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No dia 5 de março de 2015, recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela [[Universidade Estadual da Paraíba]].<ref>{{citar web|URL = http://www.uepb.edu.br/embaixador-celso-amorim-se-torna-primeira-autoridade-a-receber-o-titulo-de-doutor-honoris-causa-da-uepb/|título = Embaixador Celso Amorim se torna primeira autoridade a receber o título de Doutor Honoris Causa da UEPB|data = 6 de março de 2015|acessadoem = 5 de maio de 2015|autor = |publicado = UEPB}}</ref>
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== Formação acadêmica ==
== Formação acadêmica ==

Revisão das 15h09min de 13 de janeiro de 2020

Celso Amorim
Celso Amorim
Celso Amorim
Ministro da Defesa do Brasil
Período 4 de agosto de 2011
a 1º de janeiro de 2015
Presidente Dilma Rousseff
Antecessor(a) Nelson Jobim
Sucessor(a) Jaques Wagner
Ministro das Relações Exteriores do Brasil
Período 1º de janeiro de 2003
a 1º de janeiro de 2011
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Antecessor(a) Celso Lafer
Sucessor(a) Antonio Patriota
Período 20 de julho de 1993
a 1º de janeiro de 1995
Presidente Itamar Franco
Antecessor(a) Luiz Felipe Lampreia (Interino)
Sucessor(a) Luiz Felipe Lampreia
Dados pessoais
Nascimento 3 de junho de 1942 (81 anos)
Santos, São Paulo
Partido MDB (1979-1980)
PMDB (1980-2009)
PT (2009-presente)
Profissão Diplomata e político
Assinatura Assinatura de Celso Amorim

Celso Luiz Nunes Amorim GCIH (Santos, 3 de junho de 1942) é um diplomata brasileiro e ex-ministro da defesa.[1] Ao longo de sua carreira, ocupou por duas vezes o cargo de ministro das Relações Exteriores do Brasil. Influenciado pelo trabalho de Ulysses Guimarães, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), mas não teve militância partidária. Atualmente é filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT).[2] Foi cotado pelo partido para disputar o cargo de Governador do Rio de Janeiro nas eleições de 2018, mas o PT acabou desistindo da candidatura dele.[3][4] Dirigentes petistas também estudaram lançar Amorim como vice na chapa de Lula.[5]

Em 7 de outubro de 2009, David Rothkopf, um comentarista da revista estadunidense Foreign Policy indicou Amorim como "o melhor chanceler do mundo".[6]

No dia 5 de março de 2015, recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual da Paraíba.[7]

Em 12 de Julho de 2019, participou da fundação do Grupo de Puebla, órgão tido como o sucessor do Foro de São Paulo.[8][9][10]

Formação acadêmica

Celso Amorim formou-se pelo Instituto Rio Branco em 1965, obtendo título de pós-graduação em Relações Internacionais pela Academia Diplomática de Viena, na Áustria, em 1967.

Amorim se graduou em primeiro lugar de sua turma no Instituto Rio Branco. Como prêmio, ele foi enviado em 1966 à Academia Diplomática de Viena, onde ele foi capaz de terminar a sua tese e retornou ao Rio de Janeiro antes de ser enviado para o seu primeiro posto como diplomata em Londres. Como aluno de Ralph Miliband passou três anos na London School of Economics onde concluiu todos os créditos necessários para a sua formatura. Em seguida, foi enviado à OEA, Washington DC, antes da apresentação de sua tese, cuja qualidade seu autor julgara suficiente para um doutorado. Seu tutor, Ralph Miliband, que morreu em uma idade avançada, não teve a oportunidade de ler sua tese de 500 páginas.[11]

Professor universitário

Amorim foi professor de Língua Portuguesa do Instituto Rio Branco, professor de Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) e foi membro da Área de Assuntos Internacionais do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo.

Carreira cinematográfica

Em 1979 foi convidado por Eduardo Portela, Ministro da Educação e Cultura, com o apoio da classe cinematográfica para assumir a Embrafilme, por sugestão do colega diplomata, escritor e cineasta Edgard Telles Ribeiro. Mudou-se para o Rio de Janeiro, sede da empresa, onde Amorim trabalhou com Ruy Guerra, fazendo edição e continuidade do filme "Os Cafajestes". Atuara também como assistente de Leon Hirszman em um dos episódios de "Cinco Vezes Favela". Foi demitido da empresa depois de liberar financiamento para o filme Pra frente, Brasil, de Roberto Farias, que exibe cenas de tortura de presos políticos durante a ditadura militar.[12]

De sua vida política precoce como diretor-geral da Embrafilme, entre 1979 e 1982, e sua carreira ainda mais precoce, como cineasta, deixou para os filhos a carreira que nunca abraçou completamente: com exceção da filha Anita, seus filhos Vicente Amorim, Pedro Amorim e João Amorim estão no cinema.

Cargos governamentais

A história de Celso Amorim no serviço público iniciou em 1987, quando se tornou secretário para Assuntos Internacionais do Ministério da Ciência e Tecnologia, desempenhando tal posição até o ano de 1989. Foi então selecionado para o cargo de diretor-geral para Assuntos Culturais no Ministério das Relações Exteriores, à época chefiado por Abreu Sodré.

Assumiu nova posição em 1990, sendo nomeado diretor-geral para Assuntos Econômicos. Em 1992 assumiu pela primeira vez a chefia de uma missão no exterior, ao tornar-se representante do Brasil no Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT). Nesse período foi o negociador chefe do Brasil na Rodada Uruguai, que culminou posteriormente no GATT-1994 e na criação da Organização Mundial do Comércio.

Ministro das Relações Exteriores (1993-1995)

Em maio de 1993, durante o governo de Itamar Franco, Celso Amorim foi chamado pelo então chanceler José Aparecido, que substituiria Fernando Henrique Cardoso, para ser secretário-geral do Itamaraty. Porém, em decorrência de problemas de saúde, Aparecido não tomou posse, e Amorim assumiu interinamente o ministério até, em agosto daquele mesmo ano, ser efetivado chanceler.

A 7 de dezembro de 1993 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal.[13]

Embaixador brasileiro no exterior (1995-2003)

Entre 1995 e 2003 Celso Amorim atuou como representante do Brasil no exterior em diversos países e Organizações Internacionais, em áreas que variavam entre o sistema multilateral de comércio e a cooperação humanitária internacional.

Em 1995 Fernando Henrique Cardoso, eleito presidente da República, indicou Celso Amorim para chefiar a Missão Permanente do Brasil nas Nações Unidas, em Nova Iorque, função que exerceu até 1999, tendo, durante este período, assumido a presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Na ONU, Celso Amorim teve um papel fundamental nas discussões acerca no regime internacional de desarmamento e não-proliferação de armas nucleares. Participou ativamente da Comissão Canberra sobre a Eliminação de Armas Nucleares, uma iniciativa do governo da Austrália que datava de 1995, e que produziu um relatório em 1996 que continha propostas para a adoção de medidas na área do desarmamento e da não-proliferação. Além disso, foi no período em que Celso Amorim era o representante brasileiro perante a ONU que o Brasil declarou sua vontade em aderir ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear (1997), algo que foi concretizado em 1998 após a aprovação do tratado no congresso brasileiro. Logo que aderiu ao TNP, o Brasil começou a participar ativamente das discussões do regime internacional nuclear. Em 1998, Celso Amorim foi um dos articuladores da Coalizão da Nova Agenda para o Desarmamento Nuclear (NAC), juntamente com África do Sul, Egito, Irlanda, México, Nova Zelândia, Suécia e Eslovênia. Tal coalizão buscava resgatar o tema do desarmamento nas Conferências de Exame do TNP, algo que ocorreu logo na próxima Conferência de Exame do TNP, em 2000, na qual o Brasil defendeu, em conjunto com a NAC, que o regime nuclear internacional deveria focar-se principalmente no desarmamento nuclear, e não somente na não-proliferação. No ano 2000, o Brasil também presidiu a Conferência de Desarmamento (CD) em Genebra, tendo Celso Amorim como seu representante. Este foi responsável por uma série de propostas à conferência relativas ao desarmamento, na tentativa de solucionar o problema da paralisia que a CD sofria desde 1997, com o congelamento de sua agenda política.

Na área humanitária, representou o Brasil no Comitê das Nações Unidas de Sanções Kosovo-Iugoslávia (SCR), em 1998-1999. Além disso, representou o Brasil na presidência dos paineis do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre desarmamento, auxílio humanitário e prisioneiros de guerra no Iraque, em 1999. Tais paineis tiveram um papel fundamental no restabelecimento das medidas de verificação de obrigações de desarmamento e não-proliferação no Iraque, que haviam sido abolidas após a crise gerada pela expulsão dos inspetores da Comissão Especial das Nações Unidas (UNSCOM).

Em 1999, assumiu pela segunda vez a chefia da missão brasileira em Genebra, Suíça, como representante permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas e demais organismos internacionais, o que incluía a Organização Mundial do Comércio (OMC), cargo que exerceu por um período de dois anos. Nesse período presidiu a Conferência de Desarmamento por uma segunda vez (algo que fizera em 1993) e atuou nas áreas de comércio, trabalho e controle de tabaco.

Em 2001, Amorim foi transferido para Londres, assumindo a embaixada brasileira no Reino Unido. Era a segunda vez que atuava na missão diplomática brasileira de Londres, já havendo tido um posto diplomático na embaixada entre 1968 e 1971, período em que estudou na London School of Economics and Political Science. No final de 2002 foi convidado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser seu ministro das relações exteriores. Em entrevista para Folha de S. Paulo, afirmou que o motivo para sua escolha tinha relação com o fato de ter muita caspa: "Ele costumava dizer que eu tinha caspa, então, devia ser um pouco mais popular".[14]

Ministro das Relações Exteriores (2003-2010)

De 2003 a 2010 Celso Amorim foi o ministro das Relações Exteriores do governo Lula. Ele, Luiz Dulci e Jorge Armando Felix foram os únicos ministros ou secretários do primeiro gabinete de Lula a permanecer nos cargos para que foram originalmente designados.

Em seu segundo ministério, Amorim tornou-se responsável pelo direcionamento humanista da política externa brasileira atual, que incluiu entre seus objetivos a luta contra a fome, a pobreza e o unilateralismo. Formulou coalizões com países do hemisfério sul, tais como G-20 (luta pela redução das distorções no comércio agrícola, na Organização Mundial de Comércio), o G-4 (luta para tornar o Conselho de Segurança das Nações Unidas menos anacrônico e mais legítimo e representativo), o G-3 (Fórum IBAS – Índia, Brasil e África do Sul – para coordenação de posições no cenário internacional) e participou ativamente na institucionalização do chamado BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). Entre outras iniciativas concebidas em sua gestão, notabilizou-se pela ASA (Cúpula América do Sul-África) e pela Caspa (Cúpula América do Sul-Países Árabes).[15][16]

Em 29 de outubro de 2010, o Ministro Celso Amorim recebeu, em Miami, o prêmio “Bravo Business” da revista Latin Trade, na categoria “Innovative Leader of the Year”. No mesmo dia, foi o orador principal do painel “Brazil’s Role in the Global Economy”.[17]

Questões importantes

Bolívia
Celso Amorim recebe Álvaro García Linera para discutir o suprimento de gás.

Após as eleições presidenciais de Evo Morales em 2006, a Bolívia anunciou a nacionalização do gás e do petróleo em seu território, utilizando o exército para a ocupação de empresas estrangeiras, entre elas a estatal brasileira Petrobras. Esta explorava os dois principais campos de gás e representava cerca de 15% do Produto Interno Bruto boliviano. A tomada do controle forçou as companhias estrangeiras a rever seus contratos em um prazo de 180 dias; do contrário, seriam obrigadas a deixar o país. As renegociações aumentaram os impostos cobrados pelo estado boliviano para 82%.[18]

Em 1 de maio do mesmo ano, Celso Amorim afirmou que a nacionalização era um "cenário esperado", mas que a forma como fora feita não estava nas previsões do Brasil, classificando como "desnecessária" a ocupação por tropas militares da Petrobras e explicando que não haveria "reação física".[19]

Em novembro de 2007 Morales garantiu que não modificaria mais as leis de investimentos no setor de petróleo ou gás, e Celso Amorim confirmou que o país voltaria a investir nestas condições. Tanto o Brasil como a Bolívia possuem interesses um com o outro: o primeiro, em 2007, dependia de 50% do gás boliviano exportado; e o segundo não pode ficar sem o investimento e o mercado brasileiro.[carece de fontes?]

Em setembro de 2008, durante a crise política na Bolívia, na qual os departamentos mais ricos exigiram maior autonomia, o governo brasileiro se posicionou no sentido de tentar mediar as negociações entre os grupos do conflito. No mês seguinte, Amorim felicitou-os por se entenderem via diálogo e por criarem um acordo que convoca o referendo relativo à nova constituição do país para janeiro de 2009.[20]

Equador
Correa e Amorim em 2008.

Durante a crise diplomática da Colômbia com Equador e Venezuela de 2008, em que o exército colombiano invadiu o território equatoriano para matar integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Amorim afirmou que o Brasil se sentia "ameaçado indiretamente" por um conflito na região e que condenava o ataque militar colombiano; porém, desejava a resolução pelo diálogo para que o projeto de integração, paz e desenvolvimento na América do Sul não fosse posto em risco.[21][22]

Em 23 de setembro de 2008 o presidente equatoriano Rafael Correa determinou o embargo dos bens da construtora brasileira Odebrecht, ocupando suas obras por meio do exército e proibindo funcionários de deixar o país. Exigiu então uma indenização de 43 milhões por falhas no funcionamento da central hidrelétrica San Francisco, a segunda maior do Equador; caso não fosse feito o pagamento, a Odebrecht seria expulsa. A San Francisco, que custou 338 milhões de dólares, pode gerar até 12% do total da energia consumida no país, mas, segundo o Equador, deixou de funcionar um ano depois de concluída.[carece de fontes?]

No dia seguinte, Amorim anunciou que o Brasil estava dando proteção à empresa.[23] Correa então ameaçou não pagar o empréstimo de mais de 200 milhões de dólares do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que contraiu para financiar a San Francisco. Mesmo assim, os presidentes Correa e Lula disseram que acreditavam que a questão da Odebrecht não afetaria as relações das duas nações.[24] Em 30 de setembro Amorim informou que a empresa aceitaria o acordo proposto pelo Equador.[25]

Em 6 de outubro Correa teria dito que pretendia expulsar a Petrobras, como aconteceu à Odebrecht, e nacionalizar um campo de petróleo. Sua intenção era acelerar a assinatura de uma renegociação do contrato de exploração.[26] No dia seguinte, Lula disse que a Petrobras poderia sair do Equador caso não houvesse um "acordo satisfatório".[27] Em 8 de outubro o Equador anunciou a expulsão da Odebrecht após rejeitar o acordo e considerar outras falhas da empresa em projetos que estavam em andamento.[28] Logo depois, uma missão de Lula ao país para discutir o apoio brasileiro a obras de infra-estrutura viária foi cancelada.[29] Em 20 de outubro a Petrobras confirmou um novo acordo com o Equador, no qual o Estado fica com todo o petróleo e a empresa, com uma remuneração pelos seus investimentos e seu serviço.[30]

Em 21 de outubro Amorim convocou o embaixador brasileiro em Quito para consultá-lo a respeito da decisão de Correa de recorrer à Corte Internacional de Arbitragem da Câmara Internacional de Comércio, sediada em Paris, para a suspensão da dívida com o BNDES. Em novembro, ele declarou que o Brasil revisaria sua cooperação com o Equador, mas apenas a que envolvesse novos financiamentos e créditos, pois a de caráter social não acabaria.[31]

Em dezembro, porém, surgiu o temor de que outros países sul-americanos, como a Venezuela, a Bolívia e o Paraguai, não honrassem seus empréstimos com o BNDES. O embaixador do Equador anunciou então que seu país continuaria pagando, em parcelas, seu empréstimo até a decisão da Câmara Internacional de Comércio. Durante esse processo, Celso Amorim observou que a integração sul-americana estava sendo prejudicada[32] e que, por ter garantia do Convênio de Crédito Recíproco (CCR), a dívida, se não fosse paga, afetaria não só o Brasil como também outros países da região, uma vez que havia um conjunto de Bancos Centrais envolvidos.[33]

Em 11 de janeiro de 2009, o Itamaraty informou que o embaixador brasileiro em Quito voltaria à sua função e que o Brasil continuaria acompanhando com atenção suas relações financeiras com o Equador.[34]

Ministro da Defesa

Ficheiro:Foto oficial de Ministro de Estado da Defesa (Celso Amorim).jpg
Foto oficial de Ministro da Defesa.

Em 4 de agosto de 2011, Celso Amorim foi convidado a suceder Nelson Jobim como ministro da defesa, que entregara sua carta de demissão no mesmo dia. Amorim permaneceu no cargo até janeiro de 2015, quando o ministro Jaques Wagner tomou posse.

No final de 2014, foi divulgado na imprensa que Celso Amorim teria sido cotado para retornar ao Itamaraty no segundo mandato da Presidente Dilma Rousseff, mas quem assumiu o ministério foi o embaixador Mauro Vieira.[35] Amorim elogiou a escolha de Mauro para o Itamaraty e negou ter sido cotado. "Não fui convidado nem sequer sondado, só a imprensa que falou", disse.[36]

Em 2017 durante a visita que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez ao ex-presidente Lula, quando a ex-primeira-dama Marisa Letícia estava internada, o ex-ministro Celso Amorim defendeu que os dois construíssem uma solução para o Brasil.[37][38]

Livros

  • Conversa com jovens diplomatas (Benvirá, 2011)
  • Breves narrativas diplomáticas (Benvirá, 2013)
  • Teerã, Ramalá e Doha - Memórias da Política Externa Ativa e Altiva (Benvirá, 2015)
  • A grande estratégia do Brasil: Discursos, artigos e entrevistas da gestão no Ministério da Defesa (2011-2014) (Unesp, 2016)

Ligações externas

Referências

  1. «Jobim entrega carta de demissão, e Celso Amorim assume a Defesa». G1. 4 de agosto de 2011. Consultado em 4 de agosto de 2011 
  2. Domingos, João (30 de setembro de 2009). «Celso Amorim se filiou ao PT, afirma Berzoini». Estadão. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  3. Seabra, Catia (29 de setembro de 2017). «PT estuda lançar Celso Amorim ao governo do Rio». Folha de S.Paulo. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  4. «Troca-troca no PT: na disputa pelo estado, sai Amorim e entra Tiburi». Extra. 29 de maio de 2018. Consultado em 29 de maio de 2018 
  5. «Celso Amorim volta como o plano C do PT». Folha de S.Paulo. 2 de março de 2018. Consultado em 29 de maio de 2018 
  6. Rothkopf, David (7 de outubro de 2009). «The world's best foreign minister». foreignpolicy.com (em inglês). Foreign Policy. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  7. «Embaixador Celso Amorim se torna primeira autoridade a receber o título de Doutor Honoris Causa da UEPB». UEPB. 6 de março de 2015. Consultado em 5 de maio de 2015 
  8. «Grupo de Puebla». Página oficial (em castelhano). Consultado em 13 de janeiro de 2020 
  9. Helen Mendes e Isabella Mayer de Moura (7 de novembro de 2019). «O que é o Grupo de Puebla, aliança de líderes de esquerda que se reunirá na Argentina». Gazeta do Povo. Consultado em 13 de janeiro de 2020 
  10. «Grupo de Puebla en Buenos Aires». CLACSO (Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales) (em castelhano). 9 de novembro de 2019. Consultado em 13 de janeiro de 2020 
  11. Celso Luiz Nunes Amorim (10 de março de 2006). «The Current Status of the WTO Negotiations» (pdf) (em inglês). The London School of Economics and Political Science. Consultado em 29 de agosto de 2010 
  12. Gaspari, Elio (23 de maio de 2016). A ditadura acabada. [S.l.]: Editora Intrinseca. ISBN 9788580579161 
  13. «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Nacionais». Ordens Honoríficas Portuguesas. Resultado da busca de "Celso Luiz Nunes Amorim". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 1 de março de 2016 
  14. https://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po1511201011.htm
  15. http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/mecanismos-inter-regionais/3675-cupula-america-do-sul-paises-arabes-aspa>
  16. http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/mecanismos-inter-regionais/3674-cupula-america-do-sul-africa-asa
  17. «Best of the Latin Trade Symposium & BRAVO Business Awards | Latin Trade». latintrade.com (em inglês). Consultado em 20 de março de 2018 
  18. «Bolívia ocupa Petrobras e nacionaliza exploração de petróleo e gás». www1.folha.uol.com.br. Folha de S.Paulo. 1 de maio de 2006. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  19. Mazenotti, Priscilla (29 de outubro de 2010). «Celso Amorim diz no Senado que Bolívia é país estratégico para o Brasil». CCBJ - Câmara de Comércio Brasileira no Japão. Consultado em 11 de fevereiro de 2018. Cópia arquivada em 29 de outubro de 2010 
  20. Zenker, Ana Luiza (22 de outubro de 2008). «Amorim diz que ficou satisfeito com acordo para referendo na Bolívia». memoria.ebc.com.br. EBC. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  21. Fiori, Mylena (5 de março de 2008). «OEA deve dar resposta rápida sobre crise para não perder credibilidade, diz Amorim». memoria.ebc.com.br. EBC. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  22. Fiori, Mylena (5 de março de 2008). «Amorim aponta riscos de crise para projeto de integração sul-americana». Agência Brasil - EBC. Consultado em 11 de fevereiro de 2018. Cópia arquivada em 24 de setembro de 2013 
  23. «Governo está dando proteção adequada à Odebrecht, garante Amorim». Jornal de Brasilia. 24 de setembro de 2008. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  24. «Equador ameaça não pagar ao BNDES empréstimo para construção de hidrelétrica». O Globo. 24 de setembro de 2008. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  25. «Odebrecht aceita acordo proposto pelo Equador, diz Correa». CORREIO. 27 de setembro de 2008. Consultado em 11 de fevereiro de 2017 
  26. «Lobão afasta possibilidade de quebra de contrato do Equador com Petrobras». Gazeta do Povo. 6 de outubro de 2008. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  27. «Petrobras pode deixar o Equador, diz Lula». Jornal de Brasília. 7 de outubro de 2008. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  28. «Presidente Rafael Correa decide expulsar a Odebrecht do Equador». Folha da Região. 9 de outubro de 2008. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  29. Aquino, Yara (9 de outubro de 2008). «Presidente Lula cancela missão brasileira ao Equador». Portal A TARDE. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  30. Oliveira, Nielmar de (20 de outubro de 2008). «Petrobras confirma acordo com governo do Equador». memoria.ebc.com.br. EBC. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  31. «Novos financiamentos para o Equador deverão ser analisados com cuidado, afirma Amorim». memoria.ebc.com.br. EBC. 24 de novembro de 2008. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  32. Rodrigues, Lucas (3 de dezembro de 2008). «Amorim teme que casos de revisão de dívidas prejudiquem integração sul-americana». memoria.ebc.com.br. EBC. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  33. «Amorim diz que Equador vai continuar pagando dívida com o Brasil até o julgamento». economia.uol.com.br. UOL Economia. 9 de dezembro de 2008. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  34. Pimentel, Carolina (11 de janeiro de 2009). «Equador paga parcelas de dívida com o BNDES e embaixador brasileiro voltará a Quito». memoria.ebc.com.br. EBC. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  35. «Dilma finaliza reforma ministerial e anuncia Mauro Vieira para Itamaraty». Folha de S.Paulo. 31 de dezembro de 2014. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  36. Fleck, Isabel (31 de dezembro de 2014). «Para Amorim, novo chanceler terá que restabelecer moral de diplomatas». Folha de S.Paulo. Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  37. «Amorim defende diálogo entre Lula e FHC para 'devolver esperança ao Brasil'». Brasil 247. 15 de maio de 2017. Consultado em 28 de setembro de 2019 
  38. «FHC visita Lula em hospital onde está dona Marisa». Agência Brasil. 2 de fevereiro de 2017. Consultado em 28 de setembro de 2019 

Ver também

Ligações externas

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