Guerra Fria: diferenças entre revisões

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{{Quote2|''Ele se foi, mas sua sombra ainda está sobre nós. Ele continua dando ordens e nós, muitas vezes, ainda obedecemos.''|Svetlana Alliluyeva sobre seu pai.<ref name="nationalcoldwarexhibition" />}}
{{Quote2|''Ele se foi, mas sua sombra ainda está sobre nós. Ele continua dando ordens e nós, muitas vezes, ainda obedecemos.''|Svetlana Alliluyeva sobre seu pai.<ref name="nationalcoldwarexhibition" />}}


[[Yuri Bezmenov]], [[correspondente]] da [[agência de notícias]] [[RIA Novosti]] na Índia e agente da [[KGB]], desertou para o Canadá em [[1970]]. Revelou ao ocidente as estratégias usadas para incitar a [[subversão]] em países nas quais a URSS almejava implantar governos satélites. Descreveu que o processo de subversão de uma sociedade consiste em quatro fases distintas <ref>{{pt}} [https://docs.google.com/file/d/0BwQmscbJeNjydEZ1ZkZOSy1UR2c/edit?pli=1 Docs Google] - As quatro etapas da subversão. Página visitada em 11 de Setembro de 2013.</ref> ("desmoralização", "desestabilização", "crise", "normalização"). Cada fase busca um objetivo: desacreditar ("desmoralizar") [[religião]], valores e cultura (''ver: [[marxismo cultural]]''); desorganizar ("desestabilizar") as estruturas política, econômica e sócio-cultural; incitar desordem generalizada ("crise") precipitando a implantação de um governo pró soviético e, após, estabilizar ("normalizar") a situação deste país.<ref name="World News">[http://wn.com/yuri_bezmenov_subvers%C3%A3o World News] - Subversão nos países alvo da extinta URSS. Vídeo {{en}} legendado {{pt}}. Página visitada em 11 de Setembro de 2013.</ref> Segundo ele, a subversão é executada por agentes estrangeiros ou colaboradores locais que infiltram-se em diversas áreas, que vão de grupos religiosos, [[Partido político|partidos políticos]], [[Empresário|meio empresarial]] e [[mídia]] conservadora a defensores dos [[direitos civis]], [[homossexuais]], [[feminista]]s e [[indústria cultural]].<ref name="World News" /> Alertava que, na fase de "normalização" os colaboradores mais idealistas e radicais (os "idiotas úteis") eram descartados, muitas vezes sendo eliminados fisicamente.<ref name="World News" /> Yuri Bezmenov deu inúmeros exemplos disto em livros, palestras,<ref name="World News" /> entrevistas e conferências.
[[Yuri Bezmenov]], [[correspondente]] da [[agência de notícias]] [[RIA Novosti]] na Índia e agente da [[KGB]], desertou para o Canadá em [[1970]]. Revelou ao ocidente as estratégias usadas para incitar a [[subversão]] em países nas quais a URSS almejava implantar governos satélites. Descreveu que o processo de subversão de uma sociedade consiste em quatro fases distintas <ref>{{pt}} [https://docs.google.com/file/d/0BwQmscbJeNjydEZ1ZkZOSy1UR2c/edit?pli=1 Docs Google] - As quatro etapas da subversão. Página visitada em 11 de Setembro de 2013.</ref> ("desmoralização", "desestabilização", "crise", "normalização"). Cada fase busca um objetivo: desacreditar ("desmoralizar") [[religião]], valores e cultura (''ver: [[marxismo cultural]]''); desorganizar ("desestabilizar") as estruturas política, econômica e sócio-cultural; incitar desordem generalizada ("crise") precipitando a implantação de um governo pró soviético e, após, estabilizar ("normalizar") a situação deste país.<ref name="World News">[http://wn.com/yuri_bezmenov_subvers%C3%A3o World News] - Subversão nos países alvo da extinta URSS. Vídeo {{en}} legendado {{pt}}. Página visitada em 11 de Setembro de 2013.</ref> Segundo ele, a subversão é executada por agentes estrangeiros ou colaboradores locais que infiltram-se em diversas áreas, que vão de grupos religiosos, [[Partido político|partidos políticos]], [[Empresário|meio empresarial]] e [[mídia]] conservadora a defensores dos [[direitos civis]], [[homossexuais]], [[feminista]]s e [[indústria cultural]].<ref name="World News" /> Alertava que, na fase de "normalização" os colaboradores mais idealistas e radicais (os "[[Idiota útil|idiotas úteis]]") eram descartados, muitas vezes sendo eliminados fisicamente.<ref name="World News" /> Yuri Bezmenov deu inúmeros exemplos disto em livros, palestras,<ref name="World News" /> entrevistas e conferências.


No período pós Guerra Fria, organizações internacionais reprovaram as violências praticadas em nome do comunismo. Em [[25 de Janeiro]] de [[2006]], o [[Conselho da Europa]] oficializou uma resolução condenando os crimes dos governos que adotaram este sistema.<ref>{{en}} [http://assembly.coe.int/Main.asp?link=/Documents/AdoptedText/ta06/ERES1481.htm Council of Europe Parliamentary Assembly] - ''Resolution 1481 (2006) Need for international condemnation of crimes of totalitarian communist regimes.'' Página visitada em [[25 de Setembro]] de 2013.</ref><ref>{{en}} [http://assembly.coe.int/ASP/APFeaturesManager/defaultArtView.asp?ID=382 Council of Europe Parliamentary Assembly] - ''PACE News: PACE strongly condemns crimes of totalitarian communist regimes.'' Página visitada em 25 de Setembro de 2013.</ref> Em [[2008]] foi firmada, na [[República Tcheca]], a ''[[Declaração de Praga sobre Consciência Europeia e Comunismo]]'' (colocando no mesmo nível os crimes do [[marxismo-leninismo]] e do [[nazifascismo]]) e o [[Parlamento Europeu]] instituiu o ''[[Dia Europeu da Memória das Vítimas do Stalinismo e do Nacional-Socialismo]]'' <ref>{{es}} [http://www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?pubRef=-//EP//TEXT+IM-PRESS+20080929STO38339+0+DOC+XML+V0//ES Europarl (Parlamento Europeu)] - ''La UE recordará cada año a las víctimas del estalinismo y el nazismo.'' Página visitada em 25 de Setembro de 2013.</ref> <ref>{{en}} [http://www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?type=IM-PRESS&reference=20080929STO38339&language=EN Europarl (Parlamento Europeu)] - ''Hitler and Stalin's victims remembered with special day.'' Página visitada em 25 de Setembro de 2013.</ref> <ref>{{pt}} [http://www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?pubRef=-//EP//NONSGML+IM-PRESS+20080919IPR37662+0+DOC+PDF+V0//PT&language=PT Europarl (Parlamento Europeu)] - Um "Dia Europeu da Memória das. Vítimas do Estalinismo e do Nazismo". Página visitada em 25 de Setembro de 2013.</ref> ([[23 de agosto]], dia da assinatura do [[Pacto Molotov-Ribbentrop]]).
No período pós Guerra Fria, organizações internacionais reprovaram as violências praticadas em nome do comunismo. Em [[25 de Janeiro]] de [[2006]], o [[Conselho da Europa]] oficializou uma resolução condenando os crimes dos governos que adotaram este sistema.<ref>{{en}} [http://assembly.coe.int/Main.asp?link=/Documents/AdoptedText/ta06/ERES1481.htm Council of Europe Parliamentary Assembly] - ''Resolution 1481 (2006) Need for international condemnation of crimes of totalitarian communist regimes.'' Página visitada em [[25 de Setembro]] de 2013.</ref><ref>{{en}} [http://assembly.coe.int/ASP/APFeaturesManager/defaultArtView.asp?ID=382 Council of Europe Parliamentary Assembly] - ''PACE News: PACE strongly condemns crimes of totalitarian communist regimes.'' Página visitada em 25 de Setembro de 2013.</ref> Em [[2008]] foi firmada, na [[República Tcheca]], a ''[[Declaração de Praga sobre Consciência Europeia e Comunismo]]'' (colocando no mesmo nível os crimes do [[marxismo-leninismo]] e do [[nazifascismo]]) e o [[Parlamento Europeu]] instituiu o ''[[Dia Europeu da Memória das Vítimas do Stalinismo e do Nacional-Socialismo]]'' <ref>{{es}} [http://www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?pubRef=-//EP//TEXT+IM-PRESS+20080929STO38339+0+DOC+XML+V0//ES Europarl (Parlamento Europeu)] - ''La UE recordará cada año a las víctimas del estalinismo y el nazismo.'' Página visitada em 25 de Setembro de 2013.</ref> <ref>{{en}} [http://www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?type=IM-PRESS&reference=20080929STO38339&language=EN Europarl (Parlamento Europeu)] - ''Hitler and Stalin's victims remembered with special day.'' Página visitada em 25 de Setembro de 2013.</ref> <ref>{{pt}} [http://www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.do?pubRef=-//EP//NONSGML+IM-PRESS+20080919IPR37662+0+DOC+PDF+V0//PT&language=PT Europarl (Parlamento Europeu)] - Um "Dia Europeu da Memória das. Vítimas do Estalinismo e do Nazismo". Página visitada em 25 de Setembro de 2013.</ref> ([[23 de agosto]], dia da assinatura do [[Pacto Molotov-Ribbentrop]]).
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Dois anos depois, Kruschev não aguentou a pressão e saiu do governo. Kennedy também foi mal-visto pelos comandantes militares dos Estados Unidos. O general [[Curtis LeMay]] disse a Kennedy que este episódio foi "a maior derrota da história estadunidense" {{Carece de fontes|data=Dezembro de 2008}}, e pediu para que os Estados Unidos invadissem imediatamente Cuba{{Carece de fontes|data=Dezembro de 2008}}.
Dois anos depois, Kruschev não aguentou a pressão e saiu do governo. Kennedy também foi mal-visto pelos comandantes militares dos Estados Unidos. O general [[Curtis LeMay]] disse a Kennedy que este episódio foi "a maior derrota da história estadunidense" {{Carece de fontes|data=Dezembro de 2008}}, e pediu para que os Estados Unidos invadissem imediatamente Cuba{{Carece de fontes|data=Dezembro de 2008}}.


==== América Latina ====
=== América Latina ===

{{Artigo principal|[[Intervencionismo]]}}
{{Artigo principal|[[Intervencionismo]]}}
{{Anexo|Anexo:Lista de golpes de Estado bem sucedidos}}
{{Anexo|Anexo:Lista de golpes de Estado bem sucedidos}}
Durante a Guerra Fria, a propaganda e os os esforços [[Anticomunismo|anticomunistas]] dos Estados Unidos fizeram-se sentir na região. De [[1946]] a [[1984]], os Estados Unidos mantiveram no [[Panamá]] a [[Escola das Américas]]. A finalidade deste órgão era formar lideranças militares pró-EUA. Vários ditadores latino-americanos foram alunos desta instituição, entre eles o [[ditador]] do Panamá [[Manuel Noriega]], e [[Leopoldo Galtieri]], líder da [[Junta Militar da Argentina]]. A partir de 1954, os serviços de inteligência norte-americanos participaram de [[Golpe de estado|golpes de estado]] contra governos latino-americanos<ref>[http://www.tvcultura.com.br/aloescola/historia/guerrafria/guerra5/espionagem2.htm '''TVCultura'''] - A espionagem. [[Site]] acessado em [[29 de Outubro]] de [[2010]].</ref><ref>[http://www.espacoacademico.com.br/058/58bandeira.htm '''Espaço acadêmico'''] - A CIA e a técnica do golpe de Estado. [[Artigo (publicações)|Artigo]] de [[Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira]]. Acessado em 29 de Outubro de 2010.</ref> (ver: [[Ações de derrubada de governos patrocinadas pela CIA]]). Após a [[Revolução cubana]], o receio de que o comunismo se espalhasse pelas Américas cresceu muito. Governos simpáticos ao comunismo ou democraticamente eleitos, mas contrários aos interesses políticos e econômicos dos Estados Unidos foram removidos do poder.


[[Imagem:Edmund S. Valtman, What you need is a revolution like mine ppmsca.02969.jpg|thumb|220px|direita|''What you need, man, is a revolution like mine.'' <br />("Homem, o que você precisa é de uma revolução como a minha"). <br />[[Charge]] de [[Edmund S. Valtman]] que retrata Fidel Castro aconselhando o Brasil, enquanto conduz Cuba acorrentada. Publicada originalmente em [[31 de Agosto]] de [[1961]], ganhou o [[Prêmio Pulitzer]] de 1962.<ref>{{en}} [http://www.pulitzer.org/awards/1962 Pulitzer] - ''1962 Winners. Editorial Cartooning, ''[[Edmund S. Valtman]]'' of The Hartford Times For "What You Need, Man, Is a Revolution Like Mine."'' Página visitada em 3 de Junho de 2014.</ref>]]
Em 1961, o presidente Kennedy criou a [[Aliança para o Progresso]], para abrandar as tensões sociais e auxiliar no [[desenvolvimento econômico]] das nações latino-americanas, além de conter o avanço comunista no continente americano. Este programa ofereceu ajuda técnica e econômica a vários países. Com isto pretendia-se afastar a possibilidade das nações da [[América Latina]] alinharem-se com o bloco soviético. Mas, como programa não alcançou os resultados esperados, foi extinto em 1969 pelo presidente [[Richard Nixon]].

Com a ascenção do [[castrismo]] ao poder em [[Cuba]], as duas [[superpotência]]s voltaram suas atenções para a [[América Latina]]. A [[União Soviética]] tornou-se otimista com suas novas possibilidades de [[expansionismo]] [[geopolítico]] e, desejando ampliar sua [[esfera de influência]], adotou uma política mais agressiva nas Américas.<ref name="World News">[http://wn.com/o_brasil_nos_arquivos_de_espionagem_do_bloco_soviético World News] - Vídeo: "''O Brasil nos arquivos de espionagem do bloco soviético.''" Página visitada em 3 de Junho de 2014.</ref> Após o estabelecimento do novo regime cubano, os [[Estados Unidos]] realizaram medidas para impedir o avanço do [[comunismo]] pelo continente.

Durante a Guerra Fria, a propaganda e os os esforços [[Anticomunismo|anticomunistas]] dos Estados Unidos fizeram-se sentir na região. De [[1946]] a [[1984]], o país manteve, no [[Panamá]], a [[Escola das Américas]]. A finalidade deste órgão era formar lideranças militares pró-EUA. Vários [[ditador]]es latino-americanos foram alunos desta instituição, entre eles o ditador do Panamá [[Manuel Noriega]], e [[Leopoldo Galtieri]], líder da [[Junta Militar da Argentina]]. A partir de [[1954]], os serviços de inteligência norte-americanos participaram de [[Golpe de estado|golpes de estado]] contra governos latino-americanos<ref>[http://www.tvcultura.com.br/aloescola/historia/guerrafria/guerra5/espionagem2.htm '''TVCultura'''] - A espionagem. [[Site]] acessado em [[29 de Outubro]] de [[2010]].</ref> <ref>[http://www.espacoacademico.com.br/058/58bandeira.htm '''Espaço acadêmico'''] - A CIA e a técnica do golpe de Estado. [[Artigo (publicações)|Artigo]] de [[Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira]]. Acessado em 29 de Outubro de 2010.</ref> (ver: [[Ações de derrubada de governos patrocinadas pela CIA]]). Após a [[Revolução cubana]], o receio de que o comunismo se espalhasse pelas Américas cresceu muito. Governos simpáticos ao [[comunismo]] ou democraticamente eleitos, mas contrários aos interesses políticos e econômicos dos Estados Unidos foram removidos do poder.

Em [[1961]], o presidente [[John F. Kennedy]] criou a [[Aliança para o Progresso]], para abrandar as tensões sociais e auxiliar no [[desenvolvimento econômico]] das nações latino-americanas, além de conter o avanço comunista no continente americano. Este programa ofereceu ajuda técnica e econômica a vários países. Com isto pretendia-se afastar a possibilidade das nações da [[América Latina]] alinharem-se com o [[bloco soviético]]. Mas, como programa não alcançou os resultados esperados, foi extinto em 1969 pelo presidente [[Richard Nixon]].


Alguns dos golpes de Estado ocorridos na América Latina neste período:
Alguns dos golpes de Estado ocorridos na América Latina neste período:
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* [[1964]]: [[Golpe de Estado no Brasil em 1964|Golpe de Estado no Brasil]]: [[João Goulart]] foi deposto por uma revolta militar e exilou-se no [[Uruguai]].
* [[1964]]: [[Golpe de Estado no Brasil em 1964|Golpe de Estado no Brasil]]: [[João Goulart]] foi deposto por uma revolta militar e exilou-se no [[Uruguai]].
* [[1973]]: [[Golpe de Estado no Chile em 1973|Golpe de Estado no Chile]]: em [[11 de Setembro]] de 1973, uma rebelião militar liderada por [[Augusto Pinochet]] e apoiada pelos Estados Unidos, depôs o presidente [[Salvador Allende]].
* [[1973]]: [[Golpe de Estado no Chile em 1973|Golpe de Estado no Chile]]: em [[11 de Setembro]] de 1973, uma rebelião militar liderada por [[Augusto Pinochet]] e apoiada pelos Estados Unidos, depôs o presidente [[Salvador Allende]].

Paralelamente, ao longo de todo este período, a [[União Soviética]] trabalhou intensamente para consolidar sua influência ideológica e política na América Latina. Com auxílio de [[Colaboracionismo|colaboradores]] locais e de [[serviços de inteligência]] de nações em sua esfera de influência, a URSS conseguiu infiltrar-se em vários países.<ref name="World News"/> Em parceria com a [[StB]] <ref>StB, (em [[tcheco]]): ''Státní bezpečnost'', (em [[eslovaco]]): ''Štátna bezpečnosť'' ("Segurança Estatal"). Adicionado em 3 de Junho de 2014.</ref> <ref name="World News"/> (inteligência [[Tchecoslováquia|tcheca]]), a [[KGB]] teve sucesso em infiltrar seus [[Agente de influência|agentes de influência]] nas mais variadas áreas: política, meios estudantil, [[Academia|acadêmico]] e militar, [[indústria cultural]], instituições científicas, [[mídia]], etc.<ref name="The KGB and Soviet Disinformation: An Insider's View.">{{en}} ''The KGB and Soviet Disinformation: An Insider's View.'' [[Ladislav Bittman]], Pergamon-Brassey's International Defense Pub., 1985. ISBN 9780080315720 Adicionado em 3 de Junho de 2014.</ref> [[México]], [[Uruguai]], [[Argentina]], [[Chile]] e [[Brasil]] foram alguns dos países afetados por estas ações.<ref name="The KGB and Soviet Disinformation: An Insider's View."/>

Os esforços soviéticos estendiam-se pelas seguintes frentes:

* Doutrinação política e ideológica: Instituições de ensino soviéticas, como a [[Universidade Patrice Lumumba]] (atual Universidade Russa da Amizade dos Povos), recebiam estudantes do [[terceiro mundo]] e, em todas, a matéria "marxismo-leninismo" era obrigatória.<ref name="A Verdade Sufocada">[http://www.averdadesufocada.com/index.php/vale-a-pena-ler-de-novo-especial-86/10308-040314-historias-quase-esquecidas A Verdade Sufocada] - ''Histórias quase esquecidas.'' Artigo do historiador [[Carlos Ilich Santos Azambuja]]. Página visitada em 3 de Junho de 2014.</ref> Através da UIE ([[União Internacional dos Estudantes]]), [[Moscou]] influenciava o [[movimento estudantil]] internacional.<ref name="UNE: Instrumento de Subversão">[http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/une.html EbooksBrasil] - ''UNE: Instrumento de Subversão.'' [[Sonia Seganfreddo]], 1963, Série de quatorze reportagens, publicada sob o título "UNE: menina dos olhos do PC... em ''O Jornal'' durante o mês de Setembro de 1962. Adicionado em 3 de Junho de 2014.</ref> As organizações latino-americanas de estudantes, foram alvo de intensa [[doutrinação]] <ref name="UNE: Instrumento de Subversão"/> (''ver: [[propaganda comunista]]''). As lideranças que discordavam desta doutrinação sofriam campanhas de ridicularização e difamação, ameaças, perseguições e acabavam por ser afastadas das entidades acadêmicas e estudantis.<ref name="UNE: Instrumento de Subversão"/>

* Apoio à luta armada: A URSS ministrava cursos em entidades, como a escola da [[Komsomol]] (Liga Comunista Leninista da Juventude de Toda a União), que incluíam em seus currículos, [[treinamento militar]] e doutrinação ideológica.<ref name="A Verdade Sufocada"/> Aliados soviéticos como [[República Popular da China]],<ref name="Jornal Opção">[http://www.jornalopcao.com.br/colunas/imprensa/china-de-mao-tse-tung-e-chu-en-lai-nao-deu-apoio-decisivo-a-guerrilha-do-araguaia Jornal Opção] - ''China de Mao Tsé-tung e Chu En-Lai não deu apoio decisivo à Guerrilha do Araguaia.'' Página visitada em 3 de Junho de 2014.</ref> [[Coreia do Norte]],<ref>[http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,coreia-do-norte-treinou-guerrilha-brasileira,433925,0.htm Estadão] - ''Coreia do Norte treinou guerrilha brasileira.'' Página visitada em 3 de Junho de 2014.</ref> [[Albânia]] <ref name="Jornal Opção" /> e Cuba <ref>''O apoio de Cuba à luta armada no Brasil: o treinamento guerrilheiro.'' de [[Denise Rollemberg]], Mauad Editora Ltda, 2001. ISBN 9788574780320 Adicionado em 3 de Junho de 2014.</ref> ofereceram formação militar, doutrinação e ajuda financeira para a [[guerrilha]] de diversos países das Américas. Em [[1966]], por iniciativa de [[Fidel Castro]], foi criada a OLAS ([[Organização Latino-Americana de Solidariedade]]). Esta entidade, que apoiava a luta armada, tinha o [[slogan]]: "''o dever de uma revolução, é fazer revolução''", significando que [[Havana]] desejava a liderança dos movimentos revolucionários em toda a região.<ref>{{en}} ''Fidel: A Biography of Fidel Castro.'' Autor: [[Peter Bourne]], Dodd, Mead, [[1986]], pág. 267. ISBN 9780396085188 Adicionado em 3 de Junho de 2014.</ref>

* Associação com o narcotráfico: URSS e China exploraram, indiretamente, o [[narcotráfico]].<ref name="''Red Cocaine.''">{{en}} ''Red Cocaine.'' Joseph D. Douglass, Edward Harle, Limited, 1999. ISBN 9781899798049 Adicionado em 3 de Junho de 2014.</ref> Isto, a fim de obter recursos para cobrir o alto custo de financiamento do movimento [[esquerdista]] continental, armado ou não. E, para desestabilizar as [[democracia]]s ocidentais, incentivando o consumo de [[droga]]s.<ref name="''Red Cocaine.''"/> Do contato entre [[criminoso]]s comuns e [[Preso político|presos políticos]] brasileiros, originou-se o [[Comando Vermelho]] <ref>''Comando Vermelho: a história secreta do crime organizado.'' Autor: [[Carlos Amorim]], [[Editora Record]], [[1993]]. ISBN 9788501041159 Adicionado em 3 de Junho de 2014.</ref> (''ver: [[Narcoterrorismo]]'').

* Desinformação: o serviço de inteligência soviético fez uso intensivo de [[manipulação da mídia]] e [[desinformação]].<ref name="The KGB and Soviet Disinformation: An Insider's View."/> Com suporte financeiro e influência ideológica, os agentes de influência da URSS espalhados pela mídia latino-americana, conseguiram disseminar o [[antiamericanismo]].<ref>{{en}} ''The Deception Game.'' [[Ladislav Bittman]], Ballantine Books, págs. 97-104, 1981. ISBN 9780345298089 Adicionado em 2 de Junho de 2014.</ref> Todos os esforços de propaganda eram feitos para difamar os EUA e responsabiliza-los por todas as crises mundiais.<ref name="The KGB and Soviet Disinformation: An Insider's View."/> Plantando notícias falsas pelo continente, a KGB/StB distorceu os fatos sobre o golpe de estado brasileiro de Março/Abril de 1964, atribuindo aos EUA toda a responsabilidade pela deposição de [[João Goulart]] <ref name="The KGB and Soviet Disinformation: An Insider's View."/> ''(ver: [[Ações da KGB no Brasil]]).''


=== A Distensão (1962 - 1979) ===
=== A Distensão (1962 - 1979) ===

Revisão das 00h08min de 4 de junho de 2014

Guerra Fria

Mikhail Gorbachev, Secretário-Geral do Partido Comunista da União Soviética, e Ronald Reagan, Presidente dos Estados Unidos, assinando o Tratado INF, em 8 de dezembro de 1987.
Data 19451991
Local Global
Desfecho Acordos para redução de armas e início da Crise do Mundo Socialista
Situação Fim da Guerra Fria
Beligerantes
Primeiro Mundo (capitalistas) Segundo Mundo (socialistas)

Guerra Fria é a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, compreendendo o período entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991), um conflito de ordem política, militar, tecnológica, econômica, social e ideológica entre as duas nações e suas zonas de influência.

Uma parte dos historiadores argumenta que foi uma disputa dos países que apoiavam as Liberdades civis, como a liberdade de opinião e de expressão e de voto, representada pelos Estados Unidos e outros países ocidentais e do outro lado a ditadura comunista ateia,[1][2] (ver: Ateísmo Marxista-leninista) onde era suprimida a possibilidade de eleger e de discordar, defendida pela União Soviética (URSS)[3] e outros países onde o comunismo fora imposto por ela.

Outra parte dos historiadores defende que esta foi uma disputa entre o capitalismo, que patrocinou regimes ditatoriais na América Latina,[4] representado pelos Estados Unidos, e o socialismo totalitário[5][6] expansionista[7] ou socialismo de Estado,[8] onde fora suprimida a propriedade privada, defendido pela União Soviética (URSS) e China.[9] Entretanto, esta caracterização só pode ser considerada válida com uma série de restrições e apenas para o período do imediato pós-Segunda Guerra Mundial, até a década de 1950. Logo após, nos anos 1960, o bloco socialista se dividiu e durante as décadas de 1970 e 1980, a China comunista se aliou aos Estados Unidos na disputa contra a União Soviética. Além disso, muitas das disputas regionais envolveram Estados capitalistas, como os Estados Unidos contra diversas potências locais mais nacionalistas.

É chamada "fria" porque não houve uma guerra direta ou seja bélica, "quente", entre as duas superpotências, dada a inviabilidade da vitória em uma batalha nuclear. A corrida armamentista pela construção de um grande arsenal de armas nucleares foi o objetivo central durante a primeira metade da Guerra Fria, estabilizando-se na década de 1960 até à década de 1970 e sendo reativada nos anos 1980 com o projeto do presidente estadunidense Ronald Reagan chamado de "Guerra nas Estrelas".

Dada a impossibilidade da resolução do confronto no plano estratégico, pela via tradicional da guerra aberta e direta que envolveria um confronto nuclear; as duas superpotências passaram a disputar poder de influência política, econômica e ideológica em todo o mundo. Este processo se caracterizou pelo envolvimento dos Estados Unidos e União Soviética em diversas guerras regionais, onde cada potência apoiava um dos lados em guerra. Estados Unidos e União Soviética não apenas financiavam lados opostos no confronto, disputando influência político-ideológica, mas também para mostrar o seu poder de fogo e reforçar as alianças regionais.

Neste contexto, os chamados países não alinhados, mantiveram-se fora do conflito não alinhando-se aos blocos pró-URSS ou pró-EUA. E formariam um "terceiro bloco" de países neutros: o Movimento Não Alinhado.

Norte-americanos e soviéticos travaram uma luta ideológica, política e econômica durante esse período. Se um governo socialista fosse implantado em algum país do Terceiro Mundo, o governo norte-americano entendia como uma ameaça à sua hegemonia; se um movimento popular combatesse um governo aliado ao soviético, logo poderia ser visto com simpatia pelos Estados Unidos e receber apoio.

A Guerra da Coreia (1950-1953) e a Guerra do Vietnã (1962-1975) são os conflitos mais famosos da Guerra Fria. Além da famosa tensão na Crise dos mísseis em Cuba (1962) e, também na América do Sul, a Guerra das Malvinas (1982). Entretanto, durante todo este período, a maior parte dos conflitos locais, guerras civis ou guerras inter-estatais foi intensificado pela polarização entre EUA e URSS.

Esta polarização dos conflitos locais entre apenas dois grandes polos de poder mundial, é que justifica a caracterização da polaridade deste período como bipolar. Principalmente porque, mesmo que tenham existido outras potências regionais entre 1945 e 1991, apenas Estados Unidos e URSS tinham capacidade nuclear de segundo ataque, ou seja, capacidade de dissuasão nuclear.

História

A Crise no Pós-Guerra

Ver artigo principal: Guerra Fria (1947–1953)

Parte da série sobre a
História da Guerra Fria

Origens da Guerra Fria
Segunda Guerra Mundial
Conferências de Guerra
Bloco Oriental
Cortina de Ferro
Guerra Fria (1947–1953)
Guerra Fria (1953–1962)
Guerra Fria (1962–1979)
Guerra Fria (1979–1985)
Guerra Fria (1985–1991)
Cronologia  · Historiografia

Com o final da Segunda Guerra Mundial, a Europa estava arrasada e ocupada pelos exércitos das duas grandes potências vencedoras, os Estados Unidos e a URSS. O desnível entre o poder destas duas superpotências e o restante dos países do mundo era tão gritante, que rapidamente se constitui um sistema global bipolar, ou seja, centrada em dois grandes polos.

Os Estados Unidos defendiam a economia capitalista, argumentando ser ela a representação da democracia e da liberdade. Em contrapartida a URSS enfatizava o socialismo, argumentando em defesa do proletariado e solução dos problemas sociais.

Os Aliados divergiam sobre a forma de como manter a segurança do pós-guerra. Os aliados ocidentais queriam criar uma rede de segurança que, com governos quanto mais possível democráticos, resolvessem suas diferenças de forma pacífica através de organizações internacionais.[10] A Rússia devido à experiência, através da história de invasões freqüentes, bem como a perda humana estimada em 27 milhões e a destruição sofrida durante a Segunda Guerra Mundial, queria garantir sua segurança pelo controle dos assuntos internos de países vizinhos.[10]

Churchill, Roosevelt e Stalin na Conferência de Ialta, 1945.

Sob a influência das duas doutrinas, o mundo foi dividido em dois blocos liderados cada um por uma das superpotências: a Europa Ocidental e a América Central e do Sul sob influência cultural, ideológica e econômica estadunidense, e parte do Leste Asiático, Ásia central e Leste europeu, sob influência soviética. Assim, o mundo dividido sob a influência das duas maiores potências econômicas e militares da época, estava também polarizado em duas ideologias opostas: o Capitalismo e o Socialismo.

Entretanto era notória deste o início da Guerra Fria a superioridade economica norte americana. Em 1945 os Estados Unidos tinham metade do PIB mundial, 2/3 das reservas mundiais de ouro, 60% da capacidade industrial ativa do mundo, 67% da capacidade produtora de petróleo, além da maior Marinha e da maior Força Aérea que existia. Seus exércitos ocupavam parte da Europa ocidental e o Japão, algumas das zonas foram as mais ricas e industrializadas do mundo antes da Guerra. Também ocupavam parte do sudeste asiático, especificamente metade da península da Coreia e grande parte das ilhas do Pacífico. O território continental americano nunca havia sido realmente ameaçado durante a Segunda Guerra Mundial, sendo que a batalha travada geograficamente mais próxima do continente foi a de Pearl Harbor, no Havai.

Por sua vez a União Soviética ocupava a metade oriental da Europa e a metade norte da Ásia, uma parte da Manchúria e da Coreia, regiões tradicionalmente agrícolas e pobres. O próprio território soviético havia sido palco de batalhas durante a II Guerra Mundial, contra divisões alemãs. O resultado é que em 1945 os Estados Unidos contabilizavam cerca de 500 mil mortos na guerra, contra cerca de 20 milhões de soviéticos mortos (civis e militares). Centenas de cidades soviéticas estavam destruídas em 1945. A maior parte das indústrias, da capacidade produtiva agrícola e da infraestrutura de transportes, energia e comunicações estava destruída ou seriamente comprometida.

Operação Impensável

Ver artigo principal: Operação Impensável

Operação Impensável é o nome de um plano inicial de guerra feito pelo governo britânico em 1945. Tal operação consistia na invasão da então União Soviética por forças militares britânicas, poloneses exilados, americanos e mesmo alemães recém rendidos.

Bloqueio de Berlim (Junho/1948 - Maio/1949)

Após a derrota alemã na Segunda Guerra, os países vencedores lhe impuseram pesadas sanções. Dentre as quais a divisão da Alemanha em 4 áreas administrativas, cada uma chefiada por um dos vencedores: Estados Unidos, França, Reino Unido e União Soviética e duas zonas de influência: Capitalista e Socialista. Berlim, a capital da Alemanha, também foi dividida, ainda que sob território de influência soviética. A comunicação entre o lado ocidental da cidade fragmentada e as outras zonas era feita por pontes aéreas e terrestres.

C-47 no Aeroporto de Tempelhof em Berlim durante o Bloqueio de Berlim.

Em 1948, numa tentativa de controlar a inflação galopante da Alemanha, os Estados Unidos, a França e o Reino Unido criaram uma "trizona" entre suas zonas de influência, para fazer valer nestes territórios o Deutsche Mark (Marco alemão). Josef Stalin, então líder da URSS, reprovou a ideia e, como contra-ataque, procurou reunificar Berlim sob sua influência. Desse modo, em 23 de Junho de 1948, todas as rotas terrestres foram fechadas pelas tropas soviéticas, privando a cidade de alimentos e combustiveis, numa violação dos acordos da Conferência de Ialta.

Para não abandonar as zonas ocidentais de Berlim e dar vitória à União Soviética, os países ocidentais prontificaram-se a criar uma grande ponte aérea, em que aviões de transporte de cargas estado-unidenses, ingleses, e australianos saíam da "trizona" levando mantimentos aos mais de dois milhões de berlinenses que viviam no ocidente da cidade. Stalin reconheceu a derrota dos seus planos em 12 de Maio de 1949. Pouco depois, as zonas estadunidense, francesa e britânica se unificaram, originando a Bundesrepublik Deutschland (República Federativa da Alemanha ou Alemanha Ocidental), cuja capital era Bonn. Da zona soviética surgiu a Deutsche Demokratische Republik (República Democrática Alemã ou Alemanha Oriental), com capital Berlim, a porção oriental.[11][12]

Plano Marshall e COMECON

Ver artigo principal: Plano Marshall, COMECON
Mapa da Europa mostrando os países que receberam ajuda do Plano Marshall. As colunas azuis mostram a quantidade total relativa de ajuda por país.

A fragilização das nações europeias, após uma guerra violenta, permitiu que os Estados Unidos estendessem uma série de apoios econômicos à Europa aliada, para que estes países pudessem se reerguer e mostrar as vantagens do capitalismo. Assim, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, George Marshall, propõe a criação de um amplo plano econômico, que veio a ser conhecido como Plano Marshall. Tratava-se da concessão de uma série de empréstimos a baixos juros e investimentos públicos para facilitar o fim da crise na Europa Ocidental e repelir a ameaça do socialismo entre a população descontente. Durante os primeiros anos da Guerra Fria, principalmente, os Estados Unidos fizeram substanciais investimentos nos países aliados, com notável destaque para o Reino Unido, a França e a Alemanha Ocidental.

O Japão, entre 1947 e 1950, recebeu menos apoio americano. A situação só se transformou com a explosão da Guerra da Coreia, que fez do Japão o principal aliado das tropas das Nações Unidas. Após a declaração da guerra, os americanos realizaram importantes investimentos na economia japonesa, que também foi impulsionada com a demanda de guerra.

Em 1951 foi elaborado o Plano Colombo, uma organização realizada por países do Sudeste Asiático, com intenções de reestruturação social. Os norte-americanos realizaram alguns investimentos para estimular a economia do sub-continente, mas o volume de capital investido foi muito menor ao destacado para o Plano Marshall, porém bem menos ambicioso, para estimular o desenvolvimento de países do sul e sudeste da Ásia.

Em resposta ao plano econômico estadunidense, a União Soviética propôs-se a ajudar também seus países aliados, com a criação do COMECON (Conselho para Assistência Econômica Mútua). O COMECON fora proposto como maneira de impedir os países-satélites da União Soviética de demonstrar interesse no Plano Marshall, e não abandonarem a esfera de influência de Moscou.

Corrida armamentista

Ver artigo principal: Corrida armamentista
Teste nuclear realizado em 18 de Abril de 1953 na Área de Testes de Nevada.

Terminada a Segunda Guerra Mundial, as duas potências vencedoras dispunham de uma enorme variedade de armas, muitas delas desenvolvidas durante o conflito, outras obtidas dos cientistas alemães e japoneses.

Novos tanques, aviões, submarinos, navios de guerra e mísseis balísticos constituíam as chamadas armas convencionais. Mas também haviam sido desenvolvidas novas gerações de armas não convencionais, como armas químicas, que praticamente não foram utilizadas em batalha. A Alemanha que desenvolveu a maior indústria de armas químicas do mundo, utilizou esses gases mortais em câmaras de gás nos campos de concentração. Algumas armas biológicas foram testadas, principalmente pelo Japão na China ocupada, mas a tecnologia da época ainda era muito pouco eficiente. O maior destaque ficou com uma nova arma não-convencional, mais poderosa que qualquer outra arma já testada até então: bomba atómica. Só os Estados Unidos tinham essa tecnologia, o que aumentava em muito seu poderio bélico e sua superioridade militar estratégica em relação aos soviéticos.

A União Soviética iniciou então seu programa de pesquisas para também produzir tais bombas, o que conseguiu em 1949. Mas logo a seguir, os Estados Unidos testavam a primeira bomba de hidrogênio, centena de vezes mais poderosa. A União soviética levaria até 1953 para desenvolver a sua versão desta arma, dando início a uma nova geração de ogivas nucleares menores, mais leves e mais poderosas.

A União Soviética obteve a tecnologia para armas nucleares através de espionagem. Em 1953, nos Estados Unidos, o casal Julius e Ethel Rosenberg foi condenado a morte por transmitir à União Soviética segredos sobre a bomba atómica norte americana.

Essa corrida ao armamento era movida pelo receio recíproco de que o inimigo passasse a frente na produção de armas, provocando um desequilíbrio no cenário internacional. Se um deles tivesse mais armas, seria capaz de destruir o outro.

A corrida atingiu proporções tais que, já na década de 1960, os Estados Unidos e a URSS tinham armas suficiente para vencer e destruir qualquer outro país do mundo. Uma quantidade tal de armas nucleares foi construída, que permitiria a qualquer uma das duas superpotências, sobreviver a um ataque nuclear maciço do adversário, e a seguir, utilizando apenas uma fração do que restasse do seu arsenal, pudesse destruir o mundo. Esta capacidade de sobreviver a um primeiro ataque nuclear, para a seguir retaliar o inimigo com um segundo ataque nuclear devastador, produziu medo suficiente nos líderes destes dois países para impedir uma Guerra Nuclear, sintetizado em conceitos como Destruição Mútua Assegurada ou "Equilíbrio do terror".

OTAN e Pacto de Varsóvia

Ver artigo principal: OTAN, Pacto de Varsóvia

Em 1949 os Estados Unidos e o Canadá, juntamente com a maioria dos países europeus, suportados alguns destes com governos que incluiam os socialistas, criaram a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), uma aliança militar com o objetivo de proteção internacional em caso de um suposto ataque dos países do leste europeu.

Em resposta à OTAN, a URSS firmou entre ela e seus aliados o Pacto de Varsóvia (1955) para unir forças militares da Europa Oriental. Logo as alianças militares estavam em pleno funcionamento, e qualquer conflito entre dois países integrantes poderia ocasionar uma guerra nunca vista antes.

Mapa dos países pertencentes ao Pacto de Varsóvia.

A tensão sentida pelas pessoas com relação às duas superpotências acentuou-se com o início da corrida armamentista, cujo “vencedor” seria a potência que produzisse mais armas e mais tecnologia bélica. Em contraponto, a corrida espacial trouxe grandes inovações tecnológicas e proporcionou um grande avanço nas telecomunicações e na informática.

O macartismo, criado pelo senador estadunidense Joseph McCarthy nos anos 50, culminou na criação do Comitê de Investigação de Atividades Antiamericanas do Senado dos Estados Unidos. Em outras palavras, toda e qualquer atividade pró-comunismo estava terminantemente proibida e qualquer um que as estimulasse estaria sujeito à prisão ou extradição. Inúmeros artistas e produtores de filmes ou de programas de televisão que criticavam o governo americano foram acusados de comunistas. Foi criada a Lista Negra de Hollywood contendo os nomes de pessoas do meio artístico acusados de atividades antiamericanas.

A era do macartismo acabou por extirpar do meio artístico americano a maior parte dos produtores progressistas ou simpatizantes da esquerda. A URSS aplicou extensivamente o Artigo 58 de seu Código Penal na Zona de ocupação soviética na Alemanha, onde as pessoas eram internadas como "espiões" pela simples suspeita de oposição ao regime stalinista, como pelo simples ato de contatar organizações com base nas Zonas ocupadas pelos Aliados ocidentais.[13] No campo especial da NKVD em Bautzen, 66% dos presos, tinham sido encarcerados por suspeita de apoiarem o capitalismo .[13]

Conflito ideológico

Selo postal comemorativo dos 50 anos da Rádio Moscou (Voz da Rússia).
Selo, de 1951, da campanha Crusade for Freedom [15] para incentivar a Radio Free Europe. Mostra um mundo luminoso de tolerância religiosa (acima) contrastando com a sombria e infernal opressão comunista (abaixo).
Selo postal soviético de 1980 sobre a exploração espacial.
Is this tomorrow: America under communism ! ("Este será o amanhã: a América sob o comunismo !"), revista em quadrinhos de propaganda anticomunista de 1947.

Durante o período da Guerra Fria, a disputa ideológica entre os dois blocos foi acirrada. As duas superpotências fizeram grandes esforços de propaganda política no intuito de conquistar o apoio mundial. Tanto Estados Unidos quanto União Soviética concentravam sua propaganda política-ideológica em duas frentes: desacreditar a ideologia e as ações do adversário e, ao mesmo tempo, convencer a opinião internacional de que seu sistema político, econômico e sócio-cultural era superior. Setores como tecnologia (ver: Programa espacial dos Estados Unidos e Programa espacial soviético) e mesmo esporte (ver: Boicote aos Jogos Olímpicos de Verão de 1980 e Jogos Olímpicos de Verão de 1984), eram usados para fins de propaganda.

Os serviços de inteligência e espionagem na Guerra Fria desempenharam papel decisivo nesta disputa. Usando de contrainformação, agentes soviéticos infiltrados conseguiram induzir governos ocidentais ao erro,[16] atuando nos EUA já na presidência de Franklin Delano Roosevelt.[17] [18] Por exemplo, Harry Dexter White, funcionário que ocupou importantes cargos no governo americano, era na realidade, um agente a serviço da URSS.[19] E que, por meio de manipulação de informações, ajudou a sabotar as relações nipo-americanas gerando tensão e desconfianças em ambos os lados.[19] As ações de White levaram o Império do Japão a, erroneamente, tomar a decisão de lançar o ataque a Pearl Harbor, precipitando a entrada dos EUA na guerra mundial, o que era de interesse da URSS.[19] Ainda durante a II Guerra Mundial, britânicos e estadunidenses retiraram o apoio dado ao general conservador Draža Mihailović líder dos Chetniks (movimento de resistência antifascista), resultando na implantação do comunismo na Iugoslávia no pós-guerra, sob comando de Josip Broz Tito.[16] Na Guerra Civil Chinesa, os EUA não concederam apoio efetivo a Chiang Kai-shek, líder do exército nacionalista do Kuomintang. Assim, o movimento comunista, liderado por Mao Tsé-Tung, foi vitorioso.[16] Estes equívocos (e outros) deveram-se ao trabalho de desinformação empregado pelos soviéticos.[16]

Em seu avanço para a Alemanha Nazista, o exército vermelho ocupou o Leste Europeu, levando governos pró soviéticos ao poder nos países da região. Do "socialismo em um só país" chegou-se à "revolução mundial" e, no final do conflito, o comunismo estava presente em 12 países.[20]

Com a vitória sobre o nazifascismo garantida, o general George S. Patton desejava enfrentar os soviéticos, defendendo a estratégia de "rollback" (confronto militar direto ou guerra "quente"), pois considerava o comunismo uma ameaça maior. O exército dos Estados Unidos encontrava-se na Europa e a URSS estava esgotada pela guerra. Na visão de Patton, aquela era uma oportunidade única para enfrentá-los que não deveria ser desperdiçada. Em 7 de Maio de 1945 (um dia antes do Dia da Vitória na Europa), Patton declarou:[20] [21]

Porém, terminada a guerra, o bloco ocidental adotou a "estratégia de contenção" em lugar do confronto direto. Esta foi aplicada numa tentativa de impedir uma maior expansão geopolítica do bloco comunista (ver: teoria do dominó). A contenção teve êxito em barrar a expansão do comunismo na Europa Ocidental, mas não impediu o surgimento de regimes comunistas em países da América Latina, África e Ásia.

Vários dissidentes soviéticos desertaram para o ocidente. Muitos destes desertores denunciaram crimes contra a humanidade cometidos pela URSS, seus estados satélites e por movimentos marxistas-leninistas associados. Também foram reveladas ações de espionagem e esforços de propaganda para provocar subversão no mundo ocidental. Muitos dissidentes que revelaram fatos sobre a URSS, foram tratados com ceticismo ou descrédito por governos e mídia de países democráticos e também foram alvo de campanhas difamatórias movidas pelo governo soviético.

Victor Kravchenko pediu asilo político aos EUA em 1944. Dois anos depois publicou o livro I Choose Freedom [22] (Eu Escolhi a Liberdade). Nesta obra, ele denuncia os trágicos resultados da coletivização forçada na União Soviética e as condições desumanas dos Gulags (campos de trabalho forçado) mais de trinta anos antes da publicação de Arquipélago Gulag de Alexander Soljenítsin. Kravchenko foi vítima de uma campanha difamatória, neste caso, veiculada pela revista francesa Les Lettres Françaises. Isto, valeu ao semanário um processo por difamação, vencido por Kravchenko, que foi conhecido como "o julgamento do século".[23]

Igor Gouzenko, ex funcionário da embaixada soviética no Canadá, denunciou que a espionagem de seu país roubava dos EUA segredos para a fabricação de armas nucleares. O livro Como Começou a Guerra Fria traz detalhes sobre as denúncias de Gouzenko. Em 1953, os americanos Julius e Ethel Rosenberg foram condenados à pena de morte por traição, acusados de transmitirem segredos, incluindo tecnologia nuclear, para a URSS.

Anatoliy Golitsyn afirmou que a ruptura sino-soviética (seguido do conflito fronteiriço sino-soviético) foi uma farsa encenada para criar a ilusão de que o bloco comunista estava dividido internamente e, assim, enganar o ocidente.[14] Estudiosos acusam o Movimento Não Alinhado de ter sido idealizado pelos serviços de inteligência soviéticos, com o objetivo de disseminar, no terceiro mundo, o antiamericanismo "camuflado" de neutralidade.[24] Golitsyn defendia a ideia que Ruptura Tito-Stalin não havia sido real, atendendo aos interesses da propaganda comunista ao reforçar a sensação da existência de neutralidades dentro do bloco.[14]

Svetlana Alliluyeva, filha de Josef Stalin, em viagem à Índia, solicitou asilo político para a embaixada americana em Nova Deli. Sua autobiografia Twenty Letters To A Friend [25] seria publicada em 1967 coincidindo com o 50º aniversário da Revolução Russa. Pressões da URSS adiaram o lançamento do livro. Svetlana denunciou as violências praticadas pelo regime soviético, antes e depois de seu pai.[26]

Yuri Bezmenov, correspondente da agência de notícias RIA Novosti na Índia e agente da KGB, desertou para o Canadá em 1970. Revelou ao ocidente as estratégias usadas para incitar a subversão em países nas quais a URSS almejava implantar governos satélites. Descreveu que o processo de subversão de uma sociedade consiste em quatro fases distintas [27] ("desmoralização", "desestabilização", "crise", "normalização"). Cada fase busca um objetivo: desacreditar ("desmoralizar") religião, valores e cultura (ver: marxismo cultural); desorganizar ("desestabilizar") as estruturas política, econômica e sócio-cultural; incitar desordem generalizada ("crise") precipitando a implantação de um governo pró soviético e, após, estabilizar ("normalizar") a situação deste país.[28] Segundo ele, a subversão é executada por agentes estrangeiros ou colaboradores locais que infiltram-se em diversas áreas, que vão de grupos religiosos, partidos políticos, meio empresarial e mídia conservadora a defensores dos direitos civis, homossexuais, feministas e indústria cultural.[28] Alertava que, na fase de "normalização" os colaboradores mais idealistas e radicais (os "idiotas úteis") eram descartados, muitas vezes sendo eliminados fisicamente.[28] Yuri Bezmenov deu inúmeros exemplos disto em livros, palestras,[28] entrevistas e conferências.

No período pós Guerra Fria, organizações internacionais reprovaram as violências praticadas em nome do comunismo. Em 25 de Janeiro de 2006, o Conselho da Europa oficializou uma resolução condenando os crimes dos governos que adotaram este sistema.[29][30] Em 2008 foi firmada, na República Tcheca, a Declaração de Praga sobre Consciência Europeia e Comunismo (colocando no mesmo nível os crimes do marxismo-leninismo e do nazifascismo) e o Parlamento Europeu instituiu o Dia Europeu da Memória das Vítimas do Stalinismo e do Nacional-Socialismo [31] [32] [33] (23 de agosto, dia da assinatura do Pacto Molotov-Ribbentrop).

Governos autoritários pró EUA e pró URSS, em todo o mundo, fizeram muitas vítimas. Repressão política, censura, exílio, tortura e assassinato foram praticados igualmente por governos comunistas e anticomunistas. Regimes políticos conservadores, reacionários e contrarrevolucionários de direita, apoiados pelos estadunidenses (ver: Ações de mudanças de regimes patrocinadas pela CIA), foram responsáveis por graves violações dos direitos humanos (ver: Arquivo do Terror, Operação Condor e The War on Democracy). Contudo, estatísticas atuais [34] comprovam que o total de vítimas dos regimes comunistas, alinhados ou não, foi numericamente muito maior [35] (ver: Memorial das Vítimas do Comunismo, O Livro Negro do Comunismo e The Soviet Story).

Guerra da Coreia (Junho/1950 - Julho/1953)

Ver artigo principal: Guerra da Coreia

O único grande confronto militar que envolveu batalhas em que de um lado haviam forças militares americanas e do outro forças soviéticas, foi a Guerra da Coreia. A península da Coreia foi dividida, em 1945, pelo paralelo 38 N, em duas zonas de influência: uma ao norte, ocupada pela União Soviética, e a partir de 1949 pela República Popular da China, comunista; era a República Popular Democrática da Coreia. A outra porção, ao sul do paralelo 38 N, foi ocupada pelas tropas americanas e permaneceu capitalista com apoio das nações ocidentais passou a ser conhecida como República da Coreia.

Em 1950, os líderes da Coreia do Norte, incentivada pela vitória do socialismo na China um ano antes, recebeu apoio da URSS para tentar reunificar a Coreia sob o comando de um governo socialista, invadiu e ocupou a capital sul-coreana Seul, desencadeando um conflito armado. Os Estados Unidos solicitaram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, a formação de uma força multinacional para defender a Coreia do Sul. Na ocasião a URSS se recusou a participar da reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas em que esta medida foi discutida, e os Estados Unidos conseguiram legitimar a primeira grande batalha militar da Guerra Fria contra o bloco soviético.

As tropas anglo-americanas fizeram a resistência no sul, reconquistando a cidade e partindo em uma investida contra o norte. A China, sentindo-se ameaçada pela aproximação das forças ocidentais, enviou reforços à frente de batalha, fazendo da Coreia um grande campo de batalha.

Após muitas batalhas, com avanços e recuos de ambos os lados, um primeiro acordo de paz é negociado, mas demora dois anos para ser ratificado. O General americano Douglas MacArthur chegou a solicitar o uso de armas nucleares contra a Coreia do Norte e a China, mas foi afastado do comando das forças americanas.

Apenas quando a União Soviética já havia testado sua primeira bomba de hidrogênio, em 1953, é que um armistício foi assinado em Panmunjon, em 27 de Julho de 1953. O acordo manteve a península da Coreia dividida em dois Estados soberanos, praticamente como antes do início da guerra, com mudanças mínimas na linha de fronteira. Essa divisão da Coreia em dois países se mantém até hoje. Em Junho de 2000, os governos das duas Coreias anunciaram planos de reaproximação dos dois países. Isso significou o início da desmilitarização da região, a diminuição do isolamento internacional da Coreia do Norte e, para milhares de coreanos, a possibilidade de reencontrar parentes separados há meio século pelo conflito. Pela tentativa, o então presidente da Coreia do Sul, Kim Dae Jung, recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2000.

Operação Washtub

Ver artigo principal: Operação Washtub

A Operação Washtub, foi uma operação secreta da CIA organizada para plantar um falso esconderijo de armas Soviético na Nicarágua para demonstrar que a Guatemala tinha laços com Moscou. A operação fazia parte de um plano para derrubar o Presidente da Guatemala, Jacobo Arbenz Guzmán em 1954.

Corrida Espacial

Ver artigo principal: Corrida espacial
Ficheiro:Yuri Gagarin (NASA).jpg
Yuri Gagarin, a primeira pessoa no espaço (1961).

Um dos campos que mais se beneficiaram com a Guerra Fria foi o da tecnologia.[36] Na urgência de se mostrarem superiores aos rivais, Estados Unidos e União Soviética procuraram melhorar os seus arsenais militares. Como consequência, algumas tecnologias conhecidas hoje (como alguns tecidos sintéticos) foram frutos dessa corrida.

A corrida espacial está nesse contexto. A tecnologia aeroespacial necessária para o lançamento de mísseis e de foguetes é praticamente a mesma, e portanto os dois países investiram pesadamente na tecnologia espacial.[36]

Sentindo-se ameaçada pelos bombardeiros estratégicos americanos, carregados de artefatos nucleares que sobrevoavam as fronteiras com a URSS constantemente, a URSS começou a investir em uma nova geração de armas que compensasse esta debilidade estratégica. Assim, a União Soviética dá início à corrida espacial no ano de 1957, quando os soviéticos lançaram Sputnik 1, o primeiro artefato humano a ir ao espaço e orbitar o planeta. Em novembro do mesmo ano, os russos lançaram Sputnik 2 e, dentro da nave foi a bordo o primeiro ser vivo a sair do planeta: a cadela Laika.

Após as missões Sputnik, os Estados Unidos entraram na corrida, lançando o Explorer I, em 1958. Mas a União Soviética tinha um passo na frente, e em 1961 os soviéticos conseguiram lançar a Vostok 1, que era tripulada por Yuri Gagarin, o primeiro ser humano a ir ao espaço e voltar são e salvo.

Astronauta Buzz Aldrin fotografado por Neil Armstrong (o primeiro homem a pisar na Lua) durante a missão Apollo 11, em 20 de Julho de 1969.

A partir daí, a rivalidade aumentou a ponto de o presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, prometer enviar americanos à Lua e trazê-los de volta até o fim da década. Os soviéticos apressaram-se para vencer os estadounidenses na chegada ao satélite.[36] As missões Zond deveriam levar os primeiros humanos a orbitarem a Lua, mas devido a falhas, só foi possível aos soviéticos o envio de missões não-tripuladas, Zond 5 e Zond 6, em 1968. Os Estados Unidos, por outro lado, conseguiram enviar a missão tripulada Apollo 8 no Natal de 1968 a uma órbita lunar.

O passo seguinte, naturalmente, seria o pouso na superfície da Lua. A missão Apollo 11 conseguiu realizar com sucesso a missão, e Neil Armstrong e Edwin Aldrin tornaram-se os primeiros humanos, respectivamente, a caminhar em outro corpo celeste.[36]

A corrida espacial se tornou secundária com a distensão dos anos 1960-1970, mas volta a ter relevância nos anos 1980, no que pode ser considerado o último capítulo daquela disputa. O presidente dos Estados Unidos anuncia investimentos bilionários na construção de um sistema espacial de defesa anti-mísseis balísticos.[36] A oficialmente denominada Iniciativa Estratégica de Defesa e conhecida como guerra nas estrelas, poderia defender o território americano dos mísseis russos e acabar com a lógica da Destruição Mútua Assegurada.

Neste contexto os Estados Unidos enviam ao espaço o primeiro veículo espacial reutilizáveis: o ônibus espacial.[36] A URSS levaria alguns anos para construir a sua versão do ônibus espacial, (o Buran) mas foi a primeira a colocar no espaço uma nave espacial armada de ogivas nucleares, a Polyus, que teria sido destruída pelos próprios líderes soviéticos em 1987, quando já estavam avançadas as negociações diplomáticas para por fim à Guerra Fria.

Arpanet

Ver artigo principal: ARPANET
Mapa da rede ARPANET em 1972.

Outro campo em que ocorreu grande desenvolvimento durante a Guerra Fria foi o das comunicações. Temendo um possível bombardeio soviético, durante a década de 1960, O Pentágono financiou o desenvolvimento de um sistema de comunicação entre os computadores, que envolveu centros de pesquisa militares e civis, como algumas das principais universidades americanas. A rede de comunicações criada pela agência Arpa ficaria conhecida como Arpanet.

A lógica do sistema era a seguinte: caso fosse feito um bombardeio soviético, a central de informações não estaria em um só lugar, mas sim em vários pontos conectados em uma rede, ou seja, cada nó da rede funcionaria como uma central, todas conectadas entre si. A infraestrutura da rede foi construída com fibra óptica para não sofrer interferência dos pulsos eletromagnéticos produzidos pelas explosões nucleares.[37] O sistema foi inaugurado com sucesso em 1969, na Universidade da Califórnia (UCLA), com o envio de uma mensagem de caracteres para outro servidor.

Durante toda a década de 1970 e 1980 o uso dessa tecnologia se manteve restrito a fins militares e acadêmicos. Somente em Convenção realizada no ano de 1987 a rede seria liberada para uso comercial. A partir de então a Arpanet passou a se chamar Internet. Em 1990, o físico inglês Tim Berners-Lee criaria o HTML (Linguagem de Marcação de Hipertexto). Na década de 1990 a Internet passaria por um processo de expansão gigantesco, tornando-se um grande meio de comunicação da atualidade.

A coexistência pacífica (1953 - 1962)

Nikita Khrushchov.
Ver artigo principal: Coexistência pacífica

Após a morte de Stalin, em 1953, Nikita Khrushchov subiu ao posto de Secretário-Geral do Partido Comunista da União Soviética e, portanto, governante dos soviéticos. Condenou os crimes de seu antecessor (ver: Discurso secreto) e pregou a política da coexistência pacífica entre os soviéticos e americanos, o que significaria os esforços de ambos os lados em evitar o conflito militar, havendo apenas confronto ideológico e tecnológico (corrida espacial). Houve apenas tentativas de espionagem. Esta política também possibilitou uma aproximação entre os líderes. Khrushchov reuniu-se diversas vezes com os presidentes americanos: com Dwight D. Eisenhower, em 1956, no Reino Unido; em 1959 nos Estados Unidos; e em 1960 na França; e com Kennedy se encontrou uma vez, em 1961, em Viena, Áustria.

Os países não alinhados

Um grupo de países optou por não tomar parte na Guerra Fria. Em sua maioria, países africanos, asiáticos e ex colônias europeias de independência recente. Para garantir sua neutralidade, os assim denominados países não alinhados promoveram, em abril de 1955 e através da Conferência de Bandung, a criação do Movimento Não Alinhado. Seu objetivo era dar apoio e segurança aos países em desenvolvimento contra as duas superpotências. Condenavam o colonialismo, imperialismo e o domínio de países estrangeiros em geral.[38]

A primeira conferência do movimento foi realizada em setembro de 1961, na cidade de Belgrado, com a presença de representantes de 25 países.[38] Nessas conferências, se torna óbvio os conflitos entre os países do movimento, como por exemplo, entre o Irã e o Iraque, o que favorecia a posição das duas superpotências e até da China. Além disso, era difícil a neutralidade dos países por causa da fraca economia e agrava-se pelo atraso no desenvolvimento dos países recém-independentes.[39]

Com o fim da Guerra Fria e a extinção da União Soviética, o princípio político de "neutralidade" deixou de ter um sentido comum.[39]

Crises da Guerra Fria (1956 - 1962)

Revolução húngara (1956)

Ficheiro:Будапешт 56. Голова статуи Сталина.jpg
Cabeça da estátua de Josef Stálin, derrubada durante a revolução.

Na Hungria, a ocupação da Hungria pelo Exército Vermelho, após a Segunda Guerra Mundial, garantiu a influência da União Soviética sobre a região.[40] O país no período pós-guerra tornou-se uma democracia pluripartidária, até 1949, quando a República Popular da Hungria foi declarada[41] e tornou-se um estado comunista liderado por Mátyás Rákosi.[42] Com o novo governo, começou uma série de prisões em campos de concentração, torturas, julgamentos e deportações para o leste. A economia não estava a ir muito bem, sofria com a desvalorização da moeda húngara, o pengő, considerada uma das mais altas hiperinflações conhecidas.

Esgotados com os índices econômicos cada vez piores e com os governos de Enrö Gero e Mátyás Rákosi, a população tomou as ruas de Budapeste na noite de 23 de outubro de 1956.[6] O objetivo desse levante era o fim da ocupação da União Soviética e a implantação do "socialismo verdadeiro".[43] Houve um confronto entre autoridades policiais e manifestantes e durante esse confronto, houve a derrubada da estátua de Josef Stálin.[6]

Mesmo após a troca de governo, os conflitos foram intensificando-se. Com isso, os soviéticos organizaram uma trégua com os populares. Logo após, o exército soviético executou uma violenta ação contra os populares, colocando no poder Janos Kadar. No dia 4 de novembro de 1956, um novo exército soviético provocou destruição nas ruas da capital húngara. Os populares foram derrubados.[6]

Guerra de Suez (1956)

Ver artigo principal: Guerra do Suez

O rei do Egito, pró-europeu, foi derrubado por Gamal Abdel Nasser em 1953, que procurou instalar uma política nacionalista e pan-arabista. Sua primeira manobra política de efeito foi a guerra que declarou contra o recém-criado estado de Israel, porque eles teriam humilhado os árabes na Guerra de Independência Israelita. Com os clamores de outros países árabes para uma nova investida contra os judeus, Nasser aliou-se à Jordânia e à Síria.

Anúncio na nacionalização do Canal de Suez, feito por Gamal Abdel Nasser.

Na mesma época, Nasser teria declarado a intenção de nacionalizar o Canal de Suez, que era controlado majoritariamente por franceses e britânicos. Isso preocupou as duas potências, que necessitavam do canal para seus interesses colonialistas na África e Ásia. Assim, a França, o Reino Unido e Israel decidiram formar uma aliança, declararam guerra ao Egito de Nasser e cuidaram da ocupação do Egito. Os europeus cuidaram de bombardear e lançar paraquedistas em locais estratégicos, enquanto os israelitas cuidaram da invasão terrestre, invadindo a península do Sinai em poucos dias depois.

A guerra no Egito perturbou a paz que vinha sendo mantida entre Washington D.C. e Moscou. Dwight D. Eisenhower, então presidente americano, criticava a repressão em Budapeste, na Hungria, e teve que provar que era contra a invasão a Israel. Os Estados Unidos tentaram várias vezes fazer os europeus mudarem de ideia e retirar os ocupantes do Egito, ao mesmo tempo que Khrushchev demandava respostas. Os Estados Unidos, inclusive, tentaram, a 30 de Outubro de 1956, levar ao Conselho de Segurança das Nações Unidas a petição de retirada das tropas do Egito, mas França e Reino Unido vetaram a petição. A União Soviética seguia a mesma linha de raciocínio do Estados Unidos, sendo assim favorável à desocupação das terras egípcias porque queria estreitar laços com os árabes, e se aliou rapidamente à Síria e ao Egito.

A crescente pressão econômica estadunidense e a ameaça de Khrushchov de que "modernas armas de destruição" seriam usadas em Londres e Paris fizeram os dois países recuarem, e os aliados se retiraram do Sinai em 1957. Após a retirada, o Reino Unido e a França foram forçadas a perceber que não eram mais líderes políticos do mundo, enquanto o Egito manteve sua política nacionalista e, mais tarde, pró-soviética.

Crise dos Mísseis (1962)

Ver artigo principal: Crise dos mísseis de Cuba

Cuba, a maior das ilhas caribenhas, sofreu uma revolução em 1959, que retirou o ditador pró-estadunidense Fulgêncio Batista do poder, e instaurou a ditadura de Fidel Castro a partir de 1959. A instauração de um regime socialista preocupou a Casa Branca que ainda em 1959 tentou depor o novo governo, apoiando membros ligados ao antigo regime e iniciando um embargo econômico à ilha. Com o bloqueio do comércio de petróleo e grãos, Cuba passa a adquirir esses produtos da URSS. O governo de Fidel Castro, inicialmente composto por uma frente de grupos nacionalistas, populistas e de esquerda, que variava de social-democratas aos de inspiração marxista-leninista, rapidamente polarizaria em torno dos líderes mais pró-URSS. Em 1961, a CIA chegou a organizar o desembarque de grupos de oposição armados que deporiam Fidel Castro na operação da Invasão da Baía dos Porcos, que foi um fracasso completo. Diante desta situação o novo regime cubano se aproxima rapidamente da URSS, que oferece proteção militar.

Em 1962, a União Soviética foi flagrada construindo 40 silos nucleares em Cuba. Segundo Kruschev, a medida era puramente defensiva, para evitar que os Estados Unidos tentassem nova investida contra os cubanos. Por outro lado, no plano estratégico global, isto representava uma resposta à instalação de mísseis Júpiter II pelos estadunidenses na cidade de Esmirna, Turquia, que poderiam ser usadas para bombardear todas as grandes cidades da União Soviética.

Local de lançamento de mísseis em Cuba, dia 1 de Novembro de 1962.

Rapidamente, o presidente Kennedy tomou medidas contrárias, como a ordenação de quarentena à ilha de Cuba, posicionando navios militares no mar do Caribe e fechando os contatos marítimos entre a União Soviética e Cuba. Vários pontos foram levantados a respeito deste bloqueio naval: os soviéticos disseram que não entendiam porque Kennedy havia tomado essa medida, já que vários mísseis estadunidenses estavam instalados em territórios dos países da OTAN contra os soviéticos, em distâncias equivalentes àquela entre Cuba e os Estados Unidos; Fidel Castro revelou que não havia nada de ilegal em instalar mísseis soviéticos em seu território[carece de fontes?]; e o primeiro-ministro britânico Harold Macmillan disse não ter entendido por que não foi sequer ventilada a hipótese de acordo diplomático[carece de fontes?].

Em 23 e 24 de Outubro, Kruschev teria enviado uma carta a Kennedy[carece de fontes?], informando suas intenções pacíficas. Em 26 de Outubro disse que retiraria seus mísseis de Cuba se Washington se comprometesse a não invadir Cuba[carece de fontes?]. No dia seguinte, pediu também a retirada dos balísticos Júpiter da Turquia. Mesmo assim, dois aviões espiões estadunidenses U-2 foram abatidos em Cuba e na Sibéria em 27 de Outubro, o ápice da crise. Neste mesmo dia, os navios mercantes soviéticos haviam chegado ao Caribe e tentariam passar pelo bloqueio. Em 28 de Outubro, Kennedy foi obrigado a ceder os pedidos, e concordou em retirar os mísseis da Turquia e não atacar Cuba. Assim, Nikita Kruschev retirou os mísseis nucleares soviéticos da ilha.

Apesar de o acordo ter sido negativo para os dois lados, o grande derrotado foi o líder soviético, que foi visto como um fraco que não soube manter sua posição frente aos estadunidenses.

Sobre isso, disse o Secretário de Estado Dean Rusk:

"Nós estivemos cara a cara, mas eles piscaram"[carece de fontes?].

Dois anos depois, Kruschev não aguentou a pressão e saiu do governo. Kennedy também foi mal-visto pelos comandantes militares dos Estados Unidos. O general Curtis LeMay disse a Kennedy que este episódio foi "a maior derrota da história estadunidense" [carece de fontes?], e pediu para que os Estados Unidos invadissem imediatamente Cuba[carece de fontes?].

América Latina

Ver artigo principal: Intervencionismo
What you need, man, is a revolution like mine.
("Homem, o que você precisa é de uma revolução como a minha").
Charge de Edmund S. Valtman que retrata Fidel Castro aconselhando o Brasil, enquanto conduz Cuba acorrentada. Publicada originalmente em 31 de Agosto de 1961, ganhou o Prêmio Pulitzer de 1962.[44]

Com a ascenção do castrismo ao poder em Cuba, as duas superpotências voltaram suas atenções para a América Latina. A União Soviética tornou-se otimista com suas novas possibilidades de expansionismo geopolítico e, desejando ampliar sua esfera de influência, adotou uma política mais agressiva nas Américas.[28] Após o estabelecimento do novo regime cubano, os Estados Unidos realizaram medidas para impedir o avanço do comunismo pelo continente.

Durante a Guerra Fria, a propaganda e os os esforços anticomunistas dos Estados Unidos fizeram-se sentir na região. De 1946 a 1984, o país manteve, no Panamá, a Escola das Américas. A finalidade deste órgão era formar lideranças militares pró-EUA. Vários ditadores latino-americanos foram alunos desta instituição, entre eles o ditador do Panamá Manuel Noriega, e Leopoldo Galtieri, líder da Junta Militar da Argentina. A partir de 1954, os serviços de inteligência norte-americanos participaram de golpes de estado contra governos latino-americanos[45] [46] (ver: Ações de derrubada de governos patrocinadas pela CIA). Após a Revolução cubana, o receio de que o comunismo se espalhasse pelas Américas cresceu muito. Governos simpáticos ao comunismo ou democraticamente eleitos, mas contrários aos interesses políticos e econômicos dos Estados Unidos foram removidos do poder.

Em 1961, o presidente John F. Kennedy criou a Aliança para o Progresso, para abrandar as tensões sociais e auxiliar no desenvolvimento econômico das nações latino-americanas, além de conter o avanço comunista no continente americano. Este programa ofereceu ajuda técnica e econômica a vários países. Com isto pretendia-se afastar a possibilidade das nações da América Latina alinharem-se com o bloco soviético. Mas, como programa não alcançou os resultados esperados, foi extinto em 1969 pelo presidente Richard Nixon.

Alguns dos golpes de Estado ocorridos na América Latina neste período:

Paralelamente, ao longo de todo este período, a União Soviética trabalhou intensamente para consolidar sua influência ideológica e política na América Latina. Com auxílio de colaboradores locais e de serviços de inteligência de nações em sua esfera de influência, a URSS conseguiu infiltrar-se em vários países.[28] Em parceria com a StB [48] [28] (inteligência tcheca), a KGB teve sucesso em infiltrar seus agentes de influência nas mais variadas áreas: política, meios estudantil, acadêmico e militar, indústria cultural, instituições científicas, mídia, etc.[49] México, Uruguai, Argentina, Chile e Brasil foram alguns dos países afetados por estas ações.[49]

Os esforços soviéticos estendiam-se pelas seguintes frentes:

  • Desinformação: o serviço de inteligência soviético fez uso intensivo de manipulação da mídia e desinformação.[49] Com suporte financeiro e influência ideológica, os agentes de influência da URSS espalhados pela mídia latino-americana, conseguiram disseminar o antiamericanismo.[58] Todos os esforços de propaganda eram feitos para difamar os EUA e responsabiliza-los por todas as crises mundiais.[49] Plantando notícias falsas pelo continente, a KGB/StB distorceu os fatos sobre o golpe de estado brasileiro de Março/Abril de 1964, atribuindo aos EUA toda a responsabilidade pela deposição de João Goulart [49] (ver: Ações da KGB no Brasil).

A Distensão (1962 - 1979)

Ver artigo principal: Détente e Guerra Fria (1962–1979)
Jimmy Carter e Leonid Brejnev assinando o SALT II, em 1979.

O período da distensão (Détente) seguiu-se à Crise dos Mísseis, por ela quase ter levado as duas superpotências a um embate nuclear. Os Estados Unidos e a URSS decidiram, então, realizar acordos para evitar uma catástrofe mundial. Nesta época, vários tratados foram assinados entre os dois lados. A política Détente, foi principalmente seguida por Brejnev, que mais tarde criaria um grande sistema diplomático e de distensão, sendo este o sistema que salvaria a pele de Brejnev, que entrara em uma estagnação econômica, apesar de alcançar um bem-estar para o povo soviético. Durante a direção de Brejnev e sua inseparável doutrina, o povo que nascera depois da Guerra Fria nunca havia presenciado um momento de tanta paz mundial.

  • Tratado de Moscou (1963) - Os dois países regularam a pesquisa de novas tecnologias nucleares e concordaram em não ocupar a Antártica.
  • TPN (Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares) (1968) - Os países signatários (Estados Unidos, URSS, China, França e Reino Unido) comprometiam-se a não transmitir tecnologia nuclear a outros e a se desarmarem de arsenais nucleares.
  • SALT I (Strategic Arms Limitation Talks - Acordo de Limitação de Armamentos Estratégicos) (1972) - Previa o congelamento de arsenais nucleares dos Estados Unidos e da União Soviética.
  • SALT II (1979) - Prorrogação das negociações do SALT I. (ver: Conversações sobre Limites para Armas Estratégicas)

Os dois países tinham seus motivos particulares para buscar acordos militares e políticos. A URSS estava com problemas nos relacionamentos com a China, e viu este país se desalinhar do socialismo monopolista de Moscou. Isso criou a prática da diplomacia triangular, entre Washington, Moscou e Pequim. Também estavam com dificuldades agrícolas e econômicas. E os Estados Unidos haviam entrado numa guerra contra o Vietnã, e na década de 1970 entrariam em uma grave crise econômica.

A Distensão, apesar de garantir o não-confronto militar, acirrou a rivalidade política e ideológica, culminando em algumas revoltas sociais e apoios a revoltas e revoluções na Europa e no Terceiro Mundo.

Como exemplo, pode-se citar a Invasão do Afeganistão, a Intervenção Soviética em Praga, e a própria guerra do Vietnã.

Guerra do Vietnã (1962 - 1975)

Ver artigo principal: Guerra do Vietnã

A Guerra do Vietnã foi um dos maiores confrontos militares envolvendo capitalistas e socialistas no período da Guerra Fria. Opôs o Vietname do Norte e guerrilheiros pró-comunistas do Vietname do Sul contra o governo pró-capitalista do Vietname do Sul e os Estados Unidos.

Após a Convenção de Genebra (1954), o Vietnã, recém-independente da França, seria dividido em duas zonas de influência, como a Coreia, e estas zonas seriam desmilitarizadas e mantidas cada uma sob um dos regimes (capitalismo e socialismo). Foi estipulada uma data (1957) para a realização de um plebiscito, decidindo entre a reunificação do país ou não e, se sim, qual regime seria adotado.

Corpos de Vietnamitas em Saigon, Vietname do Sul, 1968.

Infelizmente para o Vietname do Sul, o líder do Norte, Ho Chi Minh, era muito benquisto entre a população, por ser defensor popular e herói de guerra. O governo do Vietname do Sul decidiu proibir o plebiscito de ocorrer em seu território, pois queria manter o alinhamento com os estadunidenses. Como o Vietname do Norte queria a reunificação, lançaram-se em uma guerra contra o Sul.

O Vietname do Norte contou com o apoio da Frente de Liberação Nacional, ou vietcongs, um grupo de rebeldes no Vietname do Sul. E o Vietname do Sul contou, em 1965, com a valiosa ajuda dos Estados Unidos. Eles entraram na guerra para manter o governo capitalista no Vietname, e temendo a ideia do "efeito dominó" (Teoria do Dominó) no qual, ao verem um país que se libertou do capitalismo preferindo o socialismo, outros países poderiam seguir o exemplo (como foi o caso de Cuba).

Até 1965, a guerra estava favorável ao Vietname do Norte, mas quando os Estados Unidos se lançaram ao ataque contra o Vietname do Norte, tudo parecia indicar que seria um grande massacre dos vietnamitas, e uma fácil vitória ocidental. Mas os vietnamitas do norte viram nessa guerra uma extensão da guerra de independência que haviam acabado de vencer contra a França, e lutaram incessantemente. Contando com o conhecimento do território, os vietnamitas do norte conseguiram vencer os Estados Unidos, o que é visto como uma das mais vergonhosas derrotas militares dos Estados Unidos. Em 1975, os Estados Unidos e o Vietname do Norte assinaram os Acordos de Paz de Paris, onde os Estados Unidos reconheceram a unificação do Vietnã sob o regime comunista de Ho Chi Minh.

A derrota dos Estados Unidos evidenciou o fracasso da política norte-americana na Ásia e acarretou a reformulação, no Governo Nixon, da política externa no Oriente. Com isso, os norte-americanos buscaram uma maior flexibilidade e novos parceiros, destacando a aproximação com a China comunista.

A Distensão na Europa

A Europa, continente que mais sofreu com a divisão mundial, também sofreu os efeitos da distensão política. Os países começaram a questionar as ideologias a que foram impostos, e optaram cada vez mais pelo abrandamento, no lado ocidental, e pela revolta popular seguida de forte repressão, no lado oriental.

  • Em 1968, a Tchecoslováquia viu uma grande manifestação popular apoiar ideias de abertura política em direção à social-democracia e a um "socialismo com uma face humana". Este movimento ficou conhecido como Primavera de Praga, em alusão à capital da Tchecoslováquia, Praga, local onde os movimentos populares tomavam corpo. Temendo a liberdade política da Tchecoslováquia, Leonid Brejnev, líder da URSS, ordenou a invasão de Praga e a repressão do movimento popular.
  • Em 1966, Charles de Gaulle, presidente da França, manteve os seus ideais de nacionalismo francês e antiamericanismo e desalinhou-se com as práticas estadunidenses, saindo da OTAN.
  • Em 1969, o chanceler da Alemanha Ocidental anuncia a "Ostpolitik", uma política de aproximação dos vizinhos, os alemães orientais. Em 1972 os Estados passam a se reconhecerem mutuamente podendo, assim, voltar a integrar a ONU.

O reconhecimento da China pelos Estados Unidos

Ficheiro:Nixon Mao 1972-02-29.png
Richard Nixon e Mao Tse-Tung durante a visita do Presidente americano à República Popular da China, em 1972.

Desde o início da década de 1950 a República Popular da China tinha problemas com a União Soviética, por causa de hierarquia de poderes. Moscou queria que o socialismo no mundo fosse unificado, sob a tutela do Kremlin, enquanto Pequim achava que a República Popular da China não deveria se submeter aos soviéticos. Além disso, o governo chines exigia que a URSS transferisse sua tecnologia nuclear para a China, o que não era bem visto por Moscou. Este processo acabou levando a ruptura sino-soviética.

Ao longo dos anos 1960 os Estados Unidos iniciaram uma aproximação com a URSS que levaria ao que ficou conhecido como distensão política, enquanto recrudesceram suas relações com a China comunista, aprofundando a disputa com este pais no Sudeste Asiático, onde se aprofundava a Guerra do Vietnã. Neste período as disputas entre URSS e China cresceram ainda mais. Esta tensão tornou-se um problema crescente para os soviéticos, que perdiam um forte aliado no Leste Asiático e passaram a ver a China como uma potencial ameaça. No fim dos anos 1960, a China passa a manter cerca de 1 milhão de soldados na fronteira com a URSS, o que força a URSS a manter outro volume equivalente de tropas na região.

O auge da disputa entre China e URSS é considerado o ano de 1969, quando ocorre um confronto armado na fronteira sino-soviética, na região do rio Ussuri (nordeste da Manchúria) e os dois países quase entram em guerra.

Nos anos 1970 a situação se inverte e os Estados Unidos passam a se aproximar da China e isolar novamente a URSS, iniciando inclusive um processo de ampliação das relações ecônomicas com a China e de guerra comercial com a URSS.[59]

Estas mudanças ocorridas na década de 1970, pioraram ainda mais a situação da URSS, pois Mao Tse-tung, secretario-geral da China socialista, ampliou o processo de aproximação com os Estados Unidos. Além de isolar a URSS, a aproximação com os Estados Unidos trouxe vantagens para a China, como o fim da Guerra do Vietnã, o reconhecimento diplomático pelos americanos, a adesão da China à ONU e a substituição de Taiwan (China nacionalista) pela China no Conselho de Segurança da ONU.

Desde a Revolução Chinesa de 1949, o mundo ocidental via o governo de Mao Tse-Tung como ilegal, e continuaram reconhecendo como governo legítimo da China o governo refugiado em Taiwan. Com a aproximação entre Pequim e Washington, os Estados Unidos passaram a reconhecer o governo de Mao Tse-tung como o legítimo regente chinês, ou seja, a República Popular da China como a China de fato. Assim, outros países ocidentais tomaram a mesma decisão, e a China pôde entrar para ONU, como participante e como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Em 1975, os Estados Unidos e o Vietname do Norte assinaram os Acordos de Paz de Paris, os Estados Unidos reconheceram a unificação do Vietnã e iniciaram uma nova fase de cooperação com a China. A partir deste período, e principalmente nos anos 1980, a China passaria a apoiar os Estados Unidos na disputa deste pais com a URSS.

A "Segunda" Guerra Fria (1979-1985)

A Guerra Fria em 1980.

Após o ano de 1979, seguiu-se uma nova fase nas relações amistosas entre os Estados Unidos e a União Soviética, que ampliaram as relações entre as duas superpotências. O período que vai de 1979 a 1985, 1987 ou 1988 (dependendo da classificação), ficou conhecido como "II Guerra Fria", devido à retomada das hostilidades indiretas entre Estados Unidos e URSS, após o período da "distensão". No plano estratégico ficou clara a formação de uma grande coalizão global contra a União Soviética, que passou a incluir, além dos Estados Unidos e seus aliados da OTAN e o Japão, também a China.[60]

Embora na época o apoio chinês à estratégia americana de cercamento da URSS tenha sido considerado secundário, hoje muitos historiadores consideram que este papel pode ter sido determinante para o desfecho da Guerra Fria.

Os principais episódios que marcaram este período foram:

  • Em 1979 a União Soviética invade o Afeganistão, assassinando Hafizullah Amin, e colocando em seu posto Brabak Karmal, que era a favor das políticas de Moscou. A este evento seguiu-se uma grande resistência anti-soviética, principalmente da parte dos mujahidin das montanhas afegãs. Eles eram abastecidos por outros países, como China, Arábia Saudita, Paquistão e o próprio Estados Unidos. Após dez anos de lutas, as tropas soviéticas tiveram que abandonar o país, em 1988. Esta vitória dos mujahidin possibilitou, anos depois, a formação do grupo Taleban, que aproveitou a desordem no país para instaurar um governo autoritário fundamentalista no Afeganistão, nos anos 1990.
Donald Rumsfeld, em 1983, viaja como enviado especial dos Estados Unidos ao Oriente Medio, no Governo Reagan, para reforcar o apoio ao governo iraquiano de Saddam Hussein, na guerra contra o Irã, conhecida como Guerra Irã-Iraque, que era vista como uma forma de conter a influencia soviética na região. Posteriormente Donald Rumsfeld veio a ocupar o cargo de Secretario de Defesa dos Estados Unidos no Governo Bush.

A Era Gorbachev - o fim da Guerra Fria (1985-1991)

Ver artigo principal: Guerra Fria (1985–1991)
Mudanças políticas na Europa após 1989, incluindo a reunificação alemã.

Depois da gestão de Brejnev, a União Soviética teve duas rápidas governanças, Yuri Andropov e Konstantin Chernenko, homens que durante o período de Brejnev eram seus segundo homens, tendo um poder quase total sobre o país, sendo Andropov o chefe da temida e poderosa polícia secreta KGB e Chernenko, por treze anos carregando o segundo mais alto cargo dentro do país, que, na prática, governou o país durante a decadência na saúde de Brejnev, no final da década de 1970, e que surpreendentemente foi derrotado nas eleições por Andropov, que morreu pouco tempo depois de chegar ao cargo político máximo.

Seguinte a Chernenko, o chamado último bolchevique, foi eleito Mikhail Gorbachev, cuja plataforma política defendida era a necessidade de reformar a União Soviética, para que ela se adequasse à realidade mundial. Em seu governo, uma nova geração de políticos tecnocratas - que vinham ganhando espaço desde o governo Khrushchov - se firmou, e impulsionou a dinâmica de reformas na URSS e a aproximação diplomática com o mundo ocidental.

Perestroika e Glasnost

Gorbachev, embora defensor de Karl Marx, defendeu o liberalismo econômico na URSS como a única saída viável para os graves problemas econômicos e sociais. A União Soviética, desde o início dos anos 70, passava por grande fragilidade, evidenciada na queda da produtividade dos trabalhadores e a queda da expectativa de vida. A alta nos preços do petróleo no período 1973-1979 e a nova alta de 1979-1985, deram uma sobrevida temporária a um sistema econômico que já estava falido. A crise econômica mundial dos anos 1980, a escassez de moedas fortes e a queda no preço das commodities exportadas pela URSS (petróleo e cereais), ajudaram a aprofundar a crise do sistema econômico planificado da União Soviética.

Ronald Reagan e Mikhail Gorbachov em Genebra, Suíça, em 1985.

Os gastos militares estavam tornando-se muito altos para uma economia como a soviética, planificada, extremamente burocratizada e com cerca de metade do PIB dos Estados Unidos. A economia de mercado dos Estados Unidos era muito mais competitiva e permitia o repasse acelerado de tecnologias militares e aeroespaciais de ponta para o setor civil. Na URSS tudo que seria produzido era previamente planejado nos Planos Quinquenais. A burocracia dificultava qualquer transferência de tecnologia sensível para o setor produtivo civil e toda a produção agrícola era milimetricamente planejada. Quando ocorre o acidente nuclear de Chernobil 1986, toda a produção agrícola daquele ano foi perdida, os gastos inesperados foram enormes e o Estado que havia planejado exportar uma safra recorde de grãos, teve que importar comida. Rapidamente começava a faltar até mesmo pão no país que havia sido o maior produtor mundial de trigo. Somando-se aos custos do envolvimento de meio milhão de homens no Afeganistão durante os anos 1980, mais os gastos militares da nova corrida armamentista, conhecida como segunda Guerra Fria, aquela enorme economia engessada colapsou.

Frente a estes problemas, Mikhail Gorbachev aplicou dois planos de reforma na URSS: a perestroika e a glasnost.

  • Perestroika: série de medidas de reforma econômicas. Para Gorbachev, não seria necessário erradicar o sistema socialista, mas uma reformulação deste seria inevitável. Para tanto, ele passou a diminuir o orçamento militar da União Soviética, o que implicou diminuição de armamentos e a retirada das tropas soviéticas do Afeganistão.
  • Glasnost: a "liberdade de expressão" à imprensa soviética e a transparência do governo para a população, retirando a forte censura que o governo comunista impunha.

A nova situação de liberdade na União Soviética possibilitou um afrouxamento na ditadura que Moscou impunha aos outros países. Pouco a pouco, o Pacto de Varsóvia começou a enfraquecer, e cada vez mais o Ocidente e o Oriente caminhavam para vias pacíficas. Em 1986, Ronald Reagan encontrou Gorbachev em Reykjavík, Islândia, para discutir novas medidas de desarmamento dos mísseis estacionados na Europa.

O desalinhamento das repúblicas orientais

Alemães em pé em cima do Muro de Berlim, em 1989, ele começaria a ser destruído no dia seguinte.

O ano de 1989 viu as primeiras eleições livres no mundo socialista, com vários candidatos e com a mídia livre para discutir. Ainda que muitos partidos comunistas tivessem tentado impedir as mudanças, a perestroika e a glasnost de Gorbachev tiveram grande efeito positivo na sociedade. Assim, os regimes comunistas, país após país, começaram a cair.

A Polônia e a Hungria negociaram eleições livres (com destaque para a vitória do partido Solidariedade na Polônia), e a Tchecoslováquia, a Bulgária, a Romênia e a Alemanha Oriental tiveram revoltas em massa, que pediam o fim do regime socialista. O ponto culminante foi a queda do Muro de Berlim em 9 de Novembro de 1989, que pôs fim à Cortina de Ferro e, para alguns historiadores, à Guerra Fria em si.

Formação da CEI, o fim oficial da União Soviética.

Esta situação repentina levou alguns conservadores da União Soviética, liderados pelo General Guenédi Ianaiev e Boris Pugo, a tentar um golpe de estado contra Gorbachev em Agosto de 1991. O golpe, todavia, foi frustrado por Boris Iéltsin. Mesmo assim, a liderança de Gorbachev estava em decadência e, em Setembro, os países bálticos conseguiram a independência.

Em Dezembro, a Ucrânia também se tornou independente. Finalmente, no dia 31 de Dezembro de 1991, Gorbachev anunciava o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, renunciando ao cargo que ocupava e ao seu sonho de ver um mundo socialista.

Nova Guerra Fria

A Nova Guerra Fria é a designação de um novo contexo político internacional, de tensão entre, adotado novamente as grandes potências militares que disputaram a Guerra Fria - Estados Unidos e Rússia -, na primeira década do novo milénio, onde ambos os países buscam redefinir suas respectivas regiões de influência e poder. A ideia de uma nova Guerra Fria nasce a partir da constatação do surgimento de uma série de novas tensões criadas entre Estados Unidos e Rússia nos anos 2000. Dentre os diversos atritos entre Estados Unidos e Rússia nesta década, destaca-se principalmente o projeto estadunidense de construir um "Escudo antimísseis", durante o governo Bush, que incluiria uma rede de radares e de sistemas anti-mísseis (bases de mísseis anti-mísseis, satélites e armas laser) em países da antiga área de influência soviética.[64]

Entretanto, outras disputas entre Rússia e Estados Unidos também se desenvolveram ao longo da década de 2000, incluindo as tensões relacionadas aos projetos de ampliação da OTAN para o leste da Europa, incluindo países da ex-URSS, como a Ucrânia, país alvo de novas tensões desde a "Revolução Laranja" de 2004-2005, que implementou um governo anti-russo no país. Destacaram-se ainda novas disputas envolvendo a região do Ártico.[65] Também contribuíram para o aumento das tensões russo-americanas, o apoio indireto dos Estados Unidos aos separatistas da Chechênia, o apoio da Rússia (na forma de fornecimento de armas modernas) a governos considerados hostis aos interesses dos Estados Unidos, como a Venezuela e o Irã,[66] e, principalmente, a resposta russa durante a Guerra da Geórgia.[67][68]

A Era Medvedev (2008-2009)

Em 2008, a tensão entre Washington e Moscou, a antiga capital da URSS, se agravaram depois dos Estados Unidos ter anunciado o início da construção do Escudo antimísseis no Leste Europeu, na área próxima e de influência direta da Rússia. Em resposta ao fato, Moscou condena a atitude dos Estados Unidos e anuncia a instalação de mísseis táticos Iskander na região ocidental de Kaliningrado, o desenvolvimento de contramedidas eletrônicas dos elementos do Escudo Antimísseis que Washington planeja instalar no Leste Europeu, composto por um radar na República Tcheca e mísseis interceptadores na Polônia,[69] e o desenvolvimento de uma nova geração de armas nucleares e mísseis balisticos moveis por parte da Rússia.[64]

Em 2009, Moscou anuncia que irá rearmar suas forças militares e ampliar seu arsenal nuclear em resposta ao fortalecimento da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), criada para combater o avanço do socialismo na era bipolar. O reingresso da França e de outros países do Leste Europeu tem provocado tensões na região.[70][71]

Com a ascensão de Barack Obama a Presidência dos Estados Unidos, ocorre uma redução das tensões entre Estados Unidos e Rússia, principalmente devido ao anúncio da interrupção do plano de construção da infraestrutura do "Escudo anti-mísseis" (radares e sistemas anti-mísseis) em torno da Rússia.[72]

A Guerra na Ossétia do Sul e Geórgia

Ver artigo principal: Guerra na Ossétia do Sul em 2008

Em Agosto de 2008, a Ossétia do Sul (apoiada pela Rússia), e a Geórgia (apoiada pelos Estados Unidos), entraram em conflito armado, tropas da Geórgia ocuparam militarmente a capital da Ossétia do Sul, região separatista da república georgiana. Em resposta ao ocorrido, tropas russas atacaram militarmente a Geórgia e reconheceu as regiões separatistas da Ossétia do Sul e Abecásia, o que causou forte desgaste diplomático entre Washington e Moscou.[73][74][75]

A Era Vladmir Putin (2012-a atualmente)

Em 2013, vimos novos casos de divergências entre os dois países como no caso do antigo espião da NSA Edward Snowden onde o mesmo divulgou milhares de documentos que comprovam a espionagem feita por Washington ao longo de anos para obter vantagens em relação a diversos países e o caso da Síria onde a Rússia decidiu apoiar o seu aliado Bashar al-Assad e os EUA decidiram apoiar os rebeldes que lutam pela derrubada do governo local.[carece de fontes?]

Cronologia

Ano Acontecimento
1945 Cientistas estadunidenses testam com sucesso o primeiro dispositivo atômico do mundo. Em agosto de 1945 os Estados Unidos atacam as cidades de Hiroshima e Nagasaki com armas nucleares.[76]
1946 Winston Churchill cita a expressão "iron curtain" ou, em português, "cortina de ferro", em discurso pronunciado no Westminster College, em Fulton, Missouri, nos Estados Unidos, em 5 de março de 1946.
1947 O presidente estadunidense, Harry S. Truman estabelece a Doutrina Truman, em um violento discurso no dia 12 de março de 1947, assumindo o compromisso de "defender o mundo capitalista contra a ameaça socialista", iniciando a Guerra Fria. Em seguida, o secretário de estado George Catlett Marshall anunciou a disposição de os Estados Unidos colaborar financeiramente para a recuperação da economia dos países europeus, o Plano Marshall. Truman deu início à concessão de créditos auxiliando a Grécia e a Turquia, com o objetivo de sustentar governos pró-ocidentais naqueles países.
1949 A URSS testa seu primeiro dispositivo nuclear. Criada a OTAN.
1950 Grupos desarmamentistas começam a pressionar em favor do desarmamento nuclear unilateral, em que um lado desiste de suas armas nucleares esperando que o outro faça o mesmo. Durante a Guerra da Coreia o general americano Douglas MacArthur discute publicamente a possibilidade de usar armas nucleares para definir o conflito.
1952 O Reino Unido explode um dispositivo nuclear. Ano da primeira bomba termonuclear (hidrogênio), testada pelos Estados Unidos.
1953 Morte de Stalin, assume em seu lugar Nikita Kruschev, o novo chefe da União Soviética. Fim da Guerra da Coreia. A URSS testa sua primeira bomba termonuclear (hidrogênio).
1957 A União Soviética lança o primeiro satélite artificial, o Sputnik, lançado com o foguete Sputinik-1, cuja versão militar foi o primeiro Míssil balístico intercontinental, o R-7 Semyorka.
1960 A França explode um dispositivo nuclear.
1961 A União Soviética lança o primeiro homem ao espaço, Yuri Gagarin, a bordo do foguete Vostok-1, da família R-7, uma versão civil do Míssil balístico intercontinental Vostok-K (GRAU 8K72K).
1964 A China testa o seu primeiro dispositivo nuclear.
1964 Renúncia de Kruschev, Leonid Brejnev se torna o novo Secretário-geral da União Soviética.
1969 Os estadunidenses testam o MRV (veículos de reentradas múltiplas), permitindo que os mísseis transportem até cinco ogivas nucleares separadas. Os soviéticos fazem o mesmo. Estadunidenses e soviéticos discutem o controle da tecnologia nuclear, enquanto sua proliferação ameaça o equilíbrio nuclear conhecido como MAD. Confronto armado na fronteira da URSS e China, marca o auge das tensoes entre soviéticos e chineses.
1971 A República Popular da China substituiu Taiwan (República da China) como representante da China na ONU e como um dos cinco membros permanentes do seu Conselho de Segurança.
1972 Um tratado sobre mísseis antibalísticos limitando o emprego de apenas dois sistemas em cada superpotência, em suas capitais, foi assinado como parte do SALT I. Presidente Nixon, dos EUA visita a China comunista.
1973 Estados Unidos reconhecem a China comunista como representante da China, ao invés de Taiwan, embora as Relações diplomaticas so sejam normalizadas em 1979.
1974 Acordo EUA-URSS para impor um "teto" na quantidade de sistemas de ataque nuclear (bombardeiros, mísseis balísticos intercontinentais e submarinos nucleares) em cada superpotência.
1977 Criada a Constituição Soviética de 1977, de acordo com esta, Brejnev é eleito o presidente.
1979 O acordo SALT II reduziu os limites de armas nucleares. Invasão soviética do Afeganistão dificultou a ratificação do tratado pelo senado norte-americano.
1980 START (conversações sobre redução de armas estratégicas), que sucedeu o SALT, faz pouco progresso.
1982 Morte de Leonid Brejnev. Iuri Andropov sucede-lhe como secretário-geral do PCUS e presidente da União Soviética.
1983 O presidente dos EUA, Ronald Reagan, anuncia sua decisão de custear um sistema defensivo aeroespacial anti mísseis balísticos chamado de "Guerra nas Estrelas".
1984 Morte de Iuri Andropov. Konstantin Chernenko é o novo secretário-geral do PCUS e presidente da União Soviética.
1985 Morte de Konstantin Chernenko, Mikhail Gorbatchov é o novo secretário-geral do PCUS e presidente da União Soviética.
1987 Acordo EUA-URSS para abolir as forças nucleares intermediárias terrestres.
1988 A URSS inicia a retirada de suas tropas do Afeganistão. Fim da Guerra Irã-Iraque. Iniciadas as tentativas para encerrar o confronto entre Angola e África do Sul na África Austral, pondo fim à Guerra Civil Angolana.
1989 Queda do muro de Berlim. Primeiro grande marco do fim da Guerra Fria e do conflito capitalismo-socialismo.
1990 Com base no acordo START, as duas superpotências concordam em reduzir, até 1998, os arsenais estratégicos para 6000 ogivas nucleares em cada um dos países.
1991 As superpotências concordam em eliminar todos os mísseis táticos terrestres armados com ogivas nucleares táticas que havia na Europa e na Península Coreana. Com a dissolução da União Soviética, as armas nucleares estratégicas não ficaram apenas na Rússia, mas também na Bielorrússia, Ucrânia e Cazaquistão, que concordam com sua transferência para a Rússia para a destruição de todos. Marco definitivo do fim da Guerra Fria, com o desmantelamento da URSS.

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Referências

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