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Fundação Getulio Vargas

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Fundação Getulio Vargas
Fundação20 de dezembro de 1944 (80 anos)
Tipo de instituiçãoEntidade de interesse público de direito privado criada por meio do Decreto-lei n.º 6.693 de 14 de julho de 1944 - ato do Governo Federal
LocalizaçãoRio de Janeiro (sede)
São Paulo
Brasília
PresidenteCarlos Ivan Simonsen Leal
Página oficialportal.fgv.br

A Fundação Getulio Vargas (FGV) é uma instituição brasileira privada de ensino superior, fundada em 20 de dezembro de 1944. Foi criada inicialmente para qualificar profissionais para a administração pública e privada do Brasil. Ao longo desses 80 anos[1], a Fundação ampliou sua atuação para além do ensino, em diferentes instâncias, passando a englobar também a produção de indicadores, pesquisas, projetos técnicos, e edição de livros, entre outras frentes de trabalho.

Foi constituída com o objetivo de promover estudos e divulgar princípios e métodos de organização racional do trabalho, além de preparar pessoal qualificado para a administração pública e privada. Desde o seu surgimento, em 1944[2], a FGV tem se dedicado ao fomento do desenvolvimento socioeconômico do Brasil. Ao longo de sua história, a instituição expandiu seu escopo de atuação para diversas áreas do conhecimento, adaptando-se às necessidades do mercado e contribuindo para o progresso do país.

A instituição foi idealizada para ser um centro de excelência em educação[3], pesquisa e políticas públicas, com a missão de contribuir para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Desde o início, a FGV se destacou por atrair colaboradores de diversas áreas, independentemente de ideologias políticas, e por promover a modernização das instituições brasileiras. Sob a liderança de Luiz Simões Lopes, a Fundação se adaptou rapidamente ao novo contexto político e se consolidou como um importante centro de pensamento e inovação no país.

A instituição oferece cursos de graduação e pós-graduação (stricto e lato sensu - mestrado profissional, mestrado acadêmico e doutorado profissional e acadêmico[4]) em administração pública, administração de empresas, economia, direito, ciências sociais, matemática aplicada, ciência de dados e relações Internacionais[5]. Além de manter sua sede no Rio de Janeiro, com filiais em Brasília, São Paulo, Belo Horizonte e Campinas. Está presente, também, em cerca de 100 cidades do Brasil, por meio de uma rede de instituições conveniadas, com cursos de Educação Executiva, de Curta e Média duração, gratuitos e MBAs[6] em diversas áreas do conhecimento.  

Em 2020, ocupou a 3ª posição entre os think tanks mais importantes do mundo, aumentando a sua liderança na América Latina pelo décimo segundo ano consecutivo, segundo o 2020 Global Go To Think Tank Index Report, produzido pela Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos.[7] Além de ser o 1º think tank mais bem administrado do mundo pelo 5º ano consecutivo, sendo top 10 em 10 categorias avaliadas, e de ocupar outras posições de excelência como o 3º melhor centro de estudos regionais, 4º melhor para políticas sociais, 4º em to watch e 5º em melhor conferência em think tank.[8] A FGV também mantém mais de 90 Centros de Estudos e Pesquisas.[9]

História

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Com a reforma administrativa ocorrida durante o Estado Novo, foi criado o Conselho Federal do Serviço Público Civil (CFSPC) e a Comissão Permanente de Padronização através da Lei nº 284/1936, com o intuito de promover uma racionalização administrativa, para organizar e aperfeiçoar os serviços públicos, bem como instituir o sistema de mérito na administração de recursos humanos.[10]

Em 1938, foi criado o Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), que tinha como princípios a admissão no serviço público com base no mérito e na competência, buscando romper com o patrimonialismo praticado na República Velha.[10]

Foi editado o Decreto-Lei nº 6.693/1944, dispondo sobre a criação de uma entidade responsável pelo estudo da organização racional do trabalho e pelo preparo de pessoal para as administrações pública e privada. Apesar de criada por decreto-lei, a Fundação Getúlio Vargas foi registrada como instituição privada em 20 de dezembro de 1944 por Luiz Simões Lopes, presidente do DASP. [10]

A instituição recebeu uma dotação especial cinco milhões de cruzeiros que o Governo Federal disponibilizou para concretizar o projeto, além de receber doações de governos estaduais, prefeituras, outras entidades públicas e privadas e de pessoas físicas para sua constituição.[10]

Luiz Simões Lopes foi o primeiro diretor da FGV, ficando no cargo até 1992.[10]

A FGV alimentou o debate sobre problemas econômicos brasileiros, atuando na área econômica em 1946, com um grupo liderado por Eugênio Gudin, que elaborou o primeiro balanço de pagamentos do país e o levantamento da renda nacional. Em 1951, o núcleo deu origem ao Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), que é o responsável pelo IGP (Índice Geral de Preços), além de outros índices como o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custos de Construção (INCC).[11]

Em 1952, foi inaugurada a Escola Brasileira de Administração Pública (Ebap).[11]

Em 1954, foi criada a Escola de Administração de Empresas de São Paulo (Eaesp) a partir de um convênio com a Michigan State University. [11]

Em 1961, o Ibre gerou o Centro de Aperfeiçoamento de Economistas, transformado na Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE) em 1966.[11]

Em 1962, durante o governo João Goulart, a FGV promoveu uma reforma no Ministério da Fazenda e na área tributária.[11]

A FGV também foi responsável pela criação do Cadastro Geral de Contribuintes (CGC), mudanças no imposto de renda, transformou o Imposto sobre Consumo em Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), introduziu o processamento eletrônico dos dados fiscais e modernizou a coleta de impostos.[11]

Em 1973, foi criado o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), o qual mantém a Escola Superior de Ciências Sociais. No ano seguinte, é criada a FGV Editora.[11]

Em 2002, foram criadas as Escolas de Direito do Rio de Janeiro e de São Paulo.[12]

Em 2011, foi criada a Escola de Matemática Aplicada (EMAp), com o objetivo de desenvolver a matemática contemporânea, adaptada aos desafios da era da informação e do conhecimento. [13]

A FGV também é responsável pela elaboração e aplicação de exames de admissão em concursos públicos em todo o país, além do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil.[14]

Escolas e unidades

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A Fundação Getulio Vargas conta com Escolas, Unidades, Diretorias, além de mais de 90 Centros de estudos e pesquisas.

Escola de Direito de São Paulo (FGV Direito SP).
A fachada do prédio da Fundação Getulio Vargas (FGV) em Porto Alegre.

Escolas[15]

Unidades

  • FGV Editora
  • FGV Projetos[16]
  • Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE)[17]
  • Instituto de Desenvolvimento Educacional (FGV IDE)
  • Sistema de Bibliotecas[18]

Diretorias[9]

  • Diretoria de Controles Internos (FGV DCI)
  • Diretoria de Estudos de Novos Negócios (FGV DENN)
  • Diretoria de Comunicação e Marketing (FGV DICOM)
  • Diretoria de Operações (FGV DO)
  • Diretoria Internacional (FGV DINT)
  • FGV Pró-Reitoria
  • Núcleo de Prospecção e Inteligência Internacional (FGV NPII)
  • Rede de Pesquisa e Conhecimento Aplicado

Centros de Estudo e Pesquisas[9]

  • FGV Agro - Centro de Estudos do Agronegócio
  • FGV Câmara – Câmara de Mediação e Arbitragem
  • FGV CDMC – Centro para o Desenvolvimento da Matemática e Ciências
  • FGV CEEE – Centro de Estudos Empíricos em Economia
  • FGV CERI – Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura
  • FGV Crescimento e Desenvolvimento – Centro de Estudos de Crescimento e Desenvolvimento Econômico
  • FGV DGPE – Diretoria de Desenvolvimento da Gestão Pública e Políticas Educacionais
  • FGV Energia – Centro de Estudos de Energia
  • FGV Ensino Médio
  • FGV IISR – Instituto de Inovação em Seguros e Resseguros
  • FGV NPII – Núcleo de Prospecção e Inteligência Internacional
  • FGV Social – Centro de Políticas Sociais
  • FGV Transportes – Centro de Estudos em Transportes, Logística e Mobilidade Urbana

Bibliotecas

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Biblioteca Mario Henrique Simonsen

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Criada em dezembro de 1945, como Biblioteca Central, passou a denominar-se Biblioteca Mario Henrique Simonsen em dezembro de 1997 em homenagem a Mario Henrique Simonsen, ex-Ministro da Fazenda e Vice-Presidente da Fundação Getulio Vargas, falecido no mesmo ano. Possui acervo nas áreas de Administração, Ciência Política, Direito, Economia, Finanças, História do Brasil e Sociologia e conta com mais de 80 mil títulos em livros, publicações eletrônicas, DVDs e fotografias, além de 64 mil cópias de periódicos e 8 mil monografias. Utiliza o sistema informatizado de gerenciamento de bibliotecas virtuais.[19]

Biblioteca Karl A. Boedecker

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A Biblioteca Karl A Boedecker foi criada em 1954 com o objetivo de fornecer apoio bibliográfico às atividades de ensino e pesquisa, desenvolvidas pelas Escolas da FGV em São Paulo. Possui um acervo é especializado nas áreas de Administração, Economia, Negócios, Direito e Ciências Sociais. Conta com mais de 60 mil títulos em livros, DVDs, fotografias e publicações eletrônicas, além de quase 40 mil cópias de periódicos e 9 mil monografias. Utiliza sistema informatizado de gerenciamento de bibliotecas virtuais.[20]

Biblioteca Brasília

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A Biblioteca Brasília dispõe de cerca de 6.050 livros, 32 títulos de periódicos nacionais e o acesso a serviços de bases de dados nacionais e internacionais de periódicos. É voltada em cursos de Ciências Sociais com ênfase nas áreas de Administração e Economia. Utiliza o sistema informatizado de gerenciamento de bibliotecas virtuais.[21]

Pesquisa aplicada

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FGV Online

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O FGV Online foi criado em 2000, com a missão de desenvolver e gerenciar tecnologias, metodologias e soluções específicas de ensino a distancia, sob a responsabilidade acadêmica das escolas e dos institutos da FGV, no âmbito nacional e internacional, liderando e inovando em serviços educacionais de qualidade. Sua visão é ser referência internacional na distribuição de produtos e serviços educacionais inovadores e de alta qualidade no ensino a distância. Atende alunos de graduação, pós-graduação e MBA, executivos e empreendedores, além das universidades corporativas que desenvolvem projetos de e-learning.[22]

FGV in company

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O FGV in company é o Programa da Fundação Getulio Vargas responsável pela customização do conteúdo desenvolvido pela FGV para atender às demandas de empresas, universidades corporativas, organizações públicas e entidades do terceiro setor. Trabalhando em parceria com o cliente para identificar suas necessidades de treinamento, o FGV in company está sempre focado nos melhores resultados. Oferece cursos totalmente presenciais ou mesclados com ferramentas de ensino a distância, por intermédio do FGV Online; 95 das 500 maiores empresas atuantes no Brasil estão no portfólio de clientes do FGV in company;[23]

Certificação de Qualidade

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O Programa de Certificação de Qualidade foi criada em 2005, com o objetivo de compartilhar o ensino FGV com os cursos de graduação de outras instituições do país. Além de contarem com a tecnologia educacional da Fundação Getulio Vargas, as instituições certificadas compartilham da credibilidade do ensino FGV, e seus alunos, ao se formarem, atendendo aos nossos critérios de avaliação, recebem uma declaração conjunta da IES e da FGV. O Programa é aberto a todas as Instituições de Ensino Superior do país que atendem às exigências de qualidade da FGV e que almejam desenvolver pelo país um ensino de excelência com o padrão de qualidade FGV.[24]

FGV Projetos

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Fundada em 2005, a FGV Projetos é a unidade de extensão de ensino e pesquisa da Fundação Getulio Vargas, responsável pela aplicação do conhecimento acadêmico, gerado e acumulado em suas escolas e institutos. Com mais de 30 anos de experiência assessorando instituições brasileiras, a FGV Projetos reúne capacidade técnica, metodologia e corpo técnico capazes de contribuir para a eficiência das práticas gerenciais e econômicas de organizações públicas, empresariais e do terceiro setor, no Brasil e exterior. Desenvolve estudos, projetos, certificação e concursos, a partir de experiências consolidadas por professores, especialistas e coordenadores da FGV. Áreas de conhecimento: Agronegócio, Comunicação, Mídia e Tecnologia, Consumo e Varejo, Cultura, Educação, Energia, Esportes, Indústria, Justiça, Saúde, Segurança, Serviços, Sustentabilidade e Responsabilidade Social, Transportes, Turismo.[25]

Operação Sofisma

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Em 17 de novembro de 2022, a Fundação Getulio Vargas e integrantes da família Simonsen foram alvos da Operação Sofisma, da Polícia Federal.[26] A investigação parte de uma delação premiada feita em 2019 por Carlos Miranda. A operação investiga se a FGV foi utilizada por órgãos federais e estaduais para emitir pareceres que "mascarassem o desvio de finalidade de diversos contratos que resultaram em pagamento de propinas".[26] Em nota, a FGV alegou que foi surpreendida pela ação e que a instituição e seus dirigentes são alvos de perseguição.[27]

Ver também

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Referências

  1. «FGV faz 80 anos com história misturada à trajetória do Brasil». Valor Econômico. 20 de dezembro de 2024. Consultado em 4 de novembro de 2025 
  2. «A criação da FGV – CEDOM – CNseg». Consultado em 4 de novembro de 2025 
  3. «IES federais são premiadas por desenvolvimento sustentável». Ministério da Educação. Consultado em 4 de novembro de 2025 
  4. «Home | FGV | Mestrado e Doutorado». mestrado-doutorado.fgv.br. Consultado em 4 de novembro de 2025 
  5. «Institucional | Portal FGV». portal.fgv.br. Consultado em 31 de agosto de 2018 
  6. «MBA e Pós-graduação na FGV». portal.fgv.br. Consultado em 31 de agosto de 2018 
  7. «Home». Think Tanks and Civil Societies Program (em inglês). Consultado em 31 de agosto de 2018 [ligação inativa]
  8. «Home». Think Tanks and Civil Societies Program (em inglês). Consultado em 7 de março de 2021 
  9. a b c «Centros e Diretorias | Portal FGV». portal.fgv.br. Consultado em 31 de agosto de 2018 
  10. a b c d e Vânia Claudia Fernandes. «FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS: A IMBRICAÇÃO ENTRE O PÚBLICO E O PRIVADO» (PDF). UFRJ 
  11. a b c d e f g «Folha de S.Paulo - FGV queria perpetuar imagem de Vargas - 13/9/1994». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 7 de setembro de 2023 
  12. «Home | FGV Direito Rio». direitorio.fgv.br. Consultado em 7 de setembro de 2023 
  13. «A Escola | FGV EMAp». emap.fgv.br. Consultado em 7 de setembro de 2023 
  14. OAB. «Exame de Ordem». Sitio oficial da OAB 
  15. «Cursos de Graduação na FGV». portal.fgv.br. Consultado em 31 de agosto de 2018 
  16. «FGV Projetos». FGV Projetos. Consultado em 31 de agosto de 2018 
  17. «Home». portalibre.fgv.br. Consultado em 31 de agosto de 2018 
  18. «Sistema de Bibliotecas FGV». Sistema de Bibliotecas FGV 
  19. «Biblioteca Mario Henrique Simonsen (RJ)». virtualbib.fgv.br. Consultado em 6 de junho de 2012 [ligação inativa]
  20. «Biblioteca Karl A. Boedecker (SP)». virtualbib.fgv.br. Consultado em 6 de junho de 2012 [ligação inativa]
  21. «Biblioteca Brasília». bibliotecadigital.fgv.br/. Consultado em 6 de junho de 2012 
  22. «Ambiente de Aprendizagem». 5.fgv.br/. Consultado em 7 de junho de 2012 
  23. «fgvincompany». fgv.br. Consultado em 7 de junho de 2012 
  24. «Programa de Certificação de Qualidade FGV». Programa de Certificação de Qualidade FGV. Consultado em 7 de junho de 2012 
  25. «A FGV Projetos». fgv.br/. Consultado em 6 de junho de 2012 
  26. a b Correia, Ben-Hur; Martins, Marco Antônio (17 de novembro de 2022). «PF faz operação contra supostas fraudes na Fundação Getúlio Vargas e mira 3 da família Simonsen». G1. Consultado em 18 de novembro de 2022 
  27. Neder, Vinicius (17 de novembro de 2022). «FGV diz que foi surpreendida por operação da Polícia Federal nesta quinta-feira». GZH. Consultado em 18 de novembro de 2022 

Ligações externas

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