Saltar para o conteúdo

São Gonçalo do Amarante (distrito de São João del-Rei)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Este artigo é sobre o distrito de São João del-Rei. Para outros significados, veja São Gonçalo do Amarante.
São Gonçalo do Amarante
  Distrito do Brasil  
Localização
Mapa
Mapa de São Gonçalo do Amarante
Coordenadas 21° 06′ 11″ S, 44° 20′ 35,61″ O
Estado Minas Gerais
Município São João del-Rei
História
Criado em 7 de setembro de 1923[1]
Características geográficas
Área total 96,51 km²[1]
População total (2010) 1 035[2] hab.
Densidade 9,64 hab./km²

São Gonçalo do Amarante é um distrito do município de São João del-Rei, no estado de Minas Gerais, Brasil.[1]

Localizado em uma região montanhosa, o distrito é de difícil acesso e não é diretamente atendido por grandes rodovias. As mais próximas são a BR-265, ao sul, e a BR-494, ao nordeste.[carece de fontes?]

Os outros distritos do município de São João del-Rei são: Emboabas, Rio das Mortes, São Sebastião da Vitória e São Miguel do Cajuru.[3]

Pouco se sabe sobre a história detalhada de São Gonçalo do Amarante. A igreja barroca, dedicada a São Gonçalo de Amarante, um santo português conhecido por sua devoção e obras religiosas, é um dos marcos históricos da localidade.[4] A igreja foi construída entre os anos de 1720 e 1730.

O distrito originalmente chamava-se São Gonçalo do Brumado, em referência ao riacho que atravessa a região. Em 1923, o nome foi alterado para Caburu, termo de origem indígena que pode ter os significados de caá (mato) + mburu (maldito) ou cab (vespa) + uru (cesto), significando "vespeiro".

Em 1990, a localidade passou a ser chamada de São Gonçalo do Amarante, nome atual.

Possível origem indígena

[editar | editar código-fonte]

Antes da colonização europeia, há indícios de que a área hoje conhecida como São Gonçalo do Amarante possa ter sido sede de uma aldeia indígena. Achados arqueológicos e a toponímia local sugerem a presença de povos nativos, que possivelmente habitavam a região devido à sua proximidade com fontes de água e formações rochosas, como a Pedra Ramalhuda. Pesquisas arqueológicas ainda estão em andamento para confirmar essa hipótese, mas é amplamente aceito que a região era ocupada por grupos indígenas antes da chegada dos colonizadores.[5]

Pedra Ramalhuda

[editar | editar código-fonte]

A Pedra Ramalhuda, localizada na zona rural de São Gonçalo do Amarante, é um afloramento granítico de grande importância cultural, arqueológica e paisagística. Desde sua inclusão no Inventário de Patrimônio Cultural (IPAC 2018) na categoria de Conjunto Paisagístico Natural e com proposta de tombamento municipal (Decreto nº 10.830, de 26/12/2023), o local destaca-se por suas características geológicas e pelos significados espirituais e rituais atribuídos pela comunidade local.[5]

O acesso à Pedra Ramalhuda pode ser feito a partir de São João del-Rei, passando por paisagens serranas e fragmentos de mata nativa. A área circundante é composta por vegetação típica de cerrado, incluindo gramíneas e arbustos, além da presença de uma árvore de óleo vermelho (Copaifera langsdorffii).

Importância cultural e espiritual

[editar | editar código-fonte]

A Pedra Ramalhuda possui um valor espiritual significativo para a população local, sendo o destino de uma via-sacra anual e palco de celebrações religiosas. Além disso, religiões de matriz africana utilizam o local para cerimônias e oferendas, refletindo a diversidade de práticas espirituais que coexistem na região.[5]

Em 2006, um cruzeiro foi erigido no local, reforçando seu papel como ponto de peregrinação. A Pedra Ramalhuda também é um mirante natural, oferecendo uma vista panorâmica da Serra do Lenheiro e do vale do Rio das Mortes, tornando-se ideal para práticas contemplativas e meditativas.[5]

Potencial arqueológico

[editar | editar código-fonte]

Além de seu valor paisagístico e espiritual, a Pedra Ramalhuda apresenta indícios arqueológicos que sugerem a presença de grupos humanos antigos. Cavidades nas rochas indicam possíveis usos para o maceramento de ervas medicinais, e estudos recentes sugerem um possível alinhamento astronômico, similar ao observado em monumentos megalíticos como Stonehenge. Essas características aumentam o interesse pela Pedra Ramalhuda como um possível sítio arqueológico de relevância regional e até internacional.[5]

Preservação e turismo

[editar | editar código-fonte]

Dada sua importância cultural e arqueológica, a preservação da Pedra Ramalhuda é essencial. O local apresenta grande potencial turístico, podendo atrair visitantes interessados em turismo ecológico, espiritual e arqueológico. A implementação de roteiros turísticos e a proteção formal do local são medidas essenciais para garantir sua preservação e valorização.[5]

Estatísticas

[editar | editar código-fonte]
  • Código IBGE: 316250015[1]
  • Área: 96,51 km²

Circunscrição eclesiástica

[editar | editar código-fonte]

O distrito de São Gonçalo do Amarante está vinculado à Paróquia do Senhor Bom Jesus do Monte em São João del-Rei.[6] A paróquia pertence à Diocese de São João del-Rei.[7]

Referências

  1. a b c d «Relação de 1727 Distritos de Minas Gerais». Fundação João Pinheiro. Junho de 2017. Cópia arquivada em 10 de agosto de 2017 
  2. «Sinopse dos dados - Setor: 316250015000001». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 19 de fevereiro de 2019. Cópia arquivada em 19 de fevereiro de 2019 
  3. «Dados de distritos de MG». FGV. Consultado em 20 de setembro de 2024 
  4. «São Gonçalo de Amarante». Câmara Municipal de Amarante. Consultado em 15 de setembro de 2024 
  5. a b c d e f «São Gonçalo do Amarante: detalhes e peculiaridade do lugar em Festa do Rosário». 17 de fevereiro de 2020. Consultado em 15 de setembro de 2024 
  6. «Paróquia do Sr. Bom Jesus do Monte (SJDR)». Diocese de São João del-Rei. Consultado em 15 de setembro de 2024 
  7. «Histórico da Diocese». Diocese de São João del-Rei. Consultado em 15 de setembro de 2024