg=PA203|título=World Population Policies: Their Origin, Evolution, and Impact|ultimo=May|primeiro=John F.|ano=2012|páginas=202–203|isbn=978-94-007-2837-0|publicação=Springer|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=O9dkAgAAQBAJ&pg=PA2|título=Papal Paralysis: How the Vatican Dealt with the AIDS Crisis|ultimo=Kinkel|primeiro=R. John|ano=2014|isbn=978-0-7391-7684-9|publicação=Lexington}}</ref> Mais tarde, o [[papa Paulo VI]] expandiu o escopo do comitê para examinar livremente todos os métodos e o relatório final sugeria a permissão de pelo menos alguns métodos contraceptivos. Paulo não concordou com os argumentos apresentados e, por fim, publicou o ''[[Humanae Vitae|Humanae vitae]]'', dizendo que sustentava o ensino constante pela Igreja contra a contracepção e expressamente incluía métodos hormonais conforme proibido. Este documento gerou uma reação amplamente negativa de muitos católicos.<ref name="HV_then_now">{{Citar web |url=http://www.zenit.org/en/articles/germain-grisez-on-humanae-vitae-then-and-now |titulo=Germain Grisez on "Humanae Vitae", Then and Now: The Dust Still Hasn't Settled, But There Are Signs of Hope |publicação=Zenit: The World Seen from Rome}}</ref>
Algumas das controvérsias já atualmente resolvidas foram, em parte, solucionadas através do reconhecimento por parte da Igreja Católica de que erros graves foram cometidos pelos seus membros. No [[Jubileu (Cristão) |Jubileu do ano 2000]], o [[Papa João Paulo II]] pediu perdão por tais erros.<ref name="Desculpas1" />


== Ver também ==
==== João Paulo II ====
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{{AP|Papa João Paulo II}}
[[Ficheiro:President_and_Mrs._Reagan_meet_Pope_John_Paul_II_1982.jpg|miniaturadaimagem|[[Papa João Paulo II|O Papa João Paulo II]] foi creditado como uma grande influência no fim da [[Guerra Fria]] e na [[Revoluções de 1989|queda do comunismo]] . Aqui com o presidente dos EUA, [[Ronald Reagan|Ronald Reagan,]] e sua esposa, [[Nancy Reagan|Nancy]], em 1982.]]
* [[Catecismo da Igreja Católica]]
* [[Igreja Católica Apostólica Romana no mundo]]
* [[Colégio de Cardeais]]
* [[Concílio Vaticano II]]
* [[Cúria Romana]]
* [[Dogmas da Igreja Católica]]
* [[Dogmas e doutrinas marianas da Igreja Católica]]
* [[Doutrina Social da Igreja]]
* [[História da Igreja Católica Apostólica Romana]]
* [[Lista de papas]]
* [[Nunciatura apostólica]]
* [[Sucessão Apostólica]]
* [[Associação Patriótica Católica Chinesa]]
* [[Abuso sexual de menores por membros da Igreja Católica]]
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Em 1978, o [[papa João Paulo II]], ex-arcebispo de Cracóvia na [[República Popular da Polónia|República Popular da Polônia]], tornou-se o primeiro papa não italiano em 455 anos. Seu pontificado de 26 anos e meio foi um dos mais longos da história.<ref>{{Citar web |url=http://www.history.co.uk/this-day-in-history/April-02.html;jsessionid=08931E713115A304B13BB1A6FA315A63.public1 |titulo=2&nbsp;April – This Day in History |publicação=History.co.uk|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> [[Mikhail Gorbatchov|Mikhail Gorbachev]], presidente da [[União Soviética]], creditou o papa polonês por acelerar a queda do comunismo na Europa.<ref>{{Citar jornal |url=https://www.theguardian.com/world/2005/apr/02/guardianobituaries.catholicism |titulo=Obituário: Papa João Paulo I |obra=The Guardian |autor=Peter and Margaret Hebblethwaite and Peter Stanford|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
== Notas ==
{{Notelist}}


João Paulo II procurou evangelizar um mundo cada vez mais [[Secularismo|secular]]. Ele instituiu a [[Jornada Mundial da Juventude]] como um "encontro mundial com o papa" para os jovens; agora ela é realizada a cada dois a três anos.<ref>{{Citar web |url=http://www.madrid11.com/en/what-is-wyd |titulo=WYD 2011 Madrid – Official Site – What is WYD? |publicação=Madrid11.com|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Ele viajou mais do que qualquer outro papa, visitando 129 países<ref>Maxwell-Stuart, P.G. (2006). ''Chronicle of the Popes: Trying to Come Full Circle''. London: Thames & Hudson. p. 234. {{ISBN|978-0-500-28608-1}}.</ref> e usou a televisão e o rádio como meio de espalhar os ensinamentos da Igreja. Ele também enfatizou a dignidade do trabalho e os direitos naturais dos trabalhadores de ter [[Pobreza absoluta|salários justos]] e condições seguras no ''Laborem exercens''.<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25031995_evangelium-vitae_en.html |titulo=Laborem exercens |autor=João Paulo II |publicação=Libreria Editrice Vaticana|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Ele também enfatizou vários ensinamentos da Igreja, incluindo exortações morais contra o [[aborto]], a [[eutanásia]] e o uso generalizado da [[pena de morte]] no ''Evangelium Vitae''.<ref>{{Citar web |url=https://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25031995_evangelium-vitae_en.html |titulo=Evangelium Vitae |autor=João Paulo II |publicação=Libreria Editrice Vaticana|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>
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=== Século XXI ===
Em 2005, após a morte de João Paulo II, o [[Papa Bento XVI]], chefe da [[Congregação para a Doutrina da Fé]] de João Paulo II, foi eleito. Ele era conhecido por defender os valores cristãos tradicionais contra a [[secularização]]<ref>{{Citar web |last=Johnston |url=http://www.deseretnews.com/article/1,5143,635185276,00.html |titulo=Benedict's encyclical offers hope for world |obra=Deseret News |acessodata=23 de janeiro de 2021}} [https://web.archive.org/web/20120307235713/http://www.deseretnews.com/article/635185276/Benedicts-encyclical-offers-hope-for-world.html WebCitation archive]</ref> e por aumentar o uso da [[Missa tridentina|missa tridentina,]] como encontrado no [[Missal Romano]] de 1962.<ref>Gledhill, Ruth [http://www.timesonline.co.uk/tol/news/world/europe/article667813.ece "Pope set to bring back Latin Mass that divided the Church"] ''The Times'' 11 de outubro de 2006. Acessado em 21 de novembro de 2010 [https://web.archive.org/web/20110805040153/http://www.timesonline.co.uk/tol/news/world/europe/article667813.ece WebCitation archive]</ref> Em 2012, no 50º aniversário do Vaticano II, uma assembleia do [[Sínodo dos Bispos]] discutiu a re-evangelização de [[Católico não praticante|católicos não pritcantes]] no [[País desenvolvido|mundo desenvolvido]].<ref name="Summary">{{Citation|contribution=Summary of the synod assemblies|date=9 de março de 2005|contribution-url=https://www.vatican.va/roman_curia/synod/documents/rc_synod_20050309_documentation-profile_en.html#V._SUMMARY_OF_THE_SYNOD_ASSEMBLIES|title=Synodal Information|place=Rome, IT|publisher=Vaticano|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Citando as fragilidades da idade avançada, Bento XVI [[Renúncia do papa Bento XVI|renunciou]] em 2013, o primeiro papa a fazê-lo em quase 600 anos.<ref>{{Citar jornal |url=http://www.cnn.com/2013/02/12/world/europe/pope-benedict-resignation/ |titulo=Pope's resignation was not forced by health issues, spokesman says |obra=CNN |acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>

==== Papa Francisco ====
{{AP|Papa Francisco}}
[[Ficheiro:Pope_Francis_and_Ecumenical_Patriarch_Bartholomew.jpg|esquerda|thumb|[[Papa Francisco]] and [[Lista sucessória dos patriarcas grego ortodoxos de Constantinopla após 1453|Patriarca de Constantinopla]] [[Bartolomeu I de Constantinopla|Bartolomeu I]], 2014]]
O [[papa Francisco]], o atual papa da Igreja Católica, sucedeu o papa Bento XVI em 2013 como o primeiro papa das [[América|Américas]], o primeiro do [[Hemisfério sul|Hemisfério Sul]] e o primeiro papa de fora da Europa desde o sírio [[Papa Gregório III|Gregório III]], que reinou no século VIII. O papa Francisco é reconhecido por seus esforços "para fechar ainda mais o afastamento de quase mil anos com as [[Igreja Ortodoxa|igrejas ortodoxas]]".<ref name="orthodox">Ritter, Karl, [http://www.huffingtonpost.com/2013/03/15/pope-francis-jews_n_2883560.html "Pope Francis reaches out to Jews"], huffingtonpost.com, 16 de março de 2013. Acessado em 16 de março de 2013.</ref>

Sua instalação contou com a presença do [[Bartolomeu I de Constantinopla|Patriarca Bartolomeu I de Constantinopla]] da [[Igreja Ortodoxa|Igreja Ortodoxa Oriental]],<ref name="patriarch">Demacopoulos, George E., [http://www.archons.org/news/detail.asp?id=619 "The extraordinary historical significance of His Holiness' presence at Pope Francis' installation as Bishop of Rome"], Archon News (Order of St. Andrew the Apostle), 19 de março de 2013. Acessado em 19 de março de 2013.</ref> sendo a primeira vez desde o [[Grande Cisma]] de 1054 que o Patriarca Ecumênico Ortodoxo Oriental de Constantinopla participou de uma instalação papal.<ref>{{Citar jornal |url=http://www.kofc.org/un/en/columbia/detail/2013_05_eastern.html |titulo=Our Eastern Brothers |obra=Columbia |páginas=20–23 |acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref> Em 12 de fevereiro de 2016, o Papa Francisco e o [[Cirilo I de Moscou|Patriarca Cirilo I de Moscou]], chefe da maior igreja ortodoxa oriental, se reuniram em [[Havana]], [[Cuba]], emitindo [[Declaração conjunta do Papa Francisco e do Patriarca Cirilo|uma declaração conjunta]] pedindo a restauração da unidade dos cristãos entre as duas igrejas. Isso foi relatado como a primeira reunião de alto nível entre as duas igrejas desde o [[Grande Cisma]] de 1054.<ref>{{Citar jornal |url=https://www.bbc.co.uk/news/world-latin-america-35565085 |titulo=Unity call as Pope Francis holds historic talks with Russian Orthodox Patriarch |publicação=BBC|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>

Em 2014, a Terceira Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos dirigiu o ministério da Igreja às famílias e casamentos e aos católicos em relacionamentos "irregulares", como aqueles que se [[Divórcio|divorciaram]] e se casaram fora da igreja sem declaração de nulidade.<ref>{{Citar web |acessodata=23 de janeiro de 2021 |url=http://world.time.com/2013/10/08/pope-francis-calls-extraordinary-synod-on-family-and-marriage/ |titulo=Pope Francis Calls Extraordinary Synod on Family and Marriage |revista=Time Magazine|data=8 de outubro de 2021}}</ref><ref>{{Citar web |last=Twomey |url=http://www.catholicherald.co.uk/commentandblogs/2014/10/24/the-media-synod-has-eclipsed-the-real-one/ |titulo=The "media synod" has eclipsed the real one |obra=Catholic Herald |acessodata=23 de janeiro de 2021|data=24 de outubro de 2014}}</ref> Embora tenha sido acolhido por alguns, foi criticado por alguns pela ambiguidade, o que provocou controvérsias.<ref>Echeverria, Eduardo (17 de outubro de 2014). [http://www.crisismagazine.com/2014/synods-interim-report-ambiguity-misinterpretation "The Synod's Interim Report: Ambiguity and Misinterpretation"], ''Crisis Magazine''. Acessado em 23 de janeiro de 2021</ref> Em 2017, durante uma visita ao [[Egito]], o Papa Francisco restabeleceu o reconhecimento mútuo do batismo com a [[Igreja Ortodoxa Copta]].<ref>{{Citar jornal |url=https://www.thetrumpet.com/15756-catholics-and-copts-seek-shared-baptism |titulo=Catholics and Copts Recognize Shared Baptism |obra=The Philadelphia Trumpet |lingua=en|acessodata=23 de janeiro de 2021}}</ref>

== Ver também ==
* [[Anticatolicismo]]
* [[Catecismo da Igreja Católica]]
* [[Igreja Católica no mundo|Igreja Católica no mundo]]
* [[Lista de ordens e congregações religiosas católicas]]
* [[Impacto do cristianismo na civilização]]


{{notas}}
=== Bibliografia ===
*{{Tradução/ref|en|Catholic Church}}
==== Literatura em francês ====


{{referências}}
* [[Jean-Robert Armogathe]] et [[Yves-Marie Hilaire]], ''Histoire générale du christianisme'', Paris, PUF, Quadrige Dicos Poche, 2010, 2896 p. {{ISBN|978-2-13-052292-8}}
* [[Yves Bruley]], ''Histoire du catholicisme'', Paris, PUF, Que sais-je 365, 2010, {{ISBN|978-2-13-058596-1}}
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* [[Jean Chelini]] et A.-M. Henry, ''La Longue Marche de l’Église'', Bordas, Paris, 1981
* [[Alain Corbin]] (dir.), ''Histoire du christianisme'', Paris, Seuil, 2007, 468 p. {{ISBN|978-2-02-089421-0}}
* Henrich Fries, « Catholicisme/catholicité » et « Église/ecclésiologie », in Peter Eicher (dir.), Nouveau dictionnaire de Théologie, Paris Cerf, 1996. {{ISBN|2-204-05171-3}}
* [[Patrick Levaye]], ''Géopolitique du catholicisme'', éditions Ellipses, 2007 {{ISBN|978-2-7298-3523-1}}
* [[Jean-Pierre Moisset]], ''Histoire du catholicisme'', Flammarion, 2009. {{ISBN|978-2-0812-2082-9}}
* [[Michel Sales]] sj, ''Le Corps de l'Église, Études sur l'Église une, sainte, catholique et apostolique'', Fayard, coll. « Communio », 1989


{{Bibliografia sobre a Igreja Católica}}
==== Literatura em inglês ====
{{Refbegin}}
{{Div col}}
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== Ligações externas ==
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* [http://www.vatican.va/phome_po.htm A Santa Sé]
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* [http://www.ecclesia.pt/catolicopedia/ Enciclopédia Católica Popular]
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Revisão das 02h42min de 24 de janeiro de 2021

 Nota: "Catolicismo" e "Católico" redirecionam para este artigo. Para os diferentes usos de tais termos, veja Catolicidade. Para significados adicionais, veja Igreja Católica (desambiguação).
Igreja Católica Apostólica Romana
Igreja Católica
Vista da Basílica de São Pedro (esquerda), do Obelisco (centro) e do Palácio Apostólico (direita) na Praça de São Pedro, no Vaticano
Orientação Católica
Fundador Jesus, segundo a tradição católica
Origem Século I, Terra Santa, Império Romano[1]
Sede Vaticano
Líder espiritual Papa Francisco
Número de membros 1,36 bilhão * (2020)[2][3]
Número de igrejas mais de 221 mil paróquias
Países em que atua No mundo inteiro, principalmente na América Latina, Europa Ocidental e Filipinas
Página oficial www.vatican.va
Logo
Porcentagem de católicos por país

Igreja Católica, às vezes chamada de Igreja Católica Romana, é a maior igreja cristã, com aproximadamente 1,3 bilhão de católicos batizados em todo o mundo apenas no ano de 2018.Como a maior e mais antiga instituição internacional do mundo em funcionamento contínuo[4] ela desempenhou um papel proeminente na história e no desenvolvimento da civilização ocidental.[5] A igreja é chefiada pelo bispo de Roma, conhecido como papa. Sua administração central é a Santa Sé.

As crenças cristãs do catolicismo são baseadas no Credo Niceno. A Igreja Católica ensina que é a Igreja única, santa, católica e apostólica fundada por Jesus Cristo em sua Grande Comissão,[6][7][nota 1] que seus bispos são os sucessores dos apóstolos de Cristo e que o papa é o sucessor de São Pedro, a quem o primado foi conferido por Jesus Cristo. Ela afirma que pratica a fé cristã original, reservando a infalibilidade, transmitida pela tradição sagrada. A Igreja Latina, as vinte e três igrejas católicas orientais e institutos, como ordens mendicantes, ordens monásticas fechadas e terceiras ordens, refletem uma variedade de ênfases teológicas e espirituais na igreja.[8]

Dos sete sacramentos, a Eucaristia é a principal, celebrada liturgicamente na missa.[9] A igreja ensina que, através da consagração de um sacerdote, o pão e o vinho sacrificiais se tornam o corpo e o sangue de Cristo. A Virgem Maria é venerada na Igreja Católica como Mãe de Deus e Rainha do Céu, homenageada em dogmas e devoções.[10] Seus ensinamentos incluem a Divina Misericórdia, a santificação pela fé e a evangelização do Evangelho, bem como a doutrina social católica, que enfatiza o apoio voluntário aos doentes, pobres e aflitos pelas obras corporais e espirituais de misericórdia.

A Igreja Católica é o maior provedor não governamental de educação e saúde no mundo.[11] A Igreja influenciou a filosofia, a cultura, a arte e a ciência ocidentais. Os católicos vivem em todo o mundo através de missões, diáspora e conversões. Desde o século XX, a maioria residiu no hemisfério sul devido à secularização na Europa e ao aumento da perseguição no Oriente Médio.

A Igreja Católica compartilhou a comunhão com a Igreja Ortodoxa Oriental até o Grande Cisma em 1054, disputando particularmente a autoridade do papa. Antes do Concílio de Éfeso, em 431 dC, a Igreja do Oriente também participava dessa comunhão, assim como as igrejas ortodoxas orientais antes do Concílio de Calcedônia, em 451 dC, todas separadas principalmente por diferenças na cristologia. No século XVI, a Reforma levou ao protestantismo que também rompeu com os católicos. Desde o final do século XX, a Igreja Católica tem sido criticada por seus ensinamentos sobre sexualidade, sua ausência de sacerdotes mulheres e por lidar com casos de abuso sexual de menores envolvendo clérigos.

Nome

O primeiro uso do termo "Igreja Católica" (literalmente "igreja universal") foi pelo padre da igreja, Santo Inácio de Antioquia, em sua Epístola aos Esmirniotas (c. 110).[12] A ele também é atribuído o uso mais antigo registrado do termo "cristianismo" (em grego: Χριστιανισμός) no ano 100.[13] Ele morreu em Roma, com suas relíquias localizadas na Basílica de San Clemente al Laterano.

O termo "católico" (do em grego: καθολικός, transl.: katholikos) foi usado pela primeira vez para descrever a igreja no início do século II.[14] O primeiro uso conhecido da frase "a igreja católica" (καθολικὴ ἐκκλησία ou katholike ekklesia) ocorreu na carta escrita por volta do ano 110 por Santo Inácio de Antioquia.[nota 2]

Nas Palestras Catequéticas (c. 350) de São Cirilo de Jerusalém, o nome "Igreja Católica" foi usado para distingui-la de outros grupos que também se denominavam "a igreja".[15][16] A noção "católica" foi enfatizada ainda mais no edito De fide Catolica, emitido em 380 por Teodósio I, o último imperador a governar as metades oriental e ocidental do Império Romano, ao estabelecer a igreja estatal do Império Romano.[17]

Desde o Grande Cisma de 1054, a Igreja Oriental adotou o adjetivo "Ortodoxo" como seu epíteto distinto (no entanto, seu nome oficial continua sendo "Igreja Católica Ortodoxa"[18]) e a Igreja Ocidental em comunhão com a Santa Sé adotou o termo "católico", mantendo essa descrição também após a Reforma Protestante do século XVI, quando aqueles que deixaram de estar em comunhão ficaram conhecidos como "protestantes".[19][20]

Embora a expressão "Igreja Romana" tenha sido usada para descrever a diocese do papa em Roma desde a queda do Império Romano do Ocidente e até o início da Idade Média (século VI a X), o termo "Igreja Católica Romana" passou a ser aplicado a toda a igreja desde a Reforma Protestante no final do século XVI.[21] Ocasionalmente, o termo "católico romano" também apareceu em documentos produzidos pela Santa Sé,[nota 3] aplicados principalmente a certas conferências episcopais nacionais e dioceses locais.[nota 4]

O nome "Igreja Católica" para toda a igreja é usado no Catecismo da Igreja Católica (1990) e no Código de Direito Canônico (1983). O nome "Igreja Católica" também é usado nos documentos do Concílio Vaticano II (1962-1965),[22] Concílio Vaticano I (1869-1870),[23] Concílio de Trento (1545-1563),[24] e vários outros documentos oficiais.[25][26]

Organização

Ver artigo principal: Hierarquia católica

A Igreja Católica segue uma política episcopal, liderada por bispos que receberam o sacramento das Ordens Sagradas, quais são dadas jurisdições formais de governo dentro da igreja.

Santa Sé, papado, Cúria Romana e Colégio dos Cardeais

As chaves cruzadas de ouro e prata da Santa Sé simbolizam as chaves de Simão Pedro, representando o poder do ofício papal de afrouxar e prender. A tiara papal de tríplice coroa simboliza o triplo poder do papa como "pai dos reis", "governador do mundo" e "vigário de Cristo". A cruz de ouro em um monte (globo) simboliza a soberania de Jesus.

A hierarquia da Igreja Católica é chefiada pelo bispo de Roma, conhecido como papa (em latim: papa; "pai"), que é o líder da Igreja Católica mundial.[27] O atual papa, Francisco, foi eleito em 13 de março de 2013 pelo conclave papal.[28]

O escritório do papa é conhecido como papado . A Igreja Católica sustenta que Cristo instituiu o papado ao dar as chaves do Céu a São Pedro. Sua jurisdição eclesiástica é chamada de "Santa Sé" (Sancta Sedes em latim), ou "Sé Apostólica" (que significa ver do apóstolo Pedro).[29][30] Servindo diretamente ao papa está a Cúria Romana, o órgão governante central que administra os negócios cotidianos da Igreja Católica.

O papa também é Soberano da Cidade do Vaticano,[31] uma pequena cidade-estado totalmente enclavada dentro da cidade de Roma, que é uma entidade distinta da Santa Sé. É como chefe da Santa Sé, não como chefe do Estado da Cidade do Vaticano, que o papa recebe embaixadores de estados e envia a eles seus próprios representantes diplomáticos.[32]

A posição de cardeal é uma posição de honra concedida pelos papas a certos clérigos, como líderes da Cúria Romana, bispos que servem nas principais cidades e ilustres teólogos. Para aconselhamento e assistência no governo, o papa pode recorrer ao Colégio de Cardeais.[33]

Após a morte ou renúncia de um papa,[nota 5] membros do Colégio de Cardeais com menos de 80 anos de idade atuam como um colégio eleitoral, reunidos em um conclave papal para eleger um sucessor.[35] Embora o conclave possa eleger qualquer católico masculino como papa desde 1389, apenas cardeais foram eleitos.[36]

Direito canônico

Ver artigo principal: Código de Direito Canónico

Direito canônico (em latim: jus canonicum)[37] é o sistema de leis e princípios legais elaborado e aplicado pelas autoridades hierárquicas da Igreja Católica para regular sua organização e governo externos e ordenar e direcionar as atividades dos católicos em direção à missão da igreja.[38] A lei canônica da Igreja Latina foi o primeiro sistema jurídico ocidental moderno[39] e é o mais antigo sistema jurídico em funcionamento contínuo no Ocidente.[40][41]

Francisco é o 266º e atual Papa da Igreja Católica, um título que ele detém ex officio como Bispo de Roma e soberano da Cidade do Vaticano. Ele foi eleito no conclave papal de 2013.

Leis eclesiásticas positivas, baseadas direta ou indiretamente em lei divina imutável ou lei natural, derivam autoridade formal no caso de leis universais promulgadas pelo legislador supremo - o Sumo Pontífice - que possui em sua pessoa a totalidade do poder legislativo, executivo e judicial,[42] enquanto leis particulares derivam autoridade formal da promulgação por um legislador inferior ao legislador supremo, seja um legislador ordinário ou um legislador delegado. O material sujeito aos cânones não é apenas de natureza doutrinária ou moral, mas abrange toda a condição humana. Possui todos os elementos comuns de um sistema jurídico maduro: leis, tribunais, advogados, juízes,[43] um código jurídico totalmente articulado para a Igreja Latina,[44] bem como um código para as igrejas católicas orientais, princípios de interpretação jurídica[45] e sanções coercitivas.[46][47]

O direito canônico diz respeito à vida e organização da Igreja Católica e é distinto do direito civil. Em seu próprio campo, dá força ao direito civil apenas por promulgação específica em questões como a tutela de menores.[48] Da mesma forma, o direito civil pode dar força em seu campo ao direito canônico, mas apenas por promulgação específica, como no que diz respeito aos casamentos canônicos.[49] Atualmente, o Código de Direito Canônico de 1983 está em vigor para a Igreja Latina,[50] enquanto o Código de Cânones das Igrejas Orientais de 1990 (CCEO, depois das iniciais latinas) se aplica às Igrejas Católicas Orientais autônomas.[51]

Igrejas latinas e orientais

Nos primeiros mil anos da história católica, diferentes variedades do cristianismo se desenvolveram nas áreas cristãs ocidental e oriental da Europa. Embora a maioria das igrejas de tradição oriental não esteja mais em comunhão com a Igreja Católica após o Grande Cisma de 1054, atualmente participam igrejas particulares autônomas de ambas as tradições, também conhecidas como "igrejas sui iuris". A maior e mais conhecida é a Igreja Latina, a única igreja de tradição ocidental, com mais de 1 bilhão de membros em todo o mundo. Relativamente pequenas em termos de aderentes em comparação com a Igreja Latina, são as 23 Igrejas Católicas Orientais autônomas, com um número combinado de 17,3 milhões de seguidores, de acordo com estimativas de 2010.[52][53][54][55]

Arquibasílica de São João de Latrão, a catedral da diocese de Roma

A Igreja Latina é governada pelo papa e por bispos diocesanos designados diretamente por ele. O papa exerce um papel patriarcal direto sobre a Igreja Latina, que é considerada a parte original e ainda principal do cristianismo ocidental, uma herança de certas crenças e costumes originários da Europa e do noroeste da África, alguns dos quais são herdados por muitas denominações cristãs que traçam suas origens na Reforma Protestante.[56]

Uma igreja sui iuris é definida no Código de Cânones para as Igrejas Orientais como um "grupo de fiéis cristãos unidos por uma hierarquia" que é reconhecido pelo Papa em sua capacidade de autoridade suprema em questões de doutrina dentro da igreja.[57] O termo é uma inovação do CCEO para denotar a relativa autonomia das Igrejas Católicas Orientais,[58] que permanecem em plena comunhão com o Papa, mas possuem estruturas de governança e tradições litúrgicas separadas das da Igreja Latina.[53]

Algumas igrejas católicas orientais são governadas por um patriarca que é eleito pelo sínodo dos bispos dessa igreja,[59] outras são chefiadas por um arcebispo maior,[60] outras estão sob uma metropolita[61] e outras são organizadas como eparquias individuais.[62] Cada igreja tem autoridade sobre os detalhes de sua organização interna, ritos litúrgicos, calendário litúrgico e outros aspectos de sua espiritualidade, sujeitos apenas à autoridade do papa.[63] A Cúria Romana tem um departamento específico, a Congregação para as Igrejas Orientais, para manter relações com elas.[64]

Dioceses, paróquias, organizações e institutos

Mapa das províncias eclesiásticas da Igreja Católica, bem como das arquidioceses (e outras entidades de alto nível) onde as províncias não estão estabelecidas
Porcentagem de católicos por país
Número de católicos por país

Países, regiões ou grandes cidades são servidas por igrejas específicas conhecidas como dioceses na Igreja Latina, ou eparquias nas Igrejas Católicas Orientais, cada uma supervisionada por um bispo. Segundo dados de 2008, a Igreja Católica possui 2.795 dioceses.[65] Os bispos em um determinado país são membros de uma conferência episcopal nacional ou regional.[66]

As dioceses são divididas em paróquias, cada uma com um ou mais padres, diáconos ou ministros eclesiais leigos.[67] As paróquias são responsáveis pela celebração diária dos sacramentos e pela pastoral dos leigos.[68] De acordo com estimativas de 2016, existem 221,7 mil paróquias em todo o mundo.[69]

Na Igreja Latina, os homens católicos podem servir como diáconos ou sacerdotes, recebendo ordenação sacramental. Homens e mulheres podem servir como ministros extraordinários dacomunhão, como leitores, ou como coroinhas. Historicamente, meninos e homens só foram autorizados a servir como servidores de altar; no entanto, desde os anos 1990, meninas e mulheres também são permitidas.[70][nota 6]

Os católicos ordenados, bem como os membros dos leigos, podem entrar na vida consagrada, seja individualmente, como eremita ou virgem consagrada, ou ingressando em um instituto de vida consagrada (um instituto religioso ou um instituto secular) no qual recebe votos confirmando seu desejo de seguir os três conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência.[71] Exemplos de institutos de vida consagrada são os beneditinos, os carmelitas, os dominicanos, os franciscanos, os missionários da caridade, os legionários de Cristo e as irmãs da misericórdia.[71]

"Institutos religiosos" é um termo moderno que abrange "ordens religiosas" e "congregações religiosas", que já foram distinguidas no direito canônico.[72] Os termos "ordem religiosa" e "instituto religioso" tendem a ser usados como sinônimos coloquialmente.[73]

Por meio de instituições de caridade católicas e além, a Igreja Católica é o maior provedor não governamental de educação e saúde no mundo.[11]

Filiação

Ver artigo principal: Igreja Católica no mundo

O catolicismo é o segundo maior corpo religioso do mundo após o sunismo. Ser membro da Igreja, o que é definido como católicos batizados, é uma categoria em que 1,3 bilhão de pessoas se encaixavam no final de 2018, o que representa 18% da população mundial. Os católicos representam cerca de metade de todos os cristãos.[74]


Distribuição geográfica de católicos (2018)[75]
América
  
48,3%
Europa
  
21,5%
África/Oceania
  
19,1%
Ásia
  
11,1%

A distribuição geográfica dos católicos em todo o mundo continua a mudar, com 17,8% na África, 48,3% nas Américas, 11,1% na Ásia, 21,5% na Europa e 0,9% na Oceania.[75]

Os ministros católicos incluem clérigos ordenados, ministros eclesiais leigos, missionários e catequistas . Também no final de 2014, havia 465.595 clérigos ordenados, incluindo 5.237 bispos, 415.792 padres (diocesanos e religiosos) e 44.566 diáconos (permanentes).[76] Os ministros não ordenados incluíram 3.157.568 catequistas, 367.679 missionários leigos e 39.951 ministros eclesiais leigos.[77]

Os católicos que se comprometeram com a vida religiosa ou consagrada em vez do casamento ou celibato único, como um estado de vida ou vocação relacional, incluem 54.559 homens religiosos, 705.529 mulheres religiosas. Estes não são ordenados, nem geralmente considerados ministros, a menos que também participem de uma das categorias de ministros leigos acima.[76]

Doutrina

A doutrina católica se desenvolveu ao longo dos séculos, refletindo os ensinamentos diretos dos primeiros cristãos, definições formais de crenças heréticas e ortodoxas por conselhos ecumênicos e em touros papais e debate teológico por estudiosos . A igreja acredita que é continuamente guiada pelo Espírito Santo ao discernir novas questões teológicas e é infalivelmente protegida de cair em erro doutrinário quando uma decisão firme sobre uma questão é alcançada.[78][79]

Ensina que a revelação tem uma fonte comum, Deus, e dois modos distintos de transmissão (Escritura Sagrada e Tradição Sagrada)[80][81] e que estes são autenticamente interpretados pelo Magistério.[82][83] A Escritura Sagrada consiste nos 73 livros da Bíblia Católica, 46 escritos no Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento. A Tradição Sagrada consiste nos ensinamentos que a igreja acredita que foram proferidos desde o tempo dos apóstolos.[84] As Escrituras Sagradas e a Tradição Sagrada são conhecidas coletivamente como "depósito da fé" (depositum fidei em latim). Estes são, por sua vez, interpretadas pelo Magistério (do magister, em latim para "professor"), a autoridade de ensino da igreja, que é exercida pelo papa e pelo Colégio dos Bispos em união com o papa, o bispo de Roma.[85] A doutrina católica é autoritariamente resumida no Catecismo da Igreja Católica, publicado pela Santa Sé.[86][87]

Natureza de Deus

Ver artigo principal: Trindade (cristianismo)
Versão manuscrita de 1210 do diagrama teológico tradicional do Escudo da Trindade

A Igreja Católica sustenta que existe um Deus eterno, que existe como uma pericorese ("habitação mútua") de três hipóstases, ou "pessoas": Deus, o Pai ; Deus filho; e Deus, o Espírito Santo, que juntos são chamados de " Santíssima Trindade".[88]

Os católicos acreditam que Jesus Cristo é a "segunda pessoa" da Trindadeː Deus, o Filho. Num evento conhecido como Encarnação, através do poder do Espírito Santo, Deus se uniu à natureza humana através da concepção de Cristo no ventre da Virgem Maria. Portanto, Cristo é entendido como sendo totalmente divino e totalmente humano, inclusive possuindo uma alma humana. Ensina-se que a missão de Cristo na Terra incluía dar às pessoas seus ensinamentos e fornecer seu exemplo para que eles seguissem conforme registrado nos quatro Evangelhos.[89] Acredita-se que Jesus permaneceu sem pecado enquanto estava na terra e se permitiu ser injustamente executado pela crucificação, como um sacrifício de si mesmo para reconciliar a humanidade com Deus; essa reconciliação é conhecida como o mistério pascal. O termo grego "Cristo" e o hebraico "Messias" significam "ungido", referindo-se à crença cristã de que a morte e ressurreição de Jesus são o cumprimento das profecias messiânicas do Antigo Testamento.[90]

A Igreja Católica ensina dogmaticamente que "o Espírito Santo procede eternamente do Pai e do Filho, não como dois princípios, mas como um único princípio".[91] Ela afirma que o Pai, como o "princípio sem princípio", é a primeira origem do Espírito, mas também que ele, como Pai do Filho único, é com o Filho o único princípio do qual o Espírito procede.[92] Essa crença é expressa na cláusula Filioque, que foi adicionada à versão latina do Credo Niceno de 381, mas não incluída nas versões gregas do credo usado no cristianismo oriental.[93]

Natureza da igreja

Vitral em uma igreja católica que representa a Basílica de São Pedro em Roma sentada "sobre esta rocha", uma referência a Mateus 16:18. A maioria dos católicos de hoje interpretam Jesus dizendo que estava construindo sua igreja sobre a rocha do apóstolo Pedro e a sucessão de papas que reivindicam a sucessão apostólica dele.

A Igreja Católica ensina que é a "única igreja verdadeira",[6][94] "o sacramento universal da salvação para a raça humana",[95][96] e "a única religião verdadeira".[97] Segundo o catecismo, a Igreja Católica é descrita no Credo Niceno como a "Igreja única, santa, católica e apostólica".[98] Estes são conhecidos coletivamente como as quatro marcas da igreja. A igreja ensina que seu fundador é Jesus Cristo.[99][100] O Novo Testamento registra vários eventos considerados essenciais para o estabelecimento da Igreja Católica, incluindo as atividades e o ensino de Jesus e sua nomeação dos apóstolos como testemunhas de seu ministério, sofrimento e ressurreição. A Grande Comissão, após sua ressurreição, instruiu os apóstolos a continuarem seu trabalho. A vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos, em um evento conhecido como Pentecostes, é vista como o início do ministério público da Igreja Católica.[101] A igreja ensina que todos os bispos devidamente consagrados têm uma sucessão linear dos apóstolos de Cristo, conhecida como sucessão apostólica.[102] Em particular, o bispo de Roma (o papa) é considerado o sucessor do apóstolo Simão Pedro, uma posição da qual ele deriva sua supremacia sobre a igreja.[103]

A crença católica sustenta que a igreja "é a presença contínua de Jesus na Terra"[104] e que somente ela possui todos os meios de salvação. Através da paixão (sofrimento) de Cristo levando à sua crucificação, conforme descrito nos Evangelhos, é dito que Cristo fez a si mesmo uma oblação a Deus Pai, a fim de reconciliar a humanidade com Deus; a ressurreição de Jesus faz dele o primogênito dentre os mortos, o primeiro dentre muitos irmãos.[105] Ao se reconciliar com Deus e seguir as palavras e ações de Cristo, um indivíduo pode entrar no Reino de Deus.[106] A igreja vê sua liturgia e sacramentos como uma forma de perpetuar as graças alcançadas pelo sacrifício de Cristo para fortalecer o relacionamento de uma pessoa com Cristo e ajudar a vencer o pecado.[107]

Julgamento final

Ver artigo principal: Juízo final

A Igreja Católica ensina que, imediatamente após a morte, a alma de cada pessoa receberá um julgamento específico de Deus, com base em seus pecados e em seu relacionamento com Cristo.[108] Este ensinamento também atesta outro dia em que Cristo se sentará no julgamento universal de toda a humanidade. Esse julgamento final, de acordo com os ensinamentos da igreja, trará um fim à história da humanidade e marcará o início de um novo e melhor céu e terra, governados por Deus justo.

Juízo Final, Capela Sistina poi Michelangelo (1535-1541)

Dependendo do julgamento proferido após a morte, acredita-se que uma alma possa entrar em um dos três estados da vida após a morte:

  • O Céu é um estado de união sem fim com a natureza divina de Deus, não ontologicamente, mas pela graça. É uma vida eterna, na qual a alma contempla Deus numa beatitude incessante.
  • O Purgatório é uma condição temporária para a purificação das almas que, embora destinadas ao Céu, não estão totalmente desapegadas do pecado e, portanto, não podem entrar no Céu imediatamente. No purgatório, a alma sofre e é purgada e aperfeiçoada. As almas no purgatório podem ser ajudadas a alcançar o céu pelas orações dos fiéis na terra e pela intercessão dos santos.[109]
  • Danação final: finalmente, aqueles que persistem em viver em estado de pecado mortal e não se arrependem antes da morte se sujeitam ao inferno, uma separação eterna de Deus. A igreja ensina que ninguém é condenado ao inferno sem ter decidido rejeitar a Deus livremente. Ninguém está predestinado ao inferno e ninguém pode determinar com absoluta certeza quem foi condenado ao inferno. O catolicismo ensina que, pela misericórdia de Deus, uma pessoa pode se arrepender a qualquer momento antes da morte, ser iluminada com a verdade da fé católica e, assim, obter a salvação. Alguns teólogos católicos especularam que as almas de bebês não-batizados e não-cristãos sem pecado mortal, mas que morrem no pecado original, são atribuídas ao limbo, embora este não seja um dogma oficial da igreja.[110]

Enquanto a Igreja Católica ensina que sozinha possui todos os meios de salvação, também reconhece que o Espírito Santo pode fazer uso de comunidades cristãs separadas de si para "impulsionar a unidade católica"[111] e "tender e liderar em direção à Igreja Católica" e, assim, levar as pessoas à salvação, porque essas comunidades separadas contêm alguns elementos da doutrina, embora misturados com erros. Ela ensina que quem é salvo é salvo pela Igreja Católica, mas que as pessoas podem ser salvas fora dos meios comuns conhecidos como batismo do desejo e pelo martírio pré-batismal, conhecido como batismo de sangue, bem como quando as condições de invencibilidade a ignorância está presente, embora a ignorância invencível em si mesma não seja um meio de salvação.

Santos e devoções

Ver artigos principais: Santos, Canonização e Veneração
Santa Teresa de Ávila. Na tradicional iconografia cristã, os santos são frequentemente representados com halos como um símbolo de santidade.

Um santo (també) é uma pessoa que é reconhecida poer ter um grau excepcional de santidade, semelhança ou proximidade com Deus, enquanto a canonização é o ato pelo qual uma igreja cristã declara que uma pessoa que morreu foi um santo, na qual a declaração é incluída no "cânone", ou lista, de santos reconhecidos.[112][113]

Na Igreja Católica, tanto nas igrejas católicas latinas quanto nas orientais, o ato de canonização é reservado à Sé Apostólica e ocorre na conclusão de um longo processo que exige uma extensa prova de que o candidato à canonização viveu e morreu de maneira tão exemplar e santa que ele é digno de ser reconhecido como um santo. O reconhecimento oficial da santidade pela Igreja implica que a pessoa está agora no Céu e que ela pode ser invocada publicamente e mencionada oficialmente na liturgia da igreja, inclusive na Ladainha de Todos os Santos. A canonização permite a veneração universal do santo na liturgia do rito romano; para permissão para venerar meramente localmente, somente beatificação é necessária.[114]

Devoções são "práticas externas de piedade" que não fazem parte da liturgia oficial da Igreja Católica, mas fazem parte das práticas espirituais populares dos católicos.[115] Isso inclui várias práticas relacionadas à veneração dos santos, especialmente a veneração da Virgem Maria. Outras práticas devocionais incluem a Via Crúcis, o Sagrado Coração de Jesus, a Santa Face de Jesus,[116] os vários escapulários, as novenas a vários santos,[117] peregrinações,[118] devoções ao Santíssimo Sacramento e a veneração de imagens santas, como os santos.[119] Os bispos do Concílio Vaticano II lembraram aos católicos que "as devoções devem ser tão elaboradas que se harmonizem com as estações litúrgicas, de acordo com a sagrada liturgia, de alguma forma derivam dela e levam o povo a ela, pois, de fato, a liturgia, por sua própria natureza, ultrapassa em muito qualquer uma delas".[120]

Virgem Maria

A Bem-Aventurada Virgem Maria é altamente considerada na Igreja Católica, proclamando-a como Mãe de Deus, livre do pecado original e intercessora

A Mariologia Católica lida com as doutrinas e os ensinamentos sobre a vida de Maria, mãe de Jesus, bem como a veneração de Maria pelos fiéis. Ela tem especial consideração entre os católicas, que a declaram a Mãe de Deus (em em grego: Θεοτόκος; 'Portadora de Deus) e acreditam no dogma de que ela permaneceu virgem ao longo de sua vida.[121] Outros ensinamentos incluem as doutrinas da Imaculada Conceição (sua própria concepção sem a mancha do pecado original) e a Assunção de Maria (que seu corpo foi diretamente para o céu no final de sua vida). Ambas as doutrinas foram definidas como dogma infalível pelo Papa Pio IX, em 1854, e pelo Papa Pio XII, em 1950, respectivamente,[122] mas somente após consultar os bispos católicos de todo o mundo para verificar se essa era uma crença católica.[123]

As devoções a Maria fazem parte da piedade católica, mas são distintas da adoração a Deus.[124] As práticas incluem orações e arte, música e arquitetura mariana. Várias festas litúrgicas marianas são comemoradas durante todo o ano da igreja e ela é homenageada com muitos títulos, como "Rainha do Céu". O Papa Paulo VI a chamou de "Mãe da Igreja" porque, ao dar a luz a Cristo, ela é considerada a mãe espiritual de cada membro do Corpo de Cristo.[122] Devido ao seu papel influente na vida de Jesus, orações e devoções, como a Ave Maria, o Rosário, a Salve Regina e o Lembrai-vos, são práticas católicas comuns.[125] A peregrinação aos locais de várias aparições marianas afirmadas pela igreja, como Lourdes, Fátima e Guadalupe,[126] também são devoções católicas populares.[127]

Sacramentos

Ver artigo principal: Sacramentos católicos

A Igreja Católica ensina que foram confiados sete sacramentos instituídos por Cristo. O número e a natureza dos sacramentos foram definidos por vários concílios ecumênicos, mais recentemente o Concílio de Trento.[nota 7] São o batismo, a crisma, a eucaristia, a penitência, a unção dos enfermos (anteriormente chamada de "extrema unção", um dos " Últimos Ritos "), as ordens sagradas e o matrimônio sagrado. Os sacramentos são rituais visíveis que os católicos interpretam como sinais da presença de Deus e canais efetivos da graça de Deus para todos aqueles que o recebem com a disposição adequada (ex opere operato).[128]

Missa na Gruta de Lourdes, França. O cálice é exibido ao povo imediatamente após a consagração do vinho.

O Catecismo da Igreja Católica classifica os sacramentos em três grupos, os "sacramentos da iniciação cristã", "os sacramentos da cura" e os "sacramentos a serviço da comunhão e a missão dos fiéis". Esses grupos refletem amplamente as etapas da vida natural e espiritual das pessoas que cada sacramento deve servir.[129]

As liturgias dos sacramentos são centrais para a missão da igreja. De acordo com o catecismo:

De acordo com a doutrina da igreja, os sacramentos da igreja exigem que a forma, a matéria e a intenção adequadas sejam validamente celebradas.[130] Além disso, as leis canônicas da Igreja Latina e das igrejas católicas orientais governam quem pode celebrar licitamente certos sacramentos, bem como regras estritas sobre quem pode receber os sacramentos.[131] Notavelmente, porque a igreja ensina que Cristo está presente na eucaristia,[132] aqueles que estão conscientes de estar em um estado de pecado mortal são proibidos de receber o sacramento até que tenham recebido absolvição por meio do sacramento da reconciliação (penitência). Os católicos normalmente são obrigados a se abster de comer por pelo menos uma hora antes de receber o sacramento.[133] Normalmente, os não católicos também são proibidos de receber a eucaristia.[134]

Os católicos, mesmo que estivessem em perigo de morte e incapazes de se aproximar de um ministro católico, não podem pedir os sacramentos da eucaristia, penitência ou unção dos doentes de alguém, como um ministro protestante, que não se sabe validamente ordenado de acordo com o ensino católico sobre ordenação.[135][136] Da mesma forma, mesmo em necessidade grave e premente, os ministros católicos podem não administrar esses sacramentos àqueles que não manifestam fé católica no sacramento. Em relação às igrejas do cristianismo oriental que não estão em comunhão com a Santa Sé, a Igreja Católica é menos restritiva, declarando que "uma certa communion in sacris, e assim na eucaristia, dadas as circunstâncias adequadas e a aprovação da autoridade da Igreja, não é apenas possível, como é incentivada".[137]

Sacramentos de iniciação

Batismo

Ver artigo principal: Batismo
Batismo de Agostinho de Hipona, representado em um grupo escultórico na Catedral de Troyes (1549), França

Para a Igreja Católica, o batismo é o primeiro dos três sacramentos de iniciação como cristão.[138] Ele lava todos os pecados, tanto o pecado original quanto os pecados pessoais.[139] Isto torna uma pessoa um membro da igreja.[140] Como um presente gratuito de Deus que não requer mérito por parte da pessoa que é batizada, é conferido até às crianças,[141] que, embora não tenham pecados pessoais, precisam disso por causa do pecado original.[142] Se uma criança recém-nascida estiver em perigo de morte, qualquer pessoa - seja um médico, uma enfermeira ou um dos pais - pode batizar a criança.[143] O batismo marca uma pessoa permanentemente e não pode ser repetido.[144] A Igreja Católica reconhece como batismos válidos mesmo os conferidos por pessoas que não são católicas ou cristãs, desde que pretendam batizar ("fazer o que a Igreja faz quando ela batiza") e que eles usam a fórmula batismal trinitária.[145]

Crisma

Ver artigo principal: Crisma

A Igreja Católica vê o sacramento da crisma como necessário para completar a graça dada no batismo.[146] Quando os adultos são batizados, a crisma é normalmente dada imediatamente depois,[147] uma prática seguida mesmo com bebês recém-batizados nas Igrejas Católicas Orientais.[148] No Rito Latino, a crisma das crianças é adiada até que tenham idade suficiente para entender ou a critério do bispo.[149] No cristianismo ocidental, particularmente no catolicismo, o sacramento é chamado de confirmação, porque confirma e fortalece a graça do batismo; nas igrejas orientais, é chamado crisma, porque o rito essencial é a unção da pessoa com crisma,[150] uma mistura de azeite e alguma substância perfumada, geralmente bálsamo, abençoado por um bispo.[151] Aqueles que recebem a crisma devem estar em um estado de graça, o que para aqueles que atingiram a idade da razão significa que devem primeiro ser limpos espiritualmente pelo sacramento da penitência; eles também devem ter a intenção de receber o sacramento e estar preparados para mostrar em suas vidas que são cristãos.[152]

Eucaristia

Ver artigo principal: Eucaristia
Papa Bento XVI celebra a Eucaristia na canonização de Frei Galvão, em São Paulo, Brasil, em 11 de maio de 2007

Para os católicos, a eucaristia é o sacramento que completa a iniciação cristã. É descrito como "a fonte e o cume da vida cristã".[153] A cerimônia em que um católico recebe a eucaristia é conhecida como primeira comunhão.[154]

A celebração eucarística, também chamada de missa ou divina liturgia, inclui orações e leituras das escrituras, bem como uma oferta de pão e vinho, que são levados ao altar e consagrados pelo sacerdote para se tornar o corpo e o sangue de Jesus Cristo, uma mudança chamada transubstanciação. As palavras da Instituição refletem as palavras ditas por Jesus durante a Última Ceia, onde Cristo ofereceu seu corpo e sangue aos apóstolos na noite anterior à sua crucificação. O sacramento apresenta (torna presente) o sacrifício de Jesus na cruz e o perpetua.[155]

A morte e ressurreição de Cristo dão graça através do sacramento que une os fiéis a Cristo e uns aos outros, remete o pecado venial e ajuda a cometer um pecado moral (embora o próprio pecado mortal seja perdoado pelo sacramento da penitência).[156]

Sacramentos de cura

Os dois sacramentos da cura são o Sacramento da Penitência e a Unção dos Enfermos .

Penitência

Ver artigo principal: Confissão (sacramento)
Um crente católico ora em uma igreja no México

O sacramento da penitência (também chamado de reconciliação, perdão, confissão e conversão[157]) existe para a conversão daqueles que, após o batismo, se separam de Cristo pelo pecado.[158] São essenciais para este sacramento atos feitos tanto pelo pecador (exame da consciência, contrição com a determinação de não pecar novamente, confissão a um padre, como a realização de algum ato para reparar os danos causados pelo pecado) quanto sacerdote (determinação do ato de reparação a ser realizado e absolvição).[159] Pecados graves (pecados mortais) devem ser confessados pelo menos uma vez por ano e sempre antes de receber a Santa Comunhão, enquanto a confissão de pecados veniais também é recomendada.[160] O padre está sujeito às mais severas penalidades para manter o "selo da confissão", sigilo absoluto sobre quaisquer pecados revelados a ele em confissão.[161]

Unção dos enfermos

Ver artigo principal: Extrema unção

Embora o crisma seja usado apenas para os três sacramentos que não podem ser repetidos, uma unção diferente é usado por um padre ou bispo para abençoar um católico que, por causa de doença ou velhice, começou a correr o risco de morrer.[162] Acredita-se que este sacramento, conhecido como unção dos enfermos, dê conforto, paz, coragem e, se a pessoa doente não puder fazer uma confissão, até perdão dos pecados.[163] O sacramento também é conhecido como unção, e no passado como extrema unção e é um dos três sacramentos que constituem os últimos ritos, junto com penitência e viático (eucaristia).[164]

Sacramentos a serviço da comunhão

Segundo o catecismo, existem dois sacramentos de comunhão direcionados à salvação de outros: sacerdócio e casamento. Dentro da vocação geral de ser cristão, esses dois sacramentos "consagram uma missão ou vocação específica entre o povo de Deus. Os homens recebem as ordens sagradas de alimentar a Igreja pela palavra e graça. Os cônjuges se casam para que seu amor seja fortalecido para cumprir os deveres de seu estado".

Ordens sagradas

Os sacerdotes colocam as mãos nos ordenados durante o ritual de ordenação.

O sacramento das odens sagradas consagra e substitui alguns cristãos para servirem todo o corpo como membros de três graus ou ordens: episcopado (bispos), presbiterado (sacerdotes) e diaconado (diáconos).[165] A Igreja definiu regras sobre quem pode ser ordenado ao clero. Na Igreja Latina, o sacerdócio é geralmente restrito aos homens celibatários e o episcopado é sempre restrito aos homens celibatários.[166] Homens que já são casados podem ser ordenados em certas igrejas católicas orientais na maioria dos países[167] e podem se tornar diáconos mesmo na Igreja Ocidental.[168][169]

Todos os clérigos, sejam diáconos, padres ou bispos, podem pregar, ensinar, batizar, testemunhar casamentos e realizar liturgias fúnebres.[170] Somente bispos e padres podem administrar os sacramentos da eucaristia, reconciliação (penitência) e unção dos enfermos.[171][172] Somente os bispos podem administrar o sacramento da Santa Ordem, que ordena alguém ao clero.[173]

Matrimônio

Missa de casamento nas Filipinas

A Igreja Católica ensina que o casamento é um vínculo social e espiritual entre um homem e uma mulher, ordenado para o bem dos cônjuges e procriação de filhos; de acordo com os ensinamentos católicos sobre moralidade sexual, é o único contexto apropriado para a atividade sexual. Um casamento católico, ou qualquer casamento entre indivíduos batizados de qualquer denominação cristã, é visto como um sacramento. Um casamento sacramental, uma vez consumado, não pode ser dissolvido, exceto pela morte.[nota 8] A igreja reconhece certas condições, como a liberdade de consentimento, conforme exigido para que qualquer casamento seja considerado válido; além disso, a igreja estabelece regras e normas específicas, conhecidas como forma canônica, que os católicos devem seguir.[176]

A Igreja não reconhece o divórcio como o fim válido para um casamento válido e permite o divórcio reconhecido pelo Estado apenas como um meio de proteger a propriedade e o bem-estar dos cônjuges e de quaisquer filhos. No entanto, a consideração de casos particulares pelo tribunal eclesiástico competente pode levar à declaração da invalidade do casamento, uma declaração geralmente referida como anulação.[177] Um novo casamento após o divórcio não é permitido, a menos que o casamento anterior tenha sido declarado inválido.

Liturgia

Objetos religiosos católicos - Bíblia Sagrada, crucifixo e rosário

Entre as 24 igrejas autônomas (sui iuris), existem várias tradições litúrgicas e de outros tipos, chamadas ritos, que refletem a diversidade histórica e cultural e não as diferenças de crença. Na definição do Código de Cânones das Igrejas Orientais, "um rito é o patrimônio litúrgico, teológico, espiritual e disciplinar, a cultura e as circunstâncias da história de um povo distinto, pelo qual sua própria maneira de viver a fé se manifesta em cada Igreja sui iuris".[178]

A liturgia do sacramento da eucaristia, chamada missa no Ocidente e divina liturgia ou outros nomes no Oriente, é a principal liturgia da Igreja Católica.[179]

Ritos ocidentais

Ver artigos principais: Rito romano e Ritos litúrgicos latinos

O rito romano é o rito de adoração mais comum usado pela Igreja Católica. Seu uso é encontrado em todo o mundo, originário de Roma, ele se espalhou por toda a Europa, influenciando e depois substituindo os ritos locais.[180]

Elevação do cálice diante de um altar após a consagração durante uma missa tridentina solene

Em 2007, o Papa Bento XVI afirmou a licença de uso continuado do Missal Romano de 1962 como uma "forma extraordinária" (forma extraordinaria) do Rito Romano, falando sobre ele também como um antiquior usus ("uso antigo") e emitindo novas normas mais permissivas para seu emprego.[181] Uma instrução emitida quatro anos depois orientou sobre duas formas ou usos do rito romano aprovadas pelo papa como forma ordinária e forma extraordinária ("a forma ordinaria " e "a forma extraordinaria ").[182]

A edição de 1962 do Missal Romano, publicada alguns meses antes da abertura do Concílio Vaticano II, foi a última que apresentou a missa conforme padronizada em 1570 pelo Papa Pio V no Concílio de Trento e, portanto, conhecida como missa tridentina.[132] O Missal Romano do Papa Pio V foi submetido a pequenas revisões pelo Papa Clemente VIII em 1604, pelo Papa Urbano VIII em 1634, pelo Papa Pio X em 1911, pelo Papa Pio XII em 1955 e pelo Papa João XXIII em 1962. Cada edição era a forma comum da Missa do Rito Romano até ser substituída por uma edição posterior. Quando a edição de 1962 foi substituída pela de Paulo VI, promulgada em 1969, seu uso continuado exigia inicialmente a permissão dos bispos;[183] mas o motu proprio do Summorum Pontificum do papa Bento XVI em 2007 permitiu o uso gratuito da missa celebrada sem uma congregação e os párocos autorizados a permitir, sob certas condições, seu uso mesmo em missas públicas. Exceto pelas leituras das escrituras, que o papa Bento permitiu que fosse proclamada na língua vernacular, ela é comemorada exclusivamente em latim litúrgico.[184]

Desde 2014, o clero das pequenas ordenanças pessoais criadas para grupos de ex-anglicanos nos termos do documento de 2009 chamado Anglicanorum Coetibus[185] está autorizado a usar uma variação do rito romano chamada "Adoração Divina".[186]

Na arquidiocese de Milão, com cerca de cinco milhões de católicos os maiores da Europa,[187] a missa é celebrada de acordo com o rito ambrosiano. Outros ritos da Igreja Latina incluem os moçárabes[188] e os de alguns institutos religiosos.[189] Esses ritos litúrgicos têm uma antiguidade de pelo menos 200 anos antes de 1570, a data do Quo primum do papa Pio V, e assim foram autorizados a continuar.[190]

Ritos orientais

Coroação do casamento do Rito da Síria Oriental celebrado por um bispo da Igreja Católica Siro-Malabar na Índia, uma das 23 Igrejas Católicas Orientais em plena comunhão com o Papa e a Igreja Católica.

As igrejas católicas orientais compartilham patrimônio comum e ritos litúrgicos como contrapartes, incluindo as ortodoxas orientais e outras igrejas cristãs orientais que não estão mais em comunhão com a Santa Sé. Isto inclui igrejas que se desenvolveram historicamente na Rússia, Cáucaso, Bálcãs, Nordeste da África, Índia e Oriente Médio. As igrejas católicas orientais são grupos de fiéis que nunca saíram da comunhão com a Santa Sé ou que a restabeleceram à custa do rompimento da comunhão com seus associados da mesma tradição.[191]

Os ritos usados pelas igrejas católicas orientais incluem o rito bizantino, em suas variedades antioquina, grega e eslava; o rito alexandrino; o rito siríaco; o rito armênio; o rito maronita e o rito caldeu. As igrejas católicas orientais têm autonomia para definir os detalhes de suas formas litúrgicas e de culto, dentro de certos limites para proteger a "observância precisa" de sua tradição litúrgica.[192]

No passado, alguns dos ritos usados pelas igrejas católicas orientais estavam sujeitos a um grau de latização litúrgica. No entanto, nos últimos anos, as igrejas católicas orientais voltaram às práticas orientais tradicionais de acordo com o decreto do Concílio Vaticano II, Orientalium Ecclesiarum.[193] Cada igreja tem seu próprio calendário litúrgico.[194]

Questões sociais e culturais

Ensino social católico

Ver artigo principal: Doutrina Social da Igreja
Leão XIII, que, a 15 de maio de 1891, publicou a primeira Encíclica do que viria depois a ser chamado "Doutrina Social da Igreja": a Rerum Novarum.

O ensino social católico, refletindo a preocupação que Jesus demonstrou pelos pobres, enfatiza fortemente as obras corporais de misericórdia e as obras espirituais de misericórdia, ou seja, o apoio e a preocupação pelos doentes, pobres e aflitos.[195] O ensino da Igreja pede uma opção preferencial para os pobres, enquanto o cânon prescreve que "os fiéis cristãos também são obrigados a promover a justiça social e, atentos ao preceito do Senhor, a ajudar os pobres".[196]

O ensino católico sobre sexualidade exige uma prática de castidade, com foco em manter a integridade espiritual e corporal da pessoa humana. O casamento é considerado o único contexto apropriado para a atividade sexual. A igreja também aborda o ambiente natural e sua relação com outros ensinamentos sociais e teológicos. No documento Laudato si', de 24 de maio de 2015, o Papa Francisco critica o consumismo e o desenvolvimento irresponsável e lamenta a degradação ambiental e o aquecimento global.[197] O papa expressou preocupação de que o aquecimento do planeta seja um sintoma de um problema maior: a indiferença do mundo desenvolvido à destruição do planeta, à medida que os humanos buscam ganhos econômicos de curto prazo.[198]

Serviços sociais

Santa Teresa de Calcutá defendia os doentes e os pobres, praticando obras de misericórdia

A Igreja Católica é o maior provedor não governamental de educação e serviços médicos do mundo.[11] Em 2010, o Pontifício Conselho da Igreja Católica para Assistência Pastoral aos Trabalhadores da Saúde disse que a Igreja administra 26% dos estabelecimentos de saúde no mundo, incluindo hospitais, clínicas, orfanatos, farmácias e centros para pessoas com hanseníase. [199]

A Igreja sempre esteve envolvida na educação, desde a fundação das primeiras universidades da Europa. Dirige e patrocina milhares de escolas primárias e secundárias, faculdades e universidades em todo o mundo[200][201] e opera o maior sistema escolar não governamental do planeta.[202]

Os institutos religiosos para mulheres têm desempenhado um papel particularmente proeminente na prestação de serviços de saúde e educação,[203] como em ordens como as Irmãs da Misericórdia, as Irmãzinhas dos Pobres, as Missionárias da Caridade, as Missionárias da Caridade, as Irmãs de São José do Sagrado Coração, as Irmãs do Santíssimo Sacramento e as Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo.[204]

A freira católica Madre Teresa de Calcutá, na Índia, fundadora das Missionárias da Caridade, recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1979 por seu trabalho humanitário entre os pobres indianos.[205] O Bispo Carlos Filipe Ximenes Belo ganhou o mesmo prêmio em 1996 por "trabalhar em prol de uma solução justa e pacífica para o conflito em Timor-Leste".[206]

A Igreja também está ativamente engajada em ajuda e desenvolvimento internacional por meio de organizações como Caritas e Ajuda à Igreja Que Sofre, grupos de defesa de refugiados como o Serviço Jesuíta para Refugiados e grupos de ajuda comunitária como a Sociedade São Vicente de Paulo.[207]

Moralidade sexual

Alegoria da castidade por Hans Memling

A Igreja Católica chama todos os membros a praticar a castidade de acordo com seu estado de vida. A castidade inclui temperança, autodomínio, crescimento pessoal e cultural e graça divina. Requer abster-se de luxúria, masturbação, fornicação, pornografia, prostituição e, principalmente, estupro. A castidade para quem não é casado exige viver em abastinência, abster-se de atividade sexual; aqueles que são casados são chamados à castidade conjugal.[208]

Nos ensinamentos da igreja, a atividade sexual é reservada a casais, seja em um casamento sacramental entre cristãos ou em um casamento natural em que um ou ambos os cônjuges não são batizados. Mesmo em relacionamentos românticos, particularmente no noivado, os parceiros são chamados a praticar a abstinência, a fim de testar o respeito e a fidelidade mútuos. A castidade no casamento exige em particular a fidelidade conjugal e a proteção da fecundidade do casamento. O casal deve promover a confiança e a honestidade, bem como a intimidade espiritual e física. A atividade sexual deve sempre estar aberta à possibilidade de vida;[209] a Igreja chama isso de significado procriador. Isto deve, da mesma forma, sempre unir um casal apaixonado; a Igreja chama isto de significado unitivo.[210]

A contracepção e certas outras práticas sexuais não são permitidas, embora os métodos naturais de planejamento familiar sejam permitidos para proporcionar um espaçamento saudável entre os nascimentos ou para adiar as crianças por um motivo justo. O papa Francisco disse em 2015 que está preocupado com o fato de a igreja ter ficado "obcecada" por questões como aborto, casamento entre pessoas do mesmo sexo e contracepção e criticou a Igreja Católica por colocar o dogma antes do amor e por priorizar as doutrinas morais em vez de ajudar os pobres e marginalizados.[211][212]

Divórcio e declarações de nulidade

Henrique VIII da Inglaterra rompeu com a Igreja Católica para conseguir a anulação de seu casamento.

A lei canônica não prevê divórcio entre indivíduos batizados, pois um casamento sacramental válido e consumado é considerado um vínculo vitalício. No entanto, uma declaração de nulidade pode ser concedida quando é produzida a prova de que as condições essenciais para a contratação de um casamento válido estavam ausentes desde o início - em outras palavras, que o casamento não era válido devido a algum impedimento. Uma declaração de nulidade, comumente chamada de anulação, é um julgamento por parte de um tribunal eclesiástico que determina que um casamento foi tentado de forma inválida. Além disso, casamentos entre indivíduos não batizados podem ser dissolvidos com permissão papal em certas situações, como o desejo de se casar com um católico, sob o privilégio paulino ou petrino.[174][175]

Em todo o mundo, os tribunais diocesanos concluíram mais de 49 mil casos por nulidade de casamento em 2006. Nos últimos 30 anos, cerca de 55 a 70% das anulações ocorreram nos Estados Unidos. O crescimento das anulações foi substancial; nos Estados Unidos, 27 mil casamentos foram anulados até 2006, em comparação com 338 em 1968. No entanto, aproximadamente 200 mil católicos casados nos Estados Unidos se divorciam a cada ano; 10 milhões no total em 2006.[213][nota 9] O divórcio está aumentando em alguns países predominantemente católicos da Europa.[215]

Contracepção

O Papa Paulo VI emitiu o Humanae vitae em 25 de julho de 1968.

A igreja ensina que a relação sexual só deve ocorrer entre um homem e uma mulher que são casados, e deve ser sem o uso de controle de natalidade ou contracepção. Em sua encíclica Humanae vitae[210] (1968), o papa Paulo VI rejeitou firmemente toda contracepção, contradizendo os dissidentes da igreja que viam a pílula anticoncepcional como um método de contracepção eticamente justificável, embora permitisse a regulação dos nascimentos por meio de planejamento familiar natural. Esse ensino foi continuado especialmente por João Paulo II em sua encíclica Evangelium Vitae, onde ele esclareceu a posição da igreja sobre contracepção, aborto e eutanásia, condenando-os como parte de uma "cultura da morte" e apelando para uma "cultura da vida".[216]

Muitos católicos ocidentais expressaram desacordo significativo com os ensinamentos da igreja sobre contracepção.[217] O Catholics for Choice, um grupo de lobistas políticos que não está associado à Igreja Católica, declarou em 1998 que 96% das mulheres católicas dos Estados Unidos usaram contraceptivos em algum momento de suas vidas e que 72% dos católicos acreditavam que alguém poderia ser um bom católico sem obedecer aos ensinamentos da Igreja sobre controle de natalidade.[218] O uso de métodos naturais de planejamento familiar entre católicos dos Estados Unidos é supostamente baixo, embora esse dado não possa ser medido com clareza.[nota 10] Como os prestadores de serviços de saúde católicos estão entre os maiores cuidadores de pacientes com HIV/AIDS em todo o mundo, há controvérsia significativa dentro e fora da Igreja a respeito do uso de preservativos como um meio de limitar novas infecções, já que o uso de preservativos normalmente constitui uso contraceptivo proibido.[221]

Da mesma forma, a Igreja Católica se opõe à fertilização in vitro (FIV), dizendo que o processo artificial substitui o amor entre marido e mulher.[222] Além disso, opõe-se à fertilização in vitro porque pode causar o descarte de embriões; os católicos acreditam que um embrião é um indivíduo com uma alma que deve ser tratada como tal.[223] Por esse motivo, a igreja também se opõe ao aborto.[224]

Homossexualidade

Ver artigo principal: Homossexualidade e catolicismo

A Igreja Católica também ensina que "atos homossexuais" são "contrários à lei natural", "atos de grave depravação" e "sob nenhuma circunstância eles podem ser aprovados", mas que pessoas que experimentam tendências homossexuais devem receber respeito e dignidade. De acordo com o Catecismo da Igreja Católica ,

O número de homens e mulheres com tendências homossexuais arraigadas não é desprezível. Essa inclinação, objetivamente desordenada, constitui para muitos deles uma provação. Eles devem ser aceitos com respeito, compaixão e sensibilidade. Todo sinal de discriminação injusta em relação a eles deve ser evitado. ... Os homossexuais são chamados à castidade. Pelas virtudes do autodomínio que lhes ensinam a liberdade interior, às vezes com o apoio da amizade desinteressada, da oração e da graça sacramental, eles podem e devem se aproximar gradual e resolutamente da perfeição cristã.[225]

Esta parte do Catecismo foi citada pelo Papa Francisco em uma entrevista à imprensa de 2013, na qual ele comentou, quando perguntado sobre um indivíduo:

Se uma pessoa é gay e busca ao Senhor e tem boa vontade, bem, quem sou eu para julgá-la?[226]

Essa observação e outras feitas na mesma entrevista foram vistas como uma mudança no tom, mas não na substância do ensino da igreja,[227] que inclui oposição ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Certos grupos católicos dissidentes se opõem à posição da Igreja Católica e procuram mudá-la.[228]

Ordens sagradas e mulheres

Há uma sugestão controversa de que a mãe do Papa Pascoal I, a Episcopa Teodora, foi uma bispa católica.[229]

Mulheres e homens religiosos se envolvem em uma variedade de ocupações, da oração contemplativa, ao ensino, à prestação de cuidados de saúde e ao trabalho como missionários.[203][230] Embora as ordens sagradas sejam reservadas aos homens, as mulheres católicas têm desempenhado diversos papéis na vida da Igreja, com institutos religiosos fornecendo um espaço formal para sua participação e conventos fornecendo espaços para seu autogoverno, oração e influência ao longo de muitos séculos. As freiras têm se envolvido extensivamente no desenvolvimento e funcionamento das redes mundiais de serviços de educação e saúde da Igreja.[231]

Os esforços de apoio à ordenação de mulheres ao sacerdócio levaram a várias decisões da Cúria Romana ou dos papas contra a proposta, como na Declaração sobre a Questão de Admissão de Mulheres ao Sacerdócio Ministerial (1976), Mulieris Dignitatem (1988) e Ordinatio sacerdotalis (1994). De acordo com a última decisão, encontrada em Ordinatio sacerdotalis, o Papa João Paulo II afirmou que a Igreja Católica "não se considera autorizada a admitir mulheres na ordenação sacerdotal".[232]

Em oposição a essas decisões, grupos contrários realizaram cerimônias que afirmam serem ordenações sacramentais (com, supostamente, um bispo católico ordenador nos primeiros casos), o que, de acordo com a lei canônica, são ilícitas e inválidas e consideradas meras simulações[233] do sacramento da ordenação.[234][nota 11] A Congregação para a Doutrina da Fé respondeu emitindo uma declaração esclarecendo que quaisquer bispos católicos envolvidos em cerimônias de ordenação para mulheres, bem como as próprias mulheres, se fossem católicas, receberiam automaticamente a pena de excomunhão (latae sententiae, literalmente "com a sentença já aplicada", ou seja, automaticamente), citando o cânone 1378 da lei canônica e outras leis da igreja.[235]

Casos de abuso sexual

Desde a década de 1990, a questão do abuso sexual de menores por clérigos católicos e outros membros da igreja tornou-se objeto de litígio civil, processo criminal, cobertura da mídia e debate público em países ao redor do mundo. A Igreja Católica foi criticada por lidar com queixas de abuso quando se soube que alguns bispos haviam protegido padres acusados, transferindo-os para outras tarefas pastorais, onde alguns continuaram a cometer crimes sexuais. Em resposta ao escândalo, foram estabelecidos procedimentos formais para ajudar a prevenir abusos, incentivar a denúncia de qualquer abuso que ocorra e lidar com tais denúncias prontamente, embora os grupos representativos das vítimas tenham contestado sua eficácia.[236] Em 2014, o Papa Francisco instituiu a Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores para a salvaguarda de menores.[237]

História

A Última Ceia, uma pintura mural de Leonardo da Vinci no final da década de 1490, representando a última ceia de Jesus e seus doze apóstolos na véspera de sua crucificação. A maioria dos apóstolos está enterrada em Roma, incluindo São Pedro.

A religião cristã é baseada nos ensinamentos de Jesus Cristo, que viveu e pregou no século I na província da Judeia do Império Romano. A teologia católica ensina que a Igreja Católica contemporânea é a continuação dessa comunidade cristã primitiva estabelecida por Jesus.[6]

Era apostólica e papado

A comissão de Jesus a São Pedro

O Novo Testamento, em particular os Evangelhos, registra as atividades e os ensinamentos de Jesus, sua nomeação dos doze apóstolos e sua Grande Comissão dos Apóstolos, instruindo-os a continuar seu trabalho.[100][238] O livro Atos dos Apóstolos, fala sobre a fundação da igreja cristã e a propagação de sua mensagem ao império romano.[239] A Igreja Católica ensina que seu ministério público começou no Pentecostes, ocorrendo cinquenta dias após a data em que se acredita que Cristo ressuscitou.[101] No Pentecostes, acredita-se que os apóstolos tenham recebido o Espírito Santo, preparando-os para a missão de liderar a igreja. [240] A Igreja Católica ensina que o colégio dos bispos, liderado pelo Bispo de Roma, é o sucessor dos apóstolos.[241]

No relato da Confissão de Pedro, encontrada no Evangelho de Mateus, Cristo designa Pedro como a "rocha" sobre a qual a igreja de Cristo será construída.[242] A Igreja Católica considera o bispo de Roma, o papa, o sucessor de São Pedro. Alguns estudiosos afirmam que Pedro foi o primeiro bispo de Roma.[nota 12] Outros dizem que a instituição do papado não depende da ideia de que Pedro era bispo de Roma ou mesmo de ter estado em Roma.[243] Muitos estudiosos sustentam que uma estrutura da igreja de presbíteros/bispos plurais persistiu em Roma até meados do século II quando a estrutura de um único bispo e presbíteros plurais foi adotada e que escritores posteriores aplicaram retrospectivamente o termo "bispo de Roma" aos membros mais proeminentes do clero no período anterior e também ao próprio Pedro. Nesta base, Oscar Cullmann,[244] Henry Chadwick[245] e Bart D. Ehrman[246] questionam se havia um vínculo formal entre Pedro e o papado moderno. Raymond E. Brown também diz que é anacrônico falar de Pedro em termos de bispo local de Roma, mas que os cristãos daquele período teriam encarado Pedro como tendo "papéis que contribuiriam de maneira essencial para o desenvolvimento da função do papado na igreja subsequente". Esses papéis, diz Brown, "contribuíram enormemente para a visão de que o bispo de Roma, o bispo da cidade onde Pedro morreu e onde Paulo testemunhou a verdade de Cristo, era o sucessor de Pedro no cuidado da igreja universal". [247]

Antiguidade e Império Romano

As condições no Império Romano facilitaram a disseminação de novas ideias. A rede de estradas e hidrovias do império facilitou as viagens e a Pax Romana tornou tais viagens seguras. O império incentivou a disseminação de uma cultura comum com raízes gregas, que permitia que as ideias fossem mais facilmente expressas e compreendidas.[248]

Ao contrário da maioria das religiões do Império Romano, no entanto, o cristianismo exigia que seus seguidores renunciassem a todos os outros deuses, uma prática adotada no judaísmo (veja Idolatria). A recusa dos cristãos em participar de celebrações pagãs significava que eles eram incapazes de participar de grande parte da vida pública, o que fazia com que os não cristãos - incluindo as autoridades do governo - temessem que os cristãos estivessem irritando os deuses e, assim, ameaçando a paz e a prosperidade do Império. As perseguições resultantes foram uma característica definidora da autocompreensão cristã até que o cristianismo foi legalizado no século IV.[249]

Desenho do século XIX da antiga Basílica de São Pedro, construída originalmente em 318 pelo imperador Constantino

Em 313, o Édito de Milão do imperador Constantino I legalizou o cristianismo e, em 330, Constantino mudou a capital imperial para Constantinopla, na moderna Istambul, Turquia. Em 380, o Édito de Tessalônica fez do cristianismo niceno a igreja estatal do Império Romano, uma posição que dentro do território decrescente do Império Bizantino persistiria até que o próprio império terminasse na queda de Constantinopla em 1453, enquanto em outros lugares a igreja era independente do império, como ficou particularmente claro com o Grande Cisma. Durante o período dos Sete Concílios Ecumênicos, cinco visões primárias emergiram, um arranjo formalizado em meados do século VI pelo imperador Justiniano I como a pentarquia de Roma, Constantinopla, Antioquia, Jerusalém e Alexandria.[250][251] Em 451, o Concílio de Calcedônia, em um cânone de validade contestada,[252] elevou o Patriarcado de Constantinopla a uma posição "secundária em eminência e poder em relação ao bispo de Roma".[253] De c. 350 a c. 500, os bispos, ou papas, de Roma, aumentavam constantemente sua autoridade através da intervenção consistente em apoio aos líderes ortodoxos nas disputas teológicas, o que incentivava apelos a eles. [254] O imperador Justiniano, que nas áreas sob seu controle estabeleceu definitivamente uma forma de cesaropapismo,[255] na qual "ele tinha o direito e o dever de regulamentar por suas leis os mínimos detalhes de culto e disciplina, e também de ditar as opiniões teológicas para[256] restabelecer o poder imperial sobre Roma e outras partes do Ocidente, iniciando o período denominado papado bizantino (537-752), durante o qual os bispos de Roma, ou papas, exigiam a aprovação do imperador em Constantinopla ou de seu representante em Ravena para a consagração, e a maioria era selecionada pelo imperador por seus súditos de língua grega,[257] o que resultava em um "caldeirão" das tradições cristãs ocidentais e orientais em arte e liturgia.[258]

A maioria das tribos germânicas que nos séculos seguintes invadiram o Império Romano adotaram o cristianismo em sua forma ariana, que a Igreja Católica declarava herética.[259] A discórdia religiosa resultante entre governantes germânicos e súditos católicos[260] foi evitada quando, em 497, Clovis I, o governante franco, se converteu ao catolicismo ortodoxo, aliando-se ao papado e aos mosteiros.[261] Os visigodos na Espanha seguiram sua liderança em 589[262] e os lombardos na Itália no decorrer do século VII.[263]

O cristianismo ocidental, particularmente através de seus mosteiros, foi um fator importante na preservação da civilização clássica, com sua arte (ver iluminura) e alfabetização.[264][265] Através de sua Regra, Bento de Núrsia (c. 480-543), um dos fundadores do monaquismo ocidental, exerceu uma enorme influência sobre a cultura europeia através da apropriação da herança espiritual monástica da Igreja Católica e, com a difusão da tradição beneditina, através da preservação e transmissão da cultura antiga. Durante esse período, a Irlanda monástica tornou-se um centro de aprendizado e os primeiros missionários irlandeses, como Columbano e Columba, espalharam o cristianismo e estabeleceram mosteiros em toda a Europa continental.[1]

Idade Média e Renascença

Ver artigos principais: Idade Média e Renascimento

A Igreja Católica foi a influência dominante na civilização ocidental desde a Antiguidade tardia até o início da era moderna.[5] Foi o principal patrocinador dos estilos românico, gótico, renascentista, maneirista e barroco em arte, arquitetura e música.[266] Figuras renascentistas, como Rafael, Michelangelo, Leonardo da Vinci, Botticelli, Fra Angelico, Tintoretto, Ticiano, Bernini e Caravaggio, são exemplos dos inúmeros artistas visuais patrocinados pela Igreja.[267] O historiador Paul Legutko, da Universidade Stanford, disse que a Igreja Católica está "no centro do desenvolvimento dos valores, ideias, ciências, leis e instituições que constituem o que chamamos de civilização ocidental".[268]

Catedral de Chartres, 1220

As invasões islâmicas maciças de meados do século VII iniciaram uma longa luta entre o cristianismo e o islamismo em toda a bacia do Mediterrâneo. O Império Bizantino logo perdeu as terras dos patriarcados orientais de Jerusalém, Alexandria e Antioquia e foi reduzido ao de Constantinopla, capital do império. Como resultado da dominação islâmica do Mediterrâneo, o Estado franco, centrado fora desse mar, conseguiu evoluir como o poder dominante que moldou a Europa Ocidental da Idade Média.[269] As batalhas de Toulouse e Poitiers interromperam o avanço islâmico no Ocidente e o fracasso do cerco de Constantinopla o interrompeu no Oriente. Duas ou três décadas depois, em 751, o Império Bizantino perdeu para os lombardos a cidade de Ravena, da qual governava os pequenos fragmentos da Itália, incluindo Roma, que reconheciam sua soberania. A queda de Ravena significou que a confirmação de um exarca não mais existente não foi solicitada durante a eleição em 752 do papa Estêvão II e que o papado foi forçado a procurar outro poder civil para protegê-lo.[270] Em 754, a pedido urgente do Papa Estêvão, o rei franco Pepino, o Breve, conquistou os lombardos. Ele então presenteou as terras do ex-exarcado ao papa, iniciando assim os Estados papais. Roma e o leste bizantino mergulhariam em mais conflitos durante o cisma de Fócio dos anos 860, quando Fócio criticou o ocidente latino da adição da cláusula filioque depois de ser excomungado por Nicolau I. Embora o cisma tenha sido reconciliado, questões não resolvidas levariam a uma divisão adicional.[271]

No século XI, os esforços de Hildebrando de Sovana levaram à criação do Colégio dos Cardeais para eleger novos papas, começando com o Papa Alexandre II na eleição papal de 1061. Quando Alexandre II morreu, Hildebrando foi eleito para sucedê-lo, como Papa Gregório VII. O sistema eleitoral básico do Colégio de Cardeais, que Gregório VII ajudou a estabelecer, continuou a funcionar no século XXI. O papa Gregório VII iniciou ainda as reformas gregorianas a respeito da independência do clero da autoridade secular. Isto levou à controvérsia das investiduras entre a Igreja e os imperadores romano-germânicos, sobre a qual havia autoridade para nomear bispos e papas.[272][273]

Em 1095, o imperador bizantino Aleixo I apelou ao Papa Urbano II por ajuda contra invasões muçulmanas renovadas nas guerras bizantino-seljúcidas,[274] que levou Urbano a lançar a Primeira Cruzada com objetivo de ajudar o Império Bizantino e devolver a Terra Santa ao controle cristão.[275] No século XI, relações tensas entre a igreja grega e a igreja latina as separaram no Grande Cisma, parcialmente devido a conflitos sobre a autoridade papal. A Quarta Cruzada e o saque de Constantinopla por cruzados renegados provaram a brecha final.[276]

O período renascentista foi uma era de ouro para a arte católica. Na foto: o teto da Capela Sistina pintado por Michelangelo.

No início do século XIII, as ordens mendicantes foram fundadas por Francisco de Assis e Domingos de Gusmão. Os studia conventualia e studia generalia das ordens mendicantes desempenharam um grande papel na transformação das escolas catedrais e palácios patrocinados pela Igreja, como a de Carlos Magno em Aachen, nas principais universidades da Europa.[277] Teólogos e filósofos escolásticos, como o padre dominicano Tomás de Aquino, estudaram e ensinaram nesses locais. A Summa Theologica de Tomás de Aquino foi um marco intelectual em sua síntese do legado de filósofos gregos antigos, como Platão e Aristóteles, com o conteúdo da revelação cristã.[278]

Um crescente sentimento de conflitos entre igreja e Estado marcou o século XIV. Para escapar da instabilidade em Roma, Clemente V, em 1309, tornou-se o primeiro dos sete papas a residir na cidade fortificada de Avinhão, no sul da França[279] durante um período conhecido como Papado de Avignon. O papado de Avignon terminou em 1376, quando o papa retornou a Roma,[280] mas foi seguido em 1378 pelo Grande Cisma do Ocidente, com requerentes do papado em Roma, Avinhão e (depois de 1409) em Pisa. A questão foi amplamente resolvida em 1415–17 no Concílio de Constança, com os requerentes em Roma e Pisa concordando em renunciar e o terceiro reclamante excomungado pelos cardeais, que realizaram uma nova eleição com a vitória de Martinho V.[281]

Em 1438, o Concílio de Florença se reuniu, apresentando um forte diálogo focado na compreensão das diferenças teológicas entre o Oriente e o Ocidente, com a esperança de reunir as igrejas católica e ortodoxa.[282] Várias igrejas orientais se reuniram, formando a maioria das igrejas católicas orientais.[283]

Era dos Descobrimentos

Ver artigo principal: Era dos Descobrimentos
O convento de San Augustin, um centro missionário estabelecido em Yuriria, México, em 1550

A Era dos Descobrimentos, iniciada no século XV, viu a expansão da influência política e cultural da Europa Ocidental em todo o mundo. Devido ao papel proeminente que as nações fortemente católicas de Espanha e Portugal desempenharam no colonialismo ocidental, o catolicismo se espalhou para as Américas, Ásia e Oceania por exploradores, conquistadores e missionários, bem como pela transformação das sociedades através dos mecanismos sociopolíticos do domínio colonial. O Papa Alexandre VI concedeu direitos coloniais sobre a maioria das terras recém-descobertas a Espanha e Portugal[284] e o sistema de patronato permitiu às autoridades estatais, e não ao Vaticano, controlar todos os compromissos clericais nas novas colônias.[285] Em 1521, o explorador português Fernão de Magalhães fez os primeiros convertidos católicos nas Filipinas.[286] Em outros lugares, missionários portugueses sob o jesuíta espanhol Francisco Xavier evangelizaram na Índia, China e Japão.[287] A colonização francesa, iniciada no século XVI, estabeleceu uma população francófona católica romana e proibiu os não católicos de se estabelecerem na Nova França (atual Canadá ).[288][289][290]

Reforma Protestante e Contrarreforma

Ver artigos principais: Reforma Protestante e Contrarreforma
Martinho Lutero, originalmente um monge agostiniano, publicou as 95 Teses in 1517.

Em 1415, Jan Hus foi queimado na fogueira por heresia, mas seus esforços de reforma encorajaram Martinho Lutero, um monge agostiniano na Alemanha, que enviou suas noventa e cinco teses a vários bispos em 1517.[291] Suas teses protestaram contra pontos-chave da doutrina católica, bem como a venda de indulgências e, junto com o debate de Leipzig, isto levou à sua excomunhão em 1521.[292] Na Suíça, Úlrico Zuínglio, João Calvino e outros reformadores protestantes criticaram ainda mais os ensinamentos católicos. Esses desafios se desenvolveram até a Reforma Protestante, que deu origem à grande maioria das denominações protestantes[293] e também ao cripto-protestantismo dentro da Igreja Católica.[294] Enquanto isso, Henrique VIII solicitou ao papa uma declaração de nulidade a respeito de seu casamento com Catarina de Aragão. Quando o pedido foi negado, ele aprovou os Atos da Supremacia para torná-lo chefe da Igreja da Inglaterra, estimulando a Reforma Inglesa e o desenvolvimento do anglicanismo.[295]

A Reforma contribuiu para os confrontos entre a protestante Liga de Esmalcalda e o imperador católico Carlos V e seus aliados. A primeira guerra de nove anos terminou em 1555 com a Paz de Augsburgo, mas as tensões continuadas produziram um conflito muito mais grave - a Guerra dos Trinta Anos - que eclodiu em 1618. Na França, uma série de conflitos denominados Guerras Religiosas Francesas foi travada de 1562 a 1598 entre os huguenotes (calvinistas franceses) e as forças da Liga Católica Francesa, que foram apoiadas e financiadas por uma série de papas.[296] Isto terminou com o papa Clemente VIII, que hesitantemente aceitou o Édito de Nantes, proposto em 1598 pelo rei Henrique IV, concedendo tolerância civil e religiosa aos protestantes franceses.[297]

O Concílio de Trento (1545-1563) tornou-se a força motriz por trás da Contrarreforma em resposta ao movimento protestante. Em termos doutrinários, reafirmou os ensinamentos católicos centrais, como a transubstanciação e a exigência de amor e esperança, além de fé para alcançar a salvação.[298] Nos séculos seguintes, o catolicismo se espalhou amplamente por todo o mundo, em parte por meio de missionários e pelo imperialismo, embora seu domínio sobre as populações europeias tenha diminuído devido ao crescimento do ceticismo religioso durante e após o Iluminismo.[299]

Iluminação e período moderno

Ver artigo principal: Iluminismo
Ruínas da missão jesuítica em São Miguel das Missões no Brasil

A partir do século XVII, o Iluminismo questionou o poder e a influência da Igreja Católica sobre a sociedade ocidental.[300] No século XVIII, escritores como Voltaire e os Encyclopédistes escreveram críticas mordazes da religião e da Igreja Católica. Um alvo de suas críticas foi a revogação do Édito de Nantes em 1685 pelo rei Luís XIV da França, que encerrou uma política de um século de tolerância religiosa de huguenotes protestantes. À medida que o papado resistia aos impulsos pelo galicanismo, a Revolução Francesa de 1789 transferiu o poder para o Estado, causou a destruição de igrejas, o estabelecimento de um culto à razão[301] e o martírio de freiras durante o Terror. Em 1798, o general Louis-Alexandre Berthier de Napoleão Bonaparte invadiu a Península Italiana, aprisionando o papa Pio VI, que morreu em cativeiro. Napoleão mais tarde restabeleceu a Igreja Católica na França através da Concordata de 1801.[302] O fim das guerras napoleônicas trouxe o renascimento católico e o retorno dos Estados Papais.[1]

Em 1854, o papa Pio IX, com o apoio da esmagadora maioria dos bispos católicos, consultados entre 1851 e 1853, proclamou a Imaculada Conceição como um dogma na Igreja Católica.[303] Em 1870, o Primeiro Concílio Vaticano afirmou a doutrina da infalibilidade papal quando exercida em pronunciamentos especificamente definidos,[304][305] dando um golpe na posição rival do conciliarismo. A controvérsia sobre esta e outras questões resultou em um movimento separatista chamado Velha Igreja Católica.[306]

A Unificação Italiana da década de 1860 incorporou os Estados papais, incluindo a própria Roma a partir 1870, no Reino da Itália, terminando assim o poder temporal do papado. Em resposta, o papa Pio IX excomungou o rei Vítor Emanuel II, recusou o pagamento pela terra e rejeitou a Lei de Garantias, que lhe concedia privilégios especiais. Para evitar se sujeitar às autoridades italianas, ele permaneceu "prisioneiro no Vaticano" [307] Esse impasse, que foi mencionado como a questão romana, foi resolvido pelos Tratados Lateranenses de 1929, nos quais a Santa Sé reconheceu a soberania italiana sobre os antigos Estados Papais em troca de pagamento e o reconhecimento pela Itália da soberania papal sobre a Cidade do Vaticano como um novo Estado soberano e independente.[308]

Membros do 22.º Regimento Real Canadense em audiência com o Papa Pio XII, após a Libertação de Roma em 1944 durante a Segunda Guerra Mundial

A Lei de Calles de 1926, que separa igreja e Estado no México, levou à Guerra Cristero[309] na qual mais de 3.000 padres foram exilados ou assassinados,[310] igrejas profanadas, serviços ridicularizados, freiras estupradas e padres capturados baleados. Após a Revolução de Outubro de 1917, a perseguição à igreja e aos católicos na União Soviética continuou na década de 1930, com a execução e o exílio de clérigos, monges e leigos, o confisco de instrumentos religiosos e o fechamento de igrejas.[311][312] Na Guerra Civil Espanhola de 1936-1939, a hierarquia católica aliou-se aos nacionalistas de Franco contra o governo da Frente Popular,[313] citando como justificativa a violência republicana contra a igreja.[314][315] O papa Pio XI se referia a esses três países como um "triângulo terrível".[316][317]

Após violações do Reichskonkordat de 1933 entre a igreja e a Alemanha nazista, o papa Pio XI emitiu a encíclica Mit brennender Sorge de 1937, que condenou publicamente a perseguição dos nazistas à Igreja e sua ideologia de neopaganismo e superioridade racial .[318][319][320] A Igreja condenou a invasão da Polônia em 1939, que iniciou a Segunda Guerra Mundial e outras invasões nazistas na época da guerra.[321] Milhares de padres, freiras e irmãos católicos foram presos e assassinados em todos os países ocupados pelos nazistas, incluindo os santos Maximiliano Kolbe e Edith Stein.[322] Apesar do Papa Pio XII ser creditado por ajudar a salvar centenas de milhares de judeus durante o Holocausto,[323][324] a igreja também foi acusada de ter incentivado séculos de antissemitismo por seus ensinamentos[325] e de não ter feito o suficiente para parar as atrocidades nazistas.[326]

Durante o período pós-guerra, os governos comunistas na Europa Oriental restringiram severamente as liberdades religiosas.[327] Apesar de alguns sacerdotes e religiosos colaborarem com regimes comunistas,[328] muitos outros foram presos, deportados ou executados. A Igreja foi um participante importante na queda do comunismo na Europa, particularmente na República Popular da Polônia.[329]

Em 1949, a vitória comunista na Guerra Civil Chinesa levou à expulsão de todos os missionários estrangeiros.[330] O novo governo também criou a Igreja Patriótica e nomeou seus bispos. Essas nomeações foram inicialmente rejeitadas por Roma antes que muitas delas fossem aceitas.[331] Nos anos 1960, durante a Revolução Cultural, os comunistas chineses fecharam todos os estabelecimentos religiosos. Quando as igrejas chinesas finalmente reabriram, elas permaneceram sob o controle da Igreja Patriótica. Muitos pastores e padres católicos continuaram sendo enviados à prisão por se recusarem a renunciar à lealdade a Roma.[332]

Concílio Vaticano II

Ver artigo principal: Concílio Vaticano II
Bispos ouvem durante o Concílio Vaticano II

O Concílio Vaticano II (1962-1965) introduziu as mudanças mais significativas nas práticas católicas desde o Concílio de Trento, quatro séculos antes.[333] Iniciado pelo Papa João XXIII, esse concílio ecumênico modernizou as práticas da Igreja Católica, permitindo que a missa fosse dita em vernáculo (idioma local) e incentivando "uma participação plenamente consciente e ativa nas celebrações litúrgicas".[334] Ele pretendia tornar a Igreja mais próxima do mundo atual (aggiornamento), que foi descrito por seus seguiodres como uma "abertura das janelas".[335] Além de mudanças na liturgia, levou a mudanças na abordagem da igreja ao ecumenismo[336] e a um apelo a melhores relações com as religiões não cristãs, especialmente o judaísmo, em seu documento Nostra aetate.[337]

O concílio, no entanto, gerou polêmica significativa na implementação de suas reformas: os defensores do "Espírito do Vaticano II", como o teólogo suíço Hans Küng, disseram que o Vaticano II "não foi longe o suficiente" para mudar as políticas da Igreja.[338] Católicos tradicionalistas, como o arcebispo Marcel Lefebvre, no entanto, criticaram fortemente o concílio, argumentando que suas reformas litúrgicas levaram "à destruição do Santo Sacrifício da Missa e dos sacramentos", entre outras questões.[339]

Vários ensinamentos da Igreja Católica foram submetidos a um exame minucioso, simultaneamente e após o concílio; entre eles estava o ensinamento da igreja sobre a imoralidade da contracepção. A recente introdução da contracepção hormonal (incluindo "a pílula"), que alguns acreditavam ser moralmente diferente dos métodos anteriores, levou João XXIII a formar um comitê para aconselhá-lo sobre as questões morais e teológicas do novo método.[340][341] Mais tarde, o papa Paulo VI expandiu o escopo do comitê para examinar livremente todos os métodos e o relatório final sugeria a permissão de pelo menos alguns métodos contraceptivos. Paulo não concordou com os argumentos apresentados e, por fim, publicou o Humanae vitae, dizendo que sustentava o ensino constante pela Igreja contra a contracepção e expressamente incluía métodos hormonais conforme proibido. Este documento gerou uma reação amplamente negativa de muitos católicos.[342]

João Paulo II

Ver artigo principal: Papa João Paulo II
O Papa João Paulo II foi creditado como uma grande influência no fim da Guerra Fria e na queda do comunismo . Aqui com o presidente dos EUA, Ronald Reagan, e sua esposa, Nancy, em 1982.

Em 1978, o papa João Paulo II, ex-arcebispo de Cracóvia na República Popular da Polônia, tornou-se o primeiro papa não italiano em 455 anos. Seu pontificado de 26 anos e meio foi um dos mais longos da história.[343] Mikhail Gorbachev, presidente da União Soviética, creditou o papa polonês por acelerar a queda do comunismo na Europa.[344]

João Paulo II procurou evangelizar um mundo cada vez mais secular. Ele instituiu a Jornada Mundial da Juventude como um "encontro mundial com o papa" para os jovens; agora ela é realizada a cada dois a três anos.[345] Ele viajou mais do que qualquer outro papa, visitando 129 países[346] e usou a televisão e o rádio como meio de espalhar os ensinamentos da Igreja. Ele também enfatizou a dignidade do trabalho e os direitos naturais dos trabalhadores de ter salários justos e condições seguras no Laborem exercens.[347] Ele também enfatizou vários ensinamentos da Igreja, incluindo exortações morais contra o aborto, a eutanásia e o uso generalizado da pena de morte no Evangelium Vitae.[348]

Século XXI

Em 2005, após a morte de João Paulo II, o Papa Bento XVI, chefe da Congregação para a Doutrina da Fé de João Paulo II, foi eleito. Ele era conhecido por defender os valores cristãos tradicionais contra a secularização[349] e por aumentar o uso da missa tridentina, como encontrado no Missal Romano de 1962.[350] Em 2012, no 50º aniversário do Vaticano II, uma assembleia do Sínodo dos Bispos discutiu a re-evangelização de católicos não pritcantes no mundo desenvolvido.[351] Citando as fragilidades da idade avançada, Bento XVI renunciou em 2013, o primeiro papa a fazê-lo em quase 600 anos.[352]

Papa Francisco

Ver artigo principal: Papa Francisco
Ficheiro:Pope Francis and Ecumenical Patriarch Bartholomew.jpg
Papa Francisco and Patriarca de Constantinopla Bartolomeu I, 2014

O papa Francisco, o atual papa da Igreja Católica, sucedeu o papa Bento XVI em 2013 como o primeiro papa das Américas, o primeiro do Hemisfério Sul e o primeiro papa de fora da Europa desde o sírio Gregório III, que reinou no século VIII. O papa Francisco é reconhecido por seus esforços "para fechar ainda mais o afastamento de quase mil anos com as igrejas ortodoxas".[353]

Sua instalação contou com a presença do Patriarca Bartolomeu I de Constantinopla da Igreja Ortodoxa Oriental,[354] sendo a primeira vez desde o Grande Cisma de 1054 que o Patriarca Ecumênico Ortodoxo Oriental de Constantinopla participou de uma instalação papal.[355] Em 12 de fevereiro de 2016, o Papa Francisco e o Patriarca Cirilo I de Moscou, chefe da maior igreja ortodoxa oriental, se reuniram em Havana, Cuba, emitindo uma declaração conjunta pedindo a restauração da unidade dos cristãos entre as duas igrejas. Isso foi relatado como a primeira reunião de alto nível entre as duas igrejas desde o Grande Cisma de 1054.[356]

Em 2014, a Terceira Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos dirigiu o ministério da Igreja às famílias e casamentos e aos católicos em relacionamentos "irregulares", como aqueles que se divorciaram e se casaram fora da igreja sem declaração de nulidade.[357][358] Embora tenha sido acolhido por alguns, foi criticado por alguns pela ambiguidade, o que provocou controvérsias.[359] Em 2017, durante uma visita ao Egito, o Papa Francisco restabeleceu o reconhecimento mútuo do batismo com a Igreja Ortodoxa Copta.[360]

Ver também

Notas

  1. Embora a Igreja Católica se considere a continuação autêntica da comunidade cristã fundada por Jesus Cristo, ela ensina que outras igrejas e comunidades cristãs podem estar em comunhão imperfeita com a Igreja Católica.
  2. Citação de Santo Inácio aos Esmirna (c. 110 d.C.): "Onde quer que o bispo apareça, aí esteja o povo, assim como onde Jesus estiver, aí está a Igreja Católica."[15]
  3. Exemplos de uso de "católico romano" pela Santa Sé: as encíclicas Divini Illius Magistri Arquivado em 2010-09-23 no Wayback Machine do Papa Pio XI e Humani generis Arquivado em 2012-04-19 no Wayback Machine do Papa Pio XII; declarações conjuntas assinadas pelo Papa Bento XVI e pelo Arcebispo de Canterbury Rowan Williams em 23 de novembro de 2006 Arquivado em 2013-03-02 no Wayback Machine e Patriarca Bartolomeu I de Constantinopla em 30 de novembro de 2006.
  4. Exemplo de uso de católico "romano" por uma conferência de bispos: O Catecismo de Baltimore, um catecismo oficial autorizado pelos bispos católicos dos Estados Unidos, afirma: "É por isso que somos chamados de católicos romanos; para mostrar que somos unida ao verdadeiro sucessor de São Pedro "(Pergunta 118) e se refere à igreja como a "Igreja Católica Romana" nas perguntas 114 e 131 (Baltimore Catechism).
  5. A última renúncia ocorreu em 28 de fevereiro de 2013, quando Papa Bento XVI se aposentou, alegando problemas de saúde em sua idade avançada. A próxima renúncia mais recente ocorreu em 1415, como parte da resolução do Papado de Avignon do Concílio de Constança.[34]
  6. Em 1992, o Vaticano esclareceu que o Código de Direito Canônico de 1983 removeu a exigência de que os coroinhas fossem homens; a permissão para usar coroinhas dentro de uma diocese fica a critério do bispo.[70]e
  7. Outros conselhos que trataram dos sacramentos incluem o Segundo Concílio de Lyon (1274); Concílio de Florença (1439); bem como o Concílio de Trento (1547)
  8. Os casamentos envolvendo indivíduos não batizados são considerados válidos, mas não sacramentais. Embora os casamentos sacramentais sejam insolúveis, os casamentos não sacramentais podem ser dissolvidos em certas situações, como o desejo de se casar com um católico, sob privilégios paulinos ou petrinos.[174][175]
  9. Com relação ao divórcio nos Estados Unidos, segundo o Barna Group, entre todos os casados, 33% se divorciaram pelo menos uma vez; entre os católicos estadunidense, 28% (o estudo não rastreou anulações religiosas).[214]
  10. Em relação ao uso de planejamento familiar natural, em 2002, 24% da população dos Estados Unidos identificada como católica,[219] mas de acordo com um estudo de 2002 dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças sobre estadunidenses sexualmente ativos que evitavam a gravidez, apenas 1,5% usavam PFN.[220]
  11. De acordo com as sacerdotisas católicas romanas:"O principal bispo católico romano consagrado que ordenou nossas primeiras mulheres bispos é um bispo com sucessão apostólica dentro da Igreja Católica Romana em plena comunhão com o papa."[234]
  12. Enciclopédia Católica (ed.). «The Real Presence of Christ in the Eucharist». Consultado em 23 de janeiro de 2021 
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  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Catholic Church».

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