São José do Jacuípe

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São José do Jacuípe
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de São José do Jacuípe
Bandeira
Hino
Gentílico jacuipense
Localização
Localização de São José do Jacuípe na Bahia
Localização de São José do Jacuípe na Bahia
Localização de São José do Jacuípe na Bahia
São José do Jacuípe está localizado em: Brasil
São José do Jacuípe
Localização de São José do Jacuípe no Brasil
Mapa
Mapa de São José do Jacuípe
Coordenadas 11° 30' 09" S 40° 01' 28" O
País Brasil
Unidade federativa Bahia
Municípios limítrofes Quixabeira, Várzea da Roça, Capim Grosso, Santaluz, Capela do Alto Alegre e Gavião
Distância até a capital 262 km
História
Fundação 13 de junho de 1989 (34 anos)
Administração
Prefeito(a) Alberlan Peris Moreira da Cunha[1] (PP, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [2] 369,229 km²
População total (Censo de 2022) [3] 10 187 hab.
 • Posição (BA: 340º· (NE: 1165°· (BR: 3057º) (2022)[4]
Densidade 27,6 hab./km²
Clima Semiárido quente (BSh)
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010[5]) 0,552 baixo
PIB (IBGE/2008[6]) R$ 30 820,879 mil
PIB per capita (IBGE/2008[6]) R$ 2 810,84

São José do Jacuípe é um município brasileiro do estado da Bahia.[7]

História[editar | editar código-fonte]

O território que compõem a contemporâneo município de São José do Jacuípe foi originariamente povoado por diversas etnias indígenas, com destaque para os povos genericamente denominados de tapuias e cariris. Com a invasão portuguesa nos territórios indígenas no interior do Nordeste, houve a expansão dos domínios dos proprietários "curraleiros" com destaque para a família dos descendentes do latifundiário "Garcia d'Ávila", família que viria ser conhecida historicamente como a Casa da Torre.

Os povos indígenas que viviam neste território foram expulsos da terra que tradicionalmente ocupavam, deslocando-se para outras regiões para sobreviver. Assim, os indígenas remanescentes acabaram sendo aldeados entre os séculos XVII e XVIII nas Missões religiosas do Sahy (Senhor do Bonfim da Tapera), de São Francisco Xavier (atual Jacobina Velha) e de Bom Jesus da Glória de Jacobina (Santo Antônio de Jacobina).[8][9]

A concentração da população indígena remanescente em aldeamentos missionários e a expulsão dos indígenas que se recusaram a se aldearem nas missões religiosas contribuíram para um despovoamento da região entre os séculos XVII e XIX, condições que viabilizaram o estabelecimento de propriedades latifundiárias de grandes proporções, como ocorreu com a sesmaria doada à família da Casa da Torre, território que era ignorado pelas instituições governamentais do período colonial e do Império[8][9], o que explica a ausência do estado nessa região por séculos.

Na década de 1870, em pleno o século XIX, ainda durante o período imperial da história do Brasil, de acordo com a história oral, estabeleceu-se na região que formaria o município de São José do Jacuípe uma propriedade rural denominada Fazenda São José, cujo dono seria o Honorato de Oliveira Barros, fazendeiro que criou um núcleo populacional reunindo seus familiares que deu origem ao povoado de São José que seria o embrião do sítio urbano da contemporânea cidade de São José do Jacuípe.[10]

Em 1896, com a morte de Honorato Barros, a liderança política local passa a ser exercida por Joviniano Vilas Boas, conhecido na comunidade como "Capitão Senhorzinho", o qual teria atuado de modo a viabilizar a construção de uma igreja e de um cruzeiro no povoado.[10]

Em 1900, São José do Jacuípe sofre os efeitos de uma grande seca que atingiu a região que resultou em mortes, fome e deslocamentos forçados. Os efeitos dessa estiagem somente foram controlados após uma enchente no rio Jacuípe ocorrida em 1911.[10]

A grande seca (conhecida popularmente como a "Seca de 30") que atingiu o Nordeste brasileiro na década de 1930 impactou fortemente a região em 1932. A população local amenizou a fome se alimentando com o "brou", uma farinha produzida com as cascas do tronco do ouricurizeiro.[10]

Em 1949, foi construído o primeiro prédio escolar na povoação de São José que recebeu o nome de Escola Apiano Félix Vilaronga.[10]

Na década de 1950, o povoado passou a ser um distrito policial que se tornaria três anos depois, em 1955, uma vila. No final desta década, em 1959, a população da Vila de São José começou a ter acesso à energia por meio da luz produzida por motores movidos por combustíveis ("gerador"). Esta foi a única fonte de energia na vila por duas décadas até que o Governo do Estado da Bahia implantasse a energia elétrica em 1979, o que contribuiu para o desenvolvimento da localidade de São José.[10]

Emancipação política do município[editar | editar código-fonte]

Na década de 1980, com o fim da ditadura militar e a promulgação da Constituição Federal de 1988, as reivindicações da população de Ouro Branco passaram a ser mais escutadas pelas autoridades políticas instituídas com a redemocratização do Brasil, o que levou a Assembléia Legislativa da Bahia a decidir emancipar politicamente a localidade.

Em 14 de março de 1989, foi realizado na vila de São José um plebiscito para decidir sobre a emancipação da localidade, tendo a comunidade decidido à favor desta separação. Assim, esse distrito acabou sendo desmembrado do município de Capim Grosso em 13 de Junho de 1989 para formar o município de São José do Jacuípe, lei sancionada pelo governador Nilo Coelho.[10]

Após a promulgação da lei de emancipação, no dia 3 de outubro de 1989, realizou-se a primeira eleição municipal em que dois candidatos (Adalberto Barberino Vilas Boas e Laurentino Romão da Silva) disputaram o cargo de prefeito do município. Descendente do "Capitão Senhorzinho", Adalberto Vilas Boas acabou sendo eleito o primeiro prefeito de São José do Jacuípe, assumindo o cargo em 1990.[10]

Geografia[editar | editar código-fonte]

São José do Jacuípe está situado na região do semiárido do estado da Bahia"[11] em uma área muito castigada pela estiagem, entre os municípios de Capim Grosso e Várzea da Roça.

Está situado a 262 km de Salvador, e sua área é de 369,23 km². Abriga em seu território a Barragem de São José do Jacuípe ",[12] a qual poderia dar um grande impulso ao desenvolvimento da agropecuária do município. No entanto, esse importante recurso hídrico ainda não foi devidamente explorado.

Organização Político-Administrativa[editar | editar código-fonte]

O município de São José do Jacuípe possui uma estrutura político-administrativa composta pelo Poder Executivo, chefiado por um prefeito eleito por sufrágio universal, o qual é auxiliado diretamente por secretários municipais nomeados por ele, e pelo Poder Legislativo, institucionalizado pela Câmara Municipal de São José do Jacuípe, órgão colegiado de representação dos munícipes que é composto por vereadores também eleitos por sufrágio universal.[13]

Atuais autoridades municipais de São José do Jacuípe[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Candidatos a vereador São José do Jacuípe-BA». Estadão. Consultado em 10 de junho de 2021 
  2. IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  3. «Cidades e Estados». IBGE. 28 de junho de 2023. Consultado em 30 de agosto de 2023 
  4. «População de São José do Jacuípe (BA) é de 10.187 pessoas, aponta o Censo do IBGE». g1. Consultado em 30 de agosto de 2023 
  5. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 7 de agosto de 2013 
  6. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  7. «Mapa da Região». Consultado em 5 de outubro de 2006. Arquivado do original em 23 de abril de 2003 
  8. a b Raphael Rodrigues Vieira Filho (2009). «POPULAÇÕES NEGRAS E INDÍGENAS NO SERTÃO DAS JACOBINAS SÉCULOS XVIII E XIX: É POSSÍVEL ENCONTRÁ-LAS EM DOCUMENTOS OFICIAIS?» (PDF). ANPUH: Anais do XXV SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA. Consultado em 2 de maio de 2023 
  9. a b Solon Natalício Araújo dos Santos (2009). «Políticas Indígenas nos aldeamentos da Vila de Santo Antonio de Jacobina (1803-1816)» (PDF). ANPUH: Anais do XXV SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA. Consultado em 2 de maio de 2023 
  10. a b c d e f g h «São José do Jacuípe – BA». Consultado em 2 de maio de 2023 
  11. Site da Coordenação de Defesa Civil do Estado da Bahia[ligação inativa]
  12. «Site da Secretaria de Recursos Hídricos do Estado da Bahia». Consultado em 31 de maio de 2007. Arquivado do original em 8 de setembro de 2007 
  13. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito municipal brasileiro. 18. ed. São Paulo: Malheiros, 2017.
  14. a b «Prefeito e vereadores de São José do Jacuípe tomam posse; veja lista de eleitos». G1. 1 de janeiro de 2021. Consultado em 2 de maio de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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