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Salvador: diferenças entre revisões

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Revisão das 21h24min de 7 de outubro de 2013

 Nota: Para outros significados de Salvador, veja Salvador.
Salvador Curta https://www.facebook.com/pages/Joga-Sal-Que-%C3%89-Sapo/490655164346429
  Município do Brasil  
Comércio e Pelourinho vistos do Forte de São Marcelo.
Comércio e Pelourinho vistos do Forte de São Marcelo.
Comércio e Pelourinho vistos do Forte de São Marcelo.
Símbolos
Bandeira de Salvador Curta https://www.facebook.com/pages/Joga-Sal-Que-%C3%89-Sapo/490655164346429
Bandeira
Brasão de armas de Salvador Curta https://www.facebook.com/pages/Joga-Sal-Que-%C3%89-Sapo/490655164346429
Brasão de armas
Hino
Lema "Sic illa ad arcam reversa est"
(pt: "Assim ela voltou à arca.")
Gentílico soteropolitano(a)
salvadorense (desusado)
Localização
Localização de Salvador Curta https://www.facebook.com/pages/Joga-Sal-Que-%C3%89-Sapo/490655164346429 na Bahia
Localização de Salvador Curta https://www.facebook.com/pages/Joga-Sal-Que-%C3%89-Sapo/490655164346429 na Bahia
Localização de Salvador Curta https://www.facebook.com/pages/Joga-Sal-Que-%C3%89-Sapo/490655164346429 na Bahia
Localização de Salvador Curta https://www.facebook.com/pages/Joga-Sal-Que-%C3%89-Sapo/490655164346429 no Brasil
Mapa
Mapa de Salvador Curta https://www.facebook.com/pages/Joga-Sal-Que-%C3%89-Sapo/490655164346429
Coordenadas 12° 58' 16" S 38° 30' 39" O
País Brasil
Unidade federativa Bahia
Região metropolitana Salvador
Municípios limítrofes Lauro de Freitas, Simões Filho, Candeias, Madre de Deus, Salinas da Margarida, Saubara, Itaparica, Vera Cruz e São Francisco do Conde.
Distância até a capital 1 531 km[1]
História
Fundação 29 de março de 1549 (475 anos)
Administração
Prefeito(a) ACM Neto (DEM, 2013–2016)
Características geográficas
Área total [2] 706,799 km²
População total (IBGE/2013[3]) 2 883 672 hab.
 • Posição BA: 1º/BR: 3º
Densidade 4 079,9 hab./km²
Clima tropical atlântico
Altitude 8,3[1] m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010[4]) 0,759 alto
PIB (IBGE/2010[5]) R$ 36 744 670 mil
 • Posição BR: 10º
PIB per capita (IBGE/2010[5]) R$ 13 728,08
Sítio www.salvador.ba.gov.br (Prefeitura)

Salvador (fundada como São Salvador da Bahia de Todos os Santos[6]) é um município brasileiro, capital do estado da Bahia e primeira capital do Brasil. A cidade de Salvador é notável, no Brasil, pela sua gastronomia, música e arquitetura, e sua área metropolitana é a mais rica do nordeste do Brasil. A influência africana em muitos aspectos culturais da cidade torna o centro da cultura afro-brasileira. Isso reflete uma situação em que se celebram práticas culturais afro-brasileiras. O Centro Histórico de Salvador, iconizado no bairro do Pelourinho, é conhecido pela sua arquitetura colonial portuguesa com monumentos históricos que datam do século XVII até o século XIX e foi declarado como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em 1985.[7]

Situada na microrregião homônima, Salvador possui mais de 2,7 milhões de habitantes, sendo o município mais populoso do Nordeste, o terceiro mais populoso do Brasil e o oitavo mais populoso da América Latina (superado por São Paulo, Cidade do México, Buenos Aires, Lima, Bogotá, Rio de Janeiro e Santiago).[8] Sua região metropolitana, conhecida como "Grande Salvador", possui 3.642.682 habitantes recenseados em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),[9] o que a torna a terceira mais populosa do Nordeste, sétima do Brasil e uma das 120 maiores do mundo.[10] Por essas dimensões urbano-populacionais, é classificada pelo estudo do IBGE sobre a rede urbana brasileira como uma metrópole regional. Tais dados demográficos espalham-se por uma superfície de 706,8 km², ainda conforme o IBGE, cujas coordenadas, a partir do marco da fundação da cidade, no Forte de Santo Antônio da Barra, são 12° 58' 16'' sul e 38° 30' 39'' oeste.[1]

A primeira sede da administração colonial portuguesa do Brasil, a cidade é uma das mais antigas da América. Por um longo tempo era antigamente chamada de "Bahia" ou "cidade da Bahia", inclusive por moradores do próprio estado e aparece sob este nome ou como "Salvador da Bahia" a fim de diferenciá-las de outras cidades de mesmo nome. Também recebeu epítetos como Roma Negra e Meca da Negritude, por ser uma metrópole com uma percentagem grande de negros, embora não seja a maioria da população, plena de elementos simbólicos e religiosos africanos. De acordo com o antropólogo Vivaldo da Costa Lima, a expressão "Roma Negra" é uma derivação de "Roma Africana", cunhada por Mãe Aninha, fundadora do Ilê Axé Opó Afonjá. Nos anos 1940, em depoimento à antropóloga cultural Ruth Landes. Segundo Mãe Aninha, assim como Roma era o centro do catolicismo, Salvador seria o centro do culto aos orixás. Posteriormente, em seu livro Cidade das Mulheres, Landes traduziu a expressão como Negro Africa. Posteriormente, quando o livro foi traduzido para o português, Negro Africa transformou-se Roma Negra.[11]

Centro econômico do estado, Salvador é também porto exportador, centro industrial, administrativo e turístico. Ademais, é sede de importantes empresas regionais, nacionais e internacionais. Foi em Salvador onde surgiu a Odebrecht, que, em 2008, tornou-se o maior conglomerado de empresas do ramo da construção civil e petroquímica da América Latina, com várias unidades de negócios em Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e diversos países do mundo.[12] Além de empresas, a cidade sedia também muitos eventos, organizações e instituições, como a Universidade Federal da Bahia (segunda melhor do Norte-Nordeste e a 58ª da América Latina[13][14][15] e a brasileira que mais melhorou nos últimos dois anos[16]) e a Escola de Administração do Exército Brasileiro.

Gentílico

Os habitantes são chamados de soteropolitanos, gentílico criado a partir da tradução do nome da cidade para o grego: Soterópolis, ou seja, "cidade do Salvador", composto de Σωτήρ ("salvador") e πόλις ("cidade").

História

Ver artigo principal: História de Salvador
A cidade de Salvador foi fundada por ordem do rei dom João III de Portugal
Chegada de Tomé de Sousa à Bahia, numa gravura de começo do século XIX

Por volta do ano 1000, os índios tapuias que habitavam a região foram expulsos para o interior do continente devido à chegada de povos tupis procedentes da Amazônia. No século XVI, quando chegaram os primeiros europeus à região, a mesma era habitada por um desses povos tupis, os tupinambás[17]. A presença dos europeus data desde, pelo menos, o naufrágio de um navio francês em 1510, de cuja tripulação fazia parte Diogo Álvares, o famoso Caramuru. Em 1534, foi fundada a capela em louvor a Nossa Senhora da Graça, porque ali viviam Diogo Álvares e sua esposa, Catarina Paraguaçu.

Em 1536, chegou, à região, o primeiro dos donatários portugueses criados com a instituição do sistema das capitanias hereditárias, Francisco Pereira Coutinho, que recebeu a capitania das mãos do rei português dom João III. Coutinho fundou o Arraial do Pereira, nas imediações onde hoje está a Ladeira da Barra. Esse arraial, doze anos depois, na época da fundação da cidade, foi chamado de Vila Velha. Os índios não gostavam de Pereira Coutinho por causa de sua crueldade e arrogância no trato. Por isso, aconteceram diversas revoltas indígenas enquanto ele esteve na vila. Uma delas obrigou-o a refugiar-se em Porto Seguro, com Diogo Álvares; na volta, já na Baía de Todos os Santos, enfrentando forte tormenta, o barco, à deriva, chegou à praia de Itaparica. Nessa, os índios fizeram-no prisioneiro, mas deram liberdade a Caramuru. Francisco Pereira Coutinho foi retalhado e servido numa festa antropofágica.

Em 29 de março de 1549 chegam, pela Ponta do Padrão, Tomé de Sousa e comitiva, em seis embarcações: três naus, duas caravelas e um bergantim, com ordens do rei de Portugal de fundar uma cidade-fortaleza chamada do São Salvador. Nasce assim a cidade de Salvador: já cidade, já capital, sem nunca ter sido província. Todos os donatários das capitanias hereditárias eram submetidos à autoridade do primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Sousa.

Com o governador vieram nas embarcações mais de mil pessoas. Trezentas e vinte nomeadas e recebendo salários; entre eles o primeiro médico nomeado para o Brasil por um prazo de três anos: Dr. Jorge Valadares; e o farmacêutico Diogo de Castro, seiscentos militares, degredados, e fidalgos, além dos primeiros padres jesuítas no Brasil, como Manuel de Nóbrega, João Aspilcueta Navarro e Leonardo Nunes, entre outros. As mulheres eram poucas, o que fez com que os portugueses radicados no Brasil, mais tarde, solicitassem ao Reino o envio de noivas.

Talvez Tomé de Sousa tenha sido o primeiro visitante a apaixonar-se pelo local, como muitos após ele, pois disse ao funcionário que lhe entregou a notícia de que o substituto estava a caminho: "Vedes isto, meirinho? Verdade é que eu desejava muito, e me crescia a água na boca quando cuidava em ir para Portugal; mas não sei por que agora se me seca a boca de tal modo que quero cuspir e não posso". Após Tomé de Sousa, Duarte da Costa foi o governador-geral do Brasil, chegou a 13 de julho de 1553, trazendo 260 pessoas, entre elas o filho Álvaro, jesuítas como José de Anchieta, e dezenas de órfãs para servirem de esposas para os colonos. Mem de Sá, terceiro governador-geral, que governou até 1572, também contribuiu com uma grande administração.

A cidade foi invadida pelos neerlandeses em 1598, 1624-1625 e 1638 (ver: Invasões holandesas no Brasil). O açúcar, no século XVII, já era o produto mais exportado pela colônia. No final desse século, a Bahia se torna a maior província exportadora de açúcar. Nesta época, os limites da cidade iam da freguesia de Santo Antônio Além do Carmo até a freguesia de São Pedro Velho. A Cidade do São Salvador da Bahia de Todos os Santos foi a capital e sede da administração colonial do Brasil até 1763.

O Pelourinho em 1900

Em 1798, ocorreu a Revolta dos Alfaiates, na qual estavam envolvidos homens do povo como Lucas Dantas e João de Deus, e intelectuais da elite, como Cipriano Barata e outros profissionais liberais.

Em 1809, Marcos de Noronha e Brito, o conde dos Arcos, iniciou sua administração, a qual foi muito benéfica à cidade. Em 1812, inaugurou o Teatro São João, onde mais tarde Xisto Bahia cantaria suas chulas e lundus, e Castro Alves inflamaria a plateia com os maravilhosos poemas líricos e abolicionistas. Ainda no governo do Conde dos Arcos, ocorreram os grandes deslizamentos nas Ladeiras da Gameleira, Misericórdia e Montanha.

Em 1835, ocorreu a revolta dos escravos muçulmanos, conhecida como Revolta dos Malês. Durante o século XIX, Salvador continuou a influenciar a política nacional, tendo emplacado diversos ministros de Gabinete no Segundo Reinado, tais como José Antônio Saraiva, José Maria da Silva Paranhos, Sousa Dantas e Zacarias de Góis. Com a proclamação da República, e a crise nas exportações de açúcar, a influência econômica e política da cidade no cenário nacional decresce.

Em 1912, ocorreu o bombardeio da cidade, causado pelas disputas entre as lideranças oligárquicas na sucessão do governo: foram destruídos a biblioteca e o arquivo, perdendo-se, de forma irremediável, importantes documentos históricos da cidade.

Geografia

Região Metropolitana

Ver artigo principal: Região Metropolitana de Salvador
Mapa da Grande Salvador.

Salvador é a cidade-sede da Região Metropolitana de Salvador, popularmente conhecida como "Grande Salvador". Além dela, encontram-se outros doze municípios na área metropolitana: Camaçari, Candeias, Dias d'Ávila, Itaparica, Lauro de Freitas, Madre de Deus, Mata de São João, Pojuca, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé, Simões Filho e Vera Cruz. Com 3.574.804 habitantes, é a sétima região metropolitana mais populosa do Brasil (IBGE, 2010) e uma das 120 maiores do mundo.[3]

Hidrografia

Imagem de satélite da NASA de Salvador e da Baía de Todos os Santos.

Salvador está localizada em uma península pequena, mais ou menos triangular que separa a Baía de Todos os Santos de águas abertas do Oceano Atlântico. A baía, que recebe o nome por ter sido descoberta no Dia de Todos-os-Santos forma um porto natural. Salvador é um dos principais porto de exportação, encontrando-se no coração do Recôncavo Baiano, uma rica região agrícola e industrial, englobando a porção norte do litoral da Bahia.

A capital baiana está inserida na Região hidrográfica do Atlântico Leste, mais especificamente na Região de Planejamento de Gestão das Águas do Recôncavo Norte (RPGA XI). A água que abastece a capital vem da Barragem de Pedra do Cavalo, no Rio Paraguaçu, e dos rios Joanes e Ipitanga, localizados na Região Metropolitana de Salvador. O município de Salvador tem dez regiões hidrográficas delimitadas, as mais expressivas são as bacias do rio Camarajipe e a do rio Jaguaribe. O Rio Camarajipe, que é o maior com seus 14 km, o Jaguaribe, que também é conhecido como Trobogi, por atravessarem muitos bairros de Salvador são consequentemente os mais poluídos da cidade; por outro lado o Rio do Cobre, que termina na Baía de Todos-os-Santos, é o único que ainda abriga vida em seu leito.[18]

Litoral

A Ponta de Santo Atônio, o extremo sul da cidade. Em destaque, o Farol da Barra.

Salvador possui famosas praias, como as de Itapuã, dos Artistas e do Porto da Barra. As praias da cidade atraem tanto habitantes locais como turistas, principalmente devido à temperatura agradável da água. Algumas praias possuiam restaurantes típicos na própria areia (barracas de praia), - demolidas com base no Artigo 225 da Constituição brasileira[19] - onde se preparavam frutos do mar e bebidas diversas. Além disto, é comum encontrar tabuleiros de baianas, onde é possível provar um acarajé, e outros vendedores ambulantes. Também está em fase de ampliação o sistema cicloviário, como preparação antecipada da cidade para a Copa de 2014.[20]

Relevo

Vista aérea do Parque Metropolitano Lagoas e Dunas do Abaeté, em Itapuã.

O relevo de Salvador é acidentado e cortado por vales profundos. Conta com uma estreita faixa de planícies, que em alguns locais se alargam. A cidade está a oito metros acima do nível do mar.

Uma característica particularmente notável é a escarpa que divide Salvador em Cidade Baixa, porção noroeste da cidade, e Cidade Alta, maior e mais recente (corresponde ao resto da cidade), sendo que a primeira está 85 m abaixo da última[21]. Um elevador (o primeiro instalado no Brasil), conhecido como o Elevador Lacerda, conectam-se as duas "cidades" desde 1873, já tendo sofrido diversos melhoramentos de lá pra cá.

Vegetação

Existem vários tipos de vegetação na cidade. Nas praias e dunas, encontram-se coqueiros. Entre as espécies presentes em Salvador estão a pimenteira, o capim-da-areia e a grama-da-praia.

Clima

Salvador possui um clima de floresta tropical sem estação seca discernível. As temperaturas são relativamente constantes ao longo do ano, com condições de clima quentes e úmidas. O mês mais seco de Salvador no ano é Janeiro, onde a cidade recebe, em média, 110mm de chuva. Já os meses mais chuvosos de Salvador acontece entre Maio e Julho e 789mm de chuva cai durante estes 3 meses. Chega a extremos de 17 °C no inverno[22] e a 32 °C no verão. A brisa oriunda do Oceano Atlântico deixa agradável a temperatura da cidade mesmo nos dias mais quentes.[carece de fontes?]

Os bairros litorâneos, fora da Baía de Todos os Santos, como a Pituba, Praia do Flamengo, recebem fortes ventos, vindos do mar.

Gráfico climático para Salvador
JFMAMJJASOND
 
 
110
 
29
23
 
 
121
 
30
23
 
 
144
 
30
24
 
 
321
 
28
22
 
 
324
 
27
23
 
 
251
 
26
22
 
 
203
 
26
21
 
 
135
 
26
21
 
 
112
 
27
21
 
 
122
 
28
22
 
 
118
 
28
22
 
 
132
 
29
23
Temperaturas em °CPrecipitações em mm

Fonte: Jornal do Tempo

Demografia

Crescimento populacional
Censo Pop.
1872129 109
1890174 41235,1%
1900205 81318,0%
1920283 42237,7%
1940290 4432,5%
1950417 23543,7%
1960655 73557,2%
19701 027 14256,6%
19801 531 24249,1%
19912 072 05835,3%
20002 440 82817,8%
20102 675 6569,6%
20222 417 678−9,6%
Censos demográficos do
IBGE (1872-2022).[23][24]

O censo brasileiro de 2010 manteve a cidade de Salvador como a terceira cidade mais populosa do Brasil, após São Paulo e Rio de Janeiro.[25] O mesmo fato repete-se em relação ao tamanho do eleitorado: terceiro maior colégio eleitoral brasileiro com aproximadamente 1,8 milhão de eleitores. Ainda de acordo com o mesmo censo, a cidade tinha 474.827 casais de sexo oposto e 1.595 casais do mesmo sexo. A população de Salvador foi de 53,3% do sexo feminino e 46,7% do sexo masculino.[26]

Nos últimos anos, a população de Salvador está aumentando. Teve nas décadas de 1960 a 1991 o pico de crescimento. Segundo o mesmo censo, havia 2.480.790 pessoas residentes na cidade.[27]

Etnias

Salvador é o centro da cultura afro-brasileira. A maior parte da população é negra ou parda. Segundo dados divulgados pelo IBGE em 2010 para a região metropolitana de Salvador, 51,7% da população (1.382.543) é de cor parda (pessoas multirraciais), 27,8% negra (743.718), 18,9% branca (505.645), 1,3% povos asiáticos (35.785) e 0,3% povos ameríndios (7.563).[28] Salvador é a cidade com o maior número de descendentes de africanos no mundo, seguida por Nova York, majoritariamente de origem iorubá, vindos da Nigéria, Togo, Benim e Gana.[29]

Um estudo genético realizado na população de Salvador confirmou que a maior contribuição genética da cidade é a africana (49,2%), seguida pela europeia (36,3%) e indígena (14,5%). O estudo também concluiu que indivíduos que possuem sobrenome com conotação religiosa tendem a ter maior grau de ancestralidade africana (54,9%) e a pertencer a classes sociais menos favorecidas.[30]

Religião

Predefinição:Religiões em Salvador

Salvador em termos de religião é conhecida por ter 365 igrejas católicas, uma para cada dia do ano, além do sincretismo religioso, onde o catolicismo convive junto ao candomblé. O número de evangélicos vem crescendo a cada ano, já respondendo por 15% da população soteropolitana. Possui ainda um percentual significante de espíritas, e de pessoas não-religiosas. No Brasil, o Primaz é o Arcebispo da Arquidiocese de São Salvador da Bahia.

Pobreza e desigualdade social

Favela no bairro soteropolitano de Sussuarana.

Além da desigualdade social, há tempos, a capital da Bahia também sofre com o turismo sexual, desemprego e violência, iluminação pública e saúde precárias, crescimento desordenado (favelização) e desrespeito ao meio ambiente.[31] A cidade possui a nona maior concentração de favelas entre os municípios do Brasil com 99 favelas.[32]

Apesar de ser a segunda capital mais rica do Nordeste e entre as primeiras do Brasil, alguns indicadores relativizam essa riqueza. Como no resto do Brasil - e principalmente do Nordeste -, há uma grande desigualdade em diversos aspectos. O IDH é levemente maior que o do Brasil, mas pode se reduzir a níveis da África ou se elevar a níveis da Europa, dependendo do bairro ou região da cidade considerados.

De acordo com o PNUD, o IDH-M do Itaigara é 0,971, fazendo do bairro um dos detentores do melhor IDH-M do Brasil. O Caminho das Árvores, Iguatemi, Pituba e Loteamento Aquárius-Santiago de Compostela possuem 0,968. A Avenida Paulo VI e Parque Nossa Senhora da Luz possuem 0,965, fazendo destes todos citados iguais ou maiores que da Noruega, líder mundial há seis anos. Porém, locais como Areia Branca e CIA Aeroporto (0,652), Coutos, Felicidade (0,659), Bairro da Paz e Itapuã (0,664) apresentam índices menores que países como a África do Sul, Guiné Equatorial e Tajiquistão, localizados na África e Ásia Central.[33]

Política

Prefeitura de Salvador, o Palácio Tomé de Sousa.
Câmara Municipal de Salvador, a antiga Casa de Câmara e Cadeia da Cidade de Salvador.

A partir de 2013, o atual prefeito de Salvador é ACM Neto e a vice-prefeita é Célia Sacramento.

A Câmara dos Vereadores de Salvador conta com 41 vereadores. Em 2006, na Câmara Municipal de Salvador foram aprovadas 245 leis. Entre elas, 211 foram projetos apresentados pelos vereadores, que também apresentaram 310 emendas, 725 pareceres, fizeram 235 registros e 4 253 requerimentos administrativos.[34]

Segundo o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) e mais cinco entidades da sociedade civil, a Câmara de Vereadores de Salvador, em fevereiro de 2008, aprovou o novo e polêmico Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) para Salvador, que permitira, ainda segundo o CREA, o desmatamento da Mata Atlântica na Avenida Paralela, criação de paredões de prédios na orla atlântica e acarretará prejuízos para a Prefeitura e lucros exorbitantes para as construtoras e imobiliárias. O CREA solicitou à Justiça Federal alteração em 48 itens da lei que aprovou o novo PDDU.[35]

Relações internacionais

O Município de Salvador integra, dentre outras organizações internacionais, o Mercado Comum de Cidades (Mercocidades) e a União das Cidades Capitais Luso-Afro-Américo-Asiáticas.[36] As relações internacionais da cidade são geridas pela Assessoria de Relações Internacionais (ARI), antiga Secretaria Extraordinária de Relações Internacionais (SECRI), que foi criada por lei em 29 de dezembro de 2008.[37]

Salvador ainda abriga a Casa da ONU (Escritório Compartilhado da Organização das Nações Unidas), o primeiro no Brasil.[38] Além disso, há também muitos consulados de quase todos os continentes (exceção fica com a Oceania); ao todo são 26 consulados em Salvador.[39]

No estágio contemporâneo das relações internacionais, Salvador também participa com sua paradiplomacia, entrando no processo de geminação de cidades em 1962. Deste modo, possui nove cidades-irmãs listadas abaixo com o ano de início do relacionamento entre parêntesis.[40]

Além de irmãs, Salvador também possui cidades e regiões parceiras, com as quais mantém um estreito relacionamento. São elas:[40]

Subdivisões

Mapa de Salvador, com os principais bairros e localidades.

A princípio, Salvador era dividida apenas em Cidade Alta e Cidade Baixa, devido ao relevo acidentado, se projeta sobre a Baía de Todos os Santos, assumindo um formato triangular, em cujo vértice está o Farol da Barra. A capital baiana se mostra complexa na divisão territorial, sendo os limites das localidades e até mesmo as diferenças entre as denominações (bairros, distritos, zonas, setores) indefinidos e superpostos entre si, principalmente nas zonas do miolo urbano e subúrbios ferroviários.

Apesar da fundação planejada e iniciada no atual Centro Histórico, o crescimento da capital ao longo do tempo ocorreu espontaneamente. Logo os limites se expandiram devido as ordens católicas, surgindo novas localidades como o Carmo e o Pelourinho, chamados até então de freguesias.

No século XIX ocorre uma expansão sul da cidade, surgindo a Vitória, Graça, Canela e Barra como localidades novas, e somente no início do século XX é que se faz uma reforma territorial, estabelecendo 11 distritos. A partir daí, o crescimento desordenado da cidade leva a dificuldade de estabelecer os limites e os bairros acabaram se fundindo de tal maneira, que até hoje não se conhece a quantidade direito.

Em 1987, Salvador foi dividida em 18 zonas político-administrativas para melhorar a gestão territorial. Entretanto, para confirmação de referências de endereçamentos postais e pesquisas de recenseamento, leva-se em conta a importância dos bairros soteropolitanos, o que demonstra a efervescência da cidade. Sejam bairros, distritos ou zonas, essas localidades continuam se desenvolvendo e ainda agrupam as mais diversas camadas sociais, em constante expansão vertical e horizontal. Em 2007, uma nova lei do PDDU delimitou as divisões atuais das regiões administrativas (RA)[41].

Desde essa última lei, a cidade é dividida em 18 RA, as quais são[42]:

Bairros

Imagem da Ladeira da Montanha (esquerda) ao lado da Avenida Contorno (direita), evidenciando a escarpa que divide Salvador em Cidade Alta e Baixa.

A cidade está dividida em dois níveis bem diferentes: a Cidade Baixa, localizada na planície estreira banhada pela Baía de Todos os Santos, e a Cidade Alta, localizada no platô que eleva-se de forma aguda caracterizada por uma encosta íngrime. Na Cidade Baixa encontram-se atividades portuárias e cormerciais atacadistas, na Cidade Alta estão os bairros residenciais e o comércio varejista, assim como a administração pública.[carece de fontes?]

Embora a criação de Salvador fosse idealizada pelo Reino de Portugal e seu projeto conduzido pelo engenheiro Português Luís Dias (que foi responsável pelo projeto original da cidade), o crescimento contínuo do capital através das décadas, foi completamente espontânea. Os muros da cidade-fortaleza não podia segurar a expansão da cidade, daí surgiam novas localidades, por exemplo, em direção ao bairro do Carmo é a área onde está a atual Praça Castro Alves. Na época de sua fundação, Salvador tinha duas praças e o primeiro bairro construído aqui foi o Centro Histórico de Salvador. Pelourinho e o bairro do Carmo vieram posteriormente, criado como uma consequência da crescente necessidade de espaço que as ordens religiosas tiveram. Com a rápida expansão, os bairros cresceram e muitos deles foram agrupados na mesma área, por isso hoje não há registros precisos quanto ao seu número exato. Depois disso, a primeira experiência de planejamento urbano em Salvador foi com o Escritório do Planejamento Urbanístico da Cidade do Salvador (EPUCS), coordenado pelo engenheiro Mário Leal Ferreira. Já na atualidade, para fins de gestão urbana municpal, a cidade está dividida em 18 regiões políticos-administrativas. Apesar disso, devido à sua relevância cultural e conveniências postais, a importância dos bairros de Salvador permanece intacta.[carece de fontes?]

Edifícios residenciais no bairro do Imbuí, um bairro recente de classe média.
O bairro boêmio do Rio Vermelho à noite, ao fundo o acarajé de Dinha.

Salvador é dividida em um número de bairros distintos, com os bairros mais conhecido sendo Pelourinho, Centro Histórico, Comércio e Centro, todos localizados na parte oeste. Barra, com seu Farol da Barra e praias é onde um dos circuitos do Carnaval começa, a Barra é o lar do Hospital Português e do Hospital Espanhol, o bairro está localizado na parte sul. Vitória, um bairro com muitos edifícios altos, está também localizado na parte sul. Campo Grande, com a Praça Dois de Julho e o Monumento à Independência da Bahia, também está na parte sul, como também o bairro da Graça, uma importante área residencial. Ondina, com o Jardim Zoobotânico de Salvador e o local onde o circuito Barra-Ondina do Carnaval termina, é a casa do Clube Espanhol, também é um bairro ao sul da cidade.

Itaigara, Pituba, Horto Florestal, Caminho das Árvores, Brotas, STIEP, Costa Azul, Armação, Jaguaribe e Stella Maris são os bairros mais ricos e os mais novos do centro da cidade e estão localizados na parte leste. Rio Vermelho, um bairro boêmio com uma rica história arquitetônica e inúmeros restaurantes e bares, está localizado na parte sul. Itapuã, conhecido em todo o Brasil, como a casa de Vinícius de Moraes e por ser o cenário da música "Tarde de Itapuã", está localizado na parte leste.

A região noroeste da cidade, ao longo da Baía de Todos os Santos, também conhecido como Cidade Baixa, contém os bairros pobres do subúrbio de Salvador como Periperi, Paripe, Lobato, Liberdade, Nova Esperança e Calçada. O bairro da Liberdade tinha a maior proporção de afro-brasileiros de Salvador quando o perdeu o título para Pernambués.[43]

O bairro de Brotas é o mais populoso da cidade com 70.158 moradores segundo o IBGE.[43]

Economia

Ver artigo principal: Economia de Salvador
Edifícios comerciais na região da Avenida Tancredo Neves, zona financeira da cidade.
Rio Vermelho e Horto Florestal.
Vista aérea da região do Iguatemi, o rio Camaragibe, o Iguatemi Salvador e parte do Terminal Rodoviário.

Ao longo da história brasileira Salvador tem desempenhado um papel importante. Durante todo o domínio português a cidade era uma das maiores e mais importantes da colônia. Devido à sua localização na costa nordeste do Brasil, a cidade serviu como um importante elo no Império Português, mantendo estreitos laços comerciais com Portugal e as colônias portuguesas na África e na Ásia. Salvador permaneceu como uma cidade de destaque no Brasil até 1763, quando foi substituída como a capital nacional pelo Rio de Janeiro. Nos últimos dez anos, no entanto, edifícios de escritórios e muitos prédios de apartamentos foram construídos, compartilhando os mesmos blocos com antigos casarões da era colonial.[44] Com vários shoppings (o Shopping Iguatemi Salvador foi o primeiro shopping do nordeste do Brasil) e áreas residenciais de classe média, economicamente a cidade é uma das mais relevantes do país. Desde a sua fundação, Salvador tem sido um dos portos e centros de comércio internacional mais importantes do Brasil. Com uma grande refinaria de petróleo, uma planta petroquímica e outras indústrias importantes em seu território, a cidade tem feito grandes progressos na redução da sua dependência histórica da agricultura para a sua prosperidade econômica.[45]

Com suas praias e clima tropical úmido, Salvador é o destino turístico segundo mais popular no Brasil, depois do Rio de Janeiro.[46] A atividade turística e cultural são importantes geradores de emprego e renda, impulsionando as artes e a preservação do patrimônio artístico e cultural. Dentre os pontos de interesse estão o seu famoso Pelourinho, suas igrejas históricas e suas praias.[47] A infraestrutura de turismo de Salvador é considerada uma das mais modernas do país, especialmente em termos de alojamento. A cidade dispõe de acomodações de todos os padrões, desde albergues até hotéis internacionais. A construção civil é uma das atividades mais importantes do município e muitos desenvolvedores internacionais principalmente da Espanha, Portugal e Reino Unido) e nacionais estão investindo na cidade e no litoral baiano.[48]

A Ford Motor Company tem uma fábrica na região metropolitana da cidade, no município de Camaçari, onde são montados veículos como o Ford EcoSport, Ford Fiesta e o Ford Fiesta Sedan.[49] Essa foi a primeira indústria automotiva a se instalar no nordeste do país e emprega cerca de 800 engenheiros.[50] A JAC Motors também terá uma fábrica em Camaçari que gerará cerca de 3.500 empregos diretos e 10.000 empregos indiretos, com uma produção anual de 100.000 veículos.[51]

Em dezembro de 2001, a Companhia Monsanto no Polo Petroquímico de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, a primeira planta da empresa projetada para produzir matérias-primas para o herbicida Roundup na América do Sul. O investimento é equivalente a 500 milhões de dólares. A fábrica de Camaçari, a maior unidade da Monsanto fora dos Estados Unidos, é também a única planta da empresa voltada para a fabricação de matérias-primas para a linha de produção Roundup.[52]

Em 2003, o PIB de Salvador era de R$ 11 967 563 000,00, o que correspondia a 0,77% do PIB do Brasil daquele ano.[53] Segundo um estudo coordenado pelo professor Moisés Balassiano, da FGV-RJ, Salvador aparece como a 11ª[54] melhor cidade para desenvolver carreiras no país. Em agosto de 2010, segundo o site eletrônico especializado em pesquisa de dados sobre edificações, Emporis Buildings, Salvador está entre as cem cidades do mundo com mais prédios, mais precisamente está em 62º lugar. Na América do Sul, sobe para a oitava colocação. Totaliza 546 edificações construídas de todos os tipos, dentre os quais está a Mansão Margarida Costa Pinto, o maior prédio residencial do Brasil e o décimo arranha-céu mais alto do país, com 154 metros.[55][56][57]

Turismo

Elevador Lacerda, e o Forte de São Marcelo ao fundo.

A cidade é um importante destino turístico do país. Quanto ao turismo internacional, fica atrás apenas do Rio de Janeiro em procura segundo a EMTURSA[carece de fontes?]. O interesse pela cidade se dá pela beleza do conjunto arquitetônico e da cultura local (música, culinária e religião).

O litoral de Salvador é uma das mais longas para cidades do Brasil. Há 80 km de praias distribuídas entre a Cidade Alta e Cidade Baixa, desde Inema, no subúrbio ferroviário até à Praia do Flamengo, do outro lado da cidade. Enquanto as praias da Cidade Baixa são banhadas pelas águas da Baía de Todos-os-Santos (Baía mais extensa do país), as praias da Cidade Alta, como a do Farol da Barra e a do Flamengo, são banhadas pelo Oceano Atlântico. À exceção é a praia do Porto da Barra, a única praia de Cidade Alta, localizada na Baía de Todos os Santos. O turista que escolhe Salvador pode ir à praia pela manhã, fazer um passeio ao Centro Histórico à tarde, jantar em um dos bons restaurantes da cidade e ir dançar nos ensaios dos blocos de carnaval ou ao som de outros estilos musicais. Outras opções de lazer são os teatros, como o Castro Alves, o Jorge Amado e o Vila Velha. Ainda se pode ir ao Farol da Barra ver o pôr-do-sol na Baía de Todos os Santos.

As praias da capital baiana são calmas, ideais para natação, vela, mergulho e pesca submarina, como também procuradas por surfistas devido enseadas de mar com ondas fortes. Há também praias cercadas por recifes, formando piscinas naturais de pedra, ideal para crianças brincarem.

Grandes hotéis tendem a ser localizados ao longo da orla marítima. Há também pequenos hotéis na Barra e outros (geralmente mais baratos) espalhados ao longo da via principal da Avenida Sete de Setembro (abreviado de apenas "Avenida Sete" pelos moradores) e ainda outros (também mais baratas) em torno do Pelourinho. Há também várias pousadas na Barra, Pelourinho, Santo Antônio e outros pontos da cidade.

O Mercado Modelo localizado na praça Cairu.
O Farol da Ponta de Itapuã.

O Mercado Modelo é o ponto escolhido por muitos turistas para comprar lembranças da Bahia, dentre elas rendas, berimbaus e todo tipo de artesanato produzido no estado. No porão - que atualmente é aberto a visitação - ficavam os escravos vindos da África enquanto aguardavam serem leiloados. O porão é repleto de placas de concreto com cerca de 30 centímetros de altura do chão, para que o turista possa ali passear mesmo quando a maré está cheia, pois é comum o porão encher-se de água do mar neste momento. Os arco com os tijolos a mostra - e que servem de estrutura para o Mercado Modelo - fazem belas composições quando refletidos no espelho d'água. Idiossincrasia de um tempo moderno.

Outro grande atrativo da cidade é o Carnaval, considerado a maior festa popular do mundo (o Guinness Book, em 2004, registrou o carnaval da Bahia como sendo o maior do mundo). Existem três formas de aproveitar o carnaval baiano, uma é associar-se a um dos blocos carnavalescos que são puxados por trios elétricos e isolados da multidão por uma corda. Muitos argumentam que isto termina por privatizar o espaço público, e de que essa forma de aproveitar o carnaval só é acessível àqueles com alto poder aquisitivo, pois para adquirir um abadá é preciso desembolsar, em média, oitocentos reais. A segunda forma é ficar nos camarotes que estão distribuídos por todo o percurso da folia. Essa forma de pular carnaval só é acessível para quem tem ainda mais dinheiro, preferindo assistir a festa do alto, em confortáveis espaços onde os pagantes podem dispor de boates, serviços médicos, banquetes de frutas e comidas típicas, além de outras amenidades.

A prefeitura, no entanto, tem realizado um trabalho de inclusão da população de baixa renda nos circuitos da folia, montando arquibancadas para esse público, que tem acesso gratuito às mesmas. A terceira, é aproveitar a festa na conhecida "pipoca", que são os foliões de rua que acompanham os trios elétricos do lado de fora das cordas de isolamento, protegidas pelos cordeiros. Estas áreas de isolamento, apropriadas por empresas privadas, tomam conta de praticamente todo o espaço público. Apesar de a festa atrair milhares de turistas nacionais e estrangeiros, muitos soteropolitanos optam por sair da cidade nesse período, preferindo a tranquilidade do litoral e das ilhas da baía de Todos os Santos à agitação do carnaval.

Os ritmos musicais mais comuns da região são o axé, o pagode, o forró, o arrocha e o samba. Mas há também um forte movimento de MPB e rock acontecendo na Bahia, que vem atraindo a atenção dos produtores musicais brasileiros.

Infraestrutura

Transportes

O Elevador Lacerda, os Plano Inclinado Gonçalves, Pilar e Liberdade-Calçada fazem o transporte da Cidade Alta para a Baixa.

Rodoviário

Vista aérea da região do Terminal Rodoviário de Salvador.

Salvador conta com transportes intermunicipais que conduzem às cidades do interior do estado e coletivos que circulam por toda a região metropolitana; esses transportes desembarcam no terminal rodoviário.

As rodovias federais BR-101 e BR-116 atravessam a Bahia de norte a Sul, oferecendo uma ligação de Salvador para o resto do país. Na junção de Feira de Santana, toma a rodovia BR-324. A capital baiana é servida por várias empresas de ônibus a partir de quase todos os Estados brasileiros. A BR-242, começando em São Roque do Paraguaçu (sentido transversal), está ligada à BR-116, associado à região centro-oeste. Entre as rodovias do estado, a BA-099, que faz conexão com o litoral norte e BA-001, que faz ligação ao sul da Bahia. Ônibus fornecem serviço direto para a maioria das cidades brasileira, incluindo Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, bem como destinos regionais. Em 2007, a cidade tinha proximamente 586.951 veículos, o maior da região norte e nordeste do Brasil.[58]

Quatro rodovias pavimentadas conectem a cidade para o sistema de estrada nacional. Executando ao norte a partir do Farol de Itapoã se dá a centenas de quilômetros de praias maravilhosas na região. Estas praias são acessíveis através da rodovia BA-099 ou (Linha do Coco e Linha Verde), uma estrada, mantida em excelente estado, correndo paralelamente à costa, com vias de acesso na saída para o litoral propriamente dito. A estrada corre ao longo de dunas de areia branca como a neve, e a costa em si é uma linha quase ininterrupta de coqueiros. As vilas de pescadores aparecem ao longo da faixa litoral da Praia do Forte.

Aquaviário

Ver artigo principal: Porto de Salvador
Porto de Salvador.

Por ser uma cidade litorânea, é comum a utilização do transporte aquaviário, contando, inclusive, com algumas rotas para a ilha de Itaparica. A Companhia das Docas do Estado da Bahia, a Companhia de Navegação Baiana e o Circuito Náutico da Bahia são os principais responsáveis por esse transporte.

Com volume de carga que cresce ano após ano seguindo o mesmo ritmo do desenvolvimento econômico implementado no Estado, o porto de Salvador, localizado na Bahia de Todos os Santos, possui o estatuto como a porta de maior movimento de contêineres do Norte/Nordeste e como a segunda maior exportadora de frutas no Brasil. As atividades do porto funcionam das 08h00min ao 12h00min e 13h30min às 17h30min.

A capacidade de lidar com grande volume de envio de cargas posicionou o porto de Salvador para novos investimentos em modernização tecnológica, e o porto é conhecido por programar um elevado nível de flexibilidade operacional à preços competitivos. O objetivo dos funcionários do Porto está a oferecer uma infra-estrutura necessária para a circulação de mercadorias, enquanto simultaneamente as necessidades de exportadores e importadores internacionais.

Ferroviário

Ver artigo principal: Metrô de Salvador

O sistema de Metrô de Salvador está em construção, e sua primeira fase estará pronta em março de 2008, entre a Lapa e o Acesso Norte (as estações ficarão prontas em 2009); serão construídas as estações entre o Aceso Norte e Pirajá. Em 2009, ele terá 8 estações com uma extensão de 12,5 km e terá ligação com o sistema de ônibus.

Vista do Metrô de Salvador.

Os principais acionistas do Metrô de Salvador são as empresas espanholas Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles, Invensys Rail Group e Integral Coach Factory (ICF). Espera-se que o Metrô de Salvador invista cerca de US$ 150 milhões em material de circulamento e equipamentos de sinalização e telecomunicação. O contrato abrange a primeira linha de 11,9 km de Pirajá à Lapa, que está prevista a abertura em 2003. O projeto também é financiado por um empréstimo do Banco Mundial de US$ 150 milhões, pelas contribuições federal, pelo estado da Bahia e dos governos municipais de Salvador.[59]

O sistema de metrô de Salvador é uma das ações de mobilidade urbana que será implantado até a Copa do Mundo de 2014. A conexão da linha 2, para a linha 1 do metrô de Salvador vai contribuir para ligar o Aeroporto Internacional ao centro da cidade de Salvador até o estádio da Fonte Nova. A nova linha 2 do metrô de Salvador vai integrar as estações de metro da Rótula do Abacaxi até a cidade de Lauro de Freitas na região metropolitana, passando através do Aeroporto Internacional de Salvador, com uma estação de metrô no aeroporto. Atualmente, o Metrô de Salvador ainda está em fase de construção que já data 13 anos de projeto. Possuirá, quando concluído, 28 estações e 48,1 km de extensão e transportará cerca de 400 mil usuários por dia. A Companhia de Transportes de Salvador é responsável pelo transporte ferroviário da região metropolitana.

Aéreo

Fachada do Aeroporto Internacional de Salvador.

Salvador conta com um aeroporto internacional, o Aeroporto Internacional de Salvador - Deputado Luís Eduardo Magalhães, anteriormente era denominado de Dois de Julho. É o maior de todo Norte, Nordeste e Sul brasileiro e o quinto mais movimentado do país. Em 2007, foi o terceiro maior do Brasil em movimento de malas postais, o quinto de passageiros e sexto de aeronaves e cargas.[60] Situado a 40 km do centro de Salvador, numa área de 7 milhões de metros quadrados (entre dunas e vegetação nativa)[61], o aeroporto já se tornou uma das principais atrações panorâmicas da cidade e dispõe de completa infraestrutura aeroportuária e um moderno terminal de passageiros (inaugurado em 2001) capaz de atender a seis milhões passageiros ao ano e receber 24 aeronaves simultaneamente. Existem voos regulares para as principais capitais brasileiras e para alguns países da Europa.

Em 2012, o aeroporto tratou 3.382.906 passageiros e movimentou 52.664 aeronaves, colocando o aeroporto entre os maiores no Brasil em termos de passageiros.[62] O uso do aeroporto tem vindo a crescer a uma média de 14% ao ano e agora é responsável por mais de 30% do movimento de passageiros no nordeste do Brasil.

Educação

Ala nobre da Faculdade de Medicina da Bahia, a mais antiga instituição de medicina do Brasil.[63]

Entre as principais instituições de ensino superior sediadas em Salvador estão a Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Universidade Católica do Salvador (UCSAL), a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), a Universidade Salvador (UNIFACS), a Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC), o Instituto Federal da Bahia (IFBA), a Faculdade Ruy Barbosa (FRB), o Centro Universitário Jorge Amado (UNIJORGE), a Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (FBDC), dentre outros.

Alguns principais colégios da cidade são: Colégio Anglo-Brasileiro, Instituto Federal da Bahia (IFBA), Colégio Militar de Salvador, Colégio Anchieta, Colégio Oficina, Colégio Salesiano de Salvador, Colégio Miró, Colégio Marista de Salvador, Colégio Antônio Vieira, Colégio Módulo, Colégio Sartre, Colégio São Paulo, Colégio Cândido Portinari, Colégio Integral (agora propriedade do Colégio Sartre), Colégio Nossa Senhora da Conceição do Santíssimo Sacramento, Colégio Diplomata, Colégio Nossa Senhora do Resgate e Colégio Gregor Mendel.[64]

Mídia e telecomunicações

O setor de telecomunicações e mídia em geral são bastante importantes. Uma vez que foi sede da administração portuguesa no Brasil, teve importantes jornais a nível nacional, assim acompanha as grandes mudanças, sendo uma das primeiras a implanterem novas tecnologias no país. Um exemplo é o telefone celular, o primeiro celular lançado no Brasil foi pela TELERJ, na cidade do Rio de Janeiro em 1990, e logo foi seguido da cidade de Salvador.

Cultura

Ver artigo principal: Cultura de Salvador
Centro Histórico de Salvador 

Ladeira do Centro Histórico, com a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos à direita (azul).

Tipo Cultural
Critérios iv, vi
Referência 309
Região Brasil
País  Brasil
Coordenadas 12°58' S 38°30 W
Histórico de inscrição
Inscrição 1985

Nome usado na lista do Património Mundial

  Região segundo a classificação pela UNESCO

A cultura desenvolvida em Salvador, primeira cidade do Brasil, e no Recôncavo da Bahia, exerceu influência decisiva em outras regiões do país, e na própria imagem que se tem do Brasil no exterior. Desde o século XVII observa-se no estado uma dualidade religiosa: de um lado, a religião católica (de origem europeia); do outro, o candomblé (de origem africana). Aspectos históricos e culturais de Salvador foram herdados pela miscigenação de grupos étnicos como os Nativo-Indiano, Africano, Europeu e Judaíco. Esta mistura pode ser vista na religião, cozinha, manifestações culturais e personalidade do povo baiano.

Já no século XIX firmou-se o gosto do baiano - tanto o de origem abastada quanto o pobre - pelo epigrama (tipo de poesia satírica); pelas modinhas (poesia lírica musicada); e, também, pelos sermões religiosos, praticado desde Frei Vicente do Salvador e tendo o ápice em Vieira.

A chegada dos africanos vindos do golfo de Benim e do Sudão, no século XVIII, foi decisiva para desenvolver a cultura da Bahia como um todo. Segundo Nina Rodrigues, isso é o que diferencia a cultura baiana da cultura encontrada nos outros estados brasileiros. Nesses, os africanos que vieram eram, predominantemente, os negros bantos de Angola.

Os negros iorubanos e nagôs estabeleceram uma rica cultura nas terras da Baía de Todos os Santos. Pois que tinham religião própria, o candomblé; música própria, a chula, o lundu; dança própria, praticada no samba de roda; culinária própria, que deu origem à culinária baiana, inventando diversos pratos com base no azeite-de-dendê e leite de coco (tudo com muita farinha-de-guerra dos índios tupinambás e tapuias), e sobremesas, desenvolvendo o que veio de Portugal; luta própria, a capoeira, e o maculelê; vestimenta própria, aliando as já tradicionais indumentárias africanas às fazendas portuguesas; e uma mistura de línguas, mesclando iorubá com português.

No século XIX, os visitantes começaram a cultuar a imagem da Bahia como de uma terra alegre, bonita, rica (por causa da cana-de-açúcar e das pedras preciosas das Lavras) e culta, que dava ao Brasil grandes intelectuais e Ministros do Gabinete Imperial.

Na década de 1870, as baianas começaram a migrar para o Sudeste do país em busca de emprego. E, assim, essas "tias" baianas foram disseminando a cultura da Bahia, vendendo acarajés nos tabuleiros e gamelas, dando festas onde se dançava samba de roda (que, mais tarde, modificado pelos cariocas, iria resultar no samba como se tornou conhecido), desfilando suas batas e panos-da-costa pelas ruas da Capital Federal. Por isso, naquela época, chamava-se de baiana todas as negras bonitas, segundo afirma Afrânio Peixoto, no "Livro de Horas".

A partir da década de 1920 do século XX, torna-se moda fazer músicas em louvor à Bahia. E houve grande polêmica quando o sambista Sinhô, contrariando, cantou que a Bahia era "terra que não dá mais coco". Baianos e cariocas, tais como Donga, Pixinguinha, Hilário Jovino Ferreira e João da Baiana, foram defender a Bahia.

A partir da década de 1930, primeiro pelos romances de Jorge Amado e depois pelas músicas de Dorival Caymmi, ficou estabelecida ante o Brasil a imagem que se tem da Bahia, perdurando até os dias atuais.

Arquitetura colonial

Fachada de edifícios do Comércio e a Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia a direita.

A palavra "pelourinho", em sentido amplo, corresponde a uma coluna de pedra localizada normalmente ao centro de um praça, onde eram expostos e castigados criminosos.[65] No Brasil, e em especial o pelourinho de Salvador, o uso principal era para castigar escravos através de chicotadas durante o período colonial. Tempos depois do fim da escravidão no Brasil, este local da cidade passou a atrair artistas de todos os gêneros: cinema, música, pintura, etc., tornando o Pelourinho em um centro cultural. O Pelourinho está dentro do Centro Histórico de Salvador, o qual é tombado pela UNESCO, e, assim, permite a Salvador ser membro da Organização das Cidades do Patrimônio Mundial.[7]

O Centro Histórico de Salvador foi designado em 1985 como um Património da Humanidade pela UNESCO. A cidade representa um bom exemplo do urbanismo português a partir de meados do século XVI com sua cidade administrativa sendo superior da sua cidade comercial, e uma grande parte da cidade manteve as raízes de suas ruas e casas coloridas.

A Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, no alto da Colina Sagrada, na Península de Itapagipe.

Como a primeira capital da América portuguesa, Salvador cultivou o trabalho escravo e tinha seus pilares instalados em lugares abertos, como o Terreiro de Jesus e as praças que hoje conhecemos como Praça Tomé de Souza (também conhecida como Praça Municipal) e Praça Castro Alves. O "Pelourinho" era um símbolo de autoridade e de justiça para alguns e injustiça para outros. No que era antes, o Centro Histórico mais tarde mudou-se para o que agora é a Praça da Piedade, e acabou emprestando seu nome ao complexo arquitetônico e histórico do Pelourinho, parte do Centro Histórico da cidade.

Desde 1992, houve um maciço investimento estatal no bairro em segurança e financiamento na instalação de hospedarias, restaurantes, escolas de dança e outras artes, além duma grande restauração dos casarios que foi iniciada. Contundo certas construções não foram recuperadas internamente, já que as fachadas foram priorizadas, dentre outros motivos, devido ao estado do interior do casario que impedia a reconstrução fiel. Com a restauração, um esforço se deu para tornar a área uma atração turística altamente desejável não só dos turistas nacionais como também estrangeiros. Mas também, moradores desses casarios foram expulsos e a maioria era de afrodescendentes. Este processo deu origem ao debate político substancial no estado da Bahia, desde os antigos moradores do Pelourinho que foram excluídos (foram recolocados em outros bairros de Salvador) até a maior parte dos benefícios econômicos ganhos (aproveitados por alguns).

Salvador é considerável pela sua riqueza e prestígio que conquistou durante a época colonial (como capital da colônia durante 250 anos, e que deu origem ao Pelourinho) e reflete-se na magnificência dos seus palácios coloniais, igrejas e conventos, a maioria deles data dos séculos XVII e XVIII. Estes incluem:

Praça Anchieta e Igreja de São Francisco ao fundo.
  • Elevador Lacerda: Inaugurado em 1873, este elevador foi planejado e construído pelo empresário Antônio Francisco de Lacerda, as quatro cabines do Elevador conectam os 72 metros de altura entre a Praça Tomé de Souza na Cidade Alta à Praça Cayru, na Cidade Baixa. Em cada percurso, tem a duração de 22 segundos e o elevador transporta 128 pessoas, 24 horas por dia.

Literatura

Museu da Cidade e Casa de Jorge Amado, museu biográfico do escritor baiano.

Gregório de Mattos, nascido em Salvador em 1636, foi educado pelos jesuítas. Ele se tornou o mais importante poeta barroco no Brasil colonial por suas obras religiosas e satíricas. O Padre Antônio Vieira nasceu em Lisboa em 1608, mas foi criado e educado no colégio jesuíta de Salvador e morreu na cidade em 1697. Seus sermões eruditos lhe renderam o título de melhor escritor do idioma português no estilo barroco.[66]

Após a Independência do Brasil (1822), Salvador continuou a desempenhar um papel importante na literatura brasileira. Significativos escritores do século XIX associados da cidade incluem o poeta romântico Castro Alves (1847-1871) e o diplomata Ruy Barbosa (1849-1923). No século XX, o baiano Jorge Amado (1912-2001), embora não nascido em Salvador, ajudou a popularizar a cultura da cidade ao redor do mundo em romances como Jubiabá, Dona Flor e Seus Dois Maridos e Tenda dos Milagres.

Eventos

Festa do Bonfim de 2010.
Bloco de bonecos durante o Carnaval de Salvador, expressão típica da cultura popular nordestina.
Festa de Iemanjá na Praia do Rio Vermelho, em 2008.

Procissão do Senhor Bom Jesus dos Navegantes acontece em 1 de janeiro. Várias embarcações de todos os tipos velejam na Baía de Todos os Santos carregando a imagem do Bom Jesus da igreja da Conceição da Praia para a capela da Boa Viagem, num lindo desfile de fé.

De 3 a 6 de janeiro tem Reis, a Festa da Lapinha.

Na segunda quinta-feira do mês de janeiro se faz a Lavagem do Bonfim. Uma enorme procissão, em que os participantes vestem trajes brancos, em homenagem a Oxalá. A multidão parte da igreja da Conceição da Praia em direção à Igreja do Bonfim, no alto da Colina Sagrada, no bairro de mesmo nome. A cada ano aproximadamente 800 mil pessoas participam da grandiosidade desse evento religioso. Ao chegarem ao final do cortejo, baianas com suas roupas típicas despejam os vasos com água de cheiro no adro da Igreja do Bonfim e sobre as cabeças dos fiéis. É uma festa Católica, misturada com Candomblé, que tem se tornado cada vez mais profana que religiosa. Ao final da lavagem da escadaria da igreja, começa a parte mais popular da festa, com muita cerveja, pagode, reggae e comidas servidas em barracas que se espalham por quase todo o bairro do Bonfim. Durante a realização dessa festa, a Cidade Baixa fica praticamente interditada para o tráfego de veículos pelas ruas e avenidas por onde o cortejo se desloca. Apesar de não ser feriado na cidade, os estabelecimentos comerciais que ficam ao longo do percurso fecham as portas em respeito à realização da festa e por pura falta de condições de funcionarem enquanto milhares de pessoas se divertem pelas ruas.

No dia 2 de fevereiro, os adeptos do candomblé homenageiam a Rainha do Mar, Iemanjá simbolizada numa sereia. A festa acontece no Rio Vermelho, quando centenas de pessoas ligadas direta ou indiretamente ao Candomblé "entregam" presentes à Rainha do Mar, depositando perfumes, flores e outras oferendas em barcos que transportam os presentes ao alto mar. Algumas pessoas simplesmente jogam os presentes ao mar. É uma grande e poderosa manifestação de fé na força da Mãe d’Água, que tem desdobramento profano nas barracas padronizadas, onde a crença é transformada em samba, festa que se prolonga até altas horas da noite, regada principalmente a cerveja.

Entre fevereiro e março ocorre o tão esperado Carnaval. Durante sete dias, da quarta-feira até a manhã da quarta-feira de Cinzas, acontece a maior festa do mundo em participação popular, que toma toda a cidade de foliões, vestidos nos abadás e becas dos blocos preferidos ou com fantasias e pulando como "pipoca" atrás dos trios independentes, rumo aos diversos circuitos do carnaval. Os foliões chamados de "pipocas" são aqueles que não têm condições de pagar por uma fantasia e sair dentro de um bloco e acabam pulando o tempo todo fora das cordas que circundam os trios-elétricos. Existe o circuito central, do Campo Grande à Praça Castro Alves; outro, na orla, sentido Barra-Ondina; e o mais tradicional, do Pelourinho à rua Chile, no Centro Histórico. Neste circuito, o forte é a música das bandinhas de sopro e percussão, os afoxé, blocos afros e os fantasiados e, nos demais, desfilam os grandes blocos, com os possantes trios elétricos, uma criação dos baianos Dodô e Osmar que virou mania em todo o Brasil.

Na segunda quinzena junho, ocorre a também bastante aguardada São João, que na capital tem o nome de "Arraiá da Capitá" e se concentra no Parque de Exposições, reunindo cantores de várias parte do Brasil e do estado da Bahia, barracas com comidas e bebidas típicas.

O 2 de julho é a data magna baiana, quando ocorre em Salvador e cidades do Recôncavo a festa pela independência da Bahia, que tem o Caboclo e Cabocla como ícones da participação popular na defesa do que viria a ser a nação brasileira contra o domínio português. O desfile do 2 de julho aconteceu pela primeira vez em 1824 como forma de protesto do povo baiano contra a continuidade da ordem social vigente.

Em 27 de setembro é São Cosme e São Damião, dia em que devotos fazem caruru e distribuem bala para as crianças. Esta festa, porém, se restringe basicamente ao Mercado de Santa Bárbara, na Baixa dos Sapateiros, região do Centro Histórico de Salvador. Muitos adeptos do Candomblé, entretanto, fazem festas particulares em suas residências, distribuindo o tradicional caruru e balas.

De 29 de novembro a 8 de dezembro se comemora o dia da Nossa Senhora da Conceição. O ponto culminantes da festa de Nossa Senhora da Conceição da Praia é em frente à igreja de mesmo nome, nas imediações do Elevador Lacerda. Ali são armadas barracas onde são servidas comidas e bebidas, ao som de reggaes, pagodes e sambas os mais diversos.

Esportes

Arena Fonte Nova, uma das sedes da Copa das Confederações FIFA de 2013 e da Copa do Mundo FIFA de 2014.

O esporte mais popular na cidade é o futebol. Os principais clubes da cidade são o Esporte Clube Bahia (detentor de dois títulos nacionais, 44 títulos estaduais e da maior torcida do Estado) e o Esporte Clube Vitória (que possui 26 títulos estaduais, além de campanhas de destaque sendo vice-campeão da série A, B e C e da Copa do Brasil). Porém existem clubes com bastante tradição no passado que tentam se reerguer no presente como o Esporte Clube Ypiranga (dez títulos estaduais), o Botafogo Sport Club (sete títulos estaduais) e o Galícia Esporte Clube (cinco títulos estaduais).

Como praças esportivas o grande palco sempre foi o Estádio Octávio Mangabeira (Fonte Nova), estádio do governo estadual no qual o Bahia mandava seus jogos, que foi reconstruído, e agora conta com o nome de Itaipava Arena Fonte Nova. O segundo mais importante estádio da cidade é o Estádio Manoel Barradas, mais conhecido como Barradão, que é o estádio do Vitória. Há também o Estádio de Pituaçu, de propriedade do governo estadual no qual o Bahia manda seus jogos enquanto a Arena Fonte Nova não está concluída, existem também estádios de menor destaque atual (porém muito famosos no passado) como o Parque Santiago e a Vila Canária.

Feriados municipais

São feriados municipais na cidade, segundo a lei nº 1.997, de 21 de Junho de 1967, que os fixa:

Ver também

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Referências

  1. a b c «Capitais dos Estados». Atlas Geográfico do Brasil. Editora Melhoramentos. Consultado em 10 de maio de 2009 
  2. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010 
  3. a b «Censo Populacional 2012» (PDF). Censo Populacional 2013. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 1º de julho de 2013. Consultado em 30 de agosto de 2013 
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  5. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios - 2010» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 12 dez. 2012 
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  10. «World Gazetteer – Welt: Ballungsräume» 
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