Saltar para o conteúdo

Itaúna

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outras cidades com este nome, veja Itaúna (desambiguação).

Itaúna
  Município do Brasil  
Vista parcial da cidade
Vista parcial da cidade
Vista parcial da cidade
Símbolos
Bandeira de Itaúna
Bandeira
Brasão de armas de Itaúna
Brasão de armas
Hino
Gentílico itaunense
Localização
Localização de Itaúna em Minas Gerais
Localização de Itaúna em Minas Gerais
Localização de Itaúna em Minas Gerais
Itaúna está localizado em: Brasil
Itaúna
Localização de Itaúna no Brasil
Mapa
Mapa de Itaúna
Coordenadas 20° 04′ 30″ S, 44° 34′ 33″ O
País Brasil
Unidade federativa Minas Gerais
Região metropolitana Belo Horizonte[1]
Municípios limítrofes Carmo do Cajuru, Itatiaiuçu, Pará de Minas, Igaratinga, Mateus Leme[2].
Distância até a capital 76 km
História
Fundação Fundação do Arraial

14 de outubro de 1765 (259 anos) Emancipação Política 16 de setembro de 1901 (123 anos) Elevação à cidade 18 de setembro de 1915 (109 anos)

Administração
Prefeito(a) Neider Moreira de Faria[3] (PSD, 2021–2024)
Vereadores 17
Características geográficas
Área total [5] 495,875 km²
População total (Estimativa IBGE/2024[6]) 102 500 hab.
 • Posição BR: 327º

MG: 35º

Densidade 206,7 hab./km²
Clima tropical de altitude
Altitude 880 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 35680-000 a 35684-999[4]
Indicadores
IDH (PNUD/2010 [7]) 0,758 alto
PIB (IBGE/2014[8]) R$ 2 510 796 mil
PIB per capita (IBGE/2014[8]) R$ 27 657,12
Sítio itauna.mg.gov.br (Prefeitura)
cmitauna.mg.gov.br (Câmara)

Itaúna é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. Está localizado no Quadrilátero Ferrífero, no Colar Metropolitano da Região Metropolitana de Belo Horizonte, a 76 km da capital. Limita-se ao sul com Itatiaiuçu (Região Metropolitana de Belo Horizonte), ao leste com Mateus Leme (Grande Belo Horizonte), ao oeste com Carmo do Cajuru, ao norte com Pará de Minas e, ao noroeste, com Igaratinga. Possui uma população estimada em 2024 de 102 500 habitantes.[9]

Primórdios: séculos XVII e XVIII

[editar | editar código-fonte]

A história de Itaúna começa durante o período colonial, em que as bandeiras paulistas adentravam o sertão brasileiro. Segundo informações retiradas de "História de Itaúna", de Miguel Augusto Gonçalves de Souza, o primeiro branco a percorrer a região em que se encontra Itaúna foi Lourenço Castanho Taques[10], que ao contrário de outro bandeirante, Fernão Dias Pais Leme, enfrentou indígenas Cataguases em 1675 e fez um acampamento às margens do Rio São João, no que hoje seria Itaguara. Lourenço era filho de Pedro Taques, português, e Ana de Proença, paulista. Faleceu em São Paulo, em 1677.Em 1710, após a Guerra dos Emboabas, o bandeirante Manoel de Borba Gato, em uma de suas sesmarias, alcançou o vale do São João.

Nesse momento, a história da Bahia, da Literatura Brasileira e de Itaúna se confundem. O Poema Árcade Caramuru conta a história de Diogo Álvares, o homônimo, e Catarina Paraguaçu. Fato é que eles tiveram uma filha, Apolônia Álvares. Antônio Guedes de Brito, uma vez governador interino da província da Bahia, em 1676, era descendente de Apolônia.[11] Brito, de 1652 a 1684 comprou 160 léguas de terra ao longo da margem direita do Rio São Francisco, do Morro do Chapéu, na Bahia, até a foz do Rio Pará, na atual Minas Gerais, onde hoje de encontra Itaúna. Diz Souza "Antônio Guedes de Brito, foi, assim, or ordem cronológica, o terceiro proprietário, comprovadamente, do território do atual município de Itaúna, apenas precedido pelo sesmeiro capitão-mor Brás Rocha Cardoso e o rei de Portugal. Nascido na Bahia entre 1626 e 1627, faleceu e foi sepultado, em Salvador, entre 1692 e 1695."[12]

D. Isabel Maria Guedes de Brito era filha de Antônio Guedes de Brito e foi, cronologicamente, a quarta proprietária do território, herdado. A já citada sesmaria de Borba Gato o fez dono das terras, já que, em certo ponto, foram consideradas "devolutas". Em 24 de setembro de 1739, fora concedida a Manoel Pinheiro Diniz uma carta de Sesmaria, fazendo dele o sexto e último grande proprietário de terras a possuir a região de Itaúna.

Sant'Ana de São João Acima - séculos XVIII e XIX

[editar | editar código-fonte]

Há certa discussão acerca de quem foi o primeiro povoador dessas terras. De acordo com João Dornas Filho, o primeiro morador do município foi Antônio Gonçalves da Guia, do que discordou o engenheiro e empresário itaunense, já falecido, Osmário Soares Nogueira, também estudioso da história da região, para quem o habitante pioneiro foi Manuel Pinto.

A polêmica sobre o primeiro povoador da região não se encerra nesses dois nomes. Guaracy de Castro Nogueira, historiador e genealogista itaunense, ex-reitor da Universidade de Itaúna, sustenta que o pioneiro na região foi o Sargento-mor Gabriel da Silva Pereira, cujo penta neto, Osmando Pereira da Silva, veio a ser prefeito da cidade. Manoel Pinto de Madureira, erroneamente às vezes gravado como Manoel Pinto Moreira, é, para Miguel Augusto Gonçalves de Souza, "comprovadamente, construtor, no mais amplo sentido da expressão, da Capela de Santana [Hoje Rosário], e, sobretudo, como DOADOR, de seu patrimônio, núcleo inicial formador do novo arraial".[13]A doação, referente à construção da capela, foi feita em 11 de outubro e registrada pelo Arcebispado de Mariana em 14 de outubro de 1765, o que torna Manoel Pinto de Madureira o incontestável fundador do Arraial de Santana do São João Acima.

Com a iminente exaustão das minas auríferas no estado, Minas Gerais começou a um processo de inflexão. Somente com a substituição da atividade mineradora pela agrícola que MG voltou a ter um avanço significativo na economia. Santana do São João Acima sempre fora uma região calcada nas atividades rurais, por mais que Madureira houvesse tentado achar ouro no Ribeirão Jacuba, afluente da margem esquerda do Rio São João. "Somente já na última década do Século XIX é que a 'localização de indústrias' passou a condicionar e direcionar o crescimento urbano, tornando-se, aliás, fator preponderante."[14]

A Pecuária e a Mineração foram as principais atividades que fizeram o território ser povoado. Nas primeiras décadas do Século XIX, a mineração estava em evidente declínio, e a agricultura, outrora somente de subsistência, passou a ganhar mais relevância. Durante esses 76 anos, o ainda arraial pertencia a Pitangui.

Como citado anteriormente, Santana do São João Acima era subordinada, religiosamente, à Mariana. Contudo, em 3 de abril de 1839, pela lei nº138 da Assembleia Provincial, foi criada a paróquia do Espírito Santo de Itapecerica, na atual Divinópolis, à qual foi desmembrada de Pitangui e, por dois anos, seria Santana subordinada. Em 7 de abril de 1841, o curato de Santana foi elevado à categoria de Paróquia. Com a criação desta, o fluxo migratório, que permanecia estável, começou a ser mais expressivo. Um exemplo é a própria família Gonçalves de Souza, que se fixou, vinda de Bonfim, entre as décadas de 1830 e 1840. Em 23 de dezembro de 1874, após sucessivas trocas de poder com Pitangui, o arraial passa a ser um distrito e se subordinar à Pará de Minas, quadro esse que perdurou até a emancipação política total. Contudo, o desenvolvimento do arraial era lento, mas seguro e contínuo. Algumas datas e fatos marcantes do período: Em 1850, foi criada a primeira escola de primeiro grau; Segundo o censo de 1872, a população do arraial era de 4259 habitantes, sendo 1718 homens livres, 1830 mulheres livres, 341 escravos e 370 escravas, portanto, 16,69% da população era escravizada; Em 17 de fevereiro de 1877, visível sinal de progresso, foi inaugurada a agência do correio.

Rosário e Santana: as duas capelas

[editar | editar código-fonte]

Conta Miguel Augusto: "É marco importante, da época, a construção, no local onde hoje se ergue a Matriz de Santana, o mais nobre da cidade, da pequena capela de Senhora do Rosário. Está foi edificada, na Década de 1840, pelos escravos, em seus momento de folga, sendo, em seguida, ampliada, sob a supervisão de nossos primeiros vigários, Antônio Maia, João da Cruz Penido, João Miranda e Antônio Campos [que viria a ser o primeiro vice-prefeito de Itaúna], e a ampla colaboração dos grandes fazendeiros locais. As obras de ampliação foram completadas, em 1875, com o término da pintura interna de autoria do artista Pedro Campos, de Sabará, com a colaboração de Antônio José dos Santos, mais conhecido por Tônio do Bá. A ampliação da Matriz, informa-nos João Dornas Filho, custou a vida do carpinteiro João Júlio César Silvino, que, ao trabalhar, nas obras de cobertura no interior da igreja, como consta do livro de óbitos, número 1. Trata-se, provavelmente do primeiro acidente de trabalho típico ocorrido em nossa história municipal. Em 1853 ocorreu a permuta da denominação das duas capelas: a do Rosário passou a chamar-se capela de Santana e a localizada no alto da colina do mesmo nome, marco inicial da fundação do arraial, capela do Rosário"[15] Para saber mais sobre essa troca, acesse a página Igreja de Nossa Senhora do Rosário (Itaúna). Ela passou por reformas em 1929.

Igreja do Bonfim

[editar | editar código-fonte]

As principais informações referentes à Capela no alto do morro do Bonfim são de João Dornas, em seu livro "Itaúna: contribuições para a história do município". Segundo ele, alguns frades barbôneos, saindo de Santana do São João Acima e indo em direção a Carmo do Cajuru recomendaram a construção de uma capela em homenagem a São Miguel, no interior de um cemitério, e uma em homenagem ao Senhor do Bonfim, no alto do então Morro de Santa Cruz - já que nele havia um cruzeiro fixado. A igreja para São Miguel foi construída com o dinheiro de esmolas, enquanto o tenente José Azambuja, financiou a construção da outra, em 1854.[16]

Capela no alto do morro do Bonfim

"As paredes desta Capela foram construídas em estrutura autônoma em madeira e alvenaria de adobe (tijolo feitos de barro e capim curados ao sol) revestidas de reboco. Estas paredes eram protegidas com caiação ficando em destaque a madeira que garante o travamento das paredes e evita o aparecimento de trincas provadas pela dilatação natural da estrutura das paredes.", conta Dornas.[16] Em pleno período imperial, a capela fora construída ao estilo jesuíta colonial, e passou por várias reformas durante as décadas. Na década de 70, o cruzeiro de madeira fora substituído pelo atual, de concreto. Aos 14 de outubro de 2014, um infeliz incêndio atingiu a capela, que teve de ser reconstruída.

Uma curiosidade acerca da Capela em questão é que, durante a Guerra do Paraguai, houve uma Campanha dos Voluntários da Pátria em Pitangui, e Pará, município que regia Santana, era parceiro de Pitangui. A História diz que o jovem Evaristo Cunha, para não ser mandado para o fronte, fugiu e se escondeu na igrejinha do Bonfim, ficando vários dias lá e conseguindo, enfim, fugir do alistamento. Entretanto, nem todos tiveram a mesma sorte, José Alves Galdino, por exemplo, foi pego tentando fugir, levado para Pitangui, e, para tentar escapar, comeu um dente de alho inteiro, para ficar com quadro febril e ser dispensado. Em virtude dessa manobra, Galdino acabou falecendo. [16]

Doutor Augusto Gonçalves de Souza Moreira

"A criação do Município de Itaúna e seu despertar para o progresso": 1888 a 1930

[editar | editar código-fonte]

O segundo censo nacional, realizado em 1890, apontou que a população de Santana do São João Acima atingiu a marca de 5168 habitantes, crescendo 21,34% em relação a 18 anos antes. Foi nessa década que os sentimentos emancipacionistas dos moradores do arraial se fortaleceram, em especial o de Augusto Gonçalves de Souza. Ele, jovem médico, nascido em 1861, formado doutor em 1888 (em cuja cerimônia de colação de grau, segundo consta, se recusou a beijar a mão de Dom Pedro II, vistos seus ideais republicanos), que foi eleito deputado estadual para o congresso e também para a constituinte do estado, em 1891, com 57510 votos. Em 1894, foi reeleito, e, com sua proximidade com o alto escalão estadual, passou a procurar, ainda mais, a emancipação de sua terra natal.

Em 1890, devido à especulação na Bolsa do Rio de Janeiro, começou uma forte crise econômica no Brasil, cujo auge se deu em 1891. No entanto, foi também neste ano que, em 23 de outubro, foi fundada a Companhia de Tecidos Santanense, por Manoel José de Souza Moreira, primeiro empreendimento de tamanho porte no arraial, que continua na ativa até os dias atuais. Sobre a história dela, confira o artigo Santanense (Itaúna).

É chegado o ano de 1901, aguardado ansiosamente, pois na primeira constituição republicana das Minas Gerais, seria nesse ano que reformas administrativas seriam postas em prática no interior do estado. "Foram elaborados e encaminhados, pela comissão, ao alto exame do congresso mineiro, documentos diversos que atestavam a justiça do pleito, e, sobretudo, demonstravam que o distrito de Santana do São João Acima atendia a todos os requisitos legais para ser elevado à categoria de vila. Simultaneamente, era redigida e encaminhada ao Governador do Estado, dr. Francisco Silviano de Almeida Brandão a seguinte representação:

Todos os documentos foram escritos, de próprio punho, pelo Augusto Gonçalves de Souza"[17]

Finalmente, em 16 de setembro de 1901, Santana do São João Acima foi elevada à categoria de vila, com o nome de Itaúna, pela lei de número 316, em seu artigo primeiro: (transcrita com a grafia da época)

LEI N. 319 - de 16 de Setembro de 1901.

Crêa diversos municípios, altera divisas e contém outras disposições. O povo de Minas Geraes, por seus representantes, decretou, e eu, em seu nome, sanciono a seguinte lei: Art.1. Ficam creados os seguintes municípios: [...] 5)- De Itaúna, composto dos districtos de Sant'Anna de S. João Acima, Carmo do Cajuru e do povoado dos Tinôcos, desmembrados do município do Pará e dos districtos de Itatyaiussú e Conquista, desmembrados do de Bonfim O povoado dos Tinôcos, que ficará anexado ao districto de Sant'Anna, tem as seguintes divisas: da serra do Itatiaya e pelas divisas do districto de Matheus Leme com o de Sant'Anna, segue se até o alto da serra de Caxambú e por esta até a serra da Saudade e dahi até o corrego do Betume; segue se por este abaixo até a barra do ribeirão e dahi procurando o vàu do Morro Grande, continua-se em direcção do ribeirão de Antônio Maria e dahia em deante pelas divisas do districto de Bicas com o de Matheus Leme.

[...]
— Dada no Palácio da Presidência do Estado de Minas Geraes, na cidade de Bello Horizonte, aos 16 dias do mez de setembro de 1901.

Dr. Francisco Silviano de Almeida Brandão Wenceslau Braz Prereira Gomes Sellada e publicada nesta Aecretaria do Interior do Estado de Minas Geraes, na cidade de Bello Horizonte, aos 16 de setembro de 1901.

Servindo de director, José Coelho Linhares.
Imagem da chegada do primeiro trem de Ferro a Itaúna. Somente em 1917 a Estação seria construída nesse local, em que se localiza uma caixa d'água, em que os trens a vapor paravam para abastecer.

[18] "Diversas sugestões foram apresentadas para o nome do novo município, segundo o jornal Diário de Minas, num plebiscito realizado em setembro de 1899[19], como Burgana (burgo, povoado de Ana), Brasilina Minópolis, Floresta, Joanuense, Paranguape, Aroeiras, Cauarinas, Nova América, Serroazul, Iraras, Pitanguape, Ouricury, Nova Minas e Auriverde.[19] O vigário ainda sugeriu Burgracia, mas esse já foi rechaçado de primeira. [19]A denominação adotada, Itaúna, topônimo de origem tupi."[20] Tem sua origem explicada mais adiante. Sem nenhuma disputa, aos 2 de janeiro de 1902, oficialmente o município foi instalado, sob a liderança de dr. Augusto. Portanto, Até emancipar-se politicamente, Itaúna pertenceu administrativamente aos municípios: Sabará: 1711, Pitangui: 1715, Pará de Minas: 1848, Pitangui: 1850, Pará de Minas: 1858, Pitangui: 1872, Pará de Minas: 1874 e Itaúna: 1901.

Monumento a Dr. Augusto Gonçalves, o popular "Escorregador" da Praça.

Em 10 de março de 1910 ocorreu fato histórico para a cidade: pelos trilhos da Estrada de Ferro do Oeste Mineiro, chegou o primeiro trem a Itaúna, que, então, ficou ligada a Belo Horizonte e Divinópolis [21]

Em 18 de setembro de 1915 foi promulgada a lei de número 663, que elevava Itaúna à categoria de cidade. Esse ato, embora meramente formal, pois vila e cidade, na época, tinham praticamente o mesmo valor e poder, é muito significativo, pois denota o crescimento de Itaúna dentro do cenário estadual.

Resume Miguel Augusto Gonçalves de Souza o momento vivido por Itaúna em seus primeiros trinta anos de vida, os quais mudariam drasticamente após a Revolução de 1930: "O comando político praticando, conjuntamente, no plano estadual e no municipal, bem como a atuação empresarial e o exercício apostolar de medicina foram, para ele [dr. Augusto Gonçalves] basicamente, instrumentos utilizados para a construção da grandeza e dignidade de Itaúna. Este, pois, o belo peíodo de nossa história municipal construído, com civismo e competência exemplares, por cidadãos portadores das melhores qualificações."[22]

Córrego do Soldado

[editar | editar código-fonte]

A lenda diz que, muito tempo atrás, em Santo Antônio da Serra, houve um crime, e dois soldados foram designados para solucioná-lo. Antes de começar a investigação, prepararam uma jacuba para comerem, e, depois de alimentados, partiram. O que restou da jacuba, uma jacubinha, eles levaram consigo para comer no caminho. No entanto, os dois soldados se sentiram "empanturrados", e procuraram um córrego para se aliviarem. Eles chegaram ao curso d'água já muito debilitados, e lá morreram. Essa lenda conta a história do nome de quatro comunidades rurais da cidade, Córrego do Soldado, Jacuba, Jacubinha e Empanturrados. Ainda há uma versão que cita que os soldados também comeram um pedaço de angu já ressequido, o que daria origem ao nome da comunidade do Angu Seco.[23]

A história da fixação do povoado surge juntamente da família Antunes., vinda de Piedade do Paraopeba. Joaquim Antunes Campos nasceu em Rio Manso e casou-se com Maria Constância de Jesus, criou filhos, negociou escravizados e fez lavoura, tudo na região onde hoje se encontra o Córrego. Maria ainda doou oito alqueires de terra para a Paróquia, onde hoje se localiza o Cemitério, em que eles estão enterrados. E por falar em religião, é impossível não citar o Pe. José Ferreira Netto, pároco responsável pela comunidade entre 1943 e 1985.[23]

Praça da Matriz

Itaúna e a Segunda Guerra Mundial

[editar | editar código-fonte]

Conta Iracema de Sousa: "Até a Itália foram os seguintes; Antônio Lopes de Morais, Elídio Afonso Guimarães, José Ferreira de Matos, Valdemar e Amado. E também os radicados em Itaúna: Major Rui Machado, Geraldo Rodrigues China e Inácio Campos Cordeiro.

Valdemar e um outro, apelidado por “Mula Manca”, acabaram seus dias sofrendo das faculdades mentais, ou melhor dizendo, de neuroses de guerra.

“Mula Manca” vivia cantando pelas ruas da cidade coisas desconexas, mas que lembravam os dias de combate. Por exemplo: “o navio de guerra quer falar contigo”, ou então: “o navio de guerra e o paraquedista”. E assim, esses dois foram-se desaparecendo, no turbilhão da vida.

Maria Magdalena Carneiro e Geralda Garcia Braz também se ofereceram “voluntárias”, como enfermeiras da Cruz Vermelha, mas só ficaram em Belo Horizonte tratando dos soldados feridos que regressavam da frente de batalha.

Afinal, no dia 18 de julho de 1945, chegavam à Itaúna. Foi uma apoteose. A cidade soube receber os filhos que souberam honrar seu nome.

O povo se aglomerava na praça Dr. Augusto, dando vivas, ao som da banda de música, toques de sinos, todos cantando o Hino dos Pracinhas: “Você sabe de onde eu venho? É de uma pátria que eu tenho”.

Antônio Lopes de Morais e José Ferreira de Matos foram carregados aos ombros por populares, desde a praça da estação até a Praça da Matriz." [24] E houve uma festança na cidade.

Movimentos emancipacionistas

[editar | editar código-fonte]

Em 1943 e 1963, respectivamente, ocorreram as emancipações políticas de Itaguara, antes Conquista, e de Itatiaiuçu.

No mesmo ano de 1963, ocorreu a tentativa de emancipação de Santanense, um dos bairros mais antigos da cidade, do município de Itaúna, história essa que está relatada, na íntegra, no artigo próprio do Bairro em questão.

Cidade Educativa do Mundo pela UNESCO

[editar | editar código-fonte]

O título de cidade educativa do Mundo pela UNESCO foi a Itaúna concedido em 1975.

O projeto "Cidade Educativa" nasceu em Paris, sede da UNESCO, a fim de implementar novas maneiras de ensino para as crianças no mundo todo. Para representar o Brasil, foi escolhido o então secretário de educação de Minas Gerais, o sr. Agnelo Corrêa Viana. Dos 722 municípios existentes em MG, 151 tinham um plano de educação preparado, então eles foram selecionados para uma "competição". Itaúna toda se mobilizou pela causa, e a cidade foi passando e chegando às finais da competição. Sobraram as cidades de Itaúna, Itabira, São João del Rey e Uberlândia. Os municípios foram julgados pela comissão avaliadora e julgados "in loco". Houve uma festança em Itaúna, com centenas de pessoas acompanhando o juri, tiro de guerra e tudo mais. Itaúna venceu em 2 de 3 critérios, mas foi ultrapassada por Itabira pela diferença de 18,48 pontos. Então a organização do evento resolveu conceder às duas cidades o título em questão, motivo de orgulho até os dias atuais para o povo itaunense.[25]

São símbolos municipais de Itaúna a bandeira, o brasão e o hino. Todas as informações citadas são retiradas do Portal Oficial da Prefeitura de Itaúna[26]

Bandeira de Itaúna, vigente desde 1959.

Criada por Eponina Maria do Carmo Nogueira Gomide Soares em 1959, através de um concurso feito pela Prefeitura vigente à época. Composta de um fundo branco, que simboliza a neutralidade, uma faixa diagonal bicolor, de cima para baixo, partindo do mastro, sendo o verde a de cima, representando a bandeira brasileira, e o vermelho escuro a de baixo, representando a bandeira portuguesa, mineira e os próprios bandeirantes.

Brasão Municipal de Itaúna

"O gado e a planta: Agricultura e pecuária; Cinco torres: representa a cidade; Roda de fiar: Indústria textil (base sólida do progresso); Livro: Representa educação; Engrenagens: Indústria mecânica; Cor verde: campo; Vermelho: Minério"[26]

Cattleya Walkeriana, a flor que é símbolo de Itaúna.

Por decreto de 27 de junho do ano 2000, a orquídea Cattleya Walkeriana, nativa da região, foi instituída como flor-símbolo do município, sendo o dia 1º de maio comemorado o Dia Municipal da Orquídea Cattleya Walkeriana.

Localização

[editar | editar código-fonte]

Itaúna tem uma população estimada de 102 500 habitantes, conforme a previsão divulgada pelo IBGE em 2024[27], sendo a 327ª cidade mais populosa do Brasil e a 35ª de Minas Gerais, [27]e uma área de 495,875 quilômetros quadrados. Localiza-se na região cortada pelo paralelo 20º 04' 32" de latitude sul e pelo meridiano 44º 34' 35" de longitude oeste.[28]

Itaúna limita-se ao norte com Igaratinga e Pará de Minas, a leste com Mateus Leme, ao sul com Itatiaiuçu e a oeste com Carmo do Cajuru[28]

O relevo do município é 40% montanhoso, 40 % ondulado e 20% plano.[29] O ponto de altitude máxima em itaúna situa-se na Serra Azul, com 1.330 metros de altitude, no limite com o município de Itatiaiuçu.[23][30] Já o ponto de altitude mínima é a Fazenda Córrego do Sítio, com 727 metros de altitude.[28] A sede do município se situa a um altitude de 809m.[29]

Rio São João em Itaúna

A cidade é cortada pelo Rio São João, afluente do Rio Pará, que, por sua vez, é afluente do Rio São Francisco. São afluentes do Rio São João: o Córrego do Soldado, o Ribeirão dos Capotos, o Ribeirão Calambau, o Ribeirão dos Coelhos[28], o Ribeirão Joanica e o Ribeirão Bagaço.

Há duas represas no território: do Benfica e dos Britos. O município faz parte das bacias hidrográficas: Bacia do Rio Pará (afluente do Rio São Francisco) e Bacia do Rio Paraopeba (afluente do Rio São Francisco).

O rio tem grande importância na cidade, e recentemente, a prefeitura de Itaúna vem realizando projetos de limpeza e conservação do rio.

A localidade rural de Freitas, próxima a Itatiaiuçu é o local da nascente do Ribeirão Serra Azul, que é conhecido na região pelo nome de Ribeirão dos Freitas. O ribeirão é represado no município de Juatuba para formação do reservatório Serra Azul. O empreendimento, denominado Sistema Serra Azul, pertence à Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA). A represa é a terceira maior do Sistema Integrado do Paraopeba. Nesse sistema as populações da Região Metropolitana de Belo Horizonte são atendidas conjuntamente pelos sistemas de abastecimento do rio Manso, Serra Azul e Vargem das Flores.[31][32]

Barragem do Benfica

[editar | editar código-fonte]
Barragem do Benfica em 2007.

Contar-se-á aqui a história da criação da Barragem do Benfica, reservatório que abastece a cidade de Itaúna. Tudo começou em 1948, quando uma enchente no Rio São João pegou a cidade de surpresa. O então prefeito, Antônio Coutinho, chegou a direcionar mensagens ao presidente Dutra pedindo por uma atenção à situação do município. Camilo Menezes, então diretor do Departamento Nacional de Obras e Saneamento, e João Valdettaro Amorim, então Ministro da Viação e Obras Públicas, chegaram à conclusão de que seria necessária a construção de um reservatório em Itaúna, a fim de conter o próprio Rio São João e aproveitar seu potencial hidrelétrico.[33]

A Companhia Itaunense, que era responsável pelo fornecimento de energia elétrica para a cidade desde 1911, patrocinou a obra. Contudo, a Santanense também passava por dificuldades, já que usava a água do rio na indústria. Então, ficou acordado que 65% do montante seria se responsabilidade da Itaunense e 35% da Santanense, com a primeira com uma usina no pé da barragem e a segunda com metade do nível da água no cachão.[33]

Em 1954 a usina foi inaugurada, e, desde então, serve para geração de energia, abastecimento de água a nível municipal e lazer. À margem dela estão situados o Iate Clube e a AABB, além de um novo bairro em franco crescimento. O nome "Barragem do Benfica" é uma homenagem a Benfica Alves Magalhães, fazendeiro local, em cujas terras foi construída a barragem. Benfica era popular e querido pelos habitantes de Itaúna. Segundo consta, um dia o perguntaram se ele dormia com sua vistosa barba para dentro ou para fora do cobertor. Benfica não conseguiu dormir pensando onde colocaria a barba, e, no dia seguinte, foi tirar satisfações com o curioso. [33]

Pela classificação de Köppen, o clima de Itaúna é do tipo Cwa: Tropical de Altitude com verões quentes.[28]

  • Temperatura média de 21,8 °C
  • Temperatura mínima anual: 13,2 °C
  • Temperatura máxima anual: 32,2 °C
  • Temperatura mínima absoluta: 7 °C
  • Temperatura máxima absoluta: 35 °C
  • Índice pluviométrico anual: 1.419 mm
  • Umidade relativa do ar média: 64,15%
  • Umidade relativa mínima do ar: 53,5 %
  • Umidade relativa máxima do ar: 74,8%

O município possui atualmente cerca de 80 bairros: Aeroporto, Aeroporto II, Alaita, Antunes, Bela Vista, Belvedere, Centenário, Centro, Cerqueira Lima, Chácara do Quitão, Cidade Nova, Cidade Nova II, Bairro das Graças, Distrito Industrial, Dona Jovenila, Eldorado, Fazenda da Chácara, Garcias, Godofredo Gonçalves, Irmãos Auler, Itaunense, Itaunense II, Jadir Marinho, João Paulo II, JK, Leonane, Lourdes, Monte Carlo, Morada Nova I, Morada Nova II, Morro do Engenho, Morro do Sol, Murilo Gonçalves, Nogueira Machado, Nogueirinha, Nova Vila Mozart, Novo Horizonte, Olímpio Moreira I, Olímpio Moreira II, Palmeiras, Parque Jardim Santanense, Parque Jardim América, Parque Primavera, Padre Eustáquio, Piaguassu, Piedade, Pio XII, Recanto dos Peixotas, Residencial Santanense, Residencial São Geraldo, Res. Santa Edwiges, Santa Edwiges, Santa Mônica, Santa Mônica II, Santanense, Santiago, Santo Antônio, São Bento, São Geraldo, São Judas Tadeu, Três Marias, Tropical, Universitário, Vale das Aroeiras, Vale dos Pequis, Várzea da Olaria, Veredas, Veredas II, Vila Augusto Chaves, Vila Israel, Vila Mozart, Vila Nazaré, Vila Santa Maria, Vila Tavares, Vila Vilaça, Vitor Gonçalves de Souza, Vitória, Vila Washington.[28]

Povoados rurais

[editar | editar código-fonte]

Angu Seco, Arrudas, Barragem, Barreiro, Braúna, Brejo Alegre, Cachoeira, Cachoeira D'Água, Cachoeirinha, Cafuringa, Calambau, Camilos, Campos, Carneiros, Coelhos, Córrego do Soldado, Deus me Livre, Empanturrados, Freitas, Fundão, Grota dos Paulistas, Jacuba, Lopes, Marques, Mato Grosso, Mamonal, Morro Grande, Paulas, Retiro dos Farias, São José de Pedras, Sumidouro, Tocas, Três Barras, Vista Alegre e Vila Maçonaria.[28]

Do tupi itá (pedra), + un (preto, negro) + o sufixo -a, formando o que na gramática do tupi é conhecido como uma composição atributiva. O -a ao final é o sufixo substantivador, e não faz parte do adjetivo un.

"Itaúna" é um topônimo de origem tupi que significa "pedra negra", através da junção dos termos itá ("pedra"), un ("negro"), e o sufixo substantivador -a.[34].

Infraestrutura

[editar | editar código-fonte]

Itaúna recebeu da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, em 1975, o título de Cidade Educativa do Mundo, pela alta qualidade do ensino municipal e envolvimento da sociedade civil para a melhora dos índices de educação. Itaúna é a sede da Universidade de Itaúna com campi em Itaúna e Almenara. Aproximadamente 8 000 alunos estudam diversos cursos de graduação e de pós-graduação.[carece de fontes?]

A cidade possui ainda uma unidade do SENAI/CETEF. Respeitada instituição de cursos técnicos, de aprendizagem, de qualificação e de aperfeiçoamento profissional, já recebeu diversos prêmios em nível nacional.[carece de fontes?]

O Hospital Manoel Gonçalves (Bairro São Judas Tadeu) é mantido por uma entidade e também possui parceria com a Prefeitura Municipal no funcionamento do Pronto-Socorro 24 horas. O hospital possui cerca de 150 leitos. O município mantém também a Policlínica Municipal Doutor Ovídio Nogueira Machado (São Geraldo) habilitada em exames especializados pelo SUS. Existem postos de saúde em diversos bairros. Na área de psicologia a Prefeitura mantém o CAPS-NAPS (Hospital Dia - Núcleo de atendimento psico-social) e o CAPS-AD (Álcool e drogas).[carece de fontes?]

Saneamento básico

[editar | editar código-fonte]

O Serviço Autônomo de Água e Esgoto é uma autarquia municipal responsável pelo abastecimento de água e coleta de esgoto no município. A água distribuída no município é captada na Barragem Velha após a Barragem do Benfica e é tratada na ETA (Estação de tratamento de água) no bairro de Lourdes, sendo distribuída pelas adutoras e armazenada em diversos reservatórios nos bairros da cidade. Nos povoados rurais a maioria conta com o sistema de captação através de poço artesiano e armazenamento.[carece de fontes?]

Segurança pública

[editar | editar código-fonte]

O município conta com os serviços de segurança pública de diversos órgãos.[carece de fontes?]

A CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais) é responsável pela distribuição de energia no município. A empresa possui uma subestação localizada na Rodovia MG-431 ao lado do Campus Verde da Universidade de Itaúna, com capacidade de 65 mega watts, que atende aos municípios de Itaúna e Itatiaiuçu. A iluminação pública municipal é gerenciada pela Prefeitura Municipal.[carece de fontes?]

Cortam o município duas rodovias estaduais: MG-050 (Rodovia Newton Penido) e MG-431 (Rodovia Nilo Penido).[carece de fontes?]

Visão da antiga Estação, hoje Museu Municipal, e da característica Maria Fumaça.

Itaúna é cortada pela Linha Garças a Belo Horizonte da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas, que possui três estações no município (Centro (museu), Leonane e Santanense) e o liga à cidade de Iguatama e à capital mineira, Belo Horizonte. A ferrovia se encontra atualmente concedida à Ferrovia Centro Atlântica para o transporte de cargas. [35]

Parte memorável da história municipal, a tradição teatral itaunense merece um capítulo à parte. As informações aqui citadas são, todas, referentes ao Registro de Bem Cultural Imaterial - História do Teatro em Itaúna, disponibilizado pela Prefeitura Municipal.[36]

Primeira fase

Os primeiros registros de obras teatrais realizadas com atores itaunenses, em Itaúna, datam de 1877, quando, em um galpão improvisado no largo da Matriz, foram encenadas as comédias “A Esperteza do Rato”, de Rangel de Lima e “A Beata da Mantilha”, de José João Rodrigues, autores contemporâneos à época. Durante 13 anos, não existem registros de obras sendo encenadas, mas, em 1890, começaram as movimentações para a construção de um espaço dedicado exclusivamente às artes cênicas. Foi, por mando do sr. dr. Augusto Gonçalves de Souza Moreira, mandado construir o "Theatro Sant'Anna", inaugurado em 5 de outubro do referido ano, localizado ao lado esquerdo do Largo da Matriz, apresentando a peça "Mãe", reapresentada 14 dias depois. As primeiras montagens foram feitas pela "Companhia Theatro Sanctanense", construída em 1893. Até 1938, mais de 50 peças foram apresentadas no teatro, são algumas delas:

Ano Peça Notas e Detalhes
1890 Mãe (Inauguração)
1891 Como se faziam uns Deputados

(de Cesário Alvim)

1892
1893 Fundação da Companhia Theatro Sanctanense
1894 O Modelo Vivo

O Crime

Estreia de Péricles Gomide, o Lique, que deu a maior contribuição ao teatro itaunense. Atuaria por 42 anos.
1895
1896 Fundação do Club Litterario e Progessista. As peças de 1897 foram realizadas por eles.
1897 O Garimpeiro

Dous Mineiros na Corte

1898-

1902

1903 Cia A. Palhaes

A Filha do Marinheiro; O Marquês, O Sacrista e a Chácara; Cynismo, Scepticismo e Crença; Os Dous Surdos; Chaos; Os Milagres da Apparecida

Peças realizadas pela Troupe Eduardo Jr.
1904 O Modelo Vivo

A Vovozinha; Pedro Malazarte; Pão Fresco; As Fadas; Amor Fraternal; À Procura de um Casamento; Edwirges; O Caipira em Itaúna; O Diabo Atrás da Porta; Mimi; Luxo e Vaidade; Baptizado e Casamento

1905
1906 Grêmio Dramático

Grupo Infantil; Nobreza d'Amor; A Lucta de Canudos

1907 O Inglês Maquinista
1908 Pena de Morte

A Beata da Mantilha; Mamãe Não Deixa (cançoneta); O Caipira em Itaúna; Mimi (cançoneta); O Diabo atrás da Porta; Baptizado e Casamento; O Filho do Montanhês; As duas Orphans; Um Casamento Imprevisto; O Gorro do Papae; A Borboleta Negra; Um Nariz; O Matuto no Cinematógrapho

1909-

1911

1912 A Visita do Presidente Auge das operetas em Itaúna.
1913
1914 As vontades de Letícia

O Avô; Revista de Itaúna; Seu Anastácio Chegou de Viagem; Itaúna em Fraldas de Camisa

1915
1916 Grêmio Dramático Sílvio de Matos

Manda quem Pode; Os Irmãos das Almas

Era evidente que o velho teatro do século XIX não suportava mais o crescente teatro de Itaúna: o palco, pequeno, limitava as peças; o espaço para a plateia, insuficiente. Então, enquanto o Grêmio Dramático Sílvio de Matos apresentava suas produções no Theatro Santana, um grupo de amadores, dentre eles Tácito Nogueira, Juca Flávio e Nelson Soares Nogueira, resolveu construir outro espaço, o Theatro Mário Matos, com capacidade para 900 espectadores. Foi inaugurado em 1923, com a apresentação de Catulo da Paixão Cearense. O ápice desse teatro foi com a peça As Cigarras do Sertão, ícone e maior produção da história do teatro itaunense, em 1925. Contudo, logo após o término da construção e consequente consolidação do teatro, um grupo, fiel ao espaço anterior, se mostrou contrário à existência do Mário Mattos. Talvez por isso, não existam registros de peças até 1929. A partir desse ano, Lique inicia remakes de peças já apresentadas, o que durou até 1938, quando a primeira fase do teatro itaunense termina.

A fim de concluir a primeira fase, é impossível não ressaltar o pioneirismo dos Gomide e Matos, pioneiros e com fervor incontestável. Nomes como Lique, Iracy Gomide, José Gomide, Ivolino Matos, Sílvio de Mattos, Mário Matos, dentre vários outros, fazem parte da história local.[36]

O Theatro Santana fora demolido em 1942, após ser vendido em 1926; O Theatro Mário Mattos foi transformado no Cine Rex, difundindo a sétima arte até ser demolido em 1976.

Segunda fase

"A Segunda Fase do teatro em Itaúna coincide com a explosão comunicativa da Era do Rádio. Durante 35 anos, de 1939 a 1974 foram 24 montagens, revelando vários talentos que marcaram época na cidade. Bons textos, aliados a grandes interpretações e técnica apurada tiveram grande repercussão do público, que lotava as apresentações no Cine Teatro Santana, no Cine Bagdá, no auditório do União e no auditório da Rádio Clube de Itaúna".[36] É nossa época que, por exemplo, surge a figura de Guaracy de Castro Nogueira.

Terceira fase

A terceira fase vai de 1975 até o presente. Em 1981, foi construído o Teatro Vânia Campos, suprindo a lacuna deixada pelos dois teatros da primeira fase e do Cine Teatro, os maiores em porte. Logo depois, a Prefeitura constrói o Espaço Sílvio de Matos. Essa fase é marcada pela participação de Sérgio Mibielli, descendente dos Mattos e formado em Teatro pela UFMG. Começada a obra em 1995, terminada em 2001, foi entregue o Grande Teatro da Universidade de Itaúna. Como representantes das duas últimas fases, podemos lembrar de Jerry Adriane Magalhães e Elimar Pereira.[36]

Festa do Reinado

[editar | editar código-fonte]

História

Como todos sabemos, a escravidão no Brasil perdurou do século XVI até o final do XIX. Se na África as pessoas eram escravizadas em caso de guerra entre as nações, no Brasil ela acontecia por puro euro e etnocentrismo, tanto que até mesmo reis africanos vieram para cá escravizados. Um deles era Galenga, rei do Congo, cuja tribo, ele incluso, foi traficada, desembarcando em Vila Rica na década de 1740. Usando de muitas artimanhas, ele desviava o ouro que minerava, a fim de comprar a alforria sua e de seu filho. Depois, abriu sua própria mina para poder conseguir dinheiro para comprar a alforria de seus compatriotas. Ele era recebeu um nome cristão, Francisco, e, na semana da festa de Nossa Senhora do Rosário, Francisco era coroado como "Chico Rei", e sua história se espalhou pela capitania. Segundo conta o professor Luiz Mascarenhas[37], no antigo arraial de Santana do São João Acima havia muito trânsito de escravizados, e, consequentemente, muitos quilombos, como o do Caetano Preto, entre Itaúna e Pará de Minas, e outro localizado na Serra do Elefante em Mateus Leme.

Nesse ponto, é bom lembrar das duas igrejas que Itaúna possuía, a Matriz de Santana, no alto do morro, construída em 1765, e a Igreja do Rosário, construída num largo ao pé do Morro da Matriz, no século XIX, pelos escravizados. Quem não gostou dessa construção foram os senhores dos latifúndios, que achavam um desaforo terem de subir o morro para rezar a missa enquanto os seus "funcionários" tinham a capela perto. Em 1853, inverteram-se os padroeiros das igrejas: no alto do morro, N.S. do Rosário, no Largo, Santana. [37] Agora o descontentamento era da parte dos negros, que não concordavam com a troca, já que eles mesmos que construíram a igreja que foi apropriada pelos brancos. Então, toda noite iam eles inverter as imagens sacras, levando Santana de volta para o alto do morro. Esse "sobe e desce" deu origem à festa do Reinado em Itaúna, que conta com a influência dos festejos realizados para Galenga. Por muito tempo, a festa era considerada pagã e proibida. Felizmente, atualmente, ela conta com o apoio religioso, político e popular da cidade.

Características

Segundo conta João Dornas Filho: "A dança se compõe de dois “ternos” de personagens: os “congos” e os “moçambiques”.  “Terno” para eles tem a significação de grupo e não apenas de três pessoas.  Os “congos” parecem ter na festa uma situação de aristocrática ascendência, pois se compõem de pretos mais alinhados e até mesmo de mulatos e quase brancos. Vestem-se de calções de cores fortes (vermelho vivo, verde, amarelo) enfeitados de galão de prata e ouro; saiotes também de cores berrantes e muito enfeitados; capacete ornado de papel de seda repicado e espelhinhos brilhantes ao sol; meias compridas, calçados de chinelos de tapete atados aos tornozelos. Obedecem a uma organização meio militarizada, colocados em duas fileiras, um após outro, em cujo centro vai o capitão, tirando as cantigas, que são respondidas pelo resto da turma. Quando a procissão se detém por qualquer motivo, executam bailados do curioso aspecto coreográfico, principalmente o “recortado”, que se assemelha, com mais movimentado e calor, ao “changez de places” (trocar de lugar) das quadrinhas francesas. Os “moçambiques” são a plebe, a patuleia do cortejo real, e cuja organização não obedece às leis militares. Dançam embolados num só grupo e a sua dança é mais bárbara do que a dos “congos”. Pulam, agacham-se, rebolam, sacodem-se em trismos endemoniados e cantam quase sempre em dialeto. [38]

Personalidades

[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Categoria:Naturais de Itaúna

Poder Executivo

[editar | editar código-fonte]
Hidelbrando Canabrava festeja sua primeira vitória nas urnas itaunenses.

Segundo informações retiradas de "Capítulos da História Itaunense", de Miguel Augusto Gonçalves de Souza, Itaúna teve até 2001 um total de 19 prefeitos, em 27 mandatos; são eles[39]: (Prefeitos cuja sigla não é denotada, infere-se que o dado não foi encontrado).

# Prefeito Mandato Notas
1 Augusto Gonçalves de Souza 02/01/1902 - 31/12/1904
2 01/01/1905 - 31/12/1907
3 01/01/1908 - 31/05/1912
4 Cel. Antônio Pereira de Matos 01/06/1912- 31/12/1915
5 Augusto Gonçalves de Souza 01/01/1916 - 31/12/1918
6 01/01/1919 - 20/10/1921
7 Mardocheu Gonçalves de Souza 20/10/1921 - 31/12/1922 Assumiu devido ao afastamento do titular.
8 Dr. Dario Gonçalves de Souza 01/01/1923 - 17/05/1927
9 Cel. Artur Contagem Vilaça 18/05/1927 - 30/01/1936 Mandato de Prefeito Nomeado e Eleito.
10 Dr. Lincoln Nogueira Machado 31/01/1936 - 02/01/1947 Mandato de Prefeito Nomeado e Eleito.
11 Dr. Thomaz Moreira de Andrade 03/01/1947 - 19/04/1947 Mandato por nomeação.
12 Geraldo Alves Parreiras 20/04/1947 - 14/12/1947 Mandato por nomeação.
13 Dr. Prof. Antônio Augusto de Lima Coutinho 15/12/1947 - 31/01/1951
14 Vitor Gonçalves de Souza 01/02/1952 - 31/01/1955
15 Dr. Milton de Oliveira Penido 01/02/1955 - 31/01/1959
16 Dr. Célio Soares de Oliveira 01/02/1959 - 31/01/1963
17 Dr. Milton de Oliveira Penido 01/02/1963 - 31/01/1967
18 Antônio Dornas de Lima 01/02/1967 - 30/11/1970
19 Dr. William Leão 01/12/1970 - 31/01/1971 Sucessor do Titular.
20 Jadir Marinho de Faria 01/02/1971 - 31/01/1973
21 Dr. Hidelbrando Canabrava Rodrigues (ARENA) 01/02/1973 - 31/01/1977
22 Dr. Célio Soares de Oliveira 01/02/1977 - 31/01/1983
23 Francisco Ramalho da Silva Filho (PMDB) 01/02/1983 - 31/12/1988
24 Osmando Pereira da Silva (PSDB) 01/01/1989 - 31/12/1992
25 Dr. Hidelbrando Canabrava Rodrigues 01/01/1993 - 31/12/1996
26 Osmando Pereira da Silva (PSDB) 01/01/1997 - 31/12/2000
27 01/01/2001 - 31/12/2004 Eleito com 15.776 votos.[40]
28 Eugênio Pinto (PT/Sem Partido)[41][42] 01/01/2005 - 31/12/2008 Eleito com 27.023 votos.[41]
29 01/01/2009 - 23/10/2012 Eleito com 19.406 votos.[42]
30 Pedro Paulo Pinto (PRTB)[43] 23/10/2012 - 31/12/2012 Assumiu devido ao afastamento do titular.
31 Osmando Pereira da Silva (PSDB)[44] 01/01/2013 - 31/12/2016 Eleito com 28.560 votos.[44]
32 Neider Moreira de Faria (PSD)[45][46] 01/01/2017 - 31/12/2020 Eleito com 34.606 votos.[45]
33 01/01/2021 - 31/12/2024 Eleito com 19.375 votos.[46]
34 Gustavo Marques de Carvalho Mitre (Rep)[47] 01/01/2025 - Eleito com 38.581 votos.[47]

Vice-prefeitos

[editar | editar código-fonte]

Ainda, segundo o mesmo autor, na mesma obra[48], pode-se colher os dados referentes à vice-prefeitura.

# Vice-Prefeito Prefeito Mandato
1 Pe. Antônio Maximiano de Campos Augusto Gonçalves de Souza 02/01/1902 - 28/02/1902
2 Mardocheu Gonçalves de Souza 01/03/1902 - 31/12/1904
3 01/01/1905 - 31/12/1907
4 01/01/1908 - 31/05/1912
5 Josias Nogueira Machado Antônio Pereira de Matos 01/06/1912 - 31/12/1915
6 Mardocheu Gonçalves de Souza Augusto Gonçalves de Souza 01/01/1916 - 31/12/1918
7 01/01/1919 - 20/10/1921
[Cargo Vago] Mardocheu Gonçalves de Souza 20/10/1921 - 31/12/1922
8 Mário Gonçalves de Matos Dario Gonçalves de Souza 01/01/1923 - 17/05/1927
9 Artur Contagem Vilaça 18/05/1927 - 30/01/1936
[Cargo Vago] Lincoln Nogueira Machado 31/01/1936 - 02/01/1947
Thomaz Moreira de Andrade 03/01/1947 - 19/04/1947
Geraldo Alves Parreiras 20/02/1947 - 14/12/1947
10 Thomaz Moreira de Andrade Antônio Augusto de Lima Coutinho 15/12/1947 - 31/01/1951
11 Joaquim Soares Nogueira Vitor Gonçalves de Souza 01/02/1951 - 31/01/1955
12 Dirceu Alves de Souza Milton de Oliveira Penido 01/02/1955 - 31/01/1959
13 Hely Gonçalves de Souza Célio Soares de Oliveira 01/02/1959 - 31/01/1963
14 Jadir Marinho de Faria Milton de Oliveira Penido 01/02/1963 - 31/01/1967
15 William Leão Antônio Dornas de Lima 01/02/1967 - 30/11/1970
[Cargo Vago] William Leão 01/12/1970 - 31/01/1971
16 Antônio Peres Guerra Jadir Marinho de Faria 01/02/1971 - 31/01/1973
17 Adolfo Mendes Filho Hidelbrando Canabrava Rodrigues 01/02/1973 - 31/01/1977
18 Marcos de Oliveira Guimarães Célio Soares de Oliveira 01/02/1977 - 31/01/1983
19 José dos Santos Pereira Francisco Ramalho da Silva Filho 01/02/1983 - 31/12/1988
20 Marcos Elias Osmando Pereira da Silva 01/01/1989 - 31/12/1992
21 Guaracy de Castro Nogueira Hidelbrando Canabrava Rodrigues 01/01/1993 - 31/12/1996
22 Antônio Nogueira Gontijo Osmando Pereira da Silva 01/01/1997 - 31/12/2000
23 Luiz Guimarães[40] 01/01/2001 - 31/12/2004
24 Cláucio Corradi[41] Eugênio Pinto 01/01/2005 - 31/12/2008
25 Pedro Paulo Pinto[42] 01/01/2009 - 23/10/2012
[cargo vago][43] Pedro Paulo Pinto 23/10/2012 - 31/12/2012
26 Toizinho Miranda[44] Osmando Pereira da Silva 01/01/2013 - 31/12/2016
27 Fernando Franco[45] Neider Moreira de Faria 01/01/2017 - 31/12/2020
28 Gláucia Santiago[46] 01/01/2021 - 31/12/2024
29 Hidelbrando Neto[47] Gustavo M. C. Mitre 01/01/2025 -

Poder Legislativo

[editar | editar código-fonte]

Historicamente, segundo o historiador itaunense Miguel Augusto Gonçalves de Souza, "A plena organização do município se prosseguiu, com intensidade, ao longo dos anos de 1903 e 1904."[49] A instalação do Termo Judiciário, que hoje conhecemos como Câmara Municipal, se deu às doze horas do dia vinte e um de abril e mil novecentos e quatro. Segue a lista de presidentes da Câmara Municipal de Itaúna, baseada em informações retiradas do portal da Câmara Municipal de Itaúna[50]; percebe-se que, no começo, o próprio chefe do executivo também comandava o legislativo.

# Presidente Período # Presidente Período
1 Augusto Gonçalves de Souza 01/01/1905 - 31/12/1908 24 Augusto Barreto Carneiro 01/01/1979 -31/12/1979
2 Antônio Pereira de Matos 01/01/1912 -31/12/1912 25 Dr. Marcos Elias 01/01/1981 -31/12/1981
3 Mardoqueu Gonçalves de Souza 01/01/1921 - 31/12/1921 26 Newton Penido 01/01/1982 -31/12/1981
4 Dr. Dario Gonçalves de Souza 01/01/1923 - 31/12/1923 27 Dr. José Simonini Filho 01/01/1983 -31/12/1984
5 Cel. Arthur Contagem Vilaça 01/01/1927 - 31/12/1927 28 José Luiz Guimarães Filho 01/01/1986 -01/01/1986
6 Alfredo Alves de Souza 01/01/1947 - 31/12/1947 29 Antônio Augusto Fonseca 01/01/1987 -01/01/1988
7 Dr. Ademar Gonçalves de Souza 01/01/1949 - 31/12/1950 30 Walter Corradi 01/01/1989 -31/12/1990
8 Dr. Lincoln Nogueira Machado 01/01/1951 - 31/12/1953 31 Luciano Penido 01/01/1991 -31/12/1992
9 Raimundo Benedito de Faria 01/01/1954 - 31/12/1954 32 Elisabeth C. Magalhães 01/01/1993 -31/12/1994
10 William Leão 01/01/1955 - 31/12/1955 33 Pedro Paulo Pinto 01/01/1995 - 31/12/1995
11 Dr. Célio Soares de Oliveira 01/01/1956 - 31/12/1956 34 Lindair Vicente Resende 01/01/1996 -31/12/1996
12 Thales Santos 01/01/1956 - 31/12/1956 35 Dr. Arthur Marques 01/01/1997 -31/12/1998
13 Walter Marques da Silva 01/01/1957 - 31/12/1960 36 Fábio Joaquim Gonçalves 01/01/1999 - 31/12/2000
14 Agemiro Ferreira da Silva 01/01/1961 - 01/01/1961 37 Silmar Moreira 01/01/2001 -31/12/2002
15 Vicente Nogueira Penido 01/01/1962 - 31/12/1962 38 Delmo Gonç. Barbosa 01/01/2003 -31/12/2004
16 Mauro Soares Nogueira 01/01/1964 - 31/12/1966 39 Orlando E. Rodrigues 01/01/2005 -31/12/2006
17 Dr. Guaracy de Castro Nogueira 01/01/1967 - 31/12/1969 40 Antônio Miranda Silva 01/01/2007 -31/12/2010
18 Manoel Gonçalves de Sousa 01/01/1970 - 31/12/1970 41 Édio Gonçalves Pinto 01/01/2011 -31/12/2012
19 Luiz de Oliveira Guimarães 01/01/1971 - 31/12/1972 42 Alex Artur da Silva 01/01/2013 -31/12/2014
20 Jaime Nogueira Rodrigues 01/01/1973 - 31/12/1976 43 Francis José S. Franco 01/01/2015 -31/12/2016
21 José Coelho Neto 01/01/1975 - 31/12/1975 44 Márcio Gonçalves Pinto 01/01/2017 -31/12/2018
22 João Viana da Fonseca 01/01/1977 - 31/12/1977 45 Alexandre M.M.D.Campos 01/01/2019 -31/12/2022
23 Joaquim Antônio Diniz 01/01/1978 - 31/12/1978 46 Nesvalcir G.S. Júnior 01/01/2023 -

Ainda segundo informações do mesmo autor, na referida obra[49], tem-se a histórica primeira legislatura da história do município de Itaúna, na época, ainda vila. São eles:

  • "Augusto Gonçalves de Souza
  • Flávio José de Faria Santos
  • Luiz Augusto da Silva
  • Luiz Ribeiro de Oliveira [Representante de Conquista, hoje, Itaguara]
  • Vigário Euzébio Nogueira Penido [Representante de Itatiaiuçu]
  • Antônio Faria [Representante de Cajuru]
  • Jove Soares Nogueira
  • Mardoqueu Gonçalves de Sousa, Secretário
  • Rogério Cândido de Andrade [substituto de Pe. Antônio Maximiano de Campos]"

Além deles, assinaram a ata de abertura Domingos da Rocha Viana, 1º Juiz Municipal do Termo, Aureliano Lopes Cançado, partidor, contador e distribuidor e Orosimbo Santiago, 2º Escrivão do Judicial e Notas.[49]

Outro aspecto da vida política de Itaúna é a, desde sempre, presença da família Gonçalves no meio, tendo essa participação expressiva ganhado o nome de "Gonçalvismo". Para o historiador Charles Aquino, baseado em textos de Guaracy de Castro Nogueira[51], "foi um movimento que gradualmente transformou o perfil do município de Sant'Ana, impulsionado pela família Gonçalves, que chegaram ao arraial de Sant’Ana com capital e novas ideias, o que lhes permitiu adquirir as melhores terras e fazendas, estabelecendo-se como líderes econômicos e políticos. A riqueza e o poder adquiridos por meio do comércio e da indústria permitiram-lhes influenciar significativamente o desenvolvimento da infraestrutura local, como a introdução da estrada de ferro e a iluminação pública. Esta influência se estendeu à esfera educacional, com dois de seus descendentes se formando como os primeiros doutores de Sant'Ana, indicando um investimento na educação e cultura que perpetuaria sua hegemonia por décadas - advogado dr. José Gonçalves de Souza Moreira e o médico Augusto Gonçalves de Souza, prefeito por 5 mandatos." Além disso, complementa Aquino, "O "Gonçalvismo" em Itaúna representa um exemplo paradigmático de como famílias influentes podem moldar o destino de um município. A união estratégica entre os Gonçalves de Souza Moreira e os Gonçalves Cançado foi fundamental para a consolidação de um poder econômico e político que transformou o pacato arraial de Sant’Ana em um polo industrial. Manoel José de Souza Moreira, com sua visão pioneira, é merecidamente reconhecido como o arquiteto desta transformação, liderando uma era de progresso que mudou para sempre o curso da história de Itaúna."

Referências

  1. «Itaúna em Dados (Região Metropolitana: Pertence ao Anel Metropolitano da Região Metropolitana de Belo Horizonte)» (PDF). Prefeitura Municipal de Itaúna. 1 de outubro de 2012. Consultado em 19 de setembro de 2017 
  2. «Municípios de Minas Gerais». Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais. Consultado em 14 de dezembro de 2014 
  3. Prefeito e vereadores de Itaúna tomam posse Portal G1 - acessado em 2 de janeiro de 2021
  4. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. «Busca Faixa CEP». Consultado em 1 de fevereiro de 2019 
  5. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010 
  6. «Itaúna». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 19 de julho de 2023 
  7. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. IBGE. 2010. Consultado em 27 de julho de 2017 
  8. a b Produto Interno Bruto dos Municípios 2014 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - acessado em 27 de julho de 2017
  9. «Panorama de Itaúna». cidades.ibge.gov.br. 1 de julho de 2024. Consultado em 16 de setembro de 2024 
  10. SOUZA, Miguel Augusto Gonçalves de (1986). História de Itaúna. Belo Horizonte: Littera Maciel. p. 36 
  11. SOUZA, Miguel Augusto Gonçalves de Souza (1986). História de Itaúna. Belo Horizonte: Editora Littera Maciel. p. 52 
  12. SOUZA, Miguel Augusto Gonçalves de (1986). História de Itaúna. Belo Horizonte: Littera Maciel. p. 65 
  13. SOUZA, Miguel Augusto Gonçalves de (1986). História de Itaúna. Belo Horizonte: Littera Maciel. p. 78 
  14. SOUZA, Miguel Augusto Gonçalves de (1986). História de Itaúna. Belo Horizonte: Littera Maciel. p. 85 
  15. SOUZA, Miguel Augusto Gonçalves de (1986). História de Itaúna. Belo Horizonte: Littera Maciel. p. 94 
  16. a b c FILHO, João Dornas (1936). Itaúna: contribuições para a história do município. [S.l.: s.n.] 
  17. SOUZA, Miguel Augusto Gonçalves de (1986). História de Itaúna. Belo Horizonte: Littera Maciel. p. 132 
  18. «LEI nº 319, de 16/09/1901» 
  19. a b c Pimentel, Dr. F. Mendes (22 de Setembro de 1899). «Jornal Diário de Minas» (PDF). Sociedade Anonyma. Jornal Diário de Minas (223): 2. Consultado em 15 de Setembro de 2024 
  20. SOUZA, Miguel Augusto Gonçalves de (1986). História de Itaúna. Belo Horizonte: Littera Maciel. p. 141-142 
  21. SOUZA, Miguel Augusto Gonçalves de (2001). Capítulos da História Itaunense. Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais. p. 228 
  22. SOUZA, Miguel Augusto Gonçalves de (2001). Capítulos da História Itaunense. Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais. p. 309 
  23. a b c «Informações Municipais – Itaúna – MG». Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais – INDI. 13 de outubro de 2016. Consultado em 14 de outubro de 2016. Arquivado do original em 18 de outubro de 2016 
  24. SOUSA, Iracema Fernandes de (1986). Itaúna Através dos Tempos. Belo Horizonte: Lemi S.A. p. 105-106 
  25. Acervo de Guaracy de Castro Nogueira. [S.l.: s.n.] 
  26. a b «Símbolos e Hino» 
  27. a b «IBGE Cidades Itaúna». Consultado em 16 de setembro de 2024 
  28. a b c d e f g Matos, Ângelo Braz de, Itaúna, 2010, Editora Vile.
  29. a b Prefeitura Municipal de Itaúna – Relevo
  30. «Carta do Brasil – Igarapé SF-23-X-A-II-1». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. 13 de outubro de 2016 
  31. «APE Manancial Serra Azul». Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA. 29 de setembro de 2016 
  32. «Parecer Único SUPRAM CM n.º 238/2010» (PDF). Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD. 18 de junho de 2010. Consultado em 14 de outubro de 2016. Arquivado do original (PDF) em 2 de outubro de 2016 
  33. a b c MASCARENHAS, Luiz (2003). Itaúna em Detalhes. [S.l.]: Enciclopédia Ilustrada de Pesquisa. p. 33-34 
  34. http://www.fflch.usp.br/dlcv/tupi/vocabulario.htm
  35. «Itaúna -- Estações Ferroviárias do Estado de Minas Gerais». www.estacoesferroviarias.com.br. Consultado em 29 de setembro de 2020 
  36. a b c d «REGISTRO DE BEM CULTURAL IMATERIAL- HIST DO TEATRO ITAÚNA.pdf» (PDF) 
  37. a b Mascarenhas, Luiz (7 de agosto de 2023). «O Reinado de Itaúna: fé, tradição e cultura». Jornal Social Luiz Parreiras. Jornal Social Luiz Parreiras. Consultado em 28 de setembro de 2024 
  38. FILHO, João Dornas (1943). A Influência Social do Negro Brasileiro. São Paulo-Rio de Janeiro: Guaíra. p. 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26. 
  39. SOUZA, Miguel Augusto Gonçalves de (2001). Capítulos da História Itaunense. Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais. p. 509-511 
  40. a b TSE (31 de janeiro de 2022). «Resultados Eleições 2000». Resultado da Eleição. Consultado em 27 de outubro de 2024 
  41. a b c TSE (18 de março de 2022). «Resultado da Eleição 2004». Resultado da Eleição. Consultado em 27 de outubro de 2024 
  42. a b c TSE (19 de agosto de 2021). «Resultados Eleições 2008». Maiores votações. Consultado em 27 de outubro de 2024 
  43. a b G1 Triângulo Mineiro (26 de outubro de 2012). «Vice assume Executivo no lugar de prefeito afastado em Itaúna, MG». G1. Consultado em 27 de outubro de 2024 
  44. a b c TSE (26 de julho de 2021). «Resultados Eleições 2016». Maiores Votações. Consultado em 27 de outubro de 2024 
  45. a b c TSE (28 de maio de 2021). «Resultados Eleições 2016». Maiores votações. Consultado em 27 de outubro de 2024 
  46. a b c TSE (30 de setembro de 2024). «Resultados Eleições 2020». Maiores Votações. Consultado em 27 de setembro de 2024 
  47. a b c TSE (27 de outubro de 2024). «Resultados Eleições 2024». Maiores votações. Consultado em 27 de outubro de 2024 
  48. SOUZA, Miguel Augusto Gonçalves de (2001). Capítulos da História Itaunense. Belo Horizonte: Imprensa Oficial de Minas Gerais. p. 509-511 
  49. a b c SOUZA, Miguel Augusto Gonçalves de (1986). História de Itaúna. Belo Horizonte: Littera Maciel. p. 153 
  50. «Ex-Presidentes da Câmara Municipal de Itaúna» 
  51. NOGUEIRA, Guaracy de Castro (2003). Itaúna em Detalhes. Itaúna: Ed. Jornal Folha do Povo. p. Fascículo 09 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Itaúna