São Gonçalo do Amarante (distrito de São João del-Rei)
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Distrito do Brasil | ||
Localização | ||
Mapa de São Gonçalo do Amarante | ||
Coordenadas | 21° 06′ 11″ S, 44° 20′ 35,61″ O | |
Estado | Minas Gerais | |
Município | São João del-Rei | |
História | ||
Criado em | 7 de setembro de 1923[1] | |
Características geográficas | ||
Área total | 96,51 km²[1] | |
População total (2010) | 1 035[2] hab. | |
Densidade | 9,64 hab./km² |
São Gonçalo do Amarante é um distrito do município de São João del-Rei, no estado de Minas Gerais, Brasil.[1]
Localizado em uma região montanhosa, o distrito é de difícil acesso e não é diretamente atendido por grandes rodovias. As mais próximas são a BR-265, ao sul, e a BR-494, ao nordeste.[carece de fontes]
Os outros distritos do município de São João del-Rei são: Emboabas, Rio das Mortes, São Sebastião da Vitória e São Miguel do Cajuru.[3]
História
[editar | editar código-fonte]Pouco se sabe sobre a história detalhada de São Gonçalo do Amarante. A igreja barroca, dedicada a São Gonçalo de Amarante, um santo português conhecido por sua devoção e obras religiosas, é um dos marcos históricos da localidade.[4] A igreja foi construída entre os anos de 1720 e 1730.
Etimologia
[editar | editar código-fonte]O distrito originalmente chamava-se São Gonçalo do Brumado, em referência ao riacho que atravessa a região. Em 1923, o nome foi alterado para Caburu, termo de origem indígena que pode ter os significados de caá (mato) + mburu (maldito) ou cab (vespa) + uru (cesto), significando "vespeiro".
Em 1990, a localidade passou a ser chamada de São Gonçalo do Amarante, nome atual.
Possível origem indígena
[editar | editar código-fonte]Antes da colonização europeia, há indícios de que a área hoje conhecida como São Gonçalo do Amarante possa ter sido sede de uma aldeia indígena. Achados arqueológicos e a toponímia local sugerem a presença de povos nativos, que possivelmente habitavam a região devido à sua proximidade com fontes de água e formações rochosas, como a Pedra Ramalhuda. Pesquisas arqueológicas ainda estão em andamento para confirmar essa hipótese, mas é amplamente aceito que a região era ocupada por grupos indígenas antes da chegada dos colonizadores.[5]
Pedra Ramalhuda
[editar | editar código-fonte]A Pedra Ramalhuda, localizada na zona rural de São Gonçalo do Amarante, é um afloramento granítico de grande importância cultural, arqueológica e paisagística. Desde sua inclusão no Inventário de Patrimônio Cultural (IPAC 2018) na categoria de Conjunto Paisagístico Natural e com proposta de tombamento municipal (Decreto nº 10.830, de 26/12/2023), o local destaca-se por suas características geológicas e pelos significados espirituais e rituais atribuídos pela comunidade local.[5]
O acesso à Pedra Ramalhuda pode ser feito a partir de São João del-Rei, passando por paisagens serranas e fragmentos de mata nativa. A área circundante é composta por vegetação típica de cerrado, incluindo gramíneas e arbustos, além da presença de uma árvore de óleo vermelho (Copaifera langsdorffii).
Importância cultural e espiritual
[editar | editar código-fonte]A Pedra Ramalhuda possui um valor espiritual significativo para a população local, sendo o destino de uma via-sacra anual e palco de celebrações religiosas. Além disso, religiões de matriz africana utilizam o local para cerimônias e oferendas, refletindo a diversidade de práticas espirituais que coexistem na região.[5]
Em 2006, um cruzeiro foi erigido no local, reforçando seu papel como ponto de peregrinação. A Pedra Ramalhuda também é um mirante natural, oferecendo uma vista panorâmica da Serra do Lenheiro e do vale do Rio das Mortes, tornando-se ideal para práticas contemplativas e meditativas.[5]
Potencial arqueológico
[editar | editar código-fonte]Além de seu valor paisagístico e espiritual, a Pedra Ramalhuda apresenta indícios arqueológicos que sugerem a presença de grupos humanos antigos. Cavidades nas rochas indicam possíveis usos para o maceramento de ervas medicinais, e estudos recentes sugerem um possível alinhamento astronômico, similar ao observado em monumentos megalíticos como Stonehenge. Essas características aumentam o interesse pela Pedra Ramalhuda como um possível sítio arqueológico de relevância regional e até internacional.[5]
Preservação e turismo
[editar | editar código-fonte]Dada sua importância cultural e arqueológica, a preservação da Pedra Ramalhuda é essencial. O local apresenta grande potencial turístico, podendo atrair visitantes interessados em turismo ecológico, espiritual e arqueológico. A implementação de roteiros turísticos e a proteção formal do local são medidas essenciais para garantir sua preservação e valorização.[5]
Estatísticas
[editar | editar código-fonte]Circunscrição eclesiástica
[editar | editar código-fonte]O distrito de São Gonçalo do Amarante está vinculado à Paróquia do Senhor Bom Jesus do Monte em São João del-Rei.[6] A paróquia pertence à Diocese de São João del-Rei.[7]
Referências
- ↑ a b c d «Relação de 1727 Distritos de Minas Gerais». Fundação João Pinheiro. Junho de 2017. Cópia arquivada em 10 de agosto de 2017
- ↑ «Sinopse dos dados - Setor: 316250015000001». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 19 de fevereiro de 2019. Cópia arquivada em 19 de fevereiro de 2019
- ↑ «Dados de distritos de MG». FGV. Consultado em 20 de setembro de 2024
- ↑ «São Gonçalo de Amarante». Câmara Municipal de Amarante. Consultado em 15 de setembro de 2024
- ↑ a b c d e f «São Gonçalo do Amarante: detalhes e peculiaridade do lugar em Festa do Rosário». 17 de fevereiro de 2020. Consultado em 15 de setembro de 2024
- ↑ «Paróquia do Sr. Bom Jesus do Monte (SJDR)». Diocese de São João del-Rei. Consultado em 15 de setembro de 2024
- ↑ «Histórico da Diocese». Diocese de São João del-Rei. Consultado em 15 de setembro de 2024