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Religião no Brasil: diferenças entre revisões

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{{Cultura do Brasil}}
{{Cultura do Brasil}}
A '''religião no Brasil''' é muito diversificada e caracteriza-se pelo [[sincretismo]]. A [[Constituição brasileira de 1988|Constituição]] prevê a [[liberdade de religião]] e a [[Igreja]] e o [[Estado]] estão oficialmente [[Separação Igreja-Estado|separados]], sendo o [[Brasil]] um [[Estado laico]].<ref name="Laicismo">{{citar web|url=http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=8519|titulo=Brasil: Estado laico e a inconstitucionalidade da existência de símbolos religiosos em prédios públicos|ultimo=Fernando Fonseca de Queiroz|data=Outubro de 2005|publicado=Jus Navigandi|acessodata=30/11/2009}}</ref> A legislação brasileira proíbe qualquer tipo de [[intolerância religiosa|intolerância]], sendo a prática religiosa geralmente livre no país. Segundo o Relatório Internacional de Liberdade Religiosa de 2005, elaborado pelo [[Departamento de Estado dos Estados Unidos]], a "relação geralmente amigável entre religiões contribui para a [[liberdade religiosa]]" no Brasil.<ref name="USDS">{{citar web | título = Brazil |títulolivro= International Religious Freedom Report | editora = U.S. Department of State | data = 2005-11-08 | url = http://www.state.gov/g/drl/rls/irf/2005/51629.htm | acessodata = 2008-06-08 }}</ref> O [[Brasil]] é um país religiosamente diverso, com a tendência de mobilidade entre as [[religião|religiões]] e o [[sincretismo religioso]].<ref>[http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/brasil/religiao-predominante-no-brasil-2.php Religião Predominante no Brasil - Portal São Francisco]</ref>
A '''religião no Brasil''' é muito diversificada e caracteriza-se pelo [[sincretismo]]. A [[Constituição brasileira de 1988|Constituição]] prevê a [[liberdade de religião]] e a [[Igreja]] e o [[Estado]] estão oficialmente [[Separação Igreja-Estado|separados]], sendo o [[Brasil]] um [[Estado laico]].<ref name="Laicismo">{{citar web|url=http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=8519|titulo=Brasil: Estado laico e a inconstitucionalidade da existência de símbolos religiosos em prédios públicos|ultimo=Fernando Fonseca de Queiroz|data=Outubro de 2005|publicado=Jus Navigandi|acessodata=30/11/2009}}</ref> A legislação brasileira proíbe qualquer tipo de [[intolerância religiosa|intolerância]], sendo a prática religiosa geralmente livre no país. Segundo o Relatório Internacional de Liberdade Religiosa de 2005, elaborado pelo [[Departamento de Estado dos Estados Unidos]], a "relação geralmente amigável entre religiões contribui para a [[liberdade religiosa]]" no Brasil.<ref name="USDS">{{citar web | título = Brazil |títulolivro= International Religious Freedom Report | editora = U.S. Department of State | data = 2005-11-08 | url = http://www.state.gov/g/drl/rls/irf/2005/51629.htm | acessodata = 2008-06-08 }}</ref> O [[Brasil]] é um país religiosamente diverso, com a tendência de mobilidade entre as [[religião|religiões]] e o [[sincretismo religioso]].<ref>{{Citar periódico|titulo=Religião Predominante no Brasil, Católica Religião Predominante no Brasil|url=http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/brasil/religiao-predominante-no-brasil-2.php|jornal=Portal São Francisco}}</ref>


== Estatísticas ==
== Estatísticas ==
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Nas últimas décadas, tem havido um grande aumento de [[Neopentecostalismo|igrejas neopentecostais]], o que diminuiu o número de membros tanto da [[Igreja Católica]] quanto das [[religiões afro-brasileiras]].<ref>[http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=3378 Brasil, um país com mais evangélicos e menos católicos]</ref> Cerca de noventa por cento dos brasileiros declararam algum tipo de afiliação religiosa no último [[Censo demográfico|censo]] realizado.<ref>[http://www2.ibope.com.br/calandrakbx/filesmng.nsf/Opiniao%20Publica/Downloads/Opp992-criacionismo.pdf/$File/Opp992-criacionismo.pdf IBOPE - Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística. ''Pesquisa de Opinião Pública sobre Criacionismo''. Dec. 2004].</ref>
Nas últimas décadas, tem havido um grande aumento de [[Neopentecostalismo|igrejas neopentecostais]], o que diminuiu o número de membros tanto da [[Igreja Católica]] quanto das [[religiões afro-brasileiras]].<ref>[http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=3378 Brasil, um país com mais evangélicos e menos católicos]</ref> Cerca de noventa por cento dos brasileiros declararam algum tipo de afiliação religiosa no último [[Censo demográfico|censo]] realizado.<ref>[http://www2.ibope.com.br/calandrakbx/filesmng.nsf/Opiniao%20Publica/Downloads/Opp992-criacionismo.pdf/$File/Opp992-criacionismo.pdf IBOPE - Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística. ''Pesquisa de Opinião Pública sobre Criacionismo''. Dec. 2004].</ref>


O [[censo demográfico]] realizado em 2010, pelo [[IBGE]], apontou a seguinte composição religiosa no Brasil: 64,6% dos [[brasileiros]] (cerca de 123 milhões) declaram-se [[católico]]s; 22,2% (cerca de 42,3 milhões) declaram-se [[protestantes]] (evangélicos tradicionais, [[pentecostal|pentecostais]] e [[neopentecostal|neopentecostais]]); 8,0% (cerca de 15,3 milhões) declaram-se [[sem religião|irreligiosos]]: [[ateísmo|ateus]], [[agnosticismo|agnósticos]], ou [[deísmo|deístas]]; 2,0% (cerca de 3,8 milhões) declaram-se [[Doutrina Espírita|espíritas]]; 0,7% (1,4 milhão) declaram-se as [[testemunhas de Jeová]]; 0,3% (588 mil) declaram-se seguidores do [[religiões tradicionais africanas|animismo afro-brasileiro]] como o [[Candomblé]], o [[Tambor-de-mina]], além da [[Umbanda]]; 1,6% (3,1 milhões) declaram-se seguidores de outras religiões, tais como: os [[budismo|budistas]] (243 mil), os [[judaísmo|judeus]] (107 mil), os [[Igreja Messiânica Mundial|messiânicos]] (103 mil), os [[esoterismo|esotéricos]] (74 mil), os [[espiritualista]]s (62 mil), os [[Islã|islâmicos]] (35 mil) e os [[santo daime|hoasqueiros]] (35 mil). Há ainda registros de pessoas que declaram-se [[Fé Bahá'í|baha'ís]] e [[wicca]]nos, porém nunca foi revelado um número exato dos seguidores de tais religiões no país.<ref name="Censo2010"/>
O censo demográfico realizado em 2010, pelo [[IBGE]], apontou a seguinte composição religiosa no Brasil: 64,6% dos [[brasileiros]] (cerca de 123 milhões) declaram-se [[católico]]s; 22,2% (cerca de 42,3 milhões) declaram-se [[protestantes]] (evangélicos tradicionais, [[pentecostal|pentecostais]] e [[neopentecostal|neopentecostais]]); 8,0% (cerca de 15,3 milhões) declaram-se [[sem religião|irreligiosos]]: [[ateísmo|ateus]], [[agnosticismo|agnósticos]], ou [[deísmo|deístas]]; 2,0% (cerca de 3,8 milhões) declaram-se [[Doutrina Espírita|espíritas]]; 0,7% (1,4 milhão) declaram-se as [[testemunhas de Jeová]]; 0,3% (588 mil) declaram-se seguidores do [[religiões tradicionais africanas|animismo afro-brasileiro]] como o [[Candomblé]], o [[Tambor-de-mina]], além da [[Umbanda]]; 1,6% (3,1 milhões) declaram-se seguidores de outras religiões, tais como: os [[budismo|budistas]] (243 mil), os [[judaísmo|judeus]] (107 mil), os [[Igreja Messiânica Mundial|messiânicos]] (103 mil), os [[esoterismo|esotéricos]] (74 mil), os [[espiritualista]]s (62 mil), os [[Islã|islâmicos]] (35 mil) e os [[santo daime|hoasqueiros]] (35 mil). Há ainda registros de pessoas que declaram-se [[Fé Bahá'í|baha'ís]] e [[wicca]]nos, porém nunca foi revelado um número exato dos seguidores de tais religiões no país.<ref name="Censo2010"/>


== Grupos religiosos ==
== Grupos religiosos ==

=== Bahá'í ===
=== Bahá'í ===
{{Artigo principal|Fé Bahá'í no Brasil}}
{{Artigo principal|Fé Bahá'í no Brasil}}
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[[Imagem:Zu Lai.jpg|thumb|Templo budista [[Templo Zu Lai|Zu Lai]] em [[Cotia (São Paulo)|Cotia]], [[São Paulo]], o maior da [[América Latina]].<ref>{{citar web|URL=http://www.turismobackpacker.com/templo-zu-lai-o-maior-templo-budista-da-america-do-sul-esta-em-sao-paulo/|título=Templo Zu Lai o maior templo budista da América do Sul|autor=Douglas Sawaki, Júlia Sawaki|data=14 de março de 2013|publicado=Turismo Backpacker|acessodata=11 de novembro de 2014}}</ref>]]
[[Imagem:Zu Lai.jpg|thumb|Templo budista [[Templo Zu Lai|Zu Lai]] em [[Cotia (São Paulo)|Cotia]], [[São Paulo]], o maior da [[América Latina]].<ref>{{citar web|URL=http://www.turismobackpacker.com/templo-zu-lai-o-maior-templo-budista-da-america-do-sul-esta-em-sao-paulo/|título=Templo Zu Lai o maior templo budista da América do Sul|autor=Douglas Sawaki, Júlia Sawaki|data=14 de março de 2013|publicado=Turismo Backpacker|acessodata=11 de novembro de 2014}}</ref>]]


O budismo é provavelmente a maior de todas as religiões minoritárias do Brasil. Segundo o [[Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]] (IBGE), em 2010 havia {{formatnum:243966}} [[Budismo no Brasil|budistas no Brasil]]<ref name="Censo2010"/> - em 1991: 236.408 budistas, em 2000 214.873 budistas no país (- 9.1%)<ref>[http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142004000300019 Usarski, Frank: O dharma verde-amarelo mal-sucedido - um esboço da acanhada situação do Budismo, Estudos avançados vol.18 no.52 São Paulo Dec. 2004]</ref> O número relativamente grande de seguidores é devido, principalmente, a grande comunidade [[Nipo-brasileiro|japonesa brasileira]]. Cerca de um quinto da [[Imigração japonesa no Brasil|comunidade japonesa no Brasil]] é seguidora do budismo. Ramos budistas japonesas, como o [[Budismo de Nitiren]] (mais notavelmente a [[Soka Gakkai]]), [[Jodo Shinshu]] e [[Zen]] são os mais populares.
O budismo é provavelmente a maior de todas as religiões minoritárias do Brasil. Segundo o [[Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]] (IBGE), em 2010 havia {{formatnum:243966}} [[Budismo no Brasil|budistas no Brasil]]<ref name="Censo2010"/> em 1991 {{Fmtn|236408}} budistas, em 2000 {{Fmtn|214873}} budistas no país (-9.1%)<ref>{{Citar periódico|ultimo=Usarski|primeiro=Frank|data=dezembro de 2004|titulo=O dharma verde-amarelo mal-sucedido: um esboço da acanhada situação do Budismo|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0103-40142004000300019&lng=en&nrm=iso&tlng=pt|jornal=Estudos Avançados|volume=18|numero=52|paginas=303–320|doi=10.1590/S0103-40142004000300019|issn=0103-4014|via=}}</ref> O número relativamente grande de seguidores é devido, principalmente, a grande comunidade [[Nipo-brasileiro|japonesa brasileira]]. Cerca de um quinto da [[Imigração japonesa no Brasil|comunidade japonesa no Brasil]] é seguidora do budismo. Ramos budistas japonesas, como o [[Budismo de Nitiren]] (mais notavelmente a [[Soka Gakkai]]), [[Jodo Shinshu]] e [[Zen]] são os mais populares.


No entanto, nos últimos anos tradições [[Religiões orientais|chinesas]] e do [[sudeste asiático]], como a [[Mahayana]] e [[Theravada]], estão ganhando popularidade. O budismo foi introduzido no Brasil no início do século XX, por imigrantes japoneses, embora agora, 60% dos brasileiros japoneses sejam [[Cristianismo|cristãos]] devido às atividades missionárias e casamento. No entanto, a cultura brasileira japonesa tem uma substancial influência budista.
No entanto, nos últimos anos tradições [[Religiões orientais|chinesas]] e do [[sudeste asiático]], como a [[Mahayana]] e [[Theravada]], estão ganhando popularidade. O budismo foi introduzido no Brasil no início do século XX, por imigrantes japoneses, embora agora, 60% dos brasileiros japoneses sejam [[Cristianismo|cristãos]] devido às atividades missionárias e casamento. No entanto, a cultura brasileira japonesa tem uma substancial influência budista.


=== Cristianismo ===
=== Cristianismo ===

==== Catolicismo ====
==== Catolicismo ====
{{Artigo principal|Catolicismo no Brasil}}
{{Artigo principal|Catolicismo no Brasil}}
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O protestantismo chegou ao [[Brasil]] pela primeira vez com viajantes e nas tentativas de colonização do Brasil por [[huguenotes]] (nome dado aos reformados [[França|franceses]]) e reformados holandeses e flamengos durante o [[Brasil Colônia|período colonial]]. Esta tentativa não deixou frutos persistentes. Uma missão francesa enviada por [[João Calvino]] se estabeleceu, em 1557, numa das ilhas da [[Baía de Guanabara]], fundando a [[França Antártica]].
O protestantismo chegou ao [[Brasil]] pela primeira vez com viajantes e nas tentativas de colonização do Brasil por [[huguenotes]] (nome dado aos reformados [[França|franceses]]) e reformados holandeses e flamengos durante o [[Brasil Colônia|período colonial]]. Esta tentativa não deixou frutos persistentes. Uma missão francesa enviada por [[João Calvino]] se estabeleceu, em 1557, numa das ilhas da [[Baía de Guanabara]], fundando a [[França Antártica]].


Os dados do Censo 2010 mostram que as religiões protestantes de origem pentecostal são as que têm a maior proporção de fieis com renda per capita inferior a um salário mínimo: 63,7% do total. Os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) também mostram diferenças entre as áreas rurais e urbanas do país. Nas zonas rurais, 77,9% são católicos e 10,1% são evangélicos de origem [[Pentecostalismo|pentecostal]], enquanto nas zonas urbanas esses percentuais são de 62,2% e 13,9%, respectivamente. Na média do país, 64,6% se declararam católicos e 12,2%, evangélicos pentecostais<ref>{{citar web |url=http://www.odiariodemogi.inf.br/panorama/geral/3094-pobres-sao-maioria-entre-evangelicos.html |título=Pobres são maioria entre evangélicos |editor=O Diário |data=29 de junho de 2012 |acessodata=29 de janeiro de 2013}}</ref>
Os dados do Censo 2010 mostram que as religiões protestantes de origem pentecostal são as que têm a maior proporção de fieis com renda per capita inferior a um salário mínimo: 63,7% do total. Os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) também mostram diferenças entre as áreas rurais e urbanas do país. Nas zonas rurais, 77,9% são católicos e 10,1% são evangélicos de origem [[Pentecostalismo|pentecostal]], enquanto nas zonas urbanas esses percentuais são de 62,2% e 13,9%, respectivamente. Na média do país, 64,6% se declararam católicos e 12,2%, evangélicos pentecostais.<ref>{{citar web |url=http://www.odiariodemogi.inf.br/panorama/geral/3094-pobres-sao-maioria-entre-evangelicos.html |título=Pobres são maioria entre evangélicos |editor=O Diário |data=29 de junho de 2012 |acessodata=29 de janeiro de 2013}}</ref>


==== Adventismo ====
==== Adventismo ====
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O adventismo chegou ao Brasil em 1884 através de publicações que chegaram pelo porto de [[Itajaí]] com destino a cidade de [[Brusque]], no interior de [[Santa Catarina]]. Em maio de 1893 chegou o primeiro missionário adventista, Alberto B. Stauffer que introduziu formalmente através da [[colportor|Colportagem]] os primeiros contatos com a população. Em abril de 1895 foi realizado o primeiro batismo em [[Piracicaba]], SP, sendo Guilherme Stein Jr o primeiro converso. Inicialmente os estados brasileiros com maior presença germânica foram atingidos pela literatura adventista. Conforme informações repassadas pelo pastor F Westphal, a primeira Igreja Adventista do Sétimo Dia em solo nacional foi estabelecida na região de [[Gaspar]], em Santa Catarina, em 1895, seguida por congregações no [[Rio de Janeiro]] e em [[Santa Maria de Jetibá]], no [[Espírito Santo (estado)|Espírito Santo]], todas no mesmo ano.<ref>{{Citar web|url=http://www.aes.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3&Itemid=5|título=História da Igreja Adventista no Brasil|autor=Associação Espírito Santense IASD}}</ref>
O adventismo chegou ao Brasil em 1884 através de publicações que chegaram pelo porto de [[Itajaí]] com destino a cidade de [[Brusque]], no interior de [[Santa Catarina]]. Em maio de 1893 chegou o primeiro missionário adventista, Alberto B. Stauffer que introduziu formalmente através da [[colportor|Colportagem]] os primeiros contatos com a população. Em abril de 1895 foi realizado o primeiro batismo em [[Piracicaba]], SP, sendo Guilherme Stein Jr o primeiro converso. Inicialmente os estados brasileiros com maior presença germânica foram atingidos pela literatura adventista. Conforme informações repassadas pelo pastor F Westphal, a primeira Igreja Adventista do Sétimo Dia em solo nacional foi estabelecida na região de [[Gaspar]], em Santa Catarina, em 1895, seguida por congregações no [[Rio de Janeiro]] e em [[Santa Maria de Jetibá]], no [[Espírito Santo (estado)|Espírito Santo]], todas no mesmo ano.<ref>{{Citar web|url=http://www.aes.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3&Itemid=5|título=História da Igreja Adventista no Brasil|autor=Associação Espírito Santense IASD}}</ref>


Com a fundação da gráfica adventista em 1905 em [[Taquari]], RS (atual Casa Publicadora Brasileira<ref>[http://www.cpb.com.br]</ref> localizada em [[Tatuí]]-SP), o trabalho se estabeleceu entre os brasileiros e se expandiu em todos os estados. A primeira [[Escola Adventista]] no Brasil surgiu em 1896 na cidade de [[Curitiba]]. Em 2005 somam-se 393 escolas de ensino fundamental e 118 do ensino médio com o total de 111.453 alunos e seis instituições de Ensino Superior (IES) com mais de cinco mil alunos que tem no [[Centro Universitário Adventista de São Paulo]], sua matriz educacional. O UNASP<ref>[http://www.unasp.br]</ref> como é conhecida esta IES, surgiu em 1915, no [[Capão Redondo]], SP e hoje conta com três campi: na cidade de [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], em [[Engenheiro Coelho]] e [[Hortolândia]].
Com a fundação da gráfica adventista em 1905 em [[Taquari]], RS (atual Casa Publicadora Brasileira<ref>{{Citar web|url=http://www.cpb.com.br|titulo=CPB {{!}} Editora de Livros e Revistas da Igreja Adventista do Sétimo Dia|acessodata=2017-11-14|obra=www.cpb.com.br}}</ref> localizada em [[Tatuí]]-SP), o trabalho se estabeleceu entre os brasileiros e se expandiu em todos os estados. A primeira [[Escola Adventista]] no Brasil surgiu em 1896 na cidade de [[Curitiba]]. Em 2005 somam-se 393 escolas de ensino fundamental e 118 do ensino médio com o total de 111.453 alunos e seis instituições de Ensino Superior (IES) com mais de cinco mil alunos que tem no [[Centro Universitário Adventista de São Paulo]], sua matriz educacional. O UNASP<ref>{{Citar web|url=http://www.unasp.br|titulo=Home - UNASP - Centro Universitário Adventista de São Paulo|acessodata=2017-11-14|obra=UNASP - Centro Universitário Adventista de São Paulo}}</ref> como é conhecida esta IES, surgiu em 1915, no [[Capão Redondo]], SP e hoje conta com três campi: na cidade de [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], em [[Engenheiro Coelho]] e [[Hortolândia]].


==== Mormonismo ====
==== Mormonismo ====
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O [[mormonismo]] chegou ao Brasil em 1923, por meio de imigrantes alemães, porém o trabalho de proselitismo só se iniciou em 1929.<ref>{{Citar web|url=http://www.mormonnewsroom.org/facts-and-statistics/country/brazil|título=Facts and Statistics: Brazil|autor=Mormon Newsroom|acessodata=11 de agosto de 2013}}</ref> De acordo com dados do IBGE, existiam {{formatnum:226509}} [[A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias no Brasil|mórmons no Brasil]],<ref name="Censo2010"/> e [[Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias|A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias]] possui mais de 1.289.376 membros no país,<ref name = SLT13>"LDS Church says membership now 13 million worldwide", ''Salt Lake Tribune'', 25 de junho de 2007.</ref><ref name = LDS13>Press Release, LDS Church, [http://www.lds.org/ldsnewsroom/v/index.jsp?vgnextoid=80fc110c00c53110VgnVCM100000176f620aRCRD&vgnextchannel=9ae411154963d010VgnVCM1000004e94610aRCRD "One Million Missionaries, Thirteen Million Members"], 25 de junho de 2007.</ref> com um crescimento de aproximadamente 460% nos últimos seis anos.<ref name="Dados da igreja mórmon">{{Citar web |url=http://www.infoescola.com/religiao/mormons/|título=Reestruturação da igreja Mórmon|autor=InfoEscola|data=24 de novembro de 2007|acessodata=24 de junho de 2010}}</ref> Tem 34 Missões, 1.996 Congregações, 6 Templos e 329 Centros de História da Família.
O [[mormonismo]] chegou ao Brasil em 1923, por meio de imigrantes alemães, porém o trabalho de proselitismo só se iniciou em 1929.<ref>{{Citar web|url=http://www.mormonnewsroom.org/facts-and-statistics/country/brazil|título=Facts and Statistics: Brazil|autor=Mormon Newsroom|acessodata=11 de agosto de 2013}}</ref> De acordo com dados do IBGE, existiam {{formatnum:226509}} [[A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias no Brasil|mórmons no Brasil]],<ref name="Censo2010"/> e [[Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias|A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias]] possui mais de 1.289.376 membros no país,<ref name = SLT13>"LDS Church says membership now 13 million worldwide", ''Salt Lake Tribune'', 25 de junho de 2007.</ref><ref name = LDS13>Press Release, LDS Church, [http://www.lds.org/ldsnewsroom/v/index.jsp?vgnextoid=80fc110c00c53110VgnVCM100000176f620aRCRD&vgnextchannel=9ae411154963d010VgnVCM1000004e94610aRCRD "One Million Missionaries, Thirteen Million Members"], 25 de junho de 2007.</ref> com um crescimento de aproximadamente 460% nos últimos seis anos.<ref name="Dados da igreja mórmon">{{Citar web |url=http://www.infoescola.com/religiao/mormons/|título=Reestruturação da igreja Mórmon|autor=InfoEscola|data=24 de novembro de 2007|acessodata=24 de junho de 2010}}</ref> Tem 34 Missões, 1.996 Congregações, 6 Templos e 329 Centros de História da Família.


A [[A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias|Igreja Mórmon]] no [[Brasil]] é presidida pelos Élderes (título que significa "senhor","Irmão mais velho", "ancião") Cláudio R. M. Costa (Presidente),<ref>{{Citar web |url=http://www.lds.org/church/leader/claudio-r-m-costa?lang=por|título=Autoridades Gerais: Élder Cláudio R. M. Costa|autor=A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias|acessodata=11 de agosto de 2013}}</ref> Jairo Mazzagardi (Primeiro Conselheiro)<ref>{{Citar web |url=http://www.lds.org/church/leader/carlos-a-godoy?lang=por|título=Autoridades Gerais: Élder Carlos A. Godoy|autor=A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias|acessodata=11 de agosto de 2013}}</ref> e Marcos A. Aidukaitis (Segundo Conselheiro).<ref>{{Citar web |url=http://www.lds.org/church/leader/jairo-mazzagardi?lang=por|título=Autoridades Gerais: Élder Jairo Mazzagardi|autor=A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias|acessodata=11 de agosto de 2013}}</ref> No país, os mórmons, também chamados de SUD [[Os Santos dos Últimos Dias|santos dos últimos dias]], têm seis templos construídos, dedicados e em funcionamento (em [[Templo de São Paulo (SUD)|São Paulo]], [[Templo do Recife|Recife]], [[Templo de Porto Alegre|Porto Alegre]], [[Templo de Campinas|Campinas]], [[Templo de Curitiba (SUD)|Curitiba]] e [[Templo de Manaus (SUD)|Manaus]]) e três a construir, em [[Templo de Fortaleza|Fortaleza]], [[Templo do Rio de Janeiro|Rio de Janeiro]] e [[Belém (Pará)|Belém]].<ref>{{Citar web|url=http://www.saladeimprensamormon.org.br/artigo/quatro-novos-templos-anunciados-pelo-presidente-monson|titulo=Quatro novos templos anunciados pelo Presidente Monson|data=2016-04-04|acessodata=2016-04-23|obra=www.saladeimprensamormon.org.br}}</ref> Pela crença mórmon, nesses templos são realizadas ordenanças como batismo vicário, casamento celestial e selamento de famílias, além de ser um lugar de aprendizado e espiritualidade. Somente membros batizados e dignos podem entrar os templos.<ref>{{Citar web |url=http://www.lds.org/church/temples/why-we-build-temples/what-happens-in-temples?lang=por&country=br|título=O que Acontece nos Templos|autor=A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias|acessodata=11 de agosto de 2013}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.lds.org/church/temples/why-we-build-temples/blessings-of-the-temple?lang=por&country=br|título=As Bênçãos do Templo|autor=Thomas S. Monson|data=junho de 1992|acessodata=11 de agosto de 2013}}</ref> A [[A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias|Igreja Mórmon]] realiza reuniões de adoração aos domingos em suas igrejas pelo Brasil que estão abertas ao público.<ref>{{Citar web|url=http://mormon.org/por/perguntas-frequentes/igreja-e-templo|título=Qual é a diferença entre frequentar a capela e o templo?|autor=A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias|acessodata=11 de agosto de 2013}}</ref>
A [[A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias|Igreja Mórmon]] no [[Brasil]] é presidida pelos Élderes (título que significa "senhor","Irmão mais velho", "ancião") Cláudio R. M. Costa (Presidente),<ref>{{Citar web |url=http://www.lds.org/church/leader/claudio-r-m-costa?lang=por|título=Autoridades Gerais: Élder Cláudio R. M. Costa|autor=A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias|acessodata=11 de agosto de 2013}}</ref> Jairo Mazzagardi (Primeiro Conselheiro)<ref>{{Citar web |url=http://www.lds.org/church/leader/carlos-a-godoy?lang=por|título=Autoridades Gerais: Élder Carlos A. Godoy|autor=A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias|acessodata=11 de agosto de 2013}}</ref> e Marcos A. Aidukaitis (Segundo Conselheiro).<ref>{{Citar web |url=http://www.lds.org/church/leader/jairo-mazzagardi?lang=por|título=Autoridades Gerais: Élder Jairo Mazzagardi|autor=A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias|acessodata=11 de agosto de 2013}}</ref> No país, os mórmons, também chamados de SUD [[Os Santos dos Últimos Dias|santos dos últimos dias]], têm seis templos construídos, dedicados e em funcionamento (em [[Templo de São Paulo (SUD)|São Paulo]], [[Templo do Recife|Recife]], [[Templo de Porto Alegre|Porto Alegre]], [[Templo de Campinas|Campinas]], [[Templo de Curitiba (SUD)|Curitiba]] e [[Templo de Manaus (SUD)|Manaus]]) e três a construir, em [[Templo de Fortaleza|Fortaleza]], [[Templo do Rio de Janeiro|Rio de Janeiro]] e [[Belém (Pará)|Belém]].<ref>{{Citar web|url=http://www.saladeimprensamormon.org.br/artigo/quatro-novos-templos-anunciados-pelo-presidente-monson|titulo=Quatro novos templos anunciados pelo Presidente Monson|data=2016-04-04|acessodata=2016-04-23|obra=www.saladeimprensamormon.org.br}}</ref> Pela crença mórmon, nesses templos são realizadas ordenanças como batismo vicário, casamento celestial e selamento de famílias, além de ser um lugar de aprendizado e espiritualidade. Somente membros batizados e dignos podem entrar os templos.<ref>{{Citar web |url=http://www.lds.org/church/temples/why-we-build-temples/what-happens-in-temples?lang=por&country=br|título=O que Acontece nos Templos|autor=A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias|acessodata=11 de agosto de 2013}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.lds.org/church/temples/why-we-build-temples/blessings-of-the-temple?lang=por&country=br|título=As Bênçãos do Templo|autor=Thomas S. Monson|data=junho de 1992|acessodata=11 de agosto de 2013}}</ref> A [[A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias|Igreja Mórmon]] realiza reuniões de adoração aos domingos em suas igrejas pelo Brasil que estão abertas ao público.<ref>{{Citar web|url=http://mormon.org/por/perguntas-frequentes/igreja-e-templo|título=Qual é a diferença entre frequentar a capela e o templo?|autor=A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias|acessodata=11 de agosto de 2013}}</ref>


==== Igreja Ortodoxa ====
==== Igreja Ortodoxa ====
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A Igreja Ortodoxa está representada no Brasil pelas seguintes jurisdições: [[Patriarcado de Antioquia]], [[Patriarcado de Moscou]], [[Patriarcado da Sérvia]], [[Igreja Ortodoxa da Grécia]], [[Igreja Ortodoxa da Ucrânia]] e [[Igreja Ortodoxa da Polônia]], esta última tendo em posse uma [[Eparquia Ortodoxa do Brasil]]; e se encontra presente nos estados: [[São Paulo]], [[Rio de Janeiro]], [[Santa Catarina]], [[Rio Grande do Sul]], [[Paraná]], [[Minas Gerais]], [[Goiás]], [[Distrito Federal (Brasil)|Distrito Federal]] e [[Pernambuco]].{{Carece de fontes|Brasil=sim|data=dezembro de 2012}}
A Igreja Ortodoxa está representada no Brasil pelas seguintes jurisdições: [[Patriarcado de Antioquia]], [[Patriarcado de Moscou]], [[Patriarcado da Sérvia]], [[Igreja Ortodoxa da Grécia]], [[Igreja Ortodoxa da Ucrânia]] e [[Igreja Ortodoxa da Polônia]], esta última tendo em posse uma [[Eparquia Ortodoxa do Brasil]]; e se encontra presente nos estados: [[São Paulo]], [[Rio de Janeiro]], [[Santa Catarina]], [[Rio Grande do Sul]], [[Paraná]], [[Minas Gerais]], [[Goiás]], [[Distrito Federal (Brasil)|Distrito Federal]] e [[Pernambuco]].{{Carece de fontes|Brasil=sim|data=dezembro de 2012}}


Também há presença no país de [[igrejas ortodoxas orientais]]: a mais numerosa sendo a [[Igreja Ortodoxa Síria]], mas também de duas paróquias da [[Igreja Apostólica Armênia]] e uma da [[Igreja Ortodoxa Copta]] no estado de [[São Paulo]].<ref name="Armênia">[http://www.igrejaarmenia.com.br Diocese da Igreja Apostólica Armênia do Brasil]</ref><ref name="Copta">[http://www.anba.com.br/noticia/7359668/artes/igreja-copta-ordena-bispo-para-o-brasil/?indice=930 Agência de Notícias Brasil-Árabe: Igreja Copta ordena bispo para o Brasil]</ref> A comunidade ortodoxa oriental no país é amplamente composta por [[brasileiros]] convertidos e seus descendentes.
Também há presença no país de [[igrejas ortodoxas orientais]]: a mais numerosa sendo a [[Igreja Ortodoxa Síria]], mas também de duas paróquias da [[Igreja Apostólica Armênia]] e uma da [[Igreja Ortodoxa Copta]] no estado de [[São Paulo]].<ref name="Armênia">[http://www.igrejaarmenia.com.br Diocese da Igreja Apostólica Armênia do Brasil]</ref><ref name="Copta">{{Citar web|url=http://www.anba.com.br/noticia/7359668/artes/igreja-copta-ordena-bispo-para-o-brasil/?indice=930|titulo=Igreja Copta ordena bispo para o Brasil|acessodata=2017-11-14|obra=www.anba.com.br}}</ref> A comunidade ortodoxa oriental no país é amplamente composta por [[brasileiros]] convertidos e seus descendentes.


==== Testemunhas de Jeová ====
==== Testemunhas de Jeová ====
{{Artigo principal|Testemunhas de Jeová no Brasil}}
{{Artigo principal|Testemunhas de Jeová no Brasil}}


De acordo com dados do Censo de 2010 do IBGE, existiam 1,393,208 '''[[Testemunhas de Jeová no Brasil]]''',&nbsp;que se distribuem em 11.802 congregações. O Brasil é na atualidade um dos países com maior número de Testemunhas de Jeová. Em 2015, foram feitos 28.349 batizados no país. No evento da&nbsp;[[Comemoração da Morte de Cristo]]&nbsp;estiveram presentes 1.743.624 pessoas. Foram realizados 863.612 estudos Bíblicos pelas Testemunhas no Brasil. Foram dedicadas 172.695.296 horas na pregação das Boas Novas no país.
De acordo com dados do Censo de 2010 do IBGE, existiam 1,393,208 [[Testemunhas de Jeová no Brasil]],&nbsp;que se distribuem em 11.802 congregações. O Brasil é na atualidade um dos países com maior número de Testemunhas de Jeová. Em 2015, foram feitos 28.349 batizados no país. No evento da&nbsp;[[Comemoração da Morte de Cristo]]&nbsp;estiveram presentes 1.743.624 pessoas. Foram realizados 863.612 estudos Bíblicos pelas Testemunhas no Brasil. Foram dedicadas 172.695.296 horas na pregação das Boas Novas no país.


As reuniões das Testemunhas de Jeová já ultrapassam uma média de um milhão pessoas presentes ao ano, sendo que 1,743,624 pessoas estiveram presentes em sua principal reunião anual de 2015, a&nbsp;Comemoração da Morte de Cristo. Os Estados com maior número de Testemunhas de Jeová são:&nbsp;[[São Paulo]],&nbsp;[[Minas Gerais]], [[Rio de Janeiro]],&nbsp;[[Bahia]]&nbsp;e&nbsp;[[Rio Grande do Sul]].
As reuniões das Testemunhas de Jeová já ultrapassam uma média de um milhão pessoas presentes ao ano, sendo que 1,743,624 pessoas estiveram presentes em sua principal reunião anual de 2015, a&nbsp;Comemoração da Morte de Cristo. Os Estados com maior número de Testemunhas de Jeová são:&nbsp;[[São Paulo]],&nbsp;[[Minas Gerais]], [[Rio de Janeiro]],&nbsp;[[Bahia]]&nbsp;e&nbsp;[[Rio Grande do Sul]].
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[[Imagem:Sinagoga-kahal-zur-israel-recife.jpg|thumb|esquerda|[[Sinagoga Kahal Zur Israel]] em [[Recife]], [[Pernambuco]], a mais antiga da [[América]].]]
[[Imagem:Sinagoga-kahal-zur-israel-recife.jpg|thumb|esquerda|[[Sinagoga Kahal Zur Israel]] em [[Recife]], [[Pernambuco]], a mais antiga da [[América]].]]


Os judeus chegaram pela primeira vez no Brasil como [[Cristão-novo|cristãos-novos]] ou convertidos, nomes aplicados aos [[Judaísmo|judeus]] ou [[Islão|muçulmanos]] que se converteram ao [[catolicismo]], a maioria deles à força. De acordo com os relatórios da [[Inquisição]], muitos cristãos-novos que viviam no Brasil durante o [[Brasil Colônia|período colonial]] foram condenados por secretamente manterem costumes judaicos.<ref name=jvt>[http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/vjw/Brazil.html Oreck, Alden. The Virtual Jewish History Tour: Brazil]. [[Jewish Virtual Library]]. Accessado em 9 de junho de 2008</ref> Estes relatórios podem não ser confiáveis ​​desde a Inquisição confiscou os bens terrenos de suas vítimas, e tinha um interesse directo na denúncia e convencendo-os.
Os judeus chegaram pela primeira vez no Brasil como [[Cristão-novo|cristãos-novos]] ou convertidos, nomes aplicados aos [[Judaísmo|judeus]] ou [[Islão|muçulmanos]] que se converteram ao [[catolicismo]], a maioria deles à força. De acordo com os relatórios da [[Inquisição]], muitos cristãos-novos que viviam no Brasil durante o [[Brasil Colônia|período colonial]] foram condenados por secretamente manterem costumes judaicos.<ref name=jvt>[http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/vjw/Brazil.html Oreck, Alden. The Virtual Jewish History Tour: Brazil]. [[Jewish Virtual Library]]. Accessado em 9 de junho de 2008</ref> Estes relatórios podem não ser confiáveis ​​desde a Inquisição confiscou os bens terrenos de suas vítimas, e tinha um interesse direto na denúncia e convencendo-os.


Em 1630, os [[Império Colonial Holandês|holandeses]] conquistaram partes do [[nordeste do Brasil]] e permitiram a prática aberta de qualquer [[religião]]. Muitos judeus vieram dos [[Países Baixos]] para viver no Brasil na área dominada pelos holandeses. A maioria deles eram descendentes dos [[Judeus em Portugal|judeus portugueses]] que tinham sido expulsos de [[Portugal]], em 1497. Em 1636, a [[Sinagoga Kahal Zur Israel]], a primeira sinagoga das [[Américas]], foi construída no [[Recife]], a capital da [[Nova Holanda]] (Brasil Holandês).<ref name=jvt/> O edifício original permanece intacto até hoje,<ref>[http://www.haaretz.com/hasen/spages/922773.html Synagogue in Brazilian town Recife considered oldest in the Americas]. Haaretz 12/11/2007. Acessado 09/06/2008</ref> mas os judeus foram forçados a sair do Brasil quando o [[Império Português]] retomou as terras em 1654.<ref>Friedman, Saul. Jews and the American Slave Trade, p. 60. Transaction Publishers, 1997. ISBN 0765806606</ref>
Em 1630, os [[Império Colonial Holandês|holandeses]] conquistaram partes do [[nordeste do Brasil]] e permitiram a prática aberta de qualquer [[religião]]. Muitos judeus vieram dos [[Países Baixos]] para viver no Brasil na área dominada pelos holandeses. A maioria deles eram descendentes dos [[Judeus em Portugal|judeus portugueses]] que tinham sido expulsos de [[Portugal]], em 1497. Em 1636, a [[Sinagoga Kahal Zur Israel]], a primeira sinagoga das [[Américas]], foi construída no [[Recife]], a capital da [[Nova Holanda]] (Brasil Holandês).<ref name=jvt/> O edifício original permanece intacto até hoje,<ref>[http://www.haaretz.com/hasen/spages/922773.html Synagogue in Brazilian town Recife considered oldest in the Americas]. Haaretz 12/11/2007. Acessado 09/06/2008</ref> mas os judeus foram forçados a sair do Brasil quando o [[Império Português]] retomou as terras em 1654.<ref>Friedman, Saul. Jews and the American Slave Trade, p. 60. Transaction Publishers, 1997. ISBN 0765806606</ref>
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Segundo o Censo demográfico realizado no ano de 2010 no Brasil pelo IBGE, a religião Wicca e o Paganismo não foram incluídos na relação das religiões existentes no país, desta forma, podemos dizer que muitos dos seguidores das religiões pagãs ou se formos ser mais específicos, da religião Wicca, foram distribuídos entre as tradições esotéricas (74.013 seguidores), outras religiões (11.306 seguidores) ou religiosidade não determinada/mal definida (628.219 seguidores).<ref name="Censo2010"/>
Segundo o Censo demográfico realizado no ano de 2010 no Brasil pelo IBGE, a religião Wicca e o Paganismo não foram incluídos na relação das religiões existentes no país, desta forma, podemos dizer que muitos dos seguidores das religiões pagãs ou se formos ser mais específicos, da religião Wicca, foram distribuídos entre as tradições esotéricas (74.013 seguidores), outras religiões (11.306 seguidores) ou religiosidade não determinada/mal definida (628.219 seguidores).<ref name="Censo2010"/>


Contudo, sabemos que dentro deste contexto, a religião [[Wicca]] não é a única religião existente dentro do paganismo ou neo-paganismo, mas sendo ela a mais representativa e presente junto ao diálogo inter-religioso de nosso país, a coloca como a de maior expressão, conseguinte, a de maior número junto às demais religiões neo-pagãs. Neste prisma, podemos fazer um cálculo estimativo e aproximado de que haja em torno de 350 mil à 400 mil seguidores da religião Wicca em nosso país.<ref>UWB - União Wicca do Brasil. "[http://uniaowiccadobrasil.org.br/]"</ref>
Contudo, sabemos que dentro deste contexto, a religião [[Wicca]] não é a única religião existente dentro do paganismo ou neo-paganismo, mas sendo ela a mais representativa e presente junto ao diálogo inter-religioso de nosso país, a coloca como a de maior expressão, conseguinte, a de maior número junto às demais religiões neo-pagãs. Neste prisma, podemos fazer um cálculo estimativo e aproximado de que haja em torno de 350 mil à 400 mil seguidores da religião Wicca em nosso país.<ref>{{Citar web|url=http://uniaowiccadobrasil.org.br/|titulo=União Wicca do Brasil - Tudo sobre a Wicca, a Bruxaria e o Paganismo no Brasil e no mundo|acessodata=2017-11-14|obra=uniaowiccadobrasil.org.br|ultimo=Pinheiro|primeiro=Ariadne}}</ref>


=== Umbanda e religiões afro-brasileiras ===
=== Religiões afro-brasileiras ===
{{Artigo principal|Diáspora africana|religiões afro-brasileiras}}
{{Artigo principal|Diáspora africana|religiões afro-brasileiras}}
[[Ficheiro:Mãe Stella2.jpg|thumb|[[Mãe Stella de Oxóssi]] Iyálorixá do Candomblé, Salvador, Bahia.]]
[[Imagem:Mãe Stella2.jpg|thumb|[[Mãe Stella de Oxóssi]] Iyálorixá do Candomblé, Salvador, Bahia.]]


As chamadas [[religiões afro-brasileiras]] compõem o [[candomblé]] que é dividido em várias congregações, o [[Batuque]], o [[Xangô do Nordeste]], a [[Encantaria]], o [[Tambor de Mina]], a [[Quimbanda]] e o [[Xambá]] foram trazidas originalmente pelos [[Escravatura|escravos]]. Estes escravos cultuavam seu Deus, e as divindades chamadas [[Orixá]]s, [[Vodun]]s ou [[nkisi|inkices]] com cantos e danças trazidos da [[África]].
As chamadas [[religiões afro-brasileiras]] compõem o [[candomblé]] que é dividido em várias congregações, o [[Batuque]], o [[Xangô do Nordeste]], a [[Encantaria]], o [[Tambor de Mina]], a [[Quimbanda]] e o [[Xambá]] foram trazidas originalmente pelos [[Escravatura|escravos]]. Estes escravos cultuavam seu Deus, e as divindades chamadas [[Orixá]]s, [[Vodun]]s ou [[nkisi|inkices]] com cantos e danças trazidos da [[África]].


A [[umbanda]] é considerada por muitos uma religião nascida no Brasil, tendo certo reconhecimento legal como a única religião brasileira. Surgiu em 15 de novembro de 1908 em [[São Gonçalo (Rio de Janeiro)|São Gonçalo da Guanabara]], no Rio de Janeiro, embora existam relatos de outras datas e locais de manifestação desta religião antes e durante este período<ref>F. Rivas Neto, Lições Básicas de Umbanda - 1997, ISBN 85-274-0292-0, Pag.25</ref><ref>W. W. da Mata e Silva, Umbanda e o poder da mediunidade - 1997, ISBN 85-274-0462-1, Pag.40</ref> seus adeptos aceitam esta data como o início histórico da mesma. Nas práticas atuais, os seguidores da [[umbanda]] deixam oferendas de alimentos, velas e flores em lugares públicos para os espíritos. Os terreiros de candomblé são discretos da vista geral, exceto em festas famosas, tais como a [[Festa de Iemanjá]] em todo o litoral brasileiro e [[Festa do Bonfim]] na [[Bahia]]. Estas religiões estão em todo o país.
A [[umbanda]] é considerada por muitos uma religião nascida no Brasil, tendo certo reconhecimento legal como a única religião brasileira. Surgiu em 15 de novembro de 1908 em [[São Gonçalo (Rio de Janeiro)|São Gonçalo da Guanabara]], no Rio de Janeiro, embora existam relatos de outras datas e locais de manifestação desta religião antes e durante este período<ref>F. Rivas Neto, Lições Básicas de Umbanda - 1997, ISBN 85-274-0292-0, Pag.25</ref><ref>W. W. da Mata e Silva, Umbanda e o poder da mediunidade - 1997, ISBN 85-274-0462-1, Pag.40</ref> seus adeptos aceitam esta data como o início histórico da mesma. Nas práticas atuais, os seguidores da umbanda deixam oferendas de alimentos, velas e flores em lugares públicos para os espíritos. Os terreiros de candomblé são discretos da vista geral, exceto em festas famosas, tais como a [[Festa de Iemanjá]] em todo o litoral brasileiro e [[Festa do Bonfim]] na [[Bahia]]. Estas religiões estão em todo o país.
O [[Brasil]] é bastante conhecido pelos ritmos alegres de sua música, como o [[Samba]] e a conhecida como [[Música popular do Brasil|MPB]] (música popular brasileira). Isto pode relacionar-se ao fato de que os antigos proprietários de escravos no Brasil permitiam que seus escravos continuassem sua tradição de tocar [[tambor]]es (ao contrário dos proprietários de escravos dos [[Estados Unidos]] que temiam o uso dos tambores para comunicações). Hoje, as Casas de Santo das religiões sincréticas são formalmente filiadas à Federação de Umbanda e Cultos Afro-Brasileiros, responsavel por emitir a certidão de [[casamento religioso]] desses cultos.


O [[Brasil]] é bastante conhecido pelos ritmos alegres de sua música, como o [[Samba]] e a conhecida como [[Música popular do Brasil|MPB]] (música popular brasileira). Isto pode relacionar-se ao fato de que os antigos proprietários de escravos no Brasil permitiam que seus escravos continuassem sua tradição de tocar [[tambor]]es (ao contrário dos proprietários de escravos dos [[Estados Unidos]] que temiam o uso dos tambores para comunicações). Hoje, as Casas de Santo das religiões sincréticas são formalmente filiadas à Federação de Umbanda e Cultos Afro-Brasileiros, responsável por emitir a certidão de [[casamento religioso]] desses cultos.
Com [[Tráfico de escravos para o Brasil|a vinda dos escravos]] para o Brasil, seus costumes deram origem a diversas religiões, sendo a mais expressiva delas o [[candomblé]], que tem milhões de seguidores, principalmente entre a população negra, descendente de [[africanos]]. Estão concentradas em maior número nos grandes centros urbanos do [[Região Norte do Brasil|Norte]] e do [[Região Nordeste do Brasil|Nordeste]] do país, mas também com grande presença no [[Região Sudeste do Brasil|Sudeste]]. Diferente do candomblé, que é a religião sobrevivente da [[África Ocidental|África ocidental]], há também a [[Umbanda]], que representa o sincretismo religioso entre o [[catolicismo]], [[espiritismo]] e os orixás africanos. As religiões de matriz africana foram e ainda são [[Intolerância religiosa|perseguidas e discriminadas]] no Brasil.<ref>[https://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:MX5O4LQXa4AJ:cafehistoria.ning.com/forum/attachment/download%3Fid%3D1980410%253AUploadedFi58%253A462737+persegui%C3%A7%C3%A3o+e+discrimina%C3%A7%C3%A3o+%C3%A0+religi%C3%B5es+africanas+no+brasil&hl=pt-BR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEESg8vqjn4869UCqqrA9zVAGglNpXbyiy_CHfUCu4BjrxknRmEKyZNMuVxVgRfam5dmWSZVocF-9U3uZMD45xjAtNe969g6N6zrxb58kWt-vptPIHtj0uTs8vWgYoq18lEqCJ117k&sig=AHIEtbSg9ucV08xcG9e7tkLIM7LfYiekfA A discriminação contra as religiões afro-brasileiras: ontem e hoje]</ref>


Com [[Tráfico de escravos para o Brasil|a vinda dos escravos]] para o Brasil, seus costumes deram origem a diversas religiões, sendo a mais expressiva delas o candomblé, que tem milhões de seguidores, principalmente entre a população negra, descendente de [[africanos]]. Estão concentradas em maior número nos grandes centros urbanos do [[Região Norte do Brasil|Norte]] e do [[Região Nordeste do Brasil|Nordeste]] do país, mas também com grande presença no [[Região Sudeste do Brasil|Sudeste]]. Diferente do candomblé, que é a religião sobrevivente da [[África Ocidental|África ocidental]], há também a Umbanda, que representa o sincretismo religioso entre o [[catolicismo]], [[espiritismo]] e os orixás africanos. As religiões de matriz africana foram e ainda são [[Intolerância religiosa|perseguidas e discriminadas]] no Brasil.<ref>{{Citar web|url=https://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:MX5O4LQXa4AJ:cafehistoria.ning.com/forum/attachment/download?id=1980410%253AUploadedFi58%253A462737+persegui%C3%A7%C3%A3o+e+discrimina%C3%A7%C3%A3o+%C3%A0+religi%C3%B5es+africanas+no+brasil&hl=pt-BR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEESg8vqjn4869UCqqrA9zVAGglNpXbyiy_CHfUCu4BjrxknRmEKyZNMuVxVgRfam5dmWSZVocF-9U3uZMD45xjAtNe969g6N6zrxb58kWt-vptPIHtj0uTs8vWgYoq18lEqCJ117k&sig=AHIEtbSg9ucV08xcG9e7tkLIM7LfYiekfA|titulo=https://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:MX5O4LQXa4AJ:cafehistoria.ning.com/forum/attachment/download?id=1980410%253AUploadedFi58%253A462737+persegui%C3%A7%C3%A3o+e+discrimina%C3%A7%C3%A3o+%C3%A0+religi%C3%B5es+africanas+no+brasil&hl=pt-BR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEESg8vqjn4869UCqqrA9zVAGglNpXbyiy_CHfUCu4BjrxknRmEKyZNMuVxVgRfam5dmWSZVocF-9U3uZMD45xjAtNe969g6N6zrxb58kWt-vptPIHtj0uTs8vWgYoq18lEqCJ117k&sig=AHIEtbSg9ucV08xcG9e7tkLIM7LfYiekfA|acessodata=2017-11-14|obra=docs.google.com}}</ref>
===Hinduísmo===

=== Hinduísmo ===
{{Artigo principal|Hinduísmo no Brasil}}
{{Artigo principal|Hinduísmo no Brasil}}


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Do Estado da Bahia para o Norte há práticas diferentes de matriz americana, alguns em sincretismo com elementos cristãos, como o [[Santo Daime]], de influência católica romana; ou a [[União do Vegetal]] de influência espírita.
Do Estado da Bahia para o Norte há práticas diferentes de matriz americana, alguns em sincretismo com elementos cristãos, como o [[Santo Daime]], de influência católica romana; ou a [[União do Vegetal]] de influência espírita.
Nas décadas mais recentes, tem crescido no Brasil o número de adeptos de religiões que fazem uso do chá [[Hoasca]] (também conhecido como ayahuasca) em seus rituais. São as chamadas religiões "hoasqueiras", nomeclatrura resumitiva das religiões indígenas e xamânicas sincréticas que se originaram na Floresta Amazônica e no Sertão e hoje se expandem nos grandes centros urbanos. Entre elas, as mais representativas e organizadas são o [[Santo Daime]], o [[catimbó|Xamanísmo Catimbó]], a [[Jurema sagrada]], a [[União do Vegetal]] e a [[Pajelança]], são cultos com fortes elementos [[Povos ameríndios|indígena]]s..<ref>LABATE, Beatriz C.; SANTANA, Isabel; GUIMARÃES DOS SANTOS, Rose e Rafael – Religiões Ayahuasqueiras. Um Balanço Bibliográfico. Mercado de Letras, Campinas – SP, 2008</ref>
Nas décadas mais recentes, tem crescido no Brasil o número de adeptos de religiões que fazem uso do chá [[Hoasca]] (também conhecido como ayahuasca) em seus rituais. São as chamadas religiões "hoasqueiras", nomenclatura sintética das religiões indígenas e xamânicas sincréticas que se originaram na Floresta Amazônica e no Sertão e hoje se expandem nos grandes centros urbanos. Entre elas, as mais representativas e organizadas são o Santo Daime, o [[catimbó|Xamanísmo Catimbó]], a [[Jurema sagrada]], a União do Vegetal e a [[Pajelança]], são cultos com fortes elementos [[Povos ameríndios|indígena]]s.<ref>LABATE, Beatriz C.; SANTANA, Isabel; GUIMARÃES DOS SANTOS, Rose e Rafael – Religiões Ayahuasqueiras. Um Balanço Bibliográfico. Mercado de Letras, Campinas – SP, 2008</ref>


Em 2004, o [[Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas]] (CONAD), atual órgão do [[Ministério da Justiça]] brasileiro, reconheceu a legitimidade do uso religioso da [[ayahuasca]] e a legalidade de sua prática. Seu uso para fins religiosos foi regulamentado pelo CONAD em 25 de janeiro de 2010, em resolução na qual se estabelece as normas legais para a utilização do chá pelas instituições religiosas.<ref>{{citar web|url=http://www.bialabate.net/wp-content/uploads/2008/08/Resolu%C3%A7%C3%A3o-Conad-_1_25_01_2010.pdf|autor=Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas|título=Resolução nº1, de 25 de janeiro de 2010|acessodata=10 de maio de 2011}}</ref>
Em 2004, o [[Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas]] (CONAD), atual órgão do [[Ministério da Justiça]] brasileiro, reconheceu a legitimidade do uso religioso da [[ayahuasca]] e a legalidade de sua prática. Seu uso para fins religiosos foi regulamentado pelo CONAD em 25 de janeiro de 2010, em resolução na qual se estabelece as normas legais para a utilização do chá pelas instituições religiosas.<ref>{{citar web|url=http://www.bialabate.net/wp-content/uploads/2008/08/Resolu%C3%A7%C3%A3o-Conad-_1_25_01_2010.pdf|autor=Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas|título=Resolução nº1, de 25 de janeiro de 2010|acessodata=10 de maio de 2011}}</ref>
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No [[Brasil]], o estado da [[Bahia]] é o terceiro com maior número de pessoas [[sem religião]]; o primeiro é o [[Rio de Janeiro]].<ref name="veja bahia">{{citar web |url= http://veja.abril.com.br/261207/p_070.shtml|título= Como a fé resiste à descrença|acessodata= 19 de março de 2011|autor= [[André Petry]]|coautores= [[Veja]]|data= 26 de dezembro de 2007|citação= Entre os brasileiros sem religião, a maior curiosidade está na Bahia de Todos os Santos, terra onde frei Henrique de Coimbra rezou a mítica primeira missa, em 26 de abril de 1500. A Bahia, que abriga Nova Ibiá e seu esquadrão de sem-religião, é o terceiro estado com o maior contingente de brasileiros sem filiação religiosa. E Salvador, entre as capitais, é a campeã nacional: 18% dos soteropolitanos não têm religião. Considerando-se o país todo, os sem-religião são mais numerosos entre os homens e entre os brasileiros com menos de 55 anos. [...] O Rio de Janeiro, por exemplo, é o estado menos católico do país e, simultaneamente, tem o maior pelotão de sem-religião. }}</ref> A capital baiana, [[Salvador (Bahia)|Salvador]], tem a maior porcentagem nacional de pessoas sem religião entre as capitais, 18% da população.<ref name="veja bahia" /> No país todo, são mais numerosos entre os homens e entre os habitantes com menos de 55 anos.<ref name="veja bahia" /> A cidade com o maior percentual de ateus é [[Nova Ibiá]], com 59,85% dos habitantes, de acordo com o censo de 2000 do IBGE.<ref name="veja bahia:ibiá">{{citar web |url= http://veja.abril.com.br/261207/p_070.shtml|título= Como a fé resiste à descrença|acessodata= 19 de março de 2011|autor= [[André Petry]]|coautores= [[Veja]]|data= 26 de dezembro de 2007|citação= Desde que se espalhou a notícia extraída do censo demográfico do [[Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]] (IBGE) de 2000, Nova Ibiá, vilarejo de 7 000 habitantes no interior da Bahia, ganhou um estigma e uma obsessão. Como os números do censo mostravam que 59,85% dos seus habitantes diziam não ter religião alguma, Nova Ibiá passou a conviver com o estigma de ser a cidade mais ateia do Brasil. Em nenhuma outra, em ponto algum do país, tanta gente dizia não ter filiação religiosa. A segunda cidade com a maior tropa de sem-religião era Pitimbu, no interior da Paraíba, mas com números mais modestos – 42,44%.}}</ref> O segundo lugar fica com [[Pitimbu]], na [[Paraíba]], com 42, 44%.<ref name="veja bahia:ibiá" /> De acordo com dados do Censo de 2010, no entanto, o município do [[Chuí]], no [[Rio Grande do Sul]], é o que apresenta a maior proporção de pessoas sem religião, onde 54% dos habitantes declarou não professar nenhuma fé.<ref name="Estadao"/>
No [[Brasil]], o estado da [[Bahia]] é o terceiro com maior número de pessoas [[sem religião]]; o primeiro é o [[Rio de Janeiro]].<ref name="veja bahia">{{citar web |url= http://veja.abril.com.br/261207/p_070.shtml|título= Como a fé resiste à descrença|acessodata= 19 de março de 2011|autor= [[André Petry]]|coautores= [[Veja]]|data= 26 de dezembro de 2007|citação= Entre os brasileiros sem religião, a maior curiosidade está na Bahia de Todos os Santos, terra onde frei Henrique de Coimbra rezou a mítica primeira missa, em 26 de abril de 1500. A Bahia, que abriga Nova Ibiá e seu esquadrão de sem-religião, é o terceiro estado com o maior contingente de brasileiros sem filiação religiosa. E Salvador, entre as capitais, é a campeã nacional: 18% dos soteropolitanos não têm religião. Considerando-se o país todo, os sem-religião são mais numerosos entre os homens e entre os brasileiros com menos de 55 anos. [...] O Rio de Janeiro, por exemplo, é o estado menos católico do país e, simultaneamente, tem o maior pelotão de sem-religião. }}</ref> A capital baiana, [[Salvador (Bahia)|Salvador]], tem a maior porcentagem nacional de pessoas sem religião entre as capitais, 18% da população.<ref name="veja bahia" /> No país todo, são mais numerosos entre os homens e entre os habitantes com menos de 55 anos.<ref name="veja bahia" /> A cidade com o maior percentual de ateus é [[Nova Ibiá]], com 59,85% dos habitantes, de acordo com o censo de 2000 do IBGE.<ref name="veja bahia:ibiá">{{citar web |url= http://veja.abril.com.br/261207/p_070.shtml|título= Como a fé resiste à descrença|acessodata= 19 de março de 2011|autor= [[André Petry]]|coautores= [[Veja]]|data= 26 de dezembro de 2007|citação= Desde que se espalhou a notícia extraída do censo demográfico do [[Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]] (IBGE) de 2000, Nova Ibiá, vilarejo de 7 000 habitantes no interior da Bahia, ganhou um estigma e uma obsessão. Como os números do censo mostravam que 59,85% dos seus habitantes diziam não ter religião alguma, Nova Ibiá passou a conviver com o estigma de ser a cidade mais ateia do Brasil. Em nenhuma outra, em ponto algum do país, tanta gente dizia não ter filiação religiosa. A segunda cidade com a maior tropa de sem-religião era Pitimbu, no interior da Paraíba, mas com números mais modestos – 42,44%.}}</ref> O segundo lugar fica com [[Pitimbu]], na [[Paraíba]], com 42, 44%.<ref name="veja bahia:ibiá" /> De acordo com dados do Censo de 2010, no entanto, o município do [[Chuí]], no [[Rio Grande do Sul]], é o que apresenta a maior proporção de pessoas sem religião, onde 54% dos habitantes declarou não professar nenhuma fé.<ref name="Estadao"/>


Atualmente, apenas os ditos católicos e evangélicos superam em número os não-religiosos. Em comparação, estima-se que a média mundial de não-religiosos é de 23,5% da população total.<ref>Número estimado de não-religiosos na população mundial: '''Fonte:''' Zuckerman, Phil. "Atheism: Contemporary Rates and Patterns", in ''The Cambridge Companion to Atheism'', Cambridge University Press: Cambridge, UK (2005). Citado no site [http://www.adherents.com/Na/Na_479.html www.Adherents.com].</ref>
Atualmente, apenas os ditos católicos e evangélicos superam em número os não religiosos. Em comparação, estima-se que a média mundial de não religiosos é de 23,5% da população total.<ref>Número estimado de não-religiosos na população mundial: '''Fonte:''' Zuckerman, Phil. "Atheism: Contemporary Rates and Patterns", in ''The Cambridge Companion to Atheism'', Cambridge University Press: Cambridge, UK (2005). Citado no site [http://www.adherents.com/Na/Na_479.html www.Adherents.com].</ref>


== Controvérsias ==
== Controvérsias ==
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A [[Constituição brasileira de 1988]] instituiu uma [[Separação Igreja-Estado|divisão entre as religiões e o Estado]], consolidando o conceito de [[Estado laico]]. O governo instituído não pode favorecer, nem interditar, as atividades das religiões. Além disso, não pode impor uma religião específica aos seus cidadãos, nem discriminá-los em razão de não seguirem a religião majoritária.
A [[Constituição brasileira de 1988]] instituiu uma [[Separação Igreja-Estado|divisão entre as religiões e o Estado]], consolidando o conceito de [[Estado laico]]. O governo instituído não pode favorecer, nem interditar, as atividades das religiões. Além disso, não pode impor uma religião específica aos seus cidadãos, nem discriminá-los em razão de não seguirem a religião majoritária.


<blockquote>Artigo 5° (Caput).
<blockquote>Artigo 5.° (caput).

IV- é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
IV- é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;


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I- estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.
I- estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.
|[[Constituição brasileira de 1988]]<ref>{{Citar web |autor= |url=http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm |título=Constituição de 1988 |obra= |data= |acessodata=}}</ref></blockquote>
[[Constituição brasileira de 1988]]<ref>{{Citar web |autor= |url=http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm |título=Constituição de 1988 |obra= |data= |acessodata=}}</ref></blockquote>


Tal princípio constitucional, o conceito de Estado laico, já é bem antigo no [[Brasil]], tendo sido instituído pela [[Constituição de 1891]].
Tal princípio constitucional, o conceito de Estado laico, já é bem antigo no [[Brasil]], tendo sido instituído pela [[Constituição de 1891]].
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Artigo 72 (Caput)
Artigo 72 (Caput)


§7°- Nenhum culto ou igreja gozará de subvenção oficial, nem terá relações de dependência ou aliança com o Governo da União ou dos Estados. - [[Constituição de 1891|Constituição Republicana de 1891]]<ref>{{Citar web |autor= |url=http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao91.htm |título=Constituição de 1891 |obra= |data= |acessodata=}}</ref>
§7°- Nenhum culto ou igreja gozará de subvenção oficial, nem terá relações de dependência ou aliança com o Governo da União ou dos Estados. - Constituição Republicana de 1891<ref>{{Citar web |autor= |url=http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao91.htm |título=Constituição de 1891 |obra= |data= |acessodata=}}</ref>
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[[Imagem:Brazilian Supreme Federal Tribunal.jpg|thumb|250px|direita|Uma [[cruz cristã]] pendurada na parede da sede do [[Supremo Tribunal Federal]]. A presença de símbolos religiosos em repartições públicas é criticada por alguns setores da sociedade, por considerarem essa uma forma de [[Intolerância religiosa no Brasil|discriminação religiosa]] e desrespeito ao [[laicismo]].<ref name="Laicismo"/>]]
[[Imagem:Brazilian Supreme Federal Tribunal.jpg|thumb|250px|direita|Uma [[cruz cristã]] pendurada na parede da sede do [[Supremo Tribunal Federal]]. A presença de símbolos religiosos em repartições públicas é criticada por alguns setores da sociedade, por considerarem essa uma forma de [[Intolerância religiosa no Brasil|discriminação religiosa]] e desrespeito ao [[laicismo]].<ref name="Laicismo"/>]]


No entanto, apesar da [[Constituição brasileira de 1988|Constituição do Brasil]] definir o [[Estado laico|Estado como laico]] e ter oficializado a [[Separação Igreja-Estado|separação]] entre a [[Igreja]] e o [[Estado]],<ref name="Laicismo"/> o governo brasileiro mantém uma [[concordata]] com o [[Vaticano]],<ref name="USDS"/> o que, de acordo com alguns especialistas, cria um estatuto privilegiado para a [[Igreja Católica]] no país.<ref name="estadao.com.br">{{citar web |url=http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,senado-nao-ve-privilegio-e-aprova-acordo-entre-brasil-e-vaticano,447514,0.htm |título=Senado não vê 'privilégio' e aprova acordo entre Brasil e Vaticano |editor=Jornal [[O Estado de S. Paulo]] |data=7 de outubro de 2009 |acessodata= 20 de novembro de 2011}}</ref> No entanto, para outros especialistas o acordo não cria privilégios e "todas as religiões estão livres para estabelecer a mesma relação com o Estado, se assim o desejarem".<ref name="estadao.com.br"/><ref name=oglobo>[http://oglobo.globo.com/economia/mat/2009/10/08/senado-aprova-acordo-com-vaticano-767959739.asp Senado aprova acordo com o Vaticano]</ref>
No entanto, apesar da [[Constituição brasileira de 1988|Constituição do Brasil]] definir o [[Estado laico|Estado como laico]] e ter oficializado a [[Separação Igreja-Estado|separação]] entre a [[Igreja]] e o [[Estado]],<ref name="Laicismo"/> o governo brasileiro mantém uma [[concordata]] com o [[Vaticano]],<ref name="USDS"/> o que, de acordo com alguns especialistas, cria um estatuto privilegiado para a [[Igreja Católica]] no país.<ref name="estadao.com.br">{{citar web |url=http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,senado-nao-ve-privilegio-e-aprova-acordo-entre-brasil-e-vaticano,447514,0.htm |título=Senado não vê 'privilégio' e aprova acordo entre Brasil e Vaticano |editor=Jornal [[O Estado de S. Paulo]] |data=7 de outubro de 2009 |acessodata= 20 de novembro de 2011}}</ref> No entanto, para outros especialistas o acordo não cria privilégios e "todas as religiões estão livres para estabelecer a mesma relação com o Estado, se assim o desejarem".<ref name="estadao.com.br"/><ref name="oglobo">{{Citar periódico|data=2009-10-08|titulo=Senado aprova acordo com o Vaticano|url=http://oglobo.globo.com/economia/mat/2009/10/08/senado-aprova-acordo-com-vaticano-767959739.asp|jornal=O Globo}}</ref>


A presença de símbolos religiosos, como a [[cruz cristã]], em repartições públicas brasileiras também é criticada por algumas entidades. Em 2009, o [[Ministério Público do Brasil|Ministério Público]] de São Paulo entrou com uma ação civil pedindo a retirada dos símbolos religiosos dos prédios de entidades do governo federal no estado de [[São Paulo]]. Para o procurador Jefferson Aparecido Dias, responsável pela ação, "quando o Estado ostenta um símbolo religioso de uma determinada religião em uma repartição pública, está discriminado todas as demais ou mesmo quem não tem religião afrontando o que diz a Constituição."<ref name="Laicismo">{{citar web |url=http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/42423/mpf+quer+retirar+simbolos+religiosos+de+reparticoes+publicas+em+sao+paulo.shtml |título=MPF quer retirar símbolos religiosos de repartições públicas em São Paulo |editor=[[Portal IG]] |data=4 de agosto de 2009 |acessodata=20 de novembro de 2011}}</ref>
A presença de símbolos religiosos, como a [[cruz cristã]], em repartições públicas brasileiras também é criticada por algumas entidades. Em 2009, o [[Ministério Público do Brasil|Ministério Público]] de São Paulo entrou com uma ação civil pedindo a retirada dos símbolos religiosos dos prédios de entidades do governo federal no estado de [[São Paulo]]. Para o procurador Jefferson Aparecido Dias, responsável pela ação, "quando o Estado ostenta um símbolo religioso de uma determinada religião em uma repartição pública, está discriminado todas as demais ou mesmo quem não tem religião afrontando o que diz a Constituição."<ref name="Laicismo">{{citar web |url=http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/42423/mpf+quer+retirar+simbolos+religiosos+de+reparticoes+publicas+em+sao+paulo.shtml |título=MPF quer retirar símbolos religiosos de repartições públicas em São Paulo |editor=[[Portal IG]] |data=4 de agosto de 2009 |acessodata=20 de novembro de 2011}}</ref>


No entanto o desembargador José Geraldo Barreto Fonseca defendeu a manutenção dos crucifixos em repartições públicas, sob a alegação de que "o Brasil é um estado laico, não ateu, e respeita os valores religiosos". Ele cita o preâmbulo da [[Constituição brasileira de 1988|Constituição Federal]], em que se lê que esta foi promulgada "sob a proteção de Deus".<ref>[http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/29539/tribunais+fogem+da+cruz+apenas+desembargador+do+tjsp+defende+o+crucifixo+e+especialistas+se+dividem.shtml Tribunais fogem da cruz: apenas desembargador do TJ-SP defende o crucifixo, e especialistas se dividem]</ref> Em 2007 o [[Conselho Nacional de Justiça]] (CNJ) julgou quatro representações questionando a presença de crucifixos em tribunais, como o que há no [[Supremo Tribunal Federal]]. Decidiu pela permanência dos crucifixos, entendendo que o uso de símbolos religiosos em órgãos do Poder Judiciário não fere a autonomia do Estado em relação à religião. Na sua avaliação os crucifixos são muito mais símbolos culturais e tradicionais do que representantes de uma religião específica.<ref>[http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/conteudo.phtml?id=1109996 Livres para crer]</ref>
No entanto o desembargador José Geraldo Barreto Fonseca defendeu a manutenção dos crucifixos em repartições públicas, sob a alegação de que "o Brasil é um estado laico, não ateu, e respeita os valores religiosos". Ele cita o preâmbulo da [[Constituição brasileira de 1988|Constituição Federal]], em que se lê que esta foi promulgada "sob a proteção de Deus".<ref>[http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/29539/tribunais+fogem+da+cruz+apenas+desembargador+do+tjsp+defende+o+crucifixo+e+especialistas+se+dividem.shtml Tribunais fogem da cruz: apenas desembargador do TJ-SP defende o crucifixo, e especialistas se dividem]</ref> Em 2007 o [[Conselho Nacional de Justiça]] (CNJ) julgou quatro representações questionando a presença de crucifixos em tribunais, como o que há no [[Supremo Tribunal Federal]]. Decidiu pela permanência dos crucifixos, entendendo que o uso de símbolos religiosos em órgãos do Poder Judiciário não fere a autonomia do Estado em relação à religião. Na sua avaliação os crucifixos são muito mais símbolos culturais e tradicionais do que representantes de uma religião específica.<ref>{{Citar periódico|titulo=Livres para crer|url=http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/conteudo.phtml?id=1109996|jornal=Gazeta do Povo}}</ref>


Em novembro de 2012 o [[Ministério Público do Brasil|Ministério Público]] de São Paulo entrou com outra ação civil solicitando a retirada do dístico "Deus seja louvado" das cédulas de real, moeda corrente no Brasil, gerando grande polêmica e resultando inclusive em ameaças ao Procurador que encaminhou a denúncia.<ref>[http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI6313533-EI306,00-Procurador+e+ameacado+apos+pedido+para+retirar+expressao+em+cedulas.html Procurador é ameaçado após pedido para retirar expressão em cédulas]</ref> O dístico, alegadamente seria promoção do credo cristão, foi introduzido durante o Governo [[José Sarney]] e mantido por seus sucessores.
Em novembro de 2012 o [[Ministério Público do Brasil|Ministério Público]] de São Paulo entrou com outra ação civil solicitando a retirada do dístico "Deus seja louvado" das cédulas de real, moeda corrente no Brasil, gerando grande polêmica e resultando inclusive em ameaças ao Procurador que encaminhou a denúncia.<ref>{{Citar periódico|titulo=Procurador é ameaçado após pedido para retirar expressão em cédulas|url=http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI6313533-EI306,00-Procurador+e+ameacado+apos+pedido+para+retirar+expressao+em+cedulas.html|jornal=Terra}}</ref> O dístico, alegadamente seria promoção do credo cristão, foi introduzido durante o [[Governo José Sarney]] e mantido por seus sucessores.


A concessão de passaportes diplomáticos a religiosos católicos e neopentecostais é contestada como uma violação do princípio de laicidade<ref>http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/RELACOES-EXTERIORES/434440-DEPUTADOS-QUESTIONAM-CONCESSAO-DE-PASSAPORTE-DIPLOMATICO-A-EVANGELICOS.html</ref>
A concessão de passaportes diplomáticos a religiosos católicos e neopentecostais é contestada como uma violação do princípio de laicidade.<ref>{{Citar web|url=http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/RELACOES-EXTERIORES/434440-DEPUTADOS-QUESTIONAM-CONCESSAO-DE-PASSAPORTE-DIPLOMATICO-A-EVANGELICOS.html|titulo=Deputados questionam concessão de passaporte diplomático a evangélicos - Câmara Notícias - Portal da Câmara dos Deputados|acessodata=2017-11-14|obra=www2.camara.leg.br}}</ref>


=== Intolerância ===
=== Intolerância ===
{{Artigo principal|Intolerância religiosa no Brasil}}
{{Artigo principal|Intolerância religiosa no Brasil}}


Tem ocorrido no Brasil o crescimento das comunidades neopentecostais e algumas delas, como a [[Igreja Universal do Reino de Deus]], são consideradas culpadas de intolerância religiosa.<ref>[http://www.fflch.usp.br/da/vagner/livro8.html Intolerância religiosa. Impactos do neopentecostalismo no campo religioso afro-brasileiro]</ref><ref>[http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-85872008000100011 Os rumos da intolerância religiosa no Brasil]</ref> Foi criado no Brasil o ''Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa'' ([[21 de janeiro]]) por meio da Lei nº 11.635, de [[27 de dezembro]] de [[2007]]. Segundo Eloi Ferreira Araújo, previamente ministro interino da Igualdade Racial, "O Estado brasileiro reconhece que existem problemas dessa ordem, mas estamos procurando tratar disso".<ref>{{Citar web|url= http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL965424-5606,00-ENTIDADES+RELIGIOSAS+LANCAM+CARTILHA+CONTRA+INTOLERANCIA+NO+RIO.html|titulo= Entidades religiosas lançam cartilha contra intolerância, no Rio|autor=G1|data=21 de janeiro de 2009|acessodata=26 de janeiro de 2010}}</ref><ref>{{Citar web|url= http://noticias.gospelmais.com.br/dia-nacional-de-combate-a-intolerancia-religiosa-e-comemorado-em-brasilia.html|titulo= Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa é comemorado em Brasília|autor=Gnotícias|data=21 de janeiro de 2008|acessodata=26 de janeiro de 2010}}</ref><ref>{{Citar web|url= http://www.jusbrasil.com.br/politica/4493626/seppir-promove-encontro-para-debater-liberdade-religiosa|titulo= Seppir promove encontro para debater liberdade religiosa|autor=JusBrasil|data=18 de janeiro de 2010|acessodata=26 de janeiro de 2010}}</ref>
Tem ocorrido no Brasil o crescimento das comunidades neopentecostais e algumas delas, como a [[Igreja Universal do Reino de Deus]], são consideradas culpadas de intolerância religiosa.<ref>[http://www.fflch.usp.br/da/vagner/livro8.html Intolerância religiosa. Impactos do neopentecostalismo no campo religioso afro-brasileiro]</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Lui|primeiro=Janayna de Alencar|data=Julho de 2008|titulo=Os rumos da intolerância religiosa no Brasil|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0100-85872008000100011&lng=en&nrm=iso&tlng=pt|jornal=Religião &amp; Sociedade|volume=28|numero=1|paginas=211–214|doi=10.1590/S0100-85872008000100011|issn=0100-8587|via=}}</ref> Foi criado no Brasil o ''Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa'' ([[21 de janeiro]]) por meio da Lei n.º 11.635, de [[27 de dezembro]] de [[2007]]. Segundo Eloi Ferreira Araújo, previamente ministro interino da Igualdade Racial, "O Estado brasileiro reconhece que existem problemas dessa ordem, mas estamos procurando tratar disso".<ref>{{Citar web|url= http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL965424-5606,00-ENTIDADES+RELIGIOSAS+LANCAM+CARTILHA+CONTRA+INTOLERANCIA+NO+RIO.html|titulo= Entidades religiosas lançam cartilha contra intolerância, no Rio|autor=G1|data=21 de janeiro de 2009|acessodata=26 de janeiro de 2010}}</ref><ref>{{Citar web|url= http://noticias.gospelmais.com.br/dia-nacional-de-combate-a-intolerancia-religiosa-e-comemorado-em-brasilia.html|titulo= Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa é comemorado em Brasília|autor=Gnotícias|data=21 de janeiro de 2008|acessodata=26 de janeiro de 2010}}</ref><ref>{{Citar web|url= http://www.jusbrasil.com.br/politica/4493626/seppir-promove-encontro-para-debater-liberdade-religiosa|titulo= Seppir promove encontro para debater liberdade religiosa|autor=JusBrasil|data=18 de janeiro de 2010|acessodata=26 de janeiro de 2010}}</ref>


Algumas entidades também alegam que direitos sociais dos [[Homossexualidade no Brasil|homossexuais]] no Brasil são desrespeitados por motivos religiosos.<ref>Vide [[Direitos LGBT no Brasil]] e o [http://www.mj.gov.br/sedh/pndh3/pndh3.pdf Programa Nacional de Direitos Humanos 2009 (PNDH-3) – Brazil].<br />{{en}} Julio Severo."[http://www.profam.org/pub/rs/rs.2305.htm Behind The Homosexual Tsunami in Brazil]"<br />. Ligações externas acessadas em 19 de novembro, 2010.</ref>
Algumas entidades também alegam que direitos sociais dos [[Homossexualidade no Brasil|homossexuais]] no Brasil são desrespeitados por motivos religiosos.<ref>Vide [[Direitos LGBT no Brasil]] e o [http://www.mj.gov.br/sedh/pndh3/pndh3.pdf Programa Nacional de Direitos Humanos 2009 (PNDH-3) – Brazil].<br />{{en}} Julio Severo."[http://www.profam.org/pub/rs/rs.2305.htm Behind The Homosexual Tsunami in Brazil]"<br />. Ligações externas acessadas em 19 de novembro, 2010.</ref>

=== Relações com outras instituições ===
As religiões possuem relação próxima com outras instituições da sociedade brasileira, tais como os partidos políticos e os veículos de mídia.
{| class="wikitable"
!Religião
!Veículos de comunicação
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|[[Igreja Adventista do Sétimo Dia no Brasil|Igreja Adventista do Sétimo Dia]]<ref>{{Citar web|url=http://brazil.mom-rsf.org/br/proprietarios/empresas/detail/company/company/show/seventh-day-adventist-church/|titulo=Igreja Adventista do Sétimo Dia|acessodata=2017-11-14|obra=brazil.mom-rsf.org}}</ref>
|[[Rede Novo Tempo de Comunicação]]
|-
|[[Igreja Católica no Brasil|Igreja Católica Apostólica Romana]]<ref>{{Citar web|url=http://brazil.mom-rsf.org/br/proprietarios/empresas/detail/company/company/show/catholic-church-rede-catolica-de-radio-rcr/|titulo=Igreja Católica - Rede Católica de Rádio (RCR)|acessodata=2017-11-14|obra=brazil.mom-rsf.org}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://brazil.mom-rsf.org/br/proprietarios/empresas/detail/company/company/show/catholic-church-instituto-brasileiro-de-comunicacao-crista-inbrac/|titulo=Igreja Católica - Instituto Brasileiro de Comunicação Cristã (...|acessodata=2017-11-14|obra=brazil.mom-rsf.org}}</ref>
|[[União de Radiodifusão Católica do Brasil]] (UNDA-BR)
[[Rede Católica de Rádio]] (RCR)

[[Signis Brasil]]

[[Rede Vida|Instituto Brasileiro de Comunicação Cristã]] (INBRAC)

[[TV Evangelizar|Associação Evangelizar é Preciso]]

[[Rede Aparecida de Comunicação]]

[[Canção Nova]]

[[Milícia da Imaculada (Brasil)|Milícia da Imaculada]]

[[Rede Pai Eterno]]
|-
|[[Igreja Renascer em Cristo]]<ref>{{Citar web|url=http://brazil.mom-rsf.org/br/proprietarios/empresas/detail/company/company/show/renascer-em-cristo-church/|titulo=Igreja Renascer em Cristo|acessodata=2017-11-14|obra=brazil.mom-rsf.org}}</ref>
|[[Rede Gospel]]
|-
|[[Igreja Universal do Reino de Deus]]<ref name=":0">{{Citar web|url=http://brazil.mom-rsf.org/br/proprietarios/empresas/detail/company/company/show/universal-church-of-the-kingdom-of-god/|titulo=Igreja Universal do Reino de Deus|acessodata=2017-11-14|obra=brazil.mom-rsf.org}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://brazil.mom-rsf.org/br/proprietarios/empresas/detail/company/company/show/grupo-record/|titulo=Grupo Record|acessodata=2017-11-14|obra=brazil.mom-rsf.org}}</ref>
|[[Grupo Record]]
[[Rede Aleluia]]

[[Folha Universal]]
|}
A relação com a política se dá no predomínio das instâncias decisórias e chapas partidárias. O [[Partido Republicano Brasileiro]] (PRB) está ligado à IURD, desde a época em que se chamava Partido Municipalista Renovador, quando vários fiéis saíram do [[Partido Liberal (Brasil)|Partido Liberal]] (hoje extinto).<ref name=":0" /> A [[Assembleia de Deus (Brasil)|Assembleia de Deus]] (AD) é noticiada como articuladora na criação do Partido Republicano Cristão (PRC)<ref>{{Citar periódico|titulo=Vem aí o PRC, um partido ligado à Assembleia de Deus|url=http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/felipe-patury/noticia/2014/03/bvem-ai-o-prcb-um-partido-ligado-assembleia-de-deus.html|jornal=revistaepoca.globo.com}}</ref> — organização política que solicita registro no [[Tribunal Superior Eleitoral]] como partido político —, como também seus fiéis preferencialmente se filiam ao [[Partido Social Cristão]] (PSC),<ref>{{Citar periódico|ultimo=Guiame|data=2011-08-17|titulo=Assembleia de Deus em MT prepara filiação em massa no PSC|url=https://guiame.com.br/gospel/mundo-cristao/assembleia-de-deus-em-mt-prepara-filiacao-em-massa-no-psc.html|jornal=Guiame}}</ref><ref name=":1">{{Citar periódico|titulo=Sucesso eleitoral da Assembleia de Deus é 3 vezes maior que o do PT|url=http://www.valor.com.br/politica/970309/sucesso-eleitoral-da-assembleia-de-deus-e-3-vezes-maior-que-o-do-pt|jornal=Valor Econômico}}</ref> entretanto não há vínculos oficializados.<ref>{{Citar web|url=http://www.atribunamt.com.br/2016/08/assembleia-de-deus-declara-que-nao-possui-vinculo-com-o-psc/|titulo=Assembleia de Deus declara que não possui vínculo com o PSC|data=|acessodata=2017-11-14|obra=A Tribuna MT|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> Já o [[Partido da República]] (PR), apesar de ser a segunda preferência dos assembleianos, é predominado por [[Presbiterianismo no Brasil|presbiterianos]].<ref name=":1" /> Também há vínculos extraoficiais da AD com o [[Partido Trabalhista Brasileiro]] (PTB), [[Partido Social Democrata Cristão]] (PSDC) e o [[Partido Ecológico Nacional]] (PEN).<ref name=":2">{{citar periódico|ultimo=Ribeiro|primeiro=Assis|data=9/10/2012|titulo=A influência das igrejas nas eleições|url=https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/a-influencia-das-igrejas-nas-eleicoes|jornal=Jornal GGN|acessodata=14.11.2017}}</ref> Além desses, são apontados como braços religiosos na política o [[Partido Trabalhista Cristão]] (PTC), o [[Partido Humanista da Solidariedade]] (PHS) e o [[Partido da Mobilização Nacional]] (PMN) em relação à [[Igreja Batista]], o então [[Partido Trabalhista Nacional]] (PTN) em relação à [[Igreja do Evangelho Quadrangular]] e o [[Partido Renovador Trabalhista Brasileiro]] (PRTB) em relação à [[Igreja Metodista]].<ref name=":2" />


== Ver também ==
== Ver também ==
* [[Lista dos principais grupos religiosos do Brasil]]
* [[Demografia do Brasil]]
* [[Demografia do Brasil]]
* [[Wicca]]
* [[Wicca]]
* [[Principais grupos religiosos]]
* [[Principais grupos religiosos]]


{{referências|col=2}}
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== Ligações externas ==
== Ligações externas ==
* {{Link||2=http://estadaodados.com/html/religiao/|3=A Fé dos Brasileiros - Números do Censo revelam o tamanho dos diferentes grupos religiosos|4=[[O Estado de S. Paulo]]}}
* [http://estadaodados.com/html/religiao/ ''A Fé dos Brasileiros - Números do Censo revelam o tamanho dos diferentes grupos religiosos''], em [[O Estado de S. Paulo]]
* {{Link||2=http://datafolha.folha.uol.com.br/po/ver_po.php?session=447|3=Data Folha|4= Opinião Pública - [[5 de Maio]] de [[2007]] - Estudo realizado pelo Datafolha a partir de dados consolidados de oito pesquisas nacionais realizadas em [[2006]] e em 2007. Publicado por ocasião da visita do papa [[Papa Bento XVI|Bento XVI]] ao Brasil em maio de 2007.}}
* [http://datafolha.folha.uol.com.br/opiniaopublica/2007/05/1223870-64-dos-brasileiros-se-declaram-catolicos.shtml/po/ver_po.php?session=447 Estudo realizado pelo Datafolha a partir de dados consolidados de oito pesquisas nacionais realizadas em 2006 e em 2007]
* {{Link|pt|2=http://www.mackenzie.br/6994.html?&L=0 |3=''Breve História do Protestantismo no Brasil'' no site oficial do Instituto Presbiteriano Mackenzie}}
* [http://www.mackenzie.br/6994.html?&L=0 ''Breve História do Protestantismo no Brasil''], na página do Instituto Presbiteriano Mackenzie
* [http://host.uniroma3.it/progetti/romatrepress/Krypton/Krypton_I_15.pdf ''Entre política e religião: diferenciação funcional e laicidade seletiva no Brasil'' [[Revista eletrônica Krypton - Universitá Roma Tre]]]
* [http://host.uniroma3.it/progetti/romatrepress/Krypton/Krypton_I_15.pdf ''Entre política e religião: diferenciação funcional e laicidade seletiva no Brasil''], na revista eletrônica Krypton, da Universitá Roma Tre


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Revisão das 17h07min de 14 de novembro de 2017

A religião no Brasil é muito diversificada e caracteriza-se pelo sincretismo. A Constituição prevê a liberdade de religião e a Igreja e o Estado estão oficialmente separados, sendo o Brasil um Estado laico.[1] A legislação brasileira proíbe qualquer tipo de intolerância, sendo a prática religiosa geralmente livre no país. Segundo o Relatório Internacional de Liberdade Religiosa de 2005, elaborado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, a "relação geralmente amigável entre religiões contribui para a liberdade religiosa" no Brasil.[2] O Brasil é um país religiosamente diverso, com a tendência de mobilidade entre as religiões e o sincretismo religioso.[3]

Estatísticas



Religiões no Brasil (censo de 2010)[4]

  Catolicismo romano (64.6%)
  Protestantismo (22.2%)
  Sem religião (8%)
  Espiritismo (2%)
  Outro (3.2%)

A população brasileira é majoritariamente cristã (87%), sendo sua maior parte católico-romana (64,4%).[5] Herança da colonização portuguesa, o catolicismo foi a religião oficial do Estado até a Constituição Republicana de 1891, que instituiu o Estado laico. Também estão presentes os movimentos básicos do protestantismo: adventismo, batistas, evangelicalismo, luteranos, metodismo e presbiterianismo. No entanto, existem muitas outras denominações religiosas no Brasil, algumas dessas igrejas são: pentecostais, episcopais, restauracionistas, entre outras. Há mais de três milhões e meio de espíritas (ou kardecistas) que seguem a doutrina espírita, codificada por Allan Kardec. O animismo também é forte dividindo-se em candomblé, umbanda, esoterismo, santo daime e tradições indígenas.[6] Existe também uma minoria de muçulmanos, budistas, judeus e neopagãos. 8% da população (cerca de 15 milhões de pessoas) declarou-se sem religião no último censo, podendo ser agnósticos, ateus ou deístas.[5]

Nas últimas décadas, tem havido um grande aumento de igrejas neopentecostais, o que diminuiu o número de membros tanto da Igreja Católica quanto das religiões afro-brasileiras.[7] Cerca de noventa por cento dos brasileiros declararam algum tipo de afiliação religiosa no último censo realizado.[8]

O censo demográfico realizado em 2010, pelo IBGE, apontou a seguinte composição religiosa no Brasil: 64,6% dos brasileiros (cerca de 123 milhões) declaram-se católicos; 22,2% (cerca de 42,3 milhões) declaram-se protestantes (evangélicos tradicionais, pentecostais e neopentecostais); 8,0% (cerca de 15,3 milhões) declaram-se irreligiosos: ateus, agnósticos, ou deístas; 2,0% (cerca de 3,8 milhões) declaram-se espíritas; 0,7% (1,4 milhão) declaram-se as testemunhas de Jeová; 0,3% (588 mil) declaram-se seguidores do animismo afro-brasileiro como o Candomblé, o Tambor-de-mina, além da Umbanda; 1,6% (3,1 milhões) declaram-se seguidores de outras religiões, tais como: os budistas (243 mil), os judeus (107 mil), os messiânicos (103 mil), os esotéricos (74 mil), os espiritualistas (62 mil), os islâmicos (35 mil) e os hoasqueiros (35 mil). Há ainda registros de pessoas que declaram-se baha'ís e wiccanos, porém nunca foi revelado um número exato dos seguidores de tais religiões no país.[4]

Grupos religiosos

Bahá'í

Ver artigo principal: Fé Bahá'í no Brasil

Budismo

Ver artigo principal: Budismo no Brasil
Templo budista Zu Lai em Cotia, São Paulo, o maior da América Latina.[9]

O budismo é provavelmente a maior de todas as religiões minoritárias do Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010 havia 243 966 budistas no Brasil[4] — em 1991 236 408 budistas, em 2000 214 873 budistas no país (-9.1%)[10] O número relativamente grande de seguidores é devido, principalmente, a grande comunidade japonesa brasileira. Cerca de um quinto da comunidade japonesa no Brasil é seguidora do budismo. Ramos budistas japonesas, como o Budismo de Nitiren (mais notavelmente a Soka Gakkai), Jodo Shinshu e Zen são os mais populares.

No entanto, nos últimos anos tradições chinesas e do sudeste asiático, como a Mahayana e Theravada, estão ganhando popularidade. O budismo foi introduzido no Brasil no início do século XX, por imigrantes japoneses, embora agora, 60% dos brasileiros japoneses sejam cristãos devido às atividades missionárias e casamento. No entanto, a cultura brasileira japonesa tem uma substancial influência budista.

Cristianismo

Catolicismo

Ver artigo principal: Catolicismo no Brasil
Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida, um dos maiores templos católicos do mundo.
Estátua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro, Brasil.

A principal religião do Brasil, desde o século XVI, tem sido o catolicismo romano. Ela foi introduzida por missionários jesuítas que acompanharam os exploradores e colonizadores portugueses nas terras do país recém-descoberto. O Brasil é considerado o maior país do mundo em número de católicos nominais, com 64,6% da população brasileira declarando-se católica, de acordo com o Censo do IBGE de 2010.[4]

No transcorrer do século XX, foi perceptível uma diminuição no interesse pelas formas tradicionais de religiosidade no país. Um reflexo disso é o aparecimento de grande número de pessoas que se intitulam católicos "não-praticantes". Uma pesquisa de 2007 da Fundação Getúlio Vargas, no entanto, indicou pesquisas mostram que o número de católicos estagnou no país depois de mais de 130 anos de queda.[11] Entretanto, segundo dados do Censo do IBGE, entre os anos 2000 e 2010, o total de católicos diminuiu 1,4%, enquanto a população brasileira aumentou 12,3%. Em 2010, havia 123,2 milhões de católicos no País; em 2000, eram 124,9 milhões. Em dez anos, a comunidade católica perdeu uma população equivalente à de Curitiba.[4][12]

Entre as tradições populares do catolicismo no Brasil estão as peregrinações à Basílica de Nossa Senhora Aparecida, o quarto santuário mariano mais visitado do mundo,[13] e é capaz de abrigar até 45.000 fiéis.[14] Nossa Senhora Aparecida acabou por tornar-se a Padroeira do Brasil.[15] Outras festas católicas importantes são o Círio de Nazaré, Festa do Divino, a Festa do Divino Pai Eterno, mais conhecida como Romaria de Trindade, em Goiás, e a Romaria de Nossa Senhora Medianeira, que ocorre anualmente no segundo domingo de novembro, em Santa Maria, na região central do Rio Grande do Sul.[carece de fontes?]

A Renovação Carismática Católica (RCC) chegou ao Brasil no começo dos anos 1970.[16] O movimento busca dar uma nova abordagem à evangelização e renovar algumas práticas da tradição católica, incentivando uma experiência pessoal com Deus através do Espírito Santo. Assemelha-se em certos aspectos às Igrejas Pentecostais, como no uso dos dons do Espírito Santo, na adoção de posturas que são consideradas fundamentalistas e numa maior rejeição ao sincretismo religioso por parte de seus integrantes.[17]

A maior proporção de católicos está concentrada nas regiões Nordeste (72,2%) e Sul (70,1%) do país.[18] A menor proporção de católicos é encontrado na região Centro-Oeste. O Piauí tem a maior proporção de católicos (85,1%) e Rio de Janeiro tem a menor (45,8%). O município com o maior número de seguidores do catolicismo no Brasil é União da Serra, no Rio Grande do Sul, onde 99% da população se considera católica.[19]

Protestantismo

Ver artigo principal: Protestantismo no Brasil
Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro

O protestantismo é o segundo maior segmento religioso do Brasil, representado principalmente pelas igrejas evangélicas, com cerca de 42,3 milhões de fiéis, o que representa um quarto da população brasileira.[20] Entre as maiores denominações protestantes tradicionais do Brasil em número de adeptos estão os batistas (3,7 milhões), presbiterianos (1,5 milhão),[21] adventistas do sétimo dia (1,5 milhão),[22] luteranos (1 milhão) e metodistas (340 mil). Entre os protestantes evangelicalistas (ou pentecostais e os neopentecostais), os grupos com o maior número de seguidores são a Assembleia de Deus (12,3 milhões), a Congregação Cristã no Brasil (2,3 milhões), a Igreja Universal do Reino de Deus (1,8 milhão) e a Igreja do Evangelho Quadrangular (1,8 milhão).[4]

O segmento religioso cristão protestante apresentou um forte crescimento no país nos últimos anos, aumentando o seu número de seguidores em 61% no período compreendido entre 2000 e 2010.[5]

O protestantismo chegou ao Brasil pela primeira vez com viajantes e nas tentativas de colonização do Brasil por huguenotes (nome dado aos reformados franceses) e reformados holandeses e flamengos durante o período colonial. Esta tentativa não deixou frutos persistentes. Uma missão francesa enviada por João Calvino se estabeleceu, em 1557, numa das ilhas da Baía de Guanabara, fundando a França Antártica.

Os dados do Censo 2010 mostram que as religiões protestantes de origem pentecostal são as que têm a maior proporção de fieis com renda per capita inferior a um salário mínimo: 63,7% do total. Os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) também mostram diferenças entre as áreas rurais e urbanas do país. Nas zonas rurais, 77,9% são católicos e 10,1% são evangélicos de origem pentecostal, enquanto nas zonas urbanas esses percentuais são de 62,2% e 13,9%, respectivamente. Na média do país, 64,6% se declararam católicos e 12,2%, evangélicos pentecostais.[23]

Adventismo

Ver artigo principal: Igreja Adventista do Sétimo Dia

No Brasil segundo o IBGE são 561.071 membros da IASD em 2010[24] sob a coordenação de sete Uniões que administram as Associações e Missões. As instituições da IASD do Brasil e de sete países latino-americanos formam a Divisão Sul Americana, com sede em Brasília, Distrito Federal.[25]

Primeira Igreja Adventista do Brasil em Santa Catarina.

O adventismo chegou ao Brasil em 1884 através de publicações que chegaram pelo porto de Itajaí com destino a cidade de Brusque, no interior de Santa Catarina. Em maio de 1893 chegou o primeiro missionário adventista, Alberto B. Stauffer que introduziu formalmente através da Colportagem os primeiros contatos com a população. Em abril de 1895 foi realizado o primeiro batismo em Piracicaba, SP, sendo Guilherme Stein Jr o primeiro converso. Inicialmente os estados brasileiros com maior presença germânica foram atingidos pela literatura adventista. Conforme informações repassadas pelo pastor F Westphal, a primeira Igreja Adventista do Sétimo Dia em solo nacional foi estabelecida na região de Gaspar, em Santa Catarina, em 1895, seguida por congregações no Rio de Janeiro e em Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo, todas no mesmo ano.[26]

Com a fundação da gráfica adventista em 1905 em Taquari, RS (atual Casa Publicadora Brasileira[27] localizada em Tatuí-SP), o trabalho se estabeleceu entre os brasileiros e se expandiu em todos os estados. A primeira Escola Adventista no Brasil surgiu em 1896 na cidade de Curitiba. Em 2005 somam-se 393 escolas de ensino fundamental e 118 do ensino médio com o total de 111.453 alunos e seis instituições de Ensino Superior (IES) com mais de cinco mil alunos que tem no Centro Universitário Adventista de São Paulo, sua matriz educacional. O UNASP[28] como é conhecida esta IES, surgiu em 1915, no Capão Redondo, SP e hoje conta com três campi: na cidade de São Paulo, em Engenheiro Coelho e Hortolândia.

Mormonismo

Templo de Manaus, Amazonas.

O mormonismo chegou ao Brasil em 1923, por meio de imigrantes alemães, porém o trabalho de proselitismo só se iniciou em 1929.[29] De acordo com dados do IBGE, existiam 226 509 mórmons no Brasil,[4] e A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias possui mais de 1.289.376 membros no país,[30][31] com um crescimento de aproximadamente 460% nos últimos seis anos.[32] Tem 34 Missões, 1.996 Congregações, 6 Templos e 329 Centros de História da Família.

A Igreja Mórmon no Brasil é presidida pelos Élderes (título que significa "senhor","Irmão mais velho", "ancião") Cláudio R. M. Costa (Presidente),[33] Jairo Mazzagardi (Primeiro Conselheiro)[34] e Marcos A. Aidukaitis (Segundo Conselheiro).[35] No país, os mórmons, também chamados de SUD santos dos últimos dias, têm seis templos construídos, dedicados e em funcionamento (em São Paulo, Recife, Porto Alegre, Campinas, Curitiba e Manaus) e três a construir, em Fortaleza, Rio de Janeiro e Belém.[36] Pela crença mórmon, nesses templos são realizadas ordenanças como batismo vicário, casamento celestial e selamento de famílias, além de ser um lugar de aprendizado e espiritualidade. Somente membros batizados e dignos podem entrar os templos.[37][38] A Igreja Mórmon realiza reuniões de adoração aos domingos em suas igrejas pelo Brasil que estão abertas ao público.[39]

Igreja Ortodoxa

Ver artigo principal: Cristianismo ortodoxo no Brasil
Catedral Metropolitana Ortodoxa, em São Paulo.

A Igreja Ortodoxa também se faz presente no Brasil. A Catedral Metropolitana Ortodoxa, localizada em São Paulo, na rua Vergueiro, além de ser a da Arquidiocese da Igreja Católica Ortodoxa Antioquina de São Paulo é, também, de todo o Brasil. É um exemplo de construção arquitetônica bizantina que pode ser apreciado na América do Sul. Seu projeto, cuja edificação teve início da década de 1940, foi inspirado na Basílica de Santa Sofia em Constantinopla (atual Istambul) e foi inaugurada em janeiro de 1954. De acordo com dados do IBGE, existiam 131 571 cristãos ortodoxos no Brasil.[4]

A Igreja Ortodoxa está representada no Brasil pelas seguintes jurisdições: Patriarcado de Antioquia, Patriarcado de Moscou, Patriarcado da Sérvia, Igreja Ortodoxa da Grécia, Igreja Ortodoxa da Ucrânia e Igreja Ortodoxa da Polônia, esta última tendo em posse uma Eparquia Ortodoxa do Brasil; e se encontra presente nos estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Pernambuco.[carece de fontes?]

Também há presença no país de igrejas ortodoxas orientais: a mais numerosa sendo a Igreja Ortodoxa Síria, mas também de duas paróquias da Igreja Apostólica Armênia e uma da Igreja Ortodoxa Copta no estado de São Paulo.[40][41] A comunidade ortodoxa oriental no país é amplamente composta por brasileiros convertidos e seus descendentes.

Testemunhas de Jeová

Ver artigo principal: Testemunhas de Jeová no Brasil

De acordo com dados do Censo de 2010 do IBGE, existiam 1,393,208 Testemunhas de Jeová no Brasil, que se distribuem em 11.802 congregações. O Brasil é na atualidade um dos países com maior número de Testemunhas de Jeová. Em 2015, foram feitos 28.349 batizados no país. No evento da Comemoração da Morte de Cristo estiveram presentes 1.743.624 pessoas. Foram realizados 863.612 estudos Bíblicos pelas Testemunhas no Brasil. Foram dedicadas 172.695.296 horas na pregação das Boas Novas no país.

As reuniões das Testemunhas de Jeová já ultrapassam uma média de um milhão pessoas presentes ao ano, sendo que 1,743,624 pessoas estiveram presentes em sua principal reunião anual de 2015, a Comemoração da Morte de Cristo. Os Estados com maior número de Testemunhas de Jeová são: São PauloMinas Gerais, Rio de JaneiroBahia e Rio Grande do Sul.

Espiritismo

Sede da Federação Espírita Brasileira em Brasília.

De acordo com o último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, o Brasil possuía 3,8 milhões de espíritas, sendo esse o terceiro maior grupo religioso do país, representando cerca de 2% da população brasileira.[4] Com efeito, o IBGE trata os termos kardecismo e espiritismo como equivalentes em sua classificação censitária.[42]

A doutrina espírita teve através de nomes como Bezerra de Menezes e Chico Xavier a oportunidade de se popularizar, espalhando seus ensinamentos por grande parte do território brasileiro. Hoje, o país é o que reúne o maior número de adeptos do espiritismo no mundo. Os espíritas são, também, o segmento social que têm maior renda e escolaridade, segundo os dados do mesmo Censo. Bezerra de Menezes foi presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB) por duas gestões. A FEB foi fundada em janeiro de 1884, por Elias da Silva, com a finalidade de unificar o pensamento espírita no Brasil.[43]

Como doutrina filosófica, o espiritismo foi sistematizado pelo pedagogo francês Allan Kardec n'O Livro dos Espíritos, publicado em 18 de abril de 1857.[44] No Brasil, contudo, houve uma forte ressignificação das ideias espíritas, que foram carregadas de um viés muito mais religioso do que o existente na Europa. Foi dentro dessa perspectiva que o espiritismo foi amplamente divulgado no Brasil, ainda na segunda metade do século XIX, atraindo principalmente a classe média. Em setembro de 1865, em Salvador, Bahia, foi criado o "Grupo Familiar do Espiritismo", o primeiro centro espírita brasileiro. Em 1873, fundou-se a "Sociedade de Estudos Espíritas", com o lema "Sem caridade não há salvação; sem caridade não há verdadeiro espírita". Esse grupo dedicou-se a traduzir para o português as obras de Kardec, como "O Livro dos Espíritos", "O Livro dos Médiuns", "O Evangelho Segundo o Espiritismo", "O Céu e o Inferno" e "A Gênese".[45]

Islamismo

Ver artigo principal: Islã no Brasil
Mesquita em Foz do Iguaçu, Paraná.

Segundo o Censo de 2010, havia 35 167 muçulmanos no Brasil.[4] Acredita-se que o islã chegou ao Brasil por meio de escravos africanos muçulmanos trazidos da África Ocidental. O Brasil recebeu mais muçulmanos escravizados do que qualquer outro lugar nas Américas.[46] Durante o Ramadã, em janeiro de 1835, um pequeno grupo de escravos negros e libertos de Salvador, na Bahia, inspirados por professores muçulmanos, se levantaram contra o governo no que ficou conhecido como Revolta dos Malês, a maior rebelião escrava no Brasil. (Muçulmanos eram chamados de malês na Bahia por causa da palavra imale do iorubá, que designava um muçulmano iorubá.) Temendo que o exemplo pudesse ser seguido, as autoridades brasileiras começaram a vigiar os malês com muito cuidado e, nos anos subsequentes, intensos esforços foram feitos para forçar conversões para o catolicismo e apagar a memória popular e o apreço pelo islã.[47] No entanto, a comunidade muçulmana africana não foi eliminada com facilidade, e em 1910, estima-se que ainda havia cerca de 100.000 africanos muçulmanos vivendo no Brasil.[48]

Uma tendência recente tem sido o aumento nas conversões ao islamismo entre os cidadãos não-árabes.[49] Uma fonte muçulmana recente estima que existem cerca de 10 mil muçulmanos convertidos no Brasil.[50] Os líderes da comunidade muçulmana no Brasil estimam que há entre 70.000 e 300.000 muçulmanos no país, com o menor valor que representando aqueles que praticam a religião, enquanto a estimativa mais elevada incluiria também membros nominais.[49]

Judaísmo

Ver artigo principal: Judaísmo no Brasil

De acordo com dados do censo de 2010, existiam 107 329 judeus no Brasil, apesar de outras fontes apresentarem um número maior de seguidores.[51] A maior proporção de judeus é encontrado nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.[52]

Sinagoga Kahal Zur Israel em Recife, Pernambuco, a mais antiga da América.

Os judeus chegaram pela primeira vez no Brasil como cristãos-novos ou convertidos, nomes aplicados aos judeus ou muçulmanos que se converteram ao catolicismo, a maioria deles à força. De acordo com os relatórios da Inquisição, muitos cristãos-novos que viviam no Brasil durante o período colonial foram condenados por secretamente manterem costumes judaicos.[53] Estes relatórios podem não ser confiáveis ​​desde a Inquisição confiscou os bens terrenos de suas vítimas, e tinha um interesse direto na denúncia e convencendo-os.

Em 1630, os holandeses conquistaram partes do nordeste do Brasil e permitiram a prática aberta de qualquer religião. Muitos judeus vieram dos Países Baixos para viver no Brasil na área dominada pelos holandeses. A maioria deles eram descendentes dos judeus portugueses que tinham sido expulsos de Portugal, em 1497. Em 1636, a Sinagoga Kahal Zur Israel, a primeira sinagoga das Américas, foi construída no Recife, a capital da Nova Holanda (Brasil Holandês).[53] O edifício original permanece intacto até hoje,[54] mas os judeus foram forçados a sair do Brasil quando o Império Português retomou as terras em 1654.[55]

A primeira vez que judeus ficaram no Brasil e puderam praticar abertamente a sua religião aconteceu quando a primeira constituição brasileira concedeu liberdade de religião em 1824, logo após a independência. Eles eram principalmente judeus marroquinos, descendentes dos judeus espanhóis e portugueses que tinham sido expulsos da Espanha em 1492 e de Portugal em 1497.

A primeira onda de judeus sefarditas foi ultrapassada pela maior onda de imigração de judeus ashkenazi, que chegou no final do século XIX e início do século XX, principalmente da Rússia, Polônia, Bielorrússia e Ucrânia. Um último grupo significativo veio, fugindo do nazismo e da destruição que se seguiu pela Segunda Guerra Mundial.

Neopaganismo

Começam a se difundir entre os brasileiros, atualmente, as religiões neo-pagãs, como a Wicca, a Ásatrú e o Neo-druidismo. Com a Wicca acontece um fator mais expressivo e especial. No Censo 2010, os wiccanos foram incluídos no grupo de "outras religiosidades" e "não determinadas".[4] De qualquer forma, desde a década de 1990 a Wicca, ou a Bruxaria moderna em geral, têm crescido muito no país, especialmente no Rio de Janeiro, Nordeste e São Paulo.[56]

Segundo o Censo demográfico realizado no ano de 2010 no Brasil pelo IBGE, a religião Wicca e o Paganismo não foram incluídos na relação das religiões existentes no país, desta forma, podemos dizer que muitos dos seguidores das religiões pagãs ou se formos ser mais específicos, da religião Wicca, foram distribuídos entre as tradições esotéricas (74.013 seguidores), outras religiões (11.306 seguidores) ou religiosidade não determinada/mal definida (628.219 seguidores).[4]

Contudo, sabemos que dentro deste contexto, a religião Wicca não é a única religião existente dentro do paganismo ou neo-paganismo, mas sendo ela a mais representativa e presente junto ao diálogo inter-religioso de nosso país, a coloca como a de maior expressão, conseguinte, a de maior número junto às demais religiões neo-pagãs. Neste prisma, podemos fazer um cálculo estimativo e aproximado de que haja em torno de 350 mil à 400 mil seguidores da religião Wicca em nosso país.[57]

Religiões afro-brasileiras

Mãe Stella de Oxóssi Iyálorixá do Candomblé, Salvador, Bahia.

As chamadas religiões afro-brasileiras compõem o candomblé que é dividido em várias congregações, o Batuque, o Xangô do Nordeste, a Encantaria, o Tambor de Mina, a Quimbanda e o Xambá foram trazidas originalmente pelos escravos. Estes escravos cultuavam seu Deus, e as divindades chamadas Orixás, Voduns ou inkices com cantos e danças trazidos da África.

A umbanda é considerada por muitos uma religião nascida no Brasil, tendo certo reconhecimento legal como a única religião brasileira. Surgiu em 15 de novembro de 1908 em São Gonçalo da Guanabara, no Rio de Janeiro, embora existam relatos de outras datas e locais de manifestação desta religião antes e durante este período[58][59] seus adeptos aceitam esta data como o início histórico da mesma. Nas práticas atuais, os seguidores da umbanda deixam oferendas de alimentos, velas e flores em lugares públicos para os espíritos. Os terreiros de candomblé são discretos da vista geral, exceto em festas famosas, tais como a Festa de Iemanjá em todo o litoral brasileiro e Festa do Bonfim na Bahia. Estas religiões estão em todo o país.

O Brasil é bastante conhecido pelos ritmos alegres de sua música, como o Samba e a conhecida como MPB (música popular brasileira). Isto pode relacionar-se ao fato de que os antigos proprietários de escravos no Brasil permitiam que seus escravos continuassem sua tradição de tocar tambores (ao contrário dos proprietários de escravos dos Estados Unidos que temiam o uso dos tambores para comunicações). Hoje, as Casas de Santo das religiões sincréticas são formalmente filiadas à Federação de Umbanda e Cultos Afro-Brasileiros, responsável por emitir a certidão de casamento religioso desses cultos.

Com a vinda dos escravos para o Brasil, seus costumes deram origem a diversas religiões, sendo a mais expressiva delas o candomblé, que tem milhões de seguidores, principalmente entre a população negra, descendente de africanos. Estão concentradas em maior número nos grandes centros urbanos do Norte e do Nordeste do país, mas também com grande presença no Sudeste. Diferente do candomblé, que é a religião sobrevivente da África ocidental, há também a Umbanda, que representa o sincretismo religioso entre o catolicismo, espiritismo e os orixás africanos. As religiões de matriz africana foram e ainda são perseguidas e discriminadas no Brasil.[60]

Hinduísmo

Ver artigo principal: Hinduísmo no Brasil

Existem pequenas comunidades hinduístas no Brasil.

Santo Daime e religiões indígenas

Ver artigo principal: Mitologia tupi-guarani

Do Estado da Bahia para o Norte há práticas diferentes de matriz americana, alguns em sincretismo com elementos cristãos, como o Santo Daime, de influência católica romana; ou a União do Vegetal de influência espírita. Nas décadas mais recentes, tem crescido no Brasil o número de adeptos de religiões que fazem uso do chá Hoasca (também conhecido como ayahuasca) em seus rituais. São as chamadas religiões "hoasqueiras", nomenclatura sintética das religiões indígenas e xamânicas sincréticas que se originaram na Floresta Amazônica e no Sertão e hoje se expandem nos grandes centros urbanos. Entre elas, as mais representativas e organizadas são o Santo Daime, o Xamanísmo Catimbó, a Jurema sagrada, a União do Vegetal e a Pajelança, são cultos com fortes elementos indígenas.[61]

Em 2004, o Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas (CONAD), atual órgão do Ministério da Justiça brasileiro, reconheceu a legitimidade do uso religioso da ayahuasca e a legalidade de sua prática. Seu uso para fins religiosos foi regulamentado pelo CONAD em 25 de janeiro de 2010, em resolução na qual se estabelece as normas legais para a utilização do chá pelas instituições religiosas.[62]

Não religiosos

De acordo com dados do Censo brasileiro de 2010 do IBGE, 8,0% da população brasileira declarou-se "sem religião" (o que equivale a 15,3 milhões de pessoas), dentre as quais cerca de 615 mil declararam-se ateias.[4] No Censo de 2000, estes correspondiam a 7,4% (cerca de 12,5 milhões) da população.[63] Em 1991 essa porcentagem era de 4,7%. Cabe salientar que o IBGE, órgão oficial de pesquisas, não pergunta quem de fato é ateu, quem é agnóstico, e quem apenas não segue alguma religião preestabelecida, embora conserve a sua fé em algo transcendental, denominando todos estes grupos pelo termo "sem religião". Uma pesquisa realizada pela empresa Ipsos a pedido da agência de notícias Reuters revelou que 3% dos brasileiros entrevistados não acreditam em deuses ou seres supremos.[64]

No Brasil, o estado da Bahia é o terceiro com maior número de pessoas sem religião; o primeiro é o Rio de Janeiro.[65] A capital baiana, Salvador, tem a maior porcentagem nacional de pessoas sem religião entre as capitais, 18% da população.[65] No país todo, são mais numerosos entre os homens e entre os habitantes com menos de 55 anos.[65] A cidade com o maior percentual de ateus é Nova Ibiá, com 59,85% dos habitantes, de acordo com o censo de 2000 do IBGE.[66] O segundo lugar fica com Pitimbu, na Paraíba, com 42, 44%.[66] De acordo com dados do Censo de 2010, no entanto, o município do Chuí, no Rio Grande do Sul, é o que apresenta a maior proporção de pessoas sem religião, onde 54% dos habitantes declarou não professar nenhuma fé.[19]

Atualmente, apenas os ditos católicos e evangélicos superam em número os não religiosos. Em comparação, estima-se que a média mundial de não religiosos é de 23,5% da população total.[67]

Controvérsias

Laicidade do Estado brasileiro

A Constituição brasileira de 1988 instituiu uma divisão entre as religiões e o Estado, consolidando o conceito de Estado laico. O governo instituído não pode favorecer, nem interditar, as atividades das religiões. Além disso, não pode impor uma religião específica aos seus cidadãos, nem discriminá-los em razão de não seguirem a religião majoritária.

Artigo 5.° (caput).

IV- é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

VIII- ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.

Artigo 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I- estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.

Constituição brasileira de 1988[68]

Tal princípio constitucional, o conceito de Estado laico, já é bem antigo no Brasil, tendo sido instituído pela Constituição de 1891.

Artigo 72 (Caput)

§7°- Nenhum culto ou igreja gozará de subvenção oficial, nem terá relações de dependência ou aliança com o Governo da União ou dos Estados. - Constituição Republicana de 1891[69]

Uma cruz cristã pendurada na parede da sede do Supremo Tribunal Federal. A presença de símbolos religiosos em repartições públicas é criticada por alguns setores da sociedade, por considerarem essa uma forma de discriminação religiosa e desrespeito ao laicismo.[1]

No entanto, apesar da Constituição do Brasil definir o Estado como laico e ter oficializado a separação entre a Igreja e o Estado,[1] o governo brasileiro mantém uma concordata com o Vaticano,[2] o que, de acordo com alguns especialistas, cria um estatuto privilegiado para a Igreja Católica no país.[70] No entanto, para outros especialistas o acordo não cria privilégios e "todas as religiões estão livres para estabelecer a mesma relação com o Estado, se assim o desejarem".[70][71]

A presença de símbolos religiosos, como a cruz cristã, em repartições públicas brasileiras também é criticada por algumas entidades. Em 2009, o Ministério Público de São Paulo entrou com uma ação civil pedindo a retirada dos símbolos religiosos dos prédios de entidades do governo federal no estado de São Paulo. Para o procurador Jefferson Aparecido Dias, responsável pela ação, "quando o Estado ostenta um símbolo religioso de uma determinada religião em uma repartição pública, está discriminado todas as demais ou mesmo quem não tem religião afrontando o que diz a Constituição."[1]

No entanto o desembargador José Geraldo Barreto Fonseca defendeu a manutenção dos crucifixos em repartições públicas, sob a alegação de que "o Brasil é um estado laico, não ateu, e respeita os valores religiosos". Ele cita o preâmbulo da Constituição Federal, em que se lê que esta foi promulgada "sob a proteção de Deus".[72] Em 2007 o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) julgou quatro representações questionando a presença de crucifixos em tribunais, como o que há no Supremo Tribunal Federal. Decidiu pela permanência dos crucifixos, entendendo que o uso de símbolos religiosos em órgãos do Poder Judiciário não fere a autonomia do Estado em relação à religião. Na sua avaliação os crucifixos são muito mais símbolos culturais e tradicionais do que representantes de uma religião específica.[73]

Em novembro de 2012 o Ministério Público de São Paulo entrou com outra ação civil solicitando a retirada do dístico "Deus seja louvado" das cédulas de real, moeda corrente no Brasil, gerando grande polêmica e resultando inclusive em ameaças ao Procurador que encaminhou a denúncia.[74] O dístico, alegadamente seria promoção do credo cristão, foi introduzido durante o Governo José Sarney e mantido por seus sucessores.

A concessão de passaportes diplomáticos a religiosos católicos e neopentecostais é contestada como uma violação do princípio de laicidade.[75]

Intolerância

Ver artigo principal: Intolerância religiosa no Brasil

Tem ocorrido no Brasil o crescimento das comunidades neopentecostais e algumas delas, como a Igreja Universal do Reino de Deus, são consideradas culpadas de intolerância religiosa.[76][77] Foi criado no Brasil o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa (21 de janeiro) por meio da Lei n.º 11.635, de 27 de dezembro de 2007. Segundo Eloi Ferreira Araújo, previamente ministro interino da Igualdade Racial, "O Estado brasileiro reconhece que existem problemas dessa ordem, mas estamos procurando tratar disso".[78][79][80]

Algumas entidades também alegam que direitos sociais dos homossexuais no Brasil são desrespeitados por motivos religiosos.[81]

Relações com outras instituições

As religiões possuem relação próxima com outras instituições da sociedade brasileira, tais como os partidos políticos e os veículos de mídia.

Religião Veículos de comunicação
Igreja Adventista do Sétimo Dia[82] Rede Novo Tempo de Comunicação
Igreja Católica Apostólica Romana[83][84] União de Radiodifusão Católica do Brasil (UNDA-BR)

Rede Católica de Rádio (RCR)

Signis Brasil

Instituto Brasileiro de Comunicação Cristã (INBRAC)

Associação Evangelizar é Preciso

Rede Aparecida de Comunicação

Canção Nova

Milícia da Imaculada

Rede Pai Eterno

Igreja Renascer em Cristo[85] Rede Gospel
Igreja Universal do Reino de Deus[86][87] Grupo Record

Rede Aleluia

Folha Universal

A relação com a política se dá no predomínio das instâncias decisórias e chapas partidárias. O Partido Republicano Brasileiro (PRB) está ligado à IURD, desde a época em que se chamava Partido Municipalista Renovador, quando vários fiéis saíram do Partido Liberal (hoje extinto).[86] A Assembleia de Deus (AD) é noticiada como articuladora na criação do Partido Republicano Cristão (PRC)[88] — organização política que solicita registro no Tribunal Superior Eleitoral como partido político —, como também seus fiéis preferencialmente se filiam ao Partido Social Cristão (PSC),[89][90] entretanto não há vínculos oficializados.[91] Já o Partido da República (PR), apesar de ser a segunda preferência dos assembleianos, é predominado por presbiterianos.[90] Também há vínculos extraoficiais da AD com o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Partido Social Democrata Cristão (PSDC) e o Partido Ecológico Nacional (PEN).[92] Além desses, são apontados como braços religiosos na política o Partido Trabalhista Cristão (PTC), o Partido Humanista da Solidariedade (PHS) e o Partido da Mobilização Nacional (PMN) em relação à Igreja Batista, o então Partido Trabalhista Nacional (PTN) em relação à Igreja do Evangelho Quadrangular e o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) em relação à Igreja Metodista.[92]

Ver também

Referências

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  43. Estas informações são encontradas nas planilhas disponibilizadas pelo IBGE no seguinte endereço:[1]. Encontram-se réplicas destes dados nos seguintes sítios: [2], [3] e [4]
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  65. a b c André Petry; Veja (26 de dezembro de 2007). «Como a fé resiste à descrença». Consultado em 19 de março de 2011. Entre os brasileiros sem religião, a maior curiosidade está na Bahia de Todos os Santos, terra onde frei Henrique de Coimbra rezou a mítica primeira missa, em 26 de abril de 1500. A Bahia, que abriga Nova Ibiá e seu esquadrão de sem-religião, é o terceiro estado com o maior contingente de brasileiros sem filiação religiosa. E Salvador, entre as capitais, é a campeã nacional: 18% dos soteropolitanos não têm religião. Considerando-se o país todo, os sem-religião são mais numerosos entre os homens e entre os brasileiros com menos de 55 anos. [...] O Rio de Janeiro, por exemplo, é o estado menos católico do país e, simultaneamente, tem o maior pelotão de sem-religião. 
  66. a b André Petry; Veja (26 de dezembro de 2007). «Como a fé resiste à descrença». Consultado em 19 de março de 2011. Desde que se espalhou a notícia extraída do censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2000, Nova Ibiá, vilarejo de 7 000 habitantes no interior da Bahia, ganhou um estigma e uma obsessão. Como os números do censo mostravam que 59,85% dos seus habitantes diziam não ter religião alguma, Nova Ibiá passou a conviver com o estigma de ser a cidade mais ateia do Brasil. Em nenhuma outra, em ponto algum do país, tanta gente dizia não ter filiação religiosa. A segunda cidade com a maior tropa de sem-religião era Pitimbu, no interior da Paraíba, mas com números mais modestos – 42,44%. 
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