Frotas C e D do Metrô de São Paulo

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Frota C (Cobrasma)
Frota D (Mafersa)

Um dos primeiros trens da Frota D (Mafersa), 1982.
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Vista do interior de um dos trens fabricados pela Mafersa, 1982.
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Fabricante Cobrasma/Mafersa
Fábrica Brasil Sumaré e São Paulo, SP
Período de construção 1979–1986
Entrada em serviço 1984
Total construídos 25 trens / 150 carros
Total em serviço 0
Total preservados 0
Formação 6 carros
Capacidade 302 passageiros (Carro A)--- 325 passageiros (Carro B)--- TOTAL: 2004 (condição 8 pass/m²)
Operador Metrô de São Paulo
Depósitos Pátio Itaquera e Pátio Belém
Linhas Azul (Frota D)
Verde (Frota D)
Vermelha
Especificações
Corpo Aço inoxidável
Comprimento Total 130,5 m
Comprimento do veículo 21,75 m (cada carro)
Largura 3,10 m
Altura 3,571 m
Altura do Piso 1,113 m
Velocidade máxima 100 km/h (máxima de projeto)
Peso 37,630 kg (tara carro A)--- 35.378 kg (tara carro B)--- Peso total do trem em lotação máxima (condição 8 pass/m²)= 357.052 ton
Aceleração 1,12 m/s²
Desaceleração 1,2 m/s² (serviço) / 1,5 m/s² (emergência)
Tipo de tração Elétrica (Corrente contínua)
Chopper
Motor 4 motores por carro
Potência 125 kW cada
Tipo de transmissão Manual / MCO - Manual Controlado / ATO - Automático
Tipo de climatização Ventilação forçada
Alimentação 750 Vcc
Captação de energia terceiro trilho
Classificação UIC Bo′Bo′+Bo′Bo′+Bo′Bo′+Bo′Bo′+Bo′Bo′+Bo′Bo′
Truque ferroviário "H" rígido
Freios Elétrico (regenerativo) e por discos pneumáticos de freio
segurança Interface de comunicação de áudio com operador / Botões de abertura de portas / Extintores de incêndio abaixo dos bancos / Travamento automático das folhas de portas
Acoplamento Engate tipo N2 (carro A), semi-permanentes (carros intermediários)
Bitola 1,60 m

As Frotas C e D do Metrô de São Paulo foram uma série de TUES fabricados originalmente pelas empresas Cobrasma e Mafersa, entre os anos de 1979 até 1986. Atualmente foram reformados, sendo renomeados Frota K e L.

História[editar | editar código-fonte]

Projeto e fabricação[editar | editar código-fonte]

Com o início das obras da Linha Leste-Oeste (atual Linha 3-Vermelha) do Metrô de São Paulo em 1976, houve uma necessidade de se contratar a fabricação de uma frota especificamente projetada para atender a essa nova linha. Assim em 16 de outubro de 1978 foi assinado pela Companhia do Metropolitano de São Paulo um contrato de 4.680.000.000,00 cruzeiros com as empresas Cobrasma e Mafersa para o fornecimento de 282 carros (equivalentes a 47 trens), divididos em dois lotes:[1]

  • Lote Cobrasma: 25 trens (150 carros), fabricados na unidade Sumaré da empresa;
  • Lote Mafersa: 22 trens (132 carros), fabricados na unidade Lapa da empresa;

Apesar da fabricação dos trens terem sido iniciadas em meados de 1979 (com o primeiro trem-unidade concluído em 1981[2]), problemas financeiros do estado e da Companhia do Metropolitano e atrasos nas obras da Linha Leste-Oeste fizeram com que os primeiros trens fossem entregues apenas em 1984.

Operação[editar | editar código-fonte]

O primeiro trem iniciou sua operação comercial em 14 de setembro de 1984, durante as comemorações de 10 anos da inauguração do Metrô de São Paulo.[3]

Até 1986 todos os trens haviam sido entregues, constituindo-se na frota exclusiva da Linha Leste-Oeste. Inicialmente possuíam janelas lacradas e sistema de ventilação forçada, com 8 ventiladores e 6 exaustores. Com a operação regular, descobriu-se que a ventilação interna dos trens era insuficiente e as janelas foram modificadas, recebendo uma janela basculante para melhorar a ventilação. Com o passar dos anos, a superlotação da linha 3 exigiu muito dos trens. Assim, o número de falhas e reclamações cresceu, principalmente em relação a falta de ar condicionado nos trens. A Companhia do Metropolitano realizou estudos e optou pela gradual reforma das Frotas C e D.

Iniciado em 2009, o processo de reforma deveria ter sido concluído em 2014, porém atrasos e problemas técnicos prorrogaram o processo até meados de 2018.[4][5]

Em 10 de julho de 2014, o último trem da frota C circulou pela última vez, sendo enviado para a reforma. Já o último trem da frota D só foi retirado de circulação em 15 de abril de 2017.[6]

Atualmente esses trens reformados constituem-se nas Frotas K e L do Metrô.

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

A contratação de reformas nas janelas dos trens da frota D em 1992 foi considerada irregular pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.[7]

A reforma dessas frotas entre 2009 e 2018 foi investigada pelo Ministério Público de São Paulo após denúncias de superfaturamento.[8]

Acidentes e incidentes[editar | editar código-fonte]

  • 26 de agosto de 1987 – Trem vazio descarrilou na área de manobra a oeste da estação Santa Cecília. O transporte na Linha 3 vermelha ficou interrompido por quase quatro horas. Sem feridos.[9]
  • 5 de agosto de 1992 – Carro 339 (Frota D) descarrila entre as estações Sé e Pedro II, interrompendo a circulação na Linha 3 vermelha por várias horas;[10]
  • 21 de setembro de 2010 – Após uma blusa travar o fechamento de uma porta, a circulação na Linha 3 é interrompida por uma série de protestos de passageiros. No final, 17 trens foram depredados, incluindo vários das frotas C e D;[11]
  • 16 de maio de 2012 – Falha em equipamento de sinalização causa colisão leve entre trens das Frotas C e H. Essa foi a primeira colisão em operação da história do Metrô;[12]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Contratos de trens para Leste-Oeste na 2ª feira». Folha de S. Paulo, Ano 57, edição 18092, 3º caderno, página36, inferior. 15 de outubro de 1978. Consultado em 17 de abril de 2019 
  2. Companhia do Metropolitano de São Paulo (1981). «Expansão» (PDF). Relatório Anual-publicado no Diário Oficial do estado de São Paulo, Caderno Ineditoriais, página 2. Consultado em 2 de novembro de 2019 
  3. Rachel Melamet (14 de setembro de 1984). «Quem nasceu há 10 anos vai na festa do Metrô». Folha de S.Paulo, ano 64, edição 20254, Seção Geral, página 18. Consultado em 17 de abril de 2019 
  4. Nathan Lopes (22 de fevereiro de 2016). «Mesmo com modernização, Metrô de SP ainda tem frota com mais de 40 anos». UOL. Consultado em 17 de abril de 2019 
  5. Ricardo Méier (24 de agosto de 2018). «Metrô completa reforma de seus primeiros 98 trens». Portal Metrô-CPTM. Consultado em 17 de abril de 2019 
  6. Renato Lobo (11 de julho de 2014). «Metrô envia ultimo trem da frota Cobrasma para reforma». Via Trólebus. Consultado em 17 de abril de 2019 
  7. Tribunal de Contas do estado de São Paulo (31 de outubro de 1992). «TC 7735/026/91» (PDF). Diário Oficial do estado de São Paulo. Consultado em 17 de abril de 2019 
  8. Márcio Pinho (3 de dezembro de 2013). «MP pede ao Metrô de SP suspensão de contratos de reformas de trens». G1-SP. Consultado em 17 de abril de 2019 
  9. «Trem do Metrô descarrila na Santa Cecília». Folha de S.Paulo, ano 67, edição 21330, Seção Cidades, página A13. 27 de agosto de 1987. Consultado em 25 de junho de 2020 
  10. «Acidente no metrô deixa 300 mil a pé». Folha de S. Paulo, Ano 72, edição 23136, caderno 3-Cotidiano, página 3-1. 6 de agosto de 1992. Consultado em 17 de abril de 2019 
  11. «Passageiros relatam caos no Metrô de SP após acionamento de botão; blusa teria provocado incidente». UOL. 21 de setembro de 2010. Consultado em 17 de abril de 2019 
  12. G1 SP (16 de maio de 2012). «Passageiros são socorridos após acidente na Linha Vermelha do Metrô». G1. Consultado em 17 de abril de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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