Rachel de Queiroz

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Rachel de Queiroz
Rachel de Queiroz
Rachel de Queiroz em 1971
Nascimento 17 de novembro de 1910
Fortaleza, Ceará, Brasil
Morte 4 de novembro de 2003 (92 anos)
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Nacionalidade Brasileira
Ocupação romancista, contista, tradutora, jornalista, cronista
Prémios
Magnum opus O Quinze
Assinatura
Assinatura de Rachel de Queiroz

Rachel de Queiroz GOMMGOIH (Fortaleza, 17 de novembro de 1910Rio de Janeiro, 4 de novembro de 2003) foi uma escritora, jornalista, tradutora, cronista prolífica e importante dramaturga brasileira.[1] É considerada uma das maiores escritoras brasileiras do século XX, tendo sido uma figura pioneira no cenário literário nacional, sobretudo, na produção intelectual e criativa feminina. A escritora também é a única mulher a integrar o movimento modernista brasileiro, além de ter sido uma das primeiras cronistas mulheres do país. [2] Autora de destaque na ficção social nordestina, foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras em 1977, também a primeira mulher galardoada com o Prêmio Camões.[3] Ingressou na Academia Cearense de Letras no dia 15 de agosto de 1994, na ocasião do centenário da instituição.

A escritora também ficou conhecida por sua postura aguerrida e por seus posicionamentos políticos contraditórios ao longo dos anos. Na década de 30, integrou o Partido Comunista do Brasil, no qual permaneceu por pouco tempo ao constatar que sua liberdade como escritora estava ameaçada pela ideologia partidária. [4] Em 1935, em meio à repressão do governo de Getúlio Vargas ficou detida por três meses [5] e dois anos depois teve livros queimados em praça pública com a decretação do Estado Novo em 10 de novembro de 1937, juntamente com exemplares de Jorge Amado, José Lins do Rego e Graciliano Ramos, acusados de subversão. [6] [7].

Na década de 60, volta ao cenário politico brasileiro, participando da deposição do então presidente João Goulart. Fez parte do diretório da Arena (Aliança Renovadora Nacional), foi delegada do Brasil na ONU em 1966 e integrou o Conselho Federal de Cultura, desde a sua fundação, em 1967, até sua extinção, em 1989. [8] O presidente Jânio Quadros chegou a convidá-la para ser ministra da Educação, ao que respondeu: “Presidente, colaboro no que for preciso, mas sem cargo oficial. Não posso pôr em risco minha independência intelectual, nem nasci para viver em cortes palacianas”. [9]

Suas obras mais conhecidas são O Quinze, marco do movimento regionalista e modernista da década de 30, As Três Marias, obra mais lírica da sua primeira fase literária e Memorial de Maria Moura, seu último romance, um épico sertanejo publicado aos 82 anos de idade.

Ao longo de mais de 70 anos de carreira, Rachel publicou mais de duas mil crônicas[10], peças de teatro, livros infantis, contos, memórias e um livro de poesia inédita, publicado postumamente. Foi colaboradora regular em inúmeros jornais e periódicos, como Diário de Notícias, O Jornal, Última Hora, Jornal do Comércio, O Estado de S. Paulo e a revista O Cruzeiro. [11]


Biografia[editar | editar código-fonte]

Rachel de Queiroz, 1954. Arquivo Nacional.

Infância[editar | editar código-fonte]

Rachel era filha de Daniel de Queiroz Lima e Clotilde Franklin de Queiroz, descendente pelo lado materno da família de José de Alencar.[12]

Em 1915, após uma grande seca, a qual inspiraria a escrita de seu primeiro livro, muda-se com seus pais para o Rio de Janeiro e logo depois para Belém do Pará. Retornou para Fortaleza dois anos depois, onde matriculou-se no Colégio da Imaculada Conceição, onde fez o curso normal, diplomando-se em 1925, aos 15 anos de idade.[3] [13]

"Sob o pseudônimo Rita de Queluz"[editar | editar código-fonte]

Em 1927, após ler a noticia a respeito do concurso promovido pelo jornal O Ceará, no qual a jornalista Suzana de Alencar Guimarães era promovida ao posto "Rainha dos Estudantes", Rachel resolve escrever uma carta ao referido jornal sob o pseudônimo "Rita de Queluz", ridicularizando o concurso e sua eventual vencedora, que utilizando de um estilo pseudolírico, assinava suas crônicas como "A Marquesa". [14]

A carta fez um enorme sucesso na cidade, onde despertou no público em geral a curiosidade sobre a autoria da carta. Rachel é descoberta pelo carimbo da Estação de Junco, nome da fazenda de seu pai, sobre o selo da carta. O fato resultou em um convite por parte do diretor do jornal, Júlio Ibiapina, para que a jovem Rachel colaborasse com a publicação.[15] Curiosamente, em 1930, quando lecionava no colégio Imaculada Conceição, acabou vencendo o mesmo concurso,[15] escrevendo crônicas e poemas de caráter modernista sob o pseudônimo de Rita de Queluz. No mesmo ano lançou em forma de folhetim o primeiro romance, "História de um Nome". Em seguida, escreve a peça de teatro "Minha prima Nazaré" e começa a colaborar em jornais literários, além de arriscar algumas poesias. [11]

Carreira Literária[editar | editar código-fonte]

Primeira Fase[editar | editar código-fonte]

"O Quinze"[editar | editar código-fonte]

Aos dezenove anos, após contraiu uma congestão pulmonar e, com suspeita de tuberculoso, foi obrigada a ficar em repouso. Nesse período escreve seu primeiro romance O Quinze (1930), obra que retrata a luta do povo nordestino contra a seca e a miséria. Demonstrando preocupação com questões sociais e hábil na análise psicológica de seus personagens, destaca‐se no desenvolvimento do romance regionalista. O romance foi escrito às escondida durante a noite, depois que seus pais iam dormir.[15]

O livro causou grande impacto no meio literário brasileiro e tornou o nome de Rachel reconhecido nacionalmente. Personalidades literárias como Augusto Frederico Schmidt, Alceu Amoroso Lima e Artur Mota, Graça Aranha saudaram, com entusiasmo, sua estreia literária. Em março de 1931, o livro foi contemplado com o Prêmio Graça Aranha. [11]

Vale ressaltar que, nos primeiros meses após a publicação do romance, sua autoria chegou a ser considerada suspeita, pois, nas palavras de Augusto Schmidt, na obra não havia “nada que lembre, nem de longe, o pernosticismo, a futilidade, a falsidade de nossa literatura feminina”. A suspeita também foi compartilhada pelo escritor alagoano Graciliano Ramos que em 1937 escreve:

O quinze caiu de repente ali por meados de 30 e fez nos espíritos estragos maiores que o romance de José Américo, por ser livro de mulher e, o que realmente causava assombro, de mulher nova. Seria realmente de mulher? Não acreditei. Lido o volume e visto o retrato no jornal, balancei a cabeça: Não há ninguém com este nome. É pilhéria. Uma garota assim fazer romance! Deve ser pseudônimo de sujeito barbado.
— Graciliano Ramos, 1937.

[16]

Ao lado de "A Bagaceira", de José Américo de Almeida, "O Quinze" seria marco na evolução do novo romance nordestino. É "O Quinze" quem inaugura as qualidades de economia e vivacidade da prosa que caracterizaria o romance regionalista dos anos 30 e 40.

João Miguel[editar | editar código-fonte]

Conforme as regras estabelecidas pelo Partido Comunista do qual Rachel fazia parte, a escritora submete os originais de seu segundo romance, "João Miguel", à análise partidária. Em sessão especial para discussão da obra, o Partido decidiu negar-lhe o imprimatur, solicitando alterações na trama e na caracterização dos personagens submetendo-os a fins ideológicos. Insatisfeita com as exigências do Partido, Rachel decide romper ligações com os mesmos. João Miguel é publicado em sua forma original, sem cortes nem alterações, em 1932, pela Editora Schmidt. [17]

Em "João Miguel", o personagem titulo, um trabalhador da classe rural, tira a vida de um companheiro após embriagar-se em uma festa. O enredo do livro trata de sua vida na prisão, a traição de sua companheira com o soldado que guardava o presídio local e sua rotina angustiada de isolamento, inação e solidão. [17] Segundo a escritora e estudiosa da obra queirosiana Heloisa Teixeira (Buarque de Hollanda), "Os traços principais de O quinze desdobram-se em João Miguel. O trabalho com anti-heróis, a consciência do quadro social nordestino, o exímio desenho de tipos regionais, o amor fracassado, o final em aberto...". A autora destaca também a estilo empregado por Rachel no romance, afirmando que "a linguagem visceralmente econômica, recusando adjetivos, sublinha a secura da vida e do destino de seus personagens, impossibilitando qualquer sugestão idealizada destas vidas".

O critico literário brasileiro Tristão de Athayde considerava João Miguel o melhor dos quatro romances da primeira fase de Rachel de Queiroz.

Casamento, Perdas familiares, prisão e "Caminho de Pedras".[editar | editar código-fonte]

Após do sucesso de seu romance de estreia, durante frequentes viagens para a promoção do livro, conheceu o poeta José Auto da Cruz Oliveira, conhecido como "Zé Auto", com quem viria a se casar em 14 de dezembro de 1932. [17] Em 1933, em Fortaleza, nasce a única filha do casal, Clotilde, que um ano e meio de vida mais tarde, num espaço de vinte e quatro horas, falece devido a uma meningite. Três meses depois, Rachel também perderia seu irmão mais novo, Flávio, aos dezoito anos de idade, a causa da morte foi uma septicemia, provocada por infecção de uma espinha no rosto. [18].

Nos anos que se seguem, a ditadura de Getúlio Vargas começa a atuar com mão de ferro no Nordeste, intensificando suas estratégias de defesa contra a atividade esquerdista. Nesse período, Rachel foi presa como comunista no Corpo de Bombeiros de Fortaleza, em regime incomunicável. E foi sob encarceramento que começou a escrever seu terceiro romance publicado apenas em 1937 e intitulado como "Caminho de Pedras". Muitos estudiosos consideram o livro como a obra mais conscientemente engajada de toda a sua duradoura carreira, plena de um "socialismo libertário" que poucas vezes voltaria a aparecer em seus textos. Através de uma linguagem enxuta, o romance valoriza as características psicológicas dos personagens, contando a história da paixão proibida entre Roberto e Noemi -esposa do ex-comunista João Jaques e mãe de um menino de colo identificado apenas como Guri. O romance trás como plano de fundo um retrato da luta social daqueles anos, contendo denuncias ao Integralismo e ao autoritarismo do Estado Novo de Getúlio Vargas. [19]

As Três Marias[editar | editar código-fonte]

O último romance que marcaria a primeira fase de sua obra, saiu em 1939, "As três Marias", no qual Rachel arriscava uma nova experiência: a escrita em primeira pessoa aliada a fatos mais claramente biográficos, ligados à sua vivência no Colégio Imaculada Conceição. O enredo da obra acompanha o encontro e a trajetória de vida de três amigas, Maria José, Maria da Glória e Maria Augusta, a Guta, desde o internato de freiras, onde se conhecem, até a vida adulta. Sempre unidas as jovens são apelido por uma freira como "As Três Marias", em alusão a seus nome e às estrelas pertencentes à constelação de Órion.

O escritor Mário de Andrade, foi um dos críticos mais entusiastas de "As três Marias", chamando-a de “uma das obras mais belas e ao mesmo tempo mais intensamente vividas da nossa literatura contemporânea”. [17]

Após a publicação de "As três Marias", Rachel levaria cerca de trinta e cinco anos para o lançamento de um novo romance. A distância de tempo que separa a publicação das quatro obras iniciais para a próxima, Dôra, Doralina, de 1975, tem sido considerada bastante significativa. [17]

A Cronista[editar | editar código-fonte]

Na década seguinte, Rachel exerceu seu ofício de escritora em jornais tais como O Correio da Manhã, O Diário da Tarde, O Jornal e A Vanguarda Socialista, jornal fundado pelo grupo de trotskistas, passando a cronista exclusiva da revista O Cruzeiro, onde atuou por trinta anos, de 1945 até a extinção da revista em 1975. Também se encontra colaboração de sua autoria na revista luso-brasileira Atlântico.[20] e também no jornal O Estado de S. Paulo.[21]

A partir da década de 40, Rachel torna-se cada vez mais popular por suas crônicas que, nos anos que se seguiram, seriam agrupadas e reagrupadas em vários volumes e coletâneas. "A donzela e a moura torta", de 1948, foi seu primeiro volume de crônicas publicadas, com seleção da própria autora. [17] A este seguiram-se mais 12 livros de compilação de seu trabalho como cronista, dos quais destacam-se: Cem Crônicas Escolhidas (1958), O Brasileiro Perplexo (1964), O Caçador de Tatu (1967) e Um Alpendre, uma Rede, um Açude (Crônicas Escolhidas).

A historiadora literária italiana Luciana Stegagno Picchio, em sua obra História da Literatura Brasileira avalia Rachel como uma cronista mestre. [22].E segundo Heloísa Teixeira (Buarque de Hollanda): "examinadas em conjunto, as crônicas de Rachel de Queiroz denunciam seu caráter de espaço de experimentação entre gêneros, formas e dicções da escrita. A designação de crônica, extremamente maleável em Rachel, abriga da construção meticulosa de perfis a quase-contos de estrutura concisa, passando por relatos, pequenas histórias, reflexões ou simplesmente diálogos abertos com o leitor". [17]

Ilha do Governador e "O Galo de Ouro".[editar | editar código-fonte]

Entre as décadas de 1940 e 1960 Rachel de Queiroz viveu na carioca Ilha do Governador, na Rua Carlos Ilidro — mesma rua onde morou o compositor Assis Valente. A Ilha, inclusive, foi cenário do livro “O galo de ouro”[23], romance em folhetim lançado semanalmente pela revista O Cruzeiro em 1950, mas só publicado em formato de livro vinte e cinco anos depois, em 1985. O livro narra a trajetória de Mariano, um garçom que após sofrer um acidente automobilístico, perde a esposa e parte dos movimentos do braço direito. Mariano deixar a filha criança aos cuidados de uma comadre, tenta a sorte em brigas de galo e como bicheiro.

Retorno ao romance[editar | editar código-fonte]

"Dôra, Doralina"[editar | editar código-fonte]

Lançou Dôra, Doralina em 1975, retornando ao romance após um hiato de mais de trinta e cinco anos. O romance trás evidentes traços biográficos, como havia feito em 1939, com As três Marias.

Último romance, "Memorial de Maria Moura"[editar | editar código-fonte]

Em 1991, os direitos de publicação de sua obra, antes pertencentes à Editora José Olympio, foram leiloados e ficaram com a Siciliano, que por eles pagou a quantia de US$ 150.000,00 dólares. Pela nova editora é lançado Memorial de Maria Moura (1992), saga de uma cangaceira nordestina inspirada em duas personagens particularmente caras a Rachel: a Rainha Elizabeth I, a rainha virgem, cujo poder e autonomia eram notáveis, e a figura de Maria de Oliveira, uma cearense que organizou, ainda no século XVIII, o primeiro bando no sertão de que se tem notícia, e por isso é considerada a precursora de Lampião. [17]

A obra foi adaptada para a televisão em 1994 numa minissérie apresentada pela Rede Globo. Foi exibida entre maio e junho de 1994 no Brasil, e apresentada em Angola, Bolívia, Canadá, Guatemala, Indonésia, Nicarágua, Panamá, Peru, Porto Rico, Portugal, República Dominicana, Uruguai e Venezuela, sendo lançada em DVD em 2004.

Memórias[editar | editar código-fonte]

Publicou um volume de memórias em 1998. Transforma a sua "Fazenda Não Me Deixes", propriedade localizada em Quixadá, estado do Ceará, em reserva particular do patrimônio natural.

Política[editar | editar código-fonte]

Ligação com o Partido Comunista[editar | editar código-fonte]

Começa a se interessar em política social em 1928-1929 ao ingressar no que restava do Bloco Operário Camponês em Fortaleza. Foi nomeada secretária do partido na região do Ceará, pelo que acabou se tornando uma das fundadoras do Partido Comunista Cearense. Bastante engajada politicamente durante esse período, Rachel militou na linha de frente do Partido, chegando a ser fichada pela polícia de Pernambuco como perigosa agitadora comunista. Sua ligação com o partido durou até 1932, quando a agremiação exigiu alterações no texto de seu segundo romance, João Miguel. [11]

Tritskistas[editar | editar código-fonte]

Em 1933 se aproxima de Lívio Xavier e de seu grupo em São Paulo, lá indo morar até 1934. Milita então com Aristides Lobo,[3] Plínio Mello, Mário Pedrosa, se filiando ao sindicato dos professores de ensino livre, controlado naquele tempo pelos trotskistas.

Para fugir da perseguição por ser esquerdista, muda-se para Maceió, em 1935. À época, durante o Estado Novo, viu seus livros serem queimados junto com os de Jorge Amado, José Lins do Rego e Graciliano Ramos sob a acusação de serem subversivos.[15] Em 1939, já escritora consagrada, muda-se para o Rio de Janeiro. No mesmo ano foi agraciada com o Prêmio Felipe d'Oliveira pelo livro As Três Marias.

Aos poucos, foi mudando de posicionamento político. Chegou a ser convidada para ser ministra da Educação por Jânio Quadros.[15] Em 1964, apoiou a ditadura militar que se instalou no Brasil. Integrou o Conselho Federal de Cultura e o diretório nacional da ARENA, partido político de sustentação do regime.[24]

Morte[editar | editar código-fonte]

Rachel de Queiroz faleceu em 4 de novembro de 2003, vítima de problemas cardíacos, no seu apartamento no Rio de Janeiro, dias antes de completar 93 anos.[3] Foi enterrada no cemitério São João Batista, sob a rede onde costumava dormir.[15]

Academia Brasileira de Letras[editar | editar código-fonte]

Vídeo sobre a posse de Raquel de Queiroz na ABL, em 1977.

Concorreu contra o jurista Pontes de Miranda para a vaga de Cândido Mota Filho da cadeira 5 da Academia Brasileira de Letras. Venceu o pleito ocorrido em 4 de agosto de 1977 por 23 votos, contra 15 dados ao opositor e um em branco. Foi empossada em 4 de novembro de 1977.[25] Recebida por Adonias Filho, foi a quinta ocupante da cadeira 5, que tem como patrono Bernardo Guimarães. Foi a primeira mulher a ingressar na ABL.

Principais prêmios[editar | editar código-fonte]

Posse na Academia Brasileira de Letras, em 1977.
Rachel de Queiroz com os amigos Adonias Filho (esquerda), e Gilberto Freyre (direita).
Homenageada em selo postal da Sérvia, em 2011.
Estátua de Rachel de Queiroz na Praça dos Leões, em Fortaleza.

Obras[editar | editar código-fonte]

Fazenda Não Me Deixes.

Romances[editar | editar código-fonte]

Crônicas[editar | editar código-fonte]

  • A Donzela e a Moura Torta (1948)
  • Cem Crônicas Escolhidas (1958)
  • O Brasileiro Perplexo (1964)
  • O Caçador de Tatu (1967)
  • Um Alpendre, uma Rede, um Açude (Crônicas Escolhidas)
  • O Homem e o Tempo (Crônicas Escolhidas)
  • As Menininhas e outras Crônicas (1976)
  • O Jogador de Sinuca e mais Historinhas (1980)
  • As Terras Ásperas, O Livro de Contos (1993)

Peças de teatro[editar | editar código-fonte]

  • Lampião (1953)
  • A Beata Maria do Egito (1958)
  • Teatro (1995)

Infanto-juvenil[editar | editar código-fonte]

  • O Menino Mágico (1969)
  • Cafute e Pena-de-Prata (1986)

Outros[editar | editar código-fonte]

  • Nosso Ceará, relato (1996) (em parceria com a irmã Maria Luiza de Queiroz Salek)
  • Tantos Anos, autobiografia (1998) (com a irmã Maria Luiza de Queiroz Salek)
  • Não me Deixes: Suas Histórias e sua Cozinha, memórias gastronômicas (2000) (com Maria Luiza de Queiroz Salek)

Reunidas de ficção[editar | editar código-fonte]

  • Três Romances (1948)
  • Quatro Romances (1960)
  • Seleta, seleção de Paulo Rónai; notas e estudos de Renato Cordeiro Gomes (1973)


No dia 4 de dezembro de 2003, um mês depois de sua morte, foi lançado na Academia Brasileira de Letras o livro Rachel de Queiroz, um perfil biográfico da escritora, fruto de uma longa pesquisa realizada pela jornalista Socorro Acioli, publicado pelas Edições Demócrito Rocha.

Sua biografia foi narrada no livro No Alpendre com Rachel, de autoria de José Luís Lira, lançado na Academia Brasileira de Letras em 10 de julho de 2003, poucos meses antes do falecimento da escritora.

Obras traduzidas no exterior[editar | editar código-fonte]

Obra Idioma Título Tradutor(a) Dados de publicação
O Quinze Alemão Das Jahr 15: Roman Ingrid Schwamborn Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1978.

Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1994.

Francês L'année de la grande secheresse Jane Lessa e Didier Voïta Paris: Stock, 1980.
La terre de grande soif Paula Anacaona [S.I.]: Anacaona, 2014.
Espanhol Tierra de silencio Basilio Losada Castro Barcelona: Alba Editorial, 1995.
Memorial de Maria Moura Francês Maria Moura Cécile Tricoire Paris: Métaillé, 1995.
Alemão Maria Moura: Roman Ulrich Kunzmann München: Schneekluth, 1998.

Bergisch Gladbach: Bastei Lübbe, 2001.

Italiano Memoriale di Maria Moura Sandra Biondo Roma: Cavallo di Ferro, 2006.
As Três Marias Inglês The three Marias Fred Pittman Ellison Austin: University of Texas Press, 1963.
Alemão Die drei Marias Ingrid Führer München: Deutscher Taschenbuch Verlag, 1994.
João Miguel Francês Jean Miguel Mario Carelli Paris: Stock, 1984.
João Miguel Paula Anacaona Paris: Anacaona Éditions, 2015.

Traduções[editar | editar código-fonte]

Romances[editar | editar código-fonte]

Biografias e memórias[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Fernando Rebouças (2 de julho de 2008). «Rachel de Queiroz». InfoEscola. Consultado em 17 de novembro de 2012 [ligação inativa]
  2. «Tag Livros - Por que Rachel de Queiroz foi uma escritora pioneira». Consultado em 21 de março de 2024 
  3. a b c d Sabrina Vilarinho. «Rachel de Queiroz». R7. Brasil Escola 
  4. Maciel, Marcos. «A Grande Dama do Sertão». Academia Brasileira de Letras 
  5. Victorino, Adriana. «Conheça a história de Rachel de Queiroz, primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras». Consultado em 21 de março de 2024 
  6. Ribeiro, Antônio Sérgio. «Morre a escritora Raquel de Queiroz». p. Alesp 
  7. «Tag Livros - Por que Rachel de Queiroz foi uma escritora pioneira». Consultado em 21 de março de 2024 
  8. Ribeiro, Antônio Sérgio. «Morre a escritora Raquel de Queiroz». p. Alesp 
  9. Maciel, Marco. «"Academia Brasileira de Letras"». Academia Brasileira de Letras 
  10. Ribeiro, Antônio Sérgio. «Morre a escritora Raquel de Queiroz». p. Alesp 
  11. a b c d Heloísa Buarque de Hollanda (2004). Coleção Melhores Crônicos - Rachel de Queiroz. [S.l.: s.n.] 318 páginas 
  12. «Rachel de Queiroz». UOL - Educação. Consultado em 17 de novembro de 2012 
  13. Maciel, Marco. «"Academia Brasileira de Letras"». Academia Brasileira de Letras 
  14. Holanda, Heloísa Buarque de (2016). Rachel, Rachel. [S.l.]: HB. 120 páginas. ISBN 9788584740970 
  15. a b c d e f Brites, Vitor de (Novembro de 2003). «Pioneira na juventude arrefeceu na velhice». Zero 
  16. Marilene Felinto. «Livro de 'mulher nova' espantou». Consultado em 29 de abril de 2024 
  17. a b c d e f g h Hollanda, Heloísa Buarque de (2023). Como entender Rachel de Queiroz?. [S.l.]: Instituto Guimarães Rosa. ISBN 978-85-7631-941-2 
  18. Bezerra, Elvia. «A grande perda de Rachel de Queiroz». Consultado em 30 de abril de 2024 
  19. «CAMINHO DE PEDRAS». Rede Sesc de Bibliotecas. Consultado em 30 de abril de 2024 
  20. Helena Roldão (12 de Outubro de 2012). «Ficha histórica: Atlântico: revista luso-brasileira (1942-1950)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 25 de Novembro de 2019 
  21. «Academia Brasileira de Letras». Academia Brasileira de Letras 
  22. Stegagno-Picchio, Luciana (2004). História da Literatura Brasileira. [S.l.]: Nova Aguilar 
  23. Maísa Capobiango (5 de agosto de 2012). «Memória artística da Ilha do Governador. Depois de Renato Russo, bairro reverencia Vinicius, outro nome que faz parte de sua história». jornal O Globo. Consultado em 17 de março de 2024 
  24. Rachel de Queroz, Heloísa Buarque de Hollanda, Agir Editora, 2005
  25. Jr, Arnaldo Nogueira. «Rachel de Queiroz - Biografia». www.releituras.com 
  26. «Prêmio Camões de Literatura». Brasil: Fundação Biblioteca Nacional. Cópia arquivada em 16 de Março de 2016 
  27. BRASIL, Decreto de 2 de agosto de 1993.
  28. «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Rachel de Queiroz". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 17 de fevereiro de 2015 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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