Darcy Ribeiro: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Matheus Faria (discussão | contribs)
m Revertidas edições por 187.19.202.206 para a última versão por Gabriel Yuji, de 00h42min de 10 de maio de 2013 (UTC)
Linha 54: Linha 54:
Em seu discurso de posse, deixou registrado:
Em seu discurso de posse, deixou registrado:
{{quote1|Confesso que me dá certo tremor d'alma o pensamento inevitável de que, com uns meses, uns anos mais, algum sucessor meu, também vergando nossa veste talar, aqui estará, hirto, no cumprimento do mesmo rito para me recordar. Vendo projetivamente a fila infindável deles, que se sucederão, me louvando, até o fim do mundo, antecipo aqui meu agradecimento a todos. Muito obrigado.<br />Estou certo de que alguém, neste resto de século, falará de mim, lendo uma página, página e meia. Os seguintes menos e menos. Só espero que nenhum falte ao sacro dever de enunciar meu nome. Nisto consistirá minha imortalidade.}}
{{quote1|Confesso que me dá certo tremor d'alma o pensamento inevitável de que, com uns meses, uns anos mais, algum sucessor meu, também vergando nossa veste talar, aqui estará, hirto, no cumprimento do mesmo rito para me recordar. Vendo projetivamente a fila infindável deles, que se sucederão, me louvando, até o fim do mundo, antecipo aqui meu agradecimento a todos. Muito obrigado.<br />Estou certo de que alguém, neste resto de século, falará de mim, lendo uma página, página e meia. Os seguintes menos e menos. Só espero que nenhum falte ao sacro dever de enunciar meu nome. Nisto consistirá minha imortalidade.}}


OS CABA BESTA


== Obras ==
== Obras ==

Revisão das 19h02min de 13 de maio de 2013

 Nota: Para outros significados, veja Darcy Ribeiro (desambiguação).

Darcy Ribeiro Academia Brasileira de Letras

Darcy Ribeiro
Conhecido(a) por Sua atuação política e social
Nascimento 26 de outubro de 1922
Montes Claros, MG
Morte 17 de fevereiro de 1997 (74 anos)
Brasília, DF
Causa da morte Câncer
Residência  Brasil
Nacionalidade  Brasileiro
Alma mater Grupo Escolar Gonçalves Chaves
Ginásio Episcopal de Montes Claros
Universidade Estadual do Norte Fluminense
Campo(s) Antropologia, política

Darcy Ribeiro[1] (Montes Claros, 26 de outubro de 1922Brasília, 17 de fevereiro de 1997) foi um antropólogo, escritor e político brasileiro conhecido por seu foco em relação aos índios e à educação no país.

Biografia

Era filho de Reginaldo Ribeiro dos Santos e de Josefina Augusta da Silveira. Em Montes Claros fez os estudos fundamentais e secundário, no Grupo Escolar Gonçalves Chaves e no Ginásio Episcopal de Montes Claros.

Em 1946, forma-se em antropologia pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo e dedica seus primeiros anos de vida profissional ao estudo dos índios do Pantanal, do Brasil Central e da Amazônia (1946-1956).

Notabilizou-se fundamentalmente por trabalhos desenvolvidos nas áreas de educação, sociologia e antropologia tendo sido, ao lado do amigo a quem admirava Anísio Teixeira, um dos responsáveis pela criação da Universidade de Brasília, elaborada no início dos anos sessenta, ficando também na história desta instituição por ter sido seu primeiro reitor. Também foi o idealizador da Universidade Estadual do Norte Fluminense. Publicou vários livros, vários deles sobre os povos indígenas.

Como muitos outros intelectuais brasileiros, foi obrigado a se exilar durante a ditadura militar brasileira, vivendo durante alguns anos no Uruguai.

Durante o primeiro governo de Leonel Brizola no Rio de Janeiro (1983-1987), Darcy Ribeiro criou, planejou e dirigiu a implantação dos Centros Integrados de Ensino Público (CIEP), um projeto pedagógico visionário e revolucionário no Brasil de assistência em tempo integral a crianças, incluindo atividades recreativas e culturais para além do ensino formal - dando concretude aos projetos idealizados décadas antes por Anísio. Muito antes dos políticos de direita incorporarem o discurso referente à importância da Educação para o desenvolvimento brasileiro, Darcy e Brizola já divulgavam estas ideias.

Ficheiro:Felipe peixoto pdt darcy ribeiro.jpg
Darcy Ribeiro em campanha para governador do Rio de Janeiro

Nas eleições de 1986, Darcy foi candidato ao governo fluminense pelo PDT concorrendo com Fernando Gabeira (então filiado ao PT), Agnaldo Timóteo (PDS) e Moreira Franco (PMDB). Darcy foi derrotado, não conseguindo suplantar o favoritismo de Moreira que se elegeu graças à popularidade do recém lançado Plano Cruzado. Darcy Ribeiro também foi ministro-chefe da Casa Civil do presidente João Goulart, vice-governador do Rio de Janeiro de 1983 a 1987 e exerceu o mandato de senador pelo Rio de Janeiro, de 1991 até sua morte - anunciada por um lento processo canceroso, que comoveu todo o Brasil em torno de sua figura: Darcy, sempre polêmico e ardoroso defensor de suas ideias, teve em sua longa agonia o reconhecimento e admiração até dos adversários.

Poucos anos antes de falecer, publica O Povo Brasileiro, obra na qual, dentre outras impressões, Ribeiro relativiza a suposta ineficiência portuguesa.

Academia Brasileira de Letras

Darcy Ribeiro foi eleito em 8 de outubro de 1992 para a cadeira 11, que tem por patrono Fagundes Varela, sendo recebido a 15 de abril de 1993 por Cândido Mendes.

Em seu discurso de posse, deixou registrado:


OS CABA BESTA

Obras

Com obras traduzidas para diversos idiomas (inglês, o alemão, o espanhol, o francês, o italiano, o hebraico, o húngaro e o checo), Darcy Ribeiro figura entre os mais notórios intelectuais brasileiros. Divididas tematicamente, foram elas:

Etnologia
  • Culturas e línguas indígenas do Brasil – 1957
  • Arte plumária dos índios Kaapo – 1957
  • A política indigenista brasileira – 1962
  • Os índios e a civilização – 1970
  • Uira sai, à procura de Deus – 1974
  • Configurações histórico-culturais dos povos americanos – 1975
  • Suma etnológica brasileira – 1986 (colaboração; três volumes).
  • Diários índios – os urubus-kaapor – 1996, Companhia das Letras
Antropologia
  • O processo civilizatório – etapas da evolução sócio-cultural – 1968
  • As Américas e a civilização – processo de formação e causas do desenvolvimento cultural desigual dos povos americanos – 1970
  • O dilema da América Latina – estruturas do poder e forças insurgentes – 1978
  • Os brasileiros – teoria do Brasil – 1972
  • Os índios e a civilização – a integração das populações indígenas no Brasil moderno – 1970
  • The culture – historical configurations of the American peoples – 1970 (edição brasileira em 1975).
  • O povo brasileiro – a formação e o sentido do Brasil – 1995.
Romances
Ensaios
  • Kadiwéu – ensaios etnológicos sobre o saber, o azar e a beleza – 1950
  • Configurações histórico-culturais dos povos americanos – 1975
  • Sobre o óbvio - ensaios insólitos – 1979
  • Aos trancos e barrancos – como o Brasil deu no que deu – 1985
  • América Latina: a pátria grande – 1986
  • Testemunho – 1990
  • A fundação do Brasil – 1500/1700 – 1992 (colaboração)
  • O Brasil como problema – 1995
  • Noções de coisas – 1995
Educação
  • Plano orientador da Universidade de Brasília – 1962
  • A universidade necessária – 1969
  • Propuestas – acerca da la renovación – 1970
  • Université des Sciences Humaines d'Alger – 1972
  • La universidad peruana – 1974
  • UnB – invenção e descaminho – 1978
  • Nossa escola é uma calamidade – 1984
  • Universidade do terceiro milênio – plano orientador da Universidade Estadual do Norte Fluminense – 1993

Homenagens

Biografias

  • Toninho Vaz: Darcy Ribeiro – Nomes que honram o Senado. Ed. Senado, 2005

Nota

O prenome foi alterado para "Darci" durante algumas décadas, em conformidade com regras ortográficas então vigentes no Brasil (Formulário Ortográfico de 1943), que eliminavam a letra "y" do alfabeto. Com a volta do "y" no Acordo de 1990, a grafia "Darcy" pode ser aceita.

Referências

  1. IHGMC (2009). «Créditos e histórico». Montes Claros: ed. Millenium. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros. IV. 232 páginas 

Ligações externas


Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Wikiquote Citações no Wikiquote
Commons Categoria no Commons

Precedido por
Roberto Lira
Ministro da Educação do Brasil
19621963
Sucedido por
Teotônio Monteiro de Barros
Precedido por
Evandro Lins e Silva
Ministro chefe do Gabinete Civil da Presidência da República do Brasil
19631964
Sucedido por
Getúlio Barbosa de Moura
Precedido por
Deolindo Couto
ABL - sétimo acadêmico da cadeira 11
19931997
Sucedido por
Celso Furtado