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Paraná: diferenças entre revisões

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Revisão das 20h48min de 8 de novembro de 2008

 Nota: Para outros significados, veja Paraná (desambiguação).

Predefinição:DadosEstadoBrasil2

O Paraná é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está situado na região Sul do país e tem como limites São Paulo (a norte e leste), oceano Atlântico (leste), Santa Catarina (sul), Argentina (sudoeste), Paraguai (oeste) e Mato Grosso do Sul (noroeste). Ocupa uma área de 199.314 km², pouco maior que o Senegal.

Sua capital é Curitiba e outras importantes cidades são Londrina , Maringá , Ponta Grossa , Foz do Iguaçu , Cascavel , São José dos Pinhais , Colombo , Guarapuava , Paranaguá , Apucarana, Toledo e Arapongas.

O Paraná é o quinto estado mais rico do Brasil, está atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. O Paraná apresenta uma estreita planície no litoral, e a serra do Mar é a borda dos Planaltos e Serras de Leste-Sudeste. Após a Depressão Periférica, no centro-leste do estado, surgem os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná.

Os rios da Bacia Hidrográfica do Rio Paraná drenam a quase totalidade do estado. Os principais cursos d'água são, além do próprio rio Paraná, o Paranapanema, o Iguaçu, o Ivaí e o Piquiri.

O clima paranaense é predominantemente subtropical úmido. A temperatura varia entre 14°C e 22°C, e o clima é mais frio na porção sul planáltica. Os índices pluviométricos oscilam de 1.500 mm a 2.500 mm anuais.

Originalmente, cerca de metade do território paranaense era recoberto pela Mata de Araucárias. Nas partes mais elevadas dos planaltos, manchas de campos são comuns.

Etimologia

Ficheiro:River parana map.PNG
Mapa do rio Paraná.

O nome do estado é derivado do guarani pa'ra = "mar" mais = "semelhante, parecido". Paraná é, portanto, "semelhante ao mar, rio grande, parecido com o mar", naturalmente pelo seu tamanho. O potamônimo passou a designar a região, que se tornou província autônoma em 1853 e estado em 1889. A pronúncia Paranã foi encontradiça até pouco tempo[1].


História

Ver artigo principal: História do Paraná

Durante o século XVI, o Paraná não despertava grande interesse nos portugueses que vinham para o Brasil. Os espanhóis fundaram alguns núcleos de povoamento que não se desenvolveram. No século XVII, os bandeirantes descobriram ouro no Paraná[2] e, para extraí-lo, tentaram escravizar e catequizar os indígenas locais. O Tratado de Madrid, assinado em 1750, deu à Coroa portuguesa a posse do Paraná, que, então, integrava a capitania de São Paulo[3].

No século XVII, descobriu-se na região do Paraná uma área aurífera, anterior ao descobrimento das Minas Gerais, que provocou o povoamento tanto no litoral quanto no interior[4]. Com o descobrimento das Minas Gerais, o ouro de Paranaguá perdeu a importância[5]. As famílias ricas, que possuíam grandes extensões de terra, passaram a se dedicar à criação de gado, que logo abasteceria a população das Minas Gerais. Mas apenas no século XIX as terras do centro e do sul do Paraná foram definitivamente ocupadas pelos fazendeiros.

Ficheiro:Contestado.jpg
Guerra do Contestado

No fim do século XIX, a erva-mate dominou a economia e criou uma nova fonte de riqueza para os líderes que partilhavam o poder. Com o aparecimento das estradas de ferro, ligando a região da araucária aos portos e a São Paulo, já no fim do século XIX, ocorreu novo período de crescimento.

A partir de 1850, o governo provincial de São Paulo empreendeu um amplo programa de colonização, especialmente de alemães, italianos, poloneses e ucranianos, que contribuíram decisivamente para a expansão da economia paranaense e para a renovação de sua estrutura social.

O Paraná era parte da província de São Paulo, da qual se desmembraria apenas em 1853. Nessa época, a produção de café começou a ganhar destaque. O rápido desenvolvimento da cultura cafeeira atraiu milhares de imigrantes das províncias do Sul, do Sudeste e do Nordeste do país.

Um dos principais conflitos ocorridos no Paraná foram o Cerco da Lapa e a Guerra do Contestado (1912-1916), que foi um dos eventos mais significativos da história do Brasil no século XX, no limite com o estado de Santa Catarina. Ao longo do século XX, o Paraná destacou-se pela criação de empresas agrícolas, muitas vezes de capital estrangeiro, o que acelerou o processo de concentração de terras e de renda. Durante as décadas de 1970 e 1980, milhares de pequenos camponeses deixaram o campo em direção às cidades ou a outros estados e até países. No final do século XX e início do XXI, o Paraná atraiu muitos investimentos externos, e indústrias automobilísticas instalaram-se no estado.

Primeiros tempos

Até meados do século XVII, litoral sul da capitania de São Vicente, hoje pertencente ao estado do Paraná, foi esporadicamente visitado por europeus que buscavam madeiras de lei. No período de domínio espanhol, foi estimulado o contato dos vicentinos com a área do rio da Prata e tornou-se mais freqüente o percurso da costa meridional, cuja exploração intermitente também seria motivada pela procura de índios e de riquezas minerais. Do litoral os paulistas adentraram-se para oeste, em busca de indígenas, ao mesmo tempo que, a leste, onde hoje estão Paranaguá e Curitiba, dedicaram-se à mineração.

As lendas sobre a existência de grandes jazidas de ouro e prata atraíram à região de Paranaguá numerosos aventureiros. O próprio Salvador Correia de Sá, que em 1613 assumira a superintendência das minas do sul do Brasil, ali esteve durante três meses, enquanto trabalhava com cinco especialistas que fizera vir de Portugal. Não encontrou, porém, nem uma onça de ouro. Sob o governo do marquês de Barbacena, foi para lá enviado o espanhol Rodrigo Castelo Blanco, grande conhecedor das jazidas do Peru, que em 1680 escreveu ao rei de Portugal para também desiludi-lo de vez sobre a lenda das minas de prata.

No fim do século XVII, abandonados os sonhos de grandes riquezas minerais, prosseguiu a cata do ouro de aluvião, dito "de lavagem", mediante a qual os escassos habitantes do lugar procuravam recursos para a aquisição de produtos de fora. Os índios que escapavam ao extermínio eram postos na lavoura. Os escravos africanos começaram a ser utilizados no século XVIII e já em 1798 o censo revelava que seu número, em termos relativos, superava o dos índios.

A vila de Paranaguá, criada por uma carta régia de 1648, formou com o seu sertão - os chamados campos de Curitiba, a quase mil metros de altitude - uma só comunidade. Prevaleceu em Paranaguá o cultivo das terras e, nos campos, a criação de gado. Pouco a pouco, Curitiba, elevada a vila em 1693, transformou-se no principal núcleo da comunidade paranaense, e para isso foi fator decisivo a grande estrada do gado que se estabeleceu entre o Rio Grande do Sul e Sorocaba.

Castro é a primeira cidade verdadeiramente paranaense, a fundação do município ocorreu em 1778.

Ciclo das tropas

Monumento ao Tropeiro na cidade da Lapa (PR).

A descoberta das minas de ouro de Minas Gerais teve como uma de suas conseqüências a grande demanda de gado eqüino e vacum. Recorreu-se então aos muares xucros da região missioneira do sul, tocados pela estrada Viamão-Sorocaba, aberta em 1731. Segundo Brasil Pinheiro Machado, a construção dessa estrada foi "acontecimento relevante na história paranaense". Desligou Curitiba do ciclo litorâneo, distanciando-a socialmente de Paranaguá e incorporando-a ao sistema histórico das guerras de fronteira, dando-lhe oportunidade de uma marcha para o sul, para o norte e para oeste, de maneira que Curitiba passa a significar o caráter de toda a região que será a futura província".

Inaugurava-se assim o ciclo das tropas na história paranaense, que se estendeu até a década de 1870, quando começou a era do transporte ferroviário. Numerosos habitantes dedicaram-se ao rendoso negócio de comprar muares no sul, inverná-los em seus campos e revendê-los nas feiras de Sorocaba. Foi essencialmente com a disseminação das fazendas de criação e invernagem que se fez a ocupação do território. Com base na propriedade das pastagens e no trabalho de escravos negros e índios, estabelecem-se as famílias que detêm o poder regional.

Graças às tropas que se estabeleciam ao torno de alguns rios, surgiram cidades como a Lapa e Castro.

Expansão da atividade pastoril

Em princípio do século XIX, com o recrudescimento da guerra no sul, tornou-se necessária, como parte da estratégia portuguesa, a ocupação das terras que pelo Tratado de Madri pertenciam a Portugal, mas permaneciam abandonadas desde a destruição das missões jesuíticas pelos bandeirantes.

Com o tríplice objetivo de ocupar o território, subjugar os índios e abrir caminho para as missões, em junho de 1810 uma operação militar atingiu os campos de Guarapuava, que logo a seguir foram doados em sesmarias. Os índios capturados foram distribuídos "pelos mais abonados moradores" e três décadas depois a região estava ocupada. Tratava-se então de conquistar aos indígenas os campos de Palmas, o que foi feito em 1839 por duas sociedades particulares, rivais, que recorreram à arbitragem para evitar choque armado entre seus componentes. Completou-se assim em meados do século XIX, e graças à atividade pastoril, a ocupação dos campos do interior.

Província do Paraná

A Rua XV de Novembro, em Curitiba

Por alvará de 19 de fevereiro de 1811, foi criada a comarca de Paranaguá e Curitiba, pertencente à capitania de São Paulo. A 6 de julho do mesmo ano a câmara municipal de Paranaguá dirigiu-se ao príncipe regente para pedir a emancipação da comarca e a criação de nova capitania. Dez anos depois, o movimento, liderado por Floriano Bento Viana, formulou abertamente sua reivindicação separatista, mas ainda sem obter êxito.

Apesar da atividade política expressa em sucessivas diligências e petições que tinham em vista a emancipação político-administrativa, e mesmo após a independência, continuaram os então chamados "parnanguaras" submetidos aos comandantes da tropa local, uma vez que o governo provincial estava longe e desinteressado daquelas terras. A importância política e estratégica da região avultava com os anos e evidenciava-se com acontecimentos que repercutiram no plano nacional, como as revoluções farroupilha, de 1835 a 1845, e liberal, em 1842.

Paralelamente, a economia paranaense, a par do comércio de gado, ganhava incremento com a exportação da erva-mate nativa para os mercados do Prata e do Chile. Eram feitas promessas de emancipação, enquanto prosseguiam as representações e a luta no Parlamento. Finalmente, a 28 de agosto de 1853 foi aprovado o projeto de criação da província do Paraná, que teria como capital provisória (que depois seria confirmada) a cidade de Curitiba.

A 19 de dezembro do mesmo ano chegou à capital Zacarias de Góis e Vasconcelos, primeiro presidente da província, que desde logo se empenhou em tomar medidas destinadas a impulsionar a economia local e conseguir recursos para as ações administrativas que se faziam necessárias. Procurou encaminhar para outras atividades, mormente de lavoura, parte da mão-de-obra e dos capitais que se empregavam no preparo e comércio da erva-mate. O mais lucrativo negócio da província continuava a ser, no entanto, a invernada e a venda de muares para São Paulo. Essa atividade chegou ao ponto mais alto na década de 1860 e só entrou em declínio no final do século.

Durante o período provincial, o governo do Paraná não alcançou a necessária continuidade administrativa, já que a presidência da província, de livre escolha do poder central, teve nada menos de 55 ocupantes em 36 anos. Os liberais paranaenses organizaram-se sob a liderança de Jesuíno Marcondes e seu cunhado Manuel Alves de Araújo, pertencentes à família dos barões de Tibagi e Campos Gerais, na época a mais poderosa oligarquia na região. Os conservadores eram chefiados por Manuel Antônio Guimarães e Manuel Francisco Correia Júnior, de famílias que controlavam o comércio do litoral.

Crise na sociedade pastoril

A decadência do comércio de muares acarretou crise em toda a sociedade pastoril do Paraná. O grande patrimônio indiviso da família patriarcal, que abrangia vários núcleos familiares, já não podia prover a subsistência de todos. Filhos de fazendeiros emigraram para as cidades, para São Paulo e para o Rio Grande do Sul. Desde o início do século XIX o Paraná vinha recebendo imigrantes, dentro da política de preenchimento dos vazios demográficos. Eram açorianos, alemães, suíços e franceses, mas em pequeno número e sem condições de prosperidade.

Em meados daquele século, embora contasse com uma população de cerca de sessenta mil habitantes, o Paraná continuava, do ponto de vista humano, um deserto irregularmente interrompido por dezenove pequenos oásis situados a distâncias imensas uns dos outros, distâncias literalmente intransponíveis, pois, além dos "caminhos históricos", que dentro em pouco se saberia não serem os "caminhos econômicos", nada havia que se pudesse chamar de rede de comunicações.

Esses dezenove oásis eram representados pelas duas cidades (Curitiba e Paranaguá); pelas sete vilas (Guaratuba, Antonina, Morretes, São José dos Pinhais, Lapa, Castro e Guarapuava); pelas seis freguesias (Campo Largo, Palmeira, Ponta Grossa, Jaguariaíva, Tibagi e Rio Negro) e pelas quatro capelas curadas (Guaraqueçaba, Iguaçu, Votuverava e Palmas).

Curitiba tinha, na época, seis mil habitantes, e Paranaguá, 6.500. A população das vilas, freguesias e capelas oscilava, em geral, entre mil e cinco mil habitantes, de forma que a densidade efetiva, nos centros urbanos incipientes, era bem maior do que a média estatística (0,3 pessoa por quilômetro quadrado) faria supor. Em compensação, na maior parte do território o vazio era absoluto. Eram os campos gerais, a floresta, e a serra do Mar.

Colonização

Descendentes de ucranianos na cerimônia de bênção dos alimentos na véspera da Páscoa de 2006, em Curitiba.
De Immigrant (O Imigrante), moinho em estilo holandês na colônia neerlandesa de Castrolanda, em Castro.

Na segunda metade do século XIX estimulou-se um tipo de colonização orientada para a criação de uma agricultura que suprisse as necessidades de abastecimento. Providências conjuntas dos governos imperial e provincial permitiram o estabelecimento de núcleos coloniais nas proximidades dos centros urbanos, sobretudo no planalto de Curitiba, constituídos de poloneses que se instalaram principalmente na região norte de Curitiba formando bairros como Santa Cândida, Tingui e outros da região, alemães, italianos deram origens a bairros nobres como Santa Felicidade e também a cidades da região metropolitana como São José dos Pinhais e Colombo que foi a maior colônia italiana do Paraná no final do século XIX até o século XX e, em grupos menores, suíços, franceses e ingleses. Esses contingentes de imigrantes imprimiram à fisionomia étnica do Paraná uma notável variedade e em alguns lugares do Paraná, por exemplo, na cidade de Castro e arredores se fala somente o holandês e em algumas outras regiões do estado se fala somente o alemão, italiano, ucraniano, polonês e até o japonês sem contar as línguas nativas de tribos indígenas.

O número de escravos diminuiu muito, a partir da metade do século, sobretudo em virtude de venda ou arrendamento para outras províncias. Um relatório do presidente do Paraná, em 1867, assinalou que o imposto arrecadado sobre escravos que seguiam para São Paulo "era quase igual ao imposto sobre animais".

A vinda de colonos atendia assim ao problema, agravado pela evasão da mão-de-obra escrava, da escassez e carestia dos produtos agrícolas. Nas últimas décadas do século XIX, a construção de estradas de ferro e linhas telegráficas empregou colonos trazidos por sociedades de imigração. Nesse período e no início do século XX, estabeleceram-se no Paraná mais de quarenta núcleos coloniais.

República

Desde o manifesto de 1870 ocorreram no Paraná manifestações esporádicas, e sem organicidade, de simpatia pela república. Mesmo depois da fundação dos jornais Livre Paraná, em Paranaguá, e A República, em Curitiba, e da criação de clubes republicanos nas duas cidades, o movimento não chegou a se aprofundar. Alguns paranaenses se destacaram na campanha republicana, mas fora da província. Na Assembléia Provincial, contavam os republicanos com um só deputado, Vicente Machado da Silva Lima, eleito pelo Partido Liberal, e que foi figura de projeção nos primeiros anos do novo regime.

O estado sofreu as conseqüências das várias crises políticas que marcaram os primeiros tempos da república e somente em abril de 1892 viu promulgada sua constituição estadual, que vigorou até a vitória do movimento revolucionário de 1930. Durante a revolução federalista, o Paraná foi palco de renhidos combates, já que em seu território se deu o encontro de tropas federalistas e legalistas. Abandonado o estado pelos federalistas, fez-se o acerto de contas. Os "picapaus" assumiram então o poder e desencadearam a repressão contra os "maragatos". Apesar de eventuais conciliações, tal divisão durou até 1930.

A província do Paraná deveria ter os mesmos limites da antiga comarca, em conseqüência do que se prolongou até a segunda década do século XX uma complicada questão de fronteiras com Santa Catarina, surgida desde a descoberta e ocupação dos campos de Palmas. Com base na carta régia de 1749, Santa Catarina considerava seu o "sertão" que correspondia à costa, enquanto o Paraná se apoiava no princípio do uti possidetis. Com a república, ambos os estados exerceriam sua competência de distribuir terras num mesmo território.

Por três vezes Santa Catarina obteve ganho de causa no Supremo Tribunal Federal, mas o Paraná embargou as decisões. Nessa área é que se iria travar a campanha do Contestado. Finalmente, em 1916, por decisão arbitral do presidente da república, fez-se a partilha da região em litígio, com o que ficou encerrada a questão.

Questões agrárias

Em 1920, o Paraná ocupava o 13º lugar em população no Brasil, com cerca de 700 mil habitantes; em 1960, o estado havia passado para o quinto lugar, com mais de 4,2 milhões de habitantes. Esse aumento não se deveu apenas ao crescimento natural, mas a intensas correntes migratórias internas, pelas quais se deslocaram habitantes de outros estados para áreas até então incultas do Paraná.

Desde o final do século XIX, lavradores paulistas e mineiros iniciaram a formação de fazendas de café no norte do estado, rico em terras férteis, de solo conhecido como "terra roxa". A esse tipo de ocupação veio juntar-se a colonização dirigida, tanto oficial como particular. Ocorreram também novas levas de colonos imigrantes, notadamente japoneses, italianos e alemães, e com a experiência de empreendimentos semelhantes na Austrália e na África, em 1924, Lord Lovat visitou o Paraná e três anos depois obteve do governo uma concessão de 500 mil alqueires de terra no norte do estado. Fundou então a Paraná Plantation Ltd. que, ao lado da Companhia de Terras do Norte do Paraná e da Companhia Ferroviária do Norte do Paraná, executou o plano de colonização dessa zona. O eixo da operação foi Londrina, que a partir daí cresceu em ritmo vertiginoso.

Na região dos rios Iguaçu e Paraná, as matas eram há muito exploradas por empresas que comercializavam madeira e mate. Desde a década de 1920 ocorria ali a ocupação espontânea por colonos gaúchos e catarinenses, em geral descendentes de alemães e italianos. Após a revolução de 1930, anuladas numerosas concessões de terras, passou-se, por iniciativa do governo estadual e de particulares, à ocupação organizada, dirigida para a agricultura variada e a criação de animais de pequeno porte.

Revolução de 1930 e intervenção

Deflagrada a revolução em outubro de 1930, já no dia 5 do mesmo mês seus partidários, com apoio de forças militares, apossaram-se do governo estadual paranaense, instalaram um governo provisório e substituíram as autoridades no interior. As finanças públicas estavam em completo desequilíbrio e a economia em crise. Havia ainda a grave questão das terras devolutas do estado. O general Mário Tourinho, primeiro interventor, foi substituído no governo por Manuel Ribas. Este, eleito em 1935, foi confirmado como interventor pelo Estado Novo, em 1937, e permaneceu no cargo até 1945.

Na década de 1960, todas as terras do Paraná já estavam ocupadas, mas, em seu processo de ocupação, a par do colono que comprava um ou mais lotes, surgiu também a figura do "posseiro", que tendia a se instalar no terreno que julgava do estado ou sem dono. Passou a ocorrer também a venda múltipla, a compra do "não dono" e a "grilagem" em grande escala. Assim, a época foi também de conflitos e lutas agrárias, que se prolongaram por toda a segunda metade do século XX, sem qualquer solução duradoura no meio dos avanços da economia e da sociedade.

História recente

À medida que o governo estadual procurava tornar o Paraná o celeiro agrícola do país e um produtor de madeira capaz de levar a efeito amplos reflorestamentos, os conflitos fundiários não só continuaram como cresceram em intensidade. Centenas de milhares de pequenos proprietários rurais e trabalhadores sem terra encenaram um êxodo rural que provocou um esvaziamento demográfico em mais de cinqüenta municípios. Tais emigrantes seguiram principalmente para o Centro-oeste e para a Amazônia, levando consigo sua concepção produtiva.

Mais tarde, porém, a soja aumentou sensivelmente o espaço que ocupava. Em 1980, a colheita de soja atingia o recorde de 2.500kg por hectare, maior do que a marca norte-americana até então alcançada, enquanto a de trigo colocava o Paraná no primeiro lugar nacional, com 57% da produção de todo o país. Também a indústria dava saltos expressivos, como a instalação, em 1976, de uma fábrica de ônibus e caminhões em Curitiba e o início do funcionamento, em 1977, da refinaria Presidente Getúlio Vargas. Realizaram-se ainda nessa época os primeiros grandes melhoramentos que fizeram da capital paranaense um modelo de novas soluções urbanísticas: inaugurou-se a primeira parte das ciclovias da cidade e surgiu o sistema de ônibus expressos.

Aumentaram, no entanto, as disputas de terra, até mesmo em reservas indígenas, assim como denúncias de graves perturbações ambientais causadas pelo crescente número de barragens para construção de usinas hidrelétricas--nos rios Iguaçu, Paranapanema, Capivari e Paraná. Em 1982, o desaparecimento do salto de Sete Quedas, imposto pela necessidade de formar o imenso reservatório da represa de Itaipu, provocou intenso movimento de protesto.

Nos últimos anos do século XX, o estado do Paraná exibia um bom quadro social e econômico, com estabilização populacional e modernização agrícola e industrial, com destaque para a instalação de montadoras de veículos automotores no estado, ao mesmo tempo em que a economia paranaense procurava tirar partido das oportunidades oferecidas pelo Mercosul.

Geografia

Ver artigo principal: Geografia do Paraná
Paraná
Ficha técnica
Relevo baixada no litoral, planaltos a leste e oeste, depressão no centro.
Ponto mais elevado pico Paraná, na serra do Mar (1.877 m).
Rios principais Paraná, Iguaçu, Ivaí, Tibagi, Paranapanema, Itararé, Piquiri.
Vegetação mangue no litoral, mata Atlântica, floresta tropical a oeste e mata das araucárias no centro.
Municípios mais populosos Curitiba (1.788.559), Londrina (495.696), Maringá (324.397), Foz do Iguaçu (309.113), Ponta Grossa (304.973), Cascavel (284.083), São José dos Pinhais (261.125), Colombo (183.329), Guarapuava (169.007), Paranaguá (147.934).

O estado do Paraná ocupa uma área de 199.880 km², estendendo-se do litoral ao interior, localiza-se a 51º00'00" de longitude oeste do Meridiano de Greenwich e a 24º00'00" de latitude sul da Linha do Equador e com fuso horário -3 horas em relação a hora mundial GMT. Três quartos de seu território ficam abaixo do Trópico de Capricórnio. No Brasil, o estado faz parte da região Sul, fazendo fronteiras com os estados de São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e dois países: Paraguai e Argentina. É banhado pelo oceano Atlântico.

Seu relevo é dos mais expressivos: 52% do território ficam acima dos 600m e apenas 3% abaixo dos 300m. Paraná, Iguaçu, Ivaí, Tibagi, Paranapanema, Itararé e Piquiri são os rios mais importantes. Veja a lista de rios do Paraná. O clima é temperado.

Relevo

Mapa físico do Paraná

Cerca de 52% do território do Paraná encontram-se acima de 600m e 89% acima de 300 metros; somente três por cento ficam abaixo de 200 metros. O quadro morfológico é dominado por superfícies planas dispostas a grande altitude, compondo planaltos que formam as serras do Mar e Geral. Cinco unidades de relevo sucedem-se de leste para oeste, na seguinte ordem: baixada litorânea, serra do Mar, planalto cristalino, planalto paleozóico e planalto basáltico.


Baixada litorânea

A baixada litorânea forma uma faixa de terras baixas com cerca de vinte quilômetros de largura média. Compreende terrenos baixos e inundáveis (planícies aluviais e formações arenosas) e morros cristalinos com aproximadamente cinqüenta metros de altura. Em sua porção setentrional, a baixada litorânea se fragmenta para dar lugar à baía de Paranaguá, cujo aspecto digitado resulta da penetração do mar através de antigos vales fluviais, isto é, da formação de rias.


Serra do Mar
Conjunto do Pico Paraná, fotografado em 2006.

A serra do Mar constitui o rebordo oriental do planalto cristalino e domina com suas enérgicas escarpas a planície litorânea[6][7]. Formada por terrenos pré-cambrianos, pertence ao complexo cristalino brasileiro, sendo constituída essencialmente por gnaisses e granitos, que foram intensamente desgastados[8]. No estado do Paraná, ao contrário do que ocorre em São Paulo, a serra apresenta-se fragmentada em maciços isolados, entre os quais se insinua o nível do planalto cristalino (900m), até alcançar a borda oriental. Em geral, os maciços ultrapassam em cem metros essa cota. Isso faz com que no Paraná a serra do Mar, além da escarpa que se volta para leste com um desnível de mil metros, também apresente uma escarpa interior, voltada para oeste. No entanto, esta mostra um desnível de apenas cem metros. Escrevendo um imenso arco desde São Paulo até Santa Catarina, a serra recebe várias denominações locais, como Capivari Grande, Virgem Maria, Ibitiraquire, Graciosa (onde se localiza a Estrada da Graciosa), Marumbi (onde se localiza o Parque Estadual Pico Marumbi), Prata, entre outras. Na serra do Mar, se encontram as mais elevadas altitudes do estado. O ponto mais alto do estado é o pico Paraná, com 1.877m, na serra do Mar.


Planalto cristalino

O planalto cristalino, também chamado de primeiro planalto do Paraná, apresenta uma faixa de terrenos cristalinos, que se estende em sentido norte-sul, a oeste da serra do Mar e a leste da escarpa devoniana. É constituído por terrenos cristalinos pré-cambrianos, apresentando, em algumas porções, rochas sedimentares paleozóicas como o calcário. Essa faixa de terrenos cristalinos, propriamente dita, possui uma largura média de cem metros e cerca de 900m de altura. A topografia varia de acidentada, ao norte, a suavemente ondulada, ao sul. Um antigo lago, hoje atulhado de sedimentos, forma a bacia sedimentar de Curitiba. Em partes da Região Metropolitana de Curitiba, a base cristalina foi recoberta por terrenos sedimentares do período quaternário.


Planalto paleozóico
Arenito de Vila Velha.

O planalto paleozóico, também chamado de segundo planalto do Paraná ou planalto dos Campos Gerais (ou Ponta Grossa), desenvolve-se em terrenos do período paleozóico, sendo constituido principalmente por rochas sedimentares e metamórficas da Era Paleozóica, com destaque para os arenitos (Vila Velha e Furnas), folhelhos (Ponta Grossa), os betuminosos e o carvão mineral. É limitado, a leste, por uma escarpa, a Serrinha, que cai para o planalto cristalino e, a oeste, pelo paredão da serra Geral, que sobe para o planalto basáltico. O planalto paleozóico apresenta topografia suave e ligeira inclinação para oeste: em sua extremidade oriental alcança 1.200m de altura, e, na base da serra Geral, a oeste, registra apenas 500m. Forma uma faixa de terras de aproximadamente cem quilômetros de largura e descreve uma gigantesca meia-lua, cuja concavidade se volta para leste. Na transição do segundo para o terceiro planalto entre Guarapuava e Prudentópolis há vários desníveis que formam várias quedas d'água como o Salto São Francisco em Guarapuava.


Planalto basáltico
Guarapuava dá nome ao planalto basáltico.

O planalto basáltico, ou terceiro planalto do Paraná, também chamado de planalto de Guarapuava, é a mais extensa das unidades de relevo do estado. Limita-o, a leste, a serra Geral, que, com um desnível de 750m, domina o planalto paleozóico. A oeste, o limite é assinalado pelo rio Paraná, que a jusante do ponto onde ficavam os saltos de Sete Quedas forma impressionante desfiladeiro (na verdade, o planalto prolonga-se para além dos limites do estado do Paraná e constitui parte dos territórios de Mato Grosso do Sul, do Paraguai e da Argentina).

Tal como o planalto paleozóico, o planalto basáltico descamba suavemente para o ocidente: cai de 1.250m, a leste, para 300m nas margens do rio Paraná (a montante de Sete Quedas). Formado por uma sucessão de derrames de basalto, empilhados uns sobre os outros, esse planalto ocupa toda a metade ocidental do estado. Seus solos, desenvolvidos a partir dos produtos da decomposição do basalto, constituem a "terra roxa", famosa pela fertilidade.

Essas unidades de relevo são partes integrantes do planalto Meridional, localizado no sul do planalto Brasileiro.


Clima

Mapa climático do Paraná.

O clima predominante no Paraná é o subtropical, com verões quentes e invernos frescos (frios para os padrões brasileiros). Três tipos climáticos caracterizam o estado do Paraná: os climas Cfa, Cfb e Cwa da classificação de Köppen.

O clima Cfa, subtropical com chuvas bem distribuídas durante o ano e verões quentes, ocorre em duas partes distintas do estado, na planície litorânea e nas porções mais baixas do planalto, isto é, em sua porção ocidental. Registra temperaturas médias anuais de 19ºC e pluviosidade de 1.500mm anuais, algo mais elevada na costa que no interior.

A capital do Paraná é a mais fria do Brasil, a mínima média em julho é 8,4°C, a máxima média é 26,2°C em fevereiro. A média anual é 16,5°C.

O clima Cfb, subtropical com chuvas bem distribuídas durante o ano e verões amenos, ocorre na porção mais elevada do estado e envolve o planalto cristalino, o planalto paleozóico e a parte oriental do planalto basáltico. As temperaturas médias anuais oscilam em torno de 17°C e são inferiores aos 20°C como pode ser observado neste mapa. A pluviosidade alcança cerca de 1.200mm anuais.

O clima Cwa, subtropical com verões quentes e invernos secos, ocorre na porção noroeste do estado. É o chamado clima tropical de altitude, pois ao contrário dos dois acima descritos, que registram chuvas bem distribuídas no decorrer do ano, este apresenta pluviosidade típica dos regimes tropicais, com invernos secos e verões chuvosos. A temperatura média anual oscila em torno de 20°C e a pluviosidade alcança 1.300mm anuais. Quase todo o estado está sujeito a mais de cinco dias de geada por ano, mas na porção meridional e nas partes mais elevadas dos planaltos registram-se mais de dez dias. A neve aparece esporadicamente na área de Curitiba.

Verão

O verão costuma ser quente e chuvoso em todo o estado. As áreas baixas do oeste e a Baixada Litorânea têm verões extremamente quentes, registrando facilmante temperaturas levemente acima de 40°C. Os termômetros chegam comumente a valores superiores a 40°C no vale do Rio Paraná, acima dos 35°C no oeste/noroeste e acima dos 30°C no sudoeste. Até mesmo Curitiba pode registrar temperaturas em torno dos 35°C.

Inverno

No inverno a maritimidade evita o frio excessivo no leste. Por isso temperaturas negativas são muito mais comuns no lado ocidental do estado, até mesmo em cidades de baixa altitude como Foz do Iguaçu. As geadas são freqüentes, principalmente nas áreas elevadas nos arredores de Guarapuava e Palmas. Pequenas nevadas ocorrem uma ou outra vez. Em eventos extremos (como Julho de 1975) pode nevar em praticamente todo a área meridional do estado. Todavia o inverno não é frio sempre e até mesmo tende a ter mais períodos amenos que frios propriamente dito, intercalados por alguns dias de, aí sim, frio intenso, principalmente após as frentes frias. As menores temperaturas do estado costumam ocorrer no interior do município de Palmas, que além de ser o ponto mais ao sul do estado (26°S), é uma das áreas mais elevadas também (entre 1200m e 1400m). Nesta região as temperaturas são estimadas para já terem alcançado patamares inferiores a até -12°C, visto que a estação do INMET na cidade (que fica a 1100 m de altitude) registrou -11,5°C em julho de 1975 na cidade de Palmas e o recorde de temperatura mínima do estado.

Vegetação

Dois tipos de vegetação ocorrem no Paraná: florestas e campos. As florestas subdividem-se em tropicais e subtropicais. Os campos, em limpos e cerrados.

Florestas

A floresta tropical é parte da mata atlântica, que recobria toda a fachada oriental do país com suas formações latifoliadas. No Paraná, ocupava primitivamente uma área equivalente a 46% do estado, aí incluídas as porções mais baixas (baixada litorânea, encostas da serra do Mar, vales do Paraná, Iguaçu, Piquiri e Ivaí) ou de menor latitude (toda a parte setentrional do estado).

Ficheiro:Pinheiros2.jpg
As Florestas de Araucárias são típicas da região Sul e principalmente do Paraná.
Folhas de erva-mate.

A floresta subtropical é uma floresta mista, composta por formações de latifoliadas e de coníferas. Estas últimas são representadas pelo pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia), que não aparece em agrupamentos puros. A floresta mista ou mata dos pinheiros recobria as porções mais elevadas do estado, isto é, a maior parte do planalto cristalino, a porção mais oriental do planalto basáltico e pequena parte do planalto paleozóico. Essa formação ocupava 44% do território paranaense e ainda parte dos estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Atualmente, das florestas do país é a que sofre maior exploração econômica, por ser a única que apresenta grande número de indivíduos da mesma espécie (pinheiros) em agrupamentos suficientemente densos (embora não puros) para permitir fácil extração.

Além do pinheiro, a floresta mista oferece também espécies latifoliadas de valor econômico, como a imbuia, o cedro e a erva-mate. No final do século XX, apenas pequena parte das formações florestais subsistiam no estado. A derrubada para exploração de madeira e formação de campo para agricultura ou pastagens foi responsável por sua quase completa eliminação. As últimas reservas florestais do Paraná acham-se na planície litorânea, na encosta da serra do Mar e nos vales dos rios Iguaçu, Piquiri e Ivaí.

Campos

Os campos limpos ocorrem sob a forma de manchas esparsas através dos planaltos paranaenses. A mais extensa dessas manchas é a dos chamados campos gerais, que recobrem toda a porção oriental do planalto paleozóico e descrevem imensa meia-lua no mapa de vegetação do estado. Outras manchas de campo limpo são as de Curitiba e Castro, no planalto cristalino, as de Guarapuava, Palmas e outras, menores, no planalto basáltico. Os campos limpos ocupam cerca de nove por cento do território paranaense. Os campos cerrados têm pouca expressão no Paraná, onde ocupam área muito reduzida — menos de um por cento da superfície estadual. Formam pequenas manchas no planalto paleozóico e no planalto basáltico.

Hidrografia

Ver artigo principal: Lista de rios do Paraná
Salto São Francisco, a maior queda d'água do sul do Brasil.

A rede de drenagem compreende rios que correm diretamente para o litoral e rios que correm para oeste, tributários do Paraná. Os primeiros têm cursos pouco extensos, pois nascem a pequena distância da costa. Os mais longos são os que se dirigem para o estado de São Paulo, onde vão engrossar as águas do rio Ribeira de Iguape. A maior parte da superfície estadual fica, assim, sob domínio dos tributários do rio Paraná, dos quais os mais extensos são o Paranapanema, que faz o limite com São Paulo, e o Iguaçu, que faz, em parte, o limite com Santa Catarina e Argentina. O rio Paraná assinala os limites ocidentais do estado, a separá-lo de Mato Grosso do Sul e do Paraguai.

No ponto de convergência das linhas divisórias de Mato Grosso do Sul-Paraguai, Paraná-Mato Grosso do Sul e Paraná-Paraguai encontravam-se os saltos de Sete Quedas, formados pelo rio Paraná ao descer do planalto basáltico para a garganta que o conduzia à planície platina. Em 1982 dois saltos foram submersos, sob protesto dos ambientalistas, pelo lago da represa de Itaipu. Mais ao sul, o rio Iguaçu desce também do planalto basáltico em direção à mesma garganta. Forma então os saltos do Iguaçu, que não foram afetados pela construção da barragem, por situar-se Itaipu a montante da confluência dos dois rios.

A hidrografia do Paraná pode ser classificada em cinco bacias hidrográficas[9]:

Litoral

O litoral paranaense não é grande, é o segundo menor do país, na frente apenas do Piauí. Mesmo assim, o Paraná possui diversas praias:

Praia Deserta, Praia de Superagüi, Balneário Olho d'Água, Praia de Leste, Balneário Monções, Balneário Gaivotas, Balneário Betaras, Balneário Flórida, Praia Grande, Praia de Caiobá, Praia de Guaratuba e todas as praias da Ilha do Mel.

Apesar de pequeno, o litoral do Paraná apresenta algumas atrações turísticas muito importantes, especialmente ao povo paranaense, como as praias de Caiobá, Guaratuba e Matinhos, que são os centros de lazer da sociedade em virtude de suas atrações e festas nas temporadas.

É no litoral que fica um dos mais importantes portos brasileiros, o Porto de Paranaguá, centro exportador de cereais e automóveis e caminhões. É por este porto que a principal riqueza do Paraná, a soja e o farelo de soja, são exportados especialmente para Europa e Ásia. Paranaguá também tem terminais de fertilizantes (importação) e de congelados (frango para exportação).

A cidade de Paranaguá também é histórica, pois abrigou os primeiros núcleos urbanos desde 1648, tendo preservado a memória antiga no casario e museus cuja edificação remonta o século XVII. Pode-se afirmar que a maior parte da riqueza do Paraná passa por Paranaguá, um centro urbano dedicado aos negócios.

Mas não se pode falar do litoral sem falar na sua principal atração turística, a Ilha do Mel, um dos poucos espaços habitados do Paraná onde não entra o automóvel. A ilha recebe milhares de turistas de todo o mundo, durante qualquer época do ano, que para lá se dirigem em busca de sossego e das suas belezas naturais quase intocáveis. A ilha separa o continente paranaense da entrada do Porto de Paranaguá e abrigou, desde os primeiros anos da colonização paranaense, o Forte de Nossa Senhora dos Prazeres que protegia a entrada da baía da entrada de piratas e corsários espanhóis.

Ecologia

No Paraná o IBAMA administra vinte unidades de conservação: quatro parques nacionais, uma estação ecológica, três florestas nacionais, uma área de proteção ambiental, uma área de relevante interesse ecológico, dois refúgios de vida silvestre, duas reservas biológicas e quatro reservas particulares do patrimônio natural (RPPNs).

As Cataratas do Iguaçu no parque
A Taça - Vila Velha - Paraná
  • Parque Estadual de Vila Velha — Criado em 12 de Outubro de 1953 pela Lei nº 2.192, tombado como Patrimônio Natural em 1966, fechado para revitalização em 2001 e reaberto em 2005, localiza-se na cidade de Ponta Grossa. Área total de 3.122ha.
  • Floresta Nacional de Açungui — Decreto de criação: Portaria n.º 559. Área: 728,78 ha. Localizado no município de Campo Largo.
  • Floresta Nacional de Piraí do Sul — Decreto de criação: Decreto de 2 de junho de 2004. Área: 170,00. Localizado no município de Piraí do Sul.
  • Estação Ecológica de Guaraqueçaba — Decreto de criação: Decreto nº 87.222, de 1982. Área: 13.638,90.
  • Floresta Nacional de Irati — Decreto de criação: Portaria n.º 559. Localizado no município de Irati.
  • Reserva Particular do Patrimônio Natural das Araucárias
  • Reserva Particular do Patrimônio Natural Vale do Corisco — Decreto de criação: Portaria nº 83, de 30 de setembro de 1999. Localizado no município de Sengés.
  • Reserva Particular do Patrimônio Natural Barra Mansa — Decreto de criação: Portaria n° 23 de 30 de março de 2000. Localizado no município de Sengés.
  • Reserva Particular do Patrimônio Natural Uru — Decreto de criação: Portaria nº 20, de 5 de março de 2004. Localizado no município da Lapa.
  • Área de Relevante Interesse Ecológico de Pinheiro e Pinheirinho – Decreto de criação: Decreto nº 91.888, de 1985. Área: 109,00. Localizado no município de Guaraqueçaba.
  • Reserva Biológica das Araucárias - Área: 11.000.
  • Refúgio de Vida Silvestre do Rio Tibagi - Área: 31.689,0.

Demografia

Ver artigo principal: Demografia do Paraná
Demografia do Paraná
Ficha técnica
Área 199.314,850 km²[10].
População 10.284.503 hab. (2007)[11].
Densidade 51 hab/km² (2007).
Crescimento demográfico 1,4% ao ano (1991-2000).
População urbana 81,4% (2000).
Domicílios 2.664.276 (2000).
Carência habitacional 260.648 (est. 2000).
Acesso à água 90,05%;
Acesso à rede de esgoto 62% (2005).
IDH 0,820 (2005).
Número de Municípios 399[12].

Segundo o censo de 2007, o estado do Paraná tem uma população de 10.284.503 habitantes. Em relação ao ano de 1991, quando a população era de 8.415.659, esses números mostram uma taxa de crescimento anual de 1,4%, inferior a do Brasil como um todo (1,6% para o ano de 2000). Ainda segundo o censo de 2000, o Paraná é o sexto estado mais populoso do Brasil e concentra 5,63% da população brasileira. Do total da população do estado, 4.826.038 habitantes são mulheres e 4.737.420 habitantes são homens. Para 2010, a estimativa é de 10.261.856 habitantes.

Esse crescimento é explicado não só pelo aumento natural da população paranaense, mas também pela entrada de colonos vindos principalmente de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais, atraídos, pelos solos férteis de matas ainda virgens.

O censo de 2000 revelou que a população urbana do Paraná é hoje maior que a população rural. Cerca de 81,5% dos habitantes do estado moram nas cidades. A densidade demográfica estadual é de 47,9 hab./km².

Rede demográfica

Ver artigo principal: Municípios do Paraná

A distribuição dos grandes municípios do Paraná é de certa forma bem homogênea. No leste a Região Metropolitana de Curitiba (RMC) engloba diversos municípios, contando com cerca de 3 milhões de habitantes. No norte Londrina e Maringá polarizam outra região fortemente povoada. No oeste a cidade de Cascavel com quase 280 mil habitantes e Toledo com aproximadamente 110 mil habitantes criam outra zona fortemente povoada, além de Foz do Iguaçu, que juntamente com Ciudad del Este no Paraguay e Puerto Iguazu na Argentina formam uma aglomeração de quase 700 mil habitantes. A região central do Paraná a despeito da baixa densidade populacional ainda sim conta com Guarapuava com cerca de 160 mil habitantes e Ponta Grossa, um pouco mais ao leste, com cerca de 300 mil.

Distribuição da População no Estado do Paraná.

Em ordem os dez municípios mais populosos do Paraná baseado nas estimativas do IBGE de 2006, são:

  1. Curitiba - 1.788.559 hab.
  2. Londrina - 495.696 hab.
  3. Maringá - 324.397 hab.
  4. Ponta Grossa - 314.973 hab.
  5. Foz do Iguaçu - 309.113 hab.
  6. Cascavel - 284.083 hab.
  7. São José dos Pinhais - 261.125 hab.
  8. Colombo - 231.787 hab.
  9. Guarapuava - 169.007 hab.
  10. Paranaguá - 147.934 hab.

Principais centros urbanos

Ficheiro:Londrinalago.jpg
Vista aérea da cidade de Londrina, conhecida como a "Capital do Norte".
  • Londrina destaca-se como centro comercial e industrial, no norte do Paraná. É a 3º maior cidade do Sul do Brasil.
  • Ponta Grossa, na parte centro-leste do estado, possui estabelecimentos metalúrgicos, de beneficiamento de trigo, fábricas de adubos e de óleos vegetais. Possui o segundo maior parque industrial do estado, sendo escolhida para a implantação de unidades de multinacionais, como Tetra Pak, Femsa, Cargill, Bunge, Louis Drayful, Sadia, Masisa, Continental, entre outras.
  • Paranaguá, às margens da baía do mesmo nome, tem um dos mais importantes portos do Brasil.
  • Maringá, no norte, destaca-se como importante centro cafeeiro, além de produtor de soja, é um importante centro atacadista do sul do país.
  • Cascavel, no oeste, forma com Toledo, cidade vizinha, uma das principais regiões do agronegócio, não só no Paraná, mas de todo o Brasil.
  • Foz do Iguaçu, no extremo-oeste, é parte de um aglomerado urbano de quase 700 mil habitantes, é também uma das regiões que mais cresce no Paraná, tendendo no próximos 5 anos a se tornar a 3° maior cidade do Paraná, ultrapassando Maringá. Em Foz do Iguaçu está localizada a maior usina hidrelétrica do mundo, Itaipu, e as cataratas do Iguaçu, um dos pontos turísticos mais visitados do Brasil.
  • Guarapuava, no centro, é a capital geográfica do Paraná. Economicamente é semelhante a Cascavel em termos de agronegócio, porém com uma importância menor.

Etnias

Etnia Porcentagem
Brancos 77,24%
Pretos 2,84%
Pardos 18,25%
Amarelos 0,92%
Indígenas 0,33%

Fonte: PNAD (dados obtidos por meio de pesquisa de autodeclaração).

Crescimento populacional do Paraná
Ano Habitantes
1872 129.722
1890 249.491
1900 327.136
1920 685.711
1940 1.236.276
1950 2.115.547
Ano Habitantes
1960 4.268.239
1970 6.929.868
1980 7.629.392
1991 8.415.659
2000 9.564.643
2005 10.261.856
2006 10.384.731

A população do Paraná é composta basicamente por brancos, negros e indígenas. No Brasil colonial, os colonizadores espanhóis foram os primeiros a iniciar o povoamento no território paranaense. Os portugueses e seus descendentes são a maioria da população do Estado. Existe também uma grande e diversificada população de descendentes de imigrantes, tais como italianos, alemães, poloneses, ucranianos, japoneses e árabes. Há também minorias de imigrantes neerlandeses, coreanos, chineses, búlgaros, russos, franceses, austríacos, chilenos, noruegueses, argentinos e muitos outros.

Indígenas (autóctones)

A distribuição primitiva do índio no Paraná limitava-se aos do grupo tupi-guarani no litoral, no oeste e noroeste; aos (botocudo e caingangue) com distribuição geográfica mal definida, mas preferencialmente sobre a Floresta de Araucária. Em 1953, foram descobertos os Xetá, que haviam se isolado na Serra dos Dourados (noroeste do estado) vivendo no mais puro estado primitivo, dos quais nada mais resta na região. Aos indígenas, o paranaense deve o nome de seu estado e de muitas de suas cidades, o hábito de tomar chimarrão e a culinária, entre outros costumes.

Os poucos descendentes indígenas existentes são protegidos pela FUNAI, e vivem em postos como São Jerônimo da Serra, Guarapuava, Palmas, Mangueirinha, Apucarana, Laranjeiras do Sul e outros. São compostos pelas etnias Kaingang, Xetá, Guarani-Ñandeva e Guarani-M'byá.

Portugueses

Os portugueses e seus descendentes constituem a maioria da população, não só por ter sido o elemento colonizador, mas também por ser o único que não sofreu restrições numéricas de entrada no Brasil. Aos portugueses, devemos a nossa língua, a religião, a base de nossa organização política, a cultura e a base de nossas instituições jurídicas. Estão presentes em todo o Paraná.

Este grupo étnico formou a primeira base da população paranaense, pois foram os descobridores do território brasileiro e seus primeiros colonizadores. Como viviam em meio a tribos indígenas, era natural a miscigenação, derivando daí os caboclos. Soldados, aventureiros e exilados à força formaram a base da população das primeiras vilas. Até o século XIX, a população paranaense era indígena, portuguesa e africana, devido a presença dos negros trazidos como escravos.

Depois, com a vinda dos imigrantes europeus, os portugueses também se encontravam entre eles, atuando no campo e nas cidades. Ainda hoje é comum encontrar cidadãos portugueses, filhos ou netos de portugueses que emigraram de seu país em várias décadas dos séculos XIX e XX, e que estão atuando em várias profissões, da agricultura à política, inclusive no Judiciário estadual, o que pode ser conferido pelos nomes tradicionais.

Herdeiros das Capitanias Hereditárias, muitos portugueses foram proprietários de extensas regiões no Paraná, especialmente no Litoral, Planalto de Curitiba e Campos Gerais. A história política paranaense está repleta de nomes portugueses, pois geralmente eram homens mais cultos, ricos e por isso influentes politicamente. Embora atualmente se dê destaque aos imigrantes alemães, italianos, holandeses, japoneses, poloneses e ucranianos, não se pode esquecer a cultura herdada dos portugueses pelo povo paranaense, especialmente no Litoral e primeiro e segundo planalto. Os açorianos transmitiram seus costumes, especialmente o fandango e seus pratos típicos, ao povo paranaense, naturalmente com adaptações regionais.

Africanos

O único grupo negro existente no Paraná é o banto. No Sul do Brasil, por causa das condições históricas de seu desenvolvimento sócio-econômico, que fora deixado em segundo plano pela Coroa Portuguesa, o negro, que constituiu a maior parte da mão-de-obra do Brasil tropical, aparece em menor número. No Paraná, concentraram-se primeiramente na Lapa, Ponta Grossa, Antonina, Paranaguá e Curitiba.

Mestiços

No estado do Paraná, os mestiços são numerosos, sendo que o mais característico é o caboclo do Litoral. Sua influência aparece nos costumes locais como o fandango (dança folclórica) e no barreado (comida regional).

Espanhóis

Os espanhóis entraram no Brasil notadamente na época do Brasil Colônia, especialmente no curto período no qual Portugal pertenceu à Espanha. Localizaram-se junto às grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. No estado do Paraná, além de se concentrarem na região de Curitiba e de Jacarezinho, descendentes de espanhóis (argentinos e paraguaios) são encontrados na fronteira com o Paraguai e a Argentina, principalmente na região de Foz do Iguaçu.

Ficheiro:Portal de Santa Felicidade 1 Curitiba Parana Brasil.jpg
Portal de Santa Felicidade, bairro onde habita a maioria dos descendentes de imigrantes italianos.

Italianos

Os italianos começaram a chegar em maior número ao Brasil a partir de 1875. Dirigiram-se principalmente ao estado de São Paulo, onde se dedicam à cultura cafeeira e às atividades industriais. Também são numerosos no Rio Grande do Sul, onde se dedicam ao cultivo e à fabricação do vinho. No Paraná, imigrantes italianos se estabeleceram a princípio no litoral (Alexandra e Morretes), porém, por causa das condições adversas do lugar, seus núcleos não progrediram. A maior parte transferiu para os arredores de Curitiba, Colombo e Santa Felicidade, onde cultivam a uva e fabricam o vinho. Também são muito expressivos nas regiões norte e oeste, devido à migração interna. A influência italiana nos usos e costumes da população paranaense pode ser constatada através de sua comida típica e do artesanato em peças de vime, encontrados em Santa Felicidade.

Mapa mostrando a disperssão das colônias alemãs no Sul do Brasil em 1905.

Alemães

Os alemães formam um dos mais importantes grupos da imigração brasileira. Sua influência é muito notada no Sul do Brasil onde marcaram a paisagem com suas habitações típicas. Dirigiram-se, a partir de 1824, para Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. Ao Paraná, os primeiros imigrantes chegaram em 1829, estabelecendo-se em Rio Negro. A partir de 1878, alemães do Volga (alemães-russos), estabeleceram-se nos Campos Gerais, próximos à Ponta Grossa e Lapa. Em 1951, alemães que se transferiram-se de Santa Catarina para o Paraná, fundaram a colônia Witmarsum, no município de Palmeira. Este núcleo centraliza várias aldeias numa cooperativa, onde seus habitantes industrializam o leite. Alemães "suábios do Danúbio" fundaram, no município de Guarapuava, a colônia Entre Rios, onde se dedicam à agricultura. No norte, os alemães se concentram em Cambé, em Rolândia, e a Oeste, em Marechal Cândido Rondon que realiza, todo ano, a mais famosa Oktoberfest do Paraná. Também são bastante numerosos em Curitiba.

Arquitetura holandesa em Carambeí (PR).

Holandeses

Os holandeses (ou mais corretamente, "neerlandeses"), apesar de serem pouco numerosos, trouxeram grandes benefícios ao Paraná. Dirigiram-se, em 1911, para os Campos de Castro onde introduziram com êxito a pecuária leiteira e sua industrialização, dando origem à Cooperativa Agro-Pecuária Batavo. Seus principais núcleos estão em Carambeí, Castrolanda e Arapoti.

Ainda de origem germânica, estabeleceram-se, em proporções menores em terras paranaenses: austríacos, suíços, ingleses e estadunidenses.

Casa do Colono Polonês (Bosque do Papa).

Poloneses

Os poloneses formam o grupo mais numeroso de imigrantes do Paraná. Começaram a chegar em 1871, distribuindo-se pelos arredores de Curitiba (Pilarzinho, Abranches, Santa Cândida), Araucária (Tomás Coelho), São José dos Pinhais, Contenda e Campo Largo. Também se expandiram pelo centro-sul, formando colônias em Castro, Mallet, Cruz Machado, São Mateus do Sul, Irati, Palmeira, União da Vitória, Prudentópolis e vários outros locais. Em Londrina, temos a colônia de Warta, fundada por migrantes vindos de Santa Catarina.

Memorial Ucraniano, no Parque Tingüi, em Curitiba (PR).

Ucranianos

Os ucranianos distinguem-se dos poloneses pela língua, pelos costumes e pela sua origem histórica. Povo agrícola, vindo da Ucrânia, trouxe o estilo bizantino de suas igrejas, seus trajes bordados e suas danças típicas. Formam núcleos importantes em Mallet, Prudentópolis, Ponta Grossa, União da Vitória, Cruz Machado, Vera Guarani, Rio Azul, Ivaí, Apucarana, Campo Mourão e Curitiba. O início da imigração ucraniana deu-se em 1891.

Árabes e judeus

O maior grupo de brancos asiáticos encontrados no Brasil pertence aos povos semitas da Ásia Menor. São os judeus, os árabes, os sírios e os libaneses que, espalhados pelas grandes cidades, dedicam-se tradicionalmente ao comércio.

Praça do Japão, homenagem à imigração japonesa, em Curitiba (PR).

Japoneses

Os japoneses são os asiáticos que mais vieram para o Brasil. O início de sua entrada no País data de 1908, acentuando-se a partir de 1920 e depois da Segunda Guerra Mundial. Dirigiram-se em sua maioria para São Paulo, Amazônia e norte do Paraná.

No Paraná, as primeiras colônias japonesas foram fundadas no litoral (Paranaguá, Antonina, Morretes, Cacatu) e no Planalto de Curitiba. Mas o grande reduto de japoneses é o norte, principalmente em Londrina, Assaí, Maringá e Cambará. Dedicaram-se à horticultura e à outras atividades agrícolas.

Coreanos

Os coreanos chegaram a partir de 1967 e foram instalados em Santa Maria, núcleo localizado no quilômetro 144 da Rodovia do Café, em plena região dos Campos Gerais.

Chineses

Os chineses, em menor número, concentraram-se mais nas cidades e têm vindo principalmente de Formosa.

Política

Ver artigo principal: Política do Paraná
Política do Paraná
Ficha técnica
Governador Roberto Requião (PMDB).
Vice-Governador Orlando Pessutti
Senadores Álvaro Dias (PSDB)

Flávio Arns (PT)

Osmar Dias (PDT)

Deputados federais 30
Deputados estaduais 54
Eleitores 6.663.384 (5,8% do eleitorado brasileiro) (maio/2002).
Sede do governo
Nome Palácio Iguaçu
Página governamental
Endereço http://www.pr.gov.br

O estado do Paraná é governado por três poderes, o executivo, representado pelo governador, o legislativo, representado pela Assembléia Legislativa do Paraná, e o judiciário, representado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná e outros tribunais e juízes. Também é permitida a participação popular nas decisões do governo através de referendos e plebiscitos.

A atual constituição do estado do Paraná foi promulgada em 1989[16], acrescida das alterações resultantes de posteriores ações diretas de inconstitucionalidade.

Ficheiro:Palácio das Araucárias Curitiba Paraná Brasil.jpg
O Palácio das Araucárias, em Curitiba, é a nova sede do governo do Paraná desde 14 de maio de 2007.

O Poder Executivo paranaense está centralizado no governador do estado, que é eleito em sufrágio universal e voto direto e secreto, pela população para mandatos de até quatro anos de duração, e podem ser reeleitos para mais um mandato. Sua sede é o Palácio das Araucárias, que desde 14 de maio de 2007 é a sede do governo paranaense[17], substituindo o Palácio Iguaçu que passará por reformas a partir de 2008 ou 2009, após concluído o processo de licitação[18]. A residência oficial do governador é a Granja do Canguiri, localizada no município de Pinhais.

O Paraná possui as seguintes secretarias de estado:

  • Administração e Previdência;
  • Agricultura e Abastecimento;
  • Ciência, Tecnologia e Ensino Superior;
  • Comunicação Social;
  • Cultura;
  • Desenvolvimento Urbano;
  • Educação;
  • Fazenda;
  • Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul;
  • Justiça e Cidadania;
  • Meio-Ambiente e Recursos Hídricos;
  • Obras Públicas;
  • Planejamento e Coordenação Geral;
  • Saúde;
  • Segurança Pública;
  • Trabalho, Emprego e Promoção Social;
  • Transportes;
  • Turismo.
Assembléia Legislativa do Paraná.

O Poder Legislativo do Paraná é unicameral, constituído pela Assembléia Legislativa do Paraná, localizado no Centro Legislativo Presidente Aníbal Khury. Ela é constituída por 54 deputados, que são eleitos a cada 4 anos. No Congresso Nacional, a representação paranaense é de 3 senadores e 30 deputados federais.


A maior corte do Poder Judiciário paranaense é o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, localizado no Centro Cívico. Compõem o poder judiciário os desembargadores e os juízes de direito.

O Paraná está dividido em 399 municípios. O mais populoso deles é a capital, Curitiba, com 1 milhão de habitantes, sendo a cidade mais rica do estado e da Região Sul do Brasil. Sua região metropolitana possui aproximadamente 3 milhões de habitantes, quase a metade de toda a população do estado.

Subdivisões

Ver artigos principais: Mesorregiões do PR, Microrregiões do PR e Municípios do PR.

O estado do Paraná é dividido em dez (10) mesorregiões, trinta e nove (39) microrregiões e trezentos e noventa e nove (399) municípios, segundo o IBGE.

O estado do Paraná dividido em suas mesorregiões, microrregiões e municípios.

Cultura

Ver artigo principal: Cultura do Paraná

É muito rica, justamente por ter recebido a contribuição dos portugueses e espanhóis; dos africanos e indígenas; dos imigrantes italianos, alemães, holandeses, poloneses, ucranianos, japoneses, árabes, coreanos, chineses e búlgaros; dos gaúchos, catarinenses, mineiros, baianos e nordestinos.

A Biblioteca Pública do Paraná, em Curitiba (PR), é a maior e mais completa biblioteca do estado em número de acervo bibliográfico.
O Museu Paranaense, em Curitiba (PR).

Bibliotecas

As mais completas bibliotecas estão em Curitiba: a Biblioteca Pública do Paraná, a Biblioteca do Museu Paranaense, as bibliotecas da Faculdade de Direito, da Faculdade de Medicina, da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Paraná e a da Faculdade de Filosofia da Universidade Católica do Paraná. Há também bibliotecas especializadas, como a da Emater, que possui um grande acervo relacionado com tecnologias agrícolas, e a da Ocepar (Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná), especializada em assuntos relacionados com o cooperativismo.

Museus

O Paraná tem 51 museus. Na capital, o Museu Paranaense, o mais importante de todos os museus do Estado, guarda objetos de arte antiga e peças indígenas; o Museu David Carneiro tem documentos históricos, artísticos e arqueológicos; o Museu Guido Viaro, o Museu Oscar Niemeyer, e o Museu Alfredo Andersen contém telas de pintores famosos e objetos de arte; o Museu da Imagem e do Som guarda depoimentos de diversas pessoas ligadas à vida artística. Em Paranaguá está o Museu de Arqueologia e Artes Populares, da Universidade Federal do Paraná, e no município da Lapa, o Museu das Armas. Na cidade de Londrina se encontram o Museu Histórico de Londrina e o Museu de Arte de Londrina. Em Ponta Grossa encontra-se o Museu Campos Gerais, da Universidade Estadual de Ponta Grossa(UEPG). Em Cascavel o Museu de Artes de Cascavel e Museu da Imagem e do Som de Cascavel.

Teatros

O maior teatro do Paraná é o Teatro Guaíra de Curitiba, que conta com um auditório principal para 2.173 pessoas e outros dois secundários para 608 espectadores somados. A capital também tem destaque para a Ópera de Arame, importante obra arquitetônica com capacidade para 2.100 pessoas, e o Teatro Paiol.

No interior, o maior teatro é o Teatro Municipal de Toledo, com 1.022 assentos. Logo depois estão o moderno Calil Haddad em Maringá para 800 espectadores e o histórico Cine-Teatro Ópera, em Ponta Grossa, para 933 pessoas divididos em três auditórios.

Festas

Pratos Típicos

Feriados

Data Nome Observações
19 de dezembro Emancipação política do Paraná Em comemoração ao nascimento da Província do Paraná, desmembrada da Província de São Paulo.

Economia

Ver artigo principal: Economia do Paraná
Economia do Paraná
Ficha técnica
Participação no PIB nacional 05.90% (2005).
PIB per capita R$ 12.339 (2005).
Composição do PIB
Agropecuária 14,1% (1999).
Indústria 39,7% (1999).
Serviços 46,2% (1999).
Atividades econômicas
Agricultura cana-de-açúcar (28.776.960 t), milho (9.498.250 t), soja (9.460.182 t), mandioca (3.410.127 t), trigo (2.476.302 t), feijão (619.623 t), batata (580.486 t), laranja (250.000 t), cevada (120.835 t), centeio (1.575 t) (prelim. maio/2002).
Extrativismo madeira (3.587.266 m³), lenha (3.165.668 m³), noz de pinho (308.489 m³), madeira de pinheiro (262.317 m³), erva-mate (109.575 t), carvão vegetal (72.378 t), pinhão (1.321 t) (2000).
Pecuária aves (142.996.037), bovinos (9.645.866), suínos (4.224.838), ovinos (548.998), eqüinos (479.928), bubalinos (65.064) (2000).
Mineração gás natural (86 milhões m³), petróleo (386.237 m³) (2001), areia e cascalho (14.935.000 m³), pedra britada (10.321.185 m³), calcário (8.196.865 t), carvão (84.724 t), água mineral (191.197.582 l) (2000).
Exportações (US$ 5,3 bilhões): soja e derivados (31%), veículos e peças (21%), outros alimentos (13%), madeira (9%), carne congelada (8%).
Importações (US$ 4,9 bilhões): veículos e peças (17%), petróleo (11%), outras máquinas e motores (7%), fertilizantes (7%), componentes eletrônicos (6%), petroquímicos (5%), grãos (4%) (2001).
Energia elétrica
Geração 78.808 GWh (2001).
Consumo 17.539 GWh (2001).
Telecomunicações
Telefonia fixa 2,6 milhões de linhas (est. 2002).
Celulares 2,1 milhões (est. 2002).

A economia do Estado se baseia na agricultura (cana-de-açúcar, milho, soja, trigo, café, tomate, mandioca), na indústria (agroindústria, indústria automobilística, papel e celulose) e no extrativismo vegetal (madeira e erva-mate).

Entre as atividades econômicas desenvolvidas no Paraná, destacam-se a agricultura e a pecuária, além de um setor industrial em franca expansão.

Os principais produtos agrícolas do Paraná são a cana-de-açúcar (26,5 milhões de toneladas), o milho (12,2 milhões de toneladas), a soja (8, 3 milhões de toneladas), a mandioca (4,5 milhões de toneladas), o trigo (2 milhões de toneladas), o algodão (167 mil toneladas) e a laranja (1,4 bilhão de frutos).

O rebanho bovino soma 9,5 milhões de cabeças; o suíno, 4,2 milhões; e o ovino, 570 mil. A avicultura conta 125 milhões de galináceos.

Há importantes jazidas de calcário no Paraná. Outras atividades econômicas relevantes são a extração de gás natural e água mineral e a pequena produção de petróleo.

Os principais setores industriais paranaenses são a agroindústria, o de papel e celulose, o de fertilizantes e, mais recentemente, o automobilístico e o de eletroeletrônicos.

Existem três pontos importantes de turismo no Paraná. O primeiro destino é o Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, tombado pela Unesco como patrimônio natural da humanidade, onde se encontram as famosas cataratas do Iguaçu. Além disso, a região de Vila Velha apresenta atrativos geológicos, e a serra da Graciosa, próxima ao litoral, oferece opções de turismo gastronômico. No litoral, a ilha do Mel atrai banhistas de todo o Brasil e do exterior. A capital, Curitiba, tem se firmado no cenário nacional como importante centro cultural e de lazer.

O Paraná dispõe de cerca de 261,2 mil quilômetros de rodovias. Além disso, o estado é cortado por importantes rodovias federais, como a BR-101 e a BR-116, com intenso tráfego de caminhões. A rede ferroviária no Paraná alcança aproximadamente 2.250 quilômetros.

PIB

O Paraná possui o 5º PIB do Brasil, com 126.621.933.000 de reais, representando 05.90% do PIB nacional no ano de 2005, contra 6,4% em 2003. Entretanto o crescimento do PIB paranaense vem apresentando sinais de desaquecimento nos últimos dois anos. Em 2003 a variação real foi de 5,2% em relação ao ano anterior. No ano seguinte, 2004, houve variação de 3,2%. Em 2005 a variação estimada pelo IPARDES é de apenas 0,3%. Essa desaceleração pode ser atribuída às crises no campo que vêm atingindo o estado nos últimos anos, e que acabam refletindo no comércio, serviços e até indústria. Cerca de 15% do PIB paranaense provém da agricultura. Outros 40% vem da indústria e os restantes 45% vem do setor terciário. Em 2007 apresenta um crescimento de mais de 7% do PIB, um dos melhores do país naquele ano.

Evolução do PIB e do PIB per capita do Paraná
Anos PIB
(em reais)
PIB per capita
(em reais)
2002 88.407.076 8.945
2003 109.458.876 10.935
2004 122.433.731 12.080
2005 126.621.933 12.339

Agropecuária

Ficheiro:Coffee1.jpg
O café é um dos principais produtos agrícolas do Paraná.

As principais riquezas agrícolas do Paraná são o trigo, o milho e a soja, produtos de que já obteve safras recordistas, na competição com outros estados. A cultura da soja é a mais recente das três e expandiu-se tanto no norte como no oeste do estado e, posteriormente, no sul. Também é importante a produção de algodão herbáceo, principalmente no norte, assim como a produção do feijão, no norte pioneiro, com destaque para as cidades de Santana do Itararé e Wenceslau Braz, principais produtores. A cafeicultura, que se segue entre as riquezas da terra, se não goza do mesmo esplendor do passado (o Paraná, sozinho, já chegou a produzir 60% do café de todo o mundo), ainda conserva o Paraná entre os maiores produtores do Brasil. Sua maior densidade cobre a área a oeste de Apucarana. Vêm em seguida as terras da zona de Bandeirantes, Santa Amélia e Jacarezinho.

No que diz respeito à pecuária, o Paraná conta com grande rebanho de bovinos e está sempre entre os principais criadores brasileiros de suínos, especialmente no centro, sul e leste do estado. Nas últimas décadas, os rebanhos tanto de bois como de porcos expandiram-se bastante. Como nos outros estados da região Sul, são diferentes, no Paraná, os modos como se usa a terra de campo ou floresta. Em geral, nas zonas de campo, pratica-se a criação extensiva; nas zonas de floresta, desenvolvem-se as plantações e pastos artificiais para a engorda. São ainda significativas, no Paraná, as produções de ovos, de casulos do bicho-da-seda, mel e cera de abelha. Mas é na avicultura que o estado vem se destacando nos últimos dez anos, graças à implantação de frigoríficos pela iniciativa privada e pelas cooperativas. A avicultura é produzida em praticamente todas as regiões acompanhando as áreas onde se produz milho, que é a matéria-prima para a ração das aves. As aves são exportadas para mais de uma dezena de países.

Mineração

O subsolo paranaense é muito rico em minerais. Ocorrem reservas consideráveis de areia, argila, calcário, caulim, dolomita, talco e mármore, além de outras menores (baritina, cálcio). A bacia carbonífera do estado é a terceira do país, e a de xisto, a segunda. Quanto aos minerais metálicos, foram medidos depósitos de chumbo, cobre e ferro.

Extrativismo vegetal

Ficheiro:Pinheiros2.jpg
A madeira do pinheiro-do-paraná foi um produto importante do extrativismo vegetal.

Uma riqueza essencialmente paranaense, a dos pinheirais, esteve bastante ameaçada pela indústria madeireira e pela agricultura extensiva. Em 1984, o Instituto de Terras e Cartografia do Paraná informava que as florestas do estado estavam reduzidas a 11,9% do que haviam sido cinqüenta anos antes, quando se implantou no Paraná o primeiro código florestal. Do final da década de 1980 em diante, o governo passou a disciplinar o uso do solo e dos recursos florestais de acordo com uma política de proteção ao meio ambiente e de ininterrupto reflorestamento. Uma outra riqueza vegetal que é extraída dos solos paranaenses é a erva-mate (usada para chimarrão, uma bebida típica da região sul do país).


Setor secundário

Indústria

Na segunda metade do século XX, as atividades industriais tomaram impulso considerável na economia paranaense. Foi em decorrência desse impulso que se deu a crescente urbanização, não só na região em torno de Curitiba, como em pólos do interior, a exemplo de Ponta Grossa - maior parque industrial do interior -, Londrina e Cascavel. Os principais gêneros de indústria são os de produtos alimentícios e de madeira. Curitiba é o maior centro industrial e os principais setores de sua indústria são o alimentar e de mobiliário, de madeira, minerais não-metálicos, produtos químicos e bebidas. Na Região Metropolitana de Curitiba, em São José dos Pinhais, encontram-se ainda unidades industriais (montadoras) da Volkswagen-Audi e da Renault, ambas de grande porte, o que torna a região o segundo pólo automotivo do país. O setor de madeira acha-se disperso no interior, com centros de importância em União da Vitória, Guarapuava e Cascavel.

O centro mais significativo dos produtos alimentícios é Londrina, sendo também muito importante a atividade em Ponta Grossa, considerado um dos maiores parques moageiros de milho e soja da América Latina. Ponta Grossa também tem destaque no setor metal-mecânico. A principal unidade industrial do estado é a Companhia Fabricadora de Papel do grupo Klabin, instalada no conjunto da Fazenda Monte Alegre, no município de Telêmaco Borba.

Energia

Vista aérea da Usina Hidrelétrica de Itaipu, a maior usina hidrelétrica do mundo.

O Paraná tem um grande potencial hidrelétrico muito bem aproveitado, especialmente no rio Iguaçu, onde foram construídas várias hidrelétricas, entre elas as de foz do rio Areia, Salto Osório e Salto Santiago. Próximo a Curitiba está a Usina Hidrelétrica de Capivari Cachoeira, uma das primeiras construídas pela Copel, a companhia estadual de energia elétrica. Mais recentemente foram construídas pequenas centrais hidrelétricas em vários rios de menor porte, como a de Chavantes e Vossoroca. No rio Chopim, no sudoeste do estado, foi construída a Usina Hidrelétrica de Júlio Mesquita Filho. Mas está localizada entre o Brasil e o Paraguai, no rio Paraná, a Usina Hidrelétrica de Itaipu, a maior do mundo, construída em conjunto com o país vizinho, e que fornece energia para vários estados brasileiros. Tem capacidade para produzir 14.000 MW e só em 2007, quando foi concluída, instalou as últimas turbinas. Teve suas comportas fechadas em 12 de outubro de 1982 e a usina hidrelétrica foi inaugurada em 5 de novembro do mesmo ano, durante a presença dos presidentes João Baptista Figueiredo, do Brasil e Alfredo Stroessner, do Paraguai.

Mas o Paraná também é rico em energia gerada pelas usinas de açúcar e álcool, que produzem eletricidade a partir da queima do bagaço da cana-de-açúcar.


Setor terciário

Comércio

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Vista aérea do Porto de Paranaguá.
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Vista aérea do Porto de Antonina.

O Paraná é um dos estados que mais contribuiu para as exportações brasileiras. Vários órgãos, como o Centro de Exportação do Paraná (CEXPAR) e a Carteira do Comércio Exterior do Banco do Brasil (CACEX) vêm estimulando cada vez mais o comércio externo.

As exportações paranaenses para o mercado externo são feitas pelo porto de Paranaguá, por Foz do Iguaçu, pelo Aeroporto Internacional Afonso Pena e uma pequena parte pela cidade de Barracão no sudoeste do estado.

A área comercial do porto de Paranaguá estende-se por todo o Paraná, pela maior parte de Santa Catarina, pelo extremo norte do Rio Grande do Sul, pela parte meridional de Mato Grosso do Sul e pela República do Paraguai.

Paranaguá tem todas as condições de um grande porto. Possui modernos equipamentos de carga e descarga, pátio para "contêineres", terminais para o sistema de transporte denominado "Roll-on-Roll-off" e cais para inflamáveis. A implantação de um moderno terminal graneleiro veio facilitar o escoamento da safra agrícola. Daí ser o porto de Paranaguá um dos quatro terminais marítimos brasileiros que formam os Corredores de Exportação.

A atividade portuária de Antonina volta-se para o comércio interno brasileiro, através da navegação de cabotagem. Em seu cais está situado um entreposto de importação de carvão mineral, destinado às indústrias paranaenses.

Os principais produtos exportados pelo Paraná são: soja em grão, farelo de soja, milho, algodão, café, erva-mate, produtos refinados de petróleo, caminhões e outros.

Os principais produtos importados pelo Paraná são: trigo, petróleo e derivados, fertilizantes, veículos, máquinas, carvão mineral, vidros, eletrodomésticos e outros.

O comércio exterior é feito com os seguintes países: Estados Unidos da América, Alemanha, Itália, Países Baixos, Japão, Bélgica, Noruega, Inglaterra, Canadá, Argentina e outros.

O comércio interno se faz com os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e outros.

Panorama das Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu: Ponto turístico atrai mais de 1 milhão de visitantes todo ano.

Turismo

O Paraná é um dos estados que tem um grande número de parques nacionais, destacando-se o Parque Nacional do Iguaçu e o Parque Nacional do Superagüi. Foz do Iguaçu com cerca de 250 quedas-d’águas e 75 metros de altura, é conhecida internacionalmente. A Garganta do Diabo é uma das atrações do maior conjunto de cataratas do mundo. Além das visitas às atrações naturais, é um passeio bastante cotado conhecer a gigantesca hidroelétrica de Itaipú, no norte pioneiro.

Praia do Brejatuba em Guaratuba.

Outro ponto de interesse turístico é o Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa, onde as rochas esculpidas pelos ventos e pelas águas parecem ruínas de uma grande cidade. Ainda em Ponta Grossa pode-se visitar o Buraco do Padre, a Capela de Santa Bárbara (construída pelos Jesuítas) e a Cachoeira da Mariquinha. Em Maringá existe a Catedral de Maringá (Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Glória), segundo monumento mais alto da América do Sul e décimo do mundo. Crescente visitação tem ocorrido na região do cânion Guartelá, em Tibagi.

As praias de Caiobá, Matinhos, Guaratuba, Pontal do Paraná e Praia de Leste são as mais freqüentadas do Paraná. São procuradas por turistas não só no verão, mas também no inverno, quando parte da população vai para o litoral fugindo do frio do planalto.

Curitiba, capital do estado do Paraná, tem um planejamento urbanístico arrojado que serve de modelo a outras cidades brasileiras. Na fotografia, o Jardim Botânico, que reúne espécimes da variada flora local, provenientes da mata de araucárias, floresta tropical e mata atlântica.
Palácio Avenida

Curitiba é hoje um importante destino turístico brasileiro, especialmente procurado por turistas oriundos de estados vizinhos que chegam à cidade por via terrestre. Um importante aumento no "turismo de negócios" tem também se verificado nas últimas décadas. Seja por razões de lazer ou trabalho, o fluxo de visitantes estimado no ano de 2006 chega a ser surpreendente: mais de 1.800.000 pessoas, ou seja, maior que o número de habitantes da cidade.

Os principais pontos de visitação da cidade são seus parques, e Curitiba conta com uma bem distribuída rede deles. Destacam-se o Jardim Botânico, com sua estufa iluminada (famoso cartão postal), o Parque Tanguá e a Ópera de Arame. Além dos parques, são procurados o museu Oscar Niemeyer, com seu curioso anexo em forma de "olho", a Rua 24 Horas, a panorâmica Torre da Telepar (Torre das Mercês), a praça Santos Andrade onde ficam o Teatro Guaíra e o edifício histórico da Universidade Federal do Paraná, e, em dezembro, o Palácio Avenida, sede do grupo HSBC, onde ocorre o tradicional espetáculo do coral natalino infantil, que reúne milhares de pessoas no calçadão da rua XV de novembro.

Os vistantes podem ter acesso a todos os principais parques e pontos turísticos da cidade (exceto os centrais) através de uma linha de ônibus circular especial, a custo baixo. Para os adeptos do ciclismo, existe uma importante (para os padrões brasileiros) rede de ciclovias, que permite acesso a vários recantos agradáveis da cidade em meio a áreas verdes. Encontram-se, porém, poucos locais de locação de bicicletas.

Curitiba tem outros pontos turísticos interessantes que merecem ser visitados: o Relógio das Flores, montado em um grande canteiro no centro histórico (o Largo da Ordem); o bairro de Santa Felicidade, onde se encontram vários restaurantes com comidas típicas de diferentes países; a "Boca Maldita", na avenida Luís Xavier, a "menor do mundo", pois tem apenas um quarteirão, onde políticos se reúnem no final da tarde para conversar sobre os principais assuntos do dia e trocar informações; as feiras de arte e artesanato aos sábados e domingos, além de outros parques e bosques.

Paranaguá, a primeira cidade fundada no Estado, em 1648, guarda em suas igrejas de estilo barroco alguma coisa da história da época. Também pode-se ir de litorina da capital até Paranaguá numa viagem bastante interessante.

Morretes

A Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá, construída pelo império há mais de cem anos, corta a serra do Mar através de túneis e viadutos, atravessando precipícios a todo instante. A beleza da paisagem, formada pela mata quase virgem e por diversas quedas-d’água, é valorizada pelos abismos. Outro trajeto turístico da Serra do Mar é a estrada da Graciosa, de história mais antiga que a propria ferrovia, um sinuoso e encantador caminho, em sua maior parte de paralelepípedos, que desce a serra em meio a exuberante vegetação e vistas panorâmicas, chegando a Morretes (por onde também passa a ferrovia), cidade histórica, onde se saboreia o barreado, prato típico do litoral paranaense, e onde se praticam múltiplas modalidades de ecoturismo. A cidade é também famosa pela qualidade e variedade do artesanato e por seus alambiques, que produzem cachaça de qualidade.

Placa de boas vindas à Ilha do Mel, logo na chegada.

De lancha, pela baía de Paranaguá, pode-se alcançar a ilha do Mel, onde a história e a natureza se misturam.

Na cidade da Lapa, são Benedito é festejado (dezembro[20]) com a "congada" (dança dos negros congos, de origem africana, onde descendentes de escravos falam, recitam, cantam e dançam).

Outras danças populares são o curitibano, com os pares fazendo roda; o quebra-mana, uma mistura de valsa e sapateado; e o nhô-chico, dança ao som de violas, característica do litoral.

Durante o ano inteiro, se realizam feiras e festivais, destacando-se a München Fest de Ponta Grossa, a Oktoberfest de Rolândia, o Festival Internacional de Londrina, Festival de Teatro de Curitiba (o principal do país), Festival do Folclore, a Feira do Comércio e Indústria e a Feira de Móveis do Paraná (Movelpar). Atraem ainda considerável interesse as feiras agropecuárias de grande porte, em especial Expo Londrina, a maior da América Latina.

Mídia

Emissoras de rádio

Há importantes estações radiodifusoras distribuídas pelo Paraná, tanto na cidade de Curitiba como em cidades interiorianas, como Ibaiti, União da Vitória, Maringá, Apucarana, Arapongas, Castro, Pato Branco, Ponta Grossa, Londrina, Cascavel, Paranavaí, Guarapuava, Umuarama e Foz do Iguaçu, sendo as mais importantes emissoras, a saber: Rádio Clube Paranaense, Fundação Educacional Dom Pedro Felipak, Rádio Cidade de Curitiba, Rádio Colombo do Paraná, Rádio Continental de Curitiba, Rádio Cultura de Curitiba, Rádio Marumby (Curitiba), Rádio Difusora de Paranaguá, Rádio Clube Pontagrossense, Rádio Difusora União (União da Vitória), Rádio Cultura de Maringá, Rádio Difusora de Apucarana, Rádio Londrina, Rádio Nova Inconfidência AM (Umuarama), Rádio Capital FM (Cascavel), Rádio Movimento FM (Pato Branco) e Rádio Paranavaí.

Emissoras de TV

As principais estações e emissoras de televisão da capital são a Band Curitiba (Canal 02), a TV Iguaçu (Canal 04), a TV CNT Curitiba (Canal 06), a RIC TV (Canal 07), a Paraná Educativa (Canal 09), e a RPC TV Paranaense (Canal 12); mas também existem emissoras distribuídas por cidades do interior, como Ponta Grossa, Arapongas, Londrina, Maringá, Guarapuava, Foz do Iguaçu, Paranavaí e Cascavel. No interior destaca-se a TV Sudoeste Pato Branco e o Sistema de Comunicação Carvalho, com 6 emissoras entre elas: TV Amizade, TV Época, TV Antares, TV Planalto, TV Aymoré e TV Carajás.

Jornais

Saúde

Mortalidade infantil 20,0 por mil nascimentos (2005)
Médicos 16,9 por 10 mil hab. (2005)
Leitos hospitalares 2,3 por mil hab. (2005)


Educação

Universidade Federal do Paraná.

De acordo com o PNUD do ano 2000 o IDH-Educação do Paraná é 0,879. Dentre os municípios do estado, o melhor resultado foi de Curitiba com 0,946 e o pior foi Ortigueira com 0,687. Ainda de acordo com a pesquisa, o índice de anafalbetismo no estado em adultos acima de 25 anos era 11,7%, sendo o menor índice 3,4%, registrado em Quatro Pontes, e o maior 43,6% no município de Tunas do Paraná, localizado no Vale do Ribeira, notadamente a região mais pobre do estado. A cidade de Palotina, no oeste do estado, possui o menor índice de desistência escolar do Brasil. A cada 100 alunos apenas 1 não conclui o ensino fundamental.

Em 1912 é fundada a Universidade Federal do Paraná, a primeira universidade brasileira. Além da UFPR, o Paraná tem universidades estaduais espalhadas pelo estado nas principais cidades de cada região. Em Ponta Grossa a universidade estadual é a UEPG, em Londrina é a UEL, Maringá conta com a UEM, Guarapuava é sede da UNICENTRO, Cascavel é a cidade-base da UNIOESTE, que ainda conta com campus espalhados por vários outros municípios, assim como Cornélio Procópio é a cidade-base da UENP. O Paraná também conta com uma nova universidade federal, após a conversão do CEFET-PR em UTFPR, a primeira universidade tecnológica do país, com campi em Apucarana, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Curitiba, Dois Vizinhos, Francisco Beltrão, Londrina, Medianeira, Ponta Grossa, Pato Branco e Toledo.

Matrículas Docentes Escolas
Total Pública Privada Total Pública Privada Total Pública Privada
Ensino Pré-Escolar 248.356 173.893 74.463 14.094 8.428 5.666 4.520 3.121 1.399
Ensino Fundamental 1.683.914 1.547.689 136.225 92.154 80.993 11.161 6.478 5.773 705
Ensino Médio 467.730 412.827 54.903 32.094 26.630 5.464 1.398 1.102 296
Ensino Superior 272.714 100.817 171.897 21.580 8.845 12.735 151 22 129


Transportes

Ver artigo principal: Transportes do Paraná
Aeroporto Internacional Afonso Pena.

Aeroportos

O estado tem dois aeroportos internacionais, o de São José dos Pinhais e o de Foz do Iguaçu, importante ligação com os países do Mercosul, além de dois aeroportos domésticos, em Londrina, Maringá e Cascavel. Curitiba conta com o Aeroporto de Bacacheri.

Portos

O porto de Paranaguá, um dos mais importantes do país, foi objeto de um intenso programa de modernização, com dragagem, ampliação do cais, renovação de equipamento, inclusive a construção de um terminal de contêineres e de silos com unidades sugadoras. Além do porto de Paranaguá, merece destaque o porto de Antonina.

Hidrovias

O Paraná liga-se ao Brasil e ao exterior pelos portos de Paranaguá e Antonina.

Serviços de barcos servem os habitantes das vilas e povoados que se encontram nas ilhas e às margens da baía de Paranaguá. Uns partem para a Ilha do Mel, outros para Guaraqueçaba, outros ainda para Cananéia e Iguape no estado de São Paulo, utilizando-se do canal do Varadouro.

Serviços de ferry-boat são feitos na baía de Guaratuba, ligando a cidade do mesmo nome (Porto Damião de Souza) à Caiobá (Porto da Passagem).

O transporte fluvial é feito em maior escala no rio Paraná, ligando a cidade de Guaíra com o estado de São Paulo e, através de ferry-boat, com Mato Grosso do Sul. A navegação fluvial também existe em Foz do Iguaçu, na ligação Brasil e Argentina.

Mapa de transportes do Paraná.

Rodovias

Ver artigo principal: Rodovias do Paraná

A rede de rodovias pavimentadas compreende duas estradas de penetração, no sentido leste-oeste: a ligação Ourinhos SP-Londrina-Apucarana-Maringá-Paranavaí (BR-369/BR-376) e a ligação Paranaguá-Curitiba-Ponta Grossa-Guarapuava-Cascavel-Foz do Iguaçu (BR-277). Em sentido transversal, figuram as ligações Apucarana-Ponta Grossa (BR-376), Sorocaba-Curitiba e São Paulo-Curitiba-Rio Negro. Esta última prolonga-se até o extremo sul do Rio Grande do Sul e é parte da BR-116.

Ferrovias

O sistema ferroviário paranaense desfruta de notável participação na vida econômica do estado. No setor meridional, o estado é servido pelas linhas da Ferroeste (Antiga Ferropar), a ferrovia da soja, que passou a ser operada pela iniciativa privada em 1997 e retomada pelo Governo no começo de 2007, no trecho entre Guarapuava e Cascavel, com uma extensão (em projeto) até Guaíra e Foz do Iguaçu. Uma outra estrada de ferro faz as ligações de entre o Porto de Paranaguá com Curitiba, Guarapuava, Londrina, Ponta Grossa e Maringá. No sentido norte-sul, encontram-se as linhas da ALL - América Latina Logística (ex-ferrovia Sul-Atlântico), correspondente à malha sul da antiga Rede Ferroviária Federal, também privatizada na década de 1990, que faz a ligação do Paraná com os estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Tópicos miscelâneos

Igreja Católica

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Catedral de Maringá, o segundo monumento mais alto da América do Sul.

A Igreja Católica divide-se administrativamente em quatro arquidioceses, Cascavel, Curitiba, Arquidiocese de Londrina e Arquidiocese de Maringá, e quatorze dioceses: Diocese de Apucarana, Diocese de Campo Mourão, Diocese de Cornélio Procópio, Diocese de Foz do Iguaçu, Diocese de Guarapuava, Diocese de Jacarezinho, Diocese de Palmas-Francisco Beltrão, Diocese de Paranaguá, Diocese de Paranavaí, Diocese de Ponta Grossa, Diocese de São José dos Pinhais, Diocese de Toledo, Diocese de Umuarama e Diocese de União da Vitória.

Problemas atuais

Os problemas que atualmente assolam o Paraná estão interligados. Em primeiro lugar, grande parte da população não teve acesso à educação básica, que lhe permitisse ingressar no mercado de trabalho ou desenvolver adequadamente seus negócios próprios. O pouco esclarecimento dos chefes de família, a falta de recursos financeiros e a não organização do Estado para dar educação a todos fez que grande contingente da população não alcançasse o nível de educação desejado.

Esse contingente populacional se obrigou a buscar trabalho mal remunerado, muitas vezes trabalhos como autônomos, o que não dá garantias trabalhistas nem previdenciais e sociais.

Também o abandono da cafeicultura e da produção de algodão foram causas importantes da pobreza e da migração das populações pobres para a periferia das metrópoles, agravando os problemas pela concentração da pobreza em bairros de posseiros, onde grassam os problemas com alcoolismo, criminalidade e consumo de tóxicos.

Pode-se afirmar que há dois Paranás: o da classe mais rica do campo e das cidades; e o dos marginalizados economicamente. Não se faz redistribuição de renda sem participação nas atividades econômicas, mas para isso é preciso ter formação profissional adequada, o que permite o acesso ao trabalho melhor remunerado. À medida que cresce a economia do Paraná, no campo e nas cidades, melhora a distribuição de renda entre a população.

Cabe ao Estado reinvestir de forma adequada os recursos provenientes dos tributos, reduzindo a distância entre ricos e pobres. Oferecendo boas condições de educação, saúde e habitação aos menos favorecidos, corrige-se aos poucos a injustiça que ocorre com a predominância de poucos detentores do capital sobre muitos que pouco têm.

Para corrigir os problemas oriundos da pobreza o Estado tem que intervir, fazendo chegar aos menos favorecidos os insumos do desenvolvimento, que são a educação básica e o acesso ao ensino superior gratuito.

Filhos ilustres

Ver também

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Referências

Bibliográficas

Endereços na Internet

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